revista leitura de bordo 13

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Ano 4 – nº 13 – Novembro/Dezembro de 2012 – R$ 6,50 E o Rio renasceu Em 2013, o vinho invade a avenida Em 2013, o vinho invade a avenida Não há Lisboa sem o fado Não há Lisboa sem o fado Estádio Nacional de Brasília Estádio Nacional de Brasília

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Revista Leitura de Bordo nº 13

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Estádio Nacionalde Brasília

Estádio Nacionalde Brasília

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Cartas/Expediente

2 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

Quem vem a Brasília sempre elogia seu projeto urbanístico que privilegia a qualidade de vida de seus habitantes, os amplos espaços, o horizonte livre e o verde que abraça as quadras e edifícios. Ao todo, são 68 parques distribuídos em diversos pontos da capital, com destaque para o Parque da Cidade, o maior da América Latina, cujas atrações esportivas e de lazer fazem dele um lugar muito apreciado por todos. Brasília. Uma cidade com muitos patrimônios pra gente se orgulhar.

www.gdfdiaadia.df.gov.br

SE A PAISAGEM TIRAR O FÔLEGO,

O AR PURO RECUPERA OS SENTIDOS.

anGDFturParque-42x27.indd 1 11/26/12 5:28 PM

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Editorial

www.leituradebordo.com.br | Nov/Dez 2012 | Leitura de Bordo 3

Quem vem a Brasília sempre elogia seu projeto urbanístico que privilegia a qualidade de vida de seus habitantes, os amplos espaços, o horizonte livre e o verde que abraça as quadras e edifícios. Ao todo, são 68 parques distribuídos em diversos pontos da capital, com destaque para o Parque da Cidade, o maior da América Latina, cujas atrações esportivas e de lazer fazem dele um lugar muito apreciado por todos. Brasília. Uma cidade com muitos patrimônios pra gente se orgulhar.

www.gdfdiaadia.df.gov.br

SE A PAISAGEM TIRAR O FÔLEGO,

O AR PURO RECUPERA OS SENTIDOS.

anGDFturParque-42x27.indd 1 11/26/12 5:28 PM

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Edição anterior Próxima edição

4 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

Revista Leitura de Bordo – Ano 4 - nº 13 – novembro/dezembro de 2012

É publicação bimestral da Wosseb C&M e circula nacionalmente nos principais aeroportos e rodoviárias; encaminhada às agências de viagem, hotéis e distribuição institucional.

Tiragem: 25 mil exemplares

Coord. Editorial: Sandra Fernandes

Editor: Alfredo Bessow

Comercial: Wosseb C&M (+55 61 8150 0256)

Operacional: Roberto Carvalho

Projeto Gráfico: MadMídia (+ 55 61 3967 0013)

Editoração Eletronica: Wellington Pessoa

Capa: Alexandre Macieira/Riotur

Fotos: Wosseb C&M

E-mail: [email protected]

Site: www.leituradebordo.com.br

Escritório: CLSW 303 Bl. A – Ent. 16 – Sl. 109

Setor Sudoeste – 70673-621 – Brasília (DF)

Impressão: Elite Gráfica +55 62 3548 2224

Intercâmbio,uma opção segura para aprender

Grêmio inauguranova Arena em dezembro

Goiâniano Roteiro testado

Israel cria a trilha do Evangelho

No Douro,é tempo de vindima

Mundo pet:O encanto dos aquários

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www.leituradebordo.com.br | Nov/Dez 2012 | Leitura de Bordo 5

Edição anterior Próxima edição

Com a polícia na rua e a implantação de UPPs nas favelas, o Rio de Janeiro voltou a ser um lugar seguro para turistas e moradores.

Especial - O Rio renasceu na pág. 12.

Toda foto possibilita muitas leituras. A pro-posta é publicar fotos que instiguem o leitor a reinventar as razões do fotógrafo.

Outro olhar na pág 50.

|::Índice::|Na próxima edição | 4 |

Proseando | 6 |O turismo não aceita improvisação

Entrevista | 7 |Quem tem medo das TVs Comunitárias?

Ponto de Vista | 10 |Tributação: mudanças necessárias

Roteiro Testado | 16 |Não há Lisboa sem o fado

Agende-se | 22 |Em 2013, o vinho invade a avenida

Caderno da Copa | 25 |Estádio Nacional de Brasília: arrojo e sustentabilidade

Enogastronomia | 29 |Verão, tempo de vinho

Comportamento | 32 |O direito de discordar

Saúde | 34 |Aceite o desafio de ter uma vida equilibrada

| 36 | BricolagemO fascínio de dizer fui eu que fiz!

| 38 | EventosFestas pelo Brasil

| 39 | Bem ViverTempo de Natal, tempo de magia

| 40 | Pelo BrasilCidades valorizam o carnaval à moda antiga

| 42 | Mundo PetViajar com a família e o cachorro exige cuidado e atenção

| 44 | Relatos de viagemLeitores falam da revista e de suas viagens

| 45 | ComunicaçãoRádio: de volta ao começo

| 46 | Check inRevista Leitura de Bordo na Feira da Abav

| 48 | HumorA disputa do bar e da academia

| 49 | Retratos de viagemViajou? Fotografou? Mande pra gente...

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6 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

Especial de Brasília

O turismo não aceitaimprovisação

Alfredo Bessow*

Durante muitos anos, o órgão responsá-vel pela divulgação do turismo brasi-leiro no mundo se portou como um órgão e fez dos glúteos vistosos de

mulatas e da apoteose do carnaval, o eixo cen-tral de campanhas que tinham como objetivo a venda do Brasil como destino turístico. Nada contra o esplendor visual, ainda mais em tem-pos nos quais não havia photoshop – mas cabe a constatação de que essas ações se revelam ainda hoje bastante perversas. Havia outras fer-ramentas também, como as turnês de grupos como os de Sargentelli, com o mesmo binômio bunda e carnaval.

Felizmente com o advento do governo Lula, a Embratur foi deixando de ser “lembra-bunda” – mas ainda dá umas rateadas neste sentido, de quando em vez – para vender o Brasil como um todo. Sobre o carnaval, tenho opinião bem sim-ples: para mim, é igual a uma prova de F1. É bom olhar ao vivo, na pista – mas você aproveita bem mais assistindo pela TV...

Essa fixação dos entes do nosso turismo em apenas propagar o Rio deve ter muito a ver com uma visão ainda colonial-reducionista. Já há pesquisas indicando uma crescente opção dos turistas por roteiros diferenciados em nos-so País. É importante ressaltar que temos uma diversidade de atrações – artesanatos, naturais, culturais, folclóricas, históricas – que transcen-dem a este perverso reducionismo que alguns ainda insistem em querer justificar.

Fortalecer o turismo em nível nacional é a úni-ca forma de ampliar o tempo de estada do turista em nosso País – mostrando que somos mais do

que bundas em termos de atração e vamos bem além do Carnaval, quando o assunto é cultura.

Volto a dizer: uma não exclui a outra, mas devem ser complementares, porque o turismo é um vetor muito forte para fortalecer as eco-nomias dos pequenos municípios e que muitas vezes não encontram espaço – e nem apoio! – para divulgar as suas potencialidades.

Eu sei que nesta hora todo mundo lava as mãos e bate no peito: mas eu já faço isso, eu já propicio aquilo. Isso não passa de balela. Con-versando com operadores de turismo conso-lidou-se a convicção pessoal de que o grande gargalo está na improvisação. Nós não temos culturalmente o turismo como algo sério, como gerador de renda e emprego.

Por mais fantásticas que sejam as atrações de uma cidade ou de uma região, elas não irão virar destino turístico em um passe de mágica. Isso demanda uma série de ações – até para não queimar o produto. Envolve ações de educação junto aos operadores de turismo naquela co-munidade – de um prosaico balconista de uma lanchonete ao atendente do balcão de informa-ções turísticas (quando houver).

O problema, ao menos na minha opinião, está no costumeiro imediatismo dos políticos. Investir em turismo é um processo longo e que demanda ações continuadas – inclusive com in-vestimentos em infraestrutura, treinamento e... infraestrutura, treinamento e muita persistência.

Ou se faz isto de modo conjunto, ou as bun-das continuarão a ditar roteiros. Até mesmo por falta de informação acerca das outras opções.

* Jornalista e escritor.

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Entrevista

O jornalista Paulo Miranda, eleito presi-dente da ABCCOM-Associação Brasileira de Canais Comunitários no VIII Congresso da entidade realizado em Brasília no final de novembro, fala, nesta entrevista, dos desa-fios que as TVs Comunitárias enfrentam em todo país, dos gargalos impostos pela legis-lação e até mesmo do boicote que elas so-frem de governos. A ABCCOM congrega 61 emissoras em todo Brasil.Revista Leitura de Bordo – Quem tem medo das TVs Comunitárias?Paulo Miranda – A grande mídia e os grandes conglomerados. Eles já perceberam que nós não queremos ser emissoras capengas, sucate-adas e sem capacidade de ter audiência, a partir do nosso poder de intervir na sociedade.

Revista Leitura de Bordo – Muito se fala em mo-delo digital no segmento da TV e também convi-vemos com a realidade de uma migração de te-lespectadores para os canais fechados ou TVs por Assinatura. Qual a luta das TVs Comunitárias nes-tes dois segmentos?Paulo Miranda – A ABCCOM continua alerta na luta pela manutenção das TVs Comunitárias no modelo de TV por assinatura no cabo, via fibra ótica. Mas luta também para estar presente nos demais modelos tecnológicos, tais como MMDS, satélite, celular e pacotes de empresas de tele-comunicações, como prevê a Lei nº 12.485, a de Serviço de Acesso Condicionado.

Revista Leitura de Bordo – As TVs Comunitárias são boicotadas pelos governos na hora de inserção de mídia institucional e de utilidade pública?

Paulo Miranda – O Brasil está mais de 20 anos atrasado por ainda não ter uma política de mídia comunitária, de mídia alternativa. O Canadá e os Estados Unidos já têm essa política de sustenta-bilidade de emissoras populares. Nossos gover-nos acham que é crime financiar mídias comu-nitárias, morrem de medo das sete famílias * que mandam na comunicação brasileira. Esse é um problema a ser superado.

Revista Leitura de Bordo – E a questão da busca de mídia privada?Paulo Miranda – A publicidade privada não in-teressa às rádios e às tevês comunitárias porque nós não queremos vender nada nem cair nessa armadilha. Na ditadura militar, o Coojornal, um periódico gaúcho de excelência, circulava em nível nacional com mídia privada. Depois faliu, em menos de três meses. A mídia privada sumiu após pressão do governo e do mercado contra um jornal que queria a democracia no país.

Quem tem medodas TVs Comunitárias?

Paulo Miranda - presidente da ABCCOM

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Entrevista

Revista Leitura de Bordo – As TVs Comunitárias defendem a criação de um Fundo de Apoio. Pode explicar essa proposta?Paulo Miranda – No Canadá há um fundo de 79 milhões de dólares por ano para as rádios e tevês comunitárias. Nos Estados Unidos, cada empresa de TV a cabo é obrigada a destinar 2% do seu fa-turamento bruto mensal para as emissoras comu-nitárias. Por isso, a mídia comunitária canadense e estadunidense é forte. Aqui no Brasil, ainda não é possível, por falta de vontade política, implantar o orçamento participativo no bolo publicitário do governo federal, dos estados e dos municípios. Mas temos que ter a coragem de fazer isso. No DF, o projeto de lei do deputado distrital Cristiano Araújo é uma ótima iniciativa ao destinar 5% da publicidade institucional do GDF para as mídias comunitárias. Espero que a Câmara Legislativa do DF seja a primeira no país a aprovar uma iniciati-va que retira da miséria a nossa mídia alternativa. Seria importante que legisladores de outros esta-dos também tivessem a coragem de consignar em Lei, um percentual para a mídia efetivamente comunitária.

Revista Leitura de Bordo – E como seria feito o re-parte dos recursos?Paulo Miranda – Veremos no momento da re-gulamentação.

Revista Leitura de Bordo – Quem teria a respon-sabilidade de gerir e administrar esse fundo?Paulo Miranda – Os governos. Essa é a minha defesa.

Revista Leitura de Bordo – Por que as chamadas TVs comerciais temem tanto as TVs Comunitárias?Paulo Miranda – Elas não querem ser incomo-dadas. Querem audiência fácil e faturar com vei-culação do lixo internacional produzido lá fora, sem gerar emprego e renda no Brasil.

10. Revista Leitura de Bordo – Para a realidade e a dimensão do nosso País, o número de TVs Comu-nitárias é pequeno. Existe algum tipo de boicote? As operadoras montam alguma estratégia para evitar que as TVs Comunitárias funcionem – além do gar-galo financeiro que é imposto pela Legislação?Paulo Miranda – As operadoras criam uma série de dificuldades. Seus proprietários não enten-

Representantes das TVs Comunitárias de todo País participaram do congresso da entidade.

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Entrevista

dem que o serviço de comunicação é um ser-viço público, concessão do Estado e, portanto, sujeito a regras sociais.

11. Revista Leitura de Bordo  –  Qual a opinião e posição da ABCCOM em relação à discussão do marco regulatório para a mídia?Paulo Miranda – Tem gente que ganha dinhei-ro só para ficar falando em novo marco regula-tório. Mas todas as novas leis no setor não be-neficiaram o povo brasileiro, apenas algumas pessoas. Veja só: hoje o Carlos Slim, um suspeito mexicano, é dono da Claro, da Embratel e da NET. Sky e Direct TV pertencem ao Murdoch. A última lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, a Lei 12.485, é péssima. Então que marco é esse que estão querendo? O que acaba com o programa da Voz do Brasil? Tô fora.

12. Revista Leitura de Bordo – Quais os grandes desafios desta nova gestão?Paulo Miranda – O nosso oitavo congresso aprovou um plano de metas com 23 pontos. São metas que passam pela luta para pagar luz, água e aluguel até a viabilização de um canal comunitário via satélite no país.

* Em tese, os grupos que detêm o mono-pólio dos meios de comunicação em nosso país se dividem em oligarquias nacionais e feudos regionais, onde pontificam sobreno-mes como Marinho, Frias, Civita, Mesquita, Saad, Abravanel, Macedo, Sirotsky – além de clãs familiares, como Sarney, Collor, herdeiros de ACM. (Nota do editor)

Didi, que presidiu a ABCCOM, ao lado de Paulo Miranda

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Tecnologia

Tributação:Mudanças necessárias

Paulo Antenor de Oliveira *

A primeira mudança no discurso da Re-forma Tributária está no próprio dis-curso: a não ser que se deseje mudar a estrutura do Estado brasileiro, não há espaço para se realizar uma refor-

ma no modelo de tributação existente hoje no nosso país. No máximo, é possível realizar algu-mas mudanças pontuais, como na questão do ICMS, desde que haja um grande acordo com a maioria das unidades da federação, principal-mente aquelas unidades com mais representa-tividade no Congresso Nacional, que normal-mente são as mais desenvolvidas.

Também não se pode afirmar que o go-verno central está realmente empenhado em que se faça grandes mudanças no atual mo-delo de tributação, embora seu discurso não

seja este. Isso é fácil de compreender pois o atual modelo lhe garante a gestão de cerca de dois terços de tudo que se arrecada de tributos em nosso país. Na verdade, no atual modelo a autonomia das unidades federadas, no que diz respeito a recursos próprios, está perigosamente no limite. Se fosse o caso de se analisar os municípios, essa autonomia, se existisse, não poderia ser sequer considerada. Então registre-se que o governo central não irá trabalhar para retirar de seus recursos e transferi-los para estados e municípios.

E há uma grande expectativa de que com grandes mudanças no sistema tributário exis-tente na Constituição Federal a carga tributária diminuirá. Isto é uma grande ilusão. O tama-nho da carga tributária tem menos a ver com

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Ponto de Vista

* Paulo Antenor de Oliveira Vice-presidente do Sindireceita

Sindicato Nacional dos Analistas Tributários da Receita Federal

e suplente de Senador pelo Estado do Espírito Santo.

o modelo tributário e mais a ver com tamanho do Estado, controle de gastos fiscais, eficiência e combate ao desperdício de recursos e à cor-rupção. Não há mágica que faça a carga tribu-tária diminuir de um momento para outro. E as alíquotas de tributos são determinadas por Leis e não pela Carta Magna. Ou seja, para se pa-gar menos Imposto de Renda, deve-se alterar as leis que regem a matéria e não modificar a Constituição Federal. Para isto precisa-se pro-curar espaço no Orçamento e realizar a renún-cia da receita. Não é um debate fácil, mas é um debate necessário.

Quanto ao controle de gastos, busca da eficiência e combate ao desperdício de recur-sos e à corrupção traz resultados mais rápidos, não necessita de mudanças significativas na legislação e abre espaço para a diminuição da carga tributária. Esbarra, no entanto, no atual modelo político brasileiro, que não favorece em nada nenhum dos fatores acima. Ou seja, o sistema tributário deve ser compreendido como um subsistema de um sistema maior, convivendo com outros subsistemas como o

econômico, o político, o financeiro, o adminis-trativo, etc. Não se pode imaginar a alteração de um subsistema sem imaginar as consequ-ências nos outros subsistemas.

Mas voltemos ao tema tributação e um dos assuntos do momento, que é o incentivo tributário dado pelo governo a setores da eco-nomia. A dispensa de recebimento de recursos tributários para esses setores deveria ser prece-dida de grande debate por parte da sociedade brasileira. Não é. Mais um grande equívoco do nosso sistema tributário.

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12 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

Especial

12 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

Depois de entrar numa espiral de medo e violência, aos poucos o Rio de Janeiro está conseguindo virar o jogo e ser, outra vez, a opção de

entrada dos turistas que chegam ao Brasil

Copacabana:O cartão postal do Brasil voltou a sorrir

A primeira fonte de informação in loco que o turista tem ao chegar em qual-quer cidade – quer brasileiro ou vin-do do exterior – é o taxista. No Rio de

Janeiro, não é diferente. O que mudou foi o discurso, antes pautado por recomendações para evitar que o visitante fosse tragado pela violência da cidade, agora muito mais solto, chamando a atenção dos forasteiros para as inúmeras belezas locais e para a hospitalidade carioca. “Eu posso dizer que o Rio voltou a ser uma cidade segura para os turistas, graças às ações dos governos com as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadoras), com o policiamento ostensivo nas ruas e a colocação de câmeras

que acompanham e monitoram a movimen-tação das pessoas” discorre André Miranda, ta-xista que atua no Galeão e que trabalha com o chamado “transporte turístico”.

Mas André faz questão de enfatizar: “Nós, que atuamos na praça, sentimos essa mudança porque está mais seguro para quem trabalha”. A sensação é compartilhada por Marina Sou-za, gerente do Brasileirinho, restaurante que fica na Av. Atlântica com a Antonio Gonçalves, em frente ao Posto 5, em Copacabana. “Moro a quatro quadras daqui e muitas vezes vou para casa a pé, de madrugada, depois de fechar o restaurante, pois sempre tem policiamento e me sinto segura”, enfatiza ela.

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Especial

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Restaurante ocupou espaço desativado

O resgate da tranquilidade é conquista de todos

Brasileirinho, um exemploPor falar neste restaurante localizado em

área privilegiada, cabe prestar atenção no seu histórico. Mesmo sendo um ponto especial, o espaço ficou fechado por oito anos, servindo de depósito do Hotel Debret. “Ninguém queria isto aqui”, diz o engenheiro Márcio Carvalho, geren-te da casa – que abriu suas portas há um ano e meio e jamais teve qualquer problema com assaltos ou arrastões.

No caso do Brasileirinho, mais de 20 em-pregos diretos foram gerados por conta do aumento da vigilância e de uma retomada de controle, por parte do Estado, de áreas antes entregues ao tráfico e à violência. A goiana Lu-ana Sardinha, formada e pós-graduada em tu-rismo, tentou muitas vezes convencer a família a deixá-la ir para o Rio a fim de trabalhar na sua área de formação. “Minha mãe só concordou em deixar eu vir quando se convenceu de que morar e trabalhar no Rio tinha voltado a ser se-guro”, conta sorrindo.

“Claro que mudou, e muito, mas isto pas-sa pela ação efetiva do policiamento. Se rela-xar ou diminuir a presença dos policiais, tudo voltará a ser como era antes”, destaca Nilton Viana, outro taxista que trabalha em uma das áreas enigmáticas desta nova fase do Rio: na “entrada” do complexo de favelas do Pavão – Pavãozinho e Cantagalo.

ValorizaçãoO resgate do patamar de área segura gerou

benefícios diretos e indiretos. André conta, bem humorado, histórias de turistas que ficam teme-rosos de balas perdidas durante passeios pela cidade. “Felizmente isso faz parte do passado e a gente espera que nunca mais retorne àque-le tempo que era de medo e de insegurança”, discorre ele que faz questão de ressaltar: “Não vivemos em uma ilha da fantasia. Mas hoje te-mos aqui a violência que infelizmente é comum a todos os centros urbanos do mundo”.

Kits na região de Copacabana que há cin-co/seis anos eram entregues por R$ 25 mil, hoje são disputadas por valores na casa de R$ 200 mil. Essa mudança tem dois lados, inclusive nas áreas pacificadas em favelas, onde os aluguéis também aumentaram – uma casa/barraco pode custar até R$ 1,5 mil por mês.

Lojas na região já não sofrem mais com a ação de drogados e menores que cometiam pe-quenos delitos. Os comerciantes comemoram, mas preferem não se identificar. Ainda paira neles um certo receio de que o governo pos-sa achar que resolveu o problema do delicado convívio entre a Zona Sul e a favela.

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Especial

Estava condenado mas...Os grandes hotéis comemoram a volta dos

turistas – resgatando o glamour que a cidade sempre teve, principalmente Copacabana que exerce uma espécie de fascínio sobre o imagi-nário de quem visita a antiga Capital do País.

Mas não são apenas os hotéis de bandeiras famosas que comemoram. O Ducasse Rio Hotel é um exemplo do que ocorre nos dias atuais. Lo-calizado na “porta de entrada” da favela, houve um tempo em que os hóspedes sumiram, por conta dos tiroteios e do risco de balas perdidas. Depois da implantação da UPP e do policiamen-to que sempre está presente, o Hotel, que fica a poucos metros da praia de Copacabana e tem preços bem em conta, voltou a ter movimento.

Com a intervenção do governo investindo pesado em repressão – única linguagem que o marginal sabe respeitar – foi possível iniciar o processo de resgate do Rio. Mas se há o que comemorar, há muito ainda por fazer. E isso só será possível com a continuidade da política de segurança ostensiva – exemplo que poderia ser seguido por outras cidades hoje mergulhadas na violência e no caos, como Brasília, São Paulo, BH...

André Miranda: o turista percebe a mudança no Rio

Policiamento, essa a receita para o renascimento do RioCopacabana, tendo ao fundo as favelas pacificadas

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Roteiro Testado

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Roteiro Testado

Graças aos voos, diretos, que partem de vá-rios aeroportos brasileiros, conhecer Portu-gal virou alternativa para quem anda as-sustado com os preços de outros roteiros.

Mais do que a terra de Camões, Cabral e Fer-nando Pessoa, Portugal é a “terra do fado” – essa canção que tem jeito

de lamento, mas que é bem mais do que isso: é a alma de um povo que é melancólico, que por vezes pare-ce aprisionado a um passado de esplendor, como se fosse difícil se deparar com uma nova realidade.

Mas, antes de continuar falan-do de fado...vamos falar dos atra-tivos que existem em Lisboa – e eles são muitos. Aqui vai, no en-tanto, um lembrete: evite os elé-tricos (simpáticos bondinhos),

para não ser vítima dos carteiris-tas (pequenos assaltantes que fazem

a coleta por conta da superlotação e do descuido de turistas).

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Roteiro Testado

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Prepare-se para andarÉ possível se movimentar confortavelmente

usando ônibus urbanos – que funcionam bem, são relativamente baratos e contam com motoristas educados. Claro que alguns viajantes se sentem mais seguros contratando city-tours, mas a proposta aqui é mostrar que vale a pena se aventurar pela magia de Lisboa.

Destaque para a hospitalidade dos portugue-ses, sempre dispostos a atender e dirimir as dúvidas dos turistas em relação a endereços e opções

Assim, reserve um dia para ir a Belém.Lá, há inúmeras atrações: Mosteiro dos Jerôni-

mos, Padrão dos Descobrimentos, Torre de Belém, Museu dos Coches (carruagens), os inigualáveis pas-téis... Para almoçar, procure a Adega de Belém – com bons vinhos, comida bem preparada, atendimento cortês, ambiente aconchegante e, o mais importante, um preço pra lá de convidativo.

No passeio a Belém, chegue cedo para aprovei-tar bem as atrações. Mas se prepare para caminhar – de preferência com tênis ou calçado confortável.

Praça de touros do Campo Pequeno

Elétricos de Lisboa Escadarias na Mouraria

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OceanárioEsta é outra visita que deve ser feita com todo

vagar.É um espaço de tirar o fôlego, dado o gigantismo

do projeto. Não tenha pressa. Aproveite para se sentar diante dos imensos vidros e ver, de bem pertinho, tu-barões, arraias gigantes e cardumes e mais cardumes de peixes. Esqueça o tempo e aproveite – e procure ser educado: se for fazer fotos, não use o flash.

Uma das atrações do Ocenário é a loja que ven-de produtos e souvenirs do local. A surpresa fica por conta dos preços: pra lá de acessíveis e nada escor-chantes, bem diferente da prática que costumamos ver em outros lugares.

Ali perto tem uma churrascaria chamada O Gaú-cho – mas, cá entre nós: quem iria a Portugal para co-mer churrasco se há uma culinária rica à sua espera?

Ainda nas cercanias, está a Gare Oriente – uma estação de ônibus, trens e metrô. Sua arquitetura ar-rojada encanta – como a extrema limpeza do chão e dos banheiros, a despeito do movimento intenso.

Com os pés no TejoOutro cartão postal e visita obrigatória é a Praça

do Comércio.Majestosa e imponente, ela é o espaço usado

pelo governo português para a recepção de visitan-tes ilustres – inclusive com um pequeno cais para atracar algum barco.

Estando na Praça do Comércio, aproveite e conheça o café e restaurante Martinho da Arcada, fundado em 1778 - três anos depois de Lisboa ter sido devastada pelo terremoto. Lá você verá intacta a mesa na qual Fernando Pessoa, segundo a lenda, teria escrito e burilado os versos do livro Mensagem.

A Praça remonta aos tempos do Marquês de Pombal, o homem que pegou um País destroçado por terremoto, incêndio e tsunami e tratou de olhar para o futuro. Há rua dos Bacalhoeiros, do Prata e ou-tras expressões que nos fazem viajar pelo tempo e pensar na extrema ousadia de uma figura até certo ponto visionária e que foi fundamental tanto para Portugal quanto para o Brasil.

Mosteiro dos Jerônimos Padrão dos Descobrimentos

Adega de BelémMuseu dos Coches

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Quer fazer compras?Estando na Praça do Comércio, pegue a Rua

Augusta e se deleite. Há lojas de grifes, bancos e mui-tos comércios com artesanato – inclusive legítimos exemplares “made in China”.

Os nomes dos bairros antigos de Portugal têm um quê de encanto: Mouraria, Muralha, Rossio, Chia-do, Bairro Alto. Vale a magia da descoberta...

Um casteloAo Castelo de São Jorge se chega por elétricos,

ônibus, taxis ou... a pé.É uma caminhada longa, sempre em subida –

mas que vale a pena.Passa-se pela igreja da Sé, com seu aspecto pe-

sado e soturno. Há um quê de emoção ao ler a pla-ca indicando a casa onde a primeira fagulha do abril de 74 criou vida na voz de um poeta. Mais adiante, os vestígios daquilo que foi um Teatro Romano – dos tempos imemoriais e nos quais Portugal era de Roma, como também foi dos mouros...

Do alto do Castelo de São Jorge – que os histo-riadores acreditam ter sido edificado a partir do Séc. II a.C. e que ao longo do tempo foi sendo adequado aos padrões de quem dominava e controlava Lisboa - a vista da cidade emociona. Pode-se ver, por exem-plo, os vestígios da Igreja do Carmo, naquilo que so-brou depois do terremoto de 1755.

Perto dos escombros, dê uma passada no café A Brasileira e não se envergonhe de fazer uma foto ao lado da estátua em bronze de Pessoa.

Bem comerEsqueça se alguém por acaso tenha lhe dito que

o português é um povo sisudo. Pode ser efeito da cri-se, mas a verdade é que nem por isso, tratam o turista como vítima.

Faça uma aposta ousada: busque os restaurantes que os portugueses frequentam. Não se atenha tanto aos indicados por especialistas. Além de, geralmente, mais baratos, é nos pequenos espaços que você po-derá saborear uma comida de qualidade.

Grupo musical da Adega Machado

Artesanato na rua Augusta Praça do Comércio

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E o fado?Há vários bons programas para a noite

em Lisboa – mas nada se iguala ao fado...Nesse caso, o destino é o Bairro Alto –

com uma profusão de casas onde o fado é tratado como algo litúrgico. Mas não pense que você vai encontrar imitadoras de Amália Rodrigues – que é cultuada como a voz e a alma portuguesa.

O fado, em Portugal, revela um vigor que surpreende com a chegada de novos intér-pretes, novos músicos e novos compositores. Há vozes de extrema densidade, composições bem elaboradas e tudo isto em ambientes aconchegantes, lúdicos, onde as pessoas têm o hábito de falar baixo e há um respeitoso si-lêncio durante as apresentações.

Por mais encantadores que sejam os pré-dios históricos e a própria história de Lisboa, a bem da verdade, a autêntica alma de Lisboa e do seu povo está no fado...

Castelo de São Jorge

Restaurantes no Rossio

Rio Tejo

Bairro Alto, reduto do fadoRuínas de um teatro romano

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Agende-se

Em 2013,o vinho invade a avenidaDepois de ganhar

o carnaval de Porto

Alegre em 2012,

quando foi enredo

da Estado Maior da

Restinga, o vinho

voltará para a avenida.

Desta vez, pela Vai-Vai

de São Paulo

Com ousadia, o Ibravin – Instituto Brasileiro do Vinho está tentando uma verdadeira quebra de paradigmas: mostrar que vinho e carnaval podem sim dar samba. De acordo com Carlos Raimundo Paviani, dire-tor-executivo do Instituto, a popularização do consumo de vinho bra-sileiro no Brasil pode ser alavancada com essa parceria. “O que estamos propondo é uma mudança de atitude: o consumo de espumante e de vinho em uma festa tradicionalmente ligada à cerveja”, destaca ele.

Tanto no caso da Restinga quanto no da Vai-Vai, os próprios sam-bistas acabaram consumindo espumantes e vinhos nos barracões das escolas. Esta estratégia de massificar a divulgação dos produtos nacionais é de longo alcance e objetiva, também, a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil.

O enredo da Vai-Vai, a quarta escola a entrar no Sambódromo Paulista na sexta-feira (8 de fevereiro), será “Sangue da terra, videira da vida: um brinde de amor em plena avenida – Vinhos do Brasil”. Ela é a maior detentora de títulos do carnaval de São Paulo, com 14 campeonatos, sendo o último deles em 2011.

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PatrocinadoresOs recursos à escola virão de fornecedores do setor, através da

Lei Rouanet. “Demoramos muito tempo pra perceber a harmonia e o potencial que há entre a maior festa popular do mundo, que é o Carnaval, e o vinho, uma bebida tradicionalmente ligada à cultu-ra e à celebração”, disse o presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Alceu Dalle Molle.

O patrocínio master é exclusivo da Verallia. Outros patrocina-dores são a Tetra Pak, o Governo do Estado da Bahia e as vinícolas Arbor, Aurora, Góes, Perini e Salton. O apoio será da Scholle Pa-ckaging e da Miolo. O suco de uva também estará presente com patrocínio das vinícolas Arbor (Greenday) e Perini.

Definidos os vinhosEm uma promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin),

mais de 80 pessoas escolheram os três vinhos oficiais do Carnaval 2013, quando a Vai-Vai buscará o 15º título com o tema-enredo sobre os Vinhos do Brasil. Além de jornalistas e sommeliers, a lista

“É com muito orgulho que vamos contar a história e a evolução dos Vinhos do Brasil, buscando mais um campeonato para a Vai-Vai”, disse Neguitão, presidente da escola. “É um tema campeão”, arrematou.

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de convidados contou com a maioria formada por inte-grantes da comunidade do Bixiga e da Escola, que tem 82 anos de história.

Os preferidos foram o Aurora Saint Germain Branco As-semblage, da Aurora (Bento Gonçalves); o Arbo Merlot, da Vinícola Perini (Farroupilha); e o Quinta Jubair Tinto Suave, da Goés (SP). Os vinhos eleitos democraticamente serão vendidos nos eventos da Vai-Vai e nas arquibancadas do Anhembi no Carnaval 2013 a preços populares. A novida-de é que os rótulos escolhidos serão distribuídos e vendi-dos em uma inédita embalagem de 250 ml da Tetra Pak. A caixinha é exclusiva para o Carnaval, com a promoção da marca setorial Vinhos do Brasil. No total, serão envasadas e distribuídas 180 mil embalagens de 250 ml.

O Ibravin e a Vai-Vai ainda venderão vinhos e espu-mantes nas tradicionais garrafas de 750 ml – aí sim com os rótulos das vinícolas parceiras – nos camarotes e áreas VIPs da escola e do sambódromo. Vinhos em taça, servi-dos a partir de embalagens bag-in-box, também serão vendidos, assim como o suco de uva.

OusadiaA estratégia de fincar a bandeira do vinho brasileiro

em espaços e eventos tradicionalmente identificados com o consumo de cerveja deverá ter continuidade em 2014, quando a proposta é que os “Vinhos do Brasil” se-jam tema de samba-enredo de alguma escola carioca, em Plena Marquês de Sapucaí. Por ser ano de Copa do Mundo, os olhos e corações de todos estarão centrados ainda mais no Brasil. Segundo o gerente de Marketing do Ibravin, Diego Bertolini “estamos em adiantadas negocia-ções com duas grandes escolas no Rio de Janeiro”.

Vinhos: a diversidade brasileira• NoRioGrandedoSul(SerraGaúcha,Campanha,Serra

do Sudeste e Campos de Cima da Serra) e Sudeste (São Paulo e Minas Gerais), a produção é semelhante às clás-sicas regiões vitivinícolas europeias, com uma colheita por ano (no verão) e um período de repouso dos vinhe-dos (no inverno).

• NoNordeste,nasemi-áridaregiãodoValedoSãoFran-cisco, nos estados da Bahia e de Pernambuco, surgiu uma novidade, as colheitas em meses sucessivos (até duas e meia) durante o ano.

• EmSantaCatarina,aindaháosvinhosdealtitude,de-senvolvidos em ambiente com temperaturas extrema-mente baixas, e a possibilidade de colher uvas no gelo.

O samba da Vai-VaiCompositores: Zeca do Cavaco, Ronaldinho FQ, Osvaldinho da Cuíca, Evaldo Rodrigues e Valter Camargo

Divino eu souSangue da terra, videira da vidaNum brinde amor transbordo em plena avenidaCantando um sonho novoMatriz, escola do povoRespeite o meu pavilhão

No antigo orienteDa água pro vinho eu me transformeiE conquistei por mares tantos continentesEu vi vencer a seduçãoE a disputa do poder, testemunheiDormi um longo sono em porões, em barrisEnchi o cálice sagradoEm seu louvor

No colo do tempo, ao sopro do ventoSob o céu anilPor brancos e negros, sou abençoadoSabor Brasil

Na tela do cinemaEu viajei com emoçãoNos versos de um poemaNo calor de uma paixãoA natureza só pede um pouco de reflexãoE na arca do futuroLugar seguro me abrigareiE hoje na folia vamos festejarBebam com moderaçãoValeu Vai-Vai

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Caderno da Copa

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Estádio Nacional de Brasília:arrojo e sustentabilidade

Projetado para estar pro-nto até abril de 2012, o Estádio Nacional de Brasília – construído no lugar do Mané Garrin-

cha – tem obras em ritmo mais lento, sendo que nesta fase es-tão sendo preparados os 48 macacos hidráulicos que irão colocar a cobertura no espaço idealizado para relembrar o Co-liseu de Roma – como forma de ampliar a vinculação mítica en-tre as duas cidades.

O Estádio, com capacida-de para 70 mil espectadores,

será usado nos jogos da Copa das Confederações e do Mun-dial de 2014. Depois é uma incógnita. Existe o desejo de convencer a CBF a direcionar alguns jogos do Brasileirão para o Estádio localizado no coração da Capital Federal - a cerca de 3km dos setores Hoteleiro e Hospitalar, do Centro de Con-venções e do Parque da Cida-de. Será uma alternativa, tendo em vista que seria necessário somar a torcida presente em três anos seguidos do campe-onato regional – conhecido

como Candangão – para che-gar à capacidade toda deste templo que impacta pela gran-diosidade da obra e que tem o propósito de ser multiuso.

O Estádio Nacional, que vai sediar a abertura da Copa das Confederações FIFA 2013 e sete partidas da Copa do Mundo da FIFA 2014, tinha, no final de outu-bro, 81% de suas obras concluí-das. O custo total da obra que es-tava previsto em R$ 671 milhões hoje já estourou a casa de R$ 1 bi. E muitas das obras nem ao me-nos foram orçadas ainda.

Majestoso e imponente, o Estádio deverá estar pronto em abril de 2013. O desafio é não transformá-lo em elefante branco depois dos jogos de 2014.

Caderno da Copa

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Caderno da Copa

CoberturaA cobertura do Estádio Nacional de Brasília Mané Gar-

rincha é uma das inovações tecnológicas que a obra exibi-rá. Funcionando como sistema de “roda de bicicleta inver-tida”, ela é composta por uma estrutura tensionada com cabos e treliças metálicas e revestida por uma membrana que cobrirá todos os assentos do estádio.

Essa membrana, de 90 mil m², é autolimpante, permite a passagem de luz natural, retém o calor e, ainda, retira a poluição do ar. A estrutura chegará ao Brasil em dezembro.

Em contato com o sol, ela é capaz de retirar gases poluentes da atmosfera, numa quantidade equivalente ao produzido por cerca de mil veículos por dia. A água da chuva também será captada pela cobertura e pelo piso permeável da área externa do estádio. Ela será armaze-nada em cinco cisternas e em um lago que fará parte do paisagismo no entorno da arena. A água não potável será utilizada nos vasos sanitários e mictórios, na irrigação do gramado e na lavagem em geral. O sistema armazenará 6,84 milhões de litros de água. Isso representa 80% da

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Caderno da Copa

demanda do estádio e equivale a encher duas piscinas olímpicas e duas semiolímpicas.

O anel de compressão também terá importante pa-pel na questão da sustentabilidade. Construído em con-creto, facilitará a instalação das placas fotovoltaicas, res-ponsáveis pela captação da energia solar. Serão dispostas 9,6 mil placas, com capacidade para gerar 2,5 megawatts de energia, o que corresponde ao abastecimento de qua-se 2 mil residências por dia.

EcoarenaDessa forma, o estádio caminha para ser o primeiro

na história a receber o certificado máximo de sustentabili-dade. O selo Leed Platinum — entregue após a conclusão da obra — é reconhecido internacionalmente e garante que a construção é altamente sustentável. Hoje, nenhum estádio de futebol no mundo possui o selo Platinum.

O conceito de arena verde começou ainda na criação do projeto. São usados materiais recicláveis ou reciclados na construção. Tudo o que saiu do antigo estádio foi rea-proveitado na própria obra ou em cooperativas de reci-

Antigo Estádio Mané Garrincha já fazia parte do cenário de Brasília

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Caderno da Copa

clagem do Distrito Federal. Depois de pronto, haverá utilização dos ventos e captação de energia solar e de água da chuva.

MultiusoO estádio terá assentos marcados e retráteis, a

uma distância inicial de apenas 7,5m do campo de futebol. Este, por sua vez, foi rebaixado 4,8m de sua altura original, permitindo maior visibilidade para todo o público.

Construído como arena multiuso, o estádio é adaptado para a realização de grandes eventos nacionais e internacionais. A arena passará por lici-tação para que uma empresa especializada em en-tretenimento a administre e garanta um calendário de eventos, aquecendo, assim, o setor de serviços, como bares, hotéis, restaurantes e táxis. Dessa forma, haverá geração de emprego e renda, melhorando a qualidade de vida da população.

Fonte: Agência Brasília

Estágio das obras com os equipamentos que colocarão a cobertura do Estádio Nacional de Brasília

Ft.: Mary Leal/Agência Brasília

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Enogastronomia

Verão,tempo de vinho

Para Luis Duarte, português que é apon-tado por publicações especializadas como um dos mais importantes enólogos do mundo, sendo responsável pela definição do padrão de qualidade de alguns dos melhores vinhos por-tugueses da atualidade, é totalmente incompre-ensível que o brasileiro não consuma vinho no verão. “A culinária brasileira, o clima e a persona-lidade alegre e cativante do povo do Brasil são ideais para bons vinhos brancos, verdes e rosés”, discorre ele com o conhecimento de quem vem ao menos cinco vezes por ano ao nosso País.

Talvez a resistência tenha relação com o histórico dos vinhos que estavam disponíveis, mas hoje há uma diversidade entre nacionais e importados “e o importante é descobrir que, com um bom e adequado vinho, todo prato tende a ficar ainda mais saboroso”, enfatiza Luis Duarte. Mesmo admitindo variáveis, ele desta-ca que o ideal é respeitar a tradição que ensina:

com carnes brancas, o vinho é branco – com as adequações de verdes e rosés.

Para ajudar aquele que deseja descobrir um pouco mais das harmonizações recomendadas para os pratos do verão, o sommelier Olinaldo Oliveira fez uma indicação de vinhos para acom-panhar a culinária mais consumida no verão.

O brasileiro aos poucos vai descobrindo que o vinho é boa companhia em qualquer época do ano. No verão, muitas são as alternativas de harmonização

O enólogo Luis Duarte e o sommelier Olinaldo Oliveira

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Enogastronomia

Vinho francês Mouton Cadet Bordeaux tinto 2009, vinho elaborado por família tradicional na França, a família Rothschild, com a pizza de Baca-lhau produzida na Casa de Taipa em Formosa(GO), se apresentou com excelente acidez , tanino e ma-deira que realçou o prato e manteve sabores e aro-mas do vinho com persistência. Uniu-se tradição francesa e portuguesa, pizza com massa muito fina e leve com bastante conteúdo, ficou perfeito...

Vinho uruguaio BouzaTannat 2009, a casta elei-ta como a ideal para acompanhar feijoada. Este vi-nho foi envelhecido 14 meses em barrica e é bem estruturado. Um tannat para os amantes do vinho com personalidade forte, produzido em escala qua-se artesanal, tanto assim que as garrafas são nume-radas e o consumidor é informado inclusive acerca do dia no qual a uva foi colhida. Vale conferir com a Feijoada do Cavalcante, na 405 Norte em Brasília – sempre às sextas e aos sábados.

O brasileiro ainda precisa redescobrir a essência dos bons vinhos verdes que só Portugal produz. Este Casa do Vale – Grande Escolha proporciona uma har-monização com os tira-gostos de queijos, azeitonas e embutidos que são uma das características do Bar Azeite de Oliva, na 403 Sul em Brasília. Por ter a pre-dominância da uva Alvarinho em sua composição, esse vinho serve para realçar o sabor dos petiscos. Como dizem os portugueses: escolha ideal para be-ber uns copos e um bom papo com os amigos.

Vinho português Douro Piorro Rosé, que traz ao paladar um frutado intenso e excelente final de boca, produzido a partir das castas Tinta Roriz, Tou-riga Nacional e Touriga Franca, plantadas na Quinta d’Água e Quinta de São Bernardo há mais de cem anos e administrada pela família Monteiro. O vinho surpreende e propicia perfeita harmonia com crus-táceos – ainda mais à beira-mar como no Boteco da Orla, perto do Posto 5, de Copacabana...

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Enogastronomia

Vinho português Douro Duas Quintas 2009, um tinto de corpo médio, elaborado a partir das castas Tinta Roriz, Touriga Nacional e Touriga Franca, colhi-das na Quinta da Ervamoira e Quinta dos Bons Ares, uma quinta com posição privilegiada no Alto Dou-ro nas imediações de Vila Nova de Foz Quoa, uma vila encantadora por sua tradição em abrigar gran-des nomes do vinho como os vinhedos da Quinta do Vale Meão, vinho perfeito com carnes vermelhas como as que são servidas no BSB Grill, casa que é referência em Brasília nos seus dois endereços (304 Norte e 413 Sul).

Vinho italiano Santa Cristina AntinoriPinotGriggio 2010, um siciliano com acidez equilibrada, oferecendo um frutado cítrico buscando aromas para maçã verde e laranja, bem fresco, perfeito com a salada La Plancha (cebola, couve, alface, rúcula com queijo parmesão, nozes e coberta com creme de mostarda e mel) – uma exclusividade da filial de Brasília na 209 Sul, criação dos responsáveis pela cozinha e que ainda não foi inserida no meu da unidade da Barra da Tijuca.

Vinho português alentejano Monte do Carra-patelo Branco 2009, feito a partir de vinhas planta-das na propriedade do enólogo Luis Duarte, produ-zido com a castas Antão Vaz e Viognier, com perfeita acidez e equilíbrio que combinam de modo espe-cial com os peixes preparados no restaurante Ver-são Tupiniquim na Comercial da 302 de Brasília. Experimente a Tilápia com pinceladas de castanha de caju e ervas e arroz de nata desta casa que está conquistando os paladares mais exigentes graças ao cuidado da chef Fabiana Pinheiro e sua equipe.

Vinho estruturado com tons dourados que combina os toques de fruta clássicos da Chardonnay aos aromas e sabores adquiridos com a permanência em barricas de carvalho. Maçã verde em harmonia com baunilha. O Perini Fração Única Chardonnay fi-cou perfeito com o frango da Galeteria Gaúcha – que vai à mesa com macarrão, polenta frita, saladas, arroz e um molho de ervas. Em Brasília, no Lago Norte ao lado do Iguatemi Shopping e na 108 Sul.

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Comportamento

O direitode discordar

Sandra Fernandes*

A maior de todas as liberdades não é a de ir e vir, mas a de voar nas asas da própria inteligência

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* Sandra Fernandesé psicóloga e jornalista

Se existe entre nós unanimidades, se-guramente uma delas diz respeito ao direito de expressar a própria opinião. Consideramos e assinamos embaixo que este é um dos pilares das socieda-

des democráticas, entre as quais nos incluímos. Pensar criticamente, expor as próprias conclu-sões e debater nossos pontos de vista com os divergentes é tido como o saudável exercício do pensamento inteligente. Acreditamo-nos livres. O que nos esquecemos, muitas vezes, é que a liberdade é uma eterna conquista. Inclusi-ve a liberdade de pensamento.

Existem pseudo-consensos que ditam ou, pelo menos, direcionam o pensamento domi-nante. Utilizando os veículos de comunicação social como seus porta-vozes, esses novos lu-gares-comuns relegam a liberdade de opinião a um quase ostracismo. Pautado em supostas verdades universais, fecham a questão sobre os temas que elegeram como adequados em seu próprio raciocínio maniqueísta. E ponto final. Quem discorda da cartilha não é questionador, é equivocado. Quem levanta questões distoan-tes é indesejável para a boa ordem do pensa-mento dominante. As respostas embaladas são vendidas por outros que a fabricaram - não seus consumidores finais.

Neste mundo onde o trabalho subdivide-se em milhares de atividades diferentes, parece que separamos também os papéis de pensar e de aceitar. Uns pensam, outros encampam as ideias como se fossem suas. Quem concorda com de-terminados valores é bom cidadão; quem discor-da é preconceituoso, reacionário, qualquer-coisa--fóbico. Tal é a agressividade das imposições que as pessoas temem expor sua discordância e os mais sugestionáveis têm medo de discordar, até mesmo no mais recôndito de seu íntimo.

Curiosa é a mudança de atitude. Quem há alguns anos levantava a bandeira da liberdade,

hoje lança mão dos mais cruentos recursos da repressão. Pergunto-me se a maldade mudou de lado e se os ditadores atuais são tão mani-queístas quanto seus antecessores, fazendo o papel da outra face da mesma moeda bidimen-sional que não consegue, no entanto, enxergar a vida em três dimensões.

Liberdade deveria ser a possibilidade de dizer “respeito você, reconheço seu direito de escolha, mas não concordo com seu ponto de vista e não aceito que ele me seja imposto”. De-veria ser a capacidade de conviver com o dife-rente sem discriminá-lo ou atribuir a ele um ró-tulo negativo.

Martin Luther King, ao lutar pelos direitos civis dos negros americanos, afirmava que não se deve pretender impor uma dominação sobre os opressores, pois essa atitude apenas perpe-tuaria a injustiça. Deve-se, ao invés disso, esta-belecer um padrão de respeito em que todos convivam em igualdade e liberdade.

Enquanto houver imposição, chantagem, maniqueísmo, orquestração e manipulação de fatos não haverá um pensamento livre, um res-peito voluntário e uma aceitação verdadeira. Quem quer ser respeitado precisa começar res-peitando, quem quer ser aceito precisa come-çar aceitando. Inclusive as divergências. E que sejamos livres da unanimidade, pois ela é o pior sintoma de nossa prisão intelectual.

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Saúde

O ser humano é naturalmente presun-çoso. Parte, sempre, do princípio de que certas coisas só acontecem com os outros.

Amparado em suas verdades, descuida do corpo – tratando-o como uma máquina infalível e que deve estar ao dispor, sem se preocupar com sinais, sintomas e desdenhando muitas ve-zes das recomendações médicas.

Na estreia do espaço de Saúde na Revista Leitura de Bordo, trazemos uma conversa com o Dr. Eduardo Barreto – neurocirurgião Ph.D presi-dente da Sociedade de Neurocirurgia-RJ – sobre os cuidados, precauções e mitos que envolvem o AVC – Acidente Vascular Cerebral.

Para o especialista, o primeiro passo é rom-per a presunção de “que as pessoas são inven-cíveis e que tudo somente acontece com o vi-zinho. As doenças podem ser prevenidas e não são totalmente desabilitantes se diagnosticadas e tratadas precocemente”.

Vencida esta etapa, é importante cada um de nós conhecer um pouco da história da saúde da própria família. É sempre importante lembrar

que o AVC e o ataque cardíaco podem fazer par-te de uma herança genética. Assim, o Dr. Edu-ardo Barreto explica que “tanto as doenças car-díacas quanto as doenças cerebrais podem ter contribuição genética. Em especial, as má for-mações cerebrais devem ser lembradas, pois se alguém na família tem uma história de aneuris-ma cerebral, toda a família deve ser investigada”.

Mas é importante ver a questão sem gerar pânico. Como faz questão e enfatizar o médico: o mais importante é manter uma rotina anual de exames - uma vez ao ano, independentemente da faixa etária. “Naturalmente, pessoas que te-nham problemas visitarão mais frequentemente seus especialistas”, destaca o Dr. Eduardo.

Algumas pessoas podem ser identificadas como mais predispostas a problemas de AVC, diz ele, destacando que “diabetes, pressão alta ou obesidade são fatores de risco que aumen-tam a chance de desenvolver um AVC. Isso por-que eles contribuem para que o sistema vascular fique mais velho e sem elasticidade, facilitando o rompimento ou o fechamento do sistema vas-cular cerebral”.

Para o Dr. Eduardo Barreto, que é neurocirurgião Ph.D, o grande desafio da vida nos dias atuais é evitar os excessos. Nesta entrevista, ele discorre sobre AVC e ataque cardíaco.

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Saúde

Atenção aos sintomasÉ claro que o corpo humano tem sua pró-

pria linguagem. Nós, muitas vezes, não entende-mos o que está sendo dito. Mas uma atenção a certos sintomas pode ajudar a evitar o pior. O Dr. Eduardo elenca alguns destes sinais que o corpo pode mandar: “O AVC pode se apresentar como um distúrbio da fala, dormência em um lado do corpo ou mesmo uma alteração visual - todos estes podem ser sinais do início de um AVC. O ataque cardíaco se caracteriza por uma dor no tórax, no braço esquerdo (mais frequentemen-te) ou mesmo uma dor na região do pescoço.”

Mas... e sempre tem um mas: alguém que está por perto pode ver o que a própria pessoa está ten-do dificuldade de perceber? Vale aqui a informação sobre a percepção dos sintomas: “Observe se a pes-soa está fora de si, tonta ou mesmo com palidez facial. Em caso de dor de cabeça ou dor no tórax sú-bitas, deve-se procurar socorro rapidamente. Para não confundir com síndrome do pânico, procure assistência médica imediatamente”.

Ou seja: não adianta achar que isso vai passar como em um passe de mágica. Mas também não vai contribuir para o momento dizer: caramba, você está tendo um AVC e vai morrer, até porque nem todo ataque é fatal, “mas as consequências podem ser fatais se não tratadas e diagnosticadas rapidamente”, reitera o Dr. Eduardo. Para comple-tar: “Procure tranquilizar a pessoa e, se tiver em mãos, pode colocar uma simples aspirina em bai-xo da língua, além de, claro, procurar ajuda com especialista médico ou paramédico”.

O corpo não é depósito...Muitos tratam o próprio corpo como uma

estrutura infalível e se vangloriam de suportar um ritmo de pressão e estresse cotidianos. Bus-cam viver no limite, como se estivessem a desa-fiar a própria condição humana – numa disputa com final anunciado e conhecido.

O Dr. Eduardo Barreto repisa, tal qual um mantra, uma receita simples: “Tenha uma vida sau-dável, uma atividade física regular e esteja com seu médico pelo menos uma vez ao ano”. Pode soar como simplismo, mas quantos de nós estamos efetivamente dispostos a reconhecer os nossos limites e a respeitar os limites do próprio corpo?

Não existe magiaComo não é possível nos dias de hoje sim-

plesmente abdicar do estresse cotidiano, o neu-rocirurgião enfatiza a importância de encontrar um equilíbrio para as ações na vida – sempre buscando evitar os excessos, uma receita que remonta aos nossos avós que sempre alertavam para os riscos desnecessários.

A atividade física é recomendável para os dois casos – AVC e ataque cardíaco. Mas não pense em sair correndo por aí, depois de anos e mais anos de vida sedentária. Procure um espe-cialista para ver em qual estágio está seu corpo no sentido mais amplo da palavra. E certamente o médico orientará mais usualmente exames de sangue, eletrocardiograma de esforço e outros exames após avaliação clínica.

Ajude o seu corpo a continuar ajudando você

Ainda não existe receita para a eterna juven-tude, nem um guia que nos torne imunes a todo tipo de doenças ou percalços em relação à saú-de. O Dr. Eduardo Barreto, no entanto, aponta algumas dicas e cuidados que podem ajudar:

1. Atitude positiva em relação ao estresse ou a con-tratempos do trabalho e da vida pessoal;

2. Evite o tabagismo e também evite consumir bebidas alcoólicas em excesso;

3. Tenha uma vida saudável, respeite o ritmo de seu corpo. Durma bem e evite tranquilizantes, tente fazer a higiene do sono;

4. Sorria bastante (o riso é o melhor remédio).

Dr. Eduardo Barretoneurocirurgião Ph.D

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36 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

O termo vem do francês – bricolage – mas res-gata algo que era comum ao cotidiano de nos-sos antepassados: o hábito de fazer pequenos consertos, adaptar móveis, criar e improvisar

Se no passado “fazer você mesmo” era uma alter-nativa frente à carência de mão-de-obra e mes-mo limitação financeira de muitas pessoas, nos dias de hoje a opção pela “bricolagem” – como

o termo foi aportuguesado – serve até mesmo como válvula de escape para a pressão e o estresse do cada vez mais corrido dia-a-dia.

O ideal é começar por um kit de ferramentas que pode ser montado a partir de um investimento que gira em torno de R$ 300 – mas aí depende também da marca e de encontrar produtos em oferta.

É importante sempre dar uma olhada nas ofertas, até porque logo-logo outros produtos vão se revelan-do indispensáveis: compressor, lixa, pincéis, serras, ser-rotes, esquadros – num processo continuado e que acaba fascinando.

Paralelo ao que se poderia chamar de “infra-estru-tura” necessária ou retaguarda, é importante ficar aten-to aos cursos que são oferecidos por lojas que fazem campanhas nos setores de bricolagem. Outra fonte de informação são as publicações direcionadas e que es-tão em todas as bancas, além de encartes especiais de alguns jornais.

Esses cursos servem como base porque o mais im-portante na bricolagem é ir fazendo, descobrindo solu-ções e implementando novidades – algo que pode ser-vir até mesmo para aliviar as tensões que carregamos.

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Bricolagem

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38 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

Eventos

30º Festa Pomerana11 a 21 de janeiro – Pomerode (SC)

Quando chega o verão, as delícias de origem ale-mã são postas à mesa. Desde 1984, o mês de janeiro se enche de alegria com a Festa Pomerana - A Festa Mais Alemã do Brasil. São 11 dias de muito chope, música, dança e comida típica, que transmitem ao visitante toda a riqueza do legado dos imigrantes germânicos. Para dar início aos festejos, diariamente ocorre desfile pelas principais ruas da cidade, levando a alegria e a beleza das majestades da festa, a tradição dos Clubes de Caça e Tiro, dos grupos folclóricos e das bandinhas.

www.festapomerana.com.br

4ª Bento em Vindima11 de janeiro a 17 de março

O evento celebra a colheita da uva, fruto que dá origem à identidade turística do município, o vinho. Na programação, além das tradicionais atrações, como concurso Prato da Vindima, Rústica no Vale dos Vinhe-dos, Jantar sob as Estrelas, Ciclo de Cinema, Fotografan-do a Vindima, cursos de degustação e apresentações culturais, está a promoção do “Compras sob as Estrelas”, quando o comércio da rua Herny Hugo Dreher e ime-diações deverá estar aberto, à noite, com descontos e programação diferenciada.

www.vindima.bentogoncalves.rs.gov.br/

23ª Festa da Colônia de Gramado11 a 28 de abril de 2013, na sempre encantadora

cidade da Serra Gaúcha

Boa gastronomia, bandinhas, bier platz, feira de produ-tos coloniais, entre outras atrações, farão da Festa da Colônia uma das mais animadas da cidade, o que garante grande participação da comunidade e de turistas.

55º Congresso Nacional de Hotéis Conotel

26 a 28 de março – No Transamérica Expo (SP)

O Conotel 2013 será realizado em paralelo com a Feira Profissional de Alimentação e Hospitalidade (Food Hospitality World). De acordo com o Presidente da ABIH Nacional, Enrico Fermi Torquato, a junção dos dois even-tos vai ao encontro da nova estratégia comercial da en-tidade que é fomentar novos negócios e resultados.

Festas pelo Brasil

Couromoda 201340ª Feira Internacional de Calçados, Artefatos de

Couro e Acessórios de Moda14 a 17 de janeiro de 2013 - Pavilhão do Anhembi

A feira tem caráter profissional e é aberta somente a lojistas, empresários e pessoas que comprovarem sua ligação com o setor.

Produtos apresentados: calçados, tênis, artigos esportivos, artefatos de couro, confecções, acessórios de moda, produtos para equipar lojas, couros, compo-nentes e tecnologia para calçados.

www.couromoda.com

21º Salão Internacional da Construção Feicon/Batimat

12 a 16 de março – Anhembi (SP)

A Feicon Batimat é o maior e mais conceituado salão da construção da América Latina. Com 21 anos de existên-cia, surpreendendo a cada ano seus milhares de visitantes, apresentando em primeira mão os lançamentos e ten-dências para todo o setor da construção civil. É o evento mais completo da área, pois só ele reúne todos os gran-des líderes do segmento em uma exclusiva exposição de produtos e serviços para todos os setores do ramo.

www.feicon.com.br

Chocofest 201314 a 31 de março – Gramado-RS

O mundo mágico do faz-de-conta em que adul-tos e crianças se unem em busca de alegria e diversão é a proposta dessa festa realizada na Serra Gaúcha.

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Bem Viver

A cada fim de ano, o Casa Park, shopping de Brasília especializado em móveis e objetos de deco-ração, convida profissionais para montar as vitrines de Natal das lojas. O resultado é uma diversidade de propostas que fascinam, criando um clima de magia e encanto.

“Um sonho de Natal”. Esse foi o projeto de Betâ-nia Midian, Elda Midian e Gabriela Sue ao projetarem a vitrine natalina da Prima Línea Dormecentro. O de-safio foi traduzir, em um ambiente moderno e acon-chegante, os sentimentos de amor, paz e esperança que nos visitam principalmente nos finais de ano. Sim-plesmente mágica! A inovação, que torna a vitrine en-cantadora, surge com a projeção de Led, fazendo com que a árvore de acrílico cortada a laser e com detalhes em cristais também mude de cor a cada cinco segun-dos! Azul, lilás, rosa, branca, amarela... numa magia de cores tão presente no Natal.

O resultado foi o casamento perfeito entre o bom gosto dos interiores contemporâneos e a ele-gância do tradicional espírito natalino.

Contatos:Fone: (61) 8411 8171E-mail: [email protected]

Prima Linea teve sua vitrine trabalhada em clima de magia

Betânia Midian, Elda Midian e Gabriela Sue

Tempo de NatalTempo de magia

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Pelo Brasil

40 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

Em lugar da massificação dos festejos do Momo, algumas comunidades lutam para

manter vivo o lado irreverente

Cidades valorizam o

carnavalà moda antiga

É cada vez maior número de cidades que sim-plesmente resolveram olhar para o próprio passado na hora de comemorar o reinado de Momo. Em lu-gar do evento comercial e estereotipado que atrai milhares de turistas de todo mundo, um carnaval com marchinhas, fantasias e muitas brincadeiras.

O carnaval de Maragogipe (BA)Tido como o carnaval mais antigo da Bahia –

remonta aos idos de 1800 e caboclinhas - os fes-tejos nessa cidade que fica a 133 km de Salvador (BR-324, sentido Feira de Santana) na região do Recôncavo Baiano , são, segundo o jornalista Caio Marcel Simões Souza, “uma celebração popular, fruto de um arraial que tem consciência de sua ri-queza histórica e de seu patrimônio cultural, que não se rendeu às grandes correntes modistas. As ‘estrelas’ do carnaval baiano não têm vez por lá”. A infra-estrutura ainda é precária, mas vale pela ale-gria dos foliões.

O evento foi considerado oficialmente como pa-trimônio imaterial da Bahia, através de decreto do governador Jaques Wagner, publicado no Diário Ofi-cial do Estado em fevereiro de 2009.

São Luiz do Paraitinga – SPSão Luiz do Paraitinga - fundada em 1769, tor-

nou-se cidade em 1857 e declarada estância turísti-ca em 2002. Em 1873, recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por D. Pedro II do Brasil. Tra-se de uma pequena cidade do interior do Estado de São Paulo e possui inúmeros atrativos culturais e eco-lógicos. Um de seus principais eventos turísticos é o Carnaval de Marchinhas que traz todos os anos milhares de foliões para curtir o melhor carnaval de blocos do Estado em um cenário de ruas, ladeiras, praças e casarões com arquitetura do século XIX.

Para os foliões, vale a pena aproveitar a viagem para conhecer os arredores da cidade e também municípios vizinhos, com suas belezas naturais e uma arquitetura que remonta aos primórdios de nossa brasilidade.

Outra vantagem é o folião ficar livre dos ritmos que hoje embalam o período momesco.

Para chegar - A cidade fica a 171 km da capital pau-lista (São Paulo / São José dos Campos / Taubaté / São Luís do Paraitinga – pelas vias BR-116 (Rodovia Presidente Dutra) e SP-125 (Rodovia Oswaldo Cruz).

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Pelo Brasil

Papangus fazem a Folia em BezerrosCarnaval a Cavalo: tradição renovada

Agência PE4

Carnaval a Cavalo – Bonfim (MG)Criado pelos idos de 1840, o Carnaval a Cavalo

de Bonfim, em Minas Gerais, foi idealizado por Pe. Chiquinho, que tencionava transformar a guerra entre mouros e cristãos em uma festa de cunho religioso. É a maior festa da cidade. São três dias, onde cavaleiros e amazonas (essas conquistaram seu espaço mais ou menos a partir de 1940) des-filam na Praça da Matriz, vestidos em fantasias de veludo bordadas à mão, que se assemelham a roupas de príncipes, montados em belos cavalos, e colocam sua bandeira em ple-na praça. Com con-fetes e serpentinas, disputam a atenção das pessoas e tentam conquistá-las e levá--las a participar com eles da festa. Ao final do terceiro dia, há a “batalha de confetes e serpentinas”, onde os cava-leiros desmontam, tiram seus dominós (máscaras que lhes encobrem o rosto em todos os dias) e brincam com o povo; essa brincadeira simboliza a conquista definitiva das pessoas. Após a batalha, os cavaleiros montam novamente, recolhem sua bandeira e com lenços brancos despedem-se do povo. Para voltar no ano seguinte.

Para chegar – Distante 80km de BH, chega-se a Bonfim pela BR 040 e depois BR-381

Papangus de Bezerros (PE)Os papangus do carnaval de Bezerros, cidade

do agreste de Pernambuco (107 quilômetros do Recife) são uma tradição centenária. Segundo o professor Ronaldo J. Souto Maior, fundador do Instituto de Estudos Históricos, Arte e Folclore dos Bezerros, a origem dos Papangus de Bezerros data de 1881: “o papa-angu nasceu de uma brincadeira de familiares dos senhores de engenhos, que saí-am mascarados, mal vestidos, para visitar amigos

nas festas de entrudo – antigo carnaval do século dezenove – e comiam angu, comi-da típica do Nordeste (agreste) pernambu-cano. Por isso, as crian-ças passaram a cha-mar os mascarados de papa-angu”.

Quando vai che-gando a época próxi-

ma do carnaval, os foliões procuram confeccionar suas fantasias em segredo, para não correrem o risco de ser desmascarados antes da festa, numa dispúta que mistura tradição, cristividade e muita irreverência de toda a comunidade.

Em Bezerros, a cultura do Papangu é vivencia-da durante o ano inteiro, através das oficinas de máscaras, da culinária desenvolvida com variados pratos feitos com angu, e de aulas de dança e mú-sica carnavalesca.

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Relatos de viagem

Viajar com a famíliae o cachorro exige cuidados e atençõesMesmo com existência de hotéis e canis que oferecem a opção de hospedar os cães enquanto a família viaja, muitos optam por levar o animal junto.

Se você e sua família decidiram que o cachor-ro os acompanhará na viagem durante as férias, os especialistas recomendam alguns pontos que não devem ser desprezados –

antes e depois da viagem.Objetivamente, a primeira coisa a se fazer an-

tes de viajar com seu animal para uma tempora-da de férias é um exame de sangue para verificar como anda a sua imunidade, pois assim é possível saber se ele está em condições de viajar ou não.

Outro cuidado importante com a saúde do animal é realizar um exame de fezes antes e de-pois da viagem – até porque ele entrará em con-tato com terra, grama ou areia e poderá contrair algum parasita intestinal.

Os perigos de um parasitaExiste uma doença, comum em regiões li-

torâneas, chamada dirofilariose - patologia grave causada pela Dirofilaria Immitis, um parasita trans-mitido por mosquitos que se aloja no coração e artérias pulmonares dos cães que frequentam ou moram nessas regiões. Por isso, antes de viajar, é

importante proteger os animais contra essa doen-ça com um antiparasitário específico.

Vale aqui um alerta: o verme do coração não é o único mal a que os animais estão expostos na praia. O contato com a areia pode causar conjun-tivite, problemas de pele e outras verminoses, já que cães e gatos de rua podem defecar na região, depositando fezes contaminadas.

Para viajarQuem quiser viajar com seu cachorro de es-

timação precisa somente da carteira de vacinação e de um atestado de trânsito emitido por médico veterinário particular.

Em relação às vacinas, a antirrábica precisa estar em dia. Mas atenção: a vacinação contra rai-va só é válida quando tomada no mínimo 30 dias antes da viagem e no máximo 12 meses antes. Se o animal foi revacinado a menos de 30 dias da via-gem, mas a vacina anterior ainda estava dentro da validade, não há problema.

Para viajar ao exterior com seu animal é ne-cessário um CZI, Certificado Zoossanitário Inter-

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Mundo Pet

nacional, emitido pelo Ministério da Agricultura gratuitamente. A obtenção do CZI requer o agen-damento de uma consulta com um médico vete-rinário do Ministério da Agricultura nos aeroportos internacionais.

É importante ressaltar que cada país possui seu trâmite para o transporte de animais e as exi-gências sanitárias podem variar, por isso é neces-sário informar-se na embaixada ou no consulado do país de destino.

AlimentaçãoHá um consenso de que o ideal é fornecer

uma refeição leve aproximadamente 10 horas antes de partir. Neste contexto, deixar o cão em jejum durante a viagem (de carro) para diminuir o risco de vômito é o mais indicado. No entanto, se a viagem durar mais de 12 horas, o ideal seria fornecer uma alimentação leve, possibilitando um período de descanso.

Existem animais que não toleram viagens. Neste caso, pode-se dar um medicamento anti--enjoo ou, em casos extremos, um sedativo. Lem-bre: estes medicamentos devem ser prescritos pelo Médico Veterinário.

Uma dica é, em caso de viagens mais longas, parar a cada duas horas para que o animal possa fazer as suas necessidades e beber água. Nunca o alimente em tais paradas.

Onde o cachorro deve viajar?Se seu carro tiver espaço adequado, a

forma mais segura do seu cão viajar é em uma caixa de transporte – que deve ficar no banco de trás do veículo. Não transporte o seu animal no porta-bagagens e nunca colo-que a caixa de transporte no lado ensolara-do do carro, pois seu animal poderá ficar super aquecido.

Se uma caixa de transporte não se encontrar disponível para o seu cão, uti-lize um peitoral (restraining harness). Os peitorais são encontrados em diferentes tamanhos para todas as raças e são vendi-dos nas lojas de suprimentos para animais de es-timação. Sempre coloque uma guia em seu cão antes de deixá-lo sair do carro. Se você sair para andar com seu cão em uma rodovia à noite, use faixas refletoras em suas roupas e coloque uma coleira refletora em seu cão para fins de visibili-dade e proteção.

No aviãoProcure evitar os horários de pico em que os

atrasos e interrupções são mais longos. Viajar nas estações extremamente quentes ou frias pode ser perigoso se seu animal de estimação tiver que es-perar muito tempo antes do embarque e do de-sembarque.

Planeje uma viagem com o mínimo possível de paradas e baldeações.

Faça as reservas de hotel, resort e empresa aé-rea para o seu cão bem antes. Algumas empresas aéreas têm um espaço limitado para transportar animais de estimação.

Cuidados redobrados na praiaO grande problema dos donos de cães – quer

de guarda ou de estimação – é que eles pensam que todo mundo deveria ser obrigado a gostar de animais. Mas a verdade é que existem questões de saúde que falam mais alto do que a paixão.

Por essa razão, a maioria dos municípios do litoral possui leis que proíbem animais na praia. No entanto, se mesmo assim o dono quiser passear, alguns cuidados são básicos:- Evite que o cão suje a areia e se o fizer, recolha as

fezes com saco plástico e jogue no lixo.- Coloque focinheira no seu cão. Lembre-se: na praia

existem muitas crianças e mesmo que o animal seja manso, num certo momento ele pode

ferir alguém. A responsabilidade é sem-pre do proprietário.

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Relatos deviagem

44 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

Sr. Editor,Gostei da revista na medida em que ela não é ape-

nas uma leitura de bordo, mas traz uma abordagem que contempla bastante informação. Espero que, com o tempo, ela se torne mensal. Creio que isto estaria mais adequado e justo.

Marcantonio Gouvea – Brasília (DF). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Amigos – fiquei surpreso com a revista, na me-dida em que ela consegue ir um pouco além das abordagens recorrentes de revistas “de bordo”. E mais surpreso ainda por perceber, descobrir que é uma re-vista feita aqui em Brasília. Parabéns.

Luciana Alvim Sanches – Taguatinga (DF). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bom dia.Trabalho com turismo e recebi a revista no Con-

gresso da Abav. A proposta me parece ser muito boa. Sugiro que vocês pensem na possibilidade de colo-car ao menos um resumo de cada texto em inglês. Não sei se a relação custo x benefício valeria a pena, mas creio que daria um upgrade na publicação.

Marcia Carmorano Dantas – São Paulo (SP)

Resposta: O assunto ainda não tem uma definição. Sur-giu a ideia de fazer uma edição toda ela em inglês, mas apenas na versão online. De qualquer modo, obrigado pelas sugestões.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Como faço para acessar as edições anteriores?Jany Alencar – Belo Horizonte (MG)

Resposta: A ideia é disponibilizar as edições anteriores – quando a revista se chamava Boa Viagem – Leitura de Bordo e teve sua primeira edição em 1998, quando sur-giu como uma publicação voltada para os passageiros de ônibus de longo curso.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Vai ter espaço para publicação de crônica ou poesia?Arthur Miguel Dutra – Florianópolis (SC)

Resposta: Talvez em um momento futuro, sim. O que nós resolvemos fazer já a partir da próxima edição é abrir um espaço para “relatos de viagem”, cujo nome já estamos adotando nesta edição e que será o espaço dos leitores. Outra ideia é espaço para a cultura de um modo geral, mas não pensamos, ainda, em algo especí-fico para poesias ou mesmo crônicas.

Sr. Editor,Para uma revista que tem a proposta de ser uma

Leitura de Bordo, senti falta e sugiro que vocês ava-liem a possibilidade de abrir espaço para assuntos relacionados com a cultura – onde a exceção foi uma página com o Wanberto.

Marlly Quintanilha Proença – Porto Alegre (RS). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Alfredo, o nosso vinho nacional não vai ter espa-ço? Eu já ando de saco cheio de ver como o brasileiro é generoso em tratar o vinho do exterior.

Lucas Manfrazolo – Caxias do Sul (RS)

Resposta: leia a matéria nesta edição.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Bom dia! Como eu peguei a revista no aeropor-to de Brasília e não costumo viajar muito para esta cidade, fiquei em dúvida se ela está disponível em outros aeroportos. E se não estiver, como faço para ter acesso a novas edições?

Rafinha – Belo Horizonte (MG)

Resposta: Você poderá “ler” a revista toda na versão onli-ne, que estará disponível no www.leituradebordo.com.br – nosso cronograma indica que no começo de dezembro a revista já estará no ar e a edição impressa circulando. Como você mandou por e-mail a mensagem, por este mesmo e--mail você será informado quando da nova edição.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Prezados jornalistas,A revista é uma bela ideia, que precisa, como acon-

tece sempre, sofrer os ajustes. Principalmente em re-lação ao tamanho dos textos. Mas gostei da qualida-de das fotos e muito boa a qualidade da impressão. Quando vocês irão publicar algo do Maranhão?

Carla Belis – São Luis (MA). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Boa tarde.Existe algum sistema de assinatura ou de venda

em banca? Vocês poderiam abrir espaço para que os leitores escrevessem, não apenas para falar do que acharam da revista (elogiar ou criticar), mas para que contassem coisas de suas viagens, experiências, curiosidades e muito mais.

Lucas Mello de Araújo – Vitória (ES)

Resposta: Muito obrigado por sua contribuição. Assina-turas não temos. A venda em bancas ainda está restrita a algumas cidades. Por incrível que pareça, já tínhamos dis-cutido algo “parecido” com a Isabela Toschi, da Setur-DF. Por conta da junção destas vontades, vamos sim abrir este espaço e a partir da próxima edição iremos publicar “rela-tos” enviados pelos leitores. Todas as contribuições devem ser enviadas para: [email protected]

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Comunicação

Relatos deviagem Rádio: de volta

ao começoPor: Allan Barbosa

Eu não sabia o que havia acontecido naque-

la manhã de novembro de 1984. Poderia ser mais um dia normal, não fosse o choro tími-do de minha mãe em-

balado por uma insis-tente música sertaneja.

Passados quase trinta anos eu ainda não me esqueci de

como ela era repetida, cansati-vamente. Até que um comunica-

dor da antiga rádio Planalto revelou o motivo que entristeceu e transtornou

todo o DF naquele dia. O radialista e jor-nalista Mário Eugênio fora assassinado, no

exercício da profissão.Escrevo esta história não para relembrar

o fato, mas para tentar entender o que é o rádio para a vida das pessoas, neste momento em que muitos ou-sam prever a sua morte. Por que minha mãe chorava por alguém que nunca conhecera pessoalmente, que não era da família? Apenas o poder do rádio explica.

Durante muitos anos, o rádio foi o veículo que cons-truiu personagens e revelou mitos. Depois a TV assumiu esse protagonismo. Salvo raras exceções, hoje são nos atores e apresentadores televisivos que as pessoas se es-pelham e é a eles que admiram. Quando um talento surge no rádio, logo migra pra telinha, muito por culpa do pró-prio veículo que precarizou os profissionais, cada vez mais mal pagos e com pouco espaço para a veia criativa.

Mas o rádio brasileiro sempre sobreviveu de ta-lentos, não do meio. Enquanto a TV procurou correr atrás da qualidade da imagem, para sair dos chuviscos até o paraíso da TV Digital, e os jornais tiveram que in-vestir pesado em caros equipamentos de impressão e designer, o rádio em pouco mudou. O “chiadinho” do AM ainda faz parte da vida das pessoas e o FM ape-

nas adaptou-se à tecnologia dos telefones celulares.

O problema é que ao mesmo tempo em que o rádio não se reinventou, os grandes comu-

nicadores também sumiram. Prova disso é que na dé-cada de 1980 o rádio brasiliense elegeu um senador da república, o radialista Meira Filho. E só pela força do rádio. Alguém acha que hoje isso seria possível?

Se antes o rádio promovia o “companheiro” o amigo de todas as horas, passou a ser apenas uma “vitrola” bancada pela indústria fonográfica. É música atrás de música, apenas. A exceção fica para os veícu-los noticiosos. O comunicador talentoso ficou caro e os veículos optaram pela padronização. E não adianta mudar de estação: as vozes são quase as mesmas, a ponto de poucos ouvintes saberem distinguir o seu locutor preferido. O problema é que para ouvir mú-sica os ouvintes contam, agora, com outras opções, graças aos aparelhos que tocam os MP’s. E, assim, a audiência vai pro buraco!

Mas a preferência pelo rádio ainda existe. Na crô-nica esportiva, muitos radialistas acusam a TV de lhes roubar a audiência. É verdade. Mas de igual forma mui-tos telespectadores baixam o som da TV para acompa-nharem as narrações no rádio. “Dá mais emoção”, dizem alguns. É um ativar dos sentimentos que, ao que parece, não se sustenta só com as imagens. E a grande questão é que as pessoas não querem só ver, querem imaginar, serem provocadas. Só os grandes comunicadores de rá-dio ainda conseguem fazer isso.

É preciso voltar ao começo. As emissoras de rádio com o seu “toca-toca” tornaram-se frias e sem graça. Algumas ainda sobrevivem devido a um punhado de prêmios distribuídos todos os dias. Outras tentam con-vergência com as redes sociais via internet. O teórico canadense Marshall McLuhan (1911-1980) disse que o rádio era um veículo quente, ao contrário da frieza dos impressos. Representou a volta à oralidade, do contato direto, do feed back. O rádio sobreviverá se compreen-der isso e retornar às origens.

Allan Barbosa é jornalista, radialista

e especialista em Gestão de Marketing. É

narrador esportivo da Rádio Transamérica de Brasília e Assessor

Especial na Secretaria de Publicidade do GDF.

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46 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

Check in

Ft 1 - Antônio Azevedo, presidente Abav e re-presentante da Abav-PR; Ft 2 - Jornalista Age-nilson Santana e Ruth Avelino, da PBTur, junto com Sandra Fernandes da Revista Leitura de Bordo; Ft 3 - Andrea Wolleter, gerente geral de turismo do Chile; Ft 4 - Thierry Attuomo e Kou-assi K. Jean Jacques, diretor do Bureau de Tu-rismo da Costa do Marfim; Ft 5 - Wanda Kali-cinski, rainha da Vindima de Mendoza 2012; Ft 6 - Sandra Fernandes e o cangaceiro da Ypioca; Ft 7 - Representantes da Angola Airli nes; Ft 8 - Fotógrafo Rosemberg dos Anjos, de SC, sempre bem acompanhado; Ft 9 - Dança rinos do Chile: cultura andina em alta; Ft 10 - Papai e Mamãe Noel de Blumenau, junto com Sandra, na Feira da Abav; Ft 11 - Mário Raul Leonardi, sommelier argentino radicado em Floripa.

Durante o Congresso da Abav, realizado em outubro no Riocentro, a Revista Leitura de Bordo esteve presente. A seguir, alguns registros dessa ação da Revista junto a trade turístico

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Humor

48 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.debrasilia.com.br

Por que será que é mais fácil fre-quentar um bar do que uma aca-demia? Para resolver esse grande dilema, foi necessário frequentar os dois (o bar e a academia) por uma semana. Os resultados finais revelam algo fantástico. Preste bem atenção...

Vantagem numérica:- Existem mais bares do que acade-mias.Logo, é mais fácil encontrar um bar no seu caminho.1x0 para o bar.

Ambiente:- No bar, todo mundo está alegre. É o lugar onde a dureza do dia-a-dia amolece no primeiro gole de cerveja.- Na academia, todo mundo fica su-ando, carregando peso, bufando e fazendo cara feia.2x0 – sem nenhum risco.

Amizade simples e sincera:- No bar, ninguém fica reparando se você está usando o tênis da moda. Os companheiros do bar só reparam se o seu copo está cheio ou vazio.Vá anotando: 3x0.

Compaixão:- Você já ganhou alguma saideira na academia?Alguém já te deu uma semana de ginástica de graça?- No bar, com certeza, você já ga-nhou uma cerveja ‘por conta’.Se acalme que tem mais: 4x0.

Liberdade:- Você pode falar palavrão na aca-demia?Tá com cheiro de goleada: 5x0.Libertinagem e democracia:- No bar, você pode dividir um banco com outra pessoa do sexo oposto,

ou do mesmo sexo, problema é seu...- Na academia, dividir um aparelho dá até briga.Olha aí geeeente: 6x0.

Saúde:- Você já viu um ‘barista’ (frequentador de bar) reclamando de dores muscu-lares, joelho bichado, tendinite?Pois eu falei antes. Já tá 7x0.

Burocracia:- Alguém pede seu cartão ou você precisa passar pela catraca para en-trar no bar?O balaio tá grande: 8x0.

Tudo em cima:- Na academia, suas banhas e adi-posidades são motivo de bulling e constrangimento. No bar, indicam sua expertise.Vamos ficar por aqui... para evitar maiores constrangimentos: 9x0.

Bar x Academia

Este Galileu...Galileu, quando afirmou que o mun-do apenas girava, confirmou o que os bêbados já sabiam.

Totó fujãoUm grupo de anões decide jogar futebol. Alugam um campinho de várzea e vão pra lá contentes e eu-fóricos. Lá chegando, percebem que não existe vestiário e então decidem vestir o uniforme no ba-nheiro do boteco lá perto. Todos entram e se dirigem para o fundo do bar, onde fica o banheiro. Che-ga um bêbado e pede uma garrafa de cachaça. Após alguns minutos, passam pelo bêbado os jogadores anões, vestidos de azul. O bêbado nao entende nada, fica bolado, mas continua bebendo. Em segui-da, passam os anões de uniforme vermelho. O bêbado chega pro dono do bar e diz:- Aí maluco, fica ligado que o jogo de totó tá fugindo.

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www.leituradebordo.com.br | Nov/Dez 2012 | Leitura de Bordo 49

Relatos de viagem

Mande suas fotos com sugestão de legenda e autorização de publicação para: [email protected]

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50 Leitura de Bordo | Nov/Dez 2012 | www.leituradebordo.com.br

Outro olhar

Alvorada em Piúma (ES)

Mirante de Serra Grande, localizado entre Ilhéus e Itacaré (BA)

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Relatos de viagem

MEGAE n g e n h a r i a

Page 52: revista leitura de bordo 13

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