revista nÚcleo de criminologia volume 12

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REVISTA NÚCLEO DE CRIMINOLOGIA VOLUME 12

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  • REVISTA NCLEO DE CRIMINOLOGIA

    VOLUME 12

  • NCLEO DE PESQUISA

    CRIMINOLGICA E POLTICA

    DE SEGURANA PBLICA DA

    FACULDADE ATENAS

    DEZEMBRO 2013 N 12

  • NCLEO DE PESQUISA CRIMINOLGICA E POLTICA DE SEGURANA PBLICA

    Rua Euridamas Avelino de Barros, 60

    Paracatu MG CEP: 38600000 Telefone (fax): (38) 36723737

    Site:www.atenas.edu.br E-mail:[email protected]

    Diretor Geral da Faculdade Atenas

    Hiran Costa Rabelo

    Diretor Acadmico

    Delander da Silva Neiva

    Coordenadora do Ncleo de Pesquisa da Faculdade Atenas

    Daniele Marques Stefani

    Reviso Metodolgica

    Eleusa Spagnuolo Souza

    Coordenador do Ncleo de Criminologia

    Marcos Spagnuolo Souza

    Coordenador da Revista de Criminologia

    Marcos Spagnuolo Souza

    Capa

    Flvio Guimares

  • SUMRIO

    LINHAS DE PESQUISA

    DISCENTES COMPONENTES DO NCLEO DE PESQUISA

    TRABALHOS PUBLICADOS

    VIOLNCIA HUMANA

    Marcos Spagnuolo Souza

    PSICOPATAS

    Caroline Pereira Oliveira Mendes

    AUTOVIOLNCIA DOMSTICA

    Daiane Conceio Oliveira Mendes Santiago

    O PERFIL DO CRIMINOSO

    Hugo A. Rodrigues Carvalho

    VIOLNCIA CONTRA A MULHER

    Jacqueline Gonalves

    SERIAL KILLER

    Jssica Fernanda de Souza

    A CULPA

    Lauane Pereira Gama

    UMA VISO DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO

    Monique Marques Oliveira Matos

    A VTIMA PERANTE A SOCIEDADE

    Nathalia Moreira Martins

    O DIREITO PENAL BRASILEIRO O PORTO SEGURO DOS CRIMINOSOS

    Rafael Ramos da Silva

  • NCLEO DE ESTUDO CRIMINOLGICO E SEGURANA PBLICA

    O Ncleo de Estudo Criminolgico da Faculdade Atenas constitudo por um grupo

    de pesquisadores voltados para a reflexo, pesquisa, entendimento da violncia, criminalidade e

    poltica de segurana pblica no noroeste de Minas Gerais, buscando solues para os

    problemas da criminalidade.

    LINHAS DE PESQUISA

    1 Violncia Urbana e Rural.

    2 Criminalidade e Crime Organizado.

    3 Poltica de Segurana Pblica.

    4 Violncia Contra a Mulher

    TRABALHOS PUBLICADOS NA REVISTA DE CRIMINOLOGIA

    Adriana Cristina Oliver Garrido: Fatores Sociais da Criminalidade

    Adriana Nunes Teixeira: Violncia Contra a Mulher

    Alessandra de Jesus Camargo: Crime Praticado Por Forte Emoo

    Ana Ldia Quirino Schettini: Criminologia na Amrica Latina.

    Ana Flvia Pimentel Peres: Violncia Domstica Contra Mulheres

    Andressa Cristina de Souza Almeida: Crime Contra a Honra Subjetiva

    Anna Laura de Lima Veloso: Cime. Paixo e Crime:

    Armnia Aparecida de Deus: Infanticdio

    Bianca de Oliveira Lima: Vitimologia e seus aspectos

    Brena Carolina Silva Spirandeli: Crimes Praticados Por Menores

    Bruna Ferreira Da Cruz: Crime E Criminologia

    Cairo Pereira de Oliveira: Psicopatia ou Transtorno de Personalidade Anti-Social

    Camille de Aparecida do Carmo Feliciano: Os Instrumentos Garantidores de Segurana Pblica

    Camila Gouveia Santos: Problema de Segurana Pblica

  • Camilla Nunes Rabelo: A Autopoisis e a Expanso da Conscincia Humana

    Carina Santos Ribeiro: Violncia Urbana.

    Carina Santos Ribeiro: Violncia Contra Mulher

    Caroline Pereira Guedes: Psicopata

    Cssia Silene Vieira de Abreu: Crime Contra a Honra

    Cristiane Batista Horta: Crime e Criminologia

    Cristiano Ramos: Violncia domstica contra criana e adolescente

    Daiane Conceio Oliveira Mendes Santiago: Conduta Antissocial; Auto Violncia Domstica; Os

    Limites Da Punibilidade Do Estado Frente Ao Direito Penal E A Dialtica De Marx

    Daize Luzia de Souza: Psicopatia

    Daniel Ribeiro Porto: Aborto

    Daniele Augusta Pompilius De Souza Guedes: Fatores Que Fortalecem A Atuao Do Criminoso

    Denise Martins Rodrigues: Direito a Vida

    Deisiane de Jesus Mendes: Classificao dos Criminosos Segundo Lombroso, Garfalo e Ferri.

    Diego Oliveira Melo da Costa: Menor Infrator

    Ellen Roberta Peres Bonatti: Psicopatologia e Personalidade Criminosa

    Eloisa Daniela Mendes Fernandes: Aborto

    Ereni Ursino da Silva: Assassino em Srie

    Fbio Ferreira Santos: Crimes Hediondos

    Fbio Ribeiro Resende: Explorao Sexual Infantil

    Fabrcio Mendes Calazans: A Sociedade Moderna e o Controle do Discurso

    Fernanda Cordeiro Da Silva: Uma Viso Geral Do Crime Do Colarinho Branco

    Fernanda Davi Pereira: Justia Restaurada

    Fernando Henrique Incio De Souza: Omisso De Socorro

    Flaber Abiantar Reis de Souza: Psicopata

    Gabriel Arago Samara: Violncia Urbana

    Giliana Cristina Correa: Crime Sexual: Violncia contra a Mulher.

  • Guiomara Steinbach: Trabalho Escravo

    Guilherme Henrique Corra Barbosa: A Reproduo Do Poder: Anlise Da Trajetria D

    Penalidade Feita Por Michel Foucault

    Gustavo Bastos Abreu: Crime Organizado

    Hugo A. Rodrigues Carvalho: O Perfil do Criminoso

    Isabella Carneiro de Mendona Santiago: Psicopatas

    Isabela Silva Neiva: O Terrorismo Chega At Nossas Portas

    Itamar Evangelista Vidal: Reflexes sobre Criminologia.

    Izaquel De Souza Reis: Violncia Crime E Sociedade

    Jacqueline Gonalves: Violncia Contra Mulher

    Janayna Teixeira Rosa do Amaral: Extorso Mediante Sequestro

    Jssica Fernada de Souza: Serial Killer

    Joo Paulo Ribeiro Braga: Paralelo Entre Servido e Democracia Representativa

    Junia Cristiane dos Reis Pereira: Crime Ambiental

    Juliana Jordo Moreira: As Causas da Criminalidade

    Laize Camargos Vidal: Histria da Loucura na Idade Clssica

    Larissa Medeiros: Comportamento Psicopata

    Laureen Gabriele Mallamnn: Direito Como detergente.

    Lauane Pereira Gama: A Culpa

    Letcia Dos Santos Cardoso: Predadores Sociais

    Levy dos Reis Francisco Mendes Jnior: Criminologia

    Lidianne Rodrigues: Abuso Sexual Infantil

    Liliane Roquete Lopes: Segurana Pblica

    Lorena Gonalves Ferreira da Costa: Crime de Trnsito

    Luciana da Cruz Barbosa: Aborto

    Luciana Rodriques Barsante: Trabalho Escravo

    Ludmila Mendona lvares: Pedofilia e o Abuso de Menores

  • Luisa Souza: Assdio Moral no Ambiente de Trabalho.

    Marcia Beatriz Mallmann: Lavando a Honra com Sangue

    Marcio Cirino da Silva: Aborto

    Marco Antnio Cesar: Segurana Pblica

    Marcos Spagnuolo Souza: O Poder e a Ilegalidade. O Criminoso Social e Patolgico. A Causa da

    Criminalidade. O Criminoso. Anlise da Criminalidade em Minas Gerais e Especificamente no

    Noroeste Mineiro. Crime e Famlia. Criminalidade. As Drogas e a Guerra ao Trfico. Crime do

    Colarinho Branco. Guerra: Criminalidade Macro. Violncia Humana.

    Maria do Carmo Pereira da Silva: Violncia Contra Criana e Adolescente

    Maria das Graas Rubinger Rocha: Sistema Prisional Brasileiro

    Maria Jacqueline de Souza: Omisso de Socorro

    Mariana Roquete Barbosa: Corrupo De Menores

    Monique Marques Oliveira Matos: Uma Viso do Sistema Prisional Brasileiro

    Nalu Caetano da Silva: Violncia Urbana

    Nathalia Moreira Martins: A Vtima Perante a Sociedade

    Nathan Oliveira Fernandes: Crime por Violenta Emoo

    Nilva de Barros Pires: Crime Contra a Honra

    Paulo Andr Lima dos Santos: Prostituio

    Paulo Henrique Abreu: Vitimologia

    Paulo Tiego Gomes de Oliveira: Lei Maria da Penha Olhares Diferentes Para a Violncia

    Domstica

    Rafael Ramos da Silva: Direito Penal Brasileiro o Porto Seguro dos Criminosos.

    Rafaella Bianca de Carvalho Rodrigus: Direito a Vida

    Romria Vieira de Souza: Sistema Prisional Brasileiro

    Rubia Mara Da Silva Pereira: Pluralismo Jurdico

    Sarah Monielly Soares de Silva: Omisso de Socorro

    Soniele Rodrigues Antunes: Psicopatia

    Suzi Cristina Viana Gomes Meireles: Cidade Como Local De Violncia; Lei Maria da Penha e a

    Condio Feminina.

  • Tatiane Aline: Vtima: Pricipitadora do Crime.

    Thiago Lucas Pereira: Criminalidade Passional

    Vanussa Ribeiro do Nascimento: Criminologia Passional

    Vanessa Silva de Oliveira: Terrorismo: grupos radicais; Maioridade Penal

    Yuri Gonzaga: Infanticdio

    Welton Nicanor Galvo: O crime: Complexidade Estatal

  • VIOLNCIA HUMANA

    Marcos Spagnuolo Souza

    O sistema materialista que ns estamos inseridos se fundamenta na vivncia do prazer e para

    termos o prazer precisamos ter dinheiro. O prazer em referncia est associado satisfao do

    corpo humano, e logicamente, dos sentidos e existindo assim, e uma relao simbitica entre

    prazer e dinheiro.

    O capitalismo, sistema que possui sua gide no prazer e no dinheiro, trabalha com toda sua

    potencialidade utilizando do marketing para fazer com que as pessoas trabalhem e se dediquem

    ao consumo desenfreado que justamente o ponto nefrlgico do sistema. O consumo, no

    capitalismo, centralizando na utilizao do prprio corpo, do corpo do outro e de tudo que

    existe externamente ao corpo.

    A estrutura que vivemos denominada de capitalismo coloca a vida das pessoas girando em torno

    do prazer (consumo/dinheiro) resultando no aumento desenfreado da violncia. Quando falamos

    em violncia devemos distinguir a violncia macro; violncia meso e violncia micro.

    A violncia macro se relaciona com a contaminao da terra, da gua, do ar e do ser humano em

    nvel planetrio com o nico objetivo de satisfazer o homem no seu desejo de prazer em dominar

    tudo que est ao seu alcance. Nesse nvel temos a agroindstria contaminando todo o planeta

    visando somente o lucro. Podemos exemplificar a violncia macro tambm, atravs da matana

    de animais para satisfazer o paladar em se alimentar de carne. O uso da energia nuclear que

    possibilita o domnio de pessoas sobre outros grupos ou naes outro exemplo da violncia

    macro, sendo um perigo mortal, mesmo que seja empregada para fins pacficos. A partir do

    momento da extrao do urnio liberado um gs radioativo, o radnio, que aproximadamente

    aps quatro dias transforma-se em vrios outros elementos, at chegar a um elemento estvel, o

    Chumbo Pb 206. Ao inalar a mistura gasosa decorrente do urnio, tambm se inalar o Chumbo

    que altamente nocivo ao ser humano, permanecendo no corpo do indivduo por toda a vida

    causando cncer e a morte por degenerescncia de vrios rgos internos. Devemos ressaltar

    que toneladas de resduos de urnio so amontoados ao ar livre, e o gs radnio, emitido por

    eles, um agente permanente de contaminao da atmosfera prejudicando toda a humanidade.

    Tratado quimicamente com cido sulfrico, o urnio se transforma em combustvel para reatores

    nucleares. Quando esse material transportado das minas para as usinas libera p, que durante

    o trajeto contamina o ambiente terrestre. O mais perigoso dos materiais das usinas nucleares

    fixa-se nas barras do urnio queimado durante o processo, e que so o refugo dos reatores.

    Essas barras, contaminadas com o Estrncio 90, o Iodo 131 e o Csio 137, so guardadas em

    grandes tanques de gua perto das centrais nucleares. Quando esses resduos so levados para

    longe em caminhes vo liberando radioatividade por onde passam e, ainda que depositados,

    continuam contendo grande potencial mortfero. Uma das fases mais contaminantes do processo

    de obteno da energia nuclear a separao do plutnio das barras de urnio, e a vida ativa do

    plutnio de ordem de 25 mil anos, sendo uma substncia cancergena. Nunca a sade pblica

    esteve em perigo to grande, caracterizando a violncia no sentido macro.

  • A violncia meso a praticada pelo Estado impondo a ditadura do capital sobre as pessoas.

    Essa violncia caracterizada pela ausncia de igualdade diante da lei; no existncia da

    igualdade de oportunidade e inexistncia da igualdade econmica. A ausncia da igualdade

    diante da lei provoca privilgios e discriminaes de todos os tipos possveis oferecendo

    vantagens aos donos do capital. A inexistncia da igualdade de oportunidade coloca as pessoas

    pobres sem chances de concorrer com outros que nasceram em lares que oferecem bons

    estudos, boa alimentao e ambiente domiciliar harmnico. Uma pessoa pobre no possui

    condies de concorrer com um indivduo que passou por uma educao de alto padro em

    decorrncia das condies econmicas de sua famlia. Uma pessoa rica tem possibilidade de

    sobreviver a uma doena grave sendo que um pobre no possui condies de pagar o

    tratamento de alto padro em hospital particular, assim, a inexistncia da igualdade de

    oportunidade caracterizada como alta violncia contra determinada classe social. A

    inexistncia da igualdade no aspecto econmico se caracteriza quando determinado grupo

    possui tudo e outros grupos nada possuem, devido alta concentrao de renda. Nesse aspecto

    notamos que uns vivem esbanjando dinheiro em hotis luxuosos, carros de alto padro,

    residncias de milhes de dlares e outras pessoas no possuem dinheiro para se alimentarem

    com dignidade, passando inclusive fome.

    A violncia micro quando perdemos a liberdade de agir, de querer, de romper paradigmas

    internos, de romper paradigmas externos e perdemos inclusive liberdade civil. A perda da

    liberdade de agir quando estamos em determinado lugar e no podemos optar por sair devido

    violncia existente. O melhor exemplo viver trabalhando em uma empresa que explora o

    trabalhador, mas no possui outra opo a no ser ficar na empresa sofrendo todos os males,

    pois, precisa sobreviver e o emprego no sistema capitalista se caracteriza pela alta concorrncia.

    A perda da liberdade de querer justamente quando o sistema impe suas verdades e seus

    modos de vida e a pessoa torna-se um rob ambulante, sendo o querer determinado pelo querer

    do outro. Ausncia da possibilidade de romper paradigmas internos ocorre quando perdemos

    todas as possibilidades de irmos contra os nossos prprios pensamentos e vontades negando a

    dialtica que o movimento em direo ao novo. Negao da possibilidade de romper

    paradigmas externos a violncia que impossibilita a pessoa de ir contra as injustias polticas,

    filosficas, religiosas e sociais. A perda da liberdade civil o vis ou violncia que impede a

    pessoa de manifestar a sua prpria opinio ou de associar-se com quem quiser.

    Tentamos mostrar que a violncia inicia a partir do momento em que o ser humano pensa que o

    existente no mundo est subordinado aos seus desejos, inclusive dando valor ao dinheiro como

    instrumento de dominao. A violncia possui sua gnese a partir do momento em que ocorre a

    perda do equilbrio geral e do prprio desenvolvimento do planeta e do ser humano em sua

    individualidade devido o homem ter se tornado uma vbora.

  • PSICOPATAS

    Caroline Pereira Guedes 1

    RESUMO

    Os transtornos de personalidades incluindo a psicopatia no so exatamente doenas, mas sim

    uma perturbao da sade mental. As explicaes cientficas sobre o desenvolvimento da

    conscincia no crebro, que envolvem engrenagens como ateno, memria, circuitos neuronais

    e estruturas cerebrais, s serviriam para confundir um pouco mais. Existem vrias caractersticas

    que identificam os psicopatas entre elas: Problemas de conduta na infncia; Infidelidades e

    mentiras. A psicopatia mais frequente em indivduos do sexo masculino, sendo mais raro no

    sexo feminino, no se sabendo ainda a causa para essa diferena. Os psicopatas so muito

    importantes para a rea jurdica, j que esses indivduos tendem a cometer crimes. E so

    criminosos que se enquadram em zona fronteiria entre o distrbio mental e os indivduos

    normais.

    PALAVRAS- CHAVE: Transtorno. Conscincia. Doena.

    INTRODUO

    O transtorno de personalidade, no propriamente uma doena, mas o individuo com

    esse distrbio tambm no pode ser considerado normal.

    Os portadores da psicopatia so muito perigosos e tendem a cometer crimes brbaros

    e cruis. O conceito de Psicopata ou Personalidade Psicoptica um tema que vem

    preocupando a psiquiatria, a justia, a antropologia, a sociologia e a filosofia desde a

    antigidade. Evidentemente essa preocupao contnua e perene existe porque sempre houve

    personalidades anormais como parte da populao geral.

    Psicopatas pessoas cujo tipo de conduta chama fortemente a ateno e que no se

    podem qualificar de loucos nem de dbeis; elas esto num campo intermedirio. So indivduos

    que se separam do grosso da populao em termos de comportamento, conduta moral e tica.

    Portanto, h um grande nmero de psicopatas nas prises. No entanto, as pesquisas

    sugerem tambm que uma quantidade considervel dessas pessoas est livre. Acredita-se que

    muitos sejam bem-sucedidos profissionalmente.

    1 Aluna do 2 perodo Alfa Noturno do curso de Direito da Faculdade Atenas- Disciplina: Sociologia - Prof.: Marcos Spagnuolo Souza. E-mail: [email protected]

  • 1 Transtorno de Personalidade

    No so propriamente doenas, mas anomalias do seu desenvolvimento psquico

    sendo considerados, em psiquiatria forense, como perturbao da sade mental.

    Envolvem a desarmonia da afetividade com integrao deficiria dos impulsos, das

    atitudes e das condutas, manifestando-se no relacionamento interpessoal. Possuem enorme

    importncia, j que seus portadores se envolvem em atos criminosos.

    marcado por uma insensibilidade aos sentimentos alheios. Quando o grau dessa

    insensibilidade se apresenta elevado, levando ao individuo a uma acentuada indiferena afetiva,

    ele pode adotar um comportamento de transtorno de personalidade assume o feitio de

    psicopatia.

    Personalidades anormais, apesar de no possurem defeitos intelectuais, no so

    propriamente doentes mentais, mas apenas pessoas com desvio de carter e

    afetividade. (PANTARO, 1995: 26).

    2 Personalidades anti-social, Amoral ou Perversa (psicopatas)

    A personalidade anti-social, amoral ou perversa (psicopatas), geralmente ignora ou no

    compreende as normas morais da sociedade, apresenta tendncias anti-sociais intensas. Sua

    grande periculosidade encontra-se no grau de inteligncia que elevado, tem o comportamento

    agressivo, so maldosos, destrutivos e de criminalidade instintiva, ou seja, age contra tudo e

    contra todos, unicamente objetivando satisfazer sua tendncia para o mal.

    O transtorno manifesta-se j na infncia, atravs da preguia, negativismo, crueldade,

    estado de clera continuo, maldades contra animais. Apresentam reincidncia delituosa na

    adolescncia, sendo comum aparecer perverses sexuais. So habitualmente irresponsveis em

    todas as reas da vida humana, no observando regras mnimas de segurana.

    A psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traos de personalidade

    especficos. Encantadoras primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impresso e

    so tidas como normais pelos que as conhecem superficialmente.

    No entanto, costumam ser egocntricas, desonestas e indignas de confiana. Com

    frequncia adotam comportamentos irresponsveis sem razo aparente, exceto pelo fato de se

    divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas no sentem culpa. Nos relacionamentos

  • amorosos so insensveis e detestam compromisso. Sempre tm desculpas para seus

    descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou

    conseguem frear impulsos.

    O termo psicopata caiu na boca do povo, embora na maioria das vezes seja usado

    de forma equivocada. Na verdade, poucos transtornos so to incompreendidos

    quanto personalidade psicoptica (LILIENFElD, 2005:56).

    No de surpreender, portanto, que haja um grande nmero de psicopatas nas

    prises. No entanto, as pesquisas sugerem tambm que uma quantidade considervel dessas

    pessoas est livre. Alguns pesquisadores acreditam que muitos sejam bem-sucedidos

    profissionalmente e ocupem posies de destaque na poltica, nos negcios ou nas artes.

    Especialistas garantem que a maioria dos psicopatas homem, mas os motivos para

    esta desproporo entre os sexos so desconhecidos. De maneira geral, nos homens, o

    transtorno tende a ser mais evidente antes dos 15 anos de idade, e nas mulheres pode passar

    despercebido por muito tempo, principalmente porque as mulheres psicopatas parecem ser mais

    discretas e menos impulsivas que os homens, e por se tratar de um transtorno de personalidade, o

    distrbio tem ecloso evidente no final da adolescncia ou comeo da idade adulta, por volta dos 18 anos

    e geralmente acompanha por toda a vida.

    Falar sobre conscincia pode ser uma tarefa "fcil" e "difcil" ao mesmo tempo. O "fcil" so as explicaes cientficas sobre o desenvolvimento da conscincia no crebro, que envolvem engrenagens como ateno, memria, circuitos neuronais e estruturas cerebrais, que s serviriam para confundir um pouco mais. (SILVA,2010,23).

    Vrios grupos de pesquisa compostos por psiclogos e psiquiatras tm se dedicado a

    estudar a psicopatia no sexo feminino. Em geral os estudos esto sendo feito em prises

    femininas com mulheres que matam e agridem frequentemente.

    As concluses atuais mostram que a psicopatia severa entre mulheres muito rara. O

    nmero de mulheres psicopatas pode ser previsto como sendo um tero daqueles nmeros

    prevalentes entre homens. Os profissionais chegaram s seguintes concluses provisrias com

    relao psicopatia feminina.

    Em alguns casos parecem existir evidncias de que, quando crianas, essas mulheres

    sofreram abusos sexuais o que no uma condio necessariamente obrigatria. Tanto os

    homens como as mulheres partilham de um processo comum na infncia: negligncia e abusos

    na relao com os pais.Na melhor das hipteses, as mulheres psicopatas foram criadas em

    famlias onde eram introvertidas e tinham um profundo sentimento de isolamento. Na

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_de_personalidadehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Adolesc%C3%AAncia

  • adolescncia elas tornam-se adictas de vrias substncias como lcool e drogas. Podem

    apresentar comportamentos sexuais perversos. Essas mulheres tm um contato instvel com a

    realidade. Esses contatos tendem a ficar mais precrios em situaes emocionais intensas. As

    mulheres psicopatas no apresentam problema com a impulsividade que um trao considerado

    central na psicopatia masculina. Alguns estudiosos consideram que as mulheres psicopatas

    tendem a ser mais paranicas e histricas.

    Mostrar apreo s condutas louvveis, ser bondoso ou educado, ter um

    comportamento exemplar e cauteloso, preocupar-se com o que os outros pensam a

    nosso respeito nem de longe pode ser definido como conscincia de fato. Afinal, a

    conscincia no um comportamento em si, nem mesmo algo que possamos fazer

    ou pensar. (SILVA,2010,23).

    Assim como os homens, as mulheres psicopatas tm grande necessidade de controle e

    de poder. So persuasivas, sedutoras e carismticas, mas obtm seu intento de forma diferente.

    As mulheres psicopatas no gostam de serem contrariadas. H muitos traos nas psicopatas

    femininas que coincidem com os traos encontrados nos homens como insensibilidade, violncia

    e agresso sem que isso implique em culpa. Suas emoes so superficiais, achatadas. As

    mulheres psicopatas em geral, esto entre aquelas que assumem papeis preponderantes nos

    cuidados com os demais, como por exemplo, enfermeiras e parteiras. Gostam de cuidar das

    pessoas sua volta.

    Alis, foram nessas profisses que surgiram as grandes psicopatas femininas e que

    tornaram-se serial Killers. Como foi observado pelos pesquisadores, as mulheres portadoras de

    psicopatia severa, na verdade, so casos muito raros. Mas existem. A frequncia na populao

    aparentemente a mesma no Ocidente e no Oriente, inclusive em culturas menos expostas s

    mdias modernas.

    um homem que mente de forma contumaz, trapaceia e rouba coisas e (...) se aproveita sexualmente de muitas mulheres; algum que no se presta a reprimendas e sempre punido, mas sem feito nenhum.(MURPHY,1998:46).

    Apesar das pesquisas realizadas nas ltimas dcadas, trs grandes equvocos sobre o

    conceito de psicopatia persistem entre os leigos:

    O primeiro a crena de que todos os psicopatas so violentos. De fato, comum que

    essas pessoas recorram violncia fsica e sexual. Alm disso, alguns seriais killers j

    acompanhados manifestavam muitos traos psicopticos, como a capacidade de encantar o

    interlocutor desprevenido e a total ausncia de culpa e empatia. No entanto, a maioria dos

    psicopatas no violenta e grande parte das pessoas violentas no psicopata.

  • O segundo mito diz que todos os psicopatas sofrem de psicose. Ao contrrio dos casos

    de pessoas com transtornos psicticos, em que frequente a perda de contato com a realidade,

    os psicopatas so quase sempre muito racionais. Eles sabem muito bem que suas aes

    imprudentes ou ilegais so condenveis pela sociedade, mas desconsideram tal fato com uma

    indiferena assustadora. Alm disso, os psicticos raramente so psicopatas. O terceiro

    equvoco em relao ao conceito de psicopatia est na suposio de que um problema sem

    tratamento.

    Embora os psicopatas raramente se sintam motivados para buscar tratamento, essas

    pessoas podem se beneficiar da psicoterapia como qualquer outra. Mesmo que seja muito difcil

    mudar comportamentos psicopatas, a terapia pode ajudar a pessoa a respeitar regras sociais e

    prevenir atos criminosos.

    Mary Ann Cotton Inglaterra - Matou de 15 a 21 pessoas, Envenenava suas vtimas. Matou todos os maridos e boa parte dos filhos. O objetivo era ficar com o seguro deixado pelos maridos, eliminando possveis herdeiros rivais. Foi enforcada em 24 de maro de 1873 (QUILICI,2004:35).

    Psicopatas normalmente ocultam suas intenes debaixo de uma aparncia sedutora

    ou de amabilidade e cortesia. Mesmo aparentando um comportamento dcil e intenes de

    proteger certas pessoas, por trs disso, tal dissimulao esconde uma pessoa fria, calculista e

    falsa, caracterizando um indivduo excessivamente manipulador. So cnicos e, como no

    conseguem amar, no consegue manter um relacionamento leal e duradouro, sobretudo por sua

    incapacidade de tolerar rotina e monotonia. Eles dificilmente se apegam a algum, detestam

    relacionamentos ntimos e, quando os tm, no duram por muito tempo, ou facilmente traem a

    fidelidade do parceiro, uma vez que no sentem empatia nem culpa.

    Elizabeth Bathory Hungria -Matou de 40 a 600 pessoas entre 1600 e 1611. Interessada em magia negra e acredita que ficaria jovem para sempre se tomasse banho em sangue humano. Nunca foi condenada (QUILICI,2004:35).

    Uma caracterstica muito comum em indivduos com o transtorno a intolerncia a

    frustraes este talvez o nico motivo que os faam chorar de verdade, o que frequentemente os

    faz adotarem comportamentos e aes extremas para conseguirem o que querem. Como so

    pessoas com total ausncia de emoes importantes, eles necessitam sempre de estmulos. No

    admitem ser contrariados, nem receberem um no de algo que eles realmente querem.. Eles

    "precisam" conseguir o que querem. Isso faz com que eles geralmente no desistam enquanto

    no conseguem algum objetivo que exclua o tdio de suas vidas; assim adotam atitudes

    extremas e infantis: no importa o meio, o que realmente importa o fim. por isso que, muitas

  • vezes, comportamentos de assassinos seriais so totalmente vistos como sem lgica aos olhos

    de pessoas "comuns".

    CONCLUSO

    Os psicopatas so pessoas perigosas, com elevado grau de inteligncia e com

    nenhuma capacidade de ter sentimentos afetivos. A caracterstica que chama mais ateno o

    poder de atrao exercido por esses criminosos. O poder de seduo prprio das

    personalidades psicopatas. Eles tm um poder de atrao irresistvel.

    A maioria dos psicopatas tendem a cometer crimes, j que no respeitam as regras da

    sociedade. E por isso que os juristas tm de prestar muita ateno nos criminosos em volta,

    qualquer um de ser um psicopata, e esses sem duvidas so os mais perigosos.

    A maioria dos psicopatas so do sexo masculino, devido a discrio das psicopatas

    femininas que quase nunca so descobertas. Apesar de terem sido feitas muitas pesquisas

    sobre o assunto no h uma causa conhecida ainda para o fato da maioria dos psicopatas serem

    do sexo masculino.

    ABSTRACT

    Personality disorders including psychopathy are not just diseases, but a mental health disorder. The scientific explanations about the development of consciousness in the brain, involving gears such as attention, memory, brain structures and neuronal circuits, only serve to confuse a little more. There are several characteristics that identify psychopaths including: conduct problems in childhood; infidelities and lies. Psychopathy is more common in males, being rarer in females, not even knowing the cause for this difference. Psychopaths are very important to the legal area, as these individuals tend to commit crimes. They are criminals who fall into the border area between mental disorder and normal subjects.

    KEYWORDS: Disorder. Consciousness. Disease.

    REFERNCIAS

    QUILICI, Mario. PSICOPATIA: O perigo pode estar mais perto do que imaginamos. Disponvel em . Acesso em 29de agosto 2011.

    LILIENFElD, Scott O. O que um psicopata? Disponvel em < http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/o_que_e_um_psicopata_.html >. Acesso em 15de agosto 2011.

    http://www.psicopatia.com.br/psicopatiamulheres.php

  • AUTOVIOLNCIA DOMSTICA

    Daiane Conceio Oliveira Mendes Santiago 2

    RESUMO

    A violncia, a conquista pela fora e a coao de outrem sempre esteve presente na sociedade. A violncia domstica uma forma de poder exercido no meio familiar e domiciliar atravs da fora fsica e subjugao da vtima a variadas formas de torturas. Os seres humanos so fracos se deixando corromper e influenciar por autoridades as quais se dizem superiores. Estas no so necessariamente governantes, podem ser at mesmo o cnjuge. As pessoas subordinadas, na maioria das vezes amam aqueles que as tiranizam; admiram, e temem aquele que desumano para com elas. Faz-se um recurso amizade para questionar a possibilidade das pessoas amarem aqueles que as fazem mal ao invs de amarem, por exemplo, os amigos. H diversos motivos que podem ser discutidos como causas da violncia. A lei prev que todos sejam igua is e livres. H a uma controvrsia. No Brasil no h igualdade diante da lei. O motivo mais importante que as pessoas se sentem fracas e inferiores diante daqueles que dizem serem os donos do poder. Para sair dessa priso que o agrupamento de pessoas e poder ser livre para fazer o que quiser, rompendo paradigmas, mas acima de tudo se libertar e no se deixar corromper por esse sistema necessrio que as pessoas tenham mais coragem e confiana em si mesmos.

    PALAVRAS-CHAVE: Violncia. Domstica. Familiar. Igualdade. Liberdade

    INTRODUO

    O presente artigo tem por objetivo chamar a ateno para a questo da violncia

    domstica, mais precisamente os fatores determinantes que levam a pessoa, na maioria das

    vezes do sexo feminino vir a sofrer esse tipo de agresso. A violncia em seu sentido lato

    significa o constrangimento fsico ou moral exercido sobre algum para obrig-lo a submeter-se

    vontade de outrem.

    2 Aluna do 2 perodo Alfa Noturno do curso de Direito da Faculdade Atenas- Disciplina: Sociologia Prof

    Marcos Spagnuolo Souza. E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]

  • O mais importante que a violncia sofrida nada mais que uma autoviolncia, ou

    seja, a pessoa no se valoriza, no confia em suas potencialidades, deixando que outros

    venham a maltrat-la e escraviz-la.

    As fontes principais utilizadas para a pesquisa foram o livro de Etienne La Botie,

    Discurso da Servido Voluntria; e o Decreto-Lei n 11.340, de 7 de agosto de 2006, que trata da

    Violncia Domstica.

    A priori ser exposto que a violncia domstica sempre esteve presente na

    sociedade, desde os seus primrdios. Ser apresentada a Lei n 11.340/06, que trata da

    violncia domstica e o que essa lei prev e prope em seus artigos.

    Em seguida ser abordada a questo da autoviolncia domstica, visto que a

    violncia sofrida facultativa. O indivduo pode escolher se ir ou no passar por violncia

    domstica. Sero apresentadas algumas citaes de Etienne La Botie o qual faz uma crtica

    aos tiranos, os quais escravizam o povo e lamenta o fato de as pessoas amarem e admirarem

    aqueles que os tiranizam, ao invs de amarem, por exemplo, os amigos, que de certa forma

    merecem tal admirao.

    Posteriormente sero expostas algumas das principais causas que levam o indivduo

    a sofrer violncia domstica. Ser citado o artigo 2 da Lei 11.340/06 o qual prev que todos

    sejam livres e iguais perante esta lei. Seguidamente ser feita uma crtica sobre tal lei, pois se

    todos so livres e iguais perante a lei, como pode haver violncia domstica, a qual uma forma

    de discriminao, principalmente s mulheres que no se desprendem muitas vezes de seu

    cnjuge por motivos financeiros? Tal questo tambm ser analisada.

    O ltimo item deste artigo trata da libertao. Quem poder se libertar dessa priso

    que o agrupamento humano, onde as pessoas vivem em competio, visando o poder e a

    subordinao de outrem?

    E por fim, a concluso, na qual ser explicado o grande caos que o ser humano

    enfrenta, sendo submetido a variadas formas de torturas; vivendo aprisionados neste mundo do

    qual consegue sair. Sero dadas tambm algumas sugestes para as pessoas se verem livres

    desse agrupamento de pessoas, para assim poderem viver em verdadeira sociedade, sem

    competio e ausncia de cooperao.

  • 1 Da violncia domstica

    A violncia sempre esteve presente na sociedade. Desde os primrdios, a conquista

    pela fora e subordinao de outrem pelo constrangimento e aceitando a vontade alheia, pela

    coao, perpassa perodos histricos.

    A lei prev que a mulher deve ser protegida de todas as formas de violncia fsica,

    moral ou psicolgica, atravs Juizados os quais do assistncia s mulheres que venham sofrer

    esse tipo de agresso.

    Conforme o Artigo 1 da Lei n 11.340 de 7-8-2006, que trata da Violncia Domstica,

    assim dispe:

    Art.1 Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violncia domstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8 do art. 226 da Constituio Federal, da Conveno sobre a eliminao de Todas as Formas de Violncia contra a Mulher, da Conveno Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violncia contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela Repblica Federativa do Brasil; dispe sobre a criao dos Juizados de Violncia Domstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistncia e proteo s mulheres em situao de violncia domstica e familiar.

    A violncia domstica uma forma de poder exercido no meio familiar e domiciliar

    contra mulheres em sua grande maioria e embora em poucos casos, contra pessoas do sexo

    masculino. Os agressores utilizam-se da fora fsica e subjugam as vtimas s mais variadas

    formas de torturas.

    2 Da autoviolncia domstica

    La Botie (2009:30) afirma ser lastimvel:

    [...] ver um milho de homens servir miseravelmente e dobrar a cabea sob o jugo, no que sejam obrigados a isso por uma fora que se imponha, mas porque ficam fascinados e por assim dizer enfeitiados somente pelo nome de um, que no deveriam temer, pois ele um s, nem amar, pois desumano e cruel com todos.

    Os seres humanos so fracos e se deixam corromper e influenciar por autoridades as

    quais se dizem superiores. Autoridades estas que no so necessariamente governantes, mas

    at mesmo o cnjuge. O parceiro (a) se deixa escravizar, fica subordinada a esta pessoa, sente -

    se obrigada a aceitar imposies porque pensam depender deste (a); seja por questes

    emocionais ou socioeconmicas.

  • inacreditvel como as pessoas subordinadas, na maioria das vezes amam aqueles

    que as tiranizam; admiram, e temem aquele que desumano para com elas.

    La Botie (2009:31) faz um recurso amizade para questionar a possibilidade de essas

    pessoas amarem aqueles que as fazem mal ao invs de amarem, por exemplo, os amigos.

    Amar a virtude, estimar as belas aes, ser gratos pelos benefcios recebidos e, muitas vezes, reduzir nosso prprio bem-estar para aumentar a honra e o progresso daqueles que amamos, e que merecem ser amados, uma correspondncia justa razo.

    Aqueles que sofrem violncia domstica vivem acorrentados, aprisionados por

    aquele que comete tal violncia. No podem ir e vir como querem, no possuem liberdade.

    Simplesmente existem, mas no vivem.

    3 Das causas

    H diversos motivos que podem ser discutidos como causas da violncia. A lei prev

    que todos sejam iguais e livres. O art. 2 da lei 11.340 de 7-8-2006 assim dispe:

    Art.2 Toda mulher, independentemente de classe, raa, etnia, orientao sexual, renda, cultura, nvel educacional, idade e religio, goza dos direitos fundamentais inerentes pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violncia, preservar sua sade fsica e mental e seu aperfeioamento moral, intelectual e social.

    H a uma controvrsia. No Brasil no h igualdade diante da lei. H pouqussimas

    mulheres que conseguem um emprego digno, no h oportunidades de emprego, pois o

    machismo ainda predomina. A liberdade um fator desconhecido pelas mulheres. No h a

    liberdade de querer nem to pouco de agir. As mulheres vivem subordinadas ao querer de seus

    esposos, os quais as fazem de escravas para satisfazer seus desejos e sentirem poderosos.

    La Botie (2009:35) salienta que:

    Os tiranos quanto mais pilham mais exigem. Mais arrunam e destroem quanto mais dado a eles. Quanto mais servidos mais se fortalecem e se tornam cada vez mais fortes e dispostos a aniquilar e destruir tudo. Mas basta no lhes dar nada e no lhes obedecer, sem combat-los ou atac-los, e eles ficam nus e so derrotados, e no so mais nada.

  • O motivo mais importante que as pessoas se sentem fracas e inferiores diante

    daqueles que dizem serem os donos do poder. Esquece-se de suas potencialidades, no

    conseguem sair desta priso que o agrupamento humano.

    4 Quem se libertar?

    A priso na qual o ser humano est inserido o agrupamento humano no qual as

    pessoas vivem em constante competio, cultivando o hedonismo e sem o direito de poder

    indagar e ser livre para ampliar sua conscincia.

    La Botie (2009:34) afirma que:

    o prprio povo que se escraviza e se suicida quando, podendo escolher entre ser submisso ou ser livre renuncia liberdade e aceita o jugo; quando consente com seu sofrimento, ou melhor, o procura. [...] No existe nada mais caro para o homem do que readquirir o seu direito natural e, por assim dizer, de animal vol tar a ser homem. Contudo, no espero dele ousadia to grande.

    Para sair dessa priso que o agrupamento de pessoas e poder ser livre para fazer

    o que quiser, rompendo paradigmas, mas acima de tudo se libertar e no se deixar corromper

    por esse sistema necessrio que as pessoas tenham mais coragem e confiana em si mesmos.

    La Botie (2009:52) afirma que:

    Os livros e a instruo do mais que qualquer outra coisa aos homens o bom senso e o entendimento para se reconhecerem e odiarem a tirania [...] sob os tiranos, os homens se tornam facilmente covardes efeminados [...] disputam a preferncia em lutar pelo bem comum, porque associam a ele seu interesse particular: todos esperam ter sua parte no mal da derrota ou no bem da vitria.

    Uma maneira para se libertar atravs da privao dos tiranos, ou seja, daqueles que

    cometem atos de violncia; atravs da maneira de agir e de pensar. Atravs da leitura e da boa

    instruo, as pessoas odiaro aqueles que as tiranizam. Sem o conhecimento, as pessoas no

    conseguiro ser livres.

    As pessoas que se submetem violncia no tm entusiasmo para lutarem em prol da

    liberdade. A luta que eles enfrentam pela liberdade falsa. Pois quem tem a conscincia dessa

    priso na qual esto inseridos, lutam pelo bem comum, pela ausncia de poder e no para

    adquirir mais poder aquisitivo, pois isso s aumenta ainda mais a desigualdade a qual gera a

    violncia. E isso se torna um ciclo vicioso.

  • CONCLUSO

    Diante do exposto possvel perceber o quanto o ser humano est preso, acorrentado

    e escravizado pelos donos do poder. O sistema formatou uma grande massa da populao para

    servir e no questionar seus direitos. O tema violncia domstica mais um dos milhes de

    problemas que a sociedade enfrenta, resultantes do sentimento de poder que dado a cada uma

    das pessoas.

    O sistema atravs da lei prope amparo s vtimas de violncia domstica, atravs de

    Juizados especializados, e programas de apoio. Mas poucas pessoas percebem que este o

    grande causador dessas agresses, pois implanta a cada dia nas pessoas o sentimento de

    violncia, a vontade de querer derrotar o outro pela competio e pelo consumo.

    As pessoas aprendem a emoo de morte. Vivem acreditando que a felicidade est no

    ato de dominar as pessoas, de se sentir poderoso; que a violncia e a dominao de outrem

    levaro paz.

    Com essa venda que colocada em cada um, quase impossvel perceber o real

    significado da vida. O que gera a paz a emoo de vida, a cooperao. o viver em sociedade

    na qual todos vivam sem competio e sem violncia. Mas infelizmente a grande maioria da

    populao no consegue enxergar a grande priso na qual esto inseridos.

    As pessoas se deslumbram com o que dado pelo sistema, consomem cada vez mais,

    so roubados constantemente e no entendem que vivem unicamente para trabalhar e

    enriquecer cada vez mais os donos do poder. No desenvolvem suas potencialidades para que

    no futuro no sejam jogados fora pelos donos do poder.

    A pessoa dominada, na maioria das vezes no consegue se livrar dessa priso, pois

    est to robotizada por esse sistema, que acredita no existir outro mundo alm deste.

    Sendo assim preciso que o ser humano tenha uma conscincia transitiva crtica para

    perceber o mal que impera na humanidade. Que questione a tudo que lanado pelos donos do

    poder. E essa conscincia s poder ser usada a partir do momento em que cada um pesquisar

    e for alm do que lhe dado. E quando estiver livre desta priso, lutar para ajudar os outros a se

    libertarem tambm.

  • ABSTRACT

    The violence, conquest by force and coercion of others has always been present in society. Domestic violence is a form of power exercised in the family home and by physical force and subjugation of the victim to various forms of torture. Human beings are weak and letting themselves be influenced by corrupt authorities which say they are superior. These are not necessarily rulers, may be even a spouse. People contingents, mostly those who love the bully, admire, and fear that it is inhuman for them. La Botie is a feature friendship will question the ability of people to love those who do evil rather than love, for example, friends. There are several reasons that can be discussed as causes of violence. The law provides that all are equal and free. Is there a controversy. In Brazil there is no equality before the law. The most important reason is that people feel weak and inferior in front of those who say that those in power. To get out of prison that is the grouping of people and be free to do whatever they want, breaking paradigms, but above all be free and not be misled by this system it is necessary that people have more courage and confidence in themselves.

    KEYWORDS: Violence. Domestic. Family. Equality. freedom

    REFERNCIAS

    LA BOTIE, Etienne. Discurso da Servido Voluntria. Disponvel em http://www.mediafire.com/download.php?mjd7igocfaxsja0

    BRASIL. Decreto-Lei n 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violncia domstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8 do art.226 da Consti tuio Federal, da Conveno sobre a eliminao de Todas as Formas de Discriminao contra as Mulheres e d outras providncias. Vade Mecum Saraiva 13 edio. Braslia, 7 de agosto de 2006.

  • O PERFIL DE UM CRIMINOSO

    Huggo A. Rodrigues Carvalho3

    RESUMO

    Por quase todo o sculo XIX o conceito pr-determinado em que se via o perfil de um Criminoso era concreto e inquestionvel, ningum rejeitava a idia de que uma pessoa apenas por ter uma aparncia seu fsico ou mesmo por viver em um meio social desfavorvel, tornaria o ser humano um criminoso nato, um assassino, um ladro. O criador desta tese fora Cesare Lombroso, era um mdico muito respeitado na poca e veio dar continuidade as pesquisas de outros filsofos e cientistas que j traziam conceitos parecidos. Lombroso deu incio a uma srie de estudos para averiguar o que havia em comum entre as espcies de criminosos, algo que poderia dar ligao do ser humano ao delito, distinguindo o perfil do marginal. Ele pode no ter sido o criador da teoria, porm, diga-se de passagem, foi quem deu propulso e divulgao dos estudos, de se dar crdito pois o mesmo conseguiu convencer o mundo por quase um sculo. O ser humano no se transforma em um criminoso ao decorrer de sua vida ou por falhas da sociedade, j nascia como tal (Cesare Lombroso)

    PALAVRAS-CHAVE: Perfil. Criminoso. Pesquisa.

    INTRODUO

    O objetivo deste artigo demonstrar a inadequao e virilidade que usavam a

    desfavor de seres humanos no mundo ao decorrer do sculo XIX.

    Nosso objetivo ser conhecer a histria para podermos aprender com nossos erros,

    assim no voltaremos s atrocidades cometidas no decorre da humanidade, e o sculo XIX foi

    todo marcado por estes atrozes atentados contra a pessoa comum.

    Em seus estudos, alegava que o ser humano apenas por ter em seu fsico, requisitos

    externos o tornava um criminoso, o cidado era rapidamente retirado da sociedade e posto em

    cativeiro em condies totalmente inadequadas e desumanas.

    3 Aluno do 2 perodo Alfa Noturno do curso de Direito da Faculdade Atenas- Disciplina: Sociologia Prof Marcos

    Spagnuolo Souza. E-mail:

  • Um diagnostico de to grave espcie que ocasionou inmeras injustias, deixando

    seqelas na vida de pessoas que muitas vezes no sabiam nem o que estava ocorrendo de

    fato, eram retidas em prises em condies pssimas, sem motivo, sem acusaes, sem

    provas, sem delito, apenas ficavam ali isolados do resto do mundo.

    O motivo era um perfil determinado de um criminoso generalizado, uma verdadeira

    aberrao jurdica. Os textos e contedo deste artigo foram extrados de livros de histrias de

    direito penal, estudos, pesquisas e seminrios, e livros sobre antropologia e psicologia, e

    debatido com profissionais do ramo. Base metodolgica tirada da apostila sociologia elaborada

    pelo Professor Doutor Marcos Spagnuolo Souza.

    Primeiramente iremos conhecer as ideias, quem fora este mdico, pesquisador,

    criminologista que deu incio a este tema to polemico que perdurou por quase todo o sc. XIX.

    Logo aps veremos o perfil do criminoso, trazendo os estudos e pesquisas do Professor Doutor

    Cesare Lombroso.

    Ademais, conheceremos tambm, o dilema e o declnio desta teoria. Por fim, a concluso,

    aonde teremos um breve relato do que foi discutido, e um ponto de vista acompanhado criticas

    sobre o mesmo, dando nfase das seqelas ps Lombroso.

    1 Lombroso, um cintista? Ou egocentrista?

    Lombroso deu incio a seus estudos, elaborando vrios livros, teve muitos ajudantes

    em sua busca, doutores de grandes nomes como; Enrico Ferri que lhe auxiliou muito em suas

    teorias.

    Juntos deram nascimento antropologia criminal, que procurava mostrar a existncia

    de um tipo humano destinado ao crime e esquematizado por sua organizao morfolgica

    defeituosa, denominada inicialmente de Homo criminalis.

    Lombroso, na qualidade de mdico de vrios hospitais. Houvera feito observaes sobre doenas mentais. Em 1864 deu a luz seu primeiro trabalho sobre gnio e a loucura, j em 1872 surge um estudo das circunvolues cerebrais dos criminosos, o crnio do delinqente, o homem branco e o homem de cor, e de 1873 a 1875,produz diversos trabalhos no Rendiconti de LInstitut ds ET ds Lettres de Lombardie, e so os ltimos trabalhos que rene neste volume que constituir a clebre obra Homo delinqente (COSTA. 1982. p. 210)

  • Muitos dizem que o erro de Lombroso foi o de generalizao nas suas teses, segundo

    estudos, no haviam casos a parte, no haviam as excees. Mesmo com tal pensamento

    absurdo, sua teoria fora utilizada por todo o mundo durante quase todo o sculo XIX.

    Diz lvaro Costa: (1982. p. 219): Estudiosos viam o criminoso- resduo de

    estgios arcaicos da evoluo da espcie - como um tipo a parte, que no devia se confundir

    com o cidado.

    Esse conceito j estava to implantado na sociedade, que o mundo inteiro j

    utilizava de seus requisitos para poderem diferenciar o criminoso do cidado normal, chegou a

    um ponto em que na Inglaterra, policiais usaram um painel contendo fotos com possveis

    criminosos, que detectava e classificava assassinos, ladres, corruptos, e outros.

    2 Perfil e requisitos

    Em 1887 Lombroso atingiu o clmax de sua pesquisa e conseguiu definir em sua

    concepo o perfil exato de um criminoso, assim descrito:

    Tenderia em apresentar as orelhas afastadas, cabelos abundantes, barba rala, snus

    frontais e maxilares enormes; queixo quadrado e saliente, em geral cabeludos, mas pouco

    barbados, orelhas em formas de asa, Fisionomia ordinariamente feminina no homem e viril na

    mulher. Predominncia do mancinismo na populao do crime, pequena fora muscular nas

    mos, grande agilidade.

    Nas palavras de lvaro Costa: (1982. p. 211)

    Lombroso, mdico alienista, coadjuvado, sobretudo quanto aos animais e selvagens, por Lancassagne, Ferri e Letourneau, julgou poder concluir que o criminoso arrastado pratica do crime por um efeito necessrio da sua natureza.Examinando, pessoas honestas, achou fundado o parecer. - j, em tempos remotos, empiricamente afirmado - segundo o qual se encontram refletidos na especial conformao fsica de cada criminoso os impulsos depravados que lhe residem no nimo. No se contentado com esses resultados, Lombroso fez o estudo anatomopatolgico de vrios crnios, crebros e vsceras de criminosos comparando-os com os de homens normais, e reconheceu que as anomalias aparentes do delinqente tm a confirmao nas suas anomalias interiores.

    Para Lombroso, o que se precisava estudar era o criminoso e no o delito em si, para

    ele no existia cura ou soluo, a nica coisa que a sociedade poderia fazer era deixa-los fora

  • do meio social e fazer-lhes serem teis de alguma forma, impondo a eles trabalhos artesanais,

    como costuras entre outros.

    Entendiam que a criminologia deveria ser simplesmente definida como dizia Garofalo

    a cincia do delito dizendo que o delito no poderia existe se no houve -se uma perturbao

    psicolgica no meliante, capaz de modificar sua conduta, podendo ser permanente ou

    transitria.

    Lombroso Aduziu que a tatuagem era um apoio ao embotamento da sensibilidade do

    criminoso. No deixou porm, atribui-las a outras causas secundrias, como: religio, esprito

    iminativo, vingana, ociosidade, vaidade, esprito de seita, necessidade de exprimir certas

    idias, paixes amorosas, nudez.

    Outra base que usou foi o vocbulo dos delinqentes, denominado por eles prprios

    como grias4 usando como apoio a sua tese, o atavismo (encontrando na onomatopia e

    personificao das coisas abstratas as feies culminantes que aproximam a gria dos

    criminosos dos dialetos selvagens).

    Lombroso foi procurar, nos provrbios e dizeres populares, confirmaes de muitas das suas idias, uma vez que a observao do povo, neles condensada, expressiva e segura, pela sua constncia e estreiteza de relaes entre observador e observado (COSTA. 1982. p. 214)

    Deduz que o criminoso nato uma pessoa totalmente sem remorsos. Lombroso

    admitiu 4 hipteses:

    a) O criminoso, propriamente dito, nato;

    b) Idntico ao louco moral;

    c) Apresentar base epilptica;

    d) Constitudo por um conjunto de anomalias, tipo especial (tipo lombrosiano).

    O atavismo (herana remota) foi a base principal de suas hipteses: Os caracteres

    que foram estudados no delinqente nato so os mesmos que so encontrados no louco moral,

    os quais, por conseqncia, no s so encontrados, mas se incorporam. loucura moral, so

    decorrentes do prprio delinquente-nato (KRUGER, ano e pgina).

    4 gria: lngua especial, cifrada, linguagem peculiar.

  • 3 Decadncia da tese do criminoso nato

    Lombroso cometeu um grave erro ao generalizar suas teorias, datando todos os

    seres humanos que se enquadrarem em seus termos seriam marginais, independente da

    educao que foi lhe dada, e o local onde fora criado.

    As observaes feitas por Castelo Branco sobre tatuagens; nesse estabelecimento,

    examinou 345 criminosos e depararam-se-lhes 58 com sinais de tatuagens (16%).

    Nos dizeres de Castelo Branco: (1982, p. 215)

    As tatuagens que examinei no me autorizam a dar valor igual ao que o ilustre sbio lhe atribui. Neste ponto pendo mais para a opinio de Tarde: parece-me infinitamente mais provvel admitir que um efeito no da tradio ancestral, mas de uma moda importada por marinheiros e militares, imitao de selvagens atuais com quem tenham estado em contato. Esta moda propagou-se mais rapidamente entre os condenados por causa da sua insensibilidade cutnea e em conseqncia dos longos tdios da priso.

    Enrico Ferri ao criticar a obra de Lombroso, assinala que teve dois equvocos:

    Ter dado em forma, mas no em substncia valor a dados criminolgicos e

    antropomtricos, olvidando os psicolgicos; e ter agrupado os infratores em um nico tipo,

    distinguidos unicamente pelos dois aspectos diferenciados que seriam a paixo e os loucos,

    estes os verdadeiros delinqentes.

    Diz Enrico Ferri: (1900, p. 70)

    Porm, renuncia a tal postulao por entender, posteriormente que a antropologia criminal parte integrante do direito penal, tratado pelo mtodo positivo e que todos os meios de defesa social contra os delinqentes pertencem s a uma nica cincia- o direito penal

    Mesmo amigos de Lombroso, companheiros que lhe ajudaram em suas pesquisas,

    lhe criticaram fortemente, como Ferri e Dallemagne.

    Dallemagne cita os equvocos de Cesare Lombroso: (ano, p. 70)

    Tais exageros ocorreram para forar a origem do sucessos da nova escola, e porque se a Antropologia Criminal se tivesse limitado a achar nos delinqentes alguns sinais particulares, a assinalar certas individualidades como afetadas de taras especiais, a emoo do mundo sbio e sobretudo jurdico no seria to duradoura.

  • Quem criticou fortemente e deu-lhe forte dor de cabea, foi o brasileiro Sebastio

    Leo. O Dr. Leo trabalhava na cadeia de Porto Alegre, para poder continuar suas pesquisas,

    trabalhava gratuitamente.

    Ele Assinalava que a casa de Correo abrigava 226 presos, sendo 218 da

    populao fixa de sentenciados, e oito de uma populao flutuante, aguardando o resultado do

    processo ou ento ali confinada com fins correcionais, para averiguaes. Os dados do livro de

    sentenciados da casa de Correo, combinados e cruzados com o relatrio do Dr. Sebastio

    Leo e os do lbum fotogrfico do laboratrio de antropologia Criminal, fornecem um perfil do

    criminoso tpico, tirado a partir da mdia da populao de detentos, que seriam: sexo

    masculino, solteiro, altura mdia de 1,50 metros, analfabeto, predominantemente branco ou

    mulato, entre vinte e trinta anos, homicida.

    Com isso Dr. Leo encontraria srias discordncias entre as teorias e a realidade. Os

    negros eram, afinal, boais e inferiores, como afirmava Lombroso? Por vezes, conclua ele: se

    revelam, pelo contrario os animais espertos. Leo alertava que, do conjunto dos detentos 16

    negros haviam sido presos ainda na poca do cativeiro, por motivos que, talvez hoje, no

    merecessem a mesma pena.

    No seria o caso de fazer-se alguma coisa em pro destes infelizes? E os mulatos?

    Eram, afinal, raas fracas, sub-raas, contaminadas de uma degradante mestiagem? Mas

    haviam longevos na cadeia, gente que atingiam os oitenta anos, mesmo em condies de

    crcere! Eram mesmo incapazes, todos de sensibilidade? E os versos, escritos na paredes da

    Casa de Correo, a revelar os poetas da cadeia, que falavam da solido, dos estados dAlma,

    das injustias sofridas, da incompreenso social?

    As vezes, era contra Lacassagne que insurgia o Dr.Leo nas suas analises:

    Afinal, as elevadas temperaturas no contriburam para a maior incidncia de crimes!

    No Rio Grande, a criminalidade era constante o ano todo. Por outras, o mdico buscava

    vislumbrar nos presos outros sinais de reconhecimento da criminalidade apontados como

    estigmas pela escola lombrosiana: o prognatismo (projeo para frente) dos maxilares e as

    anomalias da arcada dentria, como por exemplo, o desenvolvimento acentuado dos caninos.

    Mas, mesmo detectando alguns desses traos em alguns presos, Dr.Leo ponderava que

    pessoas de bem, cidados, revelavam as mesmas anomalias, sem que se lhes pudesse atribuir

    o menor desvio de conduta. O estudo do formato dos crnios, no melhor estilo frenologista,

  • tambm no se revelou promissor, e, quanto s formas do nariz, Sebastio Leo confessava

    que acabara se perdendo no labirinto de configurao de osso, base, altura, projeo e largura

    dos narizes dos presos.

    O que dizer ento dos cabelos e da pilosidade? A antropologia criminal apontava

    que os delinqentes eram, em geral, cabeludos, mas pouco barbados. Mas entre os detentos,

    somente dez no possuam barbas.

    Escreveu Lombroso em sua defesa: (1982, p. 218)

    certo que nem eu, nem meus companheiros nos acreditamos livres de erros e , at, possvel que estejamos cheios deles, porm estes devem ser relevados, examinados, comprovados, sem atribuir-nos concluses e teorias que nunca foram as nossas.

    Conclua ento Dr.Leo em 1897 final do sc. XIX. que as noes de homens

    criminosos e de homem honesto pecavam pela falta de preciso, chegando a afirma que o

    criminoso no diferia do homem virtuoso seno porque no soubera dominar suas paixes.

    No seu relatrio final, Dr. Leo Sucumbia ante evidencia dos fatos. A partir da sua

    casa de correo conclua que era o meio que produzia o criminoso.

    Vitria de Lacassagne, derrota de Lombroso. Consagrava-se, assim, o papel da

    cincia na soluo dos problemas do crime na sociedade moderna. Legitimava-se a

    interveno no social: competia ao estado a profilaxia da questo criminal, justificando-se as

    medidas preventivas de toda ordem: tcnicas, higinicas, morais e estticas.

    Os perigosos seriam recuperveis, desde que submetidos a controle, vigilncia e

    disciplina.

    Trabalhando na casa de correo de porto alegre, o mdico Sebastio leo Curvou-se evidencias dos fatos, e conclui que era o meio social que produzia o criminoso ( Ordem publica e moralidade: imprensa e policiamento urbano em porto alegre na dcada de 1890).

    Pondo fim assim, a quase um sculo de teorias lombrosianas.

    CONCLUSO

    O ser humano no nasce ser, ele nasce sendo, a pessoa se faz pelo meio social

    onde vive, e no por sua prpria natureza.

  • Lombroso se equivocou dizendo que o criminoso parou no meio social da evoluo

    humana, indo at contra os conceitos de Darvin: O ser humano est em constante evoluo.

    No podemos nos dar ao luxo de cometer erros de espcie e expanso como

    ocorrido, discriminando pessoas apenas pela suas fisionomias, isso como j comprovado, no

    define nada.

    Um dos pontos mais importantes para a concluso deste dilema era o Brasil, que fora

    fundamental para o declnio desta teoria que fizera grande revoluo no mundo penal. Conclui-

    se logo que, o meio produz o criminoso.

    ABSTRACT

    PROFILE OF A CRIMINAL

    In the nineteenth century the concept of "Criminal Profile" was predetermined, no one rejected

    the idea that a person just because he looks, physical, or even live in the social environment from

    dangerousareas, has become the human being a born criminal, a murderer, thief. The creator of

    this thesis was the physician Cesare Lombroso, who came to continue the research of other

    philosopher and scientists who came with similar concepts. Lombroso began a series of studies

    to investigate something in common among criminals, something that could become standard,

    distinguishing the profile of marginal. He said humans were no transformed in the course of his

    criminal life and societal failures, but rather was born as such.

  • VIOLNCIA CONTRA A MULHER

    Jacqueline Gonalves5

    RESUMO

    A maioria das mulheres agredidas sofrem caladas, no tendo coragem ou se sentido insuficientes no sentido de busca uma proteo. Se enganando ao acharem meios para amenizar a dor que esto sentindo, e se iludindo buscando uma culpa que no dela, se calando para poupar um filho, ou imaginando que ser s dessa vez. Assim elas se omitem e no se preocupam em procuram ajuda. Analisando o Dia Internacional da Mulher, que surgiu para homenagear 129 mulheres queimadas vivas em uma fbrica de tecidos em Nova Iorque, em 8 de maro de 1857, por reivindicarem um salrio justo e a reduo da jornada de trabalho. A represso ao protesto foi absolutamente desproporcional. A polcia acabou por trancar as portas da fbrica e a colocar fogo no imvel, o que veio a custar vida das 129 mulheres. Uma luta que continua a ser necessria pela gerao atual e por todas as geraes que surgiro. Os homens agressores, responsveis pela violncia contra a mulher, na maioria das vezes no so punidos pelos crimes que cometem, tornando a violncia parte do cotidiano dos lares brasileiros. Se a violncia ultrapassa a agresso fsica, pois as mulheres tambm so vtimas do preconceito, de descriminao e difamaes.

    PALAVRAS-CHAVE: Protesto. Homenagear. Dia Internacional da Mulher

    INTRODUO

    Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos

    brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade,

    igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: I- homens e mulheres so iguais

    em direitos e obrigaes, nos termos desta constituio. As mulheres j so maioria do

    eleitorado, apesar de ainda receberem menos; esto conseguindo mais empregos que os

    homens e atualmente so responsveis por 23% (vinte e trs por cento) da mantena das

    famlias brasileiras.

    5 Aluna do Curso de Direito da Faculdade Atenas. Disciplina: Prof Marcos Spagnuolo Souza. E-mail:

    [email protected]

  • Em uma anlise quantitativa, em 25 das 27 unidades da Federao existe uma

    populao maior de mulheres que homens. Elas esto cada vez mais presentes no mercado de

    trabalho, apesar de nem sempre encontrarem as mesmas condies de acesso, de ascenso e

    remunerao que os homens, todos estes fatores constituem elementos relevantes da Histria

    Contempornea. Houve uma evoluo jurdica da situao da mulher no mundo, porquanto a

    mesma um ser humano dotado de liberdades inatas e transcendentes, bem como de liberdades

    pblicas, constitucionalmente garantidas. Havendo igualdade nas obrigaes e no gozo dos

    direitos.

    1 As evolues que a mulher vem sofrendo nas ltimas dcadas

    Em toda a histria da humanidade, a mulher foi subjugada tanto como ser feminino, quanto como

    ser pensante, porm, notrio que nas ltimas dcadas ocorreram profundas modificaes que

    causaram e ainda esto causando fortes impactos na estrutura social de muitas naes. No final

    do sculo XVIII em diante, a famlia passa a ser vista como a ferramenta fundamental para a

    evoluo da sociedade.

    A violncia um termo de mltiplos significados, e vem sendo utilizado para nomear desde as formas mais cruis de tortura at as formas mais sutis da violncia que tm lugar no cotidiano da vida social, na famlia, nas empresas ou em instituies pblicas, entre outras. Alguns pesquisadores propem definies abrangentes da violncia que levem em conta o contexto social, a distribuio desigual de bens e informaes. Para compreender a violncia deve-se levar em considerao as condies sociais geradoras de violncia - sociais, polticas, econmicas e no apenas os episdios agudos, como a violncia fsica explcita. Distingue-se nesse campo de estudo, a delinqncia (ferimentos, assassinatos e mortes), a violncia estrutural do Estado e das instituies que reproduzem as condies geradoras de violncia e a resistncia s condies de desigualdade. Outros autores chamam ateno ao fato de que a preocupao com o problema da violncia recente na histria, o que estaria relacionado modernidade e seus valores de liberdade e felicidade, consolidados na concepo de cidadania e dos direitos humanos. (Schraiber, 1999, p. 35)

    O sculo que acabou foi o de maior avano em relao s mulheres em toda a Histria

    da humanidade. Entre as muitas mudanas ocorridas, pode-se afirmar que a abordagem das

    conquistas do gnero feminino, bem como as privaes ainda presentes em seu cot idiano, um

    dos temas mais abordados e um dos que mais gera opinies divergentes e, consequentemente,

    conflitantes, tanto na esfera local como global.

  • Mas conquistar espao, ser visto, e aceito, no sinnimo de ter igualdade. As

    mulheres ainda fazem dupla, s vezes tripla jornada de trabalho, ganham menos que os homens

    exercendo as mesmas funes e, sobretudo, ainda so desprezadas na hora da promoo aos

    cargos de maior poder e prestgio. importante destacar que o papel da mulher na sociedade

    deve ser discutido no apenas em termos de mercado de trabalho, mas dentro de uma

    perspectiva abrangente de democracia e com uma viso estratgica de combate a excluso

    social e a violncia sofrida. A mulher conquistou seu espao no mercado de trabalho, criando

    relaes de igualdade no ambiente familiar e passou a exercer seus direitos.

    Mas preciso ressaltar que esta nova realidade social, igualitria e progressista, est distante de milhes de mulheres. Que continuam no tendo acesso a informao, sendo excludas, sofrendo abusos sexuais e vivem num mundo onde o sexo masculino ainda dominante. (CARDOSO, 2012) 6

    Analisando o Dia Internacional da Mulher, que surgiu para homenagear 129 mulheres

    queimadas vivas em uma fbrica de tecidos em Nova Iorque, em 8 de maro de 1857, por

    reivindicarem um salrio justo e a reduo da jornada de trabalho. A represso ao protesto foi

    absolutamente desproporcional. A polcia acabou por trancar as portas da fbrica e a colocar

    fogo no imvel, o que veio a custar vida das 129 mulheres. Uma luta que continua a ser

    necessria pela gerao atual e por todas as geraes que surgiro.

    intil a existncia de um 08 de maro, visto que, existem todos os outros dias do ano

    para que a mulher seja discriminada, maltratada, molestada, oprimida, explorada, espancada, e

    vrias outras formas de humilhao, pois, a realidade dos outros 364 dias no aparente, e

    reflete no comportamento de muitas mulheres, no seu trabalho, em sua famlia e na educao

    que ser transmitida s prximas geraes. As Naes Unidas definem violncia contra a mulher

    como:

    "Qualquer ato de violncia baseado na diferena de gnero, que resulte em

    sofrimentos e danos fsicos, sexuais e psicolgicos da mulher; inclusive ameas

    de tais atos, coero e privao da liberdade seja na vida pblica ou privada". -

    conselho social e econmico, naes unidas (1992).

    Sabemos que as desigualdades hierarquizam os grupos humanos discriminando-os, e

    as diferenas so um fato decorrente do gnero e culminantes no homem, tomado na sua

    especificidade. Ficando claro que apesar de a mulher ser um ser racional, pensante e dona de

    seus prprios instintos, sempre foi considerada como ser inferior e submissa. Mesmo nessa nova

    6 CARDOSO Ruth. Os novos desafios postos mulher. Veja Mulher. Edio especial de novembro de 2001.

    Disponvel em: www.abril.com.br/especiais/mulher. Acesso em: 10 junho.2012.

    http://www.abril.com.br/especiais/mulher

  • era de evoluo, onde se fala em igualdade social, garantida em lei e tida como direito

    fundamental, comum a todas as pessoas, a Carta magna em seu artigo 5 nos diz:

    Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: I- homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes, nos termos desta constituio. (BRASIL, 1998)

    Esta em andamento um processo de equiparao entre os sexos, em casa, na escola,

    no trabalho e na poltica brasileira, e pela primeira vez na Histria brasileira uma mulher

    indicada para o mais alto tribunal do pas.

    As mulheres j so maioria do eleitorado, apesar de ainda receberem menos; esto conseguindo mais empregos que os homens e atualmente so responsveis por 23% (vinte e trs por cento) da mantena das famlias brasileiras. Em uma anlise quantitativa, em 25 das 27 unidades da Federao existe uma populao maior de mulheres que homens. Elas esto cada vez mais presentes no mercado de trabalho, apesar de nem sempre encontrarem as mesmas condies de acesso, de ascenso e remunerao que os homens, todos estes fatores constituem elementos

    relevantes da Histria Contempornea. (GONZAGA, 2012)7

    A Igreja teve um papel importante para com a situao atual da mulher, pois o mito

    cristo que a mulher a ultima das criaturas, destinada ao pecado da seduo, e no qual

    nenhum homem escapa. Para os mais fervorosos, a serpente-demnio no pode enganar

    diretamente o homem, por ser forte, mas a mulher sim. Deve-se lembrar ainda no que diz

    respeito aos preconceitos sexuais embasados na Virgindade de Maria, representando grande

    coibio sobre a condio sexual das mulheres, e pelo fato de que estes interditos ficaram mais

    fortes devido s constantes mudanas de comportamento por parte das mesmas, cobrando-lhes

    pureza, castidade e honestidade, com o intuito de cont-las.

    Houve uma evoluo jurdica da situao da mulher no mundo, porquanto a mesma

    um ser humano dotado de liberdades inatas e transcendentes, bem como de liberdades pblicas,

    constitucionalmente garantidas. Havendo igualdade nas obrigaes e no gozo dos direitos.

    O artigo 5 vem definir o que configura violncia domstica e familiar contra a mulher

    como sendo qualquer ao ou omisso baseada no gnero que lhe cause morte, leso,

    sofrimento fsico, sexual ou psicolgico e dano moral ou patrimonial: seja no mbito da unidade

    domstica, compreendida como o espao de convvio permanente de pessoas, com ou sem

    7 GONZAGA, Simone Silveira. Evoluo social e jurdica da mulher. Artigo publicado em 03/07/2005. Disponvel

    em: www. direitonet. com. br/artigos. Acesso em:10 j unho.2012.

    http://www.direitonet.com.br/artigos/x/21/49/2149/#perfil_autor#perfil_autor

  • vnculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; no mbito da famlia, compreendida

    como a comunidade formada por indivduos que so ou se consideram aparentados, unidos por

    laos naturais, por afinidade ou por vontade expressa; em qualquer relao ntima de afeto, na

    qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitao,

    ou de orientao sexual. O prof. Altamiro entende que:

    O artigo ora ressaltado define o que seja unidade domstica possibilitando desta

    maneira identificar objetivamente o adjetivo do conceito de violncia da qual cuida a

    lei. Segundo o texto, unidade domstica o lugar de convvio de pessoas, ligadas

    pelo vnculo familiar ou no, e onde se incluem as pessoas esporadicamente

    agregadas. Entende-se, portanto, que a convivncia inclui: a) familiares

    (ascendentes, descendentes, adotados e afins), companheiros (ligados por unio

    estvel ou vnculo civil); b) hospedes e visitantes; e c) agregados (onde se incluem

    os empregados, estveis ou temporrios). Para figurar como sujeito ativo do tipo de

    violncia em questo, dessarte, necessrio que esteja ele homem ou mulher me

    convvio na unidade domstica de maneira duradoura ou espordica.

    Aqui a famlia aparece como um grupo de pessoas aparentadas ou que assim se

    consideram (consangneos ou afins); ou vinculados por deciso manifesta. Deve

    ser gizado que a definio fornecida pelo presente estatuto em comento estendeu-se

    alm dos conceitos da unio estvel entre o homem e a mulher; bem como da

    comunidade formada por qualquer dos pais e os seus descendentes (naturais ou

    legais); e da sociedade conjugal formada pelo matrimnio religioso ou civil, contidos

    na constituio Federal e no cdigo Civil. Salvo melhor juzo, o enunciado no

    pargrafo nico, em conjunto com o disposto nos incisos I, II e III do artigo 5 dessa

    Lei, permite entender tambm a famlia como qualquer relacionamento afetivo ntimo

    e estvel de pessoas independentemente do sexo. (FILHO, 2007, p. 37)

    Observamos que os direitos da personalidade ainda percorrem tormentosos caminhos,

    no que tange figura feminina, como pessoa pelos diplomas jurdicos e pela sociedade, que

    repercutiram nos nossos dias e se tornaram realidade mediante a sua constitucionalizao.

    Podemos visualizar os avanos na rea cvel e penal, porm, as maiores conquistas

    comprovadas tangem disciplina trabalhista. Aqui se constata ainda uma fictcia

    incompatibilidade entre mulher-me e a me-trabalhadora, aonde alguns optam por expulsar a

    primeira do mercado de trabalho e assegurar a prevalncia da segunda. Esta uma opo que a

    ser tomada caso queira fazer parte deste mundo, desistindo da maternidade. E mesmo sendo a

    discriminao legalmente proibida em nosso pas, ela ocorre, e, em grande escala.

    O artigo 8 voltado para a assistncia mulher em situao de violncia domstica e familiar e o captulo inicial cuida das medidas integradas voltadas para a preveno. Por ocasio do artigo 8 da Lei anunciando poltica pblica visando coibir a violncia em tela atravs duma diluio de responsabilidade entre a Unio, os estados, o Distrito Federal, os Municpios e rgos no-governamentais define, ao

  • longo dos seus nove incisos, as diretrizes para o combate referida forma de violncia. J de muito passada a hora do Estado entender que a igualdade feminina e de todos os brasileiros e a erradicao da violncia domstica e familiar contra a mulher bem como a violncia generalizada contra o ser humano, entre ns somente ocorrer com o desenvolvimento duradouro de polticas pblicas garantidoras dos direitos humanos, resguardando o brasileiro da negligncia, da discriminao, da violncia, da opresso e da espoliao. (FILHO, 2007, p. 60)

    2 O que vem a ser a violncia contra a mulher

    A violncia domstica contra a mulher qualquer ato ou conduta baseada no gnero,

    que cause morte, dano ou sofrimento fsico, sexual ou psicolgico mulher, tanto na esfera

    pblica como na esfera privada. A violncia contra a mulher est em todo lugar e aumenta a

    cada dia, nas ruas, no trabalho e at dentro de casa, voc pode ser atacada. Desde ofensas

    verbais at estupros, espancamentos e assassinatos, esta violncia atinge mulheres de todas as

    classes sociais no mundo inteiro.

    A juza Andria Pach considera a lei um marco na luta contra a violncia domstica,

    segundo ela "Eu acho que muito mais do que um problema com conseqncias graves, a

    violncia domstica fruto da ignorncia[...]"8

    Ela acontece porque em nossa sociedade muita gente ainda acha que o melhor jeito de

    resolver um conflito com a violncia e que os homens so mais fortes e superiores s

    mulheres. assim que, muitas vezes, os maridos, namorados, pais, irmos, chefes e outros

    homens acham que tm o direito de impor suas vontades s mulheres. Embora muitas vezes o

    lcool, drogas ilegais e cimes sejam apontados como fatores que desencadeiam a violncia

    contra a mulher, a raiz de tudo est na maneira de como a sociedade d mais valor ao papel masculino, o que

    por sua vez se reflete na forma de educar os meninos e as meninas. Enquanto os meninos so incentivados a

    valorizar a agressividade, a fora fsica, a ao, a dominao e a satisfazer seus desejos, inclusive os sexuais, as

    meninas so valorizadas pela beleza, delicadeza, seduo, submisso, dependncia, sentimentalismo,

    passividade e o cuidado com os outros. Conforme relata Ana Paula em seu artigo:

    Estima-se que mais da metade das mulheres agredidas sofram caladas e no pedem ajuda. Para elas difcil dar um basta naquela situao. Muitas sentem vergonha ou dependem emocionalmente ou financeiramente do agressor; outras acham que foi s daquela vez ou que, no fundo, so elas as culpadas pela violncia; outras no

    8 Lei Maria da Penha foi um passo importante para enfrentar violncia contra mulheres, afirma juza Acesso em: 10 junho.2012.

    http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/03/07/materia.2007-03-07.2152127859/view

  • falam nada por causa dos filhos, porque tm medo de apanhar ainda mais ou porque no querem prejudicar o agressor, que pode ser preso ou condenado socialmente. E ainda tem tambm aquela ideia do ruim com ele, pior sem ele.9

    Muitas se sentem sozinhas, com medo e vergonha. Quando pedem ajuda, em geral,

    para outra mulher da famlia, como a me ou irm, ou ento alguma amiga prxima, vizinha ou

    colega de trabalho. J o nmero de mulheres que recorrem polcia ainda menor. Isso

    acontece principalmente no caso de ameaa com arma de fogo, depois de espancamentos com

    fraturas ou cortes e ameaas aos filhos. Vendo-se em uma situao onde tendem de optar pela

    vida elas denunciam.

    CONCLUSO

    A histria das mulheres tem se afirmado como uma fonte inesgotvel para o estudo das

    relaes humanas. No que se refere aos aspectos afetivos do dia-a-dia, como a intimidade e os

    sentimentos, os estudos atuais possibilitam uma viso menos estereotipada do sexo feminino e,

    ao mesmo tempo abrem brechas no conhecimento que se tem sobre a participao das

    mulheres, quer na histria mundial quer na brasileira.

    Se homens e mulheres ocupam posies diferenciadas dentro de um mesmo

    ordenamento jurdico e social. O problema conjugal um fenmeno que tem se apresentado

    como um grave problema social. A mulher, sob vrias formas, vtima da violncia que comea,

    em primeira instncia, dentro da prpria famlia, quer seja ela pobre, de classe mdia ou alta. O

    que as deferncia, que as famlias menos favorecidas, procuram as delegacias para queixas

    com maior freqncia. J as mulheres da classe mdia ou alta, por vergonha, ou at mesmo

    comodismo no sentido de manuteno da sua posio social, no denunciam a violncia que

    sofrem. Quando uma mulher resolve denunciar o seu agressor, normalmente a violncia j est

    ocorrendo h muito tempo.

    A maioria das mulheres se sente envergonhadas e humilhadas pela violncia sofrida

    em casa, escondendo a agresso at da prpria famlia, e desta forma a grande maioria das

    mulheres violentadas de vrias formas, preferem se calar, e se esconder o que acaba

    dificultando uma averiguao mais prxima da realidade.

    9 Paula, Ana. O Que A Violncia Contra A Mulher. Artigo publicado em 23/07/2006. Disponvel em:

    www.jlocal.com.br/mulher. Acesso em: 10 junho.2012.

    http://www.jlocal.com.br/mulher

  • Amar demais seria um padro de relacionamento atravs do qual o sujeito, em sua

    maioria mulheres, procura reviver suas experincias familiares iniciais conflituosas, na tentativa

    de resoluo daqueles problemas vividos com e pelos pais. As caractersticas deste padro so:

    pessoa vinda de um lar desajustado em que as necessidades afetivas no foram supridas,

    procurando satisfaz-las atravs de seu companheiro, fazendo de tudo que for preciso para tal e

    ligando-se a indivduos familiares inacessveis, tentando mais uma vez conseguir aquela

    ateno; devido ao medo de ser abandonada. O relacionamento precisa agradar sempre, na

    esperana de conseguir um pouco mais de amor. Devido baixa auto-estima, estes no

    acreditam que meream naturalmente ser felizes e fazem de tudo para vir a merec-lo;

    inseguras, fazem de tudo para manterem o controle das pessoas e dos relacionamentos; vivem

    mais o sonho daquilo que o relacionamento pode vir a ser do que a realidade presente no

    momento.

    REFERNCIAS

    ELUF, Luiza Nagib - Crimes contra os costumes e assdio sexual / Luiza Nagib Eluf -

    Ed.condensada - So Paulo: Editora Jurdica Brasileira, 1999.

    DAMACENA, Arnald. Violncia sociedade e cultura (caderno Ceres I). Rio de Janeiro: Loyola,

    2001, p. 20.

    AZEVEDO, Maria Amlia. Mulheres espancadas: a violncia denunciada. So Paulo: Cortez,

    1985, p. 24.

    LINHARES, Barsted L.. Violncia contra a mulher e cidadania: uma avaliao das polticas

    pblicas. Rio de Janeiro: Cepia, 1994 p. 86.

    SOARES, Brbara Masumeci. Guia Prtico Para um Programa de Segurana da Mulher

    (verso preliminar). Rio de Janeiro: CESeC, UCAM.

    SOARES, Brbara Masumeci. Mulheres Invisveis violncia conjugal e novas polticas de

    segurana. Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1999.

    ABSTRACT

    KEYWORDS: Profile. Criminal. Search.

  • SERIAL KILLER

    Jssica Fernanda de Souza10*

    RESUMO

    Este artigo aborda um assunto muito importante para nossas vidas, pois todos esto sujeitos a

    viverem situaes na quais teremos que lidar com um possvel psicopata ou serial killer. um

    assunto de grande importncia, pois, mostra as causas e as origens desse instinto horrvel de

    matar outras pessoas, alm de ter muita importncia no mundo jurdico e ser um assunto muito

    interessante e que tem sido abordado pela cinematografia americana. Lendo esse artigo o leitor,

    se inteira do assunto e aumenta seu conhecimento de forma geral.

    PALAVRAS- CHAVE: Serial Killer. Psicopata. Vtima.

    INTRODUO

    Este artigo tem por finalidade abordar um assunto interessante, que muitas das vezes

    as pessoas pensam estarem distantes, mas que est mais perto do que elas imaginam. Trata-se

    de um tipo de psicopatas chamados Serial Killer, eles so extramente perigosos e artculosos em

    seus atos e planos. O artigo ter o embasamento bibliogrfico em dois livros, de psiclogas

    especializadas no assunto e que tem esplanado de forma detalhista, sobre o mesmo. Para a

    vitria da sociedade sobre a psicopatia, essencial que tenhamos conscincia de quais as

    causas que ela possui e como se comporta um psicopata, com o intuito de acalmar a vida em

    sociedade e controlar os impulsos perversos que podem, por vezes, ter consequncias negativas

    no nosso meio.

    1 Quem um serial killer?

    10 Aluna do Curso de Direito. Turma Alfa, Noturno da Faculdade Atenas. Disciplina Sociologia Geral e Jurdica Prof Marcos Spagnuolo Souza. E-mail: [email protected]

  • Apesar de existirem diversas teorias, como a teoria freudiana e a das escolas

    clssica e positivista, o termo serial killer relativamente novo. Sabemos que os seriais killers se

    classificam em quatro tipos: visionrio (ele insano e psictico, ouve vozes em sua cabea,

    sofre alucinaes e tem vises), missionrio ( socialmente normal, mas pensa ter a misso de

    libertar o mundo, da imoralidade, geralmente escolhe suas vtimas, como prostitutas, etc.),

    emotivos (tem prazer em matar sadicamente e cruelmente) e os libertinos (so os assassinos

    sexuais, matam por que sentem excitao com a tortura, mutilao e sofrimento da vtima).

    No seria a punio que diminuiria a criminalidade, e sim reformas sociais e

    tratamentos para recuperar o indivduo. No importa a teoria, os serial killers no se

    adequam a nenhuma linha de pensamento especfica. Na verdade, so um captulo

    parte no estudo do crime (CASOY, 2004, p.13).

    Para se identificar o serial killer, necessrio levar em considerao suas experincias

    desde a infncia, e no decorrer da sua vida. Praticamente todos eles tm sinais de abuso sdico

    com os animais e com outras crianas, incontinncia urinria, destruio de propriedades e

    mania de atear fogo, tudo isso na infncia. Todos esses e outros sinais faz com que eles sejam

    totalmente desprovidos de sentimentos bsicos que possumos assim eles so extremamente

    egostas, frios, sem conscincia e incapazes de amar. J na idade adulta, a maioria de deles

    tenta se enquadrar nos padres sociais, embora ignorem e no se importem com as regras de

    convvio social. Podemos dizer que a base de emoes deles totalmente danificada, fazendo

    com que eles hajam e pensem diferente das outras pessoas.

    A deficincia deles (e a que mora o perigo) est no campo dos afetos e das emoes. Assim, para eles, tanto faz ferir, maltratar ou at matar algum que atravesse o seu caminho ou os seus interesses, mesmo que esse algum faa parte de seu convvio ntimo (SILVA, 2008, p.44).

    Apesar de serem totalmente normais na sociedade, casarem, terem filhos e fazerem

    todas as demais coisas cotidianas, tudo faz parte de um jogo bem arquitetado por questes de

    sobrevivncia. Ou seja, eles no querem ser vistos e taxados, como verdadeiros predadores

    sociais, que o que so. Mesmo com toda essa farsa, so incapazes de terem afeto ou

  • sentimentos pelos os outros, jamais se colocam na posio do outro e nem se sensibilizam com

    a dor alheia. No mbito profissional, so extremamente talentosos e habilidosos, justamente por

    serem muito astutos.

    Os psicopatas em geral so indivduos frios, calculistas, inescrupulosos, dissimulados, mentirosos, sedutores e que visam apenas o prprio benefcio. Eles so incapazes de