revista de letra #1 (junho/2013)

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JUNHO 2013 EDIÇÃO 1 FIM DE UMA ERA SIR Alex Ferguson deixa o comando do Manchester United após 26 anos NOVO CICLO Sem Giba, Brasil inicia A busca pelo decacampeonato da Liga Mundial COPA DAS CONFEDERAÇÕES Confira UM raio-x completo das sedes e seleções PARTICIPANTES DO TORNEIO-TESTE DA FIFA

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Publicação mensal sobre esportes, em Português. Monthly publication about sports, in Portuguese.

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Page 1: Revista De Letra #1 (junho/2013)

JUNHO 2013 EDIÇÃO 1

FIM DE UMA ERA

SIR Alex Ferguson deixa o comando do Manchester United após 26 anos

NOVO CICLO

Sem Giba, Brasil inicia A busca pelo decacampeonato da Liga Mundial

COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Confira UM raio-x completo das sedes e seleções PARTICIPANTES DO TORNEIO-TESTE DA FIFA

Page 2: Revista De Letra #1 (junho/2013)

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coritiba campeãoparanaense 2013

botafogo campeão carioca 2013

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foto: site oficial do coritiba

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corinthians campeão paulista 2013

internacional campeão gaúcho 2013

foto: daniel augusto jr / agência corinthians

foto: alexandre lops/ site oficial do internacional

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O sonho de fazer uma revista de esportes vem de longa data. Primeiro um projeto que não deu certo. Depois um reencontro e muitas horas de reunião que acabaram reavivando a antiga ideia. E agora, finalmente, consegui-mos reunir uma equipe que se doou e conse-guiu tirar o projeto do papel. Nos últimos anos, o Jornalismo vem experi-mentando uma mudança brusca em seu modo de ser feito, mas também em como é visto pelo público. Tudo isso ocasiona na extinção de várias publicações de qualidade que, no entanto, não dão o retorno financeiro neces-sário ou esperado para quem dá as cartas. É nesse cenário que a De Letra lança sua primeira edição. Não com a pretensão de ser tornar a maior revista sobre esportes, mas com a intenção de mostrar aos nossos leitores o que acontece nas mais variadas modalida-des, além de dar nossa opinião sobre os últi-mos acontecimentos. São vários colaboradores, com experiências de vida diferentes, mas todos têm em comum a paixão pelo esporte e a vontade de mostrar essa paixão. A forma que encontramos para expressar o sentimento foi justamente a in-formação e este será nosso maior e principal compromisso ao longo das 32 páginas inaugu-rais e das muitas outras que ainda virão. Boa leitura.

apita o árbitro! Colaboradores

Alexandre GuarigliaCleyton SantosDiego SalgadoEsther MorelFelippe RodriguesGabriela AbrunheiroGabriela ChabaturaGuto Monte AblasLetícia VittiMarcus Vinícius PereiraNathalia De VivoRafael AlvesRodney Brocanelli

Envie comentários e sugestões para o email [email protected], com nome completo, profissão e ci-dade.

Ou participe de nossas redes sociais

TWITTER @RevistaDeLetraFACEBOOK.COM/RevistaDeLetra

Equipe De Letra

Foto de Capa: Rafael Ribeiro / CBF

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JUNHO 2013

pág. 10Copa das Confederações

10Copa das Confederações: CONFIRA AS SEDES E AS SELEÇÕES QUE PARTICIPARÃO DO EVENTO QUE COMEÇA EM 15 DE JUNHO

Olhar C e D: UM resumo dos defasados Campeonatos Estaduais PELO brasil 7

PÍLULAS DO mÊS: SAIBA QUAIS FORAM OS PRINCIPAIS assuntos DO MÊS NO MUNDO DOS ESPOrTES. NEYMAR FECHA COM O BARCELONA, beckham pendura as chuteiras E MUITO MAIS!8

FÓRMULA 1: HONDA ANUNCIA RETORNO AO GRID NA TEMPORADA DE 2015, APÓS CINCO ANOS, REEDITANDO A VITORIOSA PARCERIA COM A MCLAREN 29

COLUNA: ARTHUR CHRISPIN É O CONVIDADO DO MÊS DA REVISTA DE LETRA30

bRASILEIRÃO: UM RETROSPECTO DO QUE ACONTECEU QUANDO O NACIO-NAL FOI PARALISADO POR CONTA DE EVENTOS MAIORES24

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TABELA E PALPITES

Tabela Copa das Confederações

GRUPO ABrasilItáliaJapãoMéxico

GRUPO BEspanhaNigériaTaitiUruguai

PALPITES da redação

JOGOS1ª RODADA

BRASIL 15/6 - sábado16H - Mané GarrinchaJapãoX

México 16/6 - domingo16H - MaracanãItáliaX

Espanha 16/6 - domingo19H - Arena PernambucoUruguaiX

Taiti 17/6 - segunda-feira16H - MineirãoNigériaX

2ª RODADA

BRASIL 19/6 - quarta-feira16H - CastelãoMéxicoX

Japão 19/6 - quarta-feira19H - Arena PernambucoItáliaX

Espanha 20/6 - quinta-feira16H - MaracanãTaitiX

Nigéria 20/6 - quinta-feira19H - Fonte NovaUruguaiX

3ª RODADA

BRASIL 22/6 - sábado16H - Fonte NovaItáliaX

Japão 22/6 - sábado16H - MineirãoMéxicoX

Uruguai 23/6 - domingo16H - Arena PernambucoTaitiX

Nigéria 23/6 - domingo16H - CastelãoEspanhaX

SEMIFINAIS

1º Grupo A

2º Grupo BX

1º Grupo B

2º Grupo AX

26/6 - quarta-feira16H - Mineirão

26/6 - quarta-feira16H - Mineirão

FINALVencedor 1

Vencedor 2X

30/6 - domingo19H - Maracanã

Perdedor 1

Perdedor 2X

30/6 - domingo13H - Fonte Nova

3º/4º LUGAR

Gabriela Abrunheiro

1. Grupo A: BRA / MEXGrupo B: ESP / URU2. BRA 2 x 1 URUESP 3 x 1 MEX3. EspanhaBRA 2 x 3 ESP4. Chicharito (MEX) - 6 gols5. Casillas (ESP)

Perguntamos na redação quais serão os destaques e resultados ds Copa das Confe-derações. Confira os palpites:

1. Seleções classificadas2. Confrontos das semifinais3. Campeão e resultado da final4. Artilheiro5. Melhor jogador

Guto Monte Ablas

1. Grupo A: ITA / BRAGrupo B: ESP / NIG2. ITA 2 (4) x (5) 2 NIGBRA 1 x 0 ESP3. BrasilBRA 3 x 0 NIG4. Forlán (URU) - 5 gols5. Lucas Moura (BRA)

Diego Salgado

1. Grupo A: BRA / ITAGrupo B: ESP / URU2. BRA 2 x 1 URUESP 1 x 0 ITA3. EspanhaBRA 1 x 2 ESP4. Fred (BRA) - 4 gols5. Xavi (ESP)

Rafael Alves

1. Grupo A: BRA / JAPGrupo B: ESP / URU2. BRA 2 x 1 URUESP 3 x 1 JAP3. EspanhaBRA 1 x 3 ESP4. Balotelli (ITA) - 3 gols5. Casillas (ESP)

Marcus Vinícius Pereira

1. Grupo A: ITA / BRAGrupo B: ESP / NIG2. ITA 2 x 1 NIGESP 1 x 0 BRA3. ItáliaITA 1 (4) x (2) 1 ESP4. Balotelli (ITA) - 5 gols5. Pirlo (ITA)

Felippe Rodrigues

1. Grupo A: BRA / ITAGrupo B: ESP / NIG2. BRA 1 x 3 NIGESP 2 x 1 ITA3. EspanhaESP 3 x 0 NIG4. Balotelli (ITA) - 4 gols5. Casillas (ESP)

Cleyton Santos

1. Grupo A: BRA / ITAGrupo B: URU / ESP2. BRA 2 (5) x (4) 2 ESPURU 1 x 2 ITA3. BrasilBRA 2 x 0 ITA4. Fred (BRA) - 4 gols5. Lucas Moura (BRA)

ALEXANDRE GUARIGLIA

1. Grupo A: BRA / ITAGrupo B: ESP / URU2. BRA 2 x 0 URUESP 1 x 0 ITA3. EspanhaBRA 0 x 2 ESP4. Balotelli (ITA) - 5 gols5. Iniesta (ESP)

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OLHAR C E D

O declínio e a mesmice dos EstaduaisFórmulas das competições e finais previsíveis afastam os torcedores do estádio. Reformulado, Mineiro foi um dos poucos que teve aumento do público.

Calendário apertado, fór-mula de disputa pouco atra-tiva e reivindicação quase nula de clubes às federa-ções. Assim têm sido os 26 principais campeonatos es-taduais de primeira divisão disputados no Brasil, que a cada edição minguam ain-da mais e despertam menos a atenção dos torcedores e dos clubes participantes.

Para ilustrar isso, a Plu-ri Consultoria divulgou uma recente pesquisa sobre o pú-blico médio dos Estaduais, mostrando que os números só pioram. Em 2013, nos 25 principais torneios (o Rorai-mense foi excluído da esta-tística), obteve-se um públi-co médio de 2.526 pagantes por jogo. Muito pouco para o país que diz ser o do futebol!

A pior média foi no Acre. Apesar de ser um torneio enxuto, com apenas oito ti-mes participantes, o Acrea-no teve o desastroso público de 245 torcedores. Conse-quência das sucessivas arti-manhas das federações.

E não é para menos. Você já viu competição para dis-putar a degola? Foi pratica-mente isso que a astuciosa Federação Alagoana de Fu-tebol fez. A entidade, além de arranjar uma forma de beneficiar ASA e CRB (fina-listas em 2012) já os colo-cando no hexagonal, criou

um “Torneio da Morte”, entre as quatros piores equipes, que definiria a rebaixada.

Por outro lado, a ascensão do Campeonato Mineiro, com a melhor colocação na pesqui-sa é prova de que a reformu-lação é a principal estratégia para evitar que os Estaduais sucumbam. No fim de 2012 a Federação Mineira modificou o regulamento e deixou a com-petição mais curta. Resultado: aumento de público de 80%.

Quem também está pen-sando em alterações no re-gulamento é a Federação Paulista. Pressionado pelos quatro grandes (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Pau-lo), o presidente Marco Polo Del Nero admite a necessi-dade de mudanças. As prin-cipais seriam: diminuição do número de participantes,

menor duração e vantagem do empate no mata-mata ao time com melhor campanha.

Em São Paulo, o Santos foi o primeiro a se posicionar a favor da melhoria no Pau-listão, chegando a contratar um especialista para criar e propor um novo modelo. Já o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, revelou que houve, em maio, a primeira reunião para discutir o ca-lendário e o objetivo é apre-sentar “algo novo”.

Os Estaduais clamam por soluções práticas e eficazes para sobreviverem ao calen-dário. Não há tempo para cartolagem. Nem paciência!

por gabriela chabatura*

*Gabriela Chabatura é jor-nalista formada pela FIAM FAAM, com passagens por Rádio Bandeirantes e LANCE!

foto: site oficial do atlético-mg

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PÍLULAS DO MÊS

Neymar é do Barcelona!Depois de muita novela, o Santos aceitou

vender o atacante Neymar e confirmou pro-postas de Barcelona e Real Madrid, que en-trou na briga para fazer o rival pagar mais, pois já sabia a preferência do jogador.

Sua despedida do Peixe foi contra o Fla-mengo, pela primeira rodada do Brasileirão, em jogo que também marcou a inauguração do Estádio Mané Garrincha, em Brasília.

Em 3 de junho, Neymar foi apresentado no Camp Nou diante de mais de 70 mil pessoas.

Kanaan espanta a zicaQuebrando a sina de 12

anos sem sucesso, Tony Ka-naan conquistou a quarta vi-tória brasileira na tradicional prova das 500 Milhas de In-dianápolis, em 26 de maio.

Sempre entre os cinco primeiros, o piloto triunfou quando assumiu a lideran-ça definitiva nas três últimas voltas em uma ultrapassa-gem em cima de Ryan Hun-ter-Reay, durante relargada.

Bayern de Munique faz históriaApós o título da Bundesliga confirmado

com seis rodadas de antecedência, o Bayern de Munique fechou uma temporada histó-ria levando para casa o troféu da Liga dos Campeões, diante do Borussia Dortmund, e a Copa da Alemanha, ao vencer o Sttutgart.

Com a conquista da Tríplice Coroa, o téc-nico Jupp Heynckes confirmou sua aposenta-doria, dando lugar a Pep Guardiola.

Dia do FicoGustavo Endres, um dos melhores centrais da história da

seleção brasileira, confirmou que continuará jogando por mais uma temporada pelo time do Kappsberg/Canoas, do Rio Grande do Sul, e também atuará como gestor da equipe.

Força, Oscar!O ex-jogador de basque-

te, Oscar Schmidt, foi sub-metido a uma cirurgia no cé-rebro para retirar um tumor maligno do cérebro. Para evitar resquícios do câncer, o Mão Santa realiza sessões de quimio e radioterapia.

Tchau, Beckham!Aos 38 anos, o meia inglês David Beckham se aposentou

depois de brilhar em times como Manchester United, Real Madrid, Milan, Los Angeles Galaxys e, por fim, PSG.

“Sou grato ao PSG, mas sinto que é a hora certa para en-cerrar a carreira, jogando em alto nível”, disse no anúncio.

Seu último jogo foi no dia 18 de maio, diante do Brest, pela penúltima rodada do Campeonato Francês. O astro foi homenageado pelos colegas e deixou o gramado chorando.

Miami Heat x San Antonio SpursA briga do Miami Heat pela manutenção do título da NBA

vai bater de frente com o San Antonio Spurs. O time de LeBron James é o favorito e decidirá a melhor de sete em casa em busca do seu terceiro título. O Spurs do incansável Tim Duncan busca seu quinto título e pode trazer o primeiro brasileiro campeão da franquia, com Tiago Splitter.

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O CARA DO MÊS

Poucas figuras do futebol mundial são dignas de tanto respeito e admiração quanto Sir Alex Ferguson. O escocês de Glasgow teve uma boa carreira como jogador. Foi atacante volun-tarioso durante toda sua jor-nada, vivida completamente em solo escocês. Chegou à seleção de seu país em 1967, mas não se firmou. Sua estrela brilhou de ver-dade quando abandonou os gramados, em 1974. Logo após a aposentadoria as-sumiu o comando do East Stirlingshire, depois seguiu para o St. Mirren e Aberde-en. Mas foi quando chegou ao Manchester United, em 6 de novembro de 1986, que a vida mudou de vez. Na época a equipe inglesa tinha conquistado sete ve-zes a Premier League, além de seis Copas da Inglaterra, nove Supercopas da Ingla-terra e apenas um título in-ternacional (Liga dos Cam-peões 1967/68). Tudo isso em 109 anos de história. Ao todo foram 26 anos e meio no comando técnico dos Red Devils de Old Tra-fford. Um total de 1500 jo-gos, 895 vitórias, 338 empa-tes e apenas 267 derrotas. Os títulos não pararam de aumentar e agora são 20 in-gleses, 11 Copas da Ingla-

AlexSir

Fergusonterra, quatro Copas da Liga Inglesa, 19 Supercopas da Inglaterra, duas Ligas dos Campeões, uma Recopa Eu-ropeia, uma Supercopa da Uefa, uma Copa Europeia/Sul-Americana e um Mundial de Clubes da Fifa. Craques como Ryan Gi-ggs, Paul Scholes, Eric Can-tona, David Beckham, Ruud Van Nilsterroy, Peter Sche-maichel, Cristiano Ronaldo e Wayne Rooney passaram pelas mãos de Ferguson. Agora, o chiclete que tanto ele mascou à beira do gra-mado nestes quase 27 anos será aposentado. O ex-trei-nador continuará cuidando do Manchester United, mas agora em um escritório, e será sempre lembrado como uma lenda em Old Trafford e no futebol inglês.

por guto monte ablas

sir alex ferguson

Nascimento: 31 de dezem-bro de 1941, Glasgow (ESC)

Principais clubes (jogador): Queen’s Park e Rangers-ESC

Principal clube (técnico): Manchester United

É o cara porque: Foi um téc-nico vitorioso nos 26 anos e meio que treinou o Man-chester United. fo

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Com a seleção desacreditada, o Brasil inicia no dia 15 de junho o último torneio antes do Mundial de 2014. O objetivo é superar a favorita Espanha e organizar a equipe para

não fazer feio dentro de casa.

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A Copa das Confederações nasceu como uma forma do Mundo Árabe jogar entre as seleções ocidentais. Em 1992, a Argentina venceu a anfitriã Arábia Saudita e con-quistou o primeiro título da então Copa Rei Fahd. Na se-gunda edição, três anos de-pois, a Dinamarca bateu os hermanos. O torneio passou a se cha-mar Copa das Confederações em 1997 e foi disputado na Arábia, tendo como vencedor o Brasil de Zagallo. Dois anos depois, em busca do bicampeonato, a seleção brasileira acabou perdendo para o México, que levantou a taça em casa. Somente a partir de 2001 a competição passou a ser um evento-teste para a Copa do Mundo do ano seguinte. As-sim, ela foi realizada no Ja-pão e na Coreia do Sul e foi vencida pela França, que na

edição seguinte, como sede, conquistou mais um título. A chancela oficial da Fifa para a Copa das Confedera-ções veio em solo alemão e ganhou rotatividade de qua-tro anos, passando a ser dis-putada na sede do Mundial. Desde então, o Brasil levou o título duas vezes (em 2006, na Alemanha, e em 2009, na África do Sul) Apesar de jogar esta edi-ção em casa, o atual bicam-peão entra sem o favoritismo que lhe é comum, pois desde a última Copa do Mundo ain-da não criou uma identidade com a torcida, nem um pa-drão de jogo. Assim, quem chega forte é a Espanha, atual campeã do mundo e bicampeã da Euro. Sob o comando de Casillas busca a única taça que falta neste ciclo vitorioso e a uni-ficação dos principais títulos. Que role a bola!

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Durante os 34 meses em que foi reconstruído, o Mané Garrincha deu o que falar. E a tendência é que o estádio do Distrito Federal continue em voga. Por dois motivos: a obra tornou-se a mais cara entre as 12 arenas da Copa do Mundo e a utilização após a competição continua sen-do colocada em xeque. O custo chegou à marca de R$ 1,2 bilhão, segundo o Tribunal de Contas da capital brasileira. O valor inicial do contrato era $ 696 milhões. Durante os trabalhos, entre-tanto, 19 aditivos foram res-ponsáveis pelo acréscimo de R$ 337 milhões. Ao contrário das outras arenas, o Mané Garrincha teve licitações diferentes para cada uma das instala-ções, como a cobertura, os assentos, o gramado e até o placar eletrônico. Juntos, os equipamentos custaram R$

193,1 milhões.Com 71 mil lugares, a pos-sibilidade do local se tornar um “elefante branco”, assim como aconteceu com o Soc-cer City, em Johanesburgo, na África do Sul, é o que mais causa preocupação. Para ter uma ideia, o Brasiliense, vencedor do campeonato estadual de 2013 levou, em média, dois mil torcedores para suas partidas em casa. Soma-se a isso o fato de a obra ter atrasado 138 dias, após quatro adiamentos. O governo do Distrito Federal alegou atraso devido às for-tes chuvas na região entre fevereiro e março.Asim, a reinauguração deu--se a menos de 30 dias da abertura da Copa das Confe-derações, no dia 18 de maio. Oito dias depois, o local re-cebeu a partida entre San-tos e Flamengo, válida pela primeira rodada do Campe-

SEDES DO TORNEIO

BRASÍLIA

onato Brasileiro. Na ocasião, a renda do jogo, cujo mando o time paulista vendeu para para o governo de Brasília por R$ 800 mil, bateu recor-de ao marcar R$ 7 milhões - sem muitas surpresas já que o ingresso mais barato custava R$ 160. O Estádio Nacional de Bra-sília Mané Garrincha, as-sim renomeado, será palco de apenas um confronto do evento-teste: o jogo inau-gural, entre Brasil e Japão, que será no dia 15 de junho. Já na Copa do Mundo, a are-na receberá sete partidas, incluindo quatro da primei-ra fase, um confronto das oitavas e outro das quartas de final, além da decisão de terceiro e quarto lugares.

foto: marcello casal jr. / agência brasil

*Diego Salgado é jornalis-ta formado pela Metodista, repórter do Portal 2014 e plantonista do Estadão.

por diego salgado*

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

O Mineirão passou por uma grande reforma para a Copa do Mundo. A facha-da do estádio erguido em 1965, contudo, continuou intacta. O entorno, por sua vez, ganhou uma esplana-da, cuja capacidade é de até 60 mil pessoas. A obra da arena minei-ra, iniciada em agosto de 2010, durou 28 meses. Na mesma toada do Caste-lão, o Mineirão foi reaberto no dia 21 de dezembro de 2012, cumprindo o prazo de conclusão previsto. Por isso, a cidade de Belo

Horizonte pode testar a nova infraestrutura do estádio 14 vezes antes dos jogos da Copa das Confederações (fo-ram 11 partidas de futebol e três shows musicais). O estádio tem capacidade para 64,5 mil torcedores e receberá três confrontos do evento-teste do Mundial de 2014. Taiti e Nigéria jogam no dia 17, enquanto Japão e México se enfrentam cin-co dias depois. Além disso, uma das semifinais será dis-putada no local. Na Copa do Mundo, o Mineirão será pal-co de seis jogos.

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FORTALEZA A capital do Ceará saiu na frente ao se tornar a primeira cidade-sede a entregar o es-tádio da Copa de 2014. Re-novado, o Castelão recebeu o pontapé inicial da presidente Dilma Rousseff no dia 16 de dezembro do ano passado. No total, a arena ficou 21 meses em obras. Ao custo de R$ 518 milhões, serão “apenas” 65 mil lugares na

Copa das Confederações e no Mundial 2014. Logo de-pois, o Castelão terá capa-cidade para receber até 67 mil torcedores. O fato de executar a obra com rapidez, influiu, de cer-ta forma, na decisão da Fifa no momento de montar a ta-bela das duas competições sediadas pelo Brasil. Em am-bos os casos Fortaleza terá

papel de destaque. Na Copa das Confederações, três jo-gos serão disputados no lo-cal: Brasil e México, dia 19 de junho, Nigéria e Espanha, dia 23, e uma semifinal. No Mundial, a Arena Cas-telão receberá seis jogos, sendo quatro da primeira fase - um deles da seleção brasileira -, um das oitavas e um das quartas de final.

foto: divulgação

foto: sylvio coutinho

foto: secopa / divulgação

Page 14: Revista De Letra #1 (junho/2013)

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

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A Fonte Nova ressurgiu no dia 7 de abril deste ano, exatos 1.960 dias após a tragédia que matou sete torcedores em novembro de 2007. Demolido em agosto de 2010, o estádio “enco-lheu”. Hoje, a capacidade é de 50 mil espectadores. Na Copa do Mundo, porém, cin-co mil cadeiras provisórias serão instaladas no vão do Dique do Tororó. Apesar de ter sido o ter-ceiro estádio entregue para a Copa das Confederações, a Fonte Nova também so-freu com os atrasos durante as obras de reconstrução. O primeiro cronograma previa o término dos traba-lhos para dezembro de 2012. Porém, foram necessários três adiamentos para, enfim, fazer a reinauguração. A arena, que custou R$ 591,7 milhões, será palco de três partidas do evento deste ano: Nigéria e Uru-guai, no dia 20 de junho; Brasil e Itália, no dia 22; e ainda a decisão de terceiro e quarto colocados. Já em 2014, o estádio receberá outros seis jogos.

Após viver momentos de indefinição durante 2012, Recife começa a colher os frutos de ter implantado um plano de aceleração nas obras da Arena Pernambuco, estratégia responsável pelo avanço, em 12 meses, de 60 pontos percentuais. Em maio do ano passado, a arena, erguida no município de São Lourenço da Mata, a 19 quilômetros da capital, estava apenas 40% concluí-da. A recompensa veio em 8 de novembro, quando a Fifa

confirmou Recife no torneio. Na Copa das Confedera-ções, a cidade receberá três partidas: Espanha e Uruguai (16 de junho), Japão e Itália (19) e Uruguai e Taiti (23). A Arena Pernambuco tem capacidade para 44 mil tor-cedores e custou R$ 500,2 milhões. O estádio foi cons-truído por meio de uma par-ceria público-privada (PPP) com a construtora Odebre-cht, que irá gerir a arena por 33 anos, já contando o perí-odo da construção.

RECIFE

foto: odebrecht / divulgação

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Page 15: Revista De Letra #1 (junho/2013)

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RIO DE JANEIRO

COPA DAS CONFEDERAÇÕES

O Maracanã vai reviver a Copa do Mundo depois de 64 anos. No Mundial de 1950, o maior e mais importante estádio do mundo recebeu oito dos 22 da competição, incluindo a grande final.

Será palco da decisão da Copa das Confederações no próximo dia 30, além da fi-nalíssima do Mundial de 2014, no dia 13 de junho.

A preparação para as competições, entretanto, foi conturbada e alvo de críticas e muita desconfiança em relação ao cumprimento do prazo e ao custo da obra.

Foi em setembro de 2010 que a reforma do Maraca co-meçou, durando quase 32 me-ses. Na reabertura, um jogo entre os amigos de Ronaldo e Bebeto, havia trabalhos inaca-bados no entorno do estádio, repetindo o fato ocorrido na preparação da Copa de 1950.

No começo de 2011, de-tectou-se que a marquise estava deteriorada. Com isso, à epoca, o valor da re-forma passou de R$ 705 mi-lhões para R$ 957 milhões.

Após a assinatura de mais um aditivo (desta vez de R$ 200 milhões) por parte do governo do estado do Rio de Janeiro, já em maio deste ano, o custo das obras do es-

tádio atingiu R$ 1,13 bilhão. Somado às intervenções de 1999 e 2007, os gastos com o Maracanã já ultrapassaram os R$ 2 bilhões.

No lugar da velha marqui-se erguida entre dezembro de 1949 e junho de 1950, foi instalada uma membra-na confeccionada em fibra de vidro e teflon. A lona de 68 metros cobre 75 mil dos 78 mil assentos e é sustentada por cabos de aço, que foram içados até 30 metros do piso.

Outras mudanças, que fi-zeram com o que o “velho” Maraca perdesse a identida-de visual que tanto encan-tava os torcedores, também

ocorreram. As arquibanca-das deixaram de ter uma divisão e as tradicionais ba-lizas ganharam nova forma, já muito criticada.

No entorno da área, o Complexo do Maracanã per-derá o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio Delamare. As instalações serão demolidas para dar lugar a vagas de estacionamento.

Além da final da Copa das Confederações, o Maracanã receberá as partidas Méxi-co x Itália (16 de junho) e Espanha x Taiti (20). E no Mundial de 2014 a arena re-ceberá sete jogos.

foto: érica ramalho / governo do rio

Page 16: Revista De Letra #1 (junho/2013)

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Maior vencedor da história e campeão das duas últimas edições da Copa das Confe-derações. Estas seriam cre-denciais suficientes para co-locar o Brasil mais uma vez como o principal favorito ao título em 2013, na competi-ção que disputa pela sétima vez, classificado agora por ser o país-sede.

Mas o maior dos desa-fios não é levantar a taça. Luiz Felipe Scolari terá uma oportunidade de ouro pela frente já que os períodos de treinamento nos amisto-sos são escassos. O técnico campeão do mundo com a seleção brasileira em 2002 tentará fazer com que seus comandados encontrem uma forma de jogar e su-perem a pressão por bons resultados que vem de sua própria torcida, sem-pre pensando no grande objetivo que é a conquis-ta o do hexa em casa.

Na convocação final para o torneio, Felipão abriu mão de atletas experientes e consagrados como Ro-naldinho Gaúcho e Kaká e privilegiou jovens promis-sores, caso de Bernard, do Atlético-MG. Jô, também do Galo, foi chamado após Leandro Damião se ma-chucar em treino.

As principais apostas, no

Anfitrião tenta se reconstruir para 2014Ainda com muitas dúvidas em relação aos jogadores, Felipão usará a Copa das Confed-erações para buscar a nova identidade da seleção Canarinha

entanto, recaem sobre Oscar, Lucas e, sobretudo, Neymar. Enquanto os dois primeiros já atuam na Europa e estão adaptados a um estilo de jogo de forte marcação e coletivi-dade, o novo reforço do Bar-celona e principal nome da seleção passará por sua pri-meira competição oficial com a camisa verde e amarela. O atacante terá que provar sua capacidade diante de adver-sários com defesas mais bem ajustadas do que as encarava com o time do Santos.

Nessa renovação, a falta de experiência dos jogado-res em partidas oficiais pelo Brasil pode ser compensada com o apoio das arquiban-cadas, caso o torcedor brasi-

*Marcus Vinícius Pereira é estudante de Jornalismo da Cásper Líbero. Gosta de paçoquinha e botequins.

por marcus vinícius pereira*

foto: rafael ribeiro / cbf

leiro deixe as vaias em casa, apoie e jogue com a equipe, entendendo que este é um momento em que a paciência é o mais importante.

O grande teste para o Bra-sil antes do próximo Mundial começa no dia 15 de junho, em Brasília, diante do Japão. Depois, a nova geração da “Família Scolari” enfrentará México, algoz na final olím-pica do ano passado, dia 19, em Fortaleza. O último duelo da primeira fase pelo Grupo A será contra a Itália, dia 22 de junho, em Salvador.

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Confederação Brasileira de Futebol

Presidente: José Maria MarínConfederação: Conmebol

Apelidos: Amarelinha, CanarinhaMaterial esportivo: Nike

Técnico: Luiz Felipe Scolari (BRA)Capitão: Thiago Silva (defensor) Ranking Fifa: 22º

Principais competições: Copa do Mundo, Copa das Con-federações, Olimpíadas e Copa AméricaPrincipais títulos: Copa do Mundo (1958, 1962, 1970, 1994 e 2002); Copa das Confederações (1997, 2005 e 2009) e Copa América (1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999, 2004 e 2007)

Nesse momento de definição da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari poderá manter o desenho tático dos amisto-sos que dirigiu até aqui nessa sua segunda passagem. Ba-seado nisso, o time titular seria formado no 4-2-3-1.

Já se preferir um time mais ao seu estilo, dando maior liberdade aos laterais Daniel Alves e Marcelo e ainda refor-çando o meio de campo, Felipão deverá optar pelo 4-3-2-1, tirando um jogador ofensivo para a entrada de um volante.

Desta forma, o time provável para a competição é: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Fernando e Paulinho; Hulk, Oscar e Neymar; Fred.

BASE 4-2-3-1

foto: rafael ribeiro / cbf

jÚLIO CÉSAR

DANIELALVES

Thiago silva

david luiz marcelo

paulinhoFERNANDO

HULK

OSCAR

NEYMAR

FRED

NEYMAR da Silva Santos Junior

Idade: 21 anosPosição: AtacanteAltura: 1,74m Peso: 65kgClubes: Santos (2009-13) e Barcelona (2013)Títulos: Copa do Brasil (2010), Copa Libertadores da América (2011), Recopa Sul-Americana (2012) e Campeonato Paulista (2010, 2011 e 2012)

Page 18: Revista De Letra #1 (junho/2013)

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Mario Barwuah BALOTELLI

Idade: 22 anos Posição: atacanteAltura: 1,88m Peso: 88 kgClubes: Lumezzane-ITA (2005-07), Inter de Milão (2007-10), Manchester City (2010-12) e Milan (2013)Títulos: Serie A (2007/08, 2008/09 e 2009/10), Copa Itá-lia (2009/10), Supercoppa Ita-liana (2008), Liga dos Campeões (2009/10), FA Cup (2010/11), Premier League (2011/12) e Supercopa da Inglaterra (2012)

COPA DAS CONFEDERAÇÕES

HORA DE PASSAR O BASTÃOEm sua segunda participação no evento-teste, a seleção italiana tentará dar continuidade e se reformular para o Mundial no Brasil

Mesmo que tenha con-quistado sua vaga na Copa das Confederações sem ga-nhar a Eurocopa –pois a Es-panha já estava classificada por ser a atual campeã do mundo – a Itália promete renascer em 2013.

A seleção passa por um processo de reformulação que pode ser claramente se-parado entre os veteranos Buffon, Pirlo e Barzagli, to-dos eles com mais

de 30 anos, e a dupla de ataque Balotelli, de 22 anos, e El Shaarawy, com apenas 20. E é nessa “passagem de bastão” que o técnico Cesa-re Prandelli aposta.

Em sua segunda partici-pação no torneio, a Azzurra quer fazer melhor do que em 2009, quando foi elimi-nada ainda na primeira fase, após ser derrotada por Brasil e Egito. Assim, o evento da Fifa servirá

como uma prévia do Mun-dial, no qual a seleção italia-na buscará o pentacampeo-

Mesmo com a grande di-ferença de idade entre os jogadores que compõem a seleção da Itália, o técnico Cesare Prandelli conta com a ofensividade de seus meias, que são os mais velhos, no esquema 4-3-1-2.

Quem sofre são os zaguei-

*Esther Morel é jornalista, formada pela Cásper Líbero. Cobriu clubes do interior e a Portuguesa para o LANCE!

por esther morel*

BASE 4-3-1-2

Federazione Italiana Giuo-co Calcio

Presidente: Giancarlo AbeteConfederação: UEFAApelidos: Squadra AzzurraMaterial esportivo: PumaTécnico: Cesare Prandelli (ITA)Capitão: Gianluigi Buffon (goleiro)Ranking Fifa: 8ºCompetições: Copa do Mundo, Copa das Confede-rações, Olimpíadas e Euro-copaTítulos: Copa do Mun-do (1934, 1938, 1982 e 2006); Copa das Confede-rações (1968) Jogos Olím-picos (1936); Eurocopa (1968)

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ros Barzagli e Bonucci, que tem de redobrar as atenções com a marcação para com-pensar o que passa pelo meio.

É na veloz dupla formada por Balotelli e El Shaarawy, já entrosados pelo trabalho no Milan, que está depositada a esperança de gols do torcedor.

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

O México chega para tentar surpreender mais uma vez e repetir o desempenho que ga-rantiu o título dos Jogos Olím-picos em 2012. Os meninos fizeram história em Londres e são a esperança da torcida.

Entretanto, o técnico José Manuel De La Torre não con-tará com Oribe Peralta, autor dos dois gols do triunfo do México sobre a seleção brasi-leira na final olímpica. O ata-cante torceu o joelho direito e foi cortado. Gerardo Flores, do Santa Cruz, é seu substitu-to. Além do já conhecido Chi-charito Hernández, destaque

Esperança na base campeã olímpicaSem Oribe Peralta, o técnico José Manuel De La Torre tentará levar a seleção mexicana ao título inédito com Geraldo Flores e Chicharito Hernández

do Manchester United, outro jogador importante é Giova-ni dos Santos, revelado pelo Barcelona e agora atleta do Mallorca, da Espanha.

O esquema tático adota-do pelo técnico é o 4-2-3-1. Ochoa no gol, com Meza e Nilo fazendo as laterais, além de Reys e Moreno na zaga.

Mais na frente, o meio de campo tem Zavala e Sal-cido no primeiro combate, enquanto Aquino, Reyna e Guardado formam a linha de três.

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Chicharito Hernández joga de centroavante e é o homem-gol seleção mexicana.

As jogadas pelas laterais, com Aquino pela meia direita e Guardado pela esquerda, são justamente o ponto forte.

No contraponto, o México é completamente dependen-te do bom jogo de Guardado para chegar com perigo e, às vezes, sofre com a falta de criatividade.

por gabriela abrunheiro*

BASE 4-2-3-1

*Gabriela Abrunheiro é jor-nalista esportiva em forma-ção e, atualmente, produtora da TV Esporte Interativo.

Javier HERNÁNDEZ Balcázar

Idade: 24 anos Posição: AtacanteAltura: 1,73m Peso: 62kgClubes: Chivas-MEX e Manchester UnitedTítulos: Apertura (2006), InterLi-ga (2009), Premier League (2010/11 e 2012/13), Super Copa da Inglaterra (2010) e Copa Ouro da Concacaf (2011)

foto: gordon floodFederación Mexicana de Fútbol Asociación

Presidente: Justino CompeanConfederação: ConcacafApelidos: El TricolorMaterial esportivo: AdidasTécnico: José Manuel de la Torre (MEX)Capitão: Rafael Márquez (defensor) Ranking Fifa: 17ºCompetições: Copa do Mundo, Copa das Confederações e OlimpíadasTítulos: Copa das Confederações (1999) e Jogos Olímpicos (2012)

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Fator surpresa no meio de campoPara não cair ainda na fase de grupos do torneio, o técnico italiano Alberto Zaccheroni utilizará jogo envolvente no meio

Se o Japão foi a primeira seleção a garantir vaga nas Copas das Confederações e do Mundo, também tem tudo para ser a primeira eliminada do Grupo A. Com Brasil, Itália e México como adversários na fase classificatória, o time de Alberto Zaccheroni é o azarão da chave e estreia justamente contra os donos da casa, em 15 de junho, em Brasília, na abertura da competição.

A principal aposta é no envolvente meio de campo, comandado por Keisuke Honda, do CSKA, e Shinji Kagawa, do Manchester United e principal jogador ja-ponês. Além dos dois, conta a favor da equipe outros onze jogadores atuando na Europa.

Por outro lado, a questão física pesa con-tra os japoneses, mais baixos do que a média, que sempre sofrem com a marcação truculenta.

A velocidade nos contra-golpes, porém, pode inverter a balança. O fator surpresa - al-guém lembra do 2 a 2 de 2005? - ainda segue vivo na memória samurai.

por felippe rodrigues*

Japan Football Association

Presidente: Motoaki InukaiConfederação: AFCApelidos: Samurai BlueMaterial esportivo: AdidasTécnico: Alberto Zaccheroni (ITA)Capitão: Makoto Hasebe (meia)Ranking Fifa: 32ºCompetições: Copa do Mundo, Copa das Confeder-ações, Olimpíadas e Copa da Ásia Títulos: Copa da Ásia (1992, 2000, 2004 e 2011)

Shinji KAGAWA

Posição: meio-campista Idade: 24 anos Peso: 64kg Altura: 1,72mClubes: Cerezo Osaka (2006-10), Borussia Dortmund

(2010-12) e Manchester United (2012)Títulos: Bundesliga (2010/11 e 2011/12), Copa da

Alemanha (2011/12), Supercopa da Alemanha (2012), Copa da Ásia (2011) e Premier League (2012/13)

Zacheroni não foge à ten-dência e adota o 4-2-3-1, com Okazaki isolado à fren-te. As estrelas do time, Ka-gawa , pela direita, e Honda, pela meio, se responsabili-zam pela articulação. Kiyo-take, na esquerda, recompõe a marcação no setor - como não poderia deixar de ser.

Com um xerife de quase 1,90m, Yoshida, Zaccheroni espera acabar com o trauma das bolas aéreas, enquanto o volante e capitão Hasebe pro-mete ser o cão de guarda da defesa. A saída de bola rápida é pelas laterais com os jovens Uchida e Sakai.

BASE 4-3-2-1

*Felippe Rodrigues é estudante de Jornalismo da Cásper Líbe-ro, mas gosta mesmo da São Francisco, de frio e de neve.

foto: saadick dhansay / wikimedia commons

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Entrosamento é a arma da FúriaBase formada por Barcelona e Real Madrid é trunfo da Espanha na luta pelo caneco que falta para a geração vitoriosa

Em 2013, os comandados de Vicente Del Bosque têm a missão de levantar a taça que falta para este seu ciclo na Fúria e apagar a imagem dei-xada pela derrota para os Es-tados Unidos na semifinal da última edição do torneio.

Os espanhóis chegam ao Brasil invictos há quase um ano e meio, e como favoritos ao título principalmente pelo status conquistado com o bi-campeonato Europeu (2008 e 2012) e o Mundial (2010).

No entanto, o que mais faz dessa equipe a favorita nesta Copa das Confederações é o estilo de jogo, adquirido com o entrosamento dos atletas que, em sua maioria, atuam no Barcelona. São sete ca-

talães entre os titulares: o zagueiro Piqué, o lateral-es-querdo Jordi Alba, os meio--campistas Busquets, Xavi e Iniesta e os atacantes Pedro e David Villa. Completam o time três jogadores do Real Madrid: o goleiro Casillas, o lateral-direito Arbeloa e o zagueiro Sergio Ramos.

A principal mudança na lista é a troca de Xabi Alonso por Javi Martínez, do Bayern de Munique. O volante do time merengue sentiu mais uma vez a antiga lesão no púbis e foi cortado.

Com os onze iniciais pra-ticamente definidos e quase intocáveis, Del Bosque ainda conta com “reservas de luxo” como Fàbregas, Mata, David

por alexandre guariglia*

*Alexandre Guariglia é aspir-ante à jornalista e escreve a coluna Super Raio-X do Bra-sileirão no Diário LANCE!fo

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Silva, Cazorla e o jovem Isco para mexer em suas peças das mais diversas manei-ras. Até mesmo se preci-sar optar por um time mais veloz e ainda mais ofensivo há a possibilidade de fazer essa transformação.

Um dos pontos fracos é a defesa, já que as peças de reposição não são tantas e a lateral direita, no ataque e na zaga, ainda não está total-mente resolvida. O principal motivo para isso é que Arbe-loa não inspira confiança e apoia com certa dificuldade. Seu reserva, Azpilicueta ata-ca bem, mas defende mal, e acaba deixando vários es-paços. Os adversários de-vem encontrar ali o caminho para, quem sabe, superar Iniesta e companhia.

A manutenção dessa base entrosada é importante, mas só funciona pois os atletas se adaptaram à filosofia dentro de campo daqueles que for-mam a maior parte da sele-ção, que são os provenientes do clube catalão, deixando de lado as rivalidades clubís-ticas. Humildade, eficiência e consciência ajudam a formar essa tão vitoriosa e marcante seleção espanhola.

Page 22: Revista De Letra #1 (junho/2013)

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Real Federación Española de Fútbol

Presidente: Ángel María VillarConfederação: UEFAApelidos: La Roja, La FuriaMaterial esportivo: AdidasTécnico: Vicente del Bosque (ESP)Capitão: Iker Casillas (goleiro)Ranking Fifa: 1ºPrincipais competições: Copa do Mundo, Copa das Confederações, Olimpíadas e EurocopaPrincipais títulos: Copa do Mundo (2010) e Eurocopa (1964, 2008 e 2012)

Andrés INIESTA Luján

Idade: 29 anosPosição: Meio-campistaAltura: 1,70m Peso: 68kgClube: BarcelonaTítulos: Campeonato Espanhol (2004/05, 2005/06, 2008/09, 2009/10, 2010/11 e 2012/13), Copa do Rey (2008/09, 2011/12), Supercopa da Espanha (2005, 2006, 2009 e 2011), Liga dos Campeões (2005/06, 2008/09 e 2010/11), Superco-pa da Uefa (2009 e 2011), Mundial de Clubes da Fifa (2009 e 2011), Eurocopa (2008 e 2012) e Copa do Mundo (2010)

Muito se compara o estilo de jogo da seleção espanho-la com o do Barcelona pela quantidade de atletas do time catalão que figuram en-tre os titulares, mas não é só isso que conta no esquema.

Além da preferência pela posse de bola, a disposição tática é semelhante. No ata-que veremos o 4-1-2-3 e na defesa o 4-5-1.

Já a diferença se dá no apoio dos laterais, que na Espanha é menor do que na equipe treinada por Tito

BASE 4-1-2-3Vilanova, uma vez que Del Bosque opta pela chegada dos jogadores de meio de campo no auxílio dos ata-cantes e pontas.

foto: dmitry neymyrok / wikimedia commons

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BUSQUETS

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JAVI MARTÍNEZ

INIESTA

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Depois do quarto lugar no Mundial de 2010, o Uruguai viveu um conto de fadas ce-leste com os bons resulta-dos em amistosos contra se-leções europeias e também com o título da Copa Amé-rica, conquistado de forma brilhante na Argentina.

Porém, depois dos Jogos Olímpicos de Londres, em que caiu ainda na primei-ra fase, a seleção começou uma queda e não venceu mais nenhum jogo nas eli-minatórias para 2014, che-gando a ficar com a classifi-cação ameaçada. A Celeste pode chegar para a Copa das Confederações praticamente

De olho em um novo MaracanazzoUruguai chega ao Brasil precisando do título para se reafirmar entre os favoritos para a Copa do Mundo de 2014

eliminada, caso a Venezue-la tenha bom desempenho diante da Bolívia e do pró-prio Uruguai.

O técnico Óscar Tabárez sabe que o título no Brasil também pode ser um divi-sor de águas e impulsionar a equipe nos jogos contra os líderes das eliminatórias, em busca de uma vaga para voltar ao Brasil no ano que vem e, quem sabe, repetir o Maracanazzo.

Tabárez costuma escalar a seleção uruguaia no 4-3-2-1, com o goleiro Muslera e linha de quatro formada por Maxi Pereira na direita, o ca-pitão Diego Lugano e Godin na zaga, e Cáceres na es-querda.

Diego Perez joga como um volante mais recuado en-quanto Arévalo Rios e Alvaro Pereira ficam mais a frente. Assim, Luis Suárez e Forlán ficam mais avançados nas pontas, munindo o atacante central Cavani.

Diego Martín Forlán Corazzo

Idade: 34 anos Posição: AtacanteAltura: 1,81m Peso: 75 kgClubes: Independiente, Man-chester United, Villareal, Atlé-tico de Madrid, Inter de Milão e InternacionalTítulos: Premier League (2002/03), FA Cup (2003/04), Copa Intertoto (2004), Liga Eu-ropa (2010), Supercopa Europé-ia (2010), Copa América (2011) e Campeonato Gaúcho (2013)

por guto monte ablas*

Guto Monte Ablas é jornalis-ta, jurista, radialista, repórter da Rede Nacional de Notícias/Rádio ABC e Comentarista da Arquibancada Oi.

Asociación Uru-guaya de Fútbol

Presidente: Sebastián BauzáConfederação: ConmebolApelidos: La Celeste Olím-pica, Los CharrúasMaterial esportivo: PumaTécnico: Óscar Tabárez (URU)Capitão: Diego Lugano (defensor)Ranking Fifa: 19ºCompetições: Copa do Mundo, Copa das Confede-rações, Olimpíadas, Pan--Americano e Copa AméricaTítulos: Copa do Mundo (1930 e 1950); Jogos Olím-picos (1924 e 1928); Mun-dialito (1980); Copa Améri-ca (1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1926, 1935, 1942, 1956, 1959, 1967, 1983, 1987, 1995, 2011); Jogos Pan-Americanos (1983)

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foto: jikatu / wikimedia commons

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COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Aposta na rapidez do ataque dos EaglesSeleção campeã da Copa de Nações Africanas quer surpreender no Brasil e conta com a velocidade de Victor Moses, atacante do Chelsea

Após 18 anos a seleção nigeriana volta a participa da Copa das Confederações, graças à conquista da Copa Africana de Nações deste ano, ao vencer a Burkina Faso na África do Sul.

Em sua primeira aparição no torneio, em 1995, quando ainda era chamado de Copa do Rei Fahd, a Nigéria ficou

com a quarta colocação, perdendo nos pênaltis a de-cisão do terceiro lugar para a seleção mexicana.

Entre os destaques posi-tivos dos Super Eagles está a agressividade do ataque, um setor que conta com jogadores rápidos, como é o caso de Victor Moses, que joga no Chelsea.

Para a Copa das Confeder-ações de 2013, o técnico Ste-phen Keshi não vai poder con-tar com um de seus grandes destaques: o centroavante Emmanuel Emenike sofreu uma lesão no joelho defend-endo o Spartak Moscou no iní-cio de maio e ficará seis meses longe dos gramados.

Apesar da ausência do ar-tilheiro da Copa Africana de Nações, o treinador não de-verá abrir mão do sistema 4-4-2, com dois meias ofensivos e contando com a reposição de Ideye, do Dínamo Kiev, e de Moses, atacante do Chelsea.

John Michael Nchekwube Obinna

Idade: 26 anosPosição: meio-campistaAltura: 1,88m Peso: 86kgClubes: Lyn Football-NOR (2004-2006) e Chelsea (desde 2006)Títulos: Premier League (2009/10), FA Cup (2006/07, 2008/09, 2009/10 e 2011/12), League Cup (2006/07), Liga dos Campeões (2011-12), Liga Europa (2012/13) e Copa Africana de Nações (2013)

por rafael alves*

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Nigeria Football Association

Presidente: Alhaji Aminu MaigariConfederação: CAFApelidos: Super EaglesMaterial esportivo: AdidasTécnico: Stephen Keshi (NIG)Capitão: Joseph Yobo (zagueiro)Ranking Fifa: 31ºCompetições: Copa do Mundo, Copa das Confeder-ações, Olimpíadas, Copa Africana de NaçõesTítulos: Jogos Olímpicos de Barcelona (1996), Copa Africana de Nações (1908, 1994 e 2013), Campeonato Mundial Sub-17 (1985, 1993, 2007)

*Rafael Alves, é músico, repór-ter da Premium Esportes e ad-ministrador da página Planeta Futebol Feminino.

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que ajudam a completar a se-leção taitiana. A estreia será contra a Nigéria, no dia 17.

Ainda existem dúvidas sobre o esquema de jogo o Taiti po-derá utilizar. O treinador Eddy Etaeta conquistou a Copa da Oceania com um 4-4-2, mas após o insucesso da equipe nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014, em que a seleção ficou somente em ter-ceiro lugar, atrás de Nova Caledônia e Nova Zelândia, Etaeta começou a testa uma formação em 4-5-1.

COPA DAS CONFEDERAÇÕES

A seleção do Taiti vai dis-putar a Copa das Confedera-ções buscando experiência. O time é formado quase em sua totalidade por jogadores amadores. As exceções são o zagueiro e capitão Nicollas Vallar, que atuou em times franceses, e o atacante Ma-rama Vahirua, único jogador da região das Ilhas Oceâni-cas a ser escolhido como me-lhor da Oceania, em 2006.

Outro destaque é para a fa-mília Tehau, composta pelos irmãos Alvin, Lorenzo e Jona-than, além do primo Teaouni, todos com menos de 27 anos,

Taiti em busca de experiência

Marama Vahirua

Idade: 33 anosPosição: AtacanteAltura: 1,72m Peso: 68kgClubes: Nantes-FRA (1998-2004), Nice-FRA (2004-2007), Lorient-FRA (2007-2010), Nancy-FRA (2010-2012), Monaco-FRA (2011) e Panthrakikos-GRE (2013)Títulos: Liga Francesa (2000 e 2001) e Copa da França (1998/99 e 1999/2000)

Fédération Tahitienne de Football

Presidente: Henri Thierry AriiotimaConfederação: OFCApelidos: Team FenuaMaterial esportivo: NikeTécnico: Eddy Etaeta (TAI)Capitão: Nicolas Vallar (defensor)Ranking Fifa: 138ºCompetições: Copa das Confederações e Copa das Nações da Oceania

Novata na competição e com muitos atletas amadores, a seleção da Polinésia Francesa quer descobrir quão longe consegue chegarpor cleyton santos*

Nesta nova disposição tá-tica, Chong Hue é o único centroavante, mas Teaouni Tehau vem de trás. A chega-da de Vahirua pode alterar o esquema e até mesmo tirar Chong Hue do time titular. Por isso ainda há incerteza quanto ao estilo taitiano.

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*Cleyton Santos é pós--graduando em Jornalismo Esportivo, repórter do site Leitura Esportiva e comenta-rista da Premium Esportes.

Page 26: Revista De Letra #1 (junho/2013)

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BRASILEIRÃO

Acostume-se, torcedor. O Campeonato Brasileiro vai parar para a disputa da Copa das Confederações, fato que se repetirá ano que vem. En-quanto isso, em 2013, quan-do o torneio antes da Copa do Mundo começar, cinco rodadas do Brasileirão já te-rão sido disputadas. A pausa será grande: 24 dias. Perí-odo que pode dar tranquili-dade aos times da parte de baixo da tabela e, ao mesmo tempo, complicar os líderes.

Desde 1971, o campeo-nato foi interrompido três vezes: em 1974, em 2006 e em 2010. Em todos os ca-sos, o líder não conseguiu dar continuidade à boa cam-panha e perdeu o título.

Nas outras Copas do Mun-do, o Campeonato Brasileiro sempre começou no mês de agosto, com exceção da edi-ção de 1982, vencida pelo Flamengo em 25 de abril, 49 dias antes da abertura do Mundial da Espanha.

Já em 1974, o Brasileirão ficou dez dias parado entre a segunda e a terceira fase. Grêmio e Atlético-MG, que lideravam seus grupos, não conseguiram chegar ao qua-drangular decisivo. Na reto-mada, ambos foram elimina-dos. Cruzeiro, Vasco, Santos e Internacional, que faziam campanha apenas razoável, disputaram o título. No final, o Vasco da Gama levantou seu primeiro troféu.

Na era dos pontos corri-dos, a história se repetiu. Em 2006, ano em que o São Paulo ganhou o primeiro dos seus três Brasileiros segui-dos, dez rodadas foram dis-putadas até o dia 4 de ju-nho. A Copa da Alemanha começou no dia 9 do mesmo mês e durou 30 dias. O Bra-sileirão parou por 39 dias.

O Cruzeiro, líder com 21 pontos em dez jogos, caiu para a quarta posição após as cinco rodadas, fazendo ape-nas cinco pontos. A parada foi

boa para o Paraná e também para o futuro campeão, São Paulo. O tricolor paranaen-se saiu do sétimo lugar para a vice-liderança, enquanto o paulista assumiu a primeira posição para não sair mais.

O curioso é que Corinthians, que à época contava com Te-vez e Mascherano, estava na zona de rebaixamento antes da paralisação. Ao seu lado, o rival Palmeiras, que em dez rodadas fez somente quatro pontos, com oito derrotas no total. No restante do torneio, a reação: o time corintiano terminou na nona colocação, enquanto o palmeirense ficou à beira do descenso, na 16ª.

Em 2010, antes do ponta-pé inicial da Copa da África, sete rodadas do Brasileirão já tinham acontecido. Co-rinthians e Ceará dividiam o topo, com 17 pontos. O Flu-minense, futuro campeão, ocupava o terceiro posto. Pior para o time de Fortale-za, que precisou de oito ro-dadas vencer novamente e terminou em 12° lugar.

Vale lembrar que o único Brasileirão disputado junta-mente com a Copa foi o de 1978. O Mundial da Argentina ocorreu entre 1° de junho a 25 de junho. No dia 7 de junho daquele ano Brasil e Espanha empataram sem gols em Cór-doba, pela segunda rodada. Na mesma quarta-feira, pelo Campeonato Brasileiro, Corin-thians, Flamengo, São Paulo e Santos entraram campo.

Brasileirão: parada obrigatória

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por diego salgado

Page 27: Revista De Letra #1 (junho/2013)

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BRASILEIRÃO

o famigerado calendário

A interrupção obrigatória nas competições por conta dos jogos da Copa das Con-federações - de 15 a 30 de junho de 2013 - e do Mundial - 12 de junho a 13 de julho de 2014 - reacende a discus-são em torno de uma possí-vel mudança do calendário do futebol brasileiro.

Este ano, por exemplo, o Brasileirão terminará apenas no segundo domingo de de-zembro, dia 8. Dessa forma, os jogadores terão menos de um mês de férias até o começo dos campeonatos

estaduais, que começarão mais cedo por conta do Mun-dial do ano que vem.

Na Europa, a Copa do Mundo acontece na inter-temporada, menos de um mês depois da final da Liga dos Campeões. Por aqui, a Copa Libertadores da Améri-ca, assim como o Brasileirão, são interrompidos.

As semifinais da edição atual da Libertadores ocor-rerão após uma pausa de 34 dias. Caberá ao Atlético-MG, melhor campanha até o mo-mento, provar que a pausa

não vai afetar o rendimento. Em contrapartida, a dispu-

ta do Mundial na intertempo-rada europeia, resulta nas já habituais lesões às vésperas da competição. O fato ocor-re por conta do cansaço dos jogadores, que disputam a Copa já no limite físico.

Com o tempo, a desvanta-gem das seleções da Europa cai cada vez mais, pois são poucos os atletas que não atuam no velho continente (em 2010, 553 jogadores, de um total de 736, jogavam no futebol europeu).

foto: site oficial do coritiba

Page 28: Revista De Letra #1 (junho/2013)

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VÔLEI

A vida Pós-Giba

Bernardinho está prestes a iniciar seu quarto ciclo olímpico no comando da Seleção Brasileira, mas em nenhum outro momento foi tão cercado de incertezas quanto em 2013. Isso porque, pela primeira vez, o técnico não poderá contar com alguns jogadores re-sponsáveis pelas conquistas do Brasil nos últimos anos.

O ponteiro Giba, que se des-pediu da equipe com a prata olímpica, e o central Gustavo, que saiu um pouco antes com o ouro no Pan-Americano de Guadalajara, eram convoca-dos desde 2000. O levantador Ricardinho e o líbero Sergin-ho, presentes desde o ouro de 2004, em Atenas, também saíram no ano passado.

Além destes, Murilo ficou fora da lista do novo ciclo pois ainda se recupera de uma cirurgia no ombro, mas

faz partes dos planos. Den-tre os veteranos, apenas Dante (desde Sidney-2000), é o único remanescente.

É chegada então a hora da nova geração brilhar e sair da sombra dos vetera-nos. Wallace e Éder foram para Londres, assim como Lucarelli, que seria o sub-stituto de Giba caso ele não pudesse atuar e acabou as-sistindo ao torneio nas ar-quibancadas. Com poucas convocações, os jovens Isac e Renan são as novidades.

Lucarelli é considerado uma das maiores promessas do vôlei brasileiro, se destacando pelo potente ataque. Já Renan ficou famoso por ser o atleta mais alto da Superliga, com 2,17m, mas é também um dos maiores pontuadores dos torneios nacionais. O central Isac aparece com ótima noção de bloqueio e saque preciso.

No entanto, a renovação foi menor do que o esperado. Vissotto, Lucão, Sidão, Thiago Alvez, Théo e Bruninho (que será o capitão na Liga Mundial) formam o elo de ligação entre veteranos e recém-chegados, criando uma base sólida e que pode sim sonhar com o ter-ceiro título olímpico, desta vez jogando no Rio de Janeiro.

por guto monte ablas

O Brasil inicia a jornada olímpica com a Liga Mundi-al, torneio em que é o maior vencedor. O caminho para o décimo troféu não será fácil e terá, na primeira fase a atual campeã Polônia, Ar-gentina, França, Bulgária e Estados Unidos. A fase final será disputada entre os dias 17 e 21 de ju-lho, novamente em Mar Del Plata, na Argentina.

O Caminho do tri

foto: cbv

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FÓRMULA 1

Cinco anos. Esse foi o período que a Honda ficou afastada da Fórmula 1. Após todo esse tempo, a empre-sa anunciou sua volta, que só acontecerá em 2015, mas marcará a reedição de uma parceria vencedora: a McLa-ren Honda. Em quatro anos foram oito títulos conquista-dos (quatro de construtores e quatro de pilotos).

A fornecedora japonesa já ensaiava uma volta para a categoria máxima do au-tomobilismo desde o último ano, quando a equipe foi procurada para uma reedi-ção da dupla histórica.

O anúncio veio em bom momento, principalmente para a categoria. A partir de 2014, com o novo regu-lamento de motores V6 tur-bo, os times do grid serão fornecidos apenas por três fábricas: Ferrari, Mercedes e Renault. Assim, segun-do a lei da oferta e procura, quanto menos for oferecido, maior será a procura e, con-sequentemente, maior será o preço para os propulsores.

Sauber, Toro Rosso, For-ce India, Caterham, Marus-sia, Lotus e Williams estão na corrida para conseguir fornecedoras. Na dança das cadeiras, entretanto, sobra-ram apenas cinco assentos.

Excluindo Red Bull, a McLa-ren e as equipes que produ-zem os motores, as escude-rias de Monisha Kaltenborn, Franz Tost e Vijay Mallya es-tão em conversas adianta-das para fechar com as fa-bricantes italiana, francesa e alemã, respectivamente, o que diminui para duas as vagas para três equipes res-tantes. Há algo errado.

Já na questão de desem-penho e do benefício real do novo acordo, não existe nenhuma parte mais ajuda-da do que a própria McLa-ren, que não está em gran-de fase. Nos últimos anos, amargou a saída de Adrian Newey, Lewis Hamilton e Pa-ddy Lowe, além de ter perdi-do importantes patrocinado-res como a Vodafone.

A temporada 2013 tam-

bém não está sendo a me-lhor para a escuderia. Sem resultados expressivos, a atuação e o futuro foram colocados em cheque, uma vez que o melhor resultado apresentado até o momen-to foi uma quinta posição de Jenson Button no GP da Chi-na.

Assim, a mais nova parce-ria do grid promete animar e dar um sopro de ar fresco para a campanha no time. E, para os brasileiros, o re-torno vem com um gostinho especial: foi sob esta confi-guração que Ayrton Senna conquistou 27 de suas 41 vi-tórias na competição.

*Nathalia De Vivo tem 21 anos e é jornalista do Tazio. Tem no surf e no automobi-lismo suas paixões.

Parceria com boas memórias

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por nathalia de vivo*

Honda anunciou o retor-no à Fórmula 1 para 2015, reeditando a dupla com a McLaren, responsável por 27 vitórias de Ayrton Senna

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COLUNA

Num engarrafamento de uma segunda--feira, bem cedo, nos confins de Pernam-buco, tentava eu chegar ao trabalho. Você sai do turbilhão do Rio de Janeiro esperan-do encontrar uma vida pacata, mas não é isso que acontece. Entre 6 e 7 da manhã, já está tudo engarrafado há três quilômetros do seu local de labuta. Ao lado, um cam-pinho de futebol lotado. Trabalhadores que vão encarar Suape posteriormente batendo uma pelada que pode ser chamada de “Mis-sa do Galo”. Afinal, futebol é religião.

Futebol de campo. Onze contra onze. Como deve ser. O engarrafamento não anda e eu consigo enxergar naquela partida sim-ples, em plena segunda, um jogo de verda-de. Há um time de colete vermelho e preto. Oras, rubro-negro. Claro, é o Flamengo. So-mos os únicos rubro-negros, todos os outros são vermelhos e pretos. E o time do Flamen-go ataca com o carequinha, que apelidarei de Deivid. Mas Deivid perde um gol incrível. O xingo mentalmente: “filho da puta”.

- Filho da puta!Assim xinga o companheiro de ataque

do carequinha, de cabelos grandes, quase um Ronaldinho. Mas entre 6 e 7 da manhã, correndo assim, não pode ser o Ronaldinho. Deve ser o Vagner Love. O carequinha o olha contrariado e logo em seguida faz um golaço de cabeça, testando de olho aber-to. O cabeludo aplaude, o carequinha grita:

“sou foda”. Ambos riem. Dig Din.O time adversário desce atacando, de co-

lete fluorescente. Não existem muitos times de neon neste esporte sagrado. Talvez o Palmeiras, talvez o Salgueiro. Não, o Sal-gueiro não, o colete não tem o patrocínio do Limão com Mel. Mas isso é irrelevante. Lá vêm eles atacando, cruzamento na área, bate e rebate, bola na trave. Mas que coisa, até no Flamengo da pelada há problemas com a bola aérea. O goleiro, o Felipe da pe-lada, uma maquete do Felipe, com 1,60m, reclama com a zaga.

E o jogo continua fluindo. O time das ca-netas marca-texto faz uns três ou quatro gols, o Mengão da Muribeca faz uns cinco ou seis. A nossa defesa, com um cara al-tão, que deve ser o González, está meio desorganizada. E o nosso meio numa tática de padaria, defendendo em bloco e atacan-do em massa.

O povo se amontoa ao lado, um cava-lo passa na frente da minha visão e… uma buzina começa a tocar muito forte atrás de mim. A pista desobstruiu, o fluxo volta a correr. O relógio marca 07h24. Às vezes esquecemos as coisas prosaicas em meio ao estresse e às luzes da cidade. Hora de começar a trabalhar, sem nunca deixar de pensar no futebol, que existe em todos lu-gares, sempre partindo de nós.*publicado originalmente no blog cotidiano & outras drogas

Luzes da cidadepor arthur chrispin*

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brasil 2 X 2 inglaterra2/6/2013 - Maracanã

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brasil 3 X 0 frança9/6/2013 - Arena do Grêmio

foto: rafael ribeiro / cbf