uma palavra sincera aos não-convertidos, por richard baxter

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Page 1: Uma Palavra Sincera Aos Não-Convertidos, por Richard Baxter
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UMA PALAVRA SINCERA

AOS NÃO-CONVERTIDOS

RICHARD BAXTER

Page 3: Uma Palavra Sincera Aos Não-Convertidos, por Richard Baxter

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Traduzido do original em Inglês

A Call to the Unconverted, to Turn and Live

By Richard Baxter

A presente tradução consiste somente no Prefácio da obra supracitada,

que é composta por este Prefácio e mais 4 Sermões baseados em Ezequiel 33:11.

Via: CCEL.org

(Christian Classics Ethereal Library)

Tradução por Camila Almeida

Revisão e Capa por William Teixeira

1ª Edição: Março de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão

de Christian Classics Ethereal Library, sob a licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-

NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Uma Palavra Sincera Aos Não-Convertidos Por Richard Baxter

Para todas as pessoas não santificadas que lerão este livro; especialmente para os meus

ouvintes em Borough e Paróquia de Kiderminster.

Homens e irmãos,

O Deus eterno, que fez vocês para a vida eterna, e os redimiu por meio de Seu único Filho,

quando vocês perderam isto e a si mesmos, estando consciente de vocês em vosso pecado

e miséria, tanto compôs o Evangelho, e o selou por Seu Espírito, e ordenou a seus ministros

prega-lo ao mundo, para que o perdão seja livremente oferecido a vocês, e o Céu sendo

posto diante de vocês, Ele pode chama-los para fora de seus prazeres carnais, e de seguir

após o mundo enganador, e familiariza-los com a vida para a qual vocês foram criados e

redimidos, antes que vocês estejam mortos e fora de remediação.

Ele enviou a vocês não profetas ou apóstolos, que receberam a sua mensagem por imedia-

ta revelação; mas ainda assim Ele vos chamou por Seus ministros comuns, que são comis-

sionados por Ele a pregar o mesmo Evangelho o qual Cristo e Seus apóstolos pregaram,

primeiramente. O Senhor vê como vocês se esqueceram dEle e o vosso fim último, e quão

leve vocês consideram as coisas eternas, como homens que não compreendem o que tem

que fazer ou padecer. Ele vê quão vigorosos vocês são em pecar, e quão alarmantemente

sem temor, e quão descuidados de suas almas, e como as obras de infidelidade estão em

suas vidas, enquanto a crença dos Cristãos está em suas bocas.

Ele vê o dia terrível à mão, quando seus sofrimentos começarão e vocês deverão lamentar

tudo isso com clamores infrutíferos em tormento e desespero; e, então, a lembrança de sua

insensatez rasgará seus corações, se a verdadeira conversão não impedir isto agora. Em

compaixão de suas miseráveis almas pecaminosas, o Senhor, que melhor conhece o seu

caso do que vocês possam conhecê-lo, tem feito disto o nosso dever, falar com vocês em

Seu nome (2 Coríntios 5:19) e falar claramente do seu pecado e miséria, e qual será o seu

fim, e como é triste a mudança que vocês verão em breve, se assim ainda continuarem um

pouco mais [...].

Ele vê e se compadece de vocês, enquanto vocês estão afogados em cuidados e prazeres

mundanos, e ansiosamente seguindo brinquedos infantis, e desperdiçando esse curto e

precioso tempo por uma coisa sem valor, no qual vocês deveriam preparar-se para uma vi-

da eterna; e, portanto, ele altamente nos ordenou a chamá-los, e dizer-lhes como vocês

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perdem os seus labores, e estão quase a perder as suas almas, e falar-lhes que maiores e

melhores coisas vocês podem seguramente ter, se ouvirem o Seu chamado (Isaías 55: 1-

3). Nós cremos e obedecemos à voz de Deus; e viemos a vocês com a Sua mensagem,

que nos responsabiliza a pregar, e ser urgentes com vocês em tempo e fora de tempo, e

para que ergamos a nossa voz como uma trombeta, e mostremos a vocês as suas trans-

gressões e seus pecados (Isaías 58:1-2; 2 Timóteo 4: 1-2). Mas, ai! Para a tristeza de nos-

sas almas e sua própria ruína, vocês cerram os seus ouvidos, vocês endurecem as suas

cervizes, vocês endurecem os seus corações, e nos enviam de volta a Deus com gemidos,

para contar a Ele que nós entregamos a Sua mensagem, mas não conseguimos fazer ne-

nhum bem a vocês, nem mal conseguimos uma audiência sóbria. Oh! Que nossos olhos

fossem uma fonte de lágrimas, para que nós pudéssemos lamentar a nossa ignorância,

pessoas descuidadas, que têm a Cristo diante deles, e perdão, e vida, e o Céu, e que, no

entanto, não possuem corações para conhecer o Seu valor! Que podem ter a Cristo, e gra-

ça, e glória, bem como os outros, se não fosse por sua voluntariosa negligência e desprezo!

Oh, que o Senhor enchesse os nossos corações com mais compaixão por estas almas

miseráveis, para que pudéssemos nos lançar mesmo aos seus pés, e segui-los até as suas

casas, e falar-lhes com as nossas lágrimas amargas: Pois, por muito tempo temos pregado

a muitos deles em vão; nós estudamos com clareza para fazê-los entender, e muitos deles

não nos entenderão; nós estudamos sério, esquadrinhando as palavras, para fazê-los sen-

tir, mas eles não sentirão. Se os maiores assuntos funcionassem com eles, nós os desperta-

ríamos; se as coisas mais doces funcionassem, nós os atrairíamos e ganharíamos os seus

corações; se as coisas mais terríveis dessem certo, nós no mínimo os atemorizaríamos

com a sua impiedade; se verdade e certeza aproveitassem para eles, nós os convenceria-

mos logo; se o Deus que os criou, e Cristo que os comprou, fossem ouvidos, o caso seria

logo alterado com eles; se a Escritura fosse ouvida, nós em breve prevaleceríamos; se a

razão, mesmo a melhor e mais forte razão, pudesse ser ouvida, nós, sem dúvida, rapida-

mente os convenceríamos; se a experiência pudesse ser ouvida, mesmo a sua própria

experiência, e a experiência de todo o mundo, a questão poderia ser corrigida; sim, se a

consciência dentro deles pudesse ser ouvida, o caso seria melhor com eles do que é. Mas,

se nada pode ser ouvido, o que então faremos por eles? Se o terrível Deus do Céu é despre-

zado, quem, então, será considerado?

Se o inestimável amor e sangue de um Redentor são considerados sem valor, o que então

será valorizado? Se o Céu não tem nenhuma glória desejável para eles, e os júbilos eternos

não têm nenhum valor, se eles podem zombar do Inferno, e dançar próximo ao abismo sem

fundo, e brincar com o fogo consumidor, e isto quando Deus e o homem os alertam sobre

isto, o que faremos por tais almas como essas?

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Mais uma vez, em nome do Deus do Céu, eu anunciarei a mensagem a vocês, a qual Ele

tem ordenado a nós, e a deixarei nestas linhas permanentes para convertê-los ou para con-

dená-los; para mudá-los, ou para erguerem-se em julgamento contra vocês, e para que se-

jam uma testemunha para as suas faces, que uma vez vocês tiveram um sério chamado a

converterem-se. Ouçam, todos vocês que são escravos do mundo, e servos da carne e de

Satanás! Que desperdiçam os seus dias em buscar prosperidade na terra, e mergulham as

suas consciências em bebedices, e glutonaria, e preguiça, e esportes tolos, e conhecem o

seu pecado, e ainda assim pecam, como se desafiassem a Deus, e O provocassem a fazer

o Seu pior e não poupar! Ouçam, todos vocês que não se importam com Deus, e não têm

o coração nas coisas santas, e não sentem nenhum prazer na Palavra ou no culto ao Se-

nhor, ou em pensamentos ou menção da vida eterna, que são descuidados de suas almas

imortais, e nunca despendem uma hora em investigar em que condição elas estão, se

santificadas ou não santificadas, e se vocês estão preparados para se apresentarem diante

do Senhor! Ouçam, todos vocês, que por pecarem à luz, têm banqueteado a vós mesmos

em infidelidade, e não creem na Palavra de Deus. Aqueles que têm ouvidos para ouvir que

ouçam, deixem-no ouvir o gracioso e, ainda assim, terrível chamado de Deus! Enquanto

Seus olhos estão completamente sobre vocês. Seus pecados estão registrados, e vocês

certamente os ouvirão novamente.

Deus mantém o livro agora, e Ele escreverá tudo isto sobre as suas consciências com seus

terrores, e então vocês também devem guarda-lo; ó pecadores, que vocês soubessem ape-

nas o que estão fazendo! E a Quem vocês estão ofendendo todo este tempo! O sol em si

mesmo é trevas diante daquela Majestade, a qual vocês diariamente abusam e provocam

descuidadamente. Os anjos pecadores não foram capazes de permanecer diante dEle, mas

foram lançados a baixo para serem atormentados com os demônios. E ousam estes vermes

tolos como vocês a despreocupadamente ofender, e colocarem-se a si mesmos contra o

seu Criador! Oh, que vocês apenas soubessem um pouco em que condição esta miserável

alma está, que tem envolvido o Deus vivo contra ela! As palavras de Sua boca, que te fize-

ram, podem te desfazer; a carranca de Sua face cortará a ti e lançará a ti na completa escu-

ridão. Quão ansiosos estão os demônios para estarem contigo, que têm tentado a ti, e ape-

nas esperam pela palavra de Deus para tomar-te e usar-te como deles próprios! E então,

em um momento, tu estarás no Inferno. Se Deus é contra ti, todas as coisas são contra ti:

este mundo é apenas a tua prisão, para tudo o que tu tanto amas; tu estás apenas preso

nele para o dia da ira [Jó 21:30]. O Juiz está vindo, tua alma mesmo está indo. Ainda em

pouco tempo, e teus amigos dirão de ti: “Ele está morto”; e tu verás as coisas que tu agora

desprezas, e sentirás aquilo em que agora tu não queres crer.

A morte trará um tal argumento que tu não poderás responder, um argumento que deve

refutar efetivamente teus sofismas contra as palavras e caminhos de Deus, e todos os teus

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autoconceitos caducos. E então, quão breve tua mente será mudada? Então, seja um incré-

dulo, se tu puderes; permaneça, assim, com todas as tuas palavras anteriores, as quais tu

eras acostumado a proferir contra a vida santa e celestial. Torne boa esta causa diante de

Deus, que tu estavas acostumado a alegar contra os teus mestres, e contra o povo que

temia a Deus. Então, permaneça com tuas velhas opiniões e desdenhosos pensamentos

sobre a diligência dos santos; prepare agora as tuas mais fortes razões, e fique de pé, en-

tão, diante do Juiz, e pleiteie como um homem por tua vida carnal, mundana e ímpia. Mas,

saiba que terás Alguém com quem pleitear, que não estará inseguro por ti; nem é tão facil-

mente dissuadido como nós, teus companheiros, criaturas.

Ó pobre alma! Não há nada além de um fino véu de carne entre ti e aquela terrível visão,

que rapidamente te silenciará, e converterá o teu tom, e te fará de outro ânimo! Tão logo a

morte retire esta cortina, verás primeiro, o que rapidamente te deixará sem palavras. E quão

brevemente aquele dia e hora chegarão! Quando tu tiveres apenas mais algumas poucas

horas alegres, e apenas mais um pouco mais dos agradáveis jogos e bocados, e um pouco

mais das honras e riquezas do mundo, a tua porção será desperdiçada, e os teus prazeres

findados, e tudo então se vai do que tu estabeleceste sobre teu coração; de tudo pelo que

tu vendeste teu Salvador e salvação, não é deixado, senão o severo e pesado acerto de

contas. Como um ladrão, que se assenta alegremente em uma cervejaria, gastando o di-

nheiro que ele havia roubado, enquanto os homens cavalgam apressados para prendê-lo,

assim é com vocês. Enquanto vocês estão mergulhados em cuidados ou prazeres carnais,

e alegrando-se em sua própria vergonha, a morte está chegando apressada para apoderar-

se de você, e levar as suas almas para um lugar e estado que agora vocês bem pouco co-

nhecem ou cogitam. Suponham, quando vocês estão apegados e ocupados em seu peca-

do, que um mensageiro estivesse vindo de Londres para prendê-los e tirar-lhes a vida; em-

bora vocês não o vissem, mas se soubessem que ele estava chegando, isso estragaria a

sua alegria, e vocês estariam pensando na pressa dele, e obedecendo, atentando para

quando ele batesse em sua porta.

Oh, que vocês pudessem apenas ver com que pressa a morte vem, que, ainda assim, ela

ainda não ultrapassou vocês! Ninguém nomeia tão rápido! Nenhum mensageiro é mais

certo! Tão certo quanto o sol estará com vocês na parte da manhã, embora ele tenha muitos

milhares e uma centena de milhares de milhas para percorrer à noite, desta forma, tão cer-

tamente, a morte estará rapidamente com vocês; e, então, onde está o seu esporte e lazer?

Então, vocês brincarão e enfrentarão ela? Então, vocês zombarão daqueles que lhes avisa-

rão? Assim, é melhor ser um santo crente ou um mundano sensual? “E o que tens prepara-

do, para quem será” todas as coisas que tens ajuntado? (Lucas 12:19-21). Vocês não ob-

servam que os dias e as semanas rapidamente se foram, e as noites e manhãs vêm em rit-

mo acelerado, e rapidamente sucedem um ao outro? Vocês dormem, mas “a sua perdição

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não dormita”, vocês tardam, mas “não será tardia a sentença” (2 Pedro 2:3-5); a qual está

reservada para “os injustos para o dia do juízo” (2 Pedro 2:8-9). Oh, que vocês fossem

sábios para entender isso, e que atentassem para o seu fim (Deuteronômio 32:29). “Aquele

que tem ouvidos para ouvir, ouça o chamado de Deus neste dia de sua salvação”.

Ó pecadores descuidados! Que vocês apenas conhecessem o amor que vocês negligen-

ciam, e a preciosidade do sangue de Cristo que vocês desprezam! Oh, que vocês apenas

conhecessem as riquezas do Evangelho! Oh, que vocês apenas conhecessem um pouco

da segurança, glória e bem-aventurança daquela vida eterna, na qual vocês não querem

agora colocar o vosso coração, nem são persuadidos, a primeiro e diligentemente busca-

rem (Hebreus 11: 6 e Mateus 6:12). Se vocês ao menos conhecessem a vida eterna com

Deus, que vocês agora negligenciam, quão rapidamente vocês renunciariam a vosso peca-

do, quão brevemente vocês mudariam de mente e vida, curso e companhia; e converteriam

os fluxos de suas afeições, e definiriam os seus cuidados de outra maneira! Quão resoluta-

mente vocês desdenhariam entregar-se a tais tentações que agora vos enganam e vos

carregam para longe! Quão zelosamente vocês apressariam a si mesmos para aquela vida

mui bem-aventurada! Quão sinceramente vocês estariam com Deus em oração! Quão

diligentes no ouvir, e aprender, e investigar!

Quão sérios em meditar sobre as leis de Deus! (Salmos 1:2). Quão temerosos de pecar em

pensamento, palavra ou ação; e quão cuidadosos para agradar a Deus e crescer em santi-

dade! Oh, que pessoas transformadas vocês seriam! E por que a segura Palavra de Deus

não seria crida e prevaleceria com vocês, a qual revela para vocês estas coisas gloriosas

e eternas? Sim, permitam-me dizer-lhes que, mesmo aqui na terra, vocês pouco sabem a

diferença entre a vida que vocês recusam, e a vida que vocês escolheriam. O santificado

está conversando com Deus, quando vocês mal ousam pensar nEle, e enquanto vocês

estão conversando apenas com terra e carne. A conversação deles está no Céu, enquanto

vocês são completamente estranhos a isso, e o seu ventre é o seu deus, e vocês estão

cuidando de coisas terrenas (Filipenses 3:18-20).

Eles estão buscando a face de Deus, enquanto vocês não buscam por nada maior do que

esse mundo. Eles estão ocupados em alcançar uma vida sem fim, onde eles serão iguais

aos anjos (Lucas 20:36). Enquanto vocês estão ocupados com uma sombra e com uma

coisa transitória de nada. Quão longa e vil é a sua vida terrenal, carnal, pecaminosa em

comparação à vida nobre, espiritual dos verdadeiros crentes!? Muitas vezes eu tenho olha-

do para tais homens com dor e piedade, ao vê-los marchar sobre o mundo, e desperdiçar

as suas vidas, cuidados e trabalho por nada, senão um pouco de alimento e vestuário, ou

um pouco de riqueza murcha, ou prazeres carnais, ou honras vazias como se eles não

tivessem nenhuma coisa mais elevada em mente. Qual é a diferença entre a vida desses

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homens e dos animais, que perecem, que gastam seu tempo em trabalhar, comer e viver

apenas para que eles possam sobreviver?

Eles não provam os prazeres celestiais interiores que os crentes provam e vivem. Eu prefiro

ter um pouco de seu conforto, que as antecipações de sua herança celestial concedem a

eles, embora eu tivesse, com isso, todos os seus desprezos e sofrimentos, do que ter todos

os prazeres e tesouros da prosperidade. Eu não gostaria de ter uma de suas dores secre-

tas e sofrimentos de consciência, e sombrios e terríveis pensamentos sobre a morte e vida

vindoura, por tudo o que o mundo já fez por vocês, e por tudo o que vocês podem razoavel-

mente esperar que ele vos faça. Se eu estivesse em um estado carnal não convertido, e

soubesse apenas o que eu sei agora, e acreditasse apenas no que eu creio agora, minha

vida seria uma antecipação do Inferno. Quantas vezes eu estaria pensando nos terrores do

Senhor daquele Dia sombrio que está se apressando! Certamente que a morte e o Inferno

ainda estariam diante de mim. Eu pensaria neles de dia, e sonharia com eles à noite; eu

me deitaria com temor, e levantaria com medo, e viveria com receio de que a morte viesse

antes que eu fosse convertido. Eu teria pouca felicidade em qualquer coisa que eu pos-

suísse, e pouco prazer em qualquer companhia, e pequena alegria em qualquer coisa no

mundo, desde que eu soubesse que eu estava sob a maldição e ira de Deus.

Eu ainda estaria com medo de ouvir aquela voz: “Louco! esta noite te pedirão a tua alma”

(Lucas 12:20). E essa temerosa sentença estaria escrita sobre a minha consciência: “Não

há paz para os ímpios, diz o meu Deus” (Isaías 48:22 e 57:21). Oh, miseráveis pecadores!

Esta é uma vida mais jubilosa do que esta em que vocês podem viver, se vocês verda-

deiramente apenas desejassem ouvir a Cristo, e voltar para casa, para Deus. Vocês se

aproximariam de Deus com ousadia, e chamá-lO-iam de vosso Pai, e confortavelmente

confiariam a Ele as suas almas e corpos. Se vocês olhassem para as promessas, diriam:

elas são minhas; se olhassem para as maldições, diriam: destas eu estou livre! Quando

vocês lessem a Lei, veriam que vocês estão salvos! Quando lessem o Evangelho, veriam

Aquele que lhes redimiu, e veriam o curso de Seu amor, Sua vida santa, e sofrimentos, e

O observariam em Suas tentações, lágrimas e sangue, na obra de vossa salvação.

Vocês veriam a morte vencida, e o céu aberto, e vossa ressurreição e glorificação providen-

ciadas na ressurreição e glorificação de seu Senhor. Se vocês olhassem para os santos,

poderiam dizer: “Eles são meus irmãos e companheiros”. Se [olhassem] para os não santi-

ficados, vocês se regozijariam em pensar que foram salvos daquela condição. Se olhassem

acima, para os céus, o sol, a lua e inumeráveis estrelas pensariam e diriam: “A face de meu

Pai é mais gloriosa; é de substância mais elevada o que Ele tem preparado para os Seus

santos; acolá é apenas a corte exterior do Céu; a bem-aventurança que Ele prometeu é tão

mais elevada que carne e sangue não podem contempla-la”. Se vocês pensassem na se-

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pultura, lembrariam do Espírito glorificado, da Cabeça viva e de um amorável Pai, todos em

tão próxima relação com o vosso pó, que isso não pode ser esquecido ou negligenciado,

porém, mais certamente ressuscitarão do que as plantas e flores na primavera, porque a

alma, que permanece viva, é a raiz do corpo; e Cristo vive, que é a raiz de ambos. Mesmo

a morte, que é o rei dos temores, poderia ser lembrada e entretida com júbilo, como sendo

o dia de vossa libertação dos restos do pecado e tristeza, e o dia em que vocês creram, e

esperaram e anelaram, quando verão as coisas benditas que ouvirão, e serão encontrados,

por experiência de presente júbilo, o que fora escolhido como a melhor porção, e você seria

um crente sincero e santo. O que vocês dizem, senhores? Esta não é uma vida mais delei-

tosa, estar seguro da salvação e pronto para morrer, em vez de viver como os ímpios, que

têm os seus corações sobrecarregados com glutonaria, embriaguez e com as preocupa-

ções da vida, e assim, aquele dia venha sobre eles de surpresa? (Lucas 21: 34, 36).

Vocês poderiam não viver uma vida confortável, se uma vez fossem feitos os herdeiros do

Céu, e seguros de que eram salvos quando partissem do mundo? Oh, olhem para vocês,

então, e pensem no que vocês fazem, e não lancem fora tais esperanças como essas pelo

próprio nada. A carne e o mundo não podem vos dar tais esperanças e consolos. E, além

de toda a miséria que vocês trazem sobre si mesmos, vocês são os perturbadores de outras

pessoas, desde que vocês não são convertidos. Vocês atribulam os magistrados ao gover-

nar vocês por suas leis; vocês atribulam os ministros por resistirem à luz e orientação que

eles vos oferecem.

O vosso pecado e miséria são a maior dor e dificuldade para eles no mundo. Vocês atribu-

lam a comunidade, e atraem os juízos de Deus sobre si. São vocês que mais perturbam a

santa paz e a ordem das igrejas, e impedem nossa união e reforma, e são a vergonha e o

transtorno das igrejas aonde se introduzem, e dos lugares onde vocês estão. Ah! Senhor,

quão severo e triste caso é este, que até mesmo na Inglaterra, onde o Evangelho abunda

acima de qualquer outra nação do mundo, onde o ensino é tão claro e comum, e toda a

ajuda que podemos desejar está disponível; quando a espada tem nos traspassado, e o

julgamento se alastrado como um fogo pela Terra; quando os livramentos nos têm aliviado,

e tantas admiráveis misericórdias nos têm sido concedidas por Deus, pelo Evangelho e

uma vida santa; que após tudo isso, nossas cidades, vilas e países se infestaram com multi-

dões de homens não santificados e abundantes em tanta sensualidade por todos os luga-

res, para nossa tristeza, nós vemos!

Alguém poderia pensar que, depois de toda essa luz, e toda essa experiência, e todos estes

julgamentos e misericórdias de Deus, o povo desta nação seria reunido, como um só ho-

mem, para voltar para o Senhor, e se achegariam ao seu piedoso mestre, e lamentariam

por todos os seus pecados anteriores, e pediriam a ele que se unisse a eles em humilhação

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pública, para confessá-los abertamente e pedir perdão por eles ao Senhor, e anelariam por

Sua instrução para o tempo vindouro, e estariam felizes por serem governados pelo espírito

interior e pelos ministros de Cristo, de acordo com a Palavra de Deus. Alguém poderia pen-

sar que após tal razão e evidência escriturística, e depois de todos esses meios e misericór-

dias, não restaria uma pessoa ímpia entre nós, nenhum mundano, nem bêbado, nem um

inimigo da reforma, nem um inimigo da santidade a ser encontrado em todas as nossas ci-

dades ou países. Se nem todos nós concordamos em relação a algumas cerimônias ou for-

mas de governo, alguém poderia pensar que, antes disso, nós deveríamos todos concordar

em viver uma vida santa e celestial, em obediência a Deus, e aos ministros, e em amor e

paz uns com os outros.

Mas, infelizmente! Quão longe o nosso povo está deste curso! A maioria deles, na maioria

dos lugares, coloca os seus corações nas coisas terrenais, e não buscam “primeiro o reino

de Deus e a sua justiça”, mas olham para a santidade como coisa desnecessária. Suas fa-

mílias estão sem oração, ou então, umas poucas palavras impiedosas, sem vida devem

servir, em vez de orações diárias calorosas, ferventes [ou talvez, apenas no dia do Senhor,

à noite]; os seus filhos não são ensinados no conhecimento de Cristo, e no Pacto da Graça,

nem criados na doutrina do Senhor, embora eles firmemente prometem tudo isso no batis-

mo deles.

Eles não instruem seus servos nas questões da salvação, mas desde que o seu trabalho

seja feito, eles não se importam. Há mais discursos injuriosos em suas famílias do que pala-

vras graciosas que tendem à edificação. Quão poucas são as famílias que temem ao Se-

nhor, e investigam em Sua palavra e ministros como eles deveriam viver, e o que eles deve-

riam fazer, que estão dispostas a serem ensinadas e governadas, e que sinceramente bus-

cam pela vida eternal! E aqueles poucos que Deus fez tão feliz são comumente o provérbio

de seus vizinhos; quando vemos que alguns vivem em bebedeiras, outros em orgulho e

mundanismo e a maioria deles têm pouco cuidado com a sua salvação, embora a causa

seja flagrante e supere toda a controvérsia, ainda assim, eles dificilmente são convencidos

de sua miséria, e mui dificilmente recuperam-se e reformam-se, mas quando fizemos tudo

o que fomos capazes para salvá-los de seus pecados, deixamos a maioria deles como os

encontramos.

E se, de acordo com a lei de Deus, nós os expulsamos da comunhão da igreja, quando eles

obstinadamente rejeitaram todas as nossas advertências, eles se enfurecem contra nós,

como se fôssemos seus inimigos, e seus corações são cheios de malícia contra nós, e eles

mais cedo estabelecem-se contra o Senhor e contra Sua lei, igreja e ministros do que contra

seus pecados mortais. Este é o triste caso da Inglaterra: Temos magistrados que apoiam

os caminhos da piedade, e uma feliz oportunidade pela unidade e reforma está diante de

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nós, e ministros fiéis anelam por ver a correta ordem da igreja e das ordenanças de Deus;

mas o poder do pecado de nosso povo frustra quase tudo. Em quase nenhum lugar um mi-

nistro fiel pode estabelecer a inquestionável disciplina de Cristo, ou retirar os pecadores im-

penitentes mais escandalosos da comunhão da igreja e da participação dos sacramentos,

sem que a maioria do povo os xinguem e os injuriem; como se essas almas ignorantes e

descuidadas fossem mais sábias do que seus mestres ou do que o próprio Deus.

E assim, no dia da nossa visitação, quando Deus nos conclama a reformar a Sua igreja,

embora os magistrados e os ministros fiéis pareçam dispostos, ainda há a multidão de

pessoas indispostas, e tanto cegaram a si mesmos e endureceram o seu coração, que

mesmo nestes dias de luz e graça eles são os inimigos obstinados da luz e da graça, e não

querem ser levados pelos apelos de Deus a ver a sua loucura e conhecer o que é para seu

bem. Oh, que o povo da Inglaterra “conhecesse também, ao menos neste teu dia, o que à

tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos” (Lucas 19:42).

Oh almas miseráveis e insensatas! (Gálatas 3:1). Quem vos fascinou a mente em tal insen-

satez, e seus corações para tal mortandade, para que vocês sejam tão inimigos mortais de

si mesmos, e prossigam tão obstinadamente para a condenação, de forma que nem a

Palavra de Deus, nem as convicções dos homens, podem mudar as suas mentes, ou deter

as suas mãos, ou parar vocês, até que sejam remediados! Bem, pecadores! Esta vida não

durará para sempre; nem esta paciência ainda esperará por vocês. Não pensem que vocês

abusarão do vosso Criador e Redentor, servirão aos Seus inimigos, rebaixarão as suas

almas, atribularão o mundo, errarão na igreja, reprovarão o piedoso, injuriarão os seus mes-

tres, dificultarão a reforma e tudo isso sem custo. Vocês ainda não sabem o que isso deve

custar-lhes, mas vocês logo saberão, quando o justo Deus os tomará pela mão, Quem lida-

rá convosco de maneira diferente do que os magistrados mais severos ou os pastores mais

diretos o fizeram, a menos que vocês impeçam os tormentos eternos por uma sonora con-

versão e uma rápida obediência ao chamado de Deus. “Aquele que tem ouvidos para ouvir,

ouça”, enquanto a misericórdia tem uma voz para chamar.

Uma objeção que eu encontro ser a mais comum na boca dos ímpios, especialmente nos

últimos anos é esta: eles dizem, “Não podemos fazer nada sem Deus, não podemos ter

graça se Deus não nos der, e, se Ele quiser, seremos rapidamente convertidos; se Ele não

nos predestinou, e não quiser nos converter, como podemos converter a nós mesmos e ser

salvos; não depende de quem quer ou de quem corre”. E assim eles pensam que estão

desculpados. Eu respondi a isso anteriormente, e neste livro, mas permitam-me agora dizer

isto:

1. Embora vocês não possam curar-se, vocês podem ferir e envenenar a si mesmos. É

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Deus que deve santificar os vossos corações; mas quem os corrompe? Vocês deliberada-

mente tomarão veneno, porque você não podem curar a si mesmos? Parece-me que vocês

deveriam desistir disso. Vocês tomariam mais cuidado de pecar, se vocês não pudessem

emendar o que o pecado estraga.

2. Embora vocês não possam ser convertidos sem a graça especial de Deus, ainda assim

vocês devem saber que Deus dá a Sua graça no uso dos Seus santos meios, que Ele

determinou para esse fim; e a graça comum pode permitir-lhes abandonar o vosso pecado

grosseiro (quanto ao ato externo) e utilizar esses meios. Vocês podem realmente dizer que

vocês fazem o que são capazes de fazer? Vocês não são capazes de deixar de ir à porta

da cervejaria, ou abandonar a companhia que lhes endurece em pecado? Vocês não são

capazes de ouvir a Palavra, e pensar no que ouviram quando chegarem em casa, e consi-

derarem consigo mesmos sobre a vossa própria condição e sobre as coisas eternas? Vocês

não são capazes de ler bons livros no dia a dia, pelo menos no Dia do Senhor, e de conver-

sar com aqueles que temem ao Senhor? Vocês não podem dizer que têm feito o que são

capazes.

3. E, portanto, vocês devem saber que podem perder a graça e a ajuda de Deus pelo seu

pecado intencional ou negligência, embora vocês não possam, sem a graça, converterem-

se a Deus. Se vocês não quiserem fazer o que podem, é justo que Deus negue a graça a

vocês, pela qual vocês poderiam fazer mais.

4. E, por decretos de Deus, vocês devem saber que eles não separam os meios dos fins,

mas os amarram unindo-os. Deus nunca decretou salvar alguém, senão o santificado, nem

condenar ninguém, exceto o não santificado. Deus tão verdadeiramente decretou se a vos-

sa terra, neste ano, será estéril ou frutífera, e exatamente por quanto tempo vocês viverão

no mundo, como Ele decretou se vocês serão salvos ou não, e ainda assim, vocês poderiam

pensar de um homem, senão que fosse tolo, se deixasse de arar e semear, e dissesse: “Se

Deus decretou que a minha terra dará milho, ela dará, se eu arar e semear ou não. Se Deus

já decretou que eu viverei, eu viverei, se eu comer ou não; mas se Ele não o fez, não é

comer que me manterá vivo”.

Vocês sabem como responder a tal homem, ou não? Se vocês souberem, então vocês

sabem como responder a si mesmos; pois o caso é semelhante com respeito ao decretos

de Deus, é tão decisivo sobre os vossos corpos quanto às vossas almas; se vocês soube-

rem, façam conclusões sobre os seus corpos, antes que se aventurem a tenta-las sobre as

vossas almas; vejam primeiramente se Deus manterá vocês vivos sem comida ou roupa, e

se Ele vai conceder-lhes milho sem preparo e labor, e se Ele os levará ao final do vossa

jornada sem esforço ou transporte; e, se vocês se saírem bem nisto, então experimentem

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se Ele vos levará para o Céu sem o vosso uso diligente dos meios, então sentem-se e

digam: “nós não podemos santificar a nós mesmos”.

Bem, senhores, eu farei apenas três solicitações a vocês, e concluo. Em primeiro lugar, que

vocês lerão seriamente este pequeno tratado; (e, se vocês têm tal necessidade em suas

famílias, que vocês o leiam uma e outra vez para eles; e se aqueles que temem ao Senhor

puderem ir agora, e depois, ao seu vizinho ignorante, e ler este ou algum outro livro para

eles sobre este assunto, eles podem ser meios de ganhar almas). Se não conseguimos es-

timular os homens a tão pequeno esforço, pela sua própria salvação, como ler tais peque-

nas instruções como estas, eles fazem pouco por si mesmos e querem, mui justamente,

perecer.

Em segundo lugar, quando vocês lerem este livro, eu vos suplico que estejam sozinhos, e

reflitam um pouco sobre o que já leram; reflitam, como que diante de Deus, se este é ou

não verdade, e se não toca intimamente as suas almas, e se não teve tempo de tocar vocês.

E também, vos peço, que vocês estejam sobre os seus joelhos clamando ao Senhor que

abra os seus olhos para que compreendam a verdade, e converta os seus corações ao

amor de Deus, e implorem a Ele por toda aquela graça salvífica que vocês por tanto tempo

negligenciaram, e sigam-no dia após dia até que os seus corações sejam transformados.

E, além disso, que vocês possam ir até os seus pastores (que estão estabelecidos sobre

vocês, para cuidar da saúde e segurança de suas almas, como o médico faz por seus cor-

pos), e desejem deles um direcionamento para que curso devam se direcionar, e familiari-

zem-se com eles sobre a vossa condição espiritual, para que vocês obtenham benefícios

de seus conselhos e auxílio ministerial. Ou, se vocês não tiverem um pastor fiel perto de

casa, façam uso de algum outro, por tão grande necessidade.

Em terceiro lugar, quando por meio da leitura, consideração, oração e conselho ministerial

vocês estiverem uma vez familiarizados com seu pecado e miséria, com o seu dever e re-

médio, não adiem, mas imediatamente abandonem as vossas companhias e trajetórias pe-

caminosas, convertam-se a Deus e obedeçam ao Seu chamado. Como vocês amam as

suas almas, cuidem para que não prossigam contra tão sonoro chamado de Deus, e contra

o seu próprio conhecimento e consciências, para que não ocorra pior com vocês no Dia do

Juízo do que com Sodoma e Gomorra. Investiguem sobre Deus, como um homem que está

disposto a conhecer a verdade e não a seja um trapaceiro intencional de sua alma. Exami-

nem a Santa Escritura diariamente, e vejam se estas coisas são assim ou não; julguem im-

parcialmente se é mais seguro confiar no Céu ou terra, e se é melhor seguir a Deus ou ao

homem, o espírito ou a carne, se é melhor viver em santidade ou em pecado e se é seguro

para vocês permanecerem mais um dia em um estado não santificado; e quando vocês

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encontrarem o que é melhor, resolvam consistentemente, e façam a sua escolha sem mais

delongas.

Se vocês serão fiéis às suas próprias almas, e não amam os tormentos eternos, peço-lhes,

como da parte do Senhor, que vocês apenas tomem este aviso razoável. Oh, que felizes

cidades e países, e que nação feliz nós teríamos, se pudéssemos apenas convencer os

nossos vizinhos a concordarem com uma movimentação tão necessária! Que homens ale-

gres todos os ministros seriam, se eles pudessem ver o seu povo verdadeiramente celestial

e santo; isto seria a unidade, paz, segurança e a glória de as nossas igrejas; a felicidade

de nossos vizinhos e o consolo de nossas almas. Assim, quão confortavelmente pregaría-

mos perdão e paz para vocês, e ministraríamos os sacramentos, que são os selos de paz

para vocês! E com que amor e alegria viveríamos em vosso meio! No vosso leito de morte,

quão corajosamente poderíamos consolar e encorajar as vossas almas que partem! E no

vosso enterro, quão confortavelmente poderíamos deixá-los na sepultura, na expectativa

de encontrar às vossas almas no Céu, e ver os seus corpos elevados àquela glória!

Mas, se a maioria de vocês ainda continuar em uma vida descuidada, ignorante, carnal,

mundana e impura, e todos os nossos desejos e labores não puderem, então, prevalecer

de forma a guarda-vos da condenação intencional de vocês mesmos; nós devemos, assim,

imitar o Senhor, que Se deleita naqueles poucos que são joias, e no pequeno rebanho que

receberá o reino, enquanto a maioria colherá a miséria que semeou. Na natureza, as coisas

excelentes são poucas. O mundo não tem muitos sóis ou luas; é apenas um pouco de terra

que é ouro ou prata. Príncipes e nobres são apenas uma pequena parte dos filhos dos

homens; e não há grande número de eruditos, judiciosos ou sábios aqui no mundo. E,

portanto, se a porta é estreita e mui apertada são apenas poucos os que encontram a sal-

vação, ainda assim, Deus terá a Sua glória e prazer nestes poucos. E quando Cristo vier

com Seus poderosos anjos em labaredas de fogo, tomar vingança daqueles que não co-

nhecem a Deus, e não obedecem ao Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, Sua vinda

será glorificada em Seus santos e admirada por todos os verdadeiros crentes (2 Tessalo-

nicenses 1:7-10)

[...]

Leitor, eu terminei contigo, (quando tiveres percorrido este livro), mas o pecado ainda não

finalizou contigo, (mesmo aqueles que tu pensavas que haviam sido esquecidos há muito

tempo), e Satanás ainda não finalizou contigo, (embora agora ele esteja fora de vista) e

Deus ainda não concluiu contigo, porque tu não estás persuadido a ir até o fim com o pe-

cado mortal reinado sobre você. Eu escrevi a ti estas persuasões como alguém que está

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entrando em outro mundo, onde as coisas são vistas como falei aqui, e como alguém que

sabe que tu mesmo brevemente deves estar ali.

Se alguma vez tu quiseres me encontrar com consolo diante do Senhor que nos fez; se

alguma vez tu quiseres escapar das finais pragas eternas preparadas para os negligencia-

dores da salvação, e para todos aqueles não são santificados pelo Espírito Santo, e se tu

amarás a comunhão dos santos, como membros da santa Igreja católica; e se alguma vez

tu esperas ver o rosto de Cristo, o Juiz, e da majestade do Pai, com paz e conforto, e ser

recebido na glória, quando partires nu deste mundo; peço-te, eu te ordeno: ouça e obedeça

o chamado de Deus, e resolutamente, converta-te para que possas viver. Mas, se tu não

quiseres, mesmo quando tu não tenhas razão para isso, mas apenas porque tu não queres,

eu te invoco a responder por isso diante do Senhor, e exijo de ti que carregues o meu teste-

munho que te dei aviso, e que não foste condenado por falta de um chamado para con-

verter-se e viver, mas porque não acreditou nisso e nem o obedeceu; o que também deve

ser o testemunho de

Teu sério admoestador,

11 de dezembro de 1657, Richard Baxter.

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use estas palavras para trazer muitos

Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

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Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.