revista fh - ed. 215

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SUSTENTABILIDADE RESPONSABILIDADE SÓCIO EMPRESARIAL COMEÇA A SER VISTA COMO FATOR DE CRESCIMENTO PARA AS EMPRESAS IT MÍDIA DEBATE COMO VALOR EM ENTREVISTA, MARINA SILVA AVALIA OS IMPACTOS DO ADOECIMENTO DO PLANETA NA SAÚDE DA POPULAÇÃO FOTO: THAYS CABETTE

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A REVISTA DE GESTÃO, SERVIÇOS E TECNOLOGIAS PARA O SETOR HOSPITALAR - Ano 20 • Edição • 215 • Setembro de 2013

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SUSTENTABILIDADE

RESPONSABILIDADE SÓCIO EMPRESARIAL COMEÇA A SER VISTA

COMO FATOR DE CRESCIMENTO PARA

AS EMPRESAS

IT MÍDIA DEBATE

COMO VALOR

EM ENTREVISTA, MARINA SILVA AVALIA OS IMPACTOS DO

ADOECIMENTO DO PLANETA NA SAÚDE DA POPULAÇÃO

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setembro de 2013 • FH 215

editorial

CoNeXÃo SaÚde WeB

MuNdo afora especialista em inovação, Vijay Govindarajan mostra como o Sistema oftalmológi-co aravind, na Índia, se mantém sustentável oferecendo tratamentos de graça

SaÚde CorporatiVaMedicina do trabalho contribui para diminuir os gastos das empresas ao promo-ver a saúde SaÚde BuSiNeSS SChoolComo evitar erros em decisões que só um Ceo pode tomar? MediCiNa diaGNóStiCa laboratórios podem se deparar com altos investimentos na busca pela excelência, mas a falta de qualidade custará ainda mais caro

eSpeCial dor hospital a.C.Camargo e São Camilo de São paulo investem em áreas específicas para lidar com a dor

operadoraSetor discute o impacto das regulamentações na operação de empresas de peque-no e médio porte

eNtre eloS hospital Moinhos de Vento fecha parceria com o instituto Johns hopkins Medici-ne international

iNdÚStria inovação: setor aponta entraves no acesso à pesquisa, financiamento e questão tributária durante MdM&M

Na BaGaGeM em Copenhagem (dinamarca), com paulo eduardo Cicogna, da fundação pró-rim

teCNoloGia Mobilidade faz parte estratégica do hospital de Clínicas de porto alegre e rede d’or São luiz liVroS ShoWrooM eM CeNa expedicionários da Saúde atendendo em comunidade indígena Munduruku, no pará

peNSadoreSMarina Silva vê a

sustentabilidade como saída para o adoecimento do planeta e os

impactos na saúde populacional

perSoNalidadeSVice-presidente

da Ge heathcare para a al, daurio Speranzini, conta

sobre a nova onda de aquisições e

a relação com os concorrentes

eSpeCial SuSteNtaBilidade 32 poNto de ViSta Sua empresa enxerga a responsabilidade sócio empresarial como valor para o negócio? 34 hoSpital de equipamentos de última geração à reutilização da água da chuva: conheça as preocupações do edifício verde

38 it MÍdia deBate Sustentabilidade é diferencial na hora de captar recursos, abrir capital, contratar fornecedores, pros-pectar fusões etc

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4 SETEMBRO 2013 REVISTAFH.COM.BR

Maria Carolina BuritiEditora de Saúde

SEU NEGÓCIOÉ SUSTENTÁVEL?Nesta edição trazemos uma reflexão sobre sustenta-bilidade, termo usado tão corriqueiramente que, mui-tas vezes, tem o seu valor distorcido. Apresentamos para você, caro leitor, uma discussão que vai além das práticas associadas ao marketing e aos balanços de responsabilidade socioambiental, que costumam ser repletos de sorrisos dos colaboradores.Queremos que você reflita sobre o seu negócio e como a sustentabilidade da sua empresa e a sua responsabilidade como agente do setor podem ser impactados. Muito mais do que cuidar da pracinha ao lado da empresa, o gestor de saúde deve ter em mente quais são as consequências que o seu negó-cio pode causar no entorno da comunidade e como atuar de forma efetiva para reduzir e até eliminar esses danos.Estamos falando em tratar de doentes, evitar no-vos pacientes, e não ser um agente causador de malefícios -, fato que torna a missão do setor uma grande contradição.As ações para reduzir esse impacto vão além de cumprir o que a legislação exige, elas permeiam desde a própria saúde do colaborador empregado na instituição até a escolha pelo fornecedor, enten-dendo este como uma extensão da empresa - ou você

gostaria de ter um prestador de serviço com práticas ligadas à corrupção, destruição do meio ambiente ou trabalho escravo?E é isso que abordamos no IT Mídia Debate desta edição: como as instituições de saúde estão perce-bendo, mesmo que lentamente, o valor que a sus-tentabilidade traz ao negócio. E vimos que isso está diretamente atrelado a boas práticas com todos os envolvidos e à perenidade, pois cada vez mais as instituições financeiras irão considerar a responsa-bilidade sócio empresarial como um componente para avaliação de um empréstimo, por exemplo. Será comum a cobrança por práticas sustentáveis, pois há também um novo tipo de consumidor: o consciente.Ainda dentro da temática redundante mas neces-sária “saúde da empresa de saúde”, entrevistamos a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que será palestrante do Saúde Business Forum 2013, sobre os impactos do adoecimento do planeta na saúde da população. E essas consequências, como já mencio-nado acima, são também preocupações que devem estar na pauta do gestor socialmente responsável para um presente melhor e um futuro sustentável.

Boa leitura!

Foto: Bruno Cavini

EDITORIAL

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O Sistema de Saúde Mãe de Deus utiliza as soluções MV para gerenciar as informações clínicas, assistenciais, administrativas e financeiras de cada uma das dez unidades hospitalares administradas pela instituição. Para o Dr. Alceu Alves da Silva, contar com as soluções MV desde 2007 tem proporcionado simplicidade no acesso a informações estratégicas das unidades, além de garantir o monitoramento do desempenho e alinhamento corporativo.

Indispensável é ter mais eficiência na gestão de saúde.

PARA O DR. ALCEU,INDISPENSÁVEL ÉTER INFORMAÇÕESESTRATÉGICAS.

Dr. Alceu Alves da SilvaSuperintendente ExecutivoSistema de Saúde Mãe de Deus

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FH | CONEXÃO SAÚDE WEB

SETEMBRO 2013 REVISTAFH.COM.BR

VAIE

VEM

CURTAS

Você sabia? Toda vez que você ver estes íconespode acessar nosso portal e consultar fotos e vídeos

www.saudeweb.com.br

Carlos Figueiredo (foto), ex-ANS, assume diretoria executiva AnahpO executivo liderou durante os últimos quatro anos o Programa de Qualificação dos Prestadores de Serviços de Saúde da ANS. Em setembro, assumiu a diretoria executiva da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) no lugar de Daniel Coudry, agora diretor geral da Universal Saúde Assistência Médica.Fo

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Mercado

Grupo NotreDame Intermédica inaugurou em São Paulo o complexo QualiVida, que abrigará 133 profissionais em 18 consultórios, com capa-cidade de atender 31,5 mil associados ao mês. Estrutura marca aposta em medicina preventiva.

Após a fusão entre a Unimed Belo Horizonte e a Unimed Betim, as cooperativas anunciaram investimento de R$ 220 milhões na cidade interiorana. Serão construídos um hospital geral e maternidade e um centro de promoção da saúde.

Secretário geral da Abramge assume presidência da AlamiReinaldo Scheibe, atual secretário geral da Abramge, é o novo presidente da Asso-ciação Latino-Americana de Sistemas Privados de Saúde (Alami). Para ele, Brasil tem experiências regulatórias positivas e negativas para compartilhar com os países da região, mas ressalta: “toda forte regulação engessa o mercado e a criatividade”.

Merck Serono anuncia novo diretor geralno BrasilRoberto Alvarenga é o novo diretor geral da di-visão biofarmacêutica da Merck. O executivo tem 25 anos de experiência em grandes grupos farma-cêuticos globais. No novo cargo, terá a missão de liderar o crescimento da Merck, que no País possui 1.100 funcionários.

Uma Parceria Público Privada (PPP) assinada entre o laboratório EMS e a Furp (Fundação para o Remédio Popular) permitirá o desenvolvimento de 96 novos registros na fábrica de Américo Brasiliense, no interior de São Paulo. Os investimentos previstos superam R$ 130 milhões nos próximos cinco anos.

Subsidiária do Grupo Ve-olia, a Dalkia Brasil anun-

ciou no início de setembro sua venda para o fundo de private

equity Axxon (que ficou com 90% do capital) e para três executivos (10% restantes), incluindo o CEO

Phillipe Enaud. Com a mu-dança, a empresa assume a

marca Vivante.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

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curtas www.saudeweb.com.br

Tecnologia

o estado de são Paulo adotou um sistema de prontu-ário eletrônico nos hospitais do sUs. desenvolvido desde o início de 2012 pela Prodesp, o S4SP (saúde para são Paulo) custou r$ 56 milhões e deve arma-zenar prontuários e históricos de 20 milhões de pacientes em, inicialmente, 22 hospitais.

Pesquisadores do UC Davis Children’s Hospital descobriram que consultas por vídeo melhoram os resultados dos tratamentos infantis. nos eUa, 3% dos especialistas em cuidados pediátricos críticos atendem apenas 21% das crianças no interior do país.

a Rede D’Or São Luiz anun-ciou um projeto de integração que permitirá administrar processos distribuídos em todas as filiais, melhorando a comunicação, reduzindo o tempo de resposta dos pro-cedimentos e integrando pe-didos de exames. a solução fornecida pela Ibm também integra o sistema de triagem smarttrack nas emergências da rede.

os hackers não pou-pam ninguém. desta vez foi a agência nacional de

Vigilância sanitária (Anvisa) que teve um de seus sistemas, o VIsadoc, violados. Usado para

consulta de registro de produtos, o sistema foi retirado do ar e

todos as senhas obtidas foram inutilizadas.

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Armazenar e compartilhar informações de saúde pessoal e familiar por meio de um portal colaborativo. Esse é o objetivo do Digite Saúde (digitesaude.com.br), site para usuários finais, empresas, instituições de saúde, operadoras e governos. A ideia das desen-volvedoras - HQI Consultoria e A2F - é formar uma rede social com informações demográficas de saúde.

WWW

Outra iniciativa online na área de saúde é o Portal Diabe-tes (portaldiabetes.com.br), lançado pela gigante Bayer com conteúdo desenvolvido por médicos e pacientes para o controle da doença. A iniciativa acompanha um aplicativo para dispositivos móveis, o GlicoCare, que pode ser baixado nas lojas Google Play e Apple Store.

VI FÓRUM INTERNACIONAL

DE QUALIDADE EM SAÚDE

21 e 22 de novembroFECOMERCIO/SP

Saiba mais em www.forum.iqg.com ou [email protected]

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

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números

serão treinados pelo Instituto Israelita de responsabilidade social (IIrs), pertencen-te ao albert einstein, de acordo com um novo protocolo de socorro a paradas car-diorrespiratórias, conhecida como código azul, na atenção primária de são Paulo

foram desativados entre janeiro de 2010 e julho de 2013 no sUs, segundo levan-tamento feito pelo conselho Federal de medicina (cFm) baseado em dados do ministério da saúde. Psiquiatria foi a es-pecialidade mais prejudicada, com 7,5 mil vagas a menos

foi o valor do lance feito pela amil no leilão do Hospital santa marina, na capital pau-lista. Lote inclui imóveis e equipamentos da instituição desativada, e foi vendido para quitar dívida de cerca de 2 mil pro-cessos trabalhistas acumulados

levou a produção da indústria brasileira de equipamentos médicos ao patamar de r$ 4,8 bilhões em 2012. apesar do bom re-sultado, hospitais continuam importando mais e déficit comercial do setor chegou a Us$ 3,7 bilhões

Desde 2009 o número de mulheres que entram na medicina no Brasil é maior que o de homens. entre os profissionais com menos de 29 anos, elas já são maioria. e até 2028, haverá um equilíbrio entre o número de homens e melhores exercendo a profissão. Para o estudo, foram considerados os registros disponíveis em Crms, sociedades médicas, Comissão nacional de residência médica, Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGe) e ministério do Trabalho e emprego (mTe).

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13 mil

10,2%

profissionais le

itos

55 milhões

de crescimento

de reais

• Mulheres médicas representam 39,9% entre cerca de 400 mil profissionais registrados no País;

• Em 2010, 7.634 mulheres ingressaram na profissão (antes 6.917 homens);

• Entre médicos com menos de 29 anos, 53,31% eram mulheres em 2012;

• Entre 53 especialidades reconhecidas no Brasil, mulheres predominam em 13, principalmente na atenção básica: pediatria (são 70%), medicina de família e comunidade (54,2%), clínica médica (54,2%) e ginecologia e obstetrícia (51,5%).

• As áreas em que as mulheres menos estão: cirurgia cardiovascular (10%), neurocirurgia (8,2%), ortopedia (5%) e urologia (1,2%).

• Tendência se verifica entre os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): porcentagem de mulheres médicas passou de 28% em 1990 para 38% em 2005.

* Fonte: “A feminização da medicina no Brasil”, de Mário Scheffer e Alex Jones Flores Cassenote, da Fa-culdade de Medicina da USP (FMUSP), publicada na revista Bioética. Endereço: http://migre.me/g0GQq

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A VIDA COMO VALOR MAIOR

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MÉDICO HOSPITALISTAGuilherme Brauner BarcellosNotificação de erros associados aos cuidados em saúde: está o Governo no momento e no caminho certo?“Precisam deixar mais claro para as entidades de classe, sindicatos, representantes de hospitais e, principalmen-te, para os profissionais da linha de frente, como irão pro-teger eventuais inocentes de acusações injustas, riscos legais e de exposição pública.”

GESTÃO COMERCIAL EM SAÚDEEnio SaluS4SP poderá ser o divisor de águas na gestão da saúde“Estamos em uma situação tão crítica na saúde pública que esta discussão é irrelevante… O melhor sistema é o ‘que seja único para todos os hospitais’, e ‘que funcione’ quando aquele que depende dele necessitar!”

VIGILÂNCIA SANITÁRIA ESTRATÉGICAGil MeizlerAtenção! Decreto desobriga Cbpf para dispositivos médicosNovas regras trazerem descompasso entre o preconiza-do e o praticado, podendo causar prejuízos à população e às empresas fabricantes de dispositivos que participam de licitações.

JURISPRUDÊNCIA NA SAÚDERenata Vilhena SilvaIneficiência da ANS impulsiona reajustes abusivosPara advogada, Brasil patina em questões éticas ao no-mear para a direção da agência reguladora “pessoas com interesses escusos”.

BLOGS Leia e discuta com nossos colaboradores os assuntos mais quentes do mês:www.saudeweb.com.br/blogs

EU LEIO A FH POR SER UM RICO INSTRUMENTO DE INFORMAÇÃO NO SEGMENTO DE SAÚDE. SEU CONTEÚDO ESTÁ SEMPRE ALINHADO AOS TEMAS MAIS IMPORTANTES PARA O NOSSO SETOR, E FINAMENTE CONECTADO ÀS EXPECTATIVAS DOS GESTORES, O QUE A TRANSFORMOU EM UM DOS MAIS CONCEITUADOS VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO DO NOSSO MERCADO.

Gabriel Palne, CEO da Geriatrics

EU LEIO A FH

MULTIMÍDIA

BENEFÍCIOS DA SUSTENTABI-LIDADE EM DEBATEEspecialistas e gestores se reuniram na IT Mídia para discutir benefícios, dificulda-des e formas de inovação em sustentabilidade hospitalar.

Veja: http://migre.me/g10oC

DISCOTECA VIRA PRESENTE DE ANIVERSÁRIO PARA CEN-TRO PSIQUIÁTRICO DO RIOA niversário de 15 anos do Centro Psiquiátrico do R io de Janeiro (CPR J) inaugurou discoteca com mais de 3, 5 mil LP ’s doados à instituição.

Veja: http://migre.me/fYuue

MARCELINO CHAMPAGNAT INAUGURA UNIDADES DE CARDIOLOGIA E NEUROLOGIAHospita l do Gr up o Ma r i sta , de Cu r it iba ( PR ), colocou Un idade Corona r ia na e Neu-rova scu la r ( UCN ) com 10 b oxes em f u nciona mento.

Veja: http://migre.me/fYuxIb oxes em f u nciona mento.

mil LP ’s doados à instituição.

sustentabilidade hospitalar.

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Entre em contato conosco e conheça as vantagens de

profissionalizar a sua gestão de suprimentos

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FH | pensadores

14 setembro 2013 revistafh.com.br

maria Carolina buriti | [email protected]

Caminho

únicoÀs vésperas do registro do partido rede sustentabilidade, a palestrante do saúde business Forum 2013 Marina Silva aFirma que é impossível dissociar o adoecimento do planeta dos impactos na saúde da população, e aFirma que para o gestor de saúde só há a alternativa do desenvolvimento sustentável

maria osmarina marina silva vaz de lima ou marina silva, como é conhecida mundo afora, é uma das 50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta, de acordo com o jornal britânico the guardian. sua trajetória, tantas vezes já

mencionada, registra a luta pela própria vida (foram três hepatites, cinco malárias e uma leishmaniose), pelo aprendizado, pois só conseguiu se alfabetizar aos 16 anos e a já sabida militância em prol do desenvolvimento sustentável - que segue esbarran-do em conflitos econômicos. mas a ex-ministra do meio ambiente garante: “mesmo os gestores de saúde incapa-zes de enxergar essa questão acabarão por entender que esse é o único caminho”.nos últimos dias do mês de agosto, ela enfrenta um novo desafio: conseguir registrar o partido rede sustentabilidade, o que implica uma provável candidatura à presidên-cia da república em 2014, que a ex-senadora afirma ser “apenas uma possibilidade”. e foi justamente na reta final da formalização de seu partido -, até o fechamento des-ta edição, que ocorria o processo de validação das 500 mil assinaturas necessárias para a criação -, que ela concedeu essa entrevista à Fh. por conta dos compromissos relativos ao registro, ela respondeu às perguntas por e-mail.

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FH: Como ser um homem saudável em um planeta doente?Marina Silva: É claro que há uma di-mensão pessoal nesta discussão, afi-nal todos sabem que é preciso ter uma vida saudável, cuidar da alimentação, fazer exames periódicos e procurar um médico sempre que necessário. Mas não faz sentido pensar na saúde individual como se estivesse separa-da da saúde do planeta. Nossa saúde depende de fatores como a qualidade do ar, da água e dos alimentos. Como posso ser saudável se vivo em uma região sem saneamento básico? Como posso ser saudável se habito uma ci-dade que não controla os poluentes? Questões como estas são fundamen-tais para a saúde dos indivíduos. Não dá para ter vida saudável sem aces-so à rede de esgoto, triste situação da metade da população brasileira; ou à água potável, problema que afeta 30 milhões de brasileiros. Se o governo libera agrotóxicos proibidos na maio-ria dos países, é claro que isso irá afe-tar a saúde das pessoas. Todas essas questões estão interligadas.

FH: As mudanças climáticas também têm como consequência populações mais vulneráveis e novas enfermi-dades. Você acredita que essas con-sequências são levadas em conside-ração pelas lideranças de Saúde no Brasil e no mundo?Marina: O aquecimento global traz riscos enormes. Há inúmeros estudos que preveem o aumento da incidência de doenças tropicais transmitidas por mosquitos, como a malária e a dengue. A Agência Francesa de Segurança Sa-nitária do Meio Ambiente já apontou que, com a elevação da temperatura dos oceanos em um ou dois graus Cel-sius, podem surgir novas bactérias que representarão risco potencial para o homem. As mudanças climáticas pro-vocam o aumento de poluentes, como as partículas finas, que causam doen-ças respiratórias. Há na comunidade científica um consenso de que o aque-cimento global é responsável também por uma incidência maior de eventos extremos, como furacões, chuvas inten-

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QUEMÉ licenciada em História pela Universidade Federal do Acre e pós-graduada em psicopedagogia.

Foi vereadora, deputada estadual, senadora por dois mandatos (1995 a 2011) e Ministra do Meio Ambiente (2003 até maio de 2008) pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Em 2010 foi candidata à Presidência da República pelo Partido Verde, do qual desfiliou-se em julho de 2011.

Recebeu o “2007 Champions of the Earth”, principal prêmio da ONU na área ambiental, a medalha Duque de Edimburgo, em reconhecimento à sua trajetória e luta em defesa da Amazônia brasileira – o prêmio mais importante concedido pela Rede WWF e, em 2009, recebeu o prêmio Sophie da Sophie Foundation, concedido a pessoas e organizações que se destacam nas áreas ambientais e do desenvolvimento sustentável, em Oslo, Noruega.

Também em 2009, recebeu da Fundação Príncipe Albert II de Mônaco o Prêmio sobre Mudança Climática (Climate Change Award), em reconhecimento à sua contribuição para projetos na área do meio ambiente, ações e iniciativas conduzidas sob a ótica do desenvolvimento sustentável.

Desde março de 2011 integra o Millennium Development Goals (MDG) Advocacy Group, organismo voltado para trabalhar juntamente com o secretário-geral da ONU na construção de uma vontade política e uma mobilização global para que os objetivos sejam realizados até 2015 em benefício dos pobres e vulneráveis.

PERFIL

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NÃO FAZ SENTIDO PENSAR NA SAÚDE INDIVIDUAL COMO SE ESTIVESSE SEPARADA DA SAÚDE DO PLANETA

sas e grandes secas. O efeito desses fenômenos sobre a saúde pública pode ser tremendo, especialmen-te entre as pessoas mais pobres, como as populações do semiári-do nordestino e das periferias das grandes cidades brasileiras. Acre-dito que as lideranças de Saúde es-tão, em boa parte, conscientes des-ses problemas e riscos. A questão é que não podemos enfrentar as mudanças climáticas por meio de instrumentos isolados e pontuais. Os governos têm o dever de trans-formar esse desafio em uma políti-ca central de Estado e, ao mesmo tempo, estabelecer diretrizes que envolvam diferentes áreas de suas administrações. A transversalida-de das políticas públicas é funda-mental para que possamos mitigar os efeitos do aquecimento global. A dificuldade existente hoje no Bra-sil é que as políticas públicas são desenvolvidas para o curto prazo dos políticos. Mas é preciso pensar no País das próximas décadas, não dos próximos quatro anos.

FH: Uma de suas propostas está ligada a cidades saudáveis, o que também implica em cida-dãos saudáveis. Como alcançar esse objetivo em metrópoles cada vez mais problemáticas e, por consequência, morado-res mais adoentados?Marina: A criação de cidades saudáveis passa pela adoção de políticas urbanas que tenham a sustentabilidade como valor cen-tral. Isso significa a proteção de mananciais, a garantia de acesso da população à rede de coleta e tratamento de esgotos e a elimi-nação dos lixões, entre outros desafios. Há muita coisa a ser fei-ta. Quase 40% do lixo produzido no Brasil é despejado nos lixões e aterros controlados. Apenas 27% dos municípios brasileiros enviam seu lixo para os aterros sanitários. Há três anos foi promul-gada a lei que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ela estabeleceu que os municípios encaminhassem seus planos de

gestão ao governo federal até 2012, mas apenas 10% cumpriram o prazo. Ou seja, os desafios são tremendos em todas as esferas de governo. Não se pode, tampouco, pensar em cidades saudáveis sem uma política de mobilidade urbana saudá-vel. É preciso reordenar os investimentos com o objetivo de integrar modais e otimizar frotas e itinerários, sempre com o objetivo de reduzir o tempo das viagens dos trabalhadores. É preciso garantir uma urbanidade saudável, o que passa pela criação de mecanismos de financiamento e de subsídios para dar conta das necessidades ha-bitacionais dos brasileiros e pela urbanização das favelas. A bicicleta deve ser vista como um meio de transporte, não apenas como equipamento de lazer, e para isso é preciso criar uma estrutura para que possa ser usada de forma segura.

FH: As empresas de saúde (envolvendo toda cadeia: hospitais, operadoras, indústria) têm a missão de prezar pela saúde da população, mas são grandes causadoras de impactos ambientais, principalmente os hospitais que são produtores de grandes quantidades dos mais variados tipos de lixo (químico, biológico). Como você avalia a atuação destas empresas no que tange a redução de impactos?Marina: Não sou especialista em lixo hospitalar, mas sei que nos últimos anos avançou muito a consciência das empresas de saúde sobre a importância da coleta e destinação correta de lixos químicos e biológicos. É claro que ainda existem problemas. Há poucos dias, por exemplo, os jornais noticiaram que foram encontrados materiais como seringas, ampolas, medicamentos e roupas de pacientes em uma área

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FH | PENSADORES

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de proteção ambiental na Baixada Fluminense. Essas notícias volta e meia aparecem. O questionamento mais importante sobre lixo hospita-lar talvez deva ser feito às autorida-des municipais, responsáveis pela gestão desses resíduos. A dura rea-lidade é que, por não terem aterros sanitários, muitos municípios des-pejam o lixo hospitalar em lixões. A Política Nacional de Resíduos Sólidos estabelece o fim dos lixões até 2014, meta que, infelizmente, não deve ser alcançada. FH: Em sua opinião, o gestor de saúde (o empresário, dono de hospital ou seguradora) já en-xerga a sustentabilidade como valor para o negócio ou há ainda muita miopia se comparada aos outros setores?Marina: Muitos dos novos hospitais construídos no Brasil já obedecem a padrões sustentáveis. O empresário do setor parece ter se dado conta de que vale investir um pouco mais na construção e depois economizar no consumo de energia, na geração de energia alternativa, na diminuição e tratamento de resíduos e no apro-veitamento de águas pluviais, que podem ser usadas para a lavagem de áreas coletivas, por exemplo. Al-guns hospitais brasileiros já fazem a compostagem de lixo orgânico, que depois é usado como adubo. Muitos hospitais e consultórios já começam a substituir termômetros e equipamentos que usam mercú-rio por soluções digitais, que não agridem o meio ambiente. Mesmo os gestores de saúde incapazes de enxergar essa questão acabarão por entender que esse é o único cami-nho. Os consumidores de serviços, em todas as áreas, estão cada vez

mais conscientes de que qualquer atividade humana deve respeitar o meio ambiente e colaborar com o desenvolvimento susten-tável. Os empresários que resistirem a essa nova consciência enfrentarão cada vez mais dificuldades em seus negócios. FH: Como levar ao setor de saúde a pauta do desenvolvimento sustentável diante de tantos gastos em novos empreendimentos, motivados pela carência de estrutura? Marina: A necessidade de investir em infraes-trutura e novos empreendimentos de saúde, dos quais o País está tão carente, não elimina a urgência de trazer as preocupações sustentáveis ao setor. É importante que a sustentabilidade seja entendida em sua dimensão mais ampla. Ela não significa apenas cuidado com o meio am-biente. Passa também pela gestão eficiente dos recursos, pela colaboração entre todas as esferas envolvidas e pela criação de mecanismos que antecipem problemas futuros.

FH: Saúde está na pauta dos candidatos em todas as esferas de governo. E, nos últimos meses, as pessoas tomaram as ruas pedindo respostas mais efetivas dos gestores públi-cos, o que promete debates acalorados no próximo ano em razão das eleições. Na sua avaliação, qual é o principal problema da saúde brasileira?Marina: Um dos principais problemas é o fato de o Brasil priorizar o atendimento emergen-cial. Precisamos adotar estratégias preventi-vas, com o reforço da Atenção Básica. O Brasil precisa promover a formação de médicos ge-neralistas, enfermeiros, assistentes sociais e

agentes comunitários, profissionais que tra-balhem junto da população e que entendam seus problemas, o ambiente em que vivem. O Programa da Saúde na Família precisa ser fortalecido e aprimorado, para que as pessoas recebam em suas casas ou no posto de saúde mais próximo toda a atenção de que necessi-tam. Na minha visão, outro problema impor-tante é o SUS, uma conquista da população brasileira que, porém, precisa ser fortalecida e aprimorada. É fundamental que o governo federal aumente os repasses ao sistema e apri-more a gestão desses recursos. FH: Como ex-candidata à presidência do Partido Verde e possível candidata pelo pela Rede Sustentabilidade, o que você propõe para mudar?Marina: É preciso deixar claro que, por en-quanto, essa é apenas uma possibilidade. Se eu for candidata, pretendo em primeiro lugar ouvir as pessoas engajadas na discussão da melhoria da saúde no Brasil, o que inclui em-presários, gestores públicos e profissionais. Não acredito em fórmulas prontas, feitas para causar impacto no horário eleitoral. É preciso discutir e encontrar as melhores soluções. Há, porém, algumas questões que são con-sensuais. O aumento dos repasses federais ao sistema de saúde é uma delas. Outra é dar prioridade à atenção básica, com o fortale-cimento do Programa Saúde da Família. É preciso ainda promover a articulação das três esferas de governo em uma rede de serviços de saúde, integração que precisa ajudar tam-bém na prevenção e combate de doenças, como a dengue e a hepatite.

A POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ESTABELECE O FIM DOS LIXÕES ATÉ 2014, META QUE , INFELIZMENTE , NÃO DEVE SER ALCANÇADA

Foto: Cacá Meirelles

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Para desenvolver uma visão de negócios sobre o setor de saúde brasileiro é preciso... compre-ender os desafios de infraestrutura do País, respeitar as características geográficas das regiões e, acima de tudo, contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacien-tes, levando saúde de qualidade a mais brasileiros.

Mais de dez anos em cargos de liderança de empresas de saúde (GE Healthcare, Philips Healthca-re e Guerbet Internacional) serviram... para concluir que a América Latina (AL) é uma das regiões mais complexas no mundo em termos de sistemas de saúde. Com a heteroge-neidade cultural dos 37 países que compõe a região e economias em diferentes mo-mentos de maturidade.

O que me motiva acordar todos os dias e enfrentar as responsabilidades de ser o vice-presidente comercial da GE Healthcare para a América Latina é... saber que podemos, de forma única e genuína, a judar os médicos e profissionais de saúde a proporcionar melhoria na quali-dade de vida da população, mais especificamente dos pacientes.

Olhar para os quase sete anos de Philips, tendo conduzido importantes aquisições (VMI, do seg-mento de raio-X; Dixtal, de cuidados críticos; Tecso, especializada em RIS; e Wheb Sistemas, com foco em sistema de gestão hospitalar) representou... o desenvolvimento e implementação de uma estratégia de médio e longo prazo baseada em ações orgânicas e inorgânicas bem definidas. Parte da política industrial do setor de saúde do Brasil foi influenciada pelo momento que eu vivi na empresa. Além de ter contribuído para que o mercado industrial de saúde tivesse um desenvolvimento acelerado e importante em termos de transferên-cia de tecnologia e processos industriais. Atualmente, muitas empresas multinacionais possuem fábricas no Brasil e, hoje, vê-la como competidora significa a realização de um sonho maior para o País.

Com as recentes aquisições (XPro e Omnimed), a GE pretende... criar oportunidades significa-tivas de vendas e expandir a cobertura de mercado da companhia. As tecnologias desen-volvidas por estas empresas são um complemento para a GE. Espera-se que as aquisi-ções proporcionem uma plataforma de exportação para a América Latina, reforçando o nosso comprometimento de tornar o acesso à saúde uma realidade na região. Avalio a disputa de mercado entre GE, Philips e Siemens como... um exercício diário, por par-te da GE Healthcare, de buscar melhorias contínuas em seus produtos, processos e soluções. Acredito que empresas fortes elevam o nível da concorrência.

De um lado, o crescimento de soluções em diagnósticos por imagens, de outro, a falta de um registro integrado, assim como problemas para o acesso de exames. Essa situação será solucio-nada quando... o governo e a iniciativa privada puderem encontar uma forma de se conec-tar de maneira mais efetiva e regulamentada. A cada momento as empresas desenvolvem produtos e serviços que a judam a suprir essa grande demanda de mercado.

Para impulsionar comercialmente a região latino-americana, levando em conta sua heteroge-neidade, e desenvolver produtos locais, sigo a estratégia... de jogar o jogo que o País exige, apostando em soluções e projetos que condizem com a necessidade e realidade nacio-nal. O Brasil e outros países da AL têm muitas oportunidades de melhoria de cober-

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tura territorial, por exem-plo. Além disso, encontrar soluções com excelente custo-benefício é extre-mamente importante em al-gumas linhas de produtos.

Os problemas recorrentes da relação prestador de saúde e indústria que persistem são... a falha de comuni-cação, que dificulta a busca conjunta por novos modelos de negócios que podem viabilizar a renta-bilidade das empresas e garantir qualidade e aces-so dos pacientes a saúde de qualidade.

Ocupo um cargo no Conselho do São Paulo Futebol Clube porque... o São Paulo fez parte da minha história de vida. Eu amo meu clube e quero retribuir todas as experiências positivas que tive com ele fazendo parte do conselho.

Posso dizer que as seme-lhanças entre o Daurio pai de três filhos, casado, e o Daurio executivo respeita-do do setor de saúde são... seriedade, transparência e vontade de construir coi-sas novas, deixando lega-do para as pessoas.

As pessoas me descrevem como... sério e visionário, e eu me vejo... disciplinado e esforçado, além de preo-cupado em poder a judar as pessoas a serem me-lhor a cada dia.

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Uma viagem:Vietnã, pela riqueza da diver-sidade cultural

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verena souza | [email protected]

Em visita ao Brasil, o rEnomado

profEssor dE inovação Vijay

GoVindarajan aBorda o casE

do sistEma oftalmológico

aravind, na Índia, quE ofErEcE

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mesmo quem nunca pisou em solo indiano conhece - até pelos filmes de bollywood -, algumas de suas características, como o fato de ter mais

de 1 bilhão de habitantes, péssimas condições de higiene e importantes con-trastes sociais. em 2010, um levantamento do banco mundial reportou que 32,7% dos indianos vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, com menos de us$ 1,25 por dia; e 68,7% com menos de us$ 2 por dia. em um cenário como este não é difícil prever que o sistema de saúde da Índia esteja entre os piores do mundo. sem uma política nacional de saúde e com uma mé-dia de 1 médico para 2.040 habitantes, o desafio do setor é proporcional ao tamanho de sua população.mas o professor da tuck school of business (eua) vijay Govindarajan en-xerga tais problemas e necessidades como oportunidades, inclusive para a inovação. Conhecido como vG, o professor, que é considerado um dos maiores especialistas do mundo em estratégia e inovação pelos periódicos forbes, the economist e businessweek, escolheu um exemplo indiano so-bre como fazer “mais com menos” para apresentar aos participantes do 18° Congresso abramge (associação brasileira de medicina de Grupo).*

TraTamenTo em massabaseada no fordismo, a indústria automobilística brasileira conheceu a pros-peridade depois de ter perseguido a meta de baratear o automóvel até que todos conseguissem comprá-lo. e se essa lógica de produção e consumo em massa, idealizada por Henry ford, fosse aplicada na saúde, para que todos tivessem acesso à assistência?

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E foi. Com o claro objetivo de eliminar a cegueira curável para os que podem e os que não podem pagar, o Sistema Oftalmo-lógico Aravind, localizado no sul da Índia, passou de uma clínica com 11 leitos, em 1976, para a maior e mais produtiva organização mundial de tratamento e prevenção da cegueira da atualidade, com um total de 1.204 leitos.Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 39 milhões de pessoas no mundo são cegas, e que 80% dos casos poderiam ser evitados – estes denominados como “cegueira desnecessária”. A Índia, ocupante da 136° posição no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), possui cerca de 12 milhões de cegos.Aravind, uma organização sem fins lucrativos de Madurai, uma das cidades mais antigas do sul do país, lar de 1 milhão de pessoas, arrancou a etiqueta de preço da cirurgia de restau-ração da visão, tratando mais de um terço de seus pacientes de graça. Enquanto nos Estados Unidos (EUA) uma cirurgia de catarata custa cerca de US$ 4 mil, o preço intermediário (são vários pacotes oferecidos e este é um dos mais escolhi-dos) na entidade para quem opta pagar é de R$ 110, segundo VG. Outro aspecto paradoxal é o fato de não existir critério de qualificação para quem está, ou não, apto a pagar. “É por autoescolha. As pessoas não trapaçam. Se você pode pagar, você paga. Se não pode, não paga”, enfatiza VG. Para o professor, o sucesso de Aravind está calcado na quali-dade de ser frugal para a inclusão de todos. “O motivador não é o dinheiro, e sim a cura. Os olhos de todos [dos que podem e dos que não podem pagar] são igualmente importantes”, diz, lembrando que a rede é superavitária e possui, em média, uma margem bruta de 35%.

Como? Os resultados impressionam e já atraíram a atenção de diversas personalidades como, por exemplo, Bill Clinton, ex-presidente dos EUA, o ícone da administração Peter Drucker e uma da principais defensoras americanas da reforma da assistência médica nos EUA, Regina Herzlinger.Por trás dos números diários como 850 mil cirurgias, 7,5 mil visitas ambulatoriais, 500 a 600 consultas de telemedici-na, 7 mil lentes intraoculares produzidas e aulas para 100 médicos, 300 profissionais e administradores, esteve um homem cuja mentalidade pode ser traduzida na seguinte frase: “Colocar-se a serviço de outros é servir a si mesmo. Nossas limitações não nos definem. E, incrustadas no espí-rito humano, estão uma sabedoria e uma força que podem se elevar para atingir maiores desafios. Juntos, podemos iluminar os olhos de milhões”. Através dessa certeza que o cirurgião Govindappa Venka-taswamy, mais conhecido como Dr. V, construiu Aravind e seu legado que, hoje, é estudado todos os anos por apro-ximadamente 900 alunos que passam pelo programa de MBA de Harvard.O lema alto volume, alta qualidade e custo acessível foi com-parado à lógica do McDonald́ s pelo próprio Dr. V, defensor do poder da padronização e acessibilidade em escala. O modelo

VG, sobre o modelo inovador de Aravind: “Por que não fazer cirurgias como uma linha de montagem?”

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* O Congresso Abramge ocorreu nos dia 22 e 23 de agosto em São Paulo- SP **As referências ao fundador de Aravind foram retiradas do livro “Visão Infinita – Como a solidariedade e a compaixão fizeram do Sistema Oftalmoló-gico Aravind um sucesso que desafia a lógica dos negócios”, de Pavithra K. Mehta e Suchitra Shenoy.

permite que os médicos realizem quase cinco ve-zes mais cirurgias do que a média nacional. em 2010, aravind atendia mais de 2,5 milhões de pa-cientes e realizava 300 mil cirurgias por ano em sua rede de cinco hospitais. Para se ter uma ideia, o serviço nacional de saúde (national Health ser-vice) do reino unido faz um pouco mais de meio milhão de cirurgias oftalmológicas anualmente. “se o custo fixo do equipamento é alto e se sua uti-lização é aumentada, o custo por paciente baixa. Por que não fazer cirurgias como uma linha de montagem?”, provoca VG, autor do best-seller Os 10 mandamentos da inovação estratégica e ex-con-sultor-chefe de inovação da General eletric. antes mesmo de qualquer manifestação da plateia, o professor já refuta a ideia de que esse sistema pode ser perigoso para a qualidade assistencial. “recla-mamos de automóveis em massa? ao contrário, a qualidade aumenta, pois os médicos tornam-se especializados e extremamente experientes”. segundo ele, o sistema de saúde dos eua está mais preocupado com o luxo, a imagem, do que com o atendimento otimizado da saúde. “muitos centros hospitalares norte-americanos utilizam apenas 15% da capacidade dos equipamentos”, conta, lembrando que o brasil é fortemente in-fluenciado pelo modelo americano. a máxima reutilização de dispositivos médicos por ara-vind foi outro exemplo mencionado por VG, prática impensada nos eua.Presente no Congresso, o diretor técnico da

amil assistencial, antonio Jorge Kropf, con-corda com VG. “Infelizmente nosso modelo copiou o americano e acredito que através de medidas diferentes como esta é que solucio-naremos nossos problemas”. outra estratégia do hospital indiano para au-mentar a produtividade está na existência de um verdadeiro “exército” de “para-profissionais” (enfermeiros, conselheiros, refracionistas e técni-cos), cada um especializado em um conjunto cla-ramente definido de procedimentos recorrentes. tudo é equipado para permitir que os médicos se concentrem exclusivamente no diagnóstico dos pacientes e nas cirurgias. “dessa forma, eles não ficam sobrecarregados”, explica VG. os pro-fissionais de enfermagem realizam 70% de todas as atividades da sala de operação.sob a certeza de que “quando o trabalho que tem que ser feito é feito, os recursos necessários apa-recem”, aravind tornou-se um sistema de longo alcance colaborativo, ostentando uma vasta rede, de mais de 500 patrocinadores, dentre eles organi-zações sem fins lucrativos, instituições religiosas, universidades, indústrias e indivíduos.atualmente possui, entre outras iniciativas, uma fundação de pesquisa global, um instituto de pós-graduação que treina 15% dos oftalmo-logistas na Índia, uma fábrica, com certificação internacional, para a produção de implante de lente intraocular a um preço de us$ 10 e uma consultoria em gestão chamada Instituto Lions

aravind de oftalmologia Comunitária (LaICo).apesar das peculiaridades da Índia e seu contexto social adverso, o modelo é amplamente estudado por diversas nações, afinal, conseguiu unir pacien-tes ricos e pobres em benefício mútuo. de acordo com o presidente da associação Latino-americana de sistemas Privados de saúde (aLamI), reinaldo scheibe, o exemplo de aravind provoca uma pro-funda reflexão. “Comparado à Índia e aos eua, nós brasileiros estamos no meio e temos que encontrar o que seria ideal nesse ínterim”, opina.o caminho sustentável, segundo VG, não está em construir mais hospitais, abrir novas univer-sidades ou importar médicos estrangeiros, está na prevenção, descentralização das atividades e procedimentos - tanto em termos estruturais e de profissionais -, e na mentalidade de ser frugal. entretanto, o que aravind mostra é que tudo isso só funciona quando se está verdadeiramente a serviço do outro. “Quando o núcleo de sua energia e atenção é focado em servir incondi-cionalmente, as fronteiras de sua percepção mudam. Você descobre valor e relevância em lugares inesperados. o trabalho adquire uma força magnética e geradora. Constrói confian-ça e boa vontade. sustenta e alinha os recursos com a missão de forma que o dinheiro por si só não consegue fazer”. a citação, retirada do livro sobre sua história**, mostra como pensava dr. V que, apesar de ter morrido em 2006, continua vivo nos frutos de sua compaixão.

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Tércio Saccol | [email protected]

PERIGO OCULTO

FALTA DE CONHECIMENTO SOBRE LEGISLAÇÃO, BAIXA DISPOSIÇÃO PARA INVESTIR EM PREVENÇÃO DE ACIDENTES E GESTÃO DE SAÚDE, FAZEM O BRASIL GASTAR MILHÕES POR ANO COM PROBLEMAS LIGADOS AO TRABALHO

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Investir em ergonomia, progra-mas de conscientização em saúde e prevenção de aciden-

tes pode parecer desnecessário, se comparado com outros tantos gastos urgentes que fazem parte do orçamento das organizações. Mas só parece. Segundo a Associação Internacional de Seguridade Social (AISS), a cada real investido em pre-venção de acidentes de trabalho, as empresas podem lucrar até R$ 2,20. O alerta da organização, presente na pesquisa “Os lucros da preven-ção: cálculo dos custos e benefícios dos investimentos na segurança e saúde no ambiente de trabalho”, só corrobora a máxima popular de que é melhor prevenir que remediar – in-

clusive nas empresas. O estudo, que ouviu 300 companhias de 15 países, constatou que metade delas que in-vestiu mais em segurança e saúde no ambiente corporativo obteve a diminuição de seus custos.Para o proprietário de empresas na área de segurança e medicina do trabalho e coordenador da Escola Técnica Faculdade Futuro de Curi-tiba, Vanderlei do Rocio Borges, a cultura de atuar nas consequên-cias e não nas causas ainda é pre-dominante entre as corporações brasileiras. “O conceito de segu-rança só aumenta após o empre-sário ter as planilhas mostrando os benefícios que a sua empresa obtém quando não há afastamento e acidentes”, afirma.Segundo o anuário dos Ministérios da Previdência Social e do Traba-

lho e Empresa, são 700 mil acidentes de trabalho por ano no Brasil. Hoje, boa parte da legislação que regula normas sobre segurança no ambiente cor-porativo está inclusa dentro da CLT, com o título Normas Regulamentadoras.Uma das empresas que auxilia as corporações a identificar problemas nesta área é a Mednet, que atende cerca de 4500 clientes em todo o País. O di-retor da companhia, Paulo Barbudo, lembra que nos últimos anos muitas empresas adotaram práticas para melhorar os indicadores dessa área. O proble-ma é que um número significativo delas atende às regras de forma parcial e, no caso das pequenas em-presas, ainda falta conhecimento para entender até quais leis regulam o tema.Barbudo, que também é médico, lembra que investir na saúde ocupacional não se traduz apenas em evi-tar que um funcionário sofra um acidente, como se prega no senso comum. “Para cada empresa existe

um programa específico e riscos diferentes, mas na média assume-se que para cada R$ 1 investido ha-verá uma economia de R$ 5 em ações trabalhistas, multas, absenteísmo e queda de produtividade no trabalho”, projeta.

ACIDENTESSegundo o Ministério da Saúde, os acidentes mais comuns são aqueles que causam fraturas, luxações, amputações e outros ferimentos. O alerta, nesses casos, é que a prevenção simples e o investimen-to em tecnologia poderiam reduzir ou até anular esses casos.Depois, estão os casos de Lesões por Esforço Repe-titivo (LER) e também os Distúrbios Osteomuscula-res Relacionados ao Trabalho (Dort), que incluem dores nas costas. Esses problemas são solucionados com mobiliário adequado e oferta de instrumentos corretos para atividade.Em terceiro, estão os mais complexos, como trans-tornos mentais e comportamentais, como episódios depressivos, estresse e ansiedade.

O QUE FAZERApesar de se tratar de um problema que provoca milhões de reais em prejuízo às empresas todo ano, algumas medidas preventivas não consomem grande tempo ou volume de recursos, e requerem apenas organização, como lembra o diretor do gru-po Mednet. “O empresário pode fazer pequenos in-vestimentos para minimizar os riscos. Um deles é a elaboração de dois programas básicos: o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais que irá ‘mapear’ os riscos existentes no ambiente de trabalho e esta-belecer uma prioridade nas ações. O outro é o Pro-grama de Controle Médico de Saúde Ocupacional, no qual o médico do trabalho estabelecerá medidas para averiguar se os funcionários estão adoecendo em função do dia a dia na empresa”, recomenda.E além de ficarem atentas aos problemas de rotina – como de audição em indústrias têxteis e LER, em atividades com digitação, por exemplo - há uma mu-

Fotos: Divulgação

NA MÉDIA ASSUME-SE QUE PARA CADA REAL INVESTIDO HAVERÁ UMA ECONOMIA DE CINCO REAIS EM AÇÕES TRABALHISTAS, MULTAS, ABSENTEÍSMO E QUEDA DE PRODUTIVIDADENO TRABALHO

BARBUDO, DA MEDNET

Fábrica da Vulcabras/Azaleia, na Bahia: empresa investiu R$ 500 mil em treinamento e capacitação

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PROBLEMASMAIS COMUNS dança em curso neste cenário que deve ser analisada

pelas empresas, como lembra o presidente da asso-ciação Nacional dos médicos do trabalho (aNamt), Zuher Handar. “vivemos no mundo uma epidemia de doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho e de transtornos mentais que atingem milhares de trabalhadores no mundo inteiro. de acordo com a organização internacional do trabalho vivemos, no momento, com uma pandemia oculta de doenças relacionadas ao trabalho”, alerta.e é justamente por isso que a própria associação tem se preocupado com a notificação que, muitas vezes, deixa de ser feita em diversos casos pelo temor das empresas em desgastar a imagem. “É desta maneira que vamos conseguir conhecer melhor o que está acontecendo e como poderemos intervir neste pro-cesso”, diz Handar. ele acrescenta que é necessário que os, hoje, 20 mil médicos do trabalho atuantes no brasil mudem o olhar com relação à saúde do trabalhador. “o médi-co do trabalho precisa ter uma visão que enxergue o indivíduo por inteiro e entender que os riscos de adoecimento e agravo à saúde dele não estão so-mente relacionados aos agentes físicos ou químicos, mas também aos agentes das condições do trabalho. precisamos identificar todos os determinantes que possam interferir na relação saúde e trabalho para que possamos atuar no seu controle e buscar, desta forma, uma condição de vida produtiva no aspecto social ou econômico”, descreve.

InvestImentoa empresa vulcabras|azaleia começou, há três anos, um programa para diminuir os problemas ligados à saúde de seus colaboradores, em unidade baiana. Foram r$ 20 milhões em proteções de máquinas, r$ 6 milhões em equipamentos de proteção individual e coletiva e r$ 500 mil em treinamento e capacitação.“Havia instalações, máquinas e equipamentos que estavam fora das normas de segurança. Não havia uma cultura voltada para o cumprimento de nor-mas e padronização de tarefas e qualificação profis-sional. diante disto, foi realizado um planejamento para adequar 100% de todo o parque fabril. também se investiu para criar uma cultura de prevenção”, conta o engenheiro de segurança do trabalho da vulcabras|azaleia, emílio Frota.apenas nos últimos três anos, o grupo recebeu, na unidade baiana, cerca de 500 mil horas de treinamen-tos de segurança. apesar das conquistas, a ideia é seguir o projeto e continuar sendo referência. “Quere-mos nos manter entre as melhores empresas do brasil em relação às questões de saúde e meio ambiente e qualificar nossos funcionários para essa visão de trabalho seguro e saudável”, revela Frota.

Lesões por esforço repetitivo (membros superiores, com lesões no sistematendíneo, muscular e ligamentar) e Distúrbios Osteomusculares relacionados ao Trabalho (alterações no pescoço, braços, punhos em decorrência de atividades corporativas).

Transtornos mentais e comportamentais, episódios depressivos, estresse e ansiedade

Fraturas, luxações, ferimentos e até amputações

Solução: ergonomia, mobiliário adequado e oferta de instrumentos corretos para atividades. Ginástica laboral pode contribuir para minimizar os efeitos

Solução: levantar causas, realizar pesquisas de clima, compreender todas as dinâmicas que impactam na atividade diária, relacionamento no ambiente de trabalho e canais que a empresa abre em seu sistema de comunicação

Solução: criar sistemas de prevenção, investir em tecnologia e programas para criar procedimentos padrões em sistemas de trabalho

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17 a 19 de outubro de 2013

Sheraton São Paulo WTC HotelAv. das Nações Unidas, 12.559 Brooklin Novo – São Paulo - SP

Instituto de Ensino e Pesquisa

- Gerenciamento de Risco e Segurança do Paciente: Desafios para a Instituição de Saúde - Adequação das Instituições Hospitalares para o Atendimento de Catástrofe - A Simulação Realística na Educação Continuada em Saúde - Presente e Futuro do Atendimento a Urgência e Emergência nas Instituições Privadas- Atendimento a Múltiplas Vítimas no Pré-hospitalar- As Melhores Práticas em Sustentabilidade Hospitalar

Principais Temas

Outras Informações e Inscrições: www.saocamilo.com/congresso

Dr. Fábio Luís PeterliniResponsável Técnico Corporativo

CRM-SP 54289

Organização:Patrocinadores: Apoio: Parceiros:

Palestrantes Internacionais Confirmados

- Connie M. Lopez

(National Leader, Simulation-based Education & Training National

Risk Management and Patient Safety - Kaiser Permanente Program

Offices - Oakland, Ca.)

- Al Iannuzzi

(Sr. Worldwide Director Product Stewardship & Green Marketing, WW

Environment, Health & Safety at Johnson & Johnson)

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FH | ponto de vista

setembro 2013 revistafh.com.br

Impacto noentornoverena souza | [email protected]

O IT MídIa debaTe prOpôs que especIalIsTas e líderes dO seTOr de saúde dIscuTIsseM a respOnsabIlIdade sócIO eMpresarIal, que englOba quesTões éTIcas, IMpacTOs aMbIenTaIs e sOcIaIs, vIsãO esTraTégIca, enTre OuTrOs faTOres. apesar dO crescIMenTO de pOlíTIcas eMpresarIaIs susTenTáveIs, O grau de IMpOrTâncIa dessas InIcIaTIvas aInda varIa enTre as InsTITuIções de saúde. dessa fOrMa, a revIsTa fH quIs saber: cOMO a sua eMpresa enxerga a respOnsabIlIdade sócIO eMpresarIal cOMO valOr para O negócIO?

*(Confira a reportagem do it mídia debate na página 38)

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O próprio slogan do Hospital Santa Cruz (‘Aqui celebramos a vida’) já diz o que enx-ergamos e praticamos de valor para o negócio, pois ao mencionarmos Vida está

implícita a prática voluntária do valor da Ética, da Moral, com Preservação Ambiental, da Satisfação Social, do Equilíbrio Econômico, dentre outros quesitos para enquadrar-se na Responsabilidade Sócio Empresarial.

JOSÉ LUIZ CUONO, VICE-PRESIDENTE DO HOSPITAL SANTA CRUZ

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Como centro de excelência reconhecido pelo Ministério da Saúde, o HCor assume seu papel social de muitas formas. Realizamos pesquisas focadas nas principais ne-

cessidades de saúde do País e, às vezes, até do exterior. Hoje investigamos dietas com pro-priedades cardioprotetoras, a e� cácia da cirurgia bariátrica como alternativa no combate à hipertensão e novos protocolos para reduzir a mortalidade em UTI. Também � rmamos parceria com os governos federal e de Brasília na área de monitoração da saúde à distân-cia. A nossa Central de Telemedicina emite laudos para o SAMU e para 200 unidades de saúde no Distrito Federal, assim agilizando o atendimento em instituições públicas. Sobre a questão ambiental, vamos inaugurar um prédio nesse semestre e estamos em processo de certi� cação LEED (Leadeeship in Energy and Environmental Design), um sistema de avaliação de edi� cios sustentáveis.

CARLOS ALBERTO BUCHPIGUEL, SUPERINTENDENTE MÉDICO DO HCOR

A responsabilidade Sócio Empresarial representa o modelo de gestão que visa a qualidade, a segurança e a perenidade das atividades dentro de um ambiente de

trabalho saudável e estimulante. Por isso, o Grupo Saúde Bandeirantes desenvolve ações, alternativas e políticas sustentáveis que contemplem os objetivos de seu planejamento estratégico e de expansão, mantendo o respeito aos pacientes e colaboradores, à comuni-dade e ao meio ambiente. Para o GSB, essa Responsabilidade é um compromisso e torna-se essencial para instituições que oferecem assistência à saúde.

RODRIGO LOPES, DIRETOR EXECUTIVO DO GRUPO SAÚDE BANDEIRANTES

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FH | hospital

setembro 2013 revistafh.com.br

De equipamentos De última geração a um

jeito De reutilizar a água Da chuva. conheça as preocupações que um hospital Deve ter ao pensar em um selo De

eDifício sauDável

paulo silvia Jr. | [email protected]

lavar os pneus de um trator no primeiro estágio de uma gigantesca obra para a construção de um novo hospital pode fa-

zer a diferença na hora de uma certificação am-biental para o futuro prédio. isso mesmo. À parte os olhares dedicados à eficiência energética, à compra de materiais com o mínimo possível de emissões nocivas ao ar ou ainda ao aproveitamen-to do entulho gerado pela obra, um ato singelo, um simples enxaguar de mangueira comum em rodas minimamente sujas de terra seca, estão na mira dos auditores de um dos principais selos de qualidade do mundo neste segmento.a avaliação é de quem busca o leadership in energy and environmental Design, mais conhecido como leeD, do Green build Concil, um dos sistemas inter-nacionais de orientação ambiental para edifícios, que é dividido em quatro níveis de classificação, de acordo com a pontuação atingida pelo empreendi-mento: verde, prata, ouro e diamante.o hospital Unimed-rio, inaugurado no início do ano e que tem 219 leitos e 11 salas cirúrgicas em 30 mil m² de área construída, está em busca do selo verde, o primeiro da escala progressiva do

leeD. por isso, o investimento realizado na obra cresceu em cerca de 20% para se adequar às nor-mas do certificado, revelou durante o seminário hospitais saudáveis*, o gerente de engenharia do hospital, sandro Constant.“Um dos principais desafios é escolher pelo cer-tificado e pelo nível dele ainda na fase de projeto, porque depois não tem como mudar. Definir o nível é medir o investimento. outras questões importantes são: lidar com informações duvi-dosas de fornecedores [sobre emissão de gases dos produtos, por exemplo], custo maior dos mate-riais e ainda conseguir dimensionar o trabalho da sua equipe interna com o certificador", explicou o engenheiro.o leeD tem sete áreas de avaliação – espaço sustentável, eficiência no uso de água, energia e atmosfera, materiais e recursos, qualidade ambiental interna, inovação e processos, e, por fim, créditos de prioridade regional -, e em cada uma delas o prédio, no caso, o hospital, precisa promover iniciativas para ganhar pontos nos monitoramentos realizados a cada semana, desde o início da obra.

assim, conforme colocou Constant, a Unimed--rio instalou, por exemplo, um dos mais eficientes resfriadores líquidos do mercado (0,33KW/tr); es-colheu colocar um vídeo de fachada com alto co-eficiente de sombreamento; revestiu o prédio de modo que um espaço entre uma cobertura sobre a parede cria um colchão de ar que colabora com a ventilação; fez um bicicletário, com vestiários, para 50 vagas; disponibilizou estacionamento preferencial para carros de baixa emissão de poluentes; trabalhou um sistema de captação de água da chuva, que é usado na área externa; utilizou 30% do entulho em obras em volta do complexo; usou tintas, colas e diluentes com baixo índice de emissão de solventes; e, claro, lavou os pneus dos tratores para que não sujassem a rua.“É uma incerteza, você faz tudo isso sem saber direito se vai conseguir, mas é muito desafiador ver que a auditoria já começa na formatação do canteiro de obras, o que faz com que o ambiente limpo, tenha outra ‘cara’ ”, completa.Quem já passou por tudo isso é o albert einstein, em são paulo, cujo gerente de gestão de contra-tos, heitor Kuramoto, ao tomar conhecimento do

CheCK-Upambiental

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O desafio agora é determinar a proibição da produção, importação e venda de termômetros e

esfignomanômetros com mercúrio até 2020

Veronica, da Saúde Sem Dano

trabalho da Unimed-Rio, contou um fator interessante do case do hospi-tal paulistano. “Concordo que temos de nos preparar para o selo que es-tamos buscando, mas com a gente aconteceu uma surpresa: pensamos e trabalhamos para pegar o prata, mas, ao fim do processo, alcança-mos o nível ouro”.Entre as ações, o executivo destaca um programa de reciclagem que evitou que 75% do entulho fosse para um aterro sanitário, além de grandes espaços verdes para o conforto da comunidade do en-torno. Passou também por alguns pontos já comentados no case da Unimed – sobre o bicicletário, por exemplo, o Einstein criou até uma mini rodoviária para a entrada e saída de ônibus fretados.“É um processo muito complexo e você precisa de profissionais certi-ficados pelo Green Build Concil, até porque o LEED passa por revisões periódicas”, acrescenta Kuramoto.Responsável por abrir a discussão sobre edifícios mais saudáveis, o presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar, Fábio Bitencourt, ainda pontuou: “o mais importante é que nossos prédios e hospitais não cau-sem dano nenhum para o paciente. E o conforto ambiental, com os com-ponentes culturais e subjetivos, virou conforto humano. A qualidade do ar, por exemplo, é uma das grandes preocupações do século 21 e tem de estar na pauta”.

MercúriOA discussão no evento também dedicou espaço para o debate so-bre a iniciativa “Saúde Sem Mer-cúrio”, da Organização Mundial da Saúde (OMS). A coordenadora para a América Latina da organi-zação Saúde Sem Dano, Veronica Odriozola, explanou sobre o atual momento do tema.“O desafio agora é um instrumento global a ser lançado em outubro e assinado por 140 países, inclusive o Brasil, para determinar a proibição da produção, importação e venda de termômetros e esfignomanômetros

(aparelho de pressão) com mercúrio até 2020”. Segundo ela, o convênio também diz que essa data pode se esten-der por cinco anos e, depois, os países que desejarem podem pedir ainda mais cinco. “Queremos junto à OMS fortalecer a ideia de que os países não precisam esperar até 2030, não há razão para demorar tanto assim. Não é um problema econômico, não tem um porquê para seguir contaminando o meio ambiente”.A especialista ainda apresentou exemplos de inicia-tivas pelo mundo – em São Paulo, uma resolução em 2010 proibiu a compra dos equipamentos com mer-cúrio pela Secretaria Estadual de Saúde, enquanto a União Europeia vetou os termômetros em 2008 (em 2014 cai o estignomanômetro), por exemplo. “Nosso interesse é que o governo brasileiro dite uma política para todos os hospitais passarem a usar dispositivos alternativos. A resposta deles é que seria possível em estados mais ricos, mas mais difícil nos mais pobres”, acrescentou Veronica.Um case apresentado foi o do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás. O local passou a gerenciar os resíduos em 2007, entrou de cabeça nas legislações do setor e, sobre o mercúrio, retiraram todos

os dispositivos da instituição que levavam o elemento – o uso médio por lá é de 1200 termômetros por ano.“É um dos pontos do nosso plano que leva uma enfer-meira todas as manhãs passando informações para todos os pacientes e acompanhantes, ensinando, por exemplo, como descartar cada tipo de resíduo. E já ti-vemos caso de paciente reclamar de médico que não usou o recipiente correto”, contou a coordenadora do Departamento de Radiologia e Imagenologia do Clí-nicas, Soraya Coelho Meira.Já a enfermeira do trabalho do Hospital Infantil Albert Sabin, em Recife, Morgana Gomes Silva, falou sobre as dificuldade deste processo de reformulação do modo de operação de um centro médico. “Levamos essas ideias [plano de tornar o hospital mais saudável] em abril para gestores, em maio para colaboradores e agora, em agosto, para pacientes. Mas é difícil a ab-sorção disso pelos diretores, até pelo problema do custo que isso envolve”, afirmou, dizendo ainda que já foram substituídos os termômetros e sefignomanô-metros com mercúrio e agora o hospital deu início a um projeto de troca de lâmpadas por equipamentos mais econômicos.

Foto: Divulgação

Hospital Unimed-Rio: Principal desafio é escolher o certificado e o nível do Leed

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SETEMBRO 2013 REVISTAFH.COM.BR

AGENTE TRANSFORMADOR

Verena Souza | [email protected]

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O ESTIGMA DE QUE INVESTIR EM SUSTENTABILIDADE É GASTAR EM UM VALOR INTANGÍVEL COMEÇA A PERDER CREDIBILIDADE DIANTE DOS BENEFÍCIOS GERADOS: FACILIDADE NA O ESTIGMA DE QUE INVESTIR EM SUSTENTABILIDADE É GASTAR EM UM VALOR INTANGÍVEL COMEÇA A PERDER CREDIBILIDADE DIANTE DOS BENEFÍCIOS GERADOS: FACILIDADE NA O ESTIGMA DE QUE INVESTIR EM SUSTENTABILIDADE É GASTAR EM UM VALOR INTANGÍVEL

HORA DE CAPTAR RECURSOS, ABRIR CAPITAL, CONTRATAR FORNECEDORES, PROSPECTAR FUSÕES, ENTRE OUTROS  

Inseridas em uma lógica paradoxal, as institui-ções de saúde, criadas para tratar, prevenir e

curar doenças, também são responsáveis por graves danos sociais e ambientais, afi-

nal, lidam com grandes quantidades de lixo, substâncias químicas, re-

síduos tóxicos, alto consumo de energia e de água, além de inter-ferirem em comunidades locais, entre outros fatores. Ignorar os impactos do setor e não investir

em medidas para minimizá-los é escolher o caminho da insusten-tabilidade. Esta foi a conclusão evidente do IT Mídia Debate sobre “Responsabilidade So-

cial Empresarial” que reu-niu, além de uma plateia

ativa, o consultor da Lanakaná Princípios Sustentáveis, Rodrigo

Henriques; o diretor clínico do Hospital Santa Paula, Otavio Gebara; e o presidente do Conse-lho Consultivo do Projeto Hospitais Saudáveis, Vital de Oliveira.Mesmo que lentamente, quando comparada aos setores financeiro e de energia, a Saúde já começa a entender a importância de olhar para os pilares econômico, social e ambiental de forma integrada. “Há dez anos praticamente não existia uma área ambiental em nenhum hospital. Agora encontra-se com certa frequ-ência em instituições mais estruturadas”, diz Oliveira, lembrando que o engajamento de pro-fissionais da área cresceu com os problemas decorrentes do lixo hospitalar.Assim, diante do interesse

por um comprometimento efetivo com a socie-dade e o meio ambiente, os caminhos parecem estar melhor delineados. O Projeto Hospitais Saudáveis (PHS) é exemplo disso, pois dedica-se a transformar o setor de Saúde em um exemplo sustentável, colocando o ser humano no centro da questão por meio de pesquisas, desenvol-vimento e divulgação de tecnologias, práticas e informações setoriais, articulando-se junto a profissionais e empresas, e avaliando e pre-vendo riscos. A entidade representa no Brasil a coalização internacional Saúde Sem Dano e dentre suas ações prioritárias está a Rede Global Hospitais Verdes e Saudáveis (HVS), composta

por 40 organizações dedicadas a redu-

zir seu impacto ecológico e pro-

mover a saú-de públi-

ca.

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Foto: Ricardo Benichio

Engajar-se em valores como esses é passar a olhar o serviço assistencial por um prisma mais holístico e, até, global. “É pensar, por exemplo, se o empreendimento a ser construído vai atrapalhar a vizinhança, vai interferir na identidade do bairro. É pensar no transporte dos funcio-nários, como eles chegam”, afirma Oliveira, elencando uma série de outros aspectos, inclusive o modo de produção atual diante das mudan-ças climáticas, que podem alterar o perfil epidemiológico populacional.O que está em jogo é não apenas a “vi-talidade” das empresas, mas a saúde do planeta, e como os prestadores de serviços de saúde podem, ou devem, desempenhar um papel de relevân-cia nesse amplo contexto. Para isso, a PHS desenvolveu uma agenda com dez objetivos interligados, cada um com uma série de ações e ferramentas para serem implementados.“Estruturar isso em uma agenda foi o modo que encontramos para levar ao gestor uma pauta organizada e, ob-viamente, cada um trabalha em cima das suas prioridades”, explica Oliveira.

CREDIBILIDADE DOCUMENTADAAliada à PHS pelo mesmo propósito, mas de forma diferente, a Lanakaná Princípios Sustentáveis promove o desenvolvimento de relatórios de sustentabilidade no setor seguindo as

diretrizes da Global Reporting Initia-tive (GRI). De acordo com Henriques, da consultoria, a prática de comunicar o desempenho da gestão, não apenas limitando-se a demonstrar o desem-penho econômico financeiro, tem crescido. O primeiro grupo brasileiro a investir na publicação do documento foi a Pró-Saúde, que administra cerca de 50 hospitais Brasil afora.Diferente dos relatórios em que todos os colaboradores das empresas apa-recem sorrindo em meio a resultados positivos, a proposta do GRI, segundo Henriques, é levar informações trans-parentes, isentas, a todos os públicos interessados (clientes, funcionários, fornecedores, governo etc), o que gera credibilidade no mercado.“Lá vão constar práticas trabalhistas, ín-dice de rotatividade dos funcionários, envolvimento em casos de corrupção, entre outros dados”, explica Henriques, e acrescenta que negócios também são feitos de riscos. “As pessoas não são per-feitas, portanto, as empresas também não o são. Não tem como ignorar os problemas quando se fala, por exem-plo, sobre OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais de Uso Cirúrgico) em saúde. A organização tem que ter honestidade e pensar ‘isso é um proble-ma e vou abri-lo para resolver’ ”.Desde 2010, o Brasil é o País que mais contribui para o aumento de relatórios de sustentabilidade GRI (pag. 44) nos

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Foto: Ricardo Benichio

“É muito difícil uma ins-tituição de saúde ter um planejamento de longo prazo. É preciso que se

construa uma verdadeira cultura de sustentabili-

dade, a começar por cada indivíduo ao sair de casa”, Henriques, da Lanakaná

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Foto: Ricardo Benichio

Dezobjetivos

Priorizar a Saúde Ambiental

Substituir Substâncias Perigosas por Alternativas mais Seguras

Reduzir, Tratar e Dispor de Forma Segura os Resíduos de Serviços de Saúde

Implementar Eficiência Energética e Geração de Energia Limpa Renovável

Reduzir o Consumo de Água e Fornecer Água Potável

Melhorar as Estratégias de Transporte para Pacientes e Funcionários

Comprar e Oferecer Alimentos Saudáveis e Cultivados de Forma Sustentável

Prescrição Apropriada, Administração Segura e Destinação Correta

Apoiar Projetos e Construções de Hospitais Verdes e Saudáveis

Comprar Produtos e Materiais mais Seguros e Sustentáveis Foto: Ricardo Benichio

serviços de saúde no mundo, mas o assunto ainda é pouco discutido en-tre os elos do sistema e possui baixa representação global frente a outros setores da economia. Em 2012 foram emitidos 2.357 relatórios no mundo, sendo que 305 foram de serviços financeiros, e apenas 39 de saúde.Apesar dos avanços, os debatedores reconhecem que a questão econô-mica, influenciada por uma cultu-ra de planejamento de curto prazo, ainda é a que fala mais alto dos três pilares. “É muito difícil uma institui-ção de saúde ter um planejamento de longo prazo, de 15 ou 20 anos. É preciso que se construa uma verda-deira cultura de sustentabilidade, a começar por cada indivíduo ao sair de casa”, diz Henriques.Sob a mesma percepção, Oliveira conta que é comum chegarem ins-tituições a procura do “selo verde” sem a mínima compreensão do valor embutido. “Alguns dizem que querem fazer parte de um grupo de elite e não entendem que o PHS é para todos e que, para ser um in-tegrante, é preciso desenvolver a capacidade de pensar fora dos parâmetros usuais, aspecto que a diversidade promove. Um hospital de Manaus (AM), por exemplo, pode desenvolver uma fibra de bambu que substitua a de carbono, e isso ser útil para outros”, conta.

“Há dez anos pratica-mente não existia uma

área ambiental em nenhum hospital. Agora

encontra-se com certa frequência em institui-

ções mais estruturadas”, Vital, do PHS

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RAZÃO PELA TRANSPARÊNCIAO estigma do valor intangível que ronda o conceito sustentabilidade começa a desvanecer estimulado por: rigorosos padrões exigidos e mensurados pelas acreditadoras (ONA, JCI etc); práticas de Gover-nança Corporativa; facilidade na hora de captar financiamento junto ao BNDES e bancos estrangeiros; recomendações favoráveis da BM&FBovespa; movimento inter-nacional de fusões e aquisições; seletividade de fornecedores etc. “A questão da sustentabilidade começou para nós em 2000 com a acreditação hospitalar ONA (Or-ganização Nacional de Acredita-ção). Quando conquistamos as internacionais isso passou a ser absolutamente fundamental. Como instituição, precisávamos relatar o que estávamos fazendo para o entorno, para as comunidades en-volvidas”, conta Gebara, do Hospital Santa Paula, localizado na zona sul de São Paulo e integrante do PHS.Além de iniciativas como a troca de embalagens tetra pack por PET e redução de 60% no consumo de copos descartáveis depois de dis-

tribuir canecas para os funcioná-rios, o Hospital Santa Paula plantou mais de mil árvores, de mais de 50 espécies diferentes, para mi-nimizar a emissão de CO2, maior responsável pelo aquecimento global. Uma análise criteriosa das suas fontes de emissão de carbo-no, do consumo de energia elétri-ca e de gás, apontou para um total aproximado de 400 toneladas por ano e, segundo Gebara, o chamado Bosque Sustentável Santa Paula foi a saída para não só compensar o impacto ambiental, mas para fazer um trabalho de conscientização junto aos colaboradores.De acordo com Oliveira, um hos-pital consome, em média, 10% da energia comercial do planeta, que representa uma fatia de 40% na di-visão entre as energias domiciliar e industrial. Para se ter uma ideia, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em in-glês) - tido como uma referência no mundo em se tratando de sistemas de saúde - colocou a redução de emissão de carbono entre suas principais ações. A meta da região, que emite 18 milhões de CO2 por

mundo em se tratando de sistemas de saúde - colocou a redução de emissão de carbono entre suas principais ações. A meta da região, que emite 18 milhões de CO2 por

tribuir canecas para os funcioná-rios, o Hospital Santa Paula plantou mais de mil árvores, de mais de 50 espécies diferentes, para mi-

, maior responsável pelo aquecimento global. Uma análise criteriosa das suas fontes de emissão de carbo-no, do consumo de energia elétri-ca e de gás, apontou para um total aproximado de 400 toneladas por ano e, segundo Gebara, o chamado Bosque Sustentável Santa Paula foi a saída para não só compensar o impacto ambiental, mas para fazer um trabalho de conscientização

De acordo com Oliveira, um hos-pital consome, em média, 10% da energia comercial do planeta, que representa uma fatia de 40% na di-visão entre as energias domiciliar e industrial. Para se ter uma ideia, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS, na sigla em in-glês) - tido como uma referência no mundo em se tratando de sistemas mundo em se tratando de sistemas de saúde - colocou a redução de emissão de carbono entre suas principais ações. A meta da região,

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Foto: Ricardo Benichio

“É preciso coragem para investir em

sustentabilidade, sabendo que isso vai ajudar na percepção

emocional do paciente no futuro” Gebara, do Hospital Santa Paula

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ano, é diminuir em 10% até 2015 e em 20% até 2050. A Inglaterra é ainda mais agressiva e pretende bai-xar a emissão em 80% no mesmo período, sendo o único país a instituir uma lei para o controle do gás carbônico.Mais um exemplo de responsabilidade ambiental do Santa Paula foi a construção do Instituto de Oncologia Santa Paula (HSP), inaugurado há dois meses, sob os preceitos sustentáveis e, que dessa forma, conquistou a certificação Aqua – Alta Qualidade Ambiental - por sua estrutura de baixo impacto ao meio ambiente.“Buscamos cerca de 40% do investimento para ace-lerar a obra junto ao BNDES e a certificação Aqua foi um diferencial para a concessão. Ficamos surpresos com isso”, diz Gebara, ressaltando que o Santa Paula está se antecipando em uma missão que “todos um dia vão ter de cumprir”.Outra evidência sobre como o tema está impactando na hora de fazer negócios foi o lançamento do “Relate ou Explique para Relatório de Sustentabilidade ou Similar” pela BM&Bovespa, em 2011, que tem o obje-tivo dar visibilidade a práticas transparentes aos in-vestidores e analistas. Em outubro de 2012, o número de empresas que aderiu à iniciativa passou de 203 para 253, um aumento de 12,64% em apenas cinco meses. Ao final de 2012, 58% das empresas listadas na bolsa havia aderido à recomendação.O conceito transparência no setor da saúde cos-tuma ser ainda mais delicado em relação a outros segmentos, afinal engloba indicadores hospitalares como taxas de infecção, mortalidade, intercorrên-cias que, em geral, o usuário do sistema não faz ideia de como interpretar. “Quando você entra para fazer uma cirurgia é uma aventura. Você não sabe nada sobre o que vai acontecer lá dentro. Para o paciente, a importância está na imagem, e não no produto em si. E o relatório de sustentabilidade se torna chave nesse aspecto”, reforça Oliveira, do PHS, e acrescenta que o reconhecimento por parte da diretoria sobre a relevância desse documento e das certificações sustentáveis está diretamente relacionado com a sobrevivência da instituição. “Quando o gestor de Saúde ignora isso, é melhor não esperar nenhuma política pública de seus governantes”, diz.Gebara, do Santa Paula, confessa que recentemente se deu conta que o que realmente importa é a percep-ção emocional do paciente, e não a racional. “Ele não volta em um hospital porque tem um robô Da Vinci, mas pelo modo como foi tratado”, diz, admitindo que a percepção da marca é a maior valia. “Mesmo com a fonte pagadora não querendo pagar nada a mais pelo fato de o hospital ter um selo verde, é preciso coragem para investir em sustentabilidade, saben-do que isso vai ajudar na percepção emocional do paciente no futuro”.

Serviços de saúde do Brasil quejá publicaram ou publicam

Relatório de Sustentabilidade GRI

Unimed do Brasil

Central Nacional Unimed

Federação das Unimed do Estado de São Paulo

Unimed Amparo

Unimed Campinas**

Unimed Circuito das águas

Unimed Blumenau

Unimed Cuiába

Unimed Rio

Unimed Vitória*

Unimed Cascavel*

Grupo Fleury

DASA

Hospital Sírio-Libanês

Hospital Albert Einstein

Hospital AC Camargo***

Hospital Municipal de Cubatão ( OSS Pró Saúde)

Hospital Municipal de Araucária ( OSS Pró Saúde)

Hospital Municipal de Foz do Iguaçu*** ( OSS Pró Saúde)

*Estas Unimeds estão classificadas no Database da GRI como produtos de saúde**Esta Unimed esta classificada no Database da GRI como Turismo*** Relatórios que não constam no Database da GRI

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it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate it mídia deBate Responsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio EmpresarialResponsabilidade Sócio Empresarial

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C o n t e ú d o :

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S a ú d e B u S i n e S S S c h o o lo s m e l h o r e s C o n C e i t o s e p r á t i C a s d e

g e s t ã o a p l i C a d o s À s a ú d e

Como evitar errosem deCisões que sóum Ceo pode tomar?

M DÓ U L 0O 9

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FH | SAÚDE BUSINESS SCHOOL

Módulo 1 - Fabian SalumA parceria para o crescimento sustentado e explicação sustentável.

Módulo 2 - Mauricio ValadaresA importância de uma análise de risco nas estratégias de crescimento das organizações.

Módulo 3 - Marcos CarvalhoA gestão estratégica apoiada emprocessos eficientes.

Módulo 4 - Félix Theiss JúniorObjetivos estratégicos alicerçados pelo entendimento de gestão de finanças e cria-ção de valor para as organizações. Módulo 5 - Acrísio TavaresA governança em TI, seu diferencial e apoio para o crescimento. Módulo 6 - Paulo VillamarimIdentificar talentos e Lideranças éa estratégia para crescer.

Módulo 7 - Vincent DuboisA inteligência em força de vendas em mercados competitivos. Módulo 8 - Hugo TadeuA gestão de operações com foco na ino-vação de processos e serviços. Módulo 9 - Marcelo DiasComo evitar erros em decisões que só um CEO pode tomar? Módulo 10 – Newton GarzonA gestão por resultados o equilíbrio entre curto e longo prazos. Módulo 11 - Eduardo VerasLeitura de mercado e ações queevidenciem a proposta de valor das organizações. Módulo 12 - Pedro LinsCompetitividade sustentável –o conceito Blue nas organizações.

O PROJETO ENVOLVE OS SEGUINTES TEMAS:

MARCELO DIAS

COMO EVITAR ERROS EM DECISÕES QUE SÓ UM CEO PODE TOMAR?

Frequentemente é dito que aprendemos com nossos

erros, que devemos encará-los como oportunidades.

Entretanto, seria melhor que não cometêssemos

erros logo na partida ou em momentos determinan-

tes, principalmente quanto se ocupa uma posição de

direção numa organização.

Existem pressões tão grandes para líderes delega-

rem mais e mais a seus colaboradores que podería-

mos até aceitar que uma das principais tarefas de um

CEO seria delegação.

Pode-se dizer que isso se aplica mais aos CEOs de

grandes corporações, mas também diz respeito aos

líderes das pequenas e médias empresas, mesmo

que, nestes casos, o trabalho do CEO tenha, aparente-

mente, mais esforço operacional e menos “glamour”.

Não defendemos a centralização excessiva dos tra-

balhos e decisões, uma vez que este comportamento

impede o crescimento da própria empresa. Porém,

um ponto importante a ser considerado é que, tam-

pouco, defende-se a delegação em demasia, já que

ela, ao contrário, expõe a organização e aumenta o

risco. Diante disso, fica a inevitável pergunta: qual a

melhor medida, então?

Primeiramente, independentemente da melhor

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medida ao se delegar, a verdade é que pas-

samos a contratar talentos com maior fre-

quência e vamos cada vez mais delegando,

na medida em que os negócios crescem.

Portanto, o principal desafio do CEO, seja na

organização em crescimento ou naquela

que já possua um bom tamanho, é manter

a confiança e o sentimento de que todos

estão envolvidos e conscientes do propó-

sito da empresa e do rumo estratégico que

ela está trilhando.

Eis aí o acerto que pode prevenir muitos e

muitos erros, e que deve ser defendida pelo

principal executivo da empresa em seu

dia a dia com a equipe: saber compartilhar

com todos os gestores e a equipe em geral

a missão da organização, a sua rota estraté-

gica, os valores que a inspiram. Com todos

na mesma linha, é mais difícil haver perda

de direção. Neste trabalho, o CEO é, acima

de tudo, o maestro que tem como função

principal manter essa “melodia”, que sinto-

niza todos os instrumentos da organização

e anima todos os seus músicos a continua-

rem tocando bem.

Focos de decisão

Para assegurar o desempenho desse papel de maestro, um recurso importante é o

tempo. Quando mais rapidamente a empresa domina essa partitura, mais a delegação

pode e deve ser utilizada para se manter a orquestra. Mesmo assim, o CEO precisa

continuar atento e participante de determinados focos de decisão para que a organi-

zação na desafine ou perca o ritmo. Vamos a esses pontos:

1 - Padrão de qualidade: a qualidade dos serviços e produtos tem de ser mantida e cons-

tantemente avaliada pelo CEO. Nesta situação, a sua supervisão é uma espécie de ouvidos

e olhos da própria organização, com foco em manter um perfil mínimo de entrega.

2 - Saúde financeira: CFOs e controllers podem e devem ser de grande valia em enten-

der o desempenho da empresa. Entretanto, o CEO é, em última instância, o verdadeiro

responsável pela saúde financeira da rganização, mesmo que ele delegue tarefas.

Desta forma, não adianta relegar essa importante atividade da corporação: é essencial

que, apesar de o departamento ser de responsabilidade de outros profissionais, o

principal executivo da empresa acompanhe os números constantemente, tomando

decisões e mudando os rumos quando necessário.

3 - Mensagem da marca: website, logo, material de vendas ou qualquer outro suporte

que carregue a mensagem da empresa tem de ter o aval do CEO. Obviamente que

pode haver o apoio de fornecedores, mas o significado e a expressão do negócio pre-

cisam ter sempre o tom de voz, a afinação, a cor e o clima acompanhado por quem

está no comando. Este pode parecer um trabalho menos estratégico frente às necessi-

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FH | saúde business school

50 setembro 2013 revistafh.com.br

dades do dia a dia, mas é extremamente importante por pontu-

ar o posicionamento corporativo da companhia como um todo.

4 - Recrutamento: um julgamento inadequado de potenciais

candidatos a estrelas na organização pode comprometer seu

futuro. um ceo tem que se envolver com bastante cuidado no

processo de atração, retenção, treinamento e desenvolvimento

das pessoas que farão e conduzirão a empresa no futuro. É aí

que se assegura a boa escolha e a transmissão da cultura organi-

zacional. as pessoas, afinal, fazem a corporação.

5-Clientes: você conhece seu cliente? Você compreende suas

necessidades? se a empresa não estiver provendo um produto

ou serviço que tenha valor para os clientes, e especialmente

não pensando em cada vez melhorar mais, o longo prazo pode-

rá estar comprometido! Por mais alto que o posto do executivo

seja, ele não pode esquecer o verdadeiro propósito da compa-

nhia e saber exatamente o que ela quer entregar ao mercado.

Erros

mesmo diante dos focos de decisão apresentados anteriormente,

vale um alerta: ninguém tem todas as respostas e, muito menos, a

capacidade de forjá-las .

a experiência mostra que muitos ceos gastam um tempo pre-

cioso tentando resolver problemas sozinhos, não engajando

pessoas de sua equipe na busca de soluções.

não saber, ou pior do que isto, não admitir que você não sabe é

um grave erro. É muito mais perigoso não saber o que você não

sabe, pois, em situações do tipo, é comum encontrar grandes

respostas para os problemas errados.

se reconhecermos essa hipótese, nós contribuímos para deixar

o processo de decisão mais transparente e participativo. ao

mesmo tempo, possibilitamos que as pessoas formem conosco

uma visão de mundo mais humana e solidária. o ceo precisa,

acima de tudo, aceitar o fato de que é impossível ser excelente

em todas as áreas.

não podemos esquecer que excesso de con-

fiança e uma atitude do “faz-de-tudo” somen-

te demonstram arrogância, o que, invariavel-

mente, desmotiva a equipe e prejudica a cor-

poração como um todo. e esse mesmo ceo

não estando consciente dessa sua fraqueza

coloca a organização em risco constante.

ou seja, quanto mais o processo de decisão

estimular o envolvimento de outras pessoas

da organização mais ajudará o ceo a decidir

melhor, fundando a sua decisão não somen-

te em sua intuição e conhecimento próprios,

mas em cultura coletiva e mais poderosa.

isso fortalece as bases estruturais da empre-

sa, porque transmite o comprometimento

com a equipe.

Por isso, é fundamental sempre, no processo

de tomada de decisão, saber escutar as pes-

soas, principalmente aquelas que conhecem

o processo que a decisão irá afetar.

Mais uM pontodE atEnção

neste processo de compartilhar decisões,

é muito comum cair em um engodo que

nós mesmos construímos: dividir a tomada

de atitudes com os demais departamentos

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da empresa quando, na verdade, a decisão, em seu íntimo, já está

tomada. Em vez de escutar o que outros têm a dizer, passamos à

tentativa de transformar/mudar a cabeça das pessoas em direção

à nossa! Isso não é ouvir, é impor, de uma maneira mais polida, a

nossa própria ideia.

O papel do CEO ao envolver pessoas no processo de decisão é o de

ser o advogado, questionando a lógica, a suposição, até sentir con-

forto entre confiança e humildade.

Outro ponto que considero importante é a cultura organizacional,

pois se bem estimulada torna os colaboradores mais eficientes e

produtivos. Não acredito em mão-pesada pois não é benéfico no

longo prazo. Os esforços estão em facilitar um ambiente onde as

pessoas se sintam donas de suas responsabilidades e que tenham

voz na forma como fazem seu trabalho, criando uma atmosfera

que permita uma performance mais favorável da organização.

Arrogância causa erros e ninguém é infalível.

ConClusão

Importante termos em mente que tudo que um CEO faz ou fala é enxergado e ouvido pela empresa através de diferentes olhos e ouvidos.

Portanto, o papel do principal executivo é aprender a fazer perguntas, não o de ter todas as respostas.

Exemplos:

• Os padrões de comportamento do CEO e seu principal time têm de ser significativamente mais altos do que é cobrado do restante da

empresa. Desta maneira, chegar atrasado ao trabalho e não estar preparado para reuniões, por exemplo, farão que a organização se torne

leniente em outros aspectos. A liderança tem de ser, acima de tudo, pelo exemplo.

• Um CEO tampouco pode vacilar nas brigas internas de seu time, favorecendo uma função em detrimento de outra. Deve sempre se

perguntar se quer um “Team of Stars” (time de estrelas, onde cada um atua para demonstrar seu desempenho pessoal) ou um “Star Team”

(time estrela, onde o trabalho em equipe perdura as relações de confiança e colaboração entre todos). Vale lembrar que é mais fácil ter o

primeiro, mas o segundo sempre é melhor para a organização, por motivos óbvios.

• Todo CEO é suscetível a uma massagem no ego! Cuidado, procure ser respeitado por competência e não por popularidade, caso contrário

acabará cometendo erros... quanto mais inflado o ego, mais confiança. Quanto maior a confiança, mais a vontade de decidir sozinho. E como

já falamos, quanto mais se decide sozinho, maior a chance de cometer erros e não engajar a empresa como um todo em busca de uma meta.

“O CEO prECisa, aCima dE tudO, aCEitar O fatO dE quE é impOssívEl sEr ExCElEntE Em tOdas as árEas”

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FH | saúde business school

52 setembro 2013 revistafh.com.br

Marcelo Dias possui ampla experiência na gestão de empresas de médio porte, especialmente no segmento de engenha-ria e logística. seu perfil profissional inclui, tam-bém, conhecimento em formação, capacitação e gerenciamento de equipes multidisciplinares de alto desempenho e elaboração de estratégias de negócio.

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ação

1. Na sua visão, existem particularidades de ges-tão no caso de CEOs de empresas de saúde? Por favor, descreva-asnas empresas de saúde o grande desafio está na ges-

tão das pessoas. o negócio saúde é feito por pessoas

para outras pessoas. existe uma importância muito

grande: as relações humanas que passam por valo-

res baseados na confiança, segurança e ética. além

disto, o setor hoje vive um boom de novas tecnolo-

gias e avanços nos tratamentos e medicamentos, é

preciso estar atento a estes movimentos, mas sem-

pre pensando no bem estar geral do cliente final.

2. Um bom CEO engaja a companhia em uma única meta. Como fazer isso, levando em consi-deração que cada pessoa/empregado tem seus próprios objetivos dentro da companhia?um dos grandes desafios do ceo é exatamente este.

Portanto ele/ela deve se envolver profundamente

na comunicação da meta principal e ser capaz de

dar um entendimento muito claro do que é impor-

tante para a empresa e seus acionistas.

Quanto mais simples de entendimento e compre-

ensão, mais fácil será ter uma equipe empenhada

em atingi-la. os objetivos pessoais dos funcionários

devem ser permeados pelos valores da empresa e a

sua busca de crescimento e valorização devem ser

refletidos em seus atos enquanto funcionário. existe

um combinado de vários fatores que incluem boa

comunicação, meta clara, dedicação e perseverança.

considere a companhia como uma grande orquestra.

a música a ser executada (meta) é clara e sabida por

todos (partituras) e cada um na sua especialidade irá

executar sua parte que irá compor um todo (músicos

e solistas). o papel do ceo é o do maestro - dar ritmo,

cadência e previamente ensaiar muito com sua equi-

pe para que a execução seja perfeita.

3. No texto, o senhor comenta: “Não defendemos a centralização excessiva, uma vez que esta impe-de o crescimento da empresa, tampouco defende-

mos a delegação em demasia, pois, ao contrário, ela expõe a organização e aumenta o risco.” Como saber medir o que delegar e o que não delegar?conhecer bem o perfil e competência dos seus ges-

tores dará ao ceo o conforto necessário para esta-

belecer o equilíbrio ideal de delegação a cada um.

em princípio, estando com as pessoas certas nos

cargos de gestão não há porque temer em delegar

demais. o que pode acontecer é uma fase de transi-

ção muitas vezes necessária na medida que alguns

líderes já têm a maturidade esperada para assumir

grandes responsabilidades, e outros que estão no

caminho certo, mas necessitam de um tempo maior

para lidar com níveis maiores de delegação. neste

caso, cabe ao ceo gerenciar um certo gradualismo

em delegar. o que não pode ser delegado pelo ceo

é o dever se enxergar mais longe, num horizonte de

tempo maior que os demais que estão no dia a dia.

4. No texto, o senhor explica: “O papel do CEO é aprender a fazer perguntas, não o de ter todas as respostas”. Como deve-se passar essa dica para a prática? Como criar um ambiente de ouvidoria que seja realmente efetivo e livre de filtros?antes de mais nada, o ceo tem de ser percebido

como uma pessoa em quem se possa confiar. sua

fala tem de ser percebida como verdadeira, em

todos os níveis da empresa. se as pessoas não con-

fiarem no caráter dele, não vão se sentir à vontade

para conversar com ele a respeito dos problemas.

superado este ponto, tem de haver disponibilidade

de ouvir. não adianta ter “as portas abertas” mas não

estar presente no momento em que as pessoas pre-

cisam falar com você. Por fim, tem de haver coerên-

cia. não prometa o que não pode, mas cumpra tudo

o que prometer.

5. Um bom empreendedor é necessariamente um bom CEO? Por quê?nem sempre. Prefiro até arriscar e dizer que na maio-

ria das vezes não é. É um tanto polêmica esta minha

Entrevista com o autor

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posição, pois se a maioria dos empreendedores, fundadores de

empresas de sucesso chegaram a um crescimento fantástico de

suas empresas, com grande geração de valor, então por que não

podemos considerá-los grandes CEOs? A resposta está nas esta-

tísticas de perenidade de muitas organizações de controle fami-

liar. Uma quantidade significativa destas empresas não se susten-

ta diante das grandes mudanças que os ambientes de negócios

vêm proporcionando e a genialidade do empreendedor acaba

não sendo suficiente para conduzir a empresa aos desafios do

futuro. É muito difícil esperar que todo empreendedor desenvol-

va atributos de CEO necessários a liderar uma empresa.

O empreendedorismo está mais voltado para a criatividade,

liberdade de pensamentos, na busca de soluções inovadoras. O

CEO está mais empenhado na busca de resultados, das metas,

organização e gestão.

6. Em especial se tratando de empresas de menor porte, a companhia costuma ser muito direcionada ao perfil de seu CEO. Quais seriam as melhores metodologias para que o DNA do CEO da empresa seja repassado para os demais fun-cionários e gere a tão sonhada perenidade?É preciso que haja clareza quanto aos valores que constituem o

DNA da empresa. Só assim as pessoas poderão avaliar se aquele

é o ambiente em que vão se sentir à vontade para dedicar as

suas habilidades profissionais. Não se trata de “juízo de valores”,

mas de “alinhamento cultural”. Para gerar perenidade, as pesso-

as que vão estar com você têm que compartilhar os seus valo-

res. Se não for assim, o clima organizacional será péssimo. Não

adianta manter pessoas infelizes, por mais competentes que

elas sejam. É melhor que elas sejam felizes em outras organiza-

ções, alinhadas com os valores pessoais que elas defendem.

7. Quando erra, quais procedimentos os CEO deve tomar, em termos de comunicação e resolução?Não vejo outro procedimento a não ser “a linha reta”.

Reconhecer erros e agir rapidamente para corrigi-los faz parte

do cardápio de qualquer líder. Também é importante exercitar

a pesquisa para busca da causa. Muitos se ocupam das con-

sequências e se esquecem de identificar de forma objetiva as

causas para os erros. Entendido isto é importante que todos da

empresa saibam e entendam o que aconteceu para evitar a sua

repetição. Erros são e devem ser vistos como um momento de

aprendizado. Só erra quem faz.

8. Quais cuidados deve tomar quando um CEO decide mudar o plano estratégico de uma empresa?Antes de mais nada, consultar os acionistas. Mudar o rumo da

estratégia quando necessário é o que se espera do líder maior

(CEO). É importante buscar um consenso entre os gestores prin-

cipais e partir para a ação! Neste caso, a comunicação cumpre

outro papel fundamental e o envolvimento pessoal do CEO

na condução desta mudança de rumo é imprescindível. Após

mudar o plano estratégico, o mais importante é deixar claro

para os demais os objetivos daquela mudança e uma imediata

revisão dos planos táticos (diretoria e gerência) e dos planos

operacionais (funcionários de forma em geral).

9. Ser CEO é ser líder. Como ser líder e, ainda assim, aceitar a liderança de outros? (em termos de controle de áreas, direto-rias e definições de projetos)?Encaro isto de forma muito natural. Faz parte da missão de um

CEO cuidar desta atmosfera de estímulo dos gestores exerce-

rem a liderança na plenitude e conduzirem as equipes na busca

dos objetivos. Cabe a ele ser o facilitador para que estes espaços

sejam criados para o exercício da liderança.

Se você não é capaz de aceitar a liderança de outros não pode

exigir que os outros aceitem a sua liderança. Existem regras, a

liderança é que vai ditar o ritmo, a velocidade, a efetividade das

ações e, por fim, o alcance das metas de forma eficaz.

10. Como lidar com problemas de relacionamento entre diretores, que deveriam ser pares e trabalharem juntos na organização?O CEO cumpre o papel de mediador nas relações entre direto-

res e cuida da eliminação dos pontos de conflito. Quando ocor-

rem estas situações, ele deve ser ágil e direto na busca da conci-

liação de posições, buscando intermediar com muito senso de

justiça ainda que respeitando as diferenças de temperamentos

e perfis de cada um.

A lógica está na definição clara do papel de cada um e do obje-

tivo comum da empresa e dos que nela trabalham. Como já dis-

seram antes: As ideias podem brigar, as pessoas não.

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Saúde buSineSS SchoolSaúde Business School é uma iniciativa da IT Mídia.

Todos os direitos reservados.

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Untitled-3 1 10/09/13 17:35

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E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE SER A GESTÃO DA SUA INSTITUIÇÃO.SER A GESTÃO DA SUA INSTITUIÇÃO.SER A GESTÃO DA SUA INSTITUIÇÃO.SER A GESTÃO DA SUA INSTITUIÇÃO.SER A GESTÃO DA SUA INSTITUIÇÃO.SER A GESTÃO DA SUA INSTITUIÇÃO.SER A GESTÃO DA SUA INSTITUIÇÃO.SER A GESTÃO DA SUA INSTITUIÇÃO.

EM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOEM TODOSISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,SISTEMA,EXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAEXISTE UMAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAREFERÊNCIAE NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE E NO SETOR DA SAÚDE, ESSA REFERÊNCIA PODE

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58 SETEMBRO 2013 REVISTAFH.COM.BR

NA CORRIDA PELA ACREDITAÇÃO, OS LABORATÓRIOS PODEM SE DEPARAR COM ALTOS INVESTIMENTOS NA BUSCA PELA EXCELÊNCIA, MAS, COM A CHEGADA DE NOVOS MODELOS DE MONITORAMENTO E DIVULGAÇÃO, A FALTA DE QUALIDADE CUSTARÁ AINDA MAIS CARO

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Paulo Silva Jr. | [email protected]

TEMPREÇO

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FH | MEDICINA DIAGNÓSTICA

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Falar de acreditação é esbarrar em declarações que con-firmam, obviamente, a importância da busca incessan-

te pela excelência na qualidade dos serviços prestados. É verificar, ainda, que num universo de cerca de 12 mil laboratórios (segundo estimativas do mercado) espalha-dos pelo Brasil, há muito chão para que as adequações se universalizem e alcancem, de fato, cada simples exame feito nos chamados rincões deste País. E é ainda procurar entender, afinal de contas, apesar de um cenário em que a tendência é que as normas cheguem a cada vez mais lugares, por que o número de laboratórios certificados não chega nem a 3% do total?Apesar da pequena abrangência, os números estão em

constante mudança, visto que novos centros passam por auditorias a todo momento. Existem hoje por volta de 315 laboratórios certificados no País, sendo pouco mais da me-tade pela norma DICQ, da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC), cerca de um terço pela PALC, da Socieda-de Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), e a menor parcela, em torno de 40, pela ONA, a Organização Nacional de Acreditação. Isso corresponde a 2,6% daquele universo de 12 mil laboratórios no País.“A partir da regulamentação do funcionamento dos la-boratórios pela Anvisa na RDC 302 em 2005 [definiu os requisitos básicos para a prestação dos serviços], a busca pela acreditação passou a ser mais constante, aponta o consultor da Lab Consultoria, Paulo Ribeiro, especialista em assessorar laboratórios na conquista da acreditação. De acordo com ele, o que era opcional se tornou praticamente obrigatório. “E tenho percebido um crescimento exponen-cial nesse campo por alguns aspectos: primeiro, as nor-mas estão bastante aplicáveis, elas têm um entendimento peculiar dedicado ao laboratório; segundo, a legislação, já que depois de se adequar às regras de funcionamento, falta muito pouco para se acreditar; e terceiro a questão merca-dológica, com os laboratórios cada vez mais divulgando esses parâmetros e a sociedade pressionando a busca pela qualidade com resoluções normativas”, afirma Ribeiro. Aí entramos no aspecto financeiro. Para o consultor, há uma dificuldade principalmente em centros de pequeno e médio porte em destinar recursos para os investimen-tos necessários no processo de acreditação. Um dos 29 laboratórios que está trabalhando com a Lab Consultoria, o Lawall, de Juiz de Fora-MG, concorda com a avaliação. “Geralmente é preciso investir em pessoal, seja um novo funcionário ou uma equipe para cuidar da qualidade”, explica o diretor do laboratório mineiro, Chafic Lays. O executivo ressalta também a necessidade de investimento em softwares que geram vários tipos de registros e indi-cadores como, por exemplo, o tempo que o paciente leva da hora que chega à recepção até receber o resultado do exame, o que, segundo ele, demanda um cálculo pontual em todas as áreas do laboratório. “E o nosso maior pro-

blema é que a qualidade é muito cobrada, o que eu acho certo e bastante válido, mas a gente precisa investir sem ter nenhum repasse. São mais de dez anos sem reajustes nas tabelas, a do SUS já está com 15 anos, e isso complica um pouco. Temos de pensar numa engenharia financeira”, completa Lays. No caso do Lawall, a Lab Consultoria foi procurada há mais de um ano e a escolha foi pela norma DICQ. Agora, depois de passar por uma série de adequações, a auditoria está marcada para novembro. Além disso, como membro da Associação Brasileira de Biomedicina, Lays conta que há um estudo sobre minimizar essa falta de recursos. “Estão pensando um tipo de financiamento, algum incentivo com a chancela do governo, para ajudar os laboratórios, porque estão tendo de pedir empréstimos para implantar qualidade. E no nível que está, essa conta está muito alta”.Apesar desse ponto, o diretor de acreditação e qualidade da SBPC/ML, Wilson Shcolnik, discorda de tantas dificulda-des apresentadas por alguns laboratórios. “Passados mais de 15 anos do início da era de acreditação no País, entendo que houve tempo suficiente para os laboratórios se prepa-

Fotos: Ricardo Benichio

Shcolnick, da SBPC/ML: com norma da ANS aumentou a procura por qualidade

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60 setembro 2013 revistafh.com.br

O Programa de Qualificação de Prestadores de Serviços de Saúde (Qualiss), desenvol-vido pela ANS, é um agente que tem sido visto com bons olhos como um estímulo para quem busca melhorar o nível dos laboratórios. Ele está dividido em duas frentes, ambas consideradas impor-tantíssimas pelo diretor de acreditação e qualidade da SBPC/ML, Wilson Shcolnik:

• Divulgação da Qualificação dos Prestadores de Serviços: “Esse programa representa um marco importante, visto que de forma pioneira intro-duziu um novo vetor, dife-rente dos preços, que pode-rá nortear a contratação de serviços. As operadoras com mais de 100 mil beneficiários, a partir de setembro de 2013, deverão divulgar a qualifica-ção dos integrantes de sua rede na Internet. A partir de março de 2014, a divulgação passará a ser em todos os meios, inclusive impressos”.

• Monitoramento da Qualida-de dos Prestadores de Servi-ço: “Outro atributo importan-te, pois buscará a avaliação do desempenho por indicadores. Os indicadores ainda estão sendo construídos por um grupo técnico, e, no caso da SBPC/ML, como lançamos um programa de indicadores labo-ratoriais em 2005 em parceria com a ControlLab, já há quase 200 laboratórios familiariza-dos com esses itens”.

Qualiss

rarem. o estímulo que faltava veio agora, com a publicação das resoluções normativas pela Agência Nacional de saúde suplementar (ANs), que darão reconhecimento público amplo aos serviços acreditados. Assim, temos tido uma procura crescente, inclusive de algumas redes verticalizadas, de operadoras de planos de saú-de, que também têm nos procurado”, explica.segundo shcolnik, os cerca de 109 laboratórios acreditados pela norma PALC, o que parece pouco em termos absolutos, correspondem a quase 40% da totalidade dos exames reali-zados no brasil. Agora, a associação lançou a versão 2013 desta norma, e os auditores pas-sarão a exigir o cumprimento dos novos itens em junho de 2014. “A PALC 2013 vem com uma revisão e consequente atualização, quando necessária, de todos os itens já existentes, além da criação de novos, particularmente em ges-tão de sistema de informações laboratoriais, uma vez que a evolução tecnológica é rápida e essa ferramenta é imprescindível para um la-

FH | mediCiNA diAgNóstiCA

boratório”, afirma a gestora técnica da PALC na sbPC/mL, Carla Chaves. e quem já se prepara para essa atua-lização é a dasa, que corresponde a 28 marcas por todo o País, como La-voisier, em são Paulo, sérgio Fran-co, no rio de Janeiro, e Frischmann Aisengart, no Paraná, sendo que to-dos os exames do grupo têm acre-ditação PALC. “o grande desafio é, além de conquistar a acreditação, manter esse sistema vivo, olhando a prática diária”, diz a diretora de qualidade da dasa, Fabiana barini.“eu já fui coordenadora de cursos da vigilância sanitária para os la-boratórios e, digo, o custo da não qualidade é maior que o custo da qualidade. Não controlar pode gerar desperdícios maiores que qualquer investimento. o possível gargalo eu não vou dizer que é o dinheiro, mas sim tem a ver com o executivo que está à frente de tudo. ele tem de acreditar e que-rer qualidade”, explica a executiva e acrescenta que as normas estão bem didáticas e que implementar significa trabalhar com previsibi-lidade, menos desperdício e com menos repetição de trabalho. “e isso dá para fazer num custo quase zero”, completa.Além da PALC, diversos centros do grupo buscam outras homo-logações internacionais como a 17025 no Frischmann Aisengart, de Curitiba, certificação que torna o laboratório o primeiro a alcançar este nível para análises de pater-nidade. A acreditação na norma iso 17.025 é feita por técnicos do inmetro, que acompanham por 60 horas todo o processo do exame, da coleta das amostras à emissão do laudo. “o que a gente estimula é essa melhoria interna de cada uma das regionais. Ver em que ní-vel estamos, onde temos de chegar e ter uma equipe de qualidade co-ordenando esse cenário no grupo”, finaliza Fabiana.

Fabiana, Dasa: custo da falta de qualidade é muito maior

Fotos: Divulgação

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Suzana Camargo | [email protected]

A DOR É O PRINCIPAL SINTOMA QUE LEVA PACIENTES A PROCURAR ATENDIMENTO MÉDICO NO MUNDO TODO. POR ESSA RAZÃO, CADA VEZ MAIS HOSPITAIS E CLÍNICAS INVESTEM NA CAPACITAÇÃO DE PROFISSIONAIS E ÁREAS ESPECÍFICAS PARA LIDAR COM O PROBLEMA

PASSA

ADOR

Foto: Shutterstock

QUE NÃO

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• Musculoesqueléticas – fibromialgia, artrose, hérnia de disco, lesões por esforço repetitivo (LER), tendinite, bursite e a dor lombar (dor nas costas);

• Neuropáticas – associadas com doenças como diabetes, lúpus, esclerose múltipla, artrite reumatoide ou a acidentes vasculares cerebrais (AVC);

• Cefaleias – enxaquecas.

ENTRE AS DORES CRÔNICAS MAISCOMUNS QUE AFETAM A POPULAÇÃO ESTÃO:

Os números são impressionan-tes. Estima-se que mundial-mente 1,5 bilhão de pessoas

sofram diariamente com dor crôni-ca. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que 30% da população do planeta padeça deste mal. Os Estados Unidos contabili-zam um prejuízo anual de 550 mi-lhões de dias de trabalhos perdidos provocados pela dor. As autoridades de saúde do país já consideram essa a década da dor.No Brasil, o cenário não é diferente. Em algumas capitais brasileiras, pes-quisas indicam que o percentual de pacientes com dor crônica é mais alto que o índice mundial. Em São Luís, capital maranhense (MA), por exem-plo, ele chega a 47%, e em Salvador, na Bahia, a 41%. Entretanto, para os profissionais de saúde a grande di-ficuldade em lidar com a dor é que se está diante de uma queixa total-mente subjetiva, pois dificilmente há um exame complementar que demonstre a existência ou mesmo a intensidade dela. “Uma das defini-ções mundialmente aceitas é de que dor é o que o paciente diz sentir”, afir-ma o neurocirurgião especialista em terapia da dor da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Alexandre Walter de Campos. Nos Estados Unidos, desde 1998 já existe uma especialidade médica dedicada ao chamado interven-cionismo da dor, com mais de 5 mil profissionais atuantes no país. Aqui, a dor ainda é considerada uma área de atuação, mas não uma especialida-de. Apesar disso, cresce o número de instituições de saúde investindo na capacitação de profissionais para o setor. Em cada unidade da rede, a São Camilo tem profissionais especiali-zados – os chamados Grupos de Con-trole da Dor. “As equipes contam com médicos que fazem visitas diárias aos pacientes em seguimento com o grupo, uma enfermeira responsável, uma psicóloga e uma fisioterapeuta”, explica Campos. “Temos ainda um relacionamento próximo com a equi-pe de psiquiatria e assistência social”.

Também em São Paulo, no Hospital A.C.Camargo, referência nacional e internacional na prevenção, pesqui-sa e tratamento de pacientes com câncer, desde 1991 há uma Central da Dor. “Em alguma fase da doença oncológica, o paciente terá queixa de dor. Nas fases mais avançadas, isso acontece em quase 90% dos casos”, revela o responsável pela central, José Oswaldo de Oliveira Júnior. A equipe do A.C.Camargo envolve cerca de dez profissionais das mais diversas especialidades: neurocirurgiões, psicólogos, psi-quiatras, neuropediatras, pediatras e fisiatras. Para o médico, a Central da Dor é vital para oferecer um me-lhor atendimento aos pacientes. “Dor é o sintoma que mais limita e deteriora a qualidade de vida. Muitos doentes têm um medo tão grande da finitude da vida quanto da possibilidade de sofrer de dor e a dificuldade em controlá-la”.Outro tipo de dor que tem um im-pacto enorme na vida da popula-ção é a crônica. (entenda mais na próxima página). “A dor aguda mal tratada pode se tornar crônica”, ex-plica o vice-presidente da Socieda-de Brasileira de Estudos para a Dor (SBED), Durval Campos Kraychete. E o maior problema, ainda segundo ele, é que a média de tempo que um paciente com dor leva até procurar um ambulatório ou serviço especia-lizado é de oito anos. “A prevalência

Assis, da Sobra-mid, defende a utilização mais ampla das técnicas inter-vencionistas para minimizar o sofrimento de pacientes

Foto: Divulgação

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FH | ESPECIAL

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da dor crônica aumentou muito no mundo todo”, diz. Para Kraychete, o problema acarreta um prejuízo enorme para o Estado, mesmo as-sim ele acredita que a política de saúde voltada para o tratamento da dor ainda é incipiente no Brasil. “O olhar do governo ainda é res-trito. O sistema público de saúde não comporta a demanda”. Para alguns especialistas, o que exis-te é uma subvalorização da dor. “Há uma ideia pré-concebida de que é normal sentir dor. Isso é um preconceito”, diz Oliveira Júnior, do A.C.Camargo.

ESPECIALIZAÇÃO Fundada recentemente, em outu-bro do ano passado, a Sociedade Brasileira de Medicina Interven-cionista da Dor (Sobramid) de-fende a utilização mais ampla das técnicas intervencionistas para minimizar o sofrimento de pacien-tes. No Brasil, ainda é pequeno o número de profissionais que atu-am nessa área, principalmente por essa ser ainda uma especialização não reconhecida no País, somente uma área de atuação. Alguns mé-dicos têm a certificação obtida nos Estados Unidos, país onde a especialidade é válida. Em geral, a grande maioria dos médicos intervencionistas são anestesio-logistas. “A população envelhece cada vez mais e por isso mesmo precisa de uma melhor qualidade

de vida”, analisa o anestesiologista e presidente da Sobramid, Fabrício Dias Assis. Para fazer o diagnóstico e o trata-mento dos distúrbios relacionados à dor, os médicos intervencionis-tas utilizam agulhas, em procedi-mentos minimamente invasivos. Entre as técnicas mais aplicadas estão bloqueios guiados por ima-gens com anestésicos e corticoi-des, bloqueios por radiofrequên-cia, utilização de toxina butolínica para tratamento de dores muscu-lares e a descompressão percutâ-nea do disco intervertebral. Os intervencionistas também tra-balham com técnicas de sistemas implantáveis, como o implante de bombas de infusão de fármacos no organismo do paciente. Em casos de câncer, por exemplo, a bomba de morfina deixa o pacien-te mais confortável. “São procedi-mentos um pouco mais caros, mas parte deles tem o custo coberto pelos planos de saúde”, afirma o presidente da Sobramid. Assis diz também que esses procedimentos são mais vantajosos no tratamen-to do que as terapias medicamen-tosas, pois estas, depois de algum tempo, vão perdendo o efeito e as doses precisam ser aumentadas. “Nos Estados Unidos, de 1998 a 2005, houve um crescimento das técnicas intervencionistas em mais de 400%”, revela. Para o médico Oliveira Júnior, al-

guns analgésicos ou anti-inflama-tórios podem ter efeitos colaterais para certos pacientes, comprome-tendo funções hepáticas ou renais. Entra aí a importância do trabalho dos profissionais da Central da Dor no hospital. “Conseguimos racio-nalizar o tratamento com analgé-sicos graças ao acompanhamento e análise da equipe da dor”, afirma. Além disso, o profissional salienta que o controle da dor reduz o so-frimento dos pacientes, garante a alta hospitalar precoce e ainda um restabelecimento mais rápidos nos processos pós-operatórios. “As Centrais de Dor começam a ser incorporadas em vários hos-pitais, não só os oncológicos, mas outros também, já que melhoram a qualidade do atendimento”. Assim como em outras áreas da medicina, os profissionais que trabalham com a dor precisam de atualização constante para acompanhar as novas desco-bertas e avanços no setor. A Rede de Hospitais São Camilo oferece cursos específicos sobre o tema. “O tratamento do problema deve ser feito por uma equipe multi-profissional, que trabalhe de maneira inderdisciplinar e dis-cuta em conjunto qual a melhor maneira de tratá-la de cada pa-ciente”, avalia Alexandre de Cam-pos. “O médico que não valoriza a queixa de dor está neglicencian-do a atenção ao paciente”.

DOREM NÚMEROS

de pessoas sofrem diariamente com dor crônica, segundo a OMS

é o número de dias de trabalhos perdidos provocados pela dor nos EUA

percentual de pacientes com dor crônica, em São Luís

percentual de pacientes com dor crônica, em Salvador, na Bahia

DOR É O SINTOMA QUE MAIS LIMITA E DETERIORA A QUALIDADE DE VIDA DO PACIENTE. MUITOS DOENTES TÊM UM MEDO TÃO GRANDE DA FINITUDE DA VIDA QUANTO DA POSSIBILIDADE DE SOFRER DE DOR E A DIFICULDADE EM CONTROLÁ-LA.

OLIVEIRA JÚNIOR, DO A.C. CAMARGO

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FH | operadora

setembro 2013 revistafh.com.br

setor discute o impacto das novas regulamentações na operação de

empresas de pequeno e médio porte

maria Carolina buriti | [email protected]

seleção

Natural Qual é o futuro das pequenas e médias opera-

doras de saúde? a questão preocupa a cabe-ça dos empresários e tem colocado em xeque a própria sustentabilidade do setor. No horizonte, a expansão do rol de procedimentos - com começo previsto para 2014, que implica na incorporação obrigatória de novos procedimentos e, por sua vez, mais gastos. No presente, a difícil realidade de ten-tar sobreviver em meio as grandes, obedecendo as mesmas regulamentações que incluem normas de estrutura mínima e prazos para atendimento. diante da discussão, a agência Nacional de saúde suplementar (aNs) reconhece o cenário adver-so, mas como autarquia reguladora se posiciona para garantir o acesso ao beneficiário ao invés de promover “possíveis incentivos”. “o papel da agência não é incentivar ou não incentivar, e sim estabelecer padrões e regras que devem ser ob-servados do ponto de vista assistencial e econô-mico-financeiro”, afirmou o diretor da autarquia leandro tavares, durante evento em são paulo*.

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OperadOras em atividade pOr pOrte, segundO mOdalidade (Brasil - dezemBrO/2012)

modalidadeda operadora total

total

sembeneficiários

218

5

39

94

1

57

18

4

-

1.538

325

387

94

118

299

214

88

13

Administradorade benefícios

Cooperativaodontológica

Odontologiade grupo

Autogestão

Cooperativa médica

Medicina de grupo

Filantropia

Seguradoraespecializada em saúde

pequeno porte(até 20.000)

893

155

229

-

89

205

154

60

1

médio porte(20.000 a 100.000)

325

129

92

-

22

24

32

22

4

grande porte(acima de 100.000)

102

36

27

-

6

13

10

2

8

Fontes: CADOP/ANS/MS - 12/2012 e SIB/ANS/MS - 12/2012Caderno de Informação da Saúde Suplementar - março/2013

Movimento natural de um setor regulamen-tado, os 13 anos da agência e as normas es-tabelecidas empurraram o segmento para a consolidação. Assim ocorreu uma espécie de “seleção natural”: àquelas que consegui-ram obedecer continuaram na ativa, muitas quebraram e outras foram incorporadas por grandes companhias que conseguem operar, entre outros motivos, em razão da escala. Dados da agência mostram que eram 1345 em-presas em 2003 e, atualmente, o número é de 959 (considerando as operadoras com benefi-ciários e excluindo a área odontológica). Nes-te universo, com 529 consideradas pequenas empresas e 279 de médio porte (veja tabela), estão beneficiários que, muitas vezes, precisam de atendimento em pequenas cidades. “En-tendo que a médio prazo não dá para a saúde suplementar deixar de contar com as peque-nas operadoras nos menores centros”, alerta o presidente da Comissão de Pequenas e Médias Operadoras da Abramge Nacional, Cyro Alves de Britto Filho. A entidade representa cerca de 80% de operadoras com este perfil. Consultores ouvidos pela reportagem relata-ram que a própria ANS admitiu, em 2012, que

“havia cerca de 300 operadoras de pequeno porte sem condições de continuar atuando”. A autarquia não trabalha com regras específicas de acordo com o tamanho das instituições e vê nesta situação um movimento natural do mer-cado. “Não sei se as empresas menores existirão no futuro. Têm mercados onde já ficou claro que escala é fundamental e eles operam sem empresas menores. Há outros que tenderam a organizar melhor seu regramento e perceberam a importância das menores, pois elas possuem capacidade de estar em algumas regiões onde outras não estarão”, pontua Tavares. Para o diretor, diante disso as operadoras devem inovar na gestão, pois “o cenário adverso supera o mérito da gestão ortodoxa”. Questionado sobre como seria essa inovação, Tavares acredita que a TI pode ajudar a conter desperdícios.

SObrevivênCiAO fato é que tais empresas não estão sobre-vivendo e um dos fatores apontados pelo mercado é justamente o impacto das novas medidas. “Toda vez que se aumenta o rol de procedimentos, as coisas vão ficando mais complicadas e o custo do plano tende a subir

e afastar o consumidor”, afirmou o presidente da Abramge, Arlindo Almeida. De acordo com o executivo, as reservas téc-nicas que poderiam ajudar as pequenas ope-radoras, que podem quebrar com apenas um caso de judicialização ou de alto risco, por exemplo, não podem ser usadas. “Há pra-ticamente uns R$15 bilhões para todas as operadoras, mas isso não pode ser mexido”, diz. O diretor da ANS enfatiza que o recurso não deve ser tratado como uma espécie de poupança. “O que está definido é que pode ser usado no momento de interrupção da operação, onde os recursos reservados se-jam suficientes para quitar as dívidas com os prestadores”, explica.Para o consultor de saúde suplementar Horácio Cata Preta, há uma evidente crise entre as em-presas de pequeno porte. Se a ANS resolvesse eliminar do mercado as operadoras com proble-mas econômico-financeiros e operacionais so-brariam poucas alterativas para o consumidor. “Não restariam mais do que 400 das cerca de 1000 que estão em operação atualmente, todas pequenas, com 20 mil ou menos beneficiários [seriam incorporadas]”, pontua.

* O 18º Congresso Abramge ocorreu nos dias 22 e 23 de agosto em São Paulo (SP)

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FH | ENTRE ELOS

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TROCA DEEXCELÊNCIASer um centro com padrões internacio-nais de qualidade médica assistencial e segurança do paciente é a meta do Hospital Moinhos de Vento (HMV), lo-calizado em Porto Alegre (RS). Alinhada a esse propósito, a instituição acaba de fechar uma parceria com o instituto Johns Hopkins Medicine International (JHMI), de Baltimore (EUA). A união é a primeira deste tipo no Brasil e tem duração inicial de dez anos. Além de promover intercâmbio téc-nico, científico e assistencial entre as instituições, há um grande foco na qualificação do cuidado clínico, na segurança do paciente, na prevenção e no tratamento de doenças crônicas mais comuns no Brasil. Neurologia, neurocirurgia, medicina de diagnós-tico, cardiologia e oncologia serão as primeiras especialidades a serem de-senvolvidas no HMV.Para a superintendente de educação,

Flávia D’Angelo | editorialsaude.com.br

O Hospital Moinhos de Vento foi fun-dado em 1927 e acreditado pela Joint

Commission International (JCI) em 2002. A instituição gaúcha oferece, além de as-sistência médico-hospitalar, cursos de formação técnica, pós-graduação e re-sidência médica. Pertence ao grupo de hospitais de excelência estabelecido pelo Ministério da Saúde e realiza projetos para o desenvolvimento institucional do Sis-tema Único de Saúde (SUS). Atualmente, as instalações contam com 354 leitos e há planos de investimento de R$ 320 milhões voltados a aumentar a infraestrutura.

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Fachada do Hodpital

Moinhos de Vento (RS)

Foto: Divulgação

pesquisa e responsabilidade social do Moinhos, Claudia Buchweitz, o acordo vai propiciar um novo patamar de desenvolvimento. “O Hospital Moinhos de Vento tem uma nova visão para 2020 que fala de um foco internacional. A par-ceria se deu para que essa internacionalização efetivamente ocorresse e para que a gente pu-desse ter outros termos de comparação, que não aqueles locais ou nacionais”, afirma Claudia.

O HMV pretende ainda implementar o programa de segurança do paciente e de enfermagem criado pela Hopkins, o CUSP (Comprehensive Unit-based Safety Program). Além disso, as ins-tituições unem esforços para a criação de um centro de pesquisa para apoiar especialistas brasileiros no desenvolvimento de estudos e pesquisas e facilitar o intercâmbio de informa-ções entre os dois países.

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Foto: Divulgação

PAPEL DO HVMUm pouco antes de anunciar a parceria com o Johns Hopkins Medicine International, o Hospital Moinhos de Vento apresentou um plano de ex-pansão com investimentos de R$ 320 milhões até 2014. Além de aumentar de 354 para 507 o número total de leitos, o hospital gaúcho ainda pretende contratar 600 novos colaboradores. Até agora, R$ 100 milhões foram aplicados na maternidade, na UTI neonatal, unidades de in-ternação e de endoscopia, centros de Ortopedia e Traumatologia, e Neurologia e Neurocirurgia. A instituição ampliou a área do Centro Cirúrgico de 900 para 1,7 mil m² e, ainda, prevê melhorias na unidade de diagnóstico por imagem, CTI Adul-ta e UTI Pediátrica. Também estão em obras as unidades de diálise e de endoscopia.A qualificação das equipes, captação e retenção de talentos também estão nos planos do hospital. “O bom da parceria é que nenhum dos lados co-meça do zero. A JHMI é um parceiro internacional que está preparado para fazer um trabalho de intercâmbio com outras instituições internacio-nais, ou seja, a JHMI já tem um sistema pensado para isso”, ressalta a executiva. Com o convênio, os profissionais do HMV visita-rão ainda neste ano a instituição norte-americana para treinamento e intercâmbio de conhecimen-to. Além do desenvolvimento de especialidades médicas de interesse, a instituição busca a prepa-ração para novas certificações internacionais, a ampliação das melhores práticas médicas, assis-tenciais e de segurança do paciente.

PAPEL DO JHMIEmbora a parceria seja inédita no Brasil, o JHMI mantém acordos desse tipo em outros países como Canadá, EUA, México, Colômbia, Chile, Peru, Trinidad & Tobago, Panamá, Índia, Singapura, Malásia, China, Japão, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Líbano e Turquia. A escolha pelo HMV se deu pelo compartilhamento dos mesmos va-lores: compromisso com a melhoria da saúde oferecida à comunidade. Segundo a instituição norte-americana, enquanto o HMV tem se dedicado à prestação da medicina, a Johns Hopkins, desde o século XIX, se consagra pelo treinamento médico. Além de apoio e colaboração científica entre profissionais, o acordo visa melhorar os protocolos de controle à infecção hospitalar, trazer novos padrões de segurança e possibilitar o aperfeiçoamento dos médicos gaúchos. “Acreditamos que essa iniciativa terá um impacto de longo prazo significativo na atenção à saúde no Rio Grande do Sul e mais além”, afirma o CEO da JHMI, Steven J. Thompson, em comunicado. O convênio entre JHMI e HMV possibilitará ainda o acesso de pacientes brasileiros que demandam atenção médica de alta complexidade à rede e aos especialistas da instituição norte-americana. Em casos complicados ou raros, os especialistas do JHMI se colocarão à disposição no fornecimento de uma segunda opinião médica.

Além do Johns Hopkins Hospital (fun-dado em 1889 em Baltimore - EUA),

a rede Johns Hopkins Medicine Interna-tional também possui uma universida-de. Passaram por lá 36 vencedores do Prêmio Nobel, sendo 19 da faculdade de medicina. Berço de especialidades como neurologia, urologia, endocrinologia e pediatria; a instituição recebe anualmen-te mais de 120 mil internações e realiza 350 mil atendimentos de emergência e 850 mil pacientes são atendidos por médicos comunitários.

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CEO da JHMI, Steven Thompson, durante

a assinatura do acordo de afiliação

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FH | indústria

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Balança comercial Brasileira para equipamentos médicos amargou déficit de us$ 3,7 Bilhões em 2012. setor de saúde discute formas de reforçar o papel da indústria Brasileira na redução do proBlema, mas ainda há dificuldades para estaBelecer cultura de inovação

SubSiStir ou morrer:o dilema da inovação nas Pmes

marcelo vieira | [email protected]

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Foto: Divulgação

Inovar e crescer não deveriam ser concei-tos mutuamente exclusivos. Em territórios

como o da tecnologia da informação (TI), é quase regra que as companhias mais inova-doras, ao revolucionar o mercado, aumen-tem de tamanho - e receitas - rapidamente. Pequenas empresas, nascidas em garagens pelas mãos de jovens idealistas, são capazes de concorrer com as grandes justamente agregando valor pela inovação. No Brasil, no entanto, ao menos para a maior parte da indústria de equipamentos médicos, a in-feliz escolha está entre subsistir ou morrer.Dados da Associação Brasileira da Indús-tria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Labora-tórios (Abimo) mostram que, atualmente, cerca de 60% das empresas brasileiras do segmento são micro, pequenas e médias, sendo que destas quase 70% são familiares. “A equação é muito simples: para a empresa crescer ela precisa ser inovadora, e para ser inovadora deve estar consolidada no mer-cado”, explicou o presidente executivo da associação, Paulo Henrique Fraccaro.Para o executivo, as PMEs brasileiras que decidem inovar acabam consumindo to-dos os seus recursos no desenvolvimen-to de novos produtos e não investem em estruturas comerciais e de marketing. “É triste ver uma empresa ganhadora de vários prêmios, mas de um produto só, que não consegue deslanchar na mesma velocidade em que foi reconhecida e tem que vender aquela ideia para uma multi-nacional”, lamentou Fraccaro.

Para mudar es-se cenário e for-talecer a indústria nacional, a UBM, mul-tinacional em mídia de negócios, e a Abimo realiza-ram a segunda edição da MD&M Brazil*, feira de tecnologia para a fa-bricação de equipamentos médicos e odontológicos. Expositores nacionais e estrangeiros se reuniram com dois objeti-vos: fazer negócios e fortalecer a capacidade produtiva nacional em um mercado global que alcançou US$ 325 bilhões em 2011.

DificulDaDesBoa parte dos debates durante a MD&M se concentraram sobre os entraves para a inovação na indústria médica bra-sileira. O presidente do conselho da Braile Biomédica, Domin-go Braile, foi categórico: “Não só é possível inovar no Brasil, como devemos inovar para sobreviver”, disse o fundador da empresa es-pecialista em dispositivos cardiológicos.Para ele, parte do problema da inovação no País passa pela distribuição da pesquisa entre universidades e indústrias. Enquanto em países como Estados Unidos, Japão e Alemanha o número de estudos desenvolvidos nas empresas é substancialmente maior do que as subsidiadas pelo governo e universidades, no Brasil essas últimas concentram 90% do esforço, e o conhecimento não é transferido para a iniciativa privada. “O lugar da inovação é a empresa”, diz Braile. O professor titular e coordenador do curso de Engenharia Biomédica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Paulo Roberto Pialarissi, disse que a dificuldade em inovar não é exclusiva do Brasil, mas a taxa de formação no País de engenheiros biomédicos, capazes de construir máquinas utilizáveis em organismos, é muito baixa. “Se tivéssemos um capital humano maior poderíamos melhorar a qualidade e a manutenção dos equipamentos e a população teria melhores condições de saúde e vida. Mas para isso precisamos ter um ecossistema de inovação”, afirmou.O professor e diretor-geral da Protec - associação civil de fo-mento a inovação tecnológica nacional -, Roberto Nicolsky, disse que parte do caminho para a inovação é evitar a armadilha de “tentar reinventar a roda”. Para ele, as in-venções realmente disruptivas são as incrementais, ou seja, aquelas que aperfeiçoam um produto já criado, e não as radicais, que demandam muito

Braile, da Braile Biomédica: “Não só é possível inovar no Brasil, como devemos inovar para sobreviver”

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FH | indústria

mais tempo e investimento. “são aperfeiço-amentos que agregam valor e viabilizam a competitividade dos produtos”.

Financiamentoo financiamento para inovação na indústria de equipamentos médicos também é uma das dificuldades do setor. o gerente setorial da área industrial do banco nacional de de-senvolvimento econômico e social (bndes), andré Landim, detalhou o Plano inova saúde equipamentos médicos, programa conjunto entre o banco, o ministério da saúde e a agên-cia brasileira de inovação (Finep). a iniciativa, que desde junho seleciona empre-sas brasileiras interessadas, destinará r$ 600 milhões em financiamentos para inovação no segmento – e surge como alternativa às moda-lidades de obtenção de fundos já oferecidas por essas instituições. segundo o gerente, a maior parte dos projetos propostos ao bndes para o Plano (43%) referia-se a ampliação e mo-

dernização. “talvez devido à frágil competiti-vidade brasileira, o financiamento à inovação no setor é, até agora, pequeno”. o chefe do departamento do Complexo da saúde da Finep, Victor odorcyk, apresentou os resultados preliminares do inova saúde. a demanda inicial foi mais de duas vezes superior ao orçamento previsto, com 145 cartas de manifestação de interesse enca-minhadas por empresas. tecnologias de informação e Comunicação (tiCs) e equi-pamentos eletromédicos e odontológicos foram responsáveis pela maioria dos proje-tos (70 e 58 respectivamente), seguida por diagnóstico in-vitro e por imagem (34) e a de dispositivos implantáveis (32).

Setorapesar dos percalços para pequenas e mé-dias fabricantes de equipamentos médicos no brasil, a produção da indústria médica brasileira atingiu r$ 4,8 bilhões em 2012,

Incentivo localUma parceria entre Secretaria de Desenvol-vimento de São Paulo, Prefeitura municipal de ribeirão Preto, abimo e Sebrae-SP, entre outros fomentadores, resultou na criação do projeto para o desenvolvimento do arranjo Produtivo Local (aPL) da indústria de equipa-mentos médicos, Hospitalares e odontológi-cos (emHo), na cidade do interior do estado. o complexo da saúde reunia 69 Pmes até o fim de 2012.o plano inclui parcerias com entidades locais para entender a cultura das empresas, re-duzir a lacuna em termos de boas práticas e transmitir fundamentos de excelência de gestão e qualidade. em um segundo momen-to, por meio do Sebraetec, oferece consultoria tecnológica para avaliação e adequação de processos. o objetivo final é reforçar a com-petitividade das empresas.Segundo o consultor do Sebrae-SP, marcelo caetano alves, a meta é que as empresas de pequeno e médio porte do aPL estejam aptas para ir ao mercado e crescer de forma sus-tentável, criando uma cultura corporativa de inovação e superando resistências burocráti-cas. Para facilitar o acesso a este mercado, a consultoria subsidia inclusive a participação destas companhias em feiras nacionais e no exterior, “tendo a internacionalização como estratégia competitiva”, disse. “não há como pensar o mercado de saúde sem pensar no mercado externo. Queremos que as empresas brasileiras estejam fortes para competir.”a Kidopi, empresa integrante do aPL de ribeirão, recebeu em agosto um prêmio da organização das nações Unidas (onU) na categoria e-Health & environment. Funda-da por ex-alunos do curso de informática Biomédica do campus de ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), a Kidopi atua na área de gestão hospitalar inteligente e informatização de clínicas e consultórios. o projeto premiado é o HealthBi, ferramenta de business intelligence para que gestores acessem indicadores em tempo real.

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Discussões durante a MDM&M apontam entraves como acesso a pesquisas e financiamento

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*O MD&M Brazil ocorreu durante os dias 27 e 28 de agosto, em São Paulo (SP)

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10,2% mais que em 2011. Segundo os resultados apresentados pela Abimo e pela Fundação Getú-lio Vargas, os ganhos de produtividade foram de 5% ao ano no período entre 2007 e 2012, acima dos 4% registrados pela indústria de transformação, mos-trando o potencial do setor. O investimento total do setor em 2012 foi de R$ 307 milhões, ou cerca de 13% do PIB setorial (R$ 2,4 bilhões).No entanto, disse Fraccaro, os resultados poderiam ser ainda melhores caso hospitais públicos e filantró-picos pudessem adquirir equipamentos nacionais com a mesma isenção concedida aos importados. A isonomia tributária é, há anos, a principal bandeira da Abimo e é defendida para reduzir a dependência brasileira de equipamentos médicos importados – o déficit nesta balança comercial passou de US$ 1,7 bilhão em 2007 para US$ 3,7 bilhões em 2012.

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FH | na bagagem

setembro 2013 revistafh.com.br

Evento: Medinfo - 14ª Congresso

Mundial de Tecnologia em Saúde.

Data: 20 a 23 de agosto

Local: Copenhagem, dinamarca

O CONGRESSO tendo como tema central a con-dução da informática médica através da convergência das tec-nologias, profissionais de áreas multidisciplinares, como médicos e engenheiros, puderam trocar experiências e apresentar novos trabalhos e propostas tecnológicas para aprimorar as informações e os atendimentos em saúde.

TRABALHO Participei do Congresso pela pri-meira vez com a apresentação oral de um trabalho resultante do mestrado em tecnologia em saúde, realizado na PUC-Pr. Foram dias muito produtivos, onde pudemos trocar experiências e ideias para que o registro em saúde seja cada vez mais padronizado e disponí-vel para todos os países.

Vai viajar e participar de algum evento na área da Saúde? Envie sua sugestão para [email protected]

Paulo Eduardo Cicogna,da Fundação Pró-Rim

O médico nefrologista e coordenador das unidades de diálise da Fundação Pró-Rim, Paulo Eduardo Cicogna, participou do MEDINFO 2013, na cidade de Copenhagem, Dinamarca. Confira!

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Arquivo Pessoal

Fotos: Arquivo Pessoal

TRANSPORTE... De trem ou até mesmo com as bicicletas públicas é possível ir para qualquer lugar na cidade de Co-penhagem. na estação Central da cidade mesmo com as malas é muito fácil de ir e vir.

AO AR LIVRE...Passamos pelo Tivoli Gardens, segundo parque de diversões mais velho do mundo e que fica no centro da cidade, inaugurado em 14 de agosto de 1843. em 1943 o parque foi queimado pelos nazistas, mas prédios temporários foram construídos e o parque voltou a funcionar em poucas semanas. a iluminação é uma das suas características es-peciais. Vale a pena o passeio.

GASTRONOMIA... são vários os restaurantes da cida-

de e com diversas especialidades e nacionalidades. Torvehallerne se

destaca por ser o point culinário da cidade (parece um mercado público).

CULTURA o museu de arte Thorvaldsen Museum (1) é dedicado ao artista dinamarquês bertel thorvaldsen que pas-sou grande parte da vida na Itália. Quando voltou esse museu foi construído para guardar suas obras. ele está enterrado nos jardins do museu.

o Palácio de Christiansborg, além de ser a sede do Parlamento dinamarquês, divide o edifício com a su-prema Corte, os escritórios do Primeiro-ministro e os apartamentos reais. antigamente era a residência dos reis e rainhas da Dinamarca. todos os dias ocorre uma salva de canhão em Fladestation Holmen (2).

Passamos também por Mastekranen (3), local onde eram colocados os mastros nos navios. em alguns casos, quando chegavam ao porto, os mastros eram removidos para poderem aportar.

Kronborg Slot (4) é um castelo e fica no norte da Dina-marca, fácil chegar de trem, passeio muito bonito. Ficou famoso pelas encenações de Hamlet, de shakespeare!

Paulo Eduardo Cicogna, da Fundação Pró-Rim, e sua esposa Adriana Cicogna.

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fH | tecnoloGia

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Mobilidade leva à saúde novas possibilidades operacionais, Mas o desafio está eM coMo trazer o conceito para dentro da estratégia da instituição coMo uM todo

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Conforme deteCtado no estudo antes da tI, a estra-tégIa na saúde, realIzado pela It mídIa em parCerIa Com os Consultores empresarIaIs ClaudIo gIullIa-

no e sérgIo lozInsky, para grande parte das InstItuIções brasIleIras o hospItal Completamente InformatIzado, sem papel e ConeCtado, pode estar longe da realIdade. relatos de CIos de hospItaIs, Contudo, mostram que já é possível ver InICIatIvas de suCesso e de destaque que Começam a reverter esse quadro, servIndo de exemplo para se multIplICarem ao redor do país.o debate mobIlIdade na saúde, realIzado durante o It forum+ 2013*, mostrou um desses Casos. trata-se do hospItal de ClínICas de porto alegre (hCpa), Com uma exemplar rede sem fIo na qual são ConeCtados smar-tphones e tablets de médICos e enfermeIros para Con-sultas, prontuárIos e sItuações de Cada paCIente. a rede também ofereCe novas possIbIlIdades de terapIas re-CreatIvas aos Internados.

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FH | tecnologia

PBsetembro 2013 revistafh.com.br

À frente da diretoria de ti do HcPa, maria luiza malvezzi conta que a iniciativa partiu do próprio corpo médico do hospital. “os próprios médicos trouxeram seus smartphones e queriam usá-los no ambiente de trabalho. Hoje, todo mundo tem um aparelho e faz grande parte das atividades com ele”, conta luiza.a mobilidade entrou na pauta do HcPa em 2005, em fase de estudo, e o Prontuário eletrônico do Paciente (PeP) móvel foi implantado em 2012, após o desenvolvimento de prontuário eletrônico em PDa’s, instalação de rede wireless e registro da administração da medicação na beira do leito com código de barras. o sistema permite consulta a diagnósticos, prescrição vigente, resultados e laudos de exames e evolução.além disso, também registra sinais vitais, mo-nitoramento e evolução do paciente, seguindo os mesmos princípios éticos e legais já adotados

no prontuário eletrônico. Para isso, é essencial o alinhamento estratégico e o trabalho conver-gente de todas as áreas internas em prol do bem do paciente com o uso da tecnologia. “nós [cios da saúde] não podemos nos colocar como super--heróis para resolver tudo dentro do hospital. É a direção estratégica que nos demanda. se a gestão de vocês não estiver puxando isso, não é o cio sozinho que vai mudar todo o cenário”, relata.realidade diferente é a vivida por marlon olivei-ra, da rede D’or são luiz. ele está implantando um sistema móvel na rede de hospitais, após se deparar com algumas dificuldades em outros projetos de ti. “tentamos implantar ultrabooks ao lado do leito e até que houve uma boa aceita-ção, mas não tínhamos a agilidade necessária. sem contar pequenos detalhes, como a luz do notebook no quarto que gera desconforto para alguns pacientes”, relata.

a principal expectativa com o sistema móvel para smarphones e tablets é o ganho de agilidade, espe-cialmente na direção do hospital que, aos poucos, será replicada nas unidades onde o sistema ainda não chegou. “Faz parte de nosso plano estratégico porque vemos muito potencial nisso”, conta.

Barreiraso cio do Hospital são camilo, Klaiton simão, evi-dencia o pré-requisito de se ter certificação digital para que a mobilidade seja trabalhada com segu-rança. o ambiente hospitalar, contudo, se sente mais seguro com o papel. “sem ele, muitas vezes você não tem garantias”, pontua.Para ele, a tecnologia deve evoluir para biometria, já usada por bancos, com o objetivo de aumen-tar a segurança nas operações móveis na saúde. “grandes iniciativas já vem acontecendo, e vejo um viés de esperança na evolução. todas iniciati-

Luiza, do Hospital de Clínicas de Porto Ale-gre: “Não podemos nos colocar como super-he-róis para resolver tudo dentro do hospital. É a direção estratégica que nos demanda”

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FH | tecnologia

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Oliveira, da Rede D’Or São Luiz: “Mo-bilidade faz parte do nosso plano estratégico por-que vemos muito potencial nisso”

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vas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional da Saúde (ANS), como o cartão nacional do SUS, centralizando e digitalizando informações, eram impensáveis quando entrei no ramo de saúde, há 15 anos”, exemplifica.Na perspectiva de Simão, após a consolidação do padrão TISS (sigla para Troca de Informação de Saúde Suplementar, programa da ANS), a saú-de brasileira terá mais perspectivas de colocar em prática diversos projetos de mobilidade em mais hospitais. “Mais ou menos o que acontece com o Cnab na área bancária”, completa, fazen-do referência ao Centro Nacional de Automação Bancária da Febraban.

EvoluçãoProjetos de mobilidade na saúde, quando vencem os obstáculos para desenvolvimento e implantação, mostram benefícios além da

resposta ao corpo médico. No caso do HCPA, a rede acabou evoluindo para alguns sistemas de recreação terapêutica, visando a pacientes com internação de longo prazo. “Não prevíamos isso, mas vimos que melhorou a qualidade e satisfez nossos pacientes. Então, mantivemos”, expõe Luiza.Para manter essa vertente e evitar o contato de pacientes com sua equipe de TI, a executiva pro-pôs o treinamento da equipe de terapia por um de seus funcionários. Assim, os próprios terapeutas podem auxiliar no suporte e seus profissionais não têm foco desviado. São coisas simples, como tirar pequenas dúvidas de conexão e sugerir con-teúdos como filmes e jogos.Mesmo consolidado, melhoria e evolução são contínuas. Uma das demandas, em estudo, é o acesso ao sistema em redes remotas – hoje, isso só é possível quando o médico estiver dentro do

hospital por razões de segurança. “É um caminho sem volta. Por que limitar a mobilidade, se é algo que por definição deve ser acessível e sem fron-teiras?”, questiona Luiza.Para Oliveira, da Rede D’Or, essa expansão é viável, com o incremento apenas em segu-rança da informação. “A única preocupação é garantir os níveis de segurança, porque os dados serão sempre acessados”, explica. A pos-sibilidade de dar conteúdo ao corpo médico fora do ambiente de trabalho expande o pré--atendimento, assim, o profissional pode che-gar ao local já previamente informado sobre as condições de cada atendimento.“O profissional de saúde tem que manter a per-cepção de que seu trabalho deve ter aderência ao paciente e à melhora de sua saúde”, resume Simão, do São Camilo. “Tudo que gera resultados positivos deve ser fomentado”, apoia.

Simão, do São Camilo: ini-ciativas do Ministério da Saúde e da ANS trazem

boas perspectivas para o futuro móvel na saúde

* Gabriela Stripoli é editora adjunta de TI Corporativa da IT Mídia** O debate sobre mobilidade ocorreu durante o IT Forum +, entre os dias 14 a 18 de agosto, na Bahia

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GESTÃO DE MATE-RIAIS E EQUIPAMEN-TOS HOSPITALARESEste livro é o primeiro da série Gestão Estratégica de Saúde. Com o objetivo de tornar mais eficientes os processos de gestão de materiais e equipamentos em hospitais, o livro trata a gestão estratégica de suprimentos e a de equipamentos, discutindo de maneira sistêmica o planejamento, a aquisição, o recebimento, o armazenamento, as políticas de descarte e outras questões.

Coordenador: Haino BurmesterAutores: Alexandre Henrique Hermini e Jorge Alberto Lopes FernandesEditora: Saraiva Número de páginas: 232Preço: R$ 49

ENFERMAGEM GERONTOLÓGICANeste livro, os leitores podem acompanhar as teorias e os conceitos de envelhecimento, as alterações fisiológicas e psicossociais e as principais intervenções ligadas ao paciente idoso. Houve adaptação de conteúdo para o País, incluindo legislação do SUS e competências, aspectos demográficos, epidemiológicas e quadros culturais e sociais.

Autora: GloriaHoffman WoldEditora: Elsevier Número de páginas: 408Preço: R$ 169

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A advogada e coordenadora do curso de especialização em direito sanitário IDISA (Instituto de Direito Sanitário Aplicado) - Hospital Sírio-Libanês, Lenir Santos, acaba de lançar o livro “Sistema Único de S a ú d e : O s D e s a f i o s d a G e s t ã o I n t e r f e d e r a t i v a ” . N e l e , a f i r m a q u e é p r e c i s o r e g i o n a l i z a r a descentralização da saúde para não fragmentar o Sistema Único de Saúde (SUS) e, dessa forma, garantir a integralidade da assistência.

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Ao analisar a organização jurídico-administrativa da saúde pública no País, qual é o maior desafio na gestão do SUS hoje? Lenir Santos: Entendo que o principal desafio é organizar o SUS nacional a partir de 5.568 sistemas municipais e 27 sistemas estaduais fazendo com que esses sistemas se integrem em regiões de saúde resolutivas. A Federação brasileira incluiu, a partir da CF de 1988, o município como ente federativo, conferindo-lhes competências, como as da saúde. A Saúde por ser um sistema de interdependências no tocante à prestação de serviços (solidariedade e cooperação) - uma vez que nenhum ente faz sozinho da vacina ao transplante, necessitando integrar suas ações e serviços em rede regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade de serviços -, exige dos entes federativos a construção de uma

arquitetura sanitária organizativa de grande complexidade. A somar pelo fato de nossos municípios serem profundamente desiguais do ponto de vista demográfico e socioeconômico, exigindo definição mais precisa e equitativa quanto às responsabilidades pela saúde.

Nessa perspectiva, de que forma é possível garantir de fato a integralidade da assistência à saúde?Lenir: A integralidade, que significa completude, exige essa integração das ações e serviços de saúde entre os entes federativos. Exige solidariedade e compartilhamento; solidariedade e cooperação. Um cidadão para garantir sua saúde deve, muitas vezes, ter que percorrer serviços de diversos entes, que por sua vez precisam estar unidos no sistema de referências, sob pena de a integralidade não se efetivar. É sob essa dimensão que a organização jurídica, administrativa e sanitária do SUS é bastante complexa por envolver diversos entes, repasse de recursos, consenso na definição de políticas e assim por diante. Por isso o SUS conta com as instâncias de deliberação interfederativas no sentido de juntar o que a descentralização separou, sem perder as autonomias federativas.

O que é preciso para vencer os desafios da gestão compartilhada? Lenir: Maturidade política, em primeiro lugar, para que a saúde não seja moeda de troca, de barganhas políticas, mas sim uma política pública voltada para a garantia da efetividade de um direito constitucional que é a saúde; capacidade técnica para unir serviços de entes autônomos; novas formas de gestão que permitam esse compartilhamento e outros aspectos da gestão pública, como as partilhas de recursos federativos que devem centrar-se em critérios legais e não em critérios políticos.

Sistema Único de Saúde: Os Desafios da Gestão Interfederativa

Autora: Lenir Santos Editora: Saberes EditoraNúmero de páginas: 262Preço: R$ 37

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COM M A I S DE 20 A N O S NO M E RC A D OA Hospclean é uma empresa prestadora de serviços no ramo de lavanderia hospitalar, desde 1993.Nosso objetivo é oferecer ao cliente, o enxoval em perfeitas condições de uso, atendendo assim os padrões exigidos pela legislação.Contamos com equipe de trabalho especializada e treinada, seguindo o mais alto e rigoroso padrão de qualidade, garantindo os processos de higienização.

CERTIFICAÇÕESDesde 2004, a Hospclean mantém o Sistema de Gestão de Qualidade, tendo como referencia tecnica o Manual de Processamento de Roupas de Serviços de Saúde editado pela ANVISA.

Em 2008 adotou a NBR ISO 9001:2008 no seu processo de Gestão da Qualidade.

Em março de 2009, a Hospclean teve seu Sistema de Gestão da Qualidade Certificado ISO 9001:2008, através da Certificadora DNV - Det Norske Veritas.

QUALIDADE,CONFIAÇA ESEGURANÇA

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MHA EngenhariaAvenida Maria Coelho Aguiar 215 Bloco F 8° andar Centro Empresarial de São Paulo 05805-000 São Paulo SP Brasiltel +55 11 3747 7711 fax +55 11 3747 7700 www.mha.com.br [email protected]

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FH | em cena

setembro 2013 revistafh.com.br

Foto: André François

Na foto: Equipe dos Expedicionários da Saúde a caminho de atendimento em comunidade indígena Munduruku, no Pará.Enquanto o Brasil importa médicos estrangeiros para trabalharem em regiões remotas, a Associação Expedicionários da Saúde leva medicina especializada a populações indígenas.

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Page 100: Revista FH - Ed. 215

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