revista f. cultura de moda #13

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VISTA O FUTURO é uma reflexão sobre a moda e o cosmos. E do futuro que acontece hoje.

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E X P E D I E N T EE D I T O R I A L

Não se fala mais em futuro como pretendiam os habitantes do século XX. Estamos preocupados em entender o presen-te, onde estamos e o que está acontecendo: o futuro é hoje. Poderíamos pensar, ainda, que já não há futuro porque ele chega muito rápido nesse século XXI. É como se a fluidez do nosso tempo escorresse como um rio que já não estan-ca mais: a nossa percepção do tempo mudou, e de vez. Desde 2010, temos notado um crescimento muito gran-de e muito rápido na qualidade dos materiais com selo da criação de moda local, do design à imagem. Novos talentos estão aparecendo a todo momento e, para seguir a filosofia que sempre encampamos com a revista – promover o pen-samento sobre a cultura de moda –, nossa ideia, a partir de agora, é servir também como uma plataforma para receber e divulgar os trabalhos de novos nomes. Para tanto, reservamos um espaço maior na Revista F. e também no site e blog da empresa F.Works para essa divulgação. São páginas separadas a cada edição da F. para um editorial assinado por novos talentos, e tam-bém com os novos criadores da moda. “Moda de Autor” é dedicada ao reconhecimento de novas linguagens, novas formas, novas interações: resumindo, à divulga-ção do futuro da moda local. Outra novidade, nesta edição, passa por mais um re-conhecimento: surge um novo fôlego no estilo das ruas da cidade. O Craft Artstudio tem um projeto muito ba-cana inspirado no “Humans of New York”: clicando os humanos estilosos de Juiz de Fora e descrevendo um pedacinho do seu universo. Assim, a turma fez render uma boa ideia: e se clicássemos o nosso Street Style Memory nesse mesmo esquema? A pauta fica a cargo da Nayana Mamende (foto) e do Rodrigo Amaral (texto). Um especial sobre tendências de consumo vai abordar as principais tecnologias e as estéticas delas derivadas. Escolhemos a glitch art para permear nosso editorial bem beachwear, recebendo a primavera que já está nas ruas. O editorial MicroCosmos + MacroCosmos vai te dizer so-bre como você pode vestir o futuro. Estilo, livros, cinema, arte, ciência, filosofia e todo o universo que faz a moda girar você encontra aqui também. Vou te contar um segredo: eu dedico, mentalmente, todas as edições a alguma “musa” - que para mim não são coi-sas, sempre pessoas. Sujeitos que me inspiram, de alguma forma, a realizar esse belo trabalho de equipe e fazer com que ele se desdobre nas páginas de cada revista criada. Dessa vez foi Carl Sagan. Lhe dedico. Un bacione,Raquel Gaudard

DIREÇÃO GERAL DE MODAALINE FIRJAM - [email protected]

CONCEPÇÃO E EDITORIA DE CONTEÚDORAQUEL GAUDARD (MTB 17010) - [email protected]

DIREÇÃO DE ARTEVINICIUS ROMÃO - [email protected]

PRODUÇÃO EXECUTIVAVINICIUS RODRIGUES - [email protected]

PRODUÇÃO E CENOGRAFIAANESLEY PEREIRA - [email protected]

STYLING CLÉBER OLIVEIRA - [email protected]

ASSISTENTE DE PRODUÇÃOANA LUIZA GRAÇA - [email protected]

COMERCIALDELAINE LOPES - [email protected] DUARTE - [email protected]

OPERAÇÃO COMERCIALCLÁUDIO ALVIM - [email protected]

REVISÃO DE TEXTOHELLEN KATHERINE

CAPAArte gráfica por Vinícius RomãoModelo: Julia Vida (Élyseé Model Management)Foto: Márcio Brigatto Assistente de fotografia: Wesley BatistaHair por Phillipe Oliviéer e make-up por Priscila Brinati (Equipe André Pavam Cabeleireiros) Edição de Moda: Aline FirjamStyling: Cléber OliveiraProdução: Vinicius RodriguesAssistente de Produção: Ana Luiza GraçaCenografia: Anesley Pereira

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS Eduardo DelmonteJohn Noi - www.trendstop.com

TIRAGEM: 8 mil

IMPRESSÃO: Gráfica AméricaDISTRIBUIÇÃO: Mix Alternativo e Linder Panfletagem Os artigos assinados são de responsabilidade de seus auto-res e não refletem a opinião da revista. Fica expressamen-te proibida a reprodução total ou parcial sem autorização prévia do conteúdo editorial. Todos os direitos reservados. A F. Cultura de Moda não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios publicados na revista.

E R R A M O S !Na matéria “O Brasil, uma escolha”, sobre o centenário da arquiteta Lina Bo Bardi, nos esquecemos de creditar o trabalho do fotógrafo Benoît Molherat.

Na matéria “Um belo começo, em to-dos os casos”, sobre novos etilistas, nos esquecemos de creditar o trabalho da fotógrafa Thais Vandanezi.

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1. A L I C E L I N H A R E S é jornalista e estudante do campo da moda e da arte. Tem interesse por fazer parte de um mundo dinâmico e em constante transformação.

2. A N A E M Í L I A é investigadora de expressões artísticas com teor político.

3. D A N I M A G N O - “Eu gosto dos Beatles. E isso já diz muito sobre mim.”

4. D A N I S A R T O R I é jornalista, eterna apreciadora das “modas” e das artes.

5. D U D U G O N Z A G A é estilista, autodidata em desenho e apaixonado pela moda. “Desenhar é uma forma de me ver, é uma pedra lançada no poço fundo.”

6. H E L L E N K A T H E R I N E é jornalista, apaixonada por internet, comunicação, moda e beleza. Se aventurando, agora, pelo mundo da assessoria.

7. J O Ã O P A U L O D E O L I V E I R A é jornalista, pixador e flamenguista.

8. J O S É A L E X A N D R E A B R A M O é jornalista por formação, publicitário pela estrada da vida. Me convide para uma cerveja e tenhamos um bom papo.

9. J O T A J O T A é dj há 10 anos, dono de um estilo inovador e criativo, que se reflete em sets e trilhas de desfiles.

10. K A T I A D I A S é jornalista, com incursões em universos plurais, como arte, viagens e automóveis. Trabalha como assessora da Pró-Reitoria de Cultura da UFJF.

11. N A Y A N A M A M E D E é formada em Artes Visuais, fotógrafa e cantora de chuveiro.

12. R A F A E L B I T T E N C O U R T é psicólogo de formação, estrategista de branding e trendhunter de profissão e boêmio nas horas vagas.

13. R A Q U E L G A U D A R D é jornalista, atualmente vive na Itália e feliz. And don’t kill my vibe, bitch.

14. R O D R I G O A M A R A L é stylist, coolhunter e queria que o Jurassic Park fosse verdade.

15. V I N Í C I U S R O M Ã O trabalha com design gráfico e é tio da Lulu.

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NOSSA CONVERSA CONTINUA NA WEB! E M N O S S O S I T E : a plataforma Moda de Autor foi inaugurada com vários nomes super fresh, para ficar de olho! Trabalhos lindos de uma turma com muito talento, pronta para fazer a economia criativa brasileira girar. Se você também tem algum projeto autoral em design, ilustração, fotografia ou vídeo com o background da moda, nós queremos te conhecer – envie seu portfólio para: [email protected].

N O F A C E : várias postagens ao longo do dia sobre o universo da marca F. Works e da moda.

N O P I N T E R E S T : melhores cliques de street style de todas as revistas F. Cultura de Moda, estilo masculino e mais.

N O I N S T A G R A M : cobertura de todos os eventos com a assinatura F. Works Produtora de Moda, paparazzi de nossa equipe em produções rua afora e mui-tas, muitas inspirações!

E N O B L O G A C E R V O P R O D U Ç Ã O :Todas as entrevistas com os nomes selecionados para a plataforma Moda de Autor: tipo, imperdível!

F. W O R K S I N D I C A : tips sobre eventos ou marcas para conferir no circuito local.

F. W O R K S T V : vídeos das webséries nacionais que estão bombando na rede: ENJOY!, com Regina Guerreiro - numa iniciativa da Cavalera -, e Amo Moda Amo Brasil, apresentada por Paulo Borges. Todas as semanas, um novo episódio.

S I G A A N O S S A A R R O B I N H A :

@ F W O R K S P R O D U T O R A

W W W . F W O R K S P R O D U T O R A . C O M . B R

Curtiu? Não curtiu? Converse com a gente: j o r n a l i s m o @ f w o r k s p r o d u t o r a . c o m . b r

N O I N B O X D A F. W O R K S :

E N V I A D O P O R I N Ê S A R C U R I : “Acabo de ler a Revista F. Cultura de Moda #ARTEMODA. Ótima, bem escrita, criativa, bem desenvolvida. Nesta edição, me en-cantei com as páginas 46/47, que falam sobre o Casteli-nho dos Bracher. Esta casa foi do meu bisavô e meu pai nasceu lá. Sensacional o ‘Decálogo do Bom Visitante’, por Celina Bracher. Vou fazer um igualzinho e colocar na minha casa.”

E N V I A D O P O R I S A Í A S S O A R E S D E S O U -Z A : “Parabéns à F. Works por mais um primoroso traba-lho na revista de julho. Como de praxe, moda e cultura na medida certa. A revista, mais uma vez, acerta ao sa-ber dosar uma belíssima produção a textos que transi-tam entre a novidade e outros ângulos de visão sobre assuntos já conhecidos. E sem precisar apelar, em mo-mento algum, para o ‘mais do mesmo’. Grata surpresa ao encontrar Walter Benjamin – ‘inspirador’ na Escola de Frankfurt (que estudo) - nas páginas dessa edição.”

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Juiz de ForaRua Marechal Deodoro528, centro, 2º piso

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M O D A F E S T A

bruna j eans

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A CONEXÃO DA MODA COM A RUA É UMA REALIDADE. NÃO DÁ PARA PENSAR EM ESTILO E EM INDIVIDUALIDADE SEM ENTENDER O QUE SE VESTE POR AÍ. MODA GENUÍNA, SEM FRESCURAS. COM MONTAÇÃO E COM EXPRESSÃO. MODA PARA VER E SER VISTO. MODA DE INCLUSÃO. MODA EXPERIMENTAL E SENSORIAL. PENSAR EM STREET STYLE DO BOM. SERÁ QUE JUIZ DE FORA TEM MATERIAL PARA ISSO? AS PRÓXIMAS PÁGINAS CONFIRMAM A INVENTIVIDADE DA NOSSA CIDADE. O POTENCIAL DE CONSTRUÇÃO DE IMAGENS DE MODA QUE PERAMBULAM E TRANSFORMAM O ESPAÇO URBANO. A CRIATIVIDADE EXTRAPOLADA, QUE COMEÇA DE DENTRO PARA FORA - OU DE FORA PARA DENTRO, POUCO IMPORTA. A ROUPA COMO MEDIAÇÃO DE UMA NOVA GEOGRAFIA DAS RUAS. GEOGRAFIA ESSA QUE NÃO PRIVILEGIA SÓ OS ESPAÇOS, MAS DÁ FORÇA ÀS TRIBOS, AO CONSUMO, À INVENÇÃO E ÀS RELEITURAS. JUIZ DE FORA COMO AMBIÊNCIA DA MODA E DA CULTURA DO (E DO CULTO AO) ESTILO.

P o r C r a f t s t y l e F o t o s : N a y a n a M a m e d e T e x t o : R o d r i g o A z e v e d o

ANA PAULADESSUPOIO

ANA PAULA OZÓRIO

A Ana Paula Dessupoio é muito animada. Multifacetada, a jornalista adora encarar novos desafios e se lança em várias empreitadas que (quase) dão vazão à sua criatividade. A Ana, entre uma pauta, um editorial e uma oficina de teatro, encara o processo de tirar sua habilitação para dirigir. Se depender dela, teremos um sorriso a mais no trânsito - o que, vamos combinar, não vai ser nada mal.

A Ana Paula Ozório, a Aninha, é uma ameaça tripla: canta, dança e atua. A professora e estudante de Letras tem o coração nos palcos e é acelerada – sempre com muitas atividades e compromissos mil. A Ana Paula ainda descola um tempo para se conectar com a natureza e com os amigos, em uma pausa entre um livro e outro.

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ANDRÉ MONTEIRO

CAROLINA GOMES

FREDERICO RABELO

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O André Monteiro faz parte da turma “de fora em Juiz de Fora”. O estilista, que veio de São Paulo, garante que se adaptou bem à cidade. Atualmente, o André anda, literalmente, nas alturas: vem se jogando nas aulas de pole dance. Desafios são com o André, que até já se autotatuou - mas ele acredita que a experiência rendeu uma melhor história do que tatuagem.

A Carolina (Carol, vai) Gomes é tranquila. Curte ficar de bobeira na companhia de um bom livro ou vendo um filme em casa. A Carol garante que para tirá-la do lar é fácil, no entanto: só chamá-la para comer em um restaurante bacana - “quer sair comigo, me convida pra comer!”. Atualmente trabalhando no atendimento de uma agência de publicidade, a Carol, que é bem visual e gosta de exercitar seu apuro estético, tem a oportunidade de lidar com gente diferente e ideias criativas, o que, para ela, é tudo de bom.

O Frederico Rabelo, o Fred, é incansável. Trabalho é com ele mesmo, que se divide entre seu ateliê e o estúdio de tatuagem. A identidade estética do cara vem conquistando uma clientela fanática pelos seus traços característicos. O Fred, que ainda tem espaço na agenda para ser adepto do crossfit, recentemente concluiu sua graduação e garante que o tempo ganho será revertido em mais produção, ou seja, mais trabalho.

A Astrid Lacerda sabia que este ano seria o ano da virada. Tanto que tatuou o número 14 para concentrar as boas vibrações que o novo ciclo traria - e trouxe - para ela. Para a Astrid, o pretinho (nada) básico é palavra de ordem na hora de se vestir, mas não se deixem enganar pela seriedade da cor. A Astrid tem, na verdade, uma energia superleve, divertida e um coração pra lá de nerd.

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O Gustavo Dias é cria da música e sabe dis-so. Sua banda, a Glitter Magic, segue em tur-nê acelerada e vai buscar novos ares no ano que vem, seguindo para a Europa. O Gustavo do rock, que tem espaço no coração para música clássica, devido aos anos de coral, também é o Gustavo estudante de psicologia e professor de inglês.

O João Vítor Randi está adorando a rotina da casa nova. Vegeta-riano, está curtindo fazer o desafio da “segunda-feira vegana”, apesar de confirmar que não é nada fácil se esquivar dos laticí-nios ou demais derivados de origem animal. Falando em animal, não tem como não comentar a paixão pela Sofia, sua gatinha, que rende “causos” e arranhões. De amor, é claro.

O Leonardo Lina é da arte con-temporânea. Como suporte, curte o design e a performance. Supercomunicativo, o Leonardo está acostumado a ouvir brin-cadeiras de que poderia entrar para a política, de tanto que encontra pessoas conhecidas pelas ruas. O Leonardo com cer-teza vai deixar saudades, uma vez que vai passar um tempo na Europa, com direito a muito estudo e muita produção.

O Henrique Grimaldi está or-gulhoso. Seu trabalho com curadoria está ganhando pro-jeção e ele agora se divide entre Juiz de Fora e o Rio de Janeiro. De visual novo, com os cachos descoloridos, o Henrique, pai de uma gatinha branca fofíssima, a Sofia, brin-ca que está parecido com ela. É ou não é muito coruja?!

GUSTAVODIAS

JOÃO VÍTOR RANDI

LEONARDOLINA

HENRIQUE GRIMALDI

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A Letícia Vitral é craque na fo-tografia. E dá pra perceber que ela tira de letra quando muda de lado da lente. Além de seus cliques artísticos, a Letícia é professora de idiomas, o que não torna menos surpreenden-te o fato de estar aprendendo russo. Cidadã do mundo, a Letícia, em breve, estará en-carando mais uma temporada fora - temporada essa que, com certeza, vai render imagens lin-das e muita história pra contar.

O Matheus Engenheiro é múltiplo. Produ-zindo – e tocando em - duas festas na ci-dade, contribuindo com o projeto “Memória Trilho” e ainda por conta dos detalhes finais da sua graduação, ele não para. O Matheus se aventura também pelo tecido acrobático, levando as madeixas coloridas às alturas.

A Priscilla Karem sabe se di-vertir. Trabalhando na noite, é apreciadora de uma boa gas-tronomia e de drinks variados. Supertatuada, a Priscilla chama atenção por onde passa e tem altas histórias sobre seus dese-nhos. Para relaxar, ela curte um chamego com a filhota Nina.

O Pedro Fonseca é das cores. Estu-dante de Artes&Design, é estagiário num ateliê onde trabalha com res-tauração e encadernações artísticas, e como fotógrafo. Apaixonado pelo audiovisual, passa horas em meio aos links e hiperlinks da rede, se inspiran-do, especialmente, com videoclipes e suas referências. Além disso, o Pedro é chegado em um bom videogame, desenhar e praticar pilates.

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DO TEMPO QUE VAI SER, FOI-SE E NINGUÉM VIU PASSAR.

Tendências de consumo emergem das necessidades humanas e por isso é, digamos, fácil prevê-las. Muito já se falou sobre o papel dos trend hunters, profissionais de faro apurado para identificar novidades pelo ar. E, quem diria, o zeitgeist - essa palavra alemã tão difícil de ser pronunciada - caiu na “boca de Matilde”, para não sair mais do dicionário das modas. Saber entender o espírito do tempo para antecipar tendências é uma coisa. Saber quando e como aplicá-las, outra. Para um ex-perto em trends, eu sugiro a pergunta (relevante) que deveria ser lançada nesses tempos de ambivalências: como lidar com os flu-xos de estilos que surgem a cada par de meses ou semanas e coabitam um mesmo espaço-tempo? “Hoje é o dia mais lento do resto de nossas vidas”, segundo Michell Zappa, technology thinker sueco, uma espécie de filósofo contem-porâneo da tecnologia. Por isso, acreditar que, daqui para frente, vamos ter um lag confortável entre prever uma tendência e aplicá--la ao produto é como assistir às temporadas de moda presentes nos diferentes hemisférios: as informações de moda lançadas para uma estação fria são absorvidas pela estação quente do outro polo porque, bem, se formos esperar a coerência climática acontecer, tudo já ficou velho. Millenials, normcore, consumidores de luxo... Os marketeiros são obcecados pelas segmentações tradicionais, mas nesse terreno de seres com vontades fluidas, mutantes, efêmeras, será que há como apostar os cartuchos de uma empresa num target só? Como anun-cia um dos últimos briefings lançados pelo Trendwatching, dentre os segmentos a serem levados realmente a cabo pela turma do marketing, estariam tecnológicos vs não tecnológicos, rurais vs ur-banos. O resto são só nuances, faunas de um mesmo ecossistema.

P o r R a q u e l G a u d a r dI l u s t r a ç õ e s p o r D u d u G o n z a g a

“ N O S S A O R I G E M E S T Á

O C U L T A N O F U T U R O . ”

ALEJANDRO JODOROWSKY

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P E R G U N T O :

Q U A N D O É O

F U T U R O ?

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A M O D A E M 3 D

Você que produz moda ou produtos, já ad-quiriu a sua impressora 3D? Ou já se colo-cou em contato com o bureau mais próximo que imprima as suas ideias? Muitos estão, nesse momento, fazendo experimentações que envolvam impressões em três dimen-sões. É a hora de levar para a sala de cos-tura tradicional novas associações de téc-nicas aplicadas à moda. De pequenas peças a vestimentas inteiras – e eis que a dupla Nervous System criou uma forma incrível de se imprimir um vestido com-pleto, montado, de uma só vez. Já viu? E se você é consumidor, muito em breve, ainda, poderá fazer o download de um arquivo de um par de sapatos, por exemplo, como um mp3 para ser produzido em sua impressora casei-ra, o seu futuro “player” de objetos 3D.

A G E N E R A T I V I D A D E E

O F A T O R R A N D Ô M I C O De cabelos em pé, a indústria tradicional da moda (entendendo as grandes marcas, notoriamente vítimas de falsificações) encara a re-alidade das impressões em 3D como uma forma de se facilitar, ainda mais, o copy and paste de suas criações. Assim, quanto mais manual for o processo, de agora em diante – fica a dica -, maiores serão as chances de se obter um produto livre de ser falsificado, pois a exclu-sividade do processo artesanal não pode ser imitada. Mas como obter essa dádiva do handmade em larga escala? É aí que en-tram os algarismos generativos randômicos. E antes de passar para a pró-xima página fugindo dessa expressão – quem aprendeu a falar zeitgeist tem obrigação de aprender essa também –, entenda do que se trata.

São códigos computacionais capazes de gerar resultados sempre novos, originais, em infinitas opções de uma mesma ideia. Para os consumidores, significa ter a experiência de interferir no processo e sentir que esse produto é feito por ele, para ele e que ninguém mais terá um exatamente igual - nem a própria marca que deu origem ao código inicial. Nem ele mesmo, caso queira mais uma versão. Sim, talvez a saída para as marcas seja a venda de códigos abertos como alternativa para um produto final, totalmente acabado.

O choque desse modelo para o sistema da moda atual – baseado no desejo do consumidor de pertencimento, de ser parte de uma confor-tável zona de estéticas, modelos, cores ou texturas replicantes – será evidente. Mas não é uma simples substituição de um padrão: como se sabe, as novas tecnologias possibilitam a criação de cenários parale-los aos precedentes. Os universos coabitam.

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E S T É T I C A S

F U T U R I S T A S

Se o zeitgeist é a reunião dos moods de uma época, é fato que, daqui a algum tempo, ou se olharmos para o nosso presente com um faro mais apurado, não veremos aquela projeção feita pelos contem-porâneos da década de 60. Muitos criadores de moda ainda insistem em olhar para trás para gerar suas expectativas estéticas do futuro. No entanto, basta associar-se aos resultados visuais produzi-dos pelos computadores que será possível enten-der esteticamente esse nosso milênio. Da triangulação de delauney à arte generativa, ao glitch art. Sugiro googlar um a um, caso ainda não conheça. É o visual mais fresh possível – se bem que o triangulado já seja, bem, so 2013 e tenha caído no gosto do mainstream... Então, se querem uma dica, é para cair matando já na glitch art – como vocês conferem no editorial Glitch Beach, dessa edição, e às infinitas possibilidades da bela arte generativa. Welcome to the beauty of numbers.

O F U T U R O D O

C U S T O M E R S E R V I C E

Não, não é somente a entrega feita por drones. Aquele braço virtual da sua empresa pode ser “a” sua empresa, apenas. Como já é a de muita gente, hoje em dia. Estar online vai significar “viver”, não se engane, e com todos os níveis de inteligências (internet das coisas) possíveis. É por isso que os consumidores esperam. Portanto, todas as iniciativas virtuais são muito bem vindas e muito bem vistas para as empresas, principalmente para aquelas que não desejam fixar raízes num determinado lugar - os tais nômades digitais. Para abrir a cabeça e deixar de sonhar com um negócio com portas abertas apenas no mundo real. Shoppings centers são coisas do passado. Bom para países como a Itália, por exemplo, onde eles nunca existiram de fato, à maneira americana. Mais e mais negócios são reali-zados online e de forma assim, impessoal, em diversos paí-ses. Mas quão impessoal é isso, já que as empresas sabem cada vez mais dados da nossa vida particular? O big data está aí e não se espante se mimos realmente do seu agrado cheguem de brinde com a sua próxima compra virtual. O poder está nas mãos dos consumidores e este sabe que cada moedinha sua deve ser empregada num posto justo, em tempos de crise econômica. Eles compram cada vez menos, mas cada vez mais online – onde a experiência é tranquila, sem vendedores insistentes ao seu lado, empurrando mercadorias que nunca vamos usar. Mas quem ainda faz negócios dessa forma, hoje em dia?

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V E S T I M E N T A S

T E C N O L Ó G I C A S

2014 vai entrar para o mapa cronológico das vestimentas tecnológicas como o ano em que a Apple lançou o seu tão aguardado relógio inteligente e o Google, seus smart glasses. Apesar de vários anos anteriores terem sido investidos em pesquisas, por diversas marcas e designers, nada acenou de forma tão evidente quanto agora.

O momento presente é o nosso futuro, digamos assim, para vários setores, inclusive a moda. Por isso, iniciativas de estilistas individuais e marcas estão abraçando novas formas de se produzir roupas, além daquelas restritas às agulhas e linhas. E esse cenário vai ampliar ainda mais, daqui em diante.

A ideia das marcas é mostrarem-se envolvidas, de alguma forma, nesse futuro, aos olhos do seu consumidor. E os estilistas tocam de diversas formas no porvir, da estamparia digital aos desfiles em 4D. Mas quem realmente está projetando o futuro, utilizando a roupa como suporte, são aqueles que partiram para os conhecimentos cruzados entre a moda e as tecnologias computacionais.

O Arduino é uma revolução nesses termos. Se você é designer de moda e deseja que a sua roupa tenha esses componentes inteligentes – para dar um exemplo bem raso, que ela apenas pisque – pode lançar mão do Arduino, uma plataforma de código aberto com linguagem C++, criada, em 2005, por Massimo Banzi, David Cuartielles, Tom Igoe, Gianluca Martino e David Mellis, baseando-se no processing de Casey Reas e Ben Fry. Você não precisa ser um experto em eletrônica.

Atualmente existe uma evolução criada especificamente para a moda, o Lilypad Arduino, um micro controlador projetado por Leah Buechley e a SparkFun Eletronics para vestimentas e produtos têxteis. Ele é discreto e pode ser costurado ao tecido e montado com baterias, sensores e fios condutores. Para encontrar resultados infinitos, estéticos e práticos nos seus projetos. E nós, por aqui, vamos adorar poder vestir hoje mesmo todo esse futuro.

P R O G R A M A Ç Ã O N A M A M A D E I R A

Nesse ambiente da internet das coisas, a geração que não sabe como enviar um e-mail, por exemplo, dificilmente terá lugar. Todas as crianças já nascem, hoje em dia, com um dispositivo digital nas mãos e, percebendo isso, empresas como Google e Apple desenvolvem aplicativos para ensinar os pequenos – desde bem pequenos mesmo, digo, 3-4 anos de idade – a linguagem dos computadores. Sabem como é, tal qual o inglês, códigos computacionais também serão línguas universais, bastante úteis para programar a sua próxima geladeira inteligente, por exemplo. Ou para configurar seu próximo vestido e par de sapatos a serem impressos pela impressora 3D, da qual falei anteriormente. Associar a utilização dos softwares computacionais aos processos criativos da moda e do design já é caminho sem volta. Designers, também os de moda, deverão estar munidos de skills nas áreas de programação para desenvolver o guarda-roupa do futuro. Os consumidores – ou parcela importante deles, por necessidade ou curiosidade - também saberão um mínimo de programação para atender às suas expectativas de interação com as peças. De criativos para criativos, a tendência é de que haja um aumento natural no número de early adopters: o novo cool será uma questão de ter o conhecimento necessário para manipular os códigos dos novos produtos a serem injetados no mercado, cada vez mais possíveis de serem modificados à nossa maneira. E com os algoritmos generativos, bastará um comando. E é através deles, também, que será conferida uma maior independência e exclusividade na criação das cartelas de cores e prints para tecidos, pelos seus próprios designers. Se, hoje em dia, ser fashion victim é um rótulo que a audiência mais esperta tenta evitar, imagine quando estiver à disposição do consumidor a possibilidade de ser realmente exclusivo.

Outro ponto positivo e tão básico do cenário da digital fabrication é o on demand realmente acessível: ao estabelecer-se como modelo nesse novo sistema de produção, nos seus mais variados campos, evita-se o desperdício de matéria prima, facilitando a prototipagem/pilotagem. Um ambiente muito mais sustentável.

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P o r H e l l e n K a t h e r i n e

AMO MODA AMO BRASIL

Em uma edição em que se fala de futuro, novas tecnologias e mudanças reais no comportamento de consumo, a pergunta surge naturalmente: e a moda brasilei-ra? De que forma vamos caminhar sob essa chuva de novas possibilidades que prometem transformar radicalmente as bases da indústria fashion?

Pois foi em meio aos preparativos para a Copa do Mundo no nosso país que mais uma semente sobre esses e outros questionamentos foi plantada. O primeiro filme do projeto Amo Moda Amo Brasil foi lançado em maio, narrando, em alguns segundos, o surgimento de uma peça de roupa, desde o croqui até a passarela. Não coincidentemente fazendo analogia a uma partida de futebol, o vídeo chama atenção para a força da produção nacio-nal – das costureiras aos estilistas, todos craques dessa 3ª economia do país.

Criada pelo SPFW, Amo Moda Amo Bra-sil é uma campanha pela valorização da cadeia produtiva e criativa da nossa moda. O objetivo, claro, é destacar o nosso jeito de fazer e de vestir, propondo um novo olhar sobre o que representa a identidade brasileira, por meio de qua-tro temas-chave: jeans, artesanal, moda praia e algodão – atributos reconhecidos pela qualidade made in Brazil. “Eu vejo a moda como uma plataforma de valo-rização do DNA brasileiro – o Brasil do design, da inovação, desse lifestyle que nos identifica e desperta desejo no mun-do todo. É importante reforçar o quanto acreditamos na criação brasileira”, ex-plica Graça Cabral, da Luminosidade, em entrevista à F. Cultura de Moda.

Os quatro temas deram origem, ainda, à websérie #AmoModaAmoBrasil, em par-ceria com o Shopping Iguatemi. “O obje-

tivo é gerar uma contaminação positiva, seja na criação ou no varejo. Essa atitude beneficia o setor como um todo, pois chama atenção pública para esse mercado e chama atenção do consu-midor para valorizar o que é nosso”, Graça resume. Em quatro episódios – must-see, por sinal -, Paulo Borges apresenta os detalhes sobre cada um dos pilares da produção brasileira, as-sociados às realidades de percepção e consumo aqui e lá fora e definindo passos que precisam ser dados para construir esse tal futuro - e mostrar que moda não é exclusividade do estilista.

Exposições, ensaios, filmes e desfiles fazem parte das ações previstas até 2016, sempre usando a bagagem cul-tural nacional para explicar a nossa riqueza criativa. Em 2015, com a comemoração dos 20 anos do SPFW, a campa-nha planeja contar a história do evento em uma exposição inédita e dois livros, colocando duas décadas de criação nacional à disposição do público.

Na prática, a campanha já foi abraçada por associações liga-das à exportação, como ABIT, ASSINTECAL e APEX-Brasil - esta, inclusive, lançou, neste ano, o Projeto Showroom, iniciativa em parceria com a ABEST que busca a inclusão da moda nacional em feiras e showrooms de Paris. Mas a questão da exportação vai além. “O consumo internacional passa pela necessidade de criação de uma política de desenvolvimento para a moda que permita maior competitividade”. A grande meta é promover, efetivamente, a necessidade de articulação de todas as áre-as envolvidas – especialmente sob o viés econômico, onde a moda brasileira se destaca, mas ainda não se sustenta. O enga-jamento virtual – que começa pelo uso da hashtag #amomoda-amobrasil – busca viralizar um novo jeito de pensar o assunto, sensibilizando lideranças, consumidores e, estrategicamente, os futuros profissionais do setor, em torno de uma cultura de moda mais positiva e real. “Essa é a bandeira que estamos levantando e é isso que queremos estimular na formação dos profissionais de moda”, aponta Graça.

Neste ponto – e já que estamos olhando lá na frente -, Amo Moda Amo Brasil pode significar o início de uma mudança nas bases da própria formação acadêmica, onde ainda há tanta in-fluência do pensamento de que o que é bom vem de fora, sem uma percepção mais aprofundada sobre a cadeia como um todo. E então, quem sabe, a moda brasileira passe a ser enten-dida em toda a sua complexidade, e detalhes como os avanços do agronegócio no cultivo do algodão, a adoção de processos mais sustentáveis na produção do denim e o preciosismo da preservação dos saberes tradicionais de processos artesanais sejam entendidos, valorizados e compartilhados tanto quanto as últimas tendências da estação.

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“ P O R T R Á S D E C A D A P O N T O , T E M U M A H I S T Ó R I A , T E M G E N T E , T E M U M L U G A R M A R A V I L H O S O , U M C É U D E E S T R E L A S . ” - R o n a l d o F r a g a

P o r A l i c e L i n h a r e s

Inseridos em um cenário em que impera a euforia narcotizante da globalização, em que o apelo dos mais modernos e efême-ros aparelhos eletrônicos nos convoca todo o tempo e em que as máquinas executam trabalhos aparentemente perfeitos, have-ria espaço para um resgate do trabalho manual, das práticas ancestrais, dos faze-res artesanais? O que observamos agora é justamente um turning point, uma ten-dência crescente nesse sentido, nas mais diversas áreas: já podemos experimentar uma medicina humanizada, uma culinária regional em detrimento do fast food e a valorização da presença humana em cada detalhe. São experiências da diversidade e do contato como enriquecimento interior e

ampliação sensorial. Diante de uma cultura planetária, um desejo de resgate da experi-ência singular, contrária à das massas. Na moda, grandes marcas como Louis Vuit-ton, Hermès e Cartier têm em comum o fato de terem sido fundadas entre os séculos XVIII e XIX por artesãos dedicados ao ofício de criar com as mãos. O método era pas-sado de geração em geração, dando origem às tradições. E hoje, cada vez mais, a ten-dência ressurge. No Brasil, ao contrário dos países europeus - onde o design erudito e o industrial se desenvolveram a partir da tradição artesanal -, houve um processo de desvalorização dos trabalhos manuais, ainda agravado em função de nossa herança colo-nial. No entanto, a partir da década de 1960, nomes como Lina Bo Bardi e Aloísio Maga-lhães começaram a se pronunciar em favor daquilo que era típico e popular no país. Alo-ísio Magalhães dizia ser necessário comba-ter uma “homogeneização empobrecedora” ou o “achatamento do mundo”, causados pelo foco na produção industrial. O segredo passou a ser, então, investir na criatividade nata de nosso povo. Dessa forma, é possível entender esse processo de revitalização que vem ocorrendo nas últimas décadas como um resgate de tradições de nossa identidade enquanto povo brasileiro e, também, como uma forma de aperfeiçoar técnicas ances-trais e associá-las aos princípios de design.

“O GENUÍNO É O NOVO LUXO.”

As fronteiras entre arte, artesanato e design encontram-se cada vez mais porosas. Gran-des marcas do Brasil já perceberam e in-vestiram nesse diferencial: Ellus, Zoomp, M. Officer, H. Stern. Vale citar o trabalho de Lino Villaventura, que consegue atingir a universa-lidade sem perder a brasilidade. Martha Me-deiros e Walter Rodrigues também seguem esse caminho, na medida em que buscam nos saberes e técnicas artesanais inspiração e parcerias. Mas dentre todos esses cria-dores, direcionamos o foco para o trabalho profundo e diverso do criador Ronaldo Fraga. Em entrevista à F. Cultura de Moda, ele afirma: “A produção industrial desumani-za. Cada objeto feito à mão registra em si os erros, as imperfeições e a liberdade do criador. Hoje existem máquinas de bordado capazes de produzir peças belíssimas e per-feitas, que parecem feitas à mão. Mas na verdade, são justamente as imperfeições que constituem a alma de cada peça. São a assinatura do criador.” Ao longo de sua carreira, Ronaldo produziu coleções como “Descosturando Nilza” (Verão 2005/06), uma verdadeira ode ao trabalho da costu-reira. Mas foi em “O Turista Aprendiz” (Verão 2010/11) que ele trouxe à tona o grande po-tencial do trabalho artesanal. A coleção foi resultado de um projeto desenvolvido junto

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a um grupo de bordadeiras da cidade de Passira, no Agreste Pernambucano. “Em Passira, encontramos uma comu-nidade inteira repetindo as mesmas coisas, com uma produção artesanal muito semelhante. Nosso trabalho foi auxiliar no processo de resgatar o que caiu em desuso, trazendo à tona ele-mentos da infância e da tradição das famílias. Resgatar, principalmente, a autoestima das bordadeiras de agora e, também, da futura geração”, ressalta Ronaldo. “Muito mais do que um ofício que gera emprego e renda, a atividade artesanal mostra a cultura de um país, sua ancestralidade, sua formação. Um país que perde seus fazeres e tradi-ções, perde a sua alma”, completa ele. Mas o estilista destaca que é preciso uma aproximação cautelosa, para que não haja uma imposição de valores. Para ele, o primeiro momento deve ser justamente voltado para conhecer a essência da comunidade, suas his-tórias, tradições e costumes. A partir desse material etnográfico tão rico, é possível, então, desenvolver parcerias e estimular a produção. “Quando acon-tece uma aproximação entre designers e artesãos bem coordenada e bem fei-ta, esta é uma via de mão dupla, em que os dois lados alcançam benefícios. O design exerce um papel de ponte en-tre o artesanato e a indústria, o merca-do e a academia”, completa ele. O que estamos vivendo é uma mudança na percepção, tanto dos criadores do circuito comercial, quanto dos artistas e artesãos. Uma alteração que chega ao grande público como uma novidade, carregada de valores que não podem ser encontrados no circuito industrial.

É justamente este ponto que Ronaldo Fraga ressalta. “Diante da euforia da glo-balização, o genuíno passou a ser o novo luxo. Genuíno, para mim, é tudo que tra-ga vestígios de memória, ancestralidade e humanização de processos. Aquilo que só existe em determinado lugar e que não pode ser copiado pela China, nem por má-quinas. As comidas, os pontos de borda-do, as técnicas tradicionais que registram a alma de determinada comunidade são um verdadeiro tesouro.” Nesse sentido, entre os planos futuros de Ronaldo, está um projeto com escamas de peixes na Pa-raíba e, também, a utilização de rendas no setor calçadista de Santa Catarina.

Um objeto criado manualmente encerra, em si, a subjetividade de seu criador. Ainda que a técnica seja a mesma, cada artesão possui suas peculia-ridades, preferências e trejeitos. Em um mundo virtual, esses objetos nos oferecem uma experi-ência real. Ao invés da uniformidade e padroni-zação, são únicos. Têm a beleza da imperfeição. Talvez seja justamente por isso que apresentam--se como um caminho para o futuro: tornam-se o elo que nos ajuda a nos percebermos como um grupo interconectado e com raízes, com história. Transmitem cultura, memória, identidade. É a chance de mostrar ao mundo nosso verdadeiro potencial criativo. Tomando as palavras de Ro-naldo Fraga, “por trás de cada ponto tem uma história, tem gente, tem um lugar maravilhoso, um céu de estrelas”. Nossas estrelas.

A S B O R D A D E I R A S D E PA S S I R A C O L O C A M E M P R Á T I C A , C A U T E L O S A M E N T E , S A B E R E S E T É C N I C A S R E PA S S A D A S P O R G E R A Ç Õ E S .

D E S F I L E - O T U R I S TA A P R E N D I Z ( V E R Ã O 2 0 1 0 / 11 )

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A F.WORKS PRODUTORA DE MODA LANÇOU A PLATAFORMA MODA DE AUTOR EM 2014, COM O OBJETIVO DE PROMOVER NO CIRCUITO NOVOS TALENTOS DA MODA, NUMA PROJEÇÃO AINDA MAIOR DO QUE A QUE JÁ ERA CONFERIDA PELA REVISTA F., POR MEIO DO CHAPÉU INCOMING. AGORA, ALÉM DAS PÁGINAS IMPRESSAS, O WEBSITE DA PRODUTORA HOSPEDA AS CRIAÇÕES DE AUTORES QUE SÃO “CARNES FRESCAS NO MERCADO”, POR ASSIM DIZER, PRODUTORES COM IDEIAS EXTRAORDINÁRIAS, AUTORAIS, SENDO O COMÉRCIO APENAS UM DOS REFLEXOS DAS COISAS QUE DESENVOLVEM TÃO HABILMENTE. PARA ESSA EDIÇÃO, SELECIONAMOS TRÊS DESIGNERS E UMA FOTÓGRAFA PARA CONTAR TODA ESSA HISTÓRIA. PRISCILA ABREU, DUDU GONZAGA, ANA LUIZA E LORENA DINI SÃO NOSSOS CONVIDADOS, REPRESENTANTES DO FUTURO DA MODA LOCAL E, QUEM SABE, GLOBAL. O TRABALHO DE CADA UM VAI ALÉM DESSAS PÁGINAS E É PARA FICAR DE OLHO, DESDE SEMPRE.

P o r R a q u e l G a u d a r d

MODA DE AUTOR

Dudu Gonzaga talvez se torne pro-fessor. E feliz do aprendiz que ab-sorver o seu talento. Com apenas 21 anos, o jovem barbacenense transferiu-se para Juiz de Fora para estudar Design de Moda no CES/JF e desenvolver, ainda mais, seu conhecimento autodidata. “Sempre gostei de desenhar, pessoas principalmente, era mi-nha brincadeira na infância. Com o tempo, percebi que, na verda-de, gostava de criar roupas para essas personagens que viviam, e ainda vivem, na minha imagi-nação”, lembra.

D U D U G O N Z A G A

Como autodidata, Dudu Gonzaga sempre esteve livre para desenvolver suas próprias técnicas, sem se prender a materiais específicos. “Aproveito aqui-lo que está à minha volta, como esmalte, corretivo, sombra para olhos e tudo mais que estiver ao meu alcance, na hora da criação.” Aos 14 anos, começou a fazer aulas de costura e modelagem. “Percebi que seria importante saber tirar do papel as minhas ideias”, conta. Sempre com o apoio irrestrito dos pais, principalmente de sua mãe, Patrícia Gonzaga, Dudu conta que foi gra-ças a ela que se apaixonou pela moda. “Durante minha gestação, minha mãe adorava as-sistir ao programa do Clodovil. Para ela, a melhor parte era quando ele desenhava.” Segundo Dudu, Patrícia sonhava em ter um vestido assinado pelo estilista e, como não foi possível, o destino tratou de fazer o próprio filho assinar vários para ela. “Quando criança, minha mãe me levava com al-guns desenhos debaixo do braço à casa de uma

costureira amiga da família, para que ela con-feccionasse as roupas, desenhadas por mim, para minha irmã”, recorda. Atualmente, Dudu trabalha num ateliê de moda festa, onde cria e participa da confecção das peças. Sobre seu processo de criação, Dudu conta que seus desenhos funcionam como um ar-quivo de suas memórias pessoais, como um desabafo particular. “Gosto de transformar em traços as histórias que conheci, os momentos que vivi, ou qualquer coisa que tenha me cha-mado atenção. Me inspira qualquer coisa que me intrigue, questione e me faça pensar.” Pensando no futuro, Dudu nem titubeia ao declarar que sua intenção é continuar a ab-sorver ainda mais conteúdo. “Acho que, em se tratando de moda, é preciso ter domínio de boa parte de sua vasta área. Pretendo con-cluir a faculdade e buscar algumas especia-lizações, ainda em moda. Gosto de dar aulas, talvez me torne professor.”

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Graduada em Design de Moda pela FUMEC de Belo Horizonte, Priscila Abreu, 23, é de Barba-cena e atualmente mora em Juiz de Fora, MG. A idade é pouca, mas o talento é muito: com trabalho finalista num importante concurso em BH e uma pequena marca já na bagagem – a mi.mo –, Priscila mostra a que veio nos peque-nos e belos detalhes das suas peças. A coleção GNAISSE, realizada por Prisci-la como trabalho de conclusão de curso em 2013, teve como inspiração a cidade de Coro-as, no interior de Minas Gerais. Com as típicas características das cidades mineiras, Coroas é marcada pelo artesanato, principalmente pelas esculturas de pedra gnaisse. “A textura da pe-dra e as formas das esculturas foram transpor-tadas para as roupas em forma de textura dos tecidos e relevos aplicados sobre a estampa. Preferi utilizar fibras naturais, como linho, seda e algodão, além de tecido indiano de tapeçaria, para desenvolver as peças.” Sobre a mi.mo, Priscila conta que seleciona os materiais e é responsável pelo design dos calçados. “Os sapatos são fabricados por um sapateiro manualmente, de forma bem arte-sanal, em pequena escala”, descreve. Priscila começou a desenhar sapatos logo depois de terminar a faculdade e hoje tem essa produ-ção autônoma caminhando para, futuramente, configurar uma marca maior. “Para a divulgação do trabalho, eu criei a pá-gina da mi.mo no Facebook e, de tempos em tempos, os exponho para venda como, por exemplo, no Bazar Vintage, que acontece na Casa de Cultura da UFJF. Os modelos são sem-pre baseados em oxfords e sapatilhas, toman-do como inspiração o universo vintage.”

Lorena Dini, 24, é mineira de Viçosa e, atualmente, está com malas prontas para em-barcar para São Paulo. Na bagagem, além dos sonhos, a moça leva um portfólio pro-fissional para ninguém botar defeito. Lorena é fotógrafa e conta em seu currículo com uma temporada em Lisboa e um período como assistente de Bruna Castanheira, tam-bém fotógrafa de moda. Para a plataforma Moda de Autor, ela enviou o seu shoo-ting Boho Chic. Nas imagens, uma atmosfera introspectiva toma conta do cenário e da modelo, com beleza e styling apurados. Foi então que re-solvemos propor uma versão editor’s cut para o editorial: a diagramação das páginas a seguir ficou a cargo da equipe da F.Works Produtora de Moda, diferente da versão que você confere no site.

Aos 20 anos, Ana Luiza Graça está certa de que escolheu a profissão da sua vida. Nascida em Valença, graduou-se em Design de Moda na Estácio de Sá de Juiz de Fora, apos-tando no seu interesse por este uni-verso, que carrega desde a infância. “Ninguém na minha família costura-va, mas, por algum motivo, eu mesma fazia as roupas para as minhas bo-necas”, lembra. Ana Luiza conta que sempre quis ser estilista, mas, por morar em uma cidade pequena, teve medo de não conseguir realizar o seu sonho. “Graças ao apoio dos meus pais, consegui dar o primeiro passo.” Sobre o tema do seu TCC, nota má-xima pela banca, Ana Luiza conta que a ideia surgiu ao longo do curso. Bordados, tecidos fluidos e alfaiataria são as características mais evidentes em seu trabalho, resumidas no con-texto de Abismos Oceânicos – como batizou a sua coleção apresentada. “Minha pesquisa foi dedicada aos seres abissais, navios naufragados e lendas de sereias e monstros ma-rinhos. Transformei o conceito da minha pesquisa em cores, formas, estruturas e aviamentos. Cada pérola bordada tem um motivo para estar ali”, descreve. Profissionalmente, agora formada, Ana Luiza afirma que continuará criando moda. “Acredito que, quanto maior a pesquisa, mais criativo o pro-fissional de moda se torna. Pretendo fazer minha pós-graduação em cria-ção e mais cursos na área. E tenho a certeza de que escolhi a profissão certa para a minha vida”, completa.

P R I S C I L A A B R E U

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Fotos por Lorena Dini // Styling • Fernanda M

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runa Reis // M

odelo • Tamires M

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DIS MAGAZINEPÓS-INTERNET LIFESTYLE

A DIS Magazine é uma plataforma devotada à internet, arte e moda, um projeto de raiz colaborativa entre artis-tas, curadores, editores e designers. Dividido em DIStas-te e Dismorphia, o grupo disseca arte, moda e comércio criticamente, sob um olhar comportamental. Foi criada em 2009, em Nova York, por Marco Rosso e Lauren Boyle, os editores Solomon Chase e David Toro, o web designer Nick Scholl, o escritor Patrik Sandberg e o produtor Samuel Adrian Massel III - um grupo de amigos dedicados à indústria cultural. Idealizada primeiramente como uma revista impressa, DIS se denomina como uma revista de lifestyle pós-internet, termo que descreve aqueles que têm como tema central a cultura da internet e as bases comportamentais de social media. A DIS Magazine desenvolve cada post entre a seriedade e o sarcasmo. Sua seção DIStaste provoca o leitor com peculia-res editoriais de moda, através de produções que beiram o surreal. Produtos banais e cotidianos são apresentados em ensaios cuidadosamente executados, colocando em questão ideias pré-estabelecidas sobre gosto e comportamento. Sua visão é sempre horizontal, nunca trata sobre o que é high ou low, in ou out, mas pensa criticamente o merca-do da moda, submetido às complexidades do comércio, do gosto, do consumo e da reapropriação dos usuários como forma de subversão. O cruzamento de referências não diferencia moda de arte contemporânea, porém, surge sempre com uma linguagem visual relacionada à internet, como seu mais recente projeto V FILES. Trata-se de uma microrrede so-cial e online store para roupas assinadas, com respectiva upfront no Soho, NY (www.vfiles.com).

P o r B r u n o B a i e t t o . C o l a b o r o u D a n i e l V a r o t t o .

DIS intervém igualmente em produções para Hood by Air , Telfar e Kenzo, que em sua campa-nha FW2012, Watermarked, apresenta os looks como vídeos e imagens institucionais de esto-que (http://youtu.be/ZfE4bFsSHzU). De linguagem essencialmente digital e na fron-teira do virtual/real, DIS Images (www.disima-ges.com) desenvolve um banco de fotos próprio e curadoria, convidando artistas a criarem cená-rios alternativos e novos estereótipos, ampliando assim a representação de novos estilos de vida. Com uma linguagem de cenas comerciais ar-quetípicas, promete contestar representações de valores abstratos e posições neutras, que a fo-tografia de estoque tradicionalmente apresenta. Seu último projeto, DIS-Own (www.disown.com), foi recentemente inaugurado no Re-dbull Studios, em NY. Um projeto curatorial e loja online para produtos exclusivos, as-sinados por designers e artistas como Jon Rafman, Amalia Ulman, Telfar e Hood By Air (HBA), K-Hole, The Jogging, Dora Budor, Anne de Vries, Timur Si-Qin, Nick DeMarco, Daniek Keller, Katja Novitskova e Maja Cule. Com inauguração em setembro de 2014 - teve como bordão de abertura “not for everyone… but definetly for you” -, DIS-Own promete ser um canal para veicular objetos de arte e moda de forma accessível, uma forma de dispor obras para consumo fora do circuito de grandes cole-cionadores. Sua inauguração apresentada como uma exibição, bem a cara da Ikea, expõe objetos de arte como uma mercadoria igual a qualquer outra. Nada mais contemporâneo. Por meio desse último projeto, DIS aposta em uma postura “aceleracionista”, deixando ex-plícito que a única forma de superar o capi-talismo é por meio dele mesmo, esgotando as fontes de onde se encontra, navegando entre o gosto popular e a crítica institucional, utili-zando o mercado como meio para validar suas decisões conceituais e estéticas.

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K a t a r i n a u s a v e s t i d o S h a z i , F L O W ; m á s c a r a d e m e r g u l h o , V I G O R S P O R T S , R $ 1 6 5 ; p u l s e i r a s L U I Z F E R N A N D O R I B E I R O , p r e ç o s o b c o n s u l t a .

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O U “ A Q U E L E C O M A B O L S A D O J O E Y . ”

O estudo de tendências começa, in-variavelmente, pela análise do pas-sado e sobre como este tem sido refletido no presente, para que assim seja feito algum tipo de estudo pre-vendo quais os caminhos para o fu-turo, seja esteticamente ou no campo cultural, comportamental etc. O futuro, portanto, é mais que uma página em branco, é aquilo que será escrito em uma página ainda vazia de um grande caderno, onde ainda é pos-sível ver marcas de rabiscos antigos em algumas daquelas folhas. Os arranhões são consequências de uma escrita e uma história forte, co-erente, de profundidade e, portanto, confiável. O mesmo acontece com o mercado, onde o sucesso tem sido construído muito além da vitrine pu-blicitária: uma boa marca passa a ser sinônimo de uma boa reputação. No “The Future Brand Index”, ranking das 100 marcas mais poderosas do mundo, o método de avaliação foi além da valoração das marcas. Se-gundo o próprio relatório, uma “Futu-

P o r R a f a e l B i t t e n c o u r t

re Brand” é uma marca com grande probabilidade de ter ou perpetuar seu sucesso no futuro, por que ela equi-libra perfeitamente fortes percepções de seu propósito no mundo com a ex-periência que ela proporciona, geran-do uma forte conexão emocional com seus públicos, além de ter consistên-cia em todos os pontos de contato e de focar na melhoria da vida das pessoas. De todos os avaliados, a LVMH é a única marca ligada à moda que en-trou para a lista. Segundo o jornal in-glês Independent, a LVMH também é uma das poucas empresas que vem investindo forte a moda masculina de luxo, que já corresponde à metade do mercado mundial. A culpa, segundo o artigo, é dos chi-neses e dos yummies, os Young Urban Males - uma evolução menos feminina e menos “posada” dos metrossexuais -, que já são considerados um nicho de mercado da moda atual ainda mais in-fluente do que as it girls foram um dia.Essa influência não se deve apenas à tão grande capacidade de consumo de moda e tecnologia por este grupo, mas

também por uma presença no mercado de trabalho em altos cargos de em di-versas áreas, fomentando, até mesmo, a indústria cultural mundial. Ao mesmo tempo, em um mundo um pouco mais “mortal” e ainda em as-censão, a Geração Z, composta por jo-vens nascidos depois de 1990, não se preocupa tanto com marcas e coloca o conforto em primeiro lugar. Não à toa, o “look Seinfeld”, uma réplica do guar-da-roupa dos pais desses jovens na época de seus nascimentos, começa a fazer parte das semanas de moda eu-ropeias, com o simpático e debochado nome de “normcore”. As roupas básicas fazem parte de ambos os grupos, yummies e normcores, cada um ao seu jeito e com seu propósito. O primeiro, com a influência do mercado de luxo asiático, que não se identifica com cores ou qualquer tipo de exagero; e o se-gundo, priorizando o conforto de um mo-letom cinza e uma calça jeans desbotada.Ambas as expressões de moda, que se encontram tão à vontade no universo masculino, mais parecem páginas em branco, ainda cheias de referências do passado, mas sem cara de futuro. Mas eis que ambos os grupos se encontram nova-mente, agora, em um debate de especia-

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listas em tecnologia - que faz tão parte do dia a dia contemporâneo, quanto um dia fizeram nos desenhos dos Jetsons. A tecnologia, portanto, mais do que par-te da rotina e em formato de celular ou tablete, passa a ser também, “vestível” e por todos os públicos. O Google Glass chamou atenção para um segmento que começa a tomar proporções cada vez maiores - a wearable technology - e vende o Google como uma marca cada vez mais consistente, admirada e, logo, com mais “poder de futuro”.

Mas pra tantos gadgets e tanto interes-

se masculino por todo este mundo tec-nológico, parece que se dá início a cer-ta “acessorização” do guarda-roupa do homem. Afinal, as bolsas, pastas e mo-chilas nunca foram tão necessárias para carregar muito mais que o tênis da aca-demia ou o caderno da faculdade, e sim, todos os aparelhos necessários para cada momento do dia – e seus respec-tivos fios e carregadores, claro.

Aliando conforto a praticidade, parece que os anos 90 realmente têm algum sentido em voltarem à ativa com o nor-mcore, afinal, nada mais prático que um macacão cheio de bolsos pra carregar

tudo isso. Ou uma pasta Louis Vuitton de material ecologicamente correto: ética e sustentabilidade são ativos indispensáveis pra qualquer marca. Talvez tanto cinza e tecnologia juntos não nos distanciem tanto assim de um paradigma de futuro recheado de referências aos Jetsons – ou Bar-barella, pros mais ousados – , mas, certamente, as escolhas por qual material, qual marca ou tecnologia preferidas merecem atenção das em-presas de moda. A indústria masculi-na, por enquanto vem engatinhando, mas com bons exemplos.

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Quando temos em mãos uma peça de roupa fabricada na Itália e nos deparamos com o Made in Italy inscrito nela, isto não quer dizer apenas que o produto foi feito no bel paese, como os italianos se referem ao seu país. Talvez você nunca tenha refletido a respeito, mas é bem provável que, por alguma via, este conceito tenha se organizado em sua mente, mesmo que de modo indefinido. Assim como o Japão vende know-how tecnológico e funcional, pode-se dizer que a Itália ven-de para o mundo a excelência em diferentes esferas do design. Afinal, quem não se orgulharia de ter um par de óculos ou um terno italiano para chamar de seu? Explico melhor: quando falamos de Itália, a simples inscrição da origem de um produto, tão pre-sente no nosso dia a dia, não diz respeito somente à sua proveni-ência em si. Neste caso, sinaliza uma “marca” e evoca uma in-dústria organizada por atributos e padrões estéticos que alçaram o saper fare e o fatto a mano ita-liano ao desejo de consumo glo-bal. Vale ressaltar que estamos falando de peças genuinamente de moda produzidas tanto por nomes conhecidos, quanto por artesãos de primeira linha qua-se anônimos, responsáveis por tornar o Made in Italy admirado no mundo todo. Se o ditado diz “em Roma, faça como os romanos”, esta máxima não ficou de fora na construção dos pilares da moda italiana. E se por um lado, a excelência

PARA ONDE VAI O MADE IN ITALY?

clássica e a qualidade fizeram com que o seu sucesso fosse crescente, por outro, fizeram com que, ao longo do tempo, alguns críticos apontassem certo conservadorismo e falta de inovação tecnológica no setor. Mesmo cultivada sob uma atmosfera clássica e de tradição, a moda italiana atual parece dar sinais de novos ares. E o nome de Stella Jean tem a força necessária para acres-centar novas conexões e olhares sobre o futuro do Made in Italy. Fruto de uma família multicultural, a estilista - filha de mãe haitiana e pai italiano - entrou para a moda trabalhan-do como modelo, mas logo despertou sua vocação para a criação. Sem qualquer formação técnica, Stella começou a desenvolver suas ideias usando apenas tecidos e alfinetes no manequim. Com a ajuda de uma amiga, elaborou algu-mas peças para concorrer ao Who’s On Next - projeto orga-

nizado pela Alta Roma em colaboração com a Vogue Itália, que tem como objetivo descobrir e lançar jovens talentos criativos para as cenas nacional e internacional da moda. Depois de duas tentativas frustradas, Stella não só apre-sentou sua coleção como conquistou o prêmio no ano de 2011, o que a possibilitou criar uma nova coleção mais à frente.

Desde então, a estilista já se apresentou na Pitti Uomo em Florença, além de Roma. Mas a visibilidade maior veio em 2013, com um convite de ninguém menos que Giorgio Armani que, além de ceder o espaço do Teatro Armani, em Milão, disponibilizou sua equipe de comu-nicação em prol da divulgação do trabalho de Stella. Na época, Armani declarou que a nova geração de designers italianos precisava de apoio. E este foi o impulso que faltava para o seu reconhecimento pelo grande público, ao ser apontada pela mídia como a “nova Miuccia Prada” do novo Made in Italy.

Sempre evocando sua história pessoal de inter-câmbio de culturas, a estilista se inspirou em uma África romântica dos anos de 1940 e 1950, somada às linhas sóbrias da camisaria italiana, para uma de suas coleções. Em sua viagem cul-

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tural, incorporou ao seu trabalho tecidos nobres produzidos em teares manuais nas aldeias de Burkina Faso. Tudo isso graças a uma nova rea-lidade costurada por setores italianos e internacionais, como a concep-ção do Ethical Fashion Initiative, elaborado pela Alta Roma e pelo Centro de Comércio Internacional, cujo projeto de responsabilidade social visa à construção de realidades econômicas sustentáveis no sistema de moda italiano e em comunidades carentes de alguns países africanos. Para a jornalista especializada Suzy Menkes, uma grande admira-dora da estilista, “a incomum etnicidade de Stella e seu desejo de criar roupas de forma ética, ajudando as mulheres mais pobres do mundo, faz com que suas roupas ousadas e coloridas sejam tão bonitas por dentro, quanto por fora”. A designer é a própria síntese deste twist étnico. Em teoria, parece simples unir a austeridade da alfaiataria a certo exagero de estam-

pas hipercoloridas, mas chegar ao resultado harmônico encontrado em suas criações requer ousadia e um olhar estético afiado para transfor-mar tudo isso em moda. Em entre-vista ao jornal inglês The Telegraph, Stella disse: “Eu quero comunicar, por meio das roupas, um conceito de mundos opostos e tradições se fundindo de uma forma sofisticada, estando lado a lado com igual impor-tância, sem uma sobrepor a outra”. Moda autêntica, vibrante, interes-sante e engajada. Talvez seja este mesmo o futuro da moda.

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Apesar de falarmos de futuro, a influência dessa moda impreg-nada de tecnologia poderá ser vista logo ali, no nosso Inverno 2015. Ou melhor, tocada. As temperaturas caem e revelam a estação que grita por uma relação tátil mais intensa com as roupas. Teremos texturas, tecidos, detalhes cuidadosa-mente aplicados, itens básicos transformados pela riqueza dos materiais e tricôs que são puro luxo – pra ver e sentir.

Para compensar, encontramos na década de 60 o comple-mento ideal que traz conforto e funcionalidade para peças de alta qualidade. A silhueta reta e o mod style inspiram propor-ções despojadas, mais práti-cas, garantindo a liberdade de movimento sob o visual 3D. Passado e futuro se cruzam, ainda, no novo fôlego da influ-ência handmade e na herança sporty encontrada, especial-mente, na releitura mais solta e utilitária do militarismo.

E se o resultado disso tudo tinha alguma chance de ficar boring, não faltarão opções que comprovam o contrário. O conforto fun brinca com o impacto visual das matérias--primas, resumindo o que vamos encontrar nas ruas na próxima temporada: a estética futurista funcional e cada vez mais próxima da nossa reali-dade. Alguém duvida?

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MÚSICA

Na edição que fala sobre futuro, não vou falar de novas bandas ou novos estilos musicais, mas de como a forma como você escuta música mudou. Nas últimas quatro décadas, tivemos o disco de vi-nil, a fita cassete, o CD e o laserdisc. E, embora alguns desses formatos ainda sejam cultuados, como o vinil - pelo qual este colunista que vos escreve é apaixo-nado -, não há como negar que as novi-dades chegaram para ficar. A popularização rápida da internet trou-xe um novo jeito de consumir música, que foi rapidamente assimilado pelas novas gerações. A música deixou o for-mato físico e passou para o digital, na mesma velocidade em que os usuários passaram a utilizar plataformas onde todo conteúdo fica em nuvens. Serviços como SoundCloud, Spotify e Grooveshark viraram as vedetes do mo-mento, mas, como em toda mudança de comportamento, há vantagens e desvan-tagens. As vantagens dessa nova forma de escutar música, certamente, encon-tram argumentação na praticidade - na possibilidade de escutar sua música fa-vorita mesmo longe do PC, na facilidade de compartilhar com seus amigos aquele som que você descobriu e na comodida-de de não entupir HDs com gigas de mp3.

As desvantagens desabaram na cabe-ça das gravadoras e dos artistas como

uma bomba. Os principais efeitos são a queda na venda de discos e CDs, consequente diminuição do faturamento dos artistas e o encolhimento e/ou encerramento de gravadoras que não conseguiram se reestruturar. E, o mais importante, a ameaça à cultura de fruir música escutando álbuns inteiros, manuseando os booklets, suas letras, acessando informações de produção, enfim, toda uma cultura baseada no prazer de ter a obra física. Vê-se de tudo na tentativa do mercado fonográfico de se adequar a esta nova ordem mundial. Muitas das poderosas, como Universal, Sony, EMI e War-ner, tentam marcar presença com canais oficiais em serviços como Youtube, Vimeo, Dailymotion e Soundcloud. Outras, abriram lojas virtuais de venda de mp3, apenas para citar alguns casos. As maiores vantagens mesmo são a popularização do acesso à música e o fim do monopólio das gran-des gravadoras. Muitos artistas já não precisam do suporte dessas gigantes para se lançarem, como foi o caso do Artic Monkeys, com seu álbum de estreia, de Gossip a Foster The People, entre tantas outras bandas/artistas que alcançaram enorme sucesso utilizando o campo livre da internet. Os debates a respeito dos prós e contras desse novo comportamento de consumo são enormes e nunca terão fim - como o debate CDxvinil, que perdura até hoje. Ou, pelo menos, precisaremos de um pouco mais de tempo para descobrir o que vai e o que fica no gosto dos usuários. Mas posso garantir que, depois de mais de 10 anos traba-lhando com música, ainda não inventaram nada como um vinil ou CD originais.

P o r J o t a J o t a

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CINEMA

O futuro, pelo menos no cinema, trabalha com o distópico, com o fim, a falta de espe-rança ou, num caminho oposto, com a cren-ça de que a tecnologia e a inteligência em todos os níveis possam nos salvar.

A ideia projetada do futuro nos dá a es-perança genuína de mudança. Mas, nos últimos anos, a ideia de “esperança” e “melhores dias” vem acompanhada da perspectiva de múltiplos tempos e de vida fora do planeta. E por quê? Porque se a coisa está ruim por aqui, quem sabe fora não encontramos algum sentido para nossa existência? E também porque fora do nosso espaço, a noção do tempo, tal qual conhe-cemos, também é relativizada.

Em novembro, estreia mais um exemplar dessa perspectiva, dirigido por Christopher Nolan. “Interestelar” conta com Matthew McCoughaney e Anne Hathaway no elenco. O planeta vive uma escassez de alimentos. Assim, exploradores (na verdade, pessoas comuns com algumas habilidades específi-cas) precisam procurar um novo lugar para que os humanos possam viver.

Sim, porque salvar o habitat não é mais possível, somente a espécie. O que encon-tramos são viagens no tempo e dimensões que criam realidades paralelas (o conceito de fendas, chamado de buracos de minho-cas – vá entender - que facilitam o “tra-jeto”), e uma delas seria o modo de vida ideal para a humanidade.

Essa projeção de realidades paralelas é in-

teressantíssima. Uma ideia de recriar a vida com várias tentativas, suprimindo momen-tos, aperfeiçoando outros, ignorando mais alguns. Parte do enredo é especulação - o diretor, que também coassina o roteiro, é conhecido por não contar muito de suas histórias antes da estreia de seus filmes. Ele promete efeitos espetaculares para aju-dar a contar o enredo, mas não espere um filme de efeitos especiais apenas.

Nolan, aliás, não é um novato no tema de bifurcações e saltos no tempo. “A Origem” (2010) conta como um grupo de profissio-nais manipula o “sonho” alheio e consegue modificar acontecimentos. As linhas do tempo são continuamente destruídas e a li-nearidade é o principal entrave para o gru-po de Cobb (Leonardo DiCaprio), que conta com o fluxo de tempo (o vai e vem típico de sonhos) para realizar o seu trabalho.

Já Spielberg pegou um projeto pensado, mas não executado, de Kubrick e fez seu “Inteligência Artificial” (2001), no qual o futuro da humanidade é escravizar novas formas de vida (robôs humanizados para as mais diferentes funções). Cabe a pergun-ta de quem, na verdade, são os humanos ou as máquinas. A jornada do menino robô ultrapassa o ciclo biológico dos humanos, prolongando a vida de sua “mãe” através da superação do espaço-tempo.

Em “Prometheus” (2012) - escrito por um dos criadores de “Lost”, Damon Lindelof -, o futuro é visto como algo esplêndido, domina-do pela tecnologia e pelas possibilidades in-

finitas da ciência em interferir, inclusive, no tem-po e na longevidade humana. Mas as mesmas questões filosóficas que assolam a humanidade desde sempre estão lá. De onde viemos? Quem nos criou? Qual o sentido da vida? O filme tem previsão de sequência em 2015.

“Elysium” (2013), do mesmo diretor de “Distri-to 9” e com o nosso Wagner Moura, mostra que o caminho da humanidade é o pior possível. Assim como no seu filme anterior, a intolerân-cia é o mote. As diferenças sociais tornam-se mais densas num futuro em que viver na Ter-ra, com suas doenças e falta de estrutura, é apenas para os mais pobres, num sistema de castas em escala mundial.

O mesmo Wagner Moura participa de uma sim-pática comédia, homenagem ao gênero scifi, produzida no Brasil – “O Homem do Futuro” (2011), no qual seu personagem tenta mudar sua vida através de... Isso mesmo, viajar no tempo e modificar o passado.

Por alguma razão filosófica, ou religiosa, ou qui-çá ainda não explicada, o cinema gosta de pen-sar no futuro olhando mesmo é para o passado.

P o r D a n i e l l e M a g n oC O M E Ç A R D E N O V O

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LIVROS

O futuro é anseio, medo ou esperança? Depende exatamente do tempo em que vivemos – e refletimos – sobre o que seria esse futuro. Como prisioneiros de uma era, projetamos para o amanhã o que é nos é caro hoje. Indicamos autores bem dis-tintos entre si, mas implacáveis no modo de pensar a vida e a era em que vivemos.

Zygmunt Bauman é um escritor que tem a constante preocupação com o mal es-tar dos nossos dias. Chamado por alguns de “téorico do caos”, ele cunhou o termo “liquidez” para falar da efemeridade e superficialidade das relações. Bauman é interessado no homem comum e na forma como vê o mundo e lida com ele. Em seu mais recente livro, “Cegueira Moral”, ele discute como a banalidade da vida, a visão trivial da violência, nos transformou em pessoas insensíveis aos dramas alheios - da impossibilidade de compreender o outro, a miopia moral e ética que nos mantém distante do pertencimento e da ideia de viver em sociedade. Ele dis-seca, por meio de diálogos com o colaborador - o filósofo Leonidas Donskis -, a falta de dilemas, a ausência de uma privacidade plena, o não-espaço para dúvidas morais e a perda da sensibilidade. Mais uma vez, Bauman volta o seu ataque às redes sociais, destacando como o ódio anônimo da internet alimenta essa insen-sibilidade. Enfim, um tratado sobre como as atuais relações humanas caminham para a quase indiferença, sem dor ou consciência moral com o coletivo.

Carl Sagan é um grande crítico da pseudociência e do misticismo como tentativa de explicação do mundo através do sobrenatural. Cético quanto a religião, fé e outros acessórios de fuga - no seu entendimento - para entender a vida, ele es-creveu, de forma bem humorada, “O Mundo Assombrado por Demônios”, quase como um manifesto contra este “estilo de vida”. O título da obra pode ser enten-dido como uma referência a tempos obscuros de crenças e medos sob o caráter religioso, místico e de uma ciência rasteira, uma idade das trevas, onde qualquer avanço da ciência era visto como uma provocação a Deus. Aqui, Sagan refuta qualquer linha de pensar o mundo que não tenha como base racional a ciência.

Em outro livro, Sagan embarca na literatura, seu único romance, “Contato” (que virou filme com Jodie Foster), narra como uma cientista conseguiu se comunicar com seres extraterrestres através de anos de dedicação à pesquisa científica. A história narra cada etapa dessa conquista, deixando claro que a ciência contesta, mas também pode unir países e pessoas. Há questões de metafísica e religiosas no livro, como um embate constante.

P o r D a n i e l l e M a g n o“ T O R N A M O S

N O S S O M U N D O S I G N I F I C A T I V O

P E L A C O R A G E M D E N O S S A S

P E R G U N T A S E P E L A P R O F U N D I D A D E

D E N O S S A S R E S P O S T A S . ”

CARL SAGAN

Cegueira Moral: a perda da sensibilidade na modernidade líquidaZygmunt Bauman e Leonidas DonskisZahar, SP, 2014 - 264 páginas

ContatoCarl SaganCompanhia do Bolso, SP, 2008 - 440 páginas

O Mundo Assombrado por DemôniosCarl SaganCompanhia das Letras, SP, 2006 - 512 páginas

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“O futuro a Deus pertence.” Este, sem dúvida, é um dos ditados mais conhecidos e antigos de nossa sociedade. Mas qual “Deus” é esse, dono do futuro? Carl Sagan (1934-1996), cientista americano e um dos maiores propagadores do conhecimento do cosmos, acreditava que o divi-no não seria uma entidade antropomórfica, com a aparência similar a de um ancião humano. Sagan cria na razão, como força essencial para que o homem pudesse se perceber, ir ao encon-tro das suas dúvidas, criar condições melhores de vida e ampliar suas possibilidades. Questio-nando tudo e sempre. Segundo Chadas Ustuntas, músico e aficionado de Carl Sagan, o astrofísico via a linguagem do próprio universo como uma divindade. “A mate-mática, a geometria, a astronomia são divinas para um cientista. São leis do universo que o mol-dam e, também, ao nosso mundo. Consequente-mente, nossa vida”, resume Chadas. Em entrevista à revista eletrônica DomTotal, da Escola Superior Dom Helder Câmara - entidade com princípios jesuítas -, o brasileiro Marcelo Gleiser, físico e professor da Universidade de Dartmouth, em Hannover, EUA, pondera que Sa-gan tinha uma visão ainda mais radical que a sua, pois “ele acreditava que a ciência era a resposta para tudo”. Segundo Gleiser, ela tam-bém possui um lado espiritual próprio. Entretan-to, ambos estudiosos têm visão similar quando se trata da crença ou não crença em Deus: não se ater à necessidade de uma resposta.

Para Sagan, crer ou não crer em Deus seria uma tarefa muito difícil para uma mente racional. O processo pesaria no aprendizado e, obviamen-te, isso influenciaria na produção de significa-dos, o que, para ele, seria o mais importante: entender racionalmente os fenômenos, sem medo de desafiar o desconhecido e crente na possibilidade de erradicar dificuldades e encon-trar facilitações para o convívio.

O UNIVERSO AO ALCANCE DE TODOS

P o r J o ã o P a u l o O l i v e i r a

Em seu pensamento, as leis naturais, como a gravidade ou a entropia, atestam sobre a vida e o seu futuro. Portanto, formariam a carta as-tral da natureza. Assim, o questionamento e a observação dos fenômenos seriam o parâme-tro para se conseguir entender a qual Deus o destino do indivíduo e o da Terra pertenceriam. Por essas descobertas e experiências, o ho-mem pôde adaptar seus sentidos à necessi-dade de ir a fundo no entendimento do mundo, do universo e do funcionamento das coisas.

Gleiser aponta o telescópio e o microscópio como exemplos dessa potência humana em criar próteses, que aproximaria o homem de uma condição divina. Esses dois instrumentos mudaram a vida no planeta. Com o telescópio, “percebemos que o universo é muito mais rico, dinâmico e variado do que o céu estrela-do que vemos todos os dias”. No caso do microscópio, acontece o oposto. Ao invés do mundo do “muito grande”, temos o mundo do “muito pequeno”. Ali, se viu que “em uma gota d’água existe todo um universo de vida, bactérias e animais estranhíssimos, que são completamente invisíveis a olho nu”. As pesquisas de Carl Sagan conseguiram tra-zer muitas novidades sobre os astros, como o fato de a lua Titã, de Saturno, ter, em suas características, compostos orgânicos – algo impensado até então. Além disso, foi um pre-cursor do estudo do efeito estufa em Vênus, pesquisa esta que avançou o estudo do efeito, também, em nosso planeta. O maravilhoso da biografia de Sagan foi que esse conhecimento não ficou restrito aos labo-ratórios das universidades em que trabalhou. Pelo contrário, ele foi um dos maiores respon-sáveis pela propagação do pensamento cien-tífico como forma de se atualizar o sujeito em meio às pregações e às pequenas crenças, não só religiosas, mas também científicas. Assim

E S T U D O S E P E N S A M E N T O D E C A R L S A G A N R E N A S C E M C O M R E M A K E D A S É R I E C O S M O S .

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como Ustuntas, vários cientistas contempo-râneos e pessoas com outras profissões se interessaram pela ciência por meio do traba-lho de divulgação de Sagan. “Estudos de Carl Sagan deram luz e inspira-ção para muitos interessados no universo e ajudaram a moldar a nova geração de cientis-tas que buscam conhecimento por todo canto do universo, principalmente com ‘Cosmos’, a famosa série de televisão”, lembra Chadas.

U M A V I A G E M P E S S O A L

No final dos anos 1970, Sagan coproduziu com sua esposa Ann Druyan e apresentou a série “Cosmos – uma viagem pessoal”. O programa de TV trouxe ao público em geral questões que, muitas vezes, estavam restri-tas apenas aos estudiosos e aos seus nichos de atuação nas ciências. Um raro conhecimento científico, que atu-alizou o saber de cerca de 500 milhões de pessoas ao redor do mundo, em 13 capítu-los, totalizando quase 800 minutos de gra-vações. Em 2014, a série voltou ao ar em uma continuação, também produzida pela viúva de Sagan e apresentada pelo físico Neil deGrasse Tyson. Segundo Marcelo Gleiser, a série original apresentada por Carl Sagan foi um marco na história da televisão - o documentário de maior audiência de todos os tempos. “Esta nova versão, com certeza, terá uma enorme repercussão. Ciência dessa forma inspira ge-rações de futuros cientistas”, afirma.

Para Gleiser, Tyson, “é diferente do Sagan, não tem, talvez, a mesma profundidade de reflexão. Por outro lado, tem uma fantásti-ca presença e ótimo senso de humor. Sem dúvida, uma ótima combinação para essa nova versão do show”. Entender como o universo funciona e com-pará-lo ao rendimento de nossos sistemas biológico e comportamental não nos incute apenas um (im)possível posicionamento so-bre nossa origem ou destino. Reconhecer as regras naturais de nosso meio nos dá, tam-bém, a noção do “aqui-agora”, do tempo real e das coisas que nos circundam.

Crer na ciência não significa abster-se de re-ligiosidade. As descobertas que melhoram a saúde das pessoas, aquelas que ajudam na diminuição de distâncias e no entendimento do que é semelhante e diverso, também inspi-ram nossa vida e busca espiritual. Afinal, tanto a ciência, quanto a religião creem em haver respostas adequadas para cada momento da vida, mesmo que, para muitas dessas, não se tenha a exatidão. Questionar e querer enten-der o “como” e o “porquê” trazem ao homem um mínimo daquilo que seria a imagem e a semelhança da natureza: a consciência. E tê-la não é um benefício apenas para entender o movimento dos corpos celes-tiais, ou para saber como nossa espécie se comporta em adversidades. É sim, um bônus para conseguir, inclusive, ter a no-ção do seu próprio lugar como habitante planetário - ou seja, saber sobre nossas possibilidades, deveres e, também, possí-veis consequências de nossas ações. Assim, raciocinar sobre a vida, entender como a natureza se programa e aplicar ao cotidiano é, também, ter consciência política, sapiência para agir e se posicionar diante do mundo e de suas vicissitudes. É poder saber avaliar as relações que ocorrem em qualquer que seja o espaço, em qualquer que seja o tempo; seja qual for a sua formação e para atingir seja qual for sua finalidade.

C A R L S A G A N

M A R T E , E M 5 D E A G O S T O D E 2 0 1 4

O P O N T O A Z U L D A I M A G E M É U M P U L S A R - N Ú C L E O M A G N É T I C O D E U M A S U P E R N O VA . M I S S Ã O C H A N D R A X - R AY O B S E R VAT O R Y, N U S TA R . E M 1 6 D E S E T E M B R O D E 2 0 1 4 .

© N A S A / C o s m o s S t u d i e s

© N A S A / J P L - C a l t e c h

© N A S A / J P L - C a l t e c h / S A O

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V e s t i d o J o v a n i , AT I T U D E B Y D R O P ’ S , p r e ç o s o b c o n s u l t a ; c o l a r L U I Z F E R N A N D O R I B E I R O , p r e ç o s o b c o n s u l t a .

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V e s t i d o J o v a n i , AT I T U D E B Y D R O P ’ S , p r e ç o s o b c o n s u l t a .

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V e s t i d o A u t h o r i a , AT I T U D E B Y D R O P ’ S , p r e ç o s o b c o n s u l t a ;

b l u s a u s a d a c o m o g o l a B O B S T O R E , R $ 4 7 9 ; c o l a r L U I Z

F E R N A N D O R I B E I R O , p r e ç o s o b c o n s u l t a ; b r a c e l e t e b r a ç o d i r e i t o ,

L U X S T O R E , p r e ç o s o b c o n s u l t a ; p u l s e i r a e b r a c e l e t e b r a ç o

e s q u e r d o , a c e r v o p r o d u ç ã o .

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B l u s a L E L I S B L A N C , R $ 2 3 9 , 5 0 ; a d e r e ç o

D U D U G O N Z A G A , p r e ç o s o b c o n s u l t a .

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V e s t i d o J o v a n i , AT I T U D E B Y D R O P ’ S , p r e ç o s o b c o n s u l t a

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C o l e t e B O B S T O R E , R $ 2 0 0 ; c a l ç a B O B S T O R E , R $ 3 9 5 ; s a i a u s a d a c o m o

g o r r o B O B S T O R E , R $ 3 8 4 ; p u l s e i r a s e a n é i s , a c e r v o p r o d u ç ã o .

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V e s t i d o S k a z i , F L O W , p r e ç o s o b c o n s u l t a ; v e s t i d o u s a d o c o m o g o l a , B O B S T O R E , R $ 1 7 0 ; b o l s a A t i t u d e , D R O P ’ S AT I T U D E , p r e ç o s o b c o n s u l t a ; s a p a t o u s a d o e m t o d o e d i t o r i a l , a c e r v o p r o d u ç ã o .

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B l u s a , S K U N K , p r e ç o s o b c o n s u l t a ; c o l a r ,

L U I Z F E R N A N D O R I B E I R O , p r e ç o

s o b c o n s u l t a .

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N O R A S T R O D A S E S T R E L A S , A U F J F S E A L I N H A C O M O F U T U R O , C O N S T R Ó I O M A I O R P L A N E T Á R I O F I X O D E M I N A S G E R A I S E A L C A N Ç A A V A N G U A R D A N O E N S I N O D A A S T R O N O M I A N O B R A S I L .

A anos-luz da Terra, mas com visibilidade graças a equipa-mentos de última geração que garantem excelente percepção do campo estelar, será fácil contemplar o Sol, as crateras da Lua, os anéis de Saturno ou a espiral de Andrômeda. Estas são só algumas das possibilidades que a Universidade Fede-ral de Juiz de Fora (UFJF) passa a oferecer com o Observa-tório Astronômico e o Planetário, que estreitarão ainda mais os laços entre a comunidade acadêmica e o público em geral. Trata-se de um complexo de cinco mil metros quadrados, em vias de finalização, bem no coração do Campus. Resultado de investimentos que ultrapassam R$11 milhões, a obra - anun-ciada em dezembro de 2012 por Henrique Duque de Miranda Chaves Filho, então reitor - está em sintonia com diferentes áreas do conhecimento, referendando iniciativas culturais e turísticas que vão além do fato de a UFJF se tornar o maior centro didático de Astronomia no país, divulgando as possibilidades que o Centro de Ciências oferece.

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CÉU QUE NOS PROTEGE

Integrados ao Centro de Vivência, com restaurante, playground, academia de ginástica ao ar livre, jardins, lâmina d’água e concha acústica, o Centro de Astronomia e o Planetário da UFJF represen-tam um conjunto que chama atenção também pelo design ousado. A Zaquieu Arquitetura e Construção executou o layout do arquiteto Maruem de Castro Hatem, do escritório Architech, que privilegiou curvas e reflexos na concepção. “Procuramos desenvolver um pro-jeto com linhas futurísticas, onde o edifício busca encontrar uma simbologia de conexão com os astros. A base da edificação é me-nor que a área de cobertura e, desta forma, temos um desenho que sugere duas mãos tentando conectar as estrelas”, comenta Hatem. Desde agosto, estão aparentes as arrojadas formas do projeto. Segundo Hatem, o conjunto arquitetônico é composto, basica-mente, de três volumes que se interagem. O primeiro consiste em uma área destinada ao estudo e à pesquisa, onde se destaca o Planetário, com poltronas reclináveis adaptadas para observa-ção de projeções em sua cúpula interna, recoberta internamente com placas de alumínio microperfuradas. Nela, são projetadas imagens de qualquer natureza e qualidade, além da astronomia propriamente dita. O segundo atende o Observatório, destinado à pesquisa e ao estudo da astronomia. O terceiro compreende as áreas de circulação entre o Planetário e o Observatório. Sua proposta foi buscar modernidade com uma volumetria dife-renciada, criando uma arquitetura funcional e, ao mesmo tempo, com estética forte para produzir um novo ícone referencial na paisagem do Campus. O partido arquitetônico caracterizou-se por formas suaves e, ao mesmo tempo, marcantes em sua mo-numentalidade, valorizando a melhor tecnologia disponível e a aplicação de materiais experimentados e adequados, como o alumínio composto e o vidro laminado refletivo”.

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P L A N E T Á R I O U F J F © w a n d e r s o n m o n t e i r o

T E A T R O D A S E S T R E L A S Aqueles que olham para o alto e pensam no que poderia estar escrito nas estrelas, podem contemplar alguns desses pretensos “misté-rios” de forma divertida. Vedete do Planetário e posicionado em uma cúpula de 360 graus e 12 metros de diâmetro, a quarta geração do Skymaster ZKP, da marca alemã Carl Zeiss, ostenta um corpo de sete mil fibras óticas, cada uma delas podendo captar uma estre-la de forma isolada. Acoplado a um software, esse projetor ótico central traz a multidisci-plinaridade como coringa, disponibilizando espetáculos que vão de imagens estelares a informações científicas variadas e até diver-tidas, como o funcionamento das células e o surgimento dos animais pré-históricos. Seu hardware oferece confiabilidade e o software permite tanto shows ao vivo, quanto por auto-mação. Já há quem se refira ao novo espaço como o “Teatro das Estrelas”, graças a um investimento de €2.075.000 no equipamento.

Doze telescópios computadorizados, fixos e móveis, se juntam à aparelhagem em-barcada, em que sobressaem uma câmera capaz de fotografar o Sol, binóculos espe-ciais e uma cúpula retrátil de 6,7 metros de diâmetro, capaz de permitir visibilidade em um círculo completo. Para tal, os recursos empregados foram além de US$370 mil. O diretor do Centro de Ciências da UFJF, Elói Teixeira César, ressalta que um telescópio

de 20 polegadas permitirá observação direta dos astros, e, dependendo das condições cli-máticas na cidade, será possível ver planetas e galáxias. “Nosso principal objetivo é a di-vulgação científica”, ressalta, lembrando que o Centro de Ciências será instalado na parte destinada ao Observatório.

Henrique Duque, que articulou o empreendi-mento e hoje responde pela Diretoria de De-senvolvimento e Representação Institucional da UFJF, adiantou que o Planetário levará o nome do professor Antônio Rezende Guedes, que integrou o Instituto de Ciências Humanas (ICH) da UFJF, acalentando, durante toda a sua trajetória, o sonho de um planetário itinerante que utilizasse técnicas diversas para melhor fixar conteúdos relativos aos astros, desper-tando o interesse por uma educação formal entre crianças e adolescentes. “Nada mais justo que dar o nome desse pioneiro ao Pla-netário”, sintetiza. Guedes chegou a iniciar a construção de um observatório em Conceição de Ibitipoca, e conheceu o antigo Planetário do Centro de Ciências da UFJF, que, em oito anos de existência e instalado em uma lona inflável ao lado do Colégio de Aplicação João XXIII, ba-teu, em agosto, a marca dos 100 mil visitantes.Teixeira César está entusiasmado com o fato de o novo complexo astronômico representar

um importante ganho na divulgação cientí-fica, dando à comunidade a chance de ter contato com o que a Universidade tem a oferecer de melhor, despertando, principal-mente entre os estudantes, a paixão pelas ciências. Ele acredita que o conhecimento estará acessível a todos de forma prazerosa, o que aproxima ainda mais a Universidade da sociedade em geral, atraindo não apenas visitantes das cidades da região, mas de ou-tros estados, como o Rio de Janeiro. Hatem não tem dúvidas de que esse tipo de empreendimento constitui-se em um polo de difusão científica e cultural na região em que se instala. “Isso, não apenas pelo gran-de poder de atração cultural de suas ses-sões, que são um grande show multimídia com efeitos sonoros e visuais verdadeira-mente impressionantes, mas também pelo fato de que as pequenas cidades de uma determinada região não comportam um projeto deste tipo. A prática dos Planetários existentes no Brasil nos confirma este as-pecto regional, pois os mesmos atendem muito mais do que a população de suas ci-dades, recebendo visitantes até mesmo de outros estados e países”, diz.

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ESTE É O FIM. O INÍCIO PASSA PELA ESCOLHA DOS

INGREDIENTES, MONTAGEM DO PRATO EM UM BRILHO

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O MEIO SEJA O OLFATO, EM IRRESISTÍVEIS AROMAS QUE

GANHAM O AMBIENTE SEM IMPREGNAR E PERFUMAM.

O GRAND FINALE É EXPERIMENTAR O QUE TODOS OS

SABORES PODEM PROPORCIONAR EM APENAS UM PRATO.

TODOS OS SENTIDOS SE FUNDEM.

DE FORMA INTUITIVA, SEMPRE ASSOCIEI A GASTRONOMIA

FUTURISTA A FERRAN ADRIÀ E SUA COZINHA MOLECULAR,

MISTURANDO NOVOS SABORES E EXPERIMENTANDO

TEXTURAS. UM COZINHEIRO CATALÃO QUE QUEBRA TABUS

EM MISTURAS, MODIFICA FORMAS TÃO INCONTESTÁVEIS

E AINDA TEM A AUDÁCIA DE ABRIR SEU RESTAURANTE

TEMPORARIAMENTE, DE ABRIL A SETEMBRO.

HOJE, ENTRE TANTOS REALITIES E MATÉRIAS SOBRE O ASSUNTO,

DESCUBRO CERTAS CURIOSIDADES, COMO, BUSCANDO SOBRE A

COZINHA FUTURISTA, ME DEPAREI COM UM MANIFESTO ITALIANO QUE

DEFENDIA A DIMINUIÇÃO DO CONSUMO DE MACARRÃO, NO PRINCÍPIO

DO SÉCULO XX. TIPO DE NOVIDADE QUE, POR MOTIVOS ÓBVIOS, NÃO

FOI LEVADA EM CONSIDERAÇÃO PELA TERRA DA BOTA.

COMO TODA ARTE, COM EXPERIÊNCIA E PASSAR DO TEMPO, OS

CONCEITOS SE TRANSFORMAM E O QUE ERA SIMPLES GANHA

CONTORNOS MAIS COMPLEXOS. É PRECISO SE REINVENTAR. CRIAR

EXPECTATIVAS E SURPREENDER É O DESEJO DE TODO ARTISTA QUE

PRETENDE SER DE VANGUARDA. E A GASTRONOMIA FUTURISTA,

OUSARIA AFIRMAR, É AQUELA QUE TENDE A ROMPER COM O

TRADICIONAL E CRIAR NOVAS TENDÊNCIAS.

P o r J o s é A l e x a n d r e A b r a m o

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P o r M á r c i o B r i g a t t o

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www.vitasports.com.br

P U B L I E D I T O R I A L L O O K B O O KCÓDIGO GIRL, Galeria Constança Valadares, lj 05, Centro, (32)3026-2982, Galeria Bruno Barbosa, lj 76, Centro, (32) 3026-2982.

CRAVO DOURADO, (32) 3235-6339, (32)8857-1065 VENDAS EM CONSIGNADO E ATACADO Facebook: /cravodourado

Site: www.cravodourado.com.br

KORPAÇO, Rua Marechal Deodoro, 456, ljs 26 e 28, Shopping Marechal, (32)3235-9919; Rua Marília, 510, lj 116, Benfica Shopping,

(32)3222-9316; Santa Cruz Shopping, lj 1232, Setor Amarelo, (32)3213-1821.

MALDIVAS ROUPAS, Rua Braz Bernardino, 199, lj 101, (32)9146-8180, (32)9108-0305, (32)9906-3001; [email protected]

MARIA MORENA, Marechal Center, 217, 2º piso, (32)8828-0747.

P U B L I E D I T O R I A L I N F A N T I L BABY STAR, Rua Halfeld, 400, ljs 27 e 48 (Galeria Prefeito Álvaro Braga), Centro, (32)3212-4953

LÁPIS DE COR, Mister Shopping, lj 70, 1º piso, (32)3211-2287.

MUNDO DA CRIANÇA, Rua Dom Silvério, 60, Alto dos Passos, (32)3213-0297.

TRI KIDS, Santa Cruz Shopping, 1201, Setor Amarelo, (32)3211-1242.

E D I T O R I A L G L I T C H B E A C HANA ALBUQUERQUE, Galeria Epaminondas Braga, lj 16, (32)3214-5838.

D’ STORE, Rua Morais e Castro, 383, Alto Dos Passos, (32)3231-5761.

O N D E E N C O N T R A R

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DROP’S ATITUDE, Rua São João Nepomuceno, 399, Centro (32)3215-3929.

FLOW, Independência Shopping, L2, (32)3241-1627.

HARD BACK, Marechal Center, P1, (32)3216-0687; Santa Cruz Shopping, P2, (32)3241-3347.

HILL STORE, Mister Shopping, P1, (32)3215-7609, Rua Machado Sobrinho, 10, Alto dos Passos, (32) 3217-6312.

LÍVORI, Avenida Presidente Itamar Franco, 2760, (32)3232-1363.

LUIZ FERNANDO RIBEIRO, (32)9929-3595.

LUXSTORE, Avenida Rio Branco, 2167, lj 102, Central Shopping, (32)3215-5421.

ÓTICAS KIKA, Avenida Rio Branco, 2375, (32)3691-2263.

RYGY, Independência Shopping, L2, (32)3313-8182.

SCHUTZ, Independência Shopping, L2, (32)32326567.

SKUNK, Rua Oscar Vidal, 150, (32)3245-8046; Independência Shopping, L2, (32)3214-2105; Marechal Center, P1, (32)3217-8080.

VIGOR SPORTS, Rua Braz Bernardino 104/105, (32)3218-7252, Mister Shopping, lj 269, 2º piso, (32) 3214-6388.

E D I T O R I A L C O S M O SATELIÊ DO CABELO, Rua Marechal Deodoro, 444, Marechal Center, lj 318, 3º piso, (32)3216-0832.

ATITUDE BY DROP’S, Rua São João Nepomuceno, 399, Centro (32)3215-3929.

BOBSTORE, Rua Morais e Castro, 583, Alto dos Passos, (32)3217-6543.

DUDU GONZAGA, Acervo CES, Avenida Luz Interior, 345, Estrela Sul (32)3250-3900.

FLOW, Independência Shopping, L2, (32)3241-1627.

JOÃO PEDRO BASQUES, Acervo CES, Avenida Luz Interior, 345, Estrela Sul (32)3250-3900.

LE LIS BLANC, Independência Shopping, L2, (32)3236-5501

LUIZ FERNANDO RIBEIRO, (32)9929-3595.

LUXSTORE, Avenida Rio Branco, 2167, lj 102, Central Shopping, (32)3215-5421.

SKUNK, Rua Oscar Vidal, 150, (32)3245-8046; Independência Shopping, L2, (32)3214-2105; Marechal Center, P1, (32)3217-8080.

G A S T R O N O M I A BACCO RESTAURANTE, Avenida Presidente Itamar Franco, 1850, (32) 3249-1860.

CLUBE DA ESQUINA, Avenida Ibitiguaia, 102, Santa Luzia, (32) 3235-9917, (32) 8848-0575.

KIDELÍCIA, Rua Santa Rita, 361/367, Centro, (32) 3215-7298 / (32) 3211-6655, facebook.com/RestauranteKideliciaJF

MAMA NOSTRA, Rua São Mateus, 535, São Mateus, (32) 3241-5666.

MARIA DELÍCIA GOURMET, Mister Shopping, 2º Piso, (32) 8854-0489, (32) 8874-3275.

MINERICE QUITUTERIA GOURMET, Rua Padre Café, 153, São Mateus, (32) 3236-9044, facebook.com/mineiricegourmet

PADARIA TRIGO PÃO, Avenida Rio Branco, 2293, Centro, (32) 3215-5896.

REI DO CANGAÇO BAR E RESTAURANTE, Avenida Presidente Costa e Silva, 1748, São Pedro, (32) 3213-5149.

SALSA PARRILLA, Centro de Vivência UFJF, Rua José Lourenço Kelmer s/n (32) 3241 -4796

Avenida Independência, 3.600, Independência Shopping, (32) 3313-8218, Rua Braz Bernardino, 171, Centro, (32) 3215-7501.

SANTA HORA BAR, Rua Santa Terezinha, 11, Santa Terezinha, (32) 3221-2257.

SAPORE DI PANE CAFFETTERIA, Rua Oscar Vidal, 250, Centro, (32)3026-0784, email: [email protected]

SODIÊ DOCES, Rua Severiano Sarmento, 310, Alto dos Passos, (32) 3026-0893, (32)3026-0926.

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