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Garanr a aprovação do piso salarial nacional dos Radialistas Revista da Por que reivindicar o dia 21 de setembro página 11 Prestação de contas política e financeira páginas 31 a 39 Radialista: Profissão de risco página 13 Ano I - Nº 1 - Novembro/2012 - Distribuição nacional gratuita

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Garantir a aprovação do piso salarial nacional dos Radialistas

Revista da

Por que reivindicar o dia 21 de setembro

página 11

Prestação de contas política e financeira

páginas 31 a 39

Radialista: Profissão de risco

página 13

Ano I - Nº 1 - Novembro/2012 - Distribuição nacional gratuita

Coordenador: José Antônio Jesus da Silva (São Paulo)

Vice-Coordenador: Miguell Walther Costa (Rio de Janeiro)

Secretário Geral: José Marcos de Souza (São Paulo)

Tesoureiro: Antônio Edisson Peres “Caverna” (Rio Grande do Sul)

Secretário de Política Sindical e Organização: Antônio Fernando Cabral Ferreira (Sergipe)

Secretário de Registro Profissional: José Alves do Nascimento Filho (Piauí)

Secretário de Formação: Ricardo Córdoba Ortiz (Mato Grosso do Sul)

Secretário de Imprensa e Divulgação: Manoel Vicente dos Santos (Mato Grosso)

Secretário de Políticas Sociais: Jailson Gomes de Oliveira (Rio Grande do Norte)

Secretário de Relações Internacionais: Eurípedes Correa Conceição (Goiás)

Secretário de Saúde e Segurança no Trabalho: Valdeci Rodrigues Moraes (São Paulo)

Secretária de Política da Mulher: Celene Rodrigues Lemos (Distrito Federal)

Secretário de Política Institucional: Marco Antonio da Cruz Gomes (Rio de Janeiro)

SuPlenTeS:1º: Valter Albano (SE)

2º: Paulo Roberto Moreira (RJ) 3º: Lúcio Rodrigues Maciel (MS)

4º: Paulo Mesquita (RR)5º: José Loureiro (SP)

6º: José dos Santos Freitas (MA)7º: Éder Carlos Lourenço (SP)

8º: Antônio Mendonça de Lima (SP)

COnSelHO FISCAl

TITulAReS: José Eduardo Figueiredo (RR); João dos Reis (SP); Elto Luiz Basei (RS);

SuPlenTeS: 1º - William Leal (SE); 2º - Galdino Ferreira Campos Neto (RN); 3º - Josemar Emílio Silva Pinheiro (MA)

DIRETORIA

eXPeDIenTe

ReVISTA DA FITeRT é uma publicação da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão.

SEDE: Rua Conselheiro Ramalho, 992/988 - Bela Vista - CEP: 01325-000 - São Paulo – SP - Fone/Fax: (11) 3284-9215. ES-

CRITÓRIO/DF: SCS QD 06, Edifício Presidente – CEP: 70927-900 – Brasília – DF – Fone: (61) 3963-1065.

www.fitert.org.br • Twitter: @fitert • Facebook: federacaodosradialistas.fitert

PRODUÇÃO EDITORIAL: Traço Livre Comunicação e Produção. EQUIPE: Luciana Araújo (jornalista responsável - MTb 39.715/SP),

Leon Cunha (projeto editorial – MTb 50.649/SP), Vinícius Souza (editoração) e Tulio Bucchioni (estagiário de Jornalismo).

FOTO DA CAPA: Marcos Santos/USP Imagens.

IMPRESSÃO: BANGRAF. TIRAGEM: 20.000 exemplares.

2 - Revista da FITERT

neSTA eDIçãO

4 Vitórias nas campanhas salariais reforçam importância da unificação

8 Piso salarial nacional é prioridade

10 21 de setembro: o verdadeiro Dia do Radialista!

12 Assassinatos de radialistas crescem no país

17 Garantir formação, requalificação e rigor na emissão de registros

22 Avanços da organização dos radialistas no país

28 Seminário aprofunda debate e propõe ações antissexistas

30 Sindicalização fortalece a luta nacional da categoria

31 FITeRT se consolida como a voz dos radialistas brasileiros

38 Prestação de contas do exercício financeiro de 2011

40 Governo segue enrolando sobre regulação da mídia

EDITORIAl

Preparar um 2013 de muitas lutas e conquistas

Com muito orgulho, entregamos a você esta segun-da edição da Revista da FITERT produzida nesta ges-tão. Este número traz os principais temas de interesse da categoria e um apanhado das ações realizadas pe-la diretoria colegiada como parte da tarefa de repre-sentação dos radialistas de todo o Brasil. Nas ruas, no Congresso Nacional, nos eventos de debate da socie-dade civil em defesa da democratização da comunica-ção, nos fóruns públicos, enfim, onde há espaço para lutar em defesa dos radialistas a FITERT se fez presen-te no último ano.

E queremos compartilhar com você nossa atuação e nossas opiniões para fortalecer a mobilização em defesa do piso salarial nacional para a categoria, por medidas efetivas de fiscalização dos cursos e da emissão do re-gistro profissional, por políticas públicas de requalifi-cação para os profissionais em radiofusão e televisão, e em defesa da vida dos radialistas, que vêm se tornando alvos daqueles que não suportam o exercício coerente e responsável do papel fiscalizador dos comunicadores.

Tudo isso se faz com organização, por isso a FI-TERT dedicou parte importante do esforço da dire-toria a colaborar com os sindicatos filiados para que a campanha de sindicalização iniciada neste ano fosse bem sucedida.

Some-se você também a essa caminhada para ga-rantir respeito e valorização à nossa profissão.

FITeRT: 22 anos de lutas em defesa dos trabalhadores de rádio e televisão

Diretoria colegiada

Revista da FITERT - 3

A luta nos estados

Primeira campanha salarial a ser encerrada neste ano, em 14 de fevereiro, garantiu aos cerca de mil radialistas alagoanos 8% de reajuste salarial e a manutenção das cláusulas do acordo anterior, a partir da data-base (1º de março). Foi necessária a intermediação da Superintendência Regional do Trabalho para fechar o acordo.

O sindicato, recém-criado, aguarda regularização junto ao Ministério do Trabalho, mas, de acordo com o presidente, Roberto Barros, já está atuando “na busca pelo piso nacional unificado, tal como é a linha política nacional da FITERT. Só estamos aguardando saírem os documentos do Ministério do Trabalho para regularizar o sindicato”.

O sindicato baiano (Sinterp-BA) encerrou as negociações da campanha salarial em abril, e garantiu um reajuste de 6% (aumento real médio de 1%). O piso salarial da capital ficou em R$ 1.082,00 e R$ 670,00 no interior - exceto Juazeiro, onde o piso ficou em R$ 826,70. Para as funções não regulamentadas o valor mínimo ficou em R$ 631,00. O quinquênio passou a valer R$ 63,41 na capital e R$ 33,43 no interior.

AlAGOAS

AMAZONAS

BAHIA

A campanha foi encerrada com vitória, após a categoria entrar em estado de greve. Os radialistas capixabas também realizaram manifestações para denunciar à população as reais condições de trabalho e salário da categoria (desvios de função, sobrecarga de trabalho, assédio moral). A luta garantiu conquistas salariais e resgatou a dignidade dos radialistas.

ESPÍRITO SANTO

Vitórias nas campanhas salariaisreforçam importância de unificação

VAlORIZAçãO PROfISSIONAl

Conquistas obtidas pela categoria nos estados que já encerraram campanha salarial demonstram força da organização dos trabalhadores * Proposta da fITERT de unificar data-base e campanhas salariais nacionalmente visa potencializar essa força

4 - Revista da FITERT

Ato da campanha na Bahia.

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BAArquivo Sintert-ES

Ato da campanha em Vitória.

istockphoto.com

A campanha organizada pelo Sindicato dos Radialistas do Maranhão (Sinrad) ainda não acabou. “Aumentamos de R$1.546,13 para R$1.700,74 o salário dos profissionais de produção, e de R$1.162,29 para R$1.278,51 o dos técnicos. Já terminamos a negociação em mais de 50% das empresas”, afirma José Santos, diretor do sindicato.O Sindicato dos Radialistas de Imperatriz (Sindijori) iniciou no mês de agosto a campanha salarial 2012/2013. Na TV Mirante (do grupo Sarney e afiliada da Rede Globo), os trabalhadores reivindicam 16% de reajuste e vale alimentação de R$ 350,00.

No Mato Grosso, as negociações ainda estão em andamento e, de acordo com Jolinei da Cruz, diretor do Sindicato dos Radialistas do Estado, a previsão de encerramento das negociações é para este mês. Já foi conquistado um reajuste de 15% em três empresas, mais 8% de aumento no piso salarial. Os radialistas do Grupo Roberto Dorner (retransmissora do SBT em Cuiabá) conquistaram 18,6% de reajuste - em negociação histórica, pois nunca no Estado se havia negociado nesse patamar, e que beneficiou os trabalhadores da TV Cidade de Sinop, TV Rondon de Cuiabá e TV Rondon de Rondonópolis.

Convenção coletiva fechada com o sindicato das empresas de publicidade (unificado no Estado) assegurou reajuste de 5,5%. As negociações com as empresas de rádio e TV ainda estão em curso, pois não existe sindicato patronal.

Ganho de 5% representou 0,03% de aumento real, enquanto o piso da categoria obteve 8% de aumento. A campanha foi encerrada em junho deste ano e a queda de braço com os patrões foi parar no Ministério do Trabalho.

Nas produtoras, os trabalhadores têm conquistado junto com o sindicato acordos com reajuste de 10% mais seguro de vida e abono. Segue a luta para aprovar a convenção coletiva de rádio e TV, que pela primeira vez é estadualizada e atinge a maior parte da categoria. A patronal de rádio e TV segue intransigente em aceitar apenas a reposição inflacionária pelo INPC (menos de 5%) e o sindicato já discute com a categoria a possibilidade de ajuizar dissídio coletivo para assegurar o pagamento dos adicionais legais relativos às horas extras, adicional noturno à razão de 50%, auxílio creche, seguro de vida e participação nos lucros, entre outras reivindicações.

MARANHãO

MATO GROSSO

MATO GROSSO DO SUl

MINAS GERAIS

PARÁ

A campanha está em curso (a data-base desses estados, organizados pelo Sindicom, é 1º de outubro). A categoria luta por aumento real e para manter conquistas como o fim da divisão de jornada da área técnica operacional e a determinação expressa na convenção coletiva de que as empresas são obrigadas a contratar exclusivamente profissionais com o devido registro profissional.

GOIÁS e TOCANTINS

O Estado ainda está em campanha salarial, e os radialistas pernambucanos reivindicam a reposição da inflação mais aumento real de 5%, reajuste do valor do auxílio creche de acordo com a inflação e piso salarial de R$ 1.150,00 reais (nível 1). A campanha é unificada com gráficos e jornalistas.

PERNAMBUCO

Luciana Araújo e Túlio Bucchioni

Apesar de muitos sindicatos ainda estarem em plena campanha salarial, até o fechamento desta edição já eram muitos os avanços conquistados pela categoria em todo o Brasil. Este ano também foi possível organizar os sindicatos do Amazonas e do Amapá, que passaram a ser os mais novos estados filiados à FITERT.

O diretor do sindicato amazonense, Roberto Bar-ros, afirmou à Revista que “antes tinha muita coisa errada, então como estamos em fase de regulamen-tação do sindicato, abordamos o básico em nossa pauta”.

No Amapá, logo após a fundação do sindicato, no dia 18 de junho, a diretoria iniciou a campanha de filiação, um levantamento das principais violações promovidas pelas empresas e a preparação de um dossiê de denúncias ao Ministério Público do Traba-lho. De acordo com José Maria, presidente do sindi-cato, a demanda por sindicalização é muito grande no Estado.

No Mato Grosso a conquista de 18,6% de reajus-te para os radialistas do SBT local (Grupo Roberto Dorner) e 15% de aumento em outras três empresas garantiu aos radialistas matogrossenses os maiores índices obtidos em todo o país. Seguidos por Impe-ratriz, no interior do Maranhão, onde os reajustes já fechados ficaram em 11%, 10% e 9%, de acordo com as faixas salariais.

Os resultados mostram a importância da resolução aprovada no 9º Congresso Nacional dos Radialistas, realizado em novembro do ano passado em Aracaju (SE), que colocou entre as tarefas da FITERT nesta gestão buscar junto com os sindicatos a unificação das campanhas salariais em nível nacional. “Os patrões são conglomerados nacionais altamente organizados e é fundamental que os radialistas se unam para arrancar vitórias ainda maiores para toda a categoria”, ressalta o coordenador da Federação, José Antônio Jesus da Silva (o Zé Antônio).

Revista da FITERT - 5

istockphoto.com

Para além dos aumentos de salá-rio, muitas novidades se tornam no-vos parâmetros de reivindicação na luta da categoria. No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte, deman-das relacionadas à segurança do tra-balhador foram obtidas. De acordo com Miguell Walther, presidente do sindicato fluminense e vice-coorde-nador da FITERT, a categoria incor-porou à pauta de reivindicações a co-brança de pagamento do adicional de periculosidade para a realização de atividades que exponham os profis-sionais a riscos de morte. “Foi uma decisão de assembleia, para todos os profissionais que têm que fazer maté-rias ou novela em área de risco”, diz Miguell. No ano passado, a catego-ria enfrentou o assassinato do ope-rador de câmera de unidade portá-til externa Gelson Domingos (então

funcionário da Bandeirantes e da TV Brasil), atingido por uma bala de fu-zil enquanto cobria ação policial em uma favela carioca. Os patrões, no entanto, se recusam a aceitar o adi-cional.

No Rio Grande do Norte, a cate-goria conquistou na negociação com os patrões a instalação de grades de segurança em veículos operacionais e o uso de equipamentos de segu-rança individuais, entre eles o cole-te à prova de balas para os profissio-nais que trabalham em áreas de risco. No mesmo Estado, os trabalhadores que exercem funções administrativas passaram a ter direito a um piso aci-ma do salário mínimo nacional (o pi-so do Nível I). Essa mudança gerou um reajuste de até 30% na remunera-ção desses profissionais.

Em Sergipe, os trabalhadores da

área administrativa também ganha-ram espaço na pauta de reivindica-ções. O sindicato do Estado reivin-dica um piso para esses profissionais, com valor inicial de 800 reais, e – mais importante – o reconhecimento pela patronal de que eles são parte da categoria. “O reconhecimento desses profissionais é uma cláusula de que não abrimos mão”, diz Fernando Ca-bral, diretor do sindicato sergipano.

Os radialistas de Imperatriz tam-bém incluíram na pauta a reivindica-ção de estúdios com ventilação apro-priada e a concessão de uniformes para os radialistas. “Nosso sindicato representa radialistas e jornalistas, no caso dos repórteres pautamos a necessidade de vestimentas novas e adequadas que sejam providenciadas pela empresa”, afirma Josué Aquino, diretor do sindicato.

Novas conquistas nas convenções

Com data-base em maio, os trabalhadores em rádio e TV no Piauí obtiveram neste ano importantes avanços na negociação das cláusulas sociais e 8% de reajuste. O combate ao exercício ilegal da profissão também é parte da pauta da categoria, que conquistou determinação expressa nos acordos coletivos firmados com as empresas (não há sindicato patronal no Estado) de que só serão contratados radialistas devidamente registrados no MTE.

PIAUÍ

A campanha ainda estava em curso quando fechamos esta edição. Um ano após o assassinato do radialista Gelson Domingos (operador de câmera de UPE da TV Bandeirantes e da TV Brasil e ex-dirigente do sindicato morto durante a cobertura de uma ação policial em uma favela carioca no dia 6 de novembro de 2011), as empresas fluminenses ainda se recusavam a aceitar até mesmo estabelecer na convenção coletiva o pagamento de adicional de insalubridade. Passadas seis reuniões de negociação, o sindicato havia apresentado contraproposta, mas as empresas ainda não tinham respondido.

RIO DE JANEIRO

A campanha também ainda estava em curso quando fechamos esta edição, mas o sindicato informou que já tinham sido fechados os acordos coletivos na TV Roraima(afiliada à Rede Globo), TV Universitaria (afiliada à EBC) e na IURD (emissora da Igreja Universal). Em Roraima não há sindicato patronal e as negociações são feitas por empresa.

RORAIMA

Direitos sociais, segurança no trabalho e melhores condições de trabalho: exemplos a nacionalizar

6 - Revista da FITERT

Rodada de negociação no Rio de Janeiro.

Arquivo do sindicato

Após realizar 11 assembleias em todas as regionais, a direção do Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul entregou a pauta de reivindicações ao sindicato patronal em 10 de outubro (a data base é 1º de novembro). O presidente do sindicato, Elto Basei, e os diretores Silvonei Benfica e Pedro Lauro Cidário participaram de todas as assembleias e destacam a importância das visitas às regionais neste primeiro ano de mandato para fortalecer a organização da categoria.

RIO GRANDE DO SUl

Atualmente em processo de dissídio coletivo, aberto em junho deste ano, o Sindicato dos Radialistas de São Paulo acaba de receber uma proposta de aumento de 5,5% do sindicato patronal em uma mediação coordenada pelo Ministério Público do Trabalho. A orientação do sindicato é para que as empresas concedam o reajuste de 5,5% a título de antecipação até que o Tribunal Regional do Trabalho decida sobre o percentual de reajuste a ser concedido (já que o TRT terá que partir desse percentual para arbitrar o ganho a ser assegurado à categoria).

SãO PAUlO

Negociações ainda em andamento. Depois de muito enrolar, a patronal ofereceu 7% de reajuste e nenhum ganho social. As categorias de radialistas e jornalistas (que no Estado realizam campanhas salariais unificadas há cinco anos) rejeitaram e propuseram 8% de reajuste, piso administrativo no valor de R$ 750 para os radialistas e a garantia de definição da escala mensal antecipada de folgas para os jornalistas. Os trabalhadores apresentaram ainda uma proposta alternativa de que os 7% conferidos agora sejam retroativos a maio e a patronal assegure mais 2% de aumento real em janeiro. O sindicato patronal ainda não respondeu e os trabalhadores têm realizado atos e panfletagens denunciando a intransigência dos patrões.

SERGIPE

A campanha no Estado começou em junho e ainda não foi encerrada, mas os acordos coletivos fechados garantiram a inclusão de demandas relacionadas com a segurança dos trabalhadores, fim do banco de horas e respeito aos radialistas em funções não regulamentadas – que foram incluídos no nível salarial I das funções regulamentadas. Devido à ausência de um sindicato patronal, as negociações são feitas por empresa. Nas cinco empresas que fecharam o acordo coletivo, o reajuste salarial ficou da seguinte forma: Rádio Sertaneja FM – 10% (Nível I e II) e 54,9% (Nível III); Rádio Caicó AM – 15% para todos os níveis; Fundação Santana (Rádio Rural AM, Rádio Rural FM e Rádio Rural de Parelhas) – 7,6% para todos os níveis. Foram incluídos nos acordos coletivos também a garantia da instalação de grade de segurança nos veículos operacionais, separando os equipamentos dos trabalhadores, e o uso de coletes à prova de balas.

RIO GRANDE DO NORTE

Revista da FITERT - 7

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Arquivo do sindicatoAr

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oLindivaldo Oliveira

Assembleia no Rio Grande do Norte.

Assembleia no Rio Grande do Sul.

Em sentido horário, atividades da campanha na Record/SP, Grupo Bandeirantes e Rede TV!

Ato em frente ao “Jornal do Dia”, em Aracaju.

Piso salarial nacional é prioridade

Projeto de lei reforça luta histórica da categoria para resgatar o salário mínimo nacional dos radialistas, que deixou de ser aplicado em 1948.

VAlORIZAçãO PROfISSIONAl

Luciana Araújo

A luta por um piso salarial unifi-cado dos profissionais de radiodifu-são é histórica. Vem desde quando o governo central deixou de atualizar as tabelas do Decreto 7.984/1945. O texto legal previa que as tabelas sa-lariais estipuladas de acordo com as funções e cargas horárias da profis-são deveriam vigorar por três anos e poderiam ser renovadas por igual pe-ríodo. No entanto, as tabelas não fo-ram atualizadas e o decreto, embora não tenha sido revogado, perdeu sua efetividade.

Passados mais de sessenta anos de desrespeito à legislação que estabele-ceu o piso salarial nacional, a FITERT retomou a luta pela determinação le-

gal de um valor mínimo a ser retri-buído ao trabalho desenvolvido pe-los profissionais do setor. Após muito diálogo com parlamentares, o depu-tado federal André Moura (PSC/SE) apresentou o projeto de lei 3982/2012, em maio deste ano. A propositura re-gulamenta o piso nacional dos radia-listas em R$ 2.488,00 para a jornada semanal de 30 horas, com atualização anual baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O PL tramita em regime conclu-sivo pelas comissões da Câmara dos Deputados. Ou seja, não precisará ser votado no plenário da casa legis-lativa. Essa forma de andamento pos-sibilita acelerar a aprovação da pro-posta, que ainda terá que passar pelo Senado.

Articulação para barrar retomada do piso já começou

Quando fechávamos essa edi-ção da Revista da FITERT, o proje-to aguardava análise da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara (CTASP) e havia recebido apenas uma emenda.

Apresentada pelo deputado Dar-císio Perondi (PMDB/RS), a emenda ao PL 3982/2012 na verdade é uma tentativa de derrubar o piso nacio-nal. A proposta mantém a realidade atual, remetendo a discussão do pa-tamar salarial aos acordos e conven-ções coletivas. O parlamentar argu-menta que apresentou a emenda para proteger as empresas “de diferentes portes e natureza, disseminadas pe-

8 - Revista da FITERT

Luís Carlos Torres/Photo.com

los mais distantes pontos e rincões do território nacional”. O que o deputa-do Perondi não explica é que a maior parte do mercado de radiodifusão é dominada por grandes conglomera-dos nacionais e com cada vez maior participação de holdings estrangei-ros (Organizações Globo, Record, Grupo Bandeirantes, SBT e suas sub-sidiárias).

Além disso, Perondi sequer con-sultou a categoria ou sua entidade representativa nacional (a FITERT). A Revista da FITERT tentou entre-

vistar o deputado e encaminhou por três vezes as perguntas sobre os moti-vos da apresentação da emenda, mas Perondi e sua assessoria não retorna-ram os contatos.

Pela aprovação imediata do Pl 3982/12

A FITERT organiza uma campa-nha nacional pela aprovação do pro-jeto, que vai no sentido da reivindica-ção da categoria de um piso referen-ciado no salário mínimo do DIEESE.

Toda a categoria está chamada a in-tensificar a pressão sobre os parla-mentares para garantir a aprovação do projeto que regulamenta o piso nacional. É importante que os radia-listas divulguem a proposta, enviem emails aos deputados de seu estado, pautem o assunto nos veículos de co-municação alternativos. Além disso, a diretoria da Federação tem percor-rido os gabinetes e dialogado com as lideranças de bancadas com o objeti-vo de comprometer os partidos com o voto a favor do projeto.

ENTREVISTA

É hora de pressionar e cobrar, afirma deputadoA Revista da fITERT entrevistou o deputado André Moura (PSC/SE) para falar sobre a tramitação do Pl 3982/2012. leia abaixo a entrevista.

Por que o senhor decidiu apresentar o Pl 3982/2012?

André Moura - A falta de uma legislação que fixe o piso nacional dos radialistas faz com que a categoria seja desprivile-giada com as disparidades dos pisos salariais propostos pelo patronato. Em regiões do Brasil com poder aquisitivo mais bai-xo e com a mesma necessidade e direito à informação transmi-tida pelos radialistas, os salários chegam próximos ou até menos que um salário mínimo.

E como o senhor avalia a emenda proposta pelo depu-tado Darcísio Perondi (PMDB/RS), que se contrapõe ao estabelecimento do piso e remete a discussão novamente para as negociações coletivas?

Respeito a posição do deputado Darcísio Perondi,

mas entendo que a emenda de-le é um retrocesso, uma vez que as negociações entre sindicados e veículos não funciona, pois a vontade acatada é a dos veícu-los e acredito que meu PL va-loriza os radialistas em âmbito nacional, estabelecendo um pa-râmetro e assim acabando com as desigualdades.

Como o senhor avalia as pos-sibilidade de tramitação do projeto, e o que a categoria pode fazer para favorecer a aprovação da propositura?

Eu avalio como muito boa, pois tivemos um grande acolhi-mento dos demais parlamenta-

res, demonstrando consciência com a categoria. Em relação aos profissionais, é hora de pressionar, cobrar, fazendo debates com participação de deputados do Estado para dar mais visibilidade ao projeto de lei.

Revista da FITERT - 9

Leonardo Prado/Agência Câmara

Luciana Araújo e Túlio Bucchioni

Em 21 de setembro de 1945, o então presidente Getúlio Vargas as-sinava o Decreto-Lei nº 7.984, esta-belecendo um piso salarial nacional para os profissionais de radiodifu-são, caracterizando e regulamentan-do funções exclusivas da categoria e, de acordo com cada função, definin-do a carga horária a ser seguida. Es-sas e mais outras disposições presen-tes no decreto foram suficientes pa-ra tornar, dali em diante, o dia 21 de setembro a data de comemoração do Dia do Radialista.

A Revista da FITERT conversou

com o radialista sergipano aposenta-do José Eugênio de Jesus (foto). Aos 94 anos, 65 de atuação na categoria, o senhor José Eugênio mantém a voz firme que o levou a ser convidado em 1947 para narrar o primeiro jogo de futebol de sua história profissional como locutor esportivo. “Eu fui tudo no rádio. Fui repórter, comentarista, fui tudo. Na época não havia comen-tarista oficial em nenhuma das nos-sas emissoras. Era tudo muito livre, o rádio não era como é hoje. Isso tinha seu lado bom, mas também permitia que tivesse muita gente ruim atuan-do na profissão. As pessoas diziam coisas absurdas, em matéria de pro-

núncia, concordância, etc. Quando o rádio se tornou algo mais sério mui-ta gente ficou para trás”, lembra. Ele trabalhou em diversos veículos no Estado de Sergipe até julho de 2011, e ainda hoje é convidado a comentar partidas. “Acho que não vale a pena não, porque sendo o radialista mais antigo de Sergipe, a responsabilidade é muito grande”, diz.

Sobre a importância da regula-mentação da profissão, “seu” José Eugênio é taxativo. “Nós necessitá-vamos muito disso. Embora com o passar do tempo não tenha corres-pondido às expectativas de todos. Nós sempre lutamos por um piso

21 de setembro: o verdadeiro Dia do Radialista! Como parte da luta por reconhecimento profissional, a fITERT segue reivindicando a data em que funções da categoria e o piso salarial nacional foram garantidos em lei pela primeira vez.

VAlORIZAçãO PROfISSIONAl

LEON TEM ORIGINAL DESSAS DUAS IMAGENS, A FRASE “JUNTOS SO-MOS FORTES PODE SER DELETADA”

10 - Revista da FITERT

melhor, a fim de conseguir uma apo-sentadoria melhor. É uma luta mui-to grande, que eu conheço de perto porque já participei inclusive de gre-ves. É uma luta constante e não po-de deixar de ser, porque se os em-presários reconhecessem a seriedade e a série de obrigações que o radia-lista tem, de fazer sempre um traba-lho que corresponda às expectativas e atenda às necessidades da socieda-de, seria muito bom. Mas a cada ano, quando começa a campanha salarial,

as emissoras vêm sempre com aquela conversa que estão no vermelho, mas nunca nenhuma fecha. Pelo contrá-rio, cada dia tem mais uma”.

O 7 de novembro e a categoria

Em julho de 2006, o então presi-dente Lula sancionou uma lei pro-posta pelo deputado federal Sandes Júnior (PP-GO) incluindo no calen-dário oficial do país o 7 de novembro como o Dia do Radialista. Na data, em 1903, nascera no Rio de Janeiro o compositor e radialista Ary Barroso.

A FITERT reconhece a contribui-ção de Ary para o rádio e para a mú-sica brasileira. Entretanto, a forma como a lei foi aprovada, sem consul-ta alguma à categoria e às suas enti-dades representativas, revela os tra-ços autoritários e antidemocráticos com que medidas em torno da pauta da comunicação são aprovadas pelos parlamentares e pelo Estado brasilei-ro. E a Federação tem obrigação de se posicionar ao lado de todos os tra-balhadores da radiodifusão no Brasil, preservando a história das suas lutas.

O 21 de setembro marca uma con-quista histórica da categoria e, por is-so, para a FITERT este será sempre o Dia do Radialista.

Luciano Maluly, professor de radiojornalismo na Escola de Comunica-ção e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), destaca que setembro é o mês mais importante pa-ra os profissionais de radiodifusão e os motivos não são poucos. “Em 7 de setembro de 1922 aconteceu a primeira irradiação [oficial] de rádio, dia 18 de setembro é o dia da TV, data de sua inauguração em 1950, dia 25 de setembro é o aniversário de Roquet-te Pinto. Por isso em setembro são feitas tantas atividades e debates”, afirma.

No entanto, acima de datas e come-morações, Maluly chama atenção para a concentração dos meios de comunicação no Brasil. “Todas as datas são importantes, o que devemos lembrar sempre é a necessi-dade da democratização das comunicações no Brasil. O nosso grande problema é o mo-nopólio que ainda temos hoje em nosso país”.

Mês da radiodifusão

“Se os empresários reconhecessem a

seriedade e a série de obrigações que o radialista tem, de fazer sempre um trabalho que

corresponda às expectativas

e atenda às necessidades da sociedade,

seria muito bom. Mas a cada ano,

quando começa a campanha salarial, as emissoras vêm

sempre com aquela conversa que estão no vermelho, mas nunca nenhuma

fecha.”José Eugênio de

Jesus

Revista da FITERT - 11

O 21 de setembro marca uma conquista histórica da categoria e, por isso, para a FITERT este será

sempre oDia do Radialista

César de Oliveira

Luciana Araújo e Túlio Bucchioni

Na noite do último dia 4 de no-vembro o radialista Edmilson dos Cachinhos foi morto dentro do es-túdio da rádio Princesa FM, no mu-nicípio de Itabaiana, em Sergipe, en-quanto trabalhava. No momento do ataque, Edmilson estava sozinho na emissora, que não tinha sequer vigi-lância.

Na tarde de uma quinta-feira em julho deste ano, Valério Luiz de Oliveira, radialista esportivo da Rá-dio Jornal AM em Goiânia, estava em frente à sede da emissora quan-do dois motoqueiros dispararam se-te tiros contra ele, dos quais quatro o atingiram. Valério morreu no local. O radialista era conhecido por seus comentários polêmicos e pelo tom crítico no exercício da profissão.

Em janeiro deste ano, Laércio de Souza, profissional da Rádio Suces-so de Camaçari, na cidade de Simões Filho, região metropolitana de Salva-dor (BA), foi surpreendido por vários disparos de tiros contra ele enquan-to trabalhava em um terreno de sua propriedade. De acordo com depoi-mentos de testemunhas à mídia local, Laércio ainda teria tentado correr até a casa de um amigo. O radialista, no entanto, foi atingido por três tiros e morreu no local. Laércio seria can-didato a vereador este ano e desen-volvia um projeto social de combate ao uso de drogas. A polícia chegou

a confirmar à imprensa baiana que o profissional era vítima de ameaças constantes e que sua morte pode ter sido encomendada por traficantes da região que não desejavam a continui-dade do projeto.

Somente neste ano, sete radialis-tas foram assassinados em condições que despertaram suspeitas de vincu-lação do crime com o exercício pro-fissional desses comunicadores.

Crime sem castigo

O prolongamento das investiga-ções e, por fim, a impunidade são co-muns em assassinatos de profissio-

nais de comunicação no Brasil. Pesquisa feita pela organização

norteamericana Comitê para a Pro-teção dos Jornalistas (CPJ) aponta que 70% dos casos de assassinato en-tre 1992 e 2012 no Brasil permane-cem impunes. O resultado coloca o país no 11º lugar entre aqueles onde é maior a impunidade em crimes con-tra profissionais da imprensa. Segun-do a mesma pesquisa, a maior parte das vítimas são profissionais que de-nunciaram casos de corrupção.

No caso dos radialistas, esse le-vantamento começou a ser feito pela FITERT na atual gestão. Mas somen-te neste ano já foram verificadas pe-

Assassinatos de radialistas crescem no país

VIOlêNCIA

Ao menos nove crimes nos quais há suspeitas e/ou indícios de retaliação ao exercício profissional continuam sem solução * fITERT quer federalização para garantir fim da impunidade

12 - Revista da FITERT

lo menos sete mortes com indícios de represália à atuação profissional das vítimas. O número é o dobro dos assassinatos ocorridos entre 2010 e 2011. Também vêm se tornando cada dia mais comuns as ameaças e agres-sões contra os profissionais da radio-difusão.

Para José Antônio Jesus da Silva, o Zé Antônio, coordenador da FI-TERT, uma combinação de fatores explica esses crimes. Em primeiro lugar, a impunidade e a morosidade da justiça. Em segundo, o envolvi-mento do poder político nos escân-dalos denunciados pelos radialistas e jornalistas em seu exercício profis-sional. “Os radialistas denunciam e autoridades que deveriam zelar pe-la liberdade de imprensa, para que o trabalhador possa cumprir o seu de-ver, fazem calar a boca dos profissio-nais de comunicação. A questão das drogas e a violência cotidiana tam-bém são fatores [que contribuem para ceifar a vida de profissionais] porque os trabalhadores da comu-nicação vão para a linha de frente e acabam pagando com suas vidas, pois o Estado e as empresas não ga-rantem as condições de segurança para o desempenho da atividade de comunicação”, afirma.

A vice-presidenta da Fenaj, Ma-ria José Braga, aponta ainda a falta de capacitação dos policiais para li-darem com manifestações ou greves e com a atividade da imprensa na cobertura desses conflitos sociais. “Como não são capacitados, têm atuações indevidas e querem impe-dir que estas atuações sejam regis-tradas pelos profissionais jornalis-tas. Ao agirem assim cometem outra impropriedade: a de tentar impedir o livre exercício do jornalismo, que é a garantia do direito da população à informação”, diz.

Concentração dos meiostambém é entrave à justiça

Para a diretoria da FITERT, a di-ficuldade dos sucessivos governos e legislaturas no Congresso Nacio-nal pós-ditadura de avançarem no combate a esses crimes também tem relação direta com a concentração dos meios de comunicação no Bra-sil. Por um motivo simples: além do controle de emissoras de rádio e te-levisão estar concentrado nas mãos de um punhado de proprietários, a maior parte deles são políticos (mui-tas vezes alvos das denúncias divul-gadas por radialistas e jornalistas). De acordo com Marco Ribeiro, re-presentante da FITERT no Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), o mapa dos donos dos meios de comunicação e dos parlamentares no Congresso Nacional mostra essa situação. “Se você pegar o mapa do congresso, dos deputados e senadores, e com-parar quem tem concessão de rá-dio e TV, vai ver que é praticamen-te igual. A grande maioria é dona de rádio e TV. Coincidem os donos de TV e quem tem mandato, portanto, esses parlamentares não vão fazer leis que os prejudiquem”, ressalta.

“O prolongamento das investigações

e, por fim, a impunidade

são comuns em assassinatos de profissionais de comunicação no

Brasil.”

Pela imediata federalização dos crimes contra os radialistas brasileiros!

A fITERT lançou uma campanha em defesa da federalização dos crimes contra radialistas. Com esse procedimento, quem assume as investiga-ções é o Ministério da Justiça e a Polícia federal. No atual modelo, a investigação fica a cargo das polícias nos estados. A proximidade com os po-deres locais muitas vezes leva a que os inquéritos se estendam indefinidamente.

Neste ano, a diretoria da federação começou a levantar junto às diretorias dos sindicatos e aos

veículos de mídia nos estados as informações so-bre o tema. “Em dezembro participaremos do en-contro da Uni-Mei (organização internacional de trabalhadores) e vamos denunciar essa situação junto à entidade”, afirma Zé Antônio. Os dados também serão entregues ao Ministério Público do Trabalho, ao Ministério Público federal, à Se-cretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, ao Ministério da Justiça e à Organiza-ção Internacional do Trabalho.

Revista da FITERT - 13

Exigimos justiça para nossas vítimasA Revista da fITERT fez um levantamento dos assassinatos de radialistas nos últimos dois anos. A reportagem conseguiu localizar pelo menos 10 mortes em condições que podem estar ligadas a vinganças contra denúncias feitas pelas vítimas. No único caso solucionado, inquérito confirmou retaliação à ação profissional de f. Gomes, que atuava no Rio Grande do Norte.

eDMIlSOn De JeSuS (eDMIlSOn DOS CACHInHOS) - Morto em 04/11/2012, em Itabaiana (SE), dentro do estúdio da rádio onde trabalhava. Um suspeito foi preso, mas as investigações ainda não tinham sido concluídas

quando fechamos esta edição. A possibilidade que o assassino teve de executar a ação dentro da empresa evidencia a falta de segurança a que estão expostos os profissionais da comunicação e o quanto está comprometido o exercício do direito humano à informação.

VAlÉRIO luIZ De OlIVeIRA - Alvejado por seis tiros disparados por um motoqueiro no dia 05/07/2012, em frente à rádio onde trabalhava, no município de Goiânia (GO). Reconhecido como um cronista esportivo polêmico, há informações de

que Valério já sofrera ameaças. A assessoria da Polícia Civil de Goiânia informou que, embora a motivação profissional do crime não tenha sido descartada, o inquérito estaria “sob segredo de justiça”.

FÁBIO JÚnIOR AMÂnCIO DuARTe (FÁBIO JR.) - Seu corpo foi encontrado no dia 13/06/2012, numa estrada vicinal a 5 quilômetros do município de Redenção (PA), dentro de um saco plástico e já em decomposição. Os documentos pessoais e de trabalho de Fábio estavam junto ao corpo, o que aponta para o afastamento da hipótese de latrocínio. Além disso, os pés e mãos do radialista estavam amarrados, o que é característica de crime de execução. O inquérito segue em aberto.

eDSOn SAnT’AnnA - Morto em decorrência de um infarto, no dia 26/05/2012, no município de Rondonópolis (MT), foi divulgada a informação de que Edson havia sido agredido poucas horas antes de sua morte após uma discussão num restaurante da cidade. A assessoria de imprensa da Polícia Civil de Mato Grosso, no entanto, informa que a agressão não se confirmou embora o delegado responsável pelo caso tenha admitido em juho deste ano que o agressor tinha sido identificado e seria indiciado.

DIVInO APAReCIDO CARVAlHO (CARVAlHO JR.) - Alvejado por três tiros na madrugada do dia 26/03/2012, em frente à rádio onde chegava para trabalhar, em Foz do Iguaçu (PR). Divino foi atingido por um dos disparos, que lhe

tirou a vida. Dois executores e o intermediador do crime encomendado foram presos. Ao relatar o desfecho das investigações, o delegado Marcos Araguari se contradiz: “o motivo do crime não veio à tona, mas descartamos a hipótese de envolvimento com a profissão”. O mandante do crime também não foi descoberto.

PAulO ROBeRTO CARDOSO RODRIGueS (PAulO ROCARO) - O radialista foi alvo de cinco tiros, no dia 12/02/2012, em Ponta Porã (MS). Em março deste ano o delegado Odorico de Ribeiro de Mendonça Mesquita afirmou ao ‘Portal Imprensa’

que “as investigações já descartaram motivação passional ou por dívida, o crime está ligado com o exercício da profissão”. No mesmo mês foi realizado um ato pelo fim da violência contra os profissionais da comunicação. O inquérito, no entanto, ainda não estava encerrado quando fechamos esta edição.

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Outra vítima de acidente rodoviário foi o radialista eSAÚ eSleI De ARAÚJO AnDRADe, morto após colisão contra um cavalo no dia 08/07/2012, no quilômetro 282 da BR 304, quando viajava para cobrir uma partida de futebol na cidade de Goianinha (GO). No acidente também morreu o auxiliar de arbitragem Clistenis Juny, de carona no carro onde também estavam os radialistas Alcivan Duate da Silva, Francisco Elias Lorena e Ítalo Praxedes do Nascimento, que sofreram lesões de menor gravidade.

Radialistas também morrem por insegurança no trabalho

FRAnCISCO GOMeS De MeDeIROS (F. GOMeS) - Atingido por três tiros no dia 18/10/2010, em Caicó (RN), F. Gomes foi morto porque noticiava esquemas de corrupção no município em que vivia e no Estado do Rio Grande do

Norte. De acordo com a delegada responsável pelo caso, “foi constituído um ‘consórcio’” para matar o radialista. Foram presos o autor do crime, um advogado que intermediou o pagamento do assassinato, um comerciante, um pastor evangélico que desviava contribuições dos fieis à igreja que comandava, um tenente-cornel e um soldado da Polícia Militar - todos envolvidos no ‘consórcio’.

lAÉRCIO De SOuZA - Atingido por dois tiros no dia 03/01/2012, em Simões Filho (BA), o radialista vinha sendo ameaçado por traficantes, de acordo com a polícia, em razão do trabalho social que desenvolvia no município onde morava.

GelSOn DOMInGOS - Atingido por um tiro de fuzil durante cobertura de uma operação policial numa favela no Rio de Janeiro (RJ), em 06/11/2011. O caso ganhou repercussão internacional e serviu para revelar ao mundo que os coletes usados por profissionais de comunicação no Brasil para cobrir áreas de conflito não oferecem a proteção necessária, mas os patrões naquele Estado continuam se recusando a discutir seriamente a garantia de condições de segurança.

luCIAnO leITãO PeDROSA - Baleado na cabeça no dia 09/04/2011 em Vitória de Santo Antão (PE) após realizar uma série de reportagens sobre grupos de extermínio que atuavam na cidade. Até a Unesco se pronunciou sobre caso, cobrando do governo brasileiro garantias ao exercício da liberdade de imprensa e de expressão no país.

ClÓVIS AGuIAR - Atingido por três tiros na noite do dia 24/06/2010, em frente à casa de sua mãe, no município de Imperatriz (MA). Os disparos foram feitos por um motoqueiro encapuzado e, no início das investigações o delegado responsável pelo caso afirmou que os indícios apontavam para um crime encomendado.

O apresentador enIlDO PAulO PeReIRA (foto à esquerda) e o cinegrafista eZeQuIel BARBOSA (à direita) morreram vítimas de um acidente automobilístico no município de Farroupilha (RS), no dia 27/04/2012. Os dois cobriam uma operação policial quando o veículo onde viajavam foi atingido por um caminhão desgovernado na RS-122 (rodovia conhecida pelo alto índice de acidentes) que bateu em outros dois carros de imprensa. O acidente feriu ainda o fotógrafo Marcelo Oliveira, o jornalista Eduardo Torres, o radialista Cid Martins, os motoristas Anderson Samuel Belmonte Alves e Lúcio Pereira de Moraes, os policiais civis Luciano Costa e Luciano Dias e o motorista do caminhão, João José de Araújo.

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ENTREVISTA

federalizando os crimes vamos colocar termo à impunidade, diz deputado A Revista da fITERT entrevistou o deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB/SP) sobre o projeto apresentado por ele à Câmara dos Deputados para federalizar os crimes contra profissionais da comunicação. Abaixo, os principais trechos da conversa.

Qual a importância de uma lei que torne a apuração dos crimes contra profissionais de comunicação responsabilidade da polícia federal?

Considero que federalizando os crimes vamos con-seguir colocar termo à impunidade no país. Nos últi-mos vinte anos, aumentou muito a taxa de homicídios contra jornalistas e radialistas e, em praticamente 90% dos casos, sem se descobrir os mandantes do crime, ape-nas os executores e, por vezes, nem isso. Foram assassi-

nados profissionais que defendem a democracia, fazem denúncias contra desvios, descuidos e diversos escânda-los envolvendo políticos e agentes públicos. Em razão de mortes recentes, entendi por bem federalizar os crimes, tendo em vista a liberdade de imprensa e a garantia de democracia no Brasil.

Por que, em sua avaliação, até hoje não houve mobilização dos sucessivos governos federais pós ditadura no sentido de federalizar tais crimes contra o exercício democrático do direito à informação?

Apesar do atual sistema democrático progressiva-mente se consolidar, ainda temos forças conservadoras e o ranço do passado, dos escombros da ditadura, estão presentes em setores ligados a esse regime. Por isso todo mundo faz de conta que aceita a liberdade de impren-sa, mas não faz nada para proteger os profissionais de comunicação. Muito pelo contrário, detestam profissio-nais de comunicação que fazem denúncias, isso é visível nos dias atuais.

Por que os radialistas, categoria que tem outra regulamentação profissional diferente dos jornalistas e que teve só neste ano sete profissionais assassinados em função do exercício profissional, não estão incluídos no projeto de lei e o que seria possível fazer para incluí-los?

Os radialistas não foram incluídos de forma expres-sa, mas a lei abrange todos os profissionais de comuni-cação. Mas se houver necessidade, nós vamos incluir os radialistas de forma expressa com certeza. Na justifica-tiva do projeto são relatados casos de radialistas assas-sinados.

16 - Revista da FITERT

Leonardo Prado/Agência Câmara

VAlORIZAçãO PROfISSIONAl

Garantir formação, requalificação e rigor na emissão de registrosfederação mapeia cursos em funcionamento no país e busca estabelecer exigências nacionais para ingresso na categoria por compreender que este é o caminho para assegurar melhores condições de trabalho e salário, de Norte a Sul do Brasil.

Luciana Araújo

A diretoria da FITERT vem atuando junto ao ministérios do Tra-balho e da Educação para estabelecer um conjunto de normas orientado-ras nacionais para a formação e in-gresso na profissão, de acordo com as resoluções da Plenária de Salvador, ocorrida entre 17 e 19 de junho de 2010. A plenária aprovou uma pro-posta de uniformização dos critérios para obtenção do registro profissio-nal, visando garantir o respeito à lei

6.615/78 (Lei dos Radialistas) e seus decretos regulamentadores.

Respeito à profissão começa na fiscalização da formação

Em setembro deste ano houve au-diência no Ministério da Educação para discutir as propostas da catego-ria. Agora, a Federação aguarda reu-nião no Ministério das Comunica-ções. O MEC é responsável por apli-car os cursos na área, e o Ministério da Comunicação é o gestor (por ser o

órgão proponente de políticas públi-cas para o setor). “Iniciamos o pro-cesso de discussão como parte de uma política de valorização profissional, pautada nas relações de trabalho, mas verificamos também a necessidade de incidir sobre o processo de formação no país”, conta o coordenador da FI-TERT, José Antônio Jesus da Silva.

Além das exigências como padro-nização da carga horária e do currí-culo mínimo, a FITERT cobra tam-bém que sejam inseridas nos cursos de requalificação profissional discipli-

Marília Andrade (ComRádio Brasil)

Revista da FITERT - 17

nas da área de línguas (em especial In-glês e Espanhol) e novas tecnologias. “O país que sediará a Copa do Mun-do e as Olimpíadas tem a obrigação de oferecer aos trabalhadores respon-sáveis por garantir a transmissão dos jogos e eventos uma política de atua-lização para o mercado de trabalho”, afirma José Antônio.

Outra proposta da Federação é que a formação para atuar nas funções de nível médio seja inserida no Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao En-sino Técnico e Emprego).

A Federação também prepara um levantamento dos cursos técnicos e de nível superior que funcionam no país, a fim de informar ao MEC quais estão de acordo com a Lei de Diretri-zes e Bases da Educação e o decreto 5.154/2004 (que regulamenta o en-sino profissionalizante). O objetivo é cobrar medidas efetivas contra as “fá-bricas de diplomas” e parâmetros na-cionais para o reconhecimento e ho-mologação dos cursos.

Para facilitar a vida do trabalhador que precisa se requalificar e das pes-soas interessadas em ingressar na ca-tegoria, a FITERT e seus sindicatos filiados mantêm convênios com insti-tuições cujos cursos atendem à LDB e ao decreto 5.154/2004.

A FITERT também defende que a

legislação que regulamenta a profis-são seja parte da grade curricular dos cursos. O objetivo é garantir que to-do profissional conheça seus direitos e obrigações no exercício profissional, a fim de evitar violações e a superexplo-ração. “Estive na cidade de Canindé, no Ceará, e conversei com vários co-legas. A situação deles é muito crítica. Eles têm que vender comerciais para complementar seus salários”, relata o secretário de Registro Profissional da FITERT, José Alves do Nascimen-to Filho (o Jota Filho). Infelizmente, o Ceará não é um caso isolado de viola-ções à Lei dos Radialistas.

Atestado de capacitação e pedidos de registro

A plenária da Bahia também de-cidiu reivindicar ao MTE que resta-beleça a regra de que todas as solici-tações de registro profissional sejam encaminhadas pelos sindicatos da categoria junto às Superintendências Regionais do Trabalho. Além disso, a emissão dos atestados de capaci-tação também deveria voltar a ser competência exclusiva das entida-des representativas dos radialistas, com o estabelecimento do valor má-ximo de 10% do piso no Estado para a taxa de emissão do documento, e

o fim do atestado para ‘empregado iniciante’, tendo em vista que não há mais escassez de cursos ou mão-de-obra especializada no mercado. “O que existe é o completo desrespeito à lei por parte dos patrões, que co-locam programas no ar até mesmo em troca de mera publicidade para o apresentador e contratam jogadores ou pessoas de áreas estranhas ao ra-dialismo para comentar programas, amparados nas brechas legais que a FITERT defende que sejam extin-tas”, explica Zé Antônio.

Para quem já atua em funções regulamentadas, a FITERT defen-de a obtenção do registro profissio-nal mediante as exigências descritas a partir da próxima página.

Apresentação é função de locutor

A Federação cobra ainda que a apresentação de programas de qual-quer natureza só possa ser feita por radialista habilitado e portador do re-gistro profissional do setor de Locu-ção. Para isso, a fiscalização do MTE tem que funcionar. A violação mais comum à Lei dos Radialistas hoje é a contratação de qualquer pessoa para apresentar programas, especialmente na televisão.

Requisitos mínimos defendidos pela fITERT para ingresso na profissão- Idade mínima de 18 anos;

- Escolaridade mínima correspondente ao ensino médio (com garantia de requalificação para quem já atua no mercado);

- Cursos de nível médio com carga horária mínima de 800 horas/aula e grade curricular interdisciplinar, ministrados somente em instituições que atendam às exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e sejam reconhecidas e homologadas pelo MEC ou o Ministério do Trabalho.

- Cursos de nível técnico/tecnológico ou superiores (de Rádio e TV ou Audiovisual) também ministrados somente em instituições que atendam às exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e sejam reconhecidas e homologadas pelo MEC e/ou o Ministério do Trabalho e Emprego.

- Que o MEC estabeleça como requisito obrigatório a escolaridade mínima de nível médio completo para ingresso nos cursos oferecidos por escolas que obtenham reconhecimento e homologação do Ministério.

18 - Revista da FITERT

Requisitos defendidos pela fITERT para regularizar atuação na área

I —ADMINISTRAÇÃO

Rádio e TV Fiscal 24 meses de registro profissional e exercício de qualquer função

II — PRODUÇÃO

a) Setor Autoria

Autor RoteiristaCurso superior de comunicação social em Rádio e TV ou 48 meses de registro profissional e exercício da fun-ção de produtor executivo ou coordenador de produção ou qualquer outra função do setor de direção

b) Setor Direção

Diretor Artístico Certificado de conclusão de curso de comunicação social em Rádio e Televisão ou 48 meses de registro profis-sional e exercício da função de produtor executivo ou coordenador de produção ou qualquer do setor de direçãoDiretor de Produção

Diretor de Programação 48 meses de registro profissional e exercício da função de produtor executivo ou coordenador de produção ou qualquer função do setor de direçãoDiretor de Programas

Diretor Esportivo48 meses de registro profissional e exercício da função de locutor esportivo ou locutor noticiarista ou qual-quer função do setor de direção

Diretor Musical48 meses de registro profissional e exercício da função de discotecário programador ou sonoplasta ou qual-quer função do setor de direção

c) Setor Produção

Assistente de Estúdio24 meses de registro profissional e exercício na função de operador de cabo, operador de microfone, opera-dor de câmera ou auxiliar de iluminação

Assistente de Produção 24 meses de registro profissional e exercício na função de assistente de estúdio

Operador de Câmera UPERegistro profissional no setor de tratamento e registro visual há no mínimo 48 meses, ou 12 meses de regis-tro profissional e exercício da função de operador de câmera

Auxiliar de Discotecário

24 meses de registro profissional e exercício de qualquer funçãoAuxiliar de Operador de Câmera UPE

Encarregado de Tráfego

Contrarregra

Continuísta 18 meses de registro profissional e exercício da função de produtor executivo ou coordenador de produção

Coordenador de Produção 12 meses de registro profissional e exercício da função de produtor executivo

Coordenador de Programação 36 meses de registro profissional e exercício da função de controle mestre ou roteirista de intervalo comercial

Diretor de TV36 meses de registro profissional e exercício da função de editor de videotape, operador de vídeo e videotape e operador de controle mestre ou máquina de caracteres

Discotecário 24 meses registro profissional e exercício da função de auxiliar de discotecário

Discotecário Programador 36 meses de registro profissional e exercício da função de discotecário

Fotógrafo Curso de fotografia reconhecido e homologado pelo MEC

Produtor Executivo 48 meses de registro profissional e exercício da função de assistente de produção

Roteirista de Intervalo Comercial24 meses de registro profissional e exercício na função de assistente de produção, operador de controle mes-tre ou Rádio e TV fiscal

Encarregado de Cinema 24 meses de registro profissional e exercício na função de filmotecário

Filmotecário 24 meses de registro profissional e exercício da função de arquivista de tapes

Editor de Videotape 24 meses de registro profissional e exercício na função de operador de videotape ou operador de câmera UPE

d) Setor Interpretação

Coordenador de Elenco 36 meses de registro profissional e exercício na função de produtor executivo

e) Setor Caracterização

Revista da FITERT - 19

Cabeleireiro24 meses em atividade afins (Cinema, Teatro ou Publicidade) ou 24 meses de registro profissional ou exercí-cio de função dentro do setor de Caracterização

Camareiro24 meses em atividade afins (Cinema, Teatro ou Publicidade) ou 24 meses de registro profissional ou exercí-cio de função dentro do setor de Caracterização

Guarda-Roupeiro24 meses em qualquer função em emissora de Rádio e Televisão, experiência comprovada de 18 meses em atividades afins (Cinema, Teatro ou Publicidade) ou 6 meses de registro profissional dentro do setor de Ca-racterização

CostureiroExperiência comprovada de 24 meses

Maquiador

Figurinista48 meses de registro profissional e exercício da função no Setor de Caracterização ou experiência comprova-da de 36 meses em atividade afim (Cinema, Teatro ou Publicidade)

f) Setor Cenografia

Aderecista24 meses de registro profissional e exercício de função no Setor de Cenografia ou experiência comprovada de 24 meses na função nas categorias afins (Teatro, Cinema, Escolas de Samba, etc.)

Cortineiro Estofador24 meses de registro profissional e exercício de função no Setor de Cenografia ou experiência comprovada de 24 meses

Carpinteiro24 meses de registro profissional e exercício de função no Setor de Cenografia ou experiência comprovada de 24 meses em marcenaria ou serralheria

Pintor/ Pintor Artístico24 meses de registro profissional e exercício de função no Setor de Cenografia ou experiência comprovada de 24 meses na função de pintor em TV ou experiência comprovada de 24 meses em atividade afim (Cinema, Teatro, Publicidade)

Maquinista12 meses em qualquer função em empresa de RTV ou experiência comprovada, com registro de 12 meses em atividade afim (Cinema, Teatro)

Cenógrafo48 meses de registro profissional e exercício de função no Setor de Cenografia ou experiência comprovada de 36 meses em atividade afim, ou registro profissional das áreas de Cinema ou Teatro na função

Maquetista36 meses de registro profissional e exercício de função no Setor Cenográfico ou experiência comprovada de 24 meses

Cenotécnico24 meses de registro profissional e exercício de função no Setor de Cenografia como carpinteiro ou experiên-cia comprovada de 24 meses em atividade afim (Cinema, Teatro, Publicidade)

Decorador 24 meses de exercício na função em Televisão ou 24 meses em atividade afim (Cinema, Teatro, Publicidade)

III — TÉCNICA

a) Direção

Supervisor Técnico 24 meses de registro profissional e exercício da função no Setor de Manutenção Técnica

Supervisor de Operações24 meses de registro profissional e exercício da função no Setor de Tratamento e Registros Visuais, ou Sono-ros, ou Transmissão de Sons e Imagens

b) Tratamento e Registros Sonoros

Operador de Áudio 24 meses de registro profissional e exercício na função de operador de microfone ou técnico de áudio

Operador de Microfone 24 meses de registro profissional em qualquer função

Operador de Rádio18 meses de registro profissional e exercício na função de operador de áudio ou 24 meses de registro de operador de microfone

Sonoplasta24 meses de registro profissional e exercício na função de operador de rádio ou áudio ou 12 meses de registro de operador de gravações

Operador de Gravação 18 meses de registro profissional e exercício na função de operador de rádio ou áudio

c) Tratamento e Registros Visuais

Operador de Controle Mestre24 meses de registro profissional e exercício na função de operador de videotape, vídeo, rádio, áudio, grava-ções, editor de videotape ou sonoplasta

Auxiliar de Iluminação 24 meses de registro profissional em qualquer função

20 - Revista da FITERT

Editor de Videotape24 meses de registro profissional e exercício na função de operador de videotape (Técnica e Produção) ou operador de câmera UPE

Iluminador 24 meses de registro profissional e exercício na função de auxiliar de iluminação

Operador de Câmera

24 meses de registro profissional e exercício de função no Setor de Tratamento e Registros VisuaisOperador de Máquina de Caracteres

Operador de Telecine

Operador de Videotape

Operador de Cabo24 meses de exercício no Setor Administrativo de RTV ou 6 meses de registro profissional no setores de Pro-dução, Registros Visuais ou Montagem e Arquivamento

d) Montagem e Arquivamento

Almoxarife Técnico24 meses comprovadamente em qualquer função e experiência comprovada em atividade afins (Teatro e Cinema)

Arquivista de Tapes 24 meses de registro profissional em qualquer função

e) Transmissão de Sons e Imagens

Operador de Transmissor de Rádio24 meses de registro profissional e exercício de função no Setor de Registros Sonoros (exceto operador de microfone) ou técnico de manutenção de rádio

Operador de Transmissão de Televisão24 meses de registro profissional e exercício da função de operador de controle mestre, operador de trans-missor de rádio, técnico de externa, ou técnico de manutenção de televisão

Operador de Externas24 meses de registro profissional e exercício da função de operador de transmissor de rádio ou televisão, de exercício no Setor de Registros Sonoros ou Visuais, ou como técnico de manutenção de rádio ou televisão

f) Artes Plásticas e Animação de Desenhos e Objetos

Desenhista 24 meses em atividade afim (Cinema, Teatro, Publicidade, Jornalismo)

g) Setor de Manutenção Técnica

EletricistaCurso Técnico em Eletricidade

Técnico de Manutenção Eletrotécnica

Técnico de Áudio

Curso Técnico em EletrônicaTécnico de Manutenção de Rádio

Técnico de Manutenção de TV

Técnico de Vídeo

Mecânico Curso Técnico em Mecânica

Técnico de Ar Condicionado Curso Técnico em Refrigeração

Técnico de Estação Repetidora/ Retransmissora Curso Técnico em Eletrônica ou Telecomunicação

h) Setor Dublagem – elaborar critérios

Diretor de DublagemSer ator e ter DRT há no mínimo 7 anos, comprovado pela data de concessão de registro na carteira profis-sional, e estar na ativa na função de ator/atriz em dublagem no mínimo há 7 anos (comprovada através de recibos de pagamentos, notas contratuais, contratos, etc).

i) Setor Locução

Locutor (todos os setores)Apenas através de certificado de curso superior de Comunicação Social em RTV ou técnico de qualificação profissional reconhecidos pelo MEC

Revista da FITERT - 21

Seguindo uma tradição que atende ao compromisso com a unificação nacional da categoria, a Revista da FITERT divulga nas próximas páginas os principais

destaques da ação sindical dos radialistas brasileiros.(* Com informações dos sindicatos)

Rio Grande do Norte encerra campanha salarial com vitória histórica

Por Jailson Gomes, secretário de política social da FITERT e

presidente do sindicato

Iniciada em 16 de junho, a cam- panha salarial do Sintert-RN chegou ao fim em setembro deste ano. O que dificulta as negociações é o fato de que no Estado não existe sindicato patronal da radiodifusão.

Na área de agências de propagan-da e publicidade, após algumas ro-dadas de negociação, os empresários ofereceram reajuste salarial de 8% nos pisos salariais e aumento real de 5%. O Sintert-RN espera conseguir um índice de aumento real maior e, de forma tranquila, conduz a nego-

ciação visando ampliar este índice.Os trabalhadores aprovaram em

assembleia algumas cláusulas que interferem positivamente na segu-rança da categoria - instalação de grades de segurança em veículos operacionais; uso de equipamentos de segurança individual, entre eles o colete à prova de balas para equi-pes que desempenham atividades em áreas reconhecidamente de ris-cos; fim dos bancos de horas; entre outras. Após discussões, os patrões concordaram com a instalação de grades protetoras. O uso de colete à prova de balas foi aprovado por al-gumas empresas. Ainda ficou acer-tado entre o sindicato e as empresas a realização de um workshop sobre saúde e segurança do trabalhador.

Os trabalhadores do Rio Grande do Norte foram os primeiros a ficar livres do famigerado banco de horas. De agora em diante, a empresa que quiser utilizar este instrumento de achatamento salarial terá que permi-tir a realização de assembleia com os

seus trabalhadores com a participa-ção do sindicato.

Os trabalhadores potiguares que desempenham funções não regula-mentadas passam, a partir deste ano, a ter direito a um piso salarial acima do salário mínimo nacional. Ficou acordado que estes trabalhadores se-rão contemplados com o piso salarial do Nível I e terão sua data-base em conjunto com os radialistas profis-sionais. Para alguns trabalhadores esta mudança gera um reajuste de até 30% na remuneração atual.

As emissoras de rádio do interior do Estado foram as primeiras a fe-char o acordo coletivo, com índices de reajuste acima do patamar conse-guido na capital do Estado. Com isso o piso salarial dos trabalhadores do interior ultrapassa o da capital.

As empresas de rádio e TVs da capital (e algumas do interior que integram rede estadual) fecharam o reajuste salarial com índices de 10% (Nível I); 8% (Nível II) e 5% (Nível III).

22 - Revista da FITERT

BRASIl AFORA

Avanços da organização dos radialistas no país

Patrões no Pará tentam ‘estrangular’ sindicato

Depois de várias rodadas frus-tradas de negociação e das empre-sas terem suspendido o desconto de mensalidades dos radialistas sindicalizados, a campanha sala-rial segue enfrentando a intransi-gência patronal. “Resta saber quem vai responder pela atitude ilícita e criminosa das empresas de rádio e televisão, que teve como fim di-

ficultar, obstaculizar o pleno exer-cício da liberdade de organização e de sindicalização do associado, agredir o princípio da liberdade sindical assegurado constitucional-mente, o que se consumaria com a inviabilização da atividade sindical em plena negociação de convenção coletiva”, relata Franck de Castro, presidente do sindicato.

Revista da FITERT - 23

Mobilização garante conquistas no Espírito Santo

Por Tânia Trento,da assessoria do Sintertes

A mobilização da categoria e lutas anteriores do Sintertes (Sindicato dos Radialistas no ES) garantiram vitó-ria dos trabalhadores na Convenção Coletiva 2012/2013. Há duas déca-das os radialistas capixabas estavam sem aumento real. Mas há três anos o Sintertes decidiu não se sujeitar ao desrespeito com o qual os radialistas eram tratados pelos donos de rádios e TVs e intensificar a luta para recu-perar o poder de compra dos salários. Os patrões não repunham nem a in-flação que no ano corroia os salários. Essa situação perdurou até quando o Sintertes arriscou com dois dissídios coletivos e a categoria esperou por dois anos sem reajustes nos salários.

Com a união da categoria, a si-tuação vem se revertendo. Depois de inúmeras reuniões e uma queda de braço que começou em março de

2011, numa reunião de mediação no Ministério Público do Trabalho (MPT-ES) foi que a proposta dos trabalhadores, feita pelo Sintertes, foi aceita pelos donos de rádio e TV. A CCT de 2011 tratou apenas dos rea-justes e das perdas salariais de 1º de maio de 2010 a 30 de abril de 2011 e das condições de trabalho a serem es-tabelecidas a partir de 1º de maio de 2011. As empresas que já tinham pago os dissídios de 2009 e 2010 o fizeram com base em ações judiciais de cum-primento.

Nesse ano de 2012, foram seis re-uniões de negociação, até que não deu mais para conversar e o Sintertes partiu para a mobilização dos traba-lhadores, que no dia 1º de outubro entraram em estado de greve após as-

sembleia em que recusaram o reajus-te oferecido pelo sindicato patronal. Os patrões também queriam retirar da convenção coletiva a cláusula que garante um salário de aviso prévio para o trabalhador quer for demiti-do e tiver mais de cinco anos de car-teira assinada na mesma empresa. Diante da tentativa de retirar direitos ao invés de ampliá-los, no dia 3 de ou-tubro o Sintertes organizou manifes-tações em frente às principais redes de comunicação, sensibilizando a comu-nidade sobre a situação salarial e as condições de trabalho dos radialistas. No dia 10 de outubro, em assembleia, os patrões aumentaram o reajuste e desistiram de retirar a cláusula do sa-lário de aviso prévio e os radialistas capixabas comemoraram a vitória.

Veja como ficaram os salários no Espírito Santo• Nas emissoras de rádio com potência de até 5 quilowatts: de R$ 705,00 para R$ 775,50, retroativos

a maio de 2012 e R$ 800,00 a partir de janeiro de 2013.

• Nas emissoras de rádio com potência acima de 5 quilowatts: de R$ 812,00 para R$ 893,20 retroativos a maio de 2012 e R$ 917,00 a partir de janeiro de 2013.

• Piso em televisão: de R$ 1.045,00 para R$ 1.149,50 retroativos a maio de 2012 e R$ 1.177,00 a partir de janeiro de 2013.

• Para os empregados que exercem as funções não descritas no anexo do decreto 84.134 de 30/10/79: de um salário mínimo para R$ 684,20 retroativos a maio de 2012 e R$ 715,00 a partir de janeiro de 2013.

• Para quem ganha acima do piso o aumento foi de 7% (4,88 do INPC + 2,12 de ganho real).

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Por Pedro Caribé,da assessoria do Sinterp-BA

A comemoração do dia do radia-lista no Estado da Bahia foi o ponto de partida para a abertura da campanha de sindicalização 2012. A confraterni-zação contou com torneio de futebol society, churrasco, sorteios e música.

As atividades da campanha nas emissoras começaram no dia 24 de se-tembro, com a presença dos dirigentes da FITERT José Antônio e Antônio Cabral, e seguem até este mês. O Esta-do tem quase 20 mil pessoas emprega-das no setor e muitos não têm salários e benefícios sociais satisfatórios.

Durante a campanha salarial, en-cerrada com vitória em abril deste ano, as empresas de publicidade fo-

ram bastante acionadas por atuarem para deslegitimar o sindicato, negan-do-se até a participar das audiências de mediação. O sindicato denunciou que somente com o Governo do Esta-do essas empresas movimentam cerca de R$ 130 milhões por ano. Ou seja, se beneficiam do dinheiro público, mas se negam em garantir os direitos labo-rais. No Conselho Estadual de Comu-nicação o Sinterp dedica parte de suas intervenções para impedir que em-presários, entre os quais da publicida-de, continuem a receber estes recursos sem respeitar a legislação trabalhista.

A organização da categoria forta-leceu a luta e assegurou convenções coletivas que mantêm as cláusulas so-ciais e garantem aumento real para os trabalhadores. O resultado da campa-

nha e as lutas cotidianas que o Sinterp protagoniza no Estado se refletem no aumento do número de associados ao sindicato, que também contam com parcerias em 15 instituições de ensino superior e médio, nove cursos de ves-tibular, idiomas e computação, além de serviços médicos e de advocacia.

Regional norte baiana realiza 1° encontroNos dias 27 a 29 de setembro, a

regional Norte do Sinterp realizou o I Encontro de Radialistas do Norte da Bahia. Foram discutidos temas como “Vícios de Linguagem”, “Liberdade de Expressão” e a “Participação da Mulher na Comunicação”. Entre os convidados e palestrantes estiveram o radialista petrolinense Vinicius de Santana; o secretário geral da FI-TERT, José Marcos de Souza; o presi-dente do Sinterp, Everaldo Monteiro; a radialista e blogueira Josélia Maria; e Edmundo Pereira, coordenador de rádio da Secretaria de Comunicação do Estado da Bahia.

24 - Revista da FITERT

Roraima avança nas negociações salariais e garante moradia para radialistas

Baianos comemoram dia do radialistacom novas sindicalizações

O Sindicato de Roraima informa que seguem as ações da campanha salarial, iniciada em março deste ano (o Estado não tem sindicato patronal e as discussões se dão por empresa, o que dificulta o processo). Já foram concluídas as negociações na TV Im-perial (Record), TV Caburaí (Record News) e na Rádio Alto Astral. Ainda estão pendentes os acordos na TV Ro-raima (afiliada da Rede Globo), TV Educativa, IURD (pertencente à Igre-ja Universal), TV Tropical (SBT), TV

Boa Vista (Rede TV!), TV Ativa (Ga-zeta), Rede Amazônia UHF e TV Ma-racá (Rede Família) e nas rádios Mon-te Roraima FM, Equatorial FM, Tro-pical FM, Folha AM e Roraima AM.

Neste ano, em que o sindicato completou 23 anos de existência, os radialistas comemoraram a inclusão do 21 de setembro no calendário ofi-cial de datas comemorativas do Esta-do. Além disso, também por meio de ação do sindicato, que vem batalhan-do desde 2009, a prefeitura da cida-

de de Rorainópolis cedeu um terreno para construção de um projeto habi-tacional direcionado aos radialistas daquele município, no Sul do Estado, por meio do programa “Minha Ca-sa, Minha Vida”. Na capital, Boa Vis-ta, os radialistas também estão sendo beneficiados por um convênio entre o Governo do Estado e a Caixa Eco-nômica Federal que também garan-tirá residências do “Minha Casa, Mi-nha Vida” para os profissionais de radiodifusão.

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Desde a fundação do Sindica-to dos Radialistas do Amapá (Sind/Rádio), ocorrida no dia 18 de junho deste ano, a categoria tem mostrado muito interesse em filiar-se à entida-de dada a precária situação dos tra-balhadores em empresas de comu-nicação naquele Estado. De acordo com a diretoria do sindicato, há tra-balhadores que atuam há dez, quinze ou dezoito anos de forma precária em empresas no Amapá, muitos sem registro em carteira.

Logo após a fundação da entida-de, a diretoria do sindicato iniciou uma campanha de divulgação nos 16 municípios do Estado para levar

ao conhecimento da categoria que o Sindicato está em pleno funciona-mento e lutando pela valorização dos radialistas.

  O sindicato desencadeou luta contra donos de programas de rádio e TV cujos horários são locados jun-to às emissoras na capital, Macapá, e que contratam trabalhadores sem re-gistro em carteira ou qualquer outro direito trabalhista.

A entidade também luta contra as demissões imotivadas no Estado. Em apenas um dos casos, um programa policial mantinha cerca de 13 pessoas entre cinegrafistas, motoristas, ope-radores, repórter e editores na equipe

e os demitiu sem qualquer explica-ção após o dono do programa não ter sido eleito nas ultimas eleições muni-cipais na capital amapaense.

A diretoria do Sind/Rádio prepara um dossiê sobre as condições de tra-balho no Estado para levar ao conhe-cimento da Promotoria dos Direitos do Cidadão do Ministério Público no Estado e à Superintendência Re-gional do Trabalho. “Nossa luta será grande, pois desde que o Amapá foi transformado em Estado, há 24 anos, a CLT jamais foi cumprida para os radialistas. Mas lutaremos na certeza de vencer”, afirma o presidente da en-tidade, José Maria da Silva.

Radialistas do Amapá iniciam campanha de filiação e luta por direitos

Revista da FITERT - 25

Piauí derrota sindicato cartorial e ganha peso na fITERT

2012 vem sendo um ano de im-portantes conquistas para os radialis-tas piauienses. No dia 10 de outubro, a juíza da 2ª Vara do Trabalho na ca-pital, Luciana Rodrigues do Rego M. Sobral, julgou improcedente a cons-tituição de um outro sindicato no Estado, que se colocava como repre-sentante dos radialistas. A Constitui-ção Federal proíbe a criação de mais de uma organização sindical de uma mesma categoria na mesma base ter-ritorial. Por isso, a juíza determinou a anulação de todos os atos constitu-tivos do novo sindicato cartorial. “A diretoria do Sindicato dos Radialis-tas do Piauí vai cobrar judicialmen-te os danos causados, cível e crimi-

nalmente, à categoria, minimizados pelo afinco e zelo com os quais nosso assessor jurídico, o doutor Francis-co Abiezel Rabelo Dantas, atuou no combate do conflito jurídico. Essa foi uma conquista dos trabalhadores em rádio e TV do Piauí”, destaca o secre-tário de saúde e segurança do traba-lho da FITERT, Val Moraes, diretor do sindicato local.

Também neste ano, foi retomada a Festa do Dia do Radialista (21 de setembro) organizada pelo sindicato, que não era realizada há dois anos em razão das obras de construção da sede própria da entidade.

A campanha de sindicalização teve início logo após as eleições

municipais e é parte da preparação do processo eleitoral para escolha da nova diretoria do sindicato, que acontece em março de 2013. A di-retoria do sindicato também vem atuando para garantir o piso salarial nacional, qualificação profissional e o cumprimento da lei 6.615/78 (que regulamenta a profissão).

Piauí na luta nacional

O Piauí também tem hoje o re-conhecimento da FITERT, com dois representantes na diretoria da enti-dade: o secretário de registro profis-sional, Jota Filho, e o secretário de saúde, Val Moraes.

8º Congresso fortaleceu organização dos radialistas de São Paulo

Por Cândida Cabral,da assessoria do Sindicato

O 8º Congresso dos Radialistas de São Paulo aconteceu de 19 a 21 de ou-tubro, na colônia de férias do sindica-to, localizada na cidade de Itanhaém, e reuniu profissionais de todo o Estado. Os participantes discutiram democra-tização dos meios de comunicação, mercado de trabalho e registro profis-sional e definiram um plano de lutas e ação para o próximo período. A pers-pectiva  dos  próximos anos para os profissionais da área de radiodifusão e televisão e os impactos das novas tec-nologias também foram temas muito discutidos nas mesas de debate.

A palavra-chave ressaltada em to-das as discussões  no Congresso  foi “união” e a organização nos locais de trabalho é a estratégia levantada pelos participantes para alcançar a união de todos os radialistas, manter e ampliar a luta contra os ataques dos patrões, governos e seus aliados.

“Os trabalhadores não estão tendo aumento de salário e sim au-mento de acesso ao crédito. Isso dá a sensação de que se tem mais dinhei-ro, mas o salário continua o mesmo. Mas temos conseguido conquistas. Conseguimos 60 dias de estabilidade para quem goza de auxílio doença. A cláusula da alta programada é uma grande conquista. Não conheço ou-tra categoria que tenha essa cláusula. Se o trabalhador permanecer sem condições para voltar ao trabalho ele pode, com orientação do médico da empresa, entrar com recurso de reconsideração da decisão junto ao INSS. Hoje o radialista voltou a ter o quinto  quinquênio. São pequenas conquistas que fomos conseguin-do no grito, na mesa de negociação.

É muita  grana que as emissoras fa-turam, mas só vão dar se a gente se mobilizar. O caso do piso unificado. Enquanto não travarmos uma luta a partir do interior não conseguire-mos”, disse Sergio Ipoldo, coordena-dor do sindicato. 

“A categoria no Estado tem um grande desafio. É importante a ques-tão do registro profissional  para a valorização da categoria. A maioria não conhece a Lei do Radialista e alguns conhecem apenas superficial-mente. A Lei traz benefícios que não estão em outras categorias. Proíbe a terceirização e a contratação por cooperativa ou pessoa jurídica ou qualquer outra forma fraudulenta de contratação. São Paulo é o maior cen-tro  de programação e também tem o maior em número de contratações irregulares”,  disse  José Antônio de Jesus Silva, coordenador da FITERT e dirigente sindical de São Paulo.

“A mudança de comportamento perpassa pela solidariedade humana, para não ser regrado e regido pelo capi-talismo. 70% dos trabalhadores da Re-cord tinham perdido parte da audição. Para cada 10 radialistas, dois se apo-sentam; quatro sofrem infarto e 4 de-saparecem, homens e mulheres de rua.

Não são drogados, estão desassociados perambulando pelas ruas”, afirmou Ar-naldo Marcolino, dirigente sindical.

“Ter lei não garante que as coi-sas  aconteçam de fato, nessa demo-cracia burguesa. É preciso fazer fren-te à grande imprensa. Como a gente democratiza e torna justas as relações de trabalho dentro desses veículos de comunicação? Com marco regula tório e mídia comprometida. E tam-bém é preciso mostrar ao radialista que sem radialista não existe comu-nicação de radiodifusão no mundo. Mostrar a importância que o radia-lista tem para a sociedade.”, disse a radialista Ana Rosa Carrara.

 “O capitalismo não está em cri-se. Já saíram da crise e jogaram em nossas costas a dívida deles. Eles socializam a dívida privada e trans-formam em dívida pública. É fun-damental a organização no local de trabalho. Retomar a reorganização dos trabalhadores”, destacou Ema-noel Melato, da Intersindical.

Os radialistas saíram do congresso animados para a luta em defesa dos direitos do conjunto da categoria e o sindicato tem a responsabilidade de organizar essas lutas e ações. Mas os trabalhadores precisam fazer sua parte.

26 - Revista da FITERT

Arquivo Sindicato

Protesto no Ministério do Trabalho em SP contra falta de fiscalização

No dia 25 de outubro o Sindicato dos Radialistas de São Paulo partici-pou de protesto na Superintendencia Regional do Trabalho (SRT), na ca-pital paulista, denunciando a falta de fiscalização no setor de rádio e TV e o grande número de registros profis-sionais falsos ou emitidos de forma irregular.

A diretoria do sindicato proto-colou novo documento reclamando da demora do Ministério em realizar ações de fiscalização nas empresas para resolver os problemas enfrenta-dos pelos radialistas no Estado e pe-

dindo que a SRT realize um recadas-tramento de todos os profissionais que atuam em São Paulo para verifi-car a legalidade dos registros.

Em março deste ano o sindicato já havia solicitado à SRT que obrigue as empresas de radiodifusão,  televisão, produtoras e dubladoras  no Estado de São Paulo a apresentar relação de todos os profissionais que exercem funções de radialista regulamentadas na forma do decreto 84.134/79.

No mês de setembro,  mais uma vez,  o sindicato havia protocolado pedido de urgência nas ações de fis-

calização.Durante o ato foi denunciado

também pelas entidades participan-tes – entre elas a Intersindical - que a ausência de fiscalização do Ministé-rio do Trabalho nas empresas muitas vezes custa a vida de trabalhadores. É o caso da Usiminas, em Cubatão (SP), onde 54 trabalhadores morre-ram em acidentes de 1993 a 2011. A última fiscalização do MTE na em-presa ocorreu em 2007. A empresa também vem demitindo diariamente. Desde agosto deste ano mais de 300 trabalhadores perderam o emprego.

Revista da FITERT - 27

No dia 14 de julho, o Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul completou seu jubileu. Para come-morar os 50 anos de luta em defesa da categoria, a direção do sindicato decidiu realizar a festa juntamente com as comemorações do Dia do Ra-

dialista (21 de setembro) e o evento aconteceu no dia 3 de outubro.

Um dos homenageados da noite foi o primeiro presidente e funda-dor do sindicato, Lauro Haggemann, uma personalidade do radialismo gaúcho. Lauro foi eleito presidente

da entidade em 1962, sendo inclusive cassado pela ditadura militar.

Outros ex-presidentes também participaram da festa como Ciro Ma-chado, Carmen Helena Crochemore e Antônio Edisson Peres (o Caverna, tesoureiro da FITERT).

Sindicato dos Radialistas do Rio Grande do Sul completou 50 anos

Arquivo Sindicato

Da esquerda para a direita: Elto Basei, Ciro Machado, Lauro Haggemann, Carmen Helena e Caverna

Túlio Bucchionni

Com o 1º Seminário de Gênero, promovido entre os dias 28 e 30 de junho em Natal (RN), a FITERT deu um importante passo para aprofun-dar o debate sobre diversidade sexual na categoria. Durante três dias, fo-ram discutidas diferentes concepções de gênero, a situação da mulher no capitalismo, a Lei Maria da Penha e o papel dos radialistas e dos meios de comunicação no combate ao machis-mo e à homofobia.

Celene Rodrigues Lemos, secretá-ria de política da mulher da FITERT e organizadora do seminário, afirma ter se surpreendido com o resultado do evento, que contou com um pú-blico misto de homens e mulheres e deliberou importantes resoluções pa-ra o avanço do debate. “Estamos ten-tando formar uma rede de mulheres fitertianas para depois expandi-la; pretendemos fazer mais encontros e

estamos estimulando os estados a fa-zerem seus encontros para aumentar a participação no próximo encontro nacional”, diz.

A radialista Maria Albenise Ci-priano, da cidade de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, ressaltou a pertinência do seminário e mostrou sua preocupação em trazer os deba-tes para a prática. “Enquanto radia-listas, nosso dever é manter as pes-soas informadas e ainda existe muito tabu nesse assunto. As próprias mu-lheres muitas vezes não se dão conta e são tratadas como objeto”, disse.

Entre os encaminhamentos do se-minário estão a inclusão do dia 14 de setembro (dia latino-americano da imagem da mulher na mídia) no calendário de atividades da FITERT, a elaboração de um documento de apoio ao PLC 122/2006 (que crimi-naliza a homofobia) e a aproximação com os movimentos sociais que dis-cutem gênero e diversidade sexual

e o indicativo de realizar a segunda edição do evento em março de 2014. A diretoria da FITERT também dis-cutirá com todas as direções dos sin-dicatos filiados a inclusão de cláusu-las de defesa dos direitos das mulhe-res e de combate à homofobia e ao machismo nas convenções coletivas.

O ex-coordenador da FITERT Léo Mendes, um dos debatedores no seminário, chama atenção para a ne-cessidade de sindicalizar mais mu-lheres e LGBTs (lésbicas, gays, bis-sexuais, transgêneros e travestis) e de participar com maior firmeza nas marchas do Dia Internacional da Mulher (8 de março) e do Dia do Or-gulho LGBT (28 de junho). “Esses te-mas são muito invisíveis na categoria. A comunidade de radialistas é res-ponsável pela comunicação de mas-sa e, muitas vezes, reproduz piadas e propagandas machistas e homofóbi-cas. É necessário que a FITERT esteja atenta a essa questão”, salienta.

Seminário aprofunda debate e propõe ações antissexistasDocumento com o resumo das discussões do 1º Seminário Internacional de Gênero e resoluções será disponibilizado para a categoria em breve no site da fITERT

GÊneRO

28 - Revista da FITERT

Fotos: Arquivo FITERT

Matérias e trabalhos de radialis-tas ou jornalistas que tenham co-mo tema questões de gênero e di-versidade sexual serão premiados a partir do ano que vem. A criação do Prêmio FITERT de Igualdade de Gênero é uma das resoluções do

seminário e qualquer radialista ou jornalista poderá concorrer.

A iniciativa visa estimular e va-lorizar trabalhos que denunciem casos de violência relacionada às questões de gênero e diversidade sexual, assim como trabalhos edu-

cativos que abordem questões de saúde, cultura e meio ambiente, en-tre outras, sob o viés de gênero e di-versidade. A premiação está previs-ta para ocorrer no dia 8 de março de 2013 e o regulamento será divul-gado em breve.

Prêmio fITERT de Promoção da Igualdade de Gênero

Na página ao lado, mesa de abertura do seminário. Nesta página, em sentido horário, participantes do evento acompanham saudação em vídeo da farmacêutica Maria da Penha (paraplégica após levar tiros do ex-marido e cuja luta contra a impunidade inspirou a lei com seu nome); plenário; e Celene Lemos fala durante o seminário.

Revista da FITERT - 29

ORGAnIZAçãO

Sindicalização fortalece aluta nacional da categoria

Com a adesão à FITERT dos sindicatos do Amazonas e Ama-pá, também neste ano, a campa-nha ganhou força. E depois do su-cesso obtido pelos sindicatos da Bahia e de Sergipe, o objetivo da diretoria da Federação é colabo-rar com cada um dos sindicatos filiados para que cheguemos ao final de 2013 com um salto quali-tativo no número de trabalhado-res que compreendem a impor-tância da organização da classe para enfrentar a patronal. Para is-so, foi editada a cartilha de sindi-calização e a diretoria da FITERT está à disposição para percorrer os estados.

No Estado de Roraima, o sin-dicato informou à Federação que em apenas uma semana 50 radia-listas se filiaram à entidade. O re-cém criado sindicato do Amapá comemora a alta procura de tra-balhadores para se associarem. Somados, os estados da Bahia, Rio de Janeiro e Sergipe, já sindi-calizaram mais de 400 radialistas. Os exemplos evidenciam o poten-cial de organização da categoria.

Entre as iniciativas adotadas pela diretoria da fITERT para fortalecer a luta em defesa da regulamentação profissional e dos direitos dos radialistas, a campanha nacional de sindicalização é um dos destaques. Iniciada de forma vitoriosa em agosto deste ano no Rio de Janeiro, a empreitada vem aumentando a família radialista.

1) Na Bahia, a campanha de sindicalização teve início junto com as comemorações do Dia do Radialista e o tradicional campeonato de futebol society promovido pelo Sinterp-BA; 2) A TV Sergipe foi um dos primeiros locais de trabalho a receber a campanha de sindicalização da FITERT e sindicatos naquele Estado; 3) No Rio de Janeiro, Estado de lançamento da campanha, os tra-balhadores da TV Record fizeram fila para se associar ao sindicato; 4) Capa da cartilha de sindicalização (se você ainda não recebeu a sua, entre em contato pelo email [email protected]).

30 - Revista da FITERT

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Fotos: Arquivo FITERT, Sinterp-BA e Sindicato do RJ

ORGAnIZAçãO

fITERT se consolida como a voz dos radialistas brasileiros

Criada a partir da discordância de atitude, ação e postura da antiga federação que representava os tra-balhadores em radiodifusão e que, ao longo dos tempos, moldou-se ao capital e passou a defender os inte-resses patronais, a FITERT foi assu-mindo papel de liderança no cenário sindical brasileiro e hoje se consolida como referencial na área de radiodi-

fusão e comunicação do país.A nova equipe que assumiu a di-

reção da FITERT em novembro do ano passado tem buscado constante-mente manter-se afinada com os in-teresses da categoria. E, nessa pers-pectiva, vem desenvolvendo ações em todo o país para garantir o respei-to à profissão e à categoria, assumin-do a responsabilidade de enfrentar e

provocar o debate sobre os grandes temas que dizem respeito à comuni-cação no país.

Nesta segunda edição da Revista da FITERT apresentamos um balan-ço das atividades realizadas, a título de prestação de contas aos sindica-tos filiados e à categoria, e divulgação das pautas acompanhadas pela dire-toria da Federação.

Nova equipe de direção busca constante afinação com anseios da categoria.

OUTUBRO2011

NOVEMBRO2011DEZEMBRO2011

A nova direção da FITERT foi eleita no 9º Congresso Nacional dos Radialistas, ocorrido em Aracaju (SE).

Primeira reunião da nova diretoria, nos dia 18 e 19, em Brasília.

- A posição da FITERT e dos sindicatos filiados sobre a estruturação do sistema de TVs por assinatura no país foi levada ao seminário promovido pelo Ministério das Comunicações, em Brasília, pelo coordenador da Federação, José Antônio.

- Entre os dias 5 e 7, José Antônio e os secretários de Relações Internacionais, Eurípedes Corrêa, e de Políticas da Mulher, Celene Lemos, participam do Fórum de Sindicalizadores promovido pela UNI Américas na cidade de Praia Grande. A atividade foi seguida, nos dias 8 e 9, pelo Seminário de Formação Sindical para Jovens, acompanhado pelos diretores Éder Carlos Lourenço e João dos Reis.

Revista da FITERT - 31

Arquivo FITERTH

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- Ainda em dezembro, José Antônio, Eurípedes Corrêa, Jota Filho (secretário de Registro Profissional), Marco Antônio (secretário de Política Institucional) e Kid Noel (secretário de Imprensa) participaram da 16ª Plenária Nacional do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), realizada em São Paulo nos dias 9 e 10. Nesta plenária, foi eleito para representar a FITERT na coordenação executiva do FNDC o radialista Marco Ribeiro. Na foto, a coordenadora do Fórum, Rosane Bertotti, falando.

- No dia 12, Fernando Cabral foi um dos dirigentes do ato em defesa dos funcionários da Fundação Aperipê, em Sergipe.

- Em Brasília, José Antônio, Antonio Edisson Peres “Caverna” (Tesoureiro), Ricardo Ortiz (secretário de Formação), Celene Lemos e Marco Antônio participaram de audiência pública sobre Rádios Comunitárias realizada, no dia 13, na Câmara dos Deputados.

- Também no dia 13, em São Paulo, a diretoria da Federação se reuniu com representantes dos sindicatos de Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Bahia, Pará e Distrito Federal na tentativa de superar as dificuldades de organização surgidas após o 9º Congresso da categoria. Participaram da conversa pela FITERT José Antônio, Miguell Walther (Vice-Coordenador), José Marcos (Secretário-Geral) e Ricardo Ortiz.

- Cumprindo o papel de unificar o debate em torno dos grandes problemas que afetam a categoria, Cabral e Zé Antônio representaram a FITERT numa reunião com a diretoria do Sindicato dos Radialistas de Alagoas, nos dias 22 e 23.

- Expandindo ações e conhecendo de perto os problemas que afetam a categoria nos estados, a FITERT enviou ao Maranhão, no dia 14 de janeiro, os diretores Zé Antônio e Jota Filho.

- Cumprindo determinação do 9º Congresso, foi realizada nos dias 26 e 27, em Brasília, a Plenária Estatutária que resultou num estatuto mais moderno, que dialoga com as diversas áreas de comunicação do país. O evento foi seguido do seminário de planejamento da diretoria, nos dias 28 e 29.

JANEIRO2012

32 - Revista da FITERT

- Na capital baiana, também no dia 7 de dezembro, o secretário de Política Sindical, Fernando Cabral, representou a FITERT no ato que denunciou o desrespeito aos direitos trabalhistas no Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb).

Márcia Shuler/FN

DCArquivo Stert-SE

Arquivo FITERT

- Eurípedes Correia representou a Federação no debate “O novo marco regulatório da Comunicação” em Brasília, no dia 02.

- Em Macapá (AP), radialistas se reuniram em assembleia no dia 8 e decidiram organizar o sindicato estadual. José Antônio e Fernando Cabral representaram a FITERT no diálogo com os profissionais amapaenses.

- Reunião da diretoria executiva, em Cuiabá, nos dias 16 e 17.

- Nos dias 1º a 4, a FITERT promoveu o seminário Novas Tecnologias, em Florianópolis, com a participação dos diretores José Antônio, Marco Antônio, Eurípedes Corrêa e Fernando Cabral.

- No dia 7, José Antônio e José Marcos participaram de reunião com a Uni-Mei – Aliança Internacional de Artes e Entretenimento, em São Paulo.

- Entre os dias 9 e 11, José Antônio representou a Federação no Encontro Nacional sobre Direito à Comunicação, ocorrido em Recife.

fEVEREIRO2012

- Entre os dias 20 e 23, aconteceu o primeiro turno das eleições para renovação de diretoria do Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro. Os diretores Antonio “Caverna”, Jailson Gomes (secretário de Políticas Sociais) e José Marcos acompanharam o processo.

- No dia 21, Zé Antonio, Celene Lemos e Cabral foram recebidos em audiência pelo deputado federal Valadares Filho (PSB/SE) para tratar dos projetos de lei de interesse da categoria. No mesmo dia, Zé Antonio, Celene e Jota Filho foram recebidos em audiência no Ministério do Trabalho e do Emprego para discutir os questionamentos da Federação ao processo de emissão de registros profissionais.

- De 21 a 23, dirigentes da Federação participaram do seminário iternacional “Regulação da Comunicação Pública”, na Câmara dos Deputados, onde, no segundo dia de trabalhos, Zé Antônio apresentou a posição da categoria na mesa sobre regulação de conteúdo e diversidade.

- No dia 26, Zé Antonio participou, em São Paulo, de reunião com o DIEESE para discutir a realização de uma pesquisa sobre o perfil dos radialistas brasileiros.

- Na mesma data, a FITERT esteve representada pelo radialista Marco Ribeiro em audiência na qual o ministro das Comunicações, Paulo

Bernardo, recebeu a coordenação executiva do FNDC para discutir a necessidade de um novo marco regulatório das comunicações no país.

Revista da FITERT - 33

MARçO2012

Arquivo FITERT Leonardo Prado/Agência Câmara

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- No dia 05, a FITERT promoveu o Seminário Nacional de Sindicalização com a direção nacional e representantes dos sindicatos filiados, também em São Paulo.

- No dia 08, Zé Antônio participou de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília.

- A prefeita de Natal (RN), radialista e jornalista Micarla de Souza, recebeu no dia 11 os dirigentes Zé Antonio, Celene Lemos e Jailson Gomes para tratar do Seminário Internacional de Gênero promovido pela FITERT.

- No dia 15, Miguell Walther participou da VII Conferência Legislativa sobre Liberdade de Expressão, na Câmara dos Deputados. E, no dia 16, acompanhou a reunião do Grupo de Trabalho de Consolidação das Leis da Câmara (GTCL) que discutiu, entre outras proposituras, um projeto de lei que interfere na regulamentação profissional dos radialistas, separando a profissão de cinegrafista, o que, na avaliação da FITERT e dos sindicatos filiados, enfraquece a categoria.

34 - Revista da FITERT

- No Rio de Janeiro, em 28 de março, a coordenação da Federação participou de reunião com a Comissão Eleitoral do Sindicato dos Radialistas do RJ, preparando o 2º turno. No mesmo dia, Eurípedes Correia participou da reunião do Comitê de Enlace da UNI, em São Paulo.

ABRIl2012

- No dia 03 ocorreu nova reunião da coordenação da FITERT com a comissão eleitoral do Sindicato do Rio de Janeiro. E nos dias 10 a 13 aconteceu o segundo turno das eleições para formação da nova diretoria do sindicato, que foi acompanhada pelos dirigentes Eurípedes, Caverna, Jailson, Cabral, Zé Antonio, Zé Marcos e Jota Filho. A eleição sagrou vitoriosa a chapa apoiada pela diretoria da Federação e encabeçada pelo vice coordenador da FITERT, Miguell Walther.

- No dia 26, o deputado João Campos (PSDB/GO) recebeu em audiência na Câmara dos Deputados os diretores Zé Antonio, Caverna e Celene Lemos para discutir o projeto de lei 1005/2007, que institui a carteira de identificação nacional dos radialistas.

MAIO2012

- No dia 03, foi lançada na Assembleia Legislativa de São Paulo a Revista e o vídeo comemorativos dos 22 anos de fundação da FITERT, com a presença da diretoria e representantes dos sindicatos filiados.

- No dia seguinte, a FITERT participou do seminário “Desafios da Liberdade de Expressão”, promovido pelo FNDC, no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo – com uma delegação de 33 radialistas representando os sindicatos filiados.

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Leon CunhaSaulo Cruz/Agência Câm

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Revista da FITERT - 35

JUlHO2012

- No dia 05, Zé Antonio e Celene participaram da audiência pública “Humilhação, dignidade e Direitos Humanos”, realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília.

- Em 14 de junho, foi lançada em Aracaju, em conjunto com o Sindicato dos Radialistas do Estado de Sergipe, a Revista da FITERT.

- No dia 18, Zé Antonio e Cabral participaram da assembleia de fundação do Sindicato dos Radialistas do Amapá, na capital, Macapá.

- De 19 a 21, Jota Filho acompanhou o Congresso da Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV), em Brasília. Enquanto os diretores Zé Antonio e Cabral visitaram ao Sindicato dos Radialistas do

Amazonas, em Manaus.

- Nova reunião da diretoria executiva, na cidade de Natal (RN), nos dias 26 e 27 de junho.

- Entre 15 e 17, Celene, Zé Antonio e Eurípedes participaram do Fórum de Sindicalizadores da Uni/Mei, em Atibaia (SP).

- E no dia 23, Zé Antônio, “Caverna”, Celene e os advogados Ismael Freitas e Nicola Piraino participaram de audiência no Ministério do Trabalho e do Emprego, em Brasília, para discutir critérios para emissão do

registro profissional.

- Antonio “Caverna” participou da posse da nova diretoria do Sindicato dos Radialistas do RJ, no dia 11.

- Ainda em Natal, a FITERT realizou o Seminário Internacional de Gênero, de 28 a 30.

JUNHO2012

- Nos dias 03, 04 e 05, Zé Marcos, Zé Antonio e Kid Noel participam do 1º Fórum da Internet, em Olinda (PE) e visitam o Sindicato dos Radialistas do Estado de Pernambuco.

- Nos dias 16, 17 e 18, Zé Antonio e Cabral participaram, em João Pessoa (PB), de audiências com a secretária de Comunicação da Prefeitura, Marli Lúcio (foto), a Superintendência da CEF e a Secretaria de Governo do Estado sobre a realização do Encontro de Rádios e TV´s Públicas.

- Miguell participou da audiência realizada pelo Conselho Curador da EBC, em Recife (PE), no dia 25.

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Arquivo FITERT Arquivo NIC.br

Ascom Prefeitura de João PessoaFlávia Vieira/Alepe/Gab. Luciano Siqueira

- No dia 31, Miguell Walther representou a FITERT na solenidade de posse da nova Direção Nacional da CUT (gestão 2012/2015), em São Paulo.

- No dia 03, Zé Antonio, Cabral, Celene e Marco Antônio participaram da primeira reunião do Conselho de Comunicação Social (Eurípedes estava recém operado) e no dia seguinte (04) acompanharam a audiência pública convocada pela FrenteCom (Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito a Comunicação com Participação Popular) que discutiu a implantação do sistema de rádio digital no Brasil.

SETEMBRO2012

36 - Revista da FITERT

- No dia 30, Zé Antonio, Jota Filho, Antonio “Caverna”, Celene e os advogados Ismael e Nicola foram mais uma vez recebidos em audiência no MTE para discutir a minuta encaminhada pela Federação ao Ministério com propostas de regulamentação da emissão do registro profissional.

- De 06 a 10, “Caverna”, Cabral, Celene, Jailson Gomes, Zé Antônio e Galdino Neto (suplente do Conselho Fiscal) participaram da abertura da Campanha Nacional de Sindicalização da FITERT, nas emissoras do Rio de Janeiro.

- Eurípedes tomou posse como suplente no Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, no dia 8.

- O Conselho Fiscal da FITERT se reuniu no dia 14, em São Paulo, para analisar a prestação de contas da atual gestão e fechamento das contas da gestão anterior, com a presença de Zé Antônio, Antônio “Caverna”, Eduardo Figueiredo, Jota Reis e Elto Basei.

- No dia 16, Zé Antonio, “Caverna”, Jota Filho e os advogados Ismael Freitas e Nicola Piraino participam de audiência no Ministério do Trabalho e do Emprego.

- Em 24 de agosto, Jailson Gomes apresentou o Projeto de Execução do 1º Encontro de Rádios e TV´s Públicas na Secretaria de Comunicação da Prefeitura de João Pessoa, à Câmara Municipal da capital

paraibana e à Secretaria do Governo do Estado da Paraíba.

- No dia 27, a FITERT do ato de lançamento da campanha “Para expressar a liberdade: uma nova lei para um novo tempo”, impulsionada pelo FNDC em defesa de um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil.

- No dia 20, Zé Antonio, Jota Filho e Celene acompanharam a reunião do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional.

AGOSTO2012

Arquivo FITERT

Pedro França/Agência SenadoArquivo FITERT

FNDC

- 09 e 10 de outubro, reunião administrativa da coordenação e tesouraria da FITERT, em São Paulo.

- No dia 18, a FITERT participou das atividades promovidas pela campanha “Para expressar a liberdade: uma nova lei para um novo tempo” em Brasília. Uma audiência pública convocada em conjunto com a FrenteCom e um ato em frente ao Ministério das Comunicações.

OUTUBRO2012

- No dia 26, Zé Antonio, Celene, “Caverna” e Jota Filho foram recebidos em audiência no Ministério da Educação, em Brasília, para discutir as exigências de formação discutidas pela categoria na Plenária de Salvador (2010) para a emissão do registro profissional.

- Também no dia 4, Celene participou da Marcha em defesa da educação organizada pela CUT na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

- Marco Antônio participou, no dia 17, no Rio de Janeiro, do Seminário de Indicação de Políticas Públicas para a Cultura e Comunicação promovido pelo Ministério da Cultura.

- No dia 21, a FITERT promoveu o Curso de Formação Sindical para a diretoria do Sindicato do Rio de Janeiro, com a presença de Zé Antonio.

- Entre os dias 22 e 25, o Sindicato dos Radialistas do Estado da Bahia realizou uma série de atividades em comemoração ao Dia o Radialista e como parte do lançamento da campanha nacional de sindicalização da FITERT no Estado, com a presença de Zé Antonio.

- Zé Marcos participou do Encontro Regional dos Radialistas promovido pelo Sindicato da Bahia na cidade de Juazeiro, no dia 27.

- Diretoria executiva se reuniu em Brasília, nos dias 28 e 29.

Revista da FITERT - 37

- Entre os dias 14 e 16, “Caverna” representou a FITERT no Congresso Nacional dos Trabalhadores em Televisão na Argentina.- E nos dias 22 a 24, foi realizado o 1º Encontro Nacional de Trabalhadoras e Trabalhores em Rádios e TVs Públicas promovido pela FITERT.

NOVEMBRO2012

Arquivo FITERT

Ministério da Cultura

Raquel de Lima/FNDC Frentecom

PRESTANDO CONTAS

fITERT tem superávit de mais de R$ 280 mil em 2011

38 - Revista da FITERT

Revista da FITERT - 39

Governo segue enrolando sobre

regulação da mídia

DEMOCRATIZAçãO DA COMUNICAçãO

Túlio Bucchioni

No fim de setembro deste ano, a assessoria do ministro das Comu-nicações, Paulo Bernardo, confir-mou que não havia previsão para o início da consulta pública sobre o projeto de um novo marco regula-tório para a comunicação no Bra-sil. A ideia de uma consulta públi-ca tem sua origem no ano de 2009, sendo uma deliberação da primeira Conferência Nacional de Comuni-cação, a Confecom.

“Nossa leitura é de que falta o go-verno determinar a pauta da demo-cratização da comunicação como uma prioridade política. Foi entre-gue pelo ex-ministro Franklin Mar-tins ao atual ministro Paulo Bernar-do uma proposta de um novo marco regulatório e essa proposta foi enga-vetada”, afirma João Brant, do coleti-vo Intervozes de comunicação social. Na avaliação do coletivo, a própria consulta em si pode ser considerada um “passo para trás”, uma vez que seria baseada em um conjunto de

perguntas sem correlação com um projeto concreto de um novo marco regulatório. “Na nossa opinião, havia condições para se fazer uma consulta já em cima de um projeto pronto, por isso a consulta é de certa forma um passo para trás”, diz Brant.

Para o professor de jornalismo na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Dennis de Oliveira, não há meios-termos em uma avaliação da postura adotada pelo governo. “Ou o governo tem a ilusão de negociar

40 - Revista da FITERT

Após três anos da 1º Conferência Nacional de Comunicação, consulta pública sobre novo marco regulatório prometida pelo Ministério das Comunicações ainda não tem previsão para ocorrer * Campanha “Para expressar a liberdade” cobra revisão do marco legal no setor, que data de 1962 e não contempla realidade atual

Campanha “Para expressar a liberdade”

com a grande mídia ou temor de en-frentar os grandes grupos de comu-nicação”, afirma.

De acordo com Brant, são muitas as artimanhas utilizadas pelos con-glomerados de comunicação para fa-zer pressão em defesa de seus inte-resses. “A pressão se dá de várias for-mas. Primeiro é uma pressão política em que são colocados na mesa de ne-gociação os interesses da grande mí-dia e uma chantagem de haver uma cobertura negativa [sobre um novo marco]. Não é nada explícito, mas a chantagem é tácita, ela fica sub--entendida na negociação”, diz. Brant cita ainda a atuação direta no congresso nacional dos empre-sários da comunicação, a relação estreita com deputados e também a pressão em cima de outros ór-gãos, como o Supremo Tribunal Federal (STF).

Campanha e frente Parlamentar

Em agosto deste ano, no dia em que o Código Brasileiro de Teleco-municações, o CBT, completou 50 anos, o Fórum Nacional pela De-mocratização da Comunicação lan-çou a campanha “Para expressar a liberdade – uma nova lei para um novo tempo”. A campanha, que foi precedida de uma série de atividades descentralizadas em diversas cidades em todo o país, foi uma deliberação do seminário do FNDC de maio de 2012. O seu foco principal é a luta por um novo marco regulatório de comunicação no Brasil, contra a con-centração dos meios de comunicação e a favor da afirmação da diversidade e pluralidade em nosso país.

No lançamento oficial da campa-nha em São Paulo, houve um enterro simbólico do CBT e um debate com a participação da filósofa e professora da Universidade de São Paulo (USP), Marilena Chauí. No evento, a filóso-fa defendeu com veemência a neces-sidade de um novo marco regulató-

rio. “A opinião pública é colonizada pelos profissionais de comunicação e os órgãos de notícia tornam-se órgãos de opinião. A informação é concentrada e centralizada, viran-do desinformação. Desinformar é controlar”, disse.

Na opinião de Rosane Bertotti, coordenadora-geral do FNDC, ain-da é preciso avançar na mobilização em torno da campanha. “Acho que a campanha tem conseguido desem-penhar uma mobilização na socie-dade brasileira para o conhecimen-to do porquê temos que ter um novo marco regulatório. Nesse sentido, a campanha tem alcançado o seu obje-tivo. No sentido de mobilização e de movimento mesmo ainda não atin-gimos nosso objetivo, mas esse é um processo de construção junto à so-ciedade brasileira”, afirma.

Para Brant, o resultado inicial da campanha é positivo e ainda é cedo para fazer avaliações mais profun-das. “A campanha tem apenas dois meses e foi lançada durante o perío-do eleitoral, por isso acho que ainda

é cedo para fazer uma avaliação. De qualquer forma, é muito positivo o fato de termos atividades em doze es-tados e duas atividades nacionais de peso, em São Paulo e Brasília”, diz.

Dezenas de entidades da socie-dade civil e de movimentos sociais participam da campanha, entre elas a FITERT. No Congresso, a Frente Parlamentar pela Liberdade de Ex-pressão e o Direito à Comunicação Participação Popular (FrenteCom) reúne parlamentares e representan-tes de movimentos sociais. “A Fren-tecom tem uma atuação importan-te junto ao Congresso, é uma frente com parlamentares e movimentos sociais, nesse sentido é estratégica”, diz Bertotti.

Próximos passos

Atualmente, a comissão de for-mulação da campanha está prepa-rando um projeto de lei de iniciati-va popular e pretende recolher 1,5 milhão de assinaturas. A sugestão da criação do projeto foi da deputa-da Luíza Erundina. Além disso, de acordo com Marco Ribeiro, do FN-DC, está em discussão um dia de mobilização nacional com carava-nas de todos os envolvidos na cam-panha ao Ministério das Comuni-cações em Brasília no dia 18 de ou-tubro de 2013 (dia nacional pela de-mocratização da comunicação).

A convocação da segunda Confe-com, ainda no governo Dilma, para ajudar na mobilização e massifica-ção da campanha, também está sen-do discutida; a convocação periódica da Confecom é uma das resoluções congressuais do Congresso Nacional dos Radialistas.

Audiência com a presidenta e postura do governo

No final de setembro, o FNDC e outras 27 entidades do movimento pe-la democratização da comunicação, protocolaram um pedido de audiência

“O governo Dilma tem sido muito pior

do que o governo Lula na pauta de

comunicação.”

Revista da FITERT - 41

Representada no Conselho de Comunicação Social (CCS) do Con-gresso Nacional pelo secretário de Relações internacionais, Eurípedes Corrêa, a Fitert pretende pautar no órgão a regulação dos meios de co-municação (cumprindo o disposto na Constituição Federal) como for-ma de garantir respeito aos direitos da categoria.

A regulação da comunicação é a única forma de assegurar, por exem-plo, a regionalização da produção – o que significa mais postos de trabalho. Também é pela regulação da mídia que pode ser combatida (ou piorada, se depender dos patrões) a superex-ploração hoje existente sob a máscara da “sinergia” ou do “profissional mul-timídia” – que nada mais é do que o

uso de trabalho não pago por parte dos patrões.

Eurípedes foi nomeado suplente do CCS pelo presidente do Congres-so Nacional, senador José Sarney. A nomeação dos atuais conselheiros se deu de forma antidemocrática e sem consulta à FITERT. Aliás, todas as entidades e movimentos sociais em defesa da democratização da comu-nicação, e até mesmo a FrenteCom (Frente Parlamentar pela Liberda-de de Expressão e o Direito à Co-municação com Participação Po-pular) questionaram a forma como o Conselho foi recomposto no apa-gar das luzes do primeiro semes-tre. Entretanto, já que está repre-sentada, a Fitert fará valer sua par-ticipação no órgão encarando-o como mais uma trincheira da luta em defesa dos radialistas e da de-mocratização da comunicação.

O CCS foi instituído pela Cons-tituição de 1988 como órgão auxi-liar do parlamento e teve sua pri-meira instalação efetiva apenas em 2002. Em 2006 foi extinto, perma-necendo inativo desde então, ape-sar da pressão dos movimentos so-ciais e da sociedade civil. Entre as atribuições do órgão estão a reali-zação de estudos, pareceres e reco-mendações sobre a regulação dos meios de comunicação. (L.A)

com a presidenta Dilma Rousseff, para apresentar as propostas da campanha e debater um novo marco regulatório de comunicações no Brasil. Após qua-se um mês, não houve resposta.

Na opinião do professor Den-nis de Oliveira, o governo Dilma representou um retrocesso para o movimento pela democratização da comunicação. “O governo Dil-ma tem sido muito pior do que o governo Lula na pauta de comuni-cação. No governo Lula, ainda com

todas as limitações, houve iniciati-vas do ex-ministro Franklin Mar-tins ou do Ministério da Cultura do Gilberto Gil. O Franklin che-gou a ensaiar uma desconcentra-ção da propaganda oficial em jor-nais e rádios pequenos, não comu-nitários, mas pequenos, e o gover-no Dilma voltou atrás nesse senti-do. As verbas oficiais voltaram pa-ra o eixo Rio-São Paulo. Foi um retrocesso”, avalia.

Bertotti afirma que o FNDC

entrou em contato não apenas com a presidenta, mas com as presidências da Câmara, do Senado, com outros ministérios e com o Conselhos de Comunicação Social do Congresso Nacional. “Falta uma decisão política do governo. O projeto [de um novo marco regulatório] está pronto, então falta somente uma decisão política do governo”, diz. Para mais informações e para acompanhar o andamento da campanha, visite o site www.paraexpressaraliberdade.com.br.

42 - Revista da FITERT

fitert pautará regulação e direitos no CCSIntervozes

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Revista da FITERT - 43

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