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Semestral - Ano 12011

01

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DIREÇÃO GERAL:Profa. Dra. Olga de Sá

REVISÃO:Élcio Roefero, Regina Rodrigues Godoy Serapião

SECRETÁRIA:Maria Aparecida S.Boncristiano

ESTAGIÁRIA:Ana Carolina Araújo Lorena

DIAGRAMAÇÃO:Guilherme P Ragazzo

COORDENAÇÃO DO ISPIC:Prof. Dr. Rosinei Batista Ribeiro

COORDENAÇÃO DE PUBLICAÇÕES:Prof. M. Sc. Elcio Roefero

IMPRESSÃO/ACABAMENTO:GRAFIST - Gráfica Santa Teresa12 2124-2890 / [email protected]

COORDENAÇÃO GERAL:Claudia Lysia de Oliveira Araújo

COMISSÃO EDITORIAL:Profª. Me. Ana Beatriz Pinto da Silva Morita

Profª. Me. Ciliana Antero Guimarães Silva OliveiraProfª. Me. Claudia Lysia de Oliveira Araújo

Profª. Me. Fabíola Vieira CunhaProfª. Me. Katia Margareth Bitton Moura

Profª. Me. Mara Filomena FalavignaProfª. Me. Regina Celia

Profª. Me. Rosana Tupinambá Viana FraziliProfª. Me. Valdinéa Luiz Hertel

Profª. Dra. Vanessa Brito PovedaProfª. Me. Maria Joana Martins

CONSELHO EDITORIAL:

Profª. Dra. Ir. Olga de SáDiretora Geral das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila.

Prof. Dr. Rosinei Batista RibeiroProfessor Titular e Coordenador do Instituto Superior de Pesquisa e Iniciação Científica das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila.

Profª Dra. Ana Cristina Mancussi e Faro Professora Livre Docente E.E. da Universidade de São Paulo

Profª Dra. Maria Filomena Ceolim Professora Livre Docente da Universidade Estadual de Campinas

Profª Dra. Cristina Maria GalvãoProfessora Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Profª Dra. Maria Angela Boccara de PaulaProfessora Universidade de Taubaté

Profª Dra. Maria Odete PereiraPós-Doutoranda PNPD/CAPES no Programa de Pós-Graduação da Escola de Enfermagem – USP Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica

REENVAP: Revista Eletrônica de Enfermagem do Vale do Paraíba. Lorena - SP, ano 1, n. 01, ago./dez. 2011 (2011 - ).

ISSN:

Semestral

1. Periódico. I. Enfermagem

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Editorial

Uma Revista é sempre uma voz. Uma Revista nova é uma voz nova. No caso, esta voz nova da Enfermagem, no Vale do Paraíba, depois de tantos anos de existência do curso, na FATEA de Lorena, nos fala de “cuidar”.

“Cuidado”, diz o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, vem do latim cogitare, agitar no espírito, remover no pensamento, pensar, meditar, projetar, preparar; sinonímia de inquietação, meiguice e providência e antinonímia de desleixo, desmazelo, negligência.

“Cuidar” é a vocação do enfermeiro, da enfermeira. O enfermeiro(a) se inquieta, providencia, não é negligente, descuidado, desleixado. “Cuidar” é uma face do humano, tão esquecida, senão agredida, no mundo moderno. Todos queremos usufruir, “tirar vantagem”, ser atendidos. Ninguém quer “cuidar”, pois isso exige desprendimento, atenção ao outro, capacidade de escuta, capacidade de ver.

Esta Revista está cheia de vozes, que nos falam do “cuidar”: cuidar da mulher, que se sente agredida na sua integridade feminina e na sua beleza; cuidar do trabalhador produtor, que deseja melhorar sua performance; cuidar do paciente com úlcera por pressão do ambiente onde se encontra; cuidar do sono, dos que trabalham a noite toda e estudam de dia; cuidar de quem cuida – o enfermeiro(a) – de pacientes com acidente vascular isquêmico; cuidar dos hipertensos, cuidar da vida onde ela existe, onde nasce, onde está ameaçada.

Cuidar de nós mesmos, para que vivamos a realidade cotidiana, crescendo em solidariedade e fraternidade, capazes de olhar o outro e amá-lo, na sua diferença.

Olga de Sá

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Sumário

ACEITAÇÃO E SENTIMENTOS DA MULHER MASTECTOMIZADA

Fabíola Vieira CunhaAline Salles Lacerda

Daiana Mesquita SampaioLeila Cristina Ferreira da Silva

Mariane Navarro Segura de Oliveira

08

20

36

PROGRAMAS DE TREINAMENTO DE RECURSOS HUMANOS PARA

ORGANIZAÇÕESAUSÊNCIA DE ELEMENTOS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO

Paulo Sergio de Sena

OCORRÊNCIA DE ÚLCERA POR PRESSÃO EM UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR NO

INTERIOR DE SÃO PAULO

Ana Beatriz Pinto da Silva MoritaClaudia Lysia de Oliveira AraújoSimone Aparecida Santos Silva

Tatiana Roberta Galante.

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INFLUÊNCIA DO SONO NAS ATIVIDADES ACADÊMICAS DOS GRADUANDOS DE

ENFERMAGEM QUE TRABALHAM NA ÁREA NO PERÍODO NOTURNO

Cláudia Lysia de Oliveira AraújoRosana Tupinambá Viana Frazili

Elaine Cristina de Almeida

ESTUDO PILOTO SOBRE A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO CUIDADO DO PACIENTE

COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO

Vanessa de Brito PovedaSonia Maria Filipini

Evelin Teo Vasconcellos Santana de SouzaKenny Cruaia de Oliveira

53

63

72PERFIL DOS PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS EM UMA INSTITUIÇÃO RELIGIOSA FRENTE À ADESÃO AO

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

Cristiane Karina MalvezziLuciane Déscio Kishi Ida

Michelli Aparecida da SilvaWilma de Melo Campos

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Aceitação e Sentimentos da

Mulher Mastectomizada

Aline Salles Lacerda

Daiana Mesquita Sampaio

Leila Cristina Ferreira da Silva

Mariane Navarro Segura de Oliveira

Fabíola Vieira CunhaProfessora Mestre na Graduação em Enfermagem das Faculdades Teresa D’Ávila na área de Centro Cirúrgico

Graduadas em Enfermagem das Faculdades Teresa D’Ávila

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RESUMO

ABSTRACT

PALAVRAS-CHAVE: Mastectomia, Sentimentos, Aceitação.

KEYWORDS: Mastectomy, Emotions, Risk-Taking

A mastectomia o procedimento cirúrgico utilizado como forma de tratamento para a maioria das mulheres com câncer de mama e suas consequências trazem danos físicos e emocionais.Esse trabalho se propôs a investigar 6 mulheres mastectomizadas, com idades entre 26 a 65 anos, frequentadoras de um serviço de apoio aos pacientes em tratamento oncológico. A pesquisa foi realizada em forma de questionários com perguntas abertas e fechadas sobre os sentimentos e aceitação da mastectomia. A analise demonstrou que o grupo de mulheres entrevistadas teve respostas semelhantes, demonstrando uma boa aceitação da cirurgia e sentimentos de esperança e alegria pela chance de cura proporcionada pela mastectomia.

The mastectomy the surgical procedure used as a form of treatment for most women with reast cancer and its consequences bring physical and emotional damage. This work is proposed to investigate 6 mastectomized women, aged 26 to 65 years, frequentadoras the house in support of cancer treatment - ATO. It was made a search in the form of questionnaires with questions open and closed on the feelings and acceptance of mastectomy. The analysis showed that the group of women interviewed had similar responses, demonstrating the acceptance of surgery and feelings of hope and joy for the chance of cure offered by mastectomy.

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INTRODUÇÃO

O Câncer é um processo patológico que começa quando uma célula anormal é transformada pela mutação genética do DNA celular. Essa célula anormal forma um clone e começa a proliferar-se de maneira anormal, ignorando as sinalizações do crescimento no ambiente circunvizinho à célula (BRUNNER & SUDDARTH, 2000).

Existem inúmeros padrões de crescimento celular, designados pelos termos hiperplasia, metaplasia, displasia, anaplasia e neoplasia. As células cancerosas são descritas como neoplasias malignas (BRUNNER & SUDDARTH, 2000).

Sabemos que o câncer de mama ou carcinoma mamário é o resultado de multiplicações desordenadas de determinadas células que se reproduzem em grande velocidade, desencadeando o aparecimento de tumores ou neoplasias malignas que podem vir a afetar os tecidos vizinhos e provocar metástases. Este tipo de câncer aparece sob forma de nódulos, que, na maioria das vezes, podem ser identificados pelas próprias mulheres, por meio da prática do auto-exame (DUARTE E ANDRADE, 2003).

A mastectomia é um dos tratamentos a que a maioria das mulheres com câncer de mama é submetida, e os seus resultados poderão comprometê-las física, emocional e socialmente. A mutilação dela decorrente favorece o surgimento de muitas questões na vida das mulheres, especialmente aquelas relacionadas à imagem corporal (FERREIRA E MAMEDE, 2003).

Atualmente, a mastectomia somente é indicada para tumores avançados e consiste na retirada da mama afetada juntamente com os linfonodos axilares (DUARTE E ANDRADE, 2003).

São três as ações de saúde consideradas fundamentais para o diagnóstico precoce de câncer de mama: auto-exame das mamas, AEM, realizado de forma adequada; exame clínico das mamas, ECM, feito por um profissional especializado e mamografia (DUARTE E ANDRADE, 2003).

Essas ações podem contribuir para que, no surgimento de um tumor maligno, o tratamento apropriado não requeira uma intervenção cirúrgica agressiva para o corpo feminino (DUARTE E ANDRADE, 2003).

Ao receber um diagnóstico, a mulher passa a ter dois tipos de problemas: o medo do câncer propriamente dito, e da mutilação de um órgão que representa a maternidade, a estética e a sexualidade feminina (FERREIRA E MAMEDE, 2003, p 299-304).

Neste contexto torna-se importante o cuidado por parte dos profissionais da

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saúde e dos familiares (WALDOW, 2001).

O cuidado nasce de um interesse, de uma responsabilidade, de uma preocupação, de um afeto, o qual, em geral, implicitamente inclui o maternar e o educar que, por sua vez, implica ajudar a crescer. O cuidado, mesmo no silêncio, é interativo e promove crescimento (WALDOW, 2001).

Os estudos epidemiológicos também apontam o câncer de mama como uma patologia de incidência aumentada em mulheres em idade de ciclo reprodutivo, que indica o envolvimento dos hormônios reprodutivos femininos na etiologia (CANTINELLI et al, 2006).

Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico, se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda seja diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61% (INCA, 2006).

O câncer de mama permanece como o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres (INCA, 2006).

O número de casos novos de câncer de mama esperados para o Brasil em 2006 é de 48.930, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres (INCA, 2006).

Em relação ao aspecto sexual os seres humanos são sexuais do momento do nascimento até a morte, e ser sexual é uma parte básica do ser humano. Se esse fato é desconsiderado pela enfermeira ou médico, o cliente, com frequência, se considera como menos que humano. Até há pouco tempo, os profissionais de saúde se inclinaram a focalizar os aspectos físicos e emocionais do ser humano, desconhecendo o psicossexual (OTTO, 2002).

Dependendo da fase de atendimento a que a mulher se encontra, ou seja, na fase diagnóstica, cirúrgica ou em processo de reabilitação, as redes de suporte são distintas. O parceiro sexual, na fase de reabilitação, é uma das fontes mais importantes na assistência à mulher com câncer de mama (BIFFI E MAMEDE, 2004).

A compreensão dos significados dos fenômenos é de fundamental importância para entendermos porque as mulheres mastectomizadas, na medida em que vivenciam a doença, compartilham de experiências que vão adquirindo significados individuais e coletivos. Por isso, acreditamos que esse referencial seja o mais adequado para identificarmos como elas percebem a possibilidade de uma recorrência do câncer de mama (ALMEIDA et al, 2001).

Finalmente, ancorada na interpretação fenomenológica, é possível tecer considerações sobre as possibilidades do cuidado prestado a essa clientela,

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propondo que tal cuidado deva ser realizado considerando-se a mulher como ser singular, como cidadã, como pessoa responsável por sua saúde e seu auto-cuidado, como um todo de carne e espírito, mente e corpo, ao qual se deve prestar assistência que congregue técnica, ciência e humanização (CAMARGO E SOUZA, 2003).

OBJETIVOIdentificar a experiência de um grupo de mulheres frente à indicação de uma cirurgia de mastectomia; Identificar o tempo de aceitação para cirurgia e quais foram seus sentimentos; Correlacionar os sentimentos com: relação com próprio corpo, família, convívio social e sexualidade.

MÉTODOEste trabalho é uma pesquisa do tipo descritiva exploratória qualitativa.

A opção pela abordagem metodológica qualitativa indicou ser a mais apropriada.

A metodologia qualitativa apresenta uma proposta que busca compreender o universo de significados culturais e a visão de mundo que permeia a experiência destas pacientes.

Sendo assim a metodologia qualitativa explora a experiência das pessoas na sua vida cotidiana, pois busca compreender questões da realidade que não podem ser quantificadas, tais como explorar, conhecer, entender e interpretar um fenômeno, situações e eventos que sejam passados ou presentes na sua vida.

Apesar das dificuldades óbvias de tratamento desse tema, parece cabível concluir que o centro da questão qualitativa é o fenômeno participativo.

A pesquisa foi desenvolvida numa instituição que oferece apoio ao tratamento oncológico, na região do Vale do Paraíba, sem fins lucrativos sendo mantida através de doações e voluntariado.

A Instituição foi criada no ano de 2002 por um médico psiquiatra e por uma advogada, funciona com uma equipe multiprofissional (psicólogo, médico psiquiatra e voluntários).

Os pacientes chegam até a instituição através de orientação de voluntários que fazem visitas aos mesmos em hospital que realiza tratamento oncológico ou por indicação do próprio médico que identifica a necessidade de um apoio psicosocial. Na instituição são desenvolvidas atividades de caráter psicológico como palestras e terapias em grupo ou individual aos pacientes, familiares e

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voluntários da instituição, além de promover campanhas de prevenção, ajuda básica aos pacientes necessitados através de uma cesta básica mensal e próteses confeccionadas na própria instituição pelos voluntários.

A instituição oferece dormitórios, banho e refeições para pacientes que se sintam desabilitados após uma seção de tratamento ambulatorial.

Participaram da pesquisa seis mastectomizadas que estão realizando tratamento oncológico e frequentam a instituição ou que estão em fase de estadiamento.

Foram solicitadas às participantes que assinassem um termo de consentimento livre e esclarecido, sendo excluídas da pesquisa as pacientes que não aceitaram participar da pesquisa.

A pesquisa foi realizada de fevereiro a março de 2008; com pacientes que frequentaram a instituição neste período.

Obtida autorização formal por escrito da instituição Apoio ao Tratamento Oncológico (ATO), o presente projeto foi submetido à apreciação e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas Teresa D Ávila.

A coleta de dados foi realizada por meio de uma entrevista pelas pesquisadoras na instituição conforme data e horários estabelecidos pela responsável, sendo realizada em uma sala reservada.

A entrevista foi realizada através de um instrumento elaborado pelas pesquisadoras com perguntas abertas e fechadas com os seguintes itens: Identificação: foi feita conforme as iniciais das participantes; Diagnóstico: informações sobre a fase de descoberta do diagnóstico e início do tratamento; Instituição: foi levantado o tempo de frequência em que a participante utiliza o serviço e qual a importância da instituição para ela; Sentimentos: foi solicitado que a paciente refira seus sentimentos quando recebeu o diagnóstico de câncer e após o procedimento cirúrgico da mastectomia; Família: relacionamento familiar, como foi a fase durante o diagnóstico e procedimento cirúrgico; Convívio Social: foi solicitado à paciente que relate o processo de adaptação ao trabalho e lazer após a doença, se houve interrupção de suas atividades; se a iniciativa foi própria ou por orientação médica; Sexualidade: como procedeu a seu relacionamento sexual após cirurgia; teve apoio do parceiro; se sentiu rejeitada, teve medo ou vergonha, quanto tempo levou para superar essas dificuldades.

Os dados coletados foram expressos em sentimentos de forma objetiva, como sendo positivos os sentimentos de segurança, esperança, aceitação, confiança, felicidade, boa aceitação e sentir-se bem. E como negativo os sentimentos de medo, angústia, insegurança, dúvidas, preocupação, choque, revolta.

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Na identificação foram utilizadas inicias do nome e na apresentação dos resultados foram transferidas para nomes de flores conforme a descrição: Violeta; Jasmim; Tulipa; Margarida; Rosa; Orquídea.

RESULTADOS E DISCUSSÃO O uso da abordagem qualitativa exploratória, para realização de nossa pesquisa, foi fundamental para compreendermos os sentimentos e o cotidiano do grupo de mulheres entrevistadas, pois buscamos compreender questões da realidade que não podem ser quantificadas.

A população deste estudo foi composta por seis mulheres que frequentam uma instituição de apoio às doenças oncológicas localizado no vale do Paraíba, entrevistadas pelas pesquisadoras entre novembro de 2007 e janeiro de 2008.

Dentre os dados colhidos todas as variáveis foram preenchidas.

Quadro 1 - Dados relacionados à identificação das participantes e importância de frequentar a instituição, trabalho Aceitação e Sentimentos da Mulher Mastectomizada. ( N = 6 )

Variável Total %

Idade

26 a 35 anos 01 16,636 a 45 anos 01 16,646 a 55 anos 01 16,656 a 65 anos 03 50

Estado CivilSolteira 02 33,3Casada 01 16,6Viúva 03 50

Grau de EscolaridadeE.F.* Incompleto 03 50E.F.* Completo 02 33,3

E.M.** Completo 01 16,6

Importância de Frequentar a Instituição

Melhor aceitação 06 100

Não teve diferença 00 0

* Ensino Fundamental

** Ensino Médio

A faixa etária dessas mulheres variou de 26 a 35 anos, de 36 a 45 anos, de 46 a 55 anos e de 56 a 65 anos. Em estudo realizado por Amorim (2007), a faixa

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etária das participantes varia entre 49 e 74 anos, estando em concordância com esse estudo, onde metade das participantes tem idade próxima à pesquisa.

Quanto ao estado civil, três são viúvas, duas são solteiras e uma é casada. Em relação ao nível de escolaridade, três das mulheres não completaram o ensino fundamental e duas completaram, uma delas concluiu o ensino médio.

Em estudo realizado por Amorim (2007), a faixa etária das participantes varia entre 49 e 74 anos; com nível de escolaridade que varia entre 3º ano primário a curso superior e o estado civil das pesquisadas varia entre casada, solteira e viúva

No trabalho realizado por Duarte e Andrade (2003) a faixa etária das participantes é de 34 a 55 anos com nível de escolaridade entre 2º grau completo e o nível superior, e quanto ao estado civil, as mulheres eram casadas solteiras e divorciadas.

Segundo Cavalcante, Fernandes e Rodrigues (2004) a faixa etária das mulheres pesquisadas varia de 36 a 70 anos; o estado civil é bastante diversificado, variando em casadas, solteiras, viúvas e amasiadas.

Relacionado à frequência na instituição duas frequentam de um a 30 dias, duas de 31 a 50 dias e duas acima de 60 dias, todas relataram melhor aceitação da doença e da mastectomia após frequentarem a instituição.

Segundo Cavalcante, Fernandes e Rodrigues (2004) as mulheres que frequentaram o grupo de apoio por um período maior de três (3) meses revelaram ter a oportunidade de partilhar experiências com as pessoas que sofreram dos mesmos problemas, sendo uma forma de se sentirem incluídas no grupo, de se sentirem apoiadas e terem conseguido externar sentimentos.

Quadro 2 - Dados relacionados à aceitação da cirurgia pelas participantes do trabalho de Aceitação e Sentimentos da Mulher Mastectomizada. (N= 6)

Variável Total %

Aceitação

Sentimentos após notícia do procedimento

Aceitaram bem 03 50Tiveram medo e insegurança 03 50

Sentimentos após procedimento

Sentiram-se bem 05 83,3Sentiu revolta 01 16,6

Tempo para se olhar no espelho

1 a 6 dias 04 66,6

7 a 13 dias 02 33,3

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No presente estudo houve aceitação da mastectomia por duas participantes as demais relataram medo e insegurança. Em estudo realizado por Regis e Simões à mastectomia como tratamento observa-se sentimentos de tristeza, depressão e aceitação. A tristeza relacionada à mutilação de uma parte do corpo, a depressão muitas vezes, estava associada à sua própria imagem construída em pensamentos; a aceitação diante da mastectomia surge como uma chance de cura e uma necessidade para se evitar a morte.

Nesse estudo, após o procedimento cirúrgico, cinco mulheres relataram sentirem-se bem e felizes e apenas uma relatou sentimento de revolta. Segundo Amorim (2007) a perda o medo e a revolta são sentimentos que acompanham o percurso dessas mulheres e essa perda está intimamente ligada à imagem corporal.

Com relação à imagem corporal quatro das mulheres levaram até seis dias para se olharem no espelho e duas, de sete a treze dias, razão relatada devido ao curativo oclusivo e cuidados com o local. Os primeiros contatos que as mulheres estabelecem com seu corpo operado são com o espelho, conforme estudos já realizados e para algumas, o fato de observarem o corpo em que uma das mamas ou as duas não estão mais presentes provoca um sentimento de estranheza e muito sofrimento (BRUNNER & SUDDARTH, 2000).

Quadro 3 - Dados relacionados ao aspecto Familiar e Social das participantes do tra-balho de Aceitação e Sentimentos da Mulher Mastectomizada. (N= 6)

Variável Total %

Teve apoioSim 06 100Não 00 00

Sofreu rejeiçãoSim 00 00Não 06 100

Continuou a exercer suas funçõesSim 05 83,3Não 01 16,6

Continuaram suas atividades de lazerSim 06Não 00

As seis participantes receberam apoio familiar e alegaram que em nenhum momento sofreram rejeição por parte dos familiares. Apesar do impacto que uma doença como o câncer de mama causa nas pessoas, observou-se nas famílias a presença de relações afetuosas, uma maior segurança na união, buscando um melhor enfrentamento do problema (WALDOW, 2001).

Quanto às atividades sociais nesse estudo da maioria das mulheres cinco relatou ter voltado ao trabalho, porém em menor intensidade, uma relatou não

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ter voltado ao trabalho, pois estava impossibilitada de fazer esforço físico com o braço e todas relataram ter continuado suas atividades de lazer.

Os relatos de algumas entrevistadas demonstram claramente que a doença provocou uma série de mudanças em suas vidas, interferindo sobremaneira no modo como se sentiram em relação a si mesmas e que o contato com o mundo externo despertou uma série de fantasias e medos, implicando numa mudança de comportamento, em que as mulheres mais sociáveis tornaram-se reservadas (CANTINELLI et al, 2006).

Quadro 4 - Dados relacionados à sexualidade após a Mastectomia das participantes do trabalho de Aceitação e Sentimentos da Mulher Mastectomizada. (N= 6)

Variável Total %Mantém relação sexual 01 16,6Não mantém relação sexual 05 83,3

Ao se tratar de relacionamento sexual obtivemos dados não apenas relacionados à mastectomia, mas também ao cotidiano dessas mulheres. A maioria (cinco) das mulheres não manteve relação sexual após a mastectomia com os seguintes relatos:

“Sou viúva, mas tinha me divorciado antes dele morrer, depois disso não tive mais nada com ninguém”. Violeta

“Tive apoio do meu companheiro, mas não quero continuar a ter relações sexuais”. Jasmim

“Meu parceiro não sabe da Mastectomia, porém mantivemos relação sexual após 2 meses do procedimento cirúrgico”. Tulipa

“Não mantenho relações sexuais, pois estou viúva.” Margarida

“Nunca Mantive relação sexual”. Rosa

“Sou casada, mas não tenho relação sexual com meu companheiro há 7 anos”. Orquídea

As mamas, além de desempenharem um importante papel fisiológico em todas as fases do desenvolvimento feminino que vão desde a puberdade à idade adulta, também representam em nossa cultura um símbolo de identificação da mulher, possuindo uma forte carga simbólica de feminilidade, sexualidade e maternidade. A sua feminilidade é expressa pelo erotismo, pela sensualidade e pela sexualidade (CANTINELLI et al, 2006).

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No que se refere aos relacionamentos amorosos, associam a sexualidade ao aspecto genital, e durante as relações sexuais sentem-se inibidas, e tentam ocultar a mama mutilada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa nos possibilitou compreender a grande variedade de sentimentos apresentados por essas mulheres e as diferentes formas adotadas por elas para enfrentarem a doença.

De acordo com algumas literaturas, as mulheres se dizem tristes e revoltadas pela mutilação causada pelo procedimento, depressivas e com medo da morte.

Neste estudo podemos destacar a grande vontade das mulheres de lutar pela vida e os sentimentos positivos como esperança e alegria pela chance de cura proporcionada pelo procedimento cirúrgico, além de uma boa aceitação pela mastectomia e suas consequências.

Acredita-se que isso seja consequência de um apoio não só de seus familiares e amigos, mas também pelo fato das pacientes terem uma boa aceitação quanto à sua doença, reconhecendo a necessidade de apoio psicológico, orientação quanto à mudança de hábitos em seu cotidiano após a mastectomia e a convivência com mulheres que vivenciam ou vivenciaram o mesmo problema, apoio esse que as mulheres encontram no ATO, onde foi realizada a pesquisa.

É importante destacar que a maioria das mulheres reagiu a essa situação de maneira semelhante e positiva, conforme algumas variáveis que dizem respeito à aceitação da cirurgia, importância de frequentar a instituição, aspecto familiar/social e a sexualidade.

A comunicação é um dos instrumentos utilizados em grupos de auto-ajuda na tentativa de oferecer uma melhoria na qualidade de vida aos seus integrantes, podendo proporcionar um maior conhecimento de si mesmo e do próximo, estabelecer relacionamentos significativos, examinar e estimular mudanças de atitudes e comportamentos.

REFERÊNCIAS

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Programas de Treinamento de Recursos Humanos para Organizações.

Ausência de Elementos de Qualidade de Vida no Trabalho.

Paulo Sergio de SenaBiólogo. Doutor em Ciências Sociais – Antropo-logia – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. M. Sc. em Ciência Ambiental – Univer-sidade de São Paulo. Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Docente da Disciplina Saúde Ambiental das Faculdades Integradas Teresa D´Ávila – Fatea.

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RESUMO

ABSTRACT

PALAVRAS-CHAVE: Qualidade de Vida, Qualidade de Vida no Trabalho.

KEYWORDS: Quality of Life, Quality of Working Life.

Há um discurso que permeia o meio empresarial e que defende a necessidade das empresas em adotarem um programa de cursos de treinamento para seus atores produtivos, com o objetivo de melhorarem a performance competitiva. Essa necessidade está crescendo nas organizações e enfrenta uma zona de silêncio entre a expectativa para com o programa de treinamento e os resultados efetivos desse treinamento no processo produtivo. A problemática se instala diante da ineficácia do programa de treinamento. Este trabalho explorou a hipótese da ausência de elementos que norteiam a qualidade de vida no trabalho como fator gerador da ineficácia dos programas de treinamento. Os resultados ratificaram tal hipótese, apresentando aproximadamente 40% dos principais cursos de treinamento para empresas, oferecidos pelo mercado, com a exploração de 62,5% dos elementos da qualidade de vida do trabalho apresentados por WALTON (1973) e atualizado por RODRIGUES (1994). Há também um tratamento inadequado e próximo da ausência da temática de ações comunitárias e de responsabilidade social, que ficou relegado a 5% dos cursos de treinamento avaliados. Portanto, a sugestão para as Organizações é que devem investir em Cursos de treinamento, mas que os Programas de Treinamentos escolhidos sejam capazes de conciliar desenvolvimento pessoal, competência técnica, responsabilidade social e qualidade de vida no trabalho.

There is a discourse that permeates the business community and advocating the need for companies to adopt a program of training courses for their productive actors, in order to improve competitive performance. This need is growing within organizations and faces a zone of silence between the expectation for the training program and actual results of this training in the production process. The problem sets in front of the inefficiency of the training program. This paper explored the hypothesis of the absence of evidence to guide the quality of work life as a factor giving rise to the ineffectiveness of training programs. These results confirm this hypothesis, showing approximately 40% of the major training courses for companies, offered by the market, with the holding of 62.5% of the elements of life quality of work presented by Walton (1973) and updated by Rodrigues (1994). There is also an inappropriate treatment and near absence of the theme of community action and social responsibility, who were relegated to 5% of training courses evaluated. So the suggestion is that the organizations should invest in training courses, but that the Selected Training Programs are able to combine personal development, technical competence, social responsibility and quality of work life.

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INTRODUÇÃO... Se você está interessado realmente em fazer seu negócio prosperar, deixe de colocar empecilhos para com treinamentos de pessoas e comece já... Antes que seja tarde demais..., comentários desse naipe são apresentados todos os dias para as Organizações, com o objetivo de inserir um programa de treinamento para os mais diferentes tipos de negócios do mercado.

No entanto, há um estado de desinteresse crescente se instalando no meio organizacional quanto à eficácia dos cursos de treinamento. Este estado pouco motivador diante dos cursos de treinamento veio nortear esse trabalho, criando um espaço para se problematizar a eficácia desses cursos, que, em geral, têm resultados pós-cursos, muito aquém daqueles esperados pelas organizações junto aos seus colaboradores.

Há uma série de hipóteses, apresentadas pela literatura, para responder a essa inquietação, que pode ser sintetizada como segue:

“... depois de aplicado, o programa de treinamento deve ser acompanhado. Não adianta fazer treinamento, pequenas reuniões, ou programas de incentivo se os empresários não acompanham seus funcionários... ou que a maior parte da eficácia dos programas está mais no acompanhamento do que no treinamento propriamente dito... ou ainda que a Chefia tem que ser o modelo quando cobra de seus subordinados atitudes apropriadas. Não adianta dizer ‘faça o que eu digo’... ‘se não faz o que é sugerido’; os funcionários não acreditam e não executam...”. (OSSO, 2002, p.1)

Apesar dessa hipótese de OSSO (2002) ser tão abrangente ou generalista, não está revertendo o quadro de descrédito para com os cursos de treinamento de Recursos Humanos. Assim, este trabalho enunciou outra hipótese, que não descartou as anteriores, que são bastante relevantes, mas vem somar outro parâmetro, a Qualidade de Vida no Trabalho. Assim, a hipótese deste trabalho pode ser enunciada como se segue: Os cursos de treinamento oferecidos para as Organizações não exploram adequadamente os elementos da Qualidade de Vida no Trabalho sugeridos por WALTON (1973).

Para testar esta hipótese foi desenvolvido um modelo de diagnóstico dos Cursos de Treinamentos, oferecidos às Organizações quanto aos Elementos para a Qualidade de Vida no Trabalho.

Dois grupos de informações foram delineados:

dos elementos para a qualidade de vida no trabalho; e

dos cursos de treinamentos para as organizações.

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Para o grupo de elementos para a qualidade de vida no trabalho foram tomados os conceitos de WALTON (1973), atualizados por RODRIGUES (1994) e constam dos seguintes parâmetros:

1. Compensação Adequada e Justa2. Condições de Segurança e Saúde do Trabalho3. Oportunidade Imediata para a Utilização e Desenvolvimento da Capacidade Humana4. Oportunidade Futura para Crescimento Contínuo e Segurança5. Integração Social na Organização de TrabalhoO Constitucionalismo na Organização do TrabalhoO Trabalho e o Espaço Total da VidaA Relevância Social da Vida do Trabalho

Para o grupo referente aos os cursos de treinamentos oferecidos pelo mercado para as organizações, foram tomados 20 (vinte) Cursos mais comuns do mercado, com seus devidos ementários apresentados em seguida:

Treinamento 1 – Administração de BenefíciosTreinamento 2 – Administração de Cargos e SaláriosTreinamento 3 – Abordagem Moderna da Análise de DesempenhoTreinamento 4 – Administração do Tempo e DelegaçãoTreinamento 5 – Como Negociar com SucessoTreinamento 6 – Como Gerenciar Equipes com SucessoTreinamento 7 – Desenvolvimento ComportamentalTreinamento 8 – Participação nos Lucros e ResultadosTreinamento 9 – Remuneração Estratégica – novas tendênciasTreinamento 10 – Estratégia e Orientação para Cliente-Prestação de ServiçoTreinamento 11 – Desenvolvimento de Habilidades de LiderançaTreinamento 12 – Formação de Instrutores de TreinamentoTreinamento 13 – Liderança de ReuniõesTreinamento 14 – Técnicas de ApresentaçãoTreinamento 15 – Técnicas de EntrevistaTreinamento 16 – Treinamento Operacional e Manuais de OperaçãoTreinamento 17 – Implantação da QualidadeTreinamento 18 – Administração de PessoalTreinamento 19 – Auxiliar Administrativo – Departamento PessoalTreinamento 20 – CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Esse referencial metodológico serviu de arcabouço para desenhar o perfil dos Cursos de Treinamento para Organizações mais difundidos no mercado, quanto aos elementos de Qualidade de Vida no Trabalho, bem como, sugerir inovações para uma possível mudança paradigmática nesses cursos, que estão mais preocupados com os processos de produção e menos com o potencial humano de seus clientes internos e externos.

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QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHOUm cenário econômico que tenta responder aos desafios da globalização parece que está levando as organizações a repensarem seus conceitos estruturais e de competitividade. FERNADES (2001) apontou que muitas dessas transformações têm resultados comprometidos, porque não incluem o fator humano em suas inovações que deveriam passar por um programa de melhoria da qualidade de vida no trabalho, a qual permitiria reconciliar os objetivos dos indivíduos em situação de trabalho e os propostos pelas organizações.

FRANÇA (2002) acrescentou outros elementos para se pensar o tema Qualidade de Vida no Trabalho nos dias atuais como a capacidade de administrar as turbulências do mercado competitivo, com mudanças nos hábitos pessoais e dos processos de trabalho, com foco no bem estar do dia a dia e na longevidade mantendo uma excelente saúde biopsicossocial. Para esta autora ainda, a gestão da qualidade de vida no trabalho nas empresas que atuam no Brasil é heterogênea e muito dependente de uma liderança que acredite estrategicamente nestas ações. Os programas mais tradicionais atuam especialmente sobre a eliminação de doenças, condições de riscos clínicos, benefícios e promoção de saúde. Outros, que são a minoria, investem em educação, imagem corporativa através de políticas de qualidade de vida. As ações comunitárias e de responsabilidade social, embora algumas vezes associadas às metas de qualidade de vida no trabalho, se referem a cidadania nas questões em torno da empresa e não diretamente na qualidade de vida no trabalho.

A grande dificuldade de se estabelecerem medidas para a qualidade de vida, seja genericamente para a vida, seja para seguimentos mais específicos como o trabalho, abriu um espaço de silêncio na discussão. Porém, para WALTON (1973), atualizado por RODRIGUES (1994), os elementos para a qualidade de vida no trabalho foram eleitos e conceituados partindo dos seguintes parâmetros:

1- Compensação Adequada e Justa

O conceito de compensação adequada é um tanto relativo, porém a honestidade dessa compensação pode ser gerada por abordagens que passem pela relação salário/experiência + responsabilidade; pela demanda de mão-de-obra; ou ainda pela média da compensação da comunidade profissional em questão.

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2 - Condições de Segurança e Saúde do Trabalho

Entre os vários fatores que podem envolver este item, alguns são muito relevantes: razoabilidade para os horários de trabalho; padronização do período de trabalho; ambiente físico de trabalho com menores riscos de doenças e danos; relação entre tipo de trabalho e limite de idade para realizá-lo.

3 - Oportunidade Imediata para a Utilização e Desenvolvimento da Capacidade Humana

Para dificultar a tendência do trabalho de ser fracionado, inabilitado e oneroso quanto ao controle de sua qualidade, é importante investir na autonomia do trabalho, nas múltiplas habilidades, na informação e perspectivas, na completude das tarefas e no planejamento.

4 - Oportunidade Futura para Crescimento Contínuo e Segurança

Aqui se foca a atenção nas oportunidades da carreira e o quanto é importante se investir na formação do cliente interno de uma organização. Para tanto, é importante inventariar as habilidades recém-adquiridas para uso em trabalho futuro, criar condições para que as atividades atuais possam expandir as habilidades para um desenvolvimento futuro, garantir um processo de progresso dentro da organização e criar um clima organizacional que inspire a segurança de emprego ou de renda, associado ao trabalho do trabalhador.

5 - Integração Social na Organização de Trabalho

Para uma boa integração social no trabalho é importante atentar para os seguintes elementos: a. ausência de preconceitos raciais, sexuais, religião, nacionalidade, estilo de vida e aparência física; b. ausência de estratificação organizacional, ressaltando um clima de comunidade na organização.

6 - O Constitucionalismo na Organização do Trabalho

Direitos e Deveres dos trabalhadores são elementos essenciais para se buscar uma elevada qualidade de vida no trabalho. Dentre estes direitos é importante destacar o direito à privacidade, o direito de posicionamento diante de cada questão e o direito de tratamento justo para com a diversidade de assuntos de uma organização.

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7 - O Trabalho e o Espaço Total da Vida

As relações pessoais / sociais ou em outras esferas da vida podem ser afetadas por uma experiência positiva ou negativa no ambiente de trabalho. Portanto, a relação entre o trabalho e o espaço total da vida deve obedecer a um critério de equilíbrio, que pode ser exercitado dentro da própria organização.

8 - A Relevância Social da Vida do Trabalho

Nesse contexto de relevância social o trabalhador deve ter a oportunidade de se sentir sua auto-estima ampliada, o que leva a um número crescente de trabalhadores a valorizar seus trabalhos e carreiras.

CURSOS E TREINAMENTOS PARA ORGANIZAÇÕESAs empresas estão preocupadas com o estado acelerado da demanda por novas tecnologias, novas metodologias e novos processos na concepção, na fabricação e comercialização de seus produtos. Para tanto, nos últimos anos, estes atores organizacionais vêm engrossando o mercado para cursos, entre os quais se destacam os cursos e treinamentos para o desenvolvimento de clientes internos e com extensão para os clientes externos.

Os cursos de treinamentos são os meios utilizados para levar o indivíduo à adquirir habilidade para fazer o que faz, no menor tempo, com o menor esforço, com o menor custo e com a maior eficiência (SILVEIRA, 2002).

Há inúmeros cursos e treinamentos neste vasto mercado, que necessitam ser observados mais de perto. Neste sentido, este trabalho tomou 20 desses cursos destinados a treinamentos nas organizações, os quais estão mais presentes no dia a dia das organizações. Juntamente com os títulos dos cursos e treinamentos foi possível acessar seus ementários, para compreender sua amplitude na eficácia de sua proposta. A saber:

Treinamento 1 – Administração de Benefícios

Ementário: Impactos situacionais sobre benefícios; o papel da administração de benefícios no contexto atual de RH; tipos de concessão de benefícios; efeitos psicológicos do “direito adquirido”; seletividade de benefícios por nível hierárquico; elegibilidade versus riscos tributários; benefícios flexíveis – vantagens e desvantagens; principais benefícios; assistência médica; previdência complementar; seguro de vida – pool internacional; veículo designado – fórmula de mensuração; outros tipos – assistência alimentação,

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transporte, creche, etc.; benefícios para aposentados; correlação entre novas formas de emprego e a concessão de benefícios.

Treinamento 2 – Administração de Cargos e Salários

Ementário: A administração de salários no contexto de RH; descrição de cargos; manual de descrição – pontos chaves; administração de carreiras; avaliação de cargos; sistemas não quantitativos; sistemas quantitativos; carreiras técnicas; curva de maturidade; pesquisa salarial; tipos de pesquisa – cargo ou job match; definição do mercado e cargos chave; coleta de dados e tabulação; estrutura salarial; tipos de estrutura/características básicas; sistemas de avaliação versus estrutura; administração do salário base.

Treinamento 3 – Abordagem Moderna da Análise de Desempenho

Ementário: O papel da análise de desempenho na estratégia de RH; avaliação de desempenho – problemas da abordagem convencional; vinculação rígida com o processo de remuneração; avaliação de desempenho baseada em objetivos inadequados e fatores de personalidade; avaliação de desempenho centrada nas chefias; análise de desempenho – estratégia moderna; coerência com o processo de remuneração; análise de desempenho integrada às estratégias da empresa; oportunidade para ouvir as expectativas e motivações dos liderados; análise racional dos pontos fortes e pontos a desenvolver – plano de ação; comprometimento do líder em ajudar no desenvolvimento do liderado; consenso sobre objetivo macro da área a ser atingido ao final do exercício; utilização de time de avaliadores – chefia, pares, liderados, principais cliente internos e principais fornecedores internos.

Treinamento 4 – Administração do Tempo e Delegação

Ementário: As interdependências da administração do tempo e delegação com as demais competências gerenciais; gerenciamento do tempo; registro diário das responsabilidades e tarefas; como definir prioridades – critérios de importância e urgência; pontos de estrangulamento gerados pelo próprio gerente; como administrar os desperdiçadores de tempo do ambiente organizacional; como otimizar adequadamente o tempo ganho; instrumentos práticos de planejamento e controle do tempo; o processo de delegação; necessidades da delegação; como delegar a autoridade e compartilhar a responsabilidade; vantagens e desvantagens da delegação; os erros mais comuns da delegação; tarefas que podem e não podem ser delegadas; como praticar o processo de delegação em 6 etapas; plano de ação; como planejar a mudança na administração do tempo e delegação para a fase pós treinamento.

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Treinamento 5 – Como Negociar com Sucesso

Ementário: Conceitos básicos sobre negociação; como identificar e negociar com os estilos de negociação; o processo de negociação – Método de 4 pontos; analise o objetivo da negociação; prepare a negociação; avalie a negociação; como criar um clima de confiança na negociação; a influência do “saber ouvir” no processo de negociação; o “feed back” construtivo; as sete regras para administrar o “insucesso” da negociação; quais os comportamentos positivos e negativos mais comuns na negociação; as táticas mais utilizadas no processo de negociação; os principais erros da negociação.

Treinamento 6 – Como Gerenciar Equipes com Sucesso

Ementário: A dinâmica de grupo; fases do desenvolvimento da equipe; o trabalho em equipe – tipos de grupos; regras para o sucesso de trabalho em equipe; como dar e receber “feed back” construtivo; comportamentos grupais; administração de conflitos; como administrar comportamentos inadequados; a importância do consenso; técnicas para tomada de decisão grupal: brainstorming, NGT, Diagrama de afinidades, etc.; a estrutura do processo grupal.

Treinamento 7 – Desenvolvimento Comportamental

Ementário: O processo eficaz da comunicação; conceitos e características do uso adequado do “feed back”; os principais obstáculos à comunicação; como combater os males do boato nas organizações; motivação: necessidades e objetivos; os mecanismos de defesa da motivação; hierarquia das necessidades de Maslow; teoria de motivação/higiene de Herzberg; teorias X e Y de Mcgregor; sucessão contínua de comportamento de liderança de Tannenbaum e Schmidt; a grade gerencial de Blake e Mouton; eficácia situacional – teoria 3D de Reddin; estilos gerenciais – Hersey e Blanchard; a teoria do ciclo vital; regra para o sucesso do trabalho em equipe; administração de conflitos grupais; técnicas para tomada de decisão em grupo.

Treinamento 8 – Participação nos Lucros e Resultados

Ementário: Participação nos lucros ou resultados?; centralização / descentralização do processo; tipos de negociação (sindicato/empregados); vínculo do PLR com a política de remuneração; estruturação da comissão de negociação – empresa; treinamento (simulação) dos negociadores da empresa; plano de divulgação (visibilidade, marketing dos conceitos chaves); eleição dos representantes dos empregados; processo de negociação; regras para definição dos parâmetros das metas e resultados (gatilho, limite máximo); fórmula

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ideal de pagamento; acompanhamento da evolução das metas e resultados negociados.

Treinamento 9 – Remuneração Estratégica – novas tendências

Ementário: Impactos organizacionais sobre a remuneração; definição do “Mix” ideal à organização; alternativas de administração de salário base; ausência do mérito; mérito parcial; mérito tipo “lump sum”; aumento por seniosidade; pagamento por habilidade; pagamento por competência; benefícios - critérios de concessão; benefício ideal versus níveis de risco; benefícios flexíveis; principais tipos de salário variável; “Gainsharing”/ “Profitsharing”; bônus e gratificações; incentivos de longo prazo; prêmios de reconhecimento; comissões; participação nos lucros e resultados (Medida Provisória).

Treinamento 10 – Estratégia e Orientação para Cliente-Prestação de Serviço

Ementário: A evolução da qualidade total na área de prestação de serviços; necessidades e expectativas do cliente – conceituação; a importância de se perguntar aquilo que o cliente deseja responder e não aquilo que se acha que o cliente deseja responder; projeto visão cliente; definir objetivos – abrangência de atuação; identificar os clientes – segmentar clientes para eventual atendimento diferenciado; necessidades e expectativas segundo a visão do fornecedor; necessidades e expectativas segundo a visão do cliente – focus groups; ajuste da visão do fornecedor e clientes; priorização das necessidades a serem pesquisadas; estruturação do questionário de pesquisa; pesquisa de avaliação da satisfação do cliente; implantação do plano de melhoria.

Treinamento 11 – Desenvolvimento de Habilidades de Liderança

Ementário: A integração do líder nas funções da administração; o papel do líder eficaz no desenvolvimento das organizações; como estabelecer uma relação de parceria com o líder imediato; estratégias para enfrentar mudanças com sucesso; planejamento: o uso prático na definição de objetivos; os princípios da Organização – tendências atuais; a administração eficaz do próprio tempo e dos liderados; delegação: importância e vantagens; os princípios da motivação; processo de comunicação – utilização do “feed back”; os impactos negativos dos boatos; a prática comportamental das teorias situacionais de estilos gerenciais; técnicas para coordenação de reuniões; a avaliação de desempenho tradicional versus o processo de compromisso de desenvolvimento entre líder e liderado;

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como ter sucesso no trabalho em equipe – técnicas e administração de conflitos.

Treinamento 12 – Formação de Instrutores de Treinamento

Ementário: A importância do treinamento na consecução das metas de produtividade e qualidade das áreas da empresa; levantamento de necessidades – conceituação e tipos diferenciados pelo nível funcional; técnicas de elaboração do manual do participante; elaboração do manual do instrutor – resumo de conteúdo programático classificado em itens do programa/texto/guia/técnicas e recursos audiovisuais utilizados; regras básicas para a difusão eficaz; métodos e técnicas de treinamento; preparação de recursos audiovisuais; utilização didática dos recursos audiovisuais; avaliação da aprendizagem (tipos de provas teóricas e práticas); avaliação de reação.

Treinamento 13 – Liderança de Reuniões

Ementário: Planejamento e preparação das reuniões – perguntas chaves; métodos para tomada de decisão em grupo; princípios e regras sobre o processo decisório grupal; o papel do coordenador da reunião; preparar a reunião – pauta, participantes, material e local; assegurar a dinâmica positiva da reunião pela eficácia no uso de perguntas chaves; conseguir a participação equilibrada de todos os integrantes da reunião; assegurar a consecução dos objetivos da reunião; avaliação e registros das reuniões – tipos de atas; principais tipos de reuniões; quando fazer e quando não fazer reunião.

Treinamento 14 – Técnicas de Apresentação

Ementário: Benefícios pessoais e profissionais para os apresentadores; características chaves de uma apresentação eficaz; como preparar sua apresentação com eficácia; conhecer os participantes; pesquisa do assunto; definir os objetivos e ideias centrais; profundidade do conteúdo em função da plateia, objetivos e tempo disponível; o planejamento dos recursos didáticos; suportes didáticos – os três diga a eles, as transições, os fatores de atenção; como selecionar e preparar os recurso audiovisuais; as técnicas de treinamento; regras práticas como elaborar o manual do participante; o roteiro do apresentador/instrutor; as técnicas de apresentação; a utilização adequada da voz; as expressões não verbais; harmonia com a linguagem verbal; como encarar o medo com naturalidade; administrando o estresse; a técnica das perguntas; como gerenciar situações e participantes problemas; a avaliação das palestras e cursos/seminários; plano de ação para a fase pós-treinamento.

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Treinamento 15 – Técnicas de Entrevista

Ementário: O papel da entrevista face ao processo de recrutamento e seleção; entrevista de seleção e entrevista técnica: papel e responsabilidades; os principais tipos de entrevista; métodos mais eficazes na aplicação da entrevista; roteiro da entrevista; preparação – análise do currículo; realização – aspectos pessoais e profissionais; interpretação dos dados – registro das entrevistas, currículo, referências; avaliação dos candidatos – perfil ideal do cargo versus perfil dos candidatos; perguntas chaves; regras básicas para uma entrevista eficaz.

Treinamento 16 – Treinamento Operacional e Manuais de Operação

Ementário: Análise do posto – Manual de Operação; perfil do posto (características psicofísicas); procedimentos operacionais, decomposição dos postos em funções, tarefas, operações e passos, análise de risco; análise do saber/saber fazer identificação dos conhecimentos gerais, tecnológicos e específicos (saber); análise do nível de complexidade das operações (saber fazer), através dos critérios percepção das informações; qualidade da resposta; tempo de resposta e consequências dos erros; estruturação do treinamento teórico; formulação dos módulos teóricos; manual do participante (apostila); manual do instrutor (texto guia, técnicas de treinamento, recursos audiovisuais); consolidação do manual de operação.

Treinamento 17 – Implantação da Qualidade

Ementário: Conceituação da qualidade; abordagem corretiva; abordagem preventiva; abordagem estratégica; qualidade total; gestão pela qualidade; missão, política, cultura e política da empresa; técnicas de gerenciamento; controle, análise e melhoria de processos; normatização e padronização de sistema de qualidade; auditoria de sistema de qualidade; metodologias de implantação; housekipping; 5S.

Treinamento 18 – Administração de Pessoal

Ementário: Recrutamento e seleção de pessoal; admissão de pessoal, horário e jornada de trabalho, folha de pagamento, 13o salário, férias; poder disciplinador do empregador; rescisão de contrato de trabalho; seguro desemprego; impressos, tabelas e cálculos referentes a assuntos de administração de pessoal.

Treinamento 19 – Auxiliar Administrativo – Departamento Pessoal

Ementário: Introdução à administração trabalhista; aspectos legais da duração do trabalho; aspectos legais da remuneração; aspectos legais das férias; aspectos

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legais do 13o salário; aspectos legais da rescisão do contrato de trabalho.

Treinamento 20 – CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Ementário: A segurança e a saúde do trabalhador; estudo da NR-5; acidentes e doenças do trabalho; legislação trabalhista e previdenciária; higiene do trabalho e medidas e controle de riscos; riscos físicos, químicos, biológicos e ergonômicos; risos de acidentes e de incêndios; AIDS: noções básicas e medidas de prevenção.

RESULTADOSA matriz de análise utilizada para avaliar os Elementos para a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) (WALTON, 1973 in RODRIGUES, 1994), contido ou explorado pelos 20 cursos e treinamentos trabalhados por este espaço, pode ser observada abaixo:

Matriz Análise dos Elementos para a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) (WALTON, 1973 apud RODRIGUES, 1994), sobre os cursos e treinamentos.

Treinamentos ►

▼Elementos QVT1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ∑ %

Constitucionalismo na Organização do Trabalho 8 40

O Trabalho e o Espaço Total da Vida 4 20

A Relevância Social da Vida do Trabalho 1 5

Compensação Adequada e Justa 8 40

Oportunidade imediata para a utilização e desenvolvimento da

Capacidade Humana7 35

Oportunidade Futura para o Crescimento Contínuo e

Segurança8 40

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Condições de Segurança e Saúde do Trabalho 4 20

Integração Social na Organização de Trabalho 8 40

Treinamentos ►

▼Elementos QVT11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 ∑ %

Constitucionalismo na Organização do Trabalho 8 40

O Trabalho e o Espaço Total da Vida 4 20

A Relevância Social da Vida do Trabalho 1 5

Compensação Adequada e Justa 8 40

Oportunidade imediata para a utilização e desenvolvimento da

Capacidade Humana7 35

Oportunidade Futura para o Crescimento Contínuo e

Segurança8 40

Condições de Segurança e Saúde do Trabalho 4 20

Integração Social na Organização de Trabalho 8 40

Compilando os resultados temos:

Constitucionalismo na Organização do Trabalho, Compensação Adequada e Justa, Oportunidade Imediata para a Utilização e Desenvolvimento da Capacidade Humana, Oportunidade Futura para o Crescimento Contínuo e Segurança e Integração Social na Organização de Trabalho foram os elementos necessários para a qualidade de vida no trabalho presentes em cerca de 35 a 40% dos cursos e treinamentos avaliados, representando de 7 a 8 desses cursos e treinamentos.

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Somente 62,5% dos elementos da qualidade de vida no trabalho foram contemplados por até 40% dos cursos de treinamento.

Os elementos Trabalho e Espaço Total da Vida e Condições de Segurança e Saúde no Trabalho compuseram 4 dos cursos e treinamentos avaliados, representado somente 20% do total.

A Relevância Social da Vida no Trabalho ficou relegada a apenas um dos cursos e treinamentos avaliados, perfazendo 5% do total de 20 cursos e treinamentos tratados.

CONCLUSÕESHá uma tendência de se associar as dificuldades econômicas de uma empresa a situações que se originam em seu exterior, ignorando o dia a dia de seu ambiente interno. A maioria dos problemas é criada dentro da própria empresa, e muitas vezes por falta de um gerenciamento adequado das mudanças pré-dificuldades. Outras vezes, as dificuldades já estão instaladas, mas em estado latente, esperando algumas decisões para que se manifestem. Nesse contexto, equivale dizer que os problemas estão diretamente relacionados a tomadas de decisão, e esta decisão se relaciona, também diretamente, com o nível pessoal de cada ator humano produtivo.

Diante desse argumento, há necessidade de se investir em uma política de treinamento intensivo e permanente para cada setor da Organização. Porém, a maioria dos cursos de treinamentos oferecidos pelo mercado não responde a esse parâmetro de desenvolvimento pessoal, mas sim ao treinamento técnico, que embora importante, há de dialogar com a pessoa que compõe o processo de produção.

Este trabalho pode constatar que dos principais cursos de treinamento oferecidos pelo mercado, 60%, não exploram adequadamente os elementos de Qualidade de Vida no Trabalho sugeridos por WALTON (1973), atualizados por RODRIGUES (1994), e os 40% restantes, não exploram a totalidade dos 8 elementos para essa qualidade.

Consideramos que os Cursos de Treinamento deveriam criar um clima organizacional para mudanças nos hábitos pessoais e dos processos de trabalho. Focar o bem-estar cotidiano e a longevidade como resultando de uma excelência na saúde biopsicossocial. O que se observou foi um contingente, de no máximo 40% dos cursos, que poderiam contribuir para focar a qualidade de vida no trabalho.

Os resultados pareceram mais animadores quando comparamos com os comentários de FRANÇA (2002), que afirmou que os programas mais tradicionais dos cursos de treinamento atuam especialmente sobre a eliminação

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de doenças, condições de riscos clínicos, benefícios e promoção de saúde; para esta análise, os resultados mostraram que somente 20% dos Cursos avaliados apresentavam este perfil. No entanto, houve concordância com a autora, com relação ao tratamento inadequado e quase ausente da temática de ações comunitárias e de responsabilidade social, que ficaram relegados a 5% dos cursos de treinamento avaliados.

Portanto, é possível admitir que a hipótese trabalhada foi confirmada: “Os cursos de treinamento oferecidos para as Organizações não exploram adequadamente os elementos da Qualidade de Vida no Trabalho sugeridos por WALTON (1973)”.

Estes resultados não devem desestimular as Organizações quanto aos Cursos de Treinamentos, mas têm por objetivo incentivar e orientar o investimento e a escolha dos Cursos de treinamentos, adotando Programas de Treinamentos capazes de criar um movimento dialógico entre o desenvolvimento pessoal e a competência técnica, objetivando a promoção de mudanças, isto é, capacitar os atores humanos produtivos a fazerem uma troca de paradigma; o que pode determinar a facilidade ou dificuldade de cada um conseguir isto, vai mostrar ainda, que depende da Plasticidade (flexibilidade) de cada pessoa. É imprescindível compreender que a plasticidade é a capacidade da pessoa em poder trocar de paradigma para trazer benefícios para a Organização.

REFERÊNCIAS

FERNANDES, E. Qualidade de Vida no Trabalho. São Paulo: MLP Assessoria Imprensa Casa da Qualidade Editora, 2001.

FRANÇA, A.C.L. Qualidade de Vida no Trabalho.

OSSO, S.I. Treinamento: você tem que pensar nisso. Disponível em: http://siosso.vilabol.uol.com.br/treinamento.htm.

RODRIGUES, M.V.C. Qualidade de Vida no Trabalho: evolução e análise no nível gerencial. 8ed. Petrópolis: Vozes, 1994.

SILVEIRA, J. Por que cursos, seminários, workshops, treinamentos, etc. na e/ou para empresas?

WALTON, R.E. Quality of Working Life: what is it? Sloan Management, Review, v.15(1):11-21, 1973.

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Ocorrência de Úlcera por Pressão em uma Instituição Hospitalar

no Interior de São Paulo

Tatiana Roberta GalanteEnfermeira pela Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila (FATEA).

Simone Aparecida Santos SilvaEnfermeira e Pós-graduada em Saúde Coletiva pela Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila (FATEA).

Ana Beatriz Pinto da Silva Morita

Claudia Lysia de Oliveira Araújo

Enfermeira e Pós-graduada em Estomaterapia pela Universidade de Taubaté. Mestre no Cuidar em Enfermagem pela Universidade de Guarulhos. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila (FATEA).

Enfermeira, Mestre em Enfermagem pela UNICAMP e Doutoranda em Enfermagem pela Universidade São Paulo. Professora na Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila (FATEA).

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RESUMO

ABSTRACT

Este estudo parte do princípio que as úlceras por pressão surgem com maior frequência durante o período de internação dos pacientes. Sendo assim, pretendeu-se pesquisar a ocorrência de úlcera por pressão em uma instituição hospitalar localizada no interior de São Paulo para conhecer a realidade em nossa comunidade e com isto obter subsídio para futuros estudos. Tem como objetivo verificar a ocorrência de UP na clínica médica feminina e masculina em uma instituição hospitalar no interior de São Paulo, investigar origem (domiciliar ou hospitalar) e localização anatômica da UP e caracterizar o perfil do portador da úlcera por pressão. É um estudo descritivo-exploratório prospectivo de abordagem quantitativa. Após autorização do Comitê de Ética e Pesquisa, o paciente ou familiar responsável após ouvir as explicações necessárias das pesquisadoras quanto ao estudo, que permitiram sua participação, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados foram coletados durante 30 (trinta) dias consecutivos. O resultado obtido neste estudo foi de quatro UP de origem equitativa, demonstrando que a origem não focou somente a instituição, mas também o domicílio, não correspondendo ao esperado. Dessa forma, conclui-se que os resultados encontrados evidenciaram que ainda existem pontos a serem explorados nesta área.

Este estudo parte do princípio que as úlceras por pressão surgem com maior frequência durante o período de internação dos pacientes. Sendo assim, pretendeu-se pesquisar a ocorrência de úlcera por pressão em uma instituição hospitalar localizada no interior de São Paulo para conhecer a realidade em nossa comunidade e com isto obter subsídio para futuros estudos. Tem como objetivo verificar a ocorrência de UP na clínica médica feminina e masculina em uma instituição hospitalar no interior de São Paulo, investigar origem (domiciliar ou hospitalar) e localização anatômica da UP e caracterizar o perfil do portador da úlcera por pressão. É um estudo descritivo-exploratório prospectivo de abordagem quantitativa. Após autorização do Comitê de Ética e Pesquisa, o paciente ou familiar responsável após ouvir as explicações necessárias das pesquisadoras quanto ao estudo, que permitiram sua participação, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados foram coletados durante 30 (trinta) dias consecutivos. O resultado obtido neste estudo foi de quatro UP de origem equitativa, demonstrando que a origem não focou somente a instituição, mas também o domicílio, não correspondendo ao esperado. Dessa forma, conclui-se que os resultados encontrados evidenciaram que ainda existem pontos a serem explorados nesta área.

PALAVRAS CHAVE:Úlcera por pressão, Escala de Braden, Enfermagem.

KEY WORDS: Ulcer for pressure, Scale of Braden, Nursing.

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INTRODUÇÃOAs úlceras por pressão (UP) são conhecidas desde o início dos tempos, sendo objeto de estudos em relação a sua manifestação no doente e ao seu tratamento (DEALEY, 1996). Sempre foram um problema para os serviços de saúde, especialmente para as equipes de enfermagem pois a incidência é alta e encontram-se dificuldades em preveni-las e tratá-las, além de prolongar a internação do paciente (JORGE e DANTAS, 2005).

O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), órgão norte-americano que se reúne periodicamente para sistematizar, levantar dados estatísticos e estabelecer diretrizes para prevenção e tratamento de úlcera por pressão, menciona prevalências variáveis conforme a clientela, e o tipo de instituição, como 3% a 14% em hospitais gerais, 15% a 25% em serviços de pacientes crônicos e 7% a 12% em atendimento domiciliar (JORGE e DANTAS), e inseri também a UP como um indicador de qualidade do cuidado prestado aos pacientes hospitalizados (RANGEL, 2004).

Em 1989, a NPUAP promoveu a primeira Conferência Nacional de Consenso para alertar sobre a gravidade do problema da UP e despertar a necessidade de atenção, principalmente dos órgãos do governo americano (COSTA, 2003).

Em estudos realizados na Europa, Canadá, e África do Sul, de 3% a 11% dos pacientes hospitalizados apresentam UP. Outros autores relatam que as UPs são complicações comuns em pacientes com curto ou longo tempo de internação e que em unidades de terapia intensiva (UTI) a incidência de UP em doentes cirúrgicos atinge o índice de 17% (FERNANDES, 2000).

Os avanços tecnológicos têm contribuído significantemente para o progresso dos tratamentos e cuidados com os pacientes hospitalizados. É necessário, porém, que os profissionais saibam fazer uso dessa tecnologia para promover uma melhor qualidade no atendimento (COSTA, 2003).

A necessidade do conhecimento científico nessa área é destacada por vários autores, no sentido da busca da qualidade de assistência, pois é uma área na qual frequentemente a prática é baseada em mitos, tradições e conhecimento comum (RANGEL, 2004).

Na busca por uma melhor qualidade da assistência nos serviços de saúde, é importante reconhecer a UP como um problema extenso capaz de interferir nessa qualidade, sendo, portanto, necessário que não só os enfermeiros, mas toda a equipe multiprofissional esteja envolvida e estimulada a conhecer e entender o que são as UPs, suas causas e os fatores de riscos, a fim de implementarem ações efetivas de prevenção e tratamento (COSTA, 2003) .

A perda da integridade da pele produz, então, significantes consequências

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para o indivíduo, para a instituição e para a comunidade (JORGE e DANTAS, 2005, p. 287-96).

A UP é uma lesão que pode apresentar um período de desenvolvimento bastante rápido e após sua instalação, o paciente pode experimentar um período de hospitalização ainda mais longo, causando-lhe sofrimento pela dor física, sofrimento emocional pelos diversos aspectos de uma hospitalização longa e pela própria lesão e, muitas vezes, causa deformações e exposição a complicações mais sérias ocasionadas pela presença da úlcera (sepse, osteomielite, celulite, etc) (FERNANDES, 2000).

A equipe de enfermagem deve olhar holisticamente o cliente com UP. Além de conhecer o processo cicatricial e sistêmico das UPs, deve-se procurar as causas do estabelecimento de determinadas lesões. Tais considerações implicam o estado nutricional, presença de infecções, à função dos diferentes sistemas. Assim, a enfermagem estará buscando princípios científicos para identificação e eliminação dos agentes que causam as UPs (MENEGHIN e LOURENÇO, 1998, p. 13-19).

Existe um custo em se tratar UP, mas também há um custo relacionado com sua prevenção, geralmente menos dispendioso, principalmente no que se refere aos aspectos psíquicos e sociais relacionados ao sofrimento do paciente e família. Esses custos têm impulsionado os profissionais de saúde, particularmente os enfermeiros, a desenvolverem estratégias para mudar tal situação (PARANHOS, 1999).

Os custos estimados para o tratamento de UP nos Estados Unidos da América (EUA), são cerca de U$2000 a U$2500 por indivíduo por ano, o que é associado aos dados de prevalência e incidência que refletem o escopo do problema e a consequente preocupação revelada através das constantes e recentes publicações acerca do tema (PARANHOS, 1999). No Brasil, infelizmente, ainda não foram encontrados estudos que demonstrem o valor estimado para o tratamento de UP.

Com base nas informações supracitadas, vivência prática das autoras na fase da graduação e na literatura nacional e internacional, este estudo parte do princípio que as UPs surgem com maior frequência durante o período de internação dos pacientes. Sendo assim, pretende-se pesquisar a ocorrência de UP em uma instituição hospitalar localizada no interior de São Paulo para conhecer a realidade em nossa comunidade e com isto obter subsídio para futuros estudos.

A pele é o maior órgão do corpo, constituindo cerca de 10% do peso corporal. Está constantemente exposta a agressões físicas e mecânicas permanentes ou não. As funções da pele são: proteção, sensibilidade, termorregulação, excreção,

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metabolismo e imagem corporal (HESS, 2002).

A pele possui duas camadas: a epiderme, mais superficial, e a derme, subjacente àquela. A derme é rica em fibras colágenas e elásticas e dão à pele a capacidade de distender-se quando tracionada, voltando ao seu estado original quando a tração é interrompida. É ricamente irrigada, possuindo uma extensa rede de capilares e nervos. Repousa na tela subcutânea, que é rica de tecido adiposo (SILVA, 1998).

Quando a integridade da pele é alterada e aparece uma ferida, inicia-se o processo de cicatrização. A primeira fase é a inflamatória, seguida pela fase proliferativa e a fase final é a fase de maturação ou remodelagem. Os pacientes que não apresentam condições de comprometimento sistêmico passam por todas as fases de cicatrização sem dificuldade (HESS, 2002).

A UP, um dos principais exemplos de integridade da pele prejudicada, representa uma ameaça direta para o indivíduo, causando desconforto, prolongamento da doença, demora na reabilitação e alta, podendo até levar à morte por sepse (PARANHOS, 1999).

É definida como uma área localizada de morte celular, desenvolvida quando um tecido mole é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado de tempo (RANGEL, 2004; NPUAP, 1989, p. 24-28).

As UPs podem desenvolver-se em proeminências ósseas e ocorre em maior frequência nas regiões: sacra, coccígea, tuberosidade isquial, trocanteriana, escapular, occipital e maléolos laterais, podendo também se desenvolver em outros locais do corpo sob excesso de pressão (HESS, 2002).

Apesar de existirem outros fatores de risco envolvidos no desenvolvimento das UPs, a principal causa é, portanto, a pressão constante mantida por um certo período de tempo (HESS, 2002).

A pressão normal de fechamento capilar é de aproximadamente 32 mmHg nas arteríolas e 12 mmHg nas vênulas. A pressão externa maior que 32 mmHg pode causar dano por restrição do fluxo sanguíneo para a área. Uma vez que a pressão é aplicada em tecidos moles por longo período, vasos capilares podem colapsar ou trombosar (RANGEL, 2004).

A baixa intensidade da pressão por um longo período de tempo pode causar o mesmo dano que uma pressão de alta intensidade e curta duração. Os tecidos do corpo têm diferentes tolerâncias para a pressão e isquemia, sendo que o tecido muscular é mais sensível do que a pele (2). A continuidade da oclusão capilar leva à falta de oxigênio e nutrientes e ao acúmulo de restos tóxicos que acarretam primeiramente a necrose muscular, de tecido subcutâneo e, por fim, necrose da derme e epiderme (BLANES, YOSHITOME E FERREIRA, 1989. P. 37-45).

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Existem ainda outros fatores considerados secundários que contribuem para o desenvolvimento da úlcera por pressão: são os intrínsecos e os extrínsecos. Os intrínsecos são: estado nutricional do paciente, anemia, imobilidade, infecção e febre, pele sensível, distúrbios vasculares, diminuição ou perda da tonicidade muscular, distúrbios neurológico e fecal, bem como envelhecimento. Os extrínsecos são aqueles que atuam nos tecidos, umidade, higiene deficiente do paciente e do leito, uso de instrumentos ortopédicos, repouso em superfícies duras, colocação inadequada e prolongada de comadre, injeções repetidas no mesmo local, posicionamento de agentes químicos e físicos (RANGEL, 2004).

Em 1989, o NPUAP apresentou a classificação dos estágios da úlcera por pressão. A Agency for Health Care Policy and Research – AHCPR, em 1992, adotu-o para identificação e clarificação do nível de lesão da UP, permitindo a uniformização das informações (FERNANDES, 2000; NPUAP, 1989, p. 24-28).

Estágios da úlcera por pressão (UP):

Estágio I – Eritema da pele intacta que não embranquece após remoção da pressão. Em indivíduos com a pele mais escura, a descoloração da pele, o calor, o edema ou endurecimento também pode ser indicadores;

Estágio II – Perdas parciais da pele envolvendo a epiderme, derme ou ambas. A úlcera é superficial e apresenta-se como uma abrasão ou cratera rasa;

Estágio III – É a perda da pele na sua espessura total, envolvendo danos ou necrose do tecido subcutâneo que pode se aprofundar, não chegando até à fáscia. A úlcera se apresenta clinicamente como uma cratera profunda.

Estágio IV – Perda da pele na sua total espessura com uma extensa destruição, necrose dos tecidos ou danos aos músculos, ossos ou estruturas de suporte como tendões ou cápsulas das juntas.

Para aplicar esta classificação com segurança, a enfermeira deve saber identificar a epiderme, a derme, o tecido subcutâneo e diferenciar o tecido granulado, músculo, tendões e ossos (SILVA, 1998).

Para identificar os fatores preditivos para o desenvolvimento de UP, vários autores têm desenvolvido e implementado algumas escalas como as de Norton, Gosnel, Wartelow e a de Braden, dentre outras (COSTA, 2003).

O enfermeiro, dentro da equipe de enfermagem, é o profissional habilitado a avaliar e diagnosticar os indivíduos em risco de desenvolver a UP, além de assegurar o tratamento adequado e individualizado.

O público exige cada vez mais dos profissionais a responsabilidade pelos resultados de suas ações, e o enfermeiro precisa ter conhecimentos e habilidades

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para que o cuidado de enfermagem seja eficiente e seguro (RABEH 2001).

OBJETIVOSVerificar a ocorrência de UP na clínica médica feminina e masculina em uma instituição hospitalar no interior de São Paulo;

Investigar origem (domiciliar ou hospitalar) e localização anatômica da UP;

Caracterizar o perfil do portador da UP.

MÉTODOSEstudo descritivo-exploratório de abordagem quantitativa, realizado numa instituição hospitalar situada no Vale do Paraíba, estado de São Paulo (a instituição hospitalar teve garantia de anonimato). A população estudada constituiu-se de todos os pacientes adultos (a partir de 40 anos) internados nas clínicas médicas feminina e masculina independente de sexo, raça e patologia associada, e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Esta população foi escolhida devido aos aspectos fisiológicos que acometem os indivíduos a partir desta idade.

A literatura demonstra que com o avanço da idade há alteração da espessura epidérmica, entre elas a perda muscular, suas propriedades como a percepção da dor e da resposta inflamatória, ficando assim a pessoa idosa mais suscetível às Ups (FERNANDES, 2000; BLANES, DUARTE, CALIL e FERREIRA, 2003).

Após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila–FATEA na cidade de Lorena com o número de protocolo do parecer 12/2006, foi agendada com a gerente de Enfermagem da instituição a data para a coleta dos dados. Na ocasião da coleta dos dados os pacientes selecionados foram informados quanto aos objetivos do estudo, a garantia do seu anonimato, ausência de sansões ou prejuízos pela não participação ou pela desistência, a qualquer momento, o direito de resposta às dúvidas e a inexistência de qualquer ônus financeiro ao participante. Os que concordaram em participar da pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados pelas autoras da pesquisa durante 30 (trinta) dias consecutivos entre os dias 12 de Fevereiro e 13 de Março por meio de visita aos pacientes admitidos neste período, quando foi realizado o exame físico pelas autoras da pesquisa no dia de sua admissão e alta em busca de indícios de UP, que se caracteriza por eritema da pele intacta no estágio I, perda parcial da pele envolvendo epiderme, derme ou ambas no

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estágio II, necrose do tecido subcutâneo no estágio III e danos aos músculos, fáscias e ossos no estágio IV.

Como instrumento de coleta foi utilizado um formulário de admissão e de alta (Anexo 1), com questões acerca do paciente (idade, sexo) e questões acerca da úlcera por pressão (origem, localização anatômica, estágios). Os resultados foram inseridos em uma planilha do programa Microsoft Excel e foram representados em forma de tabelas.

RESULTADOS E DISCUSSÃOA clínica médica feminina e masculina onde foi realizado o estudo constitui-se de 30 e 16 leitos respectivamente, totalizando 46 leitos.

A partir da aplicação do instrumento de coleta de dados obtiveram-se o perfil e o tempo de internação da população participante do estudo, apresentados em tabelas:

Quadro 1: Distribuição da população com UP e sem UP, segundo a variável idade, tempo de internação e sexo. Lorena, 2007.

VariáveisPacientes

Com UP Sem UPN % N %

SexoFeminino 2 50% 59 54,4%Masculino 2 50% 50 45,88%Total 4 100% 109 100%

Idade

Min/ Max 65 / 83

77,75

81

8,77

76,92

40 / 92

62,66

64

13,57

184,1

MédiaMedianaDP

Variância

Tempo de Internação

Min/ Max 3 / 15

8,75

8,5

5,68

32,3

1 / 22

4,64

4

3,36

11,30

MédiaMedianaDP

Variância

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No período de 30 dias foram avaliados 113 pacientes.

A idade dos portadores das UPs deste estudo foi entre 65 e 84 anos, com a média de idade de 77,7 anos dos pacientes com UP e 62,6 sem UP. O público alvo restringiu-se a indivíduos do sexo feminino e masculino acima de 40 anos, devido a idade ser um fator predisponente ao aparecimento das UPs.

A idade influenciou nos resultados do estudo, pois a literatura demonstra que com o avanço da idade muitas transformações fisiológicas ocorrem, alterando a espessura epidérmica, entre elas a perda da massa muscular, diminuição da camada dérmica, da sua vascularização, suas propriedades como a percepção da dor e da resposta inflamatória. São mudanças que ocorrem lenta e progressivamente, ficando então a pessoa idosa mais suscetível as UPs (FERNANDES, 2000; MENEGHIN e LOURENÇO, 1998; BLANES, DUARTE, CALIL e FERREIRA, 2003).

De acordo com o estudo de Blanes, Duarte, Calil e Ferreira (2003) a média de idade dos pacientes com UP foi de 64 anos, contrapondo com 77,7 anos da população deste estudo, não havendo grandes alterações. Em outro estudo, mas não utilizando a referência média de idade e sim a faixa etária, foi constatado na população mais idosa, acima de 61 anos 18,2%, tendo concentração baixa provavelmente por se tratar de um serviço de admissão, retaguarda e clínica neurológica do Pronto Socorro de um hospital geral de clínicas e universitário no Município de São Paulo (MENEGHIN e LOURENÇO, 1998).

A presença de UP nos pacientes hospitalizados foi a mesma em ambos os sexos, sendo dois (50%) femininos e dois (50%) masculinos. Não foram encontrados na literatura trabalhos que relacionem a presença de UP com o sexo masculino e feminino.

A média entre os sexos dos pacientes sem UP teve uma leve predominância no sexo feminino com 61 (54,12%) das internações.

O presente estudo também pôde nos demonstrar que o tempo de internação variou de 3 a 15 dias, com média de 8,7 dias para os pacientes portadores de UP e 4,6 dias para pacientes sem UP. Um dos estudos demonstrou que 7,7% dos pacientes acamados em hospitais podem desenvolver UP em uma semana e incidência de 24% em unidades geriátricas ou ortopédicas durante períodos de internação de até três semanas. Por outro lado, a presença da UP pode vir a prolongar o tempo de internação, devido a suas particularidades no tratamento (BLANES, DUARTE, CALIL e FERREIRA, 2003).

Comparando sexo, idade e tempo de internação observa-se que o tempo de internação no sexo feminino foi bastante expressivo sendo de 13,5 dias contrapondo-se à média de 4 dias no sexo masculino. Partindo destes dados

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constata-se que apesar dos sujeitos masculinos permanecerem por um tempo menor e terem uma idade menor, o número de ocorrência de UP foi igual ao do sexo feminino. Fato este, que provavelmente se justifica pelo sujeito masculino encontrar-se confuso, agitado, necessitando de restrição. A literatura mostra que a restrição da mobilidade corporal dificulta a mudança de posição corporal levando o indivíduo a desenvolver a UP (FERNANDES, 2000).

Quadro 2: Distribuição dos pacientes com e sem UP segundo o sexo. Lorena, 2007.

VariáveisFeminino Masculino

C/ UP S/ UP C/ UP S/ UP

Idade

Min / Max 79/84 40/92 65/83 41/90Média Mediana 81,5 61,03 74 64,58DP 81,5 62 74 65,5Variância 3,536 13,65 12,73 13,35

12,5 186,4 162 178,2

Tempo de Internação

Min / Max 12/15 0/22 3/5 0/13Média Mediana 13,5 5,0847 4 4,12DP 13,5 5 4 3Variância 2,1213 3,4205 1,4142 3,2491

4,5 11,7 2 10,557

A média de idade do sexo feminino com UP foi maior do que no sexo masculino, sendo de 81,5 anos.

O tempo de internação também foi bastante expressivo no sexo feminino, sendo de 13,5 dias.

Segundo FERNANDES (2000), é de suma importância a implantação de campanhas preventivas da UP, especialmente quanto à faixa etária atingida, fatores de risco, tempo de permanência no hospital e desenvolvimento de sequelas (FERNANDES 2000).

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Quadro 3: Distribuição conforme tempo de internação e local de origem. Lorena, 2007.

Origem da UPTempo de Internação Total1-5 6-10 11-15

Domiciliar 2 - - 2Hospitalar 2 - - 2Total 4 - - 4

A origem da UP não variou quantitativamente, sendo o mesmo resultado para ambos. Dois (50%) hospitalar e dois (50%) domiciliar.

Os portadores das UPs de origem domiciliar eram acometidos por patologias que os impediam de deambular e limitavam sua movimentação no leito. Foi observado um grande despreparo do familiar e/ou do cuidador no cuidado profilático dessas lesões em pacientes acamados, sendo importante uma sistematização de orientação aos familiares e/ou cuidadores na alta hospitalar e um bom acompanhamento ambulatorial.

O tempo de internação para o desenvolvimento de UP nos pacientes no hospital variou de um a cinco dias.

Segundo os resultados do estudo anterior, a maioria das lesões teve inicio na instituição hospitalar durante o período de internação, sendo que apenas em um (9,5%) dos pacientes a UP iniciou-se no domicílio (MENEGHIN e LOURENÇO 1998. P. 13-19), contrapondo-se ao resultado deste estudo que foi equitativo.

Foi realizada também a caracterização quanto à localização. Observamos o total de seis (100%) úlceras, sendo que todas se encontravam no estagio II.

No que diz respeito à localização das UPs, a região sacral é a predominante com exceção de um paciente que, além desta, ainda desenvolveu a UP na região escapular de ambos os lados.

Estudos demonstram que há predomínio de UP na região sacral, pois a pressão exercida neste local é maior, tendo uma incidência de 36 a 49% seguida da região do calcâneo que é de 19 a 36% (BRYANT, 2000). Também é muito comum a ocorrência da fricção em pacientes acamados que seguido da força de cisalhamento (consequência de mobilização ou posicionamento incorreto) provoca danos em tecidos mais profundos. Além disso, a região sacral possui pouca cobertura muscular e tecido adiposo estando, portanto, sujeita a uma pressão maior (MENEGHIN e LOURENÇO, 1998).

Em relação aos antecedentes clínicos, um (25%) tinha diagnóstico de fratura de fêmur, um (25%) de diabetes mellitus e doença vascular encefálica, um

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(25%) hipertensão arterial e diabetes mellitus e um (25%) icterícia, sendo que este último estava restrito ao leito por apresentar períodos de agressividade devido ao seu estado patológico. Sabe-se também que a imobilização é mais um fator que contribui com aparecimento das Ups (MENEGHIN e LOURENÇO, 1998. P. 13-19).

CONCLUSÃOO presente estudo sobre a ocorrência de UP em uma instituição hospitalar localizada no interior de São Paulo permitiu as conclusões que se seguem:

Num período de 30 dias o número de pacientes internados foi de 113, destes, quatro apresentaram UP nas regiões sacrococcígea e escapular.

Destes quatro portadores de UP, 2 (50%) são de origem domiciliar e dois (50%) de origem hospitalar.

Quanto ao sexo o resultado é equitativo. Com idade mínima de 65 anos e idade máxima de 84 anos e o tempo de internação entre 3 a 15 dias.

REFERÊNCIAS

BLANES, I., DUARTE, I.S., CALIL, J.A., FERREIRA, L.M. Avaliação clínica e epidemiológica da UP em pacientes internados no Hospital São Paulo, 2003.

BLANES, L., YOSHITOME, A.Y, FERREIRA, L.M. Úlcera por pressão: utilizando instrumentos de avaliação de risco como estratégia para a prevenção. Rev Estima 2003; 1: 37-45.

BRYANT, R.A.. Acute and Chronic Wounds: Nursing Management (2º ed.). St Louis: Mosby, 2000.

COSTA, I.G. Incidência de úlcera por pressão e fatores de risco relacionados em pacientes de um centro de terapia intensiva. Biblioteca digital de teses e dissertações. São Paulo: Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo; 2003.

DEALEY, C. Cuidando de feridas: um guia para enfermeiras. São Paulo: Atheneu, 1996.

FERNANDES, L.M. Úlcera de pressão em pacientes críticos hospitalizados – uma revisão integrativa da literatura. [on-line]. Biblioteca digital de teses e dissertações. Ribeirão Preto: Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo; 2000.

HESS, C.T. Tratamento de feridas. 4ª ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso; 2002.

JORGE, A.S., DANTAS, S.R.P.E. Abordagem multiprofissional do tratamento de feridas.

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In: Paranhos WY. Úlceras por pressão. São Paulo (SP): Atheneu; 2005, p. 287-96.

MENEGHIN, P., LOURENÇO, M.T.N. A utilização da Escala de Braden como instrumento para avaliar o risco de desenvolvimento de úlceras de pressão em pacientes de um serviço de emergência. Rev Derm Nursing 1998; volume 1: 13-19.

NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL. Pressure ulcer prevalence, cost and risk assessment: consensus development conference statement. Decubitus, v.2,n.2,p. 24-28; 1989.

PARANHOS, W.Y. Avaliação de risco para úlceras de pressão por meio da escala de Braden, na língua portuguesa. [tese]. São Paulo: Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo; 1999.

RABEH, S.A.N. Úlcera de pressão: a clarificação co conceito e estratégias para divulgação do conhecimento na literatura de enfermagem. Biblioteca digital de teses e dissertações. Ribeirão Preto: Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo; 2001.

RANGEL, EML. Conhecimento, práticas e fontes de informação de enfermeiros de um hospital sobre a prevenção e tratamento da úlcera por pressão. Biblioteca digital de teses e dissertações,Ribeirão Preto: Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo; 2004.

SILVA, M.S.M.L. Fatores de risco para úlcera de pressão em pacientes hospitalizados. Feridoteca – tese de mestrado úlcera de pressão. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba; 1998.

.The Cleveland Clinic, Pressure ulcers. Disponível em: http://www.clevelandclinic.org/health/health-info/docs/3600/3638.asp?index=12019.

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ANEXO 1

FORMULÁRIO DE ADMISSÃO

Unidade:

Data:

Dados do paciente

Nome:

Leito:

Data da admissão:

Data de nascimento:

Sexo:

Patologia associada:

Tempo de internação:

Dados da úlcera por pressão (UP)

Data do aparecimento:

Aparecimento: ( ) domiciliar ( ) hospitalar

Localização anatômica

( ) Trocânter ( ) D ( ) E

( ) Ísquio ( ) D ( ) E

( ) Calcâneo ( ) D ( ) E

( ) Escapular ( ) D ( ) E

( ) Sacro coccígea

( ) Maléolo ( ) D ( ) E

( ) L ( ) M

( ) Outros: ______________________________

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Características da UP

Estágio I ( ) quantidade:______

Estágio II ( ) quantidade:______

Estágio III ( ) quantidade:______

Estágio IV ( ) quantidade:______

Sem estágio ( )

Necrose amarela ( ) Porcentagem aprox.:_______

Necrose preta ( ) Porcentagem aprox: _______

Total de UP:__________

Estágios:______________

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FORMULÁRIO DE ALTA

Unidade:

Data:

Dados do paciente

Nome:

Leito:

Data da alta:

Data de nascimento:

Sexo:

Patologia associada:

Tempo de internação:

Dados da úlcera por pressão (UP)

Data do aparecimento:

Aparecimento: ( ) domiciliar ( ) hospitalar

Localização anatômica

( ) Trocânter ( ) D ( ) E

( ) Ísquio ( ) D ( ) E

( ) Calcâneo ( ) D ( ) E

( ) Escapular ( ) D ( ) E

( ) Sacro coccígea

( ) Maléolo ( ) D ( ) E

( ) L ( ) M

( ) Outros: ______________________________

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Características da UP

Estágio I ( ) quantidade:______

Estágio II ( ) quantidade:______

Estágio III ( ) quantidade:______

Estágio IV ( ) quantidade:______

Sem estágio ( )

Necrose amarela ( ) Porcentagem aprox.:_______

Necrose preta ( ) Porcentagem aprox: _______

Total de UP:__________

Estágios:______________

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Influência do Sono nas Atividades Acadêmicas dos Graduandos de

Enfermagem que Trabalham na Área no Período Noturno

Elaine Cristina de Almeida

Cláudia Lysia de Oliveira Araújo

Rosana Tupinambá Viana Frazili

Graduanda do 4° ano de Enfermagem das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – Lore-na/SP

Professora Mestre do Curso de Enfermagem das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – Lorena/SP

Professora Mestre do Curso de Enfermagem das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila – Lorena/SP

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RESUMO

ABSTRACT

O sono é um estado de inconsciência, composto por vários estágios, os quais se diferenciam em REM e NREM, apresentando-se normalmente à noite, período no qual a luminosidade é diminuída, passando assim por ciclos, o ciclo circadiano e claro e escuro. O estudo partiu do princípio de que estudantes que associam a faculdade com trabalho noturno têm uma maior dificuldade em atentar-se às aulas e ao trabalho. Sendo assim, uma pesquisa foi realizada com 38 alunos da graduação em enfermagem, com o objetivo de averiguar como a privação do sono fisiológico, devido ao trabalho hospitalar, influencia diretamente no desempenho acadêmico dos mesmos. Quando um indivíduo passa muitas horas acordado, ele cai em sono profundo, este fato se dá através de uma substância denominada substância do sono. Foi demonstrado que a maioria dos estudantes pode ser classificada como indiferentes e modera damente matutinos, o que dificulta ainda mais o trabalho em turnos noturnos. Assim sendo, conclui-se que por mais que estudos sobre o tema sejam realizados, ainda faz-se necessário um estudo mais aprofundado, para que possamos avaliar melhor e quiçá melhorar a atenção desses estudantes/trabalhadores em sala de aula e em horário de trabalho.

The sleep is a state of unconsciousness, composed of several stages, which are differentiated into REM and NREM, giving up usually at night, a period in which the brightness is reduced, going so cycles, the cycle and circadian clear and dark. The study broke the principle that students who associate the college with night shift have greater difficulty to look to the lessons and work. Therefore, a search was conducted with 38 students in the graduate nursing, in order to ascertain how the deprivation of sleep due to physiological hospital work in academic performance directly affects them. When an individual spends many hours agreed, he falls into deep sleep, this fact is given by a substance called substance of sleep. It has been shown that most students can be classified as indifferent and moderately matutinos, which further complicates the work in shifts night. Thus it appears that for more than studies on the subject are made, yet it is necessary to further study, so we can better assess and per-haps improve the care of these students / workers in the classroom and in hours of work.

PALAVRAS-CHAVE:Sono, Enfermagem, Trabalho noturno.

KEYWORDS:Sleep, Nursing, Night shift.

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INTRODUÇÃO

Por volta de 1950, Kleitman, Aseriusky e Dement descreveram duas formas básicas da divisão do sono, o sono REM (movimento rápido dos olhos) e a NREM que é o oposto da REM, ou seja, não há movimentação dos olhos (FREITAS, et al. 2002).

O sono é conceituado como uma etapa de inconsciência no qual a pessoa pode ser acordada por estímulos sensoriais ou outros. Existem vários estágios do sono, desde o de ondas leves e o sono de movimentos rápidos, sendo que, o sono tem uma finalidade de repouso psíquico no sono REM, enquanto o descanso físico na fase não REM (GUYTON, 2000).

Quando adormece, o indivíduo passa por todos os cinco estágios de sono, dos quais as primeiras quatro fases correspondem ao sono NREM e a quinta por sua vez atinge a fase REM, repetindo todo esse ciclo umas cinco vezes no sono noturno, durando cada ciclo aproximadamente um tempo de 90 minutos (FREITAS, et al. 2002).

Muitas funções do organismo sofrem consideráveis modificações pelo sono, bem como às variações dos batimentos cardíacos, pressão arterial e frequência respiratória, sendo que esse período é o mais vulnerável para várias doenças, principalmente as respiratórias (GUYTON, 2000).

O ser humano passa por todos esses ciclos, o qual fica 30% sonhando, 20% em sono profundo e 50% em sono leve (FREITAS, et al. 2002).

O estado de sono ocorre em condições normais à noite, isto é, quando a luminosidade ambiental é muito reduzida ou ausente, pois há assim o aumento da produção da melatonina (hormônio regulador do sono). Sendo assim, foi estabelecido um ciclo vigília-sono, sendo ele em função da luz (GUYTON, 2000). O desempenho físico e mental do ser humano está diretamente ligado a uma boa noite de sono. Passar a madrugada em claro assemelha-se ao estado de embriaguez leve, ou seja, sem o merecido descanso o organismo deixa de cumprir tarefas importantíssimas, como a função motora, e a capacidade de raciocínio (BITTENCOURT, et al.2005).

Numa pesquisa realizada em ratos, foi demonstrado que a falta de sono ativa a sexualidade, aumenta a sensibilidade à dor e prejudica o fígado e o coração, mas nem sempre os efeitos que acometem os roedores, acontecem em seres humanos (BITTENCOURT, et al.2005).

O sono tem fundamental importância no bom desempenho profissional, atenção, coordenação motora, ritmo mental e principalmente o alerta que são

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influenciados pelo estado de fadiga. Esta necessidade de sono varia de pessoa para pessoa e não depende do trabalho em turnos, porém este fator pode modificar o padrão de sono, diminuindo o tempo total de sono principalmente dos trabalhadores noturnos (MELLO, et al. 1989).

O trabalho em turno é específico, sendo de atividade ininterrupta, noturna e desgastante. Pessoas que trabalham em períodos noturnos têm uma probabilidade maior de apresentar perturbações em seu ritmo biológico – endógeno associados ao “relógio biológico” e ao esquema social imposto externamente. Situação na qual é exigido trabalho noturno contínuo, sendo assim, muitas vezes a eficiência do desempenho decai devido ao débito de sono acumulado. Estudos realizados por cronobiologistas mostram que se formos privados do sono noturno, o sono diurno não compensa essa perda (MARTINHO; CIPPOLA, 2001).

Essa sobrecarga de trabalho, noturna, cotidiana afeta o sono, que associado a mais atividades, como por exemplo, a faculdade, faz com que esses estudantes/trabalhadores não consigam se desligar dos problemas mesmo quando vão para a cama. Com toda essa irregularidade de sono, toda a qualidade de vida vai sendo prejudicada, pois a pessoa passará todo o dia sonolenta, sem ânimo e com baixa concentração nas atividades, acabando por influenciar os estudos

(COREN – SP, 2005).

A fadiga devido ao sono pode atingir indivíduos de qualquer idade, causando alterações no estado psicossomático (esforço físico e/ou mental), podendo ser associada às condições do ambiente, a fatores devido ao excesso de trabalho, a condições individuais e pressão psicológica (MARZIALE; ROZESTRATEN, 1995).

Se esse estudante/trabalhador não permitir uma diminuição da sobrecarga psíquica, surge um estado de tensão e desprazer, levando à fadiga mental. Essa por sua vez, leva a outros sintomas, tais como: dor, ansiedade, angústia, diminuição da memória, tendência a hipocondria, alterações visuais, mau-humor, diminuição da libido, distúrbios do sono, etc (MARZIALE, ROZESTRATEN; 1995).

Enfim, uma boa noite de sono está cientificamente comprovada que não só renova as energias, mas pode também levar a uma restauração óssea e muscular, fortalecendo o sistema imunológico e ajudando no tratamento de doenças cardiovasculares, sendo assim, não só os trabalhadores de enfermagem, mas todos os trabalhadores do período noturno correm os riscos de ter problemas de saúde, afetando não só a vida emocional, mas também a vida social e resumindo, toda a saúde (BELLINI, 2004).

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MÉTODOS

Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva através de coleta de dados, de natureza quanti-qualitativa.

O estudo foi realizado em uma faculdade privada de enfermagem do Vale do Paraíba no estado de São Paulo.

Após a autorização da instituição onde foi realizada a investigação, o projeto foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila.

A população desta pesquisa foram os graduandos do primeiro, segundo e terceiros anos do curso de enfermagem da FATEA que trabalham no período noturno em hospitais, que aceitaram participar da pesquisa assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Após a aprovação pelo referido CEP sob o Protocolo n°34/2007 foi dado início à coleta de dados, a qual todos os sujeitos que aceitaram participar da pesquisa foram assegurados do anonimato das informações, bem como, foi garantida a eles, a possibilidade de desistirem do estudo a qualquer momento sem nenhum tipo de sanção ou ônus financeiro.

Os pesquisadores empregaram os seguintes instrumentos: Ficha de Identificação composta de questões que buscaram conhecer a visão dos graduandos quanto a seus desempenhos dentro de sala de aula e também a percepção da influência que a privação do sono traz em seus desempenhos e o HORNE & OSTEBERG (1976) questionário que identifica as preferências de indivíduos matutinos e vespertinos.

Os dados obtidos por meio do método quanti-qualitativos e análises interpretativas foram apresentados por meio de gráficos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observa-se que metade dos alunos 19 (50%) apresenta idade entre 27 a 34 anos, quinze (39.5%) entre 19 e 26 anos e quatro (7.9%) de 35 a 42 anos de idade.

Através dos dados encontrados nota-se que a predominância no curso de enfermagem é de pessoas com 27 a 34 anos. Apesar deste dado, outros estudos revelam que a predominância de pessoas em cursos de enfermagem é ainda mais jovem, como afirma LISBOA (2006), 40,4% estão situados na faixa

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entre 20 e 22 anos, assim como KAWAKAME, MIYADAHIRA (2005) houve o predomínio da faixa jovem de 17 a 20 anos e FILIPINI (2005) diz em seu estudo que grande maioria dos alunos (64%) está representada por aqueles com idades entre 18 e 25 anos.

Quanto ao gênero, 33 (86.84%) dos participantes do estudo são do sexo feminino e cinco (13.16%) são do sexo masculino; afirmando que a enfermagem é caracterizada pela presença maciça das mulheres (LISBOA, 2006).

Foi observado que doze (34.21%) estão casados ou em relação equivalentes, um (2.63%) se enquadra em demais situações, os demais declaram-se solteiros.

Na composição familiar (57.9%) dos participantes do estudo não têm filhos e dezesseis (42.1%) têm variando de um a três filhos.

Observa-se também que em sua grande maioria, 63.16% eram solteiros, o que justifica grande parte dos estudantes não terem filhos, o que também afirma FILIPINI (2005) em seu estudo: 77% solteiros e 73% não têm filhos, já FISCHER, et al (2002) contradiz , demonstrando em seu estudo com 26 trabalhadores, que desses, 16 viviam com um(a) companheiro(a) ou eram casados, dois eram divorciados e três eram viúvos, assim sendo, 21 pessoas (80,8%) relataram ter filhos.

Negaram ser etilista 30 (78.95%) dos estudantes. Ao considerar a amostragem da pesquisa, pode-se afirmar que o número de estudantes que faz uso de tabaco é elevado, levando em conta que 21,05% são fumantes, pois segundo SANTOS; RODRIGUES; REINALDO (2007), em seu estudo, numa amostragem ainda maior (60 pessoas), apenas 11 (6,7%) dos acadêmicos de enfermagem informaram fazer uso de tabaco; e SAWICKI; ROLIM (2004) que de uma amostra de 279 graduandos, 23 (8,2%) eram fumantes.

Observa-se que mais da metade dos estudantes (52.63%) consomem álcool esporadicamente, 17 (44.74%) não consomem álcool e um (2.63%) consome regularmente; BALAN, CAMPOS (2006) diz em seu estudo, 90% das graduandas de enfermagem fazem uso de bebida alcoólica.

Quanto ao cronotipo, 18 (47.37%) enquadrando-se como indiferentes; quatro (10.53%) pessoas como matutinas, 11 (28.94%) como moderadamente matutinas, cinco (13,16%) como moderadamente vespertinas e nenhuma pessoa vespertina foi encontrada; o que dificulta ainda mais a manutenção do estado de alerta em sala de aula e ambiente de trabalho e segundo GERMANO, et al (2004) 60% eram do cronotipo intermediário.

Quanto à profissão, nove (23.68%) são auxiliares de enfermagem e vinte nove (76.32%) são técnicos de enfermagem; mas, segundo estudo realizado por FISCHER, et al (2002) vinte são auxiliares de enfermagem.

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De acordo com a pesquisa realizada, 33 (86.84%) dos entrevistados afirmaram sempre trabalhar, quatro (10.53%) afirmaram ter início na vida de trabalho no primeiro ano e um (2.63%) iniciou a vida de trabalho no terceiro ano.

Quanto à sonolência no trabalho, 30 (78.95%) estudantes declaram sentir e apenas oito (21.05%) negaram sonolência neste período.

Nota-se que a sonolência predomina em 26 (42.1%) na metade do expediente de trabalho, seguido de sete (18.42%) no final do expediente, três (7.9%) em o todo período e dois (5.26%) no começo do expediente.

Observa-se que 11 (28.95%) pessoas notaram queda no rendimento escolar após começarem a trabalhar, nove (23.68%) não notaram e quatro (10.53%) não repararam no seu rendimento em sala de aula.

Quanto ao seu rendimento em sala de aula 23 (60.53%) dos entrevistados acreditam que são afetados devido à privação do sono noturno, 11 (28.95%) acreditam que são afetados às vezes, dois (5.26%) acreditam que são afetado quase sempre e dois (5.26%) não acreditam que a privação do sono pode interferir em seu rendimento em sala de aula.

Através da pesquisa percebe-se que 18 (47.37%) estudantes sentem sono em sala de aula, 14 (36.84%) às vezes sentem sono em sala de aula, cinco (13.16%) quase sempre sentem sono em sala de aula, um (2.63%) não sente sono em sala de aula.

Quanto ao tempo de trabalho 86.84% afirma sempre trabalhar, já FILIPINI

(2005) relata que 50% de sua população de estudo trabalham há mais de quatro anos, enquanto os outros 50% trabalham há até quatro anos.

Segundo estudo realizado por MATHIAS; SANCHEZ; ANDRADE (2006), 56% declaram que as horas de sono perdidas não são repostas na noite seguinte, já nossa pesquisa revela que onze (28.95%) notaram queda no rendimento escolar, após começarem a trabalhar, nove (23.68%) não notaram e quatro (10.53%) não repararam se seu rendimento em sala de aula teve uma queda.

Avaliando-se os tipos de alimentação chega-se ao seguinte resultado: dois (5,26%) consomem frutas, carne vermelha e carne branca; dois (5,26%) consomem frutas, doces, gorduras, carne vermelha, carne branca e peixes; dois (5,26%) consomem frutas, legumes e carne vermelha; dois (5,26%) consomem frutas, legumes, carne vermelha, carne branca e peixes; dois (5,26%) consomem frutas, legumes, doces, cereais, laticínios, carne vermelha e carne branca; dois (5,26%) consomem frutas, legumes, doces, carne vermelha e carne branca; dois (5,26%) consomem frutas, legumes, doces, gordura, laticínio, carne vermelha e carne branca; quatro (10,53%) consomem frutas, legumes, doces, gorduras, cereais, laticínios, carne vermelha, carne branca e peixes e 20 (52.65%) dos entrevistados possuem uma alimentação diferenciada.

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CONCLUSÃO

Após a realização da pesquisa conclui-se que a maioria dos estudantes de enfermagem em uma faculdade privada que participaram da pesquisa são considerados jovens.

O questionário de HORNE & OSTEBERG (1976) permitiu mostrar a prevalência de indivíduos indiferentes e moderadamente matutinos, o que dificulta ainda mais a manutenção do estado de alerta em sala de aula e ambiente de trabalho.

Estudantes que possuem um estilo de vida menos saudável apresentaram uma queixa maior em relação à sonolência. A vida dupla de estudante/trabalhador torna a rotina mais corrida, proporcionando uma minimização no desempenho acadêmico.

Apesar de o sono ser de grande importância em nossa vida não só em seus aspectos fisiológicos, mas psicológicos e mentais as pessoas não podem deixar de trabalhar, pois dependem do salário que também é de grande importância. Com isso elas produzem mais para ganhar mais ou elevar o status social.

Devido a este fator as pessoas preferem não dormir para ganhar mais ou dormir menos do que precisam e acabam esquecendo-se da qualidade de vida que todos nós devemos ter. Deixam de lado, muitas vezes não tendo a informação, que o dormir bem é o principal fator que as deixam preparadas para enfrentar as dificuldades de seu cotidiano.

A má alimentação dessas pessoas mostra também uma das dificuldades relatadas em nosso estudo em relação ao sono.

Se os estudantes pesquisados não diminuírem a sobrecarga psíquica, ou seja, as noites não dormidas, surgirão tensão e desprazer, levando-os à fadiga mental.

Por fim, são necessárias novas investigações a respeito da perspectiva no trabalho e desempenho acadêmico dos estudantes de enfermagem que trabalham em turnos noturnos.

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Estudo Piloto Sobre a Atuação do Enfermeiro no Cuidado do Paciente com

Acidente Vascular Cerebral Isquêmico

Evelin Teo Vasconcellos Santana de SouzaKenny Cruaia de Oliveira

Acadêmicas do quarto ano do curso de graduação da Universidade do Vale do Paraíba

Vanessa de Brito PovedaEnfermeira. Professora Doutora do curso de graduação em Enfermagem das Faculdades Integradas Teresa D´Ávila e da Universidade do Vale do Paraíba

Sonia Maria Filipini Enfermeira. Mestre. Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Paraíba

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RESUMO:

ABSTRACT:

Objetivou-se identificar a atuação do enfermeiro no atendimento ao paciente com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico em uma Unidade de Terapia Intensiva e verificar os conhecimentos dos enfermeiros sobre a fisiopatologia da doença e a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Para tanto, procedeu-se a um estudo quantitativo, do tipo descritivo-exploratório, em que se aplicou um questionário aos enfermeiros atuantes em uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital filantrópico no interior do estado de São Paulo, que continha questões sobre os cuidados de enfermagem e a aplicação do processo de enfermagem, bem como, as principais manifestações clínicas e fatores de risco para o acidente vascular cerebral. Compuseram a amostra seis sujeitos, sendo três (50%) do sexo masculino e três (50%) do feminino, quatro (66,7%) tinham entre 25 e 30 anos. Quanto ao conhecimento 66,6% dos enfermeiros analisados erraram as questões referentes à SAE e 71,4% acertaram as referentes à fisiopatologia da doença. Concluímos que apesar da exigência legal da implementação da SAE nos hospitais, muitos enfermeiros ainda parecem apresentar dúvidas quanto às suas fases.

: The objective was to identify the role of nurses in care of patients with ischemic stroke in an intensive care unit and check the knowledge of nurses on the pathophysiology of the disease and the implementation of the Nursing Care System (NCS). To this end, we proceeded to a quantitative study, a descriptive and exploratory, where he applied a questionnaire to nurses working in an intensive care unit of a philanthropic hospital in the state of São Paulo, which contained questions about nursing care and the application of the nursing process, as well as the main clinical manifestations and risk factors for stroke. The sample comprised six subjects, three (50%) were male and three (50%) females, four (66.7%) were between 25 and 30 years. Regarding knowledge 66.6% of nurses missed analyzed the issues of SAE and 71.4% were correct regarding the pathophysiology of the disease. We conclude that despite the legal requirement for the implementation of the NCS in hospitals, many nurses still seem to have doubts about its phases.

PALAVRAS CHAVE:Acidente cerebral vascular, Enfermagem, Processos de Enfermagem.

KEY WORDS: Stroke, Nursing, Nursing process.

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INTRODUÇÃO

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é definido como a interrupção do fluxo sanguíneo, em determinada região do cérebro, resultando uma súbita lesão da mesma, ocasionando determinados sintomas que caracterizam o AVC (FERRAZ & PEDRO, 2003).

Portanto, o AVC refere-se a um déficit neurológico resultante da insuficiência de suprimento sanguíneo cerebral, que pode ser descrito como temporário (episódio isquêmico transitório) ou permanente. Entre seus principais fatores de risco estão a hipertensão arterial sistêmica (HAS), as cardiopatias e o diabetes mellitus (DM), além da associação com outras etiologias, tais como coagulopatias, tumores, artrites inflamatórias e infecciosas (RADANOVAC, 2000).

O AVC é uma das maiores causas de morte no Brasil e a principal causa de lesão permanente em adultos (FERRAZ & PEDRO, 2003). E deixa em suas vítimas sequelas incapacitantes, como, limitações motoras, sensitivas, sensoriais, de compreensão e expressão dos pensamentos, além de, segundo a área lesada do cérebro, manifestações como dificuldade na deglutição, paralisias de músculos da face, dificuldade na movimentação dos olhos, convulsões, lesões extensas ou, localizadas (PERLINI & FARO, 2003).

Estas sequelas restringem as atividades da vida diária tornando suas vítimas frequentemente dependentes de terceiros, restringindo sua independência, comprometendo a administração de sua vida pessoal e familiar (PERLINI & FARO, 2003).

A maior parte dos acidentes vasculares cerebrais é causada por trombose vascular, que ocorre quando a formação de um coágulo superpõe a um estreitamento gradual do vaso ou a alterações no revestimento luminal do vaso. A doença aterosclerótica é uma das causas mais comuns de AVC na atualidade. Causas menos comuns incluem doenças infecciosas, como a Sífilis e a Triquinose, que geram uma lesão na parede vascular (FERRAZ & PEDRO, 2003).

A assistência de enfermagem ao paciente deve focalizar os cuidados à assistência ventilatória, aplicação da escala de Glasgow, permeabilidade do cateter de monitorizarão da pressão intracraniana, administração de medicamentos específicos como Nitroprussiato de Sódio, cabeceira elevada na hipertensão craniana, observação dos sinais vitais e controle hídrico rigorosos. Compete ainda à enfermagem a prevenção de infecções e da trombose venosa profunda, além da manutenção das necessidades básicas (NISHIDE et al, 2000).

Este estudo objetivou conhecer a atuação dos enfermeiros frente aos pacientes com AVCI internados em uma Unidade de Terapia Intensiva, e especificamente,

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verificar os conhecimentos dos enfermeiros sobre a fisiopatologia da doença e a implementacao da sistematizacao da assistência de enfermagem.

MÉTODO

Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, com abordagem quantitativa.

O estudo será realizado com a equipe de Enfermeiros de um hospital filantrópico do interior do Estado de São Paulo, que atuem na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os critérios de inclusão foram: todos os profissionais enfermeiros que estiverem disponíveis no setor e exclusão: profissionais que recusarem assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, aqueles que se encontrarem afastados ou de férias.

Após a instituição fornecer a autorização formal para a realização do estudo, os sujeitos que concordaram em participar da pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, tendo recebido informações quanto aos objetivos da mesma e ser garantido a todos, o seu anonimato; a ausência de sanções ou prejuízos pela não participação ou pela desistência, a qualquer momento; o direito de resposta às dúvidas; a inexistência de qualquer ônus financeiro ao participante.

O protocolo deste estudo foi elaborado seguindo os padrões éticos para pesquisa clínica em seres humanos, segundo a resolução 196/96 do Ministério da Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Paraíba, sob número de protocolo H241/CEP 2009.

A partir daí aplicou-se um questionário aos sujeitos da pesquisa, que continha questões sobre os cuidados de enfermagem e a aplicação do processo de enfermagem, bem como, as principais manifestações clínicas e fatores de risco para o acidente vascular cerebral.

O instrumento de coleta de dados foi submetido à validação aparente e de conteúdo por três juízes com experiência na área.

Os resultados foram digitados e tabulados eletronicamente, analisados quantitativamente e representados em forma de tabelas e figuras.

RESULTADOS

A amostra foi composta por seis sujeitos, sendo três (50%) do sexo masculino

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e três (50%) do feminino; entre estes, quatro (66,7%) tinham entre 25 e 30 anos e a mesma quantidade atuava no serviço entre 1 e 5 anos. Cinco (83.3%) possuíam especialização, sendo um (16,7%) em UTI/cardiologia, um (16,7%) em Terapia Intensiva e um (16,7%) em Nefrologia e os demais em áreas não voltadas à atuação do enfermeiro em Unidade de Terapia Intensiva (tabela1).

Quadro 1 – Distribuição das variáveis demográficas dos sujeitos investigados. São José dos Campos, 2010.

VARIÀVEIS N %SEXOFeminino 3 50%Masculino 3 50%TOTAL 6 100IDADE20-25 anos 1 16.7%25-30 anos 4 66.7%35-40 anos 1 16.7%TOTAL 6 100TEMPO QUE EXERCE A FUNÇÃO>1 ano 2 33.4%1 a 5 anos 4 66.6%TOTAL 6 100%ESPECIALIZAÇÂOUTI/ Cardiologia 1 16.7%Terapia intensiva 1 16.7%Nefrologia 1 16.7%Gestão em enfermagem 1 16.7%Enfermagem do Trabalho 1 16.7%Enfermagem em docência 1 16.7%

1 16.7%TOTAL 6 100

Conforme se observa na Quadro 2, os enfermeiros quando questionados sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem apresentaram dúvidas, que se refletiram em erros em 66,6% das questões respondidas. Os sujeitos

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entrevistados apresentaram maiores dúvidas/erros em relação à coleta de dados (66,6%), diagnósticos (83,3%) e prescrição de enfermagem (66,6%).Quadro 2 - Distribuição da porcentagem de acertos e erros sobre SAE. São José dos Campos, 2010.

Tema das questões Acertos Erros N % N %

Questões SAEParâmetros essenciais na coleta de dados 2 33,3 4 66,6Diagnósticos de enfermagem frequentes 1 16,7 5 83,3Prescrição de enfermagem 2 33,3 4 66,6Cuidados de enfermagem essenciais ao paciente com AVCI 3 50 3 50

Evolução de enfermagem - - - -TOTAL 8 33,3 16 66,6

Entretanto, quando estes mesmos enfermeiros são questionados sobre a fisiopatologia da doença apresentam resultados opostos, que se refletem em 71,4% de acertos nas questões propostas, destacando-se os acertos quanto aos fatores de risco para o AVCI (83,3%), exames laboratoriais indicados (83,3%) e controle da pressão arterial (100%) (Quadro 3).

Quadro 3 - Distribuição da porcentagem de acertos e erros sobre fisiopatologia. São José dos Campos, 2010.

Questões sobre a doença Acertos ErrosN % N %

Fatores de risco para o AVCI 5 83.3 1 16.7Elevação da cabeceira 4 66,6 2 33,4Principais manifestações clínicas 3 50 3 50Temperatura ideal para evolução do paciente com AVCI 4 66.6 2 33.4

Temperatura ideal para evolução do paciente com AVCI 5 83.3 1 16,7

Complicações tardias 3 50 3 50Equilíbrio da pressão arterial 6 100 - -TOTAL 30 71,4 12 28,5

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DISCUSSÃO

Podemos afirmar que as doenças cardiovasculares constituem um dos maiores fatores de riscos nos casos de AVCI (SILVA et al., 2008). Preconiza-se que o foco da prevenção e controle do AVC esteja centrado na redução da exposição aos fatores de risco, como aspectos comportamentais, associados ao tabagismo, dieta, sedentarismo, ingestão de álcool e uso de anticoncepcionais e ao controle de patologias ou distúrbios metabólicos associados como, hipertensão arterial sistêmica, cardiopatia, obesidade, hiperlipidêmicas, diabetes (SILVA et al., 2008).

É vital o equilíbrio da hipertensão arterial gradativamente até que permaneça estável, para a prevenção de lesões cerebrais. OLIVEIRA; KLANT; FRIEDRICH (2008) afirmam que o controle da pressão arterial não poderá ser reduzido excessivamente e não ultrapassar a dose do Nitroprussiato de Sódio de 10 microgramas/kg/minutos.

RADANOVIC (2000) ressalta, como um dos parâmetros essenciais no atendimento ao paciente com AVCI, a coleta de dados, que inclui um bom histórico clínico, os exames que foram realizados nesse período, além da necessidade de monitorização contínua da glicose nas primeiras 48 a 72 horas, contudo em seu estudo houve a impossibilidade de se obter este dado em mais de 1/5 dos prontuários investigados, apontando que este fato tem dois significados igualmente relevantes: primeiro, o dado não foi colhido durante a realização da história clínica; segundo, durante o período de tratamento da fase aguda do AVC não foi realizado exame de glicemia. Tendo em vista a importância do controle dos fatores de risco para a profilaxia de novos eventos e do controle metabólico para melhor evolução do quadro instalado, este aspecto do atendimento não pode ser negligenciado

Assim, como pudemos perceber nesta investigação, o conhecimento do enfermeiro que atuava na Unidade de Terapia Intensiva investigada era amplo quando inquirido sobre a fisiopatologia da doença e seus respectivos fatores de risco, aspecto contrastante quando comparado ao conhecimento do enfermeiro sobre a SAE e as ações específicas a serem realizadas em seu atendimento de enfermagem ao paciente sobre a mesma patologia.

Aspecto este que reforça a questão da dominação do modelo biomédico no atendimento a saúde, voltado a aspectos mecanicistas, centrado na doença do paciente e não necessariamente no paciente (BARROS, 2002). Estes aspectos parecem refletir na atuação dos enfermeiros clínicos entrevistados.

Embora a enfermagem proponha justamente o oposto quando define os diagnósticos de enfermagem como julgamentos clínicos “das respostas do

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indivíduo, da família ou da comunidade a problemas de saúde/ processos vitais reais ou potenciais” (NANDA, 2009), ou seja, o atendimento do enfermeiro deve basear-se não apenas nas respostas a problemas de saúde do indivíduo, mas também a todos os aspectos em que estes problemas de saúde podem refletir na vida do paciente.

Contudo os enfermeiros da Unidade de Terapia Intensiva entrevistados afirmaram que no setor em que atuam não se aplica a Sistematização da Assistência de Enfermagem.

AMANTE; ROSSETTO; SCHNEIDER (2007) afirmam que o enfermeiro é o líder da equipe de enfermagem e através da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), assegura uma prática assistencial adequada e individualizada. Os diagnósticos de enfermagem identificam a situação de saúde/doença dos indivíduos internados na UTI, resultando em um cuidado de enfermagem individual e integral.

Atualmente a Resolução COFEN nº 358/2009 dispõe sobre a obrigatoriedade da Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de enfermagem em ambientes, públicos ou privados em que ocorrem o cuidado Profissional de Enfermagem.

Nesse contexto, a SAE tem sido objeto de diversos estudos, tanto na formação como nos serviços de saúde, com a finalidade de aprimorar o conhecimento científico dos cuidados em enfermagem, assegurar uma assistência individualizada e garantir autonomia profissional (BACKES et al., 2008).

CONCLUSÃO

Concluímos que apesar da exigência legal do COFEN (2009) que impõe a implementação da SAE nos serviços de atendimento à saúde, muitos enfermeiros ainda parecem apresentar dúvidas quanto às suas fases.

Estas dúvidas não se refletem na fisiopatologia, o que reforça a preocupação da assistência à saúde baseada em problemas clínicos de saúde, o que é dado pelo sistema biomédico de atendimento à saúde dominante.

Entretanto, acreditamos que o atendimento de enfermagem deve ir além da doença apresentada pelo indivíduo, já que a assistência de enfermagem está dirigida ao indivíduo e como ele reage a seus problemas de saúde e como estes afetam não somente a ele, como as pessoas à sua volta, sejam essas pessoas membros de sua família ou da comunidade.

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Perfil dos pacientes hipertensos atendidos em uma instituição religiosa frente à

adesão ao tratamento medicamentoso.

Luciane Déscio Kishi IdaMichelli Aparecida da Silva

Wilma de Melo CamposBacharel em Enfermagem pelas Faculdades Integradas Teresa D’Ávila - FATEA

Cristiane Karina MalvezziDoutora em Ciências. Professora Titular das Faculdades Integradas Teresa D’Avila – FATEA

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RESUMO:

ABSTRACT:

A pressão arterial elevada ou simplesmente hipertensão é o principal fator de risco para doença cardiovascular e seu controle adequado reduz a morbimortalidade e melhora a qualidade de vida dos portadores dessa doença. O presente estudo objetivou a análise dos perfis dos pacientes hipertensos atendidos em um ambulatório de uma instituição religiosa de uma cidade do Médio Vale do Paraíba, em relação aos fatores comportamentais, sociais e econômicos que dificultam a adesão ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo. Embora ainda haja grande evidência de não adesão à terapia medicamentosa seja por fatores comportamentais ou por falta de recursos financeiros, merece destaque em nosso estudo a otimização dos medicamentos anti-hipertensivos prescritos pelo médico cardiologista e o controle eficaz da hipertensão arterial em 80% dos pacientes pesquisados, quando estes foram analisados sob o ponto de vista da última aferição da pressão arterial relatada no prontuário Em relação à adesão à terapia medicamentosa anti-hipertensiva é preciso favorecer condutas que aumentem o grau de adesão, onde sejam conjugados os objetivos da equipe multidisciplinar e o desejo do paciente em participar do processo de manutenção de sua própria saúde.

High blood pressure or hypertension is the only major risk factor for coronary cardiovascular. Your adequate control reduces morbidity and improves quality of life of these patients. This study aimed at analyzing the profiles of hypertensive patients seen at a clinic for a religious institution in a city in the Middle Paraíba Valley in relation to behavioral, social and economic problems that hinder treatment adherence antihypertensive. While there is ample evidence of non-compliance with drug therapy are the behavioral factors or lack of financial resources is highlighted in our study the optimization of antihypertensive medications prescribed by a cardiologist and effective control of hypertension in 80% of patients studied when they were analyzed from the point of view of the last blood pressure measurements reported in the medical. With respect to adherence to drug therapy antihypertensive is a need to encourage behaviors that increase the level of compliance, which are combined the objectives of the multidisciplinary team and the patient’s desire to participate in the process of maintaining their own health.

PALAVRAS CHAVE:Hipertensão, Pacientes internados, Estâncias para tratamentod e saúde,

Adesão ao tratamento

KEY WORDS: Hypertension, Impatientes, Health Resorts, Adherence to drug treatment.

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INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é fator de risco maior para doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, tais como cardiopatia isquêmica, acidente vascular encefálico, vasculopatia periférica, insuficiência cardíaca e renal (BRANDÃO, 2006, p.327).

A HAS afeta aproximadamente um bilhão de pessoas em todo o mundo. Com o envelhecimento populacional, a prevalência da hipertensão arterial aumentará, a não ser que medidas preventivas sejam implementadas (BATISTA,PEREIRA, KOLMANN,2003, p.149 – 152). Dados do Ministério da Saúde evidenciam que a Hipertensão Arterial Sistêmica afeta de 11 a 20% da população adulta com mais de 20 anos. Aproximadamente 85% dos pacientes com acidente vascular encefálico e 40% das vítimas de infarto agudo do miocárdio apresentaram hipertensão associada (OHARA, 2008, p. 279 – 321).

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) em sua V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2006) classifica os valores da pressão arterial numa aferição casual para maiores de dezoito anos (Quadro 1).

Quadro 1 – Classificação da Pressão Arterial segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2006)

Classificação Pressão Sistólica (mmHg)

Pressão Diastólica (mmHg)

Ótima < 120 < 80Normal < 130 < 85Limítrofe 130-139 85-89Hipertensão: Estágio I 140-159 90-99Hipertensão: Estágio II 160-179 100-109Hipertensão: Estágio III ≥ 180 ≥ 110Hipertensão sistólica isolada

≥ 140 < 90

O controle da hipertensão arterial está intimamente ligado a mudanças de hábitos de vida: alimentação adequada, prática regular de exercícios físicos e abandono do tabagismo; estas estratégias se referem às atividades de autocuidado que, muitas vezes deveriam ser orientadas por profissionais e precisam ser realizadas pelas pessoas portadoras de hipertensão para o ideal controle dos níveis pressóricos (CADE, 2001, p. 43 – 50).

Depois de diagnosticada a hipertensão, o tratamento será feito baseado nos

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níveis pressóricos individuais e possíveis lesões em órgãos alvos, podendo ser farmacológico ou não (MION, PIERIN, GUIMARÃES, 2001, p. 249).

Segundo a classe de anti-hipertensivos os medicamentos utilizados são: diuréticos, bloqueadores betadrenérgicos, antagonista dos canais de cálcio, inibidores da enzima conversora de angiotensina, antagonistas do receptor AT1 da angiotensina II (ARA), agonistas alfa 2 centrais e vasodilatadores diretos (SBC, 2006, p. 24-79).

Os medicamentos utilizados para tratar a hipertensão diminuem a resistência periférica, volume sanguineo ou força e frequência da contração miocárdica (BRUNNER & SUDDARTH, 2006, p. 904 – 916).

Para que a equipe de saúde obtenha sucesso sobre a terapêutica medicamentosa e não medicamentosa dos pacientes hipertensos, fatores como o grau de adesão do paciente submetido ao tratamento devem ser avaliados. A adesão ao tratamento é um meio para alcançar um fim, uma abordagem para manutenção ou melhora da saúde, visando a reduzir os sinais e sintomas de uma doença (MILLER et al.,1997, p. 1085-1090).

As definições de adesão devem sempre abranger e reconhecer a vontade do indivíduo em participar e colaborar com seu tratamento, o que não é abordado em algumas concepções (GUSMÃO, MION, 2006, p.23-25).

OBJETIVOS

Caracterizar o perfil dos pacientes portadores de hipertensão arterial e determinar as características associadas à adesão e à não-adesão do tratamento medicamentoso para o controle da Hipertensão Arterial Sistêmica.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo-quantitativo transversal, em que a população de estudo foram os pacientes portadores de HAS em atendimento ambulatorial em uma instituição religiosa de uma cidade do Médio Vale do Paraíba.

A coleta de dados foi realizada em prontuários dos pacientes hipertensos atendidos a partir de janeiro de 2004 a fevereiro de 2009. Foi elaborado um

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instrumento para a coleta de dados para sistematizar as informações descritas no prontuário. Os dados foram coletados de janeiro a março de 2009. Foram analisadas as seguintes variáveis: sexo, idade (< ou >60 anos), tempo de acompanhamento ambulatorial, última aferição da pressão arterial descrita no prontuário, classe de medicamentos em uso.

Para a definição da não adesão ou adesão medicamentosa dos pacientes foi utilizado o teste de Morisky (MION et al., 2006, p. 55-58), que é composto por quatro perguntas, que objetivam avaliar o comportamento do paciente em relação ao uso habitual do medicamento (Quadro II) (MORISKY et al., 1982, p. 1835-1838 ). O paciente é classificado no grupo de alto grau de adesão, quando as respostas a todas as perguntas são negativas. Porém, quando pelo menos uma das respostas é afirmativa, o paciente é classificado no grupo de baixo grau de adesão. Esta avaliação permite, também, discriminar se o comportamento de baixo grau de adesão é do tipo intencional ou não intencional, sendo, também, possível caracterizar pacientes portadores de ambos os tipos de comportamento de baixa adesão (SEWITCH et al., 2003, p. 1535-1544). Para validar esse teste no prontuário foram pesquisadas as anotações da equipe médica que fossem coniventes para responder às quatro perguntas. Como havia anotações da equipe médica em relação à dificuldade do paciente em tomar os medicamentos por falta de recursos financeiros e por fazer confusão ao tomar os medicamentos, formulamos uma questão para avaliar o aspecto social e econômico desses pacientes.

Quadro II– Perguntas que compõe o teste de Morisky e classificação dos dois tipos de comportamentos de baixo grau de adesão, indicados por respostas afirmativas

Perguntas referentes ao teste de Morisky Não intencional Intencional

“Você, alguma vez se, esquece de tomar o seu remédio?” X

“Você, às vezes, é descuidado quanto ao horário de tomar o seu remédio?” X

“Quando você se sente bem, alguma vez, você deixa de tomar seu remédio?” X

“Quando você se sente mal, com o remédio, às vezes, deixa de tomá-lo?” X

(Sewitch, 2003)11

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RESULTADO E DISCUSSÃO

Quadro I– Pacientes hipertensos pesquisados quanto ao sexo e idade.

Sexo N % Idade N %

Feminino 47 69,12 > 60 anos 40 58,88

Masculino 21 30,88 < 60 anos 28 41,12

* N: Número absoluto de pacientes; (%): Percentual; >: maior; <: menor

Na Quadro I, observamos maior prevalência dos pacientes hipertensos pesquisados do sexo feminino (69,12%). No entanto, a prevalência global de hipertensão entre homens (26,6%) e mulheres (26,1%) mostra que o sexo não é fator de risco para hipertensão.6 Quanto à idade 58,88% possuem mais de 60 anos e 41,12% possuem menos de 60 anos. Para o MINISTÉRIO DA SAÚDE, o país tem 17 milhões de pessoas com HAS. No total do número de pessoas estima-se que 35% têm mais de 40 anos. Porém, o governo reconhece o baixo índice de controle dessa patologia, em virtude da evolução, em princípio, assintomática; a dificuldade para o diagnóstico e tratamento e ainda a baixa adesão dos pacientes ao tratamento prescrito.12

Quadro II – Classe de Medicações anti-hipertensivas utilizadas pelos pacientes pesquisados.

Medicações anti-hipertensiva utilizadas)* N %**Antagonistas dos canais de cálcio 32 47,06Diuréticos 29 42.65Antagonistas dos receptor AT1 da angiotensina II (ARA) 24 35Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (ECA) 19 27,94Bloqueadores Beta adrenérgicos 19 27,94Vasodilatadores diretos 5 7,35Agonistas alfa 2 centrais 4 5,88Bloqueadores alfa 1 adrenérgicos 1 1,47

*Classificação segundo Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC, 2006)6

**O total excede a porcentagem, visto que cada paciente pode fazer uso de mais de um medicamento.

N: Número absoluto de pacientes; %: Percentual

Na Quadro II, podemos observar que 47,06% dos pacientes fazem uso dos antagonistas dos canais de cálcio, que é o vasodilatador de primeira escolha para o controle da HAS na instituição pesquisada. Em seguida temos o uso

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dos diuréticos que correspondem a 42,65%, seguidos de 35,29% de pacientes que fazem uso dos antagonistas do receptor AT1 da angiotensina II (ARA). O antagonista do receptor da angiotensina II, em sua maioria são medicamentos considerados de alto custo para a realidade dos países em desenvolvimento. Porém, são muito utilizados na instituição porque são eficazes e possuem menos efeitos colaterais. Estudos de MION et al. (2006)13 verificou uma maior adesão à terapêutica medicamentosa com classes de anti-hipertensivos mais modernos (Antagonistas dos canais de cálcio, Inibidores da ECA e antagonistas dos receptores AT1 da angiotensina II), visto que são muito mais seletivos que as classes de drogas mais antigas ( diuréticos, beta bloqueadores e simpatolíticos de ação central). Drogas que apresentam sabidamente menor número de efeitos colaterais, em especial os antagonistas dos receptores AT1 da angiotensina II, são capazes de melhorar a adesão à terapêutica inicialmente proposta.13 Esses dados serviram como base para uma significativa comparação com os achados da pesquisa. Os antagonistas dos receptores AT1 da angiotensina II são um medicamento comumente prescrito pela instituição no intuito de otimizar o tratamento medicamentoso e aumentar o conforto do paciente favorecendo a adesão e a qualidade de vida.

Quadro III - Perguntas que compõem o teste de Morisky sobre o uso de medicamento anti-hipertensivo e classificação dos tipos comportamentais de baixo grau de adesão, indicadas por respostas afirmativas.

Perguntas referentes ao teste de Morisky Não intencional Intencional

“Você, alguma vez, se esquece de tomar o seu remédio?” X

“Você, às vezes, é descuidado quanto ao horário de tomar o seu remédio?” X

“Quando você se sente bem, algumas vezes, você deixa de tomar seu remédio?” X

“Quando você se sente mal, com o remédio, às vezes, deixa de tomá-lo?” X

(Sewitch, 2003, p. 1535-1544)

Considerando a Quadro III, para observação da análise dos 68 pacientes pesquisados, verificamos que 33 pacientes (48,52%) foram inclusos no alto grau

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de adesão, pois não responderam “sim” para nenhuma questão e seguem com fidelidade às prescrições médicas quanto ao uso dos medicamentos. Os outros 36 pacientes pesquisados (52,94%) foram inclusos no baixo grau de adesão, sendo que, 21 pacientes (30,88%) apresentaram baixa adesão não intencional, 9 pacientes (13,23%) apresentaram baixa adesão intencional e 5 pacientes (7,35%) baixa adesão dos dois tipos de comportamentos. Em relação ao tipo de não-adesão do paciente atendido neste ambulatório, observou-se por meio do Teste de Morisky que o comportamento do tipo não intencional foi aquele que predominou, ou seja, pacientes que esquecem ou são descuidados para tomar os medicamentos no horário correto. O predomínio do comportamento não intencional para a não adesão medicamentosa anti-hipertensiva, provavelmente é reflexo de uma boa orientação ao paciente pelos profissionais de saúde que o atendem e da prescrição de drogas que sabidamente causam menores efeitos colaterais pela instituição pesquisada.

Quadro IV – Relação entre Última aferição da Pressão Arterial e o número de pacientes aderentes e não aderentes ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo.

Última aferição da Pressão ArterialAderentes Não

AderentesN % N %

Ótima 6 18,18 2 5,71Normal 11 33,33 8 22,85Limítrofe 12 36,36 16 45,71Estágio I 3 9,09 8 22,85Estágio II 0 ------- 1 2,85Estágio III 1 3,03 0 -------

N: número de pacientes; %: Percentual

A Quadro IV mostra importante relação entre a adesão à terapia medicamentosa anti-hipertensiva e o controle da pressão arterial. Aproximadamente 51% dos pacientes considerados aderentes ao tratamento medicamentoso, quando analisados sob o ponto de vista da última aferição da pressão arterial relatada no prontuário, apresentaram uma pressão arterial na classificação ótima e normal, enquanto apenas 28% dos pacientes considerados não aderentes estavam com a pressão arterial dentro da faixa de normalidade. Ao relatar esses fatos, observamos um maior controle da Pressão Arterial entre os pacientes que relataram ser aderentes ao tratamento medicamentoso, ficando evidente, dessa maneira que é imprescindível estabelecer metas que procurem elevar o grau de adesão do paciente hipertenso. Para isso devem-se considerar as

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cinco dimensões da adesão: fatores sociais e econômicos, a equipe/sistema de saúde, as características da doença, terapias da doença e fatores relacionados ao paciente (WHO, 2003,p.138 ).

Quadro V– Dificuldade do paciente em adquirir ou tomar os medicamentos de forma correta.

Dificuldade em tomar os medicamentos N* (%)

A) Não possui dificuldade para aquisição de medicamentos

39 62,90

B) Se há falta do medicamento na farmácia do ambulatório fica difícil a aquisição por falta de recursos financeiros.

17 27,40

C) Faz confusão ao tomar os medicamentos 2 3,22

D) Pacientes que responderam a questão B e C

6 9,67

N: Número absoluto de pacientes; (%): Percentual

* 6 pacientes foram excluídos, pois não havia relatos no prontuário.

Na Quadro V, constata-se que 62,90% dos pacientes não possuem dificuldade em adquirir os medicamentos na farmácia de modo particular, 27,40% a aquisição dos medicamentos fica difícil por falta de recursos financeiros. Se somarmos os pacientes que responderam as questões B e C respectivamente a porcentagem para a dificuldade para aquisição dos medicamentos é de 37,07%. A maioria dos hipertensos estudados são pessoas carentes e com baixo grau de escolaridade, dados estes que podem ser considerados como dificultadores nos processos de adesão ao tratamento. Porém na análise do prontuário, não havia dados que pudessem confirmar essa fala. Todavia, cada paciente que é atendido na instituição de estudo, em primeira instância passa por uma entrevista com a Assistente Social para avaliar a real necessidade de atendimento especializado com o médico cardiologista e outros profissionais da área da saúde. Para confirmar os dados para a dificuldade em adquirir os medicamentos a WHO afirma que os benefícios da farmacoterapia não se distribuem homogeneamente entre as camadas sociais. O acesso aos medicamentos segue as desigualdades sociais e econômicas. Vinte e cinco por cento da população mundial estão sem assistência farmacêutica completa, isto é, não têm acesso ou têm acesso limitado aos fármacos (WHO, 1998, p.123).

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No Brasil estima-se que 23% da população consumam 60% da produção, e que 64,5 milhões de pessoas, em condições de pobreza, não tenham como comprar remédios (BERMUDEZ, 1995, p.204). A dificuldade para a aquisição dos medicamentos fere a Constituição Federal de 1988 em que no artigo 196 encontramos a seguinte citação: Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (CF, Artigos 196; 197; 198 (PARÁGRAFO ÚNICO – EC 29); 200).

Gráfico 1 – Relação entre tempo de acompanhamento ambulatorial e a última aferição da Pressão Arterial.

10% 3,77%

25,92%17%50%

37,03%

41,50%

20%

25,92%

30,18%

20%

11,11%

7,55%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

< 3 anos > 3 anos > 5 anos

% d

e Pa

cien

tes

Pesq

uisa

dos

no P

ront

uári

o

Tempo de Acompanhamento Ambulatorial em Anos

Tempo de Acompanhamento Ambulatorial em Anos x Última Aferição da Pressão Arterial

ótima

normal

limitrofe

Estágio I

Estágio II

Estágio III

No gráfico 1, observamos que em relação ao tempo ambulatorial menor que 3 anos, que corresponde a 20 dos pacientes pesquisados, 20% dos pacientes possuem uma pressão arterial considerada ótima, 20% normal, 50% limítrofe e 10% no estágio III para a HAS. Em relação ao tempo de acompanhamento ambulatorial maior que 3 anos, que corresponde a 27 dos pacientes pesquisados, 11,11% dos pacientes possuem uma pressão arterial considerada ótima, 25,92% normal, 37,02% limítrofe e 25,92% % no estágio I para a HAS. Já em relação aos pacientes com mais de 5 anos de acompanhamento, que correspondem a 53 dos pacientes pesquisados observamos que 7,55% possuem uma pressão arterial considerada ótima, 30,18% normal, 41,59% limítrofe, 17% no estágio I e 3,77% no estágio II para a HAS, não havendo grandes significâncias entre

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os 3 grupos perante os anos de acompanhamento, evidenciando com esses achados, que o objetivo das equipes multidisciplinares é estabelecer o controle da HAS, independente do tempo de acompanhamento. Porém, ao considerarmos a classificação da pressão arterial, independente do tempo de acompanhamento ambulatorial, verificamos que a pressão arterial está sendo mantida de alguma maneira, pois para 80% dos pacientes atendidos neste ambulatório a pressão arterial está dentro da classificação considerada ótima (<120 x <80 mmHg), normal (< 130 x < 85 mmHg) e limítrofe (130-139 x 85-89 mmHg). Podemos considerar a hipótese de que a manutenção da pressão arterial, independente do paciente possuir uma doença associada ou não à própria hipertensão, está sendo mantida através da medicação prescrita pelo médico cardiologista. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, deixam claro que o tratamento medicamentoso associado ao não medicamentoso objetiva a redução da pressão arterial para valores inferiores a 140 mmHg de pressão sistólica e 90 mmHg de pressão diastólica (SBC, 2006, p. 24-79).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O controle da Hipertensão Arterial, seja através de métodos de uso de terapia medicamentosa ou não medicamentosa, aumenta a sobrevida dos pacientes hipertensos e evita o agravamento de inúmeras co-morbidades que podem estar relacionadas ou não à própria hipertensão.

Em relação à adesão à terapia medicamentosa anti-hipertensiva é preciso favorecerem condutas que aumentem o grau de adesão, onde sejam conjugados os objetivos da equipe multidisciplinar e o desejo do paciente em participar do processo de manutenção de sua própria saúde. Para isso, é preciso o fortalecimento do relacionamento interpessoal entre as equipes e o paciente no intuito de se modificar a conduta comportamental, seja ela não intencional ou intencional e promover uma ação pedagógica que seja capaz de explicitar os inúmeros riscos que o paciente pode adquirir diante da não adesão à terapêutica. E, para garantir que todos tenham acesso aos medicamentos é preciso que os profissionais que se comprometeram em cuidar da saúde de outrem estabeleçam uma postura de esclarecimento ao paciente, para que o mesmo possa cobrar das autoridades municipais, estaduais e federais o Direito Integral à Saúde proposto pela Constituição Federal de 1988. Baseando-se em todos esses aspectos citados, a Enfermagem possui um grande papel para o desenvolvimento de metas que possam ser direcionadas ao paciente e que possam aumentar e favorecer as condições de autocuidado.

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Merece destaque, na análise dos 68 pacientes hipertensos pesquisados, que embora ainda haja alta prevalência de não adesão ao tratamento prescrito para hipertensão, seja ela do tipo comportamental ou por falta de recursos financeiros, ainda que sejam evidentes, o tratamento medicamentoso, quando analisado sob o ponto de vista da última aferição da pressão arterial foi eficaz para 80% dos pacientes. Concluímos que, o aprimoramento de condutas para o controle da Hipertensão Arterial pode trazer inúmeros benefícios ao paciente, melhorando as questões sobre a adesão à terapêutica medicamentosa e consecutivamente aumento da qualidade de vida desses pacientes.

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para apresentação de originais

Normas

Na revista podem ser publicados artigos escritos por outros especialistas, desde que o tema seja de interesse para a área de Enfermagem.

Opiniões e conceitos emitidos nos manuscritos são de exclusiva responsabilidade dos autores, não refletindo necessariamente a posição da Comissão de Editoração. A revista não assume a responsabilidade por equívocos gramaticais, e se dá, portanto, ao direito de decidir quanto a alterações e correções.

Os manuscritos resultantes de estudos que envolvem seres humanos deverão: indicar os procedimentos adorados para atender o constante da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, indicar o numero do protocolo de aprovação do projeto de pesquisa, e encaminhar cópia do protocolo como documento suplementar.

Os artigos enviados serão primeiramente analisados pela Comissão de Editoração em relação à adequação à linha editorial e às normas da revista. A decisão desta análise será comunicada aos autores. Posteriormente a avaliação do artigo é realizada por pares de consultores, membros do Conselho Editorial ou Ad-Hoc, convidados pela Comissão Editorial. A identidade do autor e a da instituição de origem é mantida sob sigilo, bem como entre o autor e o consultor. Os pareceres são apreciados pela Comissão de Editoração que emite o parecer final, ou no caso de divergência entre os pareceres, solicita um terceiro parecer

O artigo encaminhado aos autores para reformulação deverá retornar ao Conselho Editorial no prazo máximo de30 dias. Fora esse prezo será considerada nova submissão. Os autores deverão manter seus emails atualizados para receber toda comunicação.

O Autor, identificando a necessidade de solicitar uma errata, deverá enviá-la no prazo máximo de 30 dias após a publicação do artigo, e ficarà a critério da Revista a decisão sobre sua relevância e possível distribuição.

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87REENVAP - Revista Eletrônica de Enfermagem do Vale do Paraíba, Lorena, n. 1, ago./dez., 2011. p.

1. INFORMAÇÕES GERAISOs arigos devem ser digitados no programa word for windows ou outro similar, na fonte Times New Roman 12, em folha tamanho A4. Eles devem ser encaminhados por email devidamente identificado. O texto não deve ser formatado, ou seja, a tabulação dever ser manual, não devem ser usados recuos nem a numeração automática do programa. O entrelinhamento deve ser simples.

2. DIVISÃO DO TEXTOA numeração das partes do artigo deve ser progressiva, seguindo as determinações da norma Vancouver.

3. CITAÇÕESAs citações quando maiores de 3 (três) linhas, devem vir separadas do texto, com uma linha em branco antes e outra depois do texto, com uma linha em branco antes e outra depois da citação. Tanto o tamanho da fonte, quanto a margem da citação não devem diferir do resto do texto. A única diferença é o espaço antes e depois desta.As citações serão formatadas no processo de diagramação.

4. NOTASTodas as notas devem vir como notas de rodapé.

5. REFERÊNCIASAs referências deverão seguir as orientações da norma Vancouver.

6. TABELAS E GRÁFICOSAs tabelas não devem ser diagramadas, porém é necessário que seja anexada uma cópia impressa (ou desenho) da forma final

da tabela. As colunas devem ser digitadas uma abaixo da outra, deixando-se uma linha em branco entre cada nova coluna.Os gráficos podem ser produzidos no word. Também podem ser entregues originais (cópias nítidas e de boa qualidade) para serem escaneadas. Tabelas e gráficos não devem ser coloridos, somente podem ser utilizadas variações de cinza na sua composição.

7. ARTIGOS E RESENHASOs artigos devem conter um número mínimo de 10 laudas e um máximo de 18, sendo acompanhadas de resumos com até 10 linhas em português e inglês e de 3 a 5 palavras-chave, também em português e inglês. Devem também conter os dados relativos à formação do autor, vinculação institucional, e-mail, número de telefone.

8. PERIODICIDADE E PRAZO PARA ENTREGA DOS ORIGINAIS:A revista é semestral. Os textos devem ser entregues à redação até o dia 15 de março – para publicação no primeiro semestre; e até 15 de setembro – para publicação no segundo semestre.

9. OS ORIGINAIS DEVERÃO SER ENVIADOS PARA:Faculdades Integradas Teresa D´ÁvilaAv. Dr. Peixoto de Castro, 539 – Vila CelesteCEP 12.606-580 – Lorena – SPIdentificando-se como assunto REENVAP

Claudia [email protected]

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