revista dos pneus no 25 abril 2014 ano vii

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REVISTA DOS PNEUS Alinhamento de direções Serviço inevitável Pneus OTR e Florestais Revista Independente de Pneumáticos e Serviços Rápidos www.revistadospneus.com Nº 25 O Abril 2014 O Ano VII O 5 Euros ///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////// Serviço Conhecer Técnica Empresa Dossier O mercado dos Pneus Florestais e OTR vive numa outra dimensão Qualidade Terminologia dos pneus Amortecedores Componentes de segurança Kühne+Nagel Fiabilidade e rapidez

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REVISTA DOS

PNEUSAlinhamentode direções

Serviçoinevitável

Pneus OTR e Florestais

Revista Independente de Pneumáticos e Serviços Rápidos

www.revistadospneus.com

Nº 25 Abril 2014 Ano VII 5 Euros

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Conhecer Técnica Empresa

Dossier

O mercado dos Pneus Florestais e OTR vive numa outra dimensão

Qualidade

Terminologia dos pneus

AmortecedoresComponentesde segurança

Kühne+NagelFiabilidadee rapidez

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Pneus Florestais e OTRDossier

Quando se ausculta o estado de saúde do mercado dos Pneus Florestais e OTR (Off the Road Tyres) entra-se numa outra di-

mensão. Não apenas, claro está, devido ao real tamanho dos pneus face aos que “rolam” no segmento de turismo. Mas tam-bém pelas especificidades desta área de negócio, na qual não contam os quilóme-tros que um pneu consegue fazer, mas sim as horas de trabalho que uma substancial “quantidade de borracha” representa.

Antes de mais, convém não colocar tudo numa única definição. Dentro dos Pneus Florestais, destinados, como o nome su-gere, a máquinas que laboram na floresta, podemos distinguir duas categorias: os Pneus Agroflorestais, utilizados na agri-cultura e que também permitem algu-mas investidas (contidas) na floresta; e os Pneus Florestais (digamos, puros…), a que recorrem as empresas que atuam na área da silvicultura e que são obrigadas, pela natureza das suas funções, a cortar árvores e a carregá-las em situações de grande dificuldade, como seja, por cima de troncos partidos, nos modelos Tim-berjack.

Em relação aos Pneus Agroflorestais, as

vendas nacionais são bastante superiores. E a tendência, com o regresso de muito portugueses aos campos, será mesmo para aumentarem. Números relativos a 2013 apontam para cerca de 6.000 pneus desta categoria comercializados no nosso país. Mas a um preço inferior. Em termos médios, um Pneu Agroflorestal custará ao importador (que depois fará a revenda) entre €300 e €400. Já os Pneus Florestais vendem-se a uma escala menor (cerca de 1.200 vendidos, o ano passado), mas têm um preço superior: entre € 1.500 e € 2.000 – valor médio pago por um importador para posterior revenda.

w ESCOLHAS CRITERIOSASFenómeno a que o mercado dos Pneus

Florestais (e dos OTR, como veremos adiante…), no seu conjunto, está a as-sistir, é a uma mudança de mentalidades da parte dos clientes. Com a crise, não se compram menos pneus (ou muito me-nos), mas antes mudam-se para marcas mais acessíveis e que garantam um maior número de horas de trabalho. Em 2013, esta alteração dos hábitos de compra terá “roubado” vendas às marcas premium, em favorecimento das mais económicas

O mercado dos Pneus Florestais e OTR vive numa outra dimensão. Os primeiros beneficiam com o regresso dos portugueses aos campos. E os segundos? Sofrem

com a estagnação das obras públicas em Portugal? Ou será que as grandes construtoras continuam a comprar no nosso país? Neste Dossier, a REVISTA DOS

PNEUS responde a estas e a outras questões

Outra dimensão

Por: Jorge Flores

que garantam qualidade. O que, de certa forma, se traduz num equilíbrio.

w OTR E OS PSEUDÓNIMOSNão existe apenas uma definição para

os OTR. Há quem os apelide de Pneus de Engenharia Civil; Pneus de Obras Públicas; Pneus de Minas e Pneus de Engenharia Civil e Obras Públicas. Tudo junto. Em qualquer dos casos, estaremos sempre a falar de OTR. Tal como todos estes “pseu-dónimos” indicam, tratam-se de pneus

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Dentro dos Pneus Florestais, podemos distinguir duas categorias: os Pneus Agroflorestais, utilizados na agricultura e que também permitem algumas investidas (contidas) na floresta; e os Pneus Florestais (digamos, puros…)

destinados à construção civil. E isto num país como Portugal (e numa Europa…) estagnado em termos de obras públicas poderá significar a ruína deste mercado. Ou não será exatamente assim? É certo que, atualmente, estas empresas já não dividem a sua atuação em 50% no nosso país e 50% num plano internacional como

num passado recente; mas antes 10% em Portugal e 90% além-fronteiras. Mas, por-ventura, isso não será tão dramático para o mercado como se possa acreditar, caso as grandes empresas construtoras como a Mota Engil e a Teixeira Duarte, por exem-plo, apostem mais noutros países para as suas empreitadas, mas continuem a

comprar os pneus em Portugal. O que acontece com alguma frequência. A ex-plicação é simples.

w COMPRAS “IN DOORS”Uma parte considerável dos países onde

as empresas construtoras lusas atuam são subdesenvolvidos, nomeadamente em

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Dossier

regiões africanas e sul-americanas, onde existem sérias dificuldades de reabasteci-mento de peças de desgaste. E onde, em consequência disso, os preços alcançam, não raras vezes, o dobro dos praticados em Portugal. O que torna o nosso mercado de Pneus OTR apetecível, apesar da crise que afeta a construção “dentro de portas”.

De acordo com dados da Valorpneu, refe-rentes a 2013, foram vendidos em Portugal 3.000 OTR G1 e 6.000 OTR G2 (de maior dimensões). Por comparação, recuando até 2009, um ano antes do “estoiro” da crise, os números anuais do mercado não andavam muito longe: 3.600 OTR G1 e 7.000 OTR G2.

Por outro lado, esta “cortesia nacional” das grandes empresas, se tem garantido o sus-tento do mercado, também não tem sido assim tão rentável em termos de negócio. Isto porque, antigamente, estas empresas tinham agentes a pedir cotações para jogos de seis pneus, a título de exemplo. E, agora, esses pedidos são em maior quantidade, o que obriga a sacrificar as margens de lucro de quem comercializa os OTR. Nunca, como atualmente, um concurso para um jogo de Pneus OTR foi disputado de forma a esma-gar tanto as margens de lucro.

w BORRACHA VS HORASÀ semelhança do que sucede no mercado

dos Pneus Florestais, também no dos OTR, as marcas premium estão a perder terreno para as mais económicas. Primeiro, porque, em tempo de crise, este é um pensamento evidente: poupar dinheiro. Depois, porque o nível das marcas mais económicas subiu e já asseguram uma qualidade elevada e um número de horas de trabalho significativo. A ciência, nesta como noutras áreas, está em distinguir o que vale a pena do que é de evitar. Até porque não se trata de um investimento propriamente barato. Em mé-dia, um OTR de uma marca mais acessível (na medida mais comum) custa cerca de € 1.995, metade do valor de um pneu de marca premium de igual medida.

Existe ainda o fenómeno “risco” que po-derá obrigar os compradores a pensarem duas vezes antes de adquirirem um pneu premium. Um trabalho numa pedreira, por exemplo, pelas suas caraterísticas, envolve uma probabilidade considerável de rebentamento de um pneu. Em tempo de contenção, todos os riscos são pesados na balança das opções e investimentos.

O que pensam as marcasdo mercado?

Os principais players do mercado dos Pneus Florestais e OTR (embora nem todos comercializem ambos) são bas-

tante críticos quanto à facilidade com que tantos produtos de “fraca qualidade” entram no nosso país…

BRIDGESTONE"A grande ameaça

é chinesa e indiana"Em Portugal, a Bridgestone não comer-

cializa Pneus Florestais, mas apenas OTR. E fá-lo tanto em nome próprio (Bridgestone), como através da Firestone. Telmo Monte-negro, gestor de Produto de Pneus Agrí-colas e de Engenharia Civil da Bridgestone Portugal considera que o mercado nacional de OTR tem “sofrido um decréscimo di-retamente relacionado com a diminuição das obras públicas”, contudo, o respon-sável acredita que, nesta área, “existem vários nichos que continuam em franco desenvolvimento”. Exemplos: “portos, mi-nas e pedreiras de mármore”, que, diz, têm “mercados próprios”.

Segundo Telmo Montenegro, “num mer-cado altamente especializado”, a grande ameaça é a introdução de “pneus de muita fraca qualidade, oriundos da China e da Índia”. E acrescenta: “O consumidor é alvo de logros e a segurança dos operadores está a ser posta em causa”.

A falta de especialização de “grande parte dos indivíduos ligados à manutenção deste

tipo de equipamentos deixa-os indefesos a cer-tos operadores, que, também não percebendo absolutamente nada deste tipo de produtos, oferecem, exclusivamente, preços em detri-mento de custos de operação, rentabilidade e segurança”, sublinha Telmo Montenegro.

Oportunidades também existem. No seu entender, a “abertura a novos países por parte dos nossos grupos de construção civil - onde o elevado índice de profissionalismo é exigido - faz com que a necessidade de Pneus OTR de elevada qualidade sejam postos como a única alternativa aceitável”, explica. Deste modo, “o aumento das capacidades das novas máquinas (Velocidades e Cargas Superiores) faz com que exista uma nova geração de pneus em que não seja fácil a produção por parte de produtores das marcas de terceira linha”, vaticina Telmo Montenegro.

Garantias ao clientePara o responsável da área de Pneus OTR da

Bridgestone, aquilo que os seus clientes mais procuram é a capacidade de “resistência a cor-tes, impactos e desleixos de manutenção”. E, por outro lado, “o número de horas atingido versus o custo por hora ou milímetros de des-

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Por tudo isto, as vantagens que os clientes en-contram na Bridgestone passam pelo “sistema de acompanhamento e controlo de qualidade”, e ainda pelas “soluções informáticas e pelo de-senvolvimento permanente”, sublinha.

Como forma de comunicação com os clientes, a Bridgestone frequenta feiras da especialidade, mas aposta essencialmente em estar presente “em todo o Equipamento de Origem”, afirma.

GOODYEAR DUNLOP“Mercado volátil e ao ritmo

da exportação”A Goodyear Dunlop também não aposta nos

Pneus Florestais. Somente nos OTR. E neste contexto, aponta a “exportação” como o fator mais determinante, adianta Fernando Rocha, responsável nacional da empresa na área OTR. Seja através de “operações com as principais empresas de construção”, seja por intermédio de “operadores particulares”. Como explicou a mesma fonte, “existem poucos operadores especializados em Portugal”, nomeadamente com o “conhecimento”, a “oferta-base” e a “ex-periência” dos grandes fabricantes. Já as marcas “budget”, explica, baseiam toda a “sua oferta no fator preço, combatendo as necessidades de um mercado local em crise”.

Faltam investimentos Quais as principais ameaças do mercado OTR

em Portugal? Para Fernando Rocha, a crise tem aqui uma palavra a dizer, uma vez que “não há investimento público” e “as pequenas e médias empresas apresentam cada vez mais dificuldade em manter o negócio”, lamenta este responsável.

As oportunidades deste mercado, na sua opi-nião, estão relacionadas com a “qualidade e a competitividade do produto, tendo por base uma especialização e reconhecimento dos ope-radores de segmento, bem como um foco em operações de exportação (fator cada vez mais importante neste setor)”, defende Fernando Rocha.

Fator distintivo dos produtos Goodyear Dunlop, garante, são a “qualidade do produto, a performance do pneu, o preço e a melhor re-lação custo/benefício”. Trunfos que permitem enfrentar o mercado com relativo otimismo, quando associado a um fator: exportação.

Segundo Fernando Rocha, “registou-se um

ligeiro decréscimo no último ano e a tendên-cia deverá continuar a fazer-se notar, estando diretamente relacionada com a falta de investi-mento público. No entanto, estamos a falar de um mercado muito volátil, uma vez que está fortemente relacionado com as operações de exportação”, frisa o mesmo responsável.

No futuro, o responsável da Goodyear Dun-lop para a área OTR em Portugal, prevê uma “evolução em linha com o desenvolvimento das exportações”. Além disso, acrescenta, “os indicadores económicos do país apresentam tendências de crescimento, podendo repercu-tir-se num pequeno aumento na procura, uma vez que se perspetiva um aumento de atividade portuária, da manutenção de exploração mi-neira e um pequeno aumento na produção”.

Fernando Rocha acredita que um “contacto personalizado” será sempre a melhor forma de passar uma mensagem, razão pela qual a Goo-dyear Dunlop privilegia uma “comunicação regular com os operadores e consumidores”.

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MICHELIN“Distribuidores

têm de profissionalizar-se”Pablo Escribano, responsável de Marketing

e OTR da Michelin para Espanha e Portugal não tem dúvidas de que “os setores da constru-ção e das obras públicas estão a atravessar um momento delicado”. Mas, independentemente da conjuntura atual, “sem dúvida importante”, Pablo Escribano considera que o foco deve estar colocado nas mudanças que sentirão a médio prazo. “Um mercado cada dia mais exigente e em que somente aqueles que ofereçam um valor acrescentado, claramente entendido pelos clien-tes, terá a garantia de permanecer no negócio.

Neste contexto, “os distribuidores devem tender a profissionalizar-se e a otimizar os seus recursos”, afirma. E vai mais longe: “os atores que operam no mercado, começando por fa-bricantes, como a Michelin, devem contribuir para dinamizar este setor, apontando soluções aos seus clientes, os distribuidores especialistas destes pneus”. Na sua opinião, a ameaça princi-pal é uma “procura débil”. Já as oportunidades do mercado OTR, para si, estão diretamente relacionadas com as necessidades dos clientes. “Os utilizadores exigem, cada vez mais, forne-cedores que sejam capazes de entender o seu trabalho e satisfazer as suas necessidades”, diz. Por isso, sublinha, os distribuidores especialistas precisam de adaptar-se, evoluir e diferenciar--se da distribuição generalista”. A Michelin, acrescenta Pablo Escribano, “aposta nestes dis-tribuidores e quer contribuir para a sua pro-fissionalização, compartilhando com eles uma experiência de muitos anos, fomentando uma estreita colaboração entre ambos”.

Os critérios essenciais de um Pneu OTR? “Fo-cando-nos no âmbito do Pneu de Engenharia Civil, podemos dizer que este representa menos de 5% do gasto total que realiza um utilizador, e isto independentemente da sua boa ou má utilização. A escolha criteriosa de um pneu pode repercutir-se em quase 50% de poupança nos restantes gastos: consumo de combustível, manutenção, mecânica… Mas à parte os re-sultados, não devemos esquecer o impacto na produtividade, e, como tal, a rentabilidade dos negócios”, explica o responsável ibérico da Mi-chelin. “O correto aconselhamento na escolha do pneu adequado para cada tipo de trabalho e sua posterior manutenção são fatores essenciais para melhorar a produtividade”, assegura.

Conhecimentos técnicosEm 2014, Pablo Escribano não prevê “grandes

alegrias” no mercado de Pneus OTR em Por-

tugal, mas crê, porém, que a “recuperação dos índices de confiança das empresas possa ajudar a melhorar as vendas e a pôr em dia muitas má-quinas que atualmente necessitam de substituir os pneus”.

De acordo ainda com a mesma fonte da Miche-lin, “a atenção ao cliente, a técnica, a comercia-lização, a gestão do negócio e a imagem” serão áreas de trabalho em que os distribuidores de-vem investir no futuro. “A formação”, enfatiza, “é a chave do êxito, ainda mais num setor tão especializado como este”.

As vantagens dos clientes na compra de Pneus OTR da Michelin passam precisamente pela par-

tilha de conhecimento, sustenta Pablo Escribano: “conselhos de utilização, pressões, conselhos de repartição da carga, conselhos de reparação ou assistência nessa operação, serão tratados de maneira personalizada pelos responsáveis co-merciais da Michelin”, garante.

Como estratégia de comunicação, a Michelin investe em “reuniões de produto”, revelando aos clientes finais os produtos e as novidades que melhor se adaptam ao seu caso específico. “Este tipo de reuniões podem ser oferecidas pelos dis-tribuidores aos seus clientes com todo o suporte e assistência por parte da Michelin”, refere Pablo Escribano.

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TRELLEBORG“O cliente final

é bastante esclarecido”José Saraiva, responsável nacional da Trelle-

borg, define o mercado dos Pneus Florestais e OTR, nos quais a empresa opera, como “bastante específico”. O que significa, na sua opinião, que, pelo menos de uma forma regular, são trabalha-dos por “um reduzido número de operadores”. Em comparação com outros segmentos do mer-cado de pneus, trata-se de um segmento onde existe “uma muito maior preocupação com a qualidade intrínseca do produto e igualmente com o seu comportamento e rendimento”, explica José Saraiva.

“Neste período que estamos a atravessar”, su-blinha o responsável da Trelleborg, “é importante sobretudo entender as reais necessidades do mer-cado e ajudar todos os nossos clientes a tirar o máximo partido das características dos nossos produtos. É esse, neste momento, o nosso maior desafio e a grande oportunidade deste segmento de negócio”.

A principal ameaça que encontra, atualmente, neste mercado, é “a introdução de produtos que podem ser efetivamente aliciantes pela via do preço, no momento da compra, mas que se reve-lam, com o decorrer do tempo, pouco rentáveis”, alerta José Saraiva.

Durabilidade e resistênciaTanto nas vendas de Pneus Florestais como

OTR, os dois critérios mais valorizados “são a durabilidade/rendimento e a resistência às agressões externas”, adianta. “Obviamente que atendendo ao momento que atravessamos, hoje, mais do que nunca, o preço de compra é decisivo, embora se tenha de reconhecer que o cliente final deste segmento é bastante escla-recido”, afiança José Saraiva.

Na perspetiva do responsável da Trelleborg, o futuro do Pneus Florestais (onde é líder de mercado em vários países) e dos OTR será dis-tinto. “O negócio dos Pneus Florestais é muito estrutural, isto é, depende da nossa topografia e de um subsetor (a silvicultura) que se está a desenvolver bastante e a estruturar. Vai ser um negócio interessante nos próximos anos,

sobretudo pela profissionalização crescente, mais do que pela dimensão. Por outro lado, o negócio dos Pneus OTR tem-se revelado nos últimos anos bastante conjuntural, ancorado nas grandes obras e na exportação para países com a indústria da construção em franco cres-cimento, ao contrário do nosso país”, refere.

Além das “caraterísticas intrínsecas do pro-duto”, os clientes da Trelleborg beneficiam, se-gundo José Saraiva, de um serviço pós-venda de “grande qualidade e especialização. Ao contrário da maior parte dos nossos concor-rentes, limitamos a nossa atividade/produção aos pneus agrícolas, industriais e florestais, de-senvolvendo, assim, um grau de especialização que não está ao alcance da maioria dos nossos concorrentes”.

A palavra aos distribuidores À espera do regresso das máquinas ao trabalho, os distribuidores de Pneus Florestais e OTR nacionais

mantêm-se otimistas em relação ao futuro do setor. O essencial, dizem, é continuarem a disponibilizar produtos e

serviços de qualidade… a preços competitivos

DISPNAL PNEUS“Capacidade de resposta,

stock… e preço”“Atualmente, em qualquer tipo de mercado,

existe um vasto leque de operadores e também de ofertas”, começa por explicar o administra-dor da Dispnal Pneus. “Contudo, trata-se de um mercado vocacionado para profissionais, com dois tipos de oferta: marcas de primeira linha e pneus de diversas origens”, conta Rui Chorado, para quem “estes dois tipos de oferta” se distin-guem, sobretudo, “pela particularidade das suas características, sendo o pneu económico mais forte na sua opinião de compra”.

Rui Chorado lamenta que a situação econó-

mica do país esteja literalmente a estagnar o setor da construção civil. Mas consegue, ainda assim, vislumbrar determinadas oportunidades no setor, para quem conseguir reunir as seguin-tes caraterísticas: “capacidade de resposta ime-diata, com stock e preço competitivo, sendo que, atualmente, grande parte dos pneus que entram em Portugal destinam-se à exportação”, afirma.

Para o responsável da Dispnal Pneus, aquilo que os clientes mais procuram na área dos OTR é conjugar o binómio “qualidade versus preço”. Já no que se refere aos Pneus Florestais, a “es-colha é feita em função da qualidade da marca, que atualmente, não consta da nossa vasta linha de produtos”, admite o responsável. “Embora, o

acompanhamento técnico e comercial também seja importante, visto estarmos falar de pneus com características específicas e que necessitam de assistência para a montagem/manutenção”, acrescenta à REVISTA DOS PNEUS.

À espera da remotaPerante o atual contexto económico, Rui

Chorado estima que, nos próximos tempos, no que toca aos Pneus OTR, tudo dependerá das exportações e, também, da futura estabili-dade financeira do nosso país”. Certo, contudo, é que, “durante os próximos anos, os negócios de Pneus Florestais irão manter-se; os OTR, em Portugal, poderão evoluir, consoante a retoma

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Dossier

das grandes obras de construção. Enquanto essa retoma não se verificar, teremos provavelmente um aumento das exportações para os PALOP”, adianta.

Atualmente, a Dispnal Pneus apenas comer-cializa Pneus OTR, trabalhando com as se-guintes marcas Triangle, Linglong e Petlas. “A Dispnal preza-se por oferecer o melhor preço ao nosso cliente, bem como o devido acom-panhamento técnico e comercial”, defende o administrador deste distribuidor que opta pe-los catálogos promocionais, pelo negócio B2B, pelas newsletters, e, “ocasionalmente”, pela di-vulgação em revistas do setor para comunicar com os clientes.

GARLAND PNEUS“O crédito e o risco da respetiva

cobrança” A Garland Pneus atua em Portugal em ambas

as áreas: Pneus Florestais, através da Nokian; e OTR, por intermédio quer da Nokian quer da Mitas. Quais as principais virtudes destes pneus? O diretor-geral da empresa, Jorge Sousa, responde: “A Garland Pneus comercializa pneus Florestais e OTR de marcas de referência no mer-cado de pneus. Em qualquer destes segmentos, a qualidade, traduzida na rentabilidade/horas de trabalho é fundamental”, refere. “Conseguimos garantir stocks regulares, informação de produto, aconselhamento técnico, entregas rápidas, apoio comercial e preços competitivos e ajustados à qualidade do produto”, sublinha o responsável.

“O mercado de Pneus Florestais, incluindo Agroflorestais, bem como o de Pneus OTR, são mercados relativamente pequenos em unidades,

com poucas marcas e com reduzido número de operadores”, explica Jorge Sousa. “Devido ao valor do investimento em stock, capacidade de financiamento, concessão de crédito, risco e exigência técnica, estes mercados não têm atraído muitos operadores, até se regista uma diminuição dos mesmos. Nos últimos anos, regista-se um aumento de procura de marcas mais económicas”, acrescenta.

“O crédito e respetivo risco de cobrança” são as maiores ameaças do setor para Jorge Sousa, que lamenta ainda que a “qualidade e rentabili-dade do produto”, nesta conjuntura económica, seja relegado para segundo plano em prole do preço.

Mas a crise também esconde oportunidades “inerentes a um mercado menos saturado” e em que a dedicação e o profissionalismo, com o produto ajustado ao preço”, podem traduzir-se em “negócios de valor acrescentado”.

Passado e presenteQuando questionado sobre o atual estado do

setor, Jorge Sousa estabelece uma comparação com o passado recente. “A procura, tenden-cialmente, iniciava pelo melhor produto no mercado, ajustado às necessidades técnicas da máquina e ao serviço, com o objetivo de obter a máxima rentabilidade”, começa por referir, acrescentando, que, atualmente, “em muitos negócios, acaba por ser o preço o fator final de decisão de compra, mesmo tendo conheci-mento da qualidade inferior do produto”, diz.

O diretor-geral da Garland lamenta que o se-tor não disponha de números rigorosos. “Esta-mos a iniciar a comercialização destes pneus e a

inexistência de dados estatísticas oficiais apenas nos permite ter uma perceção do mercado”. Mas mesmo sem estes registos oficiais, Jorge Sousa confia no futuro. “As tendências positivas de algumas indústrias fortemente apoiadas na ex-portação poderão induzir nestes segmentos de mercado algum crescimento no negócio destes pneus”, refere, exemplificando: “a indústria de mobiliário e papel no caso dos Pneus Florestais. O ritmo da retoma da economia, da indústria como um todo e do investimento nacional na recuperação da orla marítima, a construção de obras públicas como o túnel do Marão, o alarga-mento do Porto de Sines e demais manutenção das estruturas existentes, podem impulsionar as vendas de Pneus OTR”. Além disso, “os recentes aumentos das taxas aduaneiras em alguns países africanos, poderá reduzir algumas vendas para esses países, feitas a partir de e contabilizadas em Portugal”, remata.

GRIPEN WHEELS IBERIA“Grande crescimento

do segmento económico”A Gripen Wheels Iberia é um dos distribui-

dores a dar cartas no mercado nacional. Entre os seus produtos, Luís Martins, general Market Manager, gosta de realçar o “êxito” da marca United. Com origem na PRC, a United oferece uma gama completa de Pneus Florestais, con-cebidos para enfrentarem as mais duras con-dições de utilização”, afirma. E acrescenta. “A disponibilização no mercado Ibérico da gama florestal da United e das nossas marcas Dyna-maxx, Aeolus, Hilo Tires e Triangle, contribui, neste período de crise que atravessamos, para a redução dos custos operacionais das empresas do setor da indústria silvícola e da manutenção das florestas e das empresas de construção ci-vil, obras públicas, extração mineira e portos, entre outras, bem como dinamizar a oferta dos nossos agentes, com benefícios claros no incremento dos seus volumes de negócio e na melhoria substancial das suas margens de comercialização”, explica Luís Martins. “Nas alturas de menor prosperidade económica”, acrescenta, “os mercados tendem a adaptar--se com enorme rapidez às novas realidades. Esta necessidade de adaptação tem constitu-ído uma enorme oportunidade para os bons fabricantes de pneus económicos, que, desta forma, têm tido uma oportunidade única de testar e demonstrar as importantes economias que resultam da utilização dos seus pneus”, diz.

Com efeito, “o segmento económico do mer-cado dos pneus, em geral, e, do produto Flores-tal e OTR Engenharia Civil e Obras Públicas,

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Fedima TyresEm atividade desde 1969, a Fedima Tyres é uma das maiores empresas lusas no setor da

reconstrução de pneus. Responde tanto ao consumidor de Pneus Florestais como OTR. Com uma diferença de relevo. Carlos Feliciano Marques acredita que a primeira categoria “está em crescimento e existe oferta variada”, enquanto que a segunda se encontra em “retração, devido à falta de obras e construção civil”. O administrador da Fedima Tyres reconhece que os “pneus baratos” serão sempre uma “ameaça”, no entanto, está convicto de que, nestes setores, “dada a sua exigência”, a qualidade ainda impera. “O cliente normalmente compra pneus de qualidade, caso contrário terá de comprar duas vezes. Esta decisão facilita-nos o trabalho que poderemos oferecer ao cliente e baixar o custo final nas duas vidas do pneu”, explica. Segundo ainda este administrador, “a Fedima, através de carcaças de qualidade, compradas originalmente pelos nossos clientes, torna-se competitiva”.

O principal trunfo dos seus pneus, de resto, reside no facto de aproveitarem “a melhor car-caça original”, defende. Sem boa matéria-prima, não se fazem bons trabalhos. É este o lema.

Apesar da crise, a empresa “tem vindo a aumentar o número de recauchutagem em Pneus Florestais” e tem conseguido manter os números nos OTR, “devido à qualidade da nossa oferta (sabendo nós que terá havido uma quebra em OTR de 60 a 70%)”, revela. Mas é sobretudo ao nível dos Pneus Florestais que Carlos Feliciano Marques vê maior potencial de crescimento, atendendo à mancha florestal nacional. No caso dos OTR, as previsões são mais contidas, pois não se veem “grandes obras” no horizonte mais próximo.

Vipal BorrachasOutra das empresas que labora na reconstrução de pneus de grande dimensão é a Vipal

Borrachas. Líder na América Latina e um dos mais importantes fabricantes mundiais de produtos para recauchutagerm de pneus, a Vipal Borrachas responde a todos os segmentos do transporte, inclusive OTR, onde tem fortes competências tecnológicas para um ramo de pneus ultra-resistentes.

Segundo os responsáveis, a “recauchutagem de pneus diminui o consumo de recursos na-turais e é mais económica, reduzindo percentuais significativos de energia. Além disso, pode chegar até 75% de economia de petróleo na comparação com a fabricação de um pneu novo”.

Além dos produtos, a Vipal Borrachas oferece ao segmento OTR todo o suporte e orientação necessários por meio da sua equipa técnica. Estes profissionais ajudam na seleção do melhor composto de borracha para cada tipo de aplicação. Da mesma forma, a Vipal Borrachas rea-liza constantemente formações presenciais ao cliente, para melhorar o desempenho dos seus pneus, dando-lhes conselhos sobre o melhor uso a dar às equipas de manutenção e operação.

em particular, tem registado um crescimento assinalável”, revela.

Na Gripen Wheels Iberia, uma das priorida-des assumidas pelo responsável é dar “plena cobertura a estas necessidades de redução efetiva de custos operacionais, dos diferentes canais de distribuição com que operamos, permitindo o aumento da rentabilidade do negócio dos nossos agentes, ao mesmo tempo que contribuímos para a citada redução efetiva de custos operacionais dos clientes utilizado-res dos nossos produtos e marcas”, conta. Isto, sempre com a “garantia dos mais elevados níveis de serviço associado aos produtos que comercializamos”, enfatiza a mesma fonte, re-sumindo o raciocínio: “procuramos responder às características de uma economia em clara conjuntura económica de “trading down”…”.

Futuro otimistaLuís Martins estima que, em relação aos

Pneus Florestais, o mercado português valha cerca de “7.200 unidades”, no seu conjunto, sendo que, o subsegmento Agroflorestal re-presentará, aproximadamente, 83% do total. “Este mercado não registou crescimento no último ano, tendo mantido uma calma regu-laridade”, adianta.

Segundo afirma ainda, no mercado nacional de OTR, o número deverá andar pelas 9.000 unidades no total, sendo que, cerca de 66%, são pneus maiores ou iguais à medida 12.00-24. “Este mercado registou uma ligeira queda no último ano, muito por conta da desloca-lização da geografia do consumo dos pneus vendidos em Portugal. É um facto que, a car-teira de encomendas das grandes empresas de construção civil e obras públicas, evidencia um claro crescimento de obras no exterior do país com uma clara perda das obras em território nacional, revela. Consequência? “Passámos a ter um menor número de movimentos de compra e um crescimento abrupto da compra média unitária”.

Apesar de todas as condicionantes, a Gri-pen Wheels Iberia encara com otimismo o futuro próximo. “O mercado ibérico, onde operamos, dá notas de clara tendência de recuperação económica. As nossas marcas já tiveram oportunidade de provar as suas qualidades e mais-valias. A Gripen Wheels Iberia, apesar de ainda ser uma jovem em-presa (com apenas seis anos de mercado), está bem implantada em Portugal e Espanha, sendo amplamente reconhecida como uma “marca” fiável, com um nível de serviço ao cliente superior”, assegura. 

A arte dos recauchutadoresOs recauchutadores são os “artistas” que dão uma

segunda vida aos Pneus Florestais e OTR. Para estas empresas, a aquisição de carcaças de qualidade é

indispensável para o negócio.

Pneus Florestais e OTR

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Galeria de novidadesO mercado dos pneus florestais e OTR conta atualmente

com várias marcas, que apresentaram no início do ano novos modelos de pneus, para os diferentes segmentos abordados

neste dossier e que destacamos a seguir

w BRIDGESTONE A oferta comercial da Brid-

gestone, em Portugal, é am-pla. Destaque para os modelos VSDT para pás carregadoras, pneus capazes de ajudar a carregar blocos de 30 tonela-das em rampas com mais de 7% de inclinação. Ou ainda para os pneus de utilização mineira VSMS, que, segundo a Bridgestone, apresentam “um custo por hora e resistência a cortes únicos no mercado”.

w GOODYEAR DUNLOP A Goodyear Dunlop pro-

duz uma das mais completas gamas de OTR do mercado. Não faltam aplicações para camiões industriais rígidos e articulados, carregadeiras, motoniveladoras, portuárias e industriais, mineração e mi-neração subterrânea, gruas móveis e equipamentos de apoio em terra.

w MICHELINDentro do segmento dos

OTR, a Michelin tem um le-que variado de propostas no mercado nacional. Entre os muitos modelos, o fabricante sublinha a importância dos Michelin XHA2, um pneu para construções que obriguem a uma grande resistência e que permitam ao veículo traba-lhar por um período de horas alargado. Outros pneus em evidência são os novos Mi-chelin X-Crane+, que assegu-ram uma maior produtividade para gruas móveis TT e uma duração superior em 20%. No-vidades na gama da Michelin são também os XADN+ para Dumper e Articulado, pneus idealizados para rentabilizar o tempo de utilização do veí-culo (entre 8% a 15%), graças a uma maior resistência dos seus flancos a agressões.

w TRELLEBORGA Trelleborg comercializa

quase todo o tipo de medi-das e tipos de pneus do setor. Na gama, o enfoque está nos Pneus Florestais T422 e T428. Segundo a Trelleborg, referên-cias do mercado graças ao seu “comportamento, rendimento

e fiabilidade”. Também a gama Agroflorestal, T410, assegura fatia comercial dentro das con-tas da empresa.

w DISPNAL PNEUSAtualmente, as apostas co-

merciais da Dispnal Pneus, no nosso país, apontam ex-clusivamente para Pneus OTR nas marcas Triangle (TB516 e TL538S), Linglong (E2/L2, LL25, LL56, LB01N e LM01N) e Petlas (Carrier e NB60).

w GARLANDNo segmento florestal, o

Nokian Forest F é o ex-líbris comercial da Garland. Um pneu com uma elevada ca-pacidade de carga e com pa-redes laterais retas, de modo a protegerem o aro em terrenos difíceis. Na gama OTR, a aposta maior é o Nokian Loader Grip 3: bom no desempenho em trabalhos pesados em todas

as superfícies, carcaça refor-çada e que permite condução em condições difíceis. No seg-mento OTR, destaca-se o Mi-tas ERL-30, pneu destinado à construção radial em aço.

w GRIPEN WHEELS IBERIAA United é a marca de Pneus

Florestais comercializada pela Gripen Wheels Iberia no seg-mento OTR – uma gama onde tem mais de 10 000 pneus em stock. Trata-se de uma gama de pneus concebidos para enfrentarem trabalhos duros: carcaça em nylon reforçado, reforço com cinta de aço, ombros maciços, flancos re-forçados e um composto de borracha especialmente ade-quado ao trabalho na floresta. Os United estão disponíveis nas medidas 500/60-22.5 16PR até 800/45-30.5 20PR.

Mas a estrela da companhia chama-se Dynamaxx, marca que, segundo a Gripen Wheels Iberia, tem os custos de produ-ção “imbatíveis das fábricas de última geração da PRC”. Uma marca que, recentemente, viu juntar-se dois novos elemen-tos: Dynamaxx Dumper Grip (2 estrela E3.5/L3.5) e Dynamaxx Hauler Grip (2 estrelas E4/L4).

Dossier

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Todos os negócios e industrias têm a sua linguagem técnica que, para além de todas as outras inegáveis virtudes, contribuem para a credibilização do

negócio e da indústria junto dos diferentes agentes económicos que o integram e ali-mentam.

É profundamente estranho que no nosso negócio ainda subsistam línguas, dialectos e mesmo, códigos verdadeiramente inde-cifráveis. E, o pior, é que os utilizadores dos nossos produtos (consumidores finais), têm sido verdadeiramente afectados e acultura-dos pela nossa “falta de cultura linguística e rigor linguístico”.

A minha cultura linguística, no que à “termi-nologia do mundo do pneu” diz respeito, foi adquirida na Michelin, mais concretamente no CFAM (centro de formação em Madrid - Es-panha). Todos os curso ministrados no CFAM tinham por base o Castelhano (Espanhol) e, no fundo do seu âmago e origem, a língua Francesa, língua materna do fabricante.

Aqui aprendi conceitos como o “Flanco do Pneu” (parte do pneu que fica entre o piso e o talão), a “Escultura do Pneu”, o “Talão”, o “Equilíbrio da Roda” (conjunto pneu + jante), etc., etc., etc.. Na altura não me apercebi que a influência francófona poderia ter grande impacto na linguagem e terminologia téc-nica ensinada.

Terminologia geral dos pneus

Como disse B. Shaw“A Inglaterra e a América são dois países separados pela mesma língua”. Com efeito, a língua e as diferentes linguagens utilizadas, podem separar mundos e sobretudo, gerar equívocos e dificuldades na correta recepção da mensagem

Dignif icar e valorizarQuando cheguei à Continental, anos mais

tarde e após alguns anos na indústria têxtil, fui confrontado com uma “linguagem nova” e “terminologia técnica” diversa. A dúvida sur-giu e, sobretudo quando era preciso definir a terminologia a utilizar em Documentações Técnicas, Folhetos de Produto, Apresentações de Produto, Comunicados à Imprensa e outras situações que exigiam rigor linguístico, as dúvidas adensavam-se de forma irritante. Foi aqui que entrou em cena o Eng.º. José Paes. Personagem insuspeito, uma vez que era, nem mais nem menos, do que o ex. Diretor Técnico da Mabor, o primeiro fabricante de pneus português, que desde 1946 fabricava pneus... em Portugal e... em Português de Portugal. De forma contundente, o José Paes, após ter ganho a confiança necessária co-migo, referiu-se à minha forma de verbalizar os “Termos Técnicos” relativos à “Terminologia dos Pneus”, da seguinte forma: “Vocês, os ti-pos da Michelin, têm uma forma engraçada mas incorreta de falar. Parecem franceses. Em Portugal temos que falar Português. E, para além do mais, para que saibas, existem Normas Portuguesas, que definem a forma correta de falar a linguagem dos pneus” e continuou “porque é que dizes flanco em vez de parede lateral?”, tentei responder mas não tive tempo porque o José Paes não deixou, continuando o seu discurso apaixonado “por-que trabalhaste numa empresa francesa e o teu flanco vem do Francês, mas olha que nos ficava bem falar em Português, sobre-tudo aqui na Continental que temos o peso da tradição Mabor e uma magnífica fábrica em Portugal, que dá emprego a milhares de pessoas em Portugal...”. Bolas, fiquei quase

sem capacidade de reação. Das duas umas, ou o “homem” estava doido, ou eu, crente na minha douta sabedoria sobre a “linguagem pneumática”, estava de facto terrivelmente errado. Como sempre faço nestas ocasiões, pedi-lhe para me explicar o seu ponto de vista e, se possível, ver as tais normas das quais nunca tinha ouvido falar. O José Paes foi bus-car a Norma Portuguesa NP-1682 de 1980, Port. Nº 840/80, de 21-10-1980, Estudada pela Comissão Técnica Portuguesa de Nor-malização de “Pneus e Câmaras-de-Ar (com exclusão dos utilizados em bicicleta)” – Pneus Terminologia Geral. E a mais recente Norma Portuguesa NP ISO 4223-1 2005 – Definições de alguns termos usados na indústria dos pneus – Edição Junho de 2005 – Instituto Português da Qualidade.

Aqui nasceram as grandes dúvidas: Então como é que se diz?

“Desenho do Piso” ou “escultura”?“Flanco” ou “Parede Lateral”?“Índice de Velocidade” ou “Símbolo de Ve-

locidade”... ou será “Código de Velocidade”?“Banda de rodagem” ou “Banda de Roda-

dura” (esta parece mais uma expressão do castelhano!?!)

“Desenho do Piso” ou “Escultura”?“Dimensão” ou “Medida” do pneu?Exemplifico:Medida é... 205/55R16 ou seja a largura da

secção, a altura da secção (razão nominal de aspecto) e o diâmetro nominal da jante. A dimensão do pneu inclui muito mais medidas, como o diâmetro total, o diâmetro máximo estático do pneu em serviço, o diâmetro

Por: Luis Martins,General Market Manager Gripen Wheels Iberia

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Dignif icar e valorizarmáximo dinâmico do pneu em serviço, o diâmetro nominal da jante, etc.

w EQUILIBRAGEM OU CALIBRAGEM?De imediato me veio à cabeça a nossa

“guerra” com alguns Agentes, no sentido de explicar que o termo técnico correto era Equilibragem e não Calibragem e, a respon-sabilidade que todos nós tínhamos na cor-reta aplicação e divulgação da Linguagem e Terminologia Técnica que tanto contribui (ou devia contribuir) para a dignificação e prestígio do nosso negócio. A indústria do Pneu tem por base um produto de elevada tecnicidade e, por isso mesmo, deverá exigir a todos os intervenientes no negócio uma cultura técnica acima de qualquer suspeita,

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que, consequentemente, nos faça respeitar a todos e, em última instância, garanta por parte do cliente final o integral respeito pelos produtos e serviços que vendemos. Mas... se nem sabemos falar... não nos damos ao respeito... e então, como é que vamos ser respeitados?

Quando o cliente final nos pergunta “mas afinal as rodas Calibram-se ou Equilibram--se? E qual é a diferença entre uma coisa e a outra?”, quantos de nós é que sabemos responder a esta pergunta tão simples? Se não respondemos, o cliente final vai concluir que não somos bons profissionais e que por isso... não tem nada que pagar os equilíbrios, as montagens e, se calhar, o próprio alinha-mento... feito por um “incompetente”.

Bem sei que estou a caricaturar e, por isso mesmo, a exagerar propositadamente para chamar a atenção para a questão. Mas acho que valia a pena pensarmos nisto e, sobre-tudo, tentarmos debater a matéria e lutar pela normalização e divulgação da correta utilização da Terminologia Técnica do sector. Uma vez que não temos uma Associação Pro-fissional do Sector (que tanto merecia), creio que o assunto poderia ser levado a debate na mesa da Comissão Especializada de Produto-res de Pneus da ACAP. Que vos parece? Desde já disponibilizo-me (e levo o Eng.º. José Paes comigo) para integrar um grupo de trabalho que possa estudar a matéria, que julgo muito contribuirá para dignificar e valorizar a Indús-tria e o Comércio dos Pneus em Portugal.

“Só as palavras contam; o resto é tagare-lice.” – Ionesco

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Definições de alguns termos usados na indústria dos pneus

Atual Legislação

A ISO (Organização Internacional de Normalização) é uma federação mundial de organismos nacionais

de normalização (membros da ISO). O traba-lho de preparação de Normas Internacionais é normalmente realizado pelas comissões técnicas da ISO. Cada membro interessado num assunto, para o qual tenha sido esta-belecida uma comissão técnica, tem direito a ser representado nessa comissão. As or-ganizações internacionais, governamentais ou não governamentais, com ligação à ISO, também participam no trabalho.

O objectivo principal das comissões técnicas é preparar Normas Internacionais. Os projetos de Normas Internacionais adoptados pelas comissões técnicas circulam pelos membros para votação. A publicação como Norma In-ternacional requer a aprovação por votação de, pelo menos, 75% dos membros votantes.

Chama-se a atenção para a possibilidade de alguns elementos desta parte da presente Norma poderem estar sujeitos a direitos pa-tenteados. A ISO não deve ser considerada responsável pela identificação de parte ou da totalidade de tais direitos patenteados.

A Norma Internacional ISO 4223-1 foi elabo-rada pela Comissão Técnica ISO/TC 31, Tyres, rims and valves.

Esta quarta edição anula e substitui a ter-ceira edição (Norma ISO 4223-1:1989) a qual foi revista tecnicamente.

1 OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃOA presente Norma define um número de ter-

mos importantes relacionados com pneus, usa-dos no indústria de pneus, juntamente com os códigos, símbolos e valores correspondentes. NOTA: Para outros termos usados nesta indús-tria, e os seus equivalentes noutros idiomas, veja-se as Normas ISO 3877-1 a ISO 3877-4. Para a terminologia e definições relacionadas com rodas/jantes veja-se a Norma ISO 3911.

2 REFERÊNCIAS NORMATIVASAs Normas a seguir referidas contêm dispo-

sições que, quando mencionadas ao longo do texto desta Norma, também constituem disposições para a presente Norma. Na altura da publicação, eram válidas as edições refe-renciadas. Todas as Normas estão sujeitas a revisão, e as entidades interessadas na presente Norma, são encorajadas a investigar a possi-bilidade de aplicar a edição mais recente das Normas abaixo indicadas. Para referências não datadas, aplica-se a última edição do referido documento normativo.

3 TERMOS E DEFINIÇÕES GERAISPara os fins da presente Norma aplicam-se

os seguintes termos e definições:

3.1 Categoria de utilização3.1.1 Normal

Pneu de utilização normal

3.1.2 EspecialPneu destinado a utilização mista tanto em

estrada como fora de estrada ou para outro serviço especial.3.1.3 Pneu para neve

Pneu cujo desenho de piso, composto de piso e estrutura foram concebidos, princi-palmente, para assegurar um desempenho superior ao do pneu normal em condições de neve no que respeita a sua capacidade para iniciar a manter o movimento do veículo.3.1.4 Pneu sobressalente de uso temporário

Pneu diferente daquele destinado a ser mon-tado num veículo para condições normais de condução e destinado, apenas, a uso tempo-rário sob condições de condução restritas.3.1.5 Pneu sobressalente, tipo T

Pneu sobressalente de uso temporário con-cebido para ser usado com uma pressão de

Norma Portuguesa ISO 4223-1 2005

A presente Norma Portuguesa é idêntica à Norma ISO 4223-1 2002. A versão portuguesa

foi preparada pela Comissão Técnica Portuguesa de Normalização CT 52 “Pneus e Câmaras”, com base na versão inglesa da

Norma ISO 4223-1 2002

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cordas vão de talão em talão, formando ân-gulos substancialmente próximos dos 90º com a linha do centro do piso e cuja carcaça é estabilizada.

5 PRINCIPAIS COMPONENTES5.1 Talão

É a parte do pneu com uma configura-ção, para se ajustar à jante, e que tem um núcleo constituído por um ou mais cabos quase inextensível, com as telas envolvendo o núcleo.

5.2 ParedeÉ a parte do pneu, com exclusão do piso,

que é visível quando o pneu, montado numa jante, é visto de lado.

5.3 Borracha da paredeCamada de borracha, na parede do pneu e

sobre a carcaça, que pode incluir frisos deco-rativos ou de proteção e frisos de montagem.

5.4 PisoParte do pneumático que, normalmente,

entra em contacto com o solo.

5.5 CordaCabos (fios) têxtéis, ou não, usados em vá-

rios componentes da carcaça do pneu, telas, cintas, cinta protetoras, etc.

5.6 TelaCamada de cordas paralelas revestidas a

borracha.

5.7 Camada interiorCamada de borracha na face interior da

carcaça usada especialmente em pneus sem câmara para minimizar as perdas de ar.

5.8 CarcaçaParte do pneu, excepto a borracha da pa-

rede e do piso, que suporta a carga quando insuflada.

5.9 Cinta protetoraTela intermédia que não chega aos talões.

5.10 Cinta radial; tela radial de cintagemCamada de material sob o piso, disposta

substancialmente na direção da linha do centro do piso.

5.11 Parede baixaA área abaixo da linha de largura máxima

da secção do pneu, que é visível quando o pneu montado na jante é observado de lado.

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enchimento superior definidas para os pneus normais e reforçados.3.1.6 Reforçado ou Carga Extra

Pneu para veículo automóvel de passageiros concebido para carga e pressão superiores às dos pneus de versão normal.

3.2 Descrição de serviço3.2.1 Identificação do pneu, complementar da designação de dimensão do pneu, que con-siste num índice de carga (ou dois índices de carga no caso de montagem simples/dupla) e de um símbolo de velocidade.3.2.1.1 Índice de carga (LI)

Código numérico associado à carga máxima que um pneu pode suportar (excepto no caso de cargas a velocidades superiores a 210 km/h para pneus de automóveis de passageiro e de motociclos) à velocidade indicada pelo seu símbolo de velocidade e nas condições de serviço especificadas pelo fabricante do pneu.

3.2.1.2 Símbolo de velocidadeA velocidade máxima à qual um pneus pode

suportar a carga correspondente ao seu índice de carga (excepto para velocidades superiores a 210 km/h para pneus de automóveis de passageiros e de motociclos) nas condições de serviço especificadas pelo fabricante do pneu.

3.3 Outros termos e definições gerais3.3.1 Pressão de enchimento a frio

Pressão interna do pneu à temperatura ambiente sem incluir qualquer aumento de pressão devido à utilização do pneu.

NOTA: Exprime-se em quilopascal (kPa)3.3.2 Pneu dilatado

Pneu que sofreu uma expansão devido ao uso em serviço.3.3.3. Pneu novo

Pneu que não foi usado nem sujeito a re-cauchutagem

NOTA: Recauchutagem é o termo genérico para o recondicionamento de pneus usados que aumenta a vida útil de pneu: pode desig-nar a substituição somente da borracha do piso ou a substituição da borracha do piso e da parte lateral.

3.3.4. Perímetro de rolamento, CrDistância que o centro axial do pneu per-

corre numa revolução em condições espe-cíficas.3.3.5. Resistência ao rolamento, Fr

Perda de energia (ou energia consumida) por unidade de distância

NOTA: A unidade SI usada convencional-mente para a resistência de rolamento é o Newton metro por metro (N m/m). É equiva-lente a uma força de arrasto em Newton (N).3.3.6 Área de contacto do pneu, Ac.

A área duma superfície plana contida den-tro do perímetro virtual da área de contacto do pneu.

NOTA: É expressa em metros quadrados (m2).3.3.7 Pressão de contacto, F/Ac

A carga média transmitida por um pneu atra-vés da sua área de contacto com a superfície do solo expressa, em quilonewton por metro quadrado (kN/m2) como a razão entre a força vertical, F, em condições estáticas no eixo da roda e a área de contacto, Ac, medida com o pneu insuflado à pressão de enchimento a frio recomendada para o tipo de serviço a que o pneu se destina.3.3.8 Perímetro virtual (área de contacto do pneu)

A curva poligonal convexa circunscrita na menor área que contém todos os pontos de contacto entre o pneu e o solo.

4 ESTRUTURA4.1 Estrutura (do pneu)

As características da carcaça do pneu.Exemplos: Diagonal (telas cruzadas) diago-

nal cintada, radial.4.1.1 Diagonal (Telas cruzadas)

Estrutura de um pneumático em que as cor-das das telas vão de talão e formam ângulos alternados substancialmente inferiores a 90º, com a linha do centro do piso.4.1.2 Diagonal cintada

Estrutura de um pneumático do tipo diago-nal em que a carcaça está cingida por uma cinta constituída por duas ou mais telas de material essencialmente inextensível (com ângulos alternados próximos dos da carcaça).4.1.3 Radial

Estrutura de um pneumático em que as

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Norma Portuguesa ISO 4223-1 2005

AtualLegislação

/ / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /5.12 Ranhura do piso

O espaço entre duas nervuras ou blocos adjacentes do piso.5.13 Indicadores de desgaste do piso

As saliências dentro das ranhuras do piso concebidas para dar uma indicação visual do estado de desgaste do piso.

6 DIMENSÕES (veja-se a Figura)a Largura da jante especificada

6.1 Largura da secção, SDistância linear entre as faces externas das

paredes de um pneu insuflado excluindo ele-vações devido a marcações, decoração, frisos ou frisos protetores.

6.2 Largura total, WDistância linear entre as faces externas das

paredes de um pneu insuflado incluindo ele-vações devido a marcações, decoração, frisos ou frisos protetores.

6.3 Largura máxima total do pneu,em serviço

Soma da largura total coma) as tolerâncias de fabrico, eb) as tolerâncias para crescimentoem serviço.

6.4 Altura da secção, HMetade da distância entre o diâmetro total

e o diâmetro nominal da jante.

6.5 Diâmetro total, DoDiâmetro de um pneu insuflado na super-

fície mais externa do piso.

6.6 Diâmetro máximo estático do pneu em serviço, Dos

Soma do diâmetro total coma) as tolerâncias de fabrico, eb) as tolerâncias para crescimento em serviço.

6.7 Diâmetro máximo dinâmico do pneu em serviço, Dod

Soma do diâmetro total coma) as tolerâncias de fabrico, eb) as tolerâncias para crescimento em

serviço. c) a folga para alterações dimensionais

devidas a força centrífuga.NOTA: Esta definição aplica-se apenas a

pneus de motociclos: a folga definida em c) deve ser tomada em conta pelo fabricante de motociclos quando desenhar as folgas para os pneus.

6.8 Razão nominal de aspecto, H/SCem vezes a razão entre a altura nominal

da secção e a largura nominal da secção de um pneu na jante teórica.

6.9 Diâmetro nominal da jante, DrNúmero convencional que corresponde

ao diâmetro da jante expresso ou como um código de medida (número menor do que 100) ou em milímetros (número maior do que 100), mas nunca os dois.

7 TERMOS, DEFINIÇÕES E DESIGNAÇÃO DE SÍMBOLOS

7.1 Designação que indentifica a dimensão do pneu

É a designação identificativa das caracte-rísticas dos pneus, como se indica:- a largura nominal da secção [é normalmente expressa em milímetros (mm)]- a relação nominal de aspecto, quando aplicável; - o diâmetro nominal da jante.

Exemplo: 165/80R15. 24.00-25.

7.11 Designações adicionais do pneuLetra ou símbolo que pode, também, fazer

parte de designação da dimensão do pneu e que identifica, por exemplo, o tipo de pneu.

7.11.1 “T”A letra “T” colocada imediatamente antes

da designação do largura da secção para identificar pneus T - pneus sobresselentes do tipo uso temporário.

7.1.1.2 “P”A letra “P” colocada imediatamente antes

da designação da largura da secção para identificar pneus de veículos de passagei-ros (opcional).

7.1.1.3 “IN”As letras “IN” colocadas imediatamente an-

tes da designação de largura da secção no caso de pneus industriais (opcional).

7.1.1.4 “IMP” “IMPLEMENT”Designação que identifica pneus agrícolas.NOTA: Como alternativa à marcação do có-

digo I, de pneus “implement” agrícolas, de acordo com a Norma ISO 4251-4:1992.

8 ENSAIOS DE PNEUS8.1 Separação no talão

A quebra de ligação entre componentes da área do talão.

8.2 Separação de cintasSeparação das camadas de borracha entre

as cintas ou entre a cinta e telas.

8.3 ArrancamentoA separação de pedaços de borracha do piso.

8.4 Separação de cordasA separação entre as cordas e o seu reves-

timento de borracha.

8.5 FendasQualquer fenda no piso, parede ou camada

interna que se prolongue até às cordas.

8.6 Separação da camada internaA separação entre a camada interna e as

cordas da carcaça.

8.7 Separação de telasA separação entre telas adjacentes.

8.8 Jante de ensaioA jante em que o pneu é montado para

ensaio.

8.9 Separação do pisoSeparação do piso da carcaça.

8.10 Separação de telasA separação entre telas adjacentes.

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