revista eletrônica n 124-2011 - trt da 4 região - rs - ano ii

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:: Ano VII | Nmero 124 | 2 Quinzena de Agosto de 2011 ::Os acrdos, as ementas, as decises de 1 Grau, o artigo e as informaes contidos na presente edio foram obtidos em pginas da internet ou enviados pelos seus prolatores para a Comisso da Revista e Outras Publicaes do Tribunal Regional do Trabalho da 4 Regio. Por razes de ordem prtica, alguns deles foram editados e no constam na ntegra.

Presidente do TRT da 4 Regio

Carlos Alberto Robinson Cleusa Regina Halfen

Diretora da Escola Judicial do TRT da 4 Regio

Carlos Alberto Zogbi LontraCoordenador Acadmico

Comisso da Revista e Outras Publicaes

Paulo Orval Particheli Rodrigues Ricardo Carvalho Fraga Carolina Hostyn Gralha Beck

Camila Frigo Tamira Kiszewski Pacheco Glades Helena Ribeiro do Nascimento Ane Denise Baptista Norah Costa BurchardtEquipe Responsvel

Sugestes e informaes: (51)3255-2689 Contatos: [email protected] Utilize os links de navegao: volta ao ndice

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:: Ano VII | Nmero 124| 2 Quinzena de Agosto de 2011 ::

A Comisso da Revista e Outras Publicaes do TRT da 4 Regio agradece as valiosas colaboraes: - Juza Inaj Oliveira de Borba (sentena); - Francisco Milton Arajo Jnior e Ney Stany Morais Maranho, Juzes do Trabalho do TRT da 8 Regio (artigo).

Para pesquisar por assunto no documento, clique no menu Editar/Localizar ou utilize as teclas de atalho Ctrl+F e digite a palavra-chave ou expresso na caixa de dilogo que ser aberta.

1.1

Acidente do trabalho. Trabalhador assassinado por desconhecido na via pblica. Fato de terceiro. Indenizaes por danos morais e materiais indevidas.(8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Denis Marcelo de Lima Molarinho. Processo n. 0113800-10.2009.5.04.0404 RO. Publicao em 28-06-11)......................................................9

1.2 Contrato de estgio. Diferenas de bolsa-auxlio. Piso normativo da categoria dos bancrios. Aplicabilidade.(7 Turma. Relator o Exmo. Juiz Marcelo Gonalves de Oliveira Convocado. Processo n. 0001342-22.2010.5.04.0014 RO. Publicao em 09-06-11).....................................................12

1.3 Reintegrao afastada. Empregado pblico. Perda do cargo ou funo pblica. 1. Competncia material da Justia do Trabalho. 2. Pena privativa de liberdade superior a quatro anos. Prtica de crime comum. Efeitos da condenao.(9 Turma. Relator o Exmo. Juiz Ricardo Martins Costa - Convocado. Processo n. 0000594-98.2010.5.04.0851 RO. Publicao em 17-06-11).....................................................14

1.4 Nulidade. Ato administrativo. Decadncia. Anulao de ascenso de cargo afastada. ECT. Aplicao do art. 54 da Lei n. 9.784/1999. Violao aos arts. 5, LV e 7, VI da CF/88, alm de desrespeito garantia da irredutibilidade salarial. Antecipao dos efeitos da tutela concedida.(6 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Ins Cunha Dornelles. Processo n. 0000268-12.2010.5.04.0020 RO. Publicao em 20-06-11).....................................................16

1.5 Relao de emprego. Prestao de servios contbeis e fiscais. Contrato celebrado sem vnculo de emprego por condio imposta pelo prprio trabalhador. No configurao de vnculo.(10 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Milton Varela Dutra. Processo n. 0001195-29.2010.5.04.0003 RO. Publicao em 14-07-11).....................................................21 volta ao sumrio

2.1 Ao anulatria. Leilo. Imvel divisvel. Intimao dos condminos. Desnecessidade.(9 Turma. Relator o Exmo. Juiz Ricardo Martins Costa - Convocado. Processo n. 0138000-05.2009.5.04.0203 RO. Publicao em 17-06-11)....................................................23

2.2 Ao cautelar. Garantia provisria no emprego decorrente de acidente do trabalho. Manuteno do desconto na mensalidade escolar.(6 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Cristina Schaan Ferreira. Processo n. 0002040-43.2010.5.04.0203 RO. Publicao em 18-07-11).....................................................23

2.3 Ao civil pblica. Dano moral coletivo. Configurao. Empresa que no emitia as Comunicaes de Acidente do Trabalho (CAT) nos casos em que os empregados da unidade do call center apresentavam quadro doentio em razo de LER/DORT.(6 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Ins Cunha Dornelles. Processo n. 0060200-29.2008.5.04.0010 RO. Publicao em 27-06-11)....................................................23

2.4 Ao de cobrana. Contribuio sindical rural. Imvel rural explorado sob arrendamento. Inexistncia de explorao rural pelo proprietrio. nus do arrendatrio.(10 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Milton Varela Dutra. Processo n. 0000720-51.2010.5.04.0851 RO. Publicao em 07-07-11)....................................................23

2.5 Ao de consignao em pagamento. Reconveno. Cabimento.(9 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Cludio Antnio Cassou Barbosa. Processo n. 0000060-09.2011.5.04.0403 RO. Publicao em 15-07-11)....................................................24

2.6 Acmulo de funes. Vendedor. Tarefas relativas habilitao de celulares vendidos, cobrana de inadimplentes, descarregamento de caminhes e de manter o local de trabalho limpo/organizado. Acrscimo salarial indevido.(8 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Ana Rosa Pereira Zago Sagrilo. Processo n. 0228700-37.2009.5.04.0232 RO. Publicao em 17-06-11)....................................................24

2.7 Agravo de petio da procuradora do exequente. Honorrios advocatcios. acordo celebrado perante o Juzo Cvel.(7 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria da Graa Ribeiro Centeno. Processo n. 0030800-63.2006.5.04.0131 AP. Publicao em 30-06-11).......................................................24

2.8 Agravo de petio. Contrato de compra e venda verbal. Prova testemunhal. Cabimento para o reconhecimento da validade do negcio jurdico.(9 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Joo Alfredo Borges Antunes de Miranda. Processo n. 0028300-63.2008.5.04.0451 AP. Publicao em 20-06-11)......................................................24

2.9 Agravo de petio. Devedor possuidor de veculo. Contrato de comodato.(8 Turma. Relatora a Exma. Juza Maria Madalena Telesca - Convocada. Processo n. 1050800-49.2008.5.04.0761 AP. Publicao em 08-07-11)......................................................24

2.10

Alterao contratual. Suspenso do contrato de trabalho. Dispensa da funo comissionada do trabalhador. Nulidade.(9 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Joo Alfredo Borges Antunes de Miranda. Processo n. 0082400-21.2008.5.04.0013 RO. Publicao em 10-06-11).....................................................25

2.11 Atleta profissional. Direito de Arena. Natureza da vantagem. Repercusses.(10 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Denise Pacheco. Processo n. 0056500-72.2009.5.04.0022 RO. Publicao em 12-07-11)......................................................25

2.12 Contribuies previdencirias. Empregado domstico.(9 Turma. Relator o Exmo. Juiz Maral Henri dos Santos Figueiredo - Convocado. Processo n. 0057600-45.2009.5.04.0351 AP. Publicao em 07-07-11).......................................................25

2.13 Dano moral. Resciso indireta. Coao por parte da empresa para que o trmino do pacto laboral com seus funcionrios ocorresse somente com a realizao de acordo simulado perante a Justia do Trabalho.(6 Turma. Relator o Exmo. Juiz Jos Cesrio Figueiredo Teixeira - Convocado. Processo n. 0087100-07.2008.5.04.0121 RO . Publicao em 24-06-11).....................................................25

2.14 Empregado pblico. Reajustes salariais. Lei Estadual n. 10.395/95. Aplicabilidade.(10 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Milton Varela Dutra. Processo n. 0098400-32.2009.5.04.0023 RO. Publicao em 20-06-11).....................................................26

2.15 Empregado pblico. Retorno jornada inicialmente contratada. Aplicao da Smula 473 do STF e da OJ 308 da SDI-I do TST.(8 Turma. Relator o Exmo. Juiz Wilson Carvalho Dias - Convocado. Processo n. 0001192-08.2010.5.04.0801 RO. Publicao em 17-06-11)....................................................26

2.16 Incompetncia da Justia do Trabalho. Ao civil pblica que visa decretao de nulidade de contrato administrativo firmado por rgo do Poder Pblico Estadual com base na Lei n. 8.666/93. Competncia da Justia Comum.(7 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Flavio Portinho Sirangelo. Processo n. 0222500-11.2008.5.04.0018 RO. Publicao em 24-06-11).....................................................26

2.17 Incompetncia material da Justia do Trabalho. Direito de regresso. Responsvel solidria. Interesse exclusivo de ressarcirmento da primeira contra a segunda reclamada, por valores despendidos na quitao de crditos trabalhistas.(8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Denis Marcelo de Lima Molarinho. Processo n. 0029800-32.2006.5.04.0841 AP. Publicao em 24-06-11)......................................................27

2.18 Indenizao. Penso mensal. Percepo em parcela nica. Possibilidade. Art. 950, pargrafo nico, do CCB.(10 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Fernando Luiz de Moura Cassal. Processo n. 0043400-23.2008.5.04.0301 RO RO. Publicao em 14-07-11)................................................27

2.19 Justa causa. Dispensa sob a alegao de que o trabalhador no estava utilizando EPI/EPC. Ausncia de prova robusta. 1. Dano moral. Reverso da despedida motivada que por si s no acarreta o direito indenizao.(6 Turma. Relator o Exmo. Juiz Jos Cesrio Figueiredo Teixeira - Convocado. Processo n. 0000538-33.2010.5.04.0021 RO. Publicao em 01-07-11)......................................................27

2.20 Mandado de segurana. Deciso que, em ao acidentria, decorrente de acidente de trnsito, na qual esto envolvidas outras pessoas, determinou a suspenso do feito at a apurao da responsabilidade perante o Juzo Cvel.(1 SDI. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Ins Cunha Dornelles. Processo n. 0001331-98.2011.5.04.0000 MS. Publicao em 27-06-11).....................................................27

2.21 Multa. Descumprimento de acordo. Situao em que a executada demonstrou o nimo de dar cumprimento ao ajuste. Cominao indevida.(9 Turma. Relator o Exmo. Juiz Ricardo Martins Costa - Convocado. Processo n. 0102500-53.2009.5.04.0662 AP. Publicao em 17-06-11)......................................................28

2.22 Parceria agrcola. 1. Resciso unilateral de contrato que vigorava por prazo indeterminado. Licitude. 2. Diferenas da indenizao pela resilio contratual, por inobservncia do prazo de aviso-prvio. Clculo pela mdia dos ltimos doze meses face a inexistncia de clusula nesse sentido.(6 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Cristina Schaan Ferreira. Processo n. 0055600-88.2008.5.04.0551 RO . Publicao em 17-06-11)....................................................28

2.23 Ponto eletrnico. Validade. Ausncia de assinatura nos relatrios. Registros variados e elastecidos. Manipulao de dados afastada.(7 Turma. Relator o Exmo. Juiz Marcelo Gonalves de Oliveira - Convocado. Processo n. 0000496-32.2010.5.04.0102 RO. Publicao em 14-07-11)......................................................28

2.24 Prescrio. Transcurso de tempo significativo para reclamar indenizao. Perda auditiva.(10 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Emlio Papalo Zin. Processo n. 0072000-42.2009.5.04.0811 RO. Publicao em 24-06-11)....................................................28

2.25 Relao de emprego mascarada por contrato de franquia.(8 Turma. Relator o Exmo. Juiz Wilson Carvalho Dias - Convocado. Processo n. 0192400-16.2007.5.04.0404 RO. Publicao em 18-07-11)......................................................29

2.26 Relao de emprego. Contrato de franquia. Configurao de vnculo.(9 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Cludio Antnio Cassou Barbosa. Processo n. 0000115-21.2010.5.04.0006 RO. Publicao em 17-06-11).....................................................29

2.27 Relao de emprego. Trabalhadores vinculados s copas de estdios de futebol. Liame jurdico com empresa que realiza a explorao do economato.(6 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Beatriz Renck. Processo n. 0056300-98.2009.5.04.0011 RO. Publicao em 20-06-11).....................................................29

2.28 Resciso indireta. Ausncia de depsitos de FGTS e de recolhimento de contribuies previdencirias. Valores que, em princpio, o trabalhador no dispe livremente. Falta grave do empregador no reconhecida.(8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Denis Marcelo de Lima Molarinho. Processo n. 0051000-16.2009.5.04.0122 RO. Publicao em 17-06-11).....................................................29

2.29 Responsabilidade subsidiria. Contrato de representao comercial. Aplicao do entendimento da Smula n. 331, IV, do TST.(9 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Carmen Gonzalez. Processo n. 0065800-44.2007.5.04.0017 RO. Publicao em 24-06-11).....................................................29

2.30 Responsabilidade. Alegao de existncia de grupo econmico familiar afastada. Hiptese em que o nico elo entre as empresas demandadas o parentesco de seus scios e administradores.(7 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Flavio Portinho Sirangelo. Processo n. 0056800-19.2008.5.04.0103 RO. Publicao em 24-06-11)......................................................30

2.31 Sentena. Ttulo constitutivo de hipoteca judiciria. Aplicao do art. 466 do CPC ao processo do trabalho, na forma do art. 769 da CLT.(8 Turma. Relatora a Exma. Juza Maria Madalena Telesca - Convocada. Processo n. 0129500-40.2009.5.04.0561 RO . Publicao em 08-07-11)....................................................30

2.32 Terceirizao. Empresa pblica federal. Tratamento isonmico. Aplicao analgica do artigo 12 da Lei n. 6.019/74.(10 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Denise Pacheco. Processo n. 0108400-84.2009.5.04.0381 RO. Publicao em 24-06-11).....................................................30

2.33

Uso da imagem. Anuncia tcita do empregado. Indenizao indevida.(8 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Ana Rosa Pereira Zago Sagrilo. Processo n. 0145700-29.2009.5.04.0010 RO. Publicao em 15-07-11).....................................................30 volta ao sumrio

3.1 Dano moral. Empregado vtima de assaltos mo armada no local e durante o horrio de trabalho, sendo agredido, sofrido leses corporais e alvejado por arma de fogo. Ausncia de adoo de medidas de segurana que configuram culpa da empresa. Indenizao devida.(Exma. Juza Rita de Cssia da R. Ado. Processo n. 0000791-19.2010.5.04.0733 Ao Trabalhista Rito Ordinrio. 3 Vara do Trabalho de Santa Cruz do Sul. Publicao em 05-08-11).........................................31

3.2

Litigncia de m-f do reclamante. Abuso do direito de petio. Inicial extensa, com aditamento e genricos pedidos, sobre matria comum nas reclamatrias trabalhistas, meramente especulativos ou condicionais, carecedores do mnimo fundamento ftico e jurdico. Expedio de ofcio OAB em razo da conduta do procurador da parte para as providncias que entender de direito.(Exma. Juza Inaj Oliveira de Borba. Processo n. 0000571-11.2010.5.04.0025 Ao Trabalhista Rito Ordinrio. 25 Vara do Trabalho de Porto Alegre. Publicao em 21-07-11)..............................................33

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Responsabilidade civil e violncia urbana: consideraes sobre a responsabilizao objetiva e solidria do estado por danos decorrentes de acidentes laborais diretamente vinculados insegurana pblicaFrancisco Milton Arajo Jnior e Ney Stany Morais Maranho.........................................................................36

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5.1 Conselho Nacional de Justia - CNJ (www.cnj.jus.br) TRT da 11. Regio implanta projeto piloto de gravao audiovisual de audinciasVeiculada em 09-08-11..........................................................................................................................68

5.2 Tribunal Superior do Trabalho TST (www.tst.jus.br) 5.2.1 TST reconhece atividades de empregado do Carrefour como bancriasVeiculada em 04-08-11.......................................................................................................................68

5.2.2 Indstria setor econmico com maior nmero de processos na JT em 2010Veiculada em 05-08-11........................................................................................................................69

5.2.3 Certido Negativa tema de reunio com diretores-geraisVeiculada em 11-08-11........................................................................................................................70

5.3 Tribunal Regional do Trabalho da 4 Regio TRT4R (www.trt4.jus.br) 5.3.1 Coleprecor: Sistema LexML possibilita unificar a jurisprudncia trabalhistaVeiculada em 09-08-11........................................................................................................................71

5.3.2 Coleprecor: TST projeta livro sobre a histria da Justia do TrabalhoVeiculada em 09-08-11 .......................................................................................................................71

5.3.3 Gestores tratam da implantao da Certido Negativa de Dbitos TrabalhistasVeiculada em 11-08-11.......................................................................................................................72

5.3.4 5.3.5

Justia do Trabalho inaugura Agncia de Notcias nesta segunda-feiraVeiculada em 15-08-11........................................................................................................................72

Justia do Trabalho gacha inicia implantao do processo eletrnicoVeiculada em 15-08-11.......................................................................................................................73 volta ao sumrio

SIABI - SISTEMA DE AUTOMAO DE BIBLIOTECAS Servio de Documentao e Pesquisa - Tribunal Regional do Trabalho da 4 Regio Documentos Catalogados no Perodo de 27/7/2011 a 09/8/2011 Ordenados por Autor............................................................................................................................76 volta ao sumrio

Prof. Adalberto J. Kaspary

Inexistir e outras palavras com o prefixo in........................................................................................85 volta ao sumrio

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:: Ano VII | Nmero 124 | 2 Quinzena de Agosto de 2011 ::

1.1 Acidente do trabalho. Trabalhador assassinado por desconhecido na via pblica. Fato de terceiro. Indenizaes por danos morais e materiais indevidas.(8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Denis Marcelo de Lima Molarinho. Processo n. 011380010.2009.5.04.0404 RO. Publicao em 28-06-11)

EMENTA: RECURSO ORDINRIO DA R. ACIDENTE DO TRABALHO. TRABALHADOR ASSASSINADO POR DESCONHECIDO, NA VIA PBLICA. FATO DE TERCEIRO. Acidente do trabalho (assassinato do trabalhador, por disparos efetuados por desconhecido, em frente a estabelecimento comercial) ocasionado por fato de terceiro. Caracterizada excludente de nexo causal, elemento indispensvel configurao da responsabilidade civil. Inexistncia do dever de reparar os danos materiais e morais Recurso provido, no tpico.

[...] ISTO POSTO: ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. A sentena, reconhecendo a responsabilidade da r pelo acidente que vitimou o trabalhador, defere a) indenizao por danos materiais primeira autora, no valor de R$ 41.500,00 (quarenta e um mil e quinhentos reais); e b) indenizao por danos morais s duas primeiras autoras, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para cada uma. A r recorre, alegando no poder ser responsabilizada pelo fato de o trabalhador ter de permanecer na aduana aguardando liberao (responsabilidade do Governo Federal), ou pelo fato de o trabalhador ter sido atingido por disparos de arma de fogo em lugar que no era seguro, enquanto estava jogando sinuca (culpa exclusiva da vtima). Traz jurisprudncia. Postula a reduo dos valores arbitrados como reparao dos danos morais, bem como compensao dos danos materiais com os valores recebidos pelas autoras como prmio de seguro de vida. Com razo. A inicial narra que o de cujus foi contratado pela r em 1/12/1993, para a funo de motorista de carreta. Em 18/11/2008, por volta de 22h30min, na localidade de Uruguaiana/RS, enquanto aguardava liberao alfandegria para prosseguir viagem at Ponta Grossa/PR, foi atingido por disparo efetuado por motociclista que passava defronte ao estabelecimento em que se encontrava, vindo a falecer. A defesa no nega a ocorrncia dos fatos. Adota, no entanto, a tese de culpa exclusiva do autor, alegando que o de cujus estava dentro do bar, no por determinao da R, e sim por seu livre arbtrio. Afirma demonstrado no ter concorrido por omisso ou ao culposa para o falecimento do trabalhador. Conclui que, ausente culpa, descabe a pretenso indenizatria. A sentena entende haver responsabilidade objetiva da r, diante na natureza da atividade explorada, no flagrando a presena de culpa exclusiva do trabalhador, caso fortuito ou fora maior, ou fato de terceiro. Colhem-se da fundamentao argumentos que conduziram a tal deciso:9

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:: Ano VII | Nmero 124 | 2 Quinzena de Agosto de 2011 ::

Com efeito, a prova testemunhal uniforme no sentido de que o local em que os motoristas ficavam aguardando a liberao da documentao referente carga pela Aduana no seguro. A primeira testemunha ouvida a convite da demandada declarou que o local do acidente no seguro; que na regio onde ocorreu o acidente no h nenhum lugar seguro (fl. 429). Ademais, os depoimentos colhidos informam que a liberao da carga na Aduana demora, em mdia, cinco dias perodo em que o motorista deve permanecer na Aduana, pois caso seja necessrio manobrar o veculo, isso feito pelo prprio motorista e que no h local para se alimentar dentro da Aduana (fl. 430). Portanto os motoristas tinham que transitar em local perigoso, nas proximidades da Aduana, para se alimentar. No obstante, a demandada no tomou nenhuma providncia no sentido de proporcionar aos motoristas local e/ou forma para que fizessem suas refeies com segurana, sobretudo considerando o tempo de espera que, como se disse, era de cinco dias, em mdia, podendo ser bem superior a isso, conforme relatado pelas testemunhas. A regra geral em matria de responsabilidade civil, tal como tratada pelo Cdigo Civil, a chamada "responsabilidade subjetiva". Desse modo, so elementos da responsabilidade civil o dano, o nexo causal entre este e ato omissivo ou comissivo do alegado causador e a existncia de dolo ou culpa deste, que estar caracterizada nas hipteses de negligncia ou imprudncia. Tambm o abuso de direito caracteriza ato ilcito, gerando direito indenizao (arts. 186, 187 e 927, caput, do Cdigo Civil). A evoluo doutrinria e jurisprudencial da matria, a partir de novas situaes que necessitaram ser tuteladas por esta rea do direito civil, trouxe alteraes legislativas, notadamente o art. 37, 6, da Constituio da Repblica ("responsabilidade objetiva" dos prestadores de servios pblicos, que prescinde de culpa) e o art. 12 da Lei n 8.078/90 Cdigo de Defesa do Consumidor (responsabilidade objetiva dos fabricantes e revendedores por danos causados por defeitos no produto ou falhas na prestao do servio). Nessa esteira, o art. 927, pargrafo nico, do Cdigo Civil, passou a dispor que "haver obrigao de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem", alterando o sistema de responsabilidade civil a ponto de autorizar a anlise, caso a caso, da possibilidade de o chamado "risco da atividade" obrigar o causador de dano a repar-lo, mesmo que no haja demonstrao de culpa. No caso, a prova demonstra ter o autor sido alvejado por disparos efetuados por indivduo que andava na carona de um motociclista. Segundo se infere de declaraes prestadas por testemunhas do ocorrido no inqurito policial (fls. 390/393), os tiros teriam sido disparados da rua contra um estabelecimento comercial (Bar Pousada da Rose), no qual se encontrava o autor, visitando a proprietria, sua conhecida (segundo relato na fl. 391, o autor era cliente do estabelecimento havia seis anos). Porm, no h como imputar responsabilidade civil r, pois a situao verificada nos autos configura a excludente do nexo causal denominada fato de terceiro, assim considerada qualquer pessoa que no tem nenhuma ligao com a vtima e o causador aparente do dano.10

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Leciona Sergio Cavalieri Filho que [...] o fato de terceiro, segundo a opinio dominante, equipara-se ao caso fortuito ou fora maior, por ser uma causa estranha conduta do agente aparente, imprevisvel e inevitvel. Em hiptese como a dos autos, o fato de terceiro caracterizado pelos tiros disparados a esmo pelo assassino corresponde a caso fortuito, assim entendido o evento imprevisvel e, por isso, inevitvel. Esclarece, ainda, o mesmo doutrinador: Entende-se por imprevisibilidade, conforme j assinalado (item 8.8), a imprevisibilidade especfica, relativa a um fato concreto, e no a genrica ou abstrata de que podero ocorrer assaltos, acidentes, atropelamentos etc., porque se assim no for tudo passar a ser previsvel (in Programa de Responsabilidade Civil, 6. ed.. So Paulo: Malheiros, 2005. p. 91). No mesmo sentido vem decidindo esta Turma julgadora, conforme demonstram as seguintes ementas: INDENIZAO POR DANOS MORAIS. ARRASTO EM VIA PBLICA. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO EMPREGADOR NOCONFIGURADA. Inexiste responsabilidade do empregador pelos danos decorrentes de arrasto modalidade de assalto ocorrido em via pblica, local em que a reclamante trabalhava, pois se trata de caso fortuito, derivado de ato de terceiro, de extrema violncia, imprevisvel, e contra o qual existe pouca (ou nenhuma) defesa, diante da surpresa empregada na ao. Segurana como dever do Estado, no podendo ser repassado de forma integral ao ente privado, que no pode prever quando eventos como esse iro ocorrer. Dever de indenizar que no se reconhece. Recurso da r provido, para absolv-la da condenao. (Proc. 0204700-02.2006.5.04.0030, 8 T, Relatora Desembargadora Ana Rosa Pereira Zago Sagrilo, julgado em 16 de junho de 2009) INDENIZAES DECORRENTES DE ASSALTO A VECULO DE TRANSPORTE COLETIVO. AUSNCIA DE RISCO INTRNSECO ATIVIDADE E DE CULPA DA EMPREGADORA. Entendimento de que o risco necessrio responsabilizao objetiva prevista no art. 927, pargrafo nico, do CC deve ser intrnseco atividade desenvolvida pela empresa, o que no se verifica, em relao aos assaltos, no transporte coletivo de passageiros, experimentando essas empresas o mesmo nus da falta de segurana que aflige os comerciantes e os cidados em geral. Precedentes da Turma. Caso dos autos em que tambm no demonstrada a concorrncia de culpa da empregadora para a supervenincia dos assaltos ou para o agravamento das consequncias (CF, art. 7, XXVIII). Mantida a sentena quanto ao indeferimento das pretenses indenizatrias formuladas. (Proc. 0069300-

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32.2009.5.04.0411, Relator Juiz Convocado Wilson Carvalho Dias, julgado em 14 de abril de 2011). Desse modo, embora caracterizado o dano, no se impe r o dever de reparao, considerando que o caso fortuito exclui o nexo de causalidade, elemento indispensvel para a caracterizao da responsabilidade civil. Alm disso, importa mencionar indcios da existncia de outro elemento excludente da responsabilidade de indenizar do empregador, a culpa exclusiva do empregado. No caso, o autor j havia feito sua refeio em lancheria prxima ao local do crime, e escolheu voluntariamente ir ao Bar Pousada da Rose (alegadamente um ponto de encontro de garotas de programa, localizado em local perigoso), jogar sinuca e cumprimentar a proprietria. Sobre esse fato conclusivo o depoimento da primeira testemunha da r, Czar L. R., que acompanhava o de cujus nessa ocasio (fls. 428): ... que o depoente estava presente no dia do acidente com o autor; ... que o autor convidou o depoente e Jair para sair, pois ainda no tinha jantado; que o autor insistiu para que o depoente e Jair o acompanhassem, por companhia e no por motivos de segurana; que saram da aduana e h cerca de 40 ou 50 metros do porto de sada o autor fez um lanche; que Jair disse que no gostava muito de ir no local, devido ao horrio e por ser perigoso; que o depoente convidou o autor para retornar para o caminho, na aduana; que o autor negou o convite e disse que queria cumprimentar a proprietria de um bar/pousada, pois era sua amiga. (destacou-se). Assim, ausentes os pressupostos relativos ao dever de indenizar, decorrente da inexistncia de responsabilidade civil do empregador, d-se provimento ao recurso para excluir da condenao as indenizaes por danos materiais e morais. [...] Denis Marcelo de Lima Molarinho Relator

1.2 Contrato de estgio. Diferenas de bolsa-auxlio. Piso normativo da categoria dos bancrios. Aplicabilidade.(7 Turma. Relator o Exmo. Juiz Marcelo Gonalves de Oliveira Convocado. Processo n. 000134222.2010.5.04.0014 RO. Publicao em 09-06-11)

EMENTA: CONTRATO DE ESTGIO. PISO NORMATIVO DA CATEGORIA DOS BANCRIOS. APLICABILIDADE. Os contratos de estgio firmados entre o estagirio, a instituio de ensino e a parte concedente so regidos pela lei n 11.788/08, uma lei especfica, mas isso no impede a concesso de outros direitos aos estagirios por meio de norma coletiva firmada pelo sindicato12

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representante da unidade concedente. Ademais, no h incompatibilidade entre a lei n 11.788/08 e as clusulas segunda e terceira das convenes coletivas da categoria dos bancrios, que estabelecem pisos normativos inclusive para os estagirios. Recurso do reclamado no provido.

[...] ISTO POSTO: O reclamado requer ser absolvido do pagamento de diferenas de bolsa-auxlio. Afirma que as normas coletivas no podem ser aplicadas as estagirios, pois estes possuem jornada de trabalho de 120 horas mensais, enquanto que o piso normativo se refere a 180 horas mensais. Tambm diz que as normas coletivas dos bancrios no podem ser aplicadas aos estagirios. Nas contra-razes, o reclamante afirma que a tese relativa jornada de trabalho de 120 horas mensais, ao invs de 180, inovatria, no podendo ser conhecida. A sentena condenou o reclamado ao pagamento de diferenas relativas aos valores pagos ao reclamante a ttulo de bolsa-estgio e os valores previstos nas normas coletivas para o pessoal de escritrio, devendo ser considerado para os primeiros 90 dias de estgio o piso remuneratrio previsto para o salrio de ingresso. A magistrada que a prolatou entendeu que, em que pese de forma ordinria no se aplicarem aos estagirios as normas coletivas atinentes categoria profissional, no caso, h expressa previso dos valores a serem pagos aos estagirios, assegurando a estes a mesma remunerao dos empregados bancrios, no tocante aos valores de ingresso e de trabalho superior a 90 dias. As leis especficas afastam a aplicao de outros dispositivos do ordenamento jurdico se expressarem essa inaplicabilidade ou se com eles forem incompatveis. E, no caso dos particulares, no impedem que as partes envolvidas no negcio jurdico estabeleam direitos e obrigaes diversos dos previstos na legislao especfica, desde que no sejam proibidos por qualquer lei. Nesse sentido, os contratos de estgio firmados entre o estagirio, a instituio de ensino e a parte concedente so regidos pela lei n 11.788/08, mas isso no impede a concesso de outros direitos aos estagirios por meio de norma coletiva firmada pelo sindicato representante da unidade concedente. Assim, no h amparo legal para o afastamento da incidncia no contrato de estgio em questo das clusulas segunda e terceira das convenes coletivas, que dispem o seguinte (fls. 13, 33/34 e 55/56): Clusula segunda salrio de ingresso pargrafo primeiro: Na contratao de estagirio sem vnculo empregatcio, como admitido em Lei, ser observado o salrio de ingresso estabelecido nesta clusula, na proporo das horas de sua jornada de trabalho. Clusula terceira salrio aps 90 dias da admisso pargrafo terceiro: As regras desta clusula aplicam-se igualmente aos estagirios sem vnculo empregatcio. Alis, no h sequer incompatibilidade entre as disposies normativas e a lei n 11.788/08, pois o art. 12 dessa lei dispe que o estagirio poder receber bolsa ou outra forma de13

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contraprestao que venha a ser acordada, conferindo respaldo negociao coletiva e deixando claro que a bolsa-auxlio paga aos estagirios tem o carter de contraprestao pelos servios, assim como o tem a remunerao dos bancrios, refutando qualquer alegao no sentido de que os valores pagos a ambos no podem ser os mesmos por serem parcelas de naturezas absolutamente diversas. Destaca-se que a tese recursal do reclamado de que no existem diferenas porque os pagamentos eram realizados considerando que a jornada de trabalho efetivamente cumprida pelo estagirio era inferior a 180 horas mensais inovatria, como dito pelo reclamante nas contrarazes, no podendo ser conhecida neste momento processual. Mesmo assim, as provas dos autos evidenciam que o reclamado sequer observou o piso salarial dos bancrios de forma proporcional jornada de 120 horas mensais cumprida pelo estagirio. A conveno coletiva que vigorou de 01/09/2009 a 31/08/2010 estabeleceu como piso salarial para o pessoal de escritrio o valor de R$ 1074,46 para 180 horas mensais, pelo que o reclamante deveria ter recebido R$ 716,30 de forma proporcional, mas recebeu R$ 645,66. Portanto, devendo as convenes coletivas serem observadas no caso em tela e sendo constata a existncia de diferenas em favor do reclamante, no h motivos para a reforma da sentena. Nega-se provimento ao recurso. [] Marcelo Gonalves de Oliveira Relator

1.3 Reintegrao afastada. Empregado pblico. Perda do cargo ou funo pblica. 1. Competncia material da Justia do Trabalho. 2. Pena privativa de liberdade superior a quatro anos. Prtica de crime comum. Efeitos da condenao.(9 Turma. Relator o Exmo. Juiz Ricardo Martins Costa - Convocado. Processo n. 0000594-98.2010.5.04.0851 RO. Publicao em 17-06-11)

EMENTA: RECURSO ORDINRIO DO RECLAMANTE. EMPREGADO PBLICO QUE PRATICOU CRIME COMUM. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE SUPERIOR A QUATRO ANOS. PERDA DO CARGO OU FUNO PBLICA. EFEITO DA CONDENAO. Hiptese em que perda da funo pblica efeito da condenao penal, tendo ficado expressamente declarada na deciso, com fundamento no art. 92, inciso I, alnea b, do Cdigo Penal. Inexistindo fato extintivo da punibilidade da perda de funo pblica imposta, incabvel a reintegrao pleiteada.

ISTO POSTO:

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1. Competncia material. O Ministrio Pblico, no parecer das fls. 143-145, suscita questo de ordem, arguindo incompetncia material da Justia do Trabalho para processar e julgar a presente demanda, entendendo que a orientao sedimentada no mbito do Supremo Tribunal Federal de que qualquer que seja a hiptese de prestao de trabalho aos entes pblicos, a formao contratual ter sempre natureza administrativa, ainda que tenha regramento pela Consolidao das Leis do Trabalho. Por conseguinte, com base na norma do art. 113, caput e 2, do CPC, entende deva ser, preliminarmente, declarada a nulidade da sentena recorrida, face incompetncia da Justia do Trabalho para processar e julgar a causa, e determinada a remessa dos autos Justia Comum Estadual. Com a devida vnia manifestao do Ministrio Pblico, entendo que no esse o alcance das decises do STF. Com efeito, o Supremo entendeu que os processos cuja apreciao no cabe Justia do Trabalho so aqueles em que se discute a legalidade de nomeaes para o exerccio de cargos em comisso e de contrataes temporrias de excepcional interesse pblico, no se estendendo queles processos movidos por servidores contratados pelo regime da CLT. O servidor cuja vinculao com a administrao pblica se d pelo regime jurdico da CLT, ainda que se possa cogitar de inicial dvida quanto ao seu regime jurdico, face a indcios de que houve transformao da natureza jurdica do vnculo mantido com o ente pblico, foi contratado como empregado, e, sendo de emprego a relao jurdica, a competncia para julgar aes que visem a discuti-la da Justia do Trabalho, conforme a regra do artigo 114, inc. I, da Constituio da Repblica. Rejeito a arguio do Ministrio Pblico.

2. Reintegrao. Sustenta o recorrente que a sentena, fl. 127, reconhece sua condio de empregado, no entanto, sem distinguir empregado de servidor pblico estatutrio, acata determinao de perda da funo pblica, atinente apenas a servidores pblicos. Entende que, no caso de empregado estvel, por fora do disposto no art. 19 da ADCT da CRFB, este somente poder ser removido da funo aps regular inqurito para apurar a falta alegada, conforme preconizado nos arts. 493, 494 e 853 da CLT, sendo nula a despedida como implementada. Entende que qualquer equvoco ou determinao lanada em sentena judicial criminal no atinge o empregado estvel, dirigindo-se esta somente ao servidor pblico estatutrio, o que no o seu caso, por ser empregado contratado pelo regime da CLT. O recurso no provido. Trata-se de empregado contratado pelo Municpio em 1981, regido pela CLT, mas que adquiriu estabilidade no emprego por fora do disposto no Art. 19 dos ADCT da Constituio da Repblica. Porm, o servidor foi condenado em sentena penal a uma pena privativa de liberdade superior a 04 anos de recluso, pelo crime de trfico de drogas, e, como pena acessria, da perda da funo pblica por ele ocupada, com fundamento no art. 92, inciso I, alnea b, do Cdigo Penal. No cabe perquirir sobre a distino entre empregado pblico e servidor pblico, porquanto o referido dispositivo estabelece, como efeitos da condenao: a perda de cargo, funo pblica ou mandato eletivo, sendo que a certido fl. 12 deixa claro que o recorrente ocupava o cargo15

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de Operrio Padro 1, Classe D, do Quadro de Cargos de Provimento Efetivo, lotado na Secretaria Municipal de Servios Urbanos de SantAna do Livramento. Trata-se, pois de servidor pblico exercente de funo pblica, enquadrando-se no conceito abrangido pela regra penal, ou seja, independente de exercer cargo ou funo pblica, era servidor pblico e a perda da funo pblica efeito da condenao, como ficou expressamente declarada na sentena. Ademais, o pargrafo nico do art. 93 do mesmo diploma legal dispe, in verbis: A reabilitao poder, tambm, atingir os efeitos da condenao, previstos no art. 92 deste Cdigo, vedada reintegrao na situao anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo (grifei). A hiptese no pode ser analisada to-somente luz do direito administrativo ou do direito trabalhista, pois envolve prtica de crime, tipificado no Cdigo Penal, cuja condenao, neste caso, com trnsito em julgado, gera efeitos nas demais esferas jurdicas. No se sustenta a alegao de que a demisso do reclamante deveria ser precedida de inqurito judicial, porquanto j submetido este ao devido processo legal, onde assegurada sua mais ampla defesa. Assim, tendo ocorrido o trnsito em julgado de sentena penal condenatria, que decreta a perda da funo pblica que o autor exercia no Municpio, este apenas cumpriu a ordem emanada da referida deciso. Ademais, a perda de cargo ou funo pblica, como efeito da sentena condenatria, no se confunde com a pena restritiva de direito prevista no art. 47, I, do Cdigo Penal, que interdio temporria do exerccio do cargo ou funo pblica ou de mandato eletivo. Repiso, ainda, que, consoante os arts. 92 e 93 do Cdigo Penal mesmo aps sua reabilitao, o condenado no poder exercer a mesma funo ou o mesmo cargo perdido em razo da condenao. Incabvel, portanto, a reintegrao do autor na funo pblica que exercia, ao tempo em que praticou o crime. Inexiste, no caso, fato extintivo da punibilidade da perda de funo pblica imposta ao ora recorrente e tampouco regra legal que determine o retorno ao exerccio do direito perdido. Nego provimento ao recurso, mantendo-se a r. sentena por seus prprios fundamentos. [] Ricardo Martins Costa Relator

1.4 Nulidade. Ato administrativo. Decadncia. Anulao de ascenso de cargo afastada. ECT. Aplicao do art. 54 da Lei n. 9.784/1999. Violao aos arts. 5o, LV e 7, VI da CF/88, alm de desrespeito garantia da irredutibilidade salarial. Antecipao dos efeitos da tutela concedida.(6 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Ins Cunha Dornelles. Processo n. 000026812.2010.5.04.0020 RO. Publicao em 20-06-11)

EMENTA: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELGRAFOS. Anulao pela empresa pblica de ascenso de cargo. A despeito de no observados os ditames do art. 37, II, da16

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Constituio Federal, decaiu a administrao do direito de anular o ato administrativo. Aplicao do Art. 54 da Lei n. 9.784/1999. Precedentes do STF. Ademais, no restou demonstrado que o procedimento administrativo tenha oportunizado empregada o contraditrio e a ampla defesa, configurando-se, tambm, violao ao artigo 5o, LV, da Constituio Federal, alm de desrespeito garantia da irredutibilidade salarial (art. 7o, VI da mesma Carta). Recurso provido.

[...] ISTO POSTO: DA NULIDADE DA SUPRESSO DAS ASCENSES SALARIAIS E DAS ALTERAES DA REFERNCIA SALARIAL E DO CARGO O Juzo entendeu nula a ascenso funcional para o cargo de Tcnico Postal Jnior concedida autora em 01/02/95 e progresses posteriores dentro da carreira, em face da ilegalidade da investidura no emprego pblico, procedida sem concurso pblico, indeferindo o pedido postulado na letra a da inicial. Entendeu, tambm, no configurada a prescrio ou decadncia para a decretao da nulidade do ato pela administrao pblica. Nestes termos a deciso atacada: De acordo com a ficha funcional da parte autora (fls. 90/93), verifico que ingressou na carreira em 16/02/78 no cargo de Balconista; tendo havido ascenso funcional do cargo de Executante Operacional (JR) para o cargo de Tcnico Postal Jnior em 01/02/95 e anulao da referida ascenso em 01/01/2008, por determinao do Tribunal de Contas da Unio. O documento das fls. 103/105 descreve as funes atinentes ao cargos de Executante Operacional, bem como os requisitos mnimos para recrutamento, como sendo escolaridade de 1o grau completo e curso de Executante Operacional ou e Manipulante ou de Execuo SERCA. O documento das fls. 113/115 descreve as tarefas relativas ao cargo de Tcnico Postal, bem como seus requisitos mnimos de escolaridade, como sendo 2o grau completo e um ano de efetivo exerccio no cargo de Supervisor Postal I, alm do curso de Tcnico Postal. O documento da fl. 119 aponta os requisitos para provimento da carreira de Tcnico Operacional, cargo ocupado pela parte autora antes da anulao da ascenso funcional. O cargo de Tcnico Operacional Jnior exige 2o grau completo e curso de Tcnico Operacional Nvel I; o Tcnico Operacional Pleno exige a mesma escolaridade, tempo de permanncia no nvel anterior e curso de Tcnico Operacional II. Pela documentao juntada, resta demonstrado que a autora ingressou na reclamada em um determinado cargo, para o qual era exigido apenas 1o grau completo de escolaridade e foi guindada a cargo de carreira diferente, de nvel superior, para o qual era exigido 2o grau completo. Tal forma de investidura em emprego pblico inconstitucional e vedada pelo ordenamento jurdico ptrio. absolutamente

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A reclamada como empresa pblica federal, integrante de administrao pblica, submete-se aos princpios bsicos da legalidade, moralidade, impessoalidade, razoabilidade, publicidade e eficincia. Especificamente, quanto observncia do princpio da legalidade, est o administrador pblico obrigado ao estrito cumprimento da Lei, em toda a sua atividade funcional, sob pena de incorrer em prtica de ano nulo e sujeitar-se responsabilidade disciplinar, civil e criminal. (...) Dispe o art. 37 da CF/88: A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte: I os cargos, empregos e funes pblicas so acessveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; II - a investidura em cargo ou emprego pblico depende de aprovao prvia em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeaes para cargo em comisso declarado em lei de livre nomeao e exonerao; (grifei) No caso dos autos, a ascenso funcional da autora tratou-se de espcie de investidura em emprego pblico, a qual somente poderia ter ocorrido mediante concurso pblico, em observncia ao princpio da isonomia, para que todos, no somente os j empregados da r, tivessem acesso ao cargo em igualdade de condies. No possvel haver acessibilidade a cargo ou emprego pblico, em desrespeito ao princpio da isonomia. A investidura em novo cargo, como procedido em 1995, se deu em desrespeito ao princpio da legalidade, pela inobservncia do art. 37, II da CF e da isonomia, ao estabelecer como requisito para provimento, a ocupao de emprego pblico anterior junto r. No caso dos autos, a parte autora no concorreu em igualdade de condies, mas apenas ascendeu ao cargo pelo preenchimento dos requisitos profissionais e de escolaridade exigidos para o mesmo. (...) Por tal razo, a ascenso funcional concedida parte autora em 1995 nula de pleno direito, uma vez que praticada em flagrante desrespeito ao art. 37 da CF e, como tal, no produz qualquer efeito entre as partes, uma vez que no h direito adquirido contra texto expresso de lei. desta forma, que o ato administrativo eivado de vcio, tal como no caso dos autos, pode ser declarado nulo a qualquer tempo, seja pela prpria Administrao Pblica ou pelo Judicirio. No caso dos autos a r tornou nula a ilegal ascenso funcional concedida em 1995 aps determinao do Tribunal de Contas da Unio contida no Acrdo cuja cpia consta dos autos nas fls. 150/151. (...) . Por fim, admitindo-se a existncia de prazo prescricional ou decadencial, para a decretao do ato nulo, pela aplicao da Lei 9.784/99, tal no teria decorrido. A ascenso funcional ilegal ocorreu em 01/02/95. A representao junto ao TCU objetivando a revogao e anulao de ato18

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administrativo, data de 1998, sendo que o processo em que exarado o acrdo determinado a anulao, foi tombado sob o n. 000.891/1998-3, como se v do documento da fl. 131. Nesta data, quando foi exercido o direito de anular o ato, ainda no havia decorrido o prazo de 5 anos da data da concesso da ascenso funcional parte autora. De acordo como o 2o do art. 54 da Lei 9.784/99: 2o Considera-se exerccio do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnao validade do ato. exatamente este o caso da representao levada efeito em 1998, requerendo a anulao das ascenses funcionais ao ser detectado que ocorreram em desacordo com a Constituio Federal de 88, como se v nas fls. 131/133 dos autos. Logo, no h falar em decadncia ou prescrio. Desta forma, sendo nulo o ato administrativo que concedeu a ascenso funcional em 1995, so nulas, por sua vez, todas as progresses posteriores dentro desta carreira, sendo correto o retorno da autora ao cargo anterior, para o qual foi investida. No h falar em infringncia aos artigos 5o, XXXVI e 7o, VI da CF e 468 da CLT. A recorrente argumenta que a anulao da ascenso concedida h mais de 10 anos tratou-se de alterao unilateral e prejudicial (com reduo de salrio), sendo vedada pelo art. 468 da CLT. Aponta violao ao art. 7o, inciso VI (irredutibilidade salarial), ao art. 5o, incisos XXXVI (direito adquirido e ato jurdico perfeito) e LV (contraditrio e ampla defesa) da Carta Constitucional. Sustenta, tambm, que a recorrida no poderia anular o ato administrativo que concedeu as mencionadas ascenses, uma vez que decaiu do direito de anulao, pois passados mais de 05 anos da data da ocorrncia do aludido ato. Invoca o art. 54 da Lei n. 9.784/99. Argumenta que ainda que o TCU tenha determinado, em junho/1998, a inspeo na ECT para verificao de eventuais ilegalidades, a antijuridicidade dos atos de concesso de ascenses s veio a ser declarada em fevereiro/2004. Transcreve jurisprudncia do STF sobre a matria. Com efeito, o julgamento pelo Tribunal de Contas na Tomada de Contas n. 000.891/1998-3 (v. fl. 131/151), que determinou ECT, com base no art. 37, 2o, da Constituio Federal, que proceda anulao dos atos que implementarem as ascenses funcionais verificadas nesta entidade, que se consumaram posteriormente data de 23/4/1993 (item 9.6 fls. 150/151) ocorreu em fevereiro de 2004, sendo, outrossim, incontroverso que a anulao da ascenso da demandante ao cargo de Tcnico Postal Junior foi procedida pela r somente em janeiro de 2008 (defesa, fl. 74 e ficha funcional, fl. 90). O Supremo Tribunal Federal no Mandado de Segurana n. 26.393-DF (julgado em 29/10/2009) j se pronunciou exatamente sobre esta deciso do Tribunal de Contas na Tomada de Contas n. 000.891/1998-3, sendo oportuno transcrever a ementa: MANDADO DE SEGURANA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO. ANULAO DE ASCENSES FUNCIONAIS CONCEDIDAS AOS EMPREGADOS DA ECT. DECADNCIA DO DIREITO DE REVER A LEGALIDADE DAS ASCENSES. NECESSIDADE DE AS PARTES ATINGIDAS PELO ATO COATOR INTEGRAREM A LIDE. 1. Decadncia do direito de a Administrao Pblica rever a legalidade dos atos de ascenso funcional dos empregados da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos - ECT, praticados entre 1993 e 1995 (Art. 54 da Lei n. 9.784/1999). 2. Direito ao contraditrio e ampla defesa a ser garantido aos19

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beneficirios de atos administrativos inerentes sua condio funcional para a validade de decises do Tribunal de Contas da Unio que importem em sua anulao ou revogao. Smula Vinculante n. 3. Precedentes. 3. Mandado de segurana concedido. No que pertine decadncia, o acrdo proferido no referido MS fundamenta nos seguintes termos: Embora o Tribunal de Contas da Unio tenha determinado, em 10.6.1998, que sua 9a Secretaria de Controle Externo realizasse inspeo naquela empresa pblica, a fim de apurar eventuais ilegalidades nas ascenses funcionais (Deciso n. 353/1998, fls. 329-340), incontroverso que a antijuridicidade daqueles atos somente veio a ser declarado em 11.2.2004 (Acrdo n. 108/2004, fls. 305-328), quando j transcorrido mais de uma dcada da prtica dos atos de ascenso funcional. O art. 54 da Lei n 9.784/99 dispe: Art. 54 - O direito da Administrao de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os destinatrios decai em cinco anos, contados da data em que praticados, salvo comprovada m-f. Foroso reconhecer, portanto, que o lapso temporal entre a prtica dos atos de ascenso em foco e a deciso do Tribunal de Contas da Unio que determinou Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos ECT que os anulasse superou, em muito, o prazo estabelecido no art. 54 da Lei n. 9.784/1999, o que impe o reconhecimento da decadncia do direito da Administrao de rev-los. Neste sentido, igualmente, decidiu a Suprema Corte no MS-26406/DF: ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANA. SERVIDOR PBLICO. ECT EMPRESA BRASLEIRA DE CORREIOS E TELGRAFOS. ASCENSO FUNCIONAL SEM CONCURSO PBLICO. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIO. ANULAO. DECURSO DE TEMPO. IMPOSSIBILIDADE. Na linha dos precedentes firmados pela Corte, em particular no MS 26.560, rel. min. Cezar Peluso, DJE de 22.02.2008, 'no pode o Tribunal de Contas da Unio, sob fundamento ou pretexto algum, anular ascenso funcional de servidor operada e aprovada h mais de 5 (cinco) anos, sobretudo em procedimento que lhe no assegura o contraditrio e a ampla defesa. Ordem concedida. (Tribunal Pleno, Relator: Min. Joaquim Barbosa; julgado em 01/07/2008). Alis, so inmeras as decises do STF proferidas neste mesmo sentido. Neste passo, j tendo transcorrido mais de cinco anos entre a ascenso da autora ao cargo de Tcnico Postal Junior (01/02/1995) e a anulao do aludido ato administrativo pela ECT (janeiro de 2008), na trilha do entendimento do STF, decaiu a empregadora do direito de proceder anulao da referida ascenso (art. 54 da Lei n. 9.784/99). Ademais, no restou demonstrado que o procedimento administrativo tenha oportunizado reclamante o contraditrio e a ampla defesa,20

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configurando-se, tambm, violao ao artigo 5o, LV, da Constituio Federal, alm de desrespeito garantia da irredutibilidade salarial (art. 7o, VI da mesma Carta). Vlido, portanto, o enquadramento da autora no cargo de Tcnico Postal Junior em 01/02/95 e progresses posteriores (Tcnico Operacional Junior RS 19 em 01/12/95 e Tcnico Operacional Pleno RS 29 em 01/09/2004 ficha funcional, fl. 90), declarando-se a nulidade das referidas supresses, assegurado o enquadramento no PCCS/2008 no cargo equivalente, asseguradas tambm as progresses posteriores, nos termos do referido plano. Devidas, em consequncia, as diferenas salariais da decorrentes, a partir de janeiro de 2008, em parcelas vencidas e vincendas, com reflexos em adicional por tempo de servio, 13o salrios, frias e FGTS. DA ANTECIPAO DOS EFEITOS DA TUTELA Ainda que pequena a reduo de salrio em janeiro de 2008 (em dezembro/2007 o salrio base era de R$ 1.590,34 e em janeiro/2008 de R$ 1502,49, fls. 94 e 96), a presena dos requisitos legais autoriza a concesso da medida pleiteada. Defere-se a antecipao dos efeitos da tutela de mrito, apenas em relao s parcelas vincendas, presente o disposto na Lei n. 9494/97. [...] Maria Ins Cunha Dornelles Relatora

1.5 Relao de emprego. Prestao de servios contbeis e fiscais. Contrato celebrado sem vnculo de emprego por condio imposta pelo prprio trabalhador. No configurao de vnculo.(10 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Milton Varela Dutra. Processo n. 0001195-29.2010.5.04.0003 RO. Publicao em 14-07-11)

EMENTA: PRESTAO DE SERVIOS CONTBEIS E FISCAIS. CONTRATO CELEBRADO SEM VNCULO DE EMPREGO POR CONDIO IMPOSTA PELO TRABALHADOR QUALIFICADO. VNCULO DE EMPREGO. INEXISTNCIA. A prestao de servios tcnico-cientficos ofertada por trabalhador qualificado com graduao superior sob pessoal e expressa condio de s-lo sem vnculo de emprego, impede que assim se o declare em ao proposta contra o tomador. Princpios de tica, morais e de justia que se sobrepem ao contrato realidade e ao carter tutelar do direito do trabalho. [...] ISTO POSTO: Est corretamente decidida a lide. incontroverso que o recorrente foi contratado para a prestao de servios de contabilidade nas reas contbil, fiscal e de recursos humanos da r, limitando-se o recurso questo da natureza da relao mantida entre as partes, se de emprego ou de trabalho autnomo. por demais conhecida a magistral lio de Mario de La Cueva, citado por Amrico Pl Rodrigues, cunhando o princpio da primazia da realidade, segundo o qual o contrato de trabalho 21

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um contrato realidade, erigindo-se do comportamento permissivo ou de agir das partes contratantes, como bem fundamentado na deciso recorrida. No caso dos autos, considerado isso, estritamente, imperioso concluir que a relao mantida pelas partes foi de emprego, trabalho prestado por trabalhador pessoa fsica, mediante contraprestao pecuniria, em prprios e com acervos da tomadora e com incontroversa pessoalidade (o trabalho era prestado exclusivamente pelo recorrente). Isso no obstante, o contedo dos e-mails juntados aos autos, notadamente o juntado fl. 150 (confessado autntico pelo recorrente em depoimento pessoal), no permite que assim se conclua e decida a lide entre as partes. Como expresso o referido documento, o recorrente ofertou trabalho autnomo, sendo categrico e repetitivo na afirmao de que a relao se daria sem vnculo de emprego. absolutamente irrefutvel a pretenso do recorrente de preservao da sua liberdade e autodeterminao, o que se denota no s disso como tambm da sua qualificao e das inmeras atividades autnomas que arrolou no e-mail enviado recorrente como reforo de argumento celebrao do contrato entre as partes nas condies propostas (e-mail juntado s fls. 152/153). Tambm comungo com o entendimento doutrinrio no sentido de que o contrato de trabalho se estabelece mesmo contra a vontade das partes. Tampouco ignoro o sagrado princpio da irrenunciabilidade dos direitos laborais pelo trabalhador, a taxar de nula toda e qualquer avena tendente a impedir ou fraudar direitos laborais (CLT, art. 9). Isso no obstante, ante a realidade emoldurada nestes autos, no vejo como, frente qualificao profissional e formao cultural do recorrente expressas no currculo juntado s fls. 144/145 e frente aos expressos termos do email em que delineadas as condies do contrato de prestao de servios, se possa pensar tenha sido o recorrente ludibriado em direitos e na vontade provadamente e confessadamente manifestada. sagrado e digno de todas as foras de defesa o princpio tutelar do direito do trabalho, dada a desigualdade manifesta e insupervel das partes na relao capitalXtrabalho, meio nico de equilbrio jurdico entre os atores da produo. Tal princpio, contudo, notadamente o da primazia da realidade antes referido, aqui, imperiosamente, por questo de tica, de valores e de justia, cede espao manifesta inteno das partes contratantes, plenamente demonstrada no processo, impedindo que se conceba empregado o recorrente nas condies em que props e foi ajustada a prestao de servio. Pretenso que assim trazida a Juzo tangencia a m-f. Importante registrar que a alegao contida na petio inicial, de promessa da r em anotar a CTPS no encontra respaldo em nenhum elemento de prova contido nos autos, bem assim que a totalidade das alegaes produzidas na manifestao posterior defesa da r (fls. 182/185), absolutamente inovatria ante os estritos termos da petio inicial. Nego provimento. [] Milton Varela Dutra Relator

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2.1. EMENTA: AO ANULATRIA. LEILO. IMVEL DIVISVEL. INTIMAO DOS CONDMINOS. DESNECESSIDADE. Tratando-se de imvel cuja propriedade exercida em condomnio, a intimao dos condminos, em caso de venda judicial de frao do bem, s necessria se ele for indivisvel. Interpretao do artigo 504 do Cdigo Civil. Caso em que foi alienada judicialmente frao de imvel situada dentro de um todo maior, tendo os prprios condminos-autores reconhecido se tratar de imvel divisvel. Situao de fato h muito consolidada, tendo o valor da arrematao sido levantado pelo credor. (9 Turma. Relator o Exmo. Juiz Ricardo Martins Costa - Convocado. Processo n. 05.2009.5.04.0203 RO. Publicao em 17-06-11) 0138000-

2.2 EMENTA: AO CAUTELAR. DESCONTO NA MENSALIDADE ESCOLAR. MANUTENO. Demonstrado que o requerente possui dependente que goza de desconto na mensalidade escolar junto instituio de ensino requerida, por fora da relao de emprego e de disposio normativa, cabvel assegurar a reduo no valor da mensalidade escolar mesmo diante da discusso em torno da existncia ou no da garantia provisria de emprego decorrente de acidente de trabalho, porque se trata de mera antecipao de tutela. (6 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Cristina Schaan Ferreira. Processo n. 000204043.2010.5.04.0203 RO. Publicao em 18-07-11)

2.3 EMENTA: AO CIVIL PBLICA. RECURSO DO MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO. DANOS MORAIS COLETIVOS. OCORRNCIA. INDENIZAO DEVIDA. Os danos morais coletivos tm lastro no disposto na Lei n. 7.347/85, nas aes de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados a qualquer interesse difuso ou coletivo, conforme art. 1, inciso VI. Verificado o dano moral coletivo, passvel de indenizao pecuniria, diante da constatao de atitude antijurdica da empresa, consistente em leso de direito/ofensa ao patrimnio imaterial da coletividade examinada, ao deixar de emitir as Comunicaes de Acidente do Trabalho em todos casos em que os empregados da unidade do call center se apresentam com quadro doentio em razo de LER/DORT. Desrespeito obrigao legal, reiteradamente, que resulta em ofensa coletividade de trabalhadores e enseja o reconhecimento de direito indenizao pecuniria. Recurso do Ministrio Pblico do Trabalho provido. (6 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Ins Cunha Dornelles. Processo n. 006020029.2008.5.04.0010 RO. Publicao em 27-06-11)

2.4 EMENTA: AO DE COBRANA. IMVEL RURAL EXPLORADO SOB ARRENDAMENTO. CONTRIBUIO SINDICAL RURAL. INEXISTNCIA DE EXPLORAO RURAL PELO PROPRIETRIO. NUS DO ARRENDATRIO. INDEVIDA. A contribuio sindical rural, na consonncia do art. 1 do Decreto-Lei 1.166/71 tem como fato gerador a explorao econmica da propriedade. Sendo assim, em face de imvel rural explorado sob arrendamento, a contribuio sindical rural devida e s pode ser exigida do arrendatrio, no respondendo por seu cumprimento o proprietrio do imvel.23

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(10 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Milton Varela Dutra. Processo n. 51.2010.5.04.0851 RO. Publicao em 07-07-11)

0000720-

2.5 EMENTA: AO DE CONSIGNAO EM PAGAMENTO. RECONVENO. CABIMENTO. cabvel reconveno em ao de consignao em pagamento quando existente conexo entre esta e a ao principal, caracterizada pela discusso acerca da justa causa para o trmino do contrato de trabalho. (9 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Cludio Antnio Cassou Barbosa. Processo n. 000006009.2011.5.04.0403 RO. Publicao em 15-07-11)

2.6 EMENTA: [...] PLUS SALARIAL. ACMULO DE FUNES. VENDEDOR. As tarefas de habilitar celulares vendidos a clientes, de cobrar clientes inadimplentes, de descarregar caminhes e de manter limpo e organizado o local de trabalho esto inseridas no feixe de atribuies da funo de vendedor. Prova documental que aponta nesse sentido. Ausncia de quadro de pessoal organizado em carreira. Na forma do pargrafo nico do art. 456 da CLT, entende-se que a reclamante estava obrigada a prestar todos os servios compatveis com a sua condio pessoal. Provimento negado. (8 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Ana Rosa Pereira Zago Sagrilo. Processo n. 0228700-37.2009.5.04.0232 RO. Publicao em 17-06-11)

2.7 EMENTA: AGRAVO DE PETIO DA PROCURADORA DO EXEQUENTE. HONORRIOS ADVOCATCIOS. ACORDO CELEBRADO PERANTE O JUZO CVEL. Em que pese o acordo firmado pela procuradora do exequente e outro advogado, nos autos de ao de interdito proibitrio ajuizada perante o Juzo cvel, obrigue somente as partes daquela ao, o estabelecimento conjunto de que as partes peticionariam nesta Justia Especializada postulando a expedio de alvars individuais em favor de cada litigante determina que o expediente de liberao de alvars, relativos verba honorria, tramite na Justia do Trabalho. Agravo de petio provido. (7 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria da Graa Ribeiro Centeno. Processo n. 0030800-63.2006.5.04.0131 AP. Publicao em 30-06-11)

2.8 EMENTA: AGRAVO DE PETIO. CONTRATO DE COMPRA E VENDA VERBAL. PROVA TESTEMUNHAL. Havendo prova da realizao de contrato de compra e venda verbal, ainda que exclusivamente por meio de testemunhas, cabvel o reconhecimento da validade do negcio jurdico. Agravo de petio interposto pelo terceiro-embargado a que se nega provimento. (9 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Joo Alfredo Borges Antunes de Miranda. Processo n. 0028300-63.2008.5.04.0451 AP. Publicao em 20-06-11)

2.9 EMENTA: AGRAVO DE PETIO. DEVEDOR POSSUIDOR DE VECULO. CONTRATO DE COMODATO. O contrato de comodato, a exemplo de outros negcios jurdicos, vlido e eficaz entre as partes desde o momento de sua formao. Contudo, seus efeitos s atingiro terceiros se seu teor for publicizado por meio de registro pblico.24

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(8 Turma. Relatora a Exma. Juza Maria Madalena Telesca - Convocada. Processo n. 49.2008.5.04.0761 AP. Publicao em 08-07-11)

1050800-

2.10 EMENTA: CEF. DISPENSA DA FUNO COMISSIONADA. SUSPENSO DO CONTRATO DE TRABALHO. nula a dispensa da funo comissionada durante o perodo de gozo de auxliodoena, pois ilcita qualquer alterao contratual lesiva ao empregado durante o perodo de suspenso contratual. Incidncia dos artigos 468 e 476, ambos da CLT. (9 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Joo Alfredo Borges Antunes de Miranda. Processo n. 0082400-21.2008.5.04.0013 RO. Publicao em 10-06-11)

2.11 EMENTA: ATLETA PROFISSIONAL. DIREITO DE ARENA. NATUREZA DA VANTAGEM. REPERCUSSES. O Direito de Arena trata-se de prerrogativa que as entidades esportivas possuem de ceder aos meios de comunicao, a ttulo gratuito ou oneroso, a imagem coletiva de sua equipe profissional quando da participao em eventos esportivos. Assim, eventual resultado econmico da cesso das imagens pela entidade esportiva no tem por escopo remunerar o desempenho individual de cada atleta no exerccio de sua atividade profissional (o que demandaria o reconhecimento da natureza salarial da verba). Tal como ocorre com o direito de imagem individual de cada atleta, o Direito de Arena possui natureza indenizatria, porquanto vinculado divulgao da imagem coletiva da equipe esportiva. Repercusses indevidas. (10 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora 72.2009.5.04.0022 RO. Publicao em 12-07-11) Denise Pacheco. Processo n. 0056500-

2.12 EMENTA: CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS. EMPREGADO DOMSTICO. O empregador domstico contribui de maneira diferenciada para a Previdncia Social, cabendo tosomente o recolhimento da cota parte do empregador (12%) e a do empregado, no havendo falar em tributao previdenciria, especialmente em SAT e contribuies de terceiros. Nega-se provimento ao agravo de petio da Unio. (9 Turma. Relator o Exmo. Juiz Maral Henri dos Santos Figueiredo - Convocado. Processo n. 0057600-45.2009.5.04.0351 AP. Publicao em 07-07-11)

2.13 EMENTA: RECURSO DO RECLAMADO. RESCISO INDIRETA. DANOS MORAIS. Comprovado nos autos que a empresa coagia seus funcionrios para que o trmino do pacto laboral ocorresse somente com a realizao de acordo simulado perante a Justia do Trabalho, deve ser reconhecida a hiptese de resciso indireta, na modalidade de dispensa sem justa causa. Ainda, devido o pagamento de indenizao por danos morais, diante da ocorrncia de ato ilcito e dano esfera ntima do trabalhador, por ter claramente perpetrado abuso de direito, diante da hipossuficincia do empregado, que subordinado empresa, dependendo dos valores por ela alcanados para a sua subsistncia. Negado provimento ao recurso. [...] (6 Turma. Relator o Exmo. Juiz Jos Cesrio Figueiredo Teixeira 0087100-07.2008.5.04.0121 RO . Publicao em 24-06-11) - Convocado. Processo n.

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2.14 EMENTA: LEI ESTADUAL 10.395/95. REAJUSTES SALARIAIS. EMPREGADO PBLICO CELETISTA. APLICABILIDADE. A aplicao da Lei Estadual 10.395/95 abrange todos os servidores do Estado do Rio Grande do Sul, em sentido amplo, inclusive, portanto, os empregados pblicos celetistas, considerando o teor do art. 20, que estende os efeitos da lei aos servidores autrquicos, aos extranumerrios, aos contratados, aos inativos e pensionistas respectivos e s penses especiais e vitalcias, deixando de alcanar somente os servidores do DEPRC, porque expressamente excetuados na lei. O s fato de existirem normas coletivas disciplinando a situao dos empregados da FASE no afasta a estes a aplicao da referida lei. (10 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Milton Varela Dutra. Processo n. 32.2009.5.04.0023 RO. Publicao em 20-06-11) 0098400-

2.15 EMENTA: EMPREGADA PBLICA. RETORNO JORNADA DE TRABALHO INICIALMENTE CONTRATADA. Correta a determinao do Municpio recorrente para que a reclamante retome o cumprimento da jornada de trabalho para a qual foi contratada mediante concurso pblico, em respeito ao princpio constitucional da legalidade, sem que tal implique em violao ao art. 468 da CLT. Aplicao da Smula 473 do STF e da OJ 308 da SDI-I do TST. Recurso do Municpio reclamado provido. (8 Turma. Relator o Exmo. Juiz Wilson Carvalho Dias - Convocado. Processo n. 000119208.2010.5.04.0801 RO. Publicao em 17-06-11)

2.16 EMENTA: INCOMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO. AO CIVIL PBLICA MOVIDA PELO MINISTRIO PBLICO DO TRABALHO, QUE OBJETIVA DECRETAO DE NULIDADE DE CONTRATO ADMINISTRATIVO FIRMADO POR RGO DO PODER PBLICO ESTADUAL COM BASE NA LEI 8.666/93. PRETENSO DE QUE SE DETERMINE AO ESTADOMEMBRO QUE SE ABSTENHA DE ADMITIR OU MANTER TRABALHADORES PARA A REALIZAO DOS SERVIOS DE INFORMTICA DA ASSEMBLIA LEGISLATIVA DO ESTADO SEM OBSERVNCIA DO ART. 37, INCISOS II, V E IX DA CF. Compete Justia Comum o julgamento de demanda que tem como escopo a anulao de contratos administrativos firmados por rgo pblico estadual para a prestao de servios, em decorrncia de alegao de afronta ao art. 37, incisos II, V e IX da Constituio da Repblica. Observncia interpretao dada pelo Supremo Tribunal Federal ao inciso I, do art. 114 da CF, na Medida Cautelar da Ao Direta de Inconstitucionalidade 3.395/DF e Reclamao 5965/AM-MC, a qual aborda, especificamente, a competncia para julgamento de questes envolvendo nulidade de contrato administrativo realizado nos moldes da Lei 8.666/93. Se a interpretao dada pelo Supremo Tribunal Federal ao inciso I, do art. 114 da CF, proclama a incompetncia da Justia do Trabalho para a apreciao de causas entre o Poder Pblico e os servidores a ele vinculados por relao de ordem estatutria ou de carter jurdico-administrativo, assentando-se que nem mesmo as contrataes temporrias para suprir os servios pblicos esto no mbito da competncia trabalhista, com mais razo foroso reconhecer que no se insere tambm na esfera de competncia jurisdicional trabalhista o julgamento de questo envolvendo a nulidade de contrato administrativo realizado por meio de licitao para a prestao de servios, Lei 8.666/93, terceirizao. Mantida a sentena que, declarando a incompetncia material desta Justia Especializada para conhecer da ao, determinou a remessa dos autos Justia Comum Estadual.

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(7 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Flavio Portinho Sirangelo. Processo n. 022250011.2008.5.04.0018 RO. Publicao em 24-06-11)

2.17 EMENTA: INCOMPETNCIA MATERIAL DA JUSTIA DO TRABALHO. DIREITO DE REGRESSO. RESPONSVEL SOLIDRIA. Hiptese em que a execuo prossegue no interesse exclusivo da primeira reclamada de ressarcir-se contra a segunda reclamada, coobrigada, pelos valores despendidos na quitao dos crditos do reclamante, em tpica ao regressiva. Impe-se declarar, de ofcio, a incompetncia material da Justia do Trabalho, esta legitimada para conhecer basicamente das aes decorrentes das relaes de trabalho (art. 114 da CF), dentre as quais no se encontram os litgios entre empregadores, de cunho eminentemente civil. Execuo extinta. (8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Denis Marcelo de Lima Molarinho. Processo n. 0029800-32.2006.5.04.0841 AP. Publicao em 24-06-11)

2.18 EMENTA: PENSO MENSAL. PARCELA NICA. APLICABILIDADE DO ARTIGO 950, PARGRAFO NICO, DO CDIGO CIVIL. Cabe vtima escolher entre o recebimento da penso mensalmente ou em parcela nica, podendo ser indeferida a segunda opo, caso haja risco de resultar inviabilizada a atividade econmica da empresa. (10 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Fernando Luiz de Moura Cassal. Processo n. 004340023.2008.5.04.0301 RO RO. Publicao em 14-07-11)

2.19 EMENTA: JUSTA CAUSA. Conquanto louvvel a preocupao da reclamada com a integridade fsica dos seus empregados, no pode ser chancelada a dispensa por justa causa sob alegao de que o trabalhador no estava utilizando EPI/EPC, quando ausente prova robusta a respeito. No servem como tal as declaraes do fiscal e do prprio reclamante no confirmadas em juzo. Recuso da reclamada a que se nega provimento, mantendo-se a deciso condenatria exarada na origem. DANO MORAL. A mera dispensa por justa causa, ainda que revertida em juzo, no enseja por si s a indenizao por dano moral, uma vez no demonstrada a agresso a direitos de personalidade do reclamante. [...] (6 Turma. Relator o Exmo. Juiz Jos Cesrio Figueiredo Teixeira 0000538-33.2010.5.04.0021 RO. Publicao em 01-07-11) - Convocado. Processo n.

2.20 EMENTA: MANDADO DE SEGURANA. AO DE ACIDENTE DO TRABALHO. ACIDENTE DE TRNSITO. DECISO QUE DETERMINA A SUSPENSO DO FEITO. No se afigura ilegal ou abusiva a deciso que, em ao acidentria, decorrente de acidente de trnsito- que envolveu outras pessoas- determinou a suspenso do feito, at a apurao da responsabilidade perante o Juzo Cvel. Ainda que presente a ideia da responsabilidade objetiva, adotada por parte da jurisprudncia, a ordem de suspenso do processo atenta para a soluo til da lide, j que evita possveis de nulidades reconhecidas em fase posterior. (1 SDI. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Ins Cunha Dornelles. Processo n. 98.2011.5.04.0000 MS. Publicao em 27-06-11) 0001331-

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2.21 EMENTA: MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE ACORDO. INDEVIDA. Caso em que a executada agiu com nimo de dar cumprimento ao acordo no prazo ajustado, pois ela agendou a transferncia do valor para a conta da procuradora do exequente na data correta, porm, por erro induzido pela falta do dgito verificador do nmero dessa conta na ata de audincia em que foi entabulado o acordo, o banco estornou o depsito, tendo a obrigao sido cumprida imediatamente aps a cincia da r quanto ao fato. Mantida a sentena que afasta a incidncia da multa. (9 Turma. Relator o Exmo. Juiz Ricardo Martins Costa - Convocado. Processo n. 53.2009.5.04.0662 AP. Publicao em 17-06-11) 0102500-

2.22 EMENTA: INDENIZAO POR PERDAS E DANOS E LUCROS CESSANTES. CONTRATO DE PARCERIA AVCOLA. A resciso unilateral pela r do contrato de parceria avcola mantido com os autores, que vigorava por prazo indeterminado, no configura ato ilcito ensejador das indenizaes pleiteadas a ttulo de perdas e danos, lucros cessantes e danos morais. DIFERENAS DA INDENIZAO PELA RESILIO CONTRATUAL. Valor da indenizao referente resilio unilateral do contrato de parceria avcola fixada pelo juzo de origem correspondente mdia dos valores pagos nos ltimos doze meses contratuais - pela inobservncia do prazo de aviso-prvio, que se afigura razovel, face inexistncia de determinao contratual especfica. (6 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Maria Cristina Schaan Ferreira. Processo n. 0055600-88.2008.5.04.0551 RO . Publicao em 17-06-11)

2.23 EMENTA: [...] PONTO ELETRNICO. AUSNCIA DE ASSINATURA NOS RELATRIOS DE PONTO. VALIDADE. A legislao obriga a adoo de registros de horrio, art. 74, 2., da CLT, caso a empresa tenha mais de dez empregados, mas no se trata de requisito do registro de ponto a assinatura do empregado. Mesmo a mais recente Portaria do Ministrio do Trabalho, a de n. 1510/2009, que trata dos registros de ponto eletrnicos, no exige impresso mensal dos registros com assinatura do empregado, mas sim dispositivo que permita a impresso de registro disposio do trabalhador. Considerando que os registros de horrio refletem registros bem variados e elastecidos, no guarda qualquer sentido entender pela existncia de manipulao daqueles. (7 Turma. Relator o Exmo. Juiz Marcelo Gonalves de Oliveira - Convocado. Processo n. 000049632.2010.5.04.0102 RO. Publicao em 14-07-11)

2.24 EMENTA: PRESCRIO. PERDA AUDITIVA. TRANSCURSO DE TEMPO SIGNIFICATIVO PARA RECLAMAR INDENIZAO. Considerando-se as disposies contidas nos arts. 206, 3, e 2.028 do CPC, o princpio da razoabilidade, bem como a peculiaridade desta ao, em que o empregado aposentado por tempo de servio desde 1995, vem reclamar indenizao quando transcorridos mais de quatorze anos entre a data do afastamento e o ingresso da ao, conclui-se que o prazo da cincia da perda auditiva no supera os mais de sete anos contados do seu afastamento (31/03/1995) e a vigncia do novo Cdigo Civil (11/01/2003), estando prescrita a ao. (10 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Emlio Papalo Zin. Processo n. 42.2009.5.04.0811 RO. Publicao em 24-06-11) 0072000-

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2.25 EMENTA: RECURSO ORDINRIO DA RECLAMADA. RELAO DE EMPREGO MASCARADA POR CONTRATO DE FRANQUIA. Caso em que a prova dos autos evidencia que a reclamante prestava servios ao grupo econmico reclamado, na rea de venda de seguros, por meio de contrato de franquia que visava, unicamente, mascarar a relao de emprego havida entre as partes, j que presentes os requisitos dos art. 2 e 3 da CLT. Recurso das reclamadas desprovido no aspecto. (8 Turma. Relator o Exmo. Juiz Wilson Carvalho Dias 16.2007.5.04.0404 RO. Publicao em 18-07-11) - Convocado. Processo n. 0192400-

2.26 EMENTA: VNCULO DE EMPREGO. CONTRATO DE FRANQUIA. A existncia de contrato de franquia no impede o reconhecimento de vnculo de emprego do trabalhador com a tomadorafranqueadora quando presentes os requisitos do art. 3 da CLT (9 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Cludio Antnio Cassou Barbosa. Processo n. 000011521.2010.5.04.0006 RO. Publicao em 17-06-11)

2.27 EMENTA: RELAO DE EMPREGO. TRABALHADORES VINCULADOS S COPAS DE ESTDIO DE FUTEBOL. Havendo contrato entre a entidade esportiva e empresa terceirizada com o fito de explorar a venda de bebidas e lanches em todos os pontos de venda localizados dentro do estdio, os trabalhadores arregimentados para a execuo de tais atividades pela contratada figuram como empregados desta, tendo em vista que sua atuao est sujeita a controle direto e labor subordinado. (6 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora 98.2009.5.04.0011 RO. Publicao em 20-06-11) Beatriz Renck. Processo n. 0056300-

2.28 EMENTA: RECURSO ORDINRIO DA RECLAMADA. RESCISO INDIRETA DO CONTRATO. AUSNCIA DE DEPSITOS DE FGTS E DE RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS. A ausncia de depsitos de FGTS durante o contrato, bem como o no recolhimento de contribuies previdencirias, no se mostra suficiente a autorizar o reconhecimento da existncia de falta grave pelo empregador, por no se tratarem, em princpio, de valores que o trabalhador possa dispor livremente. Hiptese em que inexistente comprovao de qualquer prejuzo, direto e imediato, do reclamante com a ausncia de tais recolhimentos, no se reconhece a resciso do contrato por culpa da reclamada, a teor do art. 483, d, da CLT. Recurso parcialmente provido, no aspecto. (8 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Denis Marcelo de Lima Molarinho. Processo n. 0051000-16.2009.5.04.0122 RO. Publicao em 17-06-11)

2.29 EMENTA: RESPONSABILIDADE SUBSIDIRIA. CONTRATO DE REPRESENTAO COMERCIAL. A tomadora que se beneficia diretamente dos servios prestados por meio de contrato de representao comercial, consistentes na venda de seus produtos, responde subsidiariamente pelas obrigaes trabalhistas da empresa representante perante a trabalhadora, no caso de inadimplemento. Contrato de representao comercial entre as empresas que no afasta a responsabilidade subsidiria e a aplicao do entendimento da Smula 331, IV, do TST.29

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(9 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Carmen Gonzalez. Processo n. 44.2007.5.04.0017 RO. Publicao em 24-06-11)

0065800-

2.30 EMENTA: RESPONSABILIDADE DAS RECLAMADAS. ALEGAO DE EXISTNCIA DE GRUPO ECONMICO FAMILIAR. Caso em que o autor, embora tenha prestado servios apenas para a 1 reclamada, pretende a responsabilizao solidria, ou subsidiria, da 2 demandada, argindo a existncia de um grupo econmico familiar. Inexistncia, todavia, dos elementos indicados na doutrina para a caracterizao do grupo econmico, tais como a integrao interempresarial ou a coordenao em face de atividades econmicas das duas empresas. Hiptese em que o nico elo entre as empresas demandadas o parentesco de seus scios e administradores. Por outro lado, as rs no possuem empregados em comum, tm sedes distintas, no compartilham maquinrio, no realizam negcios juntas e no possuem qualquer relao de hierarquia ou coordenao entre as empresas. Portanto, no havendo prova da existncia de grupo econmico e no tendo a 2 r se beneficiado da mo-de-obra do autor, no h fundamento jurdico para responsabiliz-la pelos crditos trabalhistas deferidos no presente feito. Recurso no-provido, no aspecto. [...] (7 Turma. Relator o Exmo. Desembargador Flavio Portinho Sirangelo. Processo n. 005680019.2008.5.04.0103 RO. Publicao em 24-06-11)

2.31 EMENTA: HIPOTECA JUDICIRIA. A previso do artigo 466 do CPC aplicvel ao processo do trabalho, na forma do artigo 769 da CLT, j que no h norma processual trabalhista que lhe seja incompatvel. A sentena condenatria vale como ttulo constitutivo de hipoteca judiciria, competindo ao juiz determinar a sua respectiva inscrio. Recurso da reclamada no provido. (8 Turma. Relatora a Exma. Juza Maria Madalena Telesca - Convocada. Processo n. 40.2009.5.04.0561 RO . Publicao em 08-07-11) 0129500-

2.32 EMENTA: TERCEIRIZAO. EMPRESA PBLICA FEDERAL. TRATAMENTO ISONMICO. APLICAO ANALGICA DO ARTIGO 12 DA LEI N 6.019/74. Flagrada a terceirizao dos servios, mediante a execuo das mesmas atividades desenvolvidas pelos empregados formalmente contratados pela tomadora, empresa pblica federal, tem direito o trabalhador ao tratamento salarial isonmico. Aplicao analgica do artigo 12 da Lei 6.019/74 e da recente OJ 383 da SDI-I do TST. (10 Turma. Relatora a Exma. Desembargadora Denise Pacheco. Processo n. 010840084.2009.5.04.0381 RO. Publicao em 24-06-11) 2.33 EMENTA: USO DA IMAGEM. ANUNCIA TCITA DO EMPREGADO. O consentimento do empregado, ainda que tcito, para a captao e a divulgao de sua imagem afasta o direito ao recebimento de indenizao do empregador, notadamente se no evidenciada qualquer mcula ao seu patrimnio moral. Apelo no-provido. Desembargadora Ana Rosa Pereira Zago Sagrilo. Processo n. Publicao em 15-07-11) 0145700-29.2009.5.04.0010 RO.

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3.1 Dano moral. Empregado vtima de assaltos mo armada no local e durante o horrio de trabalho, sendo agredido, sofrido leses corporais e alvejado por arma de fogo. Ausncia de adoo de medidas de segurana que configuram culpa da empresa. Indenizao devida.(Exma. Juza Rita de Cssia da Rocha Ado. Processo n. 0000791-19.2010.5.04.0733 Ao Trabalhista - Rito Ordinrio. 3 Vara do Trabalho de Santa Cruz do Sul. Publicao em 05-08-11)

[...] MRITO Indenizao por dano moral Expe o reclamante que trabalhava para a reclamada no atendimento ao pblico, em jornada noturna, ou seja, em horrio em que o local era bastante visado por ladres, tanto que foi vtima de cinco assaltos, tendo sido agredido e sofrido leses corporais, sendo, inclusive, alvejado por arma de fogo. Alega que, desde tais assaltos, no mais conseguiu trabalhar normalmente, pois convivia diariamente com o temor de novamente ser vtima de assaltantes. Enfatiza que depois do primeiro evento danoso insistentemente solicitou a instalao de algum sistema de segurana ou vigilncia no local, no que no foi atendido, de forma que ficou exposto ao perigo constante, durante toda a contratualidade. Relata que sempre temeu pela sua integridade fsica e moral, tanto que por diversas oportunidades ainda solicitou a troca do seu turno, para trabalhar durante o perodo do dia, o que lhe foi negado pela reclamada, mesmo ela sabendo dos eventos ocorridos e que estes geraram instabilidade emocional e que, inclusive, haviam lhe trazido srios problemas de ordem familiar. Explica que, aps os incidentes, vem enfrentando medo, tristeza e humilhao, o que est desestabilizando a sua sade psquica e desencadeando processo depressivo. Defende que, caso a reclamada tivesse lhe oferecido proteo e segurana, certamente no teria desenvolvido depresso e o trauma no teria sido agravado. Postula, em razo da inrcia da reclamada em lhe proteger ante os vrios assaltos ocorridos, indenizao pelos danos morais causados. Na audincia (ata fl. 182), a reclamada admitiu os roubos e furtos ocorridos, conforme as ocorrncias policiais juntadas pelo autor nas fls. 166-75, bem como a inexistncia de cmeras de segurana ou vigilncia no local de trabalho. Pela anlise das mencionadas ocorrncias verifico que os assaltos ocorreram nas datas de 13.05.2006, 22.09.2006, 20.10.2006, 29.03.2009 e 18.04.2009, sendo que quatro deles ocorreram na presena do autor, sendo e em todos ameaado com revlver. No resta dvida de que o autor teve danos psicolgicos pelos armada de que foi vtima no seu local de trabalho. Em casos de assaltos pela sua quantidade e gravidade, dispensvel a comprovao do presumvel, tanto aquele sentido no ato dos delitos, assim como aquele surge aps. inmeros assaltos mo do tipo sofridos pelo autor, dano moral, pois este sentido com o trauma que

Isto posto, inequvoco que o autor foi vtima de assaltos em seu posto de trabalho e pacfico o dano psicolgico da resultante, cumpre investigar se houve culpa da reclamada nos eventos. Isto porque, para a procedncia do pedido de reparao de dano moral imprescindvel que reste31

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demonstrada a culpa ainda que leve ou decorrente de omisso - daquele que se pretende responsabilizar. certo que a segurana pblica incumbncia do Estado, por fora do artigo 144 da Constituio da Repblica. Todavia, tambm certo que dever do empregador zelar pela incolumidade fsica e mental dos seus empregados. Incumbe, pois, ao empregador adotar todas as diligncias capazes de evitar a ocorrncia de danos aos seus trabalhadores. Por extenso, incumbe a ele considerar todas as condies de trabalho ou aspectos no local de trabalho que razoalvelmente possam ser tidas como hbeis a causar danos sade ou a integridade fsica do trabalhador e tomar as providncias para evit-las. No caso, em face do dever do empregador acima citado, entendo caracterizada a culpa da r. Veja-se que a reclamada escolheu explorar atividade notoriamente propensa a sofrer aes delituosas (venda de bebidas noite em um depsito, com a presena de apenas um empregado no local). Como conseqncia de sua escolha, a reclamada sujeitou o autor a um nvel de insegurana maior do que o enfrentado pelo cidado comum. E, mesmo diante de tal situao, no tomou medidas com o objetivo de proteger o seu trabalhador, medidas que, embora no eliminando o risco, fossem capazes de servir ostensivamente como um elemento dissuasrio da ao criminosa de terceiros. Como bem apontado na inicial, no tomou a r medidas de segurana, como, por exemplo, de instalar cmeras de segurana ou colocar vigilncia no local. A deciso abaixo transcrita, proferida em situao anloga, corro-bora o entendimento acima adotado: ASSALTO A BANCO - AUSNCIA DE ADOO DE MECANISMOS MNIMOS DE SEGURANA - DANO MORAL EXISTENTE - Para afastar a responsabilidade patrimonial, no se pode admitir a alegao de que assaltos acontecem e, muitas vezes, no podem ser evitados. De fato, no se espera fossem criados mecanismos infalveis, uma vez que o homem falha e, de outro lado, a mente criminosa si mostrar-se criativa para burlar os obstculos opostos, mas de se exigirem cautelas razoveis, como a contratao de vigilantes, instalao de sistemas de alarme e portas giratrias com sensores, sem o que, no h dvida, impende reconhecer a negligncia do Banco, para atribuir-lhe culpa pelo sofrimento e trauma a que se submeteram seus empregados, durante um assalto armado. (TRT3 R. RO 00900200502403003 - 8T. - Rel. Juiz Denise Alves Horta - DJMG 11.02.2006) Evidenciada, pois, a negligncia por omisso da empregadora e, em decorrncia, configurada sua culpa, impe-se o dever de reparar o dano experimentado pelo autor em razo da situao de violncia vivida no local e durante o horrio de trabalho. Quanto ao montante da indenizao, entendo exagerado o valor pleiteado, o que geraria enriquecimento ilcito, repudiado pela ordem jurdica ptria. Ademais, no se pode olvidar, como j referido alhures, que o Estado o responsvel mor pela segurana pblica. Defiro o pedido, fixando a indenizao em R$ 7.495,00, valor equivalente a 5 vezes a maior remunerao percebida pelo reclamante durante o contrato, consignada no documento da fl. 14932

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(1.499,17), com incidncia de juros a contar da data do ajuizamento da demanda e correo monetria a partir da publicao da sentena. [] Rita de Cssia da Rocha Ado Juza do Trabalho

3.2 Litigncia de m-f do reclamante. Abuso do direito de petio. Inicial extensa, com