revista portuaria - junho 2013

68

Upload: editora-bittencourt

Post on 07-Mar-2016

220 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Revista Portuaria - Junho 2013

TRANSCRIPT

Editora BittencourtRua Jorge Matos, 15 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88302-130 Fone: 47 3344.8600

DiretorCarlos Bittencourt [email protected]

Jornalista responsável: Leonardo Thomé – DRT SC 04607 [email protected]

Diagramação:Solange Alves [email protected]

Contato ComercialRosane Piardi - 47 8405.8776 [email protected]

ImpressãoImpressul Indústria Gráfica

Elogios, críticas ou sugestõ[email protected]

Para assinar: Valor anual: R$ 180,00

Foto de Capa: istockphoto

A Revista Portuária não seresponsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores.www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

ANO 15 EDIÇÃO Nº 160 JUNHO 2013

EDITORIAL

Economia&Negócios • Junho 2013 • 3

A última legislação para destravar o sistema portuário brasileiro era de 1993. Fazia tempo. 20

anos depois, em 2013, foi sancionada pela Presidência da República a nova Lei dos Portos, com o objetivo de moder-nizar os portos, aumentar a competiti-vidade entre eles e, por conseguinte, da economia nacional. Economia que depende muito do bom funcionamen-to dos terminais de entrada e saída das riquezas nacionais. A Revista Portuária entende a necessidade da legislação, sabemos o quão importante será a nova regulamentação visando melho-rar um setor fundamental que ficou obsoleto e está longe da eficiência de portos mundo afora.

Entretanto, depois de entrevistas e conversas com empresários, portuá-rios, economistas e estudiosos, nota-se que a nova lei nos encanta pelo propósito de modernizar os terminais, porém, precisamos entender que a legislação por si só não fará nenhum milagre com o restante da cadeia por-tuária.

Será preciso melhorar muito a infraestrutura de estradas, ferrovias e acessos aos portos brasileiros. Será fundamental a desburocratização das instituições nacionais, fato que des-motiva os armadores, empresários, clientes e todos os laços da cadeia que penam na mão de quem deveria ser o elo de agilidade entre os produtos

daqui e os compradores de fora.Se, somado a nova Lei dos Por-

tos, conseguirmos minimizar - pelo menos isso - esses dois gargalos que emperram toda a estrutura logística e econômica do país, então, talvez, po-deremos almejar um país competente e qualificado no que se refere à cadeia portuária da nação. O problema é am-plo. É esperar para ver, mas aqui você já vai saber o que precisa melhorar.

Na edição de junho você tam-bém vai conferir uma entrevista exclu-siva com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, personagem que foi decisivo numa conquista obtida pelo Estado em maio: a abertura do mercado japonês para a carne suína de Santa Catarina, depois de exaustivos sete anos de ne-gociações.

Não deixe de ler também, caro leitor, a reportagem que mostra o aque-cimento do mercado de shoppings em Itajaí e Balneário Camboriú. Símbolos do poder de consumo de uma cidade ou região, os centros comerciais do li-toral se consolidam, ampliam e atraem novos investimentos. Falamos ainda tudo sobre as próximas regatas a apor-tarem em Itajaí e um material especial sobre o aniversário da cidade, com detalhes do melhor dessa senhora de 153 anos. Antes, boa leitura. Depois, parabéns, Itajaí!

Portos, shoppings, regatas, carne suína e uma aniversariante: tudo aqui

Comercial para todo o Brasil

VIRTUAL BRAZIL Ltda+55 48 3233-2030 | +55 48 9961-5473

MAIL: [email protected]: [email protected]

4 • Junho 2013 • Economia&Negócios

ÍNDICE

www.revistaportuaria.com.br

Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publica-ção, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acon-tece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é en-caminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Para-ná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: [email protected]

Revista Portuária também está na web com informações exclusivas

POLO NÁUTICO INTERNACIONAL Itajaí será ponto de partida da regata Velas Latinoamérica 2014

LEI DOS PORTOS: Tudo sobre a polêmica Medida que pretende Modernizar o setor Portuário

30

MELHORES E MAIORES Shoppings centers se espalham pelo Litoral Norte de Santa Catarina

40

52

14D

ivulgação

Divulgação/Portonave

Divulgação

A futura bacia de evolução agradecePortos de Itajaí e Navegantes receberão investimentos dos governos estadual e federal

54Parabéns pra você, Itajaí!Cidade completa 153 anos tendo enorme futuro pela frente

Nelson Robledo

Economia&Negócios • Junho 2013 • 5

ENTREVISTA

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferi-no Pedrozo, está vinculado ao associativismo há

mais de 35 anos, praticamente metade de sua vida, afinal, ele tem 71 anos. O mandatário da Faesc é graduado em Admi-nistração de Empresas e, dentre outras funções, presidiu o conglomerado Coopercentral Aurora Alimentos, o Sindicato Rural de Joaçaba, a Cooperativa Tritícola Rio do Peixe e o Sindicarnes. Um homem que tem lastro nas atividades do campo.

Pedrozo é presidente do conselho de administração do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em San-ta Catarina e vice-presidente de secretaria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, além de conselheiro em outras entidades. Foi deputado estadual por duas legislaturas. Hoje comanda a Faesc, federação que cuida dos interesses de uma das classes que mais têm contribuído para a econo-mia catarinense.

Isso fica claro numa conquista importante obtida por Santa Catarina em fins de maio: a abertura do mercado japo-nês para a carne suína de Santa Catarina – a única área livre de aftosa sem vacinação no Brasil. Pedrozo exalta que o fato cria expectativas positivas para a agroindústria barriga-verde, pois há cerca de dez anos as indústrias, os produtores rurais e o governo desenvolviam gestões diplomáticas e comerciais com esse objetivo.

Objetivo foi alcançado em grande parte pela tenaci-dade de quem comanda o agronegócio catarinense, em es-pecial o próprio Pedrozo. Pois é essa figura experiente, com profundo conhecimento da realidade rural catarinense e dos negócios na área, que concedeu uma entrevista exclusiva para a edição de junho da Revista Portuária, falando do campo, dos portos e da sonhada Ferrovia da Integração.

O homem à frente do agronegócio catarinense conta tudo da economia do campo

JOSÉ ZEFERINO PEDROZO

Pedrozo aponta a crescente expressão

social e econômica da cadeia produtiva do leite

DIVULGAÇÃO

6 • Junho 2013 • Economia&Negócios

ENTREVISTA

Revista Portuária - No dia 24 de maio, o governo catarinense e o Mi-nistério da Agricultura anunciaram que o Japão abriu seu mercado à carne suína produzida no Estado, depois de sete anos de negociações. O que permitiu a aber-tura desse mercado tão importante?

Pedrozo - O fator determi-nante foi a estrutura de produção e de controle sanitário da cadeia produtiva da carne em Santa Catarina. Temos um status sanitário único porque somos área livre de aftosa sem vacinação. A qualidade da carne catarinense é reco-nhecida mundialmente. Os produtores rurais, as agroindústrias e o governo trabalharam em sintonia para chegar a esse resultado.

Revista Portuária - Em sua opinião, a abertura do mercado japonês muda a suinocultura no país, já que deve alavancar as vendas da carne suína pro-duzida em Santa Catarina?

Pedrozo - Não muda, mas,

confirma que estamos no caminho cer-to, o caminho da qualidade, do rigor sanitário e da qualificação de todos os elos da cadeia produtiva.

Revista Portuária - Existe uma expectativa de qual será a demanda pela carne suína apenas para os japoneses?

Pedrozo - A capacidade poten-cial do mercado japonês em comprar carne catarinense é grande, pois trata-se do maior importador de carne suí-na do mundo com produtos de valor agregado. Acreditamos que o Brasil fornecerá aproximadamente 15% das importações daquele país asiático em 2013 e 2014. O Japão importa anual-mente cerca de 800 mil toneladas do produto, representando cerca de US$ 5,5 bilhões. Os principais fornecedores são Estados Unidos e Canadá. Atual-mente, o Brasil é o maior exportador de carne de aves in natura congelada para o Japão, com quase 90% de par-ticipação.

“A qualidade da carne

catarinense é reconhecida

mundialmente.”

Pedrozo lembra que Santa Catarina tem um status sanitário único por ser área livre de aftosa sem vacinação

DIVULGAÇÃO

8 • Junho 2013 • Economia&Negócios

ENTREVISTA

Revista Portuária - Quais se-tores da agricultura e da pecuária ca-tarinense despertam mais otimismo na Faesc em 2013? Por quê?

Pedrozo - É inegável que, nes-se momento, o segmento da carne es-teja impregnado de otimismo. Além do anúncio oficial da abertura do mercado do Japão para a carne suína catarinense, produtores e empresários estão otimis-tas para o segundo semestre porque a Ucrânia e Rússia voltarão a comprar carne para suprir o consumo da po-pulação no rigoroso inverno europeu. Outro fator importante no mercado é

o México. Problemas sanitários naquele país determinaram a redução da produ-ção interna e, por isso, eles comprarão carne de frango catarinense. Os Esta-dos Unidos abriram o mercado no ano passado, mas somente agora fecharam acordo com o Brasil para a emissão do certificado sanitário e três plantas cata-rinenses foram aprovadas para exportar. Há previsão de que em junho estará li-berada a venda de carne suína para os Estados Unidos. Por outro lado, a Co-réia do Sul, cuja missão esteve em Santa Catarina para conhecer as indústrias e o sistema produtivo agroindustrial, pode

No dia 24 de maio, o governo catarinense e o Ministério da Agricultura anunciaram que o Japão

abriu seu mercado à carne suína produzida no Estado,

depois de sete anos de negociações

DIVULGAÇÃO

produtividade. A Lei dos Portos redu-zirá a ineficiência da logística portuária principalmente pela maior participação da iniciativa privada nas operações. O elemento fundamental é a quebra da dependência das empresas aos portos públicos. Portanto, aumentar a oferta

Economia&Negócios • Junho 2013 • 9

ENTREVISTA

ser um grande comprador a partir do segundo semestre.

Revista Portuária - Além da abertura do mercado japonês para a car-ne suína, existem mais motivos para que produtores e empresários estejam otimis-tas para os meses que se avizinham, tan-to na agricultura como na pecuária?

Pedrozo - Atualmente, nenhum produto agrícola catarinense enfrenta crise de preço ou de mercado. A renta-bilidade de todos os produtos agrícolas continua alta, inclusive a maçã. As safras de milho, soja e fumo foram boas. Os preços da soja e do milho, que estive-ram elevados em 2012, decaíram um pouco em face do aumento da oferta, mas a remuneração continua boa. O leite continua uma grande opção. O preço ao produtor está ótimo: mais de 1 real ao litro.

Revista Portuária - O que o se-nhor, como presidente da Faesc, acha da polêmica aprovação da Lei dos Portos?

Pedrozo - A Lei que trata da re-forma e da abertura do sistema portuá-rio brasileiro é fundamental para o nos-so futuro, porque a situação do Brasil é dramática. Num ranking sobre qualida-de dos portos em 142 países, estamos situados na 130ª posição, à frente ape-nas do Timor Leste, do Haiti, da Vene-zuela, do Tajiquistão e de mais alguns países de economia modesta. Desde a abertura dos nossos portos ao co-mércio internacional em 1808, o Brasil ainda não foi capaz de construir estru-turas portuárias adequadas. A operação portuária no Brasil está muito distante das referências mundiais de eficiência e

O Japão importa anualmente cerca de 800 mil toneladas do produto, representando cerca de

US$ 5,5 bilhões

DIVULGAÇÃO

12 • Junho 2013 • Economia&Negócios

ENTREVISTA

nos terminais privados é estimular a concorrência.

Revista Portuária - É possível modernizar os portos brasileiros e, por consequência, diminuir os custos da lo-gística nacional, apenas com os investi-mentos da Lei dos Portos?

Pedrozo - Os terminais priva-dos trabalham com capacidade ociosa em alguns meses do ano; os terminais públicos trabalham além da capacidade em todo o ano, justamente pela históri-ca falta de investimentos, pelo excesso de burocracia e ineficiências gerenciais. A Lei é o início da desconcentração portuária. Pode-se formar uma rede de portos interconectados e, ao mes-mo tempo, concorrentes entre si, o que significa um maior aproveitamen-to do potencial brasileiro nessa área e uma formação de corredores logísticos globais a partir do interior do País.

Revista Portuária - Qual a im-portância da Ferrovia da Integração para o oeste e o leste catarinense?

Pedrozo - A economia catari-nense precisa de duas ferrovias. A pri-meira é a norte-sul, ligando Chapecó ao centro-oeste do país. Ela é essencial

para transportar as 2,5 milhões de tone-ladas de milho e soja que Santa Catarina importa de Mato Grosso do Sul (MS) e Mato Grosso (MG). A proposta do go-verno é uma ferrovia que ligue Panora-ma (SP) ao Porto de Rio Grande (RS) passando por Chapecó. A segunda é a Ferrovia da Integração, também conhe-cida como Ferrovia do Frango, ligando o oeste de Santa Catarina ao Porto de Itajaí. Essas duas obras são essenciais para a competitividade mundial das agroindústrias.

Revista Portuária - O senhor acredita que o traçado férreo seja con-

cluído até 2019? Pedrozo - O otimismo tomou

conta do setor produtivo e da classe econômica do grande oeste catari-nense com oficialização do edital da Ferrovia da Integração, assinado pelo ministro dos transportes em Chapecó, no mês de maio. A novidade é que o edital contempla três projetos em uma só licitação: o estudo de viabilidade téc-nica, econômica e ambiental, o estudo aerofotogramétrico e o projeto básico de engenharia. O prazo para os três trabalhos é de 22 meses e o valor do investimento do Ministério dos Trans-portes nesse edital é de 68,7 milhões

Com o aumento nas exportações, a tendência é de que o preço

das carnes diminua para o consumidor final

DIVULGAÇÃO

Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - FlorianópolisEm Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC

Economia&Negócios • Junho 2013 • 13

ENTREVISTA

de reais. Vamos ganhar tempo para po-der iniciar a obra dentro de no máximo dois anos. A execução vai exigir no mí-nimo quatro anos. Existe, agora, uma clara e consistente vontade política para a execução dos projetos ferroviários em Santa Catarina.

Revista Portuária - Como o senhor avalia o atual momento da economia catarinense?

Pedrozo - Estamos vivendo um momento positivo, de expansão e crescimento em quase todos os seto-res. O desafio é suprir as deficiências de infraestrutura nas regiões produto-ras, como o grande oeste catarinense. Emergencialmente, são necessárias a recuperação das rodovias e a constru-ção de uma rede de armazéns. A mé-dio prazo, a prioridade é a construção do sistema ferroviário ligando o este catarinense ao centro-oeste brasileiro e ao litoral catarinense.

Revista Portuária - Como está a economia nacional nessa época de cri-se nos países desenvolvidos?

Pedrozo - Nossa preocupação na esfera nacional está relacionada ao controle da inflação. A volta do proces-so inflacionário seria desastroso para o setor primário da economia brasileira. De outra parte, também nos preocu-pa o crescente nível das importações. A importação de bens de produção é positiva, porque permite modernizar a indústria nacional. Mas, a importação maciça de bens de consumo – como vem ocorrendo – enfraquece a indús-tria brasileira e elimina muitos empre-gos. •

Pedrozo deixa claro que a agricultura

e a pecuária catarinense estão

indo de ventoem popa

DIVULGAÇÃO

14 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Depois de sediar de forma inesquecível a Volvo Ocean Race, em 2012, Itajaí parece ter entrado definitiva-mente no cenário dos grandes polos náuticos inter-

nacionais. Prova disso é que depois da exemplar organização da maior competição náutica do mundo – os veleiros suecos da Volvo -, Itajaí já ganhou o direito de sediar mais três com-petições internacionais de vela: a regata Transatlântica Jacques Vabre, em novembro de 2013, a regata Velas Latinoamérica 2014, que acontecerá em fevereiro de 2014, e a 12° edição da Volvo Ocean Race, que vai passar novamente por aqui em abril de 2015. Ou seja, para os próximos anos o que não vai faltar são regatas grandiosas a colorir o Rio Itajaí-Açu e a movimentar a economia de Itajaí e região.

E entre as autoridades da cidade sobra confiança e oti-mismo para o desafio de organizar tantos eventos grandiosos em tão pouco espaço de tempo. O prefeito Jandir Bellini en-tende que o know-how adquirido na edição de 2012 da Vol-vo contribuirá significativamente para uma nova superação. “Em 2010, quando aceitamos o desafio de sediar a Volvo, não sabíamos o que viria pela frente. No entanto, tínhamos a certeza de que contaríamos com a garra e determinação de nossa população. E foi o que aconteceu. Itajaí se uniu em torno de um objetivo comum e realizamos uma das melhores paradas da regata. E em 2015 será ainda melhor, assim como a Jacques Vabre, a Velas Latinoamérica também será um su-cesso”, garantiu Bellini.

Itajaí será ponto de partida da regata Velas Latinoamérica 2014

REGATA

POLO NÁUTICO INTERNACIONAL

Três regatas internacionais já estão agendadas para Itajaí até 2015 outras podem vir na esteira dos ventos

Nelson Robledo

16 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Bellini ressalta a importância de Itajaí ser o ponto de partida da regata Velas Latinoamérica 2014, o que consolida o município como um importante polo da vela internacional. “Já são três grandes eventos internacionais que temos agendados para os próximos anos – as regatas Transat Jacques Vabre em 2013, a Velas Latinoamérica 2014 no ano que vem e a Volvo

Ocean Race em 2015 – que projetam o nome de Itajaí em nível mundial e nos coloca como uma importante opção no universo náutico”, comemora Bellini.

Com veleiros das Marinhas Organizada pela Marinha da Argentina, a regata Velas

REGATA

DIVULGAÇÃO

Economia&Negócios • Junho 2013 • 17

Latinoamérica 2014 reunirá veleiros escola de grande porte das marinhas do Brasil, Chile, Equador, Colômbia e Argentina. Itajaí será a largada do evento náutico, que se inicia no dia 11 de fe-vereiro, uma terça-feira, com o esquenta da regata a movimen-tar o município. A largada está programada para o dia 16, um domingo, quando as embarcações partem para um trajeto de 12 mil milhas náuticas (aproximadamente 23 mil quilômetros), que será executado em 134 dias.

As embarcações navegarão juntas pelos mares da Amé-rica do Sul e Caribe, passando por portos da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Dominicana, Ve-nezuela e Uruguai. “É uma grande satisfação para nós que Itajaí tenha sido escolhida para sediar esse importante evento náuti-co”, disse o delegado da Capitania dos Portos de Itajaí, capitão de Fragata Fernando Anselmo Sampaio Mattos.

Segundo ele, o sucesso alcançado por Itajaí durante a edição de 2012 da Volvo Ocean Race, foi decisivo para que o município fosse escolhido pelos organizadores. “Disputamos a regata com municípios como Salvador, Rio de Janeiro, Reci-fe, Fortaleza e Natal. A infraestrutura turística regional – uma vez que Itajaí está inserida em uma região com grande apelo turístico – aliada a expertise que o município vem adquirindo na realização de eventos náuticos, foi decisiva na escolha dos organizadores”, destacou o comandante.

Mattos acrescenta que os veleiros participantes da regata têm mais de 70 metros de comprimento e poderão ser visita-dos pela comunidade durante a realização do evento, desde o dia 11 de fevereiro até o dia 16. “Mais do que uma competição, a Velas Latinoamérica 2014 é uma exibição de embarcações gigantescas e um momento de confraternização entre as mari-nhas dos países participantes”, complementa.

O presidente do Comitê Organizador das Regatas em Itajaí, Amílcar Gazaniga, o maior entusiasta da consolidação de Itajaí como polo náutico, destaca a importância do resgate da vocação para os esportes náuticos e diz que esse é o segmento que vem trazendo impactos bastante positivos para o muni-cípio. “São impactos na economia, turismo, desenvolvimento e, principalmente, a quebra de paradigmas, pois esse tipo de evento nos coloca em pé de igualdade com importantes muni-cípios do Brasil e exterior”, diz Gazaniga.

A regata nascida pros lados do Rio da Prata é realizada a cada quatro anos. A última parada na costa brasileira ocorreu no

REGATA

Em 2015, novamente os veleiros da Volvo Ocean

Race vão colorir as águas do Rio Itajaí-Açu

18 • Junho 2013 • Economia&Negócios

ano de 2010, com a inclusão do Rio de Janeiro no roteiro.

Jacques VabreCriada em 1993, a Jacques Vabre era conhecida como

a ‘A Rota do Café’, pois largava da França e chegava em Carta-gena, na Colômbia. Ao longo dos anos, o percurso se modi-ficou e, entre 2001 e 2007, o porto de chegada foi Salvador, na Bahia. Depois, mudou para Puerto Limon, na Costa Rica.

A 20ª edição, em 2013, terá um percurso de 5.395 milhas náuticas (10 mil quilômetros) e sairá da cidade francesa de Le Havre em 3 de novembro e chegará a Itajaí 20 dias depois. Mais de 45 embarcações participam da disputa, que tem 20 anos de tradição na vela oceânica. Quatro classes par-ticipam da travessia: Mod70, Imoca60, Class40 e Classe Multi 50. Vale destacar que a Transat Jacques Vabre é um evento eco-responsável. As emissões de CO2 são compensadas por

REGATA

operações de reflorestamento nas florestas tropicais. A organização da Jacques Vabre está a cargo do mu-

nicípio, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, do governo do Estado e por um Comitê Central Organizador formado por representantes de diversos segmentos da socie-dade. A parada brasileira da Jacques Vabre ocorrerá de 21 de novembro a 2 de dezembro. Até lá, representantes da regata devem voltar a Santa Catarina pelo menos mais uma vez.

Volvo Ocean RaceConfirmada em janeiro como um dos portos de pa-

rada da edição 2014/2015 da Volvo Ocean Race, Itajaí re-ceberá as embarcações em abril de 2015, três anos depois da primeira vez. Os barcos vão largar de Alicante, na Espa-nha, em outubro de 2014. De lá seguem para Recife, em Pernambuco, local da primeira parada da regata. Em seguida rumam para Oriente e Ásia. Depois chegam a Auckland, na Nova Zelândia, e cruzam novamente os Oceanos Pacífico e Atlântico para aportar em Itajaí, em março/abril de 2015.

Mais uma vez Itajaí será um ponto estratégico para a Volvo Ocean Race sendo a primeira parada depois da pas-sagem pelo temido e desgastante Cabo Horn, no Oceano Antártico, e que faz a divisão entre os oceanos Pacífico e Atlântico. Por lá as ondas chegam a 10 metros, os ventos a 100 quilômetros por hora e a temperatura a 40° graus nega-tivos. Na última edição, apenas quatro dos seis veleiros con-seguiram chegar velejando ao município, sendo que dois dos quatro aportaram dias depois. •

Eventos de vela serão rotineiros em Itajaí nos próximos anos

Os veleiros da regata transatlântica Jacques Vabre são diferentes dos usados na Volvo Ocean Race

DIVU

LGAÇ

ÃO

DIVU

LGAÇ

ÃO

20 • Junho 2013 • Economia&Negócios

PORTOS DO BRASIL

O executivo Roberto Lopes dos Santos é o novo diretor superintendente do Terminal Portuá-rio Santa Catarina (TESC), em São Francisco do Sul. Lopes veio do Grupo Libra, onde deixou o cargo de diretor comercial, e também já atuou como diretor geral da Libra Terminais Santos, Diretor Comercial da Libra Terminais Rio e diretor de operações do Terminal de Vila Velha, pertencente à Vale/Log In.

À frente do TESC, ele tem como meta for-talecer as atuais relações comerciais do Terminal e atrair novos clientes. O executivo adianta que a eficiência operacional e comercial é determinante para buscar novos clientes e que o TESC vai apos-tar num conjunto de estratégias para aumentar sua participação no competitivo setor portuário em Santa Catarina. •

FORTALECIMENTORoberto Lopes dos Santos é o novo diretor

superintendente do TESC em São Francisco do Sul

À frente do TESC, ele tem como meta fortalecer as atuais relações comerciais

do Terminal e atrair novos clientes

DIVU

LGAÇ

ÃO

PORTOS DO BRASIL

Economia&Negócios • Junho 2013 • 21

Focado no desenvolvimento socioeconômico da região Norte de Santa Catarina, o Porto Itapoá partici-pou, na última semana de maio, da reunião do Conse-lho de Desenvolvimento Regional (CDR), promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Joinville. No encontro, realizado em São João do Itaperiú, o presidente do Porto Itapoá, Patrício Junior, fez uma apresentação do terminal, do canal de acesso e da Baía da Babitonga e seus desafios. Falou também sobre o futuro da região Norte, apresentando ao con-selho o projeto “CB2 - Complexo Portuário da Babi-tonga”, que, entre outras coisas, destaca a importância de uma ferrovia que ligue os portos de Itapoá e São Francisco do Sul às regiões produtivas do país.

O tema foi muito bem visto por todos e agraciado de forma especial pela secretária Simone Schramm, tanto que na mesma reunião ela convidou o Porto Itapoá a ocupar um assento permanente na CDR. Este Conselho é formado pelos prefeitos, vere-adores e representantes da sociedade civil dos municí-pios pertencentes à SDR Joinville (Itapoá, Garuva, São Francisco do Sul, Joinville, Araquari, Barra do Sul, Barra Velha e São João do Itaperiú). O Conselho é presi-dido pela Secretária de Desenvolvimento Regional, Simone Schramm, e também conta com a presença de deputados estaduais da região, entre eles Kennedy Nunes (PSD), Darci de Mattos (PSD) e Antonio Aguiar (PMDB). •

Porto Itapoá é responsável direto pelo crescimento da economia no Norte de Santa Catarina

DESAFIOSPorto Itapoá lança o projeto CB² - Complexo da Baía da Babitonga

DIVU

LGAÇ

ÃO

22 • Junho 2013 • Economia&Negócios

MANUTENÇÃODraga Catarina inicia operações no Complexo do Itajaí

A draga Catarina, importada pela empresa Triunfo es-pecialmente para a realização dos serviços de dragagem de manutenção das profundidades da bacia de evolução e canal interno em -14 metros do Complexo Portuário do Itajaí, e de 14,5 metros no canal externo; iniciou no dia 27 de maio suas operações. Os serviços de dragagem já vinham sendo realizados por outros equipamentos desde o início de ou-tubro do ano passado e o começo dos trabalhos do novo equipamento tende a otimizar os serviços.

A draga Catarina é do tipo hopper, tem capaci-dade 2,4 mil metros cúbicos, comprimento de 83 me-tros e largura de 16 metros. “Com o início das ope-rações desse equipamento, ocorrido na segunda-feira, 27, garantiremos o restabelecimento das profundidades posteriores a conclusão dos serviços de dragagem de aprofundamento, realizados pela Secretaria de Portos da Presidência da República, com recursos do Programa Nacional de Dragagem (PND)”, diz o superintendente

do Porto de Itajaí, engenheiro An-tonio Ayres dos Santos Júnior.

Segundo o superintenden-te, com maiores profundidades o Complexo Portuário do Itajaí poderá ampliar o volume médio de cargas operadas por navio. “A contratação da dragagem perma-nente também é uma necessida-de para o porto, que por estar instalado em uma foz de rio, sofre constantemente com o acúmulo de sedimentos que são deposita-dos pela ação natural da corrente-za do rio”, acrescenta Ayres. •

Draga Catarina já está operando no canal do Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu

Divulgação

24 • Junho 2013 • Economia&Negócios

PORTOS DO BRASIL

As peças destinadas à fábrica de cimento Margem, em construção no município de Adrianópolis, estão chegando pelo Porto de Paranaguá. Vindos de 15 países diferentes, os primeiros volumes recebidos fazem parte do forno da indústria. Até o final do ano, estão previstas várias outras remessas, todas pelo porto paranaense. A unidade industrial da Margem Cimento, subsidiária da catarinense Supremo Cimento, no Vale da Ribeira, tem previsão de inauguração para 2014.

Em maio, foram recebidas pelo Porto duas re-messas de peças. Ao todo, foram 90 volumes, soman-do quase 800 toneladas, recebidos da China. No início de junho está previsto o recebimento de outras duas peças de grande porte para a fábrica.

“Estamos cumprindo o compromisso que assumi-mos, em 2011, com o Governo do Estado do Paraná, em contribuir para o desenvolvimento do Estado – não apenas na região onde estamos nos instalando, mas, também, através do recebimento das peças da indústria todas pelo Porto de Paranaguá. Temos levado isso bem a sério”, afirma o coordenador de comércio exterior da empresa, Werner Neumann.

De acordo com o diretor técnico da Administra-

DESENVOLVIMENTOPorto de Paranaguá recebe novo lote de peças gigantes

ção dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Pauli-nho Dalmaz, o Porto de Paranaguá está preparado para receber todo tipo de carga especial e de projeto. “Essas cargas, apesar da dimensão, são cargas que exigem uma operação especializada: mão de obra qualificada, espa-ço disponível para manobrar as cargas e capacidade do piso. Tudo isso temos aqui no Porto de Paranaguá, além de logística para saída do terminal”, afirma.

As peças estão ocupando o pátio do berço 208, do Porto de Paranaguá, até a liberação para poderem ser transportadas até o destino final, em Adrianópolis.

Indústria A indústria de cimento catarinense deve investir

em Adrianópolis cerca de R$340 milhões. O projeto foi inserido no Programa Paraná Competitivo, que oferece incentivos fiscais e outros benefícios para empreendi-mentos que gerem empregos, especialmente nas regi-ões mais carentes do Estado. •

DIVU

LGAÇ

ÃO

PORTOS DO BRASIL

Economia&Negócios • Junho 2013 • 25

Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC

O Porto do Rio Grande fechou, na última semana de maio, 3 milhões de toneladas de soja escoadas para o exte-rior. Nesta safra, mais de 3,5 milhões de toneladas do grão já chegaram no porto gaúcho. A soja foi transportada até os terminais graneleiros através de 86 mil caminhões, 9 mil vagões e 26 barcaças. Mais de 50 navios foram embarcados com o grão, tendo, em média, 63 mil toneladas por navio.

Neste ano, a estimativa é de uma supersafra para o Estado com mais de

12 milhões de toneladas da oleaginosa, sendo que pelo Porto devem ser em-barcadas cerca de 8 milhões de tonela-das. A soja chega ao porto gaúcho por meio dos modais rodoviário (60%), fer-roviário (30%) e hidroviário (10%). O monitoramento do escoamento e arma-zenagem estática estão sendo realizados pela Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG), através de informa-ções diárias provenientes dos terminais graneleiros Termasa, Tergrasa, Bianchini e Bunge. •

O Superintendente do Porto do Rio Grande, Dirceu Lopes, palestrou sobre “Logística para Grãos”, no dia 3 de junho, durante o 28º Seminário Coo-plantio, em Gramado. O tema foi um dos destaques da mesa redonda “Economia, tendências e a agricultura do Sul do Brasil”. Para Lopes, o Brasil pode tornar-se o maior produtor mundial de grãos. “Precisamos planejar, in-vestir e articular nossa infraestru-tura logística a fim de atender às necessidades produtivas do País com eficiência e de forma com-petitiva”. •

Porto do Rio Grande já embarcou 3 milhõesde toneladas de soja para o exterior

Superintendente palestra no 28º

Seminário Cooplantio

DIVU

LGAÇ

ÃO

26 • Junho 2013 • Economia&Negócios

PORTOS DO BRASIL

No dia 4 de junho, a Federação das Indústrias do es-tado de Santa Catarina (Fiesc) e representantes dos portos catarinenses iniciaram a participação, como expositores na feira Transport Logistic, que aconteceu até o dia 7 de junho, em Munique, na Alemanha. O objetivo foi promover o pro-grama Portos.SC, que visa divulgar no Brasil e no exterior os benefícios e as potencialidades do sistema portuário de Santa Catarina. O Programa foi lançado em abril e é uma ação con-junta dos terminais do Estado na busca de cargas, por meio de articulação liderada pela Fiesc.

Santa Catarina elevou a participação no total de con-têineres movimentados no Brasil de 13,46% em 2008 para 17,23% em 2012, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). No mesmo período, a par-ticipação do Estado no volume movimentado no país, em to-neladas, subiu de 3,35% para 5,26%. Segundo levantamento da FIESC, está previsto investimento de US$ 1 bilhão nos

próximos anos para melhorar a infraestrutura, reforçar e rea-linhar berços, expandir terminais e comprar novos equipa-mentos.

A feira alemã é um dos mais importantes eventos mun-diais na área de transportes, logística, mobilidade, tecnologia e gestão da cadeia de fornecimento, que vem se expandindo de forma contínua ao longo das últimas décadas. Em 2013, o evento cresceu ainda mais, não só em termos de espaço de exposição, com a inclusão de um pavilhão de exposição adicional, totalizando 110 mil metros quadrados de área de feira, mas também em número de expositores - são mais de 2 mil vindos de 64 países.

Neste ano a feira ocupou nove pavilhões divididos nos setores intralogística, telemática, comércio eletrônico e tele-comunicações, sistemas de transporte de mercadorias e ser-viços logísticos, além da Air Cargo Europe, uma exposição e conferências no segmento de carga aérea mundial.•

EXPANSÃOPortos.SC é apresentado na Alemanha

Érica Luka

Economia&Negócios • Maio 2013 • 27

PORTOS DO BRASIL

28 • Junho 2013 • Economia&Negócios

O governador Raimundo Colombo participou no dia 4 de junho de uma audiência na Agência Na-cional de Transportes Aquaviários (Antaq), em Brasí-lia, destacando a importância dos investimentos nos portos de Santa Catarina no cenário atual, favorecido pela abertura do mercado japonês para a carne suína catarinense. No encontro, representantes da (Antaq) prometeram agilidade no processo de regularização do Terminal Portuário da Seara - Braskarne, localizado junto ao Porto de Itajaí, e importante engrenagem na cadeia da exportação de carne catarinense.

O Braskarne foi comprado pela gigante do agro-negócio Marfrig juntamente com a aquisição da catari-nense Seara, em 2009. O gerente jurídico da Seara/Marfrig, Celso de Novaes destacou que a formaliza-ção do terminal junto à (Antaq), com a finalização de todas as questões burocráticas geradas pelo negócio

entre as duas empresas, é um passo importante para o grupo “Queremos que o grupo mantenha seus pla-nos de investimentos no terminal privado, que além da demanda da própria Marfrig, atende mais de 600 empresas”, comentou Novaes.

O diretor da (Antaq), Pedro Brito, prometeu agilidade no caso, dando prioridade para que o pro-cesso seja resolvido o quanto antes. Colombo come-morou o apoio da ANTAQ, ressaltando o bom mo-mento para o agronegócio catarinense no mercado internacional. “Vamos viver um ciclo espetacular, com aumento na produção e na exportação. Santa Catari-na já é o maior produtor de carne suína do país e ago-ra temos que nos preparar para os novos mercados, como o japonês. O momento de ganhar mercado é agora, por isso a importância dos investimentos nos portos”, afirmou o governador. •

INVESTIMENTOSColombo busca apoio aos portos de

Santa Catarina junto ao governo federal

DIVU

LGAÇ

ÃO

Economia&Negócios • Junho 2013 • 29

30 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Essencial. Assim pode ser classificada a polêmica Lei dos Portos, que tem como objetivo modernizar os portos do país e ampliar os investimentos no setor. Setor portuário

que há décadas carece de uma injeção de ânimo e maiores incentivos financeiros, tudo para escapar de uma realidade que faz o Brasil não possuir nenhum terminal entre os melhores e mais eficientes do mundo. É difícil ser competitivo em tempos de globalização tendo uma cadeia portuária arcaica.

No Complexo Portuário do Itajaí-Açu, bem como em Santa Catarina, os portos encontram-se num cenário favorável

Sozinha não fa rá milagre

LEI DOS PORTOS: TUDO SOBRE A POLÊMICA MEDIDA

QUE PRETENDE MODERNIZAR O SETOR PORTUÁRIO

Sozinha não fa rá milagreem relação a outros terminais brasi-leiros, visto que há terminais privados e parcerias público-privadas que já há algum tempo aceleram a atividade e movimentam a economia catarinense, como apregoa a nova legislação por-tuária.

Dessa forma, a realidade do res-tante dos portos destoa da existente por aqui, e isso acaba por respingar em Itajaí, Navegantes, Itapoá, São Fran-cisco do Sul e Imbituba. Numa cadeia como a portuária, que depende muito da logística e infraestrutura, se uma das pontas não estiver 100% amarrada aos outros terminais acontece o que vimos nos últimos meses pelo Brasil afora: fi-las e mais filas nos acessos aos terminais graneleiros, especialmente em Santos/SP e Paranaguá/PR.

Tudo isso fez com que a safra re-corde de soja encontrasse dificuldades na hora de ser entregue ao comprador, o que inclusive provocou cancelamento de pedidos, abarrotamento de galpões de armazenagem e congestionamentos intermináveis de caminhões, o que exi-giu enorme paciência dos motoristas. Mas e agora? A presidente Dilma Rous-seff (PT) sancionou, no dia 5 de junho, a nova Lei dos Portos brasileiros, mas vetou dez pontos do texto aprovado pelo Congresso.

Entre os pontos vetados estão a criação de categoria de terminal indús-tria; proibição a empresas de navega-ção marítima de operarem terminais; obrigatoriedade de uso do Ogmo (Órgão Gestor de Mão-de-Obra) na contratação de trabalhadores embar-cados; prorrogação de concessões em portos secos; obrigatoriedade para que

A Lei dos Portos por si só não fará milagres no sistema portuário nacional

Economia&Negócios • Junho 2013 • 31

Ronaldo Silva Jr

32 • Junho 2013 • Economia&Negócios

contratos de concessões tenham pra-zo máximo de até 50 anos; vigilância nos portos feita apenas pela guarda portuária; dispositivos que tratavam da renovação dos contratos de arren-damentos celebrados antes de 1993; dispositivos que permitiam prorroga-ção de contratos de arrendamento

Juntos, professor Manoel, a esquerda, e professor Romeu, a direita, comandam os cursos de Logística, Comércio Exterior e Gestão Portuária

LEI DOS PORTOS

Leonardo Thomé

Executivo da Portonave aprova o texto final da Lei dos Portos, mas ressalta que a lei sozinha não trará competitividade

O diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, respondeu três perguntas da Revista Portuária sobre a Lei dos Portos.

1) O que o senhor achou do texto final da Lei dos Por-tos?

O texto final ficou bom. Os vetos impostos tornaram evidente o objetivo de criar condições para que se tenha uma maior competitividade no segmento portuário. O novo marco garante a segurança regulatória para atrair os necessários inves-timentos para o setor.

2) A Lei dos Portos tem como objetivo modernizar os portos do país. A medida por si só terá condições de baixar os custos de logística e melhorar as condições de competitividade da economia brasileira?

A nova lei cria condições e abre novos caminhos para o desenvolvimento mais acelerado do setor. Porém, a missão para continuar modernizando os nossos portos não acaba por aqui. Temos pela frente a apreciação dos vetos, a necessária regulamentação e, principalmente, a ação para que a lei seja implantada de forma eficiente e célere.

Neste período de transição e adaptação às novas con-dições, os agentes envolvidos deverão ter uma atenção ainda maior com todos os detalhes. Isto inclui, entre outros, as obras de infraestrutura em desenvolvimento, os processos de draga-gem, acessos e manutenção de instalações.

A nova lei por si só, e como em um toque de mágica, não trará de imediato uma redução de custos e maior competi-tividade. Mas a partir desta lei creio que podemos esperar uma expressiva expansão dos investimentos no sentido de moder-nizar e ampliar os nossos terminais. Temos ainda o desafio de integrar as estruturas portuárias a outras malhas de transporte, qualificar os trabalhadores e dinamizar a gestão.

Investir na capacitação da mão de obra será a maior pro-teção que podemos proporcionar ao trabalhador portuário. Torná-lo apto a perceber as oportunidades e aumentar sua par-ticipação na atividade de forma eficiente.

Mas para que isso aconteça serão necessários investi-mento em educação continuada e programas de capacitação. Isto será um dos valores mais importantes a ser desenvolvido a partir do novo momento que se vislumbra para a atividade portuária. A adequação dos procedimentos de beira de cais aos modernos processos de produção visando simplificar e me-lhorar a administração de custos e dotar cada profissional dos conhecimentos técnicos necessários ao desempenho da fun-ção. Propiciar condições para o desenvolvimento de carreira, crescimento das pessoas e a preocupação com a segurança, para que o trabalhador portuário possa contribuir ainda mais para a excelência nas operações desenvolvidas em toda a costa brasileira.

3) Todos sabemos que o Brasil carece de infraestrutura e ainda é um país institucionalmente lento. Paralelo à MP dos Portos, o que poderia ser feito pelas autoridades para acabarem ou minimizarem esses gargalos?

Precisamos de estruturas compactas e que tenham agilidade. O momento é de transformação e o país deve adotar medidas que facilitem o investimento capaz de promover um crescimento sustentável. A iniciativa pri-vada será essencial para que este movimento ganhe força. A competitividade do nosso país está diretamente ligada a nossa capacidade de desenvolver a infraestrutu-ra, a inovação, aos ganhos de produtividade, a qualificação dos nossos profissionais e aos padrões de eficiência na gestão. É fator determinante desenvolver ferrovias, aprofundar a discussão sobre o modal aquaviário, recuperar e ampliar as rodovias.

Assim, seremos capazes de gerar inovação, criar condições para um crescimento consisten-te do nosso PIB, desenvolver empregos de qualidade e ser competitivos em nível global.

Economia&Negócios • Junho 2013 • 33

o final da cadeia. E antes? Pois é justa-mente o chegar aos terminais que mui-tas vezes atrasa a saída ou entrada de mercadorias no país. “O problema é de infraestrutura, ausência de armazéns, ferrovias, rodovias e muita burocracia. Nós temos que pensar em cadeia, sis-tema. Então, o porto é só uma parte da cadeia, e tem problemas. A lei vai ten-tar minimizar esses problemas”, expõe o professor Manoel, coordenador dos cursos de Comércio Exterior e Gestão Portuária na Univali, em Itajaí.

Mesmo assim, aponta Manoel, a legislação vai ajudar desde que o in-vestimento privado seja feito por cada vez mais empresas, tanto nacionais como internacionais. Manoel, carinho-samente chamado de Maneca pelos

LEI DOS PORTOS

Antonio Ayres acredita que com investimentos a Lei dos Portos será beneficia para toda a economia

“É preciso que a medida aumente os investimentos,

garanta a competitividade dos produtos brasileiros e aumente a eficiência dos portos, pois só assim poderemos comemorar

a lei e dizer que ela foi benéfica ao sistema portuário nacional”

Antonio Ayres dos Santos

Divulgação

Entretanto, como analisa o economista Manoel Antônio dos Santos, os inves-timentos do governo federal e da ini-ciativa privada devem se concentrar em toda a cadeia logística, já que o porto é

firmados depois de 1993.Caberá ao Congresso examinar

os vetos. O presidente do Senado, Re-nan Calheiros (PMDB), informou que a data dependerá dos líderes partidá-rios. “Vamos discutir com os líderes os critérios para apreciarmos os vetos”, afirmou.

Por que a mudança?A lógica do governo para defen-

der tão ardorosamente a nova lei é que novos investimentos permitirão reduzir tarifas portuárias e diminuir o tempo de espera dos navios. A tese divide opini-ões. Há entre os usuários dos portos quem concorde com o argumento do governo, mas também quem conside-re que uma maior oferta de capacida-de não garante isoladamente a queda nas tarifas portuárias, uma vez que há reformas estruturais mais profundas a fazer.

A Revista Portuária Economia & Negócios, no afã de ver nossos por-tos cada vez mais modernos e com-petitivos, traz para você tudo sobre a polêmica Lei dos Portos, o que vai mudar nas relações entre empresários e trabalhadores, a situação dos portos públicos e privados, e a expectativa das lideranças e estudiosos para o futuro com a legislação.

Os portos são o final da cadeia. E antes?Que os portos brasileiros care-

cem de investimento, isso é sabido. Ótimo que a Lei dos Portos venha ten-tar destravar essa realidade obsoleta.

34 • Junho 2013 • Economia&Negócios

LEI DOS PORTOS

Ricardo Arten

“A APM não é contra o desenvolvimento nacional.

Se a segunda abertura dos portos nacionais é importante para a

economia, então que seja feita com isonomia de

tratamento”

A lógica do governo é que novos

investimentos permitirão

reduzir tarifas portuárias e

diminuir o tempo de espera dos

navios

Divulgação/Portonave

alunos do curso, exemplifica trazendo a realidade do Porto de Itajaí quando da municipalização, em fins dos anos 90. “Quando o governo deu no colo da prefeitura o porto, a prefeitura não tinha dinheiro. Teve que terceirizar, ar-rendar berços para a APM Terminals, daí sim veio o investimento. O Estado não tem condições de bancar os por-tos isoladamente”, entende Manoel, para dizer que a inércia das autoridades é o grande dilema para se fazer valer qualquer lei no Brasil.

O engenheiro Antonio Ayres dos Santos, superintendente do Porto de Itajaí, afirma que, se forem cum-pridas as promessas de investimentos e desburocratização do setor - o que aumentaria a competitividade dos por-tos brasileiros -, a aprovação da lei é positiva para a cadeia portuária. “É preciso que a medida aumente os in-vestimentos, garanta a competitividade dos produtos brasileiros e aumente a eficiência dos portos, pois só assim poderemos comemorar a lei e dizer que ela foi benéfica ao sistema por-tuário nacional”, enumera Ayres, para corroborar Manoel no que se refere às obras de infraestrutura nos entornos de terminais e cidades. “A infraestrutura é importante. Por isso, estamos traba-lhando na ampliação da bacia de evo-

lução, e desejamos o mais rapidamente possível que sejam retomadas as obras da Via Expressa Portuária, em Itajaí”, pontua Ayres.

O superintendente da APM Ter-minals Itajaí, engenheiro naval e admi-nistrador de empresas Ricardo Arten, adverte que a legislação tem pontos positivos e outros um tanto quanto ne-bulosos, como a falta de isonomia em alguns pontos, exemplificado nas dife-renças de exigências de contratação de mão de obra nos terminais públicos e privados. “É preciso isonomia de trata-mento, porque a situação dos portos privativos e públicos precisa ser isonô-mica. A APM não é contra o desenvol-vimento nacional. Se a segunda abertura dos portos nacionais é importante para a economia, então que seja feita com isonomia de tratamento”, cobra, dizen-do que os portos privativos devem ter as mesmas obrigações que os portos públicos, tudo para que isso não pen-da a balança da competitividade para os terminais privados.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de San-ta Catarina (Faesc), José Zeferino Pe-drozo, avalia que a Lei dos Portos tem o intuito de reformar e abrir o sistema portuário brasileiro e isso é fundamental para o futuro do Brasil, uma vez que, destaca, num ranking sobre qualidade dos portos em 142 países, o Brasil situa-se na 130ª posição, à frente apenas do Timor Leste, do Haiti, da Venezuela, do Tajiquistão e de mais alguns países de economia modesta. “A Lei dos Portos reduzirá a ineficiência da logística portu-ária principalmente pela maior participa-ção da iniciativa privada nas operações. O elemento fundamental é a quebra da dependência das empresas aos portos públicos. Portanto, aumentar a ofer-ta nos terminais privados é estimular a concorrência”, observa Pedrozo, para quem a Lei dos Portos trará benefícios para toda a cadeia econômica nacional.

LEI DOS PORTOS

Economia&Negócios • Junho 2013 • 35

A Federação das Indústrias do Esta-do de Santa Catarina (Fiesc) é a favor da Lei dos Portos para aumentar a competiti-vidade do setor portuário, o que influen-cia diretamente no desenvolvimento da indústria. O presidente da Fiesc, Glauco Côrte, lembra que um estudo da Confe-deração Nacional da Indústria (CNI) ran-queou o Brasil em último lugar quando o assunto é competitividade dos portos - entre 14 países que incluem Rússia, Ín-dia e África do Sul. “O governo não tem recursos suficientes para investir na infra-estrutura necessária para os portos. Por isso, a lei é indispensável para que haja novos investimentos no setor pela inicia-tiva privada”, pontuou Côrte.

Usuários Os usuários, no entanto, não têm

tanta certeza sobre os benefícios contidos na lei. Luiz Henrique Baldez, presidente-executivo da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), afirma que as novas regras para os portos têm aspectos positivos que podem redu-zir custos para os usuários. Mas diz que qualquer redução de tarifa vai depender da regulamentação da lei e da fiscalização das novas regras pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o órgão regulador do setor. As novas re-gras serão regulamentadas por decreto presidencial, via portarias da Secretaria Especial de Portos (SEP) e resoluções da

Antaq (o que não ocorreu até o fecha-mento desta edição).

Atrás dos anos perdidos Mesmo em Santa Catarina, que

tem portos mais organizados que na maioria do Brasil, muita coisa ficou para trás no decorrer dos anos. A duplicação da BR-470, em Navegantes, a criação da Via Expressa Portuária, em Itajaí, e a reto-mada do projeto ferroviário são apenas alguns exemplos.

Coordenador do curso de Logísti-ca da Univali, o professor Romeu Zarske de Mello diz que o Brasil sofre de crônica resistência à mudança, mesmo que essas

36 • Junho 2013 • Economia&Negócios

LEI DOS PORTOS

José Zeferino Pedrozo

“A Lei dos Portos reduzirá a ineficiência da logística portuária principalmente pela maior participação da iniciativa privada nas

operações.”

Só a Lei dos Portos conseguirá resolver os gargalos estruturais do Brasil

Divulgação/Prefeitura de Itajaí

mudanças sejam benéficas à maioria da população. “Um exemplo é o terminal Portonave que levou sete anos para sair do papel, a bacia de evolução que depende ainda de licenças ambientais e desapropriações, então, é uma série de coisas que acabam por emperrar todo o desenvolvimento dos portos e, por consequência, do país”, argumenta Ro-meu.

Os portos de Itajaí e Navegan-tes alcançaram, em 2012, 85,8% da balança comercial catarinense (via ma-rítima) e 4,54% da balança comercial brasileira (via marítima). Ainda assim, o governo estadual corre atrás de recur-sos para obras de melhorias como a da ampliação da bacia de evolução do Rio Itajaí-Açu.

Conforme o governador Rai-mundo Colombo (PSD), a crise que se abate sobre os portos brasileiros tam-bém afeta os catarinenses, que sofrem com problemas de infraestrutura e, agora, com o impacto negativo da Re-solução 13/2012 do Senado Federal, que unificou o Imposto Sobre Circula-ção de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nas operações interestaduais, com bens e mercadorias importados.

Os menores se darão bem Entretanto, além dos portos de

Itajaí e Navegantes, a Lei dos Portos também beneficiará os outros termi-nais instalados a montante, como o Braskarne, o Trocadeiro e o Teporti. “A Braskarne, por exemplo, já é um ter-minal próprio mas agora ficou com a possibilidade de competir com outras cargas. A lei beneficia os terminais pe-quenos, o que reforça a competitivi-dade entre eles”, resume o professor Romeu, acrescentando que os dois pontos da lei essenciais para aumentar a competitividade do setor portuário são o fim das cargas preponderantes e a possibilidade de investimento exter-

no, menor preço e maior tonelagem. “O investidor quer ter o retorno do in-vestimento”.

Portos precisarão aumentar capacidade em 40% para atender demandaSe mantidas as taxas de cresci-

mento de 5% dos últimos anos, os por-tos brasileiros terão que aumentar sua capacidade de atendimento de 650 mi-lhões de toneladas por ano, em 2012, para 900 milhões em 2017. O alerta

foi feito pelo presidente da autoridade portuária de São Francisco do Sul, Pau-lo César Corsi. O acréscimo de 40%, ou 32 milhões de toneladas por ano, equivale a um Porto de Santos a cada triênio.

“A solução passa por maior inves-timento, mas não apenas em portos. É preciso aprimorar toda a cadeia logís-tica, incluindo vias de acesso e arma-zéns”, defendeu Corsi, um estudioso da eficiência portuária terminais mundo afora. O presidente ainda enfatizou o fato do setor portuário ser responsável por 95% do volume do comércio ex-terior do Brasil.

Para garantir a qualidade do ser-viço, um dos grandes desafios é manter a profundidade adequada ao tamanho do calado dos navios. Para isso, é pre-ciso ações constantes de dragagem (re-tirada da areia excedente, que provoca o assoreamento). O assunto foi tratado pelo diretor do Departamento de De-sempenho Operacional da Secretaria Especial de Portos do governo federal, Marcelo Werner Sales, que apresen-tou o Plano de Dragagem dos Portos

Economia&Negócios • Junho 2013 • 37

LEI DOS PORTOS

Tanto Itajaí como Navegantes vão se beneficiar da Lei dos Portos

Ronaldo Silva Junior

Brasileiros. Nele estão previstos in-vestimentos de R$ 477 milhões para ações de manutenção do calado dos três portos públicos ou híbridos de Santa Catarina (Itajaí, Imbituba e São Francisco do Sul), nos próximos 10 anos.

O processo, contudo, exigirá esforços extras devido a um pro-blema global do setor: a falta de pa-drões estáveis do tamanho-médio dos navios. A dificuldade reside no fato das empresas armadoras prefe-rirem embarcações cada vez maio-res como forma de reduzir custos. Mas os projetos não conseguem acompanhar as rápidas mudanças de parâmetros. “Há dez anos, Itajaí embarcava 18 mil contêineres por mês. Hoje, um só navio já tem essa capacidade”, explica Sales.

38 • Junho 2013 • Economia&Negócios

LEI DOS PORTOS

Principais pontos da Lei dos Portos

Mantém a obrigação de licitação para escolha de empresa concessio-nária ou arrendatária de bem público destinado à atividade portu-

ária, mas elimina parágrafo do texto original que previa que a concessão poderia abranger, no todo ou em parte, a exploração de porto organiza-do (público) e sua administração.

Arrendamento e concessões em portos públicos

Hoje os portos são um dos fatores críticos do chamado “custo Brasil”. Só a espera excessiva dos navios para atra-

car nos portos, a chamada “demurrage” ou (sobre-estadia) no bom português, aumenta os custos dos serviços de navegação no Brasil em cerca de US$ 700 milhões por ano, segundo um estudo do Banco Mundial de 2012 intitulado “Como reduzir os custos de logística de carga no Brasil”. Outro trabalho do Bird já havia mostrado que o custo logístico brasileiro seria de 15,4% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca do dobro do percentual nos Estados Unidos, de 8,5%. São essas distorções que o governo quer corrigir via Lei dos Portos e outras iniciati-vas para aumentar a produtividade do setor.

Custo Brasil

Atualmente, fora de portos públicos, empresas são autorizadas a operar terminais próprios, mas, geralmente, só podem movimen-

tar carga própria. Com a lei, passam a ser autorizadas a movimentar cargas de qualquer empresa.

Portos Privados

Chamada pública

A Antaq também poderá fazer uma chamada pública para

conceder aos interessados autori-zação para fixar instalação portuária em uma determinada região. As autorizações serão concedidas no caso de candidato único ou múlti-plo, mas, no último, desde que as propostas não inviabilizem os pro-jetos. Se for identificada essa pos-sibilidade, a Antaq realiza processo seletivo para escolha da proposta. A Antaq, antes de expedir a autori-zação, deverá consultar autoridade aduaneira e a prefeitura da cidade.

Portos públicos e estivadores

Determina que os operadores portuários de portos públicos

não poderão contratar trabalhadores temporários. E que os trabalhadores avulsos deverão estar inscritos em cadastro que ateste a sua qualificação profissional para desempenho das ati-vidades relacionadas. Antes a contrata-ção de estivadores necessitava da in-termediação do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), um órgão público. Agora, os terminais privados vão po-der contratar trabalhadores pela CLT, sem essa intermediação, o que deve reduzir os custos operacionais.

Ronaldo Silva Junior

40 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Até o início dos anos 2000, a região tinha poucas opções de centros de compras, sendo mais

famosos os comércios de rua, especial-mente os localizados na Avenida Brasil, em Balneário, e no calçadão da Avenida Hercílio Luz, em Itajaí. Mas isso mudou sobretudo com o crescimento acelera-do da região, onde a indústria portuária e do turismo dão as cartas. Símbolos clássicos do desenvolvimento de uma cidade, shopping centers são o retrato acabado de como o crescimento eco-nômico de municípios reflete na capaci-dade de consumo do cidadão.

Consumo, dinheiro e locais ba-dalados para passear, olhar vitrines e

deixar o tempo passar. Essa série de fatores foi o que proporcionou o surgi-mento de locais como o Itajaí Shopping e o Balneário Shopping, que agora pas-sam ambos por ampliação para atender as exigências do público, que deseja es-paço, comodidade e opções cada vez melhores e maiores.

No entanto, além de shopping centers tradicionais, surgem e conso-lidam-se centros de compras voltados para segmentos específicos, como o Casa Hall Shopping, que tem foco em decoração. Nesta reportagem você vai ficar por dentro de tudo que lhe espe-ra no quesito centros de compras em Itajaí e Balneário para 2013 e anos se-

guintes.

Sucesso de público desde a inauguração, Balneário Shopping vai dobrar de tamanhoInaugurado em outubro de 2007,

o Balneário Shopping fez sucesso desde o seu nascimento. Por isso, em pouco mais de cinco anos de mercado, já ti-veram início as obras de expansão do local, que fica numa região estratégica da cidade, perto da BR-101, do centro e de Camboriú. Até outubro de 2014,

Shoppings centers se espalham pelo Litoral Norte de Santa Catarina

MELHORES E MAIORES

Apesar de relativamente pequenas, Itajaí e Balneário Camboriú podem ser consideradas cidades efervescentes, até pela proximidade e diferenças que acabam por unir os

dois municípios. A vida noturna intensa da região, a economia aquecida, a proximidade com cidades industrializadas e ricas, as belezas naturais, o bom gosto e o requinte de moradores e turistas litorâneos. Tudo isso ajuda na expansão de shopping centers na região, que vê surgir um novo projeto de centro

comercial e a ampliação dos já existentes.

MELHORES E MAIORES

Economia&Negócios • Junho 2013 • 41

prazo previsto para a conclusão da am-pliação, o shopping vai dobrar de tama-nho, ganhando mais 19,9 mil m² de Área Bruta Locável (ABL) – hoje são 23,4 mil m². Com isso, o shopping será o segundo maior do Estado (43,3 mil m2 ABL), atrás apenas do Continente Park, em São José, com 44 mil m² de ABL.

A expansão será vertical, ou seja, o shopping terá dois pavimentos. “O Balneário Shopping já foi construído pen-sando em sua ampliação, portanto toda a estrutura já foi preparada para isso”, diz o superintendente do shopping, Marcos Erichsen. A estrutura metálica e a cober-tura do segundo pavimento devem estar prontas e instaladas até o final deste ano.

O investimento na expansão é de R$ 150 milhões.

O projeto de expansão do Balne-ário Shopping prevê uma nova fachada com proposta minimalista, ambientes integrados e modernos nos dois pavi-mentos, alterações no pavimento já exis-tente, tudo para transformar o centro de compras em algo ainda mais moderno e integrado a realidade dos consumidores do Litoral Norte de Santa Catarina e tu-ristas de todo Brasil. A lotérica e os caixas eletrônicos estão sendo montados no piso superior, dando maior espaço para vagas de garagem e melhor acesso ao shopping.

As futuras lojas terão o maior pé

O shopping hoje é

referência em toda

a região litorânea

do Vale do Itajaí

e recebe um fluxo

anual de 9 milhões

de pessoas

42 • Junho 2013 • Economia&Negócios

MELHORES E MAIORES

direito externo de shopping centers brasileiros, um grande diferencial que vai passar ao con-sumidor extrema agradabilidade. O Balneário Shopping terá mais cinco lojas âncoras, cinco semi-âncoras, três megalojas, 66 lojas satélites, praça gourmet com cinco restaurantes, um café, mais três salas de cinema, sendo uma VIP, academia de ginástica, banheiros família com espaço para amamentação e alimentação de bebês no mesmo padrão dos shoppings Conti-nente e Neumarkt.

A expansão ainda terá passarelas com cafés gourmets e haverá mais seis escadas ro-lantes. Todos os corredores terão skylights, permitindo a passagem da luz natural. O pro-jeto arquitetônico leva assinatura do renomado arquiteto Manoel Dória, da Dória Lopes Fiuza Arquitetos Associados, que também é respon-sável pelo projeto original do shopping.

Inaugurado em outubro de 2007, o Balneário Shopping foi o segundo empreendimento do Grupo Almeida Junior em Santa Catarina e é

considerado um case de sucesso por sua maturação precoce

A lotérica e os caixas eletrônicos estão sendo montados no piso superior, dando maior espaço para vagas de garagem e melhor acesso ao shopping

Leonardo Thomé

Leon

ardo

Tho

Economia&Negócios • Junho 2013 • 43

Balneário Shopping: A expansão será vertical, ou seja, o shopping terá dois pavimentos

44 • Junho 2013 • Economia&Negócios

MELHORES E MAIORES

Detalhes do projeto R$ 150 milhões de investimento

A Área Bruta Locável (espaço destino à comercialização) quase dobrará de tamanho, passando de 23,4 mil metros quadrados para 43,3 mil metros quadrados

Será criado um segundo piso do shopping, que já foi construído visando a ampliação vertical

A obra, que começou em junho de 2013, tem previsão para durar um ano e meio. A inauguração deve ocorrer em outubro de 2014

A fachada será modificada e as áreas internas passarão por adequações à nova arquitetura do shopping

O novo pavimento será construído com armações de metal, sem mudar a rotina do shopping

A ampliação abrigará espaços de lazer, academia, cinema, restaurantes e lojas

O superintendente Marcos Erich-sen adianta que durante todo o período de obras o Balneário Shopping funciona-rá normalmente. Haverá alterações nos acessos aos estacionamentos em função da obra no sistema viário das Avenidas das Flores e Santa Catarina, que estão sendo realizadas pela prefeitura de Bal-

neário. A obra será a inversão do senti-

do de tráfego das duas faixas da Avenida Santa Catarina (passando para sentido centro) e a inversão da faixa da Avenida das Flores que leva ao Centro, fazendo com que esta via passe a operar com todas as faixas na direção da BR-101.

O Balneário Shopping foi o segundo empreendimento do Grupo Almeida Junior em Santa Catarina e é considerado um case de sucesso por sua maturação precoce

Leonardo Thomé

Divulgação

Economia&Negócios • Junho 2013 • 45

MELHORES E MAIORES

Por causa da obra, todos os acessos ao shopping vão passar por modificações com a inversão de função entrada/saída. As mudanças serão feitas em etapas, proporcionando continuidade no trânsito do entorno e acesso ao shopping.

Sucesso desde sempreO Balneário Shopping foi o segundo em-

preendimento do Grupo Almeida Junior em San-ta Catarina e é considerado um case de sucesso por sua maturação precoce. O shopping hoje é referência em toda a região litorânea do Vale do Itajaí e recebe um fluxo anual de 9 milhões de pes-soas. Tem atualmente cerca de 150 operações e um mix voltado para atender as classes A e B. Sua localização com fácil acesso pela BR 101 atrai mo-radores de cidades da região e turistas.

Divulgação

MELHORES E MAIORES

46 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Um pouco mais antigo, mas também querendo se repagi-nar, o Itajaí Shopping já está em obras para praticamente triplicar de tamanho. Também inaugurado em outubro,

mas do ano 2000, o empreendimento, administrado pelo Grupo Tacla, deu início a um audacioso projeto que consiste em aumen-tar o tamanho do shopping e entregar à população de Itajaí um espaço de compras totalmente revitalizado, com novas opções de lojas e áreas de lazer. O investimento será de R$ 80 milhões e tem sua conclusão prevista para abril de 2014.

O projeto prevê a ampliação do espaço, dos atuais 18 mil metros quadrados de área total para 49 mil metros quadrados, gerando um crescimento de 80% na área bruta locável, que pas-sará a ter 20 mil metros, e irá abrigar 140 lojas, um incremento de 42 unidades, divididas em três pisos.

Entre as novas operações, já estão confirmadas quatro ân-coras, a primeira loja da Riachuelo na região, a loja da Renner, a loja da Studio Z e a Paquetá.

Segundo o superintendente do Itajaí Shopping, Hamilton Bernardo Pereira, o objetivo do projeto é oferecer a população e ao mercado varejista da região, um dos melhores e maiores centros de consumo e lazer do Vale do Itajaí.

Itajaí Shopping é outro a iniciar projeto de expansão

O investimento será de R$ 80 milhões e tem sua conclusão prevista para abril de 2014

Patrick Formosinho

Entre as novas operações, já estão confirmadas quatro âncoras, a primeira loja da Riachuelo na região,

a loja da Renner, a loja da Studio Z e a Paquetá

Patrick Formosinho

Divulgação

Economia&Negócios • Junho 2013 • 47

MELHORES E MAIORES

“O início da operação das lojas âncoras na cidade, com a vinda de três consolidadas lojas de departamentos, como a pri-meira Riachuelo, a Renner e a Studio Z, fortalecem o mercado varejista de Itajaí, além de atender as necessidades dos consu-midores, que não precisarão mais deslocar-se para outras regi-ões para realizar as compras de produtos destas grandes redes”, declara.

Cinema 3D e gastronomia Nesta reformulação estão previstas melhorias significativas

nas opções de lazer e gastronomia, como quatro salas de cinema Stadium 3D e quatro restaurantes com vista para o canal do por-to, tudo isso dentro de uma área de paisagismo diferenciada.

Para abrigar confortavelmente um fluxo médio previsto de 450 mil pessoas por mês, o estacionamento será dimensionado para comportar 700 carros, o que gera 2.800 vagas rotativas dia.

“A fachada também será revitalizada e as áreas internas se-rão reformadas para seguir um novo padrão arquitetônico em todo o shopping”, declara. O superintendente diz ainda que o Shopping continuará funcionando durante toda esta fase de ex-pansão.

Ficha Técnica (Após expansão)

Números só da expansão

• Área total: 49 mil m²• Área Bruta Locável (ABL): 20 mil m²• Pisos de lojas: 03• Lojas: 140• Âncoras: 10• Vagas de estacionamento: 700• Salas de cinema: 04• Fluxo médio de pessoas/mês: 450.000

• + 31.500 mil m² de área construída• + 42 lojas• + lojas exclusivas• + 04 Lojas âncoras• + 04 salas de cinema Stadium 3D• + 04 Restaurantes com vista para o canal do porto• + 450 vagas no estacionamento• + área de paisagismo diferenciada

MELHORES E MAIORES

48 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Não bastasse o Itajaí Shopping triplicar de tamanho, agora o município deve ganhar um

novo shopping center. Chamado La Vida Shopping Center, o projeto do centro comercial prevê sua inaugura-ção para 2015.

O shopping será construído pelo grupo português Fitout em parceria com o Grupo Mendes Sibara, e deve estar integrado a um grande complexo

Itajaí vai ganhar um novo shopping center nos próximos anos

A BMW se prepara para montar uma loja conceito das motos da empresa dentro do Casa Hall

que prevê hotel e centro empresarial com escritórios.

O empreendimento La Vida Shopping Center está previsto para ser construído em terreno no entronca-mento da BR-101 com a Avenida Con-torno Sul, no acesso Sul de Itajaí.

No total, a obra deve ter 150 mil metros quadrados de área construída, em investimento de R$ 325 milhões. Só o shopping vai oferecer 38 mil me-

tros quadrados de área bruta locável em cerca de 240 lojas, sendo um hi-permercado, 16 grandes lojas (ânco-ras), nove salas de cinema e praça de alimentação com 30 operações.

Em todo o empreendimento devem ser gerados, segundo os inves-tidores, 4 mil empregos, sendo 2,8 mil só no shopping center.

A expectativa é de que o alvará definitivo do empreendimento saia nas próximas semanas. Assim, a previsão para o início da construção é o fim de junho, com término em 18 meses.

SegmentadoMaior shopping de decoração do

Sul do Brasil, o Casa Hall confirmou em maio a ocupação de 100% de sua Área Bruta Locável (ABL), que corresponde à soma de todas as áreas disponíveis para locação. Inaugurado em 2007 em Balneário Camboriú, o shopping che-gou a sua consolidação no curto prazo de cinco anos.

Hoje o shopping é sinônimo de alto luxo e abriga as melhores marcas do setor. Conforme a diretora do Casa

Leonardo Thomé

Novo centro de compras vai trazer investimentos e gerar empregos em Itajaí

Divulgação

MELHORES E MAIORES

Economia&Negócios • Junho 2013 • 49

Maior shopping de decoração do Sul do Brasil, o Casa Hall confirmou em maio a ocupação de 100% de sua

Área Bruta Locável

Elizabeth Schwarz, diretora do Casa Hall Shopping, diz que a região é o lugar certo para a

expansão de shoppings

Hall Shopping, Elizabeth Schwarz, o centro de compras foi concebido para o mercado decorativo de alto luxo, pois, reforça, esse segmento de mercado está em alta em Bal-neário e região. “O público aqui da região é muito exigente, se você entrar nas lojas do shopping você vai ver o alto nível das lojas, do atendimento e dos clientes, porque é esse serviço premium que atrai as pessoas para o shopping”, expõe Elizabeth.

Novas lojasO Casa Hall Shopping inaugurou

recentemente o Mc Donald’s Drive Thru e em breve o shopping receberá as ope-rações do Espaço BMW e as lojas Larco Home e Cama Pimenta. O espaço BMW Motorrad será uma referência na oferta de motos de alto padrão. Com projeto elabo-rado pela matriz na Alemanha, será uma loja conceito no Brasil, com espaço de inte-ração entre clientes. •

Leonardo Thomé

Leonardo Thomé

52 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Uma obra fundamental para Itajaí e Navegantes que, agora, parece ter condições de ser viabilizada. A nova ba-cia de evolução do Rio Itajaí-Açu e a readequação do mo-lhe Norte do mesmo rio, trabalhos fundamentais para que a região possa receber navios de maior porte, ganharam im-portantes aliados nas esferas estadual e federal na primeira semana de junho.

Os avanços se deram depois que o governador Rai-mundo Colombo (PSD) encontrou-se, em Brasília, com a Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro interino da Secretaria dos Portos, Mario de Lima Junior. Serão R$ 287 milhões em investimentos, sem contar as desapropriações necessárias, beneficiando diretamente os Portos de Itajaí e de Navegantes.

A primeira etapa da obra ficará sob responsabilidade do Estado, exigindo investimentos de R$ 122 milhões. O trabalho consiste em demolição, escavação e remoção nas margens do rio; montagem da fundação; e remoção total dos molhes da área. A desapropriação e realocação das famílias afetadas estão ocorrendo sob a responsabilidade das prefei-turas de Itajaí e de Navegantes, e pela Portonave (Porto de Navegantes), a um custo estimado de outros R$ 30 milhões.

Na segunda etapa, será necessário fazer a readequação do molhe Norte, na entrada do Rio Itajaí, trabalho que exigirá também a dragagem do canal de navegação e o urbanismo do local. Para essa etapa, os recursos previstos são de R$ 165 milhões, a serem garantidos pelo governo federal.

A obra é necessária para a superação do limite ope-

racional do canal do Rio Itajaí. A situação atual não permite a entrada de embarcações maiores do que 306 metros de comprimento, o que impede acomodar os novos navios car-gueiros (como a classe New Panamax, com 366 metros). Os recursos para a parte de SC estão garantidos e, na audiência, a ministra Gleisi se comprometeu em encaminhar o processo para a inclusão da segunda etapa da obra no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

“São obras fundamentais para receber os navios de grande porte, que são aqueles que estão dominando o mer-cado. Se isso não for feito, os portos Itajaí e Navegantes se desatualizam e perdem vigor. Com esses investimentos, vamos nos modernizar e aumentar muito a capacidade de operação dos portos da região”, destacou o governador Rai-mundo Colombo.

Imbituba e São Francisco do SulO governador também tratou do futuro dos Portos de

Imbituba e de São Francisco do Sul, reconfirmando o inte-resse em manter os dois portos sob gestão do Governo do Estado. “O Porto de São Francisco está confirmado sob nossa gestão. Trata-se de um porto com um papel estratégico para Santa Catarina. Já para o Porto de Imbituba, ainda serão feitos estudos pelo governo federal para avaliar o desempenho local e o melhor caminho a ser seguido. Em princípio, a tendência é que ele seja licitado para a iniciativa privada. Mas isso ainda não está definido. Serão feitos estudos e nós vamos garantir um acompanhamento do caso”, explicou Colombo. •

A futura bacia de evolução agradece

PORTOS DE ITAJAÍ E NAVEGANTES RECEBERÃO INVESTIMENTOS DOS GOVERNOS ESTADUAL E FEDERAL

A nova bacia de evolução do Rio Itajaí-Açu e a

readequação do molhe Norte do mesmo rio, são fundamentais para que a região possa receber navios de maior porte

Economia&Negócios • Junho 2013 • 53

Em fins de maio, o governador Raimundo Co-lombo (PSD) anunciou a revogação do decreto 1.357, do governo do Estado, que altera a lei do ICMS. A mu-dança retira das micro e pequenas empresas a obrigação de recolher a diferença do imposto estadual no caso de mercadorias adquiridas fora de Santa Catarina, em esta-dos com alíquotas menores de ICMS.

“O comércio lojista movimenta uma fatia impor-tante da economia catarinense, e o governo quer impul-sionar ainda mais o crescimento deste setor. O Estado é parceiro do segmento e para estimular as vendas e proporcionar preços competitivos vamos cancelar a aplicação do decreto 1.357”, declarou o governador. O anúncio foi aplaudido de pé pelos 1.200 participantes do evento.

Antes de entrar em vigor no dia em 1º de feverei-ro de 2013, o decreto nº 1.357 exigia o recolhimento do imposto apenas pelas grandes e médias empresas. Com a suspensão da vigência do decreto o governo es-

Santa Catarina tem oito frigoríficos ha-bilitados a exportar carne suína ao mercado japonês. A lista das indústrias foi elaborada pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento (Mapa) e aprovada pelo governo japonês.

Foram habilitados para atender o mer-cado nipônico os frigoríficos BRF (Campos Novos e de Herval D’Oeste), Seara (Sea-ra e de Itapiranga), Pamplona (Rio do Sul e de Presidente Getúlio), Aurora (Chapecó) e o Sul Valle (São Miguel do Oeste). “É o passo decisivo para o início das exportações da carne suína catarinense para o mercado

japonês. Esses frigoríficos atendem requisi-tos solicitados pelas missões japonesas que estiveram no Estado nos últimos anos”, co-memorou o secretário da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues.

No final deste mês de junho, o go-vernador Raimundo Colombo e o secretá-rio João Rodrigues, além de empresários da suinocultura, vão acompanhar a presidente Dilma Rousseff em visita oficial ao Japão. A comitiva brasileira deve se reunir com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e participar de uma reunião com empresários japoneses. A viagem está prevista para os dias 27 e 28 de junho. •

Governador Raimundo Colombo anunciou a revogação do decreto que altera a lei do ICMS

tadual atende à solicitação da Federação das Câmaras de Dirigen-tes Lojistas de Santa Catarina em revogar a medida. •

A mudança retira das micro e pequenas

empresas a obrigação de recolher a diferença do imposto estadual no caso de mercadorias adquiridas fora de

Santa Catarina, em estados com alíquotas

menores de ICMS

Definida a lista de frigoríficos habilitados a exportar carne suína ao Japão

Saiu a lista dos frigoríficos catarinenses autorizados a exportar

carne suína para o Japão

54 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Parabéns pra você, Itajaí!Cidade completa 153 anos

tendo enorme futuro pela frente

Economia&Negócios • Junho 2013 • 55

O rio e o mar são a essência de Itajaí, cidade que aniversariou neste mês de junho. Ao comple-tar 153 anos de vida, o município se firma

como potência econômica, turística e náutica de Santa Catarina e, em breve, do Brasil. Pois essa é a Itajaí do Complexo Portuário, da economia robusta, das regatas internacionais, da avenida que margeia o rio e será um

centro de atrações voltadas para atividades náuticas. Ita-jaí é tudo isso e muito mais, afinal, basta caminhar pelas ruas arborizadas do município para entender que dificil-mente outra cidade catarinense é tão bem resolvida de vida, com pessoas simpáticas e alegres, que vibram por viver num lugar ao mesmo tempo belo e promissor no que se refere ao seu futuro e de seus moradores.

Ronaldo Silva Jr

56 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Parabéns pra você, Itajaí!

Impulsionada pela atividade portuária, Itajaí teve o maior índice de crescimento do Pro-duto Interno Bruto (PIB) de 2009 para 2010, ano dos últimos dados disponíveis. Localiza-

da na foz do Rio Itajaí, o município tem uma população fixa de aproxima-damente 190 mil habitantes, de acordo com números do IBGE.

O PIB de Itajaí cresceu 39,9% no período destacado acima, pas-sando de R$ 10,88 bilhões para R$ 15,23 bilhões. Analisando a realidade de Itajaí, o município tem o segundo maior PIB de Santa Catarina e PIB per capita de R$ 63.170,75 (IBGE 2009). A taxa de desemprego da ci-dade é a mais baixa de Santa Catarina, de 1,08 (IBGE 2010), enquanto a média estadual é de 7,9. Já o último Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) apurado foi de 0,849 (PNUD/2000), um dos melhores de Santa Catarina.

A ECONOMIA

Nelson Robledo

Parabéns pra você, Itajaí!

Estrategicamente localizado em um dos prin-cipais entroncamentos rodoviários do Sul do Brasil, distante poucos quilômetros das rodovias BR-101 e BR-470, hoje o Complexo Portuário do Itajaí-Açu ocupa a segunda posição no ranking brasileiro de mo-vimentação de contêineres e opera mais de um mi-lhão de TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés).

As infraestruturas aquaviária e terrestre são também diferenciais do Complexo Portuário do Itajaí. Formado pelo Porto Público e APM Terminals Itajaí, na margem direita, mais Portonave S/A Terminal Por-tuário Navegantes, na esquerda, o Porto Organizado conta ainda com outros terminais instalados a mon-tante. O calado é de 14 metros e as atuais condições possibilitam operações com navios de até 305 metros de comprimento, com 45 de boca.

No entanto, a construção de nova bacia de evolução, em fase de projeto, possibilitará que Itajaí receba navios com até 366 metros. “Com a nova ba-cia de evolução, estaremos operando em condições de igualdade com grandes portos do mundo”, acres-centa o superintendente do Porto de Itajaí, engenhei-ro Antonio Ayres dos Santos Júnior.

O PORTO

58 • Junho 2013 • Economia&Negócios

AS REGATAS E A VOCAÇÃO NÁUTICA

Ronaldo Silva Jr

María Muinã

Itajaí está novamente incluída no roteiro da edi-ção 2014/2015 da Volvo Ocean Race (VOR), a mais importante regata do planeta. Além dela, estão con-firmadas outras duas regatas internacionais entre esse ano e o próximo. Em novembro de 2013, aportará no município a regata Transatlântica Jacques Vabre e, em fevereiro de 2014, a regata Velas Latinoamérica 2014, com embarcações das Marinhas da América Latina.

O presidente do Comitê Central Organizador das regatas em Itajaí, Amílcar Gazaniga, destacou que o município não poupará esforços para oferecer o melhor aos competidores das três regatas internacionais e que a comunidade de Itajaí e região receberão os velejadores de braços abertos.

Na edição itajaiense dos eventos náuticos, em comum o fato de o local de realização dos três ser a Vila da Regata, onde ocorreu a etapa brasileira da Volvo Ocean Race em 2012, o Centreventos Itajaí e também parte da área do Saco da Fazenda, local que abrigará o Complexo Náutico e Ambiental de Itajaí, a tão aguarda-da Marina do Saco da Fazenda.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Sus-tentável, Paulo Bornhausen, lembra ainda que a estrutu-ra náutica que ficará de legado em Itajaí, principalmente depois da Regata Transatlântica Jacques Vabre e de mais uma edição da Volvo Ocean Race, poderá ser aprovei-tada por alguma equipe de vela ou remo que vá dispu-tar os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro (RJ). “Itajaí terá totais condições de servir de concentração para seleções que venham disputar o remo e a vela nas Olímpiadas”, acredita Paulinho.

O Instituto Kat Schürmann, de propriedade da tradicional família de velejadores, será erguido na Avenida Beira-Rio, alguns metros dis-tante do futuro Complexo Náutico e Ambiental do Saco da Fazenda e do Centreventos. Dessa forma, toda a região do entorno do Saco da Fazenda estará voltada às atividades náuticas, transformando aquele lugar definitivamente num símbolo de uma cidade que, cada vez mais, se consolida como polo náutico planetário.

O patriarca dos Shürmann, Vilfredo, comentou estar feliz e moti-vado com a implantação de um braço do instituto Kat Schürmann - Katherine Schürmann, menina que foi adotada pela família de navegadores e veio a falecer em 2006 – em Itajaí. Ele afirma que o espaço na Avenida Beira-Rio será mais voltado para observação de espécies marinhas. “Em Bombinhas, trabalharemos mais a pesquisa dos animais marinhos, da vida marinha. Aqui, em Itajaí, vamos focar na observação do que foi pesquisado”, expõe Vilfredo Schürmann.

As obras do Instituto Kat Schürmann já começaram. A entrega do instituto está prevista para ocorrer até novem-bro de 2013, quando a família partirá para uma nova expedição por rotas atribuídas aos chineses ao redor do planeta. Provavelmente, durante a Jacques Vabre o instituto já esteja funcionando para ser mais um atrativo aos visitantes de todo mundo que estarão na cidade.

O Consórcio KL Viseu, de Joinville, forma-do pelas empresas Karlos Gabriel Lemos ME. e a Construtora Viseu Ltda., que venceu a licitação para construir e explorar o Complexo Náutico e Ambiental de Itajaí (Marina do Saco da Fazenda), aguarda que seja feito o trabalho de dragagem no Saco da Fazenda, o que deve começar já neste mês de junho. Após a dragagem, que pode levar até quatro meses para ser concluída, a empresa tem 18 meses para entregar a obra completa.

Karlos Gabriel Lemos, representante do consórcio, ressalta que o complexo não será uma marina tradicional. “Não pretendemos construir uma marina nos moldes tradicionais, mas sim um porto esportivo, no qual a comunidade possa ter acesso e usufruir de áreas comuns”, diz.

No total serão investidos R$ 38,5 milhões na Baía Afonso Wippel, em uma área disponível de 10,33 mil m² em terra e 120,9 mil m² de espe-lho d´água. São ainda mais 12,39 mil m² para aterro hidráulico. O projeto prevê 854 vagas para embarcações, sendo 126 secas e 731 molhadas. O prazo de concessão é de 25 anos, prorrogável por igual período.

Economia&Negócios • Junho 2013 • 59

INSTITUTO KAT SCHÜRMANN NA AVENIDA BEIRA-RIO

www.schurmann.com.br/

COMPLEXO NÁUTICO E AMBIENTAL DO SACO DA FAZENDA

Divulgação

Parabéns pra você, Itajaí!

ColunaMercado

A decisão do governador Raimundo Colombo em revogar o Decreto 1.357, que instituiu o diferencial de alí-quotas para produtos comprados pelos empresários fora do território catarinense (Difa), agradou a direção da Câmara de Dirigentes Lojistas de Balneário Camboriú (CDL) e do Sindi-cato do Comércio Varejista (Sincomércio). De acordo com o presidente da CDL, José Roberto Cruz, o Beto, a decisão do governador é mais uma vitória da mobilização da sociedade. A CDL e o Sincomércio participaram da mobilização, no sen-tido de pressionar o governo para que revogasse o decreto. “Isso prova que a sociedade pode alcançar resultados quando mobilizada”, acrescenta Beto Cruz.

O anúncio da revogação do decreto foi feita em Blu-menau durante a abertura da 45ª Convenção Estadual do Comércio Lojista. Colombo lembrou que o país vive uma “guerra fiscal” entre estados, mas que a tentativa do Governo Federal de unificar as alíquotas do ICMS em 4% não está dando resultado porque já foram feitas modificações que be-neficiam o Nordeste e outros estados ou regiões. “Como não vejo perspectiva de a unificação ocorrer, anuncia o can-celamento do decreto 1.357”, disse Raimundo Colombo. “A vitória foi da pressão sobre o governo e parlamentares”, fina-liza o presidente do Sincomércio, Helio Dagnoni. •

O Consórcio MGT, formado pelas empresas DM Construtora e TKK Engenharia, está instalando seu estaleiro no terminal Teporti, em Ita-jaí, para a construção de módulos para plataformas do pré-sal. Os mó-dulos construídos no Teporti serão para uso exclusivo da Petrobrás para prospectar óleo nos confins do oceano, dos modelos FPSO P-67 a FPSO-71 PACKAGES II & V.

O estaleiro está na fase final de construção e a previsão é iniciar suas atividades de produção ainda no segundo semestre de 2013. Na última semana, representantes da prefeitura fizeram uma visita ao local para tra-tar das novas vagas que serão abertas a partir do segundo semestre deste ano. Além de conhecerem as instalações onde já se encontram mais de 150 funcionários trabalhando na área administrativa e 300 funcionários na obra.

O investimento é de R$ 600 milhões, com mais de 1.500 em-pregos diretos a serem criados. As vagas são para diversas áreas, como desenhista, mecânico, soldador, projetista, operador de guindaste e em-pilhadeira, montador, entre outras. O Consórcio MGT é formado pelas empresas DM Construtora e TKK Engenharia. •

Fim do Decreto 1.357 é bem recebido pela CDL e Sincomércio de Balneário Camboriú

De acordo com o presidente da CDL, José Roberto Cruz, o Beto, a decisão do governador é mais uma

vitória da mobilização da sociedade

Perto de ser concluído, estaleiro do consórcio MGT vai empregar 1.500 pessoas no segundo semestre em Itajaí

O investimento é de R$ 600 milhões, com mais de 1.500 empregos diretos a serem criados

60 • Junho 2013 • Economia&Negócios

ColunaMercado

A prefeitura de Navegantes e o Sebrae (Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas) firmaram uma parceria para fortalecer as micro e pequenas empresas, com a assina-

tura do Programa de Implementação da Lei Geral, desenvolvido pelo Sebrae e outras instituições.

O programa é destinado aos municípios que possuem legislação sobre microempresas, empresas de pequeno porte e empreendedores individuais, ou municípios que pretendem fazer suas legislações com o auxílio do Sebrae.

Segundo o consultor do Sebrae, Luiz Carlos de Freitas, Inicialmente são efetivados os termos de cooperação com as prefeituras e depois são agendados cursos gratuitos sobre algu-mas das áreas que o Sebrae destacar como essenciais para o desenvolvimento do município em questão.

O intuito é incentivar o desenvolvimento local, com a ca-pacitação de empreendedores e agentes públicos, em áreas que podem modificar a compreensão e, especialmente, o modo de gestão do poder executivo municipal. De acordo com o secre-tário de Desenvolvimento Econômico de Navegantes, Antônio Carlos Carmona, em breve a prefeitura divulgará detalhes sobre as inscrições e as datas dos cursos.

Curso de Agentes de Desenvolvimento (para agentes públicos)Conteúdo: Lei Geral da MPE; Desenvolvimento Regional; Papel dos Agentes de Desenvolvimento.Carga Horária - 32 horas

Curso de Compras Governamentais (agentes públicos e empreendedores)Conteúdo: Preparação para Licitação; Órgãos fiscalizado-

res, bases legais e instrumentos na licitação pública com foco na LC 123/06; Conhecer para aplicar os benefícios exclusivos para MPE; Como aplicar o empate ficto e tratar da regularidade fiscal em todas as modalidades; Plano de ação para o processo de compras públicas. Carga Horária - 15 horas

Rua: Gil Stein Ferreira, 100 | 7º andar | sala 703 | Itajaí | SC | Fone: 55 47 3344.5852 | Fax: 55 47 3349.8701

Economia&Negócios • Junho 2013 • 61

Navegantes e Sebrae assinam programa para fortalecer micro e pequenas empresas

Oficina do empreendedor individual (agentes públicos e empreendedores)Conteúdo: Orientação com base na legislação específica; Preparar para o registro do empreendedor individual.Carga Horária - 8 horas

Oficina de desburocratização (agentes públicos)Conteúdo: Mapeamento dos Progressos; Abertura e fechamento de empresas;Plano simplificado; REDESIM; Sala do empreendedor; Sala de crédito.Carga Horária - 8 horas

Visita dos representantes do Sebrae ao prefeito de Navegantes, Roberto Carlos de Souza

ColunaMercado

SOFTWARE CONTÁBIL Entra em vigor a lei do imposto no

cupom fiscal em Santa Catarina

Representantes da empresa Pandini Empreendimentos Imobiliários, estiveram em Navegantes no início do mês para, junto ao prefeito Roberto Carlos de Souza (PSDB), fazerem a apresentação do empreendimento de alta qualidade que irá se instalar às margens da Rodovia BR-470, Km-10, em Nave-gantes. Além dos empresários e do prefeito, participaram da reunião o secretário de Desenvolvimento Econômico e Re-ceita, Antônio Carlos Carmona, e o vereador Donizete José da Silva. Conforme o diretor Cláudio Melo, a intenção do grupo é de desenvolver uma área empresarial, industrial, re-sidencial e lazer, de alta qualidade em uma localização estraté-gica, denominada Europark Empresarial. A pretensão é lançar a primeira fase do empreendimento – que é um loteamento empresarial com espaços urbanizados - ainda em 2013. Se-rão investidos apenas em infraestrutura, nesta primeira fase, cerca de R$ 25 milhões, com intenção de receber cerca de 100 a 150 empresas e entre 2 mil a 3 mil trabalhadores.

De acordo com o secretário Antônio Carlos Carmona, o Europark Empresarial irá incentivar a atração de investimen-

ÁREA INDUSTRIALEuropark Empresarial irá se instalar em Navegantes

62 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Começou a vigorar no dia 10 de junho a Lei nº. 12.741/2012, a qual obriga as empresas a divulgarem na nota fiscal o valor aproximado de sete tributos incidentes no pre-ço.

Estão incluídos na regra: ICMS (Impostos sobre Circula-ção de Mercadorias e Serviços), ISS (Imposto sobre Serviços), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), IR (Imposto de Renda), PIS/Pasep (Programa de Integração Social e Programa de Forma-ção do Patrimônio do Servidor Público), Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) e Cide (Contribui-ção de Intervenção no Domínio Econômico).

A informação que deve constar na nota é a soma do valor total desses sete tributos, apurados individualmente em relação a cada mercadoria. Tal obrigação pode ser substituída por um painel afixado em local visível no estabelecimento de forma a demonstrar o valor ou percentual dos tributos inci-dentes sobre todas as mercadorias postas à venda.

Para facilitar o cumprimento da nova lei, a Fecomércio,

em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tribu-tário – IBPT, está fornecendo gratuitamente uma tabela com o valor médio aproximado dos impostos em cada produto ou serviço comercializados no Brasil. Para aderir ao serviço, é necessário encaminhar um email para [email protected], com os seguintes dados:

• Nome e CNPJ da empresa;• Contato do responsável;• Nome do produto (informação de domínio público);• NCM (informação de domínio público);• EX da NCM (informação de domínio público);• EAN (informação de domínio público);

De acordo com a assessoria jurídica da Fecomércio, o software contábil que emite a nota fiscal das empresas fará o cálculo dos tributos de forma automática, sincronizado com esta tabela, dentro de um arquivo específico.

Serão investidos apenas em infraestrutura nesta primeira fase cerca de R$ 25 milhões

tos e a implementação de novas atividades econômicas, além de melhorar a competitividade das empresas já existentes na região. •

ColunaMercado

Uma antiga reivindicação de empresários e da comu-nidade de Balneário Camboriú, enfim, vai sair do papel. Atra-vés de parceria entre o governo do Estado, ministério do Turismo e prefeitura de Balneário Camboriú, está apalavrada a construção de um centro de eventos na cidade do litoral catarinense. O acordo foi acertado no dia 4 de junho, em Brasília, em audiência do governador Raimundo Colombo com o ministro do Turismo, Gastão Dias Vieira, e lideranças do Estado.

O projeto para o centro de eventos de Balneário Cam-boriú está orçado em cerca de R$ 80 milhões. O governo federal garantiu o repasse de R$ 55 milhões e o restante será investido como contrapartida do Estado e da prefeitura. O terreno, localizado às margens da BR-101, pertence à Santur, tem valor estimado em cerca de R$ 300 milhões e já está garantido para a obra.

A proposta é construir um centro de eventos com 37 mil metros quadrados, sendo 32 mil para o andar térreo, que sediará o salão principal, e os outros 5 mil para o piso superior, onde funcionarão auditórios menores.

“É um grande conquista, que vai trazer emprego, renda e o desenvolvimento de um setor muito importante da nossa economia, em uma região que carecia de um investimento deste porte”, comemorou o governador Raimundo Colom-bo, afirmando que as obras começarão ainda neste ano.

O prefeito de Balneário Camboriú, Edson Renato Dias (PMDB), o Piriquito, lembrou que o projeto foi elaborado a partir de visitas aos grandes centros do país, tendo a preo-cupação de montar uma estrutura com a finalidade de aten-der ao mercado nacional. O prefeito ressaltou que o projeto também tem a aprovação da Câmara de Vereadores e do trade turístico de Balneário Camboriú. “Trata-se de uma das obras mais sonhadas pela nossa comunidade. Nossa indús-tria já é o turismo, mas hoje vivemos do turismo de sol e mar, agora vamos atender o importante turismo de eventos”, destacou. A expectativa é de que o espaço tenha capacidade para um público de até 20 mil pessoas. •

O Sinduscon de Balneário Camboriú contratou uma pesquisa que irá traçar o perfil imobiliário de Balneário Cam-boriú e Camboriú. O objetivo principal é a criação de um guia referencial do mercado imobiliário da região para construtores, incorporadores e imobiliárias. O levantamento está sendo fei-to pela empresa Brain – Bureau de Inteligência Coorporativa, de Curitiba, e deverá ficar pronto dentro de cerca de 40 dias.

A pesquisa é inédita e, entre outros objetivos, busca produzir um censo do mercado imobiliário, avaliar a deman-da potencial - segundo o crescimento vegetativo por renda-, levantar o perfil da demanda por imóveis e determinar a par-ticipação da construção civil na economia da cidade, conside-rando variáveis como PIB, valor adicionado bruto, emprego, impostos, entre outros fatores.

Também será feito levantamento dos empreendimen-tos residenciais em obras, classificando-os conforme número de dormitórios, banheiros, elevadores, área de lazer, metra-gem, preços praticados, velocidade de vendas, entre outros critérios, assim como a identificação destes empreendimentos no mapa da cidade, levando em conta o número de quartos e valor do metro quadrado.

O estudo é amplo e ainda prevê inúmeros outros dados a serem levantados, como análise socioeconômica e demográ-fica da cidade, e análise representativa do setor da construção civil (geração de impostos, estimativa de renda gerada, PIB por setor, entre outros). “Quando tivermos o resultado desta pes-quisa em mãos, iremos cedê-la à Câmara de Vereadores e aos delegados do Plano Diretor, pois acreditamos que dados desta natureza representam informação de alta qualidade e poderão ajudar muito no processo de planejar Balneário Camboriú para o futuro”, finaliza o presidente do Sinduscon, Carlos Humber-to Metzner Silva. •

Economia&Negócios • Junho 2013 • 63

Enfim, Balneário Camboriú vai ganhar centro de eventos

Mercado: Sinduscon de Balneário contrata pesquisa que irá traçar

o perfil imobiliário da região

Futuro Centro de Eventos será construído ao lado do terreno da Santur

ColunaMercado

Desejo profundo de toda a comunidade navegantina, a duplicação da BR-470, está mais perto de sair do papel. A licença ambiental que permite o início das obras de duplica-ção da BR-470 foi liberada, no dia 4 de junho, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). A confirmação foi dada ao governador Raimundo Colombo pelo ministro dos Transportes, César Borges, durante au-diência em Brasília. “Este é um marco sensacional para Santa Catarina. Agora vamos elaborar o cronograma para entrega da ordem de serviço”, expressou o governador. A expectativa é que as obras comecem no mês de julho.

Na mesma audiência no ministério dos Transportes, que contou com a participação do diretor-geral do Departa-mento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), ge-neral Jorge Fraxe, o governador sensibilizou o ministro para a importância da duplicação da travessia urbana de Jaraguá do Sul, trecho de oito quilômetros na BR-280. Atualmente, a obra, orçada em R$ 105 milhões, está delegada ao Esta-do e sendo executada com recursos próprios. “O projeto foi aprovado pelo Dnit e estamos tocando com dinheiro do Estado por ser uma obra de importância extrema para o de-senvolvimento daquela região, mas seria fundamental a ajuda do governo federal”, explicou Colombo.

Também foi confirmado o pagamento pelo Dnit da pri-meira parcela referente a obra do acesso ao Aeroporto de Correia Pinto, sendo que os valores da contrapartida foram todos antecipados pelo Governo do Estado para que os tra-balhos seguissem o cronograma. •

Ibama expede a licença ambiental para duplicação da BR-470

A duplicação da BR-470 no trecho que passsa por Navegantes deve ser a obra mais

demorada das listadas na reportagem

Diretoria da Acibalc participa de missão técnica na Alemanha

64 • Junho 2013 • Economia&Negócios

Leonardo Thomé

O presidente da Acibalc, Nelson de Oliveira, juntamente com a Diretora Administrativo Financeira da entidade, Cirlei Donato, embarca-ram no dia 8 de junho em Missão Técnica de Dirigentes e Executivos, organizada pela Fundação Empreender, para a Alemanha. O objetivo da viagem consiste em conhecer a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, que reúne aproximadamente 80 mil empresas associadas.

Entre os serviços oferecidos pela Câmara estão assessoria técnica, administrativa, comercial e tributária para as empresas associadas e fi-nanciamento e apoio a novas empresas. A Câmara ainda administra sete centros de treinamentos, três academias para formação e especialização de profissionais, além de dez escolas de formação de mestres.

A programação da viagem inclui visita às instalações da Câmara, empresas associadas e aos centros de formação profissional, além de um aprofundamento nas formas de operação e serviços oferecidos pela Câmara e pelos núcleos setoriais. De acordo com o Presidente da Aci-balc, Nelson de Oliveira, o roteiro visa aprofundar os fundamentos do associativismo e promove uma reflexão. “Acredito que este processo em Santa Catarina é bem evoluído e tendo subsídios, podemos melho-rar ainda mais”, finaliza. •

O objetivo da viagem consiste em conhecer a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, que reúne

aproximadamente 80 mil empresas associadas

ColunaMercado

Economia&Negócios • Junho 2013 • 65

Venda de veículos em Santa Catarina cresceu 9,49% em maioCom ritmo crescente nas vendas de veículos automoto-

res em Santa Catarina desde o início do ano, o mercado segue aquecido. Balanço divulgado pela Fenabrave-SC – entidade que abriga as concessionárias de veículos – apontou crescimento de 9,49% no mês de maio nos emplacamentos de automóveis, co-merciais leves, caminhões e ônibus, comparado ao mês de maio do ano passado. O estado acompanhou o crescimento da média nacional que registrou 10,01%.

No mês de abril, Santa Catarina ultrapassou a marca de 4 milhões de veículos circulando pelo estado. Foram 24.243 mil veículos vendidos só no quarto mês do ano, enquanto em maio foram mais 22.248, representando leve recuo de 8,23% com relação do mês anterior. Considerando apenas o segmento de carros de passeio e utilitários leves - beneficiado pelos descontos no IPI -, as vendas somaram 16.178 unidades no mês passado.

O desempenho eleva a frota catarinense para 4.036.049 veículos. No período dos meses acumulados de 2012 e 2013 o crescimento nas vendas em Santa Catarina foi de 4,02%, com exceção da categoria de motocicletas que apresentou queda de 16,29%.

Vendas de maio/2013 em Santa CatarinaA região Oeste registrou o maior acréscimo nos novos

veículos emplacados em maio de 2013 com relação ao mesmo mês do ano passado. Só nesta região, o crescimento represen-tou 15,95%, com 3.861 novas unidades. No acumulado do mesmo período de 2012, a alta foi de 11,34%.

A região do Planalto Serrano vem em seguida com 992 novos veículos emplacados em maio, o que representa um acréscimo de 8,77% em comparação ao mesmo mês do ano passado.

A região da Grande Florianópolis conquistou 4.476 novas unidades, com crescimento de 7,86% no segmento com-parado a maio de 2012.

A região Sul do estado demonstrou acréscimo de 3.359 veículos em sua frota, representando alta de 4,67% com relação ao ano passado. Houve ainda aumento de 5,10% comparado ao

mesmo período acumulado do ano anterior.Já a região Norte apresentou apenas 1,54% de aumento

nas vendas em maio com relação ao mesmo mês em 2012, o que representam 3.755 novos veículos.

O Vale do Itajaí foi região com menor crescimento nos registros de veículos novos emplacados em maio comparado a 2012, demostrando 1,29% de alta. Por outro lado, foi a região que mais vendeu veículos novos, chegando a 5.805 unidades.

De acordo com o diretor geral regional da Fenabrave-SC, Ademir Saorin, “a tendência para os próximos meses é uma es-tagnação no ritmo de crescimento, o que significa que o merca-do deverá manter uma média nas vendas – considerada bastante positiva – mas com menor percentual de aumento”.

Venda de veículos novos nas regiões de SC em 2013

Fonte: Fenabrave SC

A venda de veículos é segmentada em seis diferentes segmentos: automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e diversos (motor homes, tratores, microtratores, etc).

Mês Grande Florianópolis

RegiãoNorte

Região Oeste

Planalto Serrano

Região Sul

Vale do Itajaí Total

Janeiro 4.639 3.355 3.676 917 2.971 5.542 21.100

Fevereiro 3.469 2.983 2.978 752 2.546 4.449 17.179

Março 4.140 3.501 3.561 848 3.354 5.273 20.675

Abril 4.917 4.134 4.279 1.105 3.588 6.220 24.243

Maio 4.476 3.755 3.861 992 3.359 5.805 22.248

Total/ano 21.641 17.728 18.355 4.614 15.818 27.289 105.445

A logística das cargas pro-jeto sempre foi uma dor de cabeça para as indús-

trias, dada a complexidade que envolve. Esta situação se agrava ao notar-se a falta de empresas especializadas para este tipo de transporte, pois afinal de con-tas, o transporte internacional de produtos com excesso de peso e grandes dimensões exige experi-ência e inteligência logística.

Ao longo dos últimos anos, a B&M vem se destacando neste tipo de logística, sendo que em 2012 filiou-se a PCN – Project Cargo Network, de Londres, com o intuito de aprimorar sua network internacional, para po-der oferecer um melhor serviço aos seus clientes.

A experiência deu certo, e em 2013 a B&M tem seu ca-

INFORME PUBLICITÁRIO

Cargas projeto em alta

dastro aprovado pela WCAPN, que é a maior e mais especializa-da network mundial focada em cargas projeto. Isso aumenta em muito o portfólio de parcerias e serviços que podem ser ofere-cidos pela B&M quando se trata de cargas projeto.

Neste mês de junho a B&M marcará presença na 7th WCAPN Annual Conference, em Barcelona, Espanha. Segun-do Alexandre Bini, diretor da B&M, “a logística de carga proje-to exige muita responsabilidade e um preparo muito grande por parte da empresa que se dispõe a fazê-lo, daí a importância de boas parcerias e excelente corpo profissional.”

A 7th WCAPN Annual Conference acontece entre 17 e 19 de junho, e deve reunir 140 empresas especializadas.

Alexandre BiniDiretor

66 • Junho 2013 • Economia&Negócios