revista intellectus - junho 2014

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intellectus depressão

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Page 1: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus

Ano 3 Número 18 junho 2014 Trimestral Ciência e Tecnologia

depressão

Page 2: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus 2

Dados científicos

pág. 8

Mentes Geniais

pág. 4

Cosmos vs Caos

pág. 24

Depressão

pág. 10

Intel lectus nº 18. . .Índice. . .

Page 3: Revista Intellectus - Junho 2014

3intellectus

Sugestões...

Intellectus: Ficha TécnicaDiretor: Tiago Carvalho. Redação/Colaboradores: Cristina Barreiro, João Carvalho, Magda Lomba, Flávio Távora, Vânia Costa, JoséFrancisco Alves, Samantha Alves, Ricardo Vieira, Ricardo Serrado, Rui Leandro Ferreira, Andreia Carmo, Josué Carvalho, Isabel Alentejeiro,Luís Carlos Matos, Miguel Barroso, Filipe Costa, Sérgio Fontinhas, Rogério Marques, Carla Vieira, Alzira Sousa, Dario Figueira. Paginação:João Carvalho, Tiago Carvalho. Proprietário: Cientificamente - Associação para a Divulgação da Ciência e Promoção do DesenvolvimentoIntelectual. Pessoa Coletiva: 510421814. Editor: Tiago Jorge Lima Carvalho. Redação e Administração: Rua Pereira da Cunha, 4940-542,Paredes de Coura, PORTUGAL. Telefone: 938524887. Email: [email protected]. Registo ERC: 126149.

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intellectus 4

mentes

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5intellectus

geniais

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intellectus 6

EdmondHalley

Halley (1656-1742) foi sem margem para

dúvidas um dos maiores cientistas de todos

os tempos, e porquê? Embora um cometa

tenha sido nomeado com o seu apelido,

devido ao seu cálculo preciso acerca da

trajetório do respetivo cometa, o facto é que

sem Halley as grandes descobertas de

Newton, muito provavelmente, nunca teriam

visto a luz do dia. Naquela época Halley

desafiou Newton acerca da compreensão do

movimento planetário e daí resultou o

entendimento da força gravítica.

tinyurl.com/ehalley-bio | tinyurl.com/disc-ehalley

ibn alhazenConsiderado um dos maiores vultos da cultura árabe,

Alhazen (965 - 1040) foi, talvez, o primeiro sintetizador

das regras fundamentais do método científico, para além

das vastas contribuições nos campos da ótica, física

teórica, astronomia, perspetiva e matemática. Graças a

este verdadeiro visionário do género humano salvou-se

em parte a cultura das antigas Grécia e Roma, através do

envio de diversos grupos de homens encarregados

somente da recolha e/ou compra de livros de qualquer

género e de qualquer local do mundo conhecido até então.

O progresso da civilização ocidental muito deve ao

mundo árabe e em especial à dedicação de Alhazen.

bit.ly/O8MCaE | tinyurl.com/al-khwarizmi-1 bio

Page 7: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus 7

ceciliapayne

Annie Jump cannon

edward pickering

Cecilia (1900 - 1979) tinha um sonho que era instruir-

se. Ela não aceitava a ideia das mulheres não serem

incentivadas para os estudo, à descoberta do

conhecimento. Emigrou para os Estados Unidos da

América, partindo do seu país natal Inglaterra, em

busca dum novo paradigma de instrução e

investigação científica e graças a isso acabou por

realizar enormes contribuições na área da astronomia.

A melhor palavra para definir Annie J. Cannon é

"perseverança", pois é uma das principais qualidade que define

um verdadeiro cientista. O seu trabalho árduo de catalogação e

caraterização das estrelas, liderando uma equipa de cientistas

femininas, permitiu transmitir toda essa coletânea de

conhecimentos a Cecilia Payne, sua colaboradora, que mais

tarde viria a revolucionar o modo como analisamos as estrelas,

provando a maioritária presença de Hidrogénio e Hélio na sua

constituição, destronando as ideias dos astrónomos da época.

1846 - 1919: Pickering foi aquele visionário que acreditou nas

capacidades das duas mulheres que destacamos acima. Sem os "seus

computadores" ou o "seu harém" (como a comunidade cientifíca as

designava) os pilares da astronomia moderna podiam não ter sido

construídos de forma tão sólida e tão célere. Proporcionou assim uma

revolução científica, mas também social, dando oportunidade a mulheres.

tinyurl.com/cpayne-bio | tinyurl.com/anniejc-bio | tinyurl.com/pick-bio

Page 8: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus 8

dados da Ciência atual

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intellectus 9

...até 2012

Investigadores em I&D (por milhão de habitantes)

84 1046

Page 10: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus 1 0

ddeepprreessssããoo

Page 11: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus 1 1

Todas as pessoas já se sentiram tristes,

contudo essa tristeza, normalmente, é, ou

pode ser, ultrapassada ao fim de alguns dias.

À medida que se for prolongando essa

tristeza pode suspeitar-se sobre a

possibilidade dum estado depressivo. Quando

estás deprimido provocas sofrimento a ti

próprio e àqueles que se preocupam contigo,

pois interfere negativamente com as tuas

atividades diárias, daí a depressão, embora

muitas vezes comum, ser uma doença

bastante séria. A maioria das pessoas com

depressão nunca procuraram ajuda, nem

qualquer tipo de tratamento. Porém, mesmo

aqueles que se encontram num estado

depressivo severo, podem melhorar

significativamente com recurso a tratamento.

Medicação, psicoterapia e outros métodos

podem tratar eficientemente pessoas com

depressão.

"Depressão é umadoença comum, masbastante séria."

Linus Torvalds (2009)

Existem várias formas de transtornos

depressivos. Perturbação depressiva maior

(severa) é caraterizada por uma combinação

de sintomas que interferem com a

capacidade de trabalhar, dormir, estudar,

comer e desfrutar de outras atividades

diárias. Depressão severa inibe

completamente as rotinas e vivências

normais do dia-a-dia. Algumas pessoas

experienciam esta pertubação uma vez na

vida, enquanto na maioria dos casos

manifesta-se através de múltiplos episódios

(períodos) depressivos. Perturbação

distímica ou distímia carateriza-se por

sintomas de longo prazo (2 anos ou mais)

O que é depressão? Quais os diferentestipos de depressão?

Page 12: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus 1 2

em que pode não ocorrer manifestações

severas de depressão que desabilitem a

pessoa das rotinas diárias, mas que provocam

um mal-estar generalizado, inibindo assim

uma vivência normal. Quem sofre de

distímia pode eventualmente experienciar

episódios de depressão severe ao longo da

sua vida. Depressão menor é caraterizada

por um período de duas semanas ou mais no

qual não se reconhecem os critérios

fundamentais duma depressão severa. Sem

qualquer tipo de tratamento, as pessoas com

depressão menor mantêm um elevado risco

de evoluírem para uma perturbação

depressiva severa. Algumas formas de

depressão são ligeiramente diferentes entre si

ou desenvolvem-se mediante circunstâncias

específicas. Porém, não há consenso acerca

da caraterização ou definição das seguintes

formas de perturbações depressivas:

Depressão psicótica ocorre quando alguém

manifesta um estado depressivo

consequência dum episódio psicótico, tal

como, rutura com a realidade (delírios), ou

percecionar coisas que mais ninguém

naquele momento o consegue fazer

(alucinações). Depressão pós-parto é algo

muito mais sério do que a comum mudança

física e hormonal, a par da responsabilidade

de cuidar dum récem-nascido que as

mulheres/mães experienciam após o parto.

Estima-se que 10 a 15 % das mulheres,

récem-mães, desenvolvem depressão pós-

parto.1 Perturbação sazonal afetiva é por

Page 13: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus 1 3

"Quem desenvolvedepressão necessita de

tratamento paramelhorar."

momentos depressivos que alternam com

episódios de exagerada euforia.

definição uma depressão causada, em muitas

pessoas, pelos meses de inverno, ou seja,

quando existe menos luz solar. Na primavera

e durante o verão este estado depressivo

desaparece. Esta perturbação pode ser

tratada eficientemente com terapia luminosa,

contudo para cerca de metade dos que

sofrem desta pertubação não basta somente a

terapia luminosa para tratá-la. Fármacos

antidepressivos e psicoterapia podem reduzir

substancialmente os sistomas deste tipo de

perturbação, quer sejam tratamentos

singulares ou utilizados em combinação com

terapia luminosa.2 Perturbação bipolar

também chamada doença depressiva-maníaca

não é tão comum como a depressão severa

ou a distímia. Esta perturbação é caraterizada

por mudanças bruscas de humor; exemplo de

Pessoas com doença depressiva não

experimentam os mesmos sintomas. A

severidade, duração e frequência dos

sintomas varia de caso para caso.

Quais os sinais esintomas da depressão?

sinais e sintomas:Tristeza persistente, angústia ou

sentimento de "vazio"

Ausência de esperança ou pessimismo

Sentimento de culpa, de sem valor ede ausência de ajuda

Page 14: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus 1 4

Outras doenças podem já existir antes da

depressão, podem causá-la ou podem ser

uma consequência da mesma. Contudo a

depressão e outras doenças interagem de

forma diferente de pessoa para pessoa. Em

cada caso, doenças combinadas devem ser

diagnosticadas e tratadas com celeridade.

Perturbações de ansiedade, tal como stress

pós-traumático, perturbação obsessiva-

compulsiva, ataques de pânico, fobia social e

perturbação ansiosa generalizada coexistem

frequentemente com a depressão.3,4 Stress

pós-traumático pode ocorrer posteriormente

à vivência duma situação de terrível impacto

pessoal, tornando-se as consequência

traumáticas; exemplos como assaltos

violentos, desastres naturais, acidentes graves

ou abusos de variados tipos, podem

despoletar uma reação fortemente traumática

no caso da vítima. Quem sofre de stress pós-

traumático tem elevadas possibilidades de

silmultaneamente sofrer de depressão. Em

estudos realizados pelo Instituto Americano

Que doenças coexistemfrequentemente com a

depressão?

Irritabilidade e/ou falta de descanso

Perda de interesse em atividades antesprazerosas, incluindo sexo

Fadiga ou falta de energia

Dificuldade de concentração, derelembrar detalhes e de tomar decisões

Insónias ou excesso de sono

Ingestão de comida em excesso oufalta de apetite

Pensamentos suicidas ou tentativas desuicídio

Dores, cefaleias ou problemasdigestivos que não abrandam mesmo

com tratamentos específicos

Page 15: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus 1 5

de Saúde Mental (NIMH - National Institute

of Mental Health) verificou-se que mais de

40 % daqueles(as) com stress pós-traumático

experimentam 4 meses de depressão, a partir

do evento traumático.5 Consumo de álcool,

abuso de drogas ilegais e/ou legais e qualquer

tipo de dependência química muitas vezes

são acompanhados de depressão.

Investigações têm demonstrado a estreita

relação entre perturbações de humor e o

abuso de estupefacientes. A depressão pode

ainda ocorrer em conjunto com estados

clínicos mais graves, tais como, doenças

cardiovasculares, cancro, sida (HIV),

diabetes e doença de Parkinson. Pessoas com

estados clínicos mais complexos e tendo

desenvolvido depressão ficam mais

vulneráveis em ambos os casos, isto é, existe

uma dificuldade em recuperar quer duma

quer de outra doença, tornando assim os

custos médicos muito superiores, no caso de

tratamento7. Todavia o tratamento singular

da depressão pode em muito auxiliar a

recuperação no caso das doenças que com

ela coexistem8.

"Investigadoresindicam que as

doenças depressivassão perturbações do

cérebro."

Na maioria dos casos de depressão as causas

residem em fatores genéticos, biológicos,

ambientais e psicológicos. Doenças

depressivas são perturbações do cérebro.

Teorias mais antigas sobre depressão

sugerem que desequilíbrios químicos de

importantes neurotransmissores sãos as

causas principais para o aparecimento desta

doença. Todavia tem sido difícil de provar

esta relação. Tecnologias que permitem

imagens da atividade cerebral, tal como

ressonância magnética, tem mostrado uma

diferença significativa entre um cérebro com

perturbação depressiva e um cérebro em

estado normal. As partes do cérebro afetas

ao humor, apetite, sono, pensamento e

comportamento manifestam-se diferentes.

Quais as causas dadepressão?

Page 16: Revista Intellectus - Junho 2014

Contudo, através dessas imagens não é

possível concluir-se nada de concreto acerca

das causas da depressão. Não podem,

igualmente, ser usadas para diagnóstico de

perturbações depressivas. Alguns tipos de

depressões manifestam-se habitualmente em

determinadas famílias. Mas, factualmente,

depressões podem ocorrer, também, em

pessoas sem qualquer tipo de antecedentes

familiares da doença.9 Os cientistas estão a

estudar genes que indiciem maior propensão

para desenvolver-se uma perturbação deste

tipo. Alguns estudos sugerem a relação dum

conjunto de genes no desenvolvimento da

depressão, quando em presença de

determinados tipos de fatores ambientais.10

Adicionalmente, traumas, perda de ente(s)

querido(s), relacionamento amoroso

complicado ou qualquer outro tipo de

circunstância stressante podem causar

episódios depressivos. Todavia, episódios

depressivos podem, também, ocorrer sem

qualquer causa mais evidente ("gatilhos").

Depressão, mesmo nos casos mais severos,

pode ser efetivamente tratada. Quanto mais

cedo se começar o tratamento mais efetivo

se torna. O primeiro passo é procurar um

médico ou um especialista em saúde mental.

Alguns medicamentos e algumas situações

médicas, tal como viroses ou perturbações

de funcionamento da tiróide, podem causar

os mesmos sintomas duma depressão. Um

médico pode descartar essas possibilidades,

através duma consulta, exames e/ou testes

laboratoriais. No caso do médico não

encontrar uma causa médica para tais

sintomas, o passo seguinte é avaliação

psicológica. Neste caso, o médico encaminha

o paciente para um profissional de saúde

Como é diagnosticada etratada a depressão?

intellectus 1 6

"Imagens cerebraisnão são usadas nodiagnóstico dadepressão."

Page 17: Revista Intellectus - Junho 2014

neurotransmissores, especialmente nos casos

da serotonina e noradrenalina. Outros

antidepressivos atuam sobre a dopamina

(neurotransmissor). Cientistas identificaram

uma relação entre estes neurotransmissores e

o humor, no entanto existe bastante incerteza

na exatidão de como esta relação funciona.

"Tratamentos maiscomuns são através

de fármacos epsicoterapia"

mental, que falará com o paciente sobre

qualquer histórico familiar de depressão ou

outra perturbação mental e elaborar um

completo histórico de sintomas do paciente.

Deverá esclarecer-se acerca de quando

começaram os sintomas, quanto tempo

duram, o quão severos foram ou são e se já

recorreu a algum tipo de tratamento.

Habitualmente o profissional de saúde

mental pergunta, também, se o paciente usa

drogas ou álcool e se já teve ou tem

frequentes pensamentos de morte e suicídio.

Uma vez diagnosticada, uma pessoa com

depressão pode ser tratada de várias formas,

sendo as mais comuns através de fármacos

e/ou psicoterapia.

intellectus 1 7

Antidepressivos atuam primeiramente

nos químicos do cérebro, chamados

Fármacos

Novos antidepressivosOs mais recentes antidepressivos e também

dos mais populares são os inibidores

seletivos de recaptação de serotonina (ISRS).

Prozac, Zoloft, Lexapro, Paxil e Celexa são

os mais prescritos ISRS no que respeita ao

tratamento da depressão. Muitos existem em

Page 18: Revista Intellectus - Junho 2014

versões de medicamentos genéricos.

Inibidores de recaptação de serotonina e

noradrenalina (IRSN) são também usados no

tratamento de perturbações depressivas,

sendo em muito semelhantes aos ISRS e

estando disponíveis comercialmente como

Effexor e Cymbalta. ISRS e IRSN

apresentam, habitualmente, menos efeitos

secundários em comparação com outros

medicamentos antidepressivos, mas

pontualmente produzem dores de cabeça,

náuseas, inquietação, ou insónias quando se

inicia o tratamento com estes fármacos. De

realçar, que estes sintomas tendem a

desaparecer com o passar do tempo, durante

o período de tratamento. Há também casos

de problemas na atividade sexual, muitas

vezes corrigidos com ajustamento da

dosagem, ou troca de fármaco.

intellectus 1 8

Como devo tomar amedicação?

Todos os medicamentos antidepressivos

devem ser usados, no mínimo, durante 4 a 6

semanas até que se possa observar a

eficácia (ou não) do(s) mesmo(s).

Posteriormente a este primeiro período deve-

se continuar a tomar a medicação, para que a

depressão não volte. A interrupção da mesma

apenas deve ser "autorizada" pela supervisão

dum profissional médico, para que se possa

analisar devidamente a evolução do quadro

clínico do paciente. Muitas vezes a redução

gradual da administração do fármaco deve-se

ao teste de verificação do comportamento do

paciente e a reação do seu organismo à

diminuição da dosagem. Normalmente os

antidepressivos não tendem a ser de caráter

aditivo (viciante), no entanto pode ocorrer

Page 19: Revista Intellectus - Junho 2014

casos de ressaca na retirada da medicação.

Muitos indivíduos com depressão crónica ou

depressão recorrente deverão receber

tratamento (parte deste através de fármacos)

indefinidamente. Adicionalmente, considere-

se que caso um tipo de fármaco não tenha

resultados significativos deverá procurar-se

outro tipo de medicamentos, para que não

haja ausência de tratamento. Estudos

realizados pelo Instituto Americano de

Saúde Mental referem que no caso de

pessoas não serem bem-sucedidas no

primeiro fármaco antidepressivo, quando

mudam para outro (ou acrescentam outro)

aumentam grandemente as hipóteses de

erradicação da perturbação depressiva28,29.

Alguns estimulantes, fármacos antiansiedade,

ou outro tipo de medicamentos são usados a

par dos fármacos antidepressivos,

especialmente se a pessoa padecer doutro

tipo de perturbações psicológicas. Porém,

estimulantes e medicamentos antiansiedade

por si só não tem qualquer impacto no que

concerne ao tratamento da depressão e

devem somente ser utilizados sobre

supervisão médica.

"Efeitos secundáriosanormais devem ser

urgentementecomunicados ao

médico"

intellectus 1 9

Sobre Erva-de-são-João:

Extrato da erva-de-são-joão é usado há

séculos como remédio/medicamento natural.

Atualmente, na Europa é usado

extensivamente no tratamento da depressão

moderada. Nos E.U.A. é um dos produtos

botânicos mais vendidos. Numa experiência

de 8 semanas envolvendo 340 pacientes

diagnosticados com perturbação depressiva

severa, comparou-se tratamentos baseados

em extrato de erva-de-são-joão, um ISRS

comum e também um placebo (comprimido

de açúcar). Chegou-se à conclusão que o

extrato de erva-de-são-joão não era mais

eficiente do que o placebo no tratamento de

perturbação depressiva severa31. Contudo, o

seu efeito pode ser mais efetivo em pequenas

ou moderadas depressões. Na generalidade,

o tratamento da depressão com erva-de-são-

joão está ainda num processo de estudo. Este

extrato de erva pode interagir com alguns

fármacos, incluindo os de controlo do vírus

da SIDA. Pode ainda interagir com pílula

contracetiva e outros de controlo cardíaco.

Page 20: Revista Intellectus - Junho 2014

Vários tipos de psicoterapia, ou "terapia da

conversação", podem ajudar efetivamente no

tratamento da depressão. Dois principais

tipos de psicoterapia - Terapia

Comportamental Cognitiva (TCC) e Terapia

Interpessoal (TIP) - são verdadeiramente

efetivos no tratamento de perturbações

depressivas. TCC ajuda pessoas com

depressões assentes em padrões de

pensamento restruturados negativamente.

Assim sendo, ajuda essas pessoas a

interpretarem o meio envolvente duma forma

mais positiva e realista. Permite também

reconhecer comportamentos ou pensamentos

que despoletaram a depressão, podendo

assim conseguir-se uma correção dessas

mesmas causas para que não se agrave o

intellectus 20

Psicoterapia estado depressivo. TIP ajudas as pessoas a

compreenderem e a trabalharem, através de

relações conturbadas, associadas à origem da

depressão ou interligadas ao seu

agravamento. No caso de depressão ligeira,

ou moderada, a psicoterapia pode ser a

melhor opção. Todavia, em situações de

depressões severas, ou nalgum tipo de grupo

de pacientes, a psicoterapia poderá não ser

suficiente. Para adolescentes a combinação

da psicoterapia com determinado tipo de

medicamentos é o tratamento mais efetivo

para que a depressão seja erradicada e não se

torne recorrente27. Noutro estudo do género,

concluiu-se que medicamentos em

combinação com TIP, entre adultos, produz

efeitos bastantes eficientes na eliminação de

depressões recorrentes, caso este tratamento

seja feito ao longo de dois anos23.

"Saint johns wart flowers". Licensed under GNU Free Documentation License 1.2 via Wikimedia Commons ­ http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Saint_johns_wart_flowers.jpg#mediaviewer/File:Saint_johns_wart_flowers.jpg

Flor da erva-de-são-joão

Page 21: Revista Intellectus - Junho 2014

"Nunca ignorarcomentários de suicídioe procurar ajuda de

especialistas"

intellectus 21

Se conheces alguém com depressão, isso

também te afeta a ti. A coisa mais

importante que poderás fazer é ajudar esse

amigo ou familiar a procurar ajuda, obter um

diagnóstico e conseguir tratamento. Encoraje

essa pessoa próxima a permanecer no

tratamento e a procurar por alternativas se

nada mudar em 6 a 8 semanas.

Como ajudar um amigo oufamiliar com depressão?

Ajudar amigo ou parente:1. Oferecer apoio emocional, compreensão,

paciência e encorajamento;

2. Conversar e ouvir atentamente;

3. Nunca ignorar sentimentos, mas trazê-lo à

realidade, oferecendo esperança;

4. Nunca ignorar comentários de suicídio e

reportá-los ao especialista;

5. Convidá-lo para passeios/caminhadas e/ou

outras atividades. Vá tentando sempre, mas

não force demasiado no início;

6. Assistir nas idas ao especialista;

7. Lembrá-lo que com tratamento a

depressão será vencida.

Se estás deprimido poderás sentires-te

exausto, desamparado e sem esperança.

Poderá ser extremamente difícil tomar

alguma medida para nos ajudarmos a nós

próprios. Mas começando a reconhecer a

depressão e procurando tratamento, passarás

a sentires-te muito melhor.

Como ajudar-me em casode depressão?

Ajudar-nos:1. Não demores na procura de ajuda, pois

estudos indicam que isso só agrava o estado;

2. Tenta ser ativo, praticando desporto ou

outras atividades de que gostes;

3. Traça objetivos realistas;

4. Elimina tarefas complexas e/ou morosas,

dividindo-as em partes mais simples;

5. Não te isoles. Procura socializar com

amigos ou mesmo novas pessoas;

6. Não desanimes com pequenos resultados

ou ausência deles no início, pois a

recuperação é gradual;

7. Adia importantes decisões de vida para

quando te sentires melhor;

8. Continua a saber mais sobre depressão.

"Nunca te isoles emcaso de depressão,

pois agrava oestado depressivo."

Page 22: Revista Intellectus - Junho 2014

intellectus 22

bibliografia

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bibliografia

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