revista mes de abril

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Grupo ADECOAGRO inaugura mais uma usina no estado 14 A origem da cana e a sua importância no Brasil 25 Governo zera PIS/Cofins do etanol EDIÇÃO 9 | ABRIL 2013 | R$ 10,00 MS é foco de novas usinas 11 Projeto usa cinzas da cana na fabricação de concreto INVESTIMENTO Na Internet MS é foco de novas usinas ENTREVISTA - SÉRGIO PRADO, JORNALISTA E REPRESENTANTE DA UNICA

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Canal da Cana

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Page 1: Revista Mes de Abril

Grupo ADECOAGRO inaugura mais uma usinano estado

14A origem da cana e a suaimportância no Brasil

25Governo zeraPIS/Cofi ns doetanol

EDIÇÃO 9 | ABRIL 2013 | R$ 10,00

MS é foco denovas usinas

11Projeto usacinzas da canana fabricação deconcreto

INVESTIMENTO

Na Internet

MS é foco de novas usinas

ENTREVISTA - SÉRGIO PRADO, JORNALISTA E REPRESENTANTE DA UNICA

Page 2: Revista Mes de Abril
Page 3: Revista Mes de Abril
Page 4: Revista Mes de Abril

ÍNDICE

Capa - Investimento

41Inauguração daADECOAGRO emIvinhema

Junior Cordeiros

Page 5: Revista Mes de Abril

5ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

SUSTENTABILIDADE

11 Projeto usa cinzas da cana nafabricação de concreto

ESPECIAL

14 A origem da cana e a sua importância no Brasil

22 Balanço da maior feira deagronegócio do Estado

36 49ª Expoagro

ENTREVISTA

18 Sérgio Prado, jornalista erepresentante da Unica

GOVERNANÇA

23 Vice-Governadora Simone Tebet abre MS Florestal 2013

25 Governo zera PIS/Cofi ns do etanol

39 Dourados em foco

6 EDITORIAL

29 CANA EM FOCO

50 CANA NET

LOGÍSTICA

7 Recorde de processamento nasrefi narias

46 Centro-Sul é foco de novas usinas

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

8 Produtores apostam em sistema deintegração

34 Dados revelam boas expectativas paraa safra 2013/2014

OPINIÃO

30 O que existe por trás das lentes?

CURSO

33 Projeto AGORA realiza curso parajornalistas em MS

ARTIGO

40 Setor Florestal brasileiro faltacompetitividade?

GENTE QUE FAZ

47 Cantões da cana

ABRIL 2013

Page 6: Revista Mes de Abril

6 ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

Nesta edição da revista vamos abordar uma pequena parte da história da Cana-de-açucar. Para entender um pouco mais desta grande economia importância para o Brasil, à revista Cana S.A. quer apontar a sua trajetória, e a

construção de seus derivados até os dias de hoje.Hoje o estado de Mato Grosso do Sul se mostra preparado para

receber indústrias e investimentos ocasionados pelo grande desen-volvimento do estado no setor de agronegócio, proporcionando a população uma demanda de empregos diretos ede indiretos, que trás junto à qualidade de vida para suas regiões.

Com a inauguração no Vale do Ivinhema da 24º industrial no Mato Grosso do Sul. O grupo Adecoagro conquista uma capacidade de 10 milhões de toneladas no estado somada a usina de Angélica.

Também falaremos de expedições, sistemas de culturas, conquis-tas nacionais, redução de taxas, impostos entre prêmios, projetos e planejamentos regionais que ajudam a mostrar a retomada do setor, como forma de recuperar o tempo perdido.

O que nos realmente queremos é que você leitor entenda as ações políticas do governo, e como cabe a nós agir diante dessas ações. Vamos entender que é através das grandes feiras e exposições que conseguimos gerar parceiras, conquistarmos recursos e gerar renda para muitos setores do estado.

Boa Leitura!

Junior CordeirosRedator-chefe

Revista Cana S.A.

EDITORIAL

Um cenário queprecisa de

Edição nº 8, abril de 2013www.canasa.com.br

Cana S.A. é uma publicação de Canal da Cana Jornais e Revistas Ltda-ME

CNPJ: 10.939.324/0001-43Inscrição estadual: IsentaInscr. municipal: 137.361.000

Tiragem: 5 mil exemplares Circulação: Bancas, Mailing List Vip

Diretor-ExecutivoWilson [email protected](67) 9125-6062 / 2109-8919

FinançasMarlon Medeirosfi [email protected](67) 9962-7882

Redação e publicidadeRua Albert Sabin, 1713 Bairro TaveirópolisCEP 79.090-160Tel.: (67) 3211-2030Campo Grande-MS

Críticas, sugestões, elogios e artigos podem ser enviados para: [email protected]

ReportagemJunior CordeirosSuelen Morales

Fotografi a de capaJunior Cordeiros

Projeto gráfi co: Gabriel Gomes

conquistas

Page 7: Revista Mes de Abril

7ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

LOGÍSTICA

A Petrobras atingiu novo recorde diário de processamento de petróleo nas suas refinarias no Brasil. A carga refinada no dia 30

de março foi de 2,137 milhões de barris. No dia 3 de março, a empresa havia atingido a marca de 2,125 milhões de barris de petróleo processados.

No intuito de promover biocombustíveis que reafirmem o compromisso com o de-senvolvimento associado à responsabilidade socioambiental, a Petrobrás trabalha a fim de aprimorar as tecnologias que assegurem a liderança mundial na produção de biocom-bustíveis.

E com este resultado atingido, ela reafirma a busca contínua pelo aumento da eficiência operacional das refinarias. A marca foi alcan-çada respeitando os princípios de Segurança, Meio Ambiente e Saúde.

EtanolO Brasil é reconhecido mundialmente por

seu pioneirismo na introdução em sua matriz energética de um biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar: o etanol.

Desde a década de 1970, quando foi lançado o Proálcool, o etanol ganhou grande impulso e se tornou, definitivamente, uma fonte importante de energia para o País.

A Petrobras Biocombustível investe em inovações tecnológicas para aumentar a produtividade e a sustentabilidade da cadeia produtiva desse biocombustível, como é o caso do etanol de segunda geração, obtido a partir do bagaço da cana-de-açúcar.

Para saber mais sobre como o etanol trans-forma a vida das pessoas, assista à websérie Etanol Sem Fronteira.

Junior Cordeiros

Recorde deprocessamento nas

refinarias

Recorde deprocessamento nas

refinarias

Page 8: Revista Mes de Abril

8 ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

O processo de Inte-gração do produtor rural engloba nada mais que um siste-

ma rotacionado entre Lavoura, Pecuária e Floresta. É o uso de um sistema integrado que proporciona vantagens, além de gerar uma renda extra aos adeptos da produção.

Um sistema que envolve mais de um componente, seja em arranjo espacial ou tem-poral, é considerado integra-do. Na produção Rural isso acontece quando o produtor engloba as atividades Agríco-las, Pecuárias e Florestais, num cultivo consorciado, através de sessões ou rotações.

Os primeiros sistemas de Integração Lavoura-Pecuária--Floresta (iLPF) surgiram devido à necessidade de diver-sificação da atividade agrope-cuária brasileira no Cerrado nas décadas de 60 e 70, quando se utilizava o cultivo de arroz como forma de preparo do solo para o plantio de pastagens.

O Sistema de integração na lavroura, de um lado plantação de Cana e do outro já percebe-se o milho crescendo.

DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Produtores apostam emSistema de IntegraçãoProdutores apostam emSistema de Integração

Page 9: Revista Mes de Abril

9ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

Segundo a Fundação MS, o número de produtores que aderi-ram ao sistema no estado ainda é pequeno, porém crescente. Dentre os municípios do Estado, Maraca-ju se destaca. Uma estimativa feita pela Fundação mostra que cerca de 60% da área agrícola da região adota algum sistema de integra-ção.

“A integração entre o sistema de produção sempre é benéfica, há necessidade de rotação destas cul-turas, para evitar o cultivo de uma mesma cultura numa mesma área, o que agronomicamente falando demonstra um reflexo positivo com e relação à diminuição da incidência de pragas” Afirma o Presidente da Fundação MS Luiz Alberto que ainda argumenta “esta integração abre outros mer-cados para o produtor, e quando este produtor diversifica sua pro-

dução ele consegue acompanhar as demandas do setor, e também se adapta a uma sustentabilidade maior em seus resultados”.

No dia 03 de Abril a Plenária da Câmara dos Deputados apro-vou uma Política Nacional de Inte-gração Lavoura Pecuária e Flores-ta (iLPF) que beneficia produtores que investem no sistema.

A política nacional terá como objetivos, entre outros, mitigar o desmatamento provocado pela conversão de áreas de vegetação nativa em pastagens ou lavouras e contribuir para a manutenção das áreas de preservação permanente (APPs) e de reserva legal. Resta somente a sanção presidencial, que deve ocorrer logo.

O produtor moderno precisa entender que existe tecnologia dis-ponível para sua produção, o que ele precisa é correr atrás das infor-mações e dos centros de pesquisas e fundações que irão auxiliá-lo. É preciso quebrar os paradigma e abrir seus horizontes, é necessário sair da zona de conforto e buscar uma melhor diversificação para seu negócio.

O Biólogo e pesquisador Alex Meloto afirmou que “O produtor que o usa o sistema de integração em sua propriedade rural, ganha de varias maneiras, sendo no melhor uso do solo, seja em não

possuir períodos ociosos como no inverno, além de agregar mais tipos de produtos à propriedade rural”.

Este sistema promete diver-sas vantagens, começando pelo aumento de renda, e a segurança financeira ao produtor que pode melhor a capacidade de obter financiamento e continuar me-lhorando a renda da propriedade rural.

A integração Lavoura-Pecuá-ria-Floresta oferece outras vanta-gens como à expansão da pro-dução de alimentos e de energia renovável da madeira, preservação das reservas florestais e matas ciliares, recuperação das áreas de-gradadas, com condições propícias para a produção e diminuição da necessidade de desmatamentos de novas áreas, melhora na eficiência dos insumos utilizados na pro-dução, facilitando a certificação e rastreabilidade dos produtos agrícolas.

O Produtor que escolhe pelo sistema de integração precisa se posicionar no mercado local, e saber qual a demanda de produto da região, e precisa se preparar e saber o custo que ele pode ofere-cer e seus compradores. De nada adianta incluir um componente onde não haverá um núcleo con-sumidor

Plantação de milho em meio a plantação de árvores

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10 ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação10

Dia da Integração

Com a intenção de Divulgar o Sistema de Integração, a Funda-ção MS juntamente com a Rica Comunicação, realizaram no dia 17 de Abril na 75ª Expogrande, o Dia da Integração, com cerca de 150 pessoas presentes no evento realizado no auditório da Acrissul, no Parque de Exposições Laucídio Coelho.

O objetivo do evento foi de aproximar o produtor rural dos Sistemas de Integração, mostrando que além de sustentável, esta é uma forma de aproveitar melhor área da propriedade, aprimorando a produção e gerando bons lucros.

A fim de levar aos Produtores informações sobre implantação, manejo, irrigação e gestão do sistema de produção integrado na propriedade rural, o dia da integra-ção trouxe diversos palestrantes, para explicar as bases para esta integração, entre Lavoura, Pecuá-ria e Floresta.

O Sistema de Integração já é objeto de estudos da Fundação MS há mais de 15 anos, os sis-temas ILPF ajudam o produtor a diversificar a matriz econômica da propriedade, ou seja, a renda

não gira em torno de apenas uma cultura. Como implementar este sistema foi um dos temas discuti-dos na palestra do pesquisadore da Fundação MS, Alex Melotto que ministrou palestra “Bases para a integração lavoura, pecuária, floresta”.

Durante o ciclo foram apresen-tados casos de sucesso, entre eles, o do produtor rural e presidente da Fundação MS Luis Alberto Mo-raes Novaes, que utiliza sistemas integrados em sua propriedade. Segundo Novaes, gerir uma pro-priedade que integra culturas nem sempre é fácil, mas, com os cui-dados adequados, pode ser muito

lucrativo. Ele mostrou ainda um gráfico demonstrando toda a área aproveitável do território, corres-pondente a 42% para grãos, 19% cana e 39% destinado à pecuária.

A aprovação desta política trará a valorização a quem integra, de forma independente da política agrícola nacional (antes da política nacional específica, a Integração era contemplada pela Política Agrícola Nacional, de forma generalista), trazendo reais benefí-cios aos produtores que utilizam o sistema de produção integrado.

Junior Cordeiros

Page 11: Revista Mes de Abril

ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação 11

SUSTENTABILIDADE

Ter um Estado em potencial para o de-senvolvimento no setor do agronegócio

sempre nos deixou orgulhosos e dispostos a mostrar interesses em políticas de valorização da área, sejam elas em recursos, sejam elas em pesquisas.

Tão importante quanto isso, são os projetos que descobri-mos dentro das universidades, que incentivam os acadêmi-cos a se preocuparem com a área que é de fundamental im-portância para econômica do Estado.

Neste mês, as Univer-sidades UEMS junto a UFGD receberam o Prêmio Odebrecht de Desenvolvimento Susten-tável, entregue na cidade do Rio de Janeiro, classificados em 3º lugar com o projeto, a conquista nos colocou em de-staque no cenário nacional na área da sustentabilidade.

A pesquisa realizada na UEMS/UFGD, ganhou de-

staque nacional com a premia-ção, apresentan-do uma solução viável sobre como reaproveitar parte do resíduo de-ixado pela plan-tação de cana. O grupo propõe que a cinza, produzida após a queima do bagaço da cana para cogeração de energia, seja empregada como agregado em módulos de mi-croconcreto, podendo ser uti-lizados na construção de pare-des e coberturas em habitações de baixa renda, viabilizando o custo destas edificações.

O projeto teve início na UFGD com financiamento pela FUNDECT (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), com aprovação do projeto iniciado em 2009 e com térmi-

no agora em 2013. Percebemos que as carac-

terísticas físicas e químicas da cinza da queima do bagaço da cana de açúcar eram se-melhantes as da areia, isto é, apresentavam tamanhos de partículas próximas as da areia e quantidade de sílica de aproximadamente 60%, como a areia. “Hoje, existem entre 22 a 24 usinas de cana de açúcar em Mato Grosso do Sul que, de acordo com o levantamento feito por trabalho de um aluno

Projeto usa cinzada queima da cana

na fabricação de concreto

UFGD

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12 ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

da Engenharia de Produção da UFGD, este número refletiria em uma produção de aproxi-madamente 200 mil toneladas de cinza/safra em Mato Gros-so do Sul sem destino certo” Afirma Profa. Dra. Maria Ap. Garcia Tommaselli que conti-nua “Porém, com o emprego da cinza na produção de concreto este resíduo não seria mais um problema na agroindústria, devido ao montante deste de-positados nos pátios das mes-mas, como também, minimiz-aria a exploração da areia nos rios”.

Os professores afirmam que a funcionalidade está compro-vada, pois o novo concreto apresentou uma maior resistên-cia mecânica comparado ao concreto tradicional e pode ser empregado na produção de calçamento, por exemplo.

De acordo com o grupo, a utilização destes módulos se torna uma boa opção por ser versátil, ou seja, que se aplica em casos de produção indi-vidualizada e em série; baixo e alto nível de tecnologia além de proporcionar, também, rapi-dez na execução, racionaliza-ção do processo construtivo e diminuição de desperdícios, gerando ganhos de espaço nos ambientes da residência e redução no peso das estruturas. Atualmente em MS, existem 14 usinas em plena produção com projeção de implantação

de mais 31, ampliando a área cultivada em 927,8 mil/hect-ares e aumentando a produção anual de açúcar em 7,2 milhões de toneladas e a de álcool em 3 bilhões de litros. Todo esse cenário, apontam os pesquisa-dores, tornam ainda mais in-teressantes a implantação do projeto.

O projeto contemplado pela Odebrecht recebeu um total de R$ 60 mil, e, para chegar lá, passou por uma concorrência nacional com centenas de pro-jetos concorrentes de todo o Brasil. “Essa aprovação além de divulgar o nome da UEMS e da UFGD em nível nacio-nal, mostra a importância que a pesquisa tem para o desen-volvimento sustentável e ainda mostra a potencialidade que o curso tem em ideias inovadoras para o desenvolvimento sus-tentável”, diz os pesquisadores.

Ainda que o projeto exista,

para a continuidade do projeto os grupos de pesquisas das uni-versidades necessitam de mais financiamento e bolsas para alunos. Apesar de tudo con-tinuam persistindo na luta para mais financiamento e dar con-tinuidade ao projeto.

O grupo de pesquisa inti-tulado Materiais e Aplicações, composto pelos professores Antonio Aparecido Zanfo-lim, Aguinaldo Lenine Alves da UEMS e Maria Aparecida Tomazzelli da UFGD (Uni-versidade Federal da Grande Dourados), e das acadêmi-cas da UEMS, Hingrid Freire Marques, Juliane Palmas de Souza, Larissa Barbosa de Souza e Camila de Carvalho e dos acadêmicos da UFGD, Jés-sica Akemi Uchida e Alisson Viana Lima.

Junior Cordeiros

UFGD

Cimento produzido das cinzas

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Page 14: Revista Mes de Abril

14 ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

ESPECIAL

A cana-de-açúcar teve suas origens no Sudeste asiático. Acredita-se que ela foi domesticada na Oceania e depois disseminada pelo homem por todo o

Sudeste asiático. A produção de cana-de-açúcar cultivadas

nos dias de hoje nada mais são do que refi na-mentos de cruzamentos realizados no início do século XX. Naquele tempo, existia uma espécie rica em açúcar, mas muito suscetível a doenças, por isso foram cruzadas com outra espécie, que ao contrário, era pobre em açúcar, mas resistente aos problemas do campo.

Estes cruzamentos eram chamados de híbridos, porque tinham maior capacidade de armazenamento de sacarose, resistência a doenças, vigor, rusticidade e tolerância a fatores climáticos. Apesar de a maior parte da cana plantada comercialmente no mundo ser hoje fruto do cruzamento dessas espécies, as análises de DNA mostram preponderância da carga genética da primeira espécie.

Mas o ciclo de cana-de-açúcar é ainda muito mais antigo, surgindo na fase colonial no Brasil, nos séculos XVI e XVII, sendo um produto de grande importância na economia brasileira desta época.

Ela era o produto que dava lucro à Coroa além de colaborar na concretização de coloni-zação portuguesa no Brasil. Com o intuito de

explorar a sua colônia e obter riquezas, os por-tugueses instalaram engenhos para produzirem açúcar no litoral do Brasil.

A cana de açúcar foi escolhida pelo seu rápido cultivo, e das localizações, na costa nor-destina, especialmente em Pernambuco, o que facilitaria o escoamento do açúcar produzido para a Europa.

Composta por mão de obra indígena e es-cravos africanos, e por mais que o lucro fosse certo, Portugal necessitava investir alto para a instalação da empresa açucareira no Brasil; com isso eles foram buscar ajuda na Europa, pois sabiam que não tinham todos os recursos necessários para a implantação.

A origem da cana

Brasile a sua importância no

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15ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

Sendo assim, os portugueses se associaram com os holandeses. Em troca os holandeses seriam os responsáveis pela distribuição e co-mercialização do açúcar na Europa.

Foram desmatadas imensas áreas para o plantio da cana-de-açúcar, espaço aos en-genhos, que nada mais eram do que grandes propriedades latifundiárias para explorar a produção de açúcar, mas onde o proprietário e sua família também se localizavam.

Os holandeses assistindo o lucro que a colônia de Portugal rendia, ocuparam o nor-deste brasileiro. Com a ocupação holandesa, a exportação de açúcar teve um considerável crescimento. Eles estimulavam a imigração de europeus com qualidades para serem senhores de engenho e agricultores em Pernambuco.

A cana-de-açúcar sempre foi um produto

importante para a economia do Brasil, desde as primeiras mudas que chegaram por volta de 1515, vindas da Ilha da Madeira (Portugal), e do primeiro engenho de açúcar que foi con-struído em 1532, na capitania de São Vicente (na região Sudeste). Mas foi no Nordeste, especialmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia, que os engenhos de açúcar se multi-plicaram.

A partir do próximo século já éramos os maiores produtores e fornecedores mundiais de açúcar, posição mantida até o fi nal do século XVII. A história da cana-de-açúcar sempre mostrou que ela foi um dos principais produtos agrícolas do Brasil e atualmente o País é nova-mente o maior produtor mundial da cultura.

Junior Cordeiros

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Page 18: Revista Mes de Abril

ECONOMIA & MERCADOENTREVISTASÉRGIO PRADO, JORNALISTA EREPRESENTANTE DA UNICA – UNIÃO DA INDÚSTRIA DA CANA-DE-AÇÚCAR, NA REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO (SP)

Cana S.A. - Nos últimos anos tem cres-cido o número de investimentos no setor de açúcar e etanol, um exemplo é a chegada de Usinas modernas no Estado de Mato Gros-so do Sul. Como o senhor vê as perspectivas do setor sucroenergético nos próximos anos?

Sérgio Prado - O cenário é bem complexo. As novas usinas inauguradas são frutos de investimentos anteriores, o futuro da atividade depende agora de traçar medidas de médio e longo prazo. A tributação esta muito alta para o setor, já a gasolina não sobe. Sendo assim, o Etanol não tem como se tornar competitivo e os investidores precisam enxergar uma pos-sibilidade de retorno. A perspectiva do investi-

mento futuro na indústria da cana em especial do etanol, depende de uma política pública para sobreviver e organizar o setor no país. Definido isto, teremos condições de medir o tamanho da matriz energética e também do biocombustível no Brasil. Caso contrário, vamos continuar andando em círculos.

Cana S.A. - O nosso Estado (MS) é bas-tante conhecido no ramo do agronegócio. Ao longo dos anos os produtores enxerga-

O etanol eo MS estãoganhando o seu espaço

18 ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

Nesta Edição da Revista Cana S.A.,entrevistamos o jornalista e representante da Única, Sérgio Prado, que falou sobre as perspectivas e projetos para o futuro do etanol e sobre a questão de Mato Grosso do Sul estar recebendo novas usinas, e com isso, atraindo novos olhares.

Page 19: Revista Mes de Abril

ram um novo caminho, por meio, da integ-ração entre pecuária, lavoura e floresta. O senhor considera Mato Grosso do Sul como um Estado promissor? É possível fazer uma perspectiva quanto à produção de cana para os próximos anos?

Sérgio Prado - Com certeza. O Estado de Mato Grosso do Sul, bem como o Norte do Paraná e o Oeste de São Paulo, são áreas im-portantes para expansão. O MS esta inserido no quadro de expansão e desenvolvimento

que nós traçamos anteriormente. Na verdade a expansão nos próximos anos se dará nestas áreas, mas nós dependemos de uma condição que favoreça os investimentos.

Cana S.A. - Sobre o combustíveis, se-gundo a projeção feita pela Única para o ano de 2020 a frota de automóveis flex deve aumentar, com isso a produção e arma-zenagem do Etanol devem ser maiores para suprir a demanda e torna-se competitivo. O ano de 2013 pode ser de fato decisivo para esta transição?

Sérgio Prado - Há vários anos se discuti esta política, não tem como marcar uma data. Trabalhamos a bastante tempo, precisamos nos preparar para esta frota desde ontem, mas isso não depende só de nós. Precisamos enx-ergar daqui dez anos, pois isso não se resolve de uma safra para outra. Se não houver uma possibilidade de retorno, nos vamos andar para traz, se ontem a frota de carros leves abastecidos pelo etanol era de 50%, hoje te-mos 30% utilizando este biocombustível. Esse é o reflexo do descompasso que ouve, a frota esta constantemente sendo renovada, nos anos 20 deve chegar a 80% e não temos um inves-timento compatível. Isso gera um distancia-mento entre o número de carros flex e a oferta do Etanol, precisamos de uma providencia agora para não continuar perdendo espaço no mercado que é crescente.

Cana S.A. - A produção da Cana traz diversos benefícios que vão além dos econômicos, por ser um produto limpo e renovável. Em uma era onde se fala muito em sustentabilidade e consciência ambien-tal, seria esta a direção correta para in-vestimentos por parte dos produtores e do governo?

Sérgio Prado - Esta é uma questão fun-damental para o país. O bicombustível (Eta-nol) polui 90% a menos que a gasolina e é

19ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

Page 20: Revista Mes de Abril

36

ECONOMIA & MERCADO

SETEMBRO 2012 | CANA S.A. | A energia da informação

ENTREVISTArenovável. Além disso, gera emprego e renda, não somente na industria da cana bem como no fornecimento da cana. Necessitamos de uma mecanização que privilegie o produto que polui menos e fornece benefícios dura-douros para toda a população.

Cana S.A. - O governo federal lançou um pacote de medidas para aumentar a competitividade e a capacidade de investi-mentos do setor de açúcar e álcool. Entre elas a criação do crédito presumido de PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) ao produtor rural. Es-sas medidas vêm a somar? No que isso irá intervir no cenário sucroalcooleiro do país?

20 ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

Sérgio Prado - As medidas do governo são importantes, mas não atendem a esta perspec-tiva, pois são pontuais. Não traçam regras a longo prazo, definições de investimentos e nem relação com a competitividade com o preço da gasolina. As medidas são fundamen-tais para reduzirmos a pressão do imposto sob a cadeia do etanol, as outras medidas como estocagem já existiam. O governo passou a dar condições para o produtor pagar um juros menor, aumentou também a porcentagem do etanol na gasolina de 20% para 25%, mas é necessário ampliá-las, gerar condições de alternativa para a produção/ investimento do etanol, do açúcar, amido e também da ener-gia, dando uma sustentabilidade para a cadeia.

Suelen Morales

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ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

ESPECIAL

A 75ª Expogrande a maior feira de agronegócio do Estado, também

foi a maior feira agropecuária já promovida pela Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul). Se-gundo a Acrissul foram mais de R$ 308 milhões de negó-cios finalizados em 11 dias de feira no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande (MS).

Segundo o balanço da ex-pogrande 2013, a feira teve um crescimento de 150% em rela-ção ao ano anterior quando a feira faturou R$ 123 milhões, e R$ 268 milhões disponibili-zados em crédito pelos princi-pais bancos atuantes na feira.

A feira promoveu 44 pal-estras, diversos leilões, shows, além das alterações feitas na infra-estrutura do parque como a reforma total da pista de provas com a cobertura da ar-quibancada e a construção de um pavilhão para comportar 120 novas baias para equinos.

O presidente da Acrissul,

Francisco Maia, afirma um crescimento da feira ao au-mento na disponibilidade de crédito e ao bom momento do agronegócio nacional. E diz que só o setor de máquinas e equipamentos vendeu tudo o que foi levado à exposição.

Neste ano uma das novi-dades foi atrair o publico de infantil ao parque, com a cria-ção de um espaço do “Pequeno Produtor”, para aproximar as crianças da rotina do homem rural. Foram cerca de 5.500 alunos de escolas públicas e particulares da Capital e do interior para aprender sobre a vida no campo.

A volta do show renovou a força da feira que registrou nos dias mais movimentados uma média de público diária de 12 mil pes-soas. Na 75ª Expogrande Quatro leilões se destacaram com a ar-recadação superior a um

milhão de reais. “Os números comprovam, somos a maior feira em comercialização de gado de corte e estamos entre as três maiores feiras do País. Essa foi maior Expogrande de todos os tempos”, disse Maia em coletiva.

Já são esperadas as ex-pectativas para Expogrande de 2014, e apesar da baixa média de público esperada, o presidente Chico Maia garante que os shows continuarão ano que vem e que a feira só tende a crescer. “Tivemos uma feira espetacular, estamos em constante mudança e ano que vem vai ser melhor ainda”, completa.

Junior Cordeiros

Balanço da maiorfeira de agronegócio

do estado75ª Expogrande teve um crescimento de 150%e movimentou R$ 308 milhões

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Page 23: Revista Mes de Abril

23ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

GOVERNANÇA

A governadora em exercício Sim-one Tebet esteve na abertura do 3º

Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul, realizado no município de Bonito a 300 quilômetros da capital Campo Grande. Nesta edição do congresso teve como tema a competitividade.

Estavam presentes no even-to executivos, empresários, produtores rurais, pesquisa-dores, estudantes e prefeitos de diversos municípios que participaram da abertura do evento na noite nesta terça-feira.

Durante a palestra de aber-tura a governadora em exer-cício, Simone Tebet, afirmou que Mato Grosso do Sul será uma potência ainda maior Com o tema “Mato Grosso do Sul lucrativo e sustentável”, e iniciou o MS Florestal 2013 dizendo que há seis anos o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado era de R$ 28 bilhões e que, em apenas seis anos,

este número saltou para quase R$ 60 bilhões.

Também destacou, ainda, o potencial pecuarista com 20 milhões de cabeças de gado, utilizando quatro milhões de cabeças para o abate por ano. Tebet disse, também, que 65% do pantanal ficam no Mato Grosso do Sul. “Fizemos o Zoneamento Econômico e Ecológico (ZEE). Assim, atraí-mos empresas e estamos de-senvolvendo o setor florestal”, acrescentou Simone Tebet.

O presidente da Associa-ção Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Re-flore – MS) Junior Ramires, fez um breve discurso dizendo que: em 2008, se discutia a expansão do setor com o Plano Estadual de Florestas e Em 2010, o debate foi voltado para a sustentabilidade, ma agora, em 2013, é a vez da competi-tividade. “Nestes cinco anos, 400 mil hectares foram plan-tados, crescendo, em média, 25% ao ano. Hoje, temos 612

mil hectares plantados” afir-mou Ramires.

O Estado pode se tornar um grande produtor de etanol – cuja produção já atingiu a dois bilhões de litros, com o número de usinas saltando de 15 para 25. “O governo federal tem seis projetos que podem mudar a logística do Estado – três ferrovias e três rodovias. São grandes investimentos e que demoram, mas vão acon-tecer”, detalhou Tebet. As duplicações das BRs 262 e 163 são, hoje, os projetos mais visíveis.

O potencial de ecoturismo de Bonito não pode ser igno-rado, principalmente pelo fato de a cidade já ter sido eleita onze vezes como o melhor roteiro neste segmento turísti-co. Além disso, o governo do Estado está construindo o maior aquário de água doce do mundo, com 18,6 mil metros quadrados, divididos em 24 tanques.

Junior Cordeiros

Vice-GovernadoraSimone Tebet abre MS Florestal 2013

Vice-GovernadoraSimone Tebet abre MS Florestal 2013

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25ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

GOVERNANÇA

Governo zeraPIS/Cofins do Etanol

Através de políticas de redução de juros em empréstimos e na redução da carga tributária para o setor, o governo trabalha em medidas para

resgatar a comercialização forte do etanol, afim de diminuir a importação de gasolina e baixar os preços das bombas nos postos de combustíveis.

A verdadeira intenção se baseia em reduzir a carga tributária e o prazo de compensação de crédito para o setor sucroalcooleiro. Trata-se de uma política de desonerações para tentar con-ter a inflação e aumentar a competitividade de diferentes setores. A medida em relação às taxas, zerou a cobrança de PIS/Cofins sobre o com-bustível, quando equivalia a R$ 0,12 por litro de etanol ou R$ 48,00 por metro cúbico.

Muitos ainda afirmam que a desoneração soz-inha não resolverá por completo o problema da rentabilidade, agravado nos últimos anos. O gov-erno por sua vez, pretende estimular a produção de etanol, preterido diante dos melhores preços do açúcar no mercado mundial.

A isenção da cobrança do PIS/Cofins para o etanol poderá resultar, em um primeiro mo-mento, na redução de até 10 por cento no preço do biocombustível hidratado para o consumidor final, e deverá tornar o combustível mais com-petitivo.

O etanol hidratado é o que compete direta-mente com a gasolina, sendo vendido individu-

almente nas bombas para abastecer os carros bicombustíveis, ao contrário do etanol anidro, que é misturado obrigatoriamente à gasolina.

Dilma transformou a política de desonera-ções na principal ferramenta para tentar conter a inflação e estimular a competitividade e diminuir a importação de gasolina ao aumentar a oferta de álcool no mercado, contudo, com resposta há redução do superávit primário, espécie de poupança para pagamento dos juros da dívida publica. Para reduzir o esforço fiscal e aumentar os próprios gastos o governo decidiu abater as desonerações da meta de superávit para 2013.

Estabelecida pela lei orçamentária, a meta de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) cor-responde a R$ 155 bilhões em 2013. Desse total, o governo federal economizará R$ 108,1 bilhões, mas já foram autorizados a abater desse valor as desonerações e os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que juntos somam R$ 65,2 bilhões. Ou seja, na prática, a meta foi reduzida para R$ 42,9 bilhões, ou 0,9% do PIB.

Apesar das expectativas com as medidas de incentivo, a ausência de um planejamento no setor de biocombustíveis é visível, o que precisa-mos é de políticas claras, definidas, que tragam segurança para atrair novos investimentos para o setor.

Junior Cordeiros

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16 º Prêmio Andef

Esse ano a premiação reconhecerá ainda mais trabalhos podendo participar: Revendas e Canais de Distribuição, Cooperativismo, Universidades e Imprensa, além da homenagem aos projetos desenvolvidos pela indústria de defensivos agrícolas.A entrega oficial será no dia 24 de junho, no Esporte Clube Sírio, em São Paulo. A comissão julgadora será composta por profissionais ligados ao agronegócio, governo, ONGS, universidades e imprensa. Para mais informações acesse: www.andefedu.com.br/premio-andef

SAF’s + 10

É um congresso de Sistemas Agroflorestais que será realizado de 24 à 27 de Junho de 2013 no Auditório “Arquiteto Arnaldino da Silva” do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul – CREA/MS.O evento é realizado pela Em-brapa Gado de Corte, Embrapa Pecuária Sudeste, Universidade Federal da Grande Dourados/GESAF e Fundação MS para a Pesquisa e Difusão de Tecnolo-gias Agropecuárias.Site do evento: cloud.cnpgc.embrapa.br

29ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

CANA EM FOCO

21ª FENASUCRO 2013

A FENASUCRO (Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergético) real-izada nos de 27 a 30 de agosto de 2013, realizada no Centro de Eventos Zanini, Sertãozinho, São Paulo, promovida pela Reed Multiplus e com realização do CEISE Br, traz novo layout, com exposição setorizada da feira em agrícola, processos industriais, transporte e logística e fornecedores industriais, unifican-do assim a Fenasucro, Agrocana e Forind SP. A expectativa é superar o número de 500 empresas e receber mais de 30 mil visitantes.Mais informações em: www.fenasucro.com.br/

4ª Edição Ethanol Summit 2013

O Ethanol Summit 2013 será realizado nos dias 27 e 28 de junho no Grand Hyatt Hotel de São Paulo, mesmo local do Summit 2011. O evento será objeto de um suplemento especial a ser produzido e publicado em inglês pelo jornal The Washington Post. A divulgação do suplement está sendo negociada para o mês de abril. Organizado a cada dois anos pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), as inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet, através do site oficial do evento. Saiba mais: www.ethanolsummit.com.br

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OPINIÃO

Você já se perguntou como alguém consegue fazer uma determinada fotografia? Ou melhor, já ques-tionou o quanto pode ser arriscado

e ao mesmo tempo prazeroso fazer um regis-tro? Bom, vou dividir um pouco das minhas experiências e contar o que há relacionado às histórias de cada imagem.

Muitos alegam que escrever com a luz - este é o significado literal da palavra fotogra-fia (foto = luz + grafia = escrever) - é apenas técnica ou preferem afirmar que seja apenas uma forma de arte. Eu penso que é a junção da dedicação, do esforço, da criatividade e da sensibilidade, necessitando de estudos e refer-ências assim como as demais profissões. Não é apenas o equipamento que faz o fotógrafo, mas a junção do cérebro com a criatividade e o momento certo.

Gosto de citar os profissionais, que prefiro chamar de mestres, que são referência para mim. Henri Cartier-Bresson – considerado o pai do fotojornalismo –, Steve McCurry, Rob-ert Capa, Sebastião Salgado, Araquém Alcân-tara e muitos outros que eu poderia citar. A lista, no entanto, ficaria longa. Foi assim que comecei a definir meu gosto, entender o que eu realmente queria fazer e me especializar. Prefiro a possibilidade dos imprevistos, do desconforto e das indagações que o fotojor-nalismo e a fotografia documental proporcio-nam do que o estúdio fotográfico ou a escrita.

É uma relação de liberdade e licença poética. Você sente medo de algumas situa-

ções e, ao mesmo tempo, torna-se capaz de enfrentá-las. Você se vê obrigado a arriscar e a experimentar. Seus pensamentos, olhos e lente se fundem em um único instrumento. Tudo que está ao seu redor se transforma. In-felizmente, sou incapaz de expressar no texto o tamanho da emoção relacionada à prática fotográfica, apenas quem a exerce é capaz de compreender onde quero chegar.

Fotografia rural – o primeiro trabalho

Preciso fazer uma ressalva antes de me aprofundar sobre meu primeiro trabalho fora da redação. Pareço pouco sociável quando es-tou com a câmera no pescoço, mas a verdade é que fico concentrada ao máximo no que preciso fazer, analisando tudo o que me cerca. Isso é um mal da profissão: observamos ges-tos, diálogos, expressões faciais e qualquer tipo de situação que esteja acontecendo ou possa surgir. É assim que conseguimos nossos registros: através de muita percepção.

Então vamos falar sobre o meu primeiro dia de campo, que era uma tremenda respon-sabilidade que eu iria enfrentar. Pela primeira vez iria fotografar pela Rural Centro e nin-guém do núcleo de comunicação da empresa havia visto minhas imagens. Tratava-se de uma espécie de “prova de fogo”. Meu equipa-mento estava longe dos padrões profissionais (uma Sony DSC-H50). Pensei apenas em fazer o possível.

Peguei a estrada rumo à Fazenda Ca-

O que existe por trás das lentes?

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ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação 31

choeirão, a 44 km de distância de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, e fiquei muito aflita durante o trajeto porque o tempo estava nublado. Para as ideias que eu tinha em mente, isso não era um bom sinal. Mas assim que chegamos à propriedade, não demorou para o sol dar as boas vindas. Aquele foi o momento de colocar a mão na massa e fazer o que deveria ser feito.

Depois de uma bateria de imagens, resolvi inovar e fazer alguns registros em cima de uma carroceria. Não vou negar que foi di-vertido ficar sacolejando de um lado para o outro. Ao final, quando desci, somente meus olhos estavam limpos. Cabelos, roupa e a pobre câmera estavam revestidos por uma densa camada de terra vermelha. Mas a mel-hor parte estava por vir: como recompensa, um churrasco com carne de novilho precoce. Nessa parte nem entrarei em muitos detalhes, pois acho que quem trabalha com agronegó-cio conhece muito bem o sabor ao qual me refiro. Mas, por favor, não pensem que vou apenas aos dias de campo para comer!

Depois disso, o trabalho já estava concluí-do, mas a experiência daquele dia está muito bem registrada na minha memória e nas ima-gens. Sei que estou muito distante de atingir o nível dos grandes mestres da fotografia, mas tenho a possibilidade de exercê-la quase todos os dias e quero dividir isso. Desejo compartil-har, através das imagens, as histórias e acon-tecimentos que existem no meio rural.

Thaiany Regina da Silva tem 21 anos e graduou-se, em 2012, no curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), de Campo Grande-MS.

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CURSO

O projeto AGORA é um curso direcio-nado para atualização da Imprensa sobre o setor sucroenergético em Dourados (MS). Patrocinado pelos

sindicatos de produtores e fornecedores do setor, o evento contou com a participação de jornalis-tas de várias partes do país.

Uma das palestras de destaque foi realizada pelo diretor Executivo da Unica, Antonio Pádua, ressaltando que a receita do setor no ano pas-sado ficou em R$ 36 bilhões: 53% com partici-pação do açúcar, 44% do etanol e 3% da bioele-tricidade.

A grande participação do açúcar se deve a valorização do preço no mercado internacional, superando a do etanol. Já para a atual safra, Pádua prevê que será mais alcooleira, indepen-dente das medidas que foram anunciadas pelo governo federal, pois o preço do açúcar vem caindo, o câmbio está patinando na casa dos R$ 2,00 além do alto custo de colocação do preço do açúcar no porto, devido aos problemas de infraestrutura.

Por isso, o etanol será mais valorizado este ano, com destaque para o anidro, o produto mais rentável e, em segundo lugar, o hidratado. Ele diz que na atual safra será repetido, também, o mesmo volume de exportação de etanol da safra passada, que já teve um crescimento de 7%, o mercado interno ficará com 38% da produção e, da produção de açúcar 38% serão exportados.

Porém, o setor ainda se encontra em dificul-dades, e pode-se dividir as usinas em quatro grupos, levando-se em conta as endividadas e que poderão passar por um processo de fusão ou aquisição (com 10,5% da moagem); recupe-

ração judicial com elevada alavancagem (13% da moagem), excelente performance e endivida-mento controlado (35% da moagem) e grupos com pleno acesso ao capital (36% da moagem).

Pádua prevê um endividamento projetado para o final da safra 13/14 de R$ 56 bilhões, alta de R$ 4 bilhões em relação a 12/13. A partir de 2015, ele acredita que não será mais possível aumentar a produção apenas expandindo oferta; a capacidade ociosa será minimizada, exigindo novas unidades e aumento da capacidade.

Deverá ocorrer um salto de investimento tecnológico e busca de espaço para que o etanol possa ter maior rentabilidade. O ritmo de cres-cimento dependerá dos sinais de mercado e das políticas públicas associadas ao etanol, tanto no âmbito internacional e no mercado doméstico, além da necessidade de se trabalhar a redução do ICMS no país, a fim de criar mais mercado para o etanol.

A expectativa é de que ocorra uma readequa-ção da tributação sobre o etanol, maior transpar-ência e previsibilidade na formação de preços da gasolina no longo prazo, diretriz de longo prazo sobre o papel do etanol na matriz de com-bustíveis e investimentos na bioeletricidade.

Outra palestra realizada foi a do agrônomo e professor da USP, Marcos Fava Neves, que se diz mais animado com os cenários para o setor em função os arranjos internacionais. Segundo ele, países como a China, Índia e África de-mandarão uma grande quantidade de grãos e combustíveis renováveis para reduzir a poluição ambiental.

SIAMIG

Projeto AGORA realizacurso para jornalistas em MS

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DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Neste mês de abril, foram anunciadas na Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de MS) as primeiras expectativas para safra 2013/2014.

O presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, anunciou os dados que revelaram a situação da projeção da cana-de-açúcar dentro do Estado.

Foi apresentado um crescimento expressivo de 18 % (em milhões) na cana de açúcar, tendo uma produtividade agrícola de 70,4 Toneladas e uma produtividade Industrial de 138,8 Toneladas. MS deve colher 44,1 milhões de toneladas de cana na Safra 2013/2014

O nosso mix de produção prioriza o etanol com 64% da produção voltada a ele, contra 36 % voltada ao açúcar, que teve um crescimento de

26,4 % ultrapassando os 2 milhões de litros.O Mato Grosso do Sul já possui 89% da

produção mecanizada, sendo assim, o estado mais mecanizado do Brasil, dados do Centro Tecnológico Canavieiro apontam que 94,3% da produção do setor sucroenergético no Estado é feita por meio de máquinas. Isso garante um profissional mais qualificado e, por consequência, melhor remuneração.

O setor também teve aumento de 41% no etanol anidro (684,6 mil m³), e 16,5% do etanol Hidratado (1.667 mil m³), num total de 22% no crescimento do etanol do geral (2.352 mil m³). Quando se trata de Bioletricidade exportada em GWh, tivemos um crescimento de 27% .

Através do setor o estado gera 30.500 em-

Dados revelam boasexpectativas paraa safra 2013/2014

Produtividade AgrícolaToneladas de cana por hectare: 2,47% maiorainda abaixo da média

MecanizaçãoO Estado mais avançado do Brasil na eliminaçãoda queima - dados 12/13

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pregos diretos e 90. 000 empregos indiretos, é quase 3 empregos diretos para 1 indireto. Temos o maior salário médio da agricultura e o 2 maior em massa salarial, contendo 2 mil pessoa qualificadas na área.

Em relação a esta nova safra podemos afirmar que as expectativas são boas, em-bora as chuvas tenham ditado os períodos importantes da produção, continuamos num processo de recuperação no setor do estado, prometendo um período de melhores clas-sificações nos próximos ranking nacionais.

Junior Cordeiros

Etanol TotalEm mil m³. Crescimento de 22,8%

BioeletricidadeEnergia exportada em GWh - Crescimento de 27%

AçúcarEm mil toneladas. Crescimento de 26,4%

Distribuição da cana no MSPor microrregiões segundo classificação do IBGE

Gráficos: Biosul, IBGE e Associadas

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36 ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação36

A 49ª Expoagro 2013 acontece de 09 a 19 de maio no Parque de

Exposições João Humberto Andrade De Carvalho, em Dourados-MS. O evento con-tará com leilões, comercial-ização de produtos derivados de leite, exposição de raças, palestras, simpósios, shows nacionais, e diversos segmen-tos do agronegócio.

O lançamento oficial da feira aconteceu no dia 12 de abril, onde foram apresenta-dos a programação e o tema “Um Show de Oportunidades e Inovação”. A 49ª Exposição Agropecuária e Industrial de

Dourados 2013 tem o obje-tivo de demonstrar o que há de mais moderno em equipa-mentos e pesquisa para que o produtor rural tenha melhor aproveitamento de sua pro-priedade.

Durante o evento o presi-dente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli afirmou “Não se trata apenas de mais uma edição da mais importante festa do agronegó-cio de Mato Grosso do Sul. Estamos falando da maior festa do agronegócio, já que a nossa Expoagro se renova a cada ano e sempre cumpre o papel de ser a vitrine das novas tecnologias, das novas

49ª Expoagro

ESPECIAL

ferramentas de produção agrí-cola e pecuária, dos novos modelos de luta em defesa do direito de propriedade”.

Marisvaldo enfatizou a im-portância que esta 49ª edição da Expoagro representa para o Sindicato Rural de Doura-dos “Este ano, significa dizer que realizaremos no ano que vem a Expoagro de número 50, mostrando para toda so-ciedade que há mais de meio século esse Sindicato Rural cumpre seu papel de repre-sentar o homem do campo e, mais importante, de integrar o campo com a cidade”.

O vice-prefeito de Doura-dos, Odilon Azambuja,

49ª ExpoagroA feira internacional de agronegócio de Dourados

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37ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação

que representava o prefeito Murilo Zauith, fez questão de lembrar que a maior festa da cidade, é realizada devido ao bom trabalho desenvolvido pelo Sindicato Rural e tam-bém pela participação que a população da cidade e de municípios vizinhos dedicam ao evento.

A novidade do ano é o Pa-vilhão da ACED, um espaço coordenado pela Associação Comercial e Empresarial de Dourados além das atrações culturais que acontecem den-tro do Pavilhão, como dança, desfile, esportes e música.

O homenageado do ano é o artista plástico Paulo Rigot-ti, que faleceu no ano pas-sado, expondo suas obras no espaço destinado às atrações culturais. Paulinho, como era conhecido, foi o ideal-izador do Projeto Nace, que promove esporte, educação e cultura através de cursos gratuitos em escolas particu-lares aos estudantes da rede municipal de ensino. Segundo a coordenadora do Pavilhão ACED, a vice presidente da entidade, Ely Oliveira, a ho-menagem é justa. “Paulinho foi um artista criativo e ativo, grande incentivador das artes em nossa cidade e estado e doou bastante seu tempo em prol das crianças carentes”, explica Ely.

O espaço foi reformado e o novo ambiente está cli-matizado, for-rado e ainda mais atraente para os que expõem. A cada edição, as expectativas são superadas ge-rando repercussão positiva dentro do Estado e no país. Em parceria com o Sindicato Rural de Dou-rados, a ACED busca promover a oportunidade de o comércio mostrar as novidades e tendências, além de tornar a marca das empresas expositoras conhe-cidas no mercado douradense. A feira de empreendedores at-rai um público diverso pelos produtos e serviços ofereci-dos durante os onze dias da feira agropecuária.

Junior Cordeiros

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GOVERNANÇA

Dourados em focoRegião se destaca como pólo de desenvolvimentoda cana no Estado

Muitos agricultores acreditem na cana cana-de-açúcar como um futuro promissor na agricultura mundial, acreditam em uma cul-

tura com maior vantagem competitiva, apostam nas vantagens competitivas para energia e para derivados petroquímicos, que são tão impor-tantes para nosso bem estar.

Na região Centro-Oeste o desenvolvimento não é diferente, Só no Centro-Sul os números positivos mostram um excelente momento para o setor sucroalcooleiro, mostrando um aumento de 11% da safra, com relação a anterior (Em levantamento divulgado pela Companhia Na-cional de Abastecimento, o CONAB).

Dados mostram que as lavouras recuperaram sua produção em 5,9%, por conta da normaliza-ção das condições climáticas, e a área de corte também aumentou de 8.485 mil para 8.893 mil hectares, mostrando a boa posição também do açúcar e etanol diante deste cenário. Para eles, ainda, espera-se um aumento de 13,61% no açúcar e 8,99% no etanol.

Hoje, 80% da cana plantada no Estado de

MS, esta na região da Grande Dourados, que possui um plano no setor sucroenergético baseado numa área plantada de cana com até 738 mil hectares e um crescimento de 15% em relação à safra 2012/2013.

Mas no município de Dourados a área deve cair, segundo a estimativa da Biosul, de 56 mil para 50 mil hectares. Mato Grosso do Sul ainda possui 8 milhões de hectares de terra para serem utilizados na produção, onde a cana também pode vir a ocupar parte dessa área.

Dentro da Secretaria de Agricultura, In-dústria e Comércio está sendo desenvolvido o projeto ‘Polo de Serviços do Setor Su-croenergético de Dourados e Região’, que está atraindo muitos investimentos para o município.

Na região, a partir de Maracaju e Nova Alvorada do Sul até o extremo sul do Estado, estão instaladas e funcionando 16 usinas. Onde Dourado é o centro da região.

Junior Cordeiros

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Muito tem se falado sobre o setor florestal do nosso estado. Os números do crescimento são fascinantes. Em 2012, enquanto

a média nacional de aumento da área plantada foi de 5%, Mato Grosso do Sul cresceu 30%. As previsões indicam que até 2020 atingiremos a marca de 1 milhão de hectares de florestas plantadas, galgando as primeiras posições do ranking nacional. Os mais otimistas acreditam que atingiremos esta marca ainda antes.

Estes números e informações são ampla-mente divulgados e fizeram o setor cair na graça da população sul-mato-grossense.

No entanto, ao observarmos a produção florestal mais de perto, junto de quem está ou no campo trabalhando, ou no escritório pagando a conta, a visão é outra. A tão almejada com-petitividade do setor deixa a desejar por vários aspectos de responsabilidade governamental e privada.

Transporte de celuloseA logística é um dos principais problemas

do setor produtivo nacional. Para as florestas plantadas em Mato Grosso do Sul, isso não é diferente. Enquanto que nos Estados Unidos gasta-se, no máximo, 20 dólares para trans-portar uma tonelada de celulose da fábrica até o porto, no Brasil gasta-se US$ 90. Melhorias urgentes são necessárias, do contrário o raio de ação das empresas consumidoras fica cada vez mais limitado, aumentando a competição por terras nas proximidades das unidades fabris, inflacionando os preços.

A insegurança jurídica, especialmente por parte dos órgãos federais, fez com que MS perdesse investimentos de mais de 6 bilhões de dólares em 2012. Acompanhamos de camarote a Portucel se afastando a cada dia do Mato Gros-

so do Sul - e na última semana isso consolidou-se.

Outro exemplo da necessidade de investi-mentos no setor são os implementos utilizados para a implantação de florestas. Enquanto nos Estados Unidos e Europa utiliza-se cerca de 85% de equipamentos específicos para a ativi-dade, no Brasil tem-se apenas 35% de equipa-mentos florestais adaptados. Os específicos são poucos e ainda carecem de muito investimento e estudo. Há neste caso uma grande oportuni-dade para a produção industrial, alavancada pela demanda crescente.

MS tem vantagens específicas, que o fazem diferente dos outros estados do Brasil. As duas principais são a aceitação do cultivo florestal pela população e a desburocratização ambiental para plantio e corte de florestas plantadas, mas isso não é suficiente.

Precisamos com urgência lançar olhares minuciosos à base da cadeia produtiva, observar o plantador de mudas, entender as reais neces-sidades, investir em estrutura viária, capacitação de mão de obra, melhoramento genético e, aí sim, ter competitividade.

Então, cadê a competitividade? Ou faremos isso, ou setor florestal está condenado a uma es-tabilidade produtiva muito aquém do que Mato Grosso do Sul e o Brasil podem obter.

Alex Melotto é biólogo (UCDB, 2006), especialista em gestão e manejo ambiental em sistemas florestais (UFLA, 2008), mestre em biologia vegetal (UFMS, 2010) e doutorando em agronomia (UFGD). Pela Fundação MS, atua como pesquisador do setor Sistemas Integrados.

Setor florestal brasileiro: falta competitividade?

ARTIGO

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CAPA

A pedra fundamental da nova usina foi lançada em agosto de 2011. Na época,

o investimento previsto pelo grupo no projeto foi de R$ 1,5 bilhão. Recentemente, o Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a liberação de empréstimo de R$ 488,6 milhões para o empreendimento.

Inaugurada no dia 26 de Abril no Vale do Ivinhema

como a 25ª usina no Estado de Mato Grosso do Sul, A empresa Adecoagro instalou sua segunda Indústria no estado.

O seu parque industrial conta com capacidade inicial de produção de 2 milhões de toneladas de cana-de-açucar por safra. E quando completa, será capaz de processar até 6 milhões de toneladas que, somadas a produção de Angé-lica que também é do Grupo Adecoagro e se localiza no

estado, as usinas atingirão a capacidade de 10 milhões de toneladas.

A unidade foi implantada com a mais moderna tecnolo-gia do setor, o que inclui cal-deiras de alta pressão, turbo-geradores para cogeração de eletricidade, alta flexibilidade para transferir a produção entre açúcar e etanol, a me-canização total das operações agrícolas (plantio e colheita), e a capacidade de processar subprodutos como

Inauguração daADECOAGRO

em Ivinhema

Inauguração daADECOAGRO

em IvinhemaCerca de 500 pessoas participaram de cerimônia de inauguração

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CAPA

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a vinhaça e torta de filtro para a fertirrigação.

Segundo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvim-ento Econômico e Social), a previsão é que quando entrar em operação a usina Ivinhema gere mais de mil empregos diretos. Para atender a de-manda por mão de obra quali-ficada para a usina, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) instalou em julho de 2012 uma agência no município, que oferece aproximadamente 19 cursos de formação profissional.

A Usina do Vale do Ivinhe-ma contou com investimentos de mais de 480 milhões que financiados pelo BNDES que em seu projeto de implantação inclui a instalação de uma uni-dade de co-geração de energia elétrica de 120 mega-watts (MW).

Mato Grosso do Sul é o quinto maior estado produ-tor de cana, e um dos estados expoentes na produção de etanol e bioeletricidade, e com a inauguração da segunda uni-dade da usina Adecoagro, pode até mascarar os problemas das indústrias. A usina, cuja decisão pela construção foi tomada em 2008, tem capacid-ade para moer até seis milhões de toneladas de cana por safra, mas o estado e o país precisam – e devem – produzir muito mais do que indica a capacid-ade atual.

Enquanto o mercado mun-dial de açúcar tem crescimento anual previsível (e o Brasil pode ser responsável por até 60% deste mercado), o de eta-nol tem futuro incerto, pois a frota de carros flex cresce todo ano e pequenas mudanças no comportamento do consumi-dor e na política de preços do governo podem fazer com que a cadeia produtiva perca opor-tunidades. Atualmente, 81% dos veículos leves brasileiros (19 milhões de automóveis) e 61% das motocicletas são bicombustíveis.

O Grupo Adecoagro possui várias instalações industriais distribuídas pelas regiões mais produtivas do Brasil, Argentina e Uruguai, onde produz mais de um milhão de toneladas de produtos agrícolas, como: açú-car, etanol, eletricidade, milho,

trigo, soja, arroz e produtos lácteos, entre outros.

Mariano Bosch, gerente geral da Adecoagro, falou o porquê da escolha de Ivinhema para ser mais uma unidade do grupo. “Gostamos muito das condições naturais e todo o su-porte das autoridades, além da população ter recebido muito bem essa ideia”.

Para quem não sabe, o Grupo Adecoagro possui várias instalações industriais distribuídas pelas regiões mais produtivas do Brasil, Argentina e Uruguai, onde produz mais de um milhão de toneladas de produtos agrícolas, como: açú-car, etanol, eletricidade, milho, trigo, soja, arroz e produtos lácteos, entre outros.

Conforme anunciado pelo diretor Sucroalcooleiro do Grupo Adecoagro no Brasil,

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CAPA

Marcelo Vieira, a Usina do Vale do Ivinhema contou com investimentos de mais de 480 milhões que financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e em seu projeto de im-plantação inclui a instalação de uma unidade de co-geração de energia elétrica de 120 mega-watts (MW).

Após várias usinas terem fechado no Brasil, a Usina de Vale do Ivinhema é a única prevista para dar início de suas atividades nesta safra. Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do MS) reforçou no evento que o Estado é considerado um pólo sucroenergético do país e anunciou a abertura regional da safra 2013/2014.

“Para este ano Mato Grosso do Sul tem a expectativa de moer 18,3% a mais do que na safra anterior, o equivalente a cerca de 44,1 milhões de toneladas de cana. A produção de etanol deve chegar a 2,35 bilhões de litros, um cresci-mento de 22,8% em relação à 2012/2013, enquanto a produção de açúcar aumentará em 26,1% com a oferta de 2,19 milhões de toneladas”, ressal-tou Roberto.

“Meu desejo é que as externalidades do nosso setor sejam reconhecidas. Quando fizer isso, o Brasil vai ver que precisa cada vez mais de

etanol, cada vez mais de energia e precisa continuar na liderança do mercado de açúcar. O crescimento do setor sucroenergé-tico é um modelo de ganha-ganha para o Brasil. Certamente a nosso papel na ma-triz energética vai ganhar relevância”, resumiu o presi-dente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul, a Biosul, Roberto Hollanda Filho.

Durante seu dis-curso na cerimônia que marcou o início das operações da nova usina de MS, Farina destacou uma frase do hino nacional: verás que um filho teu não foge à luta.

“É importante que se tenha visão clara do ponto de vista de quem elabora política pública e de quem a programa qual é o papel do etanol na matriz de com-bustíveis brasileiros e qual o papel da biomassa na matriz elétrica. Isso dá um

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sinal claro de quanto nós temos que investir”, requisitou Beth Fa-rina, presidente da Unica.

“O setor, que outrora foi achinc-alhado por gente dizendo ele ser de-letério para o meio ambiente, passou pelas dificuldades e não tem fugido à luta causada pelos decessos ocor-ridos ante as situações econômicas da nação e das regiões que ocupa.

Em trabalho mostrado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) no Rio+20, mostramos que essa cadeia produ-tiva é verdadeiramente de energia limpa, renovável, perene e com tec-nologia brasileira para exportar para o mundo”, reconheceu o governador do Mato Grosso do Sul, André Puc-cinelli, durante o evento.

O prefeito de Ivinhema, Éder Lima (Tuta), comemorou o momen-to positivo vivenciado pela cidade. De acordo com ele, desde a gestão anterior, já foi possível acompan-har o início dos trabalhos do Grupo Adecoagro no município.

“Graças a este empreendimento, Ivinhema é destaque no cenário estadual e até nacional. Abrimos no-vos horizontes e isso é a realização

de um sonho”, comemorou.Para o senador Waldemir Moka,

investimento deste porte traz mu-danças positivas para toda a região. Segundo ele, haverá, imediata-mente, aumento no poder de compra da população com abertura de novas oportunidades de trabalho. “São iniciativas como estas que mantém nosso país com números positivos na geração de emprego e renda”, pontuou.

Geração de emprego

Atualmente a Adecoagro Ivinhe-ma possui 3.781 empregados dire-tos, mas a previsão após a conclusão do projeto é que sejam criados mais 1.360 postos de trabalho diretos. Na última semana, o Centro Inte-grado de Assistência ao Trabalhador (CIAT) de Nova Andradina, di-vulgou a abertura de aproximada-mente 400 vagas de trabalho. Deste montante, 160 oportunidades seriam para o setor sucroalcooleiro da região.

Fotos e Texto: Junior Cordeiros

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LOGÍSTICA

Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (ÚNICA), três novas unidades produtoras iniciarão suas atividades na safra 2013/2014

na região Centro-Sul. Este número é significa-tivamente menor que o registrado nos últimos anos, quando se observou até 30 novas usinas em uma única safra.

Além da redução na quantidade de no-vas unidades produtoras, 12 usinas que processaram cana-de-açúcar na safra pas-sada poderão não operar este ano devido a problemas financeiros. Caso esse número se confirme, haverá uma perda de capacidade de moagem superior a 18 milhões de toneladas de cana.

Em relação ao açúcar, a perda de capaci-dade de cristalização estimada para a safra 2013/2014 no Centro-sul é de 800 mil tone-ladas. Essa redução será apenas parcialmente compensada pelas novas fábricas, que de-verão incorporar uma capacidade de produção de 300 mil toneladas de açúcar. Portanto, a redução líquida estimada é de 500 mil tonela-das do produto.

Só no Mato Grosso do Sul as expectativas devem aumentar em 18,3% na moagem de cana na safra 2013/14, o equivalente a cerca de 44,1 milhões de toneladas, segundo dados da Biosul. Os canaviais jovens e a consolida-ção das novas unidades que ainda não atingi-ram suas capacidades totais de processamento de cana, são os fatores que deverão contribuir para esse resultado, na opinião de Roberto Hollanda Filho, presidente da entidade.

Não é só a moagem que deve aumentar,

Centro-Sul é foco denovas usinas

mas também a produção de etanol que deve chegar a 2,35 bilhões de litros, um cresci-mento de 22,8% em relação à 2012/2013. A produção de açúcar aumentará em 26,1% com a oferta de 2,19 milhões de toneladas. Das 24 usinas que já estão operando em MS, 13 vão produzir açúcar e etanol e 11 exclusivamente etanol.

Junior Cordeiros

Junior Cordeiros

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GENTE QUE FAZ

Cantões da CanaCantões da CanaUma Maratona em prol da indústria da canaUma Maratona em prol da indústria da cana

Cantões da Cana é o nome dado à Expe-dição que carrega uma maratona de

mais de 10 mil quilômetros percorridos em, aproximada-mente, um ano por estradas de quase todas as regiões do país e da América Latina.

A 1º Etapa iniciou em setembro do ano passado, sen-do que a expedição conta com 3 etapas: sendo Fase 1 (Usi-nas do Sul, Sudeste e Centro Oeste –acontecerá de setembro a novembro de 2012); Fase 2 (outras Usinas do Sudeste, Norte, Nordeste – no período de janeiro a fevereiro de 2013) e Fase 3 (Argentina, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela – de maio a agosto

2013).É o que espera Tercio Dalla

Vecchia, CEO da Reunion Engenharia e idealizador do projeto. Segundo ele, o longo trecho a ser percorrido será a base para a publicação de um Livro sobre a viagem em comemoração aos 20 anos da Reunion. “Quero resgatar o que há de mais significativo em cada região. O roteiro do Livro prevê uma descrição divertida das visitas, incluindo fotos, histórias peculiares, depoimen-tos, tecnologias e dados inter-essantes do setor para serem compartilhados entre os par-ceiros, clientes e amigos”.

Durante a Fase 1, que acon-teceu de setembro a novembro de 2012, o CEO da Reunion,

Tercio Dalla Vecchia, visitou as regiões Oeste de São Paulo, Norte do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Oeste de Minas Gerais. Esta primeira etapa da Expedição contou com o apoio dos patro-cinadores: Run Time, Com-plastec, Welding, Lumobras, Maubisa, Alvenius Metalcoat-ing, Bortolot, Planusi, Jornal-Cana, BIO&Sugar, CEISE Br, Dedini, Raízen, JSM Assesso-ria de Imprensa e Mr. Veggy.

Além de visitar as unidades processadoras de cana-de-açúcar do Brasil, a Expedição também objetiva levantar dados das regiões, conhecerem a história da cultura da cana, reg-istrar as lições de cada cantão onde existe um pé de cana e

Arquivo

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poder contribuir um pouco para este setor que tanto colaborou e continua colaborando para a economia mundial.

À segunda Fase Cantões da Cana começa no dia 21 de abril, com uma distância pré-estabelecida de nove mil quilômetros em, aproximadamente, 90 dias. Nesta Fase, serão visitados cerca de 60 locais das regiões de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Leste de Minas Gerais e Norte de São Paulo.

Após o término da Expedição será publi-cado um livro que prevê uma descrição di-vertida das visitas, incluindo fotos, histórias peculiares, depoimentos, tecnologias e dados interessantes do setor para serem compartil-hados entre os parceiros, clientes, amigos, os próprios colaboradores visitados e o público em geral.

Para Tercio, este Livro será um retrato

pessoal com importantes exemplos que fiz-eram do agronegócio uma mola propulsora da matriz energética do Brasil e promoveram o crescimento econômico em suas regiões.

A motivação do projeto implica em divul-gar a indústria da cana e sua importância nas diversas cidades por onde passar a Expedição; visitar e conhecer as usinas de Norte a Sul do Brasil, estabelecendo um canal de comunica-ção com executivos do setor; recolher infor-mações sobre as tecnologias e divulgar novas tecnologias.

Também objetiva levantar as necessidades locais que visem propiciar melhorias técnicas nos processos das usinas de açúcar, etanol e bioenergia; levantar aspectos econômicos rela-tivos à indústria da cana e do agronegócio nas diversas regiões; descobrir histórias, costumes e personagens de cada região e os aspectos pitorescos e turísticos de cada cantão.

Junior Cordeiros

Arquivo

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CANANET

Sucroalcooleiras sobem na BM&FBovespawww.canaldacana.com.br

A versão on-line da Cana S.A.

Área plantada de cana no Centro-Sul cresce para 7,6 mi de hectares

Analistas do mercado avaliam que a recente desoneração do PIS/Cofi ns sobre o etanol, que deverá representar uma economia de aproximadamente R$ 0,12 por litro, tende a ser apropriada pelas usinas.Os papéis das usinas sucroalcooleiras de capital aberto reagiram positivamente ao pacote de estímulo ao etanol do governo federal. Ontem, as ações ordinárias (com direito a voto) da São Martinho fecharam com valorização de 2,4% na BM&FBovespa; a Tereos avançou 2,3% e a Cosan, 1%. Na semana, as companhias acumulam valorização de 6,6%, 3,3% e 3,4%, respectivamente.A Cosan maior processadora de cana-de-açúcar do país, pode colher um aumento de R$ 200 milhões em seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), caso a empresa absorva totalmente a isenção do PIS/Cofi ns sobre o biocombustível, de acordo com relatório do Itaú BBA.

A área de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil deve alcançar 7,6 milhões de hectares na safra 2013/2014, de acordo com estimativa da Canaplan consultoria, divulgada nesta terça-feira (16/04). Nas últimas duas safras, a área fi cou estagnada, em virtude do processo elevado de renovação dos canaviais, de acordo com Luiz Carlos Correa Carvalho, sócio da consultoria. “Nessa safra, haverá uma expansão do canavial, com uma renovação menor”, disse.Ainda segundo Correa Carvalho, a colheita mecanizada na safra 2013/2014 chegará a 87% das lavouras ante 83% na safra passada e 46% em 2008/2009, quando o processo de colheita mecânica passou a ser mais intensivo na região por restrições ambientais à queima da palha. O sócio da Canaplan acrescentou, ainda, que as chuvas desde meados do ano passado ajudaram a metade fi nal da produção 2012/2013 e devem melhorar a colheita nesta safra.“Neste ano a melhoria é realmente impression-ante. Mas ainda há incertezas para a safra, como o clima, o fl orescimento, as próprias chuvas e a possibilidades de geadas”, salientou.

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