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Revista PGFN/FGTS 5ª Edição | Trabalho conjunto do CCFGTS e PGFN permitiu que regularidade com FGTS fosse pré-requisito para aderir ao parcelamento

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RevistaPGFN/FGTS

5ª Edição |

Trabalho conjunto do CCFGTS e PGFN permitiu que regularidade com FGTS fosse pré-requisito para aderir ao parcelamento

Expediente e Editorial | Revista PGFN/ FGTS - 2

Editorial

A importância social e econômica do FGTS pode ser traduzida na principal fonte de financiamento de programas populares de habitação, saneamento básico e infraestrutura, além de garantir futuro decente para o trabalhador e sua família. O não-recolhimento dos valores do FGTS pelos empregadores frustra políticas públicas relevantes e afeta as necessidades e sonhos que o trabalhador depositou naquele valor que ele tinha a receber.

Aqueles que deixam de receber o FGTS perdem muito mais do que o dinheiro que não chegou, perdem oportunidades e perdem a chance de recomeçar a vida em um momento de dificuldade.

Por isso, a recuperação do crédito do FGTS transcende a PGFN e alcança desde os principais atores de implementação das políticas públicas, como, principalmente, os trabalhadores brasileiros que esperam o resultado do nosso trabalho.

É nesse contexto que tenho a honra de apresentar a 5ª edição da Revista FGTS/PGFN, pensada, produzida e editada pela equipe da Coordenação-Geral da Dívida Ativa da União, que, a par dos desafios, deixou seu sonho ganhar corpo e transformou um projeto tímido em um grande sucesso, traduzindo a essência do trabalho da PGFN na administração e cobrança dos créditos do FGTS inscritos em Dívida Ativa.

Comunicar, a comunidade organizacional, como também aos parceiros do “Sistema FGTS”, as ideias, os projetos, os resultados do trabalho das unidades da PGFN e do órgão central possibilita uma maior interação e participação de todos os agentes desse macroprocesso do FGTS e, principalmente, nos aproxima a todos.

Que esta nova edição traga, para você leitor, uma satisfação tão grande quanto foi para nós a produzirmos. Boa leitura!

Anelize Lenzi Ruas de AlmeidaProcuradora da Fazenda Nacional

A Revista FGTS/PGFN é uma publicação institucional da Procuradoria-Geral Adjunta de Gestão da Dívida

Ativa da União e FGTS (PGDAU) da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).

Expediente

EQUIPE EDITORIAL

COLABORADORESEveraldo Souza Passos Filho

Guilherme Lazarotti de OliveiraMarcus Vinícius Duarte Malta

DIREÇÃO DE ARTEVinícius Lage

REDAÇÃOLucas LudgeroTalita de Souza

REVISÃOCamila Antunes

PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALFabrício Da Soller

SUBSTITUTOSRicardo Soriano de Alencar

Claudio Xavier Seefelder Filho

DIRETOR DA PGDAUCristiano Neuenschwander Lins de Morais

COORDENADOR-GERAL DA CDAAntônio Leonardo Silva Lindoso

COORDENADOR-GERAL DA CGRDaniel de Saboia Xavier

COORDENADORA DA COAGEDRenata Gontijo D’Ambrosio

Índice | Revista PGFN/FGTS - 3

ÍNDICE

Novidades

Números PGFN

Trabalhador em Foco

Unidades

Espaço do Estagiário

Linha do Tempo | Revista PGFN/FGTS - 4

Linha do Tempo | Revista PGFN/FGTS - 5

Você Sabia? | Revista PGFN/FGTS - 6

Você Sabia?

15.630postos de trabalho geradoscom os resultados da PGFN

O valor recuperado pela PGFN/FGTS não fica

parado. Enquanto os trabalhadores não estão aptos

a sacar o montante devido a eles, os valores são

investidos em três áreas importantes da sociedade

— habitação popular, saneamento básico e

infraestrutura urbana. Como consequência, o valor

injetado nessas áreas tem gerado empregos.

Considerando os dados dos Relatórios de Gestão

do FGTS, nos últimos três anos (2013 a 2015)

foram gerados 15.630 postos de trabalho a partir

dos resultados da instituição. A tendência é que o

número cresça cada vez mais.–

Fonte imagem: Flickr

PGFN e Pert | Revista PGFN/FGTS - 7

Trabalho do CCFGTS e PGFN possibilitou que regularidade com o FGTS fosse condição para adesão e manutenção ao PertMP que instituiu o programa de parcelamento foi convertida em lei em outubro de 2017

Trabalhador em Foco

a obrigatoriedade com créditos dessa natureza não fosse condição para adesão ao PRT.

O órgão argumentava que o “Estado brasileiro, em toda a sua extensão e manifestação, deve nortear suas ações no firme e único

propósito de dar concretude e efetividade ao FGTS, dado que se reveste de direito social fundamental, sacramentado na Constituição Federal”. A Procuradoria entendia que a eventual aprovação da proposta contida no PLV nº 10 retiraria “o direito das trabalhadoras

A atuação do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS) estabeleceu que a regularidade com créditos de FGTS fosse obrigatória para os interessados em aderir ao Programa Especial de Regularização Tributária (Pert), cumprindo-se o que determina a Lei nº 8.036, de 1990.

À época da edição da Medida Provisória (MP) 766/2017, que institui o PRT, o CCFGTS recomendou que o texto do Projeto de Lei de Conversão (PLV) nº 10/2017, que retirava a obrigatoriedade de regularidade com o FGTS para adesão ao programa, não fosse aprovado. Para isso, o Conselho elaborou uma moção e a enviou ao Congresso Nacional recomendando que a parte do texto do PLV que se referia à não-obrigatoriedade com o Fundo fosse rejeitada.

Por sua vez, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) elaborou a Nota nº 429/2017. O objetivo do documento foi apontar os impactos para a recuperação de créditos do FGTS caso

e trabalhadores na medida em que afetaria diretamente a possibilidade de recuperação do crédito do FGTS já vencido e não pago, inscrito ou não em dívida ativa”.

Em outubro deste ano, a Medida Provisória que instituiu o Pert – MP 783/2017 , que substituiu a MP 766/2017 , já que essa última havia perdido a validade por não ter sido votada dentro do prazo pelo Legislativo – foi convertida na Lei nº 13.469/2017 e o cumprimento regular das obrigações com o FGTS foi mantida na redação original da medida provisória, e de sua conversão em lei, como condição para os interessados em

participar do programa de parcelamento de dívidas com a União.

Mais uma vitória alcançada pela preocu-pação do CCFGTS e da PGFN em garan-tir que as trabalhadoras e trabalhadores tenham acesso a esse direito consti-tucionalmente estabelecido.–

Impacto social do FGTS é analisado por estudante de psicologiaConheça mais sobre a monografia que ganhou menção honrosa na Categoria Universitários da primeira edição do Prêmio FGTS

Trabalhador em Foco

“Unificar um tema que, aparentemente, só envolve a economia da sociedade com a psicologia mostra que tudo é bem mais complexo do que aparenta. Só alcançaremos a plenitude da razão se levarmos tudo em conta, tudo o que nos envolve, e a simples existência de um programa social já interfere no curso do viver. Não há matemática sem a l inguagem, não há português sem a soma das letras; não há programas sociais sem uma mentalidade por trás disso”, declara João Victor Martins Ruyz, sobre a monografia “Uma análise psicológica do impacto social causado pelo FGTS” , ganhador de menção honrosa na categoria Universitários da primeira edição do Prêmio FGTS.

O paulista de 24 anos e estudante no último semestre do curso de psicologia da universidade Anhanguera, revela que o concurso foi uma oportunidade de realizar uma vontade que surgiu em 2015, a de produzir artigos. Apesar disso, ele hesitou em unir a psicologia ao FGTS. “Pensei se seria viável fazer isso. É engraçado, enquanto eu escrevia a monografia, comentei com uma pessoa e ela achou graça, desconfiava que daria certo juntar temas tão difusos. No fim das contas, percebi que não somente seria possível, mas seria importante, pois a obra abriria um leque de possibilidades de estudo”, conta.

O universitário tinha dois objetivos ao escrever a obra. O primeiro era deixar claro que não há limites para o estudo da psicologia e que até um programa social de cunho econômico tem impacto nas pessoas. “Tudo o que ocorre na sociedade é devido à capacidade do homem em pensar, colocar em prática os pensamentos e as ideias que abstrai — o FGTS existe a partir de uma ideia, então, por que não estudar os fundamentos de tal ideia?”, questiona. Como objetivo

mesmo — levou à criação de facil itadores para satisfazer necessidades, não só inatas, mas também que surgiram no decorrer das eras. O trabalho passou a ser fator primordial para a vida em sociedade. “O ser humano aprendeu, assim sendo, a reforçar-se com as consequências de ter um emprego”, diz João. Com o trabalho no centro, como meio para evolução, foi necessário institucionalizar direitos e deveres aos indivíduos em situação empregatícia. A existência destes meios criou uma consciência e um comportamento a partir dele.

O FGTS, segundo João, é uma institucional-ização que satisfaz o ser humano nas neces-sidades de segurança e independência, além de garantir a arbitrariedade em agir con-forme deseja, como criar novos projetos. O programa é, portanto, um reforçador positi-vo que engaja o homem ao trabalho, e o con-hecimento de que os benefícios crescerão, a medida que o tempo de permanência au-menta faz com que o trabalhador tenha mais empenho nas atividades realizadas.

Entrevista João Victor - Prêmio Monografias FGTS | Revista PGFN/FGTS - 8

secundário e complementar, João quis mostrar a importância do FGTS na saúde mental do trabalhador e da sociedade em si. A obra foi produzida em cerca de dois e três meses, entre abril e junho e teve como base artigos científicos, livros e textos sobre o programa oriundos de sites governamentais.

Psicologia x FGTS

Para começar a entender o impacto social do FGTS, João abre a análise explanando sobre institucionalização, termo em que o univer-sitário insere o FGTS. Institucionalizações “existem a fim de facilitar a satisfação de ne-cessidades básicas do indivíduo”. De acordo com João, na página 298 da monografia, “por uma institucionalização social entende-se a criação de mercados, farmácias, escolas, faculdades, empresas, e demais meios que o homem encontra para evitar um estilo de vida primitivo”.

A evolução do ser humano — de primitivos a seres que vivem em sociedade por meio de construções culturais estabelecidos por ele

Só alcançaremos a plenitude da razão se levarmos tudo em conta,

tudo o que nos envolve, e a simples existência de um programa social já

interfere no curso do viver”.

João Victor Martins Ruyz

Trabalhador em Foco

Entrevista João Victor - Prêmio Monografias FGTS | Revista PGFN/FGTS - 9

“A noção de garantia é o fator principal. O empregado entende que, com o FGTS, mesmo com um ato injusto do empregador (demissão sem justa causa ou a extinção da empresa em que trabalha), ele ainda terá a recompensa devida. Uma sociedade se faz mais motivada quando percebe a existência de justiça no meio em que vive”, afirma João.

Além disso, João aponta que o ser humano, ao perceber que pode se deparar sem a garantia de continuar a suprir as necessidades dele, desenvolve comportamentos que são capazes de abalar a própria saúde mental. O FGTS, por sua vez, serve como prevenção contra esse estado comportamental. “Pode-se afirmar que a existência de uma institucionalização que garanta aos trabalhadores, por certo período, meios mantenedores de consequências positivas e vitalmente necessárias, se faz por si só suficientemente eficaz no que diz respeito a amenizar o impacto do medo em ver-se desempregado e, por isso mesmo, se convenciona no indivíduo uma maior tranquilidade — fator que asseguraria a não ocorrência de problemas psicológicos com antecedência”, pontua o universitário.

O autor termina a monografia reafirmando que o FGTS vai além de ser somente um artifício econômico ao trabalhador. “Por fim, entende-se que a melhoria proporcionada pelo FGTS não se l imita apenas na questão

econômica, mas, muito além disso, está correlacionada com fatores emocionais do ser. Tais fatores, quando satisfeitos, resultam em um indivíduo mais motivado e menos ansioso”, afirma. “Um dos prejuízos decorrentes da insegurança — ocasionada por medo de perder o emprego e ficar sem recursos financeiros posteriormente — é a desmotivação. Uma sociedade cresce com cidadãos motivados, confiantes e satisfeitos, sendo o FGTS um dos processos para isso”, conclui.–

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O empregado entende que, com o FGTS, mesmo com um ato injusto

do empregador, ele ainda terá a recompensa devida. Uma sociedade

se faz mais motivada quando percebe a existência de justiça no

meio em que vive”

João Victor Martins Ruyz

Unidade de maior recuperação | Revista PGFN/FGTS - 10

Unidades

PFN/BA recuperou R$ 8,8 milhões devidos ao FGTS no primeiro semestreMais de quatro mil trabalhadores foram beneficiados diretamente

O valor total devido ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) até junho de 2017 é de mais de R$ 26 bilhões. Considerando apenas os valores administrados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), esse número está próximo dos R$ 12,5 bilhões até o mesmo período deste ano. O total de trabalhadoras e trabalhadores afetados pelo total devido ao Fundo ultrapassa os 9 milhões. Se considerarmos apenas os débitos cobrados pela PGFN, a quantidade de cidadãos prejudicados por esses créditos não pagos supera os 8 milhões.

Os números, sem dúvida, são preocupantes. No entanto, a atuação da PGFN para recuperação desses valores para os trabalhadores tem resultado em casos de sucesso. Um exemplo disso é o da Procuradoria da Fazenda Nacional da Bahia (PFN/BA), unidade que obteve a maior recuperação de créditos de FGTS no primeiro semestre de 2017.

O trabalho desenvolvido pela Divisão de Grandes Devedores (Digra) da PFN/BA possibilitou a recuperação de mais de R$ 8,8 milhões devidos

ao FGTS pelo Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia (Imes), grupo responsável pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC). O montante recuperado diz respeito a 173 inscrições atribuídas ao Imes.

Quem constava como mantenedora da FTC junto ao Ministério da Educação (MEC) era a Sociedade Mantenedora de Ensino Superior da Bahia (Somesb). Após acumular um grande valor em débitos, a Somesb transferiu a responsabilidade pela FTC para o Imes, que tinha sócios e administradores coincidentes.

O procurador da Fazenda Nacional Luciano Santos, responsável pelo caso, explica que “ambas [as empresas] sempre se utilizaram das mesmas estratégias adotadas pela maior parte dos grandes devedores da Fazenda Nacional: adesão a programas de parcelamento com o pagamento irregular de parcelas, inadimplência após a consolidação e oferta de bens sem valor para penhora”.

Para recuperar esse montante, a PFN/BA inclu-iu a Imes como corresponsável nas execuções

fiscais dirigidas contra a Somesb; desconsid-erou penhoras sem valor; intimou as devedo-ras para que indicassem os débitos que seri-am objeto de consolidação de parcelamento especial; rejeitou o oferecimento de bens sus-peitos como garantia de parcelamentos ad-ministrativos; e negou pedidos de certidão de regularidade fiscal.

No entanto, as devedoras aderiram em 2014 ao Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies) obtendo acesso à certidão de regularidade fiscal. Por conta disso, a Digra passou então a focar sua atuação nas execuções fiscais relativas a créditos de FGTS, já que esses não são abrangidos pelo Proies.

Em 2016, penhoras deferidas nessas execuções de FGTS resultaram na indisponibilidade de valores superiores a R$ 10 milhões da Imes. O procurador acredita que esta tenha sido uma das motivações que levou as devedoras a buscar a regularização dos seus débitos de FGTS. No total, 4.362 trabalhadores foram beneficiados diretamente. Os valores

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Unidade de maior recuperação | Revista PGFN/FGTS - 11

recolhidos efetivamente já foram depositados nas contas vinculadas de todos eles sem maiores dificuldades operacionais por parte da Caixa, o Agente Operador do Fundo.

Mais trabalhadores beneficiados

Também é exemplo de atuação de sucesso no que diz respeito à recuperação de créditos de FGTS no primeiro semestre desse ano, a Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 3ª Região (PRFN/3). A unidade recuperou débitos de 355 inscrições que representam um total superior a R$ 7 milhões. Nesse caso foram beneficiados até 13.664 trabalhadores.

A Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 2ª Região (PRFN/2) também tem motivos para comemorar. O trabalho desenvolvido pela unidade possibilitou que mais de até 23.530 trabalhadores recebessem valores relativos ao FGTS devido à recuperação de um montante que ultrapassa a casa dos R$ 5 milhões relativos a 276 inscrições.

No Sul do Brasil, a atuação da Procurador-ia-Regional da Fazenda Nacional da 4ª Região (PRFN/4) também trouxe resultados signifi-cativos. Lá, a recuperação de débitos de 395 inscrições possibilitou que valor superior a R$ 3,5 milhões fossem repassados a tra-balhadores que não haviam recebido os seus créditos de FGTS.

Uma recuperação próxima dos R$ 2,5 milhões relativa a 304 inscrições foi o resultado do trabalho da Procuradoria da Fazenda Nacional em Minas Gerais (PFN/MG). Nesse caso, até 16.488 trabalhadoras e trabalhadores foram beneficiados.–

Unidades

Estagiária PFN/BA | Revista PGFN/FGTS - 12

Espaço do Estagiário

Estagiária da PFN/BA conta a satisfação de trabalhar na recuperação de créditos de FGTS Conheça Bheatryz Torres, estudante de direito que se formará no fim deste ano e foi estagiária na Procuradoria por dois anos

1) Por que decidiu cursar direito? Tem alguma área que lhe interessa mais?

Decidi cursar direito, pois, apesar de ser um curso que, à primeira vista, trata tão somente de leis e normas, o direito abrange comportamentos da sociedade, visões de mundo, formas de enxergar as diferentes situações da vida e nos fazem ter um olhar mais apurado e mais compreensivo das questões que nos rodeiam. A área que tenho mais afinidade é o direito tributário.

2) De que maneira o estágio na PGFN contribuiu para a sua formação?

Quando ingressei na PGFN estava tendo o primeiro contato com a disciplina de direito tributário na faculdade e certamente o estágio na Procuradoria contribuiu para que eu pudesse atuar na aplicação prática do que me era ensinado apenas em teoria, tendo um olhar mais apurado sobre o que aprendia, o que influenciou não apenas na disciplina em questão, mas em todo o curso, por conseguir enxergar com mais clareza como funciona na prática.

3) Quais eram suas principais atividades na unidade? Estagiou em mais de uma área?

Durante o período de estágio, executei atividades relativas à acompanhamento de execuções fiscais, incluindo a redação de pareceres, petições e recursos, bem como a realização de diligências nos setores de FGTS e Recuperação Judicial e Falência.

4) Quanto ao ambiente de trabalho e os profissionais com quem trabalhou durante esses dois anos, como foram suas experiências?

O ambiente de trabalho era propício ao estreitamento das relações interpessoais com os colegas, servidores e funcionários, no qual todos trabalham com muito profissionalismo e cooperação. Tive a oportunidade de conhecer pessoas extraordinárias, com quem mantenho contato até hoje. Estagiei diretamente com a Dra. Fernanda Teixeira de Souza durante esses dois anos, uma profissional excepcional, que certamente influenciou o meu comportamento no âmbito da profissão e das relações

interpessoais, uma vez que era a minha primeira experiência profissional.

5) Como foi a experiência de trabalhar diretamente com a recuperação de créditos de FGTS? Que aprendizados ficaram?

Trabalhar diretamente com a recuperação de créditos de FGTS foi uma oportunidade singular, visto que o destino final da arrecadação são os próprios trabalhadores. Ao recuperar o crédito devido, recupera-se também a dignidade de um grupo que estava privado de um direito social previsto na Constituição Federal. Portanto, foi de grande valia e aprendizado imensurável estar diretamente ligada ao alcance de tal conquista não apenas para a PGFN, mas, em última análise, para a população em geral.

6) Você tem algum hobby? Qual livro ou autor indicaria?

Ler. Atualmente estou lendo As Crônicas de Nárnia, de C.S. Lewis, um autor que gosto muito e recomendo suas obras. Recomendo também J.R.R. Tolkien.–

Para a soteropolitana de 21 anos, a oportunidade de trabalhar a fim de que trabalhadoras e trabalhadores tenham acesso ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), um direito que lhes foi negado por quem os contratou, significa a possibilidade de “recuperar a dignidade dessas pessoas” enquanto cidadãos. Bheatryz Torres explica que a atual afinidade por direito tributário, seguramente, é consequência do período em que estagiou na PFN/BA: “por conta do estágio consegui enxergar com mais clareza como funciona na prática o que aprendia na faculdade”.

Para conhecer mais sobre a estagiária leia ao lado a entrevista que ela nos concedeu:

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Efeitos da Norma de Execução | Revista PGFN/FGTS - 13

Queda no número de dias para operacionalização da inscrição em dívida ativa é tendência dos últimos três anos

Essa queda relativa aos dias para operacio-nalização e ajuizamento é uma tendência observada nos últimos três anos. Em 2014, 3.145 inscrições em Dívida Ativa de créditos do FGTS foram realizadas em até 180 dias, o que representa 68% das inscrições efetuadas naquele ano. No ano seguinte, 72% das inscrições dessa natureza foram feitas dentro do prazo de 180 dias, o que significou mais de 9 mil notificações inscritas.

divididos em 93 dias para a petição ser gerada, 174 para que a inscrição fosse operacionalizada e 76 para o ajuizamento.

A diminuição no número de dias desse processo é decorrente  de esforços de todas as unidades descentralizadas e da unidade central (através de rotinas gerenciais usando o DW), e ainda de medida publicada em março do ano passado pela Procura-doria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN): a Norma de Execução nº 01/2016. O documento estabeleceu normas para operacionalização das inscrições em Dívida Ativa dos débitos de devedores do FGTS e para a remessa das dívidas para cobrança judicial pelas unidades responsáveis.

As regras quanto à operacionalização e ajuizamento eram definidas em diversos mani-festos jurídicos da PGFN, daí a necessidade de uma única medida norteadora. Entre os objetivos da Norma estavam consolidar as principais ativ-idades e requisitos envolvidos na operaciona-lização da inscrição, no fluxo e na gestão da carteira inscrita, assim como na tramitação dos processos e comunicações entre as unidades competentes da PGFN e da CAIXA.  

Dentre as medidas que compõem a Norma estão o prazo máximo de 60 dias para que a Caixa operacionalize a inscrição em Dívida Ativa e de no máximo 30 dias para que os débitos inscritos sejam remetidos para ajuizamento. Essas regras possibilitaram que os números relatados acima fossem alcançados.–*Tempo registrado abrange transcurso de prazo em eventuais

parcelamentos e decisões judiciais

Novidades

O tempo médio para operacionalização e ajuizamento das inscrições  ajuizadas no primeiro semestre de 2016 foi de 318 dias, divididos entre 170 para operacionalização, 90 para gerar a petição e 58 para ser ajuizada. No primeiro semestre de 2017, o mesmo proced-imento foi reduzido em 12 dias, caindo para 306 dias. Foram 133 para a operacionalização – uma redução de quase 40 dias – 97 para que a petição

fosse gerada e 76 dias para ajuizamento da inscrição*. 

Quase 90% das inscrições em Dívida Ativa de débitos junto ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foram real-

izadas dentro do prazo de 180 dias no primeiro semestre de 2017. Em números

absolutos, isso significa que das 8.189 inscrições, 7.098 foram

feitas respeitando o período estabelecido.

Impacto na arrecadação

Em estudo apresentado pela Procuradoria ao Grupo de Apoio do Conselho Curador do FGTS (CCFGTS), foi constatado que a queda de dias do tempo gasto da lavratura da notificação até a inscrição em Dívida incrementou a recuperação de FGTS nos últimos três anos. Em 2014, foram recuperados R$ 217 milhões e o tempo gasto no processo foi de 1.527 dias — foram R$ 21,6 milhões a mais e 95 dias a menos. Em 2015, a operacionalização da inscrição caiu para 1.157 dias e a arrecadação aumentou R$ 6,6 milhões — registrando R$ 223,6 milhões. Em 2016 o incremento na arrecadação foi de R$ 23,3 milhões (R$ 246,9 milhões) e o processo entre a lavratura e a inscrição chegou ao marco de 1.068 dias.

Se em 2014 eram necessários 599 dias para o processo de gerar a petição (230 dias), operacio-nalizar a inscrição (289 dias) e ajuizar (80 dias), em 2015 esse número caiu para 343 dias,

Diminuição é decorrente da atuação da PGFN, CAIXA e de medida publicada ano passado

eficiência da recuperação dos créditos dos trabalhadores”.

Além dos impactos comentados, a expectativa é que a Classificação do Estoque possibilite a definição de ações a níveis estratégico, tático e operacional; identificação de “nichos de arrecadação”; e a criação de indicadores que reflitam a real eficiência da PGFN.

Atualmente, o projeto está em fase da extração das variáveis necessárias para a modelagem estatística. Posteriormente, os dados serão trabalhados por equipe da PGFN, bem como pelo Analista do Banco Central, Clodoaldo Anníbal.

Classificação de estoque FGTS | Revista PGFN/FGTS - 14

Projeto de Classificação do Estoque avança para os débitos de FGTS Ação irá potencializar a cobrança de créditos do Fundo a partir de mensurações reais de níveis de recuperabilidade

A Procuradoria-Geral Adjunta de Gestão da Dívida Ativa da União e FGTS (PGDAU) tem realizado a classificação do estoque dos contribuintes devedores do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Com a ação, esti-ma-se classificar 83.673 devedores e 104.181 inscrições, o que implica em análise de R$ 2.744 bilhões .

O objetivo do projeto é similar à classificação dos créditos inscritos em Dívida Ativa da União (DAU) — conforme Nota Técnica PGFN/CGD nº 147/2017 e Portaria MF nº 293/2017 —: conhecer seguramente os débitos que compõem o FGTS a fim de racionalizar recursos e otimizar a cobrança do crédito fiscal. Sem o conhecimento profundo do estoque qualquer atitude que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) tome será apenas paliativa na solução do volume de trabalho.

Qualidade na cobrança

Melhorar a qualidade da cobrança de créditos do Fundo de Garantia. Essa é a grande importância e consequência do projeto. A

Classificação dos débitos de FGTS é justa-mente compreender a carteira de devedores – com a criação de indicadores para cada perfil de devedor – e estabelecer os graus de recuperabilidade (rating) a partir do potencial de recuperação (aspecto qualitativo), e não apenas com base no valor total inscrito em DAU (aspecto quantitativo). Com essas informações será possível concentrar os esforços na cobrança dos créditos de melhor perspectiva de recuperação.

Para o Procurador da Fazenda Nacional Guil-herme Lazarotti, “a classificação atenderá a uma demanda antiga advinda do próprio Conselho e ela poderá ser agregada iniciativa já desenvolvida pelo Agente Operador sobre o mesmo tema”.

Com efeito, o Dr. Marcus Malta, Procurador da Fazenda Nacional a frente desse impor-tante trabalho no âmbito da Diretoria do FGTS (DFGTS) acentua que “com a Classificação dos débitos de FGTS será possível definir estratégias de atuação dos Procuradores da Fazenda Nacional, visando incrementar a

Novidades

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R$ 2.744 BILHÕES

devedores

inscrições

implica em análise de

Novidades

PGFN recuperou em 2016 quase R$ 140 milhões de créditos relativos ao FGTS Se comparado a 2015, o valor recuperado ano passado acresceu R$ 21,9 milhões

Em 2016, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) bateu mais uma vez o recorde quanto à recuperação de créditos referentes ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). No ano passado, devido às atividades de sucesso das unidades, foi possível recuperar R$ 139,5 milhões de dívidas dessa natureza. Se comparado a 2015, o valor é 20% maior, já que naquele ano o total recuperado foi de R$ 117,6 milhões.

Entre as unidades que mais recuperaram créditos relativos ao FGTS em 2016 está a Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 3ª Região (PRFN/3). O trabalho desenvolvido pela unidade possibilitou que fossem recuperados quase R$ 14 milhões referentes a 478 inscrições e que beneficiariam 15.040 trabalhadores.

Com recuperação que ultrapassa a casa dos R$ 10,5 milhões referente a 413 inscrições, a atuação da Procuradoria da Fazenda Nacional em Minas Gerais (PFN/MG) beneficiou mais de 11.475 trabalhadores.

A Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 2ª Região (PRFN/2) também engrossou a

recuperação do ano passado com um montante próximo a R$ 10 milhões, relativos a 512 inscrições e que possibilitou que mais de 27.912 trabalhadoras e trabalhadores pudessem receber seus direitos referentes ao FGTS.

Outra unidade que obteve destaque na recuperação de créditos relativos ao Fundo foi a Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional da 5ª Região (PRFN/5). Lá, um montante referente a 255 inscrições resultou na recuperação de valor superior a R$ 5,6 milhões. Nesse caso, mais de 10.373 trabalhadores foram beneficiados.

Outros 10.818 trabalhadores também puderam receber seus valores relativos ao FGTS no ano passado devido ao trabalho desenvolvido pela unidade da PGFN em Alagoas. A unidade recuperou quase R$ 5 milhões referentes a 196 inscrições.

Até o primeiro semestre de 2017, a atuação das unidades da PGFN possibilitou que quase R$ 85 milhões de créditos de FGTS fossem recuperados. O montante já representa 61% do total recuperado em 2016.–

Recuperação FGTS 2016 | Revista PGFN/FGTS - 15

Novo site FGTS | Revista PGFN/FGTS - 16

Novidades

Novo site do FGTS oferece mais transparência e facilidade a usuários Prêmio FGTS ganha página exclusiva com orientações. Biografia com histórias de trabalhadores, empregadores e funcionários envolvidos com o Fundo está disponível gratuitamente

Com design simples, intuitivo e adaptável a diferentes telas — monitores, notebooks, tablets ou celulares —, o novo site que traz todas as informações do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está disponível aos usuários.

A plataforma oferece informações tanto para quem é trabalhador quanto para empregadores, e trata dos mais comuns aos mais complicados assuntos referentes ao Fundo, assim como dos procedimentos de quitação de débitos com o FGTS.

Além disso, os trabalhadores podem acompanhar on-line o Fundo de Garantia próprio por meio de extratos, optar por receber informações dos depósitos mensais feito pelo empregador, consultar o saldo atualizado e, quando houver, receber aviso de liberação para saque via SMS. Há ainda a opção de fazer download do aplicativo FGTS Trabalhador.

A um clique estão disponíveis os canais de atendimento e notícias recentes sobre o assunto. Relatórios, dados, termos técnicos e atas das

atividades do Conselho Curador do FGTS também fazem parte das informações oferecidas no site, na aba Sobre o FGTS.

Dados da Gerência Nacional de Gestão da Rede do FGTS estimam a procura de informações no site do Fundo de Garantia. Em 2016, 16,6 milhões de acessos foram registrados. Neste ano, houve recordes: em março, 4,7 milhões de visitas no site, um aumento de 165,6% em relação a março de 2016. Em setembro deste ano, 1,4 milhão acessaram a plataforma, 589,9 mil a mais que no mesmo mês do ano passado. A crescente procura registra a importância do sítio e estima-se que, com as melhorias e novidades, o número aumente mais.

MENÇÃOHONROSAÃÃOÃOMENÇÃO

AROSAROSAHONRO

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1° Lugar 2° Lugar Menção Honrosa

Categoria Profissionais

A Proposta de Revisão da Correção Monetária do FGTS à Luz do seu Viés Coletivo e da sua Destinação Social.

Autor: Rafael Netto Arruda

O FGTS como Indutor do Desenvolvimento Sustentável nos Projetos Habitacionais: estudo da política socioambiental.

Autor: Márcio Augusto Sekeff Sallem

A Importância da Lei Complementar 150/15 para a Efetividade da Dignidade Humana do Trabalhador Doméstico.

Autora: Daniela Vasconcellos Gomes

Categoria Universitários

A Análise do Novo Prazo Prescricional do FGTS em Fase do Princípio do não Retrocesso Social (ARE 70912).

Autora: Marianna Lira da Rocha

O FGTS sob Enfoque do Atual Entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a Prescrição Quinquenal.

Autora: Letícia Voss Viera Lopes

Uma Análise Psicológica do Impacto Social Causado pelo FGTS.

Autor: João Victor Martins Ruyz

Categoria Trabalhadores Beneficiados pelo FGTS

Da efetiva Aplicação da Lei n° 8.036/1990 pelos Tribunais nas Relações Trabalhistas.

Autor: Alan Chimenes Dias

Efetividade na Utilização dos Recursos Fundiários.

Autora: Ednalva Ferreira da Silva

FGTS como Fonte de Transformação na Vida do Trabalhador.

Autora: Nilza Alves Vitória.

2° 2°

Prêmio FGTS

Estimular a pesquisa sobre temas — de enfoque social, jurídico e econômico — que contribuam para o aperfeiçoamento do modelo brasileiro de financiamento com recurso do Fundo de Garantia é a finalidade do concurso de monografia. O prêmio tem uma página exclusiva no novo site em que é explicado o objetivo e os ganhadores.

A primeira edição do prêmio ocorreu em 2016, elegeu dois vencedores e concedeu uma menção honrosa em cada categoria — profissionais, universitários e trabalhadores beneficiados pelo FGTS. Confira o resultado completo abaixo:

Novo site FGTS | Revista PGFN/FGTS - 17

Novidades

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Recuperação Consolidada 2016 | Revista FGTS - 18

Recuperação Consolidada 2016 | Revista FGTS - 19

Recuperação Consolidada 2016 | Revista FGTS - 20

Recuperação Consolidada 2016 | Revista FGTS - 21

Recuperação Consolidada 2016 | Revista FGTS - 22

Recuperação Consolidada 2016 | Revista FGTS - 23

Um livro feito para o brasileiro. Estampado com as cores

do nosso país, a Biografia FGTS conta a história de

empregadores, funcionários envolvidos com gestão e

história do FGTS e trabalhadores marcados pelo Fundo.

A obra, que conta com a colaboração de Procuradoras

e Procuradores da Fazenda Nacional, é uma expressão

de comemoração aos 50 anos da criação do FGTS e

uma força propulsora para que o direito do trabalhador

brasileiro continue sendo prioridade.

Baixe a Biografia no site, aqui.

Bio

gra

fia