revista de jovens e adultos da convenção batista ... · luz da palavra de deus, pelo que...

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Pr. Roberlan Julião Fruto do Espírito A Verdadeira Liberdade! Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense Ano 15 - n° 59 - Outubro / Novembro / Dezembro - 2018

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Pr. Roberlan Julião

Fruto do EspíritoA Verdadeira Liberdade!

Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense

Ano 1

5 - n

° 59

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bro -

201

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LIÇÕESSUMÁRIO LIÇÕES

02 PLANO COOPERATIVO

03 PRIMEIRAS PALAVRASPR. AMILTON VARGAS

06 WORKSHOPCAPELANIAS

07 PALAVRA DO REDATORPR. MARCOS ZUMPICHIATTE MIRANDA

10 MISSÃO – CAPACITAÇÃO EM EVANGELISMO

09 VIRA CRIANÇA ENCONTRO DE LÍDERES

11 APRESENTAÇÃOPR. ROBERLAN JULIÃO DA SILVA

CRENTES PERDIDOS

OU SALVOS IMATUROS12DEDICAÇÃO A DEUS

OU ORGULHO ESPIRITUAL?16

MALDADES NA IGREJA20VOCÊ PODE AMAR OS

“NÃO AMÁVEIS”!24VOCÊ PODE VIVER COM ALEGRIA

NOS MOMENTOS DIFÍCEIS!28

VOCÊ PODE TER PAZ INTERIOR!32

VOCÊ PODE TER PACIÊNCIA NO SOFRIMENTO!36

VOCÊ PODE SER MAIS SIMPÁTICO

E DEVE SER MAIS EMPÁTICO!40VOCÊ PODE FAZER O BEM

COM BOAS MOTIVAÇÕES!44VOCÊ PODE SER MAIS CONFIANTE

E MAIS CONFIÁVEL!48VOCÊ PODE SER MAIS CORAJOSO,

MAS NÃO PRECISA SER BRIGÃO!52

VOCÊ PODE SE AUTOLIDERAR!56UM RELIGIOSO OPRIMIDO

OU UM DISCÍPULO LIVRE?60

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PRIMEIRAS PALAVRAS

COLOCANDO DEUS EM NOSSA HISTÓRIA...

Quando existem desentendi-mentos entre irmãos na Igreja, fica-mos tristes e às vezes até magoa-dos. Mas, mesmo sem entender muito bem, posso assegurar e rei-terar o entendimento de que Deus revela o seu querer, sem que preci-semos procurar culpados de quais-quer das partes envolvidas. Desejo fundamentar esse entendimento à luz da Palavra de Deus, pelo que apresento minha sincera percep-ção, pois:

Quando colocamos Deus em nossa história...

1. Entendemos que nem sempre os servos do Senhor concordam em seus pontos de vista.

Isso faz parte da vida e é nor-mal, pois Deus é Senhor da histó-ria, mas nós, pelo dom maravilhoso e perigoso do livre arbítrio, somos os atores e autores. Nossa perso-nalidade não é anulada.

A questão da circuncisão, por exemplo, embora sendo de pouca relevância, levou Paulo e Pedro a um duro desentendimento. Veja:

“E, chegando Pedro à Antio-quia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que al-guns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi reti-rando, e se apartou deles, temen-

do os que eram da circuncisão...” (Gl 2.11,12).

Do mesmo modo que Pedro fa-lhou e foi repreensível, algumas ve-zes também falhamos. Mas sei que a graça do Senhor é tão grande que Ele continua a nos usar, mes-mo com nossas limitações. Pedro foi um marco de ousadia e poder, de uma vida usada pelas mãos de Deus, podendo demonstrar uma conduta mais compatível, não ape-nas pregando, fazendo milagres em nome do Senhor, mas defendendo os irmãos gentios em relação às exigências dos ritos mosaicos:

“E, quando chegaram a Jerusa-lém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão grandes coisas

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Deus tinha feito com eles. Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizen-do que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés. Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para con-siderar este assunto. E, havendo grande contenda, levantou-se Pe-dro e disse-lhes: ‘Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da mi-nha boca a palavra do evangelho, e cressem. E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós; E não fez dife-rença alguma entre eles e nós, pu-rificando os seus corações pela fé. Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas cre-mos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também’.” (At 15.4-11).

Veja a grande mudança que o Espírito Santo produziu no coração de Pedro. Antes, a formalidade reli-giosa era o principal, mas agora, o amor aos perdidos e a graça reve-lada prevalecem.

Quando colocamos Deus em nossa história:

2. Reconhecemos que comete-mos erros, e alguns deles absurda-mente incoerentes.

Paulo tinha esse mesmo en-tendimento, pois ao escrever para um filho na fé, ele se declarava o principal dos pecadores: “Esta é

uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecado-res, dos quais eu sou o principal.” (1Tm 1.15).

Quando Paulo estava pregan-do o Evangelho, cumprindo sua missão, teve também outra diver-gência e João Marcos se apartou dele, escolhendo fazer a obra com Silas, que é o mesmo que com ele orava e adorava ao Senhor em sua companhia na prisão (At 16.25). Por conta dessa divergência com João Marcos, Barnabé, também chamado de José da Consola-ção, que era homem cheio do Es-pírito Santo e de fé, teve grande desentendimento com o apóstolo Paulo, indo com Marcos para Chi-pre. Veja a narrativa:

“Algum tempo depois, Paulo disse a Barnabé: ‘Voltemos para visitar os irmãos em todas as cida-des onde pregamos a palavra do Senhor, para ver como estão indo’. Barnabé queria levar João, também chamado Marcos. Mas Paulo não achava prudente levá-lo, pois ele, abandonando-os na Panfília, não permanecera com eles no trabalho. Tiveram um desentendimento tão sério que se separaram. Barnabé, levando consigo Marcos, navegou para Chipre, mas Paulo escolheu Silas e partiu, encomendado pelos irmãos à graça do Senhor. Passou, então, pela Síria e pela Cilícia, for-talecendo as igrejas.” (At 15.36-41).

PRECISAMOS CONFIAR QUE DEUS FAZ O MELHOR PARA NÓS!

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Pr. Amilton VargasDiretor Executivo da CBF

(Membro da PIB Universitária do Brasil)

Quando colocamos Deus em nossa história:

3. O melhor é cumprir e enten-der a vontade de Deus.

Quando olho para as muitas experiências que revelam a graça de Deus em meio à multiplicidade de pessoas, com seus desenten-dimentos e peculiaridades, trago à memória a experiência de “José do Egito”. Homem que foi traído, vendido, humilhado, caluniado, condenado e esquecido, que os seus irmãos jogaram num grande buraco, depois o venderam aos mi-dianitas como se fosse uma merca-doria. Mas que, ao reencontrar com seus irmãos, nos deu um grande exemplo reinterpretando a sua pró-pria história, colocando a sua fé em Deus e dizendo:

“Agora, pois, não vos entriste-çais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. Porque já houve dois anos de fome no meio da terra, e ainda res-tam cinco anos em que não haverá lavoura nem sega. Pelo que Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento. Assim não fos-tes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como regente em toda a terra do Egito.” (Gn 45.5-8).

Não pensem que o estou com-parando a José, pois nada do que aconteceu com ele ocorreu com

você. Só usei esse exemplo para dizer que, às vezes, Deus nos mos-tra a sua vontade de modo diferente do que esperamos. Muitas vezes é pelo sofrimento que entenderemos a vontade de Deus.

Quero que entendam, meus queridos, que Deus, em sua in-finita sabedoria e soberania, faz sempre o melhor para nós, pois creio literalmente que “todas as coi- sas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus...” (Rm 8.28).

Quando você não entender a ra-zão do sofrimento e das injustiças que fizerem com você ou com seus entes e amigos queridos, coloque Deus na sua história e confie de-clarando como Jó: “Bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1.21).

Às vezes, precisamos ter a hu-mildade de pedir perdão aos irmãos por nossa humanidade, por nosso comportamento que tenha sido in-terpretado como de ética reprová-vel, pois todos nós precisamos de paz para viver bem. Daí ser rele-vante que entendamos que essa paz não é ausência de problemas e confusões da vida, mas é presença e soberania de Deus.

Deus nos ajude a viver para a sua glória, pois Ele é Senhor de nossa história!!!

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“Considerada um tesouro da hu-manidade, a Bíblia completa já foi traduzida para 648 línguas, entre as 6.887 faladas no mundo, de acordo com dados de 2016. O Novo Testa-mento é encontrado em 1.432 línguas e trechos da Bíblia em 1.142 idiomas. Embora ainda restem mais de 3.222 línguas faladas por pequenos grupos – totalizando mais de 250 milhões de pessoas – que não possuem um só trecho da Bíblia traduzido, é relevante a importância do Livro Sagrado para pessoas das mais diversas etnias, em todos os pontos do planeta. Mais recentemente, a Bíblia passou a ser disponibilizada em formato eletrôni-co, podendo ser acessada por meio de smartphones e leitores digitais. Um exemplo é o aplicativo Biblia Plus, de-senvolvido pelas Sociedades Bíblicas Unidas – aliança da qual a SBB faz parte e que reúne 147 Sociedades Bí-blicas no mundo –, por meio do qual são oferecidas, gratuitamente, tradu-ções bíblicas em diferentes línguas”1.

Conforme os princípios batis-tas, “A Bíblia fala com autorida-de porque é a palavra de Deus. É a suprema regra de fé e prática porque é testemunha fidedigna e inspirada dos atos maravilhosos de 1 - http://www.sbb.org.br/sem-categoria/2018-sera-o-ano-da-biblia2 - Princípios Batistas da Convenção Batista Fluminense – http://www.convencaobatista.com.br

Deus através da revelação de si mesmo e da redenção, sendo tudo patenteado na vida, nos ensinamentos e na obra salvadora de Jesus Cristo. As Escrituras revelam a mente de Cristo e ensinam o significa-do de seu domínio. Na sua singular e una revelação da vontade divina para a humanidade, a Bíblia é a autoridade final que atrai as pessoas a Cristo e as guia em todas as questões de fé cris-tã e dever moral. O indivíduo tem que aceitar a responsabilidade de estudar a Bíblia com a mente aberta e com atitude reverente, procurando o signi-ficado de sua mensagem através de pesquisa e oração, orientando a vida debaixo de sua disciplina e instrução. A Bíblia, como revelação inspirada da vontade divina, cumprida e completada na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo é a nossa regra autorizada de fé e prática” 2.

PALAVRA DO REDATOR

BÍBLIA – A PALAVRA DE DEUS“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino,

para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente

preparado para toda boa obra”. 2Timóteo 3:16-17

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Pr. Marcos Zumpichiatte MirandaRedator da Revista P&V

Diretor do Departamento de Educação Religiosa da CBF

A Bíblia, então, exerce uma influên-cia na vida dos seus leitores, fazendo transformações. Mas para que isso aconteça, são necessárias três atitudes:

1. Ler

“Não deixe de falar as palavras des-te Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fiel-mente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem-sucedido” (Js 1.8).

Ler a Bíblia regularmente é a oportunidade que temos de ouvir a voz de Deus. O texto de Josué diz que de-vemos meditar, que é mais do que ler. Isso significa que o indivíduo deve re-fletir sobre a Palavra de Deus de uma forma profunda.

2. Examinar

“Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois rece-beram a mensagem com grande inte-resse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo” (At 17.11).

Jesus disse em João 5.39: “Exami-nais as escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam”.

Examinar e estudar são tarefas importantíssimas se desejamos obter o conhecimento e a certeza daquilo que lemos. “Os bereianos ou bereanos eram os habitantes da macedônia, mas precisamente da cidade de Beréia que foram visitados pelo apostolo Paulo por volta de 52dC. Receberam desta-que na Bíblia pelo fato de receberem a Palavra de Deus com muita sede e

3 - http://bereianosagrado.com.br/quem-sao-os-bereianos/

por examinarem as Escrituras diaria-mente para ver se aquilo que os após-tolos pregavam eram realmente de acordo com a Palavra de Deus”3. Na vida, vamos nos deparar com muitos ensinamentos, muitas ideias e muitos caminhos diferentes. A Bíblia ajudará a entender o que é certo, o que é errado e o caminho a seguir.

3. Obedecer

“Sejam praticantes da palavra, e não apenas ouvintes, enganando vo-cês mesmos” (Tg 1.22).

Conhecer a Bíblia não tem utilidade nenhuma, se você não põe esse co-nhecimento em prática. A verdadeira mudança acontece quando você aplica o que a Bíblia diz em sua vida. Procure entender o que Deus está dizendo para você quando lê a Bíblia. Depois, obe-deça! Quem obedece é abençoado.

No segundo domingo de dezembro comemoramos o Dia da Bíblia. Seria importante a sua Igreja promover even-tos para destacar esta data. Em 10 de Dezembro de 2017 a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) lançou o desafio de ler a Bíblia toda no ano de 2018. Se você não participou deste desafio, quero re-lançá-lo para iniciarmos no dia 09 de Dezembro de 2018 a 10 de Dezembro de 2019 a leitura da Bíblia. Incentive todos os membros da sua Igreja a par-ticiparem deste desafio!

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QUEM ESCREVEU

APRESENTAÇÃO

Olá, gente boa!Com uma palavra simples, pre-

tendo apresentar a você uma pro-posta que não é nova: a liberdade em Cristo! Somos tentados a viver a vida cristã confiando em nossos próprios esforços, por meio de prá-ticas religiosas, como se fôssemos capazes de agradar a Deus pelo

mérito próprio. O que resulta em frustração, acusação, dissimulação e culpa! No entanto, numa cami-nhada de relacionamento profundo e transformador com Deus e com o seu povo, podemos, na força do Espírito, exercitar as virtudes do próprio Cristo em nosso viver diário. Vamos caminhar?

Roberlan Julião da Silva, 44 anos, na-tural do Rio de Janeiro, pastor desde 16 de abril de 2005, é pai de Roberlan Julião An-drade e casado, há 21 anos, com Giselia Andrade do Nascimento Silva. Pastoreia a Igreja Batista Teles de Menezes, São João de Meriti – RJ, desde abril de 2008. É pós-graduado em Ciências da Religião pela UNIGRANRIO, Bacharel em Teologia pelo Seminário do Sul e graduado em Li-derança Avançada pelo Instituto Haggai. É professor no Seminário Teológico Escola de Profetas (IBC Vigário Geral), no Seminário Teológico Batista Meritiense e no Seminário Teológico Batis-ta Nordeste Carioca.

Em sua trajetória denominacional, já foi presidente da Associação Ba-tista Meritiense por cinco mandatos, segundo secretário da OPBB/FL – Subseção Meritiense, e membro da Comissão de Ética da OPBB – Seção Fluminense. Atualmente, é membro do Conselho Deliberativo da Conven-ção Batista Fluminense.

Gravou o CD musical “Acha-me!” e é autor do livro “Entre os sonhos de Deus e as realidades humanas”. Possui muitas pregações gravadas em CDs e DVDs, além de serem veiculadas no seu canal do YouTube: Rober-lan Julião Palavra Simples.

Contatos: (21) 98553-6774 / [email protected]

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CRENTES PERDIDOS OU SALVOS IMATUROS

LIÇÃO 1DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Gálatas 1.6 – NVI

“Admiro-me de que vocês este-jam abandonando tão rapidamen-te aquele que os chamou pela gra-ça de Cristo, para seguirem outro evangelho” (Gl 1.6 – NVI).

Quando você olha para o Novo Testamento e compara o ensino apostólico com os ensinos dos pregadores da TV e do rádio, pa-rece que alguma coisa foi altera-da? Ou será que nada mudou?

É comum ouvir sermões que lembrem ao homem de hoje que ele é pecador? Os pregadores falam mais do céu e do inferno ou do su- cesso pessoal? Os crentes va- lorizam mais o Reino (governo/von-

tade) de Deus (Rm 14.17 e 1Co 4.20) ou questões temporais, como la-zer, trabalho, dinheiro e sexo?

Hoje, o lema de muitos evan-gélicos é: “O importante é se sentir bem!”. Caso contrário, mudam de instituição religiosa ou de prega-dor, seja da mesma ou de outra denominação, preferindo um estilo de culto, um perfil de Igreja e de pastor, em detrimento da transfor-mação de vida. Isso é o Evangelho ou é outro evangelho?

A Igreja sem o Evangelho não produz um marido cristão ou uma esposa cristã, nem um pai cristão ou uma mãe cristã, nem um filho

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cristão ou uma filha cristã. Pois, como ser cristão sem seguir a Jesus?

Cada vez mais longe da matu-ridade cristã, o crente imaturo os-tenta, orgulhosamente, uma falsa espiritualidade que encobre uma superioridade (mesmo que não a tenha) em relação aos outros. De-clara amor a Deus e ao seu povo, mas é egoísta e arrogante. Tenta agradar a Deus pelo próprio mé-rito, condenando os outros, jus-tificando e adorando a si mesmo

(Rm 16.18), ou seja, o “deus Ego1”. Vivendo numa idolatria inconscien-te, esse crente imaturo faz com que as pessoas tenham uma ideia erra-da de Deus, da fé cristã, da Igreja de Deus e dos cristãos.

1 – TANTO O CRENTE PERDIDO QUANTO O SALVO IMATURO BUSCAM OUTRO EVANGELHO!O apóstolo2 Paulo escreveu aos

cristãos da Galácia, que outrora ha-viam recebido a fé em Cristo, mas, posteriormente, foram induzidos por cristãos judaizantes a pensar que não bastava apenas crer em Jesus para obter a salvação. De-veriam, também, praticar a lei mo-saica, para, então, experimentar a libertação do poder e da condena-ção do pecado.

Paulo inicia o primeiro capítulo saudando seus leitores, destacando a grandeza do Salvador, que morreu

1 - Ego é uma palavra grega que significa eu, na Língua Portuguesa.2 - O termo apóstolo traduz a ideia de alguém enviado, um missionário. Paulo foi um apóstolo do próprio Cristo, “não da parte de homens nem por meio de pessoa alguma, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai” (Gl 1.1). Assim como os doze, foi enviado pelo Cristo ressurreto e dele recebeu a revelação do Evangelho aos gentios.

para a salvação dos fiéis e que vive para a santificação dos mesmos. Mal saúda os gálatas, e já demons-tra sua perplexidade com o despre-zo pelo Evangelho da graça e a va-lorização dos rituais da lei (Gl 1.1-6).

Paulo chega a condenar a pre-gação desses líderes, chamando os seus ensinos de “outro evange-lho”, pelo fato de seduzirem seus seguidores a confiarem na própria capacidade para a conquista da salvação, a qual, segundo Paulo, já fora conquistada por Jesus, defini-tivamente, mediante Seu sacrifício substitutivo na cruz (Gl 1.8,9).

Ele amaldiçoa quem distorce a essência do verdadeiro Evangelho e afirma que não se preocupa com a avaliação humana a respeito do seu ministério, pois assegura ser garantido pelo próprio Deus. Paulo reivindica sua autoridade apostó-lica, delegada pelo próprio Cristo, esclarecendo que não está no mes-mo nível dos judaizantes e que seu ensino veio diretamente do Cristo ressurreto, assim como se deu com os doze (Gl 1.10-12).

Ele conclui o capítulo falando de sua conversão, de sua chamada ao ministério, e de sua caminhada de preparo espiritual para a pregação do Evangelho, o qual é suficiente para a transformação das nossas vidas! (Gl 1.13-24).

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2 – PARA O CRENTE PERDIDO E PARA O SALVO IMATURO O EVANGELHO NUNCA SERÁ SUFICIENTE!O segundo capítulo descreve

sua segunda viagem a Jerusa-lém, catorze anos depois da pri-meira visita, para dialogar sobre o seu ministério junto aos gentios. Pedro, Tiago e João chegaram a um acordo com Paulo e Timóteo (Gl 2.9,10), mesmo depois de acu-sações infundadas sobre o ministé-rio de Paulo, indiferente ao legalis-mo dos judaizantes (Gl 2.4,5). Mas, a articulação dos judaizantes foi malsucedida (vv. 7,8) e o Evange-lho da graça prosperou!

Ainda no capítulo 2, Paulo dis-corre que, um tempo depois, Pedro foi até eles, no ministério gentílico em Antioquia, e se confraternizou, até que os judaizantes chegaram e, para evitar constrangimentos, se afastou dos gentios. Essa atitude fez com que Paulo o repreendesse, reafirmando que a salvação não é recebida mediante o esforço huma-no e que ninguém é justificado pe-las obras da lei mosaica. Só Jesus salva, pela graça, mediante a nossa fé! A partir de então, estamos cru-cificados com Cristo, mortos para o pecado, de modo que é Cristo quem vive através das nossas vidas (Gl 2.11-21).

3 – O CRENTE PERDIDO E O SALVO IMATURO PRECISAM VIVER O VERDADEIRO EVANGELHO!

Antes de ficar chocado com a indelicadeza de Paulo, imagine al-guém que você ama muito se per-dendo! Como você reagiria? Se a salvação é pela graça, e não por obras (Ef 2.8,9), quem busca me-recer a salvação através de práti-cas religiosas ou de qualquer ou-tra coisa, foi salvo? O crente que dá mais importância aos costumes e às tradições religiosas, do que à salvação pela graça, confia na gra-ça salvadora?

Mais do que religião, a fé cris-tã é a proposta de uma vida me-lhor: eterna (Jo 3.16) e abundante (Jo 10.10). E esta vida resulta de um relacionamento com Deus (Jo 17.3). Infelizmente, corremos o risco de transformar algo tão maravilhoso como o Evangelho em uma religio-sidade fria, vazia e sem propósito.

Os gálatas eram gentios e não precisavam ser circuncidados e praticar os rituais da lei, para serem salvos. E mesmo se fizessem tais práticas, não se salvariam! Uma pessoa se afogando, precisa de al-guém que lhe jogue uma corda, em vez de alguém que lhe diga para não se afogar! É disso que Paulo está tratando com os Gálatas!

Cuidado com a ideia de que para ser salvo, você precisa entre-gar sua vida a Cristo e se tornar um moralista. Pois, você correria o risco de pensar que sua salvação se deve ao fato de não cometer

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os erros de algumas pessoas que você conhece. Além de ser tenta-do a trilhar o caminho da hipocrisia (fingir que somos o que sabemos que não somos) ou da negação (acreditar que não somos quem na verdade somos).

Fuja da ideia de que para ser salvo, basta ser uma pessoa do bem, independentemente da fé em Jesus. Por melhor que sejamos, ninguém é perfeito e todos pecam. Só Jesus salva! E, se pudéssemos nos salvar, mediante nossas virtu-des, não haveria necessidade de Jesus nos substituir na cruz e nem de a Igreja pregar o Evangelho!

Desconfie da ideia de que para ser salvo, você precisa fazer parte de um grupo extremamente rígido, que impõe sua cultura com suas regras específicas, como vontade de Deus, na dieta, no vestuário, no lazer, no culto, etc. A salvação pela graça é recebida pela fé em Jesus ou pela roupa que você veste? Me-diante a sua fé em Jesus ou a mú-sica que você ouve? Através da fé em Jesus ou da comida que você come? Por meio da fé em Jesus ou do dia que você vai ao templo?

Na condição de religioso dili-gente, Paulo alerta que ninguém se torna aceitável a Deus mediante ao zelo detalhista, mas pela fé em Cristo! Pelo Evangelho podemos enxergar com as lentes de Cristo, seja a nossa própria existência, seja Deus, seja o próximo. Pelo Evangelho, conhecemos um amor que não aumenta diante dos nos-sos méritos, nem diminui diante dos nossos tombos!

CONCLUSÃOJá fomos justificados! Somos

agradáveis a Deus, pelo que Jesus fez por nós! O Pai nos olha e vê Je-sus. E em Jesus, o Pai se compraz! Não fazemos o que alegra o Pai para sermos seus filhos, mas de-sejamos alegrar o Pai por sermos seus filhos!

Vivamos como se o nosso eu já estivesse morto. Como se estivés-semos vivendo a vida que Jesus viveu! Mas, isso só é possível para quem recebeu o dom do Espírito (At 2.38), deixa-se encher pelo Espí-rito (Ef 5.18) e produz, no viver diá-rio, o fruto do Espírito (Gl 5.22-23).

PARA PENSAR E AGIRHoje, o que pode ser chamado

de “outro evangelho”?Como diferenciar usos e costu-

mes (cultura) de “outro evangelho”?Quem lê a Bíblia, ora, frequenta

os cultos, lida bem com os irmãos e evangeliza, está salvo? Quem não o faz, está perdido?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 1.1-24

Terça: Gálatas 2.1-21

Quarta: Rm 14.17; 1Co 4.20

Quinta: Romanos 16.18

Sexta: Efésios 2.1-10

Sábado: João 3.16; 10.10; 17.3

Domingo: At 2.38; 1Co 12.13; Ef 5.18

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DEDICAÇÃO A DEUS OU ORGULHO ESPIRITUAL?

LIÇÃO 2DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Gálatas 3.11 – NVI

“É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela Lei, pois ‘o justo viverá pela fé’.” (Gálatas 3.11 – NVI).

Há crentes que, embora falem de liberdade, vivem na escravidão, pelo fato de procurarem viver uma vida perfeita e aceitável a Deus, através de uma dedicação religio-sa impecável ou por estarem tão seguros da graça de Deus, a pon-to de se deixarem escravizar por vícios e paixões. Em ambos os casos, esses crentes lhe dirão que tem certeza da salvação pela gra-ça, embora não sejam livres!

A certeza da nossa salvação não depende das nossas virtu-des. Isto é fato: Ele nos libertou e pronto! Ou confiamos, ou não! As pessoas não conhecem nos-

sas verdadeiras motivações e não nos veem em todos os momentos de nossas vidas (inclusive quan-do estamos confessando nossos pecados, arrependidos, diante do Senhor). No entanto, é importan-te que sondemos, sem máscaras, nossas atitudes, nossas motiva-ções, nossos valores e nossa fé.

Enquanto as pessoas só po-dem ver os efeitos ou as dissimu-lações do que ocorre em nosso interior, nós sabemos o que ex-perimentamos e podemos dizer o que aconteceu em nosso coração. Por isso, olhe para dentro de si e examine-se. Como foi sua expe-riência de conversão? Quem você era? Como foi o seu encontro com Jesus? Quem é você e o que lhe espera? Como você vive, a partir da esperança que tem? Suas con-

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vicções mudaram? Seus valores mudaram? E a sua vida?

Cabe a nós uma investigação honesta acerca da semente que frutifica em nossa vida. O que aju-dou você a ter certeza da salvação? Alguns se apoiam numa experiên-cia emocional; outros, confiam na própria intuição; e ainda tem os que se apoiam em conhecimentos dou-trinários ou em costumes religiosos. Onde está apoiada a sua certeza de salvação?

1 – O CRISTÃO DEDICADO ADMITE QUE NÃO EXISTEM MOCINHOS NA IGREJA!

No terceiro capítulo, Paulo re-preende os gálatas, pelo fato de eles terem abandonado algo tão eficaz e que causou tanto desgaste (Gl 3.3,4), (o Evangelho da graça), por uma novidade ineficaz e escra-vizadora (o outro evangelho). Pela Lei1 ninguém será justificado, pois esta apenas serve como diagnósti-co da doença chamada pecado. Não como remédio! Cristo nos resgatou, fazendo-se maldição em nosso lu-gar e nos incluiu em Sua comuni-dade, onde não somos discrimina-dos por sermos ricos ou pobres, homens ou mulheres, brasileiros ou estrangeiros. Em Cristo, somos to-dos justificados, igualmente!

No quarto capítulo, Paulo ilustra nosso relacionamento com a graça e com a Lei, apresentando o caso

1 - Lei mosaica, que normatizava o relacionamento dos israelitas com Deus, com o próximo e consigo mesmos.

em que o filho pequeno não tem idade para desfrutar dos bens de seu pai, a não ser pelo intermédio de um empregado. Quando amadu-rece, porém, pode até gerir os re-cursos deste pai. Pela graça, pode-mos desfrutar de tudo o que Jesus conquistou para nós, pois agora so-mos filhos do mesmo Pai.

Diante desse quadro, o apóstolo relembra o quanto ambos (o após-tolo e os gálatas) comungavam da mesma fé e questiona se a amiza-de terminou pelo fato de ele estar sendo duro com aquele povo. Afir-mou sofrer como uma parturiente, até que Cristo fosse formado neles, num processo doloroso, mas gratifi-cante. Desta forma, nos ensina que nem sempre o líder vai ser com-preendido. Mas, vale a pena!

Ao insistir com os Gálatas so-bre a nossa adoção como filhos de Deus, pelos méritos de Jesus Cristo, Paulo esclarece que, de-pois do tempo apropriado para que Jesus viesse ao mundo (plenitu-de do tempo), o ser humano pode ser redimido apenas pelo poder de Cristo e não pelos rituais religiosos. Como garantia da salvação, todas as pessoas resgatadas pelo poder de Cristo receberam o Seu Espírito, que clama ao próprio Deus, cha-mando-o de Pai. Este Espírito atrai o cristão que se dirige a Deus como um filho que estende as mãos ao papai, desejando o aconchego do seu colo. Daí brota a certeza de que

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nascemos de novo e de que Deus permanece em nós.

No quinto capítulo, o autor da carta destaca que, assim como o legalismo2 é nocivo, a libertinagem3 também é. Entretanto, o legalismo não nos liberta da libertinagem, pois esta não é considerada uma possi-bilidade para quem está crucificado com Cristo. Como fazer, então, para não ser escravizado pelos rituais re-ligiosos, nem pelas paixões da car-ne que inflamam nossos corpos? A recomendação paulina aponta para uma vida dedicada a Deus, uma vida no Espírito. Em vez de focar no “não fazer o errado” ou no “fazer o certo”, a proposta paulina é: andar com Deus e ir mudando a cada dia. Andar no Espírito ou satisfazer os maus desejos da carne sempre tra-rá consequências: boas ou más.

2 – O CRISTÃO DEDICADO PARTICIPA DA VIDA NO ESPÍRITO!

É importante perceber que a hi-pocrisia religiosa pode ser alimen-tada pelo legalismo, devido à inca-pacidade da lei mosaica de purificar as pessoas. Por isso, Paulo afirma-va a suficiência da graça salvado-ra, somente em Cristo, unicamente pela fé. Apenas assim podemos ser justificados e transformados, em vez de dissimulados ou iludidos.

Viver cheio de regras eclesiás-ticas e de rituais religiosos cris-

2 - Uma religiosidade pautada no cumprimento rígido de um conjunto de regras, visando agradar a Deus e, consequentemente, receber seus favores, como o perdão e a vida eterna, pelos méritos humanos.3 - Busca frenética pelo prazer egoísta, sem respeito nem empatia no trato com o outro.

talizados não diminui a maldade do nosso coração. Por isso, Paulo apela para a reflexão dos seus lei-tores, a fim de que eles não deixem a verdadeira liberdade e abracem a escravidão pomposa, que gera arrogância nos líderes e conduz o povo à prisão.

A experiência do novo nasci-mento pode até ter como efeito al-gumas mudanças na área emocio-nal, intelectual e social do indivíduo. Porém, o novo nascimento ocorre no espírito humano, num ato de fé. Nem sempre a fé rima com a razão. Muitas vezes, a fé entra em confron-to com a emoção. Esta fé, enquanto convicção acerca de algo que nos-sos olhos não veem e certeza de algo que esperamos, faz com que lutemos contra desejos da nossa natureza, contra o mundanismo ao nosso redor e contra um inimigo in-visível, inteligente e organizado.

A fé não é emoção, mas gera um desejo ardente pela vontade de Deus! A fé não é razão, mas in-fluencia o nosso modo de pensar e é provocada pela reflexão bíbli-ca, apontando a vontade de Deus! “E porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho ao coração de vocês, e ele clama: ‘Aba, Pai’.” (Gl 4.6).

Ou viveremos no legalismo, ou na libertinagem ou na dependên-cia! Não temos como agradar a Deus e conquistar nossa salvação

19

cumprindo todos os mandamentos da lei. Mas não podemos, também, viver irresponsavelmente, adorando o nosso ego. O que fazer, então? Viver no Espírito, em plena liberda-de conquistada por Jesus! Todavia, uma vida na dependência do Es-pírito requer humildade para reco-nhecer-se impotente para se salvar!

Pena que muitos crentes en-tendam salvação, ou vida eterna, ou céu apenas como uma mudan-ça para um lugar sem problemas e uma vida boa que nunca acaba. Mero passaporte! Bom seria que pensassem num relacionamento profundo e duradouro com Alguém tão especial!

Pensemos na vida eterna como uma vida para Deus, envolvida e movida pelo seu Espírito, em ple-na liberdade, trazendo vida e res-tauração ao próximo! Vivemos num mundo doente, influenciado pelo diabo. E os embaixadores do Rei-no – os salvos – QUEREM viver li- vremente debaixo da legislação deste Reino4, independentemente dos conflitos e desconfortos contra o império das trevas5. Isso já é vida eterna!6 Aleluia!7

CONCLUSÃOPortanto, não deixe de lutar!

Cristo já venceu por você, fazendo--se maldição em seu lugar (Gl 3.13)! Por isso, não aceite nenhuma pri-

4 - Mateus 6.10; Romanos 6.11; Colossenses 1.135 - Efésios 5.11-136 - João 17.37 - Romanos 6.17-22

são (Gl 5.1)!. Nada, nem ninguém, poderá prevalecer contra a Igreja de Jesus (Mt 16.18), habitação de Deus (1Pe 2.5). Cristo é o nos-so Senhor e nEle, somos mais do que vencedores (Rm 8.37)! Ele le-vou sobre si nossas enfermidades, nossas dores. Morreu pela nossa maldade (1Pe 2.24)! Foi ferido de Deus para nos dar a vida eterna, e a nossa vida eterna começa aqui (Jo 17.3)!

PARA PENSAR E AGIRQual seria a diferença entre re-

ceber o Espírito Santo e ter uma ex-periência emocional ou uma com-preensão intelectual? Há alguma diferença ou alguma relação entre razão, emoção e espiritualidade?

Ver Deus como Pai (Gl 4.6) faz diferença em nosso comportamen-to diário?

Você se sente livre para não se deixar dominar pelos maus desejos do seu coração?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 3.1-29

Terça: Gálatas 4.1-31

Quarta: Gálatas 5.1-26

Quinta: Romanos 8.1-16

Sexta: Romanos 8.28-39

Sábado: 1Pedro 2.1-5

Domingo: 1Pedro 2.22-25

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MALDADES NA IGREJA

LIÇÃO 3DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Gálatas 5.15

“Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns aos outros, vede não vos consumais também uns aos outros” (Gl 5.15).

Bom seria que não houves-se maldade em nós! Ou que, pelo menos, as regras da Igreja mantessem nosso egoísmo no cabresto! No entanto, a solução apresentada pelo apóstolo é uma caminhada, na virtude do Espírito. Caso contrário...

1 – QUAL O ANTÍDOTO?A partir do versículo 16, Pau-

lo recomenda uma vida orientada pelo Espírito Santo, movida pelo seu poder. Se vivermos domina-dos pelo Espírito, até mesmo os nossos maus desejos escondidos e disfarçados serão controlados, pelo fato de vivermos fortalecidos em Deus!

1 - Gr. Porneia.2 - GINGRICH, Wilbur F. Léxico do Novo Testamento Grego/Português. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2001. p. 172.

Há uma tensão constante entre os nossos desejos destrutivos e a presença de Deus em nós. Segue abaixo o que nossa natureza hu-mana caída produz, quando não é vencida pelo Espírito Santo de Deus (vv. 19-21b) e a triste conse-quência de uma vida entregue aos desejos carnais (v. 21c).

2 – QUAIS OS SINTOMAS?PECADOS SEXUAIS → Peca-

dos relacionados à pratica sexual egoísta, a um pensamento sexual-mente corrompido e uma conduta apaixonada e sem inibições quan-to a essas práticas e esses pen-samentos.

Prostituição1. Palavra tam-bém traduzida por imoralidade (sexual), pode se referir a todo relacionamento sexual ilícito.2 No contexto greco-romano dos dias

21

de Paulo, era comum usar o ter-mo tanto em casos de prostituição como em casos de “adultério, for-nicação, masturbação, incesto ou homossexualismo3“.

Impureza4. Na língua grega, é um vocábulo que sugere a imagem de uma ferida suja, infeccionada, ou o conceito de depravação moral5 e traduz a ideia de más intenções e de pensamentos imorais6. A impu-reza é a poluição da emoção e da mente. A pessoa impura vê malda-de em tudo!

Lascívia7. A devassidão que brota da busca frenética pelo pra-zer egoísta, do apetite sexual des-controlado. Indecência, sexualidade desenfreada, libertinagem desaver-gonhada, sem respeito e empatia no trato com o outro. Quem vive as-sim não se importa se choca ou se fere alguém.

PECADOS RELIGIOSOS → Es-tas obras da carne se manifestam no âmbito da superstição, da falsa veneração, da manipulação do sa-grado, da contaminação do culto a Deus. Enquanto na idolatria, ocorre a veneração ou adoração a ídolos ou imagens, ou, em segundo plano, a qualquer objeto, pessoa, institui-ção, ambição no lugar de Deus, na feitiçaria, falsifica-se a ação divina.3 - LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2017. pp. 242,243. 4 - Gr. Akatharsia.5 - CHAMPLIN, Russell Norman. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. Hagnos, 2001. p. 507.6 - GINGRICH, Wilbur F. Léxico do Novo Testamento Grego/Português. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 2001. p. 14. 7 - Gr. Aselgeia.8 - Gr. Eidolatria.9 - WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento: volume I. Geográfica, 2006. p. 939.10 - Gr. Pharmakeia.11 - Gr. Exthrai.

Idolatria8. Pode significar tanto a adoração de deuses construídos (concreta ou virtualmente) por se-res humanos, quanto a substituição de Deus pelas coisas materiais, em nossos corações. O cristão que se dedica mais ao seu carro, à sua casa ou ao seu barco do que ao serviço de Cristo corre o risco de estar praticando idolatria9”. Se algo ou alguém está sendo glorificado no lugar que é de Deus... cuidado!

Feitiçaria10. Essa prática sugere o uso de drogas/remédios e visa a manipulação do sagrado, a fim de controlar o sobrenatural. Embora magia e ocultismo sejam estranhos ao ensino cristão, vale destacar que simular ações do Espírito e manipu-lar o povo através de pregações e orações que reduzem a divindade a um gênio da lâmpada, a um Papai Noel, é o mesmo que feitiço. Lem-bra magia!

PECADOS SOCIAIS → Estas obras da carne destroem os rela-cionamentos e prejudicam a gestão de pessoas na Igreja.

Inimizades11. Hostilidade, ódio e rivalidade. Uma atitude contrária ao outro, numa antipatia ostensiva. Já viu aquele irmão que prejudica, conscientemente, o trabalho do ou-tro? Que faz questão de mostrar que não quer amizade?

22

Porfias12. Lutas, discórdias, ba-te-boca, disputa e confronto. Uma ação competitiva e predatória direta. Já viu aquela pessoa que gosta de provocar briga e afrontar o próximo, querendo “ganhar”, frequentemente?

Ciúmes13. Neste contexto, seria aquele desejo de possuir o que o outro tem, seja carro, casa, salá-rio, elogios, respeito, posição de liderança, etc. O ciumento se sente bem até saber que o colega conse-guiu algo!

Iras14. Explosões de raiva15, ar-der em indignação, destempero emocional, por qualquer motivo. Enquanto o ódio se estende, a ira explode, surgindo de repente e logo se esvai. Já viu coisas do tipo?

Discórdias16. As traduções do Grego variam muito: conflito, con-tenda, ambição egoísta, compe-titividade, cuja motivação está centrada no eu, acima de tudo17. Essa palavra pode ser traduzida por egoísmo, além ser aplicada no caso de quem provoca contendas ou intrigas, para se livrar de rivais e conseguir partidários sem se importar com os meios que usa18. Quem pratica essa obra da carne é ávido por cargos e posições. Gen-te assim é movida por um espírito partidário e tendencioso, visando o

12 - Gr. Eris.13 - Gr. Zelos, no sentido negativo.14 - Gr. Thumoi.15 - KELLER, Timothy. Gálatas para você. Vida Nova, 2015. p. 157.16 - Gr. Eritheiai.17 - Ibidem. 18 - SOARES, Germano. Gálatas. CPAD, 2015. p. 132.19 - Gr. Dichostasiai.20 - Ibid. pp. 132,133.21 - Gr. Airesis.22 - LOPES, Hernandes Dias. Gálatas: A carta da liberdade cristã. Hagnos, 2017. p. 245.23 - Gr. Phithonoi.

proveito próprio em vez de ser útil ao semelhante.

Dissensões19. Rebelião, sedi-ção, divisão, rixa, sedução partida-rista, separação e significa, literal-mente, “ficar à parte” 20. O indivíduo que provoca dissensões só tem um lado: o dele!

Facções21. Heresias, sectaris- mo e partidarismo. “...a rejeição das crenças fundamentais em Deus, Cristo, as Escrituras e a Igreja”.22 Numa linguagem corriqueira, fac-ções é um termo que transmite a ideia de panelinhas, rachas, devido a opiniões conflitantes, em prejuízo à unidade da Igreja. Já viu aquele grupinho em que seus participantes acham que todos estão errados, menos eles?

Invejas23. Enquanto o ciúme nos faz desejar o que o outro possui, a inveja nos faz desejar que o outro perca o que tem, além de nos en-tristecer pelo fato de o outro ter o que desejamos. Resumindo, o inve-joso se alegra com a tristeza do ou-tro, que possui o que ele não tem.

PECADOS PESSOAIS → Este último grupo de pecados da lista do apóstolo, descreve pecados rela-cionados ao descontrole pessoal, à falta de disciplina e de cuidado com a própria saúde física.

23

Bebedices24. Também traduzida por embriaguez e bebedeiras, a pa-lavra grega se refere à falta de con-trole na ingestão de bebidas. Em nome do prazer, o beberrão prejudi-ca o organismo, a família e a moral.

Glutonarias25. A palavra grega komoi, que também é traduzida por orgias, tem a ver com o desejo sem controle, tanto pela comida quanto por outra coisa que traga prazer, sem limites. O problema não resi-de em querer prazer, mas na busca frenética de um prazer sem mode-ração, que prejudica tanto a saúde quanto os relacionamentos.

E coisas semelhantes a estas. Parece que Paulo quer evitar mais um legalismo, mostrando que o principal não é fazer ou não fazer. Mas, perceber que as regras reli-giosas não nos livram das malda-des do nosso coração.

Os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. O final de uma vida entregue aos de-sejos carnais e à prática das obras da carne será uma vida eternamen-te longe de Deus, quer sejam reli-giosos ou não. Gente cujo prazer está em adorar a si mesmo e não se sente desconfortável diante da inclinação para o pecado, não tem o Reino de Deus como destino final.

3 – QUAL O TRATAMENTO?É bom destacar que a luta sem

tréguas que é travada em nosso in-terior, a fim de que evitemos nossa inclinação para o mal e vivamos a

24 - Gr. Methai.25 - Gr. Komoi.

vida que Jesus viveria em nós, só existe no coração daquele que re-cebeu o dom do Espírito (At 2.38), que se deixa dominar pelo Espírito (Ef 5.18) e que decide andar no Es-pírito (Gl 5.16), para que o Espírito produza as características de Je-sus em seu viver diário (Gl 5.22,23).

CONCLUSÃOCaso contrário, embora religio-

so, o crente nominal será escravo de alguns pecados que são retrata-dos por Paulo como obras da carne e, infelizmente, não vai experimen-tar a vida de Deus.

PARA PENSAR E AGIROs cristãos, em geral, lidam com

a sexualidade de modo saudável, reprimido ou inconsequente?

Os pecados de relacionamentos e de politicagem (jogo mesquinho de interesses) são devidamente tratados por nós?

Quem é glutão ou viciado em internet, por exemplo, busca trata-mento espiritual?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.13

Terça: Gálatas 5.15

Quarta: Gálatas 5.16

Quinta: Gálatas 5.17

Sexta: Gálatas 5.19-21

Sábado: Gálatas 5.22-24

Domingo: Gálatas 5.25

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VOCÊ PODE AMAR OS “NÃO AMÁVEIS”!

LIÇÃO 4DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Gálatas 5.14 – NVI

“Toda a Lei se resume num só mandamento: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’.” (Gl 5.14 – NVI).

Deus quer que amemos o pró-ximo! No entanto, a compreensão de amor entre os crentes do nosso tempo não é muito clara a respeito do que é amar. Segundo o texto original grego, a palavra amor de Gálatas 5 não significa gostar da pessoa, mas sim, “decidir e querer o bem da outra pessoa”, indepen-dentemente de ela ser amável ou não. De ela nos tratar bem ou não. De ela nos fazer mal ou não.

Entretanto, ao contrário das obras (trabalho/esforço) da car-ne, o cristão não vai amar os não amáveis eficientemente, apenas pela sua força de vontade. Não dá

para permanecer empurrando um carro, sozinho, ladeira acima. Uma hora o “músculo” da vontade can-sa! Mas, se aumentarmos o nosso condicionamento espiritual, pode-remos amar os não amáveis! Daí a importância dos hábitos espiri-tuais (Bíblia, oração, frequência aos cultos, comunhão com os ir-mãos e testemunho pessoal).

1 - MANTENDO HÁBITOS, ATITUDES E RELACIONAMENTOS ESPIRITUAIS.Sem um relacionamento com

o Espírito Santo, nossos hábitos espirituais serão apenas práticas religiosas mecânicas! E sem uma atitude cristã, não passaremos de crentes nominais indefectíveis

25

como os fariseus, opositores de Je-sus, ou líderes desleais a Cristo e à sua causa, como Judas Iscariotes.

Com quem você anda? Quem influencia você? (relacionamentos). O que você faz com frequência? O que você rejeita, mesmo que de-seje? (hábitos). Como você age ou reage diante do pecado que você mesmo comete? Como você age ou reage diante de uma vitória con-tra a tentação ou diante da maldade de alguém contra você? (atitudes).

2 – RECONHECENDO QUE DEUS É AMOR E ESTÁ EM NÓS

Paulo recomenda que vivamos debaixo da vontade do Espírito, sob Seu domínio, vencendo as in-clinações naturais que temos para o pecado. O apóstolo afirma que só é possível a vitória sobre as tenta-ções, se vivermos pelo Espírito, ou seja, se o Espírito viver em nós e nos controlar (Gl 5.16). Consequen-temente, Ele vai produzir o Seu fru-to em nossas vidas. E... “o fruto do Espírito é amor...” (v. 22).

O amor é fruto do Espírito, mas precisa ser cultivado por nós. Tem origem em Deus, mas cresce em proporção às condições que ofe-recemos a este crescimento, em nosso viver diário. O amor vem de Deus, mas cresce em nós e amadu-rece nas circunstâncias. Não pode-mos comparar o fruto com as obras, com o trabalho, com o esforço. A maturidade cristã não surge como

1 - Gr. Agape.

uma janela de um website nem de acordo com a velocidade da nossa digitação, no teclado de um compu-tador. A maturidade cristã é conse-quência/resultado de um investi-mento diário, passo a passo, que fazemos em nosso relacionamento com Deus.

Andamos no Espírito e o fruto se manifesta, crescendo de acordo com nossas decisões e atitudes, amadurecendo de acordo com as circunstâncias da nossa vida. Das nove virtudes deste fruto, três es-tão relacionadas ao nosso relacio-namento com Deus (amor, alegria, paz), outras três estão ligadas ao nosso relacionamento com o pró-ximo (longanimidade, benignidade, bondade) e outras três têm a ver com o nosso relacionamento com nós mesmos (fidelidade, mansi-dão, domínio próprio). Parece que o amor é a característica principal deste fruto (desdobrando-se em nove aspectos), que se traduz numa caminhada constante e coerente com essas nove virtudes presentes na Pessoa de Jesus e reproduzida pelo Espírito na vida dos cristãos!

A palavra traduzida por amor1, também pode ser traduzida por cari-dade e transmite a ideia de benevo-lência, generosidade, boa vontade. Um amor sacrificial e incondicional. Essa virtude faz com que uma pes-soa sirva a outra, visando o bem dela, pelo valor que ela tem como pessoa, em vez de ser por causa do que ela pode oferecer em troca,

26

pois quem exercita essa virtude não usa as pessoas, a fim de se sentir bem. Pelo contrário, não impõe con-dições para fazer o bem ao próximo. É um amor altruísta! É um amor prá-tico. Não se trata de sentimentos, mas de escolha e de atitude!

“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se van-gloria, não se orgulha. Não mal-trata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1Co 13.4-7). Este amor teve sua expressão má-xima na cruz, pois Deus nos amou tanto que deu o Seu Filho para nos salvar! (Jo 3.16). E este amor está em nós, porque Deus já o derramou em nossos corações, através do Seu Espírito que passou a morar em todos que receberam o presen-te da vida eterna, ao crer que Je-sus pagou nossa dívida com Deus e nos abriu o caminho para Deus.

Como Deus nos capacitou com o Seu amor, Ele orienta que nosso relacionamento seja nor-teado por este amor, tanto para com Ele, quanto para com o próxi-mo, quanto para conosco mesmo (Mc 12.30,31). Imagine um rela-cionamento em que a pessoa se aceita e se cuida? Possivelmente, esta pessoa, de bem consigo mes-ma, vai ser uma pessoa empática e simpática com os outros, tentando conviver bem e ajudar, sempre que possível. Não porque a outra pes-

soa merece, mas, porque Deus as-sim o exige (e pode exigir!). Afinal, pelo fato de amá-lo acima de tudo e com todo o nosso ser, entendemos que Ele merece que amemos os não amáveis. Por isso, o verdadei-ro cristão decide amar o próximo, seja na família, na sociedade e, in-clusive, na Igreja. O crente que não ama o seu irmão, não ama a Deus! (1Jo 4.20).

3 – DESENVOLVENDO UMA ATITUDE AMOROSA

Para vencer suas fraquezas, que tal deixar-se encher pelo Es-pírito (Ef 5.18)? Para que Ele aja, sobrenaturalmente, em seu interior, mostrando o caráter de Cristo aos outros (Gl 2.20), para que as quali-dades de Cristo, que foram implan-tadas em nós (amor, alegria, paz) apareçam mais e mais na sua vida, de modo que a sua luz brilhe diante dos homens para que eles vejam as suas boas obras e glorifiquem ao seu Pai Celeste (Mt 5.16).

Por isso, afirmo: você pode amar os não amáveis! O poder que res-suscitou Jesus Cristo dentre os mortos está em você! (Ef 1.18-21). E este poder pode moldar você, à imagem de Cristo, mediante o pro-cesso de amadurecimento. Mas, como foi dito, Deus não trabalha so-zinho! O seu Espírito produz o fruto em nós e as circunstâncias ama-durecem o fruto em nós. Portanto, nossas atitudes e nossas decisões favorecem ou dificultam o cresci-mento do fruto em nós.

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Embora sejamos fortemente pressionados pelo que sentimos, o que pensamos pode influenciar o que sentimos e o que fazemos pode influenciar o que pensamos. Não há um botão para ligar ou desligar o que sentimos. E muitas vezes, so-mos assaltados por pensamentos que não queremos! Entretanto, po-demos decidir como reagir aos nos-sos pensamentos e sentimentos.

Preste mais atenção no seu comportamento! Faça coisas que provoquem os pensamentos dese-jados e pense coisas que provo-quem os sentimentos desejados. Assim sendo, não seremos contro-lados pelo que sentimos, mas pela orientação bíblica! Como? Lendo a Bíblia e orando (fazer). Colocando--se no lugar das pessoas (pensar).

Consequentemente, nossas ha- bilidades para lidar com as pes-soas difíceis vão sendo desenvol-vidas. Pelo fato de termos decidido renovar a nossa mente (Rm 12.2), meditando (pensar) na leitura (fa-zer) da Palavra de Deus. Aí, sim! O amor prático vai influenciar nossos sentimentos e a nossa escolha vai determinar a nossa conduta. Esse compromisso de amar vai glorifi-car a Deus, vai edificar as pessoas e vai proteger suas emoções das pessoas difíceis. Além de ajudá-lo a compreender e orar por aqueles que lhe perseguem (Mt 5.44)!

CONCLUSÃOSugiro que você se empenhe

em conhecer o amor de Deus

(Ef 3.16-19), pensando amorosa-mente (Fp 2.4,5) e agindo amoro-samente (Lc 6.27,28), respeitando os limites dos outros, conside-rando que nem todos os cristãos estão no mesmo nível de compro-misso e de maturidade (Ef 4.2). Por fim, ficaremos surpresos com nossa capacidade de sofrer, crer, esperar o melhor do outro e supor-tá-lo enquanto ele não melhora!

Que a partir de hoje, sua atitude seja positiva em relação à sua vida. Afinal, você tem uma vida (abun-dante) toda pela frente (Jo 10.10)!

PARA PENSAR E AGIRO fruto do Espírito é amor (...) e

este amor foi derramado em nossos corações (Rm 5.5). Você tira provei-to disso? Como?

O que pode nos impedir de viver e pensar amorosamente? E o que fazer para reverter este quadro, já que o amor está em nós?

Em vez de você lutar para con-seguir amar uma pessoa difícil, de-cida fazer o bem a esta pessoa. Um sorriso, um gesto simpático, uma ajuda... é um bom começo!

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.22,23

Terça: 1Coríntios 13.1-13

Quarta: Marcos 12.28-34

Quinta: 1João 4.16-21

Sexta: Efésios 1.18-21

Sábado: Mateus 5.43-46

Domingo: Romanos 5.5

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VOCÊ PODE VIVER COM ALEGRIA NOS MOMENTOS DIFÍCEIS!

LIÇÃO 5DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Habacuque 3.18 – NVI

“Ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação.” (Hc 3.18 – NVI).

Como é bom olhar para o futu-ro com grandes expectativas! No entanto, como dói ter expectativas frustradas! Algumas vezes corre-mos o risco de ser assaltados pelo desespero e perder a esperança de que as coisas podem melhorar.

Podemos buscar contentamen-to fora de nós, em relacionamen-tos, entretenimentos e consumo. E isso, talvez nos deixe inseguros, dependentes e com variações de humor, pelo fato de não termos controle do que nos acontece e nem do que as pessoas fazem ou falam de nós, ou para nós.

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Estimular o nosso organismo com alimentação, repouso, ativida-de física ou medicamentos, pode produzir bem-estar. Entretanto, se você está numa fase difícil, talvez não disponha de tempo e dinheiro para uma boa dieta, para um des-canso reparador, para frequentar uma academia ou para receber um atendimento médico decente.

Situações ruins provocam emo-ções desagradáveis e nosso orga-nismo fica abalado. Nossa mente é atacada por pensamentos nega-tivos que ruminamos. O que fazer quando coisas ruins acontecem ou coisas boas deixam de aconte-cer? Como se alegrar nos momen-tos difíceis?

1 – PORQUE DEUS BLINDOU SEUS FILHOS COM SUA ALEGRIA!

A Bíblia diz que o fruto do Es-pírito é... Alegria (Gl 5.22). E esta alegria fortalece o povo de Deus (Ne 8.10). Temos nos alegrado mais na esperança (Rm 12.12) ou nas circunstâncias? Podemos to-mar a decisão de nos alegrar ou não? De acordo com Filipenses 4.4, como você pode se alegrar no Senhor?

A palavra grega traduzida por alegria1, também pode ser traduzi-da por gozo (prazer, deleite) e re-gozijo (grande satisfação). Segun-

1 - Gr. Chara.2 - DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA COMENTADO PELO PROFESSOR PASQUALE, Barueri: Gold Editora, 2009, p. 55.3 - DICIONÁRIO DE FILOSOFIA NICOLA ABBAGNANO, São Paulo: Martins Fontes, 2012, p. 25.4 - DICIONÁRIO DE PRÁTICA DE PSICOLOGIA MODERNA, São Paulo: Honor Editorial, 1970, p. 23.

do a Língua Portuguesa2, alegria significa contentamento. E, pelo que ficamos contentes? Geralmen-te, ficamos assim por algo bom que aconteceu ou que foi realizado, ou que foi adquirido, ou que seja aguardado. Conforme a Filosofia, alegria seria “uma das emoções fundamentais do homem [...] que consiste numa sensação agradá-vel e difusa (longa), decorrente da previsão de um bem supervenien-te (que surge depois)”.3 De acor-do com a Psicologia, alegria seria uma “emoção primária que reduz uma tensão, e mostra a obtenção de um objetivo (por isso é chamada de emoção de ‘aproximação’). Essa emoção varia muito em intensida-de, e em geral é manifestada por expressões faciais típicas”.4

Enquanto fruto do Espírito, essa alegria não se reduz a um prazer que procede dos nossos sentidos ou uma experiência emocional agradável, devido a um aconteci-mento feliz, mas significa um delei-te que decorre do nosso relaciona-mento com Deus e da consciência de que a vitória em Deus é certa, mesmo em meio ao sofrimento e à aparente derrota. Afinal, este fruto do Espírito é um prazer em viver, um bem-estar, uma satisfação que provém da consciência de quem Deus é, que emana da gratidão pelo que Deus faz, que procede da

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lembrança do que Deus fez e que brota da esperança do que Deus fará. “Esta alegria tem sua fonte além da alegria meramente terres-tre e humana. É alegria em kyrio, no Senhor, e, portanto, fora de nós mesmos”.5

2 – POR ISSO, TOME A DECISÃO DE SE ALEGRAR EM DEUS!

Em Habacuque 3.17,18 nós po-demos ver que um profeta em crise decide se contentar em Deus, ainda que a sua situação piore. Decida, também, alegrar-se em Deus, na sua natureza, nos seus propósitos e nos seus feitos. O apóstolo Paulo recomenda que tomemos a decisão de nos alegrarmos em Deus, viven-do com equilíbrio, transformando pensamentos ansiosos em motivos de oração, substituindo pensamen-tos e pondo em prática os seus en-sinos (Fl 4.4-9).

Quando focamos em quem Deus é, no seu propósito, nos seus feitos, nos alegramos na esperança, com paciência na tribulação e perseve-rando na oração. Essa perspectiva espiritual contribui para uma vida de satisfação, de contentamento, de alegria, ainda que, aparentemente, não haja solução para um problema ou nos aconteça algo ruim.

A alegria é fruto/consequência do andar no Espírito. Por isso, pre-cisamos semear no Espírito (inves-

5 - DICIONÁRIO INTERNACIONAL DE TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO, São Paulo: Vida Nova, 2000, p. 56.

tir em nossa espiritualidade) em vez de semear na carne (satisfazer os nossos desejos opostos à vontade de Deus). Há em nós uma batalha da nossa antiga natureza contra a nossa nova natureza. Gálatas 5 re-gistra que a sua maturidade espiri-tual é responsabilidade sua. A ca-pacitação é divina, mas a decisão é humana! A alegria do Senhor é a sua força, mas precisa ser exercita-da por você, diariamente.

3 – CRENDO QUE, EM DEUS, É POSSÍVEL UMA VIDA DE CONTENTAMENTO!

Sabemos que, ao receber o pre-sente da vida eterna, Deus nos sela com o Espírito Santo da promessa (Ef 1.13,14), o qual frutifica em nós as virtudes que marcam a condu-ta cristã, de modo sobrenatural. É o Espírito que produz em nós as qualidades de Cristo! Entretanto, o fruto do Espírito cresce naturalmen-te, em nossa caminhada espiritual. Não é da noite para o dia! É me-diante o andar no Espírito.

Nosso desenvolvimento está re- lacionado às condições que cria-mos para o fruto crescer em nos-sa vida diária. E as circunstâncias da vida vão amadurecendo o fruto, de modo que vamos nos tornando aquilo que fomos planejados para ser, gradualmente. A parte de Deus já foi feita. A parte das circunstân-cias não nos cabe. Então, o que

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nos resta é decidir o que fazer com o que Deus já nos deu, em meio às circunstâncias que nos sobrevêm.

Decida se alegrar na esperança de que nada fugiu do plano eter-no! E é a presença de Deus, não a ausência de problemas, que nos oferece alívio de tensões. Não veja o sofrimento como um muro, mas como um degrau para o seu cres-cimento. Por isso, seja mais grato e contribua para o bem de alguém. Isso vai aquecer o seu coração!

Você pode escolher se queixar das coisas ruins ou ser grato pelas coisas boas. Você pode escolher focar no mal que lhe causam ou no bem que a tribulação está pro-duzindo em sua vida. Você pode decidir entre murmurar ou adorar. Que tal recordar o tempo em que você sonhava com algumas coisas que hoje fazem parte de sua vida? Que tal celebrar as bênçãos diá-rias que Deus tem derramado em sua vida? Que tal olhar para Deus e lembrar que Ele não vai deixar você sozinho?

CONCLUSÃOQuem disse que devemos nos

alegrar em Deus, estava preso en-quanto escrevia! E o profeta que prometeu se alegrar em Deus, es-tava na iminência de ter sua nação atacada ferozmente por um grande exército inimigo!

Veja a tribulação como um treino para o seu desenvolvimento! Nossa fé está sendo provada e estamos nos tornando mais perseverantes a cada degrau. Até que sejamos maduros e íntegros! É possível que você não consiga se alegrar com o desconforto que enfrenta, mas é provável que você possa se alegrar pelos benefícios que seu descon-forto está trazendo para a sua vida!

PARA PENSAR E AGIRO fruto do Espírito é alegria (...)

e esta alegria nos fortalece. Até que ponto provamos dessa alegria em momentos difíceis?

O que pode nos impedir de vi-ver e pensar alegremente? E o que fazer para reverter esse quadro, já que a alegria está em nós?

Olhe mais para o que Deus está fazendo e comece a contar as bênçãos derramadas sobre a sua vida. Veja o que você já venceu e celebre!

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.22,23

Terça: Neemias 8.10

Quarta: Romanos 12.12

Quinta: Habacuque 3.16-19

Sexta: Filipenses 4.4-13

Sábado: Efésios 1.3-14

Domingo: Salmos 37.1-4

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VOCÊ PODE TER PAZ INTERIOR!

LIÇÃO 6DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Filipenses 4.7 – NVI

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus”. (Fp 4.7 – NVI).

Nós, cristãos, sabemos que Jesus disse que nos daria a sua paz (Jo 14.27). Mas, o que é paz? E tem mais: Jesus disse que não nos daria a sua paz como o mun-do a oferece às pessoas. Então, há diferença entre a paz do Se-nhor e a paz do mundo. Mas, qual é a diferença?

1 - COMPREENDENDO A DIFERENÇA ENTRE A PAZ DE DEUS E A PAZ DO MUNDO É comum, vez por outra, ha-

ver passeatas pela paz. De vez em quando, vemos pessoas cla-mando pela paz, em resposta a alguma crueldade reportada pe-las emissoras de TV. Tem gente que compra um imóvel distante das grandes cidades, alegando que deseja paz. Ainda tem aque-les que usam todo o pagamento

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para quitar suas dívidas e dormi-rem em paz.

Os cristãos são orientados a vi-verem pacificamente (2Co 13.11). Jesus afirma que aqueles que pro-movem a paz serão chamados de filhos de Deus (Mt 5.9), cujo Reino é constituído de justiça, paz e ale-gria no Espírito (Rm 14.17)! A Igreja primitiva, apesar dos contratempos e das perseguições, vivia em paz (At 9.31). Afinal, o cabeça da Igreja é chamado de Príncipe da Paz!

Se temos paz com Deus (Rm 5.1), podemos experimentar a paz em nós (Fp 4.7), trazendo tranquilidade à nossa mente e ao nosso coração. E isso vai resultar em paz com os outros (Rm 12.18). A maioria dos cristãos já leu passagens bíblicas e ouviu pregações que tratam da paz do Senhor. No entanto, o que precisamos fazer para viver essa realidade? Como lançamos sobre o Senhor toda nossa ansiedade? (1Pe 5.7).

2 – DESFRUTANDO DA PAZ DE DEUS!O fruto do Espírito é... paz

(Gl 5.22). E a palavra grega traduzi-da por paz1 significa tranquilidade, serenidade, harmonia. A paz do Senhor independe da ausência de guerra entre países, violência ur-bana e brigas. Não depende da au-sência de problemas, de perturba-ções e de sofrimentos. A paz, fruto do Espírito, é uma tranquilidade de 1 - Gr. Eirene.

alma que não depende dos fatores externos. É uma serenidade men-tal, uma calma, uma quietude, que resulta da confiança em Deus e do descanso em sua Palavra.

A nossa harmonia com os ou-tros vai ser consequência do nosso andar no Espírito. Assim, mesmo que haja guerras, violência e bri-gas ao nosso redor, nós podemos repousar em Deus e em seus pla-nos, crendo que Ele tem o controle de toda e qualquer circunstância. Quando essa paz que não tem ex-plicação natural nos envolve, a an-siedade e a preocupação não nos controla.

A paz do Senhor em nós é re-sultado da nossa reconciliação com Deus. E essa reconciliação com Deus contribui para a nossa recon-ciliação com o nosso semelhante. A paz que o Espírito gera em nós não está relacionada à ausência de pro-blemas, mas à presença de Deus que às vezes, desfrutamos muito; outras vezes, desfrutamos pouco.

Considerando que a paz é o fru-to do Espírito em nós, desfrute da paz de Deus nas circunstâncias da vida, tomando a decisão de se ale-grar nEle (Fp 4.4) e no que Ele tem feito por você. Pensando em quem Ele é e que a sua vida está dentro dos propósitos dEle. Por isso, você pode descansar em meio às tem-pestades da vida!

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Se a paz do Senhor está em você, desfrute dessa paz no rela-cionamento com os outros, evitan-do se agarrar tanto aos seus direi-tos e aos seus interesses (Fp 4.5). Se fizermos uma “tempestade num copo d’água” por cada interesse nosso que não foi contemplado ou por algum direito nosso que não foi respeitado, vamos brigar diaria-mente com os outros.

A paz de Deus está em você. Então desfrute dela no relaciona-mento consigo mesmo, ocupan-do-se em vez de se pré-ocupar (Fp 4.6). Muitas vezes, nossa paz não flui porque estamos ruminando pensamentos inúteis, tentando con-trolar o que está fora do nosso con-trole, quando a Bíblia recomenda viver um dia de cada vez (Mt 6.34) e fazer o que aguentamos! (Ec 9.10).

Você pode desfrutar da paz de Deus, que excede todo o entendi-mento, no relacionamento com o próprio Deus, clamando em vez de reclamar. Experimente, em vez de ficar se preocupando e murmuran-do, apresentar seus pedidos a Deus em tudo o que acontece, através da oração, numa conversa franca com Ele (Fp 4.6)!

Quando reconhecemos que não temos o controle sobre muita coisa em nossas vidas e confiamos que Deus sabe o motivo das coisas ruins acontecerem e é poderoso para nos sustentar e nos livrar nos momentos difíceis da vida, nossos

corações descansam e os proble-mas não nos assustam mais! Sabe-mos que eles surgem e vão embo-ra, mas Deus permanece!

3 – INVESTINDO NA SUA ESPIRITUALIDADE

“O Senhor dá força ao seu povo; o Senhor dá a seu povo a bênção da paz” (Sl 29.11). Embora o livro de Salmos não pertença ao gênero profético, pois é poético, o salmis-ta registra que Deus é alguém que abençoa o seu povo com a paz. E o desejo de Deus, revelado na orientação paulina, é que a paz de Deus domine os nossos corações (Cl 3.15). E essa paz o Espírito já produziu em nós!

Por mais que pareça estranho, podemos viver com paz e em paz. Entretanto, como um fruto não é fabricado pela capacidade huma-na, não temos como produzir a paz de Cristo em nós. Mas seu cresci-mento e amadurecimento depen-dem do investimento que fazemos neste fruto e esta é a parte que nos cabe: semear no Espírito! Vamos semear?

Considerando que você encon-trou o caminho (Jo 14.6) da paz com Deus (Rm 5.1), você pode experimentar a paz de Deus, que está em você. E se a paz de Deus dominar o seu coração (Cl 3.15), isso vai contribuir para que você te-nha paz com os outros, se possível (Rm 12.18).

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Geralmente, sofremos muito por nos relacionarmos com pessoas tó-xicas. Pessoas que só veem o pior, que reclamam de tudo, sempre são as vítimas, não se importam se nos ofendem e não usam de sincerida-de. Isso contribui para conflitos nos relacionamentos.

Entretanto, quando estamos de bem com a vida, desfrutando da paz do Senhor, que excede o entendimento, nossos corações e mentes ficam blindados e os vampi-ros emocionais não drenam nossa energia. Pelo contrário, consegui-mos contagiar o ambiente e, talvez, conquistar até a amizade daqueles que nos causam sofrimento psíqui-co. Porque se os nossos corações estiverem em paz, seremos pací-ficos e pacificadores. Pessoas as-sim, todo mundo quer por perto!

Problemas surgem. Enfermida-des, violência urbana, desemprego, tragédias provocadas pela força da natureza e outras coisas alheias à nossa vontade, que não dependem dos nossos esforços, não vão rou-bar a paz de Deus em nós, porque sabemos que nEle podemos des-cansar, mesmo em meio às tem-pestades da vida!

Deus opera o milagre da frutifi-cação das virtudes. No entanto, te-mos que cuidar do ambiente onde esse fruto vai crescer e amadure-cer, atendendo as orientações bí-blicas. Admitir as falhas e ser gentil consigo mesmo é importantíssimo nesse processo. Pois, se eu creio

que Ele me aceita e me perdoa, isso vai me ajudar a perdoar os ou-tros e a mim mesmo, trazendo paz ao coração!

CONCLUSÃOManter o foco em Deus e no seu

propósito para as nossas vidas nos ajuda a transformar nossa ansie-dade em motivo de oração. Vamos verbalizar o que nos angustia, pon-do para fora o que nos contamina e transformando a preocupação em planejamento. Além de usar o medo para investir na proatividade!

PARA PENSAR E AGIR

Ser pacífico não é ser frouxo. Qual a diferença entre o pacífico e o covarde?

Decida falar bem de todo mundo e tentar reconciliar pessoas diferen-tes!

Encha a mente de mensagens de fé e de esperança. Evite o pes-simismo!

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.22,23

Terça: 2Coríntios 13.11

Quarta: Romanos 14.15-20

Quinta: Romanos 5.1,2

Sexta: 1Pedro 5.6-8

Sábado: Romanos 12.16-21

Domingo: Salmos 29.11

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VOCÊ PODE TER PACIÊNCIA NO SOFRIMENTO!

LIÇÃO 7DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Provérbios 16.32 – NVI

“Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale contro-lar o seu espírito do que conquis-tar uma cidade”. (Pv 16.32 – NVI).

Gostamos de pertencer ao gru-po. As crianças tem a turminha e os adolescentes tem a tribo. To-dos nós buscamos relacionamen-tos com quem temos afinidade. O problema, porém, surge quando estamos próximos de pessoas com quem não nos identificamos. Como lidar com um parente, com

um vizinho, com um colega de trabalho ou (pasmem!) com um irmão na fé, cujas características nos incomodam? Ou pior, quando ele nos provoca intencionalmente?

1 – ENQUANTO A PROVAÇÃO NÃO ACABA E A BENÇÃO NÃO CHEGA . . .

Estamos sempre desejando algo que nos traga sensações, emoções e sentimentos agra-dáveis. Boa parte da nossa vida

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consiste em buscar o prazer e evi-tar a dor e o sofrimento. Entretanto, embora possamos provocar algu-mas circunstâncias e evitar outras, não podemos provocar todas e nem evitar todas. Muito menos, controlá-las! Em casos assim, só nos resta superá-las! Mas, como suportar uma adversidade e con-seguir sair inteiro dela?

Em meio às pressões, você pode perseverar, aguardar, insistir, como aquela palmeira que, sob o vento forte, enverga, mas volta ao seu estado original depois que o vento passa. Porque a paciência de Deus está em você, enquanto fruto do Espírito!

Como ser paciente com quem lhe persegue? Como ser paciente com pessoas difíceis? Sabemos que as pressões fazem parte da vida. No entanto, a vitimização vai resolver os problemas que surgem? Assumir a responsabilidade pela história da sua vida, por mais que dê trabalho, vai fazer toda a diferen-ça (Tg 1.2-4)! Como ser paciente em situações difíceis? Será que a paciência tem alguma coisa a ver com a fé?

2 – APRENDENDO E DESENVOLVENDO A RESILIÊNCIA

O fruto do Espírito é... longani-midade (Gl 5.22). E a palavra gre-ga traduzida por longanimidade1 1 - Gr. Makrothumia. 2 - Tolerante, transigente, condescendente.3 - Resiliência é o poder de recuperação, é elasticidade. É a capacidade de um material voltar ao seu estado normal depois de uma tensão. Um elástico que volta ao seu estado original, depois de esticado, serve como exemplo.

também pode ser traduzida por paciência, perseverança e firmeza. Uma pessoa longânima é constan-te, é persistente, é resignada2, é resiliente3. Uma pessoa resiliente, diante dos problemas da vida, vai desenvolvendo certa capacidade de superar as adversidades e se reequilibrar, transformando as ex-periências negativas em lições e maturidade (Rm 5.3,4).

A longanimidade é a paciência com quem nos irrita ou nos per-segue. É, também, aquele ânimo longo, que capacita o cristão a su-portar a tribulação, a não revidar o mal, a ser paciente com as falhas alheias, evitando ser leviano diante dos comentários a respeito de ter-ceiros.

Essa virtude contribui para o cristão ser firme, sem perder o equilíbrio, evitando ser grosseiro com as pessoas, e ficar ruminando ressentimentos. Pois, o longânimo é paciente. Sabe esperar! Quando amadurecemos na paciência, con-seguimos conviver com pessoas di-fíceis, suportar sofrimentos, aguar-dar algo ou alguém que demora (em paz), por saber que Deus tem a hora certa para cada coisa acon-tecer em nossas vidas.

Tenhamos um longo ânimo, lan-çando sementes, com expectativas, mas, sem desespero! Quando Tia-go recomenda paciência aos seus leitores (Tg 5.7), ele aponta para o

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trabalho de um agricultor que lan-ça a semente do que deseja colher, mas não fica afobado, perplexo, de-sesperado pela hora que a semente vai germinar e a planta vai crescer, florescer e frutificar. Pelo contrário, ele “aguarda que a terra produza a preciosa colheita e... espera com paciência até virem as chuvas do outono e da primavera”. Resumo: faça a sua parte, dê o seu melhor, um dia de cada vez, e vá vivendo. Ou seja, espere agindo!

Mesmo sob pressão, motive-se, em vez de ficar se lamentando. No versículo seguinte (Tg 5.8), somos exortados à paciência, ao cuidado com nosso mundo interior – o nos-so coração, evitando um ambiente inundado de críticas, reclamações, queixas e julgamentos, pelo fato de estarmos nos preparando para o en-contro com o Senhor da Igreja, que vem nos buscar para vivermos com Ele para sempre! Que nós mesmos nos motivemos, alimentando nosso coração com esperança, nutrindo a alma com a expectativa de que a hora da colheita vai chegar!

Na pressão, tenha um longo ânimo, aprendendo e desenvolvendo a resiliência, a capacidade de voltar ao seu estado normal depois de ter sofrido tensão, como uma vara de salto em altura, que se enverga até certo limite, sem se quebrar, e depois retorna à forma original, lan-çando o atleta para o alto. Tiago 5.9-11 cita o sofrimento dos profetas e a fé resistente de Jó como referência

para a vida cristã. Ou seja, foque na chegada e suporte a fadiga da corrida. Admita suas fragilidades, compreenda sua realidade e seja paciente consigo mesmo, fazendo o mesmo com os outros, que também tem seus limites de maturidade e suas batalhas diárias.

3 –SEM PERDER A CONEXÃO COM DEUS

Já sabemos que a Bíblia nos recomenda a viver bem com as pessoas, amando-as, entenden-do-as, tolerando-as. No entanto, para que consigamos nos revestir de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência (Cl 3.12), precisamos ser controla-dos (dominados, vencidos) pelo Es-pírito Santo.

Leia o imperativo bíblico: “En-chei-vos!” (Ef 5.18). Não se trata de mera sugestão, que pode ser desobedecida por uma elite espi-ritual, muito menos um privilégio concedido a alguns poucos cristãos especiais. É uma ORDEM divina! E é para TODOS os crentes!

Quais as marcas de uma vida no Espírito, no relacionamento com Deus? Foco em Deus: a) cantando e louvando de coração – em espí-rito e em verdade (Jo 4.23,24); b) dando sempre graças por tudo em nome de Jesus – esta é a vonta-de de Deus. (1Ts 5.18). Pessoas cheias de Deus confiam no caráter dEle e no poder que Ele tem. Deus

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é soberano e bondoso, sobre tudo e todos! Olhar para Deus alonga o nosso pavio curto e renova o nosso ânimo para continuar suportando as pressões diárias, que assaltam a todos os mortais.

Quais as evidências de uma vida no Espírito, no relacionamento com os irmãos? Incentivo, suprimento, comunhão: a) falando uns aos ou-tros com salmos – com toda a sabe-doria (Cl 3.16); b) sendo submissos, uns aos outros – pois todos são um em Cristo Jesus (Gl 3.28). Pessoas cheias de Deus são diferentes, mas não são independentes. Não coo-peram por motivos pessoais, mas funcionais.

Conectado a Deus, você terá um longo ânimo, uma grande paciência para suportar o que for, fazendo coi-sas boas e com boas motivações.

Se formos espiritualmente pa-cientes, conseguiremos ignorar as ofensas e resistir às crises que nos sobrevêm. Seremos pessoas melhores no trato com os outros e seremos felizes, mesmo antes da bênção chegar, pelo fato de termos aprendido a viver tranquilos, sere-nos, por mais que a tribulação de-more a ir embora e por mais que a bênção demore a chegar.

Por que ficar tão irritado quando interrompem você? Interrupções fazem parte da vida! Ou você se prepara para os imprevistos e com-preende que o mundo não gira em torno de sua agenda, ou você vai

tombar! Por que se estressar com os muitos afazeres? Só temos vinte e quatro horas por dia. Ou você ad-ministra suas prioridades e assume que não dá para fazer tudo ao mes-mo tempo, ou você vai tombar! Por que perder o equilíbrio com pes-soas e coisas irritantes? Não vale a pena! Ou você aprende a lidar com isso, ou vai tombar!

Veja o seu sofrimento com um olhar espiritual e ria mais das difi-culdades (Pv 17.22), exercitando o amor cristão com as pessoas difí-ceis (1Co 13.4) e sempre depen-dendo de Deus para conseguir isso (Sl 37.7).

PARA PENSAR E AGIR

Qual a diferença entre ser pa-ciente e ser preguiçoso?

As atividades da Igreja contri-buem para sermos mais pacientes ou estressados?

O que você vai fazer, a partir desta semana, para ser uma pes-soa mais paciente?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.22,23

Terça: Provérbios 16.32

Quarta: Tiago 1.2-8

Quinta: Romanos 5.3,4

Sexta: Tiago 5.7-11

Sábado: Efésios 5.18-21

Domingo: Salmos 37.3-9

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VOCÊ PODE SER MAIS SIMPÁTICO E DEVE SER MAIS EMPÁTICO!

LIÇÃO 8DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Mateus 22.39 – NVI

“E o segundo [mandamento] é semelhante a ele [ame o Se-nhor...]: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’.” (Mt 22.39 – NVI).

Todo cristão sabe que deve ser companheiro em tudo, que deve

ser humilde, e que não deve ser vingativo e nem se permitir con-taminar pelo mal. Seguir Jesus: eis o desafio de um cristão! Tal-vez alguém pergunte: “É possível não desejar o mal e ainda querer o bem de quem nos ofende?”.

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1 – AINDA QUE A GENTILEZA NÃO GERE GENTILEZA

O fato de não ser possível ser-mos plenamente bons de coração não significa que não possamos ser gentis. Afinal, a Bíblia exige que se-jamos benignos pelo fato de o Es-pírito Santo produzir a benignidade de Cristo em nossos corações, para que nossas vidas testemunhem do poder de Deus que nos transformou.

O problema da gentileza é o fato de alguns abusarem de nossa cor-tesia e nos sufocarem, tirando pro-veito de tudo que temos, em vez de lutarem suas próprias batalhas da vida! Outro problema ocorre quan-do pessoas maldosas interpretam nossa demonstração de interesse como intenção de manipular, de se intrometer ou qualquer outra coisa nociva. Ser amável não é tarefa simples! Entretanto, é uma exigên-cia bíblica amar o próximo como a nós mesmos!

Talvez você não queira ser afe-tuoso com uma pessoa, porque ela é antipática ou egoísta, ou por qualquer outro motivo. Contudo, o motivo principal da sua ternura para com alguém não se deve as qualidades dela, mas o seu amor a Deus, que deseja ver seus filhos reproduzindo suas virtudes no viver diário, como resultado de uma vida governada pelo poder do Espírito.

1 - Gr. Crestotes.2 - GUTHRIE, Donald. Gálatas: introdução e comentário. Trad. Gordon Chown. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 2014, p. 180.3 - CARVALHO, Davi Freitas de. A luta interior (II). Niterói: Convenção Batista Fluminense, Nº37, abril/junho, 2013, pp. 74.4 - POHL, Adolf. Carta aos Gálatas: comentário esperança. Trad. Werner Fuchs. 1 ed. Curitiba: Editora Evangélica Esperan-ça, 1999, p. 187.

2 – FAZENDO O BEM, POR AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO!

O fruto do Espírito é... benigni-dade... (Gl 5.22). A palavra grega sempre traduzida por benignidade1, no Novo Testamento, pode ser tra-duzida por gentileza, delicadeza, honestidade, excelência de cará-ter e retidão2. Transmite a ideia de brandura, de amabilidade, de bon-dade de coração. Uma pessoa be-nigna é uma pessoa amorosa, gra-ciosa, predisposta ao bem comum e íntegra3. Afetuosidade, suavidade, cortesia, carinho, meiguice, ternura e doçura são marcas de uma pes-soa benigna, com predisposição para ser agradável e que demons-tra sensibilidade, tratando os outros com respeito e educação. Talvez al-gum religioso não perceba que um seguidor de Jesus precisa desejar o bem do outro, e que fazer coisas boas sem boas intenções não é vir-tude cristã. “A benignidade é o amor que se compadece” 4. E este amor prático é mandamento divino e fruto espiritual, que deve ser a marca de todo cristão.

Faremos uma intertextualização entre Mateus 22.39 e Lucas 10.33-34. Quando Jesus foi questionado a respeito de quem seria o nosso próximo, Ele respondeu contando uma história, que todos conhece-mos como a parábola do bom sa-maritano.

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A benignidade a partir da pa-rábola. Quando o samaritano che-gou onde se encontrava o homem (abandonado na estrada) e o viu (ferido e nu), teve piedade dele (Lc 10.33-34). A partir da empa-tia com o outro, ele agiu bondo-samente. Ele não fez o bem a um amigo ou a alguém a quem devia favores. Não fez o bem a alguém que estava em condições de lhe retribuir a boa ação. Ele simples-mente se importou com o outro e fez o que deveria ser feito pelo bem de um terceiro. Quando nos colocamos no lugar dos outros, nós os ajudamos, mesmo que não sejam nossos amigos ou que, até mesmo, não gostem de nós!

A benignidade a partir do mandamento. O amor ao próximo tem como referência o amor a si mesmo, o amor próprio (Mt 22.39). Quando Jesus ensinava o amor ao próximo, os seus contemporâneos religiosos subentendiam que deve-riam amar o próximo, sim, mas tam-bém poderiam odiar o seu inimigo (Mt 5.43). Mas quando Ele diz “Amem os seus inimigos”, estava dizendo que o inimigo também é um próximo. Afinal, como podere-mos determinar quando a pessoa é o nosso próximo? Tudo indica que o próximo é qualquer um com quem entramos em contato na trajetória da nossa vida. Bom seria que não tivéssemos inimigos! Até, porque, os cristãos só têm Satanás e os de-

mônios como inimigos. Entretanto, caso algumas pessoas não mere-çam nossa consideração e respei-to, que não façamos porque elas merecem, mas porque Deus mere-ce e elas precisam.

3 – SENDO CUIDADOSO COM AS PALAVRAS

Entendo que, benignidade, en-quanto fruto do Espírito, é o amor compassivo. Considero benignida-de como sinônimo de bondade de coração, como atitude! Creio que o Espírito Santo reproduz em nós as qualidades de Cristo, fazendo com que a sua gentileza flua em nós, ajudando-nos a abençoar pessoas, movidos pelo amor de Deus em Je-sus. Se o mundo tivesse mais pes-soas como nós, portadores da vida de Deus, a vida no Espírito, o mun-do teria mais amor, mais gentileza, mais ternura, mais generosidade e teria uma nova sociedade!

A benignidade é uma atitude que nos impele ao esforço de evitar que algum mal venha sobre o outro, que se desdobra numa capacidade ou no interesse de sentir o que o outro sente (empatia) e num desejo de se relacionar bem, independente dos esforços necessários (simpatia). O benigno tenta tratar os outros como Deus os trata. Tenta olhar os outros com o olhar de Deus.

E agora? O que fazer? Seja sim-pático, praticando a empatia! Treine

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sua sensibilidade, a fim de perceber o que está acontecendo com as pes-soas ao seu redor. Principalmente, entre os nossos irmãos na fé, que se reúnem semanalmente conosco para adorar a Deus (Fp 2.4)!

Seja mais cuidadoso com suas palavras. Com elas, podemos le-vantar ou derrubar pessoas! Às vezes, penso que não falei nada de mais, até que alguém me procura para dizer que se sentiu ofendido com o que eu disse (Cl 4.6).

Seja mais solidário (Rm 12.15)! Como você se sentiria, caso esti-vesse sofrendo e ninguém se im-portasse? Que tal chorar com os que choram? E, como é a sensa-ção de perceber que as pessoas não gostam do seu sucesso? Que tal admirar as pessoas, em vez de invejá-las?

Seja assertivo em seu diálogo com as pessoas, “seguindo a ver-dade em amor!” (Ef 4.15). Há pes-soas que, para não perder o afeto de alguém, são passivas; aceitam tudo! Outras, a fim de manter tudo de acordo com a própria vontade, são agressivas; impõem seu ponto de vista a todos! Que tal dizer como você se sente e o que você pensa sem ofender, sem atacar, sem des-qualificar a outra pessoa? Que tal falar a verdade amorosamente?

Não adie gentilezas (Gl 6.10)! Há pessoas sofrendo ao seu re-dor. Há pessoas precisando da sua

ajuda. Há pessoas precisando das suas palavras de apoio. Há pessoas precisando da sua repreensão. Há pessoas precisando de você! Tal-vez você não tenha o amanhã para fazer o bem a todos, nem aos mem-bros da família da fé!

CONCLUSÃOAgora, eu lhe pergunto: Quem

não vai gostar de você, caso você aja deste jeito, a cada dia? Com certeza, alguns. Mas, não vão ser muitos! Pessoas empáticas, geral-mente são simpáticas!

PARA PENSAR E AGIR

Ternura e gentileza – Como você vai tentar viver isso nesta semana?

O que falta para você sorrir mais para as pessoas? Ou não tem nada a ver?

Peça a Deus para te ensinar a se colocar no lugar das pessoas (in-clusive das difíceis)!

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.22,23

Terça: Mateus 22.34-40

Quarta: Lucas 10.25-37

Quinta: Filipenses 2.3-8

Sexta: Colossenses 4.5,6

Sábado: Romanos 12.13-16

Domingo: Efésios 4.15,16

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VOCÊ PODE FAZER O BEM COM BOAS MOTIVAÇÕES!

LIÇÃO 9DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Efésios 2.10 – NVI

“Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fa-zermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as prati-carmos.” (Ef 2.10 – NVI).

Até o cristão que não lê a Bí-blia frequentemente sabe que deve ter um relacionamento com o próximo num nível fora do co-mum, num nível cristão! Fazer o bem a quem nos faz mal ou nos faz o mal; falar algo positivo sobre quem busca (deliberadamente) o nosso prejuízo e fazer o bem a este alguém. Afinal, Jesus disse que a nossa luz deve brilhar dian-te das pessoas, através das nos-sas boas obras, de modo que as pessoas, ao verem nossos atos de bondade reconheçam a gran-deza de Deus! (Mt 5.16).

1 - POHL, Adolf. Carta aos Gálatas: comentário esperança. Trad. Werner Fuchs. 1. ed. Curitiba: Editora Evangélica Esperança, 1999, p. 187.

2 - Gr. Agathosune.

1 – PORQUE VOCÊ FOI REGENERADO PARA ISSO

O fruto do Espírito é... bon-dade... (Gl 5.22). A bondade é o amor que doa1. A palavra grega traduzida por bondade2 transmi-te a ideia de uma bondade mais ativa, de uma generosidade em ação, praticada a partir de uma boa motivação, de um bom cará-ter. E que, por causa da motivação e do caráter, pode ser uma bon-dade que reprova o mal, que cor-rige o erro, que disciplina alguém. O pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes, em seu comentário à Epístola aos Gálatas, fazendo uso de outro comentarista, diz que “Jesus mostrou bondade (agatho-sune) quando purificou o templo e expulsou os que o transformaram

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em um mercado, mas manifestou benignidade (crestotes) quando foi amável com a mulher pecadora que lhe ungiu os pés3”.

Nós fomos recriados em Cris-to Jesus. Nós fomos regenerados para fazer o bem. Não fazemos o bem para impressionar a Deus e Ele nos manter salvos. Fazemos o bem porque fomos programados espiritualmente para isso. A par-tir do momento em que Deus nos salvou do poder, da presença e da condenação do pecado, Ele escul-piu em nós uma nova humanidade. E o que isso tem a ver com bon-dade? Ora, um cristão de verdade deve fazer o que é bom. Deve aju-dar as pessoas!

Por que devemos ajudar al-guém? “Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus” (Ef 2.10a). Se você é um cristão de verdade, você é de Deus! A salva-ção é um presente de Deus, que recebemos somente pela fé em Jesus, quando nos entregamos to-talmente a Ele, aceitando-o como Salvador da nossa alma e Senhor da nossa vida.

O salvo está unido a Cristo e foi transformado por Ele. O que resul-ta em um novo modo de viver, com a salvação garantida, com um co-ração perdoado, perdoador e arre-pendido, com o auxílio dos irmãos na caminhada cristã. A nossa sal-vação não é algo isolado. Somos dEle! Somos sua obra prima, seu poema. Estávamos mortos (morto 3 - TRENCH apud LOPES, Hernandes Dias. 2017. p. 250.

não se salva!) e Ele nos deu sua vida. Ele nos refez. Ele nos recriou. Ele nos restaurou. Ele nos salvou. Somos dEle! Você é dEle! Por isso, se nós somos cristãos de verdade, devemos viver como um novo dese-nho da humanidade.

2 – POR AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO!

Devemos ajudar alguém, porque Deus nos recriou “para fazermos boas obras” (Ef 2.10b). Se você é um cristão de verdade, você foi regenerado para fazer algo bom a alguém! Já que fomos salvos pelo favor divino, não havendo nada que pudéssemos fazer para que fôsse-mos salvos, nós podemos viver do jeito que bem quisermos? De modo nenhum! Uma nova natureza re-quer um novo modo de pensar, de sentir e de agir.

O discípulo de Cristo reconhece a sua soberania em todas as áreas da sua vida. Cristo não manda ape-nas na nossa vida religiosa, mas em nós! Quem não nega a si mes-mo e não toma a sua cruz não é um discípulo verdadeiro. Quem não é um discípulo verdadeiro, não é um cristão autêntico. Não fomos salvos para vivermos uma vida cristã passiva, infrutífera, iner-te. O fato de não podermos nos salvar, não significa que não possa-mos fazer algo que evidencie nossa nova natureza. Fomos recriados em Cristo. Fomos regenerados para o bem. Se somos cristãos de verda-

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de, precisamos fazer o que é corre-to. Mesmo que fazer o que é certo não dê certo!

Se você é um cristão de verda-de, você foi planejado para cuidar de gente, atendendo necessidades, praticando boas obras, “as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos.” (Ef 2.10c). Conforme seu propósito, em algum tempo (ou além do tempo), Ele nos refez para que praticássemos boas obras, ao vivermos nossa nova vida. Andáva-mos mortos em nossos pecados. Hoje, nós que fomos salvos, vive-mos em boas obras. Éramos escra-vos do diabo. Hoje, somos filhos de Deus. De mortos a ressuscitados. De degenerados a regenerados. De perdidos a santos. E isso não fica apenas na teoria ou no cérebro, mas marca a nossa vida!

Somos cidadãos de dois mun-dos. Devemos nos submeter ao Reino de Deus, mas precisamos nos submeter ao Estado, também. Obedecer às leis do nosso país é um dever, mas, a obediência a Deus está em primeiro lugar. A questão é: somos éticos o sufi-ciente quanto à nossa vida em sociedade e somos crentes o suficiente para obedecer a Deus quando isso parecer errado na vida social?

Influenciar nossos familiares é algo indiscutível. Todos nós in-fluenciamos as pessoas e somos influenciados por elas. O desafio é

4 - WARREN, Rick. Poder para ser vitorioso: 12 lições para obter uma vida próspera com Deus. Trad. Yolanda M. Krievin. São Paulo: Editora Vida, 2001, pp. 120-122.

ser um cristão autêntico, que con-tagia a própria família e a socieda-de com palavras e obras, no poder do Espírito.

3 – TRANSFORMANDO-SE DIARIAMENTE

A bondade é um amor dedicado a servir ao próximo, sinônimo de fa-zer coisas boas.

É natural os pais dizerem para as crianças serem boazinhas. Não precisam dizer para que sejam más. Isso é normal para o homem caído. Entretanto, para o regenerado, é o fruto do Espírito que se manifesta em nós, reproduzindo as qualida-des de Cristo, fazendo com que a sua bondade flua em nós, edifican-do os outros.

Segundo Rick Warren4, ao con-trário da boa aparência, de se sen-tir bem e de ter posses, uma vida cheia de bondade é verdadeira-mente uma vida boa. E como seria essa vida boa, essa vida cheia de bondade?

Uma vida de bondade pressu-põe a consciência de que não so-mos naturalmente bons (Mc 10.18). Enquanto fruto do Espírito, a bon-dade que tratamos aqui é gerada por Deus em nós. É o resultado de andar no Espírito (Gl 5.16). Uma caminhada, através da qual vamos apreendendo e aprendendo mais e mais da bondade que foi manifesta pela ação sobrenatural de Deus a nós (Tt 3.4).

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Vale relembrar que o fruto é do Espírito, mas o terreno é o nosso próprio ser. Enquanto terreno, pre-cisamos favorecer o crescimento deste fruto, através dos hábitos espirituais, como a leitura bíblica. Deus tem muita coisa para dizer para você e isso pode ser desco-berto pela leitura da Bíblia. Caso você nunca tenha lido a Bíblia, que, a partir de hoje, comece lendo um capítulo por dia. Ou, pelo menos, um capítulo de um dos evangelhos. Não vai demorar mais que dez minutos e vai fazer diferença na sua vida. Tente mar-car os versículos que tenham toca-do no seu coração e compartilhe com algum irmão. O que for difícil de entender, procure algum irmão mais experiente para explicar.

Assim como precisamos ler a Bíblia, temos que absorver seus en-sinos, a fim de blindar nossa mente do que nos afasta da saúde espi-ritual e do crescimento do fruto do Espírito em nós. Segundo Romanos 12.2, se nossa mente for renovada, nossa vida pode ser transformada. E isso não é responsabilidade de Deus. É nossa! (transformai-vos). Por isso, não seja passivo quanto à escolha do seu referencial (não vos conformeis – não se amoldem ao padrão) porque a cosmovisão do mundo não é um padrão recomen-dado por Deus. E nós podemos mu-dar nossa forma de pensar a nosso respeito, a respeito dos outros e a respeito das circunstâncias “pela renovação do nosso entendimento,

para que sejamos capazes de ex-perimentar qual seja a boa, agradá-vel e perfeita vontade de Deus”. Te-nha como modelo as pessoas que desejam e fazem o bem (3Jo 11) e aproxime-se delas (Hb 10.24,25).

CONCLUSÃOÉ importante perceber que a

vida cristã é uma jornada, um pro-cesso. Não nascemos prontos. Tam-bém não renascemos prontos! As-sim como crescemos naturalmente, precisamos crescer espiritualmente. Assim como amadurecemos natu-ralmente, precisamos amadurecer espiritualmente. Um passo de cada vez, um degrau de cada vez. Logo, logo, chegaremos lá!

PARA PENSAR E AGIR

O que pode ser chamado de bondade? Que bondade você vai fazer hoje?

A Igreja pode viver isso? Cite um exemplo do que a Igreja pode fazer?

Todas as coisas boas que você faz, são feitas com boas intenções?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.22,23

Terça: Efésios 2.10

Quarta: Marcos 10.17,18

Quinta: Tito 3.3-6

Sexta: Romanos 12.1,2

Sábado: 3João 1.5-12

Domingo: Hebreus 10.23-25

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LIÇÃO 10DATA DO ESTUDO

Texto Básico: 1Timóteo 1.12 – NVI

“Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério”. (1Tm 1.12 – NVI).

Preciso perguntar se o fruto do Espírito é automático ou se ele se desenvolve? Se esse desenvolvi-mento pode ser acelerado (ou re-tardado)? Se o terreno onde está

o fruto (nós) pode cooperar com a frutificação espiritual? Acredito que não preciso mais perguntar isso. Afinal, sabemos que somos parceiros de Deus nisso tudo!

Neste estudo, vamos pensar um pouco a respeito da fé, en-quanto fruto do Espírito. É mui-to comum que os cristãos sejam

VOCÊ PODE SER MAIS CONFIANTE E MAIS CONFIÁVEL!

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chamados de crentes. Por quê? Porque os cristãos são vistos como aqueles que creem, aqueles que têm fé, aqueles que confiam e que, por isso, são firmes, são confiáveis. O crente crê. Quem crê, tem fé. Quem tem fé é fiel. Mas, o que é ser fiel? Você consegue (ou tenta) ser fiel em tudo?

1 – TORNANDO-SE MAIS CONFIÁVEL, NESTE TEMPO DE TANTA DESCONFIANÇA

O fruto do Espírito é... fidelida-de... (Gl 5.22) e esta fidelidade está em nós. Entretanto, não é estranho o fato de constatarmos tanta de-cepção com pessoas que aparen-tam ser nossas amigas e aliadas? Gente que, diante das mudanças dos fatos, debandam contra nós ou se omitem quando teriam o dever de nos ajudar. É bom lembrar que nós também falhamos com os ou-tros e que, em dado momento não cumprimos o horário, não pagamos uma dívida, não fazemos o melhor na hora do culto e nem nos compro-metemos no ensaio...

Você pode mesmo afirmar que é um crente fiel? Você confia mesmo em Deus, a ponto de ser totalmente leal a Ele? Sua lealdade a Deus o leva à excelência? Sua dedicação a Deus é refletida no compromisso com sua Igreja?

1 - Gr. Pistis. 2 - “A palavra traduzida por ‘Fidelidade’ (pistis), na maioria dos casos em que ocorre no Novo Testamento significa a fé que

é confiança, entrega e obediência totais no que diz respeito à Cristo. Este é o seu sentido teológico. Entretanto, aqui, o seu sentido é ético. Tem o sentido de ‘fé em Deus’. Traz o sentido de fidelidade a padrões da verdade ou no sentido de fidedignidade no trato com outas pessoas.” (cf. SOARES, Germano. Gálatas. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 136).

A palavra traduzida por fidelida-de1 pode significar fé2, confiança, certeza, compromisso, lealdade e confiabilidade. Uma pessoa convic-ta é firme e você sabe quem ela é, porque ela é leal às suas convic-ções. Uma pessoa fiel é digna de confiança total, por sua lealdade absoluta a Deus e por sua honesti-dade para com o seu próximo. O fiel é corajoso e, se preciso, confronta e não foge do diálogo. Ele é o que é. Não é camuflado, nem dissimulado. Você pode contar com ele. Sua fide-lidade é fruto de sua fé. O fiel confia e é confiável!

2 – BUSCANDO UMA VIDA MARCADA PELA FIDELIDADE!

O apóstolo Paulo, em 1Timó-teo 1.12, reconhece a ajuda divina que recebeu do Senhor Jesus, mas deixa escapar que Deus viu nele alguém constante, alguém compro-metido, alguém aliançado. E, justa-mente, pelo fato de ver em Paulo al-guém a quem entregar uma missão a cumprir, Deus o designou para o ministério. Isso deve nos fazer refle-tir! Muitas vezes, estamos afoitos para receber uma nomeação, uma ordenação ministerial, uma posição de liderança, mas não nos avalia-mos para perceber se somos fiéis no que estamos fazendo. Ou você acha que um infiel no pouco vai se tornar fiel pelo simples fato de ter sido colocado no muito?

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Isso me transporta para Mateus 25.14-30, quando Jesus dá conti-nuidade ao seu ensino a respeito do Reino, através da parábola dos talentos. Não vou discutir salvação aqui, até porque não há espaço para tanto, neste modesto estudo! Entretanto, vale destacar que os homens que receberam cinco, dois e um talento, não foram avaliados pela sua capacidade ou pelo re-sultado do que fizeram, mas pela fidelidade, pelo compromisso, pelo empenho no exercício do seu tra-balho. Talvez alguns de nós não percebamos que não realizamos coisas grandes na vida porque não honramos nossos pequenos com-promissos diários!

Antes de ficar chateado com o chefe que não me promoveu, eu preciso verificar se eu sou dedica-do, enquanto a promoção não vem. Antes de ficar desiludido porque aquela menina não quis me na-morar, preciso ver se eu me empe-nhei para ser uma boa companhia, confiável, para dividir uma vida ao longo dos anos vindouros. Antes de me entristecer pela vitória que não veio, eu preciso pensar se eu me comprometi com o treinamento rígi-do e com a luta árdua, necessários à tão sonhada conquista!

3 – PRATICANDO A FIDELIDADE!Conforme temos conversado

ao longo desses estudos, a verda-deira liberdade em Cristo é possí-vel pela frutificação espiritual das virtudes cristãs em nosso viver

diário, mediante um caminhar com Deus. Logo, é importante a cria-ção de hábitos de fidelidade e não mera aspiração por fidelidade em nossas vidas. E como já sabemos, essa criação de hábitos se faz me-diante a exposição dos nossos co-rações e mentes à ação sobrena-tural do Espírito Santo em nossa caminhada com Deus, enquanto seguimos os passos de nosso Se-nhor e Mestre, Jesus!

Que tal começarmos ou man-termos uma jornada de fidelidade, honrando nossos compromissos? Que o nosso sim, seja um sim con-fiável. Que o nosso não, seja um não confiável (Mt 5.37)! Vamos nos empenhar para honrar aquilo que dissermos que vamos fazer, a fim de desenvolvermos uma base só-lida em nossos relacionamentos! Como você se sentiria se alguém lhe prometesse algo e não cumpris-se? Coloque-se no lugar do outro e esforce-se para não provocar nos outros a sensação de que não vale a pena acreditar em você!

Outro passo importante é não enterrar talentos! Deus deu a você alguma capacidade que não deu para mim. Eu não serei cobrado por aquilo que Deus não me deu e Ele não exige que você utilize os meus talentos. Entretanto, quando deixa-mos de fazer aquilo que podemos, estamos sendo infiéis a Deus, que nos confiou algo que estamos re-tendo e deixando de abençoar ou-tras pessoas (1Pe 4.10). Pensemos em quantas pessoas seriam aben-çoadas pelos nossos talentos!

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Todos sabem que a nossa vida nesta terra se dá num espaço de tempo. Logo, precisamos cuidar do tempo de vida que temos com todo cuidado possível (Ef 5.15,16). Não tem como ser fiel a Deus, ao cônjuge, aos filhos, aos pais, à empresa onde trabalha ou à Igreja onde serve, sem a administração de prioridades, considerando que não temos como controlar o tem-po. Só podemos controlar o nosso comportamento no fluxo do tempo! Que tal aproveitar cada oportunida-de que temos para sermos leais a Deus e às pessoas com as quais nos comprometemos?

Assim como precisamos ser fiéis nos relacionamentos, no emprego dos nossos talentos, no modo que lidamos com o tempo, precisamos ser fiéis, também no uso do nos-so dinheiro! Sabemos que o apelo do consumo é muito grande e que isso contribui para o endividamento. Contudo, se cremos em Deus, Ele é Senhor dos nossos recursos finan-ceiros, também! Precisamos honrar nossos compromissos financeiros, dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mt 22.21). Sua família e sua Igreja podem con-tar com sua fidelidade?

Por último, persiga uma vida de excelência! Não é fácil sair da me-diocridade que a zona de conforto nos oferece. A excelência requer de nós empenho e desempenho! Po-rém, se nos comprometermos com a excelência, seremos mais fiéis no trato com as pessoas. E elas

perceberão quando realmente não pudermos ajudá-las, pelo fato de saberem que somos responsáveis e dedicados.

CONCLUSÃONão espere ser promovido para

ser o melhor funcionário! Seja fiel no pouco (Lc 16.10)! Cuide bem da-quilo que lhe emprestam ou lhe alu-gam, tratando com o zelo que você gostaria que tivessem com algo seu (Lc 16.12)! Basta-nos lembrar de que somos cristãos (pequenos Cristos) nesta terra. Logo, estamos aqui para fazer TUDO o que temos de fazer, seja em palavra, seja em ação, em nome de Jesus (Cl 3.17)!

PARA PENSAR E AGIR

O que você vai fazer a partir de hoje para se tornar mais confiante?

Que hábitos você precisa aban-donar para se tornar mais confiá-vel?

Você tem vivido como quem crê que Deus recompensa a fidelidade (Hb 11.6)?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.22, 23

Terça: Hebreus 11.1-40

Quarta: 1Timóteo 1.12-20

Quinta: Mateus 25.14-30

Sexta: Mateus 5.33-37

Sábado: 1Pedro 4.10,11

Domingo: Mateus 22.16-22

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VOCÊ PODE SER MAIS CORAJOSO, MAS NÃO PRECISA SER BRIGÃO!

LIÇÃO 11DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Mateus 11.29 – NVI

“Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas”. (Mt 11.29 – NVI).

Sabemos que, na qualidade de cristãos, precisamos ser man-sos. Contudo, há pessoas que se aproveitam dessa característica, principalmente, quando confun-dimos ou somos pressionados a confundir mansidão com sujeição. A partir de uma compreensão equivocada, corremos o risco de adotar, vez por outra, uma postura agressiva ou indiferente, para evi-tar pessoas folgadas ou dominan-tes. Resumindo, ser manso não parece algo simples!

1 – PORQUE SÓ OS FORTES PODEM SER MANSOS!

Embora haja pessoas difíceis de conviver, como seguidores de Cristo, precisamos nos aproximar delas, a fim de ajudá-las na desco-berta da vida abundante prometida por Jesus (Jo 10.10). Alguém pre-cisa prestar assistência espiritual, valorizando essas pessoas difíceis e não alimentando um pensamen-to sobre si além do que convém (Rm 12.3). Que tal exercer a man-sidão diariamente no trato com as pessoas, por mais difíceis que elas sejam? Mansidão é sinônimo de fraqueza ou de autocontrole? Quem precisa ter o controle sobre

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os outros é forte ou fraco? Por quê?

2 – TENDO CORAGEM, MAS SENDO MANSO!

Quem tem a chave, tem o po-der de abrir a porta. Precisa, ape-nas, aprender como fazer isso! Você pode ser manso, porque, se você é um cristão, Deus já o capa-citou para isso! O fruto do Espírito é... mansidão (Gl 5.23).

O que é mansidão? A palavra traduzida por mansidão, também pode significar amabilidade, do-çura, brandura, cortesia, consi-deração, modéstia, humildade e abnegação. É muito comum que, quando falamos de mansidão, al-gumas pessoas confundam isso com fraqueza. E ser manso não é ser fraco. Ser manso é não ser agressivo, não ser reativo, não ser levado pelos impulsos. Ser manso é ser forte sem perder o controle. A pessoa mansa, segundo o signifi-cado desta palavra, consegue reu-nir força e brandura em si.

Nosso exemplo de mansidão. No caso de Jesus, a mansidão é um exemplo perfeito a ser seguido. Ele sabia quem era e não ficava brigan-do para provar nada a ninguém. Ele era firme em se submeter a Deus e em resistir o mal. Não era um ho-mem passivo, mas também não era agressivo. Era agradável, de condu-ta suave, de atitude pacífica. O que não fazia dEle uma pessoa apática, indiferente. Quando preciso, Je-sus era firme e contundente. Mas,

nunca de modo impulsivo, reativo ou agressivo. Vamos ponderar um pouco a respeito da mansidão de Jesus, à luz de Mateus 26.52-54, a fim de aprendermos dEle, que é manso e humilde de coração, de modo que encontremos descanso para as nossas almas!

Ser humilde é ser inteligen-te! Podemos aprender à luz desse trecho das Escrituras que, embora corajosos, precisamos ser mansos, pela consciência de que o poder de Deus é indestrutível, enquanto o nosso, é limitado. Quando Je-sus está prestes a ser preso, o seu discípulo, precipitadamente, sacou da espada e cortou a orelha do servo do sumo sacerdote. Jesus, então, mandou o discípulo guardar a espada e afirmou que as conse-quências de uma atitude violenta não são boas (Mt 26.52). Afinal, considerando que nosso tempo e nossa energia são esgotáveis, pre-cisamos escolher nossas batalhas e empregá-los com ousadia, estra-tégia, equilíbrio e efetividade.

O manso evita a disputa de poder. O crente brigão tenta fazer a vontade de Deus confiando no es-forço humano, onde a carne, a na-tureza humana caída, opera. E não tem como glorificar a Deus confian-do em si mesmo, como quem crê num ídolo, no “deus ego”. O cristão não precisa ser valentão, porque sabe que Deus tem o controle so-bre tudo e sobre todos: sobre o tem-po, o espaço, as circunstâncias, os poderes espirituais e humanos. O

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seguidor de Jesus crê que os man-sos são supridos por Deus (Mt 5.5) e herdarão a terra (Sl 37.11-20), ao contrário dos ímpios.

Agressividade e temor. Tenha coragem, mas seja manso, porque você não precisa destruir, se você não teme! A reação violenta é uma marca do temor, do sentimento de ameaça, o que não era o caso de Jesus. Ele mesmo disse que, se quisesse, teria à disposição mais de doze legiões1 de anjos para pro-tegê-lo (Mt 26.53). Ou seja, não pre-cisava ser agressivo, porque sabia que seus oponentes só poderiam lhe fazer o que Deus permitisse.

Mansidão não é passividade. O cristão que manifesta a mansi-dão, enquanto fruto do Espírito, não se vê nem maior nem menor do que ninguém. Não confia no poder humano para se sustentar. Confia em Deus e a Ele obedece, haja o que houver, enfrente o que enfrentar. Como alguém que confia no poder de Deus e que representa o Reino, agindo em nome do Rei, ele sabe que não há o que temer e nem do que ou de quem se de-fender. Quem ataca o cristão, ataca Aquele que o nomeou para realizar a sua obra (At 9.4,5).

Se você obedece a Deus, você vai confiar nEle! Seja corajoso, mas seja manso, consciente de que a vontade de Deus é boa, agradá-vel e perfeita (Rm 12.2), mesmo que nem tudo vá bem. Afinal, o cristão sabe que “Todas as coi-1 - A legião romana tinha cerca de seis mil soldados. (12 X 6.000 = 72.000).

sas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8.28). Jesus não revidou a hostilidade dos servos do sumo sacerdote, mas confiava que sua vida e o que nela acontecia fazia parte de um plano (Mt 26.54). Que aprendamos com o Senhor Jesus, sua mansidão e sua humildade de coração (Mt 11.29). À medida que esse aprendizado for avançando, nossas almas vão progredindo na fina arte de descansar da correria dessa nossa breve e frágil vida.

3 – AFINAL, MANSIDÃO RIMA COM REFLEXÃO!

Em vez de chutar o balde por causa do que lhe fizeram, pense e repense no jeito certo, com as palavras adequadas, num jeito de conversar com a pessoa que lhe prejudicou. Jesus não era passivo nem agressivo e nós também não precisamos ser, considerando que Ele vive em nós (Gl 2.20).

Compreender as pessoas pode nos ajudar a ser mansos no rela-cionamento com elas. Temos a ten-dência de exigir demais dos outros e quase nada de nós mesmos. Co-locar-se no lugar do outro, calçar o sapado do outro, pode ajudar você a ser menos agressivo e mais con-siderado (Fp 2.4).

No embate de ideias, muita gen-te briga. Talvez, porque no afã de suplantar o outro, na discussão, cor-remos o risco de atacar a pessoa.

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Ou, tentando evitar um conflito com o outro, podemos nos acovardar e fingir concordar com eles. Todavia, é possível respeitar sem concordar; entender a pessoa, sem abandonar as próprias convicções (Pv 15.1).

2Timóteo 2.24 diz: “Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente”. Geral-mente, as pessoas entendem que a mansidão de um líder é a mes-ma coisa de ele nunca repreender, nunca corrigir ou nunca ser duro. Mas, a própria epístola contém orientações para que o líder seja fir-me. Que nossos líderes não sejam omissos, nem sejam brigões! Que sejam amorosos, mas que sejam firmes! E que Deus dê discernimen-to ao seu povo para não confundir amor com apatia e firmeza com agressividade.

Há pessoas que sempre que-rem ter razão em tudo. Como é di-fícil dialogar com gente assim! Não é mesmo? No entanto, elas podem estar certas em algum momento. Como saber? Sendo ensinável! Infelizmente, assim que somos cri-ticados, somos tentados a reagir em autodefesa. Para isso, Tiago nos recomenda prontidão em ouvir e lentidão em rebater, além de sair do ringue em vez de ficar zangado (Tg 1.19). Quem disse que vencer uma discussão é vencer? Quem disse que ser repreendido é per-der? (Pv 13.18). Ignorar as ofensas, evitando uma atitude reativa, é uma demonstração de que as pessoas

não decidem como você vai se comportar e se sentir (Pv 19.11). Que você não dependa da atitude dos outros para ser manso! Talvez a outra pessoa não mereça a sua mansidão e o seu respeito, mas Deus merece, e ela precisa!

CONCLUSÃODe acordo com Gálatas 6.7,8,

podemos semear coisas boas ou ruins em nossas vidas e, para se-mearmos bênçãos, precisamos ser espirituais, apesar de imperfeitos. Precisamos nos examinar, olhar um pouco mais para dentro de nós e cobrar menos dos outros, sempre à luz das Escrituras!

PARA PENSAR E AGIR

Reagir com mansidão não tem a ver com temperamento, mas com inteligência.

Leia, pelo menos, um dos Evan-gelhos, observando a mansidão de Jesus!

Como repreender sem brigar? Como ser amoroso e firme ao mes-mo tempo?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.22,23

Terça: João 10.9,10

Quarta: Romanos 12.3

Quinta: Mateus 26.49-56

Sexta: Salmos 37.11-20

Sábado: Atos 9.1-5

Domingo: Mateus 11.27-30

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VOCÊ PODE SE AUTOLIDERAR!

LIÇÃO 12DATA DO ESTUDO

Texto Básico: 1Coríntios 9.27 – NVI

“Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser repro-vado”. (1Co 9.27 – NVI).

Geralmente, ao nos deparar-mos com algo errado em nós (um pensamento, um sentimento, um hábito ou uma atitude), procura-mos o culpado fora de nós. Por que parece mais fácil procurar SEMPRE a culpa nos outros? Não seria mais fácil buscar a solução em nós? Em vez de querer con-trolar o próximo, que tal controlar--se a si mesmo? Antes de querer mudar os outros, que tal buscar o próprio crescimento pessoal? Vale destacar que o nosso cres-

cimento espiritual depende muito mais do nosso investimento do que de uma eventualidade.

Fomos escolhidos para frutifi-car! Fomos chamados para uma vida produtiva (Jo 15.16)! Para que os resultados desse investi-mento, que o Senhor faz em nos-sas vidas, sejam sólidos, preci-samos estar conectados à fonte. Conectados a Cristo (Jo 15.1-10)! Nosso destino em Deus é o cres-cimento! Cristo é a nossa fonte de energia. O Pai nos supervisiona, a fim de reparar qualquer debilidade no processo. Por isso, verifique sua atitude! Se você permanece nEle, será frutífero! Caso encha sua mente e coração do que não edifica, você será improdutivo!

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1 – SENDO RESPONSÁVEL POR SUA ESPIRITUALIDADE!

O que você faz para lidar com as tentações? Como você lida com o mundo, com o diabo e com a car-ne? Qual dos três é o pior para você enfrentar? Diante de tantas adver-sidades, como ser vitorioso neste mundo? Aliás, o que é ser vitorioso, em sua opinião? Já que o fruto não é nosso, mas é do Espírito, o do-mínio próprio está disponível para que experimentemos a vontade de Deus ou não? Precisamos semear para o Espírito, para ter domínio próprio ou precisamos do domínio próprio para que possamos semear para o Espírito? Vamos refletir?

Antes de tudo, é bom enfatizar novamente que se você tem o Es-pírito de Deus, essa virtude cristã está em você! O fruto do Espírito é... domínio próprio. (Gl 5.23). A pa-lavra traduzida por domínio próprio também pode significar temperan-ça, autocontrole, autodomínio e moderação. Essa virtude, produzi-da pelo Espírito, apresenta a ideia de agarrar-se firmemente a um pro-pósito. Como um fruto, o domínio próprio resulta da ação do Espírito Santo na vida do crente, mediante sua exposição à ação de Deus em seu dia-a-dia.

O domínio próprio é a disciplina exercida sobre os desejos, de modo que os nossos apetites sejam domi-nados. Ele é a virtude que o cristão recebe para se controlar, renuncian-

do a natureza carnal que ainda re-side em si: organismo e psiquismo. Sempre é bom lembrar que não se trata da força de vontade, orientada pelo orgulho de estar no controle. Mas, trata-se do resultado de uma caminhada com Deus. E, vale frisar que o domínio próprio não contribui para a anulação do “eu”, mas para a construção de uma melhor versão do “eu”. O domínio próprio é efeti-vo onde a lei é ineficaz para inibir a manifestação das obras da carne, pelo poder do Espírito!

Pratiquemos o autocontrole, a autoliderança, o domínio próprio, assumindo a responsabilidade pelo nosso próprio crescimento espiri-tual. Claro que dependemos total-mente de Deus para crescer na fé, mas cabe a nós buscar ao Senhor e mais do seu Espírito! Afinal, sabe-mos que o fruto é do Espírito, entre-tanto quem cuida da qualidade do terreno somos nós! E é disso que Paulo trata em 1Coríntios 9.25-27.

O vencedor das corridas gregas recebia uma grinalda de folhas e, às vezes, um prêmio em dinheiro; o cristão recebe o prêmio da glória eterna. Assim como para alcançar uma condição melhor, o atleta se domina e persiste em sua jornada, o cristão se domina para experi-mentar o propósito de Deus para sua vida (1Co 9.25). O verdadeiro cristão conseguirá isso, simples-mente porque a vida de Deus está nele. Você é cristão? Então o domí-nio próprio está ao seu alcance!

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2 – DOMINANDO-SE PARA CUMPRIR A MISSÃO!

Não pare de correr, nem pare de lutar! Paulo compara o cristão que investe em sua própria espiri-tualidade com um atleta que corre e luta. Ambos, para lograr êxito, precisa se dominar cada vez mais, a cada dia (1Co 9.26). Corremos para o céu, superando obstáculos, persistindo na corrida, recebendo incentivo, enfrentando o cansaço e sonhando com o prêmio. Desen-volvemos o domínio próprio quan-do nos privamos de tudo o que nos atrapalha de ganhar o prêmio, de cumprir a missão.

Precisamos continuar vivendo sob a influência do Espírito para vencer os maus desejos da nos-sa natureza humana (Gl 5.16), que estão absolutamente opos-tos aos propósitos de Deus para nós (v. 17). Maus desejos que re-duzem a nossa humanidade em quatro áreas: sexo, espiritualidade, relacionamentos e alimentação (vv. 19-21), envolvendo nossos cor-pos e almas. Segundo o apóstolo Paulo, em Romanos 7.18-20, nada de bom habita em nós, isto é, em nossa carne. Porque temos o desejo de fazer o que é bom, mas não con-seguimos realizá-lo. Pois o que fa-zemos não é o bem que desejamos, mas o mal que não queremos fazer, esse nós continuamos fazendo. Se fazemos o que não queremos, já não somos nós quem o fazemos, mas o pecado que habita em nós.

Precisamos lutar contra os desejos perniciosos que nos desumanizam e entristecem o nosso Criador.

Leve a sério a luta contra o pecado! A nossa trajetória cristã é semelhante a uma luta corporal in-tensa, que exige golpes certeiros e vigorosos, resultantes de um treina-mento puxado (1Co 9.27). Não há como servir sinceramente a Cristo, sem tratar seriamente com o peca-do. Muitos ficarão surpresos ao se depararem com a recompensa pelo tipo de serviço cristão apresentado ao Senhor, nesta terra. Quantos irão lamentar por ter dado priorida-de ao que era secundário! Quantos irão lamentar por desprezar o que era prioritário!

O verdadeiro cristão deseja a- gradar a Deus, mas tem que lidar com os maus desejos de sua huma-nidade pecaminosa. Sofre por não atingir a perfeição desejada, mas se alegra por vencer limitações a cada passo, em sua jornada. Con-quista pequenas vitórias, dizendo não para si mesmo, tomando sua cruz e seguindo o Mestre (Lc 9.23). Se você ainda não recebeu o pre-sente da vida eterna, não recebeu o Espírito de Deus e ainda não re-cebeu as virtudes cristãs para uma vida melhor, com mais qualidade. Vida esta que foi conquistada para nós, através da morte do Filho de Deus, para que pudéssemos viver uma vida melhor: a vida eterna – uma vida que vale a pena ser vivi-da! Vamos viver melhor?

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3 – NÃO SE DEIXANDO DOMINAR PELOS SUPERDESEJOS DA CARNE!

Para viver bem comigo mesmo, preciso observar qual área do terre-no (meu ser) recebe mais cuidado (Gl 6.7,8). Se for a área da carne (nossa natureza humana, inclinada ao pecado), o resultado será cor-rupção, podridão, decomposição, decadência. Se for a área do Espí-rito (nossa natureza regenerada, in-clinada para Deus), a colheita será vida eterna – relacionamento íntimo com Deus (Jo 17.3).

Quais as sementes que você está lançando sobre sua vida? Que pensamentos você nutre acerca de si mesmo, do outro, do mundo, de Deus e da vida? Quais as emoções que você extravasa e quais os sen-timentos que você controla? Quais os hábitos que você está construin-do e quais os que você está aban-donando? O que sequestra os seus sentidos, o seu tempo, a sua ener-gia e os seus interesses? Quer gos-te ou não, os resultados da sua se-meadura vão brotar, cedo ou tarde!

Qualquer cristão sincero sofre, ao perceber em seu interior, sen-timentos e pensamentos reprová-veis. Todavia, Deus nos capacita a vencer nossas próprias misérias, doando-nos o seu próprio Espírito – o dom do Espírito! (At 2.38). Em Cristo, nós podemos vencer as nos-sas fraquezas! Creia!

Uma vida produtiva, no poder do Espírito, é possível! A recomen-dação bíblica é: “andar no Espírito”

(Gl 5.16). Experimente a plenitude do Espírito! Seja dominado, seja venci-do por Deus! Assim, poderemos cumprir nosso ministério, andando em vitória, no poder do Senhor!

CONCLUSÃOJesus veio trazer uma vida me-

lhor ao homem, e essa vida só pode existir na força do Espírito. No entanto, Deus não desconsidera o potencial humano para atuar. Ele conta com você para melhorar a sua própria vida!

PARA PENSAR E AGIR

Ande com Deus e seja equili-brado. Se não conseguir, continue tentando! O fruto ainda está cres-cendo ou amadurecendo. Mas está em você!

O Espírito Santo controla a sua vida? A plenitude do Espírito é pos-sível a todo aquele que tem sede (Jo 7.37,38) e que vai a Jesus, para beber continuamente, buscando-o com fé, ardentemente!

Cuide mais da sua vida, ande com Deus e curta as cenas dos pró-ximos capítulos!

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.22,23

Terça: João 15.1-10

Quarta: 1Coríntios 9.19-27

Quinta: Gálatas 5.16-21

Sexta: Romanos 7.14-25

Sábado: Gálatas 6.1-10

Domingo: João 7.37-39

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UM RELIGIOSO OPRIMIDO OU UM DISCÍPULO LIVRE?

LIÇÃO 13DATA DO ESTUDO

Texto Básico: Gálatas 6.14-15 – NVI

“Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da qual o mundo foi crucifica-do para mim, e eu para o mundo. De nada vale ser circuncidado ou não. O que importa é ser uma nova criação”. (Gl 6.14-15 – NVI).

Aceitei Jesus! E agora? As obras da carne somem e o fruto do Espírito aparece? Recebemos Jesus e tudo muda? É simples as-sim ou é mais complexo? Embo-ra Paulo esteja escrevendo para cristãos, Gálatas 5.15 sugere que, ainda que eles estivessem prati-cando a religião rigorosamente, as

1 - Um relacionamento combativo, belicoso, típico de quem faz guerra. Beligerante = Aquele que está em guerra ou que faz guerra.

regras religiosas não os impediam de se prejudicarem mutuamente, por meio de um relacionamento egoísta e beligerante1. Diante dis-so, Paulo orienta que vivam guia-dos pelo Espírito (v.16).

1 – A DESGRAÇA PODE SER PRODUZIDA POR UM RELIGIOSO OPRIMIDO

Você já reparou que boa parte dos nossos sofrimentos e fracas-sos ocorre por alguma decisão que tomamos no passado? Mui-tas pessoas estão padecendo por causa do que fizeram ou do que deixaram de fazer! Muitos estão

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sofrendo certos males porque ali-mentam pensamentos e sentimen-tos destrutivos, ou porque se per-mitem influenciar por pessoas ou por informações que se opõem à vontade de Deus. Cedo ou tarde o que está em nosso coração vai con-trolar a nossa vida! Cuidado!

Se você é livre, viva em liberda-de (Gl 5.1)! Afinal, você foi chamado para não se deixar dominar, para vi-ver com responsabilidade, para ser bênção em sua geração (Gl 5.13). O pecado mata o nosso relaciona-mento com Deus, conosco e com o próximo. A salvação nos regenera para a restauração desses relacio-namentos (Mt 22.37-40). Somente em Cristo, o coração humano pode dar prioridade a Deus, ser solidário com o outro e gentil consigo mes-mo, de modo equilibrado.

2 – O DISCÍPULO MELHORA O SEU CONDICIONAMENTO ESPIRITUAL CONTINUAMENTE

Andar na plenitude do Espíri-to (Ef 5.18) ajuda até nos relacio-namentos com pessoas difíceis, levando-nos a voos mais altos, mesmo em meio a ventos contrá-rios. Por isso, precisamos andar no Espírito para que possamos vencer nossas fraquezas. Amor, alegria e paz fluem de Deus para alcançar todas as áreas da nossa vida, fa-zendo com que sejamos mais pro-dutivos, experimentando mais de Deus! Paciência, ternura e bonda-de são virtudes cristãs que estão

disponíveis a todo aquele que re-cebeu o Espírito de Deus. E essas virtudes não dependem de como o outro seja conosco, para que se manifestem nas nossas vidas, mas de quem vive em nós: o Espírito de Deus (Gl 5.22-26)!

No último capítulo, os gálatas são instruídos a cumprir a lei de Cristo, apoiando os irmãos que precisam de ajuda contra os ape-los da carne, que tropeçam diante das tentações da vida. Paulo re-comenda que os mais espirituais trabalhem na restauração dos mais fracos na fé. O apóstolo recomen-da, também, que eles sustentem aqueles que ministram a Palavra, como retribuição pela orientação espiritual que recebem e visando a disponibilidade e possibilidade des-se ministério. (Gl 6.1-6).

Antes de concluir o último capí-tulo, esta carta registra que aque-le que planta, colhe. E orienta que todos plantem o bem e não se cansem de praticá-lo. Porque vale a pena fazer o bem, por mais que não pareça. Enquanto alguns se or-gulham de seus esforços humanos, que nos orgulhemos no que Cristo fez por nós. E que nossas marcas sejam resultado do nosso sofrimen-to por Aquele que morreu por nós! (vv. 7-18). Assim, o apóstolo conclui sua carta, recomendando a vida no Espírito, de modo que cada um viva da melhor forma possível, não para conquistar a salvação, mas por ser dirigido pela vida de Deus, manifes-ta em Cristo Jesus, que passa a vi-ver através de seus seguidores.

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3 – EM CRISTO, PODEMOS VENCER AS FRAQUEZAS HUMANAS...

Temos inclinações para satisfa-zer os nossos mais secretos desejos. E esses desejos estão centralizados em nosso egoísmo. No entanto, não vivemos sozinhos. Vivemos em so-ciedade! Uma pessoa entregue aos seus interesses particulares é uma pessoa derrotada por si mesma. É por causa do egoísmo que prejudi-camos o ambiente, a família, a so-ciedade, a saúde, os relacionamen-tos e a comunhão com Deus.

A Bíblia apela para a nossa von-tade que, às vezes, vai se opor aos nossos desejos. Os desejos nos arrastam para o bem-estar, para o conforto, para o prazer. Geralmen-te, estão em torno do curto prazo. A vontade é um combustível para enfrentar o desprazer e atravessar o desconforto em favor do cresci-mento, da maturidade, do desen-volvimento, seja no âmbito pessoal, profissional, espiritual ou em qual-quer outra esfera que requeira in-vestimento e esforço.

O desejo nos assemelha aos animais, os quais procuram satis-fazer os apetites imediatos, irracio-nalmente. A vontade, pelo contrá-rio, é fruto de reflexão. O que é bom para mim? O que não é? O que eu ganho ao me entregar a esse dese-jo? O que eu perco ao renunciá-lo? Quem é escravizado por qualquer prática pecaminosa, está se des-

truindo. Porque o escravo não se domina, mas é subjugado por suas próprias fraquezas.

Que as escolhas geram con-sequências, ninguém discute! Por isso, precisamos escolher o que queremos que influencie nossos pensamentos, nossos sentimentos e nossas ações. Isso exige discipli-na! Não basta a mera esperança: “Um dia vacilarei menos!”, como se tudo acabasse num passe de má-gica. Não basta apenas desejar ser um crente melhor. É preciso ter uma vontade forte, dizer “NÃO!” ao peca-do, buscar o Pai com toda a alma, dispor-se a fazer o que a Bíblia manda e rejeitar o que for contrário, para que, então, experimentemos o governo de Deus sobre nós. As-sim, experimentaremos a realidade que Deus quer implantar na vida de cada um de nós.

Esse texto defende o pecado? De modo algum! Entretanto, ele ataca a hipocrisia dos que erram e responsabilizam os outros, em vez de se consertarem! Esse discurso não se propõe a atacar, de manei-ra nenhuma, a autoestima de nin-guém. Pelo contrário, precisamos nos amar, apesar de sermos como somos! Até porque, ainda assim, somos amados por Deus! A inten-ção desse texto é alertar o leitor para a realidade do pecado, que tão de perto nos assedia (Hb 12.1), advertindo a todos, para que seja-mos prudentes na condução das nossas próprias vidas e compas-sivos diante da queda dos outros,

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olhando “com simpatia, os erros de um irmão”, e ajudando com bran-da compaixão, como orienta o hino 381, do Cantor Cristão!

Quando recebemos Jesus como nosso Salvador (Jo 1.12), fomos batizados por Ele (Jo 1.33) em um só Espírito, no seu corpo – a Igreja (1Co 12.13). Quando isso aconte-ceu, recebemos o dom do Espírito (At 2.38), que é o próprio Espírito Santo em nós, como presente de Deus – a vida de Deus!

Todos os que bebemos desse Espírito, recebemos a marca da promessa: Deus em nós como mar-ca de propriedade (Ef 1.13), garan-tia de vitória (Ef 1.14) e de poder espiritual (At 1.8). Para a expansão do Reino, alcançando o mundo (Mt 28.19,20) e edificando a Igreja, através dos dons distribuídos pelo Espírito Santo (1Co 12.4-7), que realiza a obra de Deus através de nós e nos capacita para o ministério do jeito que Ele quer (1Co 12.11).

De acordo com os textos apre-sentados, se você já recebeu o Es-pírito no ato da conversão – por Je-sus, você tem o Espírito de Deus e a vida de Deus reside em você! Sen-do morada do Espírito, você pode desenvolver os dons espirituais que o Espírito distribuiu para que você tenha uma vida cristã produtiva!

CONCLUSÃO

Que a partir de hoje você tome a firme decisão de amar os não amá-veis, de se alegrar em Deus (que

pode guardar, em plena paz, seu coração e sua mente), de ser pa-ciente na tribulação, de fazer coisas boas com boas motivações, de ser confiável e confiante, manso e con-trolado. Vamos cuidar de gente e agradar a Deus, porque vale a pena ajudar os outros. E nem sempre po-deremos semear. Vamos cuidar de gente e agradar a Deus, ajudando uns aos outros e sendo bênçãos para outros.

Vai ser fácil? Não! Então, vá à luta!

PARA PENSAR E AGIRDeus QUER o melhor para mim

e para você. O que você QUER para a sua vida? Não perguntei o que você deseja, mas o que você QUER para a sua vida? Já definiu o que QUER?

Qual o próximo pequeno passo para o Espírito dominar mais uma área da sua vida?

Depender de Deus para frutificar significa não fazer nada para produ-zir frutos?

Leitu

ra Di

ária

Segunda: Gálatas 5.1-26

Terça: Gálatas 6.1-18

Quarta: João 1: 9-13; 29-34

Quinta: Efésios 1.13,14

Sexta: Mateus 28.18-20

Sábado: Hebreus 12.1,2

Domingo: Atos 1.3-11

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Ano 15 - n° 59 - Outubro / Novembro / Dezembro - 2018

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