revista business portugal | agosto '15

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL TEMA 1

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REVISTA BUSINESS PORTUGALTEMA

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REVISTA BUSINESS PORTUGALTEMA

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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EDITORIAL

Editorial

Portugal em revista

CLUSTER DO MOBILIÁRIO34 - Município de Paredes36 - Divercol42 - Luís Silva SA

ARQUITETURA NACIONAL56 - GHF Arquitetura60 - Arqama

É só em Setembro que os jovens estudantes portugueses ficam a saber se alcançaram um dos principais objectivos

da sua vida estudantil, o acesso ao ensino superior. São três anos de árduo trabalho, estudo e concentração que

resultam, ou não, no alcance de uma ambição que, não raros os casos, os acompanha há muitos anos.

Mas nem todos os jovens portugueses querem um ‘canudo’. Com as contantes mudanças do mundo do trabalho,

muitos acreditam que o seu futuro está no ensino profissional e que esta é a melhor opção para garantirem o

dia de amanhã.

Por isso mesmo, nesta edição de Agosto, a Revista Business Portugal apresenta-lhe algumas das escolhas que

os seus filhos, estes jovens estudantes, têm ao dispor, de Norte a Sul do país.

Acredito que desse lado existam alguns futuros arquitectos. Nesta edição, damos a conhecer alguns dos mais

conceituados ateliers de arquitectura nacionais que têm vingado em Portugal, mas também no estrangeiro,

apresentando e conduzindo projectos de referência e que se distinguem dos demais.

Nas jornadas do seu roteiro para uma economia da dinâmica, o Presidente da República passou por Paredes

e Paços de Ferreira, onde condecorou algumas das personalidades e empresas de destaque da indústria do

mobiliário. Esta é uma indústria em que Portugal e os portugueses são exemplo em todo o mundo.

Continuamos a nossa viagem por Portugal, e nesta edição destacamos Vila do Bispo, que foi galardoado com o

Prémio Município do Ano Portugal 2015, em reconhecimento do seu desempenho em fazer desta cidade algarvia

um exemplo para o país.

Mas são muitos mais os destaques com que pode contar nesta sua Revista Business Portugal. Convido-o a

folhear a sua revista neste período dedicado às férias.Diana Ferreira não segue o novo acordo ortográfico

FICHA TÉCNICA

Diretor

Fernando Silva

EDITORA

Diana Ferreira

([email protected])

REDAÇÃO

Kathleen Araújo

Rita Carreira

Sara Gomes

Síliva Correia

Vera Pinto

Ana Miguel Lopes

Andreia Lobo

Marta Caeiro

Rita Burmester

Rui Roque

Sílvia Martins

([email protected])

PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGN

Tiago Rodrigues

SECRETARIADO

Paula Assunção

([email protected])

GESTÃO DE COMUNICAÇÃO

Cátia Fernandes

Fernando Lopes

Filipe Amorim

Isabel Brandão

José Machado

José Alberto

Luís Branco

Luís Silva

Manuel Fernando

Paulo Padilha

Pedro Duarte

Rui Diogo

EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE

Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15 6ºandar sala 6.1/6.2

4400-134 - Mafamude

([email protected])

CONTACTOS

Tlf: 223 754 806 (Geral)

Tlf: 224 109 098 (Redação)

A REVISTA BUSINESS PORTUGAL NAS REDES SOCIAS

DISTRIBUIÇÃO

Gratuita no Jornal i - Dec. Regulamentar 8/99-9/6 Artº 12º nº. ID

Depósito Legal: 374969/14

Edição de agosto

Por Diana Ferreira

alguns destaques da edição de agosto

12 - erasmus +

CONCELHO DE CASTELO BRANCO64 - Freguesia de Sarzedas72 - Freguesia de Salgueiro do Campo

INOVAR PARA CRESCER76 - Aquapor80 - HR Group84 - Fercopor

MUNICÍPIOS EM DESTAQUE92 - Município de Santa Marta de Penaguião102 - Município de Oleiros

06 - município de vila do bispo

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mun

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o an

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A Universidade do Minho atribui, desde 2013, os prémios que destacam as boas práticas do poder

local, uma organização da plataforma UM-Cidades. Este ano o grande vencedor foi o município

de Vila do Bispo com o Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres. Os

prémios foram atribuídos no passado dia 9 de julho, numa cerimónia que decorreu no Theatro

Circo, em Braga. Segundo a UM-Cidades, a atribuição dos galardões obedece a vários critérios. São eles:

reconhecer e premiar as boas práticas em projetos implementados pelos municípios com impactos assinaláveis

no território, na economia e na sociedade, que promovam o crescimento, a inclusão e/ou a sustentabilidade;

colocar na agenda a temática da territorialização do desenvolvimento, perspetivada a partir da ação dos

municípios e ainda dar visibilidade e reconhecer, em diferentes categorias, realidades diversas que incluam

as cidades de maior dimensão, mas também os territórios de baixa densidade nas diferentes regiões do país.

Na edição deste ano, para além do grande vencedor nacional, existiram outros premiados por zonas, sendo

que Vila do Bispo venceu também na região do Algarve. Nas restantes categorias regionais foram distinguidos

mais nove municípios, são eles: Braga, zona Norte, Santa Maria da Feira, na Área Metropolitana do Porto,

Águeda, região Centro, Coruche, Alentejo, Ribeira Grande, Regiões Autónomas e Sintra, Área Metropolitana

de Lisboa. Nos municípios com menos de 20 mil habitantes os premiados são Paredes de Coura, Norte

e Lousã, na zona Centro. Em 2014, o Prémio Município do Ano Portugal 2014, foi atribuído a Lisboa ao

projeto ‘Há Vida na Mouraria’. A Universidade do Minho instituiu estes galardões em 2013, o principal objetivo

é “preencher a lacuna entre o conhecimento, a política e a prática na temática das cidades e das regiões”,

destaca a organização.

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MUNICÍPIOS DO ANO

Vila do Bispo tem para oferecer um vasto leque de atividades. Num concelho onde a terra abraça o mar, a beleza natural, aliada aos

inúmeros vestígios históricos, tornam a região num local de excelência para os amantes do turismo de natureza, prova disso, é o prémio

atribuído ao Festival de Observação de Aves e Atividades de Natureza de Sagres.

município de vila do bispo

Destino turístico onde natureza, praia e história se cruzam

A aposta nas potencialidades naturais e

ecológicas deram frutos e o Município de

Vila do Bispo foi o grande vencedor da 2.ª

edição, Prémios Município do Ano - Portugal

2015, tendo vencido, primeiramente, o prémio do

melhor projeto da região do Algarve. O presidente da

Câmara de Vila do Bispo, Adelino Soares, afirma que

“este prémio é o reconhecimento, a nível nacional,

do trabalho desenvolvido localmente, na promoção

das potencialidades deste território, em parceria com

associações ambientais e empresas locais”. O evento

realiza-se sempre no primeiro fim-de-semana de

outubro, este ano, a 6.ª edição, decorre de 1 a 4 de

outubro, em Sagres. A iniciativa é organizada pelo

Município em parceria com a Sociedade Portuguesa

para o Estudo das Aves (SPEA) e a Associação

Almargem, contando com o apoio do Turismo do

Algarve, do Instituto da Conservação da Natureza e das

Florestas e STRIX – Ambiente e Inovação. As sinergias

criadas em torno do evento “demonstram a importância

que tem o estudo das aves do ponto de vista ambiental

e turístico, e potencializa uma atividade que conta com

milhões de praticantes em todo o mundo, onde Sagres

surge com condições excecionais para a sua observação

(Birdwatching) ” revela o autarca, Adelino Soares. O

Festival tem impacto a nível internacional, onde no ano

transato contou com cerca de mil participantes de 18

nacionalidades diferentes. O que faz desta zona do País

especial é o número de avistamentos onde “em 2014

tivemos cerca de 140 avistamentos de aves diferentes,

entre passeriformes, rapinas e marinhas” sendo que

em 2013, ocorreram perto de 180 avistamentos “o

período migratório outonal é de agosto a novembro,

e algumas das espécies ameaçadas, que raramente

são avistadas em outros territórios, como a Gralha-de-

bico-vermelho, surgem com frequência em Sagres”, adelino soaresPresidente

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MUNICÍPIOS DO ANO

explica o responsável pelo Município de Vila do Bispo.

O Festival de Observação de Aves e Atividades de

Natureza de Sagres tem ganho dimensão ao longo das

suas 5 edições “através do envolvimento de escolas,

associações, empresas e toda a comunidade local,

conscientes dos valores ambientais a preservar e das

potencialidades turísticas do ponto de vista económico”,

salienta o presidente Adelino Soares. Mas nem só de

observação de aves vive o festival, e numa visão mais

abrangente, onde se potencializam as mais-valias

naturais da região, o Município de Vila do Bispo organiza

outras atividades como “saídas de campo, caminhadas,

saídas de barco para observação de cetáceos (golfinhos

e baleias), entre outras, tentando combater o principal

problema do Algarve, a sazonalidade”, explica o autarca.

O concelho de Vila do Bispo é um dos locais do País

com maiores potencialidades ambientais “com rotas e

percursos para os amantes do pedestrianismo” onde a

fauna e flora surgem com valores excecionais “existem

espécies endémicas como o Tojo de Sagres e o Triops

Vicentinus”, que podem ser admirados pelos amantes da

natureza, sem esquecer que “deve ser dos poucos sítios

do mundo, onde se juntam centenas de pessoas, no

Cabo de S. Vicente, para observar e aplaudir o pôr-do-sol”

realça o presidente do Município, Adelino Soares. Todas

estas características do território permitem aos visitantes

usufruir de uma experiência sem igual desfrutando da

natureza em todo o seu esplendor. Importa salientar que

“os cidadãos de Vila do Bispo estão empenhados no

sucesso do evento”. O presidente da Câmara Municipal

faz questão de frisar que “o Festival não implica grandes

custos financeiros” permitindo afirmar que “é possível

organizar um evento, que envolve a comunidade local e

que desperta interesse nos visitantes, sem gastar muito

dinheiro” conclui. Adelino Soares elogia a excelente

iniciativa da Universidade do Minho, Projeto UM-Cidades,

por premiar os municípios pelas boas práticas, referindo

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MUNICÍPIOS DO ANO

que “não é só uma vitória de Vila do Bispo é também do

Algarve e de todos os autarcas que trabalham em prol

das suas comunidades”, destaca o edil.

A riqueza histórica de Vila do Bispo

A região está repleta de vestígios que contribuem

para o relato da história de Portugal e do Mundo. Para

além de todo o património relacionado com a época

dos Descobrimentos, presente, sobretudo em Sagres,

o autarca destaca as investigações que estão a ser

realizadas em parceria com Universidades e a Marinha

Portuguesa na procura de vestígios subaquáticos da

Primeira Guerra Mundial, que “em 2017 pretendemos

que sejam reconhecidos como património da UNESCO”.

Ao longo da costa do concelho estão submersos

vários vestígios, destacando-se o navio de guerra, da

Marinha Francesa, L’Océan, que se afundou junto

à Praia da Salema, em 1759, durante a Batalha de

Lagos, um episódio da Guerra dos Sete Anos. O vasto

património histórico da região engloba também “a maior

concentração de menires conhecida em toda a Península

Ibérica. Os menires de Vila do Bispo começaram a ser

erguidos sensivelmente há 6500 anos concorrendo

para um ranking dos mais antigos, num fenómeno

que perdurou, provavelmente, até à idade do Bronze.

Vestígios mais antigos do Homem moderno, a sul da

Península Ibérica, na localidade de Vale de Boi, com

cerca de 33 mil anos. Sem esquecer as pegadas de

dinossauros que podem ser visíveis em vários locais da

freguesia de Budens”, realça o presidente do município,

Adelino Soares.

Um mar de oportunidades

Vila do Bispo é um local priveligiado por estar situado

entre a costa Atlântica e o Mediterrâneo. A localização

geográfica reúne todas as condições para a prática

de várias atividades como “o mergulho e a pesca”.

O autarca de Vila do Bispo realça que “temos praias

fabulosas para a prática do surf, bodyboard, windsurf,

Paddel e Kitesurf” afirmando que devido à configuração

do território “devem existir poucos locais no mundo

com estas condições”. Os desportos náuticos são um

atrativo e o Município está consciente da importância

que têm para o desenvolvimento da região. Neste

sentido, Vila do Bispo “é o patrocinador de vários atletas

do concelho onde se destaca a campeã europeia de

bodyboard, Joana Schenker”, revelou Adelino Soares. A

autarquia dinamiza e apoia também diversas iniciativas

relacionadas com o mar com o intuito de captar turistas

para a região. A beleza natural das praias, de excelente

qualidade ambiental, valeram ao território a distinção do

terceiro município do País com mais praias galardoadas

com Bandeira Azul e Bandeira Dourada. O mar é um

dos pontos fortes de Vila do Bispo, facto que também se

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MUNICÍPIOS DO ANO

reflete na excelente gastronomia local, destacando-se a

nível nacional pela variedade e qualidade de pescado.

Uma das apostas fortes é a afirmação de Vila do Bispo

como Capital do Perceve. A autarquia apoia todos os

anos a Associação de Marisqueiros de Vila do Bispo e

Costa Vicentina na organização do Festival do Perceve,

que este ano decorre nos dias 4, 5 e 6 de setembro

“atraindo milhares de pessoas a este certame”. Durante

todo o ano são realizadas várias reportagens da apanha

do perceve “é uma atividade arriscada e impressionante,

retratada no filme Filhos de um Mar Maior” destaca o

edil. O mar, a gastronomia, a natureza e a história tornam

Vila do Bispo num destino turístico singular “o que nos

diferencia de outros locais é o facto de usufruirmos de

um ambiente natural, com tranquilidade e segurança.

Vila do Bispo pode ser visitado durante todo o ano, num

ambiente familiar”, remata o presidente da Câmara.

Futuro: Desenvolvimento e crescimento

O concelho tem cerca de 5300 habitantes que este

ano vão ter ao seu dispor novas infraestruturas “vamos

inaugurar um lar de idosos, uma creche e um centro

escolar, equipamentos importantes para a melhoria das

condições de vida dos nossos munícipes”, revelou o

autarca. O Município apoia os estudantes de diversos

níveis de ensino, através da atribuição de bolsas de

estudo e de investigação, alimentação, transportes e

material escolar. A saúde também assume importância

para o autarca que tem proporcionado “condições de

fixação para os médicos” e que adquiriu uma unidade

móvel de saúde que “permite levar os profissionais de

saúdes às várias localidades do concelho, possibilitando

uma melhor comodidade aos munícipes”. Adelino

Soares destaca ainda que “a nível social o Município

apoia as famílias com maiores dificuldades financeiras,

bem como as Instituições de Solidariedade Social”. No

que diz respeito ao futuro “é importante dar condições de

vida aos residentes e proporcionar um bom acolhimento

a quem nos visita”. O Município vai continuar a

dinamizar e a dar visibilidade ao concelho “através de

atividades e iniciativas que projetem o nome de Vila do

Bispo, participando em feiras de turismo nacionais e

internacionais”. O autarca refere que pretende concorrer,

novamente, ao Prémios Município do Ano - Portugal em

2017 “consciente de que será difícil voltar a vencer”,

contudo o edil considera que “todos os municípios

devem participar, dando visibilidade às boas práticas do

poder local”, afirma o presidente da Câmara, Adelino

Soares.

Créditos às fotos: Município de Vila do Bispo; Carla Salvador; Jorge Menezes;

Marcelo Sousa; Nuno Barros; Ricardo Soares; Vanessa Oliveira e Vanda Rita Oliveira.

Festival do Percêbe 4, 5 e 6 de setembro

festival de observação de aves 1, 2, 3 e 4 de outubro

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ensi

no em

port

ugal

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

N a edição de agosto damos ênfase, uma vez mais, ao ensino profissional e universitário em Portugal.

Nos últimos anos, o ensino profissional tem tido bastante adesão por parte dos alunos portugueses.

O crescimento tem sido constante e acentuou-se desde 2005, quando a oferta de cursos foi

generalizada a todas as escolas geridas pelo Estado. Ainda assim, Portugal está abaixo da média

europeia, que ascende a 50.3 por cento.

Os cursos profissionais são um dos percursos do nível secundário de educação, caracterizado por uma forte

ligação com o mundo profissional.

Tendo em conta o perfil pessoal, a aprendizagem realizada nestes cursos valoriza o desenvolvimento de

competências para o exercício de uma profissão, em articulação com o setor empresarial local.

Já o ensino superior perdeu 3 mil vagas nos últimos quatro anos.

A diminuição foi constante e atira as vagas no ensino superior para próximo dos valores de 2008, ano em

que se mantinha um aumento iniciado no começo dos anos 2000.

Em Portugal também existe uma oferta variada no ensino superior privado de excelência e nesta edição

damos alguns exemplos.

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ENSINO EM PORTUGAL

O Erasmus+ tem permitido a diversos jovens e profissionais viver experiências enriquecedoras e desenvolver projetos únicos a nível

internacional. Este programa, que pretende “fazer europeus”, já ultrapassou as barreiras fronteiriças da Europa, tendo-se expandido

para o resto do mundo.

erasmus+

Da Europa para o mundo, a criar cidadãos

O Erasmus+ é o programa da União Europeia

(UE) destinado a apoiar a mobilidade de

estudantes e profissionais de educação e

formação, e parcerias entre instituições de

ensino, formação, juventude e desportos.

O Programa Erasmus+ segue-se ao anterior

Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida (PALV),

refletindo a necessidade de uma maior simplificação

e racionalização, maior transparência e facilidade

de acesso ao financiamento para as organizações e

cidadão europeus.

O Erasmus+ inclui o Ensino Escolar (Comenius), a

Educação e Formação profissionais (Leonardo da

Vinci), o Ensino Superior (Erasmus), o Ensino Superior

Internacional (International Credit Mobility), a Educação

de Adultos (Grundtvig), a Juventude e Desportos

(Juventude em Ação). A componente internacional,

extra comunitária, destina-se a apoiar a ação externa

da União Europeia, incluindo os seus objetivos de

desenvolvimento, através da cooperação entre a UE

e países terceiros. Por englobar todas estas vertentes,

tomou a designação de ‘Erasmus+’, conforme nos

contou Joana Mira Godinho, Diretora da Agência

Nacional Erasmus+ Educação e Formação.

O Erasmus+ entrou em vigor no dia 1 de janeiro de

2014, e tem permitido a diversos jovens e profissionais

viver experiências enriquecedoras e desenvolver projetos

únicos a nível internacional. O programa foi criado com

base na iniciativa Erasmus, célebre pelas oportunidades

que oferece aos estudantes universitários e ao pessoal

docente do Ensino Superior em termos de mobilidade

para fins de aprendizagem, estágio ou formação.

“O Programa Erasmus+ Educação e Formação

joana mira godinhoDiretora

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ENSINO EM PORTUGAL

financia instituições – qualquer instituição envolvida

em educação ou formação pode concorrer – que, por

sua vez, financiam estudantes e profissionais desta

área ao longo do ciclo de vida”, explica a diretora. O

principal beneficiário do Programa continua a ser o

Ensino Superior - grandes universidades públicas na sua

maioria.

“Quer o Ensino Escolar, quer a Formação Profissional,

quer a Educação de Adultos, estão a crescer

paulatinamente, e a sua importância no programa

Erasmus+ está a aumentar”, afirma Joana Mira Godinho.

O Programa, que outrora se focava apenas na Europa,

está neste momento a expandir-se pelo mundo inteiro

com a nova linha de financiamento International Credit

Mobility, que permite receber e enviar estudantes de e

para todo o mundo. Carlos Santos, Técnico da Agência

Nacional Erasmus+ Educação e Formação, sublinha:

“Já ultrapassámos as barreiras fronteiriças da Europa e

estamos agora a expandir-nos para o resto do mundo”.

Melhores oportunidades de emprego

No domínio da educação e formação, o programa visa

melhorar o nível de competências e aptidões dos cidadãos

europeus, criando mais oportunidades de mobilidade

para fins de aprendizagem e, simultaneamente,

reforçar a ligação da educação e formação com

o mercado de trabalho. Visa também fomentar a

cooperação transnacional com vista ao aumento da

qualidade, inovação, excelência e internacionalização

das instituições de educação e formação; promover e

sensibilizar para a criação de um espaço europeu de

aprendizagem ao longo da vida; reforçar a dimensão

internacional da educação e da formação; melhorar o

ensino e a aprendizagem das línguas; e promover a

excelência no ensino e nas atividades de investigação

no domínio da integração europeia.

“O feedback que recebemos, quer de indivíduos, quer

de instituições, é de que o programa tem muito bons

resultados e muito bom impacto”, diz Joana Mira

Godinho.

Faz parte dos planos futuros da Agência um estudo

de impacto do Programa em Portugal, com questões

relacionadas com a internacionalização do ensino e

formação no País, e a empregabilidade dos indivíduos

que frequentam o programa. Por enquanto, conta a

diretora, “sabemos que há menos desemprego entre

as pessoas que frequentaram o Erasmus, do que

entre pessoas em idênticas circunstâncias que não o

frequentaram. Existe um impacto nas taxas de emprego”.

Para um empregador, a mobilidade e multiculturalidade

é hoje muito importante. “Os empregadores estão à

procura de pessoas que tenham tido mobilidade, falem

línguas, sejam capazes de trabalhar num ambiente

multicultural, estejam habituados a trabalhar noutros

países, conheçam as culturas e modo de estudo

noutros países. Tudo são características típicas que os

empregadores hoje em dia procuram e que o programa

oferece aos beneficiários”, observa Joana Mira Godinho.

Carlos Santos acrescenta que “são as aprendizagens

colaterais, que tantas vezes não valorizamos, que lhes

dão as competências ou soft skills que são valorizados

pelos empregadores. Muitas vezes não é a física quântica

ou a medicina que vão aprender lá fora, mas são estas

caraterísticas colaterais que vão fazer a diferença mais

tarde”.

Organizações elegíveis

Com exceção das instituições comunitárias (Agências

Nacionais, Comissão Europeia, Parlamento Europeu,

Conselho da Europa), qualquer organização de

educação e formação é elegível no âmbito do Programa

Erasmus+, salvaguardando as especificidades de cada

ação.

Organizações de todos os setores envolvidos ativamente

na oferta de educação formal e não-formal, e formação

profissional poderão solicitar financiamento para os seus

alunos e funcionários.

“Este é um programa para fazer europeus”, reforça

Joana Mira Godinho. Para a diretora, isto significa “ter

pessoas tão confortáveis a trabalhar em Portugal como

em qualquer outro país. O programa financia mobilidade

e parcerias e quer contribuir para a internacionalização

das pessoas e das instituições e para a excelência do

sistema de educação dos países europeus”, acrescenta.

joana mira godinho e carlos santosDiretora e Técnico de Coordenação e Imagem

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ENSINO EM PORTUGAL

Candidaturas ao Erasmus+

As bolsas de Educação e Formação destinam-se a

organizações, pelo que não será possível apresentar

candidaturas individuais. Os cidadãos com interesse

em terem uma experiência de formação internacional

patrocinada pelo Programa deverão contactar as

suas organizações de educação e formação para se

candidatarem. No entanto, no setor da Juventude e

Desportos podem candidatar-se grupos informais de

jovens.

“Todos os nossos beneficiários têm que indicar qual é a

relevância do projeto que apresentam para os objetivos

da Europa 2020 e para os objetivos do programa

Erasmus+. É muito importante o número de mobilidades

que vão fazer e o desempenho anterior das instituições”,

explica Joana Mira Godinho.

Todas as organizações têm de se registar no sistema

de registo online da Comissão Europeia para poderem

submeter candidaturas. Este é um novo passo no

processo de candidatura e deverão por isso dar tempo

suplementar para completar esta etapa ao fazer um

pedido. Todas as nstituições de Ensino Superior terão

que ser detentoras de uma Carta Erasmus para o Ensino

Superior (ECHE) válida para participar nas atividades do

novo programa.

Uma franca expansão

Joana Mira Godinho esteve ligada ao Ministério da

Saúde e ao Banco Mundial, onde trabalhou como

gestora de setor, programas e projetos. Hoje, em

Portugal, a gerir uma equipa composta por 44 pessoas,

sente-se satisfeita por ter encontrado um programa «a

funcionar muito bem». “O programa hoje é levado muito

a sério”, observa.

As candidaturas aumentam de ano para ano, e com elas

aumenta também o financiamento. Contudo, a diretora

da Agência não hesita em afirmar que o maior problema

continua a ser o do financiamento: “Só conseguimos

financiar cerca de 1/3 das candidaturas com qualidade

que nos enviam”. Enquanto destino para os beneficiários

do programa Erasmus+ de outros países, Portugal

vai-se assumindo como um país extremamente

interessante, com um clima e custos de vida favoráveis

a par da excelente oferta de programas educativos.

A crença na Europa e a crença na importância da

educação e formação das pessoas, sociedades e

economias encontram-se entre as palavras de ordem

quando nos referimos aos valores da Agência Nacional

Erasmus +. Em termos de gestão, o trabalho em equipa

e a transparência assumem-se como prioridades.

Apostar na inovação

O futuro da Agência adivinha-se próspero, com uma

desmaterialização em curso que poderá transformar

a Agência Nacional na primeira paperless Agency da

Europa; e com uma aplicação para smartphones prestes

a ser lançada, que será uma novidade em toda a Europa.

“Estamos a criá-la de raiz. É dirigida aos estudantes que

vêm de fora, mas também aos que vão para fora, e terá

toda a informação que um jovem necessita para viver

cá”, explica Carlos Santos.

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* Em processo de submissão às autoridades competentes.

IPMAIA - INSTITUTO POLITÉCNICO DA MAIA

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INFORMAÇÕES

1.º CICLO - LICENCIATURAS

CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES

PROFISSIONAIS - CTeSP 2

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› Informática de Gestão

› Solicitadoria

› Treino Desportivo

› Acompanhamento de Crianças e Jovens

› Atividades Rítmicas Expressivas para

Crianças e Jovens

› Cadastro Predial

› Contabilidade e Empreendedorismo

Organizacional

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› Gestão Administrativa de Recursos

Humanos

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› Produção Multimédia e Jogos Digitais

› Redes e Sistemas Informáticos

› Segurança Contra Incêndios e Proteção

Civil

› Secretariado Jurídico

› Segurança e Ciências Policiais

› Serviço Familiar e Comunitário

› Tecnologias e Programação de Sistemas

de Informação

› Treino Desportivo

› Turismo e Lazer Ativo

2) A aguardar aprovação e registo na Direção Geral do Ensino Superior.

1) Reconhecimento de interesse público pelo Decreto-Lei nº 114/2015, de 22 de junho.

Destinatários: www.ipmaia.pt

Observação:

Titulares dos 10º e 11º anos completos

realizarão provas de ingresso (gratuito)

› Artes e Multimédia

› Ciências da Comunicação

› Contabilidade 2

› Criminologia

› Educação Física e Desporto

› Energias Renováveis

› Engenharia de Segurança do Trabalho

› Gestão do Desporto

› Gestão da Qualidade, Ambiente e

Segurança

› Gestão de Empresas

› Gestão de Marketing

› Gestão de Recursos Humanos

› Informática

› Informática de Gestão 2

› Psicologia

› Redes de Telecomunicações

› Relações Públicas

› Solicitadoria 2

› Tecnologias de Comunicação Multimédia

› Turismo

› Ciências da Educação Física e Desporto

- Especialização em Exercício Físico e

Saúde

› Ciências da Educação Física e Desporto

- Especialização em Treino Desportivo

› Criminologia

› Ensino da Educação Física nos Ensinos

Básico e Secundário 1

› Gestão Estratégica de Recursos Humanos

› Gestão do Desporto

› Gestão de Empresas

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› Psicologia Escolar e da Educação

› Psicologia Clínica e da Saúde

› Sistemas de Gestão da Qualidade

› Tecnologias da Informação, Comunicação

e Multimédia

› Turismo, Património e Desenvolvimento

1.º CICLO - LICENCIATURAS

3.º CICLO - DOUTORAMENTO

2.º CICLO - MESTRADOS

INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DA MAIA - ISMAI

› Psicologia - Especialidade de Psicologia Clínica

2) O 1.º ano será lecionado no Instituto Politécnico da Maia - IPMaia.

ISMAI - INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DO ISMAILinha Azul: 808 202 214Email: [email protected]: www.ismai.pt

1) Obrigatório realizar provas de ingresso (gratuito).

Consultar site do ISMAI.

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Bem-Estar

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› Gestão da Qualidade, Ambiente e

Segurança

› Gestão e Controlo de Energia

CFLV - CENTRO DE FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA

Telefone: 229 866 026Email: [email protected]: www.cflv.pt

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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O investimento em Marketing é vital para o desenvolvimento. Com a globalização das tecnologias de informação e comunicação, quem

não domina o novo conhecimento que permite compreender e atuar no mercado não consegue ser competitivo.

ISMAI - artigo de carvalho vieira, coordenador do mestrado em marketing

formação universitária internacional

No ISMAI respondemos com uma ampla

fileira de formação em Gestão de Marketing,

académicos e profissionais competentes,

formando Recursos Humanos Qualificados

para responsabilidades de Gestão de Marketing -

Operacionais, Intermédias e, naturalmente, de Direção.

O bom desempenho profissional dos nossos Alunos não

é indiferente ao conjunto de mais-valias com que nos

comprometemos para o seu futuro:

• Cet.s e CTeSPs, Licenciatura e Mestrado em Marketing

reconhecidos e acreditados;

• Projetos internacionais com reconhecimento externo

da Instituição, dos seus Alunos de Marketing;

• Parcerias internacionais europeias (joint degrees em

Marketing) que fomentam a mobilidade;

• Observatório internacional de Marketing & Inovação

que presta serviço empresarial;

• Plataforma de e-learning de formação em marketing,

inovação e empreendedorismo;

• Conferências, Seminários e Workshops nacionais/

internacionais;

• Job Market de apoio à entrada e reorientação dos

nossos Alunos no mercado de trabalho;

A área Científica de Marketing no Instituto Universitário da

Maia integra o Departamento de Ciências Empresariais,

responsável por um conjunto de Licenciaturas e

Mestrados acreditados pela Agência de Avaliação e

Acreditação do Ensino Superior (a3es): Licenciaturas

em Gestão de Empresas, Gestão de Recursos Humanos,

Turismo, Energias Renováveis, Gestão da Qualidade,

Ambiente e Segurança e Engenharia de Segurança no

Trabalho; Mestrados em Gestão de Empresas, Gestão

Estratégica de Recursos Humanos, Turismo, Património

e Desenvolvimento e Sistemas de Gestão da Qualidade.

Prepare o seu futuro em Marketing com quem lhe

assegura formação:

Internacional e moderna

Coordenamos Projetos Internacionais (25 Parceiros

Europeus) de elevado impacto:

• EMIC – European Marketing and Innovation Centres

(400.000 €);

• DVJ – Developing Skiils for Future Jobs (32.644 €)

• PREMIO – Promotion of Entrepreneurship and

Innovation (62.444 €);

• ENTER – Entrepreneurship Enhancement and

Reinforcement (55.285 €);

ENSINO EM PORTUGAL

Criativa e Empreendedora

Promovemos talento, empreendedorismo, novos projetos, equipas, interatividade, multidisciplinaridade

Rigorosa e aplicada

Dispomos de sofisticado equipamento de produção vídeo, radio, webdesign, tv, cad, digital fabrication, …

A licenciatura renovada em Gestão de Marketing do ISMAI assegura uma ampla e sólida preparação em Gestão de

Marketing em diversas áreas da decisão e da gestão, inteligência estratégica da organização, gestão da mudança,

da inovação, das tecnologias e dos sistemas de informação. Os nossos licenciados em Gestão de Marketing são

competentes e qualificados ao nível estratégico, operacional, tecnológico e sectorial. Estão preparados para apoiar o

desenvolvimento e competitividade das organizações como gestores de marketing, analistas de mercado, gestores

Think tank * Seminário Americano * marketing politico * pordata * Zanenga (research seminar)

de produto, de marca, de comunicação, logística e distribuição ou direção comercial.

O novo Mestrado em Marketing tem duas especializações: on consumer; on corporation, organiza-se em Dossiers

com que os Mestrando irão enriquecer em cada Unidade Curricular e aprofunda a preparação base dos Alunos

com formação avançada que lhes confere conhecimentos e capacidades necessárias à sua inserção profissional

e empresarial plena, ao desenho e ao desenvolvimento de oportunidades de negócio/projetos que venham a

prosseguir. O ISMAI intervém, assim, numa área funcional com forte impacto na internacionalização das Empresas e

de toda a Economia Portuguesa (on corporation) e no ajuste da sua oferta comercial às expectativas e preferências

dos consumidores (on consumer). Os titulares deste Mestrado estarão habilitados para:

1. Compreender o sentido e o alcance da investigação e gestão de marketing, da nova Geoeconomia, da

nova Indústria e do novo “Consumo”;

2. Desenhar e desenvolver ofertas comerciais de valor superior e continuado à sociedade, num quadro de

sustentabilidade e responsabilidade social;

3. Integrar a nova vaga de Empreendedores, munidos dos instrumentos teóricos e práticos necessários à

conceção, implementação e controlo de projetos com elevada probabilidade de sucesso.

A investigação em Marketing no ISMAI enquadra-se na Unidade de Investigação em Ciências Empresariais e

Sustentabilidade (UNICES) com três grandes linhas de investigação - 1) Economia, Gestão e Empreendedorismo,

2) Marketing, Inovação e Serviços e 3) Capital Humano e Comportamento Organizacional com ligações formais ao

Sistema Científico e Tecnológico Nacional. Docentes desta Licenciatura e Mestrado Marketing integram Unidades

de Investigação classificadas com “Very Good“ (CICS.NOVA e CETRAD) e com “Good“ (NECE), em avaliação

internacional no âmbito da FCT.

Motivados pelo testemunho dos nossos Alunos sobre (1) a facilidade na obtenção de estágios profissionais, (2) o

reconhecimento do seu bom desempenho, quando confrontados com outras formações e (3) o forte impacto nas

Carreiras Empresariais e Profissionais dos mais séniores, faremos tudo pelo seu Futuro!

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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ENSINO EM PORTUGAL

No Instituto Universitário da Maia vive-se um ambiente internacional e multicultural. Orgulhamo-nos de dotar os nossos estudantes das

competências necessárias para ingressarem e serem competitivos no mercado de trabalho global e nesse processo a internacionalização

é fator crucial.

ISMAI - artigo de alexandra neves, vice-reitora para as relações internacionais

duas DÉCADAS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

A estratégia de internacionalização do ISMAI é

alicerçada em vários fatores, entre os quais

a mobilidade e o programa Erasmus+, que

ocupam um lugar de destaque.

O ISMAI, que celebra agora 25 anos, e há muito

ciente da importância da mobilidade para a formação

e empregabilidade dos seus alunos, aderiu ao Programa

há 18 anos.

Iniciando os fluxos de mobilidade com apenas 2

estudantes, o ISMAI promove atualmente a mobilidade

de aproximadamente 120 alunos incoming e 100 alunos

outgoing por ano. No total, promoveu já a mobilidade de

cerca de 1000 alunos para IES estrangeiras e acolheu

sensivelmente o mesmo número de fluxos incoming.

Quanto à mobilidade de funcionários docentes e não

docentes, o ISMAI mobiliza entre uma a duas dezenas

de fluxos por ano.

Os acordos de cooperação institucional incluem cerca

de 150 instituições de ensino superior de 30 países,

sendo 25 países participantes no programa Erasmus+.

Os benefícios de participar numa experiência de

mobilidade são inúmeros e os participantes reconhecem

a influência e o impacto que a mobilidade para

aprendizagem, ensino, formação ou estágio tem na

sua valorização pessoal e profissional. A aquisição

de conhecimentos e competências académicas e

profissionais, o desenvolvimento de competências

transversais, o enriquecimento pessoal que advém do

contacto com outras culturas, o aperfeiçoamento de

competências linguísticas, a oportunidade de vivenciar

experiências diferentes das proporcionadas no seu país

de origem, a possibilidade de viajar, alargar horizontes

e conhecer o mundo em que vivemos e trabalhamos

são apenas algumas das vantagens que os participantes

referem.

Mas o programa Erasmus+, em vigor desde 2014,

é muito mais do que mobilidade. O Erasmus+ veio

alargar grandemente o espetro de oportunidades de

internacionalização não só no âmbito do ensino superior,

mas em todos setores da educação e economia.

As três ações-chave do programa, as atividades Jean

Monnet e as ações para o Desporto do programa

Erasmus+ proporcionam inumeráveis oportunidades de

cooperação e desenvolvimento, quer a nível europeu,

quer com países terceiros.

Os projetos em parceria com organizações

internacionais são uma realidade no ISMAI, tanto no

âmbito do Erasmus+ como noutros enquadramentos.

No contexto Erasmus são exemplos: o projeto “EMIC

– European Marketing and Innovation Centers”, em

parceria com 9 IES e empresas de 7 países; o programa

“Intellectual Property Law in E-Environment: Industrial

property, copyright and related rights”, a decorrer, em

parceria com IES de 5 países; o programa “Virtual

Entrepreneurship”, realizado em parceria com IES de

4 países. Além disso, o ISMAI aguarda o resultado da

candidatura a vários projetos Erasmus+, quer como

promotor, quer como parceiro.

Esta instituição está empenhada em alargar a sua

rede de cooperação internacional e participar em

ações promovidas pelo Programa, especialmente para

desenvolvimento de projetos e realização de cursos em

conjunto, assim contribuindo não só para a capacitação e

empregabilidade da comunidade ismaiata, mas também,

e entre outros, para o desenvolvimento regional, para

uma Europa mais qualificada e mais competitiva no

panorama internacional, para os objetivos da Estratégia

Europa 2020.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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A Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P. (ANQEP,I.P.) é um instituto público integrado na administração indireta

do Estado, sob a tutela dos Ministérios da Educação e Ciência conjuntamente com o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança

Social, em articulação com o Ministério da Economia, com autonomia administrativa, financeira e pedagógica no prosseguimento das

suas atribuições. Conversamos com Gonçalo Xufre Silva, diretor da ANQEP.

anqep

“Ser ensino profissional”

A Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP) acaba

de lançar um movimento social a favor do ensino profissional. Porquê esta

iniciativa?

O movimento #somosensinoprofissional insere-se nas estratégias de promoção e

divulgação do ensino profissional que têm vindo a ser seguidas pela ANQEP, com o

intuito de atrair os jovens ao ensino profissionalizante e de valorizar socialmente as vias

profissionalizantes de nível secundário, aproveitando as potencialidades que existem

atualmente, resultantes da adesão das pessoas aos movimentos sociais potenciados

pelas redes sociais.

O movimento tem um carácter simbólico, ao demonstrar que qualquer jovem pode

aderir ao ensino profissional, mas é também mediático. Queremos levar as pessoas

a falar do ensino profissional, a testemunhar o seu percurso profissional desde o

momento em que optaram por um curso eminentemente prático e vocacionado para

uma entrada no mercado de trabalho.

Por essa razão, o movimento inicia com jovens que são designados

“Embaixadores do Ensino Profissional”?

Exato. Os Embaixadores do Ensino Profissional são jovens adultos com um

percurso profissional bem-sucedido que começou no ensino profissional. Eles são

o testemunho vivo das vantagens que identificamos no ensino profissional. Através

destes testemunhos, esperamos que seja mais fácil fazer compreender aos jovens e às

suas famílias esta realidade. Como se sabe, em Portugal o ensino profissional tem sido

muitas vezes relegado para segundo plano, sendo encarado apenas como solução

para o combate ao abandono escolar ou para promoção do sucesso educativo.

A mensagem que queremos passar é outra. O ensino profissional tem mais-valias que

advêm da estreita relação que mantém com o mundo empresarial.

Mas é, ou não, verdade que o ensino profissional tem permitido reduzir o

abandono escolar?

Claro que sim, mas essa não é, nem pode ser, a sua missão. A redução do abandono

escolar é uma consequência deste ensino que, efetivamente, é mais atrativo pelo facto

de trabalhar matérias concretas que os próprios jovens conseguem aplicar de imediato.

A matriz curricular do ensino profissional ou de outra via profissionalizante tem esta

característica, marcadamente prática, que, de um modo geral, tem mais a ver com o

modo como os jovens gostam de aprender. Não é por acaso que alguns “maus alunos”

deixam de o ser quando chegam ao ensino profissional. Isto sucede, não pelo facto

de o ensino profissional ser mais facilitador, mas sim porque os jovens são levados a

trabalhar em projetos que adquirem significado e relevância para os próprios.

Acha que os jovens já começam a ter essa perceção, uma vez que os últimos

dados revelam que os cursos profissionalizantes já abarcam cerca de 44,5%

dos jovens que frequentam o ensino secundário?

Sim, são cada vez mais os jovens que optam de imediato por um curso profissionalizante.

Mas ainda há uma larga faixa que só se decide pelo ensino profissional depois de ter

fracassado no ensino mais tradicional, meramente orientado para o prosseguimento

de estudos.

Portanto, hoje já não faz sentido trabalhar para se garantir a frequência do ensino

profissionalizante por 50 por cento dos jovens. Já estamos muito perto disso. O

relevante agora é apostar na qualidade e na garantia das condições de empregabilidade

dos jovens.

ENSINO EM PORTUGAL

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E, nessa matéria, o que é que a ANQEP tem feito?

A Agência tem em curso um projeto que visa

implementar um sistema de garantia da qualidade dos

processos formativos e dos resultados obtidos pelos

alunos das escolas profissionais, em linha com o Quadro

de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o

Ensino e Formação Profissionais (EQAVET).

Outra matéria que concorre para a garantia da qualidade

e que tem sido uma grande preocupação por parte

da Agência consiste no ajuste das qualificações às

necessidades efetivas do mercado de trabalho, não

só no presente mas a curto/médio prazo. Só assim

poderemos ter a certeza de que estamos a preparar os

jovens para a empregabilidade.

E como é que esse ajuste é feito?

Este ajuste não pressupõe que se recolha e trate

informação não só relativa às necessidades de

qualificações das empresas no presente mas também

àqueles que vão ser os empregos de amanhã.

Com respeito ao presente e a muito curto prazo, a

Agência já dispunha de mecanismos que permitiam

auscultar as empresas, solicitando-lhes contributos para

as qualificações que são hoje trabalhadas nas nossas

escolas e centros de formação. Refiro-me, em concreto,

aos Conselhos Setoriais para a Qualificação, órgãos

técnico-consultivos constituídos para a atualização

regular das qualificações integradas ou a integrar no

Catálogo Nacional de Qualificações. Todavia, ainda não

tínhamos um instrumento que nos permitisse prospetivar

as necessidades futuras das empresas. Esse instrumento

– o Sistema de Antecipação de Necessidades de

Qualificações (SANQ) - só agora foi criado, com um

contributo de mais de 1600 empresas de todo o país.

Além disso, criámos recentemente uma metodologia de

desenho das qualificações tendo por base os resultados

de aprendizagem, ou seja, o que se espera que os

jovens saibam quando terminam as suas formações.

Dessa forma, teremos a certeza de estar a dotar os

jovens das competências efetivamente requeridas pelas

empresas. Para já, procedemos, em articulação com a

Confederação do Turismo Português, a um estudo de

redesenho das qualificações para o setor do turismo,

assente nesta metodologia. Neste momento, em

conformidade com protocolos de cooperação que

assinámos no dia 13 de maio, iniciámos um trabalho

semelhante, com outros organismos, para os setores

da metalurgia e metalomecânica, da eletrónica e

telecomunicações, comércio e serviços e cluster mar.

E os empresários? São recetivos ao ensino

profissional?

Antes de mais, importa não esquecer que todos os

cursos profissionalizantes integram um ou mais períodos

de formação em contexto real de trabalho, a que

vulgarmente designamos por “estágios”. Logo, não há

ensino profissional sem envolvimento das empresas. Em

todo o caso, na ANQEP, temos procurado potenciar esse

envolvimento e já há indícios de que algo está a mudar.

São cada vez mais as empresas que olham para as

escolas como parceiras no momento de recrutamento

ou de desenvolvimento de projetos. Outros exemplos

interessantes consistem na criação de formações à

medida das necessidades das empresas. Veja-se o

caso da Vodafone (que tem colaborado com duas

escolas públicas no desenvolvimento de vários cursos

profissionais associadas a áreas de intervenção deste

Grupo) ou na adoção por parte das empresas de

atitudes responsáveis e colaborativas no combate ao

desemprego dos jovens (ex: Grupo Nestlé – que em

Portugal está a desenvolver um projeto de apoio dos

jovens na transição para o mercado de trabalho).

Para além das matérias relacionadas com os

referenciais de formação e as matrizes curriculares

dos cursos, há alguma preocupação acrescida

por parte da Agência com a empregabilidade dos

jovens?

A ANQEP é um dos parceiros da Garantia Jovem e,

como tal, não pode descurar tudo o que se relaciona

com empregabilidade dos jovens.

Nesse sentido, assinou, no dia 18 de junho, um

Memorando de Entendimento com 56 escolas com

ensino profissional e com a ANESPO para a criação de

uma “Rede Maior Empregabilidade – Ensino Profissional”

com o intuito de promover a empregabilidade dos

jovens diplomados do ensino profissional e um melhor

conhecimento das suas dinâmicas de inserção no

mercado de trabalho.

Outro projeto centrado nesta temática consiste numa

experiência-piloto, assente numa metodologia de

outplacement, que visa dotar os jovens de competências

que lhes permitam, mais facilmente, encontrar um

emprego. O objetivo não é arranjar-lhes um emprego,

mas prepará-los para que essa procura seja melhor

sucedida.

ENSINO EM PORTUGAL

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ENSINO EM PORTUGAL

Motivado pela responsabilidade decorrente de mais de 50 anos de ensino e de intervenção na cidade do Porto, o Centro para a

Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP) Beatriz Ribeiro & Filhos, Lda. apresenta-se como instrumento de efetivação do compromisso

assumido com todos os jovens/adultos que no Grande Porto procuram uma resposta às suas necessidades, e cujas expetativas estão

por realizar.

externato de santa clara

Externato de Santa Clara aposta na aprendizagem ao longo da vida

Missão do CQEP

O CQEP Beatriz Ribeiro & Filhos, de acordo com a missão

do Externato de Santa Clara (entidade promotora),

assegura a informação, orientação e encaminhamento,

adequados ao perfil de jovens e adultos, assim como

o desenvolvimento de processos de reconhecimento,

validação e certificação de competências adquiridos

pelos adultos ao longo da vida.

Neste sentido, a sua principal missão prende-se em

formar cidadãos com uma sólida formação pessoal,

social, científica e tecnológica e que desenvolvam as

competências necessárias para um bom desempenho

profissional e pessoal, com autonomia e espírito

crítico, com vista a integração na sociedade global em

constante mudança.

Visão do CQEP

O crescimento do Externato de Santa Clara foi-se

alargando ao longo dos anos, assente numa preocupação

constante com a adequação às necessidades do

público-alvo e com a melhoria contínua da qualidade

dos serviços prestados.

Atualmente, o Externato de Santa Clara conta com

uma tradição de mais de 40 anos de ensino noturno

e pós laboral tendo desde sempre funcionado como

uma escola de segunda oportunidade de ensino,

muito assente na personalização e acompanhamento

daniela abrunhosa, josé ribeiro, elsa alves, ana cunha e marta abrunhosaTécnica da ORVC, coordenador da CQEP e técnicas da ORVC

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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ENSINO EM PORTUGAL

individualizado dos alunos.

Não obstante, a constituição do CQEP foi para o Externato

de Santa Clara um fator decisivo para o prosseguimento

do objetivo fundamental da instituição, dando assim

resposta às necessidades dos cidadãos que a esta

recorrem, nomeadamente aos jovens com idade igual

ou superior a 15 anos ou, independentemente da

idade, a frequentar o último ano de escolaridade do

ensino básico, com vista à informação, orientação e

encaminhamento, tendo em conta as diferentes ofertas

de educação e formação profissional, as possibilidades

de prosseguimento de estudos e oportunidades de

emprego.

No que se refere aos adultos (com idade igual ou

superior a 18 anos), o CQEP assegura a informação,

orientação e encaminhamento, tendo por base as

diferentes modalidades de qualificação, designadamente

o reconhecimento de competências ou ofertas de

educação e formação profissional, as oportunidades

de emprego ou de progressão profissional, procurando

adequar as opções aos perfis, às necessidades, às

motivações, às expetativas e capacidades individuais.

Objetivos do CQEP

O CQEP é composto por uma equipa especializada e

empenhada na construção de percursos individuais de

qualificação escolar e formação profissional relevantes

e significativos que visam a integração social e

profissional dos cidadãos. Assim, a sua atuação prende-

se com a informação, orientação e encaminhamento de

jovens e de adultos que procurem formação escolar,

profissional ou de dupla certificação e/ou visem uma

integração qualificada no mercado de emprego; e no

desenvolvimento de processos de reconhecimento,

validação e certificação de competências (RVCC)

escolares e profissionais, adquiridas pelos adultos ao

longo da vida.

Coerente com a missão do Externato de Santa Clara,

o seu principal objetivo é servir a causa do Ensino e da

Cidade, sempre a pensar no futuro.

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Criado a 26 de setembro de 2009, dia Europeu das Línguas, o BabeliUM – Centro de Línguas procura responder à crescente necessidade

de aprendizagem de línguas estrangeiras, através de um grande leque de ações de formação na área das línguas, tanto para a

comunidade académica, como para o público em geral.

BabeliUM

Universidade do Minho promove centro de línguas

O nome BabeliUM escolhido pelo professor

Orlando Grossegesse, fundador do

BabeliUM, faz alusão ao mito da torre

de Babel. Porém, em vez de entender a

confusão das línguas como um castigo divino, adota

uma outra interpretação, surgida a partir do Iluminismo,

segundo a qual a diversidade linguística e cultural é vista

como uma dádiva. “E é com esta visão que o BabeliUM

se propõe contribuir para que a Universidade do Minho

seja uma universidade multilingue aberta ao mundo”,

afirma Cristina Álvares, diretora.

Entre as instituições de Ensino Superior em Portugal, a

Universidade do Minho (UM) é pioneira na introdução de

cursos livres de línguas e culturas estrangeiras.

“Criado para dar um enquadramento institucional

coerente à oferta educativa extracurricular do Instituto

de Letras e Ciências Humanas, o BabeliUM é o maior

projeto de interação com a sociedade que esta Escola

da Universidade do Minho possui. Ao mesmo tempo é

o executor prioritário da política de multilinguismo da

universidade”, conta a diretora.

O BabeliUM oferece vários cursos com qualidade,

lecionados por docentes competentes e qualificados,

que têm a língua que ensinam como língua materna, a

preços bastante acessíveis.

Assume-se assim como um centro de difusão de

línguas e culturas, estimulando um ensino de qualidade,

fundamentado na qualificação dos seus recursos

humanos e na prestação de serviços à comunidade.

Política de Multilinguismo

Consiste em dotar a comunidade académica e

a comunidade envolvente de competências de

comunicação em línguas necessárias à vida num mundo

cada vez mais globalizado. “A política do multilinguismo

é um vetor crucial da dinamização da Universidade do

Minho como instituição internacionalizada, aberta à

pluralidade das línguas e das culturas, em consonância

Cristina ÁlvaresDiretora

ENSINO EM PORTUGAL

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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com as políticas do Conselho de Europa e da União

Europeia, e como pólo dinamizador de uma região

também ela aberta ao mundo. Através de uma grande

diversidade de ações, eventos e serviços procura dar

ênfase à importância das línguas como ferramentas

de cognição, comunicação e convivência intercultural,

uma vez que o conhecimento de línguas aumenta

competências transversais num mundo multilingue;

promover a convivência intercultural como elemento

essencial da cidadania em democracia, contrariando

tendências xenófobas e de exclusão social; apoiar a

consciência generalizada acerca da importância da

língua portuguesa e das suas valências no contexto

europeu e internacional, nomeadamente através de

programas do ensino e da aprendizagem do português

como língua estrangeira”.

Oferta formativa

A Instituição promove um amplo e diversificado

programa de formação, dinamizando um espaço de

formação multilingue e intercultural e demonstrando

uma enorme flexibilidade em ajustar a oferta formativa

às necessidades do mercado empregador.

Assim o BabeliUM ministra cursos de Inglês, Francês,

Espanhol, Italiano, Japonês, Alemão que nos últimos

anos tem registado muita procura e ainda, Árabe, Turco,

Polaco, Checo, Galego, Russo, Romeno e Linguagem

Gestual Portuguesa, ainda que estas últimas línguas,

ultimamente, não tenham tido muita procura.

No BabeliUM também é possível aprender português

língua não materna (PLE/PL2). O curso contém três

modalidades: o curso anual, que para além das aulas

lecionadas tem um programa de atividades e de visitas

de estudo; o curso semestral, em horário pós- laboral

direcionado sobretudo para os alunos Erasmus e ainda

o curso de verão com 72 horas com um programa

de atividades culturais em paralelo, executadas com a

colaboração da European Student Network que tem na

Universidade do Minho o seu núcleo mais dinâmico.

Outros serviços

Para além de toda a oferta formativa existente o

BabeliUM também presta serviços de tradução,

interpretação, legendagem e revisão de textos, não só

a nível académico como para a comunidade em geral.

Importância do domínio das línguas

“Saber comunicar em outras línguas que não apenas a

língua materna é muito bom e positivo em vários aspetos.

É uma necessidade no mundo global, aliás sabemos que

a possibilidade de emprego e de bom emprego aumenta

com a competência em línguas estrangeiras, mas

também porque as línguas estrangeiras são ferramentas

muito importantes de conhecimento, de comunicação e

de convivência intercultural, portanto eu acho que esse

é um aspeto bastante importante e desejável no mundo

global em que vivemos. Enquanto cidadãos europeus é

suposto falarmos três línguas, a nossa língua materna e

pelo menos mais duas estrangeiras.

Em Portugal as pessoas acham que basta saber inglês,

mas as outras línguas representam uma mais-valia

importantíssima, porque, à medida que as empresas e

as instituições se internacionalizam e têm de comunicar

com clientes e públicos de diferentes países e culturas,

precisam cada vez mais de um quadro multilingue de

recursos humanos. Por isso, tentamos persuadir as

pessoas dessa vantagem”, refere Cristina Álvares.

ENSINO EM PORTUGAL

Page 26: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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Há cerca de duas décadas a investir na formação de jovens e adultos no estrangeiro, a MultiWay tem contribuído para um vasto

conhecimento de outras línguas e culturas por todo o mundo.

multiway

Criar cidadãos multiculturais

A MultiWay é uma organização particular de

consultoria educativa que promove cursos e

programas no estrangeiro. Através de cursos

académicos, de línguas e programas de

carácter intercultural, a MultiWay procura contribuir para

um melhor conhecimento de outras línguas e culturas.

A empresa representa, em regime de exclusividade

para o nosso país, grande número de organizações,

universidades, colégios e escolas de línguas dos mais

variados países.

“A MultiWay nasce na sequência de um trabalho

anterior”, conta António Valadas, diretor da empresa. O

diretor orgulha-se ao afirmar ser pioneiro em Portugal

da promoção dos chamados cursos internacionais e

programas interculturais. “Já os promovo há 40 anos!”,

revela.

Oferta formativa

A empresa iniciou o seu ciclo, há cerca de 20 anos,

com os cursos académicos – programas de um ano

dirigidos a jovens do ensino secundário -, que são hoje

a sua principal atividade. A outra grande aposta voltou-se

para os cursos de línguas – maioritariamente, cursos de

Verão para jovens -, embora estes últimos representam

hoje em dia cerca de 10 por cento da atividade.

A MultiWay oferece atualmente aos seus alunos

formação em cursos que permitem estudar no ensino

secundário ou no ensino superior de outros países. Aqui

se incluem também cursos de preparação para acesso

às universidades, bem como cursos mais específicos

direcionados às mais variadas profissões e atividades,

cursos de línguas para jovens e adultos e ainda cursos

em outras áreas complementares como o design, a

moda, o cinema ou a música.

Uma das grandes apostas da empresa é o acesso a

universidades americanas, com um programa de bolsas

de estudo parciais. De destacar ainda os cursos de

acesso a Universidades no Reino Unido, os de Gestão

Hoteleira, na Suíça, os cursos de Medicina na República

Checa e os de Design e Moda em Itália.

Todas as organizações ou escolas com que a MultiWay

trabalha foram, cuidadosamente, selecionadas em

António valadasDiretor

ENSINO EM PORTUGAL

Page 27: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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ESTUDAR NO ESTRANGEIROESTUDAR NO ESTRANGEIRO

A Multiway oferece uma grande variedade de cursos e programas noutros países

o mundo é a nossa escola

Avenida dos Estados Unidos da América, 100 - 13º fte. 1700-179 lisboaTel: 218 132 535 | Fax: 218 154 688Email: [email protected] | www.multiway.org

Um ano lectivo no estrangeiro para jovens no ensino secundário;

Cursos de línguas nos países onde são faladas, para todas as idades;

Colocação em Universidade nos Estados Unidos da América

Curso de Gestão Hoteleira na Suíça

Curso de Design, Artes Visuais, Comunicação e Moda em Itália e Espanha

Cursos de Cinema, Música, Artes Performativas e muitos outros.Cursos de Medicina na República Checa *novo

termos da qualidade dos cursos que oferecem e do

serviço que proporcionam.

Exigência e rigor são palavras de ordem quando nos

referimos aos valores praticados na MultiWay. “Tudo isto

tem de conduzir a uma taxa, o mais elevada possível, de

empregabilidade”, assegura o diretor.

António Valadas honra-se de ter na MultiWay cursos de

gestão hoteleira que se encontram entre os melhores do

mundo. A organização tem participado no International

Recruitment Forum, um evento que tem lugar em

Montreux duas vezes por ano, onde representantes

das maiores cadeias hoteleira mundiais vão recrutar

os estudantes do Swiss Education Group, que são as

escolas que pertencem ao grupo com quem trabalha

a Multiway.

Durante o período do curso, qualquer aluno se sentirá

devidamente e permanentemente acompanhado.

Importância das línguas

Para António Valadas, “as línguas devem ser aprendidas

nos países onde são faladas, isto porque de manhã até

à noite estamos a respirar essa língua. E também porque

devemos aprender a cultura desse país, sobretudo no

mundo dos negócios”.

Na MultiWay, as línguas aprendidas vão desde o

inglês, francês, alemão ou espanhol, ao russo, japonês,

mandarim e até mesmo o árabe, entre outras.

Os cursos de línguas para adultos funcionam durante

todo o ano e têm a duração que o aluno desejar.

São cursos intensivos de determinado idioma ou são

específicos para determinadas atividades ou profissões.

No caso dos jovens, estes cursos permitem, em

simultâneo, o contacto com jovens de todo o mundo,

sendo também uma forma útil de passar parte das férias.

Preparação para um mundo global

Os participantes nos cursos da MultiWay, para além

de aperfeiçoarem o seu conhecimento de idiomas,

alargam os seus horizontes culturais e desenvolvem a

sua capacidade de estar num mundo cada vez mais

multicultural.

“Os estudantes que estão nove meses e meio num outro

país, não vêm só a falar bem a língua do país, vêm com

três ou quatro anos de maturidade, e com um à vontade

multicultural, com autoconfiança e independência”,

observa António Valadas.

Para além desta preparação de jovens e adultos para um

mundo global, a MultiWay contribui de forma singular

para um apertar de laços entre os povos. “Ninguém

quer fazer uma guerra contra um país onde já viveu ou

de onde já recebeu um jovem em sua casa”, atenta o

diretor.

Comunicação intercultural

O futuro da empresa reserva o desenvolvimento de

alguns cursos, tais como os de jovens na Austrália, os

cursos de medicina e os cursos de design e moda, em

Itália.

Quando se reformar, o presidente confessa querer

apostar na formação em empresas sobre comunicação

intercultural, pois, “para além das regras fixas que nós

temos obrigação de saber, há depois pequenos sinais

que devemos estar habituados a detetar”.

Por enquanto, as maiores preocupações são “Criar

pessoas preparadas para funcionar em qualquer país

do mundo, tornando-as multiculturais”, conclui António

Valadas.

ENSINO EM PORTUGAL

Page 28: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

28

O Agrupamento de Escolas de Penalva do Castelo foi reorganizado no ano letivo 2010/2011 e resultou da agregação de nove

estabelecimentos de ensino desde o pré-escolar até ao 12º ano. Rosa Figueiredo, Diretora do agrupamento, revelou, em entrevista à

Revista Business Portugal, alguns dos fatores que considera essenciais para o bom desempenho educativo.

Agrupamento de Escolas de Penalva do Castelo

Escolas em Comunidade

Num concelho com pouca densidade populacional, cerca de 950 alunos

encontram-se distribuídos por cinco escolas de educação pré-escolar, três

escolas do 1º ciclo, uma escola com 1º e 2º ciclos e a Escola-sede, com

3º ciclo e secundário. “Temos uma grande mobilidade de alunos devido,

essencialmente, a problemas de emigração da população. Mas, atualmente, estamos

num ponto em que me parece que a integração foi concretizada e conseguimos criar

uma identidade para o Agrupamento”, explica Rosa Figueiredo.

Para além dos cursos científico – humanísticos, com a oferta dos cursos de Ciências

e Tecnologias e de Línguas e Humanidades, o Agrupamento de Escolas de Penalva

do Castelo pretende dar resposta às necessidades da comunidade através da oferta

de cursos vocacionais para o ensino básico, com as áreas de pastelaria e cozinha,

eletricidade e jardinagem, e de cursos profissionais para o ensino secundário. “Temos

uma oferta a nível do ensino qualificante que abrange várias áreas, procuramos todos

os anos oferecer mais do que um curso para ver se conseguimos ir de encontro

às necessidades e preferências dos nossos alunos. Por isso, temos o curso Técnico

de Restauração, variante de Cozinha/Pastelaria, Técnico de Produção Agrária, variante

de Produção Vegetal, Técnico de Manutenção Industrial, variante de Eletromecânica,

Técnico Auxiliar de Saúde e Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores. No

ano letivo de 2015/2016, iremos abrir o curso profissional de Técnico de Gestão e

Programação de Sistemas Informáticos”, enumera a Diretora.

Para a seleção dos cursos que apresentam, a responsável pelo Agrupamento refere

que tentam proporcionar uma oferta que corresponda às necessidades da região e do

tecido empresarial, de modo a possibilitar a celebração de protocolos com as empresas

do distrito, essencialmente nos ramos da restauração e turismo, assegurando, assim,

a formação em contexto de trabalho dos alunos. Por outro lado, tentam que os alunos

procurem ofertas que os venham eventualmente ligar à terra e à região, dentro das

suas capacidades e dentro dos interesses dos alunos e das suas famílias.

No que diz respeito à gestão de todas as escolas, a Diretora afirma que tentam fazer

a melhor articulação possível entre os vários anos e os vários níveis de escolaridade,

uma boa planificação e uma ótima comunicação. “Procuramos também, na medida

(proposta para 2015/2016)Educação Pré-escolar

Ensino Básico: - 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico Regular- 2º ano do Curso Vocacional de 3º C.E.B.,de 2 anos, nas áreas de Eletricidade, Pastelaria/Padaria e Jardinagem

Ensino Secundário: - Cursos científico-humanísticos: - Ciências e Tecnologias - Línguas e Humanidades

Cursos Profissionais:- Técnico de Restauração, variante de Cozinha/Pastelaria (1º ano)* - Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos (1º ano)*- Técnico de Produção Agrária, variante de Produção Vegetal (2º ano) - Técnico de Manutenção Industrial – Eletromecânica (2º ano) - Técnico Auxiliar de Saúde (3º ano)- Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores (3º ano)

Em regime pós-laboral - Curso de Educação e formação de Adultos (EFA), de dupla

certificação (escolar de nível III e profissional de nível IV), de Técnico de Turismo Ambiental e Rural (conclusão)

- Curso de Educação e formação de Adultos (EFA), de certificação escolar, NS – Nível Secundário Tipo C (315 horas de formação), para quem tenha o 11º ano e pretenda concluir o nível secundário.*

- Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD), de 25 ou 50 horas, para conclusão do nível secundário de educação por quem frequentou e não concluiu o nível secundário em curso já extinto.

* (sujeitos ao número de matrículas)

2015/2016OFERTA EDUCATIVA E FORMATIVA

agrupamento de escolas de

penalva do castelo

p ca e

do possível, ir ao encontro das necessidades dos pais e dos alunos, não descurando

as exigências do ensino, temos exames nacionais, avaliação externa e temos que dar

uma resposta de qualidade”, conta Rosa Figueiredo.

Além da oferta diversificada de cursos e de todas as modalidades desportivas que

os alunos do Agrupamento podem praticar, o conjunto de estabelecimentos conta

com variados projetos em curso, de âmbito extracurricular, que contribuem igualmente

para o desenvolvimento integral dos alunos. Tais projetos ligam-se à educação para o

empreendedorismo e a atividades de interação com a comunidade, das quais destacou

dois: o percurso pedestre histórico-cultural “Caminho dos Galegos”, cuja XI edição, de

2015, registou quase 700 inscrições e mais de 100 figurantes, a maioria constituída

por alunos, professores e funcionários que recriaram quadros históricos associados

ao tempo das peregrinações a Santiago de Compostela; as marchas populares, que

encerraram o final do ano letivo em que estiveram envolvidos alunos e educadoras/

professores da educação pré-escolar e do primeiro ciclo.

Rosa figueiredoDiretora

ENSINO EM PORTUGAL

Page 29: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

29

O Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido Figueiredo procura adotar perante a comunidade escolar e o meio envolvente, um papel

ativo de colaboração e valorização dos recursos humanos, parte integrante da sua missão social. “Colocamos em pé de igualdade o

saber académico com a promoção da cidadania ativa”, diz em entrevista à Revista Business Portugal, Helena Gonçalves, diretora do

Agrupamento.

Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido Figueiredo

Um agrupamento ativo

Helena Gonçalves, diretora do agrupamento, começa a nossa entrevista revelando alguns dos fatores que

considera essenciais para o bom desempenho e sucesso educativo. Nesse sentido, investem na excelência

e na qualidade, alicerçadas na capacidade de trabalho e numa visão estratégica e empreendedora, só

conseguidas com um esforço coletivo e um trabalho em equipa. “Um dos nossos principais objetivos

é reduzir o abandono escolar e dentro dos nossos recursos e das nossas possibilidades, melhorar os resultados

escolares dos nossos alunos. Assim, considero que a nossa escola oferece boas condições para os alunos aqui

permanecerem, ou para ingressarem pela primeira vez”, menciona a diretora.

A realidade do agrupamento resultou da junção, em 2012, do Agrupamento de Escolas de Tondela e o de Lajeosa

do Dão. Cobre a Escola Básica de Tondela, a Escola Básica de Lajeosa do Dão e a Escola Secundária de Molelos, às

quais se junta um conjunto de jardins-de-infância e escolas do primeiro ciclo repartidos pelas diferentes freguesias

do município. “Embora as três principais escolas correspondam a contextos diferentes, tentamos implementar a

igualdade, para que todos os nossos alunos recebam a mesma qualidade de ensino e usufruam de boas estruturas

físicas e humanas”, explica a responsável pelo agrupamento.

Num concelho onde a emigração é uma realidade, o agrupamento tem vindo a perder todos os anos algumas

dezenas de alunos e, atualmente, conta com cerca de 1.600 estudantes. De qualquer forma, o agrupamento oferece

helena gonçalvesDiretora

ENSINO EM PORTUGAL

respostas de maneira a dar um futuro ao universo estudantil.

Para além dos cursos científico – humanísticos, onde oferecem os cursos de Ciências

e Tecnologias, o Agrupamento de Escolas de Tondela Cândido Figueiredo pretende

dar resposta às necessidades da comunidade através da oferta de cursos vocacionais

para o ensino básico e cursos profissionais para o ensino secundário, e ainda o

ensino regular do pré-escolar ao secundário. “Temos uma oferta a nível do ensino

profissional que abrange várias áreas, procuramos todos os anos oferecer mais do que

um curso para ver se conseguimos ir de encontro às necessidades e preferências dos

nossos alunos e das suas famílias. Por isso, temos o curso Técnico de Turismo Rural e

Ambiental e Técnico de Multimédia”, enumera a diretora.

Para a seleção dos cursos que apresentam, Helena Gonçalves refere que há o cuidado

de estabelecer uma oferta que corresponda às necessidades da região e do tecido

empresarial, de modo a possibilitar a celebração de protocolos com as empresas do

distrito, essencialmente nas unidades hoteleiras, assegurando assim, a formação em

contexto de trabalho dos alunos. Por outro lado, tentam que os alunos procurem ofertas

que os venham eventualmente ligar à terra e à região, dentro das suas capacidades

e dentro dos interesses dos alunos e das suas famílias. “Os cursos profissionais são

uma mais valia para o sucesso académico dos alunos e oferecem boas perspetivas

de trabalho dentro da região e fora dela”. “Temos vários protocolos com diversas

entidades para os nossos alunos realizarem os estágios a maior parte são realizados

nas empresas locais, mas também temos alunos em Viseu no grupo Visabeira, Aveiro

e em Óbidos”, conta a diretora.

Page 30: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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ENSINO EM PORTUGAL

Em 2010, várias escolas de Mangualde juntaram-se num só espaço e nasceu o Agrupamento de Escolas de Mangualde, passando a

ser a única escola pública do concelho. A Revista Business Portugal foi conhecer a dinâmica desde agrupamento junto do seu diretor,

Agnelo Figueiredo, engenheiro de formação e que envergou pelo ensino aos 19 anos de idade, quando ainda estudava em Coimbra em

tempos do 25 de abril.

Agrupamento de Escolas de mangualde

Educação de excelência no centro do país

“Somos uma escola pública, única no concelho de Mangualde

portanto é nesta área geográfica que exercemos a nossa influência.

Este agrupamento é jovem e resultou da agregação de três antigos

agrupamentos e escolas”, começa por explicar Agnelo Figueiredo.

A partir do momento em que passa a ser a única escola do concelho, Agnelo

Figueiredo acredita que o seu agrupamento tem que ser obrigatoriamente uma escola

integradora, inclusiva e capaz de dar respostas para todo o público do concelho.

“Temos que ter uma oferta formativa que se adeque a todos os alunos. Não podemos

privilegar uma determinada área ou outra como se faz nas grandes cidades”, frisa o

diretor. Ligado à oferta que o agrupamento interliga com a inclusão, 40 por centp

dos seus alunos do ensino secundário frequentam ofertas personalizantes o que

é ‘’muito significativo num concelho interior como Mangualde, conseguir captar

estudantes para este tipo de cursos. “Temos uma oferta abrangente e ultimamente

temos optado por ter uma oferta, dentro dos cursos profissionais, muito diversificada.

Este ano oferecemos oito cursos em regimes de meias turmas ou seja, meia turma

de mecatrónica, desporto, turismo, contabilidade, eletrónica, entre outros. São oito

percursos diferentes que abrangem uma vasta panóplia de áreas, muito negociados

com os parceiros”.

A ligação da escola à comunidade é um dos aspetos de maior importância para Agnelo

Figueiredo, conjuntamente ao tecido empresarial. “Não é possível termos uma escola

com percursos personalizantes se a escola não estiver inserida no meio e podemos

dizer, com algum orgulho, que temos 102 empresas neste momento a colaborar

conosco. Ter protocolos de colaboração com 102 empresas é um marco muito

importante. Em Mangualde temos um poder industrial considerável”, frisa, orgulhoso.

Grande parte dos alunos estagiam no final do curso e alguns posteriomente conseguem

ofertas de emprego nas empresas onde estagiaram e com as quais o Agrupamento de

Escolas de Mangualde tem protocolo ou as próprias empresas pedem prolongamento

dos estágios. “É compensador e fazemos os possíveis, apesar das dificuldades. Somos

uma escola com ambição e expetativas”, confessa. Para elaborar a oferta formativa,

Agnelo Figueiredo explica que “ouvimos os alunos, as associações empresariais e

ouvimos a comunidade intermunicipal. Através desta ligação temos a certeza de uma

oferta abrangente e complementar”.

Com 2500 alunos no total, 170 frequentam o 12.º ano e 80 invergaram por uma área

profissional. A escola recebe ainda alunos de Penalva do Castelo, Fornos de Algodres,

Nelas pois não encontrando na sua área de residência o curso que querem, procuram

Mangualde.

Porém, devido à baixa taxa de natalidade da região, a escola recebe cada vez menos

alunos e é essa a maior preocupação de Agnelo Figueiredo para o futuro da escola.

“No futuro, primeiro gostaria que esta escola que existisse. Perdemos em média todos

os anos 60 alunos, a este ritmo em 10 anos são 600 alunos, o que quer dizer que a

nossa oferta não existirá e isso já existe em concelhos vizinhos.”

Mas acrescenta “Temos vindo a progredir muito ao longo dos anos, muito ao nível

da qualidade. Gosto do que faço. Aqui temos a possibilidade de ouvir as pessoas, ver

efeitos das decisões que tomamos. Sinto-me realizado na atividade que desenvolvo e

no exercício deste cargo.”

Agnelo figueiredoDiretor

Page 31: Revista Business Portugal | Agosto '15

*

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Prof. Doutor Vítor Corado SimõesProf. Doutor Pedro Picaluga Nevado

Duração: 221 horas

GLOBALIZAÇÃO: TENDÊNCIAS E DESAFIOS NA EUROPA E NO MUNDOINTRODUÇÃO AO INTERNACIONAL BUSINESSGESTÃO ESTRATÉGICA INTERNACIONALGESTÃO INTERCULTURALE-BUSINESS GLOBAL 2.0 & 3.0

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Vítor Corado SimõesPedro Picaluga NevadoMaria Eduarda SoaresDário Félix Rodrigues

CONTRATOS INTERNACIONAIS (PERSPETIVA JURÍDICA)INTERNATIONALIZATION PROCESSESGESTÃO DA EXPORTAÇÃO: A REALIDADE PORTUGUESABORN GLOBALS E EMPREENDEDORISMOINNOVATION AND INTERNATIONAL STRATEGIC ALLIANCES

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GESTÃO FINANCEIRA INTERNACIONALMARKETING INTERNACIONALGESTÃO INTERNACIONAL DE RECURSOS HUMANOS E CARREIRASLOGÍSTICA GLOBAL E MACROLOGÍSTICAGESTÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (PERSPETIVA INTERNACIONAL)

João Cantiga EstevesFernanda IlhéuJorge GomesJosé Augusto FelícioJorge Vieira Jordão

CONTROLO DE GESTÃO (PERSPETIVA INTERNACIONAL)FUSÕES E AQUISIÇÕES INTERNACIONAISGESTÃO INTERNACIONALGESTÃO DE IDE E SUBSIDIÁRIAS

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clus

ter

do m

obili

ário

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Foi no passado dia 29 de junho que o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, realizou a

5.ª jornada do ‘Roteiro para uma Economia Dinâmica’, dedicada às indústrias da madeira e do

mobiliário e centrada nos concelhos de Paredes e Paços de Ferreira.

A jornada iniciou-se logo pela manhã com a inauguração do Museu do Design de Mobiliário de

Paredes e com a inauguração da incubadora para o design de mobiliário e das Residências Criativas de

Paredes.

Page 33: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

33

CLUSTER DO MOBILIÁRIO

O autarca Humberto Brito, presidente do município

de Paços de Ferreira acredita que a assinatura do

protocolo para dinamização de um cluster do mobiliário

representa “a vontade genuína” de dois municípios que

uniram esforços “em prol daquilo que mais importa ao

setor, que é a capacidade e competência”.

Começando por elogiar a classe empresarial trabalhadora

do setor do mobiliário, o líder do executivo municipal

de Paços de Ferreira, considera que esta soube

“transformar momentos difíceis em oportunidades” em

tempos de crise que o país e a Europa atravessaram e

que consequentemente se conseguiram “afirmar como

referência no setor”.

Para o autarca, a assinatura de um protocolo entre os

municípios de Paredes e de Paços de Ferreira e quatro

associações empresariais para a dinamização de um

cluster de mobiliário, no encerramento da 5ª Jornada

do Roteiro para uma Economia Dinâmica, liderada por

Aníbal Cavaco Silva é “um passo essencial na promoção

do setor no país e no mundo”.

Apesar da díficil situação financeira que a câmara

municipal atravessa, Humberto Brito, destaca o

decréscimo da taxa de desemprego no concelho

e admite que “mais importante do que falar do que

nos oprime, é importante falar dos nossos projetos

de valorização para o setor e para a nossa classe

trabalhadora, que nos enche de orgulho”.

No seu discurso, congratula também os empresários

sediados em Paços de Ferreira, Arménio Moura,

Rodrigo Pedrosa Francisco e Mário Silva e os restantes

empresários do concelho vizinho, agradeciados com a

Comenda da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do

Mérito Industrial.

“Nesta terra habituada a criar momentos difícieis

em oportunidades, foram muitas as empresas que

conseguiram afirmar-se no seu setor. Resultado disso

são os empresários que de forma absolutamente

meritória, receberão tão honrosa distinção. Como

presidente da câmara, é com muito orgulho que assito a

esta justíssima distinção”.

Humberto Brito termina o seu discurso reafirmando

a ambição do município em tornar Paços de Ferreira

Capital Europeia do Mobiliário.

Seguiu-se uma visita às empresas Aleal e ABrito, ambas sediadas em Paredes e

reconhecidas pelo elevado dinamismo que trouxeram ao setor em Portugal sendo

que a a sua produção destina-se essencialmente à exportação.

Em Paços de Ferreira, após almoço, o Presidente da República, visitou as empresas

Sarimóveis, especializada num estilo clássico e contemporâneo e em peças de

mobiliário auxiliar, a Luís Nunes da Silva, empresa dedicada ao fabrico de sofás e a

loja ‘Móveis Henrique’.

Page 34: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

34

CLUSTER DO MOBILIÁRIO

O Centro de Formação Profissional das Indústrias da Madeira e Mobiliário, em Paredes, foi palco da cerimónia de encerramento da

5.ª jornada do ‘Roteiro para uma Economia Dinâmica’, onde foi assinado um protocolo entre os municípios de Paredes e de Paços de

Ferreira, a Associação Empresarial de Paredes e Paços de Ferreira e a Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal,

para a dinamização de um ‘cluster’ de mobiliário.

Na cerimónia foram também distinguidos, por Aníbal Cavaco Silva, sete empresários do setor com a Comenda da Ordem do Mérito

Empresarial, Classe do Mérito Industrial entre os quais, Arménio Moura, Carlos Aquino, de Tábua, Mário Martins da Silva, Ilídio

Machado, Mário Silva, Rodrigo Pedrosa Francisco e Silvino Lindo.

“O protocolo, cuja assinatura testemunhei e à qual atribuo um significado muito especial, reflete a conjugação das vontades do poder

autárquico e dos agentes económicos de corrigir os erros do passado e de dar um novo impulso ao ‘cluster’ do mobiliário. A esta

nova geração, gostaria de transmitir a minha confiança nas suas capacidades. Estou certo de que podem levar ainda mais longe o

esforço e a herança do ‘saber fazer’ dos vossos antepassados”, frisou no seu discurso o chefe de Estado.

Page 35: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

35

CLUSTER DO MOBILIÁRIO

Page 36: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

36

A cerimónia de encerramento da 5ª jornada do Roteiro para uma Economia Dinâmica, que teve lugar no Centro de Formação Profissional

das Indústrias da Madeira e do Mobiliário, em Lordelo, Paredes, contou com a presença do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva,

depois de este ter visitado cinco empresas de mobiliário, duas em Paredes e três em Paços de Ferreira. Nesse mesmo dia, inaugurou

também o Museu do Design de Mobiliário e o Design Hub, em Paredes.

município de paredes

“O mobiliário será o próximo caso de sucesso em Portugal”

A cerimónia culminou com a assinatura de um

protocolo para a criação de um ‘Cluster de

Mobiliário’ entre os Municípios de Paredes e

Paços de Ferreira, as respetivas associações

empresariais e as duas associações nacionais do setor.

Para Aníbal Cavaco Silva, este protocolo é importante

para “dar um novo impulso ao setor do mobiliário”.

Já Celso Ferreira, líder do executivo municipal de

Paredes, sustenta que é “um passo fundamental para o

planeamento estratégico partilhado e de implementação

conjunta”, salientando a projeção e notoriedade que o

mobiliário português poderá atingir à escala mundial

através da união de esforços das entidades envolvidas

na assinatura deste protocolo.

No decorrer da cerimónia foram também condecorados,

com o grau de Comendador da Ordem do Mérito

Empresarial, sete empresários da região. Um “ato

magnânimo de Aníbal Cavaco Silva na distinção dessas

personalidades, com histórias de vida exemplares e que

contribuíram para a evolução do setor e da região”,

considera Celso Ferreira.

Paredes, um município com tradição no setor do

mobiliário

Paredes e Paços de Ferreira são as principais

referências a nível nacional no setor do mobiliário.

Dois territórios muito semelhantes e com algum grau

de especialização, sendo que Paredes tem mais

empresas industriais e Paços de Ferreira mais empresas

comerciais. Dois territórios que se encaixam e para

Celso Ferreira a explicação para esta forte ligação tem

que ser sociológica.

“Há cerca de 25 anos, Paços de Ferreira fez um

percurso com grande mérito no domínio da cadeia de

valor, que era o modelo da época, ou seja, direto ao

consumidor final. As empresas seguiram esse modelo,

enquanto Paredes, por não ter essa geo referenciação

junto do consumidor final, foi desenvolvendo uma

competência industrial, desde logo para abastecer as

empresas comerciais de Paços de Ferreira e baseando

o crescimento na internacionalização, na exportação”,

começa por explicar o autarca em entrevista à Revista

Business Portugal.

Com o advento da crise em 2009, o mercado interno

implodiu por completo e isto levou a que os dois

modelos que foram construídos nos 20 anos anteriores

tivessem resultados diferentes. Ou seja, enquanto

Paços de Ferreira viveu e ainda vive um período

particularmente difícil, porque a procura interna é

reduzida, as fábricas de Paredes, como já apostavam

nas exportações, reforçaram essa área de negócio e

cresceram exponencialmente.

Para Celso Ferreira, “os territórios têm que se reinventar.

Aquilo que em tempos era uma fraqueza hoje é para nós

uma força, porque o modelo de negócio das empresas

foi alterado e encaminhado para os mercados externos.

E é por isso que a indústria de mobiliário em Paredes

esta a crescer”.

Em 12 meses, o desemprego em Paredes foi reduzido

em 23 por cento, um dos melhores resultados a nível

nacional. Para o ano, Celso Ferreira espera uma redução

semelhante, o que, a acontecer, “poderá ser um caso de

estudo”, como o próprio acredita.

Apostas inovadoras

Enquanto no setor do mobiliário existem em Paredes

profissionais qualificados para a primeira e segunda

transformação, para a higiene no trabalho específica do

setor, para a manutenção industrial, para a formação

profissional e para assistência pós-venda, faltavam

profissionais para o primeiro degrau, que é o da criação,

o do design.

“Os equipamentos que o senhor Presidente da

República inaugurou são absolutamente essenciais para

se constituir o primeiro degrau. É essencial apostarmos

na formação dos nossos designers. Em Paredes, temos

o curso de Engenharia de Madeiras e Mobiliário e em

Paços de Ferreira a pós-graduação em Design de

Mobiliário”, frisa o autarca.

Um dos projetos mais reconhecidos promovidos pelo

município de Paredes, o Art on Chairs, começou a

ser trabalhado sustentadamente em 2010, mas os

trabalhos e o diagnóstico, começaram a ser feitos em

1999, de forma muito organizada. Na primeira edição

do Art On Chairs, Paredes ganhou o prémio de melhor

projeto europeu do ano.

“O mobiliário português vai ser o próximo caso de

sucesso, a seguir ao do setor do calçado”, acredita

Celso Ferreira.

Futuro do setor e da região

Embora esteja no seu último mandato, Celso Ferreira,

autarca de nova geração, bem como o líder do executivo

municipal de Paços de Ferreira, acredita que a cultura de

cooperação entre os dois municípios é fundamental para

a ligação supra municipal, porque, segundo defende,

“Paços de Ferreira não vai deixar de ser a Capital do

Móvel e nós (Paredes) não vamos deixar de ser a Rota

dos Móveis nem deixar de organizar o Art on Chairs”.

“É primordial termos uma estratégia comum em benefício

de todos e não andarmos com estratégias diversificadas.

Temos tido bons projetos de média dimensão, que são

projetos individuais de Paredes, de Paços de Ferreira,

das associações setoriais e das associações locais,

mas está na hora de pegar nesses projetos de média

dimensão e torná-los de grande dimensão. É este

o segredo”, explica o autarca, acrescentando que é

importante valorizar a marca Portugal além-fronteiras.

“Temos o compromisso de tornar o mobiliário português

no melhor do mundo e necessitamos para o efeito de

valorizar a sua imagem externa. Para isso muito contribui

o ‘Cluster de Mobiliário’”, conclui.

Celso FerreiraPresidente

CLUSTER DO MOBILIÁRIO

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Page 38: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

38

A Divercol é uma empresa crucial no Cluster do Mobiliário, responsável pela produção de tintas, vernizes, esmaltes, diluentes, entre

outros. A empresa foi fundada por Rodrigo Pedrosa, há 40 anos. Agora, o empresário viu o mérito do seu trabalho reconhecido

publicamente pelo Presidente da República, através da atribuição do grau de Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do

Mérito Industrial.

divercol

Mobiliário com revestimentos de excelência

Aos 75 anos Rodrigo Pedrosa passa os dias

nas fábricas que possui em Lordelo, Paredes.

A principal é a Divercol, que surgiu em

1975, depois de ter regressado de Angola,

onde começou a trabalhar aos 19 anos. Recordando

os tempos de emigrante, relata que foi “gerente de

uma empresa importante onde eram produzidos rádios

e aparelhagens de som. Tenho orgulho de ter estado

em Angola, a mentalidade era diferente e existia espírito

de entreajuda”, relata Rodrigo Pedrosa, experiência

que contribuiu para a sua formação enquanto pessoa

e empresário. De volta a Portugal, com 35 anos, depois

de ter recusado algumas ofertas de trabalho que não

eram do seu agrado, decidiu dedicar-se à indústria de

colas para o mobiliário, com o apoio de um familiar (eng.

Químico) que havia vindo de Lisboa abrir uma sucursal

bancária em Paços de Ferreira, a região começou a

desenvolver-se “na área do mobiliário e carpintaria e o

princípio da minha vida foi esse”, relata o comendador,

explicando que optou pelas tintas e vernizes, “comecei

por uma área mais pequena, com muitos contratempos

e dificuldades em comprar matéria prima, mas consegui

dar a volta. Penso até, ter sido dos primeiros, fora do

sistema, a entrar nesta área industrial, a partir daí a

democracia fez tudo”, relata o interlocutor, aludindo às

dificuldades ainda existentes na criação de empresas,

um ano pós 25 de abril. Conseguiu atingir os objetivos

e a primeira entidade sugiu em Freamunde com a

designação de Frecol - Colas de Freamunde. Em 1983

adquiriu as instalações de uma fábrica de móveis em

Ferreira, Paços de Ferreira, que “a 4 de julho de 1996

às 12:20 começou a arder e desapareceu”, relata

com a certeza de uma memória infalível e, ainda com

algum desgosto, o proprietário da Divercol. Perante as

contrariedades, foi fundamental a veia do empresário

persistente e empreendedor que não desistiu. Rodrigo

Pedrosa revela, assim que após um grande contratempo,

conseguiu erguer a Divercol, em Lordelo, Paredes. Após

o incêndio em Ferreira, “já tinha este terreno comprado,

andava já a fazer levantamentos com o arquiteto para

fazer o projeto”, na altura, acrescenta o entrevistado, foi

fundamental o apoio da Câmara Municipal de Paredes

para a viabilização do projeto. O empresário revela

que a “10 de junho de 1998 mudámos para as novas

instalações. Naquela época, eram demasiado grandes,

agora, felizmente, são pequenas”, relata com orgulho o

interlocutor, demonstrando que a aposta na empresa de

Lordelo foi um sucesso.

De 2000 até ao presente

A inauguração oficial da unidade industrial de Lordelo

foi em 1999, com as novas instalações, a empresa

passou a estar preparada para vencer os novos desafios

com que o setor se tem defrontado. Rodrigo Pedrosa,

revela que a sua “filosofia de vida” é investir consoante

as possibilidades e o sucesso dos projetos que lidera

estão relacionados com esta visão de um crescimento

sustentado. O nome Divercol resulta das iniciais de

diluentes, vernizes e colas, apostando na investigação

e no desenvolvimento de novos produtos. A empresa

CLUSTER DO MOBILIÁRIO

rodrigo pedrosaAdministrador

Page 39: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

39

conta atualmente com 35 trabalhadores, dos quais

cinco são engenheiros. Associadas à Divercol, entidade

mãe, sugiram três empresas associadas, o Tintinhas

comercializa produtos utilitários e complementos de

pintura, vendendo material com uma excelente relação

qualidade/preço. A Portimpact dedica-se à construção

de escadas e escadotes em alumínio, Rodrigo Pedrosa

faz questão de frisar que “tudo é produzido em Portugal,

prefiro comprar em Portugal, mesmo que seja mais

caro”. Existe ainda outra empresa, a Vedeta que

se dedica a uma linha de produtos especiais como

vernizes e tintas decorativas para velas, vidro, cerâmica

e ainda uma tinta aquosa para restaurar pneus, Esta

diversificação mostra que o nosso entrevistado é

detentor de um espírito polivalente, procurando sempre

novos nichos de mercado que possibilitam a exploração

de diferentes áreas de negócio. Contudo, é a produção

de material para a indústria do mobiliário que mais

vende, com o mercado em crescente desenvolvimento,

“a área do mobiliário é a que tem mais peso na faturação

da empresa”, revela o entrevistado. Na Divercol, a

vertente comercial assume uma importância crucial,

principalmente nas tintas onde “o produtor tem a vertente

do comércio, é a mistura de empresário comercial e

empresário produtor”, explica o fundador da empresa,

Rodrigo Pedrosa. O surgimento de novos projetos

revela que aos 75 anos, o comendador continua com

uma visão de mercado excecional, exemplo disso, é a

produção “do verniz aquoso para as casas de madeira,

atualmente, tem aumentado produção de casas de

madeira para exportação”, e a empresa do comendador

está a apostar fortemente neste nicho de mercado.

Um outro exemplo de inovação, é a produção de um

gel único em Portugal, desenvolvido para ser utilizado

na base do fondue. Numa visita pela fábrica, a boa

disposição apresentada durante a entrevista, é a mesma

com a qual cumprimenta todos os seus colaboradores.

O nosso interlocutor, revela que o facto de ser bem

humorado contribui para a longevidade e para a vontade

de executar novos projetos. O comendador revela

que ainda não colocou em prática todos os projetos,

revelando com humor, esperar que “o percurso de vida

acabe daqui a 31 anos, portanto aos 106”, é o tempo

que diz necessitar para executar todos os desafios que

tem em mente.

O futuro do Cluster do Mobiliário

A 29 de junho deste ano, o Presidente da República,

Cavaco Silva, presidiu à cerimónia da assinatura

do protocolo entre os municípios de Paredes e de

Paços de Ferreira e quatro associações empresariais

para a dinamização de um cluster do mobiliário.

Nesta cerimónia foram distinguidos com o grau de

Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe

do Mérito Industrial alguns empresários do setor, entre

eles o nosso interlocutor, que confessou ter sido

supreendido com a nomeação. Contudo, reconhece

que o seu percurso enquanto empresário, mas também

como membro de associações ligadas ao setor devem

ter pesado na escolha. Rodrigo Pedrosa foi presidente

da Associação Empresarial de Paços de Ferreira e esteve

nove anos como membro da direção da Associação

Portuguesa de Tintas. No seu entender, considera que

existem outros empresários na região que mereciam

ser, igualmente reconhecidos, pois a região está repleta

de bons exemplos. Questionado sobre o futuro do setor

do mobiliário, Rodrigo Pedrosa refere que a constituição

do cluster é importante e, no seu entender, os autarcas

de Paços de Ferreira e de Paredes “são dois jovens,

virados para o futuro, sabem que é preciso procurar

outros mercados, estão com uma dinâmica muito

forte. Desejo que não haja areia nas engrenagens e

que tudo corra pelo melhor. O projeto tem condições

para andar e agora é preciso dar as mãos. Felizmente,

o nosso móvel tem crescido e ultrapassado fronteiras”,

explica o empresário. No que toca ao papel da Divercol,

o empresário, pretende continuar a desempenhar um

papel fundamental neste cluster, contribuindo para a

excelência do setor em Portugal e além fronteiras.

CLUSTER DO MOBILIÁRIO

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O CEO da empresa, Carlos Aquino foi agraciado como Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe do Mérito Industrial pelo

Presidente da República. O presidente da Aquinos, empresa localizada em Tábua, considera que é o “reconhecimento de 30 anos de

trabalho” na produção de sofás e colchões.

Aquinos

Maior empregador privado da zona centro

A empresa Aquinos comemora, em 2015, 30

anos de existência. Sediada na zona centro,

no Pólo Industrial de Sinde, concelho de

Tábua, a empresa produz sofás e colchões.

Atualmente, é o principal motor da economia da região,

a operar no setor privado, sendo responsável por quase

dois mil postos de trabalho, distribuídos entre Tábua e

Nelas, onde recentemente foi inaugurada uma nova

fábrica. No seguimento do reconhecimento público

aos empresários do mobiliário, que a Presidência da

República levou a cabo, Carlos Aquino considera que

é importante, mas que ao mesmo tempo “aumenta a

responsabilidade, temos de continuar a fazer o nosso

melhor, ajudar o país e criar postos de trabalho, na

zona Centro e Interior do país”, frisa o CEO da Aquinos.

O interlocutor revela que foi com muito esforço e

dedicação que a Aquinos se tornou uma referência no

setor do mobiliário. Quando foi agraciado com a Ordem

de Comendador, Carlos Aquino revela que “fiz questão

de o partilhar com a minha equipa porque sem ela não

tinha conseguido, podia ter conseguido qualquer coisa,

mas não tudo”, remata.

30 anos de trabalho, excelência e qualidade

Em retrospetiva, o presidente do Conselho de

Administração da empresa revela que a Aquinos nasceu

no dia 15 de março de 1985, “eu e os meus dois

irmãos trabalhávamos numa empresa de sofás em

Tábua, desde pequeno que tinha o sonho de ter uma

empresa, o negócio em si, a transformação, tudo isso

fazia sentido. Desde cedo aprendi o que era um sofá,

quis construir o meu próprio caminho, convidei os meus

irmãos e com seis pessoas iniciámos o negócio”, revela.

Atualmente, Carlos Aquino continua a trabalhar com

os dois irmãos, Jorge Aquino e António José Aquino,

juntos criaram a empresa que é hoje uma referência

na indústria do mobiliário em Portugal, mas também

além fronteiras. Recorrendo à sabedoria popular, Carlos

Aquino, revela que “fomos crescendo devagar, nunca

demos um passo maior do que a perna”, apostando

num crescimento sustentado e equilibrado. Ao longo dos

30 anos, a empresa apostou sempre em investimentos

que visavam o crescimento industrial, através da

criação de novas unidades industriais, recorrendo a

equipamentos de vanguarda, tendo sempre em conta

a formação e a motivação dos colaboradores, a criação

de equipas de investigação, o desenvolvimento e o

design de novos produtos. A proteção do ambiente e

a melhoria das condições de trabalho são fatores que

também pesam na gestão do grupo. A Aquimos também

sentiu a crise que assolou o país e a Europa, mas o CEO

revela que conseguiram ultrapassar o problema. Com

uma visão alargada e pragmática perceberam desde

muito cedo “que a exportação seria o caminho, o nosso

país é pequeno, fruto disso, conseguimos chegar a mais

mercados”, atualmente a exportação tem um peso de

90 por cento na faturação da empresa, sendo que os

principais mercados são França e Espanha. A presença

em África e na América do Sul não é tão expressiva

como nos mercados europeus, devido, essencialemente,

ao volume dos produtos comercializados. O segredo do

sucesso da Aquinos passou por uma aposta forte na

capacidade produtiva e também no armazenamento,

através da disponibilização de stocks, “a capacidade

produtiva instalada, em Tábua, aliada às sinergias na

produção das matérias primas mais críticas, aliciam

os nossos clientes a trabalharem connosco”, refere o

carlos aquinoCEO

CLUSTER DO MOBILIÁRIO

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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responsável. Carlos Aquino explica que “tudo o que é

preciso para construir um sofá está concentrado, em

Tábua. Trabalhamos com pele verdadeira, material que

temos de importar. Sempre que podemos tentamos

atrair a produção dos materiais para Portugal, mas nem

sempre é possível. Para além da capacidade produtiva,

temos uma capacidade de stock, armazenamos 40

mil sofás e queremos ampliar para o dobro. Temos

capacidade para armazenar 90 mil colchões, tudo

isto é permitido através de um armazém inteligente.

Oferecemos a produção e o armazenamento garantido

uma resposta rápida ao mercado”, revela o empresário.

Esta eficência e qualidade valeu à Aquinos estar

presente nas lojas IKEA e Conforama, levando os sofás e

colchões made in Portugal a todo o mundo. Atualmente,

a empresa está prestes a criar uma nova sinergia estando

a terminar “a construção de uma fábrica de produção de

espuma, um investimento de cerca de 20 milhões de

euros. A produção vai arrancar ainda este mês. Temos

também uma fábrica de produção de fibra de poliéster.

Em Nelas, inaugurámos uma unidade de produção de

sofás, que exporta 100 por cento daquilo que produz”,

relata o CEO, acrescentando que a fábrica foi inaugurada

em março, mas já estava a funcionar desde setembro

do ano passado. Na cerimónia inaugural esteve presente

o vice-primeiro ministro, Paulo Portas. Nem tudo está

facilitado para o contínuo desenvolvimento da empresa,

o facto de estar situada em Tábua tem representado

algum entrave ao nível do recrutamento. O CEO explica

que “uma das dificuldades que temos é na contratação,

sobretudo, de quadros, apesar de estarmos a 55 km

do litoral”. Contudo, grande parte dos trabalhadores

que ingressaram na Aquinos continuam na empresa,

demonstrando que “estão satisfeitos com as condições

de trabalho”, mesmo com a grande exigência e rigor

exigidas por parte do responsável, que reconhece ser

“muito exigente, mas a minha equipa sabe que pode

contar comigo para tudo, se os trabalhadores vêm

e ficam, é porque estão satisfeitos”, constata Carlos

Aquino.

Futuro passa pela aposta em novos produtos

No seguimento dos investimentos que têm sido

efetuados ao nível da expansão do negócio, com a

construção de unidades complementares, a Aquinos

“investiu cerca de 80 milhões de euros” nos últimos

cinco anos, revelou Carlos Aquino, acrescentando que

“temos alguns projetos de crescimento sempre para

exportação” e, provavelmente, no próximo ano serão

apresentados ao mercado “novos produtos” sempre

na linha conforto. A qualidade é a principal bandeira

do grupo que está atento às alterações existentes no

mercado, tanto ao nível das tendências dos clientes

como na evolução tecnológica, que tem possibilitado

o crescimento e expansão da empresa, com a aposta

em tecnologia de ponta. Exemplo disso é o sistema

de armazenamento inteligente, onde estão milhares

de sofás e colchões. O principal objectivo da Aquinos

continua a ser a afirmação como uma entidade

empresarial de referência e sucesso, baseada num

crescimento sustentável, tendo sempre em conta os

clientes, os trabalhadores e toda a região onde está

localizada, contribuindo para a expansão e dinamização

da economia local e nacional.

CLUSTER DO MOBILIÁRIO

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CLUSTER DO MOBILIÁRIO

Foi com muito esforço e dedicação que Silvino Lindo juntamente com a sua esposa, Conceição Lindo, construiram a SML- Silvino Lindo-

Ibérica SA, uma empresa sediada em Gandra, Paredes e que está presente nos quatro cantos do mundo. Tendo iniciado atividade há 27

anos, a SML tem como principal atividade a conceção, fabrico e instalação de equipamentos para secagem de madeiras e para linhas

de acabamento da indústria de mobiliário.

SML- Silvino Lindo-Ibérica SA

Culminar de anos de trabalho e sucesso

D epois de vários anos a trabalhar por turnos

no Grupo Sonae, no setor da eletromecânica,

o que lhe permitia dar assistência a

várias empresas de mobiliário a nível de

equipamentos e notar as suas necessidades, Silvino

Lindo decide criar o seu próprio negócio. Do zero,

construiu uma empresa sólida, pioneira em vários

processos e procedimentos na área do mobiliário e que

lhe permitem ser uma referência no setor. Resultado

disso, foi a recente distinção liderada por Aníbal

Cavaco Silva, Presidente da República, na assinatura

de um protocolo para a dinamização de um cluster de

mobiliário.

Contribuição para o desenvolvimento do setor

Uma das maiores necessidades das empresas por onde

trabalhou consistia na secagem da madeira, como o

próprio nos explica.

“Faziam os móveis mas a madeira era seca ao tempo

e estava sempre sujeita a certas condições. Muita

estragava-se e havia muito prejuízo. Começamos então

por fabricar secadores de madeira, foi um êxito, temos

centenas espalhados por Portugal, cerca de 98 por

cento dos secadores no país são SML”, sendo o primeiro

grande passo inovador de Silvino Lindo, sucedido pela

introdução de caldeiras em biomassa, aproveitando os

resíduos das fábricas que até então eram queimados ao

ar livre havendo posteriormente um aproveitamento da

biomassa e energético.

Depois, quando o setor estava mais ou menos

estabilizado, a SML começa a fabricar cabinas de pintura

para tratar a madeira de início e os móveis no final.

“Foi igualmente um passo de sucesso. Há cerca de

sete anos trabalhávamos muito com verniz agora é só

lacados, é o que o mercado internacional pede neste

momento e nós adaptamos as nossas cabinas para

trabalhar com todos os produtos. Neste momento

os produtos aquosos estão muito fortes também por

questões ambientais. Com as cabinas de pintura, onde

fomos pioneiros, deixou-se de poluir o ambiente porque

absorvem todos os resíduos”, conta o empresário.

O mercado de fabricação de paletes foi o que se

seguiu, paletes de madeira provenientes de serrações.

Posteriormente, a empresa introduz-se nas serrações

pois Silvino Lindo considera que “este setor é que

deveria ter os secadores de madeira e que deviam

fornecer madeira seca aos fabricantes de móveis

e é o que esta a acontecer agora. Os fabricantes

deixaram de comprar secadores, compram a madeira

já seca e só a que necessitam. Desde o controlo

energético às movimentações das matérias-primas

silvíno lindoCEO

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43

CLUSTER DO MOBILIÁRIO

sendo uma engenharia de processos, os móveis estão

todos estudados. Trabalhamos no melhoramento dos

processos e procedimentos, assim como na manutenção

dos equipamentos, para que as empresas tenham cada

vez menos custos.

Vamos ao encontro do que o cliente necessita e

normalmente estamos presentes nas áreas mais difíceis

e específicas. Trabalhamos também para o mercado

do calçado, do têxtil e para todo o tipo de trabalho

especializado e é isso que nos dá valor acrescentado.”,

refere o líder da SML.

Os nossos produtos

• Secadores para madeiras e cortiça;

• Secadores para o tratamento de paletes de madeiras;

• Cabinas de pintura para mobiliário e para calçado;

• Caldeiras de Biomassa Florestal;

• Aspiração industrial;

• Sistema integrado de redes de ar comprimido;

• Redes de incêndio.

A ‘escola’ SML

A SML tem 68 funcionários, todos formados na empresa

e a formação é uma das prioridades de Silvino Lindo.

Formado na Escola Industrial, o empresário considera

que a sua formação foi determinante no trabalho que

desenvolveu posteriormente.

“Quem estudou na Escola Industrial estava perfeitamente

preparado para o mercado de trabalho. Tínhamos a

parte técnica e a prática, o que foi muito importante. Já

saíram daqui alguns funcionários que se estabeleceram

e que são empresários de sucesso, fruto da formação

que damos aqui diariamente e isso para mim é um

orgulho. O nosso objetivo é que os nossos funcionários

se formem de forma adequada ao nosso tipo de trabalho

e que cresçam”.

Presente nos quatro cantos do mundo

Ao longo de 27 anos de atividade a dimensão da SML

foi crescendo e hoje tem equipamentos em 20 países

diferentes, França, Espanha, Brasil, Equador, Estados

Unidos da América, Roménia, são alguns exemplos,

sendo atualmente uma empresa perfeitamente

internacionalizada.

“A SML acrescenta valor, moderniza as empresas,

diminui custos de produção. Desenvolvemos o projeto

desde a modelação peça a peça até à fabricação, à

montagem e a assistência pós venda e 60 por cento dos

secadores de madeira existentes no mercado espanhol

são SML sendo que é um mercado difícil de penetrar”,

refere.

Em termos de feiras internacionais a SML expõe em

França, Itália, Brasil e México e o futuro da empresa

passará pela América Latina pois Silvino Lindo considera

que o setor ainda não esta muito desenvolvido e os

processos ainda estão muito rudimentares tendo assim

um potencial enorme.

Uma empresa familiar

Foram 27 anos de desenvolvimento, de constante

evolução e sempre atentos às necessidades do

mercado sendo que o mais importante, segundo Silvino

Lindo, para uma empresa vingar é a humildade e ter

uma boa estrutura familiar.

“Começamos esta empresa sem nada, tudo foi fruto do

nosso trabalho e do nosso esforço. Iniciei a empresa

juntamente com a minha esposa e hoje tenho os meus

três filhos a trabalhar connosco, a Diana que trabalha na

parte comercial, a Sílvia que terminou o curso de Gestão

de Empresas trabalha também na SML e o André que

trabalha na parte técnica”.

Na comemoração do seu 57º aniversário a família

de Silvino Lindo e os seus funcionários prepararam

uma surpresa para o empresário e comemoraram em

conjunto a data especial, reflexo e reconhecimento do

seu esforço e dedicação.

“Foi um dia e uma comemoração marcantes para mim.

Não estava à espera mas fiquei muito feliz”, confessa

Silvino Lindo.

Distinção por parte do Presidente da República

Para além de empresário de sucesso, Silvino Lindo é

também um autarca de sucesso. Enquanto Presidente

da Junta de Freguesia de Gandra, fez a distribuição de

água da freguesia desde o projeto à execução sendo

uma mais valia para a região e que ainda se reflete

atualmente no concelho.

Mas foi no papel de empresário que Silvino Lindo foi

condecorado com o grau de Comendador da Ordem do

Mérito Empresarial, Classe do Mérito Industrial por Aníbal

Cavaco Silva, facto que orgulha o empresário.

“Se me foi atribuída essa distinção foi porque acharam

que merecia e pelo trabalho que desenvolvi de evolução

deste setor. Estou obviamente muito orgulhoso”.

Posteriormente, destaca a importância da assinatura do

protocolo para a dinamização do cluster de mobiliário.

“Este protocolo é muito importante para nós, empresários

e para a região no geral. Não foi fácil as duas associações

envolvidas chegarem a um acordo mas Aníbal Cavaco

Silva teve muita influência nesta decisão. Foi uma das

coisas mais importantes que poderiam ter feito”,conclui.

silvíno e conceição lindo

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CLUSTER DO MOBILIÁRIO

Perto de comemorar os seus 30 anos de história, a empresa portuguesa Luís Nunes da Silva, Lda nasceu em 1986 e é hoje uma

referência nacional e internacional na conceção, desenvolvimento e fabrico de sofás.

Luís Nunes da Silva, Lda

O SUCESSO DOS SOFÁS PORTUGUESES

Desde o seu surgimento, foram muitas as

transformações da empresa sempre com

olhos postos no futuro, na continuidade e

na qualidade pela qual é reconhecida. Ter

um sofá confortável, personalizado, atrativo e produzido

tendo em conta padrões de alta qualidade é o sonho de

qualquer pessoa. E não é mero acaso que em tempos o

slogan da casa era “A Qualidade que Conhece”.

A história da empresa tem início quando o administrador

Luís Silva tinha os seus 10 anos de idade, e começou

a trabalhar na área.

Atualmente, o conforto e a qualidade são os pontos-

chave da empresa, agora com uma equipa de

30 pessoas, que veio a crescer progressivamente

adaptando-se às necessidades e à crescente procura

dos clientes.

É com orgulho que o administrador Luís Silva, fala sobre visita do presidente da república

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CLUSTER DO MOBILIÁRIO

as suas instalações que inaugurou a 2 de janeiro de

1995 e sem qualquer tipo de ajuda externa. É também

com orgulho que fala do seu “braço direito” nas

decisões da empresa, o seu colaborador Paulo Antunes,

que chegou com o mote de certificar a empresa,

adaptando os processos e procedimentos consoante as

necessidades do mercado.

Luís Silva sempre foi visionário, adotando um plano

estratégico que tem permitido alcançar um crescimento

sustentável, sendo este o motivo do sucesso. A

certificação veio facultar à empresa um processo

automatizado e simplificado. A organização que exige

uma certificação ajuda a todo o trabalho e a projetos

futuros.

Concluído o processo da certificação, seguiu-se um

novo objetivo - a internacionalização. Hoje, a exportação

da empresa representa 95 por cento do volume de

negócios. Neste sentido, o seu produto estende-se a

países como: França, Itália, Noruega, Alemanha, Rússia,

Estónia e ainda Cazaquistão, Angola, Moçambique, entre

outros.

A carteira de clientes é fixa e fiel. Embora um sofá não

seja algo que se troque com frequência, o cliente da

Luís Silva volta. Apesar da qualidade dos sofás e da

flexibilidade da empresa para satisfazer o cliente com

o seu produto final, esse não é o único segredo para

a fidelização do mercado. Desta forma, fornecem-

se hotéis 5 estrelas a celebridades e a todos os que

procuram qualidade, conforto e dedicação por um preço

competitivo em função de todo o produto oferecido.

Luís Silva está agora a passar o seu conhecimento ao

filho, Luís Miguel Silva, que demonstra grande paixão

pelo negócio e, que, por sua vez, tem vindo a adquirir

competências na área da gestão da produção, compras

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CLUSTER DO MOBILIÁRIO

a fornecedores e logística.

A formação continua destaca-se como uma mais-valia,

no sentido de alcançar uma melhor qualidade. Os sofás

Luís Silva são concebidos desde o design, passando

pelas melhores matérias primas, procurando sempre

acrescentar algo de inovador ao mercado.

Os três pilares da empresa tomam hoje decisões

conjuntas pela visão e consciência das necessidades

que o futuro pode apresentar.

Com os olhos postos no futuro, Luís Silva, quer agora

ser uma marca ainda mais reconhecida. Este é, portanto

um dos grandes objetivos para o futuro, reforçar a marca

e levá-la às bocas do mundo.

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um o

lhar

sobr

e par

edes

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Paredes integra-se numa das regiões mais prósperas e paisagisticamente interessantes de Portugal:

o Vale do Sousa.

Pertencente ao distrito do Porto e à região Norte o município é limitado a norte por Paços de Ferreira,

a nordeste por Lousada, a este por Penafiel, a sudoeste por Gondomar e a oeste por Valongo.

O concelho de Paredes possui uma grande tradição na indústria do mobiliário, assegurando cerca de 30 por

cento da produção de mobiliário nacional. A relação tradição/modernidade da arte de trabalhar a madeira nas

suas diferentes vertentes sustentam um produto turístico-cultural denominado ‘Rota dos Móveis’.

Com quatro cidades (Paredes, Rebordosa, Gandra e Lordelo) é o concelho português com maior número de

cidades.

Com uma mancha florestal considerável - segunda maior do Vale do Sousa - é sistematicamente apontada

como uma mais-valia que o concelho potencia, dada ser fonte de riqueza e de emprego no município. De

realçar que a zona sul do concelho tem área inserida na Rede Natura 2000.

A cidade integra também a Rota do Românico do Vale do Sousa.

Quem visita a freguesia tem muito para visitar e vários sabores para experimentar, tais como o tradicional

cabrito assado no forno a lenha, a sopa seca e a regueifa.

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REVISTA BUSINESS PORTUGALUM OLHAR SOBRE PAREDES

Junta de Freguesia de Gandra assume como desafio expandir o saneamento.

Junta de freguesia de gandra

Visitar Gandra e descobrir a terra do mobiliário e da “Posta”

Dispensa balanços do mandato que lidera

desde 2013 na Junta de Freguesia da

Gandra, no concelho de Paredes. Prefere

falar da região com mais de seis mil

habitantes, do seu desenvolvimento nos últimos anos e

das suas gentes. Paulo Ranito, 46 anos, é advogado de

profissão e presidente de Junta por paixão. “Não estou

a tempo inteiro, estou é sem tempo”, ironiza enquanto

se prepara para responder às questões colocadas pela

Revista Business Portugal.

Então, optamos por pedir a Paulo Ranito que nos dê a

conhecer Gandra através dos seus olhos. “A freguesia

de Gandra tem muitas valências, quer a nível turístico,

gastronómico e geográfico”, começa por contextualizar.

Para quem não sabe, Gandra é a primeira freguesia

fronteira para quem se descola a Paredes via A4 oriundo

da cidade do Porto. Por isso, “é chamada a porta do

concelho”.

Há cerca de dois anos, uma requalificação profunda

da estrada nacional 15, orçada em mais de dois

milhões de euros, somou-se à lista de intervenções que

elevam o potencial da Gandra. “Foram usados materiais

nobres, como granito, as infra-estruturas aereas foram

eliminadas e tudo está excelente”, confirma Paulo

Ranito. Uma via nestes moldes, garante o presidente,

“propicia o potencial gastronómico”.

Historicamente, a razão do “elevado número de

restaurantes”, prende-se com o facto de “antigamente

a freguesia ser a última paragem de quem se deslocava

vindo de Amarante e vila real ao Porto.” Hoje não serão

as mesmas “casas de repasto” desses tempos, mas

muitos deles mantêm a mesma estrutura nuclear.

Por outro lado, as zonas industriais sediadas na região,

gozam ao mesmo tempo do espaço necessário, da

mão-de-obra e do acesso particularmente favorável

quer pela A4, quer pela A41, ao Aeroporto de Sá

Carneiro, na Maia, distrito do Porto. Ora, a acessibilidade,

também à linha ferroviária, tem em muito contribuído

para “potenciar e desenvolver a indústria do mobiliário

que começou a desenvolver-se na década de 70 e 80”,

garante Ranito.

“A freguesia de Gandra nas décadas de 70 e 80 era

capaz de albergar quase 90 fábricas de móveis que

vendiam sobretudo para o mercado interno”, recorda

o presidente. Um comércio que sofreu a estagnação

derivada da sua pequena dimensão de negócio. “As

fábricas que sobreviveram foram as que se voltaram

para o comércio internacional, porque conseguiram criar

outras estruturas.”

Uma indústria que, “com a ajuda da Câmara Municipal

de Paredes tem tido um crescimento exponencial”,

tornando o conselho na verdadeira ‘capital do móvel’,

e aponta como exemplo o projeto ‘art on chairs’

recentemente distinguido internacionalmente. Para

quem associa Paços de Ferreira a esta expressão,

Paulo Ranito desengana: “O concelho de Paredes é o

maior produtor de móveis do país, ao contrário do que

paulo ranitoPresidente

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

51

UM OLHAR SOBRE PAREDES

as pessoas dizem.” Segundo o presidente a explicação

é uma: “Paços de Ferreira vende muito o que Paredes

produz!” Seja como for o mote de ‘capital do móvel’

produz efeitos em termos de marketing.

Quando chegou à presidência vinha com uma presença

já em dois mandatos anteriores, na qualidade de

membro da Assembleia de Freguesia. Foi o anterior

presidente de Junta e um amigo vereador do presente

executivo municipal, que lhe lançou o desafio do novo

cargo. Refletindo sobre as mudanças pessoais de ter

aceitado o repto, Paulo Ranito acusa a notoriedade com

que se viu a braços. “O maior impacto que tive foi com

a exposição pública, a qual não estava nada habituado.

Pensei que por ser uma Junta de Freguesia seria uma

coisa pequena, mas não!”

‘Senhor presidente pode-me ajudar?’

Paulo Ranito tem constatado que o presidente de uma

Junta de Freguesia tem uma proximidade muito grande

da população. “Qualquer evento que ocorra, a pessoa

não vai à Câmara Municipal, mas vem ter connosco,

mesmo que seja para os aspetos mais insignificantes

e díspares!”

Quezílias com vizinhança. Limpeza de matas. “As

pessoas pensam sempre que a Junta de Freguesia

tem competência para resolver tudo, mas para além

das competencias legais temos contrangimentos

orcamentais”.

A freguesia da Gandra requer “muita atenção”, alerta o

Paulo Ranito. Gere a sua própria rede de abastecimento

de água, com captação e tratamento. Conta com mais

de quatro mil contadores instalados. “Temos mantido

e melhorado as nossas estruturas e temos canalizado

muita da nossa energia para esses recursos.” A existência

de uma nova concessão para a exploração da água no

concelho tem tornado num desafio a manutenção da

rede nas mãos daquela autoridade local.

Outra das bandeiras da equipa de Paulo Ranito é

colmatar as necessidades da freguesia ao nível do

saneamento, cuja estrutura e acesso estão, segundo o

seu presidente, deficitárias. “Há saneamento que passa

na nacional 15, mas abarca uma faixa muito estreita da

freguesia. E nós queremos estendê-lo a toda ela.” Para

isso, confessa “precisamos de negociar e trabalhar com

a Câmara Municipal de Paredes, já tivemos mais do que

uma reunião e estamos a caminhar nesse sentido”.

Ao nível educativo, a freguesia conta com

estabelecimentos de ensino até ao Básico. Há três

anos foi inaugurado o Centro Escolar. O que originou

que todas as escolas primárias fossem encerradas e

os alunos direcionados para o novo equipamento. “Tem

condições excelentes, um pavilhão com aquecimento

e uma cantina, salas de aula climatizadas, bem como

transportes dos alunos ”, destaca o presidente da Junta.

Em jeito de conclusão, porque o dia vai longo, Paulo

Ranito, reserva algumas dicas para quem quiser meter

os pés à estrada e conduzir até à Gandra. “Somos

conhecidos pelos tradicionais grelhados, dos quais

destaca a célebre Posta, um prato típico de carne, e

o bacalhau na brasa” Depois há outras iguarias da

panificação, como sendo a Broa de milho, caseira e

produzida em forno de lenha. As Festas da Freguesia de

Gandra decorrem durante seis dias a partir do primeiro

fim de semana de agosto. Mas em cada um dos seus

“lugares”, o Lugar da Granja, das Fontainhas e de

Vilarinho há sempre uma festa religiosa que continua a

realizar-se anualmente. Fica o convite.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

52

UM OLHAR SOBRE PAREDES

Desde 2007, à frente dos destinos da Junta de Freguesia de Duas Igrejas, António Bessa Oliveira e a sua equipa têm norteado o seu

trabalho através de políticas de proximidade que visam o desenvolvimento, a qualidade de vida e o bem-estar da população desta

freguesia do concelho de Paredes.

Junta de freguesia de duas igrejas

Luta pelo desenvolvimento e qualidade de vida

O topónimo da Freguesia de Duas Igrejas

parece não deixar espaço para grandes

dúvidas acerca da sua origem. Conta-se que,

de facto, existiram duas igrejas, uma vez que

se construiu uma nova, por motivos de proximidade, sem

demolir a outra. Situada no concelho de Paredes, Duas

Igrejas tem uma área de cerca de quatro quilómetros

quadrados e uma população superior a quatro mil

habitantes, pese embora eleitores sejam pouco mais

de três mil. A indústria e a agricultura são principais

atividades económicas que predominam na freguesia.

António Bessa Oliveira encontra-se a liderar a Junta

de Freguesia de Duas Igrejas, desde 2007, altura em

que por força das circunstâncias, teve que substituir o

anterior presidente em exercício.

“Quando vim para a Junta de Freguesia, foi algo

inesperado, porque foi na sequência da morte do

anterior autarca, ou seja, uma situação extraordinária”,

referiu, acrescentando que quando tomou posse a

sua principal preocupação centrou-se na ampliação

do cemitério da freguesia, uma vez que não existiam

campas disponíveis. “A minha prioridade foi resolver

a situação referente ao cemitério, que se encontra

resolvida desde 2013”, evidenciou o autarca.

Atualmente, a maior preocupação do executivo de

Duas Igrejas passa pela requalificação de algumas

infraestruturas viárias da freguesia, nomeadamente, a

AV. 13 de Maio, via por onde passa cerca de 70 por

cento da população diariamente e que se encontra

extremamente degradada, como nos confessou o

presidente da Junta de Freguesia. “No decorrer deste

mandato, queremos pavimentar outras vias que ainda

se encontram em terra batida e construir uma casa

mortuária”, referiu, lembrando que são obras bastante

ansiadas pelos habitantes, mas que a Junta de

Freguesia também entende de grande importância para

o desenvolvimento da freguesia e para a melhoria da

qualidade de vida da população.

No que concerne ao embelezamento dos espaços,

“apostámos na requalificação do adro da Igreja e

da Avenida Padre Manuel Pinto Preda, no entanto

pretendemos requalificar as restantes vias envolventes

e criar espaços de aparcamento”, destacou.

Esfera social

A freguesia de Duas Igrejas regista um equilíbrio entre

população mais envelhecida e população mais jovem,

por isso mesmo António Bessa Oliveira tem levado

a cabo políticas sociais transversais, lembrando a

construção de um centro escolar e da criação de um

centro de convívio para os mais idosos, e OTL, para as

crianças no período de férias escolares, em colaboração

com a ADI - Associação de Solidariedade Social de

Duas Igrejas.

“Em colaboração com esta associação, já

disponibilizávamos diversas atividades como karaté,

ginástica, destinadas a todos, mas agora abrimos duas

salas para um centro de convívio, para proporcionar

atividades e convívio”, reiterou o autarca, sublinhando

que este espaço tem colaboradores em regime de

antónio bessa oliveiraPresidente

Page 53: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

53

UM OLHAR SOBRE PAREDES

voluntariado e a frequência dos idosos tem um pequeno

custo associado, no sentido de suportar as atividades

desenvolvidas e o lanche providenciado diariamente.

Quanto à Adi, António Bessa Oliveira disse ser uma

associação sem fins lucrativos que pretende dar resposta

às necessidades sócio-económicas dos cidadãos da

freguesia de Duas Igrejas e, neste momento, “estamos

a trabalhar no sentido de virmos a prestar apoio

domiciliário”, lembrou.

Ainda a nível associativo, o presidente da junta, lembra

a existência de mais duas associações, que estão a

desenvolver atividades culturais e desportivas. São elas

‘A PorDuas’ e ‘Associação Cultural e Desportiva de Duas

Igrejas’.

Festividades e património

As Festas do Divino Espírito Santo, que se realizam sete

semanas após a Páscoa e as Festas da Nossa Senhora

do Ó, a padroeira da freguesia que se realiza em julho,

são as que apresentam maior expressão na freguesia.

“O papel da Junta é colaborar com as comissões de

festas, no que for preciso, como na disponibilização

de espaços, logística e disponibilização de recursos

humanos para limpeza”, lembrando que contam com

o apoio da Câmara Municipal de Paredes. As duas

festas atraem muitos visitantes de outras paragens,

principalmente pelos grupos de animação e pela

procissão religiosa.

O património da freguesia obriga a uma visita,

nomeadamente a Igreja Matriz, a Capela do Espírito

Santo, o Cruzeiro de Soutinho e a Casa Brasonada da

Agrela. António Bessa Oliveira referiu ainda o Centro de

Espiritualidade Betânia, uma estrutura que nasceu para

dar apoio aos diversos grupos missionários dehonianos.

A construção, rodeada de uma bela e extensa quinta,

serve também para dinamizar algumas iniciativas

orientadas para a juventude.

Olhos postos no futuro

Nos últimos anos, a face da freguesia de Duas Igrejas

tem vindo a mudar, afirmando-se cada vez mais no

contexto concelhio, sendo este um reflexo das políticas

de proximidade adotadas pelo executivo. E para este

mandato António Bessa Oliveira, presidente da Junta

de Freguesia, reiterou à população que conte com

todo o seu esforço e dedicação, em prol de uma maior

valorização e qualidade de vida.

Loja Social (antiga Escola Primária do Souto)

Centro Escolar JI-EB1 Duas Igrejas

Page 54: Revista Business Portugal | Agosto '15

54

REVISTA BUSINESS PORTUGALUM OLHAR SOBRE PAREDES

“Temos caracterizado a nossa ação nestes últimos 18 meses em prol das pessoas, é nesse sentido que temos canalizado o nosso

trabalho e o nosso empenho”. Quem o diz é José Augusto Borges, presidente da Junta de Freguesia de Louredo, no concelho de

Paredes. Através da implementação de várias medidas de apoio à população, a Junta de Freguesia tem proporcionado melhores

condições de vida aos seus fregueses nas mais diversas áreas, como é exemplo a saúde.

Junta de freguesia de louredo

Em prol das pessoas

Com um património invejável em relação ao

restante concelho, a freguesia de Louredo

conta, em cada edifício, em cada monumento

e até em casa fachada, um pedaço de

história. E são esses pedaços que José Augusto Borges,

juntamente com o restante Executivo, têm feito questão

de preservar. “A nossa conduta à frente dos destinos

da freguesia tem como propósito manter os nossos

traços originais, a nossa ruralidade, e pensar bens nos

projetos que queremos levar a efeito em termos de

reestruturação da freguesia e do seu património”, refere

o edil.

Para tal, a Junta de Freguesia tem feito nos últimos

18 anos um trabalho intensivo e de excelência no que

concerne ao restauro e conservação do património

arquitetónico e histórico de Louredo. “O que temos é

muito vasto e muito rico, pelo que temos desenvolvido

vários projetos nesse âmbito”, esclarece José Augusto

Borges. Desta feita, foi recuperada a igreja matriz,

“um edifício do século XVII que estava em completa

decadência, onde foram investidos cerca de um milhão

e 200 mil euros. A igreja foi restaurada no exterior mas

também no interior, onde os altares são todos em talha

de ouro”.

Outros dois marcos da freguesia encabeçaram também

este restauro, nomeadamente o Pelourinho e a Forca.

“Criamos uma zona verde envolvente, que se tornou um

espaço e lazer muito aprazível e trouxe outra beleza à

freguesia”, diz-nos o presidente. “Todas as intervenções

que temos vindo a fazer ao longo dos tempos têm,

precisamente, como base a nossa história, o nosso

passado e tentamos preservar esse nosso património”.

Com foco nas pessoas

Seguindo o que tem acontecido no concelho de

Paredes, que é atualmente um dos concelhos mais

jovens do distrito do Porto, a freguesia de Louredo tem

recebido muitos jovens e casais em início de vida que

escolhem Louredo para construir a sua família. “Foram

construídos aqui dois pólos de bastante qualidade, o que

tem chamado novas pessoas para cá”, diz José Augusto

Borges.

Com o objetivo de proporcionar a estes novos casais

mas também a toda a população de Louredo, a Junta

de Freguesia tem estabelecido alguns protocolos com

entidades na área da saúde, para uma ajuda extra às

famílias mais carenciadas.

“No âmbito da saúde oral, temos um protocolo com

a CESPU. Nos últimos tres meses realizamos 216

consultas dentárias que estão a ser financiadas pela

Junta de Freguesia. Pretendemos eliminar os problemas

de saúde oral em Louredo no espaço de dois anos”.

Já na área dos olhos, José Augusto Borges e o seu

Executivo já ofereceram com o apoio da Câmara

Municipal de Paredes, perto de 30 pares de óculos

a pessoas carenciadas e várias contas de medicação

para que aqueles com menos posses possam garantir o

direito á saúde e assim, adquirir os seus medicamentos.

“Temos caracterizado estes 18 meses nas pessoas e na

ação social,com apoio alimentar e oferta de cadeiras de

rodas a diminuídos fisicamente, este tem sido o nosso

grande empenho”.

Questionado sobre o futuro, José Augusto Borges diz

que este passa pela dinamização do que a freguesia

tem para oferecer atualmente, “sem pensar em

grandes obras. Sinto que quando chegamos há 18

anos, não tínhamos nada e hoje temos o essencial à

freguesia e é desta forma que devemos pautar o nosso

trabalho”, crescer e desenvolvermo-nos com qualidade,

naturalidade e tranquilidade, finaliza.

josé augusto borgesPresidente

Page 55: Revista Business Portugal | Agosto '15

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Proximidade e carinho aos clientes fazem o sucesso dos supermercados Euro Poupança.

supermercados europoupança

Se é para ir ao supermercado, não é para comprar problemas!

As prateleiras nunca ficam vazias. O chão

da loja cheira a limpeza. Os funcionários

atendem os clientes no que eles precisam.

Respondem às dúvidas sobre os produtos,

com simpatia e clareza. “Fazemos a diferença pelo

atendimento personalizado e de proximidade”, explica

João Ferreira, 36 anos, dono dos supermercados Euro

Poupança.

Tudo começou há nove anos quando era um fornecedor

daquele supermercado. Na altura, o negócio sofria

alguns reveses e entre perder dinheiro e assumir a

gestão da loja, João Ferreira decidiu arriscar e ficar com

o estabelecimento.

Hoje com três lojas situadas nas freguesias de Lordelo,

Baltar e Sobrado os desafios que se colocam são muitos.

Desde logo face à concorrência. O segmento encontra

oponentes de peso. Grandes marcas de supermercados.

Vencê-los, implica vender com diferenciação.

Sob o lema “A Força de Vencer”, transformada em

imagem de marca, o administrador enfrenta uma grande

batalha ao nível dos recursos humanos. “Lidar com

pessoas é um dos maiores desafios de quem trabalha

nesta área.” Com “nome bem implantado” e o negócio

“bem enraizado”, João Ferreira revela o segredo do

sucesso: “Temos uma forma de estar no mercado

diferente da concorrência”.

Ocupado, sempre ocupado, João Ferreira interrompe a

entrevista para atender um fornecedor e dar ordens a

um dos funcionários. Voltando ao assunto, conseguimos

saber em que consiste essa tal diferenciação: “Na

disposição de produtos, no preço, mas essencialmente

no tratamento com o cliente.”

É com “muita proximidade” que lidam com quem

diariamente faz compras na loja, adianta João Ferreira.

Ao contrário do que acontece noutras grandes

superfícies conhecidas por “poupar nos funcionários”

e “deixar os clientes na fila de espera”, nas três lojas

Euro Poupança não falta gente a trabalhar. Ao todo são

28 empregados. “Até me dizem que é um exagero ter

tantos funcionários e eu digo que devíamos ter mais

para o cliente ter sempre perto de si alguém que lhe dê

uma informação caso precise.”

Quem percorre os corredores do Euro Poupança não

encontra o caos “que existe um pouco por todo o lado”,

sublinha João Ferreira. “Quando era comercial, via

muitos defeitos nas lojas que visitava. Clientes a serem

mal tratados. Sempre pensei que isso não poderia

acontecer.” A verdade é que muitos donos e gerentes

de superfícies comerciais esquecem-se de algo que

o administrador faz questão de ter sempre presente:

“São os clientes que nos dão a vida a ganhar. Quanto

mais carinho e atenção lhes dermos e eles se sentirem

próximos de nós, mais optam pela nossa loja.”

A experiência diz-lhe que “cada vez mais os clientes

precisam de ser atendidos por pessoas que os

conheçam e onde não sejam simplesmente mais

alguém.” E não custa dizer: “Bom dia!” Ou simplesmente

perguntar: “Precisa de alguma coisa?” Entrar na loja e

saber que o funcionário pode aconselhar a uma compra

esclarecida é uma das vantagens de um supermercado

local. Com esta forma de estar “ganhamos todos os dias

novos clientes”, assegura.

Nos primeiros oito anos em que João Ferreira assumiu a

gerência, a loja registou um surpreendente crescimento.

“Fruto desse trabalho do dia-a-dia na procura da

satisfação do cliente”, diz. Na loja não há problemas

no que diz respeito a trocas. O cliente pode reclamar

com qualquer produto, mas sai da superfície comercial

sempre bem atendido. “Há esse tato de não dificultar a

vida às pessoas”, diz João Ferreira e desabafa: “Hoje em

dia a nossa vida já é uma dificuldade. Imagine que vai

ao supermercado e ainda vai comprar problemas? Não

quero isso para os meus clientes!”

joão ferreiraAdministrador

REVISTA BUSINESS PORTUGALUM OLHAR SOBRE PAREDES

Page 56: Revista Business Portugal | Agosto '15

arqu

itet

ura

naci

onal

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Nesta edição de Agosto damos especial destaque a um tema que desempenha um papel crucial no

panorama nacional: a Arquitetura.

Desde a construção nova a particulares, à construção de unidades públicas, à reabilitação e

recuperação de edifícios, a arquitetura faz de qualquer meio um organismo vivo e dinâmico que,

para além da sua vertente artística, envolve várias dimensões e áreas de conhecimento.

Assim sendo, no universo arquitetónico existe uma importante componente técnica, uma dimensão construtiva

- através de materiais e técnicas de construção moldadas às exigências de uso e conforto dos espaços - uma

dimensão humana, que vai de encontro às expectativas dos seus utilizadores, e uma dimensão local, uma vez

que um mesmo objeto terá de se adaptar ao local onde se insere.

Neste contexto, cabe ao talento do arquiteto projetar uma obra esteticamente harmoniosa atendendo a todas

estas valências, refletindo na sua “obra de arte” os princípios de construção, beleza e função.

Importa ainda referir que a arquitetura encontra-se em permanente evolução, estando intrinsecamente aliada

a ferramentas tecnológicas avançadas que permitem conceber e organizar projetos de espaços públicos e

privados de uma forma muito mais eficaz que outrora.

E para melhor contextualizarmos os nossos leitores, nas próximas páginas expomos a visão de diferentes

arquitetos portugueses que nos dão a conhecer não só o seu método de trabalho, como os projetos nacionais/

internacionais que executam nos seus gabinetes e, de igual forma, a sua perspetiva sobre a essência e

importância da arquitetura para a sociedade.

Page 57: Revista Business Portugal | Agosto '15

57

REVISTA BUSINESS PORTUGALARQUITETURA NACIONAL

As memórias são reflexos dos espaços. Recuamos no tempo e logo as tornamos indissociáveis de onde tudo aconteceu: a cozinha

da avó, a sala onde os nossos filhos deram os primeiros passos, o escritório onde trabalhamos, o restaurante especial que tanto

apreciamos. São esses espaços onde nos sentimos bem que fazem toda a diferença.

área branca

Criatividade e inovação em sintonia

É partindo desse princípio que surgiu a

Areabranca, uma marca da empresa White

Area, que procura aliar a arquitetura e o design

de interiores às melhores memórias dos seus

clientes.

Esta empresa, sediada em Rio Meão, Santa Maria da

Feira, surge do sonho de duas jovens empreendedoras,

de criar uma empresa diferente do existente até então.

Para isso decidiram deixar os seus empregos fixos na

área da arquitetura e design de interiores e colocaram

mãos à obra.

O risco era grande mas a vontade de vencer era maior.

Começaram sozinhas, sem recorrer a qualquer apoio

da Banca, num espaço pequeno com apenas duas

secretárias e em que foram as próprias a aplicar o

chão e a pintar as paredes. Passado um ano e meio,

reconhecem com um sorriso e um brilhozinho nos

olhos que não poderiam ter tomado melhor decisão. A

Areabranca, apesar de ser uma empresa jovem, é já um

sucesso tendo como mais valia as várias vertentes que

tem ao dispor do seu cliente. O segredo? Trabalho, muito

trabalho, rigor e dedicação. É daí que vem a qualidade

reconhecida pelos seus clientes.

“Estagiamos juntas durante ano e meio, depois

mantivemos o contato mas cada uma foi trabalhar para

um sítio diferente. Começamos a ter algum trabalho

extra e quisemos ter um negócio em comum. O nosso

objetivo era ter um espaço em que pudéssemos receber

fornecedores e clientes, um espaço independente,

nosso”, começa por explicar Tânia Camboa Cabral.

O espaço que outrora servia para desenvolverem os

seus projetos começa a ser pequeno para o volume de

trabalho que possuem e mudar de instalações começa

a ser um objetivo a cumprir. Um objetivo de futuro, que

acreditam, facilmente será riscado à lista de muitos

outros que escreveram há um ano e meio quando

iniciaram a Areabranca.

Nem tudo foi fácil, todas as empresas têm os seus altos

e baixos, mas a procura por novas oportunidades e

desafios é constante por parte desta dupla de arquitetas.

“No ínicio do ano vimos o setor muito parado e

começamos então a dedicarmo-nos a pensar em

outras alternativas porque não estávamos a receber

feedback como no final do ano anterior. O importante

é não estarmos paradas, procurar novas alternativas, ir

ao encontro dos clientes”, conta por sua vez, Juliana

Cardoso Soares.

Para além de todos os serviços ligados à arquitetura,

como projetos de execução, licenciamentos, projetos

desde o esquiço até ao final da obra, passando por

perceber o que o cliente pretende, a Areabranca oferece

serviços ligados á decoração/design de interiores,

construção de maquetes, visualização arquitetónica 3D,

Web design e design gráfico. Fazendo uso de tecnologias

de ponta, como os Oculus Rift, proporcionando aos

seus clientes uma experiência única de imersão 3D,

onde podem circular pelo projeto da sua casa como se

estivessem realmente lá.

“Temos padrões de qualidade muito elevados e

preferimos não fazer um trabalho a fazê-lo sem

qualidade e recusamo-nos a dar ao cliente aquilo que

não gostávamos de ter para nós e isso é fundamental.

Primamos sempre pelo gosto do cliente porque é ele

que vai viver o espaço”, destaca Juliana Cardoso Soares.

Evidenciar materiais de marcas portuguesas é também

um dos princípios desta equipa que quer crescer de

forma consolidada e passo a passo apesar de não

lhes faltar sonhos e vontade de criar projetos novos e

inovadores.

“Tivemos já desafios e clientes interessantes. Entre eles,

a RTP, para quem tivemos o prazer de colaborar. Outro

desafio aliciante foi avaliar as unidades de saúde familiar

entre Douro e Vouga de forma a otimizar os espaços

a nível físico e sensorial, bem como a informação que

chega aos utentes. O objetivo tinha como pressuposto

melhorar a qualidade de vida dos utentes e profissionais

de saúde que utilizam os centros de saúde. Estamos a

contribuir para a felicidade das pessoas e isso é ótimo”,

conclui Tânia Camboa Cabral.

Juliana Cardoso soares e Tânia camboa cabralAdministradoras

Page 58: Revista Business Portugal | Agosto '15

“A arquitetura é cultura, não precisa de ser arquiteto para ter bom gosto!” refere Arquiteto Hélder António Ferreira, gestor do gabinete

com o seu nome. Licenciado pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1981, trabalhou em profissão liberal vários anos e abre

o seu gabinete em 1990.

gabinete hélder ferreira

ARTE E A CULTURA ALIADAS À ARQUITETURA

O seu percurso profissional começou quando

ainda estudava. Fale-nos sobre dele.

Comecei a trabalhar num atelier quando frequentava

o 3º ano de Belas Artes, ainda estudante trabalhei no

LNEC, por concurso, cumpri o serviço militar obrigatório

como arquiteto e estava a dar aulas na cidade

universitária quando fui convidado a participar num

concurso internacional para equipamento, que fiquei em

1º lugar e trabalho com essa ONG até hoje.

E quando deu o salto e abriu o seu espaço?

O meu arranque foi através de uma organização

internacional, consequência de ter ganho o concurso

que referi, tendo como consequência realizado vários

trabalhos em Portugal, nas ilhas da Madeira e Açores.

Houve várias sociedades pontuais com colegas mas

sempre com gabinete próprio e desde 1990 em firma

organizada.

58

REVISTA BUSINESS PORTUGALARQUITETURA NACIONAL

Quando começou a ter trabalho a nível nacional?

Foi o facto de ter vários trabalhos que me impulsionou a

ter aberto o gabinete. Comecei com projetos nacionais

nas áreas da habitação, equipamento e indústria;

entretanto na área do turismo. O trabalho variava

conforme as necessidades e a evolução do mercado.

Para sobreviver temos de ser proativos, criar mercado

e incentivar as pessoas a investir em obras que valem a

pena de modo a todos lucrarem.

Hoje já tem uma equipa que trabalha consigo.

Como a carateriza?

É uma equipa dedicada e muito empenhada. Estamos

ligados a vários gabinetes de engenharia que nos apoio

e com os quais temos parcerias.

Houve algum projeto que o marcou?

Eu tento manter distanciamento de todos os projectos

mas sempre com muito empenho e dedicação a todos

os trabalhos. Temos obras de caráter social lares de

juventude e seniores, habitação social, de luxo, escolas

e várias igrejas com dimensão e alguma complexidade,

edifícios industriais. Temos trabalhos em Lisboa, Cascais,

Portimão, Setúbal, Porto, Funchal, Machico, Alentejo e

fora de Portugal em Angola, Guiné-Bissau, Alemanha.

Acredita que o trabalho dos arquitetos portugueses

é reconhecido a nível internacional?

Eu acredito que sim, há muitos arquitectos portugueses

com trabalhos fora do país. O ensino da arquitetura

em Portugal foi e continua a ser bom, com muita

qualidade, fornece uma boa informação como ponto de

partida, mas como em todas as profissões há bons

e maus profissionais. Temos excelentes exemplos do

que referi, há muitos anos. Tendo estado em contacto

com novos países, na sequência da descolonização

portuguesa, encontramos exemplos de arquitectura

que sobreviveram a guerras e estão lá, cumprindo a

função inicial ou adaptada a outras realidades, é esse o

objectivo da arquitectura – servir, ser útil.

Sente um fosso cultural muito elevado quando faz

um projeto para Portugal ou para outro país?

Existem sempre diferenças, cultura, clima, mentalidades,

etc.. Quando iniciei projetos para Angola, fiz questão de

visitar o país pela primeira vez em 2010, para poder

absorver o máximo de informação arquitetónica e

cultural dos angolanos, conhecer. Creio que é essencial

compreender a arquitetura a todos os níveis: desde o

melhor e mais famoso edifício do país à casa do comum

cidadão, porque ambos têm sabedoria e detalhes que

vão ser úteis quando estamos a lançar os primeiros

esquiços do projeto.

Posto isto, acredita que o estudo do local é

importante?

Sem dúvida. Eu costumo dizer que a roda já foi inventada

há muito tempo, é preciso vê-la de outra perspetiva. Eu

tento ‘beber’ informação às construções comuns, aos

musseques, nas intervenções mais simples porque o

instinto de sobrevivência das pessoas leva-as a utilizar

os recursos naturais de uma forma como muito saber

e que, se não sairmos dos gabinetes para as irmos ver,

nunca saberíamos que elas existem e que são utilizadas

daquela forma; é importante falar com as pessoas,

compreender as suas necessidades e fundamental ter

em consideração as caraterísticas do local.

Hélder antónio ferreiraGestor

Page 59: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

59

ARQUITETURA NACIONAL

Viajar para conhecer novas culturas é importante

para a profissão de arquiteto?

Sim, é fundamental para valorizar o conhecimento e criar

uma maior capacidade de entendimento dos desafios

que se nos deparam em cada novo projeto.

A crise que afetou a construção civil levou-o a

implementar outro tipo de posicionamento no

mercado nacional?

Acho que nos esquecemos da nossa verdadeira escala

de país e cometeram-se loucuras em termos de

ocupação do território, por pura ignorância e estamos

a sofrer as consequências. Houve e continua a haver

falta de planeamento, com visão global e distanciamento

suficiente para podermos analisar com objetividade o

que pretendemos. Deparamo-nos com uma pesada

e complicada teia burocrática no âmbito da legislação

que nos dificulta muito nos investimentos estrangeiros e

que ainda não conseguimos ultrapassar. Não podemos

ir pelo facilitismo, temos que avançar em conjunto com

rigor, com objetividade em resolver os problemas do

país. Há pela frente muito trabalho de reinventar, de nos

superarmos, de encarar a nova realidade de profunda

crise estrutural, há novos e complicados desafios.

Qual é a sua visão sobre o setor da arquitetura

em Portugal?

Houve uma grande evolução cultural e de mentalidade.

Hoje as pessoas maioritariamente já a encaram como

necessária, o que é bom para todos os profissionais,

criando oportunidade de intervenção. Há futuro, mas o

caminho não vai ser fácil.

O que é, para si, uma boa arquitetura?

É a intervenção que responde aos quesitos pré-definidos,

desempenhando a função ao qual está destinada. Não

me atrevo a criticar, gosto ou não gosto e digiro em

silêncio. Não há regras para o gostar.

Por onde passa o futuro deste gabinete?

Trabalhar, trabalhar com empenho e humildade, mas

sempre com atitude.

Luta diária contra a burocracia em Portugal para

conseguirmos a aprovação dos projetos em curso,

investimentos estrangeiro e continuação de projetos em

África com trabalho de fiscalização das obras de nossa

autoria. Várias parcerias com outros colegas em diversos

países. Não vamos ter um caminho de “autoestrada”,

muita luta, muita perseverança.

Page 60: Revista Business Portugal | Agosto '15

60

REVISTA BUSINESS PORTUGALARQUITETURA NACIONAL

A arquitetura define-se entre muitos outros parâmetros pela sua simplicidade e o gabinete ARIPA Arquitectos, sediado na rua Julieta

Ferrão em Lisboa, adota essa mesma premissa nas várias obras que abraça, sendo hoje uma referência nacional especialmente em

projetos hospitalares que independentemente da sua dimensão procura tornar simples.

aripa

EDIFÍCIOS QUE SE GUARDAM NA MEMÓRIA

Como último responsável pelo gabinete, o

arquiteto, Ilídio Pelicano, é apoiado pela sua

filha também arquiteta, Sara Pelicano. Ilídio

Pelicano começa por contar a história do

gabinete de uma forma peculiar: “A vida não é aquilo

que nós programamos, mas aquilo que vai acontecendo

ao lado do que programámos”, esclarecendo que

quando decidiu ser arquiteto não imaginava o percurso

e dificuldades que teria de enfrentar.

A primeira alavanca deste gabinete aconteceu em 1978

quando os arquitetos decidiram concorrer a um projeto

de arquitetura para um Centro de Saúde em Terras de

Bouro que acabaram por ganhar tendo a felicidade de

acompanhar a obra e vê-la entrar em funcionamento.

A partir daí, orientaram o gabinete para este tipo de

projetos no âmbito da saúde, sendo que o início da

ARIPA teve por base uma estratégia: apostar naquele

que na sua ótica é dos projetos mais difíceis em termos

arquitetónicos - o projeto hospitalar -, que, segundo

Ilídio Pelicano, era um daqueles que a maior parte dos

arquitetos colocava de lado, dada a sua complexidade

“nós optámos porque para além de serem projetos

muito desafiantes e complexos, estão relacionados com

o ser humano e com a criação de melhores condições

de saúde para as pessoas e isso para nós é muito

importante”, informa-nos o nosso interlocutor.

Assim, em 1979 o gabinete forma-se por um lado,

mediante uma perspetiva comercial e por outro,

procurando uma estrutura mais coordenada dentro do

setor da prestação de serviços de projeto.

Seguindo este nicho de atividade, o arquiteto revela

que em 1987/89 a ARIPA ganhou, em simultâneo,

dois hospitais no âmbito de projetos de conceção/

construção: o Hospital Divino Espírito Santo em

Ponta Delgada, Açores, e o Hospital de Leiria (fase

de concurso), cada com cerca de 50/60 mil metros

quadrados de área bruta total.

O gabinete ARIPA posicionou-se assim no mercado e

a carteira de projetos aumentou de forma significativa.

Prova disso foram os concursos de conceção/

construção de que saiu vencedor para os hospitais

de Santa Maria da Feira, Penafiel e Tomar, em regime

de conceção/construção e, ainda, o hospital Dr. João

de Almada no Funchal, entre muitos outros de norte

a sul de Portugal. “A partir de 1998, evoluiu-se para

os projetos exclusivamente de conceção (com ou sem

pré-qualificação) sob anonimato, através de concursos

internacionais de conceção, tendo saído vencedor do

IPO de Lisboa à Praça de Espanha”, realça o arquiteto.

Para além destes, seguiram-se outros concursos

de projeto de âmbito concetual, nomeadamente: o

Hospital da Guarda, da Póvoa de Varzim, Vila do Conde

e das Caldas da Rainha, estes dois últimos entretanto

suspensos por decisão governamental.

Mais recentemente, no âmbito das Parcerias Público-

Privadas, a ARIPA venceu os concursos para os hospitais

de Cascais (incluindo prestação de cuidados clínicos) e

hospital da Ilha Terceira, recentemente inaugurado.

Mantêm-se suspensos face à crise económica os

hospitais Central da Madeira, de Proximidade de

Barcelos, de Proximidade do Seixal, e remodelação

sara pelicano e ilídio pelicanoAdministradores

Page 61: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

61

ARQUITETURA NACIONAL

ampliação de Castelo Branco, tendo entrado em

funcionamento mais recentemente, o hospital de

Proximidade de Lamego, todos estes em regime de

concursos internacionais de conceção.

Encontram-se em desenvolvimento as ampliações e

remodelações do hospital de São-João do Porto e IPO

de Coimbra.

Importa ainda referir que partir de 1983, a ARIPA

estende a sua atividade ao mercado externo, sendo

classificada pelo Banco Mundial (N.Y. - U.S.A.), para

estudos para países em vias de desenvolvimento, pelo

Governo da República Federal da Alemanha e pelas

Nações Unidas - (1986) e, incluída na Base de Dados

HABIRES – CNUA.

Arquitetura como perspetiva de vida

De acordo com Ilídio Pelicano, os arquitetos são apenas

uma componente de uma grande equipa, em que o

processo tem de ser gerido e compatibilizado entre

si de forma a despistar erros. Neste sentido, o nosso

interlocutor defende que os projetos têm de ser cada vez

mais aferidos e rigorosos. Como anteriormente afirmado

e devido à crise, assiste-se em Portugal à suspensão

de um vasto conjunto de projetos, o que muito afeta a

arquitetura e os arquitetos.

Respondendo sobre o que poderia ser melhorado

nesta área, Ilídio Pelicano realça que seria importante “o

reconhecimento por parte das entidades governamentais

de que a profissão de arquiteto é fundamental para o

bem-estar deste país, não havendo população saudável

sem equipamentos saudáveis, preventivos e curativos”

e sublinha, “bem projetados por quem esteja habilitado

para os realizar”.

Atualmente, o gabinete ARIPA continua a registar um

peso significativo na área hospitalar, não só no âmbito

nacional, mas também internacional, nomeadamente

em projetos de centros de saúde e hospitais na Argélia,

Moçambique (hospitais de Massinga e Xai-Xai) e Angola.

Mas para além dos projetos hospitalares, este gabinete

também se encarrega de projetos de outro tipo de

equipamentos coletivos e ainda recuperações em

escolas e universidades, requalificação de habitações

sociais, espaços urbanos, planeamento, entre outros

serviços. Presentemente, a ARIPA conta com uma

equipa de 15 arquitetos, duas secretárias que servem

de apoio ao gabinete, e quatro estagiários.

E o que faz com que um projeto seja bem-sucedido e

possua qualidade? O arquiteto não hesita em responder

e explica minuciosamente: “temos de realizar um

projeto cujos custos de manutenção, funcionamento,

de economia energética, de espacialidade, de vibração

interior dos espaços, de conforto e bem-estar – funcione

e custe o mínimo possível a quem o vai explorar e ainda

que acolha bem quem da obra se aproxima e dela

guarde boa memória quando da mesma se afaste”.

E apesar de todos os obstáculos que a arquitetura

portuguesa enfrenta atualmente, Ilídio Pelicano afirma

que existe uma vontade férrea de continuar em Portugal,

acrescentando que é neste país e não noutro, que

pretende colocar todo o seu conhecimento e esforço.

Numa linha geral, Ilídio Pelicano e Sara Pelicano

enfatizam o facto de que a arquitetura não existe pela

beleza nem pela grande dimensão em si mesma, mas

pela capacidade que cada um de nós tem de apreender

o edifício e os volumes na sua globalidade quando os

edifícios são colocados à nossa disposição ou seja,

quando os utilizamos. Edifícios sem humanos e sem uso,

são peças ocas e vazias de significado.

Para o futuro, o arquiteto ambiciona que a ARIPA continue

viva por muitos e bons anos, “capaz de ultrapassar todos

os momentos menos bons e que cada elemento que

a integra tenha contribuído para construir um ‘barco’

capaz de se aguentar num mar revolto”, conclui o

arquiteto. Como planos para os próximos tempos, Ilídio

Pelicano diz que gostaria de continuar a participar em

parcerias com empresas portuguesas e estrangeiras,

estabelecendo pontes de trabalho fora de Portugal e

participar na recuperação/reabilitação do património

construído no domínio da saúde em Portugal porque nos

tempos atuais obra nova no domínio da saúde é utopia.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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ARQUITETURA NACIONAL

Quando falamos da ARQAMA falamos de um atelier relativamente recente, criado em 2012, que trabalha na sua essência obras de

reabilitação/recuperação, tanto a nível geral como interiores e exteriores. Vocacionada para a arquitetura, remodelação de interiores,

decoração e design, esta empresa sediada em Belas conta atualmente com uma carteira de obras de cariz particular localizadas na

área da grande Lisboa e arredores.

arqama

REABILITAÇÃO: UMA FORMA DE CONCRETIZAR SONHOS

ARQAMA reflete na sua designação não

só o nome da arquiteta fundadora, Ana

Mafalda Almeida, mas também a sua vasta

bagagem de experiência, tendo colaborado

entre 2004 e 2012 com vários arquitetos e gabinetes

de arquitetura, onde desempenhou o cargo de

coordenadora de arquitetura. Hoje assume a função

de gerente e arquiteta coordenadora da ARQAMA,

onde desenvolve vários projetos em diferentes áreas da

arquitetura e design.

Não afastando a hipótese do universo da construção

nova, as arquitetas Ana Mafalda Almeida e Solange

Sousa revelaram à Revista Business Portugal, que

mediante o cenário económico atual a empresa tem-

se concentrado intensamente naquela que consideram

ser uma área com futuro na arquitetura: recuperação/

reabilitação de imoveis e arquitetura de interiores.

Neste sentido, a grande missão desta empresa é

a arquitetura no seu todo e o acompanhamento

personalizado ao cliente, sobretudo, o serviço integrado

e chave na mão. De acordo com Ana Mafalda Almeida

“interessa-nos a reabilitação urbana, a recuperação de

imóveis e a remodelação de interiores porque existem

tantos imóveis espalhados pelas nossas cidades,

conscientemente são áreas cujo mercado tem um

potencial enorme e que ao intervirmos melhoram o

património e o edificado” acrescentando que cada vez

mais as pessoas já se preocupam com o espaço «casa».

Atualmente, a ARQAMA tem em mãos duas obras de

especial destaque: uma moradia em Linda-a-Velha,

que conta com uma área bastante considerável e que

segundo as arquitetas é “a obra do ano” porque tem

sido um desafio constante, com um nível de exigência

bastante elevado, uma vez que será totalmente

recuperada e remodelada. E uma penthouse em Belas,

que é igualmente uma obra que exige redobrada

dedicação.

Sobre os principais desafios inerentes à reabilitação

urbana, as nossas interlocutoras explicam que depende

muito do tipo de intervenção na obra. No entanto, como

trabalham obras que já têm a sua raiz salientam que

muitas vezes ficam um pouco limitadas aos espaços e

às estruturas, sendo desafiante arranjar soluções que

permitam concretizar as vontades dos clientes. Mas,

para as jovens arquitetas, o essencial é fazer com que a

intervenção arquitetónica proporcione o maior conforto

possível e no final possa refletir a «casa de sonho» do

cliente. A par da arquitetura a ARQAMA abraça também

a área do design dispondo de ferramentas como

design Interiores e de mobiliário que conferem uma

mais-valia ao cliente. Uma das áreas que Ana Mafalda

Almeida identifica como vital é o design de mobiliário,

muito solicitado também pelo mercado externo, que

permite personalizar a casa e criar um ambiente com

um estilo peculiar e personalizado, “o espaço reflete

sempre a alma de quem o habita e como tal terá que

corresponder às suas necessidades”.

Relativamente às características diferenciadoras deste

gabinete, Solange Sousa realça que o trabalho da

reabilitação é complicado mas é sempre feito com

gosto, dedicação e muito esforço e isso tem-se refletido

nas várias obras que possuem “além disso andamos

sempre em cima dos acontecimentos, acompanhamos

a obra do início ao fim, estamos sempre em contacto

com os nossos clientes e é essa proximidade e esse

apoio que nos diferencia, sendo essencial para o

sucesso do nosso trabalho” esclarece.

Para o futuro, as arquitetas afirmam que ainda há

muita obra para fazer em Lisboa e Ana Mafalda

Almeida adianta que felizmente as mentalidades das

pessoas já estão a mudar em relação à importância

que tem área da reabilitação/recuperação e

principalmente na remodelação de interiores, “são

obras cujo acompanhamento profissional de um técnico

especializado faz toda a diferença, ficam esteticamente

e funcionalmente de acordo com as exigências do

cliente e monetariamente mais económicas no sentido

que estabelecem um fio condutor para o resultado

final, por norma o projeto de arquitetura estende-

se, posteriormente e na maioria das vezes, à fase de

decoração e design de mobiliário” afirmando que tem

boas expectativas quanto ao futuro da ARQAMA.

ana mafalda almeida e solange sousaArquitetas

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

63

ARQUITETURA NACIONAL

Desvendando um pouco sobre a história deste gabinete de arquitetura, o arquiteto fundador revela que começou a trabalhar em 1978.

Mais tarde e depois de passar por vários gabinetes de arquitetura, entendeu que estava em condições de dar início a uma aventura com

a arquitetura em exclusivo, arrancando em Lisboa com o CCG Arquitectos em 1994, sendo este “fruto de um projeto de vida” conforme

indica.

CCG arquitectos

O PRAZER DE FAZER ARQUITETURA

Cândido Gomes explica que inicialmente foi

vital avaliar as suas capacidades, refletir sobre

as suas experiências pretéritas e conhecer-se

a si próprio.

À medida que identificou referências, foi igualmente

adotando o que as viagens lhe revelavam, acabando por

descobrir aquilo que nele lhe despertava maior interesse

e sensibilidade.

A partir daí avançou com projetos de forma determinante

e concisa. Algumas das suas obras conhecidas são

o Castelo, a Barbacã e a Igreja de São Francisco,

todos na Cidade de Portalegre, o Complexo Cultural e

Museológico da Levada em Tomar, a Escola Básica de

Palmela, o Núcleo Sede do Museu Municipal de Vila

Franca de Xira, Escolas Secundárias de Viseu e Vila

Viçosa, entre muitos outros.

Para além das obras nacionais, o CCG Arquitectos

também está presente além-fronteiras, tendo iniciado

a sua atividade em Cabo Verde e na Argélia, em

programas tão vastos como planos, habitação individual

e multifamiliar, equipamentos educativos e desportivos,

museus, turismo e cultura.

Um dos prazeres revelado por este gabinete é a

colaboração desenvolvida com artistas plásticos. Esta

partilha de experiências, proporciona ao trabalho uma

visão que acresce ao funcional, o desejo do belo e da

singularização de cada intervenção.

Desta feita, para Cândido Gomes a dimensão social

da arquitetura é primordial. Mas a sua dimensão

funcional não deverá subvalorizar os aspetos da beleza

e durabilidade (tempo) que têm de ser devidamente

acautelados.

Sobre o seu modo de atuar no universo profissional,

Cândido Gomes esclarece: “Tenho um profundo

respeito por todas as pessoas e tento produzir num

quadro de comportamento que, do ponto de vista ético

e profissional, proporcione o prazer de viver” contando

que tudo isto é o desafio.

Neste contexto, o arquiteto não poupa nas palavras

quando questionamos sobre quais os caminhos que

ditam os seus projetos “o desafio de desenhar um

garfo, uma cadeira ou uma cidade é igual, as estruturas

de pensamento são iguais” e mediante este prisma,

elucida-nos que cada obra tem de valer por si e dar

conforto, qualidade e prazer a quem a vai usufruir.

Assim, o CCG Arquitectos possui um projeto pessoal

que, cada obra corresponda a um autorretrato em

matéria e em forma materializada.

E quando falamos do mercado externo, a Argélia é

desde logo destacada. A equipa do CCG Arquitectos

já trabalha com obras argelinas há algum tempo e tem

obtido sucesso. Prova disso são os concursos ganhos,

nomeadamente, em 2012, sendo o 1º classificado

com o concurso público Internacional para projeto de

modernização das unidades hoteleiras da Empresa

de Gestão Turística de Zeralda, Argélia; Também 1º

classificado em 2006 no concurso para a “Elaboração

de uma Piscina Olímpica” em Setif, ou o concurso público

Internacional para a “Elaboração do Centro de Formação

de Jovens Talentos” também em Setif. “Apesar de

muitas vezes ser difícil, tem sido gratificante trabalhar na

Argélia, tendo em conta a boa relação estabelecida com

os nossos clientes e o reconhecimento dos mesmos

quanto à nossa qualidade e empenho” conclui Cândido

Gomes.

C Â N D I D O C H U V A G O M E S A R Q U I T E C T O S , L D A .R . D E “ O S É C U L O ” 5 0 , 1 º D , 1 2 0 0 - 4 3 6 L I S B O A | P O R T U G A L

T E L + 3 5 1 2 1 3 4 3 2 5 4 5 | A T E L I E R @ C C G - A R Q U I T E C T O S . P T | W W W . C C G - A R Q U I T E C T O S . P T

Cândido gomesArquiteto

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Para quem não conhece, Castelo Branco é a sede do terceiro maior município português, com 1

438,19 km² de área2 e 56 109 habitantes, estando subdividida em 19 freguesias. O município é

limitado a norte pelo município do Fundão, a leste por Idanha-a-Nova e a sul por Espanha.

É certo que Portugal dispõe de cidades com um património riquíssimo, em que a história, o turismo,

a gastronomia e a cultura fazem delas lugares dignos de investir, viver e visitar. Deste modo, damos-lhe a

conhecer nas entrevistas que se seguem a região de Castelo Branco, uma cidade com uma forte componente

rural, sendo interessante não só do ponto de vista turístico como da própria valorização dos seus produtos

endógenos que, por conseguinte, elevam a sua qualidade gastronómica.

Mas as potencialidades desta região vão muito além da gastronomia. A vasta oferta turística, o crescente

empreendorismo, os projetos inovadores, as oportunidades de emprego, o dinamismo das associações, as

festividades e eventos tradicionais, são algumas mais-valias que contribuem para o bem-estar de quem vive

e visita a cidade.

E não é por acaso que em 2006 Castelo Branco foi considerada, mediante um estudo elaborado pela DECO,

a 2ª capital de distrito do país com melhor qualidade de vida.

Desta feita, convidamo-lo a ler e ficar a conhecer aquilo que pode encontrar na cidade e os projetos que os

autarcas têm delineados para os próximos tempos.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A rede das proclamadas “Aldeias do Xisto” integra 27 aldeias de 16 concelhos que se situam no centro de Portugal, no território

que se situa entre Castelo Branco e Coimbra. Sarzedas é a única Aldeia do Xisto que foi agraciada com um título nobiliárquico e, por

conseguinte, a Revista Business Portugal foi descortinar a natureza da mesma.

Junta de Freguesia de Sarzedas

COMBATE AO DESPOVOAMENTO

Mas quando falamos da freguesia de

Sarzedas, não podíamos deixar de falar

com Celeste Rodrigues, que mais do

que Presidente da Junta de Freguesia é

uma lutadora nata pelos ideais da Terra, que de forma

dedicada e apaixonante, tenta diariamente elevar o

nome da freguesia e fazer valer o seu potencial.

Sarzedas é, deste modo, uma freguesia rural, com 1400

habitantes e composta por 43 localidades. É uma das

maiores freguesias do concelho, com uma área de 17

mil hectares, o que faz com que tenha aldeias compostas

por uma população mais envelhecida e outras com uma

população mais jovem e ativa. É também uma vila com

património histórico muito rico, sendo que em 1212

teve os primeiros forais, dados por D.Sancho na altura

do repovoamento.

Urgência em atrair população

Do ponto de vista populacional, Sarzedas está a sofrer

com o acentuado despovoamento.

Neste momento, a presidente afirma que a sua grande

preocupação centra-se na desertificação, “e de

momento o meu sonho é aumentar a população desta

freguesia” desabafa. No entanto, Celeste Rodrigues

afirma que a falta de apoio para esta problemática tem

sido uma constante “as políticas do governo não estão

direcionadas para o despovoamento das nossas aldeias,

exemplo disso foi a imposição de portagens na A23 que

ainda complicou mais o acesso a Sarzedas” enfatiza a

presidente. Apesar disso, a nossa entrevistada revela

que já se nota a volta de algumas pessoas à aldeia, não

só das que já tinham raízes, mas também por parte de

quem não tinha qualquer vínculo à Terra.

De acordo com a presidente, motivos para viver na sua

vila não faltam. Nas palavras da nossa interlocutora,

Sarzedas tem locais lindíssimos, ribeiras, trilhos e

percursos pedestres homologados. Distingue-se pelos

traços de cor demarcados a caminho da Fonte da Vila.

Antiga vila e sede de concelho, o seu pelourinho, o largo,

as igrejas e capelas, que se destacam numa malha

urbana com casas históricas e gentes calorosas. E no

alto de São Jacinto, junto à Igreja Matriz, o Campanário

com a sua Torre Sineira.

Potencialidades da freguesia

Recentemente foi criado um Centro de BTT - dos mais

modernos do país segundo a presidente - que será

brevemente inaugurado e que inicialmente contará

com quatro percursos de BTT “este centro é para nós

muito importante porque atrai pessoas de fora para a

freguesia, sendo que estas poderão usufruir não só do

desporto em si mas também do contacto com as nossas

paisagens” salienta.

Atualmente Sarzedas conta com um total de 30

associações que trabalham para um objetivo comum:

celeste rodriguesPresidente

CONCELHO DE CASTELO BRANCO

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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potenciar a freguesia criando os seus mais diversos

eventos e ações.

Relativamente à gastronomia, esta aldeia de xisto

também tem motivos de orgulho. Prova disso foi o

prémio gastronómico recebido na Feira de Sabores e

Tradições, em Castelo Branco, que venceu com os

pratos de “carne de cabra” e “sopa da boda”.

Para a presidente todas as festas tradicionais são

importantes para trazer pessoas à freguesia. Uma delas,

e a que menciona como a mais marcante, é a Feira

Medieval, que se realiza em finais de maio e que atrai

imensos visitantes “é uma feira bastante positiva porque

nos ajuda a promover os nossos produtos locais, o

artesanato e é ótimo para a nossa economia” sublinha.

Das valências inerentes à freguesia, Celeste Rodrigues

menciona um dos maiores empregadores: o Lar da

Santa Casa da Misericórdia de Sarzedas, que presta um

serviço a tempo inteiro, prestando também assistência

diurna e apoio ao domicílio.

Esperança no futuro

Uma das coisas que Celeste Rodrigues preza é a sua

proximidade com as pessoas. De acordo com a nossa

interlocutora, o futuro de Sarzedas passa pela luta ao

despovoamento “queremos fomentar o crescimento, o

desenvolvimento, uma vez que temos potencialidades

naturais para que as pessoas possam vir para cá com

todas as condições, mas sabemos que é necessário

termos gente empreendedora que crie novos postos de

trabalho. Temos em termos económicos, uma grande

riqueza na Floresta e no Olival, que começam a ter uma

exploração cada vez mais profissionalizada e competitiva

e que esperamos tenham um grande impulso com o

Programa Comunitário Portugal 2020. O nosso grande

objetivo é que as pessoas percebam que Sarzedas

tem potencial, tem respostas e tem futuro”, finaliza a

presidente.

CONCELHO DE CASTELO BRANCO

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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Situada no extremo norte do concelho de Castelo Branco, com uma área de 44,47km2, a freguesia da Lardosa conta atualmente com

1000 habitantes e é vincada pela sua vasta história, tendo um foral que remonta ao ano de 1223.

Junta de Freguesia de Lardosa/vale da Torre

OUVIR A POPULAÇÃO E RESPONDER ÀS SUAS NECESSIDADES

Para darmos a conhecer melhor a natureza

desta freguesia, contamos com a entrevista

do Presidente da Junta, José Dâmaso, que

também nos elucidou sobre a função da Junta

nas diversas atividades locais.

Hoje em dia o empreendedorismo em Lardosa incide,

essencialmente, na agricultura, no lar e na Scutvias e

algumas oficinas e minimercados, restauração sendo

estes os maiores empregadores da localidade.

E porque todas as freguesias necessitam de grupos

associativos para dar vivacidade às mesmas, Lardosa

não foge à regra e atualmente embarga oito grupos: o

Centro Popular de Cultura e Desporto de Lardosa, um

Grupo de Bombos da Lardosa, o Rancho Folclórico “Os

Loureiros” da Lardosa, um Grupo de Cantares do Vale

da Torre, Associação Social Recreativa e Cultural do Vale

da Torre, Associação de Festas da Lardosa a Associação

de Caça e Pesca e, por fim, o Núcleo de Intervenção

Cultural (NIC). “A Junta dá todo o apoio que as

associações precisam, porque estas desempenham um

papel muito importante, sendo as maiores dinamizadoras

da freguesia” realça o José Dâmaso.

Feira do feijão frade - outubro

No seu plano de festividades, Lardosa já contava com

as romarias de verão, a festa de Santo António e uma

festa histórica em honra de São Sebastião realizada no

dia 19 Janeiro designada de “Bodo”. “Mas chegamos

à conclusão que estas festas não tinham a força

que pretendíamos para potenciar a freguesia, então

lançamos o desafio e criamos a Feira do Feijão Frade”

explica o presidente, realçando que o feijão-frade

sempre foi um produto típico de Lardosa e diferenciador

pela alta qualidade nele inerente.

De acordo com José Dâmaso, esta feira foi um sucesso

logo no seu primeiro ano, isto porque que os agricultores

locais puderam escoar o seu produto e encetar

contactos importantes para futuras encomendas.

Esta feira decorre no primeiro fim-de-semana de outubro

e conta com cerca de 60 expositores e seis restaurantes.

Para além do feijão e dos seus mais variados pratos e

subprodutos, o presidente refere que outros produtos

regionais podem ser apreciados e adquiridos na feira,

como é o caso dos queijos, enchidos, mel, vinho, pão

e bolos.

Importante será ainda referir que um dos pratos ali

confecionados, nomeadamente, “Feijão-frade Refogado

com sardinhas em Molho de Escabeche” ficou em

primeiro lugar no Concurso Perdidos e Achados da Feira

Sabores de Perdição em Castelo Branco.

Aliado à Feira, há dois passeios incorporados na festa

que é um passeio de bicicletas antigas e um passeio

pedestre, de forma a proporcionar às pessoas uma

interessante viagem pelos caminhos paisagísticos de

Lardosa.

Hoje, José Dâmaso desabafa que a Junta, ao criar

este evento, nunca pensou que o mesmo tivesse tanta

importância para a freguesia e significasse tanto para as

gentes da Terra.

Locais a visitar

E quem vem à feira pode ficar para visitar alguns lugares

emblemáticos da freguesia. O forno comunitário por

exemplo, é um marco histórico e bastante apreciado.

Por sua vez este forno encontra-se de frente para a

Igreja Matriz de São Martinho, que tem cinco altares com

uma talha dourada sendo, de igual forma, alvo de várias

visitas. Outros pontos de atração são a capela de São

Sebastião, as fontes romanas - fonte da Devesa e fonte

Coberta “e temos o cuidado de fazer trilhos pedestres

que passem por lá para as pessoas poderem apreciar a

nossa riqueza cultural e natural” salienta José Dâmaso.

Num futuro próximo, uma das obras que José Dâmaso

ambiciona concretizar é a Casa Museu “já temos o

espaço, e queremos expor peças antigas e tradicionais

de Lardosa como teares, máquinas de costura,

ferramentas de campo, objetos antigos do caminho

de ferro. Agora só nos falta o despacho da Câmara”

explica o presidente. Outra obra que José Dâmaso

planeia concretizar é um espaço de lazer para crianças e

adultos, com baloiços e máquinas de desporto.

josé dâmasoPresidente

CONCELHO DE CASTELO BRANCO

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Constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, a União de freguesias de Escalos de Cima e Lousa, com um

total de cerca de 1.700 habitantes, tem a sua sede em Escalos de Cima e conta hoje com um presidente dinâmico e experiente, José

Lourenço, que pretende criar soluções elevando a qualidade de vida da população.

União de freguesias Escalos de Cima e Lousa

UMA FREGUESIA COM FUTURO EM ASCENSÃO

Desde a sua entrada, o presidente identifica

algumas obras públicas realizadas pela Junta

de Freguesia que marcaram a diferença. Uma

delas foi a remodelação de ruas degradadas,

requalificando a parte antiga da freguesia, outra foi

reforço da iluminação nos espaços públicos, bem como,

a manutenção de parques.

Do ponto de vista cultural, o presidente faz questão

de distinguir as Danças da Lousa, recentemente

reconhecidas como Património Cultural Imaterial,

uma vez que estas são o reflexo da identidade da

comunidade de Lousa.

Trata-se de um conjunto de danças cerimoniais (dança

das virgens, dança dos homens e dança das tesouras)

realizadas em honra de Nossa Senhora dos Altos Céus,

padroeira da freguesia, que se realiza no terceiro fim-

de-semana de Maio e cuja origem está associada à

Lenda da Praga de Gafanhotos que assolou a região

no século XVII.

Para além destas danças, José Lourenço realça na área

artesanal, o conhecido bordado de Castelo Branco,

trabalhos de cortiça e barro.

Área social

Perante uma população maioritariamente idosa, José

Lourenço indica que a junta está sempre focada em

dar respostas sociais destinadas à terceira idade. Neste

sentido e em parceria com os Centros de Dia existentes

na freguesia, um dos projetos que o presidente visa

implementar é um Centro de Noite em cada aldeia que

sirva de complemento aos Centros de Dia existentes.

“Porque há pessoas que não têm os familiares por perto

e precisam de cuidados permanentes e é por isso que

estamos a tentar, juntamente com a Câmara Municipal,

avançar com este projeto o quanto antes” revela o

presidente.

Neste contexto, o nosso interlocutor salienta que a

colaboração da Câmara Municipal “é essencial para dar

respostas às várias necessidades e aos projetos que nos

foram apresentados os quais Junta de Freguesia apoia”

afirma o presidente.

No que concerne a festas e eventos, esta União de

Freguesias está bem servida.

Na freguesia de Escalos de Cima há a Feira de Santo

Amaro, realizada a 15 de janeiro; Festa em honra de

S. Pedro que se realiza no 2º domingo de maio; o São

João no mês de junho e o S. Sebastião no mês de

setembro.

Já na Lousa, romaria de Santa Bárbara que se realiza

na segunda-feira a seguir á Páscoa; a Festa em honra

da Nossa Senhora dos Altos Céus, que se realiza no

terceiro fim de semana de maio onde se podem apreciar

as Danças Tradicionais; a festa de Santo António no mês

de Junho e a festa de S. Sebastião no mês de agosto.

Para além das festividades tradicionais da união de

freguesias, o presidente enumera a longa e importante

rede associativa da região: Squalius, que gere o rancho

folclórico, os Guardiões da Luz (associação juvenil),

Escalar, os Turbulentos (associação de motas), o Clube

desportivo e Associação de Caça e Pesca. Já na

Lousa há a associação Lousarte, que gere as danças

tradicionais da Lousa, a ACAPEL (associação de caça e

pesca), a União Lousense e a Liga de amigos da Lousa.

Quanto ao património cultural e religioso, José Lourenço

fala das capelas quinhentistas, cruzeiros, a igreja Matriz,

várias sepulturas medievais, fornos antigos, moinhos,

lagaretas (lagares antigos), entre outros.

Respondendo à questão sobre por onde passa o futuro

da freguesia, o presidente afirma ter vários projetos

em mente para pôr em prática, como ruas e parques

infantis, assim como considera fulcral manter e restaurar

obras públicas já existentes.

Em modo de conclusão, José Lourenço considera

que a sua atuação enquanto presidente da união tem

sido positiva e que continuará com o mesmo espirito

dedicado em prol daquilo que são as necessidades da

população.

José lourençoPresidente

CONCELHO DE CASTELO BRANCO

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CONCELHO DE CASTELO BRANCO

Terra de José Hipólito Vaz Raposo, conhecido político monárquico, que se notabilizou como um dos mais destacados dirigentes do

Integralismo Lusitano. São Vicente da Beira, freguesia do concelho de Castelo Branco, foi sede de concelho entre 1195 e 1895.

Atualmente, a freguesia recorda os tempos de outrora com a celebração da Viagem Medieval que já vai no segundo ano. No primeiro

ano recordou-se D. Afonso Henriques e no segundo D. Sancho I.

junta de freguesia de s.vicente da beira

Freguesia com história

Vítor Louro refere que São Vicente da Beira

é uma das mais anigas vilas de Portugal

pertencendo hoje ao concelho de Castelo

Branco.

Segundo a lenda, a povoação foi fundada por D. Afonso

Henriques, em 1173, tendo recebido o nome de

S. Vicente em virtude de nesse dia os restos mortais

daquele santo estarem a ser transladados. Recebeu

foral, pela primeira vez, em 1195, pelas mãos de

D. Sancho I, sob o propósito de povoar um território

que, depois das invasões muçulmanas, se encontrava

praticamente deserto.

Mas viajemos até aos dias de hoje. É uma das maiores

freguesias do concelho “O património, aqui, é muito

vasto e acreditamos que um investimento para a

divulgação do mesmo em termos turísticos seria uma

mais valia para a região, não só para S. Vicente da Beira,

mas também para o concelho Castelo Branco”, refere o

nosso interlocutor.

Baseado nisso mesmo, Vítor Louro tem em mente juntar

o vasto património onde possam ser expostos todos os

bens existentes na freguesia condignamente.

São peças riquíssimas, algumas únicas no país e talvez

no mundo, que datam nas suas inscrições terem sido

criados há centenas de anos.

Envelhecimento da população

Com cerca de 1.300 habitantes, a falta de crianças e o

elevado envelhecimento da população têm-se revelado

os grandes problemas de São Vicente da Beira. “Neste

momento, contabilizamos cerca de três nascimentos por

ano. Sabemos que não podemos inverter este situação

mas acreditamos que podemos manter a qualidade

de vida de quem vive na freguesia e daqueles que

pretendam morar entre nós”, diz o presidente da Junta

de Freguesia.

Para tal, contam com a preciosa ajuda da Santa Casa da

Misericórdia de São Vicente da Beira que ajuda os mais

carenciados e serve de suporte aos nossos habitantes

mais idosos.

“Felizmente podemos dizer que a freguesia de São da

tem o essencial paea alguma qualidade de vida”, finaliza

Vítor Louro.

vítor louroPresidente

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Com apenas 600 eleitores, a freguesia de Benquerenças, em Castelo Branco, é uma verdadeira ‘freguesia-dormitório’, Com pouco

comércio e serviços que possam empregar os habitantes, quem aqui vive trabalha nas freguesias vizinhas, com maior incidência em

Castelo Branco. A Revista Business Portugal conversou com Carlos Barreto, presidente da Junta de Freguesia, cumprindo atualmente

o seu primeiro mandato.

junta de freguesia de benquerenças

Em crescente evolução

Apenas 12 quilómetros separam

Benquerenças da capital concelhia

albicastrense. Esta proximidade é uma mais

valia para esta pequena aldeia que vê todos

os dias os seus habitantes deslocarem-se até Castelo

Branco para trabalharem. “Não temos muito comércio

nem serviços implementados aqui em Benquerenças,

pelo que os habitantes da freguesia trabalham fora

daqui”, refere o presidente de Benquerenças.

Para colmatar esta necessidade, a Junta de Freguesia

assume nas suas instalações os serviços de correios,

pois de outra forma “as pessoas teriam obrigatoriamente

que se deslocar a Castelo Branco para enviar uma

carta ou receber uma encomenda”. Além disso, e com

a implementação do sistema PayShop, a Junta de

Freguesia entendeu ser uma vantagem para os seus

fregueses poderem usufruir do mesmo, pelo que este

está também disponível na sede da Junta desde o início

do mandato de Carlos Barreto.

Ainda promovendo um serviço de proximidade com a

sua população, a Junta de Freguesia tem um protocolo

com o Centro de Saúde local tratando dos pedidos de

receitas de medicação crónica e outros, não obrigando

a população de Benquerenças a deslocar-se ao mesmo.

A falta de equipamentos

Ao contrário do que seria espectável, até porque a escola

já foi encerrada, Benquerenças tem muitas crianças, “só

que como os pais trabalham fora da aldeia, preferem

colocá-las em escolas próximas dos seus empregos,

por se tornar mais fácil de leva-los e ir busca-los à

escola”, explica-nos o nosso interlocutor.

Perante esta realidade, Carlos Barreto acredita ser

fundamental a criação de um parque infantil em

Benquerenças para que as crianças da freguesia possam

brincar durante o tempo que aí estão. “Obviamente,

não temos condições financeiras para tal, pelo que já

apresentamos este projeto à Câmara Municipal e já

reinvindicamos o mesmo”, esclarece o edil.

Pensando também nos mais velhos e na restante

população, Carlos Barreto tem o objetivo de transformar

a antiga escola primária num espaço multiusos.

“Gostávamos de criar naquele espaço uma sala de

convívio, um local onde as pessoas possam estar umas

com as outras, onde possam organizar alguns eventos,

no fundo, um espaço multiusos para Benquerenças”.

Felizmente, esse é um projeto já foi entregue na Câmara

de Castelo Branco a aguardar que seja aprovado .

Um outro projeto deste Executivo e que está igualmente

em fase de apreciação é a criação de um percurso

pedestre com uma extensão de 10 quilómetros,

classificado em grau médio de dificuldade. “Acreditamos

que este projeto trará muita gente a Benquerenças e,

consequentemente, a Castelo Branco, pelo que será um

ganho para todo o concelho”, refere o nosso interlocutor.

O Centro de Dia

Instituição com grande peso na freguesia é o Centro de

Dia. Esta instituição de solidariedade social atua também

na aldeia de Maxiais. Com as valências de centro de

dia e apoio domiciliário a cerca de 35 pessoas. “É uma

instituição muito importante aqui em Benquerenças e

mantemos uma relação de proximidade com a mesma

em prol dos nossos fregueses”.

Carlos Barreto aproveita a oportunidade para deixar

o convite a todos os leitores para que visitem

Benquerenças no último fim de semana de agosto e

vivenciarem as Festas da Nossa Senhora das Preces.

carlos barretoPresidente

CONCELHO DE CASTELO BRANCO

Page 72: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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CONCELHO DE CASTELO BRANCO

Distando apenas 18 km de Castelo Branco encontramos a freguesia de Malpica do Tejo. Com uma paisagem lindíssima com o Tejo como

pano de fundo, as potencialidades turísticas são muitas. Captar mais visitantes e investir na progressão do turismo é um dos grandes

objetivos de José Manuel Galvão, Presidente da Junta de Freguesia de Malpica do Tejo.

Junta de freguesia de malpica do tejo

À beira Tejo plantado

Nasceu em Angola e em 1974 regressa a

Portugal em pleno 25 de abril, época de

revolução. Malpica do Tejo era onde tinha a

sua família e é lá que vive, apenas com um

pequeno período de interregno a morar em Lisboa.

No seu último mandato como presidente da freguesia,

José Manuel Galvão, tem o sentimento de dever

cumprido mas acredita que o futuro da sua freguesia

passará pela aposta turística e dinamização das

potencialidades da freguesia, muitas delas, únicas.

“Estamos situados junto ao rio Tejo que faz fronteira com

Espanha e temos cerca de 560 habitantes. No sentido

de potenciar o turismo na região criei, juntamente com

dois sócios, uma empresa turística em que recorremos

ao melhor que temos: a paisagem e o rio Tejo”, conta-

nos o autarca.

A empresa, criada através de um financiamento do

Proderm, adquiriu um barco para navegar no Rio Tejo

e com apenas um ano de atividade, o balanço tem sido

bastante positivo. As atividades da empresa não se ficam

por aqui e incluem passeios pedrestes, BTT, passeios de

burro, programas de apanhas, um leque de opções para

tornar a visita a Malpica do Tejo inesquecível.

“Remodelamos o café que era dos meus pais e surgiu

então a Tasca Maria Faia que é um restaurante típico

e desta forma tentamos levar mais turistas à aldeia. A

gastronomia beirã é conhecida pela sua qualidade e é

isso que confecionamos”, revela José Manuel Galvão.

Neste sentido, assume um problema que está a dificultar

o contacto dos visitantes com o rio.

“Estamos a divulgar bastante a região e está a correr

bem mas falta-nos um caminho condigno para o rio.

Estamos relativamente perto do rio Tejo mas temos

josé manuel galvãoPresidente

Page 73: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

73

CONCELHO DE CASTELO BRANCO

uma grande dificuldade que é o acesso. Estamos a

quatro quilómetros e meio do rio, dois quilómetros já

conseguimos alcatroar com fundos comunitários mas o

resto ainda está em terra batida. Existe um proprietário

que não nos deixa arranjar um caminho condigno para

o rio apesar de ser possível lá ir, com um carro ligeiro

não é fácil”, informa.

Ligação com Espanha

Hoje em dia o Tejo é bastante largo mas há 30, 40 anos

passava-se a pé e a ligação entre Portugal e Espanha

era feita desta maneira potenciando o intercâmbio entre

os dois países.

“Havia muitas famílias de Malpica a residir em Espanha

e existe uma relação de proximidade em que nós agora,

mesmo com o rio cheio, conseguimos ir a Espanha com

alguma regularidade e eles cá. Esse percurso é feito

de barco e passam vários espanhóis aqui por dia para

visitarem a nossa freguesia e Castelo Branco”, explica

o presidente.

Ajudar a população

Em Malpica do Tejo existe um centro de dia que

emprega algumas pessoas e neste momento prepara-

se para inaugurar um novo lar, que já está construído

faltando apenas o licenciamento. A inauguração está

prevista para este mês, altura em que o lar entrará em

funcionamento.

“Temos também apoio domiciliário, às pessoas que

ainda conseguem estar em casa mas que necessitam

de algum apoio, ou porque vivem sozinhas porque têm

algumas limitações”.

Já na clase mais jovem, existe uma escola primária e

pré primária a funcionar com cerca de 30 crianças e que

emprega dois professores e uma auxiliar de educação.

Não é uma das escolas para fechar, acredita o autarca.

Autarca de muitos ofícios

Para além de presidente de junta, José Manuel Galvão

é também mediador de seguros, presidente do lar de

Malpica do Tejo e empresário. Cargos, que apesar da

responsabilidade, lhe dão muito orgulho

“Não me posso queixar, para além de preidente da

junta também sou presidente do lar, é díficil mas só me

queixo da falta de tempo. Tenho muito apoio da câmara

municipal, que está sempre disponível para nos ouvir e

ajudar. É o meu último mandato, temos feito muita coisa

para o bem da população de Malpica e o lar é a obra

de que mais me orgulho. Neste momento são só 10

quartos, mas que albergam 17 pessoas que certamente

ficarão felizes de ficar na terra delas”, explica.

Festas ao longo do ano

A festa mais emblemática da freguesia acontece no

primeiro fim de semana de agosto mas existem outras

atividades ao longo do ano que trazem muita gente à

região.

Outro evento que recebe milhares de pessoas é a

apanha da azeitona e José Manuel Galvão explica

porquê.

“Antigamente só os ricos é que tinham oliveiras mas

agora as pessoas que têm o seu terreno a primeira

coisa que fazem é plantá-las e há 50 anos foi criada

a cooperativa da azeite. As pessoas que não vivem cá

todos os anos vêm a Malpica do Tejo ajudar a apanhar

as azeitonas. É um orgulho para eles terem o seu azeite”.

Com esta atividade foi também desenvolvida, tendo já

sete edições, a Feira da Azeitona que dura dois dias e

são dois dias de festa.

A padroeira de Malpica é a Senhora das Neves e é feita

uma romaria na segunda-feira de Páscoa.

O grande desejo do autraca é que a sua terra continuasse

dinâmica e que dessem continuidade ao seu trabalho.

“Um dos objetivos é termos também mais hotelaria e

está a decorrer um projeto mais direcionado para o

turismo rural, com cerca de três camas, no centro da

freguesia. Temos que continuar a apostar no turismo”,

conclui.

Page 74: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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Desta vez exibimos uma freguesia pertencente ao concelho de Castelo Branco: Salgueiro do Campo, que integra também a localidade de

Palvarinho, terra igualmente influente a nível social e económico na freguesia. Encontra-se a 12 quilómetros de Castelo Branco, numa

encosta do monte da Penha e debruçada para um vale, tendo uma área de cerca de 30km2 e cerca de 800 habitantes.

Junta de Freguesia de Salgueiro do Campo

UM COMPROMISSO: REVITALIZAR SALGUEIRO DO CAMPO

Com uma povoação muito antiga e de

característica extremamente rural, esta é uma

freguesia onde a agricultura de subsistência

é a realidade da maior parte da população

Salgueirense.

Segundo a lenda, o nome da freguesia tem origem

numa época em que os matagais eram contínuos e,

pelas feras existentes, era perigosa a sua travessia.

Os almocreves, nas suas viagens para a charneca,

costumavam agrupar-se junto a uma fonte, a atual Fonte

Fria, perto da qual existia um enorme salgueiro, que

acabou por dar o nome à povoação.

Numa entrevista com o presidente da Junta de

freguesia, Sebastião Gomes, ficamos a conhecer alguns

dos seus projetos que trarão vantagens e incentivos

para a freguesia.

Deste modo, o presidente manifesta que tem uma

série de projetos em vista para concretizar. A primeira

intervenção que considera crucial é um projeto que

visa a requalificação da escola da freguesia, de forma

a proporcionar melhores condições à comunidade

educativa, assim como a ampliação dos dois cemitérios

de Palvarinho e Salgueiro.

E porque a dinamização da freguesia é sempre

importante, Sebastião Gomes afirma que o

Associativismo está muito presente no quotidiano da

freguesia. Exemplo disso são a Associação Popular do

Palvarinho, a Associação do Centro Social de Salgueiro

do Campo, o Centro de Convívio de Palvarinho e o

CCRSC - Centro Cultural e Recreativo de Salgueiro

do Campo. Todas trazem dinâmica às duas aldeias

da freguesia, com atividades revitalizantes como por

exemplo festas populares, noite de fados, passeios de

tratores, entre outros certames.

Por exemplo, o CCRSC organizou o primeiro torneiro

inter-aldeias com as aldeias vizinhas (cerca de oito

equipas), e conta já este ano com a 3ª edição, depois

deste costume desportivo entre aldeias do concelho

praticamente se ter perdido.

Neste contexto, ao nível do desporto existe uma grande

tradição na prática do futebol na freguesia. Salgueiro

do Campo possui um campo de futebol com bancadas

cobertas, pertença do Centro Cultural e Recreativo de

Salgueiro do Campo, fundado em 1978, cuja equipa se

sagrou campeã da IIª Divisão Distrital em 2001/2002.

A festa mais marcante de Salgueiro do Campo é a festa

de São Pedro, padroeiro da aldeia, que se realiza a 17

e 18 julho, contando com missa, procissão, jantar e

animação musical.

Quanto ao futuro, ainda que Sebastião Gomes tenha

esperança que melhores dias virão, ainda tem um

problema a colmatar: “o despovoamento, a nossa aldeia

está a ficar deserta. Primeiro porque não há emprego, a

maioria dos jovens que agora acaba o curso ficam por

lá, depois por causa da centralização de tudo, escolas,

saúde, habitação, etc. Mesmo que queiramos que as

pessoas se fixem na freguesia, não existem apoios nem

facilidades para que estas possam construir habitação ou

mesmo reconstruír” salienta o presidente, acrescentando

que assim será complicado ver a freguesia crescer. Neste

âmbito, Sebastião Gomes afirma que a sua missão para

o futuro é manter e recuperar os espaços da freguesia,

criando melhores condições para a população residente.

E apesar dos obstáculos, para os próximos tempos o

presidente segue confiante: “O balanço que faço do

mandato é positivo, espero que nos próximos dois anos

consigamos realizar aquilo que foi a nossa campanha,

e acredito que vamos conseguir chegar a bom porto”

conclui.

sebastião gomesPresidente

CONCELHO DE CASTELO BRANCO

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Inovar é criar algo novo, ter um ideia e colocá-la em prática, alguma coisa que seja pensada com um

objetivo específico e que gere um resultado. A inovação está associada ao crescimento, um profissional que

tenha um espírito inovador tem uma probabilidade maior de crescer, isto também se reflete no sucesso dos

negócios e no crescimento das empresas. A palavra inovação significa ideias novas em ação, nesta edição

mostramos casos de sucesso de empresas que souberem adotar os modelos certos, inovaram e cresceram.

Entidades que operam há décadas e que continuam no mercado de forma sólida porque souberam posicionar-

se, apostando nos modelos certos de inovação. A FERCOPOR – Grupo Alberto Ferreira da Costa é uma empresa

de Construção, Promoção e Investimentos Imobiliários que atua nos vários segmentos do mercado imobiliário,

como habitação, comércio, escritórios, armazéns e indústria. Iniciou a atividade na área da construção e

promoção imobiliária em Portugal no ano de 1981, tendo já uma vasta experiência no setor. Outro exemplo é

a Pedra Base – Consultoria e Formação vocacionada para o apoio às organizações empresariais e públicas,

na criação de valor e de vantagens competitivas através do contínuo processo de melhoria dos modelos de

negócio e gestão das pessoas. A HR Group trabalha na conceção, fabricação e comercialização de vestuário

de trabalho e uniformes, e comercialização de material de protecção, higiene e segurança no trabalho. O

HR Group através do seu know how ambiciona consolidar uma posição de liderança nos mercados onde

atua desde 1986, nomeadamente Portugal Continental e Ilhas, França, Angola, Moçambique, Cabo Verde

e S. Tomé e Príncipe. As empresas já reconheceram a importância da inovação e recorrem a práticas que

estimulam esta vertente aumentando a competitividade e o crescimento, que resulta muitas vezes na procura

e conquista de novos mercados. Inovação, crescimento, competitividade e internacionalização são o caminho

para o fortalecimento da economia e os empresários portugueses estão a dar bons exemplos do caminho

certo a seguir.

inov

ar pa

ra c

resc

er

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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Desde 1987, a AQUAPOR / LUSÁGUA é um dos principais players do mercado na Gestão de Concessões Municipais e Prestações

de Serviços de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais diretamente à população, às autarquias e às industrias.

Atualmente o Grupo é constituído por várias empresas tais como TRATAVE, Águas de Gondomar, Águas do Vouga, Águas da Teja, Águas

do Planalto, Águas da Figueira, Águas do Lena, Luságua Alcanena, Águas de Alenquer, Águas de Azambuja, Luságua Lisboa, Águas de

Cascais, Águas do Sado, Visaqua e Aquagest, empresas que constituem uma enorme fonte de know-how do grupo e mesmo referências

no setor. A Revista Business Portugal conversou com António Cunha, diretor da Aquapor.

Aquapor

em prol do cluster da água, pelo desenvolvimento do setor

INOVAR PARA CRESCER

Para que possamos contextualizar os leitores,

importa inicialmente perceber como surgiu a

empresa e qual o papel que desempenham no

setor?

Em 1987 é constituída a LUSÁGUA como operador

privado de sistemas municipais de abastecimento de

água e de saneamento de águas residuais. Dez anos

depois é criada a AQUAPOR, uma sociedade de direito

privado com o intuito de ser o instrumento empresarial

da Águas de Portugal e vocacionada para a participação

no mercado nacional e internacional de concessões

de abastecimento de água e saneamento de águas

residuais. Em 2001 dá-se a aquisição da totalidade do

capital social da LUSÁGUA pela AQUAPOR, que após a

reestruturação dá origem ao atual grupo de empresas.

Em 2008 a Águas de Portugal vende a totalidade da

AQUAPOR à Criar Vantagens, atual e único acionista,

com capital 100 por cento português.

A AQUAPOR é, atualmente, um dos maiores operadores

privados a nível nacional no mercado de concessões de

sistemas de abastecimento de água e de saneamento

de águas residuais e ultimamente tem alargado o

leque de serviços na área do ambiente, através da

sua participada LUSÁGUA, ao mercado dos resíduos e

gestão dos recursos energéticos.

Em Portugal, o grupo AQUAPOR opera em

diferentes regiões, através de empresas diversas.

Quais são as entidades que pertencem ao grupo e

em que localidade operam?

A AQUAPOR, através das concessões em que participa

na vertente ‘em baixa’, distribuiu, em 2014, 50 milhões

de m3 de água a cerca de 378 mil clientes.

Adicionalmente, as empresas Tratave e Águas do Vouga

servem 11 municípios ‘em alta’ e uma população de

455 mil habitantes. Presta assim serviços de distribuição

de água a um universo de 878 mil habitantes e de

recolha e tratamento de águas residuais a mais de

1,7 milhões de habitantes, estando presente em 25

antónio cunhaDiretor

Page 79: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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INOVAR PARA CRESCER

municípios. No âmbito das concessões ‘em baixa’, a

AQUAPOR participa nas empresas Águas de Gondomar,

Águas da Teja, Águas do Planalto, Águas da Figueira,

Águas do Lena, Luságua Alcanena, Águas de Alenquer,

Águas de Cascais, Águas do Sado, Águas da Azambuja

e Luságua Lisboa. No âmbito das concessões em alta,

participa na Tratave e na Águas do Vouga.

A AQUAPOR detém ainda a LUSÁGUA, empresa que

atua na prestação de serviços ambientais de operação e

manutenção de infraestruturas hidráulicas (ETA, ETAR,

entre outros), assistência técnica, auditoria especializada,

controlo analítico, recolha de resíduos e limpeza urbana,

bem como na área das TI ao nível de consultadoria e

fornecimento de software especializado.

Na área internacional participa ainda na Visáqua,

empresa de direito moçambicano, e na Lusaquis, a

empresa veículo de direito português para o mercado

angolano.

A AQUAPOR apresenta soluções ao nível da gestão

do ciclo urbano da água, da gestão integrada de

resíduos e na gestão de recursos energéticos, o

que são estes três ciclos e qual a sua importância?

A estruturação de tais soluções decorreu na necessidade

identificada de clarificar a oferta ao mercado.

Os ciclos identificados iniciam-se com a etapa de

produção/disponibilização do recurso, passam pela

sua utilização – na qual se valorizam a eficiência e a

utilização racional e terminam com a reutilização, ou

valorização, voltando a reiniciar-se os ciclos.

A importância da estruturação desta oferta com o apoio

da empresa LUSÁGUA, prestadora de serviços dentro

do grupo, permite direcionar o desenvolvimento de

soluções ambientais, já perspetivando o futuro, aos

objetivos ambientais nacionais e comunitários no

que toca à preservação do ambiente e dos recursos

naturais. Trata-se de uma visão global do que acontece

nas nossas comunidades, onde os serviços, quando

baseados em know-how sólido, geram sinergias que

não seriam possíveis de alcançar separadamente.

Tendo em conta que existem várias entidades a

operar no setor, o que vos diferencia das restantes

empresas?

O que diferencia a AQUAPOR é sobretudo a experiência

e know-how de quase 30 anos na operação dos

sistemas e áreas atrás mencionadas. Por outro lado,

somos um grupo que detém uma grande e diversificada

estrutura, onde se englobam entidades gestoras de

abastecimento e drenagem de águas residuais, tanto

na vertente em alta como em baixa. E tal permite-nos

oferecer propostas de serviços completas, credíveis

e sólidas que acrescentam valor ao mercado das

tecnologias do ambiente.

A AQUAPOR apostou na internacionalização

estando presente em Moçambique, Angola e

Arábia Saudita, que trabalho estão a desenvolver

nesses países?

A Área Internacional da AQUAPOR está vocacionada

para, no âmbito de assistência técnica e contratos de

gestão, assegurar a transferência de conhecimento

desenvolvido no seio do grupo.

A AQUAPOR está presente fisicamente em três

mercados, Moçambique, Angola e Arábia Saudita.

Em Moçambique, a VISAQUA tem concentrado a sua

atividade em contratos de prestação de serviços e

consultoria nas áreas da gestão de resíduos sólidos e

saneamento.

A VISAQUA, a par do trabalho de gestão de resíduos

sólidos que serve 520.000 habitantes na região da

Matola, está a desenvolver dois importantes projetos

de consultoria na área do saneamento e da redução de

emissões e adaptação às alterações climáticas.

Em Angola, a atividade, em parceria com a AET

Greentech, tem-se concentrado em contratos de

prestação de serviços e consultoria nas áreas da gestão

de resíduos sólidos e saneamento, que incluem recolha

de RSU, varredura e limpeza de praias.

Na Arábia Saudita, foi estabelecido um acordo com a

Al Bawani, tendo em vista a criação de uma empresa.

Recentemente foi acordada a constituição de um

consórcio, com a TAWZEA, para os concursos de

Operação e Manutenção de cinco cidades industriais.

No vosso entender, a constituição de um cluster da

água, tanto em Portugal, como internacionalmente

é benéfico para o setor? Porquê?

Sim, para nós é claro que a existência de um cluster

forte da água ajuda todas as empresas ligadas ao setor.

O setor teve um grande desenvolvimento nos últimos

anos e houve uma forte aposta na infraestruturação

do país por forma a que a globalidade da população

pudesse ter acesso a água de boa qualidade e a

sistemas adequados de tratamento de águas residuais.

Esta aposta fez com que surgissem várias empresas

ligadas ao setor com grande capacidade técnica e

de realização de projetos, ao nível do melhor que se

faz internacionalmente. Assim será sempre positivo

fomentar e proporcionar a associação e cooperação

entre elas, de modo a que haja uma alavancagem das

capacidades, tanto em Portugal, como principalmente

no estrangeiro.

Finalizando, por onde passa o futuro do grupo

AQUAPOR?

Se por um lado existem fortes constrangimentos

económicos na conjuntura nacional, por outro o setor

está a atingir um nível de desenvolvimento que começa

a exigir evoluções significativas ao nível da gestão dos

recursos nas empresas gestoras e prestadoras de

serviços em sistemas de abastecimento de água e

águas residuais. As leis ambientais são cada vez mais

complexas e exigentes, exigindo dos operadores cada

vez mais sofisticação na operação e manutenção das

suas infraestruturas.

Espelho disso são os plano estratégicos para o setor,

como o PENSAAR 2020 e mais recentemente o

POSEUR, onde claramente se quer introduzir uma

nova abordagem na utilização de fundos para o

desenvolvimento do setor. O foco passa a estar mais

na eficiência e eficácia da gestão dos recursos do

que no investimento produtivo em infraestruturas, tal

como acontecia nos anteriores planos comunitários de

apoio. Esta abordagem está alinhada com a estratégia

dos últimos anos da AQUAPOR, na medida em que

temos procurado agregar o know-how das empresas

e transformá-lo em produtos e soluções, de preferência

inovadoras, que ajudem os clientes a aumentar a sua

performance, quer no domínio nacional, quer no

internacional.

O futuro da AQUAPOR continua a passar também pelo

seu core business principal, ou seja, o mercado privado

de concessões do setor da águas, na expectativa de que

ele se volte a dinamizar, pois consideramos que é uma

ferramenta essencial para atingir o nível qualitativo e

quantitativo que o setor necessita.

Page 80: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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INOVAR PARA CRESCER

Influenciado pela família, com pai e mãe solicitadores, António Fonseca decidiu enveredar pela área. Mais tarde, em 2008, acrescentou

mais uma função ao seu trabalho, tornando-se agente de execução, profissão que o obrigou a “reformular toda a estrutura” laboral,

revelou.

António Fonseca

O papel do agente de execução na Guarda

António Fonseca optou inicialmente por uma

área de formação bem distinta da solicitadoria.

O entrevistado revelou que completou até o

curso de gestão de empresas e, só mais

tarde, depois de todos os conhecimentos que adquiriu,

enquanto “menino de recados” do pai, ajudando no

que era necessário, percebeu como “funcionava a

estrutura”. Posteriormente, decidiu mudar de carreira

e foi estudar novamente, “na altura, tirei o curso, ainda

pela Câmara dos Solicitadores, no Porto”, relata o

interlocutor. Em 2008, resolveu inscrever-se como

agente de execução, vertente que continua a exercer

até ao dias de hoje. Explica que trabalha em parceria

com “alguns advogados, 90 por cento dos processos

que tenho para resolver surgem por esta via”, revela

o agente de execução. António Fonseca confessa

que quando decidiu enveredar pelas penhoras, não

pensou que fosse uma profissão “tão exigente, quer

psicologicamente, quer fisicamente”, tendo mesmo,

passado por alguns problemas de saúde, devidamente

solucionados. António Fonseca explica que “de 2008 a

2011, julgo que era o único a ter as execuções, no

distrito da Guarda, foi muito complicado, tinha muito

trabalho, fui obrigado reformular a estrutura. Na altura,

como rebentou a crise, surgiram muitas execuções, em

diversas áreas, estava de segunda a quinta-feira fora do

escritório”, ocupado com as diligências. O agente de

execução convive com realidades difíceis que, por vezes,

“nos chocam e alguns casos levamos para casa, somos

afetados. Depois, começamos a conviver e, se calhar,

ficamos um pouco mais insensíveis, mas é a minha

função. Tive um caso de uma senhora que trabalhou

comigo um dia no terreno e desistiu, vamos a locais

muito complicados”, relata o interlocutor, exemplificando

a complexidade do trabalho realizado. No presente,

consegue manter algum distanciamento e explica que

é trabalho que tem de ser feito, tem a noção que num

meio relativamente pequeno como é a Guarda existem

“pessoas que não me apreciam devido à profissão, mas

tenho clientes que também já foram meus executados,

inclusivamente, há pessoas que pensam que eu sou

cobrador e me procuram, aí tenho de explicar como

funciona todo o processo, que têm de consultar um

advogado e que depois ele me delega o processo”,

revela António Fonseca. Para além da Guarda, atua

também na zona do Sabugal, Almeida, Vila Nova de Foz

Côa, Pinhel, Seia, Gouveia, Trancoso, Aguiar da beira,

Mangualde, Fornos de Algodres, Belmonte e Figueira

de Castelo Rodrigo. As áreas do comércio, construção

civil e agricultura é onde realiza a maioria das diligências.

No que diz respeito à profissão, considera que “seria

bastante importante a Câmara dos Solicitadores passar

a Ordem dos Solicitadores, em termos de execução,

penso que está a funcionar muito bem”, funções

facilitadas pelo programa Sistema Informático de

Suporte à Atividade do Agente de Execução, SISAAE,

acrescentando que “quando comecei, em 2008, devia

estar a funcionar assim”, o que demonstra a evolução do

trabalho desde essa altura. António Fonseca revela que

existe uma relação saudável e de cooperação entre os

colegas da região. Quanto à perspetiva, que tem vindo a

ser noticiada, de virem “a fazer a execução das dívidas

do Estado, no âmbito dos processos administrativos”

considera que devem “ser capazes de o fazer, tal como

as execuções”, que antes eram da responsabilidade dos

tribunais.

António fonsecaAgente de Execução

Page 81: Revista Business Portugal | Agosto '15

VestuárioProfissional

Design

VestuárioProfissional

Standard

VestuárioProfissional

Técnico

Equipamentosde

ProtecçãoIndividual

Soluções Integradas de Vestuário Profissional

e Equipamentos de Protecção Individual

767.000 Equipamentos deProtecçãoIndividualComercializadosAnualmente

153.000Peças deVestuário

ProfissionalAnualmenteProduzidas

245.000Personalizações

21.500 m Área Logística

4.000 Artigos emCatálogo

95PessoasDedicadasà Produção deVestuárioProfissionale Comercializaçãode EPI’S

HR Protecção, SA HR Indústria, SA

Page 82: Revista Business Portugal | Agosto '15

REVISTA BUSINESS PORTUGAL

82

INOVAR PARA CRESCER

O HR Group, é constituído pelas empresas HR Protecção S.A. e HR Indústria S.A., com sede em Mangualde – Viseu, com 30 anos de

experiência na área da concepção, fabricação e comercialização de vestuário de trabalho e uniformes e comercialização de material de

proteção, higiene e segurança no trabalho (EPI´s – equipamentos de proteção individual).

HR – Group

Uma referência no mercado dos EPI´s e do Vestuário Profissional

A HR Protecção S.A. foi fundada a 11 de

setembro de 2001, em casa dos seus

administradores (Hermínio Rodrigues e

Isabel Cabral), em Pedreles – Mangualde,

dedicando-se, na altura, à comercialização de EPI´s. Mais

tarde, em 2008, em resposta às constantes solicitações

que ia recebendo do mercado e fruto também da

experiência acumulada na conceção e comercialização

de vestuário profissional, a HR Protecção S.A. avançou

para a aquisição da Benilde Confeções, Lda. - que

já contava com 22 anos de experiência no âmbito

da confeção e fabricação de vestuário profissional

e que deu origem à HR Indústria, S.A. - permitindo a

incorporação da fileira industrial no HR Group.

Desde então, o HR Group, passa a ser constituído pelas

empresas HR Proteção S.A. e HR Indústria S.A.

O HR Group conta com uma equipa resiliente, de

excelente qualidade, preparação e conhecimento do

sector, empregando atualmente 95 colaboradores.

“Estamos e continuamos focados para sermos

considerados uma empresa referência nacional e

internacional, no nosso setor”, afirma o diretor geral,

Fernando Mateus.

Neste âmbito, de fazer notar o recente posicionamento

estratégico, que visou ser um pouco mais pragmático,

ou seja, a estratégia que foi delineada foi comunicar com

o mercado de forma mais clean. O processo passou por

reposicionar comunicacionalmente o HR Group, tendo

sido definidos quatro grandes segmentos:

• HR Group Safety;

• HR Group Tech;

• HR Group Line;

• HR Group Design.

O HR Group Safety inclui uma vasta gama de EPI´s

(equipamentos de proteção individual), desde os

capacetes ao calçado de segurança, passando pelas

luvas, óculos, máscaras, descartáveis, entre outros.

O segmento HR Group Tech inclui toda uma gama de

vestuário profissional certificado (vestuário de proteção)

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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INOVAR PARA CRESCER

e produzido em Portugal, que se insere na temática de

produtos de valor acrescentado, ou seja, artigos que

incorporam uma maior complexidade técnica. “Um dos

exemplos concretos do segmento Tech é a nossa gama

AntartidA, que é uma gama de vestuário profissional

para a fileira/logística do frio; este ano a AntartidA vai

estar presente na feira A+A Dusseldörf, na Alemanha,

fazendo parte do stand From Portugal. Esta é uma gama

que está certificada com o selo Portugal Sou Eu, insígnia

que muito nos orgulha”.

Já o segmento HR Group Line consiste em vestuário

profissional de coleção do catálogo da empresa, que

tem um serviço de stock mais imediato, que já estão

definidos e que não podem alterar a gama. “O que o

cliente procura é um produto com relação qualidade/

preço interessante”.

Por último, no HR Group Design, desenvolvem

produtos com particular incidência na área do vestuário

profissional à medida e imagem do cliente por três vias:

com design HR, utilizando o design do cliente ou em

parceria de designers (HR e Cliente). “Esta é a linha que

estamos a dar mais cartas, porque é um mercado mais

diferenciado. Ao apresentamos isto e quando falamos

que temos desde o design, concepção, planeamento de

corte, produção, acabamento e a própria personalização

temos a fileira integrada o que nos dá alguma vantagem

competitiva e penso que isso é um fator crítico de

sucesso”, comenta Fernando Mateus.

Com objetivo de reforçar a qualidade de vida do

trabalhador o HR Group tem como missão proporcionar

conforto, ergonomia, mobilidade e funcionalidade aos

utilizadores dos seus produtos.

“Não podemos abdicar de alguns vetores chave, por um

lado a personalização, por outro, pensar que este setor é

mais de que um cumprimento legal e assim acrescentar

valor ao mercado em componentes de qualificação

subjetiva, nomeadamente perceção de conforto,

bem-estar e qualidade de vida. Não nos pretendemos

posicionar num mercado «do que a lei obriga», mas sim

fortalecer a produtividade das indústrias, das empresas

e das instituições. Tudo isto são as correntes que

assumimos. Cada vez mais acreditamos que temos uma

Responsabilidade Social acrescida, porque os nossos

artigos contribuem duma forma veemente para a

Qualidade de Vida Laboral de quem os utiliza e, por essa

via, da Felicidade corporativa. Efetivamente, para além

da segurança (que para nós se assume cada vez mais

como um requisito básico e inerente a quem está neste

sector), pretendemos fortalecer a qualidade de vida no

trabalho e daí o nosso posicionamento no mercado –

partilhar qualidade de vida”, comenta Fernando Mateus.

Com presença no mercado de Portugal Continental

e Ilhas, Moçambique, Cabo Verde, Angola, França e

São Tomé e Príncipe, a empresa possui um conjunto

de marcas próprias e representa algumas marcas

de prestígio na área. Por outro lado a parceria com

a Elis Portugal/Elis França tendo como destinatário

final o vestuário profissional da Autoeuropa e a

produção do vestuário profissional duma prestigiada

marca internacional com grande presença e elevada

notoriedade no nosso pais na área da restauração/

fast food, constituem dois momentos de relevância

estratégica para o fortalecimento do HR Group.

“O nosso propósito é, cada vez mais, atingir o cliente

final, definir um conjunto de parceiros fortes que

nos possam representar no mercado internacional,

deter uma estrutura comercial externa mais reduzida,

acompanhada com um crescimento consistente na

estrutura comercial interna”, completa.

Quando questionado sobre a avaliação que atualmente

faz do setor, Fernando Mateus revela que “este é um

setor bem formado/preparado, que tem evoluído

positivamente nas últimas décadas e que nos orgulha,

fruto também de muitas parcerias que o setor faz com

as universidades e com centros tecnológicos e nesse

caso, nós não somos exceção. Estamos atentos às

universidades/centros de investigação e tentamos,

sempre que possível, participar em projetos em que

possamos promover sinergias”.

No que toca a projetos a médio prazo, o HR Group

vai estar presente na maior feira do setor na Europa

– A+A Dusseldörf, Alemanha, onde vão apresentar a

nova gama AntartidA Plus, vestuário profissional contra

o frio, que neste momento se encontra em processo

de renovação de certificação, nomeadamente: a calça,

o blusão, o casaco, a parka, o anorak e o fato macaco

(EPI de Categoria II de acordo com a norma NP EN

342) e Vestuário de Proteção Contra Ambientes Frios,

nomeadamente: colete (EPI Categoria II de acordo

com a norma NP EN 14058). De salientar também o

processo de certificação de vestuário profissional de alta

visibilidade, de acordo com a norma EN ISO 20471.

Recentemente, concluíram um Sistema de Incentivos

à Inovação em modernização na unidade industrial o

que lhes permite pensar em lançar novos produtos. E

ainda, estão a preparar um novo posicionamento em

termos virtuais, que poderá incluir um simulador de

vestuário profissional que irá melhorar e reforçar a área

do segmento do design.

Por fim, Fernando Mateus desvenda que o que os

distingue das outras empresas do mesmo setor “é a

atitude, a capacidade de ir à luta, o acreditar e confiar

no HR Group, nas suas pessoas, nas suas soluções e

naturalmente, no mercado”, conclui.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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INOVAR PARA CRESCER

Sediada em Lisboa, a Pedra Base é uma empresa focada no apoio às organizações, empresariais e públicas, na criação de valor e

de vantagens competitivas através do contínuo processo de melhoria dos modelos de negócio e gestão das pessoas. Em entrevista à

Revista Business Portugal, Anabela Vaz Ribeiro, fundadora e líder da Pedra Base, fala-nos sobre os serviços que a empresa oferece aos

seus clientes e sobre as áreas em que atua.

pedra base

Pedra Base, experiência consolidada em consultadoria e formação

A Pedra Base é uma entidade de Consultoria e Formação constituída em 1997

que apoia as empresas e instituições em diversas vertentes, neste sentido,

quais os serviços que têm para oferecer?

- A Pedra Base disponibiliza serviços integrados de formação e consultoria em diversos

domínios da gestão. Apoiamos as empresas através das suas equipas de gestão em

processos de mudança organizacional, desenvolvimento do negócio e alinhamento do

seu modelo de gestão com a sustentabilidade.

A Pedra Base trabalha para os objetivos da organização, sendo que nos procuram

quando há decisões a tomar que afetam as pessoas, as operações e o negócio como

um todo. A gestão espera que proporcionemos uma perspetiva isenta, agregadora e

ajustada ao mercado em que estão inseridos. A nossa experiência centra-se sobretudo

em PME’s, a maioria multinacionais, mas temos também muitos casos de consultoria

a empresas familiares. A natureza integrada dos nossos serviços propicia esta ligação

porque temos uma equipa pluridisciplinar que consegue intervir nas principais áreas da

empresa, desde a área comercial, aos recursos humanos e sempre no apoio à gestão.

Tendo em conta a importância da aplicação da ética ao mundo empresarial,

que papel desempenham nesta área? Os vossos clientes estão sensibilizados

para esta matéria?

A Pedra Base é a única empresa em Portugal a trabalhar na área da ética empresarial

de forma consolidada e nos últimos anos temos realizado diversos projetos em ética e

conduta, mas também nos domínios da responsabilidade social e da sustentabilidade.

Investimos muito nestes temas nos últimos 10 anos e de facto temos vindo a assistir

a uma crescente necessidade de apoio da parte das empresas, nos mais diversos

setores de atividade. A nossa intervenção tem ido desde a indústria farmacêutica, aos

transportes, banca, setor público, entre outros.

O despertar para este tema vem sobretudo da necessidade e as empresas sentem

de facto uma necessidade crescente de criar confiança nos clientes e nos mercados

destino. As empresas não querem ver-se envolvidas em escândalos éticos que

arruínam o negócio e a reputação, para além de saírem muitíssimo dispendiosos. Por

isso, optam por formalizar a ética na organização e criar instrumentos e mecanismos

de acompanhamento internos. É aí que podemos ajudar. Desde a formalização dos

valores e princípios (porque eles existem; são é difíceis de demonstrar) à criação dos

instrumentos e alinhamento dos colaboradores.

Qual a importância da implementação de políticas de responsabilidade social

e sustentabilidade nas empresas/organizações? Os gestores portugueses

estão sensibilizados para estas áreas?

Mais uma vez a sensibilidade vem muitas vezes dos requisitos dos clientes. Naturalmente

que existem empresas pioneiras que acreditam nos benefícios da adoção de políticas Anabela vaz ribeiroAdministradora

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INOVAR PARA CRESCER

de sustentabilidade, porque compreendem as mais-

valias para o negócio. Contudo, na maioria dos casos

são fatores externos que alavancam estes processos.

A sustentabilidade é um objetivo que todos procuramos

alcançar. A responsabilidade social é o contributo

que podemos dar enquanto organização para esse

grande objetivo. Ao implementar uma política de

responsabilidade social a organização está a funcionar

de acordo com uma nova filosofia de gestão, mais

inovadora, que incorpora os desafios do futuro em

termos de desenvolvimento, de economia de recursos,

de investimento nas comunidades. As organizações

que compreendem o conceito obtêm resultados

muito positivos, pois a sustentabilidade traz muitas

oportunidades ao negócio. Para além disso, os

mercados internacionais valorizam e exigem políticas

coerentes neste domínio, pois não querem correr riscos

e ver a sua imagem ameaçada por más práticas. Por

isso as empresas portuguesas que fornecem grandes

cadeias internacionais são alvo de tantos questionários

e auditorias. Temos apoiado muitas empresas nestes

processos e de facto podemos afirmar que estamos

capacitados para responder a estes desafios com um

baixo nível de esforço.

O acréscimo da competitividade e rentabilidade

passa por seguir boas práticas de gestão, neste

sentido que conselhos têm para dar às empresas

portuguesas?

O maior conselho que podemos dar é o investimento

nas suas pessoas. Faz-se muita formação para

cumprir requisitos legais e regulamentares, mas muito

pouca para desenvolver as pessoas e as equipas. A

liderança e as estruturas de decisão também carecem

de atualização, de programas que lhes mostrem a

inovação de processos, de metodologias, acesso às

melhores práticas. Só com esse conhecimento e apoio

especializado poderão evoluir para outros patamares de

desenvolvimento dos seus negócios.

No que toca Pedra Base, futuramente quais são os

vossos projetos?

Para além da nossa aposta nas áreas da ética e da

sustentabilidade, apoiar os nossos clientes na resposta

a uma necessidade relacionada com o bem-estar

organizacional, que designamos como corporate

wellness. Começámos a trabalhar há um ano atrás nesta

nova área e vamos lançar o serviço formalmente no dia

13 de outubro num evento em Lisboa.

A Corporate Wellness é uma dimensão da

responsabilidade social interna que engloba o conjunto

de políticas e ações desenvolvidas pela organização

com o objetivo de promover a saúde física, mental e

social dos colaboradores e o seu bem-estar em geral.

As alterações demográficas, tecnológicas, económicas,

políticas e, inclusive, ambientais que se operam

atualmente exigem uma abordagem mais flexível e

profunda aos riscos associados ao trabalho e ambiente

em que este é exercido, mas também aos estilos de

vida que podem potenciar ou despoletar esses riscos,

e que interferem significativamente com o desempenho

das pessoas.

O bem-estar está assim diretamente relacionado com

a sustentabilidade, observando-se um impacte direto

na capacidade da organização para ser produtiva e

competitiva, com pessoas saudáveis, que exercem a

sua competência de forma plena, comprometidas com

objetivos e resultados.

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INOVAR PARA CRESCER

“O foco da empresa sempre foi investir nas cidades do Porto e Vila do Conde, esta última devido às raízes do fundador da FercoPor,

Alberto Ferreira da Costa. Atualmente decidimos inovar e alargar as zonas de investimento para a capital com a compra de um terreno

no centro de Lisboa e investimos recentemente em Vila Nova de Gaia”, refere Mário Almeida, gestor da FercoPor.

FERCOPOR – GRUPO ALBERTO FERREIRA DA COSTA

QUALIDADE | CONFORTO | LOCALIZAÇÃO | INOVAÇÃO | RIGOR

Somos uma “empresa de promoção e

investimentos imobiliários que é detida

por um construtor português que está

radicado no Brasil há muitos anos e iniciou

a sua atividade no ramo da construção. Começou pela

construção tradicional de habitações e passou para o

ramo empresarial e pela hotelaria.”

Recentemente o fundador da FercoPor, Alberto

Ferreira da Costa, “enamorou-se pelo antigo edifício

da Coats&Clark, em Vila Nova de Gaia, e adquiriu-o

para potenciar uma nova vertente de negócio àquele

espaço.”

Alberto da Costa Júnior, administrador da FercoPor

clarifica que “ o pai, Alberto Ferreira da Costa é português,

natural de Vila do Conde, daí a origem do nome da

empresa mãe: Rio Ave - Investimentos Imobiliários,

que detém milhares de metros quadrados construídos

no Nordeste do Brasil, tendo aí iniciado a sua atividade

em 1969. A FercoPor, na pessoa de Alberto Ferreira da

Costa, iniciou a sua atividade na área da construção e

promoção imobiliária, em Portugal, no ano de 1981.

Para além disso, queremos ter imóveis em carteira para

arrendar – que é outro braço do negócio – e queremos

que esses imóveis estejam bem situados e que gerem

receitas. Queremos transformar terrenos em espaços

lucrativos: pelo negócio da venda e para manter uma

carteira de imóveis através do arrendamento. O caso

da Coats&Clark entra na lógica do imóvel que está na

carteira de arrendamento e gera retorno a longo prazo.”

Com empreendimentos já construídos e em pleno

funcionamento, como é o caso da Casa da Praça em

pleno centro histórico da cidade de Vila do Conde,

Mário Almeida salienta que é um “empreendimento

com uma parte de habitação que se focou no ramo da

venda e outra parte dedicada ao comércio, com lojas

e escritórios para arrendamento.” O Centro Empresarial

FercoPor I está implantado à face da Estrada Nacional

Nº13 em Vilar (Vila do Conde) e “é composto por 15

armazéns e lojas disponíveis para arrendamento e já

está praticamente todo ocupado.” Alberto da Costa

Júnior complementa: “ temos seis prédios construídos

na cidade do Porto, nomeadamente na zona da Avenida

ferreira da costa júnior e mário almeidaAdministradores

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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INOVAR PARA CRESCER

e Rotunda da Boavista (Praça Mouzinho de Albuquerque)

e também comprámos alguns terrenos na zona nobre

desta cidade e que, neste momento, estão em carteira.”

A antiga fábrica Novinco, em Matosinhos, foi comprada

pelo grupo FercoPor, e vai ser transformada num parque

industrial, mas como explica o gestor “já estava num

estado de degradação muito avançado tivemos de optar

pela demolição total do edifício ao contrário do que

pretendemos fazer com o edifício que adquirimos em

Vila Nova de Gaia.”

A mais recente aquisição da FercoPor foi o antigo

edifício da Coats&Clark, sito na Avenida Vasco da Gama

(E.N. 222) em Vila Nova de Gaia, com aproximadamente

32 mil metros quadrados de área de construção que

corresponde a 12 pavilhões. Este ”foi um dos muitos

edifícios visitados pela administração, mas foi eleito

não só pela sua localização”, próximo da Câmara

Municipal, metro e da cidade do Porto, “mas também

por ter caraterísticas únicas.” E reforça afirmando que

“queremos manter a traça do edifício, mas com uma

vertente mais moderna, os espaços são muito diferentes

e potenciam a junção dos mais diversos ramos de

atividade. O nosso desejo era que uma empresa se

pudesse implantar neste local e ter os parceiros no

mesmo edifício.” A dinamização dos espaços e a

junção de parceiros fazem parte da visão de futuro

que Mário Almeida tem para este edifício: “era ótimo os

funcionários poderem vir trabalhar e também pudessem

deixar os filhos na creche, o carro no mecânico e ir ao

ginásio sem ter de deixar o edifício.”

Numa visão micro, Alberto da Costa Júnior salienta que

“quanto maior for o número de empresas a instalar-

se no edifício, mais serviços podem ser prestados à

população, procuramos pequenas e médias empresas

e/ou indústrias que tragam diversidade de serviços para

o centro da cidade. A colaboração da Câmara Municipal

foi “undamental no desenvolvimento do nosso projeto e

queria agradecer ao presidente da Câmara municipal,

Eduardo Vítor Rodrigues, por ter sido inexcedível”

Mário Almeida, gestor da FercoPor, reforça que a

“Câmara Municipal, na pessoa do presidente, abraçou

o projeto desde a primeira visita e demonstrou total

disponibilidade para ajudar em tudo o que compete

à Câmara Municipal e tem sido incansável no que lhe

temos solicitado.” A perspetiva de reabilitação do edifício,

de criação de emprego e o facto de gerar movimento na

cidade “são fatores que trazem benefícios para a cidade

e a Câmara Municipal soube ter essa visão, bem como

os laços afetivos que ligam os gaienses à empresa

Coats&Clark que agora é nossa inquilina.” Além disso,

reforça o administrador da FercoPor, Alberto da Costa

Júnior, “o conceito vai para além disso. Queremos abrir

o centro empresarial a todas as pessoas que queiram

visitar o edifício para que possam usufruir deste espaço

e dos serviços, como ginásios, restauração, centro de

estudos, entre outros. A maioria das pessoas não imagina

o que está por detrás da fachada. Num futuro muito

próximo contamos ter 50 por cento da área ocupada

e estamos a trabalhar no nome e imagem para o local.”

Page 88: Revista Business Portugal | Agosto '15

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

A EXPOFACIC - Exposição, Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Cantanhede celebra

25 anos. Considerada um dos maiores certames da região centro, a Expofacic é

a montra do concelho, este ano decorre de 23 de julho a 2 de agosto. Através

de centenas de expositores, os visitantes ficam a conhecer as potencialidades da

região no que diz respeito à agricultura, comércio, turismo, gastronomia, entre outros. A feira

popular e os espetáculos musicais são outros dos atrativos. A freguesia de Ançã é uma das que

se faz representar durante esta semana, o bolo de Ançã e o roteiro turístico pelas ruas típicas

da localidade e património arquitetónico são os principais pontos de interesse. No verão, a

piscina natural localizada no centro da vila ganha também especial destaque. Cantanhede é um

concelho que se divide entre a Praia da Tocha e as vinhas pertences ao Roteiro da Bairrada,

uma região diversa com vários pontos e locais de interesse que passam pelo enoturismo, as

praias, o património histórico, a gastronomia e o lazer. A economia do concelho de Cantanhede

vive sobretudo do setor terciário e da agricultura e pescas, na última década a indústria tem

conhecido alguma evolução e crescimento. As principais entidades empregadoras estão

localizadas no parque industrial de Cantanhede, Tocha, Murtede e Febres. Este crescimento é

resultante do forte investimento municipal no reforço dos fatores de atratividade para instalação

de empresas, designadamente nos acessos através de uma rede de estradas e vias rápidas.

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REVISTA BUSINESS PORTUGALCIDADE DE CANTANHEDE

Reza a história que a freguesia de Ançã teve o seu nome atribuído por monges italianos que assim a terão nomeado pela abundância de

água e caça. Esta localidade histórica com foral concedido em 1514 tornou-se vila em 2001 e é detentora de um riquíssimo património

cultural.

Junta de Freguesia de Ançã

Ançã: Uma freguesia a descobrir

Merecem destaque várias edificações e

marcos, como a Fonte de Ançã, cujo

caudal é superior a 20.000 litros por

minuto, ou a Capela de São Bento, a

mais importante das capelas de Ançã, onde se fazem

as maiores romarias – S. Bento e S. Tomé, construída

no final do século XVI, mais precisamente no ano

de 1599, que se ergue no cimo de um outeiro, do

lado oposto à Várzea, por onde corre a Ribeira. Mas

podíamos ter referido qualquer outro do seu sem fim de

pontos de interesse: os moinhos de água recuperados

e preservados, as casas nobres brasonadas, o Museu

Etnográfico, a Capela de Nossa Senhora das Mercês,

a casa onde nasceu Jaime Cortesão, o Terreiro do

Paço, o Paço dos Marqueses de Cascais ou as Janelas

Manuelinas. Outro excelente motivo para visitar Ançã é o

bolo de Ançã, a sua origem perde-se no tempo, tendo

o segredo do seu fabrico sido transmitido de pais para

filhos. O bolo é de confeção simples mas de reconhecida

qualidade, e tem como base um processo artesanal de

fabrico, sendo amassado manualmente e cozido em

forno de lenha. Este fabrico tradicional, mantido durante

gerações de boleiras, tornou-o num produto típico

desta vila, conhecido e apreciado sobretudo na Beira

Litoral. Como produto característico de uma localidade,

pretende-se que a sua confeção continue a ser a mais

fiel e genuína, preservando as características únicas

que o tornaram num famoso património gastronómico.

João Perdigão, presidente da Junta de Freguesia, tem

mais um encanto a acrescentar à sua vila: a simpatia

e o calor das gentes da terra, que sabem acolher e

mostrar o que de melhor preservam, exemplo disto são

os passeios guiados gratuitos com oferta de jeropiga

que os funcionários do posto de turismo proporcionam

aos visitantes. É desta união que brota também o forte

associativismo que coroa a vila com constante animação,

com instituições como o Ançã Futebol Clube, Avança –

Associação para o Desenvolvimento e Promoção da

Qualidade de Vida no Meio Rural, a Confraria do Bolo

de Ançã, o Grupo de Teatro NOVO RUMO, o Grupo

Típico de Ançã e a Philarmónica Ançanense e várias

festas populares durante o ano, tornando Ançã num

destino em que a cultura e a diversão se cruzam.

Mais recentemente, Ançã viu também concretizar-

se um projeto de grande utilidade e que traz grandes

vantagens à população: o Espaço do Cidadão, onde é

possível aceder a vários serviços de atendimento público

no mesmo local potenciando o desenvolvimento da

zona e onde nem falta o atendimento digital assistido,

permitindo aos cidadãos interagir com a Administração

Pública de uma forma rápida e eficaz. João Perdigão

tem ainda um desejo que quer ver concretizado no

seu mandato: construir um auditório para que todos os

grupos e entidades associativas possam ter um palco

para mostrar o melhor do seu trabalho.

joão perdigãoPresidente

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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CIDADE DE CANTANHEDE

A União de Freguesias de Covões e Camarneira foi constituída em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa pela agregação das

antigas freguesias e tem a sua sede em Covões.

A empresa nasceu em 2012, resultado da veia empreendedora de Manuel Ribeiro e João Paulo Ramos. Em três anos de trabalho, a

RRMP tem 11 colaboradores e trabalha para o mercado europeu.

União de Freguesias de Covões e Camarneira

RRMP

Freguesias ricas em tradição

“A qualidade é a nossa prioridade”

Esta freguesia do concelho de Cantanhede tem

cerca de 4000 habitantes no seu conjunto e

uma vasta tradição gastronómica, musical e

cultural. Covões, freguesia muito antiga tem a

sua Banda Filarmónica, ininterruptamente, desde 1868

e, agregada a ela, uma escola de música de ensino

gratuito. Tem ainda uma orquestra juvenil e um grupo

coral. Merece ainda destaque o “Monumento ao Músico”,

Sediada na Zona Industrial da Praia da Tocha,

a RRMP opera na área da metalomecânica

de alta precisão, setor onde são exigidos

critérios rigorosos de produção, assegurados

pelo controlo de qualidade. Manuel Ribeiro, sócio e

responsável de produção explica que “quando as

pessoas nos perguntam o que fazemos, costumo dizer

que estamos por trás de tudo aquilo que nos rodeia,

produzindo componentes para vários utensílios”.

homenagem do povo aos músicos e o recentemente

inaugurado “Monumento aos combatentes” sem

esquecer a imponente Igreja matriz e os Cruzeiros do

Santíssimo de Covões e do Monte Arcado, assim como

a escultura de Santo António executada por João de

Ruão. Já em Camarneira, são paragens obrigatórias a

Capela de Nossa Senhora dos Milagres, o Cruzeiro da

Camarneira e o Monumento ao Emigrante.

Estas são duas freguesias com uma forte ligação e

tradição no associativismo, nomeadamente nas áreas

socias, culturais e desportivas. Covões e Camarneira

possuem três IPSS que atuam nas valências da infância

e terceira idade.

Mas é igualmente importante referir a excelência do

leitão assado de Covões. Foi a partir desta convicção

profundamente enraizada na comunidade que a

Filarmónica de Covões decidiu organizar o Festival

do Leitão do Concelho de Cantanhede, que decorre

Inicialmente, a empresa foi “criada para fazer peças

para máquinas de ferramentas”, mas três anos depois

estão também presentes na medicina dentária, no setor

automóvel e na aeronáutica, embora o maior volume de

produção continue a ser para as máquinas ferramenta.

Manuel Ribeiro trabalhou na área desde muito cedo, a

experiência de 20 anos de trabalho na Suíça associada

à “visão” do João Paulo Ramos, levaram os dois amigos

de Cantanhede a constituírem a RRMP. Na altura,

trabalhavam no ramo da distribuição, “a dada altura, João

Paulo disse que devíamos mudar de setor, a distribuição

ia entar em crise. Devíamos mudar para a área da

metalomecânica”, revela o responsável de produção. O

investimento inicial foi com capitais próprios e com o

apoio do QREN, os “equipamentos que temos são muito

dispendiosos”, explica Manuel Ribeiro, relatando como

foram os primeiros meses de trabalho, “começámos

com três máquinas, durante esse tempo, procurámos

dois clientes para fazer peças de teste entrando naquilo

anualmente em Covões, e cuja edição inaugural assumiu

desde logo contornos de grande feira de gastronomia

temática. Este evento, que celebra este ano a sua 10ª

edição envolve todas as associações locais e tem

como organizadores a Prodeco – secção de futebol e

a Prodeco – centro social. Este ano o evento «decorre

no fim de semana de 15 e 16 de agosto no Pavilhão

de Covões e num ambiente geral de festa, animado

com espectáculos musicais, folclore, actuações teatrais

e mostras regionais diversas, o leitão é servido como

manda a tradição, com batata cozida com pele, laranja

e outros complementos e vai à mesa acompanhado

com vinho de Cantanhede ou com o seu magnífico

espumante tinto. Antes disso é possível apreciar outros

pratos associados ao rei do certame, como a cabidela

de leitão, confecionada de forma única, ou a entrada de

bola de leitão, a anteceder a canja de galinha ou o caldo

verde gandarez. A não perder.

que consideramos ser o modo escola. Durante ano e

meio fomos buscar pessoas com formação base em

engenharia mecânica, é difícil formar os primeiros

profissionais, mas depois é fácil, a formação agora é

mais rápida”, ao fim de seis meses temos profissionais

a produzir os primeiros componentes de forma

autónoma. Futuramente, a RRMP pretende apostar na

especialização, através da criação de setores distintos, a

curto prazo querem chegar aos 20 colaboradores.

Asdrúbal torresPresidente

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Page 93: Revista Business Portugal | Agosto '15

Esta edição da Revista Business Portugal coloca, mais uma vez, em evidência as dinâmicas autárquicas, os projetos e os

objetivos dos autarcas, projetando as suas estratégias, no sentido de catapultar os seus concelhos e as suas freguesias para

um desenvolvimento sustentável.

Santa Marta de Penaguião apresenta-se como um município com grande expressão em termos culturais e patrimoniais, que

respira história e tradição. As suas caves são um ex-líbris do concelho marcado pela produção de vinho de qualidade, sendo um dos

principais motores económicos da região.

Mais para sul, encontramos Gavião, uma vila portuguesa no distrito de Portalegre, com uma paisagem monumental, um artesanato

tradicional e uma gastronomia regional rica, variada e saborosa, vale a pena conhecer este Alentejo diferente.

Na freguesia de Vimeiro, as praias e o turismo de aventura e religioso aliados à história e cultura são os pontos-chave para atrair

visitantes a esta que é a mais antiga freguesia do concelho da Lourinhã.

Carregado e Cadafais é constituída por um conjunto de paisagens urbanas e, ainda, por alguns traços rurais que lhe conferem

caraterísticas únicas, que valem a pena conhecer.

A União de Freguesias de Apúlia e Fão torna a organizar o maior festival do marisco do norte, assim como a jornada gastronómica

que já é distintiva da região. É em terras de sol e mar, com algum encanto à mistura que poderá, conhecer sabores e saberes.

Aproveite ainda para conhecer Oleiros!

REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE

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REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Em pleno “Reino Maravilhoso”, como Miguel Torga descreve a Região Demarcada do Douro, encontramos o pequeno município, apenas

em dimensão mas grande em termos culturais e patrimoniais, de Santa Marta de Penaguião.

município de santa marta de penaguião

No Douro os durienses têm que viver bem”

Entre curva e contracurva, num pequeno

percurso entre Vila Real e o Peso da Régua,

Santa Marta é um destino de paragem

obrigatória. As suas Caves, que outrora foram

as maiores da região e uma das maiores a nível nacional,

são um ex-líbris do concelho pautado pela produção de

vinho de qualidade, sendo um dos principais motores

económicos da região. Os produtores conservam

a tradição e as suas uvas produzem dos melhores

vinhos do mundo, premiados consecutivamente além-

fronteiras. Estes são alguns dos motivos para se deixar

encantar por um dos concelhos mais bonitos da mais

bela região do país.

Um concelho que respira história e tradição

Quando a questão é o surgimento da Região Demarcada

do Douro, Santa Marta de Penaguião, ganha nítido

destaque e Luís Reguengo Machado, líder do executivo

municipal, começa por nos explicar o porquê.

“Santa Marta é o melhor concelho da Região Demarcada

do Douro por duas razões: primeiro porque é padroeira

desta região e porque sendo a região do Douro a mais

antiga região do mundo demarcada e regulamentada,

foi um penaguiense Frei João de Mansilha que projetou,

elaborou e fundamentou o Douro. Portanto, podemos

dizer com muita alegria que o Douro nasceu a partir

de Santa Marta e por isso somos o concelho mais

diferenciador na região”. Assumindo o papel principal,

o vinho de Santa Marta sempre acompanhou a

gastronomia típica da região e é recorrente ser premiado

pela sua qualidade e diferenciação.

“A nossa gastronomia prende-se muito com a produção

do vinho. O vinho é o nosso produto por excelência

e a gastronomia acompanha-o de certa forma. Hoje

em dia não é diferente mantemos o nosso cabrito, as

nossas tripas, o nosso cozido. Temos vários pratos com

castanha porque Santa Marta, para além do Douro

também tem o Marão, o que nos dá um potencial

turístico e de paisagem ímpar. Temos cerca de 15

produtores engarrafadores que, no último concurso em

que estiveram presentes conseguiram 10 medalhas e o

nosso vinho do Porto alcançou uma grande medalha de

ouro”, realça o autarca.

Potenciar a arte de bem receber

Que o Douro está na moda, toda a gente o sabe mas,

para Luís Reguengo Machado ainda há muito a fazer no

que respeita ao turismo duriense. “O Douro tem muita

visita turística mas não tem turismo”, explica.

No seu entender, a solução passa por apresentar o

Douro na rua, pela qualidade de bem receber e pela

apresentação dos melhores produtos que o Douro tem

para oferecer.

“Os agentes turísticos têm que perceber que para

haver turismo tem que haver paisagem e para haver

paisagem tem que haver criação de riqueza, ou seja,

os durienses têm que receber em função daquilo que

produzem para continuarem a produzir e a manter a

paisagem e, simultaneamente, viverem bem para ficar

no Douro. Passando este paradigma o que é preciso é

que o Douro se sirva na rua. Há a ideia de que no Douro

existem muitos e bons serviços e é verdade, que são as

unidades hoteleiras de quatro e cinco estrelas e essas

sim sabem servir bem mas, o nosso Douro serve-se na

rua, serve-se na tasca, no restaurante, à beira da estrada

e são esses os turistas que nos queremos, turistas que

comam e durmam no Douro. Não queremos os que

chegam aqui com um pacote pré-pago, em que fazem

duas ou três visitas e vão embora, não deixando um

luís reguengo machadoPresidente

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

95

MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

cêntimo na região”.

Em Santa Marta de Penaguião, esse trabalho já está a

ser desenvolvido de modo a aumentar o fluxo turístico

no concelho.

“Estamos a desenvolver um trabalho junto da

restauração e da hotelaria que passa por saber dar

de beber, saber dar de comer e saber acolher. Temos

também em andamento uma nova unidade hoteleira e

temos a expetativa que em agosto a mesma vai avançar.

O mais importante é termos o Douro em cada esquina,

para que quem visite Santa Marta se sinta no Douro,

que seja bem servido com o vinho e a gastronomia de

qualidade de modo a que mais tarde volte e recomende

aos seus amigos”.

Ligação entre concelhos vizinhos

Ferrovia a dez minutos, A24 a cinco e o rio Douro a mais

de um par de minutos, chegar a Santa Marta é fácil. Num

espaço médio de meia hora, o concelho proporciona

várias realidades únicas no Douro. Na opinião de Luís

Reguengo Machado, a proximidade entre Vila Real,

Lamego e Peso da Régua deve ser potenciada como

geradora de emprego para pessoas da região.

“Não é prioritário que Santa Marta cresça enquanto

emprego só por si. O que é prioritário é que o eixo Santa

Marta, Vila Real, Peso da Régua e Lamego crie mais

de mil empregos. É importante que se criem bolsas de

emprego que permitam que as pessoas se mantenham

nas suas casas”, ressalva acrescentando que a sua

principal missão enquanto autarca passa essencialmente

pelo bem-estar e felicidade dos penaguienses.

Outra das soluções apontadas pelo autarca para a criação

de emprego passa por gerar riqueza, nomeadamente

através do vinho e das potencialidades de recursos do

Marão como a castanha, a resina e o mel. Incentivar

a produção de produtos regionais que permitam gerar

rendimentos e que facilitem que as pessoas se fixem

na região, nomeadamente os mais jovens que, segundo

Luís Reguengo Machado, estão a começar a formar-se

em áreas em que possam ser úteis para Santa Marta

e que Santa Marta lhes possa dar a oportunidade para

as aplicar.

Iniciativas para penaguienses e não só

Promoção é a palavra de ordem num concelho com

vários eventos ao longo do ano. Na divulgação da cultura

local reside a maior preocupação numa autarquia que

começa a ser reconhecida nacional e internacionalmente.

“Estamos a realizar muitos eventos culturais

essencialmente para promover o nosso concelho

porque entendemos que é através da nossa cultura que

conseguimos vender os nossos produtos. Estes eventos

têm duas vertentes: uma é local, ou seja, satisfazer as

vontades da população local e proporcionar momentos

de alegria e, numa segunda vertente o nosso objetivo é

criar eventos que tragam pessoas de fora”.

Na Caminhada Noturna que a autarquia realizou, houve

cerca de 600 participantes e mais de 350 vieram de

fora de Santa Marta.

“Tivemos espanhóis, gente de Lisboa, do Alentejo, do

Minho e de Timor a participar na nossa Caminhada

Noturna, sendo uma oportunidade muito boa para

promovermos o nosso concelho. Estamos a realizar

muitos eventos culturais essencialmente porque

entendemos que é através da nossa cultura que

conseguimos promover os nossos produtos. ”.

A Semana Cultural de Santa Marta de Penaguião é

uma tradição longa de 26 anos que visa dar às nossas

coletividades a oportunidade de mostrarem os seus

trabalhos e é uma montra extraordinária da cultura da

região.

Futuro promissor

São muitos e promissores os projetos definidos para

o futuro de Santa Marta de Penaguião. A educação, o

emprego para os mais jovens e o turismo são as áreas

que irão merecer maior destaque e mais intervenção por

parte da autarquia.

“Para o futuro temos vários projetos âncora sendo que

o primeiro é a felicidade e bem-estar de quem vive em

Santa Marta. O segundo é a educação. É importante que

Santa Marta forme as melhores pessoas do país para

que seja distintiva e diferente. Por outro lado, temos as

áreas económicas onde estão projetados três projetos

a nível turístico: um centro de interpretação do Douro

que irá ser complementado com um miradouro a que

chamamos “Douro Vivo” em que colocaremos todas as

castas regulamentadas e autorizadas do Douro e criar

um espaço de lazer para que quem nos visite e queira

estar durante o dia tenha todas as condições para se

sentir em casa, complementado pelo Marão”.

A nível económico os projetos passam pela criação

de uma plataforma logística e de uma incubadora de

empresas.

“Se conseguimos concretizar todos estes projetos Santa

Marta será um Município totalmente sustentável”, finaliza

Luís Reguengo Machado.

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

É em terras de sol e mar, com algum encanto à mistura que poderá, no próximo mês de agosto, saborear o que de melhor há no norte do

país. A União de Freguesias de Apúlia e Fão torna a organizar o maior festival do marisco do norte, assim como a jornada gastronómica

que já é característica da região. A apresentação dos festivais contou com uma degustação dos principais pratos que aí serão servidos.

união de freguesias de apúlia e fão

Festivais de sabores e de cores

Foi junto às belas praias da Apúlia, e já com

um aroma delicioso a pairar no ar, que Luís

Peixoto, presidente desta União de Freguesias,

juntamente com o seu Executivo, apresentaram

o programa dos três festivais que, por esta altura,

enchem Fão e Apúlia de turistas e de todos os que são

‘bom garfo’.

Organizados integralmente pela União de Freguesias de

Apúlia e Fão, Luís Peixoto refere que os festivais são

complementares “e não se sobrepõem. Na Apúlia temos

pratos variados, de carne e peixe, com destaque para o

mais recente prato do concelho, o polvo da pedra. Em

Fão, a aposta passa claramente pelo marisco”.

A 11ª Jornada Gastronómica toma lugar entre 31 de

julho e 5 de agosto, na freguesia de Apúlia, “é um evento

mais diversificado”, diz Luís Peixoto, fazendo questão de

referir que todas as condições de higiene e segurança

estão garantidas. Este ano, o festival ocorre junto ao

edifício da Colónia de Férias, proporcionando uma

magnífica vista para o mar.

Em Fão, de 8 a 17 de agosto, decorre a 19ª Festa

da Cerveja e do Marisco que já é considerado por

muitos o maior festival de marisco do norte. “Aqui

temos marisco sempre fresco, complementado com

saborosas sobremesas típicas como as Clarinhas de

Fão, os afamados folhadinhos e dois doces novos

já galardoados: os Cavalinhos de Fão e as Folhas de

Outono”, revela o edil.

A complementar esta oferta gastronómica tem também

lugar a Feira de Artesanato, um evento que é também já

uma referência na região e que atrai muitos a Fão. Esta

feira acontece em simultâneo com o festival de marisco,

no mesmo recinto.

Uma das novidades de 2015 passa pelo estacionamento,

uma vez que está garantido um parque com capacidade

para cerca de 160 viaturas, com vigilância. Do parque

aos recintos está também garantido o transporte através

de autocarros, que farão viagens regularmente de 10

em 10 minutos.

Então, do que está à espera?

Luís PeixotoPresidente

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Gavião pertence ao distrito de Portalegre e quer marcar a diferença através de uma aposta forte no turismo, a natureza da região é

propícia com o Tejo em pano de fundo. Os museus e os percursos pedestres são outro dos atrativos e o município está a criar todas as

condições necessárias para que Gavião se torne uma referência.

município de gavião

Gavião, o concelho onde o Alentejo é diferente

Gavião é uma vila que pertence ao distrito de

Portalegre. O lema do município é “Um Alentejo

diferente”, o que significa esta máxima?

Situado ao extremo do Norte Alentejano, é por excelência

o único concelho que abraça as duas margens do

Rio Tejo pela freguesia de Belver. O concelho insere-

se no Distrito de Portalegre (Alentejo) e insere-se na

sub-região do Alto-Alentejo. É composto por quatro

freguesias: União das Freguesias de Gavião e Atalaia,

Belver, Margem e Comenda.

Nos dias de hoje, o concelho de Gavião dedica-se a

uma economia virada para a agricultura, pecuária e

pequena indústria, aliada a estes setores está a sua

geografia muito diversificada e contrastante. A este

contraste de paisagens multifacetadas há no entanto

uma homogeneidade de alma humana: as gentes são

de boa feição e de sublime beleza nos afetos.

Por tudo isto nos intitulamos de ‘Um Alentejo Diferente’

Em termos turísticos e, para quem nunca visitou

Gavião, quais são os atrativos do concelho? Que

eventos há a destacar?

Beneficiar das nossas paisagens, do Tejo, da Praia do

Alamal, da Ribeira da Venda, do Castelo de Belver, do

Museu do Sabão, do Museu das Mantas e Tapeçarias,

dos Percursos Pedestres e de tantas outras coisas boas

que temos e que pretendemos fomentar é um privilégio

que os nossos visitantes podem desfrutar. Aliando a tudo

isto uma oferta gastronómica de eleição, estão reunidos

os condimentos para uma escapadinha ao ‘Alentejo

Diferente’.

Temos quatro freguesias com uma identidade muito

própria e em todas queremos ter uma atividade

de referência onde os produtos locais possam ser

divulgados.

Se em Belver temos a Feira Medieval, no terceiro fim

de semana de junho e a Feira dos Folares, (sábado josé pioPresidente

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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

de Páscoa) em Margem a já tradicional Festa do

Feijão-Frade, (durante o mês de 0utubro) na sede de

concelho a Feira de Artesanato Gastronomia e Atividades

Económicas, (3º fim de semana de julho), na Comenda

teremos, este ano, pela primeira vez na Ribeira da Venda

a Festa da Juventude (18 e 19 de setembro).

Para além disso, sobretudo nos meses de verão, são

inúmeras e por todo o concelho as festas de cariz

religioso e pagão.

O Alentejo, à semelhança das regiões do interior

do país, sente as dificuldades inerentes à

desertificação. O município de Gavião está a ser

afetado? O que está a ser feito para combater esta

tendência?

É verdade um dos grandes problemas do interior do país

é a desertificação e o concelho de Gavião não foge à

regra. Poderia enumerar imensas coisas que fazemos

para minorar esta tendência, mas há uma verdade que

é indesmentível, quando o poder Central não quer, não

ajuda, não incentiva, todos os nossos esforços são

infrutíferos. Lamentavelmente temos um país a duas

velocidades, onde o Litoral é privilegiado em relação

ao resto do país. É desumano e injustificado todos

os dias sentirmos que os nossos jovens vão sair para

estudar e não vão regressar mais. Será que o interior

não tem potencialidades? Não acredito!!! Até porque ali

ao lado está Espanha, mais propriamente a Estremadura

Espanhola, e só a título de exemplo veja-se o incrível

desenvolvimento de uma cidade chamada Badajoz.

E já agora a talhe de foice, Madrid fica no interior de

Espanha.

Quais as infraestruturas disponíveis no concelho

em termos de escolas e apoio a idosos? Em

termos associativos existem entidades?

Em jeito de brincadeira costumo dizer, que começamos

a ter todos os espaços de utilização coletiva que têm as

grandes cidades. Falta-nos gente para os utilizar.

Temos um concelho devidamente infraestruturado, à

nossa dimensão temos um centro de saúde moderno

e eficiente, excelentes instalações escolares, uma

biblioteca municipal devidamente equipada, um bom

pavilhão desportivo, espaços verdes de qualidade,

um moderno complexo desportivo, um cine teatro

de excelente qualidade, uma rede viária adequada às

necessidades, muitas e ativas associações e quatro lares

de terceira idade, que fazem da economia social o maior

empregador do concelho.

Se estamos satisfeitos? Não, não estamos, queremos

mais e melhor e para isso temo-nos vindo a substituir

à Administração Central nos apoios aos nossos

concidadãos senão vejamos:

A criação do Cartão do Idoso que proporciona redução

da água a 50 por cento do custo, a redução dos custos

de ambulância também a 50 por cento e a existência de

uma equipa multidisciplinar para pequenas reparações

em casa. Também e através do Gabinete de Ação Social

do Município existe uma parceria com a Universidade

Sénior espaço de convívio de excelência para os menos

jovens com aulas de música, culinária, bordados,

costura, dança, teatro, informática, hidroginástica, etc.

Para além disso é proporcionado a todos os séniores

anualmente uma viagem que lhes permite conhecer

melhor o nosso país.

Mas não descuramos o apoio aos mais jovens, as bolsas

de estudo aos estudantes do ensino superior, a oferta

de manuais escolares a todos os estudantes até ao 2º

Ciclo, os apoios à natalidade, os apoios à construção

de habitação para os mais jovens, são exemplos que

referenciamos.

Inserido ainda na política de fixação de pessoas e

empresas no concelho, fixamos as mais baixas taxas

de IMI permitidas por Lei, isentamos de derrama as

empresas, devolvemos a todos munícipes os 5 por

cento de IRS que cabiam ao Município.

Também nas políticas sociais, somos diferentes, ao

contrário do Governo Central, acreditamos no Interior

do País.

Fomos contra o encerramento de todos os serviços de

proximidade, queremos ter os mesmos direitos e as

mesmas oportunidades de quem vive no Litoral.

Quais os projetos, que a Câmara Municipal de

Gavião, tem para o futuro?

De forma sustentada entendemos como fundamental a

criação de postos de trabalho como grande projeto para

o futuro e é nesse sentido que a nossa maior aposta

incidirá na criação de um espaço na Zona Industrial que

pretenderá ser uma incubadora de empresas, sobretudo

viradas para o empreendedorismo e novas tecnologias.

Não descuramos contudo aquilo que entendemos ser

uma lacuna na sede de concelho, a inexistência de uma

piscina municipal descoberta e tudo faremos para que

esse objetivo também seja uma realidade.

Manteremos uma aposta forte na criação de condições

para que o turismo seja uma das nossas principais

fontes de riqueza e de criação de postos de trabalho.

Para finalizar, gostaria de deixar alguma

mensagem aos seus munícipes?

Como já perceberam, mantemo-nos fiéis ao nosso

compromisso eleitoral. Temos como primeira

prioridade as pessoas, a exclusão social, e o apoio ao

desemprego. Somos ambiciosos e estamos confiantes

que com a ajuda de todos conseguiremos ultrapassar

todos os obstáculos. Somos audazes nas propostas e

determinados na sua defesa. Queremos um concelho

dinâmico e preparado para os desafios da modernidade.

Queremos mais e melhor concelho de Gavião.

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

Inserida na grande área metropolitana de Lisboa, a freguesia do Carregado e Cadafais oferece “qualidade de vida, onde o objetivo

principal é proporcionar bem-estar a todos os habitantes”. Quem o afirma é José Manuel Mendes, presidente da junta de freguesia do

Carregado e Cadafais responsável pelo comando dos destinos da terra.

união de freguesias do carregado e cadafais

Uma freguesia viva

Carregado e Cadafais é uma freguesia

portuguesa do concelho de Alenquer com

cerca de 15 mil habitantes e cerca de 25

quilómetros quadrados.

A freguesia que pertence ao núcleo urbano da cidade é

banhada pelo rio Tejo e é constituída por um conjunto de

paisagens urbanas e, ainda, por alguns traços rurais que

“lhe dão uma característica diferente”, refere o autarca.

Uma freguesia extremamente diversificada e rica

culturalmente “temos uma população com bastantes

etnias e várias comunidades, sobretudo Cabo Verdianos,

Paquistaneses, Chineses, Ucranianos, Angolanos,

Guineenses, Moçambicanos, Brasileiros, há uma grande

diversidade cultural”, conta José Mendes, presidente da

junta de freguesia.

Com bastantes equipamentos públicos, de teor social

e de serviço à população, tais como centro de saúde,

posto de correios, escolas com 1º, 2º e 3º ciclo e cerca

de 11 coletividades “que ajudam a tornar mais eclética

a própria resposta cultural, recreativa e desportiva da

freguesia”, boas acessibilidades e uma ótima rede de

transportes esta é uma freguesia com “características

arquitetónicas muito específicas”, que se “sustenta a

ela própria” e que “qualifica a vida de quem cá reside”,

salienta o presidente.

Em termos empresariais, embora tenham uma elevada

taxa de desemprego, tem também nos seus domínios

algumas empresas de referência nacional e internacional,

tais como a Matutano, indústrias do ramo automóvel

– Manuel da Conceição Graça, Salvador Caetano -

empresas de logística - Luís Simões, armazéns das

grandes superfícies comerciais, e algumas pequenas e

médias empresas. “Foi feito um estudo por uma empresa

de marketing que revelou que a freguesia representava

cerca de 50 por cento da receita total direta e indireta no

concelho de Alenquer”, acrescenta José Mendes.

Do ponto de vista turístico temos o ex-libris da antiga

freguesia do Carregado um marco de caminho para

indicações das estradas, em Cadafais temos duas torres

romanas e ainda, temos a primeira linha de caminhos de

ferro em Portugal.

Já no que toca à gastronomia a região tem como

produto típico as broas de mel.

Festividades

Os eventos e demais certames que ocorrem anualmente

na freguesia são os festejos do 25 de abril com uma

volta de bicicleta à freguesia, o dia da vila que se realiza

a 4 de junho onde consagram duas entidades ou

personalidades que se destacaram na vila ao longo dos

tempos. As festas dos Cadafais em final de julho e em

setembro as festas do Carregado. No Natal realizam um

almoço de convívio com os idosos da freguesia. E em

paralelo, colaboram com as escolas locais no Carnaval,

no dia mundial da criança e no encerramento do ano

letivo.

Ação social

A intervenção das Autarquias e dos Municípios no

âmbito da Ação Social, tem-se revelado cada vez mais

indispensável e pertinente, tendo como principal objetivo

a atenuação dos fenómenos de pobreza e exclusão

social.

Assim sendo, e com um grande número de famílias

carenciadas a Junta de Freguesia de Carregado e

Cadafais procura dar respostas às necessidades

existentes no âmbito da ação Social, apresentando

um inúmero leque de serviços e projetos que possam

ajudar na resolução de alguns problemas que surjam,

José manuel mendesPresidente

MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

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REVISTA BUSINESS PORTUGAL

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junto dos segmentos mais vulneráveis da população. De

maneira, a conseguir promover uma plena integração

social. “Temos uma loja social nas antigas instalações

da escola primária, onde as pessoas têm ao dispor

vestuário, calçado, móveis e alimentos. Mensalmente

distribuímos um cabaz com géneros alimentares a cerca

de 90 famílias carenciadas; diariamente uma empresa

fornece a cerca de 20 crianças necessitadas o jantar;

temos o convívio sénior para pessoas com mais de 50

anos para que estas possam ocupar de forma positiva

os tempos livres; apoiamos pontualmente, dentro do

possível, a compra de medicamentos para pessoas

necessitadas; organizamos passeios com os mais

idosos. Já nas instalações da junta temos apoio judicial,

pagamos a um advogado para fazer um trabalho de

aconselhamento, temos também ao serviço da junta

uma psicóloga que também faz trabalho comunitário,

principalmente direcionado para crianças. Também

fazemos apoio em termos de documentação para a

segurança social, temos também um protocolo com o

instituto de emprego e formação profissional onde as

pessoas que estão desempregadas e estão à procura

de emprego podem vir às instalações da junta no âmbito

do registo eletrónico quinzenal e também temos uma

colaboração com a reinserção social em que recebemos

várias pessoas que cumprem horas de trabalho

comunitário, em colaboração com a Direção – Geral de

Reinserção e Serviços Prisionais – Equipa do Oeste”,

conta o presidente.

Projetos

Relativamente, a projetos futuros “já disponibilizamos

um espaço para ter uma loja do cidadão e estamos

aguardar a aprovação. Enviamos um baixo assinado

e várias petições dos utentes do Centro de Saúde do

Carregado, para o Ministério da Saúde, Diretor do ACES-

Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo

e ao Diretor da ARSLVT – Administração Regional de

Saúde Lisboa e Vale do Tejo, IP, a reclamar sobre a falta

de médicos no Centro de Saúde do Carregado.

Solicitámos, mais uma vez, à Câmara Municipal de

Alenquer e a outras entidades competentes a limpeza

urgente do Rio da Regateira (Ribeira do Sarra). Assim

como a resolução urgente das descargas de poluentes

nesta ribeira, e dos maus cheiros dai provenientes.

Temos envidado esforços no sentido de existir mais

policiamento de proximidade.

Reclamámos também a urgência da construção de um

parque urbano com zonas pedonais” conclui.

MUNICÍPIOS EM DESTAQUE

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Situado numa zona de grande beleza natural, o município de Oleiros carateriza-se pelas suas paisagens rurais de pinhais e abundantes

cursos de água. É também na sua gastronomia tradicional e única que reside uma das principais razões que tornam Oleiros um ponto

de paragem obrigatória.

município de oleiros

Município rico em património natural

“Oleiros tem um património natural e

gastronómico riquíssimo e ao longo

destes anos o município tem tentado

tirar o maior proveito disso já que no

meio onde estamos inseridos não abunda outro tipo de

património”, conta-nos Vítor Antunes, vice-presidente da

câmara municipal.

Oleiros apresenta também um interessante património

religioso, como se pode observar na sua Igreja Matriz,

classificada como Imóvel de Interesse Público.

Evolução no setor do turismo

No entender de Vítor Antunes e do atual executivo

municipal a grande aposta de futuro do município deve

passar pelo turismo e consequentemente pela criação e

dinamização de unidades hoteleiras e restauração.

“Temos tentado divulgar e criar condições que possam

trazer até nós o máximo de visitantes e de turistas.

Se recuarmos alguns anos praticamente não existia

uma cama para as pessoas pernoitarem em Oleiros.

Hoje, felizmente essa situação já não acontece e o

nosso concelho dispõe de algumas boas unidades de

alojamento”.

Neste sentido, Vítor Antunes enumera algumas unidades

hoteleiras que estão ao dispor dos visitantes e turistas

dando especial destaque ao Hotel Santa Margarida.

“Recordo o Hotel de Santa Margarida, que entrou em

vítor antunesVice-Presidente

REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE

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funcionamento em 2012 e que o município construiu

através dos seus meios sendo que o terreno já nos

pertencia O município criou a infrestrutura, equipou-a

e abriu o procedimento com vista à concessão desse

hotel. À margem disto têm surgido outros investidores

do concelho e hoje Oleiros já dispõe de boas unidades a

nível de turismo e alojamento”.

O autarca destaca igualmente e numa vertente de turismo

rural, o empreendimento Vilar dos Condes, na freguesia

de Madeirã, a Casa dos Hospitalários na freguesia de

Álvaro, uma aldeia integrada na rede de Aldeia de Xisto,

uma unidade de alojamento na freguesia do Estreito, o

turismo rural de S. Torcato Moradal, um dos mais antigos

do concelho e também a Casa do Dão, esta em Oleiros.

A criação de um novo empreendimento, designado

Refúgidos do Pinhal, é também uma realidade neste

concelho empreendedor, um projeto que está em fase

de ultimação das obras e que entrará em funcionamento

ainda este mês de agosto.

“Com todas estas unidades hoteleiras foram criadas as

condições para que as pessoas possam vir a Oleiros

visitar o concelho e degustar a nossa gastronomia que é

riquíssima”, declara Vítor Antunes.

Cabrito Estonado e o seu Festival

Oleiros é conhecido pelo seu cabrito estonado, uma

especialidade única e no sentido de divulgar e promover

esta iguaria realiza-se no concelho um festival anual,

o Festival do Cabrito Estonado. Este ano, o município

concretizou um desejo antigo que consistia na criação

da Confraria do Cabrito Estonado, que teve lugar no dia

31 de maio deste ano. Mas os eventos não se ficam

por aqui.

“A partir do próximo dia 5 de agosto entraremos na

época alta de Oleiros em que de facto nos visitam

muito imigrantes e pessoas de concelhos vizinhos. Vai

abrir nesse dia a nossa XV Feira do Pinhal, um certame

que ganhou expressão e que trouxe algum dinamismo

ao nosso território. Nesta feira é possível encontrar

os nossos melhores produtos, o melhor artesanato

e gastronomia da região para além dos espetáculos

musicais e dos nossos espetáculos pirotécnicos, já que

estamos no concelho em que temos uma das melhores

unidades pirotécnias do país, que é a Pirotecnia

Oleirense”, explica Vítor Antunes.

Ao longo dos anos a câmara tem vindo a trabalhar a

questão do turismo e para isso muito contribuiram as

associações do concelho. Associações dinâmicas e

que colaboram com regulariedade nestes eventos e em

vários que a câmara organiza ao longo do ano.

“No ínicio de novembro o município promove também

o Festival do Medronho e da Castanha, onde fazemos

uma mostra desses produtos e o respetivo calendário

de animação. Em conjunto com a associação Pinhal

Total, o município organiza também uma Rota BTT pelo

concelho”, frisa o vice-presidente.

No seu entender, a integração no Geo Parque NaturTejo

é também uma mais valia e uma das principais razões

para receberem cada vez mais pessoas no concelho.

Criação de emprego e fixação de pessoas na

região

Vítor Antunes assume que uma, se não a principal

preocupação do executivo, é criar condições para

empresas se sediarem no concelho e consequentemente

gerarem emprego pois como na maior parte dos

municípios do interior do país, Oleiros debate-se com

a desertificação.

“As empresas não se vão sediar em Oleiros se não

criarmos as condições para isso e consequentemente

as pessoas não se vão fixar cá. Temos incentivos

para a natalidade, temos a água ao mais baixo custo

do país, apoiamos as nossas crianças a nível de

transportes escolas e dos livros, enfim, temos um lote

de incentivos para que as pessoas se possam fixar aqui.

Estes incentivos, sem a criação de emprego, não são

suficientes”, reflete.

No sentido de combater o desemprego e a consequente

desertificação, o município criou um Gabinete de Apoio

ao Investidor, para apoiar quem queria criar o seu

negócio e o seu posto de trabalho no município.

“Temos vários produtos endógenos e a aposta deve e

poderá passar por aqui”, acredita Vítor Antunes.

Apoio Sénior

Para apoiar a classe sénior do concelho, maioritariamente

marcado por uma população mais idosa, o município

desenvolveu vários projetos inovadores no concelho.

“Disponibilizamos uma carrinha de transporte para os

idosos usufruirem de tratamentos nas Termas da Ladeira

e temos também uma Unidade Móvel de Saúde que

percorre as nossas freguesias com uma assistente

social e uma enfermeira e que prestam alguns cuidados

necessários a nível de saúde a quem necessitar”, explica

Vítor Antunes.

Numa vertente mais cultural e diversificada, o município

apoia também as visitas anuais levadas a cabo pelas

freguesias disponibilizando para o efeito os seus

autocarros à população sénior.

Preocupação ambiental

Oleiros é um concelho maioritariamente florestal e

foi alvo de um flagelo muito grande ao longo destes

anos sendo que o mais grave foi em 2003 em que

praticamente 60% do seu território foi afetado por um

grande incêndio. Hoje, a floresta esta praticamente

composta a nível de regeneração natural e o “que

necessitava era de limpeza e desbaste para que não

aconteça o mesmo flagelo”, diz o autarca.

Com as recentes visitas do Secretário de Estado do

Ordenamento do Território e do Ministro do Ambiente,

a autarquia quer consolidar passos no sentido de

preservar essa floresta.

“É igualmente importante delimitar espaços e territórios,

saber quem são os seus donos e estes tratarem deles a

nível de limpeza. Tem sido um trabalho muito árduo por

parte do município”, frisa.

Apesar do desgaste e esforço que é necessário, Vítor

Antunes admite que gosta de se sentir útil às gentes da

sua terra e que quando querem tratar de um assunto

“é à minha porta que vem bater, dando algum espaço

ao presidente da câmara, que tem igualmente muito

trabalho.”

“Estou muito satisfeito, tem sido um desafio muito

aliciante”, finaliza.

REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE

Page 107: Revista Business Portugal | Agosto '15

Eventos e Reuniões

Auditório O auditório do Hotel Do Parque é uma sala em anfiteatro, preparada com os mais recentes equipamentos audiovisuais. O auditório tem capacidade para 175 pessoas e está equipado com vídeo projector, retroprojector, quadros de apoio, ecrã, sistema de som, videoconferência e cabine para tradução simultânea.

Salão Terrace O Salão Terrace está preparado para receber vários eventos, com possibilidade de se subdividir em três salas independentes. Capacidade. 150 pessoas com plateia, 45 pessoas em mesa em «U», 100 pessoas organizadas em sala de aula ou 350 pessoas em banquete ( mesa redonda). Cada uma das sub salas recebem 25 pessoas em plateia, 20 pessoas em mesa em «U» e 20 pessoas em sala de aula.

Business Center O Hotel do Parque dispõe das infra-estruturas e dos equipamentos necessários para responder às necessidades de grupos empresariais, na realização de congressos, apresentações, reuniões, workshops, simpósios, seminários ou colóquios. Todas as salas têm luz natural e estão equipadas com retroprojectores, ecrãs, sistema de som, quadros de apoio e Internet sem fios - Wireless. Dispõem ainda de salas para equipas de secretariado e bares de apoio para coffee break com serviço de catering.

Aventura e Lazer Pode sempre aliar ao trabalho um pouco de lazer. A nossa unidade proporciona ainda momentos inesquecíveis, contando para isso com um Salão de Festas com capacidade para 350 pessoas e um Health Club & Spa para praticar um pouco de exercício ou simplesmente relaxar. Mas se procurar um pouco de atividade ao ar livre pode sempre aventurar-se em passeios TT, caminhadas ou atividades mais radicais num belo cenário rodeado de serras, rios e passando também por aldeias de xisto.

Rua do Serrado - Termas de S. Pedro do Sul . 3660-692 Várzea | Tel: 232723461 | [email protected] | www.hoteldoparque.pt

Termas de S. Pedro do Sul Hotel do Parque - Health Club & Spa

Page 108: Revista Business Portugal | Agosto '15

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