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    revistaREVISTA ABHO DE HIGIENE OCUPACIONAL Ano 12 N 30 2013

    ABHO PARTICIPA DE AUDINCIA NO STF

    A SEGURANA E A SADE NO TRABALHO NO CASODE SANTA MARIA/RS

    OIT CONCLAMA PARA A PREVENO DAS DOENASOCUPACIONAIS

    VII CBHO

    XX EBHO

    Inscreva-se J!

    21 a 28 dE agOstO/2013

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    30

    REVISTA

    11

    09

    assOCIaO BrasIlEIra dE HIgIEnIstas OCupaCIOnaIscrIada em 1994revi aBHO e Hiiee Occio

    ao 12, 30O tigo io o pobili o uto.

    rpouo o utoizo aBHO.

    Cooeo eio:mi mgi T. m. Li rqul Pio

    revio:L al Th (potugu)

    Coeho Eioi:

    ditoi euti colho Tio

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    Cobooe e Eio:athoy e. P. Bow, Bi I. Fi Golz,

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    ml Go ribio, mi mgi T. moi LiWlt o ri Pi Filho.

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    dimo, ae e poo:stotbk & Bo aoio(www.bpublii.o.b)

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    aitu ul (4 i): r$ 66.00epl ulo: r$ 20,00

    a aBHO membo oizcio Iraioa OccuaioaHygi Associaio- IOHa, e Amrica Corc

    o Gorma Iusria Hygiiss aCgIH.

    aBHO aocio Biei e Hiiei Occioiwww.bho.og.b

    ru coo ali, 167 j 121 ceP 05013-000so Pulo sP - Tl.: (11) 3081-5909 3081-1709.

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    dIrEO trInIO 2012-2015

    dIrEtOrIa EXECutIVa

    peieeJo mul Olo G soto

    Vice eiee e amiiocliuo Lp

    Vice eiee e Fomo e Eco poiorobto Jqu

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    clo Flip dhi rs; rob to Jqu rJ;Jo G chito es; milto m. m. vill - Ba se;Pulo robto Olii - Pr sc

    05 EdItOrIal

    06 palaVra dO prEsIdEntEUio o gto o fto

    08 Oito noti 6, 18 mo 2013

    09 aBHO b hog rit cIPa

    10 aBHO ptiip o to ul soi Potugu sgu Higi Oupioi - sPOsHO

    11 santa MarIa/rsO iitl oou ...

    13 etit o o pofo Bow

    16 Higiit Oupiol bo ptoolo HO o it stmi

    17 artIgO tCnICO a gu o tblho u

    otibuio p po itio: o o st mi/rs

    25 supOrtE tCnICOTogo polo

    27 cph OIT plo di muil sgu s o Tblho

    29 aBHO ptiip auii Pbliob i ltogti osupo Tibul Fl

    31 no o aBnT obiluio bit tblho

    32 cuo epilizo HigiOupiol HO

    33 aBHO noo mbo

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    34 muto o Ttulo ctio

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    35 rEsEnHa BIBlIOgrFICa alio Qulitti rio

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    29

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    5/405Revista ABHO/ Edio 30 2013

    EDITORIAL

    Diante dos estarrecedores fatos que convergiram para a tragdia de Santa

    Maria, a ABHO, como associao de profissionais da rea prevencionista, tem o

    dever de se pronunciar e opinar sobre o ocorrido e acrescentar um parecer que

    permita ajudar na procura de solues que consigam evitar a repetio desse

    acontecimento de to funestas consequncias para a sociedade.

    Reunimos as mais diversas opinies de alguns de nossos associados,

    trocamos ideias com outros profissionais das reas de engenharia de segurana

    do trabalho, da medicina, da toxicologia e da qumica, inicialmente para tentar

    entender o porqu do acontecido. , sem sombra de dvida, uma empreitada que

    apresenta dificuldades e evidencia uma ampla tarefa multidisciplinar da qual a

    Higiene Ocupacional faz parte como um dos coadjuvantes da maior importncia

    para esclarecer e prevenir futuras ocorrncias com caractersticas similares.

    Nesta edio, a ABHO rene pareceres tcnicos e fontes de informao que

    podem ajudar na pesquisa e orientao aos leitores que pretendem entender

    melhor as causas da tragdia na boate Kiss e buscar orientaes para colaborar

    na preveno de outras situaes envolvendo o mesmo cenrio: a decomposio

    trmica de polmeros que liberam gases altamente txicos e fatais.

    Os leitores podem tambm conferir a importncia para os higienistas

    ocupacionais da campanha pelo Dia Mundial de Segurana e Sade no

    Trabalho, promovida neste ano pela Organizao Internacional do Trabalho

    (OIT). Outros temas foram trazidos para esta edio de forma a enriquecer sua

    leitura e contribuir para o trabalho dirio dos que se dedicam s prticas da

    Higiene Ocupacional. Boa Leitura!!!

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    6/406 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    PALAVRA DO PRESIDENTE

    Reconstituir os fatos com muita fidelidade ao que aconteceu na tragdia de Santa Maria, sem dvida, tarefa importante. Diversas tcnicas prevencionistas podem ser usadas combase bastante cientfica, como a rvore de causas, a rvore de falhas, entre outras.

    No nosso objetivo mostrar em detalhe esta ou aquela tcnica, mesmo porqueno temos todos os elementos desse quebra-cabea nem participamos do grupo queindubitavelmente esclarecer tais fatos. Entretanto, cabe ressaltar aqui alguns aspectos quefazem o maior sentido e abrem um campo de reflexo profundo:

    Produtos qumicos gerados na decomposio trmica de espumas de PU (Poliuretanas)e outros plsticos.

    Esse um tema da maior complexidade e vem sendo estudado h dcadas por diversoscentros internacionais de pesquisas. O nmero de publicaes cientficas que o abordam muito grande, pois tambm o o nmero de polmeros, alm de diversificado. Dependendoda macromolcula em estudo e da temperatura aplicada no ensaio, os resultados indicam aformao de diferentes substncias tais como: monxido e dixido de carbono, HCN (cianetode hidrognio), HCL (cloreto de hidrognio), vapores nitrosos (NOX), etc., que, em misturantima com carbono slido, formam um aerossol com caractersticas altamente txicas.

    Um grupo de especialistas em higiene ocupacional, toxicologia e medicina ocupacional,liderado por Berenice Goelzer, vem estudando a literatura tcnica cientfica internacionaldisponvel e, em breve, publicar artigos e tabelas que permitiro um esclarecimento mais

    rpido e objetivo desse tema.

    Repetio dos fatos que levaram ao evento

    Inmeras vezes esse tipo de incndio j aconteceu e provavelmente seguir acontecendo,a menos que os fatos sejam esclarecidos e os responsveis pela segurana assumam essehistrico com uma viso preventiva.

    Faz-se necessrio um estudo profundo da composio dos materiais utilizados comoisolantes acsticos e trmicos em estruturas prediais a fim de estabelecer suas limitaesde uso e, quando em uso, que medidas de controle se devem implantar e que normas se

    devem aplicar.

    Comportamento humano

    Quando se fala em tcnica, procedimentos, normas, etc., a explicao desse aspectotorna-se extremamente complexa por fugir a todo tipo de previso.

    Como explicar o uso de fogos de artifcio em um local fechado, perto de um isolamentoacstico de uma manta de PU? Como explicar a postura do empresrio que permite tal uso?Como explicar a total falta de gesto de segurana dentro de uma casa de shows quando se responsvel pela segurana, ou seja, pela vida dos frequentadores do local, que so a partemais importante do negcio?

    Unindo os gatos aos fatos

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    7/407Revista ABHO/ Edio 30 2013

    A parte comportamental perante situaes desse tipo e de outros inmeros cenrios derisco est, sem dvida, ligada educao que se liga ao treinamento, postura profissional,

    forma de agir.Lamentavelmente, essa formao est ainda muito longe de ser alcanada pela sociedade

    brasileira. So inmeros os exemplos prticos observados no dia a dia.

    Venda e manuseio de fogos de artifcio sem controle, usados inclusive dentro deestdios esportivos,

    Uso e venda de cerol que tm provocado acidentes fatais, apesar de normas que oprobem,

    Normas de trnsito questionadas e desobedecidas ao bel-prazer dos motoristas,

    Efeito tumulto em estradas e vias congestionadas, por motoristas que desejam ser

    mais importantes que os outros, resultando em aumento dos congestionamentos, Uso de som com elevados nveis de presso sonora, em vias pblicas, por motoristas

    que invadem a privacidade da vizinhana e de outros motoristas, contrariando normaslegais vigentes,

    Atuao dos surfistas de trens,

    Tratamento e manuseio inadequado de lixo domstico,

    Trnsito de produtos altamente perigosos por cidades com alta densidade depopulao,

    Uso de bales de ar aquecidos por chama nas vizinhanas de indstrias qumicas e dapopulao em geral,

    Prtica comum de conexes clandestinas de energia eltrica, popularmente chamadasde gatos.

    A maioria dessas situaes teria um tratamento de preveno se fosse acompanhada osseguintes procedimentos e fundamentos:

    - Treinamentos e aumento dos conhecimentos tcnicos de preveno, - Normas tcnicas e sua aplicao, - Fiscalizao para o cumprimento das normas e sua aplicao, - Cumprimento e fiscalizao do cumprimento dos procedi-

    mentos de forma legal.

    Finalmente o conceito de rigor no cumprimento deprocedimentos seguros indica que temos ainda um longo caminhoa percorrer, aliado a um processo permanente de educao.

    PALAVRA DO PRESIDENTE

    Jos Mau Osao Gaa Soo

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    8/408 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    LEGISLAO

    O instrumento normativo estabelece orientao sobre a concesso dos adicionais de

    insalubridade, periculosidade, irradiao ionizante e gratificao por trabalhos com raios-x ou

    substncias radioativas, e d outras providncias, com o objetivo de uniformizar entendimentos

    no tocante concesso dos adicionais e da gratificao disciplinados pelos artigos 68 a 70 da

    Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990, pelo artigo 12 da Lei n 8.270, de 17 de dezembro de

    1991, pela Lei n 1.234, de 14 de novembro de 1950, pelo Decreto n 81.384, de 22 de fevereiro

    de 1978, pelo Decreto n 97.458, de 11 de janeiro de 1989, e pelo Decreto n 877, de 20 de julho

    de 1993.

    A caracterizao da insalubridade e da periculosidade nos locais de trabalho do servio

    pblico federal, assim como o estabelecimento da gratificao por trabalhos com raios-x ousubstncias radioativas, e os adicionais de insalubridade e de irradiao ionizante, respeitaro

    as normas estabelecidas para os trabalhadores em geral, de acordo com as instrues contidas

    na Orientao Normativa n 6 da Secretaria de Gesto Pblica do MPOG, datada de 18 de maro

    e publicada no Dirio Oficial da Unio de 20 de maro do ano corrente e na legislao vigente.

    A caracterizao e a justificativa para concesso de adicionais de insalubridade e de

    periculosidade aos servidores da Administrao Pblica Federal, quando houver exposio

    permanente ou habitual a agentes fsicos, qumicos ou biolgicos, dar-se-o por meio de laudo

    tcnico elaborado com base nos termos das Normas Regulamentadoras n 15 e n 16, aprovadaspelo Ministrio do Trabalho e Emprego. Atividades e condies especiais so estabelecidas em

    se tratando da concesso do adicional de insalubridade em decorrncia da exposio a agentes

    biolgicos, na forma de um Anexo dessa ON.

    O texto na ntegra da Orientao Normativa n 6 pode ser conhecido no site da ABHO, em

    notcias:

    ORIENTAO NORMATIVA N 6, DE 18 DE MARO DE 2013

    Publicada no DOU de 20/03/2013

    O Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto publicouuma nova Orientao Normativa (ON) sobre insalubridade e

    periculosidade para servidores da Administrao Pblica Federaldireta, autrquica e fundacional.

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    9/409Revista ABHO/ Edio 30 2013

    EVENTO

    A ABHO Associao Brasileira de HigienistasOcupacionais recebe homenagem da Revista CIPA, comoParceria Institucional, entregue s entidades quetrabalham em prol do setor de segurana e sade no trabalhoe sempre foram receptivas publicao, representada noato pelo Vice- presidente de Administrao, ClarismundoLepre.

    ATO SOLENE MARCA A 400 EDIO DA REVISTA CIPAA cerimnia reuniu personalidades, entidades e

    empresas, no Auditrio Paulo Kobayashi, na sede daAssembleia Legislativa de So Paulo, e foi palco dacomemorao das 400 edies da revista Cipa. O AtoSolene reuniu quase 250 pessoas e aconteceu no dia 27de fevereiro. O objetivo foi homenagear personalidades,entidades e empresas que colaboraram para a expressivamarca da quadringentsima edio da publicao.

    A mesa de abertura foi composta pela deputadaestadual Clia Leo, por Carlos Ortiz, Secretrio de Estadodo Emprego e Relaes do Trabalho (SERT-SP), por CarlosFrederico Zimmermann Neto, superintendente Regionaldo Trabalho e Emprego no Estado de So Paulo (SRTE-SP)e pelos deputados estaduais Marcos Martins e Antonio deSouza Ramalho.

    O diretor de operaes do Grupo Cipa Fiera Milano,Jos Roberto Sevieri, conduziu a cerimnia de entregadas placas e agradeceu a todos os profissionais do

    segmento prevencionista que estavam presentes

    homenagem da revista Cipa. A reduo de acidentes detrabalho fruto da dedicao de pessoas como vocs,declarou, entusiasmado, e grato pelo apoio daqueles quedenominou a nata da preveno, na qual incluiu inmerosengenheiros de segurana, mdicos do trabalho, tcnicosde segurana, enfermeiros do trabalho, auditores fiscais,lderes de entidades do setor e empresrios, fabricantes deequipamentos de segurana do trabalho.

    Por seu turno, a homenagem que a Cipa prestouaos prevencionistas brasileiros foi dividida em quatrocategorias: Personalidade, entregue aos profissionais queno decorrer dos ltimos 33 anos de existncia da RevistaCipa se destacaram nas respectivas reas de atuao econtriburam com o contedo editorial da revista; ParceriaInstitucional, entregue s entidades que trabalham emprol do setor de segurana e sade no trabalho e sempre semostraram receptivas publicao; Destaque Empresarial,entregue s empresas que mais anunciaram e colaborarampara a marca de 400 edies; e Empresa de Viso, entregues empresas que apostam na BRASEG Feira Brasileirade Segurana e Sade do Trabalho e Preveno contraIncndios e na FISP Feira Internacional de Segurana eProteo para o crescimento de seus negcios.

    Foi um agradecimento a todos que esto envolvidos emtornar a vida do ser humano mais agradvel e segura noambiente de trabalho, com os Higienistas trabalhando naantecipao dos riscos, avaliando-os e contribuindo com

    diversos subsdios para seu controle.

    ABHO RECEBE HOMENAGEM DA REVISTA CIPA

    Antonio Ramalho (dep. estadual), Carlos FredericoZimmermann Neto (SRTE-SP), Carlos Ortiz (SERT-SP),Clia Leo (dep. estadual), Jos Roberto Sevieri, (Grupo Cipa)e Marcos Martins (dep. estadual)

    Homenageados

    Jos Roberto Sevieri (Grupo Cipa), Clarismundo Lepre (ABHO), eAndr Lopes Netto (engenheiro de segurana do trabalho)

    Fotos:OsirisBernardino

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    10/4010 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    A Associao Brasileira de Higienistas Ocupacionais sefez representar no 9 Simpsio Internacional de Seguranae Higiene Ocupacionais - SHO2013, que ocorreu na Escolade Engenharia da Universidade do Minho, em Guimares,Portugal, nos dias 14 e 15 de fevereiro. O convite partiudo Doutor Eng Pedro Arezes, secretrio da comissoorganizadora e professor da Escola de Engenharia daUniversidade do Minho, para o vice-presidente de formao

    e educao Roberto Jaques. Nos contatos foi solicitada aparticipao da ABHO por meio de uma palestra na reatemtica sobre agentes qumicos. A ABHO se fez presente,a expensas da SPOSHO, por intermdio da higienistaocupacional certificada Maria Margarida T. Moreira Lima,como membro da Diretoria da ABHO no trinio 2009-2012.Ela realizou uma palestra sobre os projetos de que participana Fundacentro voltados para a slica, com o ttulo: AExperincia Brasileira do Programa Nacional de Eliminaoda Silicose - PNES.

    O evento contou com a audincia de quase 340

    participantes, em especial de Portugal e do Brasil, mastambm de pases como Espanha, Turquia, Polnia,Repblica Checa, Itlia, Romnia, Taiwan, Sua, Macednia,Eslovquia e Estados Unidos. No total, 20 pases se fizeramrepresentar com seus trabalhos, apresentados em plenrioou em psteres. Temas de destaque foram levados para oSimpsio por 10 especialistas convidados, provenientes decinco pases, entre eles o Brasil, com a participao da ABHOe da empresa FCM Formas e Construes Ltda. Os temasoficiais abrangidos pelo evento versaram sobre ergonomiae ambiente fsico, riscos qumicos e biolgicos, seguranacontra incndio e gesto da preveno, em sessesplenrias. Outras 25 reas temticas foram abordadas pormeio de temas livres.

    Como temas livres apresentados em sesses paralelas,constaram trabalhos que abordaram diferentes aspectos dasegurana e sade ocupacional, especificamente tratandoda SST na nanotecnologia (seis trabalhos), da HigieneOcupacional com estudos sobre vibraes, calor, rudoe conservao auditiva, riscos emergentes relacionados qualidade de ar interior, biossegurana e poluioeletromagntica (20 trabalhos), temas de ergonomia,

    segurana do trabalho e da indstria de construo, degesto de riscos e de educao voltada para a preveno.No total foram submetidos ao Simpsio 250 trabalhos, quecorresponderam a 517 autores.

    Na ocasio, a Eng Margarida apresentou a seguintemensagem da ABHO aos participantes:

    A Associao Brasileira

    de Higienistas

    Ocupacionais sada

    os participantes desteevento e cumprimenta

    os organizadores pela

    promoo da disseminao

    das informaes sobre

    segurana e sade no

    trabalho em prol da

    preveno dos acidentes e

    das doenas profissionais

    em todo o mundo.

    ABHO PARTICIPA DO EVENTO ANUALDA SOCIEDADE PORTUGUESA DE SEGURANA

    E HIGIENE OCUPACIONAIS - SPOSHO

    EVENTO INTERNACIONAL

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    11/4011Revista ABHO/ Edio 30 2013

    O INACEITVEL OCORREU ...Dr. Anthony E. P. Brown (*)

    (*) Engenheiro qumico e Coordenador das Comisses de Estudo da ABNT ( Associao Brasileira de Normas Tcnicas) para Preveno e Proteo contra Explosoe Sistemas contra Incndio em Tneis.

    SANTA MARIA

    1. INTRODUO

    Acidentes ocorrem mesmosendo imprevisveis ouimprovveis. Podemos afirmarque o acidente tem um potencialde ocorrncia elevado ou no,ficando sempre espreita eaguardando uma oportunidadeque, consideramos como a

    manifestao de uma falha. Esta pode ser do equipamento,do homem, do material ou do processo. Por esse motivo,

    o comprometimento da segurana com as entidades: serhumano, processo e equipamento vital para, de certaforma, controlar o potencial de ocorrncia do acidente,como mostra a Figura 1. Por outro lado, a fim de garantiresse controle, h a preveno e a proteo. O que se deveevitar a correo, e isso possvel pela realizao deestudo de anlise de riscos como evidencia a Figura 2.Entretanto, comum no dar a devida importncia preveno e proteo e, quando o acidente mostra suaface mais desastrosa, partir para a correo ou para umamontanha de justificativas ou desculpas.

    O inaceitvel ocorreu no salo de eventos denominadoBoate KISS, em Santa Maria/RS, em 27/01/2013, porquehouve falhas na preveno e proteo de acidentes.Infelizmente, o acidente mostrou a cara, com consequnciasprofundas e trgicas. Mais uma vez se diz, ficou a lio ...

    s Huo

    Poo equipto

    seGUrana

    Figura 1: Compromisso de exposio de riscos

    Po

    coo

    PotorIscOs

    ali rio

    Figura 2: Atuao do estudo de anlise de riscos

    2. CENRIO

    Na madrugada (2h45) dessa data, o que era para seruma grande festa com cerca de 900-1.000 pessoas, apesarde a lotao permitida ser de 691 pessoas, transformou-serapidamente em um grande desastre, com consequnciashoje conhecidas e difceisde serem esquecidas.

    O local, com rea de 638,25 m2, mostrado na Figura3 era na realidade uma armadilha que reuniu juventude,alegria, descontrao, lcool, msica e atitudes que notinham como base a segurana dos presentes.

    Fonte: Jornal Folha de S. Paulo, 29/01/2013.

    Figura 3 Ilustrao do arranjo fsico do local

    A festa ocorreu normalmente at um integrante dabanda que animava o evento, na nsia de tornar mais real afesta, acender um artefato tipo sinalizador, de baixo custo,que era para ser usado apenas em ambientes externos. Ao

    ser aceso e voltado para o alto do palco, esse sinalizadoremitiu fascas que, ao entrarem em contato com orevestimento acstico do teto do palco, inflamaram-se,provocando a gerao de muita fumaa preta e txica, poisesse revestimento nada mais era que um tipo de espumade poliuretano, slido combustvel e sem retardante dechamas.

    A falta de conhecimento dos participantes, quepensaram que o fogo fazia parte do show, aliada aodespreparo dos seguranas e bombeiros, implantao

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    12/4012 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    SANTA MARIA

    fsica desfavorvel ao escape de pessoas em casos deemergncia, aos extintores de incndio inoperantes, inexistncia de brigada de incndio no local, falta desinalizao e de sadas de emergncia, as licenas e alvars

    vencidos desde agosto de 2012, resultaram em 241 mortese 623 feridos.

    Nos EUA, aps o desastre no clube The Station, em RhodeIsland, em 20/02/2003, que foi provocado por msicosque usaram fogos de artifcio no palco e resultou em100 mortes, o poliuretano foi banido como revestimentoacstico em casas noturnas. A semelhana com o ocorridoem Santa Maria inacreditvel, pois no local havia faltade equipamentos de segurana, a construo datava de1946 e estava fora das normas de segurana e a lotao,

    acima do permitido. Os donos do clube e o gerente dabanda foram presos. Quase um ano e meio depois, ao finalde 2004, tragdia semelhante ocorreu em Buenos Aires,na discoteca Cromagnon, onde a lotao tambm era trsvezes superior permitida, de 1.000 pessoas: um msicoacendeu um sinalizador que iniciou o incndio e resultouem 194 mortes, a maioria delas de jovens. O gerente estpreso at hoje e o prefeito foi destitudo do cargo em 2005.

    3. MECANISMO

    A reao qumica resultante exotrmica, isto , liberamuito calor para o ambiente. Por sua vez, a combusto dapoliuretana obtida pela equao qumica mostrada a seguir:C1H1,63O0,27N0,08+ 1,17 O20,92 CO2+ 0,77 H2O + 0,08 HCN

    O poliuretano um slido combustvel e possuicaractersticas de isolante trmico, o que impede adissipao de calor em caso de incndio. Sua velocidade dequeima da ordem de 2 cm em 10 s.

    Um resultado de 4.000 estudos de ignio desse tipode espuma acusou a emisso de 92% de CO (monxido decarbono), 2% de gs clordrico e 4% de gs ciandrico (HCN)e dixido de carbono (CO2) [1].

    De acordo com a instruo tcnica n 14:2011 do Corpode Bombeiros do Estado de So Paulo, a carga especficade incndio para espuma de 3.000 MJ/m2 [2]. Esse dadoevidencia o poder calorfico do material sobre a fragilidadedo ser humano perante o fogo, uma vez que se sabe queo efeito da radiao trmica do sol na pele resultandoem vermelhido de 0,7 kW/m2 e que para que ocorramqueimaduras de 1 grau de 4,5 kW/m2. [3].

    A toxicidade letal do HCN 25 vezes maior que a do COe medida por sua concentrao em nvel superior a 300mg/m3no ar. Entretanto, o tratamento da pessoa intoxicada

    pode ser realizado, desde que a inalao no tenha atingidoa concentrao letal, de modo intravenoso, aplicando otiossulfato de sdio (Na2S2O3) que se combina com o cianeto,formando sulfocianeto que atxico e eliminado pela urina.Tambm possvel o tratamento com outros produtos:4-dimetilaminofenol, piruvato de sdio e oxigenoterapia. Aconcentrao letal do CO no ar de 400 ppm.

    4. NORMAS BRASILEIRAS

    A ABNT tem publicado e em vigncia as seguintes

    normas tcnicas:- NBR 15366-1 Painis industrializados com espumargida de poliuretano. Parte 2: Classificao quanto reao ao fogo.

    - NBR 9178 Espuma flexvel de poliuretano. Determinaodas caractersticas de queima.

    - NBR-7358 Espuma rgida de poliuretano para fins deisolao trmica. Determinao das caractersticas deinflamabilidade.

    - NBR-9442 Retardantes de chamas.

    5. CONSEQUNCIAS

    A combusto de espuma poliuretana libera fumosaltamente txicos e letais para as pessoas. Essas substnciasso predominantemente o monxido de carbono (CO) e ogs ciandrico (HCN).

    Sua inalao inicia um processo inflamatrio nosalvolos do pulmo, permitindo a entrada de lquido dosangue para os alvolos Como resultado, ocorre seu inchao,

    que conduz por fim insuficincia respiratria, levando morte em poucos minutos ou, tambm, pode se manifestarhoras ou dias depois, dependendo da constituio doindivduo que inalou essa substncia txica.

    Por outro lado, tais produtos podem atuar comoconcorrentes do oxignio, deslocando-o e impedindo sualigao com os glbulos vermelhos. Por estarem em maiorconcentrao, esses produtos se ligam mais rapidamenteaos glbulos vermelhos e passam a substituir totalmente ooxignio, provocando a morte por asfixia.

  • 7/26/2019 revista_abho_30

    13/4013Revista ABHO/ Edio 30 2013

    ENTREVISTA

    A ABNT tem contribudo com nor-mas aplicveis preventivamente

    a essa tragdia? Quais delas o Sr.

    poderia citar com uma breve defi-

    nio?

    R.Alm das normas citadas no tex-

    to anterior ressaltamos o seguinte:

    A ABNT CB 55 (Comit Brasileiro

    de Refrigerao, Ar Condicionado,

    Ventilao e Aquecimento)formou, em conjunto com a

    ABRAVA (Associao. Brasileira de

    Refrigerao, Ar Condicionado,

    Ventilao e Aquecimento), uma

    comisso de estudos para a

    elaborao de norma ABNT para

    Sistemas de Controle do Movimento

    da Fumaa de Incndio.

    Outras normas nacionais e inter-nacionais de referncia so:

    - NBR-14432: exigncias de re-

    sistncia ao fogo de elementos

    construtivos das edificaes. Rio

    de Janeiro, 2001. 14 p.

    - NBR-15200: projeto de estrutu-

    ras de concreto em situao de

    incndio: procedimento. Rio de

    Janeiro, 2004.

    - Procedimento. NBR-14323. Di-

    mensionamento de estruturas de

    ao de edifcios em situao de

    incndio. Rio de Janeiro, 1999.

    - IT 15:2011- Controle de Fumaa

    - Estado de So Paulo, 2011

    - IT-11:2011- Sadas de Emergn-

    cia - Estado de So Paulo, 2011.

    Entrevista com o professor Brown

    - ISO 16732-1:2012 - Gerencia-mento de risco de incndio, segu-

    rana e engenharia do fogo.

    - Decreto-lei n368/99 de 18 de

    setembro - regulamento de se-

    gurana contra incndio em

    estabelecimentos comerciais -

    Ministrio do Equipamento, do

    Planejamento e da Administra-

    o do Territrio Portugal.

    - Guia de projeto de sistemas

    de ventilao de fumaa para

    edificaes industriais de andar

    nico, incluindo aqueles com

    mezaninos e depsitos com

    estantes altas Ventilation Of

    Smoke Association (Hevac)

    Inglaterra.

    A investigao e preveno desseevento indesejvel e trgico so de

    domnio de uma equipe multidis-

    ciplinar. Com sua experincia, o Sr.

    poderia citar os principais profis-

    sionais que deveriam compor essa

    equipe e quais seriam suas respec-

    tivas contribuies?

    R. Como no Brasil no h curso

    superior ou de ps-graduaode engenharia de incndio,

    existem muito poucos cursos de

    especializao sobre o assunto.

    Entre os anos de 2000 e 2003,

    foi elaborado um curso de

    Especializao em Gesto de

    Preveno de Incndio e Exploso

    no PECE (Programa de Estudos

    Revista ABHO/ Edio 30 2013

    6. CONCLUSO

    A inrcia, o descompasso e o t-nue compromisso com a segurana,alm da ausncia de fiscalizaodas autoridades pblicas, da faltade treinamento de bombeiros emcidades do interior, onde incndiosso raros, do desconhecimento eda ganncia pelo lucro imediato dealguns empresrios e da falta dedesenvolvimento da cultura de se-gurana em escolas de ensino m-dio e nas faculdades, entre outrosaspectos, so os maiores viles em

    ocorrncias como as de Santa Maria.

    7. BIBLIOGRAFIA

    [1] Valencia, L. B. Polyurethane foam

    pyrolysis and combustion in cone

    calorimeter-analysis of gases releasing.

    Lab. nat. de mtrologie et dssais.Paris,

    Frana, 2007.

    [2] Estado de So Paulo. DecretoEstadual n 56.819, de 10/03/2011

    Regulamento de Segurana contra

    Incndios IT 14 Carga de incndio nas

    edificaes e reas de risco, 2011.

    [3] CROWL, D.A. Understanding

    Explosions. American Institute of

    Chemical Engineers AIChE, Center for

    Chemical Process Safety CCPS, 2003,

    214 p., New York.

  • 7/26/2019 revista_abho_30

    14/4014 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    Continuados em Engenharia)/

    EPUSP de 340 horas/aula, do qual

    participaram oficiais do CBESP

    e profissionais de engenharia earquitetura (32 alunos no total).

    Entretanto, esse curso no teve

    continuidade por falta de verbas.

    Na Escola Politcnica da USP, no

    Departamento de Engenharia Civil,

    existem dois cursos que tratam de

    incndios: o do Prof. Valdir Pignatta

    (Projeto de Estruturas em Situao

    de Incndio e, no Departamentode Engenharia Mecnica, existe o

    curso sobre Combusto ministrado

    pelo Prof. Gunther Krieger. Na

    Faculdade de Arquitetura da USP

    tambm existe um curso sobre

    incndios, ministrado pela Prof

    Rosria Ono. No Instituto de

    Pesquisas Tecnolgicas IPT/SP, h

    o Laboratrio do Fogo, aos cuidados

    do eng Antonio Berto.

    Com relao a profissionais que pos-

    sam compor essa Comisso sugiro:

    Professores da rea, Oficiais Bombei-

    ros, especialistas do IPT, da Funda-

    centro e da ABIQUIM, engenheiros

    da Petrobras, projetistas e consulto-

    res independentes especializados na

    rea.

    Hoje, nosso foco so os materiais

    base de poliuretanas e seu uso como

    isolantes acsticos sem tratamento

    ignfugo. Alm desses, h outros

    polmeros e substncias usadas nor-

    malmente em interiores de edifica-

    es que poderiam ser citados como

    de alto risco na queima e sua degra-

    dao trmica?

    R. Alm das espumas, temos tam-

    bm, madeira, gesso acartonado, re-

    sinas, tintas acrlicas, impermeabili-

    zante Vedapren, neutrol e plsticosem geral.

    Perguntamos ao presidente da

    ABHO qual seria a contribuio

    do especialista em Higiene

    Ocupacional no estudo e na

    preveno dessa fatalidade e o

    higienista Gana Soto nos apresenta

    o seguinte entendimento:

    Na definio da Higiene

    Ocupacional, argumentamos que

    a cincia e arte da antecipao,

    reconhecimento, avaliao e controle

    dos fatores que podem desenvolver

    danos sade, do trabalhador

    sejam esses desenvolvidos a curto

    ou longo prazo. Sua contribuio

    se estende tambm preveno de

    danos sade da populao emgeral e ao meio ambiente.

    Uma contribuio muito grande

    pode ser dada no item antecipao,

    visto que um Higienista experiente

    e especialista em Agentes Qumicos

    pode estudar e opinar com base bem

    fundamentada, sobre decomposi-

    o trmica de diferentes materiais,

    indicando quais os efeitos provveis

    no sistema respiratrio das pessoas

    expostas. Poder orientar a escolha

    de materiais que ofeream menos

    risco para trabalhadores e usurios.

    Em resumo, vejo o higienista ocupa-

    cional integrando uma equipe mul-

    tidisciplinar colaborando no estudo

    tcnico da escolha de materiais (fase

    de antecipao) e na identificao

    dos riscos/perigos das instalaes

    prediais em funcionamento. Com

    outros profissionais da rea de en-genharia, participando das anlises

    de risco e cenrios de consequncias,

    orientando anlises de materiais

    e divulgando estudos que visem

    preveno de fatos to lamentveis

    como foi o incndio da boate Kiss.

    A fim de ilustrar de forma mais

    prtica a atuao do Higienista

    Ocupacional e sua contribuiopara um estudo de preveno desse

    tipo de vulnerabilidade, prope-se o

    diagrama de blocos a seguir, no qual

    se separa a atuao do higienista

    em duas fases:

    Um bloco A que pode ter incio em

    um projeto ou em uma anlise de

    riscos para uma instalao j feita.

    Nesse caso, cabe um trabalho depesquisa e de orientao para a es-

    colha de novos materiais ou de tra-

    tamento da instalao que oferece

    maior risco.

    Um bloco B de participao do

    Higienista Ocupacional no grupo

    multidisciplinar orientando e

    treinando a equipe responsvel

    por ou tras preven es como

    Engenharia, CIPA, brigada de

    combate de incndios, etc.

    ENTREVISTA

  • 7/26/2019 revista_abho_30

    15/4015Revista ABHO/ Edio 30 2013

    a

    B

    sIM

    nO

    nO

    sIM

    Material usado como

    isolante trmico ou acstico.

    PESQUISAR A PRESENA DEPOLMEROS ORGNICOS.

    Foi detectadaa presena de materiais com risco de

    gerar gases txicos pordegradao.

    Foi feitotratamento ignfugo sobre

    este material?

    Atuao do

    HigienistaOcupacional.

    Pesquisa eorientao.

    a) Verifique instalao,documentos de compra.

    b)Pesquise na literaturatcnica especializadacomo FISPQ,informaes tcnicas

    do fabricante doproduto, etc.

    Verifique ocumprimento detodas as normasde segurana e deproteo contraincndios.

    Verifique ocumprimento detodas as normasde segurana e deproteo contraincndios.

    A mistura gasosadever gerarpartculas slidase gases como: CO,CO2, CN, NOX, HCl,etc.

    Risco potencial evidente de gerao de gases txicos,em qualquer situao de princpio de incndio.

    Estudo das medidas de controle.

    Faa uma anlise

    de risco.

    Informar o risco noPPRA e no PCMSO.

    Mantenhainformaes

    atualizadas do risco.

    O produto pode ser substitudo?

    Podem aplicar-se retardadores de chamas?

    Ventilao e extrao de gases.

    Planos especficos de engenharia de proteo contraincndios como:- treinamento de brigada.- Revise e atualize planos de abandono do local.- Simulados frequentes, melhore as vias de

    evacuao como resultado dos treinamentos.

    Participaodo Higienista

    na equipemultidisciplinar.

    ENTREVISTA

    Participao do higienista ocupacional na pesquisa e orientao para a prevenoda intoxicao por gases txicos em incndios.

  • 7/26/2019 revista_abho_30

    16/4016 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    A Higienista Berenice Goelzer (primeira a esquerda na mesa), membro honorrio e efetivo da ABHO,participou do 16 Seminrio de Sade, Segurana e Higiene do Trabalho dentro da programaoda 16 Feira de Sade, Segurana do Trabalho e Emergncia PREVENSUL, promovida pela RevistaProteo, de 17 a 19 de abril, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul .

    Durante o evento foi realizada, no dia 18 de abril, uma mesa sobre o acidente de Santa Mariapara abordagem das lies aprendidas sobre a sade e segurana. Alm dos aspectos de Higiene eSade Ocupacional discutidos pela higienista Berenice, outros palestrantes discorreram a respeitoda vigilncia sobre a sade do trabalhador no desastre e das perspectivas do modelo de anlise e

    preveno de acidentes, a respeito da letalidade e sobrevivncia no acidente e suas determinantese consequncias, de aspectos da engenharia de segurana do trabalho, da abordagem da vigilnciasobre a sade do trabalhador e a respeito de aspectos da sade mental envolvidos no acidente daboate Kiss.

    Berenice Goelzer levou aos participantes reflexes para atuao em acidentes como os de SantaMaria, com base nos princpios da preveno primria da cincia da Higiene Ocupacional, na mesmalinha da matria publicada nesta edio sobre a tragdia.

    A ABHO esteve presente tambm no PREVENSUL com um estande conjunto com a empresa dorepresentante regional da ABHO no Rio Grande do Sul, higienista Celso Dexheimer. Na oportunidadeforam vendidas as publicaes da Associao.

    HIGIENISTA OCUPACIONAL ABORDAASPECTOS ENVOLVENDO A HO

    NO ACIDENTE DE SANTA MARIA

    EVENTO

  • 7/26/2019 revista_abho_30

    17/4017Revista ABHO/ Edio 30 2013

    A SEGURANA E A SADE NO TRABALHO

    E SUA CONTRIBUIO PARA APREVENO DE ACIDENTES MAIORES:O CASO DE SANTA MARIA/RS

    Berenice I. Ferrari Goelzer (*) / Maria Margarida T. Moreira Lima (**)

    CONSIDERAES GERAIS

    A sequncia de erros que levou indescritveltragdia de Santa Maria poderia ter sido evitadapela aplicao de conceitos bsicos de preveno,incluindo medidas concebidas no projeto do local ondefuncionava a boate, em suas alteraes, sua operao eutilizao e orientaes aos empregados e pessoas quefrequentavam a casa noturna na noite de 27 de janeirode 2013.

    Grande parte dos infortnios, acidentes e doenaspode ser prevenida. O fundamental para isso a correta

    percepo dos riscos e o seu reconhecimento e avaliaoadequados, o que permite a gesto da preveno noslocais de trabalho com a eliminao ou minimizao dosriscos em sua fonte.

    Este artigo no pretende apontar todas as causas eresponsabilidades no acidente ocorrido na boate Kissna cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, mastem o objetivo de apresentar informaes sobre aspossveis causas que levaram morte 241 ocupantes

    da casa noturna e indicar medidas, bem como fornecer

    informaes, que possam contribuir para evitarocorrncias semelhantes no futuro.

    IMPORTNCIA DA EDUCAO

    O que se percebeu no acidente na boate Kiss foiuma sucesso de fatos resultantes, em grande parte, dafalta de conhecimentos, associada irresponsabilidadedos gestores no cumprimento das normas existentes,assim como ausncia das autoridades na fiscalizaodesses regulamentos, em diferentes nveis. Devem-seconsiderar, tambm, a negligncia dos empresrios

    com relao aos riscos dos produtos que fabricam ecomercializam para determinadas aplicaes e faltade informaes completas acompanhando os materiaisde construo, em especial sobre onde possvel utiliz-los e como deve ser esse uso para que no apresentemriscos de natureza alguma. Em alguns casos, a legislaoprev essas exigncias, mas a fiscalizao no realiza seupapel, por diversas razes, incluindo a falta de formaopara tal.

    Para que exista preveno so necessrios

    conhecimentos especializados, bem como capacidadepara aplic-los na prtica. Ter conhecimentos e noaplic-los o mesmo que no t-los.

    Um aspecto muito importante que poderia ter mu-dado o cenrio do acidente na boate de Santa Maria a educao. Entenda-se educao em seu sentido am-plo, incluindo formao de profissionais especializadosem reas especficas (por exemplo, sade e seguranano trabalho e preveno de incndios), de responsveis

    (*) Higienista Ocupacional Certificada, CIH, HOC0009(**)Higienista Ocupacional Certificada HOC0008

    ARTIGO TCNICO

  • 7/26/2019 revista_abho_30

    18/4018 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    pela aprovao e fiscalizao de projetos (de construoou de reformas dos locais), formao dos diversos pro-fissionais que atuam em diferentes ambientes, inclusive

    bombeiros, pessoal da segurana patrimonial e outrostrabalhadores, bem como informaes adequadas paralegisladores, empresrios e o pblico em geral, incluindocomunicao de riscos.

    A educao necessria para adquirir conhecimentose formar atitudes, e o treinamento para desenvolverhabilidades para tarefas especficas, inclusive para atuarem situaes de emergncia.

    Quanto nossa sociedade, importante promoveruma cultura de preveno, que praticamente no existe,

    e gerar a conscincia de que todos somos responsveis.As pessoas so vtimas no s de circunstnciasimperdoveis, mas tambm do contexto conformistaem que vivemos, o que agravado pela falta de percepodo perigo e de conscincia de preveno. O caminho paracombater esse grave problema a educao, comeandopelas escolas de ensino fundamental, para motivar j ascrianas e criar desde cedo uma cultura de preveno.Muitos aceitam o inaceitvel ou esperam o impossvel,sem pensar que todos tm direitos e responsabilidades.No caso da boate Kiss e de tantas outras, evidente que

    os frequentadores desses locais tm responsabilidadese limites perante todos os que ocupam o mesmoambiente. As pessoas deveriam se recusar a entrar emlocais no seguros e no aceitar certos comportamentosde risco. Isso seria uma forma de controlar os gestorese proprietrios de locais pblicos. As novas geraes,em especial, tm poderes de, ao no frequentar certoslugares, modificarem a viso dos empresrios paraadequ-los ao que esperado, em especial sobrequestes de segurana.

    Conhecimentos geram informaes, que devem estar

    nos locais em que se fazem necessrias, quando foremnecessrias e em uma forma clara e compreensvel paraos que delas necessitam.

    Um ponto de capital importncia na prtica dasatitudes a observncia dos conceitos de profissionalhabilitado e de responsvel tcnico, incluindoespecificaes quanto formao que devem ter paracada rea de atuao, por exemplo, aprovar projetos,fornecer alvars de funcionamento, preveno ecombate a incndio.

    ACIDENTES NOS LOCAIS DE TRABALHO COMCONSEQUNCIAS AMPLIADAS

    Prevenir e controlar riscos nos locais de trabalhotambm contribui para prevenir a poluio ambientale evitar grandes desastres. Bhopal, Seveso e Chernobylaconteceram por falhas dentro dos locais de trabalho,incluindo falta de manuteno e falta de treinamentodos trabalhadores.

    Por exemplo, a tragdia de Bhopal ocorreu porescape de grandes quantidades do isocianato de metila,substncia letal e uma das matrias-primas utilizadasnessa fbrica de formulao de agrotxicos, sendo queas causas abrangeram equipamentos obsoletos, falta

    de manuteno e falta de preparo e de treinamento dosfuncionrios, at mesmo para atuar em situaes deemergncia.

    Um tanque, com mais de 30 toneladas de isocianatode metila, no suportou a aumento de presso causadopor uma reao exotrmica, decorrente da entradaacidental de gua. O sistema de alarme no funcionoue o responsvel, completamente destreinado, apavorou-se quando viu a presso subindo e fugiu do local,havendo o derramamento que se espalhou pela cidade

    matando mais de 3.000 pessoas de imediato, sendoque nas semanas seguintes foram registradas milharesde mortes. Os aerossis e vapores de isocianato, maispesados que o ar, permaneceram junto ao solo edemoraram a se dispersar.

    A Organizao das Naes Unidas para oDesenvolvimento Industrial (UNIDO) conduziu umestudo que demonstrou a falta de conscientizao,o baixo nvel de alerta, e a falta de preparo paraemergncias em trs empresas onde ocorreram grandesdesastres, ou seja: o acidente com isocianato de metila

    em Bhopal, o acidente na fbrica de fertilizantes emShriram, e o vazamento de cloro na fbrica de papel deBhadrachalam, na ndia.

    De acordo com os dados colhidos pela UNIDO, emnenhum dos trs casos havia conhecimento quanto natureza perigosa das operaes por parte dostrabalhadores ou da populao em geral nem planopara atuao em caso de emergncia (UNIDO, 1989).Talvez se chegue s mesmas concluses no incndio deSanta Maria.

    ARTIGO TCNICO

  • 7/26/2019 revista_abho_30

    19/4019Revista ABHO/ Edio 30 2013

    SADE E SEGURANA OCUPACIONAIS: CASASNOTURNAS TAMBM SO LOCAIS DE TRABALHO

    A sade e a segurana ocupacionais infelizmenteainda no ocupam seu devido lugar em nosso pas.

    Qualquer estabelecimento um local de trabalho edeve obedecer a normas de preveno de acidentes ede doenas ocupacionais. Se as normas existentes desegurana e de higiene do trabalho, previstas para ostrabalhadores do estabelecimento, fossem aplicadas porprofissionais competentes e observadas desde o projetode construo e em suas modificaes, a tragdia deSanta Maria talvez no houvesse ocorrido.

    Ocorrncias como a da boate Kiss confirmam,mais uma vez, que as aes preventivas nos locais detrabalho podem ter um alcance muito maior do que seacredita. Tambm podem preservar o meio ambiente,as comunidades e, como no caso da casa noturna deSanta Maria, os prprios usurios do local que, para eles,no era um ambiente ocupacional, de riscos, mas dediverso. Todo local, seja para fins comerciais, de lazer,da prtica de esportes, de transporte ou de educao,constitui um ambiente com trabalhadores que devemestar protegidos dos infortnios do trabalho.

    O PPRA Programa de Preveno de RiscosAmbientais, previsto em norma regulamentadora doMinistrio do Trabalho e Emprego, e que deveria existirno empreendimento por fora do que determina alei para a gesto da preveno dos riscos sade dostrabalhadores, caracteriza-se como um instrumentoque, se bem interpretado e elaborado, poderia orientarnaquilo que lhe cabe, principalmente na antecipaodos riscos na fase de projeto.

    O PPRA no estabelecido para situaes

    de emergncia, pois estas no se relacionam aoadoecimento dos trabalhadores em sua jornada normalde trabalho. No entanto, tem ferramentas de gesto quepermitem antecipar, reconhecer, avaliar e controlar osriscos sade e, se assim entendido, permitiria que osmateriais ilcitos utilizados na construo ou reforma daboate Kiss tivessem, de alguma forma, sido consideradose evitados. O registro dos materiais empregados nasinstalaes facilitaria uma melhor identificao de seurisco de inflamabilidade e de decomposio trmica e,portanto, das medidas preventivas necessrias para o

    caso de incndio.

    Alm dos requisitos de segurana e salubridade doslocais, uma exigncia de todos os bons programas desegurana e sade no trabalho (Programas de gestoem SST) o treinamento de todos os trabalhadores paraatuar corretamente em casos de emergncia (o quesalva vidas).

    Nos aspectos ocupacionais, no podemos esquecer osbombeiros como grupo de trabalhadores, que tambmso expostos em caso de sinistro, e devem ser bemtreinados, no s para salvar as vtimas, mas tambmpara se proteger. Devem receber todos os instrumentosnecessrios para exercer sua profisso com segurana,de treinamento a equipamentos, como protetoresrespiratrios autnomos, e passar por exames mdicos

    peridicos (que devem incluir aspectos relacionados forma fsica e ao equilbrio emocional compatvelcom as tarefas). Em alguns pases, como na Frana, osbombeiros dispem de antdotos para cianetos, como ahidroxicobalamina.

    O caso de Santa Maria demonstrou como a falta deinformaes, bem como a de equipamentos de proteoadequados e em nmero suficiente, contribuiu paraaumentar o nmero de mortos.

    A ignorncia sobre a possibilidade de agentes txicoslevou morte vrios voluntrios de salvamento que,sem proteo alguma, entraram no local do sinistro, semque nem sequer os bombeiros os impedissem.

    METODOLOGIA DA HIGIENE OCUPACIONAL

    A metodologia para a preveno das doenasocupacionais (e intoxicaes) estabelecida pela cinciae arte da Higiene Ocupacional, e pelas tcnicas dadisciplina, pode ser aplicada em qualquer atividade

    ou local onde exista a possibilidade de risco devido aoambiente, o que inclui indstrias, plantaes, minas,escritrios, escolas, servios de sade, restaurantes,casas noturnas e at mesmo domiclios.

    AO PREVENTIVA ANTECIPADA

    Como princpio, ao se pensar no projeto de umlocal de trabalho devem-se levantar e estudar todosos requisitos para a sua ocupao e para a realizao

    de tarefas pelos trabalhadores. Neles se incluem as

    ARTIGO TCNICO

  • 7/26/2019 revista_abho_30

    20/4020 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    instalaes prediais, eltricas, hidrulicas, sanitrias,de destinao de resduos e de preveno e combatea incndios, condies de ventilao e de iluminao,

    o layout dos locais, as mquinas e os equipamentos aserem instalados, aspectos climticos e de seguranapatrimonial, sinalizaes e medidas de preveno deriscos de qualquer natureza, bem como todos os demaisitens relacionados ao conforto e qualidade do ambienteocupacional. Esses requisitos so os considerados nafase de ANTECIPAO da Higiene Ocupacional paraa preveno dos riscos sade que os processos detrabalho podem vir a apresentar aos trabalhadores,seja em sua instalao, operao e manuteno ou naexposio aos fatores de risco inerentes s condies eaos aspectos a eles relacionados.

    A antecipao de possveis riscos, com o objetivo deevit-los, j na fase de concepo de qualquer local detrabalho, o ideal. Esse conceito tambm se aplica aoprojeto de casas noturnas, nas quais se concentra muitasvezes um grande nmero de pessoas no familiarizadascom o ambiente e com as normas de segurana paraevitar os riscos ampliados. Para tais locais, os projetos deconstruo requerem, necessariamente, um conjuntode competncias e, portanto, equipes multidisciplinares,incluindo engenheiros, arquitetos, engenheiros de

    segurana, higienistas ocupacionais e psiclogos, poismuitos fatores devem ser levados em considerao, porexemplo:

    escolha/aprovao de materiais adequados aseus fins, evitando que sejam utilizados materiaisaltamente combustveis e/ou que desprendamprodutos qumicos txicos;

    ventilao adequada;

    dispositivos para evitar/retardar a propagao dofogo (sprinklers, extintores);

    diretrizes de ocupao humana, incluindo nmeromximo e instrues (normas) que impeamsituaes que favorecem incndio (materiaispirotcnicos em locais fechados, brincadeiras comfogo, etc.) ou outros infortnios;

    previso para evacuao dos ocupantes, casoocorra incndio ou outro desastre (rotas de fuga,sadas de emergncia em nmero suficiente,com tamanho e portas adequados, iluminao esinalizao de emergncia e avisos por sistemas

    de alarme aos ocupantes, etc.);

    treinamento do pessoal, tanto para instruir osusurios e ficar vigilante a seus atos inseguros,como para atuar em situaes de emergncia,entre outras necessidades;

    sinalizao adequada;

    equipe mnima de brigadistas de incndio e deprimeiros socorros.

    RECONHECIMENTO E AVALIAO

    No caso de verificao de locais, como clubes noturnosj existentes, as etapas de reconhecimento e de avaliaodos riscos presentes no local se realizam juntas, pois noh necessidade de avaliaes quantitativas. No entanto,mesmo quando o projeto do local foi bem feito, deve-se verificar se a execuo est conforme o previsto e,depois, periodicamente, a manuteno dos controles,em especial dos sistemas de ventilao e de iluminaoe das medidas de preveno e combate a incndios.

    PREVENO E CONTROLE

    As medidas preventivas, entendidas como Preveno

    Primria, obedecem aos mesmos princpios descritos naAntecipao, mas aplicadas em local j existente quenecessita ser corrigido.

    Contudo, apenas implementar as medidaspreventivas no suficiente, pois estas devem serintegradas a Programas de Preveno e Controle, o queenvolve sua verificao peridica e a reciclagem de todasas atividades de treinamento.

    Na ocorrncia de acidentes como o da boate Kiss,

    medidas de Preveno Secundria e de PrevenoTerciria deveriam estar previstas, incluindo o tratamentoe acompanhamento das vtimas para limitar os danose reabilit-las, inclusive do ponto de vista psicolgico.Apesar de j estarem em outro mbito, certos aspectosrequerem um intercmbio com os profissionais desade ocupacional. Por exemplo, para que os mdicosplanejem o tratamento de eventuais vtimas intoxicadas,necessitam ter conhecimento dos produtos qumicosque podem estar presentes ou se formar na condio derisco existente, como em situaes de derramamentosou de degradao trmica, bem como informaes

    sobre sua toxicologia.

    ARTIGO TCNICO

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    21/4021Revista ABHO/ Edio 30 2013

    No caso de incndios, programas eficientes depreveno dependem principalmente do entendimentocompleto e detalhado dos mecanismos de danos

    sade relacionados fumaa gerada e das medidasnecessrias para a eficcia das aes de controle.

    MATERIAIS DE RISCO SADE EM AMBIENTESCONSTRUDOS

    Entre os muitos fatores de risco presentes nasedificaes, de forma geral, a questo dos materiais derevestimento para efeitos de qualidade acstica mereceateno especial dos profissionais de preveno. Osmateriais absorvedores de rudo especificamente so

    de fcil combusto e podem, em caso de queima, liberaragentes altamente txicos, mais letais que o prpriofogo. Gases que podem matar em minutos se formamcom rapidez, como ocorreu na tragdia de Santa Maria.

    As especificaes para materiais utilizados emambientes construdos (por exemplo: tratamentoacstico e trmico, decorao, material eltrico) devemser rigorosas e detalhadas, e materiais que oferecemrisco devem ser proibidos ou ter uso restrito. Entre outrascaractersticas, o comportamento desses materiais em

    situaes anormais, tal como sua decomposio porcalor ou em caso de incndio, deve ser conhecido.

    essencial o conhecimento dos produtos qumicosresultantes do aquecimento e da combusto dediferentes materiais de construo e de decorao ede seus possveis efeitos no organismo humano. Porexemplo, as espumas PU (poliuretanas) podem darorigem a isocianatos (monmeros e pr-polmeros),aminas, cetonas, aldedos (inclusive acrolena),hidrocarbonetos leves quando aquecidas at 250oC;quando em combusto, podem dar origem a outros

    agentes como monxido e dixido de carbono,xidos de nitrognio, amnia, nitrilas (acetonitrila,benzonitrila, acrilonitrila), cianeto de hidrognio (cidociandrico), hidrocarbonetos alifticos e aromticos(benzeno, tolueno), isocianatos (inclusive o isocianatode metila, que foi responsvel pela tragdia de Bhopal),diisocianatos (como o TDI), seus dmeros e polmeros.

    Verifica-se, em especial, que quando volumesgrandes de espuma de poliuretano queimam, produzemuma fumaa espessa e preta, mais densa que o ar, que

    dificulta o escape da zona do incndio. Essa fumaa

    e as imensas diferenas de inflamabilidade entrealguns materiais de revestimento e a espuma depoliuretano podem ser vistos, a ttulo de exemplo, no

    vdeo Insulation Material Comparison Testingda NFPA(National Fire Protection Association), no link: .

    Outra constatao importante nos estudos sobredecomposio trmica durante incndios quealguns materiais de construo, mesmo com a queimaextinta, continuam a liberar gases txicos enquanto astemperaturas esto elevadas no ambiente. H relatos decasos de intoxicao de bombeiros por terem retirado aproteo respiratria aps as chamas serem apagadas esofrerem intoxicao por gs ciandrico.

    Tais conhecimentos so especialmente importantespara os profissionais que escolhem materiais(engenheiros, arquitetos), para os que examinam e/ou aprovam projetos e para os que lidam com asconsequncias em caso de desastres (bombeiros,profissionais de sade que atendem vtimas).

    Na Tabela I, apresentam-se alguns exemplos depolmeros frequentemente usados em edificaes(inclusive no material eltrico) e seus produtos de

    decomposio trmica para diferentes faixas detemperatura.

    Na realidade, em ambientes construdos, podemexistir vrios polmeros ao mesmo tempo, pois podemser revestimentos, material eltrico, mveis, utensliosdiversos. Desse modo, quase impossvel identificartodos os produtos de decomposio trmica quepodem ocorrer, tanto em princpio de incndio (na fasede aquecimento) como na combusto. Para conhecerexatamente os agentes qumicos aos quais os ocupantesda casa noturna de Santa Maria foram expostos, seria

    necessria uma anlise do ar durante o incndio, algoimpraticvel nas circunstncias.

    Entretanto, possvel estimar o tipo de exposiona boate Kiss com base nos conhecimentos tericossobre decomposio trmica de materiais, dados desimulaes ou informaes de ocorrncias similaresanteriores. Se as informaes relevantes estivessemfacilmente disponveis e fossem de rpida obteno,poderiam ter auxiliado na observao de sintomas e napreveno de danos maiores aos expostos, em especial

    nos primeiros atendimentos de emergncia.

    ARTIGO TCNICO

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    22/4022 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    Deve-se lembrar que, mesmo com materiaisaprovados para construo, um incndio sempredesencadeia a liberao de materiais txicos alm

    do monxido de carbono (CO), como por exemplo, ocido ciandrico (HCN). No so apenas os materiaisplsticos que do origem a vrios produtos qumicosna combusto, mas tambm outros, como a madeira(tratada ou no), a seda, o algodo, os carpetes todosos materiais usados em construo e decorao.

    importante conhecer a toxicologia dos produtosqumicos que podem ocorrer; uma lista de fontes deinformaes confiveis nessa rea apresentada ao finaldeste artigo. Infelizmente, como no existe mecanismode controle de qualidade para as Fichas de Dados de

    Segurana (FISPQs), estas nem sempre so confiveis,portanto deve haver cautela.

    TRABALHO MULTIDISCIPLINAR E INTERINSTITUCIONAL

    O trabalho multidisciplinar, envolvendo vriasprofisses, indispensvel para a sade e a seguranaocupacionais e tambm para resolver qualquer problemade sade pblica.

    Em especial, a interao dos conhecimentos dosprofissionais da rea da Higiene Ocupacional comos dos profissionais de sade (mdicos, enfermeiros,paramdicos) se reveste de importncia tanto paradiagnosticar uma condio causada pela exposioambiental a determinado risco como para realizar osprimeiros socorros e o tratamento no caso de efeitossobre a sade. Nos acidentes envolvendo substnciasqumicas importante saber a que agentes as pessoaspodem ter sido expostas para ser possvel agir comrapidez e eficincia.

    Mesmo no havendo certeza de todos os agentesde risco, importante ter noo sobre as exposiespotenciais e suas caractersticas.

    Para uma preveno eficiente so indispensveiscolaborao e coordenao, tanto do ponto de vistainterdisciplinar como de ao entre diferentes rgos eentidades.

    Isso se torna bvio quando se considera a gama deconhecimentos e experincia necessria para planejar

    e implementar as medidas que se impem em casos

    como o de Santa Maria, ou seja, medidas preventivasantecipadas (j na fase de projeto do local), de controlee paliativas.

    Infelizmente, existe muita falta de coordenao ecolaborao entre os diferentes grupos que devem atuarem situaes como a do incndio na boate Kiss, o quedeveria ser evitado, pois ela gera confuso, duplicao deesforos, desperdcio de recursos humanos e financeiros,e retardamento em aes preventivas eficientes.

    RESPONSABILIDADES E ASPECTOS LEGAIS

    Estudos e planos preventivos para evitar futuras

    ocorrncias devem envolver todos os aspectos dapreveno de riscos, em especial os referentes educao, percepo do risco, normatizao e sresponsabilidades.

    A fim de haver conscientizao dos problemaspara melhor percepo das causas e consequncias, importante existir comunicao de risco para todosos atores sociais envolvidos, incluindo profissionaisque atuam em diferentes ambientes, responsveispela aprovao de projetos diversos (de construo ou

    modificaes de locais), legisladores, auditores fiscais,empresrios, trabalhadores e pblico em geral.

    No entanto, tambm fundamental, para que outrastragdias no ocorram, o aprimoramento da legislao edas normas tcnicas, o fortalecimento da fiscalizao ea devida punio nos casos de negligncia comprovada,seja de quem for.

    Os diferentes nveis de responsabilizao quese verificam na tragdia de Santa Maria, desde aautorizao da adaptao de uma edificao imprpria

    para funcionar como casa de shows, a superlotaopermitida pelos donos e gerentes da boate, e o usode materiais ilcitos em seu interior, como os fogos deartifcio e os empregados para melhorar a acstica dacasa noturna ou isolar o rudo (no se sabe bem aocerto, mas isso no importa na anlise de risco), vmmerecendo ateno diferenciada dos profissionais queatuam na preveno de acidentes. O que se constata deimediato que, com ou sem alvar de funcionamentopelas autoridades competentes, a tragdia haveriade acontecer. Concorreram para ela diferentes fatores

    de risco combinados naquela terrvel madrugada, em

    ARTIGO TCNICO

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    23/4023Revista ABHO/ Edio 30 2013

    especial a presena de cerca de mil pessoas a mais queo permitido, a formao no incndio de gases altamentetxicos que matam em minutos e a falta de um efetivo

    Programa de Preveno e Combate a Incndio (PPCI)local.

    Alm desses principais fatores para a morte dostrabalhadores da boate Kiss e dos jovens que ali sedivertiam, possvel tambm relacionar outros fatoresde risco cujas causas podem ser, com certa facilidade,identificadas:

    o show pirotcnico, de responsabilidade da bandade msica que se apresentava;

    o uso de materiais de construo inadequados,empregados de forma imprpria, assimcomo a falta de sistemas de retardamento daqueima desses materiais, como os sprinklers,e a inoperncia de outros meios de combatea incndio, de responsabilidade dos donos doempreendimento;

    o projeto de construo e de funcionamento daboate inadequado quanto sinalizao, rotas defuga, detectores de fogo/fumaa e alarmes, sadasde emergncia, p direito, ventilao exaustora e

    diluidora, medidas de preveno e de combate aincndio, de responsabilidade tcnica de todosque dele participaram e de responsabilidadelegal de quem no cumpriu as normas e no fezcumprir a lei.

    Acredita-se que esses fatores, associados faltade percepo de riscos e ausncia de informaessobre a natureza e toxicidade dos gases gerados pelatermodegradao de plsticos, bem como inexistnciade equipamentos de proteo individual na prestaodos primeiros socorros e falta de treinamento para

    evacuao, foram determinantes para a tragdia.

    Na situao que se apresenta importante lembrarque muitos, direta e indiretamente atingidos pelatragdia de Santa Maria, e com muita razo, sentem-serevoltados com aqueles que esto sendo julgados porterem permitido o funcionamento do local assassino,seja pela falta de programas preventivos, de PPCI ou dealvars adequados. Mas, ao longo dos tempos, poucostm se revoltado com os inmeros locais de trabalhoque esto funcionando e oferecendo riscos para os

    trabalhadores, muitas vezes riscos escondidos, que

    atuam de maneira insidiosa, vindo a mat-los um porum, separada e silenciosamente, tempos depois. Isso to grave quanto as falhas na boate Kiss. Todavia, essefato no chama ateno porque os trabalhadores nomorrem de doenas ocupacionais na hora e em grandesgrupos, mas muitas vezes bem mais tarde, de cncer,ou insuficincia cardaca, ou respiratria, problemas nofgado ou nos rins, sem que nunca seja estabelecido onexo causal com alguma exposio no trabalho. Nodevemos esquecer os que no morrem, mas ficamincapacitados ou com pssima qualidade de vida.

    Portanto, devemos todos, profissionais ou node SST, tambm agir contra a inrcia que permite ofuncionamento de certos locais de trabalho com riscos,

    sem obedecer s normas existentes, ou obedecendono papel por meio, por exemplo, de PPRAs (Programasde Preveno de Riscos Ambientais) que nada previnem,pois no passam de relatrios e no correspondem aoprograma que se exige na lei, sendo apenas modelospreenchidos por pessoas em muitos casos noqualificadas que, em certas situaes, nem visitam olocal de trabalho em questo. Quem assim se comportapode ser comparado aos donos da boate Kiss e, porsuas atitudes, um dia tambm ser responsabilizado,espera-se!!

    No incndio da boate de Santa Maria, temos a crenade que os responsveis que esto sendo identificados,sejam pblicos ou privados, sero apontados perantea sociedade brasileira e julgados. Esperamos que esseprocesso de apurao de causas e responsabilidadesconstitua um impulso inexorvel para a adoo dasmedidas preventivas de segurana e sade no trabalho,to necessrias em locais pblicos, para que eventossimilares no mais se repitam no futuro.

    Como escreveu L. F. Verssimo:

    ARTIGO TCNICO

    Nos caso dos crimes em Santa Maria,

    s nos resta esperar que a indignao dure

    o bastante para ter consequncia. Que as

    providncias que evitaro outra tragdia

    parecida sejam tomadas antes que a

    indignao seja engolida pela memria

    curta e desaparea.

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    24/4024 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    FONTES DE INFORMAO CONSULTADAS E DE REFERNCIA

    ECHA - Agncia Europeia dos Produtos Qumicos.

    Site: (parcialmente em portugus);

    (em ingls).

    Regulamentos da CE:(importantes: REACH e CRE)

    IARC - Agncia Internacional de Pesquisa sobre o Cncer(da OMS) /International Agency for Research on Cancer,Frana.Site:

    INRS - Institut National de Recherche et de Scurit,Frana.Site: (em francs).

    INSHT - Instituto Nacional de Seguridad e Higiene en elTrabajo, Espanha.Site:

    IPCS - Programa Internacional de Segurana Qumica /International Programme on Chemical Safety(OMS, OIT,PNUMA).Site:

    NOTA: Publicaes principais do IPCS (muitas jtraduzidas para o portugus): Critrios de SadeAmbiental (Environmental Health Criteria), Manuais deSade e Segurana (Health and Safety Guides), CartesInternacionais de Segurana Qumica (InternationalChemical Safety Cards).

    IPCS/INCHEM Programa Internacional de Segurana

    Qumica (International Programme on Chemical Safety)Site:

    NOTA: Bases de dados sobre Toxicologia; oferecegratuitamente acesso a: IPCS Environmental HealthCriteria Monographs (EHCs), Health and Safety Guides(HSGs), International Chemical Safety Cards(ICSCs), IARC,entre outros.

    NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards.

    Site:

    OIT Substncias banidas ou extremamente restritasna EU:Site:

    OIT SafeWork.Site em ingls:

    Site em espanhol:

    Site em francs:

    REACH (CE) - Registration, Evaluation and Authorisationof Chemicals (European Community Regulation).Site:

    Site em portugus:

    REACH em portugus:

    SAICM - Strategic Approach to International ChemicalsManagement, United Nations Environment Programme,2006.Site:

    UNEP Chemicals (antes IRPTC): Consolidated List ofProducts whose Consumption and/ or Sale have beenBanned, Withdrawn, Severely Restricted or Not Approved

    by Governments. Maio, 2010.Disponvel (PDF). Site:

    ARTIGO TCNICO

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    25/4025Revista ABHO/ Edio 30 2013

    et tbl foi pp pti uio bibliog, b oo oult fot ifo lgu pilit. a

    piipi fi o Inrs (2006) HPa, UK(2010).et o p plo. c o

    tuo pt, poi it uitii, o qu o pouto opoioti i po oo o polofo fbio, ot pigto ou outoitio (p.., gt pltit, foo,tbilizt, tioit, fugii) ou i ot to fogo (o qui itio tipo, ilui loo fofoo). Poplo, quo o uo to

    fogo loo (oo p lo), poh foo io loio ooobuto.

    O pouto opoio titb i fuo ttioo tptu ui o , ilui, p outo polut.

    O pouto opoio ti poliut pto tbl o ou too o u tipo, t o pu.a io if t lio o too fbio o itio. ap p ioito outo ito, pp o ioito til p t.

    itt ot qu to polutoo io quti quo o-buto ioplt, po plo, pu po-

    liuto obuto oplt pouz ol o 2-23 pp, quto obutoioplt pouz 76-180 pp.

    Too o polo qu ot uitoitogio (p.., poliut, ilo, poli-iloitil), obuto, o oig ioiio (Hcn), io itogio (nOx) i (l, lo, o oio boo outo). ettto, polut o tbpouzio o quti, o oo pltio qu o ot itogio (poiopoo o itogio tof).

    tbe I Exemo e oo qmico ee emoeo e omeo1

    pIrlIsE Ou COMBustO

    moio boo (cO) iio boo (cO2),io itogio (nOx), io iio (Hcn),i, itil (toitil, bzoitil, iloitil),hioboto liftio otio (bzo,toluo), ioito (po oo ioito til),iioito (oo TdI), u o polo;

    s hou p gt ti-iihlogo ou fofoo: io loio, ioboio ou pouto fofoo.

    cO, cO2HclHioboto liftio otio (bzo,toluo, til bzo, tio).

    (not: opolo o iloitil, po lib ioiio).

    cO, cO2etio, hioboto liftio otio (p..,til bzo, bzo, toluo).

    cO, cO2ai, Hcn, itil, io itogio,

    hioboto liftio (to).

    cO, cO2Hioboto liftio (to, ituo l) otio (bzio go fuo).

    cO, cO2Hioboto liftio (to, ituo l) otio, lo, io go olti, fuo go fuo.

    tEMpEratura

    a i e 180oC -200oCIoito (oo p-polio), i,ii (glii), to, lo (ilui ol),hioboto l.

    nOTa: Po h oo li poliizofo l fit, ou og itu fo , p..,o o u oo. s poliizofo b fit, po- ot oo quti i.

    a i e 185oC-200oC

    io loio (Hcl), hioboto liftio otio (bzo).

    evenTUaLmenTe:loto iil iul, lo (folo,ol), /ou iio ftlio io opoio to pltit (ftlto).

    a i e 250oCetio u ol igo, hioboto liftio otio (bzo, til bzo, uo), lo(bzlo).

    Memo bixo e 200oCai, folo.

    a i e 200oC 250oCHioboto liftio (piiplt o tuo- tilo, buto), lo (folo, otolo,tilol), to (tilto), io goolti.

    a i e 200oC (mi ce 240oC)Hioboto liftio tuo o tuol (to, tilo, buto), to (to, tiltilto), lo (folo, tlo, ol),io go olti.

    MatErIal

    poie (pu)

    poicoeo e Vii (pVC)

    poieieo

    rei ei-fomeo

    poioieo

    poieieo

    1Inrs (2006) Matires plastiques et adjuvants hygiene et securit , Fhi, r., mol, c. J. cho (avec participation du Centre dtudes des matires plastiques), Inrs -Institut National deRecherche et de Scurit; 30, u Olii-noy, 75680 Pi c 14, F. sit : http://www.i.f/

    HPa, UK (2010) A Toxicological Review of the Products of Combustion,Health Protection Agency, UK (rio Uio) ipol itgl gtuitt o lik:http://www.hp.og.uk/wb/HPawbFil/HPawb_c/1267025520632

    !

    Togo polo

    SUPORTE TCNICO

  • 7/26/2019 revista_abho_30

    26/40

    Solicitejos

    euexemplar!

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    27/4027Revista ABHO/ Edio 30 2013

    Neste ano de 2013, a campanha pelo Dia Mundialde Segurana e Sade no Trabalho da OrganizaoInternacional do Trabalho OIT se concentrou napreveno das doenas ocupacionais. O Programa sobreSegurana e Sade no Trabalho e Meio Ambiente da OITconclama os governos, empregadores e trabalhadorese suas respectivas organizaes a colaborarem com odesenvolvimento e a implementao de polticas eestratgias nacionais destinadas a prevenir as doenasocupacionais.

    A mensagem da OIT para o dia 28 de abril se

    baseia no entendimento de que a ausncia de umapreveno adequada das doenas profissionais temprofundos efeitos negativos no somente sobreos trabalhadores e suas famlias, mas tambm nasociedade como um todo, devido ao enorme custoque gera; em particular, no que diz respeito perdade produtividade e sobrecarga dos sistemas deseguridade social. A preveno mais eficaz e menosonerosa do que o tratamento e a reabilitao. Todosos pases podem adotar medidas concretas a fimde melhorar sua capacidade para a preveno dasdoenas ocupacionais e relacionadas ao trabalho.

    Ao definir as doenas ocupacionais, a OITconsidera que so aquelas doenas que se adquiremcomo resultado da exposio a algum fator derisco relacionado ao trabalho. O reconhecimentoda origem ocupacional de uma doena em nvelindividual requer o estabelecimento da relaocausal entre a doena e a exposio do trabalhadora determinados agentes de risco no lugar detrabalho. Essa relao, segundo a organizao,se estabelece sobre dados clnicos e patolgicos,

    histria profissional (anamnese) e anlise do

    CAMPANHA DA OIT PELO DIA MUNDIAL DESEGURANA E SADE NO TRABALHO VOLTADA

    PARA A PREVENO DAS DOENAS OCUPACIONAISMaria Margarida T. Moreira Lima (*)

    Segundo estimativas da Organizao Internacional do Trabalho - OIT, deum total de 2,34 milhes de mortes decorrentes do trabalho, a cada ano, s

    321.000 (14%) se devem a acidentes. Os 2,02 milhes restantes (86%) socausados por diversos tipos de doenas relacionadas ao trabalho.

    OIT

    (*)Higienista Ocupacional Certificada HOC0008

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    28/4028 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    Fonte:

    (*) NOTA: Informe disponvel em:

    ABHO PARABENIZA A OIT POR CAMPANHA

    A OIT, ao escolher o dia 28 de abril de 2013 comoo dia da preveno das doenas profissionais, estassinalando para o mundo a necessidade de umareflexo profunda.

    Esse conceito constitui um dos fundamentos da

    Higiene Ocupacional que podemos definir como aalma mater de nossa profisso, que escolhemosdentro de um mundo complexo de especializaes,definidas no Brasil como rea prevencionista.

    A OIT, na condio de uma das entidades de maiorprojeo mundial que se preocupa com a sade dotrabalhador, prope uma reviso dos procedimentospara o diagnstico e mtodos de controle daschamadas doenas ocupacionais, pois, apesar dosesforos dos governos, das empresas, das entidadesde pesquisa e de todos os profissionais envolvidoscom a preveno, a incidncia dessas doenas ainda

    alarmante. Alm disso, temos de admitir que umnmero significativo de trabalhadores, em diversospases, adoece e continuar a ser vtima de silicose,asbestose, cncer ocupacional e de intoxicaesdiversas, entre outras doenas ligadas ao trabalho.

    A ABHO, como entidade que agrupa profissionaisdedicados ao controle tcnico das doenas ocupacio-nais, une-se ao clamor da OIT, no dia 28 de abril, e fazvotos para que essa reflexo redunde em benefcioe melhoras de nossas atividades e que levem a umadiminuio dessa cruel estatstica.

    Parabns OIT por essa nobre iniciativa.

    trabalho, identificao e avaliao dos riscos nos locais detrabalho, assim como a comprovao da exposio. Quandose diagnostica clinicamente uma doena e se estabelecea relao causa e efeito, considera-se ento como doenaocupacional, segundo a OIT.

    A partir dessa definio, se estabelece notadamente aimportncia da Higiene Ocupacional como cincia de basena identificao das doenas ocupacionais, em conjuntocom a medicina do trabalho, alm de seu valor como cinciada preveno das doenas nos ambientes de trabalho.

    Por essa razo, as associaes latino-americanas deHO, reunidas em So Paulo, em agosto de 2012, quandoda realizao do IV Congresso Pan-americano de HigieneOcupacional, entenderam ser pertinente a chamada para

    que a OIT e a OMS/OPAS enfatizassem a Higiene Ocupacionalcomo disciplina fundamental para a preveno dos riscos sade dos trabalhadores nas comemoraes do dia 28 deabril de 2013. Nesse sentido, foi aprovado o documentointitulado Manifesto de So Paulo (publicado na edio desetembro de 2012 da Revista ABHO), que foi levado a essasorganizaes internacionais na ocasio.

    No Informe (*) elaborado pelo Programme on Safetyand Health at Work and the Environment (SAFEWORK) anfase aos objetivos e alcances da HO nos aspectos daantecipao, do reconhecimento, da avaliao e do controle

    dos agentes ambientais, que permite a preveno dasdoenas ocupacionais, no foi especificamente observada,como esperavam as associaes latinas em seu manifesto.No entanto, com a campanha esto fortalecidas todas asiniciativas que venham da rea da Higiene Ocupacional,dada a preocupao maior da OIT com a preveno dapandemia dessas doenas, alm do diagnstico, do registroe da reabilitao.

    O Informe do Safeworkindica as doenas mais notificadasnos pases desenvolvidos e em desenvolvimento, e destacaque as molstias mais incidentes, como as doenas de pele,

    a perda de audio induzida pelo rudo, os transtornosmusculoesquelticos e as patologias respiratrias, estosendo acompanhadas por novos desafios para a preveno.Nessa publicao se aponta, em especial, a preocupaocom os riscos emergentes e determinantes de novos tiposde doenas profissionais sem que sejam ainda aplicadasmedidas adequadas de preveno, proteo e controle.Como exemplos, citam-se as novas tecnologias, como asnanotecnologias e determinadas biotecnologias. Entre osriscos emergentes se incluem as condies ergonmicasdeficientes, a exposio radiao eletromagntica e osriscos psicossociais.

    Segundo o documento da OIT, necessrio umnovo paradigma de preveno centrado nas doenas

    ocupacionais, e no s nos acidentes de trabalho com leses.

    Esse paradigma deve considerar uma srie de princpios:

    - as dificuldades que norteiam o problema no

    devem ser razo para que o ignoremos;

    - o reconhecimento, a preveno e o tratamento

    das doenas ocupacionais, assim como a melhora dos

    sistemas de registro e notificao, so prioritrios;

    - o fortalecimento dos programas nacionais de

    seguridade e de sade fundamental para a sade

    tanto das pessoas como das sociedades em que vivem.

    OIT

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    29/4029Revista ABHO/ Edio 30 2013

    No perodo de 6 a 8 de maro, representantes dogoverno e da sociedade civil e diversos especialistas

    da rea de radiaes debateram no Supremo TribunalFederal (STF) os efeitos do campo eletromagntico emlinhas de transmisso de energia eltrica sobre o meioambiente, a sade e a economia, bem como se taiscampos tm ou no potencial de causar o cncer naspessoas a eles expostas.

    A audincia pblica foi convocada pelo ministro DiasToffoli, relator do Recurso Extraordinrio (RE) 627189,interposto pela Eletropaulo. No recurso, a empresacontesta a deciso do Tribunal de Justia do Estado deSo Paulo (TJ-SP) que determinou a reduo do campoeletromagntico em linhas de transmisso de energiaeltrica prximas a dois bairros na capital de So Paulo.

    Na abertura da audincia, o subprocurador-geralda Repblica, Mrio Jos Gisi, pronunciou-se quantoao entendimento de que caberia aos empreendedores e no sociedade civil , provar que tais camposeletromagnticos provenientes das torres detransmisso no fazem mal sade da populao. Oprimeiro palestrante da audincia pblica foi o vice-

    ABHO PARTICIPA DA AUDINCIA PBLICASOBRE RADIAES ELETROMAGNTICAS

    NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERALMaria Margarida T. Moreira Lima (*)

    presidente de Operaes e Comercial da Eletropaulo,Sidney Simonaggio. Entre as questes compreendidasna audincia foram abordados os efeitos da radiaoeletromagntica de baixa frequncia sobre o meioambiente e a sade pblica e os trabalhadores; os

    investimentos e as tecnologias necessrios para reduziro campo eletromagntico das linhas de transmisso; eas repercusses prticas e econmicas de tal reduosobre o fornecimento de energia eltrica.

    A Eletropaulo sustenta que a Justia paulista aplicoude modo inadequado o princpio da precauo, previstono artigo 225 da Constituio Federal, mediante o qualo poder pblico tem o direito de interferir em atividadesque ofeream risco vida, qualidade de vida e ao meioambiente. Para a distribuidora de energia, esse princpiono poderia ser aplicado a uma tecnologia j existente.

    Em sntese, a Justia de So Paulo afirmou que,como no h certeza de que essas linhas de transmissono causam mal sade, deve ser aplicado o parmetromais rgido, afirmou o ministro Toffoli. O debate contidona ao envolve a aplicao do princpio de precauo atecnologias j existentes e a definio da legislao a seraplicada ao caso.

    Ao todo foram ouvidos 21 especialistas de empresas ergos pblicos ligados ao setor energtico, entidades da

    sociedade civil e autoridades da rea mdica e ambiental.Entre esses especialistas, participou, representandoa ABHO, o engenheiro eletricista e de segurana dotrabalho Jair Felcio, Higienista Ocupacional CertificadoHOC 0016, Membro fundador da ABHO e tambmmembro da ACGIH e da AIHA.

    O higienista Jair Felcio iniciou sua apresentao,

    na manh do dia 8 de maro, com a conceituaotcnica do tema e apresentou os objetivos da ABHOe a definio da Higiene Ocupacional. Destacou os

    No centro, o ministro Dias Toffoli, relator do Recurso Extraordinrio

    Foto:CarlosHumberto/SCO_

    STF

    (*)Higienista Ocupacional Certificada HOC0008

    STF

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    30/4030 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    estudos de que participou na rea e a regulamentaoe a legislao sobre os limites de exposio a camposeletromagnticos, afirmando que estas tm avanadono Brasil. Contextualizando a regulamentaointernacional sobre o tema, o engenheiro Jair relatouque muitos pases utilizam as normas da ComissoInternacional de Proteo s Radiaes No Ionizantes(ICNIRP) para estabelecer os limites de exposioa campos eletromagnticos de baixa frequncia.Mencionou ainda que a comisso desenvolveu manuaisacerca desses limites em conjunto com o Projeto deCampos Eletromagnticos da Organizao Mundial da

    Sade (OMS) e explicou que os limites estabelecidospela comisso foram adotados pela legislao brasileira,por meio da Lei 11.934/2009, que passou a estabelecernovos parmetros sobre a exposio humana a camposeltricos, magnticos e eletromagnticos.

    Alm da norma, JairFelcio frisou a importnciadas Resolues Normativas398/2010 e 413/2010, daAgncia Nacional de Energia

    Eltrica (Aneel). As resoluesso de extrema importnciapara o pas e para a comunidadetcnica; desmistificam apolmica sobre os nveis elimites de exposio. Provadisso, afirmou ele, so oscritrios da Resoluo da Anatel303, de 2 de julho de 2002, queaprovou o regulamento sobrelimitao da exposio a campos

    eletromagnticos na faixa de radiofrequnciasentre 9 kHz e 300 GHZ, a partir das restriesbsicas da ICNIRP. A resoluo utiliza, largamente,

    a expresso verificao do atendimento aos limitesde exposio.

    Como importante fato no campo legislativo, JairFelcio destacou a Norma ABNT NBR-5415/2006,que introduziu no contexto brasileiro os conceitosde nveis de referncia (estabelecidos por meiode modelagem matemtica, computacional epor resultados de pesquisas laboratoriais emfrequncias especficas) e os quantificou em relaoao nvel de restrio bsica (nvel que no pode serultrapassado). Com base na norma, explicou que

    os limites de exposio aos campos eletromagnticosestabelecidos para a populao geral e para a exposioocupacional so uma reduo dos limites estabelecidospelo ICNIRP. Dessa forma, adotando os fatoresde segurana, foram considerados os aspectos daprecauo, a fim de favorecer a segurana e sade dapopulao, afirmou o colega membro da ABHO.

    Seu pronunciamento se encontra em:

    A Associao Brasileira de Higienistas Ocupacionais

    cumprimenta o higienista certificado Jair Felcio poressa participao e agradece sua disposio pararepresentar a ABHO em to importante oportunidadea fim de divulgar a rea da Higiene Ocupacional e osconhecimentos de seus profissionais.

    Jair Felcio, Higienista Ocupacional Certificado

    Foto:CarlosHumberto/SCO_

    STF

    Mesa de especialistas

    STF

    Fonte: STF

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    31/4031Revista ABHO/ Edio 30 2013

    NOVA NORMA DA ABNTSOBRE ILUMINAO DE

    AMBIENTES DE TRABALHO

    Foi publicada em 21 de maro de 2013, pela AssociaoBrasileira de Normas Tcnicas ABNT, para aplicao noprazo de 30 dias, a Norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:Iluminao de ambientes de trabalho. Parte 1: interiores.

    A Norma especifica os requisitos de iluminao paralocais de trabalho internos e os requisitos para que as

    pessoas desempenhem tarefas visuais com eficincia,conforto e segurana durante todo o perodo de trabalho.A Norma, que tem 46 pginas, foi elaborada pelo ComitABNT/CB-03 Eletricidade, estando disponvel para vendana ABNT pelo preo de R$ 127,30. Para obt-la: compraem So Paulo (11) 3017.3610 / 3017.3644 / 3017.3652 [email protected]

    A norma cancela e substitui as normas ABNT NBR-5413(Iluminncia de interiores), com ltima reviso em 1992,prevista na Norma Regulamentadora NR-17 - Ergonomia , e

    a ABNT NBR-5382 (Iluminao de ambientes de trabalho),inicialmente publicada no ano de 1977 e sem atualizaodesde 1985.

    O texto da NBR ISO/CIE 8995-1 idntico em contedo

    tcnico, forma e apresentao ao da Norma InternacionalISO/CIE 8995-1: Lighting of work places Part 1: Indoor,publicada pela ISO e elaborada em conjunto com a CIE(Commission Internationale de lEclairage). Sero, dessaforma, aplicveis por meio da normalizao nacional os

    mesmos requisitos que j so aplicados iluminao deambientes internos para fins ocupacionais pelos demaispases que utilizam as normas ISO. Em sua aplicao necessrio obedecer tambm s Normas: CIE 103/5; CIE117; CIE 129; CIE 13.3; CIE 16; CIE 19.2, CIE 40, CIE 58; CIE60; CIE 62; CIE 96; CIE 97; IEC 50(845)/CEI 17.4; ISO 3864-1:2011; ISO 3864-2:2004; ISO 3864-3:2012; ISO 3864-4:2011; ISO 6309:1987; ISO 6385:2004; ISO 9241-6:1999.

    A norma brasileira ser revisada quando da atualizaoda respectiva norma internacional.

    NORMATIZAO

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    32/4032 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    CURSO DE ESPECIALIZAO EM HIGIENE OCUPACIONAL HO

    Mais um curso de especializao em HO foi realizadopela Faculdade de Cincias Mdicas da FELUMA, por meiodo Programa de Educao a Distncia Cincias Mdicas

    Virtual, e teve a participao da ABHO.

    A primeira aula presencial da 9 turma, que aconteceuem Belo Horizonte no dia 23 de maro, contou coma presena do Presidente da ABHO, o higienista JosManuel Gana Soto, e da higienista Maria Margarida T. M.Lima. As palestras dirigidas aos 45 alunos inscritos nessaturma foram voltadas para os fundamentos e tcnicasda disciplina e os desafios para a busca da excelncia daHigiene Ocupacional e abordaram, tambm, o perfil doprofissional higienista ocupacional.

    Mais informaes sobre a iniciativa podem ser obtidasna secretaria da Ps-graduao Presencial e Virtual daFELUMA.

    Fundao Educacional Lucas Machado

    Alameda Ezequiel Dias, 275 - IPG 2 andar

    Centro - Belo Horizonte MG

    CEP: 30.130-110

    Telefone para contato: (031) 3248-7172

    www.feluma.org.br

    auto gi, ouio o Pii:[email protected]

    aio, lio, ui, ii to,lt ti: [email protected]

    aoio Bili Higiit Oupioi

    CURSO

  • 7/26/2019 revista_abho_30

    33/4033Revista ABHO/ Edio 30 2013

    A ABHO, por meio do Comit de Admisso, aprovou mais dezenove novos processos de filiao. Os nomes dosnovos membros, sua categoria de filiao e seus respectivos nmeros so apresentados no quadro abaixo.

    A ABHO d as boas-vindas aos colegas e empresas, esperando contar com a participao

    dos novos filiados nas atividades da associao!

    NOVOS MEMBROS

    1229 ANTNIA SUELEM RODRIGUES DE SOUZA AFILIADO1230 VALDEIR DIAS FERREIRA AFILIADO1231 EVANDRO PAULO DE CARVALHO AFILIADO1232 PAULO ROBERTO MALHEIROS DE MORAES EFETIVO1233 ELSON FERNANDES COZZA EFETIVO1234 ANTONIO CESAR DE MACEDO SILVA EFETIVO1235 JOSIANE PIETSCH EFETIVO1236 JOSE EDILSON DE SOUZA MARTINS TCNICO1237 RAIMUNDO NONATO MONTEIRO DE MELO TCNICO

    1238 DANIEL RULE FELCIO FRANCISCO TCNICO1239 THIAGO FREITAS CAVICCHIOLI AFILIADO1240 CARLOS EDUARDO SANCHES AFILIADO1241 VERTON ALMEIDA MOREIRA DIAS TCNICO1242 ANTNIO DE CAMPOS SANTOS JUNIOR AFILIADO1243 FERNANDO MOTA DE VASCONCELOS EFETIVO1244 RAQUEL CRISTINA ZAKALUKA AFILIADO1245 PEDRO CNCIO NETO EFETIVO1246 THIAGO DA CRUZ CARDOSO TCNICO1247 GERSON FERREIRA SILVA TCNICO

    15 CONGRESSO NACIONAL DA ANAMT3 ENCONTRO ITLO BRASILEIRO DE MEDICINA DO TRABALHO9 SEMINRIO NACIONAL DE PERCIAS MDICAS TRABALHISTAS DAANAMTPalcio de Convenes do Anhembi, So Paulo, Brasil.Data: 11 a 17 de maio de 2013.Info:

    SIMPSIO ANAMT: HIGIENE OCUPACIONALHO: conceitos, tcnicas, metodologias, tendncias e perspectivas.Palcio de Convenes do Anhembi, So Paulo, Brasil.Data: 13 de maio de 2013.Info:

    AIHCE 2013 AMERICAN INDUSTRIAL HYGIENE CONFERENCE ANDEXHIBITIONA arte e a cincia do julgamento profissionalMontreal - CanadData: 18 a 23 de maio de 2013.Info:

    5 WORKSHOP DE SEGURANA E SADE OCUPACIONAL- Foco IndustrialCentro Cultural Usiminas Avenida Pedro Linhares Gomes, 3900,Shopping do Vale do Ao, Ipatinga - Minas GeraisData: 8 a 10 de Julho de 2013Info: (31) 3848-8346 ou

    5th INTERNATIONAL CONFERENCE ON WHOLE BODY VIBRATIONINJURIES5 Conferncia Internacional sobre Leses Relacionadas Vibraode Corpo Inteiro.Amsterd - HolandaData: 05 a 07 de junho de 2013.Info:

    VII CONGRESSO BRASILEIRO DE HIGIENE OCUPACIONAL eXX ENCONTRO BRASILEIRO DE HIGIENISTAS OCUPACIONAISHotel Holiday Inn, Parque Anhembi, So Paulo, BrasilData: 26 a 28 de agosto de 2013.Info:

    9 CONGRESSO INTERNACIONAL DE SADE OCUPACIONAL PARATRABALHADORES DA SADESo Paulo/SPData: 23 a 26 de setembro de 2013.Info:

    CONFERNCIA IOHA 2015Data: 27 a 30 de abril de 2015Contato: [email protected]:

    PRXIMOS EVENTOS RELACIONADOS HO

    ABHO

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    34/4034 Revista ABHO/ Edio 30 2013

    Para manter o Ttulo de Certificao, importante que seja observado e cumprido o Regulamento

    de Manuteno dos Ttulos de Certificao.

    De acordo com esse Regulamento, os profissionais certificados devem comprovar que, nodecorrer dos cinco anos seguintes obteno da Certificao ou da sua ultima renovao, exerceramatividades voltadas para o aperfeioamento e atualizao em Higiene Ocupacional, de modoa revalidar seu Ttulo. Dessa forma todos os membros que obtiveram o ttulo ou a renovao dacertificao no ano de 2008 tero de apresentar a documentao necessria para anlise do ComitPermanente de Certificao CPC de 01 de agosto de 2013 at 7 de outubro de 2013.

    importante que j se preparem para o processo, pois a localizao de todos os documentos

    comprobatrios pode ser trabalhosa e demorada, exigindo, muitas vezes, a solicitao de certificadoss instituies organizadoras dos eventos.

    O Regulamento de Manuteno da certificao, a relao dos profissionais que podero participarda Manuteno de 2013, a planilha a ser preenchida e demais informaes necessrias para talrequerimento j esto disponveis no site da ABHO www.abho.org.br.

    Lembramos que s daro pontuao