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1 S. E. PALMEIRAS: FUNDADO EM 26 DE AGOSTO DE 1914 | EDIÇÃO Nº9 | JULHO / AGOSTO 2010

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Revista do Depto. do interior da Sociedade Esportiva Palmeiras

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verdão do interior:É uma revista bimestral do Depto. do Interior da Sociedade Esportiva Palmeiras, distribuída na cidade de São Paulo, interior/ Brasil/Exterior.

Rua Turiaçu, 1840, Pompéia, CEP 05005-000, São Paulo – SPFone: (011) 38748118 Fax: (011) 3864-9267Emails: [email protected]@palmeiras.com.br

Editor Responsável: Prof. Dr. Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo.Diretor Responsável: Olavo RealeJornalista Responsável: Olga de Lourdes Garcia MTB 51.602/SPEdição de texto: Antonio Marcos Soldera MTb 11.885/SPFotografia: Fabio Menotti e César GrecoColaboradores: Marcelo Almeida, Louis Abe Fabio Marcelo , Junior (cônsul de Curiti-ba) e José Salmen-cônsul de BertiogaAgradecimento especial: Fabio Finelli Design – Projeto gráfico: Mauricio Rito - mritodesigner.netSolicite a revista digital em PDF através do e-mail: [email protected]ção nº 9-2010 – Tiragem: 5.000 exemplares

expediente

*As matérias são de responsabilidade de seus autores. Na reprodução de arquivos históricos, responsabilidade será das fontes consultadas, que serão menciona-das no editorial.

*As fotos da seção “Corações verdes” são fornecidas pelos associados interessados a participar da revista, sendo que tanto o Depto. quanto a S.E.P não se respon-sabilizam por direitos autorais e/ou de utilização das imagens.

O participante, ao enviar o material con-corda com as regras e em ceder os diretos de utilização de textos e/ou imagens ao Verdão do interior, que se reserva ainda ao direito de publicar ou não os mesmos.

entrevista com “Felipão”

na festa de 96 anos, Palmeiras apresenta maquete da arena

CtCentro de tudo

destaques desta edição

e mais

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eEditorial ................................................................................... Pág. 05

Palavra do Diretor .................................................................... Pág. 05

Futsal | 17ª Copa do Interior ................................................... Pág. 07

Futuros palmeirenses .............................................................. Pág. 09

Palmeirenses sem fronteiras .................................................. Pág. 16

A voz do palmeirense .............................................................. Pág. 21

Corações Verdes ..................................................................... Pág. 22

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editorial

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Os corações palmeirenses recebem a 9ª edição da re-vista especializada em mostrar as novidades e tudo o que rola no tapete verde do Palmeiras e suas vertentes.

Com a ajuda de colaboradores e profissionais gabarita-dos e graças à união de todos os envolvidos, nossa revista vem a público a cada dois meses, sempre com a proposta de quem acreditou na idéia e dela quis participar.

Apresentar bons textos, com argumentos críticos e conteúdo envolvente, é a nossa meta, pois o discurso oral não se constrói como no papel. Falar de futebol, para quem entende de futebol, é uma conversa. Nossa revista, porém, pretende chegar a outros públicos, diferentes, mas não me-nos importantes do que os entendidos no assunto.

Durante o período de elaboração, esbarramos em al-guns obstáculos. No entanto, nada ocorreu que nos pudesse deter, pois tínhamos metas traçadas e estratégias definidas para alcançá-las.

O objetivo principal é levar ao nosso especialíssimo público , tanto do interior, como do exterior – os bastidores da equipe alviverde de futebol. Entrevista com o técnico e responsáveis por outras áreas estão nesta edição, competi-ções promovidas entre cidades e diversos outros assuntos estão aqui para a imensa comunidade verde e branca.

Tudo para que o sócio do interior e cônsules avalie quanto o Departamento do Interior esforça-se, por meio do seu diretor, adjuntos e funcionários, no sentido de mantê-lo bem informado.

Assim, com respeito e admiração a todos vocês – cônsu-les, sócios e público leitor em geral –, oferecemos com muito amor, a nova edição da Verdão do Interior.

Saudações alviverdes e boa leitura. Até a próxima.

Por Olga Garcia

olga garcia

Construindo a históriado torcedor palmeirense

Em janeiro de 2010, completamos 18 anos no coman-do do Departamento do Interior, e orgulhosamente afir-mamos que, por mercê de Deus, estamos até hoje com a mesma disposição e entusiasmo para cumprirmos, como se fosse um iniciante, as tarefas que o cargo requer.

Passamos por três direções presidenciais, sempre fo-mos apoiados com respeito e reconhecimento pela nossa atuação como diretor do Departamento do Interior.

As atribuições referentes ao Departamento do In-terior consistem nas seguintes ocupações: matrículas e comunicação com os sócios, controle de pagamentos sociais através de listagem, atendimento ao público inte-riorano em assuntos atinentes ao Departamento em dias de eventos referentes às nossas atribuições.

Aos sábados, domingos e feriados permanece um integrante do Departamento na portaria Turiassu, para recepcionar os visitantes do interior, de outros Estados ou de outros países, para conhecer o clube.

Com frequência visitamos cidades do interior, pois somos convidados para alguns eventos que se relacio-nam com a S.E.Palmeiras. Sempre que há neces sidade da presença de alguém que represente o nosso clube, estamos a postos.

Nesta data contamos com 568 cônsules re pre-sentantes no Bra sil, 2.170 sócios, e Côn sules interna-cionais 68 em 24 países. Publicamos a revista Verdão do Interior, criação nossa, editada pela nossa jornalista e diretora-adjunta, Olga de Lourdes Garcia, sem custo para o clube.

A distribuição – 5 mil exemplares – é feita criteriosa-mente entre os sócios do interior e exterior, ficando as demais para a capital.

Olavo Reale | Diretor Titular do Depto. do Interior

Palavra do diretor

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Sociedade Esportiva Palmeiras, por meio do Departamento do Interior, realizou de 24 a 31/7, os jogos da 17ª

edição da Copa Palmeiras do In-terior de Futsal.

Reunindo 20 cidades para a disputa da Copa, o tradicional evento foi mais uma vez mar-cado por amplo sucesso, tanto pela qualidade dos jogos, quanto pela presença de público, consa-grando a atuação dos dirigentes do Departamento do Interior, que três meses antes iniciaram a preparação da competição.

Disciplina e lisura – Trata-se, na verdade, de um trabalho árduo, que inclui as comunicações com os cônsules no meio da semana, as negociações entabuladas, as

confirmações, o planejamento, as recepções às delegações, as dis-putas dos jogos, a assistência aos árbitros até chegar ao final.

Com a união de todos, o nome da S.E.Palmeiras foi mais uma vez enaltecido, honrando suas tradições e glórias conquistadas através dos tempos.

Avaré, Cajati, Corumbataí, Cruzeiro, Iacanga, Ibitinga, Ita-tinga, Ituverava, Laranjal Paulis-ta, Limeira, Lindóia, Nova Odessa , Pedreira, Piracicaba, Ribeirão Bonito, Santo André, São Caeta-no e São Miguel Arcanjo foram as cidades que participaram da disputa da Copa, que aconteceu num clima de disciplina e de cor-dialidade esportiva.

Limeira é tricampeã – Ao fi-

nal, todos mereceram os cum-primentos do presidente Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, da Diretoria Geral e do Departa-mento do Interior, que prestaram homenagem aos prefeitos, aos cônsules e à comunidade das ci-dades participantes.

Confira agora os resultados da Copa, vencida pela cidade de Limeira, que com este título conquistou o tricampeonato na competição:

1º) Limeira Tricampeã 2008, 2009, 2010.2º) Iacanga3º) Nova Odessa4º) Paraisópolis

A S.E. Palmeiras agradece a to-dos pela participação e espera revê-los no próximo ano.

a competição reuniu equipes de 17 cidades e foi vencida por limeira, que obteve o seu 3º título consecutivo

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Foto da equipe de Limeira, tricampeã do Torneio: 2008, 2009 e 2010

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Confira fotos das equipes finalistas da competição

Jogadores de Limeira comemoram gol na grande final

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Vice-Campeã: Iacanga

Quarto lugar: Paraisópolis

Terceiro lugar: Nova Odessa

Jogadores e familiares da equipe campeã

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O Palmeiras está exe-cutando dois impor-tantes projetos volta-dos para crianças de zero a 12 anos.

Um dos projetos trata da en-trada de crianças em campo com os jogadores em dia de jogo.

O outro envolve visitas do torcedor-mirim à Academia do Palmeiras.

Há ainda um terceiro projeto, em fase de estudos, que pretende levar crianças de comunidades carentes a jogos do Verdão.

Os projetos estão ligados à Equipe Torcedor-Mirim, que está em ação desde o ano passado. Os coordenadores do projeto Torcedor- Mirim são Paulo Pinto, José Carlos, Sueli Palma e Luiz Henrique.

Confira:

Entrada das crianças em campo com os jogadores em dia do jogo

Em todos os jogos em que o Palmeiras é mandante colocamos uma chamada no site oficial, con-vocando os torcedores-mirins pa-ra entrar em campo com os joga-dores do Palmeiras. Os critérios para a entrada das crianças em campo estão perma-nentemente afixados no site oficial na página do torcedor-mirim.

Os critérios são bem sim-ples, a idade máxima é 12 anos incompletos, e as crianças pre-cisam estar com o uniforme do Palmeiras completo - camisa, calção e meia.

Colocamos no máximo 120 cri-anças em campo. Não fazemos reservas. A seleção é por ordem de chegada, ou seja, as 120 primeiras crianças que se apresentarem en-tram em campo.

Em breve vamos estender este projeto para os jogos que nos quais Palmeiras é visitante. A solicitação já está no departa-mento de futebol profissional em processo de aprovação.

Visita do torcedor-mirim à Academia do Palmeiras

Mensalmente levamos aproximada-mente 100 crianças de até 12 anos para assistir treinos da equipe. Após o treino, somente as crianças en-tram em campo para pegar autógra-fos e tirar fotos.

A forma que decidimos para democratizar estas visitas é co-locar a chamada no site oficial para as crianças realizarem um cadastro. As 100 primeiras cri-anças são convidadas. Esta chamada é colocada so-mente uma vez por mês. Após atin-girmos o número desejado de ca-dastros, ela é retirada. Após a visita as crianças recebem um pequeno lanche e um presentinho.

Projeto Palmeiras Social, em estudos de viabilidade

A idéia central desse projeto, ainda em estudos, é de que, em todos os jogos em que o Palmeiras seja mandante, con-vidaremos 300 crianças de co-munidades carentes para assis-tir ao espetáculo. Vamos enviar ônibus até as instituições para transportar as crianças. Uma vez por mês iremos convidar es-sas mesmas crianças para visi-tar a Academia do Palmeiras e assistir ao treino.

de olho no futuro, verdão investe no

torcedor-mirim

o Nossos herdeiros conhecem sua casa

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io na festa de 96 anos, Palmeiras apresenta maquete da arenaPresidente Belluzzo puxa o hino na hora de cortar o bolo que comemorou os

quase cem anos de glórias do verdão

om um banquete de gala, o Palmeiras come-morou seus 96 anos de fundação no dia 23/8, reunindo autoridades e C

personalidades do futebol numa casa noturna de Moema, na Zona Sul de São Paulo.

Aproximadamente 300 conse-lhei ros compareceram à noite do grande evento palmeirense. O clube subsidiou parte do evento, e os convidados pagaram R$ 120 para participarem da homena-gem ao 96º aniversário do clube. A articulação política a respeito do substituto do presidente Luiz

Gonzaga Belluzzo foi a tônica das conversas da noite.

A maquete da Arena do Palmeiras foi outra atração da festa. A dire-toria planeja começar as obras no Palestra Itália na primeira quin-zena de setembro, mas isso ainda depende da liberação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que pediu alguns ajustes no projeto.

O comentarista de esportes Mauro Beting, filho do grande jornalista econômico – e palmeirense de coração – Joelmir Beting, foi o mestre de cerimônias, numa noite em que foram muitos os discursos

– um deles, muito emocionado, do presidente Belluzzo.

“Quando surge o alviverde impo-nente...” – Coube ao presidente palmeirense, quase no final do evento, puxar e ‘reger’ o hino do clube alviverde no palco. E Belluzzo deu um show à parte. Primeiro, cortou o bolo, ao lado do ministro dos Esportes, Orlan-do Silva, que gritou em alto e bom tom um “viva o Palmeiras” bem no momento do corte.

Aproveitando a deixa, o presidente destacou que o Palmeiras é um dos poucos times brasileiros reconhe-

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iona festa de 96 anos, Palmeiras apresenta maquete da arenaPresidente Belluzzo puxa o hino na hora de cortar o bolo que comemorou os

quase cem anos de glórias do verdão

Mauro Betting

cidos no mundo inteiro. “Quando se chega a algum aeroporto no ex-terior logo se vê a marca Palmei-ras”, disse, cheio de empolgação, Belluzzo, que, por instantes, vi-rou maestro, ao ouvir os primeiros acordes do hino palmeirense. Con-selheiros, diretores e convidados se deixaram reger, seguindo a em-polgação do dirigente, que está em seu segundo ano de mandato.

O professor e administrador pal-mei rense permaneceu durante cinco minutos no palco e desceu sob aplausos de centenas de pessoas. Depois disso, foi cum-primentado por alguns diretores do Verdão e pelo presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero. Aos nossos leitores, tanto do inte-rior quanto do exterior, podemos afirmar com toda propriedade que o Palmeiras está em todos os lu-gares e, independente do lugar físi-co, todos sentimos a mesma coisa.

Alguns têm o privilégio de sem-pre ver o Verdão jogar. Outros se-quer foram a um estádio. Alguns só podem acompanhar os jogos pelo rádio; outros pela internet e TV. Mas isso apenas significa que a paixão não é limitada a um lu-gar apenas. Somos todos iguais, unidos pelo mesmo ideal, senti-mos a mesma coisa.

E é apenas isso que importa.

Jose Roberto Louis Abe, cônsul EUA (centro) e Vanessa Maia

Marcos Klein

Núbia das Almas Hugo Hoyama, Elizabeth Tamura ,Sr Hélio Tamura

Belluzzo, Orlando Silva (Ministro de Esportes) e Marco Polo Del Nero

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ez anos depois de sua gloriosa passa-gem pelo Palmei-ras, entre 1997 e 2000, Luiz Felipe d

Scolari, 62 anos, está de volta ao alviverde.

Conhecido nacionalmente como ‘Felipão’ e pelo mundo afora como ‘Big Phil’, o treina-dor levou o conceito de ‘Família Scolari’ à Seleção e conquistou para o Brasil o título de penta-campeão, na Copa de 2002, ca-rimbando o seu passaporte para o exterior.

luís Felipe scolari

Os palmeirenses certamente não esquecem as glórias vividas em sua primeira passagem pelo Palmeiras: títulos de campeão do Brasileirão, Copa Brasil, Li-bertadores da América e até um vice-campeonato mundial.

Mas isso a torcida alviverde já sabe de cor e salteado e, se não sabe, basta dar uma navegada na Internet. Por isso, nesse bate-bola com Felipão, nossa revista procurou mostrar o homem que existe por detrás do ídolo.

Num jogo rápido, Felipão conta,

entre outras revelações, que está muito feliz por voltar ao Palmei-ras e que fez essa opção pela rece ptividade que teve no clube quando chegou em 1997 e tam-bém pelo lado familiar, pois São Paulo oferece chances de estudo e trabalho para seus filhos.

Na entrevista, Felipão fala ainda de seu grande ídolo – o capitão Carlos Froner, já faleci-do, que foi seu treinador quando era jogador na equipe gaúcha do Caxias –, comenta como se sente como ‘ídolo’, e antecipa que pre-tende encerrar a carreira daqui uns três ou quatro anos, quando então abrirá o jogo sobre algu-mas coisas do futebol que todo mundo sabe, mas ninguém fala.Antes, porém, ele quer vencer os desafios atuais e fazer o Verdão voltar a brilhar.

Felipão fala da felicidade da volta e da vontade de fazer o verdão brilhar

Por que a opção por voltar ao Palmeiras?

A situação de amizade, ca-rinho, conforto e a receptividade que eu tive desde que vim para cá em 1997 e, por tudo aquilo que vivi nos três anos e meio que passei no Palmeiras. Assim, no momento em que tive oportuni-dade de ser convidado, por um, dois, três clubes do Brasil, fiz a opção pelo Palmeiras, muito por esse aspecto e um pouco tam-bém pelo aspecto familiar. São Paulo me dá a oportunidade, no futuro, de que meus filhos voltem para o Brasil, estudem e trabalhem aqui.

Está feliz?

Muito feliz e contente. Vejo um

Palmeiras totalmente diferente daquilo que era no meu tempo de 1997. Modernidade, evolução e dificuldades que, aos poucos, nós vamos superando.

Tem alguma coisa que você implementou no exterior e trouxe para o Palmeiras?

O que eu levei do Palmeiras foi o ambiente que nós vivíamos e a forma como nós trabalháva-mos, para conseguirmos ter um grupo equilibrado, com o mesmo pensamento e voltado para os mesmos objetivos. Aquele grupo de 1997 a 2000 foi formado aos poucos, mas teve um espírito de união como muito poucos tive-ram. Não é que tenha levado para

Confira o bate-bola:

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para que não se cometam exage-ros. Então é isso que eu sempre peço aos meus atletas. Dentro de campo, eles são os donos do jogo, eles podem fazer a diferen-ça. Não vale só o que foi prepa-rado teoricamente e foi conver-sado, porque quando a bola rola, tudo muda. Essa autonomia, essa liberdade, eu sempre vivi, também quando jogava futebol. Via meus técnicos me cobrando, mas também me dando respon-sabilidades, me dando liberdade e acho que isso é o mais correto. Até mesmo na nossa vida fami-liar é assim. Nós temos normas com a nossa família. Mas nunca deixamos de dar condições aos nossos filhos de ter a possibili-dade de mudar alguma coisa, para que evoluam e cresçam. É a mesma coisa no futebol.

Essa liberdade individual não é algo que desvincula o técnico daquele chavão de que quem perde ou ganha o jogo é o treinador?

Eles, dentro de campo, são as responsabilidades do técni-co. É normal que os técnicos ao perderem o jogo assumam uma posição de que tiveram mais res ponsabilidades na derrota. Afinal, foi o técnico que escolheu os jogadores, quem deu o treina-mento da semana, quem definiu a estratégia e uma série de coi-sas assim. Então, o técnico, até por uma questão psicológica, na situação de derrota, assume um nível maior de responsabili-dade pelos erros cometidos pelo grupo, porque é o normal dentro da nossa área. Mas o técnico não

fora do País, mas me deu mais segurança, porque trabalhando dessa forma, mesmo lá fora, conseguiria bons resultados.

Lá, o individualismo fala mais alto?

Não é que o individualismo fale mais alto. Lá a cultura é diferente da nossa. Algumas situações que nós vivemos aqui, lá são muito difíceis de serem vividas. Mas com tudo aquilo que nós vivemos aqui e tudo aquilo que nós vimos que dava certo, a gente pôde aplicar algumas fórmulas pequenas, para que os jogadores e as direções de jogadores tivessem outro tipo de trabalho e fossem nos aceitando mais naturalmente.

Como é a questão de autonomia? Você disse numa coletiva, que o jogador tem de ter autonomia dentro do campo. Como você trabalha com isso?

O jogador tem de trabalhar durante a semana dentro de uma norma de treinamento. Mas o jogador, em minha opinião, tem de ter liberdade para criar, ter certos movimentos que não estejam dentro daquilo que foi preparado. Porque o futebol é uma surpresa a toda hora. Se for seguir somente um padrão, tudo fica muito previsível. O jogador com personalidade desenvolve outro tipo de trabalho dentro de campo, porque o treinador lhe permite isso, dentro de determi-nadas regras, que são impostas

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chuta a bola, o técnico não entra lá dentro de campo e faz o gol, não leva o gol. Então são coisas que acontecem e quando existe um bom grupo, existe a divisão de responsabilidades.

Você tem algum ídolo?

Quando era jovem e ouvi pelo rádio, por exemplo, quando fa-leceu o John Kennedy (John Fitzgerald Kennedy, 35º presi-dente americano, assassinado, aos 46 anos, em 1963), depois de algumas coisas que foram fala-das e após ter lido alguns livros a respeito, imaginei que via nele um grande líder. Mas, conforme vamos trabalhando no dia a dia vemos quantas pessoas têm a capacidade e o poder da supe-ração, dando exemplos tais que passam, não ser seus ídolos diretamente, mas recebendo um olhar diferenciado. Como técni-co de futebol, a pessoa que mais influenciou na minha vida foi o meu treinador quando jogava no Caxias (Sociedade Esportiva Caxias do Sul, time de Caxias do Sul/RS), o capitão Carlos Fro-ner (Carlos Benevenuto Froner, conhe cido como Capitão Froner,

19/11/1919 – 21/8/2002). Essa foi a pessoa com quem tive mais identificação como técni-co de futebol, por quem, mais ou menos, me direcionei na carreira, dentro daquele pris-ma que ele passava para mim quando eu era jogador.

Alguma lembrança específica dele que te marcou?

O que mais me lembro dele – que já é falecido – era a forma como tratava os jogadores. Ele era muito sério, de poucos risos, pouca conversa, mas amigo e, pelo seu atleta, se precisasse morrer, ele morria. Ele passava tanta proteção, que, por ele, eu jogava até machucado.

Se pudesse voltar no tempo faria alguma coisa diferente?

Se eu pudesse voltar no tem-po, mas lembrando de alguns er-ros que cometi, eu não cometeria aqueles erros ou minimizaria as coisas erradas que fiz. Mas tam-

bém não posso dizer que tenha feito aquilo sabedor que era er-rado. Quem sabe tenha feito, pensando que estava fazendo o mais correto. Portanto, acho que o bom é pensar que a vida foi tão boa, tão espetacular desde que eu nasci até agora, que vale a pena viver. Vale à pena pensar que foi tudo tão maravilhoso que fica até difícil imaginar em um dia morrer...

Quem é Luiz Felipe Scolari?

Eu acho que sou aquilo que se pode dizer uma boa pessoa. Um bom amigo, um bom profissional na minha área, um bom pai de família, fui um bom aluno na es-cola, fui um bom professor nos treze anos que lecionei Educação Física no Estado do Rio Grande do Sul. Eu diria assim: Luiz Fe-lipe Scolari é uma boa pessoa.

Um homem realizado?

Em tudo. Eu não tenho ne-nhuma situação em que não te-nha sido feliz, pronto.

Qual a sensação de ser um ídolo?

Para mim não teria muita diferença se eu não fosse um ídolo. Sou um ídolo, tudo bem. Mas pela forma que eu ajo, pela forma com que as minhas equipes, no caso do futebol, tra-balham. Pela forma que eu cuido da minha família, pela forma com que eu trato os meus amigos e pela minha simplicidade. Nada ia mudar se eu não tivesse tam-bém sido ídolo. Eu não fui ídolo

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Entrevista exclusiva no CT à nossa jornalista responsável

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como jogador, porque não fui um grande jogador, embora tivesse muito respeito de todos os meus colegas, por minha vontade. En-tão eu acho que é só agir nor-malmente e mostrar de coração o que a gente é que as pessoas ficam satisfeitas, independente se for isso ou aquilo. Se você mostrar de coração o que é que está fazendo, como está fazendo, as pessoas te consideram.

Como comandante de uma grande nave como se sente quando os objetivos não são alcançados?

Estou sempre buscando al-ternativas para atingir aquilo que nós traçamos em conjunto. Porque não é apenas o meu ob-jetivo como técnico que tenho de atingir. Quando se faz parte de um grupo, temos objetivos comuns e todos têm de buscar alternativas para atingir aquele determinado objetivo. Quando não é atingido o objetivo eu vou buscar soluções. Primeiro, para mim, porque, se sou eu que es-tou comandando e não estamos atingindo o que foi programado, é porque estou errando em al-gum lugar. Depois, junto com os meus comandados, como uma forma de reciprocidade naque-les pensamentos que temos de passar para que o grupo evolua e atinja melhores objetivos.

Você é uma pessoa muito reflexiva?

Mais ou menos, principal-mente quando se enfrenta uma situação um pouco mais nebulo-

sa, do que a que foi programada. A gente tem de refletir para ver se aquilo que programou é mais do que pode ser atingido. Ou se foi programado de uma forma errada. E aí tem de retroceder e começar tudo de novo. Todo tra-balho precisa de uma equipe que te dê suporte para avançar ou recuar. Por isso, é importante ter uma equipe de trabalho. Como trabalho sempre com uma boa equipe, tenho sempre esse re-trospecto bom, pois são os mem-bros dela que me dão feedback do que está certo ou errado.

Um recado para aquele torcedor palmeirense que sonha em estar aqui, de ver e falar com o Felipão?

O que podemos dizer para o torcedor esteja ele no Brasil ou fora, é que o Palmeiras pela sua tradição, pelas pessoas que estão aqui hoje trabalhando conosco, sempre vai ter uma porta aberta para o nosso torce-dor. Sempre, sempre, sempre. E, naturalmente, dentro dos horários que temos e das dis-ponibilidades, sempre vamos estar à disposição, porque sabe-mos o quanto o torcedor gosta do clube e o quanto ele é impor-tante para o clube. O meu recado para o torcedor é que ele viva o Palmeiras, continue adorando o Palmeiras e, no momento em que tiver uma oportunidade de vir, ele será bem recebido.

Alguma pergunta que nenhum jornalista lhe fez e que você gostaria

de ter respondido?

Um dia quando, encerrar a minha carreira e deixar de tra-balhar com futebol, vou dizer algumas coisas que nunca disse até hoje, mas que no futebol to-dos conhecem e sabem, mas não falam e não dizem porque pode ser prejudicial ao trabalho de um treinador. É uma questão de ética e também de se evitar uma polêmica, que provavelmente iria ocorrer se dissesse o que pretendo dizer quando encerrar minha carreira.

Que isso não ocorra tão breve...Daqui uns três ou quatro anos.

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jogo foi anunciado ainda antes da Copa do Mundo, no auge das emoções e da pré-cobertura do esporte nos EUA. Um colega de trabalho encontrou uma matéria o

publicada pelo jornal USA Today, e imediata-mente comecei a fazer planos com outros palmeirenses e torcedores de torcidas orga-nizadas aliadas à Mancha Verde-USA, para irmos ao jogo.

Uma semana antes do jogo recebo um email de um grupo de palmeirenses, com o link de uma reportagem no Estadão sobre um cientista brasileiro que havia sido premiado com 2,5 milhões de dólares, para avançar suas pesquisas em um laboratório da Duke University, sobre uma possível maneira de controlar os espasmos musculares causados pelo Mal de Parkinson.

Sabendo que se tratava do doutor Miguel Nicolelis, um ilustre palmeirense, fui atrás de informações sobre ele e consegui obter contato, confirmando sua presença no jogo do Brasil. Como seria uma ótima oportuni-dade de fazer uma matéria para a Verdão do Interior, procurei informar os membros do Departamento do Interior do Palmeiras, que logo fizeram de tudo para que eu pudesse en-tregar em mãos uma camisa oficial ao doutor, já que ele ia se encontrar com o presidente americano Barack Obama. Enviaram o pacote via Sedex expresso para minha casa.

O jogo foi realizado no recém-inaugurado estádio de futebol americano, que foi modifi-cado para acomodar o amistoso. O novo está-dio pertence ao New York Giants e ao New York Jets. Quando chegamos ao estacionamento

Palmeiras sem fronteirasdoutor miguel nicolelis: um ilustre palestrino

Mais uma vez, nosso Departamento foi representado pelo cônsul Abe Louis, de New Jersey, na partida entre Brasil X EUA. Abaixo, palavras de Louis, relatando o evento

e o encontro triunfal com o doutor Miguel Nicolelis

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do estádio a sensação térmica era de 40 graus. No nosso por-ta-malas havia uma frasqueira cheia de água com gás e frutas, além da nossa bandeira, que era a maior dentro e fora do estádio.

Depois de estabelecida a “base”, a bandeira pendurada e todos vestindo o manto, di-rigi-me ao portão para confir-mar o horário que seria aberto o acesso às arquibancadas. Na caminhada, avisto dois homens à minha frente, um deles com a camisa do Palmeiras. Corri para alcançá-los e, quando me aproximei, percebi que se tra-tava do doutor Miguel Nicolelis e seu filho Rafael.

Apresentei-me e trocamos al-gumas informações sobre onde estaríamos dentro do estádio, pois eu queria ter certeza que iria encontrá-lo para entregar a camisa do Palmeiras para o presidente Barack Obama com o número 44 nas costas, por ser o 44º presidente.

Às 18h30 entramos no está-dio. Ficamos no setor VIP, o que faci litou para pendurar a ban-deira do Palmeiras em um ponto visível. Porém, passados alguns minutos tive que retirá-la por motivos profissionais (patrocina-dores), mas a bandeira continuou sendo vista e fui parado várias ve-

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zes por pessoas pedindo para ti-rar fotos ao lado ou segurando-a.

Quando cheguei ao setor onde estava o doutor, ele estava trocan-do sua camisa do Brasil, com o nome Nicolelis estampado às cos-tas, por uma do Palmeiras, com a qual fez questão de po sar durante alguns minutos. Ali, no meio de milhares de pessoas, consegui conversar com um dos brasileiros mais respeitados no mundo da ciência e senti-me privilegiado.

Mantivemos uma conversa em tom de amigos palestrinos. Discutimos os nossos planos de ir para o Brasil, as recentes contratações do Palmeiras, o calor que estávamos passando,

doutor miguel nicolelis: um ilustre palestrino

Louis Abe, em amistoso do Brasil contra EUA

a viagem dele da Carolina do Norte até New Jersey e sobre uma pergunta que fiz a ele so-bre o projeto.

O prêmio que lhe foi concedi-do é devido aos avanços positivos que alcançou na possibilidade de controlar as reações musculares involuntárias, típicas de portado-res do Mal de Parkinson. Segun-do ele, os testes já foram positi-vos em macacos e, se o projeto der certo, o Mal de Parkinson, que hoje tem cirurgia que pre-cisa ser feita a cada seis anos ao custo de centenas de milhares de dólares poderá ser curado com o aparelho que está desen-volvendo e que deverá custar em torno de cem dólares. Conforme sua própria definição, o aparelho atua como se estivesse dando um restart no cérebro.

Terminado o intervalo, nos des-pedimos e ficamos de nos encontrar no Palestra Itália no final de agosto. No final do jogo, com placar de 2 a 0 para o Brasil, me cubro com a bandeira (foto) e caminhamos em direção ao carro. Durante o trajeto escutei várias vezes: “Porco, Porco” e “vai, Palmeiras”!

Mais uma vez, nosso Departamento foi representado pelo cônsul Abe Louis, de New Jersey, na partida entre Brasil X EUA. Abaixo, palavras de Louis, relatando o evento

e o encontro triunfal com o doutor Miguel Nicolelis

Dr. Miguel Nicolelis, exibi a camisa do Verdão em jogo nos Estados Unidos

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á um ano e meio no Palmeiras, ele é o responsável por tudo o que admi-

sua opinião, o torcedor mereça tanto respeito quanto o próprio jogador, pois só quer uma coi-sa na vida: que o seu time seja campeão. Ambos formam as duas pontas necessárias vitais para o sucesso.

Em entrevista à nossa revis-ta, Sérgio fala do seu amor pelo clube alviverde, e antevê que muito em breve o Palmeiras, que sempre foi ‘top’, estará res-gatando a sua grandeza.

Confira os principais tópi-cos da conversa com Sergio do Prado:

“Fazemos o dia a dia do futebol profissional”

Estou no Palmeiras há um ano em meio. Cumpro meu trabalho dia riamente, de 2ª a 2ª no Centro de Treinamento. Cuido tanto da parte de administração do uso diário do CT, quanto de tudo que envolve a documentação do futebol, como os registros dos jogadores, assim como as transferências dos atle-tas. Enfim, todo controle de atletas também está sob a minha pasta e da minha equipe, naturalmente. Em resumo: fazemos o dia a dia do futebol profissional. Tenho quatro pessoas na equipe: Janaína, assistente do Departamen-to, Leonardo, supervisor de logística,

Hnistrativamente envolve o Cen-tro de Treinamento do Verdão e também por toda documen-tação referente às idas e vin-das dos atletas profissio nais, além de acompa nhar todas as viagens com a delegação do futebol. Juntamente com sua equipe, como gosta de definir, é ele quem dirigi o dia a dia a devi-da retaguarda ao futebol profis-sional da equipe alviverde.

Estamos falando do gerente-administrativo do Palmeiras, Ser gio do Prado, para quem o futebol é a síntese entre atle-tas e torcida, muito embora, em

Ct-Centro de tudo

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Hora de retomar gran deza está che gan do, garante gerente-admi nistrativo do Verdão

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Lettra (assistente administrativo) e o Lucas, que é office-boy. Na verdade nós administramos o futebol em si. O futebol profissional exige muito. Viajar com a delegação, cuidar de toda viagem, como hotéis, campos de treinamento, horário de viagens, enfim tudo com o devido conforto e segurança necessária. Especifica-mente a documentação do futebol é somente comigo e com a Janaína. O controle é totalmente nosso.

“Sonho de se visitar o CT pode ser realizado”

O CT é para uso exclusivo, pois é um lugar fechado para uso diário dos jogadores e comissão técnica. Enfim, é um lugar exclusivo de trabalho. Porém, há exceções. Todo último sábado do mês, às vezes, penúltimo em virtude do calendário esporti-vo atendemos ao projeto Torcedor Mirim. Esses pequenos torcedores vêm do quadro de associados, que poderão ser visualizados através do site oficial. Nós poderíamos sim, in-corporar neste dia, que já é aberto à visitação, os muitos torcedores do interior, do exterior e os nossos cônsules que sonham em estar no CT. Nestes dias, inclusive, os joga-

dores já estão preparados para isso, ou seja, dar autógrafo e receber com carinho os nossos torcedores.

“Não há dificuldade quando se faz o que gosta”

Não vejo dificuldade, pois gosto muito do que faço. Anteriormente fui diretor de Futebol do Santo An-dré, do ABC, por 16 anos e um mês. Saí em dezembro de 2008, quando o clube havia acabado de subir para série A. Subimos em novembro, saí em dezembro.

Trouxe comigo a experiência de ter participado na conquista da copa do Brasil 2004 e ajudar a levar o time da série C para a série A do Brasileiro. En-tendi que o meu ciclo lá tinha se encer-rado. O Toninho Cecílio, que era o ge-rente técnico do futebol no Palmeiras, sempre quis que houvesse um outro gerente para ajudá-lo, na parte admi-nistrativa. Quando soube que eu havia saído do Sto. André, convidou-me. Ele havia sido meu atleta em 2002 no Sto. André, igualmente ao Galeano, nosso coordenador técnico que o substituiu.

Então, eu não posso falar de difi-culdade, porque estou no clube que é do meu coração. Quando criança, pegava ônibus e vinha a São Paulo, de trem também a demais cidades do interior, pois eu morava em – São Carlos – para ver jogos do Palmei-ras. E um dia Deus me presenteou. Estou só há um ano e meio, mas tive essa sorte. Em 18/02/2009 Dr. Ci-ppulo me contratou.

“Quem vier ao CT em horário inadequado, não será atendido”

A grandeza do Palmeiras requer muito mais tempo e dedicação. O que eu vejo de diferente de outros clubes aqui, é a parte política. O CT é o lugar que não se pode misturar com política. Para se estar no CT há determinadas horas. Existem pes-soas que não conseguem entender ou não querem entender e ficam forçando para virem em horários inadequados, muitas vezes em trei-nos fechados, quando não poderão ser atendidos. Eu vou seguir o que a minha diretoria de futebol deter-

Sala de Imprensa, Academia de Futebol

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mina, não tem preço para isso, custe o que custar. A conversa não é nada doce, é salgada, mas ela vai sempre acontecer em todo e qualquer mo-mento. Se eu tenho a confiança da minha diretoria, do meu presidente, do meu vice, cabe, eu zelar para que aqui no CT as coisas andem cor-retamente, como numa empresa qualquer. É uma chateação, mas não entendo como dificuldade, pois não a tenho para lidar com pessoas que não entendem o que deve ser feito. Para mim é muito fácil lidar com eles: é simplesmente não.

No mais são as situações do dia a dia. Registrar um jogador que chega num dia e é posto para jogar, por exemplo. Sem contar o universo de pessoas com as quais temos que nos relacionar em nível de Federação Paulista, CBF ou Confederação Sul-Americana. Como sempre fiz isso, não é difícil. Como diretor de futebol atuava em várias situações e hoje

tenho função administrativa, que era ‘uma’ das várias coisas que fazia.

“A torcida do Palmeiras é apaixonante, fanática”

É diferente. Nós que somos palmeirenses temos facilidade para entender. A torcida é apaixonante. Não conheço um palmeirense que não seja fanático. O palmeirense é fanático. Além de tudo, o torcedor está carente de título: Esta hora vai chegar.

“Torcedor merece tanto respeito quanto o próprio jogador”

Acho que torcer pelo Palmeiras é especial. É emocionante e grati-ficante. Como já disse, para mim é fácil sentir isso, porque também sou torcedor. Já viajei muito, tomei sol e chuva para estar no meio deles. En-tão eu entendo. Até quando tem pro-testo, também entendo bem. Res-peito muito o torcedor. Porque acho que a síntese do futebol é o atleta e o torcedor. Todos nós que vivemos ao lado vivemos em decorrência deles. Se hoje estou no meu cargo, que eu adoro,é porque acho que o torce-dor merece tanto respeito quanto o próprio jogador, ele não ganha nada, ele só dá. Ele toma chuva, gasta di-nheiro, sofre e passa por privações. E quer o quê? Que o time dele ganhe. É a única coisa que ele quer.

“Palmeirenses do interior têm carência de ver o time de perto”

Eu não tenho acesso direto aos torcedores do interior. Mas a paixão é igual. A gente vê nos aeroportos, nos hotéis, quando o time chega ao campo. A diferença, porém, está no

fato de, por ser do interior – e eu co-nheço bem isso, porque vim de lá e viajei muito para ver o Verdão jogar –, ter uma carência maior de querer ver. Quando o Palmeiras vem jogar aqui, quando vou poder ver o time? O torcedor da capital vê sempre. Isso faz com que o amor fique mais forte ainda do lado do torcedor do interior. Hoje o mundo globalizou, tem internet, tem todo e qualquer tipo de informação. Talvez não se tenha mais dificuldade em acompanhar as notícias do time, mas, sim, de ver, sentir o calor por es-tar próximo de seu ídolo.

“Está retomando a grandeza. O Verdão sempre foi gigante”

Independente do momento, o torcedor tem de acreditar. Nós que fazemos parte do trabalho e acom-panhamos tudo desde o início até o fim sentimos que está ficando cada vez mais sólida a situação do time. Infelizmente agora neste momento os resultados não estão vindo. Mas o trabalho é para isso. A curto e mé-dio prazo. O Palmeiras já conta com Valdívia, Kleber e outros reforços que virão. A Arena vai acontecer. As obras aqui no CT já vem acontecen-do. Acho que o Palmeiras daqui para frente será melhor ainda. Eu tenho convicção disso, porque eu participo de um trabalho e vejo o esforço da presidência, da vice-presidência e seus diretores assim como os de-mais departamentos com os quais eu não convivo, mas estou próximo. Eu acho que muita coisa boa nos aguarda aí. Está chegando a nossa hora de retomar a grandeza que sempre foi o Palmeiras. O Palmeiras sempre foi especial. Não estamos tra duzindo em campo as glórias que deveríamos desfrutar, mas em breve iremos viver esta situação.

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eguindo o consagra-do formato do futebol europeu, é uma rádio que se dedica exclusi-vamente a transmitir

jogos do Palmeiras, por uma equipe de profissionais forma-da por torcedores do time.

Apesar de ter apenas um ano de vida, a Web Rádio Ver-dão já atinge ótimos números de audiência, e já faz parte da vida do torcedor palmeirense.

Cerca de 22 mil torcedores, em mais de duzentas cidades

brasileiras, e em mais de 20 países acompanham cada par-tida do Palmeiras através da Web Rádio Verdão.

Além da transmissão em áu-dio, através da Internet, a Web Rádio Verdão ainda promove a interação entre os torcedores por meio de um chat exclusivo.

Então fica aí o convite para os torcedores espalhados pelo interior do Brasil, capital e no mundão afora: para acompa-nhar os jogos do Verdão acesse: www.webradioverdao.com.br

web rádio verdão: comunicaçãoon-line com o torcedor palmeirense.

um veículo inovador no mercado brasileiro

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Equipe de transmissão em mais um jogo do Verdão

Este é o espírito de Mondo Palmeiras, um blogcast de interação de torce-dores em torno da paixão pelo clube alviverde, Campeão do Século XX.

Criado em 2006 pelos fanáticos Fa-bian Chacur, Flávio Canuto e Raul Bianchi, o Mondo Palmeiras alia in-formação com credibilidade e bom humor, fórmula mágica que o tornou um fenômeno da internet entre os palmeirenses.

O programa semanal, transmitido em podcast, e é acessado no mundo todo. O blog é abastecido diariamente com notícias do clube, apresentadas de forma simples, direta e descontraída, além de vídeos e outras atrações.

Alguns dos maiores ídolos da história do Verdão já participaram do progra-ma, como Ademir da Guia, Edmundo, Evair, Pierre e Valdívia. Jornalistas consagrados como Joelmir Beting e José Silvério também figuram entre os mais de 100 convidados.

A informação segmentada e com alto grau de interação é uma tendência mundial, com ferramentas como o chat, o blog e o Twitter. E poucas tor-cidas são tão antenadas quanto a do Verdão.

Mondo Palmeiras possui o mérito de ter sido um dos primeiros a falar diretamente a esse público: o torce-dor jovem e ávido por informações e produtos de seu clube do coração, que vê na Internet a melhor forma de ouvir e ser ouvido.

Acesse: www.mondopalmeiras.net Gomão Ribeiro (Narrador) Raul Bianchi (Comentarista) André Nery (Produção)

rádio mondo Palmeiras:credibilidade e bom humor

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Fotos: Miguel Salek

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Ana Claudia e Ana Paula - UNIP SP

um amor em verde e BranCo. assim é o Palmeirense!!!

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Julia 15 anos - Paracatu Monique - Maceió

Carolina Ferreira Suarez - São Paulo Vitor Peron Ferraz - São Paulo Wiliam Firmino Ferreira - Tocantins Palmas

Caroline Maria da Silva - Taipas Dalmacio Ferraz da Cruz - Taipas Geovana L. da Cruz e Daniel L.da Cruz - Taipas

Julia, Marcelo F., Marcelo Filho e Mara - Paracatu Ecio, Felipe Diniz, Breno, Dr Decio e Mayara Basquete Palmeiras

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