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REVISTA ON-LINE QUADRIMESTRAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE Ano V Número 16 Fevereiro a Maio de 2017

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REVISTA ON-LINE QUADRIMESTRAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSEAno VNúmero 16Fevereiro a Maio de 2017

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EDITORIAL

Vivemos em uma sociedade com um sistema financeiro desumano. Tudo visa a lucro. Pouco se faz sem o dinheiro, que passou a ter um valor maior do que deveria. Vivemos em uma sociedade consumista, e “consumismo” é o fato de as pessoas comprarem mais do que necessitam. Fazem isso porque são emocionalmente influenciadas pela propaganda. “Possuir” é importante porque “ter” é “ser”, isto é, o meu valor depende dos bens que possuo. Se não possuo nenhum bem, não sou ninguém. Quanto mais eu tenho, mais eu quero. Para conseguir o mínimo para a sua subsistência, a pessoa necessita de dinheiro e para consegui-lo vale tudo. Moisés, o grande legislador hebreu, fez um bezerro de ouro para ser adorado pelo seu povo como expressão da pessoa de Jeová, conforme ele aprendera no Egito. Pois bem, tem-se a impressão de que o “bezerro de ouro” foi recriado na atualidade no Brasil e no mundo. Tal sistema financeiro exige que se adote a concorrência, tão em voga no mundo inteiro. Ganha medalha de ouro quem chegar em primeiro lugar. E nessa disputa vale tudo, inclusive o “doping” com seus efeitos perniciosos para a saúde do concorrente. São do Prof. Henrique José de Souza as seguintes palavras: “Toda educação ocidental tem por base o princípio da luta e da competência – donde a rivalidade. Cada criança é forçada a aprender o mais rapidamente possível, a fim de ultrapassar, por todos os modos, seus companheiros de classe. O que erradamente se chama de “concorrência amistosa” é assiduamente cultivado, mantendo-se esse mesmo espírito fortificado e vivo em todos os detalhes da manifestação da vida, o que acaba em explodir em forma de ódio, de agressão, etc.” São também do Prof. Henrique José de Souza as seguintes palavras: “Nunca se é o primeiro nem também o último”. José Ingenieros, em sua maravilhosa obra “O Homem Medíocre” (escrita em 1911), ensina: “Os países são expressões geográficas, e os Estados são formas de equilíbrio político. Uma pátria é muito mais, e é outra coisa: sincronização de espíritos e de corações, índole uniforme para o esforço e disposição homogênea para o sacrifício, simultaneidade na aspiração de grandeza, no pudor da humilhação e no desejo de glória. Quando falta essa comunidade de esperanças, não existe pátria, ela não pode existir: é preciso ter sonhos em comum, aspirar em conjunto a grandes coisas, e sentir-se decididos a realizá-las, com a segurança de que, ao caminharem todos em direção a um ideal, ninguém se deterá na metade do caminho, contando seu próprio dinheiro. A pátria está implícita na solidariedade sentimental de uma raça, e não na confabulação dos politiqueiros que medram à sua sombra. Não basta acumular riquezas para criar uma pátria: Cartago não foi criada assim. Ela era uma empresa. As minas de ouro, as indústrias fabris e as chuvas generosas fazem de qualquer país um rico empório: ideais de cultura são necessários para que nele exista uma pátria”. Razão bastante possuía José Ingenieros quando disse: ...a caminharem todos em direção a um ideal, ninguém se deterá na metade do caminho, contando seu próprio dinheiro. A pátria está implícita na solidariedade sentimental de uma raça e não na confabulação dos politiqueiros que medram à sua sombra. No Brasil há alguns séculos a “confabulação dos politiqueiros” permitiu que se desviassem fortunas incalculáveis dos cofres públicos para enriquecimento de um pequeno, mas atuante grupo, contando com a impunidade.

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“Quando um povo colocar a instrução acima do dinheiro; quando todas as honras pertencerem ao homem instruído, ao sábio, ao benfeitor, o pobre, atraído pelas radiantes fulgurações de semelhante ideal, imitará o exemplo que lhe apresentam, porque o povo é um grande imitador e segue o caminho que lhe traçam os que vão à sua frente. Se neles encontra apenas o vício, ao vício se vê conduzido; se for a virtude que ali domine, para esta se voltará do mesmo modo”. (Visconde de Bonald, citado pelo Prof. Henrique José de Souza).

Ensina-nos o Prof. Henrique José de Souza: Toda forma de governo é boa; o que não presta é o caráter dos homens; por isso mesmo, necessitado de uma grande modificação! É a isso que se dá nome de “espiritualização dos seres da Terra”, pois a moral pertence à alma e sem ela, o Espírito ou a verdadeira Consciência jamais se manifestará no Homem.

Transformemos o Brasil de “país” em “pátria” para que ele possa cumprir a sua Missão de “Pátria do Avatara” de direito e de fato. Para realizar tal transformação é preciso que seus filhos amadureçam emocionalmente, pois a emoção está ligada à alma. E para que haja esse amadurecimento, é necessário que cada um medite sobre as suas próprias emoções, atingindo, com isto, o GNOSCE TE IPSUM.

Celso Agostinho M. Oliveira

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5A Pomba do Espírito Santo

Por Henrique José de Souza

9A Evolução dos ÁtomosPor Henrique José de Souza

11Prometeu Acorrentado

Por J. B. Mello e Souza

13Aspectos do Clima, Mudanças Climáticas e

Adaptação no Século XXlPor Ronaldo Lyrio Borgo

17O Ermitão de ItaparicaPor Henrique José de Souza

19Façamos o Homem à Imagem

e Semelhança Nossa 20

Kut-HumiPor Henrique José de Souza

21 Conta e Tempo

Rebelo da Silva

22Coletâneas de Imagens de Oráculos Eubióticos

26Coletânea de Imagens e Pensamentos Eubióticos

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“O Espirito Santo”, manifestado em forma de AVE, não se firma apenas nas belíssimas páginas do Cristianismo, inclusive nas duas conhecidas passagens, em que o mesmo “Espírito Santo, em forma de POMBA, desce sobre Jesus, no momento em que João Batista o consagra nas águas tranquilas do Rio Jordão”, e no Dia de Pentecostes, “em forma de línguas de fogo (Fogo alado) sobre os Apóstolos), dando-lhes o dom do conhecimento de todas as línguas e tudo mais quanto faz parte da MENTE UNIVERSAL. A AVE é, pois, o símbolo da SABEDORIA ou Conhecimento Divino, por outro nome, TEOSOFIA. Ela é a expressão, digamos, ideoplástica do TERCEIRO LOGOS que o mesmo Cristianismo reconhece como “Terceira Pessoa da Santíssima Trindade”, dando- lhe mesmo o nome de “ESPÍRITO Santo”, isto é, Pai, Filho e Espírito Santo, cuja expressão em forma humana é aquela da SAGRADA FAMÍLIA ou JOSÉ, JESUS e MARIA. Todas essas maravilhosas interpretações da TRINDADE DIVINA em nada diferem das escrituras orientais, seja na TRIMURTI (“Três corpos”, ou Brahmã-Shiva-Vishnú), seja naquela “Ave de HAMSA chocando SETE OVOS”,

que outros não são, senão, os SETE DHYAN-CHOHANS idênticos aos SETE ARCANJOS ou Anjos da Presença diante do TRONO, iniciaticamente alegorizados nos candelabros de SETE VELAS, que figuram nos altares dos Templos do Cristianismo. O mesmo termo tibetano CHOAN equivale a CISNE, outra AVE SAGRADA que figura nas lendas escandinavas. É o SWAN inglês, o SCHWAN germânico, o ZWAN dinamarquês, sempre a referida AVE no seu excelso e iniciático sentido ARCANGÉLICO, ao qual a mesma TEOSOFIA denomina de SÉTIMO PRINCÍPIO ou “Principio Crístico”, os gnósticos, de AUGOEIDES, o mesmo deus CUPIDO, no seu virginal sentido de AMOR UNIVERSAL atingindo o “coração” dos verdadeiros filhos da Parelha Divina. Em uma das estâncias do LIVRO DE DZIAN (Dzin, Djin ou JINA); como um dos mais antigos livros do Oriente, e hoje não mais figurando em nenhuma das suas Bibliotecas, encontram-se estas reveladoras palavras, que também concordam com as da Teologia da supracitada Igreja. “Do Uno-Trino surgiram os SETE AUTO-GERADOS”, isto é, aqueles mesmos Arcanjos ou

Publicado originalmente na Revista Dhâranâ nºs 142 a 144 Abril de 1951 – Ano XXVI, em que Henrique José de Souza assina o artigo com o heterônimo de LAURENTUS

“Cavalga a AVE DA VIDA se queres saber. Abandona a tua VIDA se queres viver”.(A VOZ DO SILÊNCIO)

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Dhyan-Chohans, necessitando apenas que se seja um Iniciado para saber interpretar o “Espírito que vivifica por baixo da letra que mata”. A UNIDADE, o TERNÁRIO e o SETENÁRIO formam o cabalístico numero 137, a que somos os primeiros a dar a maior importância, além do mais, porque sua soma cabalística ONZE significa: “a Volta ao Divino”. Sim, a UNIDADE que é ao mesmo tempo TRINA em Essência, e SÉTUPLA em manifestação ou evolução. A Ilha de Itaparica, nas Bahia, é caracterizada por aquele número: 1 – a Ilha por inteiro; 3 – a largura e 7, a extensão (em léguas). A famosa bailarina Palowa possuía sete cisnes brancos, no lago da sua residência, aos quais prodigalizava carinhos inexcedíveis. Tem-se a impressão de que a grande intérprete da arte de TERPSICORE era entendida em assuntos Ocultistas ou Teosóficos. Depois da sua morte, um a um foram morrendo todos eles. Como se sabe, um dos bailados mais famosos da referida artista, é: – A MORTE DO CISNE. Na Mitologia, JÚPITER traz consigo a ÁGUIA, como símbolo de Sabedoria. Do mesmo modo que, entre os povos da América Central (Maias, Quíchuas, Toltecas, Astecas INCAS, etc.), o FALCÃO, por exemplo, era considerado “animal sagrado”. O COLIBRI, por sua vez, ao lado da “Serpente IRISIFORME alada”, entre os Nahvas, possuía um simbolismo dos mais transcendentes. O termo “irisiforme” quer dizer: “com forma de arco-íris”, isto é, com as sete cores do espectro solar, que, a bem dizer, são as mesmas dos TATTVAS ou “forças sutis da natureza”. E consequentemente, as cores dos sete planetas; cujos “Anjos tutelares”, segundo a Astrologia (Miguel, Gabriel, Samael, Rafael, Saquiel, Anael e Cassiel), são os mesmos Arcanjos ou Dhyan-Chohans já falados anteriormente. A Teosofia ensina que, “cada um dos SETE DHYAN-CHOANS dirige um dos sete estados de consciência que a Mônada tem de percorrer em toda a sua trajetória evolucional durante uma Ronda ou ciclo”. Na arte musical – como expressão de tamanha verdade – a escala é formada de SETE NOTAS. E quantas vezes a mesma seja repetida (digamos 7 x 7 = 49, na razão de sete raças-mães e sete sub-raças para cada uma delas), um ACORDE – composto de três notas aí também pode ser repetido como se fora a referida Mônada deslizando do Divino (o Agudo) ao terreno (o Médio) e o infra-terreno (o Grave), ou seja, o SEIO DA TERRA, o SANCTUM-SANCTORUM, onde se acha o grande Mistério espiritual de nosso Globo, pouco importando opiniões contrárias... É o LUGAR onde elaboram as chamas do Fogo Sagrado, o FOGO SERPENTINO ou KUNDALINI. Aquele mesmo fogo que, através da “sarça ardente falou a Moisés, ordenando-lhe que se descalçasse, pois estava pisando em terra sagrada”... No magnífico livro místico A VOZ DO SILÊNCIO, da autoria da Sra. Helena Petrovna Blavatsky, por ela compilado de outro antiquíssimo com o título de O Livro dos Preceitos de Ouro, encontram-se os profundos e iniciáticos ensinamentos que aqui transcrevemos: “Olha as hostes das Almas.

Vê como pairam elas sobre o mar tempestuoso da vida humana. E como, exaustas, sangrando, de ASAS QUEBRADAS, vão caindo uma após outra, nas ondas encapeladas. Batidas pelos ventos ferozes, perseguidas pelos vendavais, são arrastadas para os sorvedouros e somem pelo primeiro grande vórtice que encontram. Se, passando pela Sala da SABEDORIA, queres chegar ao VALE DA FELICIDADE, fecha, discípulo, os teus sentidos à grande e cruel heresia da “SEPARAÇÃO” que é aquela que te separa dos demais. Que aquilo que em ti é de ORIGEM DIVINA não se separe engolfando-se no mar de MAIA (ilusão dos sentidos), do Pai Universal (a Alma), mas que, o PODER DO FOGO se retire para a câmara do coração e o domínio da Mãe do mundo”. Sim, dizemos nós, “o poder de Fogo” e “a mãe do mundo” são nomes dados a KUNDALINI, como um dos poderes místicos, digamos, o principal que faz do discípulo um ADEPTO ou Homem Perfeito. Sua câmara é o “coração”, mas sua “morada” está no chacra MULADHARA, situado no cóccix (uma espécie de “Bela Adormecida ou Branca de Neve à espera do Príncipe encantado, em seu túmulo de cristal...”) Tal centro de força ou CHACRA se acha em oposição ao situado no vértice ou alto da cabeça, com o nome de chacra CORONAL, (Sahasrara, Brahmananda, etc.) A “coroa” dos sacerdotes, dos reis, donde “reis divinos” do mesmo modo que a auréola dos Santos da supracitada Igreja tem a sua origem em tudo quanto acabamos de dizer. Conhece-se aquela maravilhosa passagem da vida de Antonio Vieira, quando ele diante do Altar da Virgem Maria (com seu papel também de Ave ou Espírito Santo) sente um ESTALO na cabeça, e perde os sentidos... Daquela hora em diante o discípulo IGNORANTE passou a MESTRE, ADEPTO, Homem Perfeito ou Iluminado. Começou a ter “o conhecimento perfeito das coisas”. Trata-se do fenômeno da “manifestação de Kundalini”, aquele mesmo que, no Dia de Pentecostes se manifestou sobre a cabeça dos DOZE APÓSTOLOS DO CRISTO. Na seita dos Quakers (ou tremedores) na América do Norte, os seus adeptos quando recebem “o espirito santo” se põem a tremer convulsivamente, para não dizer, em forma epiléptica. Do mesmo modo, entre os adeptos da “macumba” (ou baixo africanismo), ao receberem “o santo”. Tanto estes como os médiuns do Espiritismo não são mais do que formas grosseiras dessa manifestação superior do Eu ou Consciência Universal (agindo em cada um como fração do Grande Todo), pois que, de outro modo, não passa de “manifestação momentânea” (quando não de embuste, como na maioria dos casos) muitas vezes de entidades astrais, larvas ou micróbios dessa natureza, em atividade por conta do mau lastro existente no ambiente ou ovo áurico de semelhantes pessoas, que a bem dizer, não passam de “passivos” ou doentes. O homem deve ser consciente dos seus atos para que seja, também, responsável pelos mesmos perante a Lei que a tudo e a todos rege (ou Dharma, a lei justa).

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O próprio termo “irresponsável” define o indivíduo que pensar e agir de modo contrário. Tal como os Dhyan-Chohans ou Arcanjos, os sete astros por Eles dirigidos, etc., o homem possui sete centros de força ou CHACRAS. E, isto, além do mais, para provar que “ele deve percorrer os sete estados de consciência, a fim de se tornar aquele mesmo Adepto ou Homem Perfeito”. Para tanto se lhe apontam os três iniciáticos caminhos: JNANA (Conhecimento), BHAKTI (Amor, devoção, etc.) KARMA, que é o do meio, através do qual ele palmilha na vida, sujeitando-se a todos os obstáculos por ele mesmo criados nesta e em outras encarnações anteriores. Citemos outras passagens de A Voz do Silencio, para comprovarem bem as nossas de hoje: “Então, do coração (como câmara de Kundalini) esse PODER subirá à SEXTA região média, ao lugar entre os OLHOS (chacra frontal ou AJNA, onde os faraós egípcios traziam o UREUS mágico, e na Índia, “o olho de Shiva” para as castas elevadas, sacerdotisas, etc.), quando se torna a respiração da ALMA ÚNICA, a Voz que enche tudo, a Voz do MESTRE”. E isto porque, segundo as mesmas escrituras orientais, “Quando o discípulo está preparado, o MESTRE aparece”, que outro não é, senão, a própria Consciência. “Busca dentro de ti mesmo o que procuras fora”, é outra sentença das referidas escrituras. “É só – continua A Voz do Silêncio – quando poderás ser UM que anda nos céus, que pisa os ventos por cima das ondas, cujos passos não tocam nas águas” (como aquela passagem da Vida de Jesus, que Pedro, por não ter a devida fé em si mesmo, e na palavra do MESTRE, quase se afoga. “O homem de pouca fé...! Antes que ponhas o pé sobre o degrau superior da escada, a escada dos sons místicos, tens de ouvir de SETE MANEIRAS, a VOZ DE TEU DEUS INTERIOR. A primeira, é como a VOZ SUAVE DO ROUXINOL cantando à sua companheira urna canção de despedida (“ o canto do CISNE na hora da morte”). A segunda, vem como o SOM de um címbalo de prata dos DHYANIS, acordando as ESTRELAS RUTILANTES. O terceiro é como o lamento melodioso de um espírito do oceano prisioneiro na sua concha. E a este, segue-se o CANTO DA VINA (espécie de ALAÚDE). O quinto é como o sem de uma flauta de bambu gritando aos teus ouvidos. Mude depois para um clamor de TROMPA. O último vibra como o rumor surdo de uma nuvem de trovoada. O sétimo absorve todos os outros sons. Eles morrem e não tornam a ouvir-se. Quando os SEIS estão mortos e postos aos pés do MESTRE, então o discípulo se entrega ao ÚNICO com Ele, nele, portanto, vivendo”. “Viver a Vida Una” é termo conhecido por Teósofos e Ocultistas. Em resumo, mais uma vez dizemos, o Espírito Santo manifestado em todas as religiões, lendas e tradições, é a AVE SAGRADA da Sabedoria Divina. E como tal, representa o TERCEIRO LOGOS. É a Voz que vem dos céus e se manifesta na Terra como PALAVRA. Segundo foi dito em outros lugares, sua Morada é o Sanctum- Sanctorum (que no homem é figurado no Muladhara) da Mãe-Terra, MATER-RHEA ou Matéria.

Algo assim como se disséssemos que o Espirito (Purusha) aí se une com a Matéria, Prakriti). Em nosso artigo dedicado a Colombo (numero 110 de Dhâranâ), ao estudarmos a sua sigla e brasão, citamos a saudação que o mesmo nela fazia, seja ao ESPÍRITO SANTO (em forma de Pomba) como a Maria, em forma de água, Mar, etc. Mesmo porque, “MARIA provém de Mar, as águas, etc., e a prova que, nas pias de água benta dois MM entrelaçados se encontram por cima, não apenas para simbolizar o nome de Maria, mas também, para expressar o signo de AQUÁRIOS. E como Colombo pertencesse à Ordem de Avis (anteriormente houve outra mais secreta ainda; vide o supracitado numero de Dhâranâ, com o nome de MARIS) o que nos obrigou a fazer os iniciáticos trocadilhos, que se seguem: Ave Maria! Ave, Espirito Santo dizia Colombo na referida SIGLA. Enquanto nós outros: Avis-Maris Aves- Marinhas. AVIS RARIS IN TERRIS. De fato, “o grande navegador agartino ou Jina”, não passava de AVE RARA na Terra”. Seu nome provém de COLUMBA, a POMBA de todas as iniciações, o ESPÍRITO SANTO das Homenagens Divinas. Do mesmo modo que, em grego chamando-se Ele CHRISTOFERENS-COLUMBUS, “é aquele que carrega consigo o Cristos”. Donde a lenda de S. Cristóvão que carregava de um lado a outro do rio, as pessoas que dele necessitassem, até que um dia carregou o próprio Menino Jesus. O sentido verdadeiro, entretanto, dessa passagem “de um lado a outro”, é aquele de salvar as almas, conduzindo-as ao céu; a outro lado da vida.” Donde o termo “PONTÍFICE, ou construtor de pontes”, que é muito mais antigo que o Cristianismo. Passemos a narrar um fato memorável que se passou na própria capital brasileira: “A imagem de N. S. de Copacabana (cópia da que existe no Santuário de Copacabana, às margens do Titicaca, na Bolívia. Copacabana também foi um dos chefes ou Manus da raça inca, etc.) foi trazida ao Brasil por uma comissão de senhoras bolivianas. Na solenidade da entrega, feita na praça da Matriz de Copacabana, após o temporal que se desencadeou naquele momento, uma POMBA BRANCA veio pousar na cabeça (chacra coronal, donde “coroa”, etc. de Nossa Senhora. O fato causou uma sensação tão grande, que a multidão se atirou de joelhos diante da imagem... E o acadêmico Pedro Calmon aproveitou a sublime apoteose divina para o seu brilhantíssimo discurso (os jornais da época noticiaram largamente o fato – 1943). É curioso assinalar que a imagem de N. S. de Copacabana primitivamente possuía uma COROA com uma pomba nela pousada, segundo narrou o Major Ugarteche em conferência recentemente realizada no auditório do Ministério da Educação”. E tudo isto, prezado e ilustre leitor, para falarmos no caso que vem empolgando toda a imprensa brasileira – principalmente a paulista e carioca – do mesmo modo que às pessoas que o assistiram no momento e posteriormente:

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“Uma POMBA BRANCA, sem que se soubesse donde veio pousou na FRONTE de uma jovem professora (fato também idêntico ao do momento de expiar a “virgem de Orleans”, na inquisitorial fogueira...), de Nome Otilia Dias de Almeida Ferraz, além de muito amiga dos seus discípulos, era devota do ESPIRÍTO SANTO e de S. Jorge. Muitos dias antes de morrer, começou a ver uma POMBA BRANCA sobre a cabeça. Logo depois da sua morte, o quarto se encheu de um perfume estranho de rosas. A pomba que não a deixava um só instante, picava as mãos das pessoas que procuravam tocar no cadáver... E acompanhou o enterro, postando-se num dos braços da CRUZ da sepultura da morta, onde aí esteve muitas horas, para depois as pessoas da família da morta a trazerem para casa onde se acha até hoje...” Como sabem Ocultistas e Teósofos, o TERCEIRO LOGOS é assinalado por “um círculo com uma CRUZ no centro”. Do mesmo modo que o chacra MULADHARA ou raiz, possuindo QUATRO pétalas, forma urna CRUZ PERFEITA. O perfume da ROSA e a excelsitude da CRUZ, apresentam um outro símbolo, que é aquele da ROSACRUZ. A mesma “protegida do Espírito Santo e de São Jorge”, além da visão que teve muitos dias antes de morrer, não mais quis tomar nenhum alimento, pedindo mesmo a MORTE, isto é, desejando ir para o mesmo LUGAR donde viera a misteriosa AVE ARCA, BARCA, AGARTA Sim, como aquela do Noé bíblico (que lido anagramaticamente dá o EON grego corno “a manifestação da Divindade na Terra), que voltou “trazendo no bico o ramo de oliveira”. Sim, ramo racial árico”, após a grande catástrofe atlante... Do ARCO, ARCA, BARCA ou AGARTA também era JEANNE D’ARC,

pois, como afirmava seu próprio nome” o ARCO (arco-íris) é “a ponte que conduz as almas de um lado para outro”, em busca da IMORTALIDADE. “A Barca de Osíris tinha a mesma função”, ao navegar no rio NILO. Nilo, nihil ou “nada” , do aniquilamento da vida terrena, pela permanência eterna no Tudo ... da Vida Divina. Jeanne D’Arc, “a Jina da Arca”, mas também, um dos seus Kshattryas ou “guerreiros”. Tomé de Souza, primeiro governador do Brasil, adotou na sua bandeira o símbolo da POMBA DE NOÉ, com a conhecida frase latina: “SIC ILLA AD ARCAM REVERSA EST”. Assim voltou ela para a ARCA”. A Prefeitura da capital baiana até hoje tem por brasão e armas a mais bela de todas as alegorias ao Divino Espirito Santo. Não fosse ela a CIDADE DO SALVADOR, a Terra de SANTA CRUZ e de Todos os Santos. E como tal, dos Mistérios da sua própria DESCOBERTA... Em nosso Colégio Iniciático uma JOVEM que vivia mais “no mundo da razão que no da ilusão”, mal acabou de exalar o ultimo suspiro, TRÊS POMBAS BRANCAS existentes em casa de seus Pais, desapareceram, rumando para lugar ignorado... Seu nome que era LUCILIA obriga-nos à uma interpretação mais que verdadeira: “LUCILIA é aquela que se dirige para a Ilha da LUZ”. E com isto só nos resta afirmar que, mesmo nessa hora trágica por que atravessa o mundo, nele ainda existem SERES, cuja ORIGEM nos obriga a aclamá-los do mesmo modo que o fizemos a COLOMBO: AVIS RARIS IN TERRIS.

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A ciência oficial, que magistralmente vem conduzindo suas descobertas no mundo físico, está ainda demasiado longe de atingir os conhecimentos da Ciência Oculta, inclusive no que concerne ao átomo, essa minúscula partícula do Grande Todo, através da qual a natureza faz circular todas as suas forças, desde as mais grosseiras, como o calor, som, eletricidade, até as mais sutis, destinadas a despertar nos organismos em que se manifestam, os estados de consciência, a começar pelo plano físico e a findar no atmânico ou espiritual. O átomo, que foi elevado à categoria de um microscópico Sistema Planetário, onde o núcleo formado de prótons e nêutrons faz o papel de Sol Central, e os elétrons que à sua volta giram com fantástica velocidade, representando os planetas é, na realidade, muito mais que isso, porquanto nele palpita a própria consciência do Logos, agindo para a realização do Plano arquitetado desde o início das coisas. A par da força que mantém a forma do átomo, outras emanadas do mesmo Logos ou de um dos seus três aspectos: Vontade, Sabedoria e Atividade, circulam quando funcionam as espiras que o compõem. As SETE séries de espiras do átomo correspondem às Sete Rondas em que se divide a vida total de nossa Cadeia e, por conseguinte, do nosso Globo.

A evolução exige que em cada Ronda ou em cada período de vida do Globo, uma dessas séries se abra e dê passagem a uma força, permitindo que os organismos ou entidades de que os átomos são partes componentes, despertem determinados estados de consciência, galguem mais um degrau na escala evolucional. Além das sete séries de espiras destinadas a fazer passar pelo átomo as sete emanações mais sutis do Logos, as sete manifestações da Vida Una, os sete Tattvas ou forças imponderáveis da natureza, tendo cada uma por mundo peculiar um dos sete planos em que se divide o Cosmos – dispõe ainda o átomo de dez canais a que os ocultistas chamam de “espírulas”. Três delas dão passagem às diversas correntes elétricas, e as outras sete, às forças relativamente conhecidas pela ciência. Foi assim que, durante a primeira Ronda de nossa Cadeia, o primeiro grupo de espiras dos átomos físicos entrou em atividade, sob a influência da vida monádica, dando passagem às correntes prânicas (sopro de vida) que agem na parte densa do corpo físico. Originou-se dessa forma o veículo mais grosseiro do homem. Na Ronda seguinte entra em função o segundo grupo de espiras, dando passagem às forças que iriam agir no duplo etérico, sede dos centros ou chacras elétricos.

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Durante estas duas Rondas, nada existe ainda no mundo das formas, que se possa qualificar de sensação. Esta só apareceu quando, no decorrer da terceira Ronda, o terceiro grupo de espiras se abriu para dar passagem às correntes prânicas correspondentes à “energia kâmica”, isto é, dos desejos, e para ligar intimamente o corpo físico com as sensações do corpo astral, por intermédio dos respectivos chacras. Chegamos à quarta Ronda, e o quarto grupo de espiras do átomo físico se abre para dar passagem ao “prana manásico” que, circulando livremente, concorre para a construção do cérebro, destinado a servir, mais tarde, de instrumento do pensamento humano. A este grau evolutivo chegou a humanidade. Falta despertar as três séries de espiras que hão de proporcionar os três mais elevados estados de consciência: o Manásico Superior, o Búdico e o Atmânico, ou seja, o da Super-Inteligência, o da Intuição e o da Espiritualidade. Esta é a marcha natural da evolução dos átomos, da qual depende a evolução da humanidade e todos os demais reinos da natureza, como do próprio Globo Terrestre. Se observássemos um átomo em seu percurso através dos diversos elementos que compõem o Universo, constataríamos com que precisão e “inteligência” ele atrai outros átomos, adquirindo nova forma e aumentando seu peso e, de certo modo, sua experiência, confirmando a afirmativa sobre a causa da própria evolução: a Vida Energia se transforma em Vida Consciência. Descendo o átomo ao mais denso elemento, a forma parece incapaz de o manter cativo, e começa por desintegrar-se. Inicia-se, então, sua viagem ascensional (tal como os planetas depois de alcançarem o afélio). Graças a essa desintegração, torna-se cada vez mais ligeiro, funcionando em diversos elementos, em sua evolução para cima. Terminando a viagem de ascensão, o átomo volve à sua fonte de origem: o Raio Cósmico, mas, segundo parece, um pouco diferente do que era quando emergiu pela primeira vez. O final de sua história é aparentemente igual ao seu começo.

O próton, por meio de sua força de afinidade, é atraído por um elétron e os dois se fazem um, tal como o fim da evolução do homem, do ponto de vista sexual – sua volta ao androginismo inicial, porém, com a experiência total da Ronda. Não há uma só partícula de nosso corpo que não possa responder às vibrações destinadas a afetar determinados órgãos sensíveis, como: os ouvidos, os olhos, o nariz, etc. Virtualmente, todos os átomos do corpo físico podem desenvolver suas espiras e “espírulas” para uma plena percepção através dos sentidos, como sucede com os átomos do corpo astral – todos eles capazes de ver, ouvir, degustar ou sentir – o que dispensa esse corpo de possuir órgãos especiais para cada sentido. Os homens, porém, dispondo do livre arbítrio em grau mais elevado que os outros seres, tanto podem retardar como acelerar a marcha de sua evolução – não permitindo a abertura dessas espiras, ou antecipando o funcionamento daquelas que só muito mais tarde deveriam entrar em atividade. A atividade prematura das espiras pode ser provocada pela prática de certos exercícios mentais e físicos (Yogas), ensinado nos Colégios Iniciáticos, como por exemplo, a SOCIEDADE BRASILEIRA DE EUBIOSE, e sempre sob a direção de instrutores idôneos e competentes.

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Ésquilo nasceu em Elêusis, subúrbio de Atenas, por volta do ano 525 a.C. Descendia de família nobre e teve educação esmerada, realizando viagens por várias regiões da Grécia, e pela Sicília, onde conheceu o famoso tirano Dionísio, de Siracusa. Era homem feito quando se deu a invasão persa; e como patriota, combateu nas gloriosas batalhas de Maratona, de Salamina e de Plateia. Suas obras granjearam-lhe merecida fama, e honrarias várias. Morreu o grande autor dramático em Gela, na Sicília, no ano 456 a.C. Das sete peças que se conhecem, de Ésquilo, uma das mais grandiosas, pelo tema que focaliza, é o “Prometeu Acorrentado”. Segundo a Teogonia, Júpiter, ao assumir o governo do universo, tornando-se Deus Supremo, cogitava de conservar a espécie humana em uma condição próxima da animalidade irracional, senão destruí-la, substituindo-a por outra, de sua criação. Contrariando, porém, os desígnios da suprema potestade, o titã Prometeu, condoído da sorte da humanidade, consegue apoderar-se de uma faísca do fogo celeste, com o que dotou o homem da razão, e da faculdade de cultivar a inteligência, as ciências e as artes. Como punição por esse crime, ordena Júpiter que Prometeu seja acorrentado a um rochedo,

na inóspita região da Cítia (Cáucaso) e ali permaneça pelos séculos adiante, a menos que consinta em revelar, aos emissários do irritado nume, os segredos terríveis que só ele conhece, e que permitiriam a Júpiter devassar os mistérios de seu próprio futuro e evitar uma queda semelhante à que causou a ruína de Cronos (Saturno), seu pai e antecessor no domínio do orbe. Prometeu, porém, conhecedor desses arcanos do “Fatum” (seu nome significa: “o que prevê”) – resiste aos mais atrozes sofrimentos, como imortal que é, procedendo com uma altivez extraordinária, sem proferir um só queixume enquanto Vulcano, cumprindo as ordens de Júpiter, o prende, por meio de cadeias indestrutíveis, ao inacessível penedo. O “Poder” (Krakós), que determina e fiscaliza a execução dessas ordens cruéis, instiga e ameaça o próprio Vulcano, que se mostra penalizado pela tortura a que, bem a seu pesar, está sujeitado a um deus, seu parente. Retiram-se os deuses, enviados por Júpiter (inclusive a Violência, personagem mudo) – e só então Prometeu solta os seus brados de revolta e desespero, na solidão em que se encontra. Surgem, então, as Ninfas, filhas do Oceano, que ali foram ter, atraídas pelo rumor dos martelos de Vulcano.

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A seu pedido, o infeliz Prometeu conta-lhes o que fizera, e explica a razão do suplício a que fora condenado. O próprio Oceano ali vai ter, e, comovido, procura confortar a vítima da cólera de Zeus, aconselhando-lhe prudência, e submissão, e prometendo, sob tais condições, intervir junto ao supremo senhor do Olimpo em favor do desgraçado. Prometeu rejeita esses bons ofícios e procura dissuadir o Oceano de tal propósito. O diálogo que entre os dois se trava contém afirmações de impressionante beleza. Depois de um longo diálogo entre o herói decaído, e o coro que deplora seu sofrimento, surge a figura horrível de Io. Filha de Ínaco, rei de Argos, Io era sacerdotisa de Juno, quando Júpiter por ela se apaixonou. Com o propósito de iludir a esposa, o deus olímpico transformou a jovem numa ovelha de extraordinária beleza. Vendo-a, após a metamorfose, Juno pediu, e obteve do esposo, que lhe cedesse a ovelha; e, zelosa, suspeitando já de alguma coisa, confiou-a à guarda do cão Argos, de cem olhos. A mando de Júpiter, porém, Mercúrio consegue iludir a vigilância de Argos, e retira Io da prisão onde se achava. Foi então que, descobrindo o embuste, Juno, irritada, resolve que um moscardo de medonho aspecto persiga, sem cessar, a pobre Io, que, desesperada, foge atravessando campos, mares e desertos, galgando serranias e atingindo os confins do mundo. Bem se compreende o extraordinário efeito que o autor alcançou pondo, um diante do outro, a Prometeu, condenado à eterna imobilidade, e Io, condenada a não parar nunca em sua corrida louca, ambos vítimas da iniquidade e da prepotência dos numes. Prometeu, como prova de sua infalibilidade em devassar o destino humano, refere o que se passou com Io até aquele momento, e profetiza os seus ingentes padecimentos ainda futuros, e sua final libertação. Reaparece o medonho inseto, e a pobre Io prossegue desatinada, em sua fuga. No último ato da tragédia, é o próprio Mercúrio, filho e emissário de Júpiter, que vem ter junto ao desgraçado Prometeu, e, renovando as ameaças tremendas do deus supremo, tenta arrancar do acorrentado titã os segredos que ele conhece e guarda. Mas esse esforço é baldado. Dando provas de uma coragem que toca as raias do sublime, o revoltado herói resiste ainda, em respostas plenas de altivez, e de audaciosa ironia. Comunica-lhe, então, Mercúrio, a última determinação do irado Zeus: Prometeu teria suplício aumentado pelo abutre que viria, diariamente, devorar-lhe o fígado, até que um raio, expedido por Júpiter, precipitasse nos abismos do Tártaro o acorrentado prisioneiro, sob o peso da derruída penedia.

E com o comovente brado de Prometeu, que, presciente, já ouve o fragor da horrenda catástrofe, termina a tragédia esquiliana. Como nas demais peças do grande trágico eleusiano, as personagens do “Prometeu Acorrentado” são vítimas, impotentes, da fatalidade inexorável. O anúncio, porém, de um futuro melhor, uma forte brisa de esperança, perpassa, afinal, para conforto dos que sofrem os males do destino. Prometeu seria libertado ao cabo de longo tempo de suplício. O “Prometeu Acorrentado” é o primeiro episódio de uma majestosa trilogia, da qual se perderam as outras partes. Perda lamentável, sem dúvida, pois não nos permite conhecer toda a significação moral dessa tragédia, em que se vê o deus supremo perseguir atrozmente a um nume tutelar dos míseros mortais, a um benfeitor da Humanidade.

Capa do livro em que J. B. Mello e Souza, faz o prefácio, a tradução e os comentários do clássico “Prometeu Acorrentado”

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I- Cenários e Atualidades Está em curso uma odisseia romanesca nos palcos da ONU para controlar o clima da Terra, com Convenções de interesse em torno de uma nova ordem mundial, planejada pelos impérios do globalismo, baseada em economias de baixa emissão de gás carbônico e em sistemas tecnológicos não emissores de gases de efeito estufa. A tal Odisseia lançou uma corrida de “Salva Planeta” no séc. XXI, que tentou firmar raízes no Acordo Climático de Copenhagem/Dinamarca (dezembro de 2009) para intensificar a promoção do paradigma da Economia de baixo carbono globalizada - Low Carbon Economy, baseado nas energias limpas ou CO2 clean, com ênfase nas tecnologias nucleares de última geração, e nas renováveis: solar, eólica, hidrogênio, maremotrizes, hidrelétricas, biomassas. Os representantes do status quo das ciências oficiais e dos governos, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), através de custosas e melodramáticas batalhas diplomáticas em torno do controle do clima que atravessaram o século XX p/ o XXI, afirmam categoricamente que as causas do “aquecimento global” estão nas atividades humanas. Atividades estas que engendram e operacionalizam os sistemas de produção e consumo do mundo moderno, mais especificamente dos séculos XX e XXI, e que geram o desenvolvimento das sociedades humanas. Mais além, este paradigma está fundamentado no “Sistema Terra” dentro de uma visão antropocêntrica, ou seja, onde as “atividades humanas” são as que impactam brutalmente o clima do planeta. Estas causas têm sido questionadas desde o século XX pelos “céticos” do clima, que não concordam com o IPCC. Com o objetivo, a longo prazo, de manter a temperatura média global inferior que 2°C acima dos níveis pré–industriais, foi assinado o protocolo da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) de Paris, em dezembro de 2015, onde os governos de 195 países chegaram a um acordo histórico no sentido de reduzir emissões de gases estufa implementando economias de baixo carbono até 2050. Os países membros signatários pretendem fortalecer seus níveis de resiliencias frente aos impactos das alterações climáticas fornecendo USD$ 100 bilhões por ano para a adaptação dos países em desenvolvimento até 2025. Este acordo foi ratificado por vários países e pelo Brasil em outubro de 2016, embora o maior emissor, os Estados Unidos da América, com o seu novo governo e regime a partir de janeiro de 2017, não adira aos Acordo de Paris, e tampouco é concorde com a Escola climatológica que subsidia o IPCC. II - Acerca das Causas do Aquecimento Global no séc. XX e suas relações com os testes nucleares Das ciências oficiais dos séculos XX e XXI o posicionamento categórico sobre as causas das Mudanças Climáticas traduzidas por “Aquecimento Global” pelo IPCC, está na base dos sistemas de produção e consumo das eras industrial, pós-industrial e da informação e conhecimento,

compreendidas entre o século XX e o XXI, e intensivamente baseados nos combustíveis fósseis como o petróleo e gás. A modernidade do capitalismo no mundo trouxe em seu bojo os efeitos da “sociedade de risco” e as “mudanças globais” posicionados ao final do século XX, que foram associados às “atividades humanas”, ou de desenvolvimento das sociedades humanas, traduzidas por “pegada humana” que impactam o clima do planeta. Das fontes de conhecimento da Escola Eubiótica podemos referenciar as revelações do Fundador e Mestre Professor Henrique José de Souza, como afirmações de sabedoria sintéticas e únicas acerca das causas do tal “Aquecimento Global”, no século XX: “O degelo dos polos e consequente compressão equatorial, por essa mesma razão, ou seja, a da GUERRA*, concorre, por sua vez, para as perturbações climatéricas, barométricas, etc, que estamos presenciando, já há tempo, como sejam, por exemplo: a do avanço de dois e mais meses de uma estação para outra , muitas vezes , o verão se confundindo com o inverno e vice versa, as repetidas inundações por toda parte do globo, inclusive no Brasil.”(Prof. Henrique José de Souza, Comentários do Livro “O Rei do Mundo”- Capítulo II - Dhâranâ– abr/jun de 1945 – pág. 7 e 8.) “Inundações provocadas pelas chuvas, mais enchentes dos rios, devido ao degelo polar, provocado pelas bombas atômicas. Desse modo, os mares subindo e invadindo os rios, concorrem para tais enchentes.” (JHS - CARTAS REVELAÇÃO DE 1963, Página 4, São Paulo, 02 de Janeiro de 1963, “Onda de frio em pleno verão”). (grifos do autor). Sobre as tecnologias de guerras e seus sistemas, os representantes do Status Quo das ciências e seus agentes de diplomacia, se calam nas Convenções, principalmente na Convenção UNFCCC. Há evidências muito claras de causas do aquecimento registrado na última metade do séc. XX, e sobre as variações climáticas repentinas, além de uma série de constatações sobre efeitos desastrosos em cascata que estão mudando as características da atmosfera e da biosfera (oceanos e continentes) do planeta, relatados por agências e institutos de ciência mundo a fora.

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Fig. 01- Curvas de Variação da temperatura 1900-2000; Fonte: IPCC 2007.

Tais evidências são encontradas na comparação de registros de milhares de testes nucleares realizados pelas potências bélicas entre 1945 e 1998, ilustrados na figura 02 (abaixo copiadas da Wikipédia), ou segunda metade do século XX, que convergem com o gráfico de subida da temperatura média global de aproximadamente 0.7 graus centígrados no período, aproximadamente 1950 a 2000, ilustrado na fig.01. Sabe-se que explosões atômicas elevam extraordinariamente as temperaturas atmosféricas na ordem de dezenas de milhares de graus Celsius em grandes raios de abrangência e destruição. Porém a corrida nuclear não cessou de lá para cá. É notável que o registro de subida de temperatura média global do planeta se deu entre 1975 e 2000, após um período de intensa atividade de testes nucleares em função da guerra fria entre os impérios do ocidente e oriente entre 1945 a 1998, mostrado na figura 02.

Fig.02 - Gráfico Quantidades de testes nucleares por país X Ano, entre 1945 e 1998. https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/27/Worldwide_nuclear_testing.png;

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Nuclear_fireball.jpg

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• Estados Unidos: 1050 testes (envolvendo 1125 engenhos), a maior parte deles na área de testes de Nevada e na zona de testes do Pacífico nas Ilhas Marshall, com dez outros testes levados a cabo em vários pontos dos Estados Unidos, incluindo Alasca, Colorado, Mississipi, e Novo México. • União Soviética: entre 715 e 969 ensaios, a maioria na área de testes da Sibéria e Nova Zembla, e mais alguns em vários pontos da Rússia, Cazaquistão, Turquemenistão e Ucrânia. • França: 210 testes, a maior parte deles realizados em Reggane e Ekker, na Algéria, e Fangataufa e Moruroa, Polinésia Francesa. • Reino Unido: 45 ensaios, 21 em território australiano, incluindo 9 no continente (Austrália do Sul, em Maralinga e Emu Field), e muitos outros em território dos Estados Unidos, como parte da colaboração com este último. • China: 45 testes (23 atmosféricos e 22 subterrâneos, todos conduzidos na Base de testes de Lop Nur, em Malan, Xinjiang) • Índia: 5 ou 6 tests, em Pokhran. • Paquistão: entre 3 e 6 testes, em Chagai Hills.

III- A Adaptação ao Clima requer uma Nova Ordem Mundial

A adaptação às mudanças climáticas está no cerne de todos os processos civilizatórios da humanidade que têm registro na história mundial, com acúmulo de experiências e saberes arcaicos e modernos, e muitas vezes intuitivos. Um legado das gerações às seguintes, acerca da criação de resiliências para reduzir impactos de desastres relacionados às vulnerabilidades ambientais, sociais e culturais, e visando alcançar certo grau de sustentabilidade. Tornou-se um paradigma do conhecimento humano, baseado em ciências, técnicas, tecnologias e inovações convergentes e aplicadas, conforme a melhor retórica enunciada pelo Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD) no início do século XXI . Citamos: “El aprendizaje adaptativo proviene del hacer, y hay que aprender las lecciones de las prácticas más exitosas y mejores que ya han sido implementadas. Es poco probable que la adaptación surja de una planificación a priori. La adaptación requerirá de continuos ajustes de las prácticas del manejo de riesgos para resolver los cambiantes peligros climáticos y condiciones de vulnerabilidad.” As maiores preocupações entre “gregos e troianos do clima” do século XXI, é a de que é necessário adaptar os países para os efeitos e impactos de eventos climáticos severos que já estão ocorrendo em escala global. Neste consenso de adaptação estão envolvidos todos os países da UNFCCC, que pretendem com inovação tecnológica além de diversas redes de gestão e redução de desastres, mitigar CO2 e deter as escalada de desastres climáticos. Os países pobres são destacados obviamente como os mais vulneráveis e, parece evidente que os ricos querem disparar uma corrida baseada em “transferência de tecnologia” para promover adaptação, o que lhes promoveria fartos lucros e dividendos e a manutenção de seus impérios. Adaptação requer mudança radical de paradigmas senão em todas as ciências, daí o imenso desafio para a humanidade do presente ciclo, no contexto de novo milênio para encontrar a tão propalada sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável.

IV-Proposta de acordo cooperativo entre o IPCC e Ñ-IPCC a favor de Nova Ordem Mundial: Realizar um Novo Fórum em Convenção Climática da ONU–UNFCCC em 2017 para acertar o passo em torno de um Pacto Global

I.1-Fundamentar um Pacto Global de Adaptação às Mudanças Climáticas dentro de Nova Ordem Mundial baseada na Paz e Desarmamento nuclear, na diversidade cultural, religiosa e racial das nações, e na Unidade de Ações junto à ONU para cumprimento dos Objetivos do Milênio, Implementação do Protocolo de SENDAI/JP para redução de riscos de desastres no médio prazo 2015 –2030 e a Implementação do protocolo da UNFCCC de Paris, de dezembro de 2015. I.2- Implementar este Pacto Global baseado num Contrato Social Planetário entre as nações da UNFCCC, a favor da Evolução da Humanidade, que possa abrir as vias para uma Nova Ordem Mundial centrada em União/Ciência X Adaptação ao Clima, ainda no séc.XXI, e, vias para uma Ordem Mundial Sinárquica, como base sólida para a solução de todos os problemas políticos e sociais, que se acumularam através das guerras por eras, de que é vítima a própria humanidade (*).

(*) A Sinarquia como modelo de governo mundial Espiritualista e Humanista, poderá promover o advento de uma Idade de Ouro da Nova Civilização na Era de Aquário, conforme paradigma Eubiótico da SBE –Sociedade Brasileira de Eubiose.

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Antes de falarmos de tão misterioso Personagem, diremos alguma coisa a respeito da pessoa que o foi visitar e entrevistar: trata-se de prestigioso membro das fileiras da S. T. B. de nome Walter Smetak, da Suíça alemã, que veio para o Brasil como outros tantos estrangeiros impulsionados por uma força estranha, à qual poderíamos dar o nome de Causa e Efeito ou Karma. Possui pelo Brasil tanto amor como se fora seu próprio filho. É um grande músico. Seu instrumento é o violoncelo. Pertenceu ele à Sinfônica do Rio de Janeiro, depois à de S. Paulo e agora se acha na cidade do Salvador, onde funciona na Reitoria da Universidade da Bahia. Quando Gandhi morreu, estava ele bastante doente num hospital. Foi um grande golpe para o artista-teósofo. Sem ouvir ninguém foi para sua residência, onde imediatamente escreveu uma música tão comovente, que bem poderia ter o nome de “Lágrimas caídas do céu”. Ao terminar a música, estava completamente curado. . . não mais voltando ao hospital. Pois bem, foi esse mesmo GÊNIO da divina arte, pertencente às nossas fileiras, que foi visitar e entrevistar o misterioso ermitão que vive na Ilha de Itaparica, onde nossa Obra nasceu no dia 24 de junho de 1899. O anacoreta que dá o nome de Wenceslau, antes de ser o que hoje lhe foi imposto, por força de Lei, era dono de um armazém. Foi aí que a cegueira transtornou a sua vida comercial.

E então, certa noite ouviu uma voz que lhe disse “dever ele banhar os olhos com a água de uma fonte que ficava próxima, pois, com isso a vista lhe voltaria novamente. Ele assim o fez, deixando o pequeno armazém sob os cuidados de sua genitora. A vista tendo-lhe voltado, ele também voltou a tomar conta do seu armazém. Dias depois estava novamente cego. E a Voz novamente lhe indicou a medida única a tomar, que foi a mesma da primeira vez, mas lhe dizendo que ele não nascera para negociante, e sim, para curar os que sofrem... E ele seguiu a Voz misteriosa que até hoje lhe guia na vida. Logo a vista lhe voltou. Armou ele a pequena choupana onde se vê na fotografia a figura do Ermitão, numa posição mística que bem denota sua bondade e cultura esotérica. É o próprio povo da Ilha quem diz “que ele não dorme nem come”. A conversa foi longa e tendo o nosso Irmão Walter Smetak falado dos dois dirigentes de nossa Missão ele de olhos voltados para o céu, teve estas palavras: “Não podiam deixar de passar por muitos sofrimentos.” Foi sempre assim. Eu me lembro muito bem deles, querendo dizer com isso, que se lembrava do ano de 1899, quando os mesmos ali estiveram pela primeira vez, ou como canta o Peregrino da Vida: “Nas areias daquela Ilha um Presépio foi armado”...

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Falou outras coisas a respeito dos dois, inclusive, entregando-lhe um pouco daquela água para eles banharem os olhos. Contou a história de um colibri, que naquele momento voluteava em torno de sua cabeça, dizendo ainda que “o mesmo nascera num ninho feito com os cabelos das suas barbas”. Ele permitia que a avezinha lhe fizesse tal coisa. Como se sabe nas velhas tradições, tanto o COLIBRI como a Serpente irisiforme são os totens ou animais sagrados dos Gêmeos espirituais, os dois DEVA-PIS apontados pelo Vishnu Purana, “por-tadores dos Oito Poderes da Ioga”. A Cor amarela de semelhante COLIBRI fala do mistério de Atmã, que é dessa mesma cor, como sétimo princípio ou estado de consciêncía. Do mesmo modo que, de Satwa como a mais elevada das três Gunas ou qualidades de matéria. Nenhuma dúvida resta que semelhante PERSONAGEM, que conserva a Tradição de nossa Obra naquela Ilha, como Berço que é da Civilização Brasileira, é muito mais do que se possa imaginar. Se os nossos leitores soubessem o Mistério dos Tulkus, muito teríamos que dizer a respeito. Mas, neste momento desce o pano de boca, que dá a peça como terminada.

Por J.H.S.Este homem misterioso que dá o nome de

Wenceslau, vive numa caverna na Ilha de Itaparica, onde nossa Obra surgiu no dia 24 de junho de 1899.

Há quem diga que ele não come nem bebe. Fala pouco e só se refere às coisas do céu. Sua caverna

fica em Porto do Santo, onde há uma água de virtudes curativas:

Mistério! Sempre o mistério!

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“De fato, Senhor nosso Deus, nosso Criador, quando tiveram sido contidas as nossas afeições pelo amor do mundo, para o qual vivendo mal se morria, e nossa alma vivendo bem tiver começado a ser viva, e tiver sido cumprida a palavra que pronunciaste pela boca de Teu apóstolo: não vos conformeis a este mundo – atuaremos também as palavras que fizeste logo seguir a essas: mas, reformai-vos com a renovação do vossa mente: não segundo a vossa espécie, como dizer, imitando o próximo que vos precede, nem vivendo em conformidade do exemplo autorizado de um melhor homem. Porque Tu não disseste: seja feito o homem segundo sua espécie – mas sim – façamos o homem à imagem e semelhança nossa, - para que se nos patenteie qual é a Tua vontade. ...reformai-vos na renovação da vossa mente, a fim de poderdes vós mesmos reconhecer qual seja a vontade de Deus, qual o bem e o seu beneplácito e a perfeição. – Esta é a razão por que não disseste “seja feito o homem”, mas “façamos o homem”; nem disseste, “segundo sua espécie”, mas “à imagem e semelhança nossa”. É que o homem renovado na sua mente e em condições de ver com o intelecto a Tua verdade, não precisa que outro homem lha mostre, tal como a imitar a sua espécie, mas, demonstrando-lha Tu, reconhece ele por si mesmo qual seja a Tua vontade, qual o bem, o Teu beneplácito e a perfeição; e àquele já apto a ver, Tu revelas a trindade da unidade e a unidade da trindade. Assim, depois de haver dito no plural: façamos o homem – continua-se no singular: e Deus fez o homem; - e depois de haver dito no plural: à imagem nossa – continua-se no singular: à imagem de Deus. – Assim o homem se renova ao conhecimento de Deus, segundo a imagem de Aquele que o criou; e, tornado espiritual, julga de todas as coisas, isto é, daquelas que podem ser julgadas, enquanto Ele não é julgado por ninguém.” (Santo Agostinho)

............................................................................................................................................................................................................... Os grifos são do original. E o assunto é de tal modo profundo, que se poderia grifar o inteiro capítulo. Cada frase é um novo tema para meditação, conquanto a matéria não seja nova para teósofos nem para teosofistas. A origem divina do homem, aí se encontra logicamente analisada e magistralmente sintetizada; não só a origem, mas também sua potencialidade. O filho, conquanto decaído na matéria ou exilado na Terra, é igual ao Pai, identifica-se com Ele. Pela renovação do mental o homem reencontra Deus. A verdade está dentro de cada um de nós: não é necessário que outrem no-la mostre. O Pai é um em três e três em um. O Filho também o é. Imagem e semelhança, totalmente, sem restrições, uma vez tornado espiritual. Essas revelações eram escritas por Santo Agostinho em suas famosas “Confissões” (1) no começo do quinto século. Aí a Teologia encontra a Teosofia; abraçam-se e se reconhece irmãs gêmeas. Adotam vocábulos diferentes, falam da mesma substância. Ambas, pela palavra dos Santos e dos Sábios, exortam o homem à busca de si próprio, para o reencontro com Deus. Ambas aconselham o desapego das ilusões deste mundo, o desinteresse pelos bens terrenos, a fim de podermos, nós mesmos, “reconhecer” a vontade do Pai. (1) “As Confissões”, 4ª edição, “Società Editrice Internazionale”. Cap. XXII, livro XIII. “Imprimatur” – Turim (Itália), 1936.Fonte: revista Dhâranâ 24/25, de janeiro a dezembro de 1964.

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A palavra Kut-Humi, de procedência tibetana, não é escrita, nem pronunciada como a maior parte dos teosofistas o faz e até mesmo o “Glossário Teosófico”. Como quase todas as palavras tibetanas, deve ter um traço de união entre as duas palavras e a sua pronúncia é breve e não longa: KUT-HUMI e não, KUTHUMI. Por outro lado, não se deve tomar a palavra Kut-Humi, como determinado Ser, mas sim, como uma Linha de Seres afins; do mesmo modo que os Moryas (nome de procedência atlante), os Serapis, etc. Assim é que entre Qu-tamy, o autor da “Agricultura nabateana” e Kut-Humi, se estabelece confusão. Olcott. Sinnett e outros escre¬viam, como ingleses e americanos que eram, KOOT-HOOMI, o que por sua vez, é errôneo. Ao redor do próprio Mestre Kut-Humi, correm diversas afirma¬ções que, sendo verdadeiras, também são mentirosas — verdadeiras, porque são a expressão lídima do real, dos olhos que viram; e, menti¬rosas. porque são a narração autêntica de quem viu e não entendeu. Para exemplo, citarei o trecho de uma carta de Mohini Mohan Chattergy, quando em Dargeling. Conta ele que, certa vez, lá chegou um tibetano vendedor de bibelôs, que à sua casa foi ter para oferecer-lhe as suas mercadorias. Curiosos, sabendo que Sundook — este era seu nome — pertencia à seita dos Gelugpas, fizeram-lhe várias per¬guntas sobre a existência de Mestres, de outros seres que diziam, no Tibete, eram dotados de poderes extraordinários, etc, ao que Sundook respondeu que tais seres existiam e que não se tratava de lamas comuns, aos quais eles eram muito superiores; que habitavam as montanhas de Tjigad-jé, perto da cidade de Lhassa; e narrou grande número de seus feitos. Neste meio tempo, alguém lhe mostrara um retrato do Mestre Kut-Humi. sem lhe dizer uma palavra. Sundook tomou-o, admirou-o por alguns segundos; depois, como se o tivesse reconhecido, curva-se ante o retrato com um profundo respeito, dizendo que aquele era um Chohan (Mahatma), que ele havia visto. Narra, então, que o viu seguido de um grande número de Ghelungs, no lugar chamado de Gian-tsi ou Jahantsi, a dois dias de viagem de Tjigad-jé. Perguntando-se-lhe como se chamava aquele mestre, ele respondera, com grande surpresa de todos, que eles eram conhecidos pelo nome de Kut-Hum-pa. Mas, por que eles? — perguntaram-lhe ainda. Refere-se a um ou a vários? Os Kut-Hum-pas são numerosos e assim se chamam, porque o seu Guru, chamando-se Kut-Humi, é natural que os seus discípulos sejam os Kut-Hum-pa, desde que PA significa discípulo, homem. etc.

Henrique José de Souza

KUT-HUMI

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CONTA E TEMPORebelo da Silva

Deus pede estrita conta de meu tempo,

É forçoso do tempo lhe dar conta.

Mas como dar sem tempo tanta conta,

Eu que gastei sem conta tanto tempo!

Para ter minha conta feita a tempo,

Dado me foi bem tempo e não fiz conta,

Não quis, sobrando tempo, fazer conta,

Quero hoje fazer conta e falta tempo.

E vós que tendes tempo sem ter conta,

Não gasteis esse tempo em passa tempo,

Cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta.

Se aqueles que ainda contam com seu tempo

Fizessem desse tempo alguma conta.

Não chorariam, sem conta, o não ter tempo.

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Ano V – edição 16 – fevereiro a maio de 2017

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