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CENTRO AVANÇADO DE ORTOPEDIA Atendimento completo e especializado SAÚDE NO TRABALHO Dicas para lidar melhor com o estresse profissional ALZHEIMER Saiba como manter o cérebro em forma Informativo Oficial do Hospital São Vicente de Paulo Ano 3 • Número 10 • Maio/Jun 2013 Revi sta do Hospi tal São Vicente de Paulo

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Page 1: Revista do Hospital São Vicente de Paulo · dar, criando espaços de convivência, formando equipes de futebol, coral, oferecendo sala para leitura, relaxamento e prática de atividade

CENTRO AVANÇADO DE ORTOPEDIAAtendimento completo e especializado

SAÚDE NO TRABALHO Dicas para lidarmelhor com o estresse profissional

ALzHEImERSaiba como manter o cérebro em forma

Informativo Oficial do Hospital São Vicente de Paulo

Ano 3 • Número 10 • Maio/Jun 2013

Revista do HospitalSão Vicente de Paulo

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Hospital São Vicente de Paulo - pág. 2 Hospital São Vicente de Paulo - pág. 3

SUMÁRIO EXPEDIENTEHospital são Vicente de paulo - Rua Dr. Satamini, 333 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ - Tel.: 21 2563-2121.

Fundado eM 1930 pelas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.diretoria Médica: Eliane Castelo Branco (CRM: 52 28752-5).conselHo adMinistratiVo: Ir. Marinete Tiberio, Ir. Custódia Gomes de Queiroz, Ir. Maria das Dores da Silva e Ir. Ercília de Jesus Bendine.conselHo editorial: Irmã Custódia Gomes de Queiroz - Diretora de Enfermagem; Irmã Ercília de Jesus Bendine - Diretora da Qualidade; Eliane Castelo Branco - Diretora Médica; Irmã Marinete Tibério - CEO do HSVP; Martha Lima - Gerente de Hospitalidade; Olga Oliveira - Gerente de Suprimentos; Vanderlei Timbó - Coordenador de Qualidade.edição: Simone Beja.teXtos: Antonio Marinho, Andrea Mazilão, Carolina Laert e Marcelo EgyptodiaGraMação: Jairo Altapoio editorial: Ana Paula Gama e Wilson Agostinho.iMpressão: Arte Criação

MAIS DO QUE PROFISSÃO: DEVOÇÃO

Parceria - HSVP é referência em procedimentos de hemodinâmica

Aconteceu

HSVP se mobiliza pela Jornada Mundial da Juventude

Qualidade - Medicamento na dose certa

Entrevista - Irmã Custódia e Irmã Ercília

Artroplastia no joelho

Capa - Inauguração do Centro Avançado de Ortopedia

Com a cuca fresca e o cérebro em forma

1819

8,9

16,1714,1512,1310,11

Trabalho e saúde 4,56,7

Personalidade - A voz da enfermagem no Rio de Janeiro 3

Com o esforço e a dedicação da Diretoria Médica, do Conselho Administrativo e dos colaboradores, o HSVP está man-tendo o foco na reestruturação de todos os seus serviços, baseando-se no conceito dos Centros Avançados. Esse novo modelo aprimora ainda mais o atendimento ao paciente, da chegada à Emergência até a sua recuperação total, tendo à disposição equipes médicas especializadas, tecnologia de ponta e toda a infraestrutura - de Serviço de Radiologia, Centro Cirúrgico, CTI e Unidade Pós-operatória - característica de um bom hospital geral. Em março, o HSVP deu continuidade a esse compromisso e inaugurou o Centro Avançado de Ortopedia, sob a coordenação do médico Ilídio Pinheiro e de seu amplo “time” de especialistas.

Além do serviço diferenciado dos centros avançados, o HSVP comemora outra conquista: o estreitamento da parceria com a Operadora Bradesco Saúde, o que nos torna um dos hospitais cariocas referenciais para a realização de procedi-mentos de hemodinâmica. Nosso hospital, que já figurava como referência para a seguradora em cirurgias de coluna e ortopedia, recebe mais esse reconhecimento externo sobre a excelência de nossa equipe médica e infraestrutura.

Em maio, comemora-se o Dia da Enfermagem. Por isso, dedicamos um bom espaço a esses profissionais que represen-tam um importante pilar da assistência hospitalar e do cuidado humanizado ao paciente. Na coluna PERSONALIDADE, Pedro Jesus, presidente do Coren-RJ, fala sobre desafios e projetos para ampliar a capacitação e qualificação da Enfer-magem no Rio de Janeiro e no Brasil. Em uma homenagem extensiva a todas as enfermeiras deste hospital, nossa coluna ENTREVISTA mostra a trajetória de vida de Ir. Ercília e Ir. Custódia, enfermeiras do HSVP, que se encontraram na devoção à religião e à Enfermagem.

Também nesta edição, você confere novidades sobre a Jornada Mundial da Juventude e conhece algumas das voluntárias do HSVP que participarão desse importante evento.

Boa leitura!Ir. Marinete Tibério - CEO do HSVP

A VOZ DA ENFERMAGEMNO RIO DE JANEIROCom projetos como o Coren Itinerante, o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do RJ, Pedro de Jesus, promove a valorização e a capacitação da classe

“O Coren-RJ não pode parar!” Dispa-rando o jargão que incentiva a luta da classe por melhores condições de

trabalho e capacitação profissional, o atual pre-sidente do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ), Pedro de Jesus Silva, comemora seu primeiro ano à frente da entidade, da qual participa desde 2008. No mês de ho-menagens à Enfermagem, ele é o convidado da coluna PERSONALIDADE. Com 20 anos de pro-fissão e uma trajetória profissional de militância pelo progresso da categoria, Pedro de Jesus faz um resumo, na entrevista a seguir, dos principais projetos desenvolvidos e desafios enfrentados.

Revista HSVP: Quais são as principais bandei-ras defendidas pelo Coren em prol da melho-ria da profissão de Enfermagem?Pedro de Jesus: Capacitar os nossos profissio-nais, já que lidamos com vidas. Desde o ano passado, criamos o Capacita Coren, que oferece cursos gratuitos de capacitação em todo o estado do Rio, por meio de um convênio com secretarias de saúde, universidades e escolas técnicas. Além disso, buscamos normatizar e realizar uma fisca-lização constante sobre o exercício da profissão.

Revista HSVP: Que projetos de capacitação estão sendo implementadas pelo conselho? PJ: O conselho hoje conta com o projeto Coren Itinerante, que visa auxiliar, capacitar e esclarecer a classe em diferentes cidades do estado do Rio de Janeiro. O projeto é aberto para enfermeiros, auxiliares, técnicos e estudantes do último ano de Enfermagem. Temos outros subprojetos dentro do Coren Itinerante, como o Capacita Coren e o Boas-Vindas, que levam ao futuro profissional informnação e orientação sobre as dúvidas mais recorrentes na área. Aos poucos, estamos resga-tando o valor da nossa profissão após anos de descaso.

Revista HSVP: Como o senhor analisa a quali-dade dos cursos de formação de enfermeiros, no Brasil, em diferentes níveis de atividade?PJ: Hoje, a educação no Brasil sofre várias ava-liações sobre quantidade, qualidade e resultados. Algumas escolas veem a educação como um co-mércio de ensino e abrem de forma irresponsável instituições, sem oferecer campos de estágio. Há precariedade também no momento da prática profissional. A Enfermagem exige prática, que tem que ser realizada em defesa do paciente e da melhor assistência. A habilidade manual não pode ser realizada apenas uma vez por semana.

Revista HSVP: Quais foram os principais de-safios nesse primeiro ano de mandato no Coren?PJ: O principal desafio foi mostrar à sociedade e aos próprios profissionais que a Enfermagem mu-dou. Muitos, infelizmente, não conhecem ainda seus direitos e deveres e as bandeiras levantadas pelo Coren. Existem pessoas que chegam aqui e reivindicam os pisos salariais. Mas o conselho é um órgão público e federal, que realiza a fiscali-zação do exercício da profissão e existe para au-xiliar e ajudar os profissionais de Enfermagem em sua prática diária.

Revista HSVP: No mês em que se homenageia à Enfermagem, que mensagem o senhor gos-taria de deixar, como representante do Coren? PJ: Minha mensagem para os profissionais de Enfermagem é esperança. Temos que manter a cabeça erguida, buscar capacitação e ir atrás da valorização da nossa profissão. Devemos exigir um ensino melhor e correr atrás do espaço que perdemos, não só na sociedade, mas no ambien-te hospitalar. E, o mais importante, nos orgulhar da nossa profissão. Um hospital não existe sem enfermeiros. Nós damos assistência ao paciente 24h e temos que amar a profissão e lutar por ela.

Pedro de Jesus Silva, presidente do Coren-RJ

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Hospital São Vicente de Paulo - pág. 4 Hospital São Vicente de Paulo - pág. 5Hospital São Vicente de Paulo - pág. 4

TRABAlHO E SAúDEEspecialistas ensinam a lidar melhor com os

desafios do ambiente profissional

lha. Sob estresse, o trabalho desanda e o corpo sofre. Estresse só faz bem em determinadas situ-ações, como quando a pessoa precisa enfrentar um perigo e a vida está em risco. Nessas horas, o organismo se prepara para lutar ou fugir. A res-piração fica profunda, os brônquios e as pupilas se dilatam, mais glicose chega aos músculos para

aumentar a energia, e há a liberação de hormônios com efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. Tudo bem se isso ocorre de forma isolada, dizem médicos. O problema é quando a an-siedade e o estresse se tor-nam uma constante. Quan-

do isso ocorre, os hormônios cortisol e adrenalina são liberados continuamente pelas glândulas suprarrenais, o que pode causar estreitamento de artérias importantes no coração e no cére-bro, aumentando o risco de infarto e aciden-te vascular encefálico (derrame).

Quando o corpo paga a contaEm um ambiente de trabalho in-

satisfatório, o corpo “paga a conta” com sintomas de irritabilidade e de-pressão - doença que pode levar ao

abuso de medicamentos, álcool e outras drogas -, queda da imunidade, aumento ou pio-

ra da pressão arterial, insônia, redução do desejo sexual e au-mento do apetite, contribuindo para um ganho de peso corpo-ral. “O indivíduo precisa reco-

nhecer os próprios limites. O que é estressante para mim pode não ser para o outro. Muitas das quei-

xas de lesão por esforço pepetitvo (LER), distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho (DORT), dores de coluna, doenças gástricas, depressão, síndrome de Burnout (distúrbio psíquico depres-sivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso), entre outras, têm relação com um am-biente inadequado de trabalho”, diz a médica Juliana Faria Lírio, do Serviço de Medicina do Trabalho do HSVP.

Receita de saúdeCom três filhos e grávida do quarto, casa-

da e tendo que se desdobrar para dar conta de sua tripla jornada, Juliana lida diariamente com o estresse, mas não se deixa abater por ele. “É preciso reservar algum momento do dia, mesmo que por meia hora, para relaxar, sair, conversar com os amigos ou fazer algo de que você gosta”, ensina Juliana.

Ana Lúcia Tinoco, de 53 anos, segue essa re-comendação. Ela trabalha há 25 anos no HSVP, sendo nove anos na Ouvidoria, onde atende a pacientes e familiares com as mais diferentes questões; algumas de difícil solução. São, pelo menos, 800 atendimentos por trimestre no setor, em uma rotina estafante. Para aliviar essa tensão, Ana ensaia duas vezes por semana com o coral do HSVP e se apresenta com o grupo em diver-sas instituições da cidade. Desde que passou a cantar, sua qualidade de vida melhorou: “Cantar alivia o estresse e me deixa mais motivada para o trabalho. No coral, tenho a oportunidade de

fazer novos amigos e desenvolver o meu lado espiritual e de estar mais perto de Deus. Agora quero retornar aos exercícios de pi-lates e aprender dança de salão”, conta.

O ideal, afirma Juliana, é traba-lhar em um am-biente motivador, onde há pers-

pectivas de cres-cimento e o seu

trabalho é reconhecido, com lideranças participa-tivas. “Mas nem sempre isso é possível; então, é preciso se preparar para lidar com as pressões“, comenta. Nesse sentido, as empresas podem aju-dar, criando espaços de convivência, formando equipes de futebol, coral, oferecendo sala para leitura, relaxamento e prática de atividade física, mesmo que por uma horinha do dia, sugere ainda. E cuide de sua alimentação. O estresse por si só já estreita os vasos. Portanto, pratique exercícios e evite comidas gordurosas e salgadas, além do abuso de substâncias estimulantes, como cafeína.

Emocionalmente forteÉ fundamental se fortalecer emocional-

mente. “Reserve momentos no seu cotidia-no lendo um bom livro ou ouvindo músicas agradáveis para criar a sensação de paz e tranquilidade. Não negligencie sintomas de ansiedade, irritação e tristeza”, diz a psicólo-ga Cecília Calabaide, do HSVP. “Quando esses sinais aparecerem, é hora de buscar ajuda. Jamais faça automedicação.”

Cecília explica que a reação ao estresse apresenta sintomas mais intensos em uma pessoa do que em outra, dependendo de fatores como a capacidade de adaptação, a chamada resiliência. Diante de um obstá-culo, procure soluções adequadas. “A admi-nistração eficaz do tempo é uma das chaves para combater o estresse. É essencial fazer um planejamento das atividades do dia: estabelecer prioridades, objetivos e ações, reservando um tempo para imprevistos. Sempre que possível, resolva de imediato urgências e organize melhor o seu tempo“, comenta Cecília.

Marcus Porto, o engenheiro de seguran-ça do trabalho do HSVP, reforça essa reco-mendação: “Tente diminuir o seu ritmo de trabalho, cumprindo apenas a jornada nor-mal, e organize suas tarefas em prioridades. Quando organizamos nosso tempo e de-cidimos o que realmente importa, fazemos nosso trabalho de forma planejada e com grande probabilidade de sucesso, o que evi-ta de alguma forma o estresse ocupacional ou profissional”, diz Marcus.

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que o estresse crô-nico custa às empresas americanas US$

200 bilhões por ano. Essa conta é o resultado de prejuízos com faltas ao trabalho, queda de pro-dutividade e despesas com tratamentos médicos, entre outros gastos. E um ambiente de trabalho inadequado é uma das principais causas de danos à saúde física e mental. Mas como é possível evitar isso? Usar equipamentos, ferramentas e mobiliário apropriados ao trabalho, ter um tempinho para la-zer ou atividade prazerosa, praticar exercícios físicos e mentais, ter alimenta-ção saudável, atitudes positivas diante dos pro-blemas, investir nos relacionamentos sociais, viajar e desenvolver a espiritualidade são algumas das medidas indicadas para enfrentar o estresse no trabalho, ensinam especialistas.

E vale a pena tentar adotar essa carti-

Dra. Juliana Lírio médica do trabalho, e Cecília Calabaide, pscicóloga

“É PRECISO RESERVAR AlGuM MOMENTO DO DIA, MESMO QuE POR MEIA HORA, PARA RElAxAR, SAIR, CONVERSAR COM OS AMIGOS Ou FAZER AlGO DE QuE VOCê GOSTA”

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COM A CuCA FRESCA E O CÉREBRO EM FORMA

No Brasil, estima-se em 1,2 milhão o nú-mero de pessoas com mal de Alzheimer, uma forma grave de demência que geral-

mente atinge pessoas na terceira idade. E novos estudos apontam que essa deterioração mental dá sinais muito mais cedo do que se pensava. Então a saída é fortalecer o cérebro. Mas como fazer isso? É possível manter nossos neurônios em forma e aumentar a capacidade de memória e aprendizado por toda a vida? Médicos dizem que sim. E não é difícil: ter alimentação balanceada, dormir as horas necessárias, não fumar, reduzir ao máximo o consumo de álcool; tratar a hiper-tensão, o diabetes, a aterosclerose, a depressão, a ansiedade e o estresse crônico; praticar exercí-cios físicos e mentais (como leitura e aprendizado de línguas) e participar de atividades sociais com diferentes grupos etários são os ingredientes da fórmula de um cérebro saudável, ensina Daniel Campinho Schachter, neurologista do HSVP. Essas ações ativam as conexões entre as células nervo-sas, preservando a saúde mental e potencialmen-te retardando doenças neurológicas incapacitan-tes, como o Alzheimer.

Na fórmula do cérebro saudável, a prática de exercícios físicos é um poderoso ingrediente. Cientistas já comprovaram que a prática de ativi-dades aeróbicas (como caminhada, dança, nata-ção, corrida e andar de bicicleta), pelo menos, 30 minutos, três vezes por semana, melhora a cogni-ção, a capacidade de atenção, a percepção, a memória, o raciocínio, o juízo, a imaginação, o pensamento e a linguagem. Uma explicação é que o exercício ativa a circulação, e as endorfinas liberadas durante o exercício aumentam a con-centração, resultando em um cérebro nutrido e alerta. Um estudo americano mostrou que as pes-soas fisicamente mais ativas têm um risco 90% menor de desenvolver declínios cognitivos, em comparação com sedentários. E cientistas acredi-

tam que os benefícios dos exercícios para manu-tenção da capacidade mental ocorrem mesmo quando se inicia a prática de atividade física tar-diamente. Até nos casos em que sinais de demên-cia já se manifestam, o exercício faz bem.

“A atividade física é excelente para prevenir a demência de origem vascular, isto é, a demência causada pela má oxigenação do cérebro. Em pessoas fisicamente e mentalmente ativas que so-frem de demência, os sintomas tendem a ser mais brandos, pelo menos nos primeiros anos”, diz Schachter.

Ele lembra que o fumo é um dos piores inimi-gos do cérebro. Estudos confirmam que o taba-gismo é extremamente deletério aos neurônios e aumenta o risco de isquemias cerebrais, alerta Schachter. “Da mesma forma, a obesidade e a aterosclerose elevam o risco de isquemias silen-ciosas (má irrigação dos vasos) e acidente vascu-lar encefálico (derrame), que também contribuem para o aparecimento de demências em idade mais avançada”, reforça o médico do HSVP.

Alimentação saudável protege o cérebro

Por isso, o cuidado com a alimentação é es-sencial, e ele deve começar desde cedo. Evitar gorduras saturadas, frituras e alimentos industria-lizados, fazendo dieta rica em grãos integrais, fru-tas, legumes e verduras, além de gorduras saudá-veis (azeite de oliva, óleos de canola, linhaça e girassol, coco, nozes e abacate, entre outros ali-mentos) e proteínas de boa qualidade, como pei-xes de águas frias (salmão, cavala e sardinha), ricos em nutrientes como ácidos graxos ômega 3, e minerais antioxidantes, que agem contra o en-velhecimento precoce e a inflamação das células, é uma boa forma de proteger o cérebro.

Um estudo que está sendo realizado na USP sugere que consumir casca de romã ajudaria a

prevenir e a tratar o mal de Alzheimer. Como o sabor da casca não agrada ao paladar, pesquisadores da USP desenvolveram micro-cápsulas contendo extrato de casca de romã que po-dem ser diluídas em sucos. Maressa Morzella, enge-nheira de alimentos e uma das líderes do estudo, diz que a casca da romã tem grande quantidade de substâncias antioxidantes flavonoides que impedem a ação de moléculas cha-madas de radicais livres e evitam a morte de neu-rônios. Por enquanto, as microcápsulas de romã são usadas apenas em testes de laboratório e os cientistas querem saber quais dos compostos pre-sentes na casca são mais eficazes contra o Alzhei-mer. Essa investigação é um exemplo de que investir em alimentação balanceada é uma das ações mais importantes para ter o cérebro saudável.

Manter uma vida social ativa é outra medida preventiva. “Pessoas que levam uma vida mais reclusa e passam a maior parte do tempo apenas fazendo atividades repetitivas, estatisticamente, estão entre os indivíduos que mais sofrem de de-mência, comenta o neurologista”. Portanto, vale a pena manter o cérebro ocupado, inclusive com eventos sociais, e em constante exercício. Falta de tempo não é desculpa. Mesmo simples tarefas de casa e ativi-dades de lazer, como a leitu-

ra e o aprendizado de no-vas línguas, que estimulam o raciocínio e a criativida-de, mantêm a capacidade cognitiva. E tente levar uma vida com menos estresse. Em excesso, ele estimula as glândulas suprarrenais a produzirem hormônios cor-ticoides que atingem o nú-cleo da amígdala cerebral, estrutura que tem papel importante na memória, di-zem os cientistas. “Por fim, não negligencie o papel do estresse nas falhas de me-

mória e depressão”, diz Schachter.

um mal lento e silenciosoA doença de Alzheimer avança aos poucos.

Primeiro, ela afeta as partes do cérebro que con-trolam o pensamento, a memória e a linguagem. Os pacientes podem ter dificuldades para lem-brar fatos ocorridos recentemente ou os nomes das pessoas conhecidas. Com o tempo, os sinto-mas pioram: o doente não reconhece seus fami-liares e tem dificuldade para falar, ler e escrever. Pode até mesmo se esquecer de como se esco-vam os dentes e se penteia o cabelo. Às vezes, torna-se ansioso e agressivo e passa a necessitar de cuidados em tempo integral. Os medicamen-tos atuais apenas atrasam o aparecimento e a piora de sintomas. Para ter uma ideia do custo com o Alzheimer e outras formas de demência, só nos Estados Unidos essas despesas diretas e indire-

tas somam US$ 215 milhões ao ano. E o número de doentes no país deve triplicar até 2050.

Hoje o foco dos cientistas é a pesquisa genética com o objetivo de intervir antes

que a doença se manifeste. Novos estu-dos mostram que as bases de genéticas do

mal variam entre diversas populações. Por exemplo, os afro-americanos têm taxas muito mais altas de incidência de Alzheimer na terceira idade do que os brancos, segundo pesquisas re-alizadas com essas populações. E, provavel-mente, o tratamento terá que ser diferente para cada grupo étnico, afirma a pesquisadora Chris-tiane Reitz, do Centro Médico da Universidade de Columbia, em artigo no jornal da Associação Médica Americana (JAMA).

Daniel Campinho Schachter, neurologista do Hospital São Vicente de Paulo.

“A OBESIDADE E A ATEROSClEROSE ElEVAM O RISCO DE ISQuEMIAS

SIlENCIOSAS (Má IRRIGAçãO DOS VASOS) E ACIDENTE VASCulAR

ENCEFálICO (DERRAME), QuE TAMBÉM CONTRIBuEM PARA O APARECIMENTO DE DEMêNCIAS EM IDADE MAIS

AVANçADA”

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Hospital São Vicente de Paulo - pág. 8 Informações: http://www.rio2013.com/pt//

Buenos Aires (Argentina – 1987) – com a participação de 1 milhão de jovens;

Santiago de Compostela (Espanha – 1989) – 600 mil;

Czestochowa (Polônia – 1991) – 1,5 milhão;

Denver (Estados Unidos – 1993) – 500 mil;

Paris (França -1997) – 1 milhão;

Roma (Itália – 2000) – 2 milhões

Toronto (Canadá – 2002) – 800 mil;

Colônia (Alemanha – 2005) – 1 milhão;

Sidney (Austrália – 2008) – 500 mil;

Madri (Espanha – 2011) – 2 milhões.

Manila (Filipinas – 1995) – 4 milhões;

Após a primeira JmJ – que foi diocesana –, seguiram-se

os encontros mundiais: Foi durante a última visita ao Brasil do então

Papa Bento XVI, em maio de 2007, que a cidade do Rio de Janeiro recebeu a missão

de sediar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2013. Desde então, todo o país tem se mo-bilizado para receber, pela primeira vez, o maior encontro de jovens católicos do mundo. Nesses seis anos de preparação para o evento, um fato curioso vem sendo observado: o forte engaja-mento voluntário em todas as muitas etapas da organização, vindo, principalmente, dos mais jo-vens. Como formiguinhas, os jovens católicos têm sido peças fundamentais em cada detalhe da jor-nada. São pessoas que, religiosas ou não, têm mostrado que, apesar da pou-ca idade, já sabem trabalhar em grupo. E se revelam um belo exemplo de união e voluntariado.

A primeira Jornada Mundial da Juventude aconteceu em Roma no ano de 1986. A ideia de criar uma jornada com esse mote surgiu dois anos antes, em 1984. Na ocasião, o Papa João Paulo II aproveitou que a comunidade católica vivia o Ano Santo da Redenção para se aproximar dos jovens que participavam do Encontro Interna-cional da Juventude. A Cruz Sagrada, entregue aos jovens pelo pontífice naquele ano se tornou um dos principais símbolos da JMJ. De lá para cá, as jornadas vêm acontecendo cada dois ou três anos, sempre com a presença da autoridade máxima da Igreja Católica, o Papa.

A edição de 2013 será realizada entre os dias 23 e 28 de julho e será um megaevento. Para se ter ideia, na sua última edição, sediada

na cidade de Madri, em 2011, foram registra-dos, pelo menos, 2 milhões de pessoas vindas de 193 países. Agora, a expectativa é ultrapassar a marca alcançada na Espanha. Por isso, toda aju-da no setor de hospedagem é bem-vinda. Aline Barbosa Almeida, 26, coordenadora da Pastoral da Juventude na Arquidiocese do Rio de Janeiro e atuante como assistente fiscal no HSVP, explica como é feito esse trabalho: “Como a cidade vai receber peregrinos de todos os estados e ainda do exterior, foi montado um esquema de acolhi-mento voluntário para atender à demanda, já que todos os hotéis e pousadas do Rio estarão

praticamente lotados.” As famílias que têm in-

teresse em hospedar os visitantes devem en-caminhar sua dispo-nibilidade ao páro-co mais próximo de sua residência, que, por sua vez, reenca-

minha esses dados à Arquidiocese. “Todo o

trabalho, desde a ca-talogação até a triagem

e análise da compatibilida-de de perfil entre as famílias

e os jovens, é feito pela comissão de hospedagem da Jornada Mundial da

Juventude.”, detalha Aline. Ela conta, ainda, que também faz parte do trabalho da comissão garantir a segurança tanto de quem hospeda quanto de quem é hospedado. “Toda a docu-mentação dos envolvidos é cadastrada e super-visionada pela Polícia Federal”, explica a jovem.

Apesar da pouca idade, Ir. Emanuele Alcân-tara, 30 anos, coordena um grupo chamado Juventude Mariana Vicentina, composto por 15 jovens, no Santuário da Medalha Milagrosa, situ-ado dentro da Associação São Vicente de Paulo (ASVP). Com ela, há também outro grupo de 15 irmãs junioristas (que estão na vida religiosa há

HSVP SE MOBIlIZA PElA JORNADA MuNDIAl DA JuVENTuDE 2013

Ir. Emanuele Alcântara [à esquerda] e Aline Almeida [à direita]: voluntárias animadas na missão de ajudar a JMJ

menos de 10 anos), porém situadas e atuantes em outros estados. A principal missão desses dois grupos, dentro da Jornada Mundial da Juventu-de, é dar suporte a peregrinos estrangeiros. “A Igreja da Medalha Milagrosa, que também abri-ga o HSVP, será palco para encontros e debates. Temos como missão apoiar os visitantes de língua estrangeira e ajudá-los a superar as barreiras lin-guísticas durante sua estada em nossa cidade”, conta. A religiosa explica que a ASVP também vai colaborar com hospedagens, disponibilizando leitos dentro das casas das irmãs da associação. “Estamos confiantes em que esse evento será um sucesso e estamos trabalhando juntos nessa cau-sa”, completa.

Mobilização virtual e legadosUm evento de jovens feito pelos próprios jo-

vens. Se antes o boca a boca e a divulgação da própria Igreja Católica já garantiam multidões, hoje as coisas são diferentes. No cenário atual, a religião não está mais tão presente na vida dos mais novos como esteve nas décadas passadas. Pensando nisso, a organização da JMJ está in-vestindo em uma comunicação direta com o seu público-alvo: através das redes sociais. Com um portal interativo e perfis no Facebook, Twitter, Youtube, Google +, entre outras, os jovens or-ganizadores disponibilizam todas as informações sobre o evento. “As redes sociais têm se mostrado um excelente canal de comunicação com nossos jovens, já que levam as informações de forma rá-pida e eficaz”, pontua Aline Almeida.

Eventos de grande porte costumam deixar frutos. Além dos já previstos legados estruturais,

que são as melhorias realizadas pelo governo em pontos estratégicos, há também os legados so-ciais. “Estes são o que de melhor um evento como esse pode deixar à população. Esperamos que a JMJ melhore a percepção dos jovens brasileiros acerca da importância da religião em suas vidas”, finaliza Ir. Emanuele.

Hospital São Vicente de Paulo - pág. 8

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Hospital São Vicente de Paulo - pág. 10 Hospital São Vicente de Paulo - pág. 11

A inauguração oficial foi em 4 de fevereiro, mas os preparativos para esse dia come-çaram há mais de dois anos. Desde que a

direção do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) investiu no estudo das vocações médicas, sob consultoria da Deloitte ainda no ano de 2010, os esforços da instituição se voltaram à especia-lização nos serviços prestados. Com a medida, o HSVP conseguiu identificar as principais es-pecialidades-foco de acordo com a missão do hospital e com as necessidades médicas da cida-de, em especial as da região da Grande Tijuca. Os primeiros serviços lançados dentro da nova orientação foram o Centro Avançado de Oftal-mologia e o Centro de Diagnóstico por Imagem, em abril de 2012.

Seguindo esse modelo, o Serviço de Ortope-dia, que há mais de 30 anos já era considerado uma referência dentro do hospital, recebeu novos investimentos e ficou ainda mais completo. “Essa linha dos núcleos especializados que adotamos tem sido muito bem encarada pelos pacientes, que passam a contar com uma infraestrutura

HSVP INAuGuRA SEu CENTRO AVANçADO DE ORTOPEDIA

Paciente receberá atendimento especializado, da chegada à Emergência até a recuperação total

mais confortável, uma grade maior de horários de atendimento e equipes médicas especializa-das”, explica a diretora executiva do HSVP, Ir. Ma-rinete Tibério.

Diferenciais do novo centroPacientes que sofreram quedas, fraturas, le-

sões ou, ainda que estão com dores agudas en-contram no Centro Avançado de Ortopedia do HSVP um serviço de Emergência em Traumas aberto 24h. A partir desse atendimento, se hou-ver indicação, podem realizar consultas, exames diagnósticos e até cirurgias de alta complexidade, tudo sem sair do hospital. “Conseguimos aliar a infraestrutura de um hospital geral à alta tecnolo-gia e ao o comprometimento de uma equipe sóli-da e experiente nesse novo centro. Isso nos confere credenciais para sermos uma referência ortopédi-ca não apenas na região da Grande Tijuca, mas em toda a cidade do Rio de Janeiro”, detalha o coordenador geral do centro, Dr. Ilídio Pinheiro.

O especialista, que faz parte do corpo clínico do HSVP desde sua inauguração em 1980, desta-ca ainda que houve um cuidado da direção em agregar à equipe ortopédica profissionais extre-mamente atualizados e preparados para assumir os desafios do novo centro. “Como ampliamos nosso atendimento, que agora funciona ininter-ruptamente e com capacidade para receber mais casos de emergência e de alta gravidade, preci-sávamos de especialistas comprometidos com a seriedade do nosso trabalho. Hoje nossos clientes podem contar – a qualquer dia e hora – com o apoio de ortopedistas renomados nas áreas de jo-elho, coluna, quadril, ombro, mão, pé e traumas esportivos”, destaca Pinheiro.

Exames de ImagemO Centro Avançado de Ortopedia tem o

suporte do Centro de Diagnóstico por Ima-gem, que reúne os mais modernos equipa-mentos para a realização de diagnósticos e tratamentos de lesões ortopédicas, incluindo tomografia computadorizada, ressonância magnética, raios-X digital, ultrassonografia e medicina nuclear.

O HSVP também conta com o sistema PACS (Picture Archiving and Communication System), que permite a visualização rápida dos exames de qualquer setor que disponha de um computador ligado à rede, seja na emergência, ambulatório ou centro cirúrgico.

Parte do staff médico do Centro Avançado

de Ortopedia do HSVP. A frente: Dr. Alfredo

Villardi (esquerda) e Dr. Ilídio Pinheiro (direita).

A estrutura de um hospital geralCom foco nas cirurgias de alta complexidade,

como as reconstruções de quadril e joelho, o Centro Avançado de Ortopedia do HSVP conta com um centro cirúrgico moderno e interligado com as unidades de tratamento intensivo (UTI) e de pós-operatório (UPO). Além de uma estrutura física completa, esse tipo de procedimento tam-bém requer o apoio de uma equipe multidisciplinar composta por cardiologistas, intensivistas e neurolo-gistas, por exemplo.

O ortopedista Alfredo Villardi, especialista em Medicina do Exercício e do Esporte, explica que o novo centro também está apto a receber, diag-nosticar e tratar todos os tipos de lesão relaciona-dos à prática esportiva seja ela profissional ou não. “As intercorrências ortopédicas nos atletas requerem tratamento e acompanhamento especí-ficos, já que os movimentos repetitivos, que são comuns a todas as modalidades atléticas, podem ocasionar desgastes e lesões estruturais severos”, detalha o ortopedista, que também é especializa-do em cirurgias de joelho.

Investimentos, desafios e expectativasO HSVP está em contínuo processo de investi-mento para implantar com êxito as vocações mé-dicas que vêm sendo identificadas. A reestrutura-ção do Centro Avançado de Ortopedia, por exemplo, fez parte do lote de investimentos da ordem de R$ 3 milhões, dispensados no ano de 2012. O montante foi destinado basicamente à aquisição de aparelhagem e equipamentos de ponta, obras pontuais de infraestrutura, tecnolo-gia em softwares e melhorias de equipamentos hospitalares.

Os desafios do Centro Avançado de Orto-pedia são grandes e os números já mostram que o HSVP está no caminho certo. Apenas no primeiro mês de funcionamento do novo centro,

em fevereiro e março, houve um aumento de 30% no número de atendimentos. “Esses resultados observados em tão pouco tempo já nos mostram que todo o trabalho dedicado à obra está valen-do à pena”, comemora Pinheiro. As expectativas da direção e da equipe são para que o número total de atendimentos anuais prestados na orto-pedia cresça de 10 mil para 20 mil no período de 12 meses, o que representaria uma alta de 100%.

Para este ano, a direção liberou uma verba aproximada de R$ 4,5 milhões, que serão em-pregados na modernização do centro cirúrgico geral e na construção de um novo centro de tratamento intensivo (CTI), que contará com mais 20 novos leitos. Esses recursos também serão destinados à implantação do novo Insti-tuto Intensivo de Cardiologia. “Estamos traba-lhando para garantir a permanência do HSVP no hall das melhores instituições médicas do estado do Rio de Janeiro”, finaliza a CEO Ir. Marinete Tibério.

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Hospital São Vicente de Paulo - pág. 13Hospital São Vicente de Paulo - pág. 12Hospital São Vicente de Paulo - pág. 12Hospital São Vicente de Paulo - pág. 12

Quem vê o Sr. José Faria hoje, prati-cando com desenvoltura suas grandes paixões, que são a dança e a capoei-

ra, não consegue imaginar como ele estava há apenas 10 meses. Aos 73 anos de idade, o pe-dreiro aposentado estava com os movimentos do joelho esquerdo comprometidos e não conseguia sequer fazer uma simples caminhada. Ele tinha uma artrose, que danificou gradualmente as arti-culações da região. Com o passar do tempo, as dores, que antes eram esparsas e um pouco incô-modas, agravaram-se até se tornarem frequentes e incapacitantes. Perguntado como se sente hoje, após a cirurgia, a resposta vem com um sorriso largo: “Não recuperei apenas a força nas minhas pernas. Consegui de volta a minha autonomia e a vontade de viver.”

O que mudou a vida do Sr. José foi um pro-cedimento que não é novo, mas que foi sendo

aprimorado com êxito nos últimos anos: a artroplastia total de joe-lho. Alfredo Villardi, ortopedista que coordenou a cirurgia no Hospital São Vicente de Pau-

lo, explica o caso. “Nossa equipe já acompanhava

o quadro do Sr. José havia algum tempo. Inicialmente, prescre-vemos o tratamento

conservador, que produziu melhora pouco significati-va. A decisão de indicar a cirur-

gia veio após con s t a t a r-

mos que a

chance de o paciente recuperar seus movimentos e se livrar das dores extremas seria com a cirur-gia”, comenta.

A artroplastia total de joelho é uma cirurgia de alta complexidade, por isso só deve ser realizada em um hospital que disponha de UTI ou unida-de pós-operatória e centro cirúrgico devidamente equipado. No Hospital São Vicente de Paulo, o Sr. José contou ainda com uma equipe multidiscipli-nar que o acompanhou do pré ao pós-operató-rio, que incluiu cardiologistas, geriatras e ortope-distas, entre outros. Apesar da complexidade da cirurgia, que reconstruiu o joelho esquerdo, a sua recuperação foi um sucesso, como para a grande maioria dos pacientes. “O Sr. José saiu da UTI no 1° dia após o procedimento e, no 5° dia, recebeu alta médica e já dava seus primeiros passos sem dor”, comenta o Dr. Villardi.

Artrose: a principal indicação para a artroplastia total

Assim como o Sr. José, a maior parte dos pa-cientes com indicação para artroplastia total sofre de artrose. “O problema, também chamado de osteoartrose ou osteoartrite, é a degeneração das cartilagens que recobrem os ossos. A artrose é mais comum na população da 3° idade, já que é natural que haja um desgaste nessas estruturas com o passar dos anos. As regiões mais atingidas são os joelhos e o quadril, que são as áreas arti-culares que suportam as maiores cargas”, explica Villardi.

E o problema não é raro. Dados da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia revelam que atualmente o Brasil tem, pelo menos, 10 mi-lhões de pessoas convivendo com a artrose e esse número pode ultrapassar os 12,3 milhões até 2015, o que representaria um aumento de 23%

em apenas 3 anos. A artrose primária, por des-gaste natural, costuma surgir mais cedo nos ho-mens e, nas mulheres, os riscos aumentam após a menopausa. No entanto, o especialista alerta que outros fatores também podem levar ao problema, até mesmo entre as pessoas mais jovens, como a obesidade, algumas doenças inflamatórias, se-quelas de traumas causados por acidentes e os movimentos repetitivos, como os realizados por atletas, dançarinos e operários, por exemplo.

um problema que tende a crescerAtualmente, segundo dados da Previdência So-cial, cerca de 17% da população com mais de 45 anos já sofre com a artrose, que chega a alcançar

ARTROPlASTIA TOTAl DE JOElHO

Conheça a história do Sr. José, que aos 73 anos recuperou a autonomia perdida com a artrose e hoje faz dança e capoeira

ENTENDA COMO É FEITA A ARTROPlASTIA TOTAl DE JOElHO

A indicação para o procedimento só ocorre quando o ortopedista já tentou tratamentos me-nos invasivos, ou seja, é o último grau de atua-ção. A principal indicação para o procedimento é a dor intensa, que limita as atividades de vida diária do paciente. Inicialmente, pode-se optar pelo tratamento conservador, baseado na fisio-terapia e mudança de hábitos, como a redução do peso e atividades físicas de baixo impacto.A técnica da artroplastia total de joelho consiste em reconstruir, por meio de componentes metá-licos e de polietileno, a articulação degenerada.

Sr. José em atividade, 10 meses após a artroplastia total de joelho

até 65% das pessoas acima dos 60 anos. Para se ter ideia, a doença, no ano passado, foi o se-gundo maior motivo de prorrogação do auxílio-doença, com 10,5%, e a quarta causa das apo-sentadorias precoces, cerca de 6,2% dos casos. Se, por um lado, os números da artrose já são altos no Brasil, que só perde nas estatísticas de todo o mundo para os Estados Unidos, a ten-dência, por outro lado, é que esse percentual continue a crescer. Dados da Organização Mun-dial da Saúde (OMS) indicam que a população idosa de todo o planeta vai continuar aumen-tando e, no Brasil, o número de pessoas acima de 65 anos deverá ultrapassar o de crianças até o ano de 2050.

Pré-operatórioO paciente deve passar por uma bateria de exa-mes, solicitados e avaliados por equipe médica multidisciplinar, a fim de controlar algumas doen-ças comuns na terceira idade e prepará-lo para a cirurgia, reduzindo os riscos pós-operatórios.

Pós-operatórioApós a cirurgia, o paciente costuma passar em torno de 24h em uma unidade de tratamento in-tensivo, para outros cuidados e observação mais rigorosa, já que o procedimento de reconstrução é classificado como alta complexidade. Do 2° ao 4° dias após a artroplastia, já é possível fazer o movimento articular, sentar-se fora do leito, ini-ciar exercícios fisioterápicos e o treinamento de marcha. No 5° dia, normalmente, com o pacien-te já caminhando, mesmo com auxílio, recebe alta médica.

Resultados esperados• Melhorasignificativanocombateàdor;• Restituição do eixo do membro inferior, ou

seja, a perna fica reta;•Restabelecimentodosmovimentosnecessários

para as atividades de vida diária, como sen-tar-se, andar, subir e descer escadas.

CuidadosA reconstrução de joelho requer cuidados perma-nentes. O paciente deverá passar por reabilitação e por consultas periódicas de rotina com o ortopedis-ta, segundo com a indicação médica.

Dr. Alfredo Villardi, cirurgião especialista em artroplastia de joelho

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uMA VIDA DEDICADA à ENFERMAGEM

Noventa anos: esse é o tempo de suas vidas que, juntas, as Irmãs Custódia Gomes de Queiroz e Ercília de Jesus Bendine vêm

dedicando ao cuidado com o próximo. As histó-rias são diferentes, mas o destino uniu essas duas mulheres que abdicaram de suas vidas pessoais para abraçar Deus e trabalhar pelos enfermos. No mês em que se comemora o Dia da Enferma-gem e os 380 anos de fundação das Filhas da Caridade – companhia criada por São Vicente de Paulo e Luiza de Marilac para cuidar dos doentes e socorrer as vítimas de guerra –, a Revista do HSVP traz o exemplo de vida e dedicação de Ir. Custódia e Ir. Ercília.

A trajetória de ambas não se esbarra somente nos corredores do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), mas também na vocação religiosa, dedi-cação pela profissão e responsabilidade com do-entes e familiares que recebem seus cuidados. “A enfermagem é um ato de amor”: com essa sim-ples frase, as irmãs resumem a importância da profissão em suas vidas. É esse amor à profissão que faz com que a Irmã Custódia, aos 71 anos, 50 destinados à enfermagem e à religião, conti-nue, após tanto tempo, doando-se em prol do próximo. Vinda de Goiás, Centro-Oeste do Brasil, a enfermeira é um exemplo de comprometimento com os ideais religiosos e profissionais. Cuidar

sempre foi a sua vocação, assim como a da Irmã Ercília, que, aos 68 anos, continua se especializan-do e ainda este ano retoma os estudos e começa uma pós-graduação em Gestão Hospitalar.

Com 30 anos de HSVP, Irmã Ercília nasceu em Paraguaçu Paulista, no interior de São Paulo, onde iniciou seus trabalhos de caridade. Tinha família grande: seis irmãos e uma irmã e, desde nova, a religiosidade e a vontade de cuidar já eram notáveis. “Minha vocação religiosa se manifes-tou aos 12 anos, mas meu pai era contra por eu ter pouca idade. Na minha cidade, eu já acompanhava o trabalho das irmãs vicentinas e estava decidida so-bre minhas escolhas. Quando completei a maiorida-de, me dediquei à religião e à enfermagem. Fiz das duas opções um único caminho”, conta.

As irmãs afirmam que a religiosidade ajuda a aproximação com os doentes, o que pode facili-tar a aceitação do tratamento e a adesão a ele. Por outro lado, também traz mais responsabilida-de. “Levamos a fé a pacientes que, nem sempre, estão conformados com sua condição de saúde. Eles querem respostas e garantias que não pode-mos dar. Além do trato clínico que nossa profis-são nos ensina, o que podemos fazer é confortar o paciente com as palavras do Evangelho”, diz Irmã Ercília.

Em muitos momentos, realmente, carinho e atenção são um “santo remédio”. A história por-

fissional de Ir. Ercília e Ir. Custódia é mar-cada por situações gratificantes, con-

quistadas tanto com gestos muitos simples quanto com outros de inten-sa doação. “Certa vez, em uma visita rotineira, percebi que o pé de uma paciente estava descoberto e eu

apenas o cobri, para que se aquecesse. A filha, que a

acompanhava, tempos depois, veio até o hospi-tal e me procurou para agradecer o que tinha feito pela mãe dela. Ela se lembrou da-

quele pequeno gesto. Com a enfermagem, con-seguimos fazer da nossa religião um verdadeiro sacerdócio”, conta Irmã Custódia.

Quem chega ao HSVP cruza facilmente pelos corredores com Ir. Ercília e Ir. Custódia, sempre animadas, com muita disposição e um largo sor-riso nos lábios. Equilíbrio emocional e força para enfrentar as dificuldades inerentes à difícil rotina hospitalar são características de suas personali-dades. “Prego a filosofia de que meu coração pode chorar, mas meu rosto é do outro e por isso tenho que estar sempre sorrindo. A gente se en-volve com a história de cada paciente, mas sabe até que ponto pode ir. Mesmo quando me emo-ciono com as situações difíceis, mantenho o sorri-so para passar segurança e esperança aos pa-cientes”, diz Irmã Ercília.

Ao serem questionadas sobre o valor da pro-fissão, as duas são categóricas. “Os profissionais de enfermagem devem ter consciência de seu va-lor, para serem mais reconhecidos pelo merca-do”, diz Ir. Custódia. “Os hospitais não consegui-riam manter-se sem a enfermagem. É um trabalho que funciona lado a lado com o dos médicos. Um profissional depende do trabalho do outro e, por isso, é muito importante uma boa gestão e equipe hospitalar para que essa sintonia renda bons frutos e seja passada aos pacientes”, completa Ir. Ercília.

A busca pela capacitação contínua é um as-pecto encarado como essencial por Irmã Ercília. “Os profissionais da enfermagem devem buscar se atualizar e se especializar constantemente. Acompanhar as técnicas, que evoluem rapida-mente, é a maneira mais certa de fazer da rotina um constante aprendizado. Só um profissional que se mantém atualizado poderá ter certeza de estar realizando um bom trabalho”, aconselha.

Mesmo com tantas dificuldades, a profissão é motivo de orgulho para ambas as irmãs. A histó-ria dessas enfermeiras mostra que a solidariedade e o respeito ao próximo devem ser encarados com seriedade dentro dos ambientes hospitalares e que profissionais que prezam os valores huma-nitários agregam qualidades inestimáveis às suas atuações. Levando o Carisma Vicentino, Ir. Ercília e Ir. Custódia mostram que ser enfermeira é mais do que cuidar, é doar-se e agir por amor.

A palavra Enfermeira/o se compõe de duas palavras do latim: “nutrix” que signifi-ca Mãe, e o verbo “nutrire”, que tem como significados criar e nutrir. Essas duas pa-lavras, adaptadas ao inglês do século XIX, acabaram se transformando na palavra NURSE, que, traduzido para o português, significa Enfermeira.

“PREGO A FIlOSOFIA DE QuE POR SER MEu CORAçãO ElE

PODE CHORAR, MAS MEu ROSTO É DO OuTRO E, POR

ISSO, TENHO QuE ESTAR SEMPRE SORRINDO”

As Irmãs Custódia Gomes de Queiroz e Ercília de Jesus Bendine.

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MEDICAMENTO NA DOSE CERTA

Erros na prescrição e no uso de medicamen-tos em hospitais estão entre as principais causas de danos à saúde dos pacientes em

todo o mundo. Levantamento feito nos Estados Unidos indica que falhas na comunicação entre médicos, enfermagem e farmácia são respon-sáveis por 50% de todos os erros na adminis-tração de fármacos em unidades hospitalares e por 20% dos eventos adversos causados por me-dicamentos. Para evitar esses e outros problemas relacionados ao uso de medicamentos, o HSVP segue à risca as recomendações do capítulo de gestão e prescrição de medicamentos, do manual editado pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), instituição que certifica a qualidade de ser-viços hospitalares.

O gerenciamento de medicamentos é uma sé-rie de processos técnicos para o fornecimento de

fármacos aos pacientes, explica a chefe do setor de farmácia do HSVP, Aline Woitowicz. O geren-ciamento eficaz garante o abastecimento, a dis-pensação (liberação), o controle, a rastreabilida-de e o uso racional de medicamentos de forma segura, envolvendo todos os setores do HSVP. “Um processo inadequado e o uso incorreto de fármacos acarretam graves prejuízos à segurança e ao tratamento dos pacientes”, comenta Aline.

Cuidado máximo para evitar falhasNo HSVP, até o medicamento ser administrado ao paciente, ele passa por várias etapas que evitam erros previsíveis, conta a farmacêutica. Quando um paciente é internado, o médico prescreve os medicamentos necessários e essa solicitação gera todo um processo que envolve farmacêuti-cos, enfermeiros e técnicos. Tudo é conferido com

a máxima atenção para evitar qualquer falha. Os farmacêuticos realizam a triagem da prescri-ção, em que verificam a dose recomendada, a via de administração e se existe interação farma-cológica. Quando necessário, entram em contato com o médico prescritor. “Tudo é analisado e regis-trado por todos os envolvidos na equipe multidis-ciplinar. No HSVP, todos os medicamentos adqui-ridos são de referência e apresentam registro válido na Agência Nacional de Vigilância Sanitá-ria (Anvisa). Além disso, podem ser rastreados em todas as etapas, dede o recebimento até a adminis-tração por meio de códigos de barras”, diz Aline.

Comissões profissionais Para aumentar ainda mais a segurança dos pa-cientes, o HSVP tem duas comissões técnicas que atuam internamente: a de segurança do pa-ciente e a de farmacoterapêutica. A Comissão de Farmácia e Terapêutica, formada por dez inte-grantes (anestesista, cirurgião, clínico, infectolo-gista, oncologista, representante do CTI, enfer-meiras de diversos setores e farmacêutica), parti-cipa da elaboração da política de medicamentos da instituição, incluindo sua seleção e liberação; estipula critérios para obtenção de medicamentos que não constem na padronização; atua na cria-ção de protocolos de tratamento de diferentes serviços clínicos e participa de todas as atividades relacionadas à promoção do uso racional de fár-macos, explica o médico Péricles Vasconcellos, coordenador do Centro Cirúrgico do HSVP e membro da Comissão de Farmácia e Terapêutica.

“Uma das responsabilidades da nossa co-missão é padronizar o uso de medicamentos no HSVP. Por exemplo, a inclusão ou não de novos fármacos na rotina do hospital, a partir da análi-se de estudos publicados em literatura científica, protocolos terapêuticos e medicina baseada em evidências. Não usamos medicamentos sem efi-cácia estabelecida e não sofremos pressão da indústria farmacêutica. O mais importante é ava-liar o custo-benefício e o melhor para os pacien-tes do HSVP”, reforça Péricles.

Essa comissão é tão importante que recebeu recomendação especial no manual do CBA: “as instituições de saúde devem estabelecer ou fortalecer o papel das Comissões de Farmácia e Terapêutica, as quais devem ter caráter e pa-pel multidisciplinar. Deve, ainda, ter autoridade delegada pela direção clínica da instituição,

no objetivo de definir e implantar as políticas, diretrizes gerais, protocolos e procedimentos re-lacionados com toda a cadeia de utilização de medicamentos, incluindo sua seleção, aquisição, armazenamento, prescrição, dispensação, distri-buição, administração e monitoramento.”

Ainda na ótica do uso seguro dos medica-mentos, a outra comissão interna, de Segurança do Paciente, atua desenvolvendo ações de geren-ciamento de riscos hospitalares, como análise de reações adversas a medicamentos; queixas técni-cas; problemas com produtos para saúde, sane-antes, kits diagnósticos e equipamentos.

O gerenciamento de medicamentos é tam-bém um meio de racionalizar os “gastos” hospi-talares, afirma a farmacêutica Aline. As estraté-gias ligadas à gestão da farmácia hospitalar são desenvolvidas a fim de melhorar o processo de compra, o controle de estoque e a seleção de medicamentos, entre outros aspectos.

E o setor de Farmácia do HSVP quer ir mais longe, com o projeto de implantação, até o fim do ano, da Farmácia Clínica, que, além de pres-tar orientação e atendimento ao paciente ainda no leito, estenderá a assistência mesmo após a alta hospitalar, esclarecendo possíveis dúvidas com relação ao uso dos medicamentos receitados.

Aline Woitowicz, chefe do setor de farmácia do HSVP.

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Câncer de mama em debate na mangueira

Moradoras da região da Mangueira, na Zona Norte, puderam tirar todas as suas dúvidas sobre o tipo de câncer que mais mata mulheres em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Coordenada pelas mastologistas do HSVP, Sandra Gioia e Joyce Ribeiro, a palestra Tudo o que Você Precisa Saber sobre Câncer de Mama fez parte do programa Prevenção é Saúde, que ocorre trimestralmente no HSVP.

Programa para idosos do HSVP fala sobre artrite, artrose e osteoporose

O HSVP promoveu mais uma edição do seu programa de Envelhecimento Saudável. A palestra O que Você Precisa Saber sobre Artrite, Artrose e Osteoporose – Detecção e Controle esclareceu dúvidas e ainda ensinou alguns exercícios de fisioterapia para fazer em casa. O evento contou com a participação do coordenador geral do Centro Avançado de Ortopedia do hospital, inaugurado no último dia 4, Ilídio Pinheiro, e com as fisioterapeutas Rita Moura e Alessandra Cardoso, da Associação São Vicente de Paulo.

Atletas no HSVP

Estimulando o espírito esportivo e o bem-estar, o HSVP esteve presente, por meio de seus colaborado-res, a 3 corridas patrocinadas pela Caixa, nos meses de abril e maio. A primeira delas, a WRUN, uma corrida destinada às mulheres, teve percurso de 4 a 8 quilômetros e ocorreu no dia 28 de abril. Já a segunda, a Corrida do Trabalhador, foi realizada em homenagem ao Dia do Trabalhador e ocorreu em 1° de maio, para aqueles que aproveitaram o feriado para exercitar o corpo. Por fim, com uma proposta diferente, o Circuito Corujão, realizado no dia 4 de maio, foi feito para aqueles corredores noturnos, com início às 20h.

Sessões clínicas em março e abril

Com base nas novas diretrizes da Campanha Mundial de Prevenção da Sepse, Guilherme Aguiar, che-fe do CTI do HSVP, debateu a “sepse grave por pneumonia comunitária com SARA”. A iniciativa faz parte da programação de sessões clínicas, destinadas aos médicos da casa, sob a coordenação do presidente do Centro de Estudos, Cyro Vargues. Ainda na programação, o HSVP realizou, no dia 25 de abril, mais um encontro; desta vez, conduzido pela equipe de neurologia. O caso estudado foi a síndrome de Guillain Barré, doença do sistema nervoso, de caráter autoimune. Marcada pela perda da bainha de mielina e dos reflexos dos tendões, a síndrome se manifesta sob a forma de inflamação aguda desses nervos e das raízes nervosas.

Valor reconhecido

As enfermeiras Lorena Cabana e Betânia Freitas foram indicadas pela Diretoria de Enfermagem e pelo SHCIH para participação no 3º Simpósio de Prevenção de Lesões de Pele, realizado em Florianópolis-SC, no dia 8 de abril. A escolha das enfermeiras para participar do evento foi um re-conhecimento pela qualidade de trabalho que realizam no hospital. Na ocasião, o HSVP recebeu a recertificação na categoria Diamante pela adoção de boas práticas relacionadas à prevenção de lesões de pele.

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As doenças cardiovasculares, que atingem o coração e as artérias, são responsáveis por 30% de todas as mortes no Brasil em

um ano; índice que corresponde a mais de 300 mil óbitos, a maioria por infarto e acidente vascu-lar encefálico (derrame), segundo o Ministério da Saúde. Para as pessoas que sofrem de isquemia (má irrigação dos vasos), angina (dor crônica no peito), arritmias (alterações no ritmo cardíaco), ou já tiveram infarto ou derrame, a solução, em muitos casos, está nos tratamentos menos inva-sivos, como implantes de próteses (stents) para passagem do sangue nas artérias e ablação de arritmias (cirurgia por radiofrequência). No HSVP, essas técnicas são realizadas pela equipe do Ser-viço de Hemodinâmica, chefiado pelo cardiolo-gista Cyro Vargues. O setor, que funciona desde 1988, tem ampliado a parceria com a operado-ra Bradesco Saúde e está se tornando referência para o atendimento de pacientes que precisam da cardiologia intervencionista.

O médico Hsu Young Tchou, responsável pela liberação de procedimentos cardiovasculares da Bradesco Saúde, afirma que as equipes da He-modinâmica do HSVP estão entre as melhores do país; o que facilita o atendimento. “Nunca tivemos problemas com a liberação de procedi-mentos na Hemodinâmica do HSVP; e um dos motivos é que os médicos do setor fazem seus pedidos seguindo as diretrizes atuais da cardio-logia, visando sempre o melhor para o paciente; o que não acontece em alguns outros hospitais, onde são comuns solicitações indevidas ou com o único objetivo de ter lucro. A nossa confiança na direção e nos médicos do HSVP, especialmente na Hemodinâmica, leva a um melhor atendimen-to dos segurados pela Bradesco”, afirma Tchou.

Material de última geraçãoPara dar conta da epidemia de doenças car-

diovasculares, o Serviço de Hemodinâmica do HSVP está em permanente treinamento e atuali-zação. Quando os primeiros stents começaram a ser usados no mundo, quase 30% dos pacientes tinham reobstrução de artérias, devido à cicatri-zação exagerada na parede do vaso. Atualmente, esses dispositivos são mais eficazes. Os modelos farmacológicos, por exemplo, liberam medica-mentos que impedem a proliferação de células diminuindo significativamente a volta da lesão. “A chance de nova obstrução não chega a 10%“, diz Vargues. E a evolução é contínua. Já existem os stents absorvíveis, que, como o próprio nome diz, ficam na artéria por seis meses a um ano e come-çam a ser absorvidos pelo organismo, o que evita a ação nociva do metal, isto é, a formação de trombos no local devido à presença de inflama-ção crônica na artéria, podendo levar à oclusão aguda da artéria.

Outro avanço da Hemodinâmica é o implante da válvula cardíaca por meio de cateter, sendo que, nos casos de lesão na válvula aórtica (este-nose aórtica), a técnica está indicada em pacien-tes de alto risco para cirurgia de troca da válvula. Esse procedimento ainda não é autorizado pelas seguradoras de saúde, nem está disponibilizado pelo SUS.

E no futuro, não distante, a Hemodinâmica será essencial na aplicação de células-tronco por meio de cateteres nas coronárias ou na musculatu-ra do coração, para recuperar corações doentes. “Claro que o stent não é a solução para todos, e ele de nada adianta se o paciente não se cuidar, eliminando hábitos nocivos. Entretanto, a Hemodi-nâmica melhora muito a qualidade de vida.”

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HSVP É REFERêNCIA EM PROCEDIMENTOS DE HEMODINâMICA

O cirurgião Cyro Vargues (ao centro) e parte da equipe do Serviço de Hemodinâmica: atualização e treinamentos constantes.

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