revista do ihgrn - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena-...

18
REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE FUNDADO EM 29 DE MARÇO DE 1902 Nº 95 2017

Upload: dinhhanh

Post on 16-Nov-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICODO RIO GRANDE DO NORTE

FUNDADO EM 29 DE MARÇO DE 1902

Nº 95

2017

Page 2: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

Catalogação da publicação na fonte.Bibliotecária Verônica Pinheiro da Silva - CRB 15/692.

Revista do Instituto Histórico e Geográfico do RN / Instituto Histórico e Geográ-fico do RN. - v. 1 (1903). Unigráfica. Natal: IHGRN, 1903.

v. 95 (Abril/Maio/Junho de 2017).

200 p.:il.

ISSN: 2526-4958

Trimestral

1. História - periódico. 2. Geografia. 3. Genealogia. 4. Antropologia. 5. Rio Grande do Norte. I. Instituto Histórico e Geográfico do RN.

CDU 9 (813.2)

Page 3: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

Índice

07 EditorialGustavo Sobral

13 Apontamentos para uma cronologia da imprensa em MossoróFrancisco Obery Rodrigues

23 A participação política feminina no Rio Grande do NorteMaria do Nascimento Bezerra

33 Como entender uma natureza repleta de incertezasBruna Oliveira, Ph.D.

45 16 de julho de 1645: O Massacre do Engenho CunhaúOlavo de Medeiros Filho

51 03 de outubro de 1645: O massacre do Porto de Uruaçu Olavo de Medeiros Filho

Page 4: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

67 O cavalo no Rio Grande do NorteGustavo Sobral

91 IPHAN, oitenta anos de história de salvaguarda do patrimônio culturalLívia Magalhães de Brito

109 A matriz de Ceará-MirimGuilherme Luiz Barbosa de Queiroz

115 A chegada da família Pignataro ao Rio Grande do NorteAndré Felipe Pignataro

123 A ascendência da baronesa de Ceará-MirimJoão Felipe da Trindade

129 Monsenhor Expedito, profeta e santoPadre João Medeiros Filho

135 Caixeiro viajante do cleroMonsenhor Expedito de Medeiros

143 Um olhar secularVicente Serejo

Page 5: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

145 “Frei Miguelinho: traços biografhicos” texto fac-simileManoel Dantas.

179 Bibliografia Oswaldo Lamartine de FariaTércia Marques e Margareth Menezes

199 NecrológicosJurandyr Navarro

205 Discurso de saudaçãoHonório Medeiros

211 Discurso de posseGustavo Sobral

215 CavaloOswaldo Lamartine de Faria Guilherme de Azevedo

Page 6: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O
Page 7: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

Editorial

Gustavo Sobral, sócio do IHGRN.

Publicação mais longeva em circulação no no Estado do Rio Grande do Norte, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte já teve a sua frente o grande Manoel Dantas, um

dos fundadores desta casa. A ele, cujo sesquicentenário comemora-se este ano de 2017, e a quem homenageamos, reproduzindo alguns dos seus trabalhos de relevo. Começamos, nesta edição, com os traços biográficos do Padre Mi-guelinho.

Aliás, 2017 é um ano de celebrações. Comemoramos os duzentos anos da Revolução de 1817 e cento e quinze anos deste Instituto. A revista sinaliza uma pequena mudança de rumos, procurando se voltar predominantemente para a publicação de artigos e ensaios que tratem da história, geografia, patri-mônio, memória e cultura do Rio Grande do Norte.

Nesta nova fase, também empreendemos algumas mudanças gráficas, propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena-ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho.

Page 8: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

O design gráfico é competência de Waldelino Duarte, e a capa é uma obra do arquiteto e ilustrador Arthur Seabra, que anda desenhando o patrimônio da cidade de Natal e do Estado pelo seu traço. Aqui, a sede do IHGRN na visão do artista. No correr da revista, a presença de fotografias do acervo do Institu-to, registros históricos da cidade e da celebração do centenário da Revolução de 1817.

Imprensa, política, ciência e história são os temas dos artigos. Nomes expressivos em cada uma destas áreas contribuem com o seu conhecimento e visão de mundo. A revista cumpre o seu papel de difundir o conhecimento. Portanto, em imprensa, um inventários dos jornais de Mossoró; em política, o pioneirismo feminino do Rio Grande do Norte; na ciência, um nome da terra nos provoca a pensar sobre probabilidade; e, em história, a justa home-nagem ao historiador e uma luz sobre um tema atual: os martírios em Uruaçu e Cunhaú por Olavo de Medeiros Filho.

Passemos as páginas. Um ensaio revela a presença do cavalo no Rio Gran-de do Norte, sempre coadjuvante, perante o boi e o vaqueiro, figurando tam-bém no ponto final, quando se reproduz o verbete do Dicionário do criatório norte-rio-grandense de Guilherme de Azevedo e Oswaldo Lamartine de Faria. Homenagem que também se presta quando pela primeira vez se publica um trabalho necessário e inédito: a bibliografia de Oswaldo Lamartine de Faria, competência das bibliotecárias Tércia Marques e Margareth Menezes.

Em patrimônio, a importância e a saga do Instituto do Patrimônio Histó-rico Nacional o IPHAN, numa narrativa de sua história longeva e a continui-dade da seção patrimônio que, antes na contracapa, agora assume seu devido lugar no corpo da revista, em registro fotográfico do pesquisador Gibson Ma-chado e texto de Guilherme Luiz Barboza de Queiroz: a matriz de Ceará-Mi-rim. A genealogia no Rio Grande do Norte apresenta-se em dois trabalhos de pesquisa notáveis. Um registra a presença da família Pignataro no Estado, o outro a ascendência da baronesa de Ceará-Mirim, provavelmente da linha sucessória dos mártires de Cunhaú e Uruaçu.

Page 9: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

A memória das velhas figuras em seção homônima registra em perfil escri-to pelo sócio padre João Medeiros Filho o traço da vida do Monsenhor Expe-dito de Medeiros de quem se reproduz também um trecho de suas memórias. Expomos o retrato falado na visão de outrem e a voz autoral. Preocupação que norteia a conjuntura desta revista ao propor diálogos de temas (duas visões sobre o cavalo; a bibliografia de Oswaldo Lamartine e um escrito de sua lavra, e assim por diante). Desta forma, a revista está em constante diálogo interno e assumindo uma coerência que lhe cai bem.

Por fim, o registro pontual e necessário das atividades desta casa, cuja revista já se configura como espaço da sua memória e do seu documentário, se faz com a publicação do necrológio, memória dos sócios falecidos, na palavra escrita de Jurandyr Navarro, presidente honorário do IHGRN, que também apresenta a casa àqueles que a desconhecem, na pequena apresentação que consta na orelha.

Page 10: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

Artigos e Ensaios

Page 11: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

Artigos e Ensaios

Page 12: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O
Page 13: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

13

Imprensa

Apontamentos para uma cronologia da imprensa em Mossoró

Francisco Obery Rodrigues

Francisco Obery Rodrigues (Mossoró, 1928) é bacharel em Ciências Econômicas pela Fundação Universidade Regional de Mossoró. Sócio efetivo do Instituto Histó-

rico e Geográfico do Rio Grande do Norte, é autor de diversos livros.

Mossoró foi a segunda cidade no Nordeste a fundar um jornal, O Mossoroense, em 17 de outubro 1872. A primeira foi Recife, com o Diário de Pernambuco, em 07 de novembro de 1825. O fundador de O Mossoroense foi Jeremias da Rocha No-gueira. O jornal enfrentou vários problemas, alguns turbulentos, e funcionou, em

Page 14: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

14

sua primeira fase, até 1876, retomando à atividade em 12 de maio de 1912, sob a direção de João da Escóssia.

Sua terceira fase tem início em 07 de setembro de 1946, circulando aos domin-gos, sob a direção de Lauro da Escóssia e tendo como colaboradores Jorge Freire de Andrade, Vingt-un Rosado e José Augusto Rodrigues, mas não sei informar que tempo levou essa fase. Ressurge em 05 de agosto de 1975, vendido pela família Escóssia, sua proprietária desde a fundação, à Editora de Jornais Ltda., então sob a direção do jornalista Dorian Jorge Freire.

Outro jornal que funcionou em Mossoró, entre 17 de janeiro de 1904 a 29 de dezembro de 1907, como órgão, com edições semanais, “para defender os interesses do comércio, da indústria e da lavoura”, sob a direção de Bento Praxedes, que apa-rece como único responsável, foi o Comércio de Mossoró. Era um jornal bem interes-sante, com boa colaboração literária de artigos, crônicas e poesias.

Em 15 de setembro de 1916, o jornalista e poeta José Martins de Vasconcelos, dono de uma tipografia, livraria e papelaria, lançou o jornal O Nordeste, que circulou até o ano de 1934. Foram seus colaboradores, além do próprio editor, os senhores Raul Caldas, Felipe Guerra, Cunha da Mota e João Gondim. Conheci pessoalmente o poeta José Martins e frequentei, muitas vezes, a sua livraria, que funcionava na Rua Cel. Vicente Sabóia.

Em 13 de maio de 1826, entra em circulação o Correio do Povo, lançado e dirigido pelo jornalista, poeta, escritor e político, José Octávio Pereira Lima. A seu respeito, diz Lauro da Escóssia, em Cronologia Mossoroense: Jornal do Povo, de feição moderna, fez época nos anais da imprensa mossoroense pelo desassombro de seus artigos, em tremenda oposição ao Governador Juvenal Lamartine. Esse órgão fun-cionou até dias do ano de 1930. Também conheci José Octávio e estive em sua livra-ria várias vezes. Era um homem inteligente, preparado e de fino humor, sobretudo quando se referia aos seus adversários políticos.

O escritor Manoel Rodrigues de Melo, que foi presidente da Academia Norte--Rio-Grandense de Letras, publicou em 1987 o livro Dicionário da Imprensa no Rio Grande do Norte. Quando se refere a Mossoró, omite os nomes desses três jornais, que fazem parte da nossa história. Manoel Rodrigues menciona os órgãos que exis-

Page 15: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

15

tiram em Mossoró – jornais, revistas, coletâneas, até simples folhetos – por ordem alfabética; este meu trabalho, faço-o pela ordem cronológica.

Do referido livro extraio algumas informações. A primeira é sobre uma pu-blicação de A República, de 12 de abril de 1909, que “registrou o aparecimento do primeiro número de uma revista, sob a direção do acadêmico Souza Nogueira, cujo sumário é o seguinte: “A Caminho” (F. Assunção; “Fragmentos” (A.P.); “De Relance” (A. Quintino); “Conto Breve” (Jomarvas, pseudônimo de José Martins de Vasconce-los); “Tela Feminina” (Murilo Júnior), e vários outros colaboradores.

Ainda Manoel Rodrigues assinala o conhecimento do número 7, Ano I, de A Escola, órgão lítero-humorístico, semanal, que tinha como redator Raul Caldas. Sua assinatura anual custava 54$000 e o número avulso $100. Menciona vários cola-boradores, entre eles o próprio Raul Caldas, José Martins de Vasconcelos, Acácio, Dr. Dudu, José Vasconcelos Câmara, além de matéria redacional. Era impresso na Tipografia Martins.

Em 27 de agosto de 1920, em comemoração à passagem do 9º aniversário da fundação da União Caixeiral, é lançada a revista Polyanthéa da Sociedade União Cai-xeiral, com 28 páginas (não mencionada no Dicionário citado), do qual possuo um exemplar. Essa revista tem ilustres colaboradores: Vicente de Almeida, Juvenal La-martine, Alfredo Melo, Nono Rosado, Phelipe Guerra, Manoel João, Elyseu Viana, Tibério Burlamaqui, Tancredo Sepúlveda (pseudônimo de Targino Soares), Edinor Avelino, Martins de Vasconcelos e outros, articulistas, cronistas e poetas.

Provavelmente em 1923, surgiu o órgão dedicado aos interesses da Liga Operá-ria, impresso no Atelier Escóssia, tendo como diretor-responsável Raimundo Regi-naldo da Rocha e redatores Manoel Assis, Mário Cavalcanti e Lauro da Escóssia, mas o autor do Dicionário da Imprensa Norte-Rio-Grandense só teve acesso ao número 25, ano IV, de junho de 1926, que dá notícia das eleições do Congresso Constituinte do Estado, apresenta João Estevão Gomes da Silva como candidato do operariado e insere colaboração de Lírio Resende, L. Reginaldo, V. Fernandes Lopes, Cícero Oliveira, Zé Alexandre, Mestre João e Giuzepe L. Albuquerque, além de matéria redacional.

Page 16: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

16

Manoel Rodrigues dá notícia, também, no seu Dicionário, de um jornal literá-rio e noticioso, que tinha como diretor Abílio Xavier de Almeida. Refere-se apenas ao número 7, ano 1, de 15 de agosto de 1926, que publica artigo sobre a visita do presidente Washington Luiz ao nordeste e outro sobre o deputado federal Rafael Fernandes. Traz soneto de Luiz Cândido, notas do Conselheiro Andrade, artigo de Elice, além de outras matérias redacionais. Composto e impresso no Atelier Otávio, em máquinas Koenig & Bauer, cobrando por assinatura anual 10$000, semestral 7$000 e número avulso $200. Seu corpo redacional era composto por Abílio Xavier de Almeida, diretor; Abel Coelho, secretário; José A. Rebouças, gerente, Duodécimo Rosado e Manoel Luiz, redatores.

Em 30 de setembro de 1924, foi lançada uma revista com o título de A Escola, sob a direção da professora Dona Eulina Coelho, do Colégio Diocesano Santa Luzia, com variada colaboração, tendo sido impressa no Ateliê Escóssia.

O Cônego Francisco de Sales Cavalcanti, em seu livro Apontamentos para a História do Colégio Diocesano Santa Luzia informa que esse jornalzinho só ressurgiria em 1933, circulando, com pequenos intervalos, até 1941, sob variadas direções. A Fundação Vingt-un Rosado enfeixou num volume os que circularam de 31 de maio de 1933 a 06 de junho de 1941. Todos eles contêm ótima colaboração de professo-res, alunos (inclusive eu), reportagens das excursões do Ginásio a Caraúbas, em 06 de agosto de 1938 e a Caicó, em 1939, esta escrita e assinada pelo jornalista Lauro da Escóssia.

No passado, durante os dez dias das festas de nossa padroeira Santa Luzia, cir-culavam uns jornaizinhos humorísticos, com concursos da moça mais bonita, dos mar-manjos mais feios e outras brincadeiras. Lembro de O Correio Festivo, de O Festeiro e de O Espião. Do primeiro, não encontrei mais vestígio; de O Festeiro, a Fundação Vingt-un Rosado editou as coleções dos números que circularam nos anos de 1929 e 1930, que tenho em meu poder; de O Espião possuo números esparsos circulados em 1951 e 1955.

Em 30 de setembro de 1941, circulou uma alentada revista, Consagrando uma data, em comemoração aos cinquenta e oito anos da Libertação dos Escravos. Suas oitenta páginas ilustradas contêm farta e valiosa colaboração dos nossos repórteres, cronistas e poetas. É uma valiosa lembrança que guardo com todo o carinho.

Page 17: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

17

Em 30 de setembro de 1947, circulou a Centelha Abolicionista, impresso nas oficinas de O Nordeste, contendo quarenta e oito páginas e nos mesmos moldes da anterior: muito bem ilustrada e com importante colaboração dos nossos escritores e poetas. Esta é também uma relíquia que tenho em meu poder.

Em dezembro de 1948, foi editada, por sua família, amigos e admiradores, uma Poliantéia, revista com quarenta e oito páginas, em homenagem ao jornalista, escri-tor e poeta José Martins de Vasconcelos.

Em 1946, foi editada a Revista do Congresso Eucarístico de Mossoró, quando era seu segundo Bispo Dom João Batista Portocarrero Costa, com cento e oitenta pági-nas. Essa revista é um valioso documento, contendo dezenas de reportagens sobre as principais firmas de Mossoró do passado e da época, sobre importantes personagens da nossa história econômica, social e política, inúmeros anúncios publicitários de pequenos estabelecimentos comerciais, de profissionais liberais, entrevistas, farta co-laboração literária (artigos, crônicas, poesias de autores locais, de outras cidades do estado e do país, enfim, traz um panorama geral de valor histórico).

Em meu poder o número 1, de janeiro de 1960, e 2, de julho de 1961, da re-vista mensal Presença, a primeira com 24 e a segunda com 28 páginas, publicação do Departamento Cultural da A.A.B.B. de Mossoró, que era presidida por Bruno Nogueira Freire, tendo como diretor cultural Lydio Luciano de Góes. Não sei se foram editados outros números. Os que tenho em meu poder, além de interessante colaboração cultural, traz anúncios variados, reportagens publicitárias e outras ma-térias de interesse geral.

A propósito, tenho em meu arquivo o nº 139, Ano II, de 13 de dezembro de.2001, e um Suplemento com trinta e duas páginas, comemorativo da Festa de Santa Luzia, contendo farta e elaborada matéria religiosa, devocional. O primeiro, o nº 139, informa que o endereço de sua redação é Rua Jerônimo Rosado, 04, sala 104, tendo Gilberto de Souza como Diretor, José Antônio de Souza como Diretor Administrativo/Financeiro, além de outros.

Possuo, também, exemplares das revistas O Semeador, de dezembro de 2000, de 2002, de 2005 e novembro de 2012, esta de apenas quatro páginas, indicando ser o nº 112, o que me pareceu estranho, pois as anteriores informam ser o órgão

Page 18: Revista do IHGRN - pdf · propondo um novo desenho para a revista, para capa e miolo e uma ordena- ção do seu conteúdo, observando a linha editorial endossada pelo conselho. O

18

oficial da festa de Santa Luzia, contendo as anteriores dezesseis páginas, e trazendo a programação da Festa, artigos e reportagens de cunho religioso. Nesse período, era Vigário da Catedral o Mons. Américo Simonetti, e eram diversos os colaboradores a cada ano. Não sei se ainda circula.

Circulou também, em Mossoró, a revista do Instituto Cultural do Oeste Poti-guar (ICOP), cujo último número, o 16, foi editado em setembro de 2012.

Em fevereiro de 2004, foi lançado o primeiro número da revista cultural e sa-tírica, denominada Papangu, sob a direção do jornalista Túlio Ratto, tendo como Diretora Comercial Adriana de Oliveira, Diretor de Marketing Igor Rosado Amaral, além de outros. Essa revista circulou até o ano de 2012, atingindo a marca de setenta e duas edições. Segundo o seu fundador, Túlio Ratto, foram seus colunistas Milton Marques, Antônio Capistrano, Cid Augusto, Marcos Ferreira, Antônio Alvino, Lí-ria Nogueira, Raildon Lucena, Alexandro Gurgel, David Leite, Clauder Arcanjo e vários outros. Sua redação funcionava na Rua Idalino Oliveira, nº 95, Centro, em Mossoró. Possuo os números 46, 48 e 67, respectivamente de novembro/2007, ja-neiro/2008 e fevereiro/2011.

Em maio de 2012, circulou uma revista, publicação de responsabilidade da ob-tido o patrocínio Santos Editora, comemorativa aos cem anos de Dix-Huit Rosado. Deixaram de circular neste milênio: O Mossoroense; a Gazeta do Oeste, fundado em 30 de abril de 1977 pelo jornalista Canindé Queiroz, que encerrou suas atividades em 04 de janeiro de 2001; o Jornal de Fato, fundado por César Santos em 23 de maio de 2001, e o Jornal da Tarde, fundado por José Walter da Fonseca, fechado em 10 de junho de 2006. Atualmente, em Mossoró, circula apenas o Jornal de Fato, fundado por César Santos em 23 de maio de 2001.