revista brasileira de quiropraxia vol 4 n 2
TRANSCRIPT
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
1/79
66
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
2/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 67 de 143
Revista brasileira de
QuiropraxiaBrazilian Journal of Chiropractic
Apoio:
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
3/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 68 de 143
REVISTA BRASILEIRA DE QUIROPRAXIA - BRAZILIAN JOURNAL OFCHIROPRACTIC
Volume IV- Nmero 2 Julho a Dezembro 2013NDICE CONTENT
1. EDITORIAL E INSTRU ES AOS AUTORES 692. REVISO E ATUALIZAO
Tcnicas Integrativas Quiropraxia: Exerccios Teraputicos
Practices in integrative chiropractic: Therapeutic Exercises
Eliana Soares Pereira
76
3. The basis of Chiropract ic Manipulat ive Reflex Technique (CMRT)
Bases da Tcnica Quiroprtica Manipulativa Reflexa (CMRT)
Joseph F Unger Jr
79
4. ARTIGOS ORIGINAISA eficcia do ajuste cervical em portadores da Sndrome de CefaleiaCervicognica
The effectiveness of cervical adjustment in patients with cervicogenic headachesyndrome
Marcelo Todescatt Grittie Mariana Wentz Faoro
83
5. Perfil sociodemogrfico dos usurios do servio de quiropraxia de umaunidade bsica de sade em Porto Alegre/RS
Users sociodemographic profile of utilizationof chiropractic services in a basic healthcare unit in Porto Alegre.
Carlos Podalirio B. de Almeida, Ranieli G. Zapelini, Brbara N. G. de Goulart
93
6. Avaliao da relao do tratamento de manipulao articular com a expressourinria de hidroxiprolina em atletas corredores fundistas
Assessment of the relationship of the treatment of joint manipulation with theexpression urinary hydroxyproline athletes in long distance runners
Renato Hirose,Stefan M. Westerstahl, Song Duck Kim,Carlos J. R. Oliveira
104
7 Alteraes ps-ajustes vertebrais em praticantes de montanhismo
Changes in post-spinal adjustments practitioners of mountaineering
Ismael Zieroe Marcelo Machado de Oliveira
114
8. Prevalncia de escoliose idioptica em pacientes submetidos ao atendimento
quiroprtico em uma clnica escola
Prevalence of idiopathic scoliosis in patients undergoing chiropractic care in a clinic
school
Gabriela Piccoli Pizzamiglio, Mariana Wentz Faoro,Nara Isabel Gehlen
125
9. Efeitos do tratamento quiroprtico associado ou no ao uso de bandagemelstica na postura cervical de deficientes visuais
Effects of chiropractic treatment with or without the use of elastic bandage on cervical
posture for the visually impaired
Leticia Gitacie Angela Kolberg
135
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
4/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 69 de 143
EDITORIAL
Os profissionais da rea no tm medido esforos para fidelizar seuspacientes e aumentar sua credibilidade profissional e assim consolidar seu
papel na sociedade. Para tanto, reconhecem a necessidade de vincular o
modelo de prtica com as necessidades dentro do nosso meio social,
respeitando os limites ticos e da boa prtica profissional baseada em
evidncias cientficas.
As perspectivas atuais de trabalho so grandes e esto em contnua
evoluo, exigindo que o profissional desafie sua capacidade cotidiana ebusque atualizao constante, utilizando novas abordagens e procedimentos
eficazes que agreguem um diferencial a sua prtica. O melhor caminho para
alcanar essa meta a educao permanente, cujo conceito abrange todas
as reas de atividade humana e est baseada em trs pontos:
aperfeioamento, especializao e pesquisa.
Baseados nestas premissas a Revista Brasileira de Quiropraxia nas
edies deste ano traz artigos de atualizao e reviso que abordam conceitosbsicos de ferramentas exclusivas da profisso, como o caso da Sacro
Occipital Techinic(SOT), Chiropractic Manipulative Reflex Technique(CMRT) e
prticas comuns entre os diferentes terapeutas manuais como os Exerccios
Teraputicos e a Bandagem Elstica.
Esperamos que apreciem e aproveitem a leitura. Lembramos ainda que
o envio de artigos para a revista contnuo, devem ser encaminhados para o
e-mail: [email protected] respeitando-se as normas do peridico, que podem
ser encontradas na seco de orientao aos autores.
Boa Leitura.
Corpo Editorial
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
5/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 70 de 143
REVISTA BRASILEIRA DE QUIROPRAXIA - BRAZILIAN JOURNAL OFCHIROPRACTIC
Corpo Editorial
Editor cientfico
Djalma Jos Fagundes
Editores assistentes
Ana Paula Albuquerque Facchinato
Evergisto Souto Maior Lopes
Jornalista cientfico
Anna Carolina Negrini Fagundes Martino
Consultor da lngua inglesa
Ricardo Fujikawa
Conselho nacional de consultores (Brasil)
Eduardo S. Botelho Bracher
Fernando Redondo
Aline Pereira Labate Fernandes
Conselho internacional de consultores
David Chapman SmithReed Phillips
Fbio Dal Bello
Assessoria e Gerncia Executiva
Mara Clia Paiva
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
6/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 71 de 143
AGRADECIMENTOS
A Revista Brasileira de Quiropraxia publica trabalhos cientficos e
culturais de interesse aos profissionais da rea steomioarticular. A qualidade
das informaes neles expressas avaliada de forma sistemtica por colegas
experientes. Todo trabalho de investigao ou reviso submetido revista
enviado a especialistas encarregados de rev-los de forma detalhada, visando
obter avaliaes abalizadas sobre a qualidade tcnica do texto.
Outros colegas tambm disponibilizam seu tempo para elaborar reviso
ortogrfica e formatao dos textos.Em reconhecimento espontnea colaborao desses especialistas,
bem como a conduta tica demonstrada nesse processo, expressamos aqui o
nosso agradecimento.
Reviso cientfica
Carlos Podalirio B. de Almeida
Cley Jonir Foster JardeweskiDaniel Facchini
Katherine Palmina Cassemiro Colomba
Marcos Vincius Zirbes
Mariana Wentz Faoro
Patrcia Bergesch
Rafael Henrique Santos
Vinicius Tieppo Francio
Reviso ortogrfica
Anna Carolina Negrini Fagundes Martino
Formatao de texto
Elisangela Zancanrio
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
7/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 72 de 143
INSTRUES AOS AUTORES
Apresen tao
A Revista Brasileira de Quiropraxia (Brazilian Journal of Chiropractic)
uma entidade aberta de comunicao e divulgao de atividades cientficas e
profissionais na rea de Quiropraxia. Ela recebe colaborao em suas diversas
sees, aps avaliao de pelo menos dois de seus membros do Conselho de
Consultores e que iro julgar a relevncia, formatao e pertinncia da
comunicao.
Os autores e coautores devem ter participao efetiva na elaborao do
trabalho publicado, seja no seu planejamento, seja na execuo e
interpretao. O autor principal o responsvel pela lisura e consistncia das
informaes do artigo. Os indivduos que prestaram apenas colaborao
tcnica devem ser designados na seco de agradecimentos.
O original do artigo ou comunicao deve ser acompanhado de uma
carta ao editor-chefe apresentando o ttulo do trabalho, autores e respectivos
graus acadmicos, instituio de origem e motivo da submisso. Deveacompanhar uma carta de cesso dos direitos autorais e compromisso de
exclusividade de publicao segundo o modelo:
Cesso d e Direi to s
Os autores abaixo assinados esto de acordo com a transferncia dos
direitos autorais (Ato de Direitos Autorais /1976) do artigo intitulado:
........................................................................ Revista Brasileira de
Quiropraxia. Por outro lado, garante ser o artigo original, no estar em
avaliao por outro peridico, no ser total ou parcialmente publicado
anteriormente e no ter conflito de interesses com terceiros. O artigo foi lido e
cada um dos autores confirma sua contribuio e est de acordo com as
disposies legais que regem a publicao.
Cidade, data
Nome legvel e assinatura de todos os autores.
Submi sso de art igo s
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
8/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 73 de 143
Os originais podem ser submetidos para a apreciao da revista por via
eletrnica (e-mail) ou por cpia em CD-ROM (ou equivalente),
preferencialmente em ingls e ser produzidos em editor de texto compatvel
com Windows Word, em Times New Roman ou Arial, tamanho 12, margens
superior e inferior de 2,5 cm e laterais 3,0 cm. Os pargrafos devem ser
separados por espao duplo, no ultrapassando 12 (doze pginas incluindo
referncias, figuras, tabelas e anexos). Estudos de casos no devem
ultrapassar 6 (seis) pginas digitadas em sua extenso total, incluindo
referncias, figuras, tabelas e anexos.
Os artigos e comunicaes enviadas sero analisados pelo editor-chefe;
sendo pertinentes e tendo respeitado as normas de formatao da Revista eles
sero encaminhados ao Conselho Consultivo da revista para avaliao do
mrito cientfico da publicao. Os originais podero ser devolvidos para
correes e adaptaes de acordo com a anlise dos consultores ou podem
ser recusados. A Revista reserva o direito eventual de recusa sem a obrigao
de justificativa. Os artigos originais recusados sero devolvidos aos autores.
Figuras, Tabelas e Quadro s
As figuras e tabelas devem ser enviadas em arquivos separados. Asimagens devem ser designadas como Figuras, numeradas em algarismos
arbicos de acordo com a ordem em que aparecem no texto e enviadas em
arquivo JPG ou TIF com alta resoluo.
As tabelas devem ser numeradas em algarismos romanos de acordo
com a ordem em que aparecem no texto. Quadros deve ser numerado em
algarismos arbicos de acordo com a ordem em que aparecem no texto.
Formato do Art igo
Os originais devem conter um arquivo separado com a pgina de ttulo
(title page) onde deve constar:
- o ttulo do artigo (mximo de 80 caracteres)
- nome completo dos autores
- afiliao e mais alto grau acadmico
- instituio de origem do trabalho
- ttulo abreviado (running title) mximo de quarenta caracteres- fontes de financiamento
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
9/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 74 de 143
- conflito de interesses
- endereo completo do autor correspondente (endereo, telefone, fax e e-
mail).
Formato das Referncias
As referncias devem ser numeradas em algarismos arbicos de acordo
com a ordem em que aparecem no texto, no qual devem ser identificadas com
o mesmo nmero no formato sobrescrito. Os autores devem apresentar as
referncias seguindo as normas bsicas de Vancouver com Sobrenome,
Prenome do(s) autor(es). Ttulo do artigo. Ttulo do Peridico. Ano; Volume
(nmero); pginas inicial-final.
Exemplos de formatao:
Artigo:Santos C, Baccili A, Braga P V, Saad I A B, Ribeiro G O A, Conti B M
P, Oberg T D. Ocorrncia de desvios posturais em escolares do ensino pblico
fundamental de Jaguarina, So Paulo - Revista Paulista Pediatria. 2009;
27(1): 74-80.
Monografia (Livros, Manuais, Folhetos, Dicionrios, Guias): Wyatt, L,
Handbook of clinical Chiropractic care, 2 edio. United States: Jones and
Bartlett Pusblishers, 2005.
Resumo: Ostertag C. Advances on stereotactic irradiation of brain tumors. In:
Anais do 3 Simpsio International de Dor; So Paulo: 1997,p. 77 (abstr.).
Artigo em formato eletrnico: International Committee of Medical Journal
Editors: Uniform requirements for manuscripts submeted to biomedical journals.
Disponvel em URL:
http://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreg.htm.Acessado em 15
de maio 2010.
Resumo (abstract)
Em arquivo separado deve ser enviado um resumo estruturado
(objetivos, mtodos, resultados e concluses) com no mximo 250 palavras.
Dever ter uma verso em portugus e outra em ingls.
http://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreg.htmhttp://www.acponline.org/journals/annals/01jan97/unifreg.htm -
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
10/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 75 de 143
Unitermos (key-wo rds)
Ao final do resumo devem constar pelo menos cinco palavras - chaves
de acordo com a normatizao dos Descritores em Cincias da Sade da
BIREME (Biblioteca Regional de Medicina).Texto
Devem constar de Introduo, Objetivos, Mtodos, Resultados,
Discusso, Concluso, Agradecimentos e Referncias.
Com isso de tica
Os artigos devem trazer o nmero do protocolo da aprovao do Comit
de tica da Instituio de origem e declarao do preenchimento do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.Contato
Revista Brasileira de Quiropraxia/Brazilian Journal of Chiropractic
Secretaria Geral: Rua Columbus, 82 - Vila Leopoldina.
CEP 05304-010, So Paulo, SP, Brasil.
E-mail: [email protected] - Tel.: +55(11)3641-7819
mailto:[email protected]:[email protected] -
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
11/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 76 de 143
REVISO E ATUALIZAO
PRTICAS INTEGRATIVAS NA QUIROPRAXIA: Exerccios Teraputicos
PRACTICES IN INTEGRATIVE CHIROPRACTIC: Therapeutic Exercises
Eliana Soares Pereira
Os sintomas de distrbios
musculoesquelticos (DME) so os
mais prevalentes na populao
mundial, independente do seu grau
de industrializao, e atinge todas
as faixas etrias1. A modificao
nos hbitos de vida, o aumento do
estresse e das cobranas no mundo
corporativo, so considerados as
principais causas pelo aumento de
sua incidncia2. A sua origem pode
estar relacionada ao sistema
nervoso, como resultado de uma
dor secundria a uma leso ssea
ou muscular, ou ser o consequncia
de um defeito cerebelar. Diversos
processos patolgicos, como por
exemplo, os distrbios metablicos,
tambm afetam o sistemamusculoesqueltico, produzindo
diferentes tipos de sintomas e
variados graus de incapacidade
funcional podendo inclusive gerar
incapacidade. Com certeza, as
artrites e desordens a elas
relacionadas so as doenas maisencontradas na prtica clnica do
quiropraxista3. A doena articular
degenerativa representa por si s a
metade das queixas dos pacientes.
Na maioria das vezes, estes
padres de referncia afetam a
coluna vertebral e ombros, mas
tambm podem ocorrer no trax,
quadris, regio inguinal ou na
articulao sacroilaca3-4.
As algias vertebrais so
consideradas atualmente um
problema de sade pblica5. Elas
ocorrem em qualquer idade, e
afetam mais de 30% da populao
de 70 anos de idade ou mais, numa
base mensal6, com custos scios
econmicos significativos7. Vrios
estudos tm demonstrado que a
terapia de exerccio fsico, seja deestabilizao ou flexibilidade, so
tratamentos eficazes para reduzir a
incapacidade relacionada dor e
gravidade nas algias vertebrais8-10.
Historicamente, a preveno de
DME ocorre h milnios. Relatos
antigos descrevem agricultoreschineses praticando exerccios que
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
12/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 77 de 143
mimetizavam os movimentos que os
camponeses produziam nos
campos11. Com o passar dos
tempos, estes movimentos
receberam outras influncias
formando escolas especficas, como
o caso do Liang Gong em 18
terapias. Os exerccios utilizados
nesta prtica tem um carter
preventivo e atuam na correo
postural, reduo do estresse e
aumento na concentrao12,
benefcios que proporcionam maior
produtividade e segurana no
desenvolvimento das atividades
laborais13.
Ainda sob a influncia
oriental, encontramos na literatura
alguns estudos em que a prtica de
Yoga foi aplicada em indivduos
com distrbios vertebrais, com
resultados expressivos,
especialmente no quesito
incapacidade derivada pela dor,
estabilizao e flexibilidade da
coluna vertebral14-16. A associaode processos psicolgicos prtica
dos exerccios, como mudana no
foco de ateno, foi tratada com
sucesso em terapias cognitivas e
comportamentais para a dor lombar
crnica17.
Na Alemanha, no SchrothHospital Katharina, a cirurgia para
pacientes com escoliose o ltimo
recurso. Os pacientes so tratados
conservadoramente, com
procedimentos incluindo o ajuste
quiroprtico, terapia sacro occipital
e modalidades de exerccios
teraputicos como o Pilates, para
fortalecimento muscular e equilbrio
das curvaturas da coluna vertebral,
diminuio da dor e aumento da
funo18. Os programas de
tratamento conhecidos como
Mackenzie e Escola da Coluna,
so amplamente utilizados, seus
custos so relativamente baixos e
sua eficincia incontestvel para
casos de dor lombar crnica19.
Os problemas de sade em
geral podem ser reduzidos ou
evitados com um estilo de vida mais
ativo. Se o paciente estiver
consciente dos benefcios advindos
da atividade fsica orientada,
certamente ocorrer maior adeso
aos exerccios indicados pelo
quiropraxista e os resultados
teraputicos sero precoces e
permanentes20-21.
REFERENCIAS:
1. Brando AG, Horta BL, Tomasi E.Sintomas de Distrbios osteomuscularesem bancrios de Pelotas e regio:prevalncia e fatores associados. Revista
Brasileira de Epidemiologia. 2005;8(3):295-305.
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
13/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 78 de 143
2. Maciel RH, Albuquerque AMFC, MelzerAC, Lenidas SR. Quem se Beneficia dosProgramas de Ginstica Laboral?Cadernos de Psicologia Social do Trabalho.2005;(8):71-86.
3. Goubert L, Crombez G, Peters M. Pain-related fear and avoidance: a conditioningperspective. In Asmundson GJ, VlaeyenJW, Crombez G, eds. Understanding andTreating Fear of Pain. New York, NY:Oxford University Press; 2004:2550.
4. Fagundes DJ et al. Quiropraxia-Diagnstico e Tratamento da ColunaVertebral. So Paulo: Roca, 2013.
5. Fejer R, Kyvik KO, Hartvigsen J: Theprevalence of neck pain in the world
population: a systematic critical review ofthe literature. Eur Spine J 2005, 15:834-848.
6. Hartvigsen J, Frederiksen H,Christensen K: Back and neck pain exhibitmany common features in old age. Apopulation based study of 4,486 Danishtwins aged 70-102. Spine 2004, 29:576-580.
7. Stewart WF, Ricci JA, Chee E,Morganstein D, Lipton R. Lost productive
time and cost due to common painconditions in the UW workforce. JAMA2003; 290:244354.
8. Hartvigsen J, 8. Christensen K: Activelifestyle protects against incident low backpain in seniors.Spine2007, 32:76-81.
9. Hayden JA, Van TMW, TomlinsonG: Systematic review: strategies for usingexercise therapy to improve outcomes inchronic low back pain. Ann InternMed2005, 142:776-785.
10. Maiers MM, Jan H, Schulz C, SchulzK, Evans RL, Bronfort G. Chiropractic andexercise for seniors with low back pain orneck pain: the design of two randomizedclinical trials. BMC MusculoskeletalDisorders2007, 8:94
11. Corral, J. QIGONG-ChI Kung Arte eCincia da Medicina Tradicional Chinesa,2008. Disponvel emhttp//lacomunidad.elpais.com/Jorge-
corra/2008/2/4/-qigong-ch-i-kung-arte-e-ciencia-da medicina-tradicional.
12. Bittar A. Influencia da atividadeergonmica e o exerccio. Revista Revinter.2004.
13. Manzieri D. Estudo dos efeitos do LianGong em 18 terapias na qualidade de vidados trabalhadores de uma empresasiderrgica no Municpio de So Paulo.Revista Fisiobrasil. 78 ed. 2006.
14. Sherman KJ, Cherkin DC, Erro J, et al.Comparing yoga, exercise, and a self-carebook for chronic low back pain: arandomized, controlled trial. Ann Intern Med2005; 143:84956.
15. Morone NE, Greco CM, Weiner DK.Mindfulness meditation for the treatment ofchronic low back pain in older adults: arandomized controlled pilot study. Pain2008; 134:31019.
16. Tekur P, Singphow C, Nagendra HR, etal. Effect of short-term intensive yogaprogram on pain, functional disability andspinal flexibility in chronic low back pain: arandomized control study. J AlternComplement Med 2008; 14:63744.
17. Kole-Snijders AMJ, Vlaeyen JWS,Goossens MEJB, et al. Chronic low backpain: what does cognitive coping skillstraining add to operant behavioraltreatment? Results of a randomized clinicaltrial. J Consult Clin Psychol 1999; 67:93144.
18. Blum CL. Chiropractic and PilatesTherapy for the Treatment of adultscoliosis. JMPT. May 2002.
19. Garcia NA et al. Effectiveness of BackSchool versus McKenzie Exercises inPatients with Chronic Nonspecific Low BackPain: A Randomized Controlled Trial. PhysTher 2013 June 93:729-747.
20. Paffenbarger R, Hyde R, Wing, A,Hsieh C. Physical activity, all causemortality, longevity of college alumni. NEng. J Med 1986; 314:605-613.
21. Patrick Milroy et al. Factors affectingcompliance to chiropractic prescribed homeexercise: a review of the literature. J CanChiropr Assoc 2000; 44(3).
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
14/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 79 de 143
REVISO E ATUALIZAO
THE BASIS OF CHIROPRACTIC MANIPULATIVE REFLEX TECHNIQUE (CMRT)
Bases da Tcnica Quiroprtica Manipulativa Reflexa (CMRT)
Dr Joseph F Unger Jr DC, FICS SORSI, [email protected]
Skeletal muscles all receive
innervations from multiple nerve
roots of the spine. This is clearly an
adaptive advantage. There are,
however, notable exceptions. The
muscles of the intervertebral motor
units are all derived from a single
nerve root. This is due to the
embryological derivation of these
muscles. During our early
development in the embryo, a single
vertebra, its intervertebral
musculature and an organ all
originate from the same scleroderm.
As a result, they all share common
neurology throughout life.
Stimulation at any point in any of the
related organs and tissues can
potentially affect all other related
organs and tissues. Furthermore,
these various nerve tracts are
capable of becoming reflexively
habituated. This kind of deep-seated
viscerosomatic and somatovisceral
reflex arcing can become a serious
detriment to human health.
The body is designed to be a
self-sustaining and self-correcting
mechanism. In chiropractic this
mechanism is theorized to be
dependent upon the proper flow of
innate energy through the nerves. At
the vertebral level the mechanism is
dependent upon the body's ability to
coordinate function of each segment
of the spine. In this way, proper
alignment and nerve function is
maintained throughout a variety of
positions and postures as well as
loads produced by lifting and
straining. This mechanism is under
the direct control of the brain and
central nervous system. The brain
and central nervous system in turn
are absolutely dependent upon
cerebrospinal fluid flow and
pressures to insure normal function.
The CSF mechanism is intimately
influenced by the cranial and spinal
dural functions and can become
dysfunctional if the Dura is stressed.
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
15/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 80 de 143
The mobility and coordinated
function of a vertebral motor unit is
ultimately under the control of the
central nervous system and its
influence upon the intervertebral
muscles; namely, the interspinalis,
rotatores and intertransversari
muscles. These muscles are
ultimately responsible for the core
stability of each vertebral segment.
They adapt to stresses, strains and
changes in loading and postures.
They also maintain the position of
the vertebra protecting the nerve
root and its vital functions. Proper
central nervous system controls
over these important muscles
prevent chiropractic subluxations.
When proper structure and
function is intact, they also provide a
mechanism for the body to correct
itself of vertebral dysfunctions. This
is because the human system, if
given the proper functions and
circumstances as provided by the
central nervous system when it isfree of dural irritations, is self-
healing. It is equally important to
note that these muscles share
neurology with organ function.
Therefore, if a viscous is producing
inordinate amounts of neurological
reflex back to the central nervoussystem, it will compete for the same
neurology that is responsible for the
function of these important muscles.
Under those circumstances the
muscle action may be inadequate
for proper coordination of
mechanical function. The segment
loses stability and becomes hyper
mobile, risking overextension of its
physiological limits resulting in
potential injury. The vertebral
segment can then become
subluxated in motion as well as
function.
This subluxation in turn
results in a loss of vital neurological
function to the organ. The organ in
turn may become sick and unable to
heal optimally. This hyper mobility is
responsible for an increase in
neurological activity to the central
nervous system, alerting the brain to
this dysfunction. In response, a
neuromuscular lockdown or splinting
of the muscles of the motor unit
occurs. Now this segment is not only
positionally subluxated, but thecentral nervous system controls
have been compromised. Ultimately
this whole reflex mechanism
becomes neurologically habituated
and cannot reset itself.
Furthermore, each of these muscles
has direct reflex to the occipital fibersystem as described by Dr. De
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
16/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 81 de 143
Jarnette. The specific occipital line
fibers are as follows:
The occipital fiber Line 1
results from irritation of the
interspinalis muscle. This is
neurologically produced by a stasis
of cerebrospinal fluid flow and stasis
at the related vertebral segment. In
other words, if the cranial sacral
pump mechanism for that specific
vertebra is compromised, there is a
resulting irritation in the interspinalis
muscle producing a Line 1 occipital
fiber. These are common
occurrences and can change from
hour to hour depending upon the
mental, emotional and physical
status of the individual. A Line 1
fiber alone may not require
treatment, because it may change of
its own accord due to multiple
factors.
A Line 2 fiber is a response to
irritation of the rotatores muscle
resulting from organ irritation. This
fiber may also change day to day orhour to hour depending upon the
mental, emotional and physical
status of the individual.
Neutralization only may alleviate
symptoms but may not produce
long-lasting results. If, however, an
active fiber is diagnosed thatcontinues and stays swollen and/or
tender, it indicates that a detrimental
viscerosomatic and somatovisceral
reflex arc has developed that needs
more than just the neutralization. It
is beyond the body's natural
capabilities to fix this kind of
subluxation on its own, and
indicates the need for the occipital
fiber Line 2 procedures including
C.M.R.T.
A Line 3 fiber is the result of
irritation of the intertransversari
muscles. This reflex can become
active from two different major
causations. One is a traumatically-
induced irritation requiring specific
intervention and procedures. The
other is due to a barrage of
neurological reflexing from organ
pathology. The latter may require
multidisciplinary attention. The
occipital fiber evidence of organ
pathology is denoted by Line 1 plus
Line 2 plus Line 3 fibers. If the
tenderness at the pedicle
junction/lateral spinous is notcontrolled by pressures at C-1 and
C-2, a double thumb lift and
additional help may be needed.
Accurate occipital fiber
diagnostics are essential in this
technique. Occipital fiber palpation
and diagnosis requires diligence,training and constant focus and
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
17/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 82 de 143
study. Also the accurate location of
the fibers must also be maintained.
There are additionally sub occipital
fibers used in pain control as well as
areas of pain that sometimes
develop above the occipital fiber
lines. The practitioner must be
aware of these other areas to guard
against misdiagnosis.
In summation, the need for the occipital fiber neutralization procedure andC.M.R.T. is identified by the line one fiber associated with the
corresponding line two findings.
REFERENCES
Visceral Innervation, Compiled by theResearch Staff of the ProfessionalResearcher Service, 1946
Chiropractic Manipulative ReflexTechnique, Major Bertrand De Jarnette DC,1966
Sacro Occipital Research Bulletin,December 1957, De Jarnette
Sacro Occipital Notes 1958, De Jarnette
Viscerosomatic Pre-and PostganglionicTechnique, Ned Heese DC, private paper
Symptoms of Visceral Disease, FrancisMarion Pottenger M.D.
The Neurophysiology of the Seven OccipitalFibers Associated with Viscerae Novemberand December SORSI Dispatcher 1968, Dr.A. F. Dangerfield with the approval of Dr.MB De Jarnette DC
An Atlas of Pain Patterns, Mayo Clinic andMayo Foundation 1961
C.M.R.T. Chiropractic Manipulative ReflexTechnique, Dr. A F Dangerfield, SORSIDispatcher July 1971
Technic and Practice of Bloodless Surgery,Major Bertrand De Jarnette DC, 1939
The Chiropractic Theories, Robert A Leach,1994
The Neurodynamics of the VertebralSubluxation, A E Homewood, 1962
Reflex Pain, Major Bertrand De Jarnette,1934
Anything Can Cause Anything, WilliamDavid Harper DC, 1964
Somatovisceral Aspects of Chiropractic: AnEvidence-Based Approach, CharlesMasarsky and Marion Todres-Masarsky
Line Two Occipital Fiber Technique withAdvanced C.M.R.T. Methods, MajorBertrand DeJarnette DC, compiled andedited by Ned Heese DC, 1993
Chiropractic Manipulative Reflex TechniqueSeminar Notes, SORSI (1970s)
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
18/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 83 de 143
ARTIGO ORIGINAL
A eficcia do ajuste cervical em portadores da Sndrome de CefaleiaCervicognica
The effectiveness of cervical adjustment in patients with cervicogenic headachesyndrome
Marcelo Todescatt GrittiI e Mariana Wentz FaoroII
I.Quiropraxista especialista em Incluso Social e Acessibilidade. Feevale.II. Quiropraxista Mestre em Sade Coletiva. Universidade do Vale do Rio dos Sinos.III.Psiclogo e especialista em Quiropraxia pela Palmer College of Chiropractic - EUA.E-mail do autor correspondente:[email protected]
RESUMOOBJETIVO:Avaliar a eficcia do ajuste articular na coluna cervical em portadores de sndromeda cefaleia cervicognica. MTODOS: Num universo de 18 indivduos que buscaramtratamento quiroprtico numa clnica escola na cidade de Novo Hamburgo, foi selecionado dez,sendo nove do gnero feminino. A hiptese diagnstica foi realizada tendo como base oscritrios da Sociedade Internacional de Cefaleias. Os indivduos foram alocados em doisgrupos de acordo com a presena de subluxao em C2. O grupo A apresentoudesalinhamento em C2 e o grupo B em qualquer outra vrtebra cervical. O tratamento totalizouseis atendimentos, duas vezes por semana. As tcnicas de ajustes adotadas foram CadeiraCervical e Modified Rotatory Break. A intensidade de dor foi avaliada pela Escala VisualAnalgica de dor e a frequncia das crises por relato. RESULTADOS:A mdia da intensidade
de dor pr-tratamento no grupo A foi 5,75 e ps-tratamento 1,5. No grupo B foi de 5,16 e ps-tratamento 0,3. A mdia da frequncia semanal de dor durante as crises pr-tratamento, nogrupo A, foi de 4,25 crises e ps-tratamento 0,75 crises. No grupo B, foi 5,16 e ps-tratamento0,3 crises. Os resultados no apresentaram significncia estatstica. As vrtebras maisacometidas por subluxao, durante o tratamento, foram C2, C1, C3 e C5, respectivamente.CONCLUSO:Com base nos resultados obtidos, verificou-se que o ajuste articular foi efetivona reduo dos sintomas em ambos os grupos de indivduos, objetos do estudo.
PALAVRAS-CHAVE: Manipulao da coluna, cervicalgia, quiropraxia, cefaleia.
ABSTRACT
OBJECTIVE:To evaluate the effectiveness of joint adjustment of the cervical spine in patientswith cervicogenic headache syndrome. METHODS: In a population of 18 individuals seekingchiropractic treatment in a clinical school in the city of Novo Hamburgo, Brazil, ten wereselected, being 9 women. The diagnosis was made based on the criteria of the InternationalHeadache Society. The subjects were divided into two groups according to the presence ofsubluxation on C2. Group A showed misalignment at C2 and group B in any other cervicalvertebra. The treatment totaled six sessions, the frequency of which was twice a week. Theadjustment techniques adopted were Cervical Chair and Modified Rotatory Break. Pain intensitywas assessed by visual analog scale of pain, and frequency of symptoms by personal report.RESULTS:Comparing drug consumption data before and after treatment, a 71% reduction wasobserved. The mean pain intensity in the pretreatment group was 5.75, and 1.5 in the post-treatment group. In group B it was 5.16 and 0.3 pre and post-treatment, respectively. Theaverage frequency of weekly pain crises during pre-treatment in group A was 4.25, while post-treatment frequency was of 0.75. In group B was 5.16 and 0.3 post treatment crises. The results
mailto:[email protected]:[email protected] -
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
19/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 84 de 143
were not statistically significant. The most often subluxated vertebrae during treatment were C2,C1, C3 and C5, respectively. CONCLUSION: Based on these results, it was found that jointadjustmentwas effective in reducing the signs and symptoms in both groups of individuals whowere the subject of the study.
KEY WORDS:Spinal Manipulation, neck pain, chiropractic, headache.
INTRODUO
A Sociedade Internacional de
Cefaleia (SIC) identificou quatorze
tipos de dor de cabea1. Quanto a
sua etiologia classificou-as em dois
grupos: as primrias que constituem
por si s a doena, como o caso
da Migrnea sem aura; e o segundo
grupo, que formado pelas
cefaleias secundrias, que so
provocadas por doenas
demonstrveis por exames clnicos
ou laboratoriais como, por exemplo,as cefaleias associadas s
infeces sistmicas, disfunes
endcrinas, intoxicaes e leses
expansivas do Sistema Nervoso
Central1,2.
A Sndrome da Cefaleia
Cervicognica (SCC) foi introduzidana literatura em 1983, faz parte do
subgrupo das cefaleias, e por advir
de afeces vertebrais cervicais,
considerada uma doena
secundria3. Acredita-se que a
sndrome decorrente do
comprometimento de estruturasmusculares, nervosas, sseas,
articulares e ou estruturas
vasculares do pescoo4. O modelo
fisiopatolgico, baseado na
Neuroanatomia, afirma que no
ncleo trigeminocervical, as fibras
nervosas sensoriais no trato
descendente do nervo trigmeo
interagem com fibras sensoriais das
razes cervicais superiores e
podem, nesta convergncia, referir
dor cervical para a regio frontal da
cabea e face5-6.Os critrios diagnsticos da
SCC incluem: dor usualmente
unilateral, episdica, de intensidade
varivel, com origem na parte
posterior do pescoo, que pode se
irradiar para toda a cabea, com
resistncia ou limitao movimentao passiva do pescoo
e alteraes na musculatura
cervical. Os pacientes geralmente
apresentam histria de trauma
cervical, fonofobia e fotofobia.
Nuseas e vmitos so sintomas
associados, considerados menosfrequentes5. Os registros atuais das
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
20/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 85 de 143
caractersticas epidemiolgicas
apontam para uma prevalncia, na
populao geral, entre 0,4 e 2,5%6.
A idade mdia dos pacientes de
42,9 anos, sendo quatro vezes mais
comum em mulheres10,11.
A avaliao
musculoesqueltica minuciosa,
especialmente da coluna cervical,
imprescindvel na identificao das
causas primrias da SCC. H
relatos consistentes na literatura de
padres de desequilbrio
musculares especficos presentes
em pacientes que apresentaram a
sndrome. Estes padres de tenso
e fraqueza muscular, narrados em
estudos publicados, so descries
com apresentao consistente da
sndrome cruzada superior, descrita
por Janda12,14.
O sucesso do tratamento
normalmente requer abordagem
multifacetada com indicao, muitas
vezes, farmacolgica, anestsica, e
ocasionalmente interveno
cirrgica16. O cuidado quiroprtico
realizado com ajustes, dando
ateno particular regio alta da
coluna cervical, mobilizao de
tecidos moles, compressas frias ou
quentes, orientao postural e
conscientizao dos benefcios
advindos da atividade fsica
orientada17.
Como a classificao da SCC
entre os tipos de cefaleia recente,
e dada sua complexidade, natural
que as opes de tratamento sejam
escassas. Baseado neste contexto,
props-se avaliar os efeitos do
ajuste vertebral e os resultados
obtidos nos quesitos intensidade e
frequncia do quadro lgico em
pessoas acometidas por SCC.
MTODOS
A presente pesquisa
caracterizou-se como um estudo de
interveno, quase experimental. O
protocolo da pesquisa foi submetido
e aprovado pelo Comit de tica em
Pesquisa da Universidade Feevale
e foi cadastrado sob n
400.03.08.1251. Todos os
indivduos assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido.
Amostra
A hiptese diagnstica foi
realizada pelos quiropraxistas combase nos critrios da SIC1,15,
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
21/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 86 de 143
excluindo o critrio radiogrfico.
Inicialmente, foram selecionados
indivduos de ambos os gneros,
maiores de 18 anos, com idade
mdia de 31,5 anos, que buscaram
o tratamento quiroprtico, para suas
queixas de cefaleia, na clnica
escola na Universidade Feevale.
Foram excludos aqueles que
durante a histria clnica e/ou
exame fsico relataram ser
portadores de cefaleias eventuais
(duas vezes ou menos por ms),
portadores de doenas vasculares,
paralisia cerebral, retardo mental,
fratura ou cirurgia cervical, fuso
vertebral (comprovados em exames
de imagem) e outras cefaleias, que
no fosse a SCC. Os indivduos que
utilizavam terapia medicamentosa
com prescrio mdica para o
tratamento da cefaleia, tambm
foram excludos do estudo. Embora
apresentassem melhora no quadro
lgico, dois indivduos,
abandonaram a pesquisa, limitando
assim, a amostra ao nmero de dez,
sendo nove mulheres. A amostra foi
dividida em dois grupos,
denominados A e B, o grupo A
contou com seis representantes.
Critriosmaiores
Caractersticasda dor
Critriosmenores
CRITRIO DIAGNSTICO NA SNDROME DE CEFALIA CERVICOGNICA
1
Sintomas e sinais de envolv imento cervical :
a) precipitao da dor cervical semelhante espontnea por: *1. movimento do pescoo ou sustentao desajeitada da cabea;2. presso externa da regio cervical posterior e superior ipsilateral ou da regio
occipital;
b) reduo da movimentao cervical habitual; *c) dor na mo, ombro e pescoo ipsilateral, de natureza vaga e no radicular, ou
ocasionalmente dor no brao de natureza radicular. *
Alvio completo ou quase completo (> 90%) da dor aps o bloqueio anestsico do nervogrande occipital e/ou da raiz C2 no lado sintomtico.
Unilateralidade da dor sem mudana de lado, podendo ocorrer o quadro em qualquer umdos lados.
a) moderada, no excruciante, geralmente de natureza no pulstil, comeando no pescooe espalhando-se para as reas oculofrontotemporal, onde, em geral, mxima;b) durao varivel (horas) ou dor contnua flutuante.
Outr as caracterstic as de algum a impo rtnc ia:a) melhora eventual com tratamento preventivo com indometacina;b) melhora eventual da crise com uso de ergotamina ou de sumatriptano;c) preponderncia no gnero feminino;d) histria de trauma craniano ou cervical (whiplash).
Caracterstic as de meno r imp ortnc ia:a) nusea; b) fonofobia e fotofobia; c) vertigens; d) alterao visual ipsilateral; e)dificuldades de deglutio; f) edema e hiperemia na rea periocular ipsilateral.
Figura 1 Traduo e adaptao do texto disponvel na Sociedade Internacional deEnxaqueca1.
A presena dos trs pontos indicados com asterisco fortalece o diagnstico.
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
22/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 87 de 143
Procedimentos
A amostra foi selecionada de
maneira no probabilstica, porjulgamento dos Quiropraxistas
responsveis pela interveno,
durante a avaliao fsica
musculoesqueltica. Aps a
confirmao diagnstica de SCC, os
indivduos foram alocados em dois
grupos de acordo com a presenade subluxao em C2. O grupo A foi
composto por indivduos com
desalinhamento em C2 e o grupo B
pelos que apresentavam
desalinhamento em qualquer outra
vrtebra cervical. Ambos os grupos
foram submetidos a trs semanas
de tratamento, duas vezes por
semana, totalizando seis
atendimentos, e foram ajustados
pelas tcnicas Cadeira Cervical e
Modified Rotatory Break.
A intensidade da dor foi
avaliada pela Escala VisualAnalgica de dor (EVA), preenchida
pelo paciente antes de cada
atendimento. A frequncia das
crises e o relato das alteraes
sintomatolgicas foram registrados,
em todas as consultas. Trs dias
aps a ltima consulta, o ndice daEVA e a frequncia das crises foram
novamente relatados.
Estudo estatstico
A anlise estatstica foi
realizada utilizando o programa Epi
Info, verso 3.3.4. Foi considerado
estatisticamente significativo erroalfa inferior a 5% no teste de Mann-
Whitney (p
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
23/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 88 de 143
Grfico 1Intensidade de dor pr e ps-tratamento do grupo A.
No grupo B a mdia da intensidade de dor pr-tratamento foi 5,16 e ps-tratamento 0,3 (Grfico 2). As mdias apresentadas pelos grupos A e B no
apresentaram significncia estatstica.
Grfico 2Mensurao de dor pela EVA do grupo B antes e ps-tratamento.
A mdia da frequncia de dor semanal durante as crises pr-tratamento,
no grupo A, foi de 4,25 crises e ps-tratamento 0,75 crises. Os indivduos D e F
relataram crises de cefaleia entre as consultas. Embora a frequncia das crises
entre as consultas apresentassem reduo, as mesmas no demonstraram
significncia estatstica (Grfico 3).
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
24/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 89 de 143
Grfico 3relatos da frequncia de dor entre as consultas do grupo A.
As mdias apresentadas pelo grupo B foram de 3,5 antes do tratamento
e 0,3 ps-tratamento. Os indivduos G e J relataram crises de dor na fase finaldo tratamento. O indivduo J relatou remisso considervel na frequncia de
crises. (Grfico 4).
Grfico 4relatos da frequncia de dor entre as consultas do grupo B.
Grfico 5Frequncia dos ajustes efetuados em ambos os grupos.
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
25/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 90 de 143
DISCUSSO
Aps reviso sistemtica de
estudos sobre a SCC, em bancosde dados virtuais e fisicos, a partir
de 1983, ano da introduo de sua
denominao na literatura
biomdica20 pode-se observar que
os tratamentos convencionais mais
adotados para esta condio,
concentram-se em trapia manual.Algumas pesquisas relatam a
eficcia da mobilizao dos tecidos
moles e ajuste articular na remisso
do quadro lgico em pacientes que
apresentavam queixas situadas na
regio da coluna cervical21-23. A
reviso de alguns estudos
randomizados demonstrou, em
alguns casos, ambos os
tratamentos possuem efeitos
similares e, em outros estudos, que
os resultados do ajuste articular
para dor cervical so superiores aos
da mobilizao24. Os dados
apresentados na pesquisa atual
apresentaram diminuio na
intensidade de dor, em ambos os
grupos pesquisados o que
corrobora com os achados na
literatura25,26(grfico 1 e 2).
Embora alguns relatos
advirtam que o ajuste de alta
velocidade e baixa amplitude,
adotado neste estudo, deva serutilizado com cautela em pacientes
com quadro de cefaleias5, a
presente pesquisa apresentou
diminuio na frequncia das crises
aps o ajuste vertebral (grfico 3 e
4), o que comprova que o
tratamento adotado pela quiropraxia seguro27.
As vrtebras mais
subluxadas, durante o tratamento,
foram C2, C1, C3 e C5,
respectivamente (grfico 5). As
articulaes occipito-atlas e atlas-
xis (C0, C1 e C2) so
responsveis por 50% da
lateralizao e rotao da cabea
sobre o pescoo17. Acredita-se que
no ncleo trigeminocervical, as
fibras nervosas sensoriais no trato
descendente do nervo trigmeo,
caudal do ncleo trigeminal,
interagem com fibras sensoriais das
razes cervicais superiores (C1-C2)
e podem, nesta convergncia,
desencadear cervicalgia SCC6-8.
Nas referncias pesquisadas, no
foi encontrado registro da
prevalncia de desalinhamentos ou
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
26/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 91 de 143
ajustes vertebrais realizados em pacientes que apresentam SCC.
CONCLUSO
Com base nos resultados
obtidos, verificou-se que a terapiade ajuste articular foi efetiva na
reduo dos sintomas dos
indivduos que foram objeto do
estudo. No entanto, uma amostra
maior poder obter resultados de
maior relevncia estatstica e, com
isso, a indicao da terapia setornar mais segura e eficiente.
CONFLITOS DE INTERESSES:
No h.
AGRADECIMENTOS: Mara Clia
Paiva pelo preparo deste
manuscrito.
REFERNCIAS:
1. Headache Classification Subcommitteeof the International Society Theinternational classification of headachedisorders: 2 ed. Cephalalgia.2004;24(Suppl 1):9160.
2. Ashkenazi A, Blumenfeld A, Napchan U,
Narouze S, Grosberg B, Nett R, et al.Interventional procedures special interestsection of the American. Peripheral nerveblocks and trigger point injections inheadache management A systematicreview and suggestions for future research.Headache. 2010;50(6):943-52.
3. Sjaastad O, Fredriksen TA, Stolt-NielsenA. Cervicogenic headache, C2 rhizopathyand occipital neuralgia: a connection.Cephalalgia. 1986;6:189-195, apud Yeng
LT, Rosi J, Zakka TMR, Teixeira MJ,Ciampi D. Cefalia Cervicognica. [acesso
em 2013]; [31 p.]. Disponvel em:http://www.cursodedorusp.com.br/materiais/cefaleiacervicogenica.doc
4. Biondi DM, Bajwa. Evaluation andtreatment of cervicogenic headache. In:Mehta NR, Maloney GE, Bana DS, ScrivaniSJ. Head, face, and neck pain science,evaluation, and management: Aninterdisciplinary approach. Wiley-Blackwell;2009. p 589-599.
5. Biondi DM. Cefaleia Cervicognica: UmaReviso de diagnstico e estratgias detratamento. JAOA. 2005; 2:105(4)2005.
Apud Becker WJ. Cervicogenic headache:Evidence that the neck is a pain generator.Headache: The journal of head and facepain. 2010; 50(4):699705.
6. Antoniaci F, Sjaastad O. Cervicogenicheadache: a real headache. Curr NeurolNeurosci Rep. 2011 Apr;11(2):149-55.
7. Bogduk N, Marsland A. On the conceptof third occipital headache. J NeurolNeurosurg Psyuch. 1986;49:775-780.
8. Michler RP, Bovin G, Sjaastad O.Disorders in the lower cervical spine. Acause of unilateral headache? Headache.1991;31:550-551.
9. Sjaastad O, H Wang, Bakketeig LS.Neck pain and associated head pain:persistent neck complaint with subsequent,transient, posterior headache. Acta NeurolScand. 2006. 114(6):392-9.
10. Bendtsen L, Jnsen R. Epidemiology oftension-type headache migraine, andcervicogenic headache. In: Fernandez-de-Las-Peas C, Arendt-Nielsen L, GerwinRD. Tension-type and cervicogenicheadache: pathophysiology, diagnosis, andmanagement. Jones and Bartlet; 2010. p.7-13.
11. Hagen K, Einarsen C, Zwart JA, Svebak
S, Bovim G. The co-occurrence ofheadache and musculoskeletal symptomsamongst 51 050 adults in Norway. Eur J
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
27/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 92 de 143
Neurol. 2002 Sep;9(5):527-33. Apud PageP. Cervicogenic headaches: an evidence-led approach to clinical management. Int JSports Phys Ther. 2011 Sep;6(3):254-66.
12. Janda V. Muscles and motor control incervicogenic disorders. In: Grant R. (editor).Physical therapy of the cervical andthoracic spine. Edinburgh: ChurchillLivingstone. 1994. p. 195-215.
13. Zito G, Jull G, Story I. Clinical tests ofmusculoskeletal dysfunction in thediagnosis of cervicogenic headache. ManTher. 2006.11(2):p.118-29.
14. Moore MK. Upper crossed syndrome
and its relationship to cervicogenicheadache. J Manipulative Physiol Ther.2004.27(6): p.414-20.
15. Sjaastad O, Fredriksen TA.Cervicogenic headache: criteria,classification and epidemiology. Clin ExpRheumatol. 2000;18(2 Suppl 19):S3S6.
16. Martelletti P, Van SH. CervicogenicHeadache-Practical approaches to therapy.
CNS Drugs. 2004;18:793-805.
17. Fagundes DJ et al. QuiropraxiaDiagnstico e tratamento da Colunavertebral. So Paulo: Roca. 2013.
18. Jull G, Trott P, Potter H, Zito G, Niere K,Shirley D, et al. A randomized controlledtrial of exercise and manipulative therapyfor cervicogenic headache. Spine.2002;27:1835-1843.
19. Leach RA. The Chiropractic Theories. Atextbook of Scientific Research. 4 ed. USA:Lippincott Williams & Wilkins. 2004.
20. Sjaastad O, Saunte C, Hovdahl H,Breivik H, Grnbaek E. "Cervicogenic"headache. A hypothesis. Cephalalgia. 1983Dec;3(4):249-56.
21. Haas M, Groupp E, Aickin M,Fairweather A, Ganger B, Attwood M, et al.Dose response for chiropractic care ofchronic cervicogenic headache andassociated neck pain: a randomized pilotstudy. J Manipulative Physiol Ther. 2004Nov-Dec;27(9):547-53.
22. Haas M, Spegman A, Peterson D,Aickin M, Vavrek D. Dose response andefficacy of spinal manipulation for chroniccervicogenic headache: a pilot randomizedcontrolled trial. Spine J. 2010Feb;10(2):117-28.
23. Jull G, Trott P, Potter H, Zito G, Niere K,Shirley D, et al. A randomized controlled
trial of exercise and manipulative therapyfor cervicogenic headache. Spine (Phila Pa1976),2002.27(17):p.1835-43;discussion1843.
24. Gross A, Miller J, D'Sylva J, Burnie SJ,Goldsmith CH, Graham N, et al.Manipulation or mobilization for neck pain:a Cochrane Review. Man Ther. 2010Aug;15(4):315-33.
25. Nilsson N. A randomized controlled trialof the effect of spinal manipulation in thetreatment of cervicogenic headache. JManipulative Physiol Ther. 1995Sep;18(7):435-40.
26. Nilsson N, Christensen HW, HartvigsenJ. The effect of spinal manipulation in thetreatment of cervicogenic headache. JManipulative Physiol Ther. 1997Jun;20(5):326-30.
27. Gouveia LO, Castanho P, FerreiraJJ. Safety of chiropractic interventions: asystematic review. Spine (Phila Pa 1976).2009 May 15;34(11):E405-13.
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
28/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 93 de 143
ARTIGO ORIGINAL
Perfil sociodemogrfico dos usurios do servio de quiropraxia de umaunidade bsica de sade em Porto Alegre/RS
Users sociodemographic profile of utilization of chiropractic services in a basic healthcare unit in Porto Alegre
Carlos Podalirio B. de AlmeidaI, Ranieli G. ZapeliniII, Brbara N. G. de GoulartIII
I.Quiropraxista doutorando em Cincias Pneumolgicas pela Universidade Federal doRio Grande do Sul.II.Quiropraxista. Mestre em Sade Coletiva. Professora no Instituto de Cincias daSade. FEEVALE-RS.III.Fga. PhD. Professora Adjunta na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.E-mail do autor correspondente:[email protected]
ABSTRACT
OBJECTIVE: The aim of this study was to identify the users profile chiropractic a Basic HealthUnit in Porto Alegre/RS, the one-year period. METHODS: A cross-sectional study withquantitative secondary data from the records who received chiropractic care during the studyperiod. RESULTS: The majority of users was female, married, had incomplete primaryeducation, median age 43 years, were employed, did not have the habit of smoking or alteredsleep, did not use alcohol. There was statistical significance when associated with systolic anddiastolic blood pressure with smoking (p = 0.05, p = 0.02) and alcohol consumption (p = 0.002,p = 0.01). Cigarette smoking was more prevalent in males (p = 0.01). The reason for seekingchiropractic care to users was associated with retirees, with 40% of this group had low backpain (p = 0.02).CONCLUSION: The profile of users who use chiropractic care in the UBS study
is consistent with other public health services presented in the biomedical literature.
KEY WORDS:Chiropractic, public health, lifestyle, epidemiology, Health Unique System.
RESUMO
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi identificar o perfil dos usurios do servio dequiropraxia de uma Unidade Bsica de Sade de Porto Alegre/RS, no perodo de um ano.MTODOS:Estudo transversal quantitativo com dados secundrios a partir de pronturios dosusurios que receberam atendimento quiroprtico no perodo do estudo. RESULTADOS: Amaioria dos usurios era do gnero feminino, estavam casados, possuam ensino fundamentalincompleto, com media de idade de 43 anos, estavam empregados, no tinham o hbito defumar, distrbios do sono e nem faziam uso de bebidas alcolicas. Houve significnciaestatstica quando se associou presso arterial diastlica e sistlica com o hbito de fumar(p=0,05, p=0,02) e ao uso de bebidas alcolicas (p=0,002, p=0,01). O hbito de fumar foi maisprevalente no gnero masculino (p=0,01). O motivo de procura ao atendimento quiroprticoesteve associado com os usurios aposentados, sendo que, 40% deste grupo apresentava dorlombar (p=0,02). CONCLUSO:O perfil dos usurios que utilizam o atendimento quiroprticona UBS estudada condiz com os demais servios de sade pblica apresentado na literaturabiomdica.
PALAVRAS-CHAVE:Quiropraxia, estilo de vida, sade pblica, epidemiologia,sistema nico de sade.
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected] -
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
29/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 94 de 143
INTRODUO
A preocupao com a sade
social coletiva iniciou-se a partir de
epidemias, e da necessidade deconhecer suas causas. Os primeiros
registros sobre a sade coletiva so
bblicos, da poca de Jesus Cristo,
a partir do aparecimento de
inmeros casos de lepra e do
isolamento de seus portadores da
populao geral, no intuito de evitarseu contgio1. Internacionalmente, a
poltica e a economia delinearam a
trajetria da sade social, suas
necessidades de reformulaes e
estabelecimento de metas capazes
de garantir o direito fundamental do
ser humano2. No Brasil, a sade
pblica foi objeto de uma srie de
transformaes no campo poltico e
social em busca da democratizao
da sade, da ampliao da
organizao popular, da
universalizao do acesso e o
reconhecimento da sade como
direito universal do ser humano que
culminou, em 1988, na conquista do
Sistema nico de Sade (SUS)3,4.
Desde sua criao, alm da
promoo da equidade no
atendimento das necessidades de
sade da populao, o SUS se
props a promover a sade,
priorizando as aes preventivas e
democratizando as informaes
relevantes para que a populao
conhea seus direitos e os riscos a
sua sade5. Sob este contexto, o
profissional quiropraxista viu-se apto
a integrar o corpo de profissionais
da rea de sade desse Sistema,
visto tratar-se de uma profisso que
compreende o sistema de medicina
complementar medicina aloptica,
especificamente, atuando como
fonte de referncia nos cuidados da
coluna vertebral e medicina
musculoesqueltica6.
Ainda segundo as regras que
preconizam o SUS, o setor privado
pode integrar o sistema de forma
complementar, por meio de
contratos e convnios de prestao
de servio ao Estado quando as
unidades pblicas de assistncia
sade no so suficientes paragarantir o atendimento a toda
populao de uma determinada
regio7. Assim, visando o
preenchimento de lacunas
existentes no mercado e no
cumprimento das demandas
relacionadas aos serviosprestados, iniciaram-se
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
30/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 95 de 143
negociaes, que em agosto de
2007, culminou com um convnio
entre a Instituio de Ensino
Superior no Vale dos Sinos
(FEEVALE) e o municpio de Porto
Alegre, que desde ento recebe
atendimento quiroprtico8. O
tratamento baseado na
manipulao ou ajustamento
vertebral e uma variedade de
modalidades teraputicas manuais
e mecnicas, em que o
quiropraxista avalia o paciente e o
instrui a respeito da preveno de
doenas, promoo de sade,
nutrio adequada, exerccios e
modificao no estilo de vida9.
Movidos pela busca de
alcanar altos padres de
excelncia, h seis anos, a
Quiropraxia tem se dedicado a
ampliar suas bases de dados
terico-prticas, dentro do SUS,
utilizando-se de pesquisa e
investigao cientfica, por meio de
Trabalhos de Concluso de Curso9-11, que validem suas hipteses e
abordagens. Esta ao tem o
objetivo de proporcionar qualidade
no atendimento aos usurios que
procuram seus servios, oferecendo
cuidado eficaz e seguro, capaz de
satisfazer as necessidades dospacientes8.
Segundo a literatura, a
anlise da populao que frequenta
um determinado servio biomdico,
seja de carter emergencial,
ambulatorial ou utilizando a rede
primria de ateno sade, traz
valiosa contribuio na identificao
de sua privao, carncia,
discriminao e excluso12.
Firmados neste fundamento, optou-
se por realizar um estudo para
identificar o perfil de usurios que
buscaram atendimento quiroprtico
na Unidade Bsica de Sade (UBS)
Vila Farrapos, na regio noroeste de
Porto Alegre/RS.
METODOS
A pesquisa foi submetida
apreciao e aprovao do Comit
de tica em Pesquisa do Centro
Universitrio Feevale (processo n
4.00.03.10.1878). Foi realizado um
estudo transversal a partir de
pronturios de usurios que
receberam atendimento quiroprtico
em uma UBS no municpio de PortoAlegre.
Coleta de dados
Realizou-se um contato com
os responsveis pela UBS escolhida
para pesquisa, para autorizao do
manuseio dos pronturios. A coleta
ocorreu entre abril e maio, conforme
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
31/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 96 de 143
dias e horrios determinados pela
direo da Universidade.
Critrios de Incluso e excluso
Dos 320 pronturios
analisados, 80 deles (25%) foram
includos por apresentarem os
critrios necessrios para utilizao
no estudo, ou seja, continham
informaes pessoais, laudo de
exames de imagem e laboratoriais,
histria atual da doena, dados deexame fsico e forma da execuo
do atendimento quiroprtico. Foram
excludos os pronturios que
apresentaram informaes
incompletas ou omissas.
Anlise Estatstica
Os dados desta pesquisa
foram transcritos, para uma planilha
do software Microsoft Office Excel2007, a estatstica utilizada foi
descritiva. Para a associao das
variveis nominais dicotmicas foi
utilizado o Teste Qui-quadrado e
coeficiente de Pearson, sendo
considerado estatisticamente
significativo p
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
32/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 97 de 143
Grfico 2 - Motivo de procura ao atendimento quiroprtico.
Tabela 2- Gnero associado ao hbito de fumar
Gnero Hbito de fumar
Fumante Ex-fumante No fumante Total
N % N % N % N %
Masculino 5 26,3* 7 36,8 7 36,8 19 100
Feminino 10 16,1 7 11,3 45 72,6 62 100
*Associao estatisticamente significativa
Tabela 3 Gnero associado ao sono
Gne ro Sono
Alterado No Alterado Total
N % N % N %
Masculino 4 21,1 15 78,9 19 100
Feminino 26 41,9 36 58,1 62 100
Tabela 4 Gnero associado ao uso de bebidas alcolicas
Gnero Beb idas alco licas
Sim No Total
N % N % N %
Masculino 7 36,8 12 63,2 19 100
Feminino 16 25,8 46 74,2 62 100
Total 23 28,4% 58 71,6 81 100
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
33/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 98 de 143
DISCUSSO
Pesquisar as necessidades
de um pblico especfico possibilitamudanas ou melhorias em um
produto j existente e ou a criao
de novas modalidades de servios,
garantindo que sejam preenchidas
as lacunas existentes no mercado
suprindo desta forma, as demandas
relacionadas aos serviosprestados13. Aps levantamento de
referencias de publicaes nos
ltimos 10 anos nos bancos de
dados virtuais e impressos, sobre o
perfil sociodemogrfico dos usurios
do SUS, foram separados alguns
estudos realizados em metrpoles
do pas para compor esta
discusso.
Este estudo, contou com a
participao de 81 usurios da
unidade Farrapos da UBS que
receberam atendimento
quiroprtico. A idade mediana
analisada dos mesmos foi de 43
anos, sendo estes dados
semelhantes aos encontrados na
literatura12,14. Esta fase da vida
geralmente marcada por um perodo
laboral intenso, para ambos os
gneros e merece ateno
especfica, j que integra
simultaneamente os riscos
cumulativos do trabalho e doenvelhecimento biolgico6. Neste
mister, a ateno sade
ministrada pela Quiropraxia
indicado e capaz de prevenir, tratar
e oferecer orientaes especficas
que evitem a diminuio da fora
muscular e da mobilidade articular,fatores estes considerados de risco
para doenas ocupacionais
tpicas10.
Deste universo, 62 usurios
(76.5%) eram do gnero feminino,
34 deles (42%) possuam ensino
fundamental incompleto e nove
(11,1%); relataram ter concludo o
ensino fundamental; trs deles
(3,7%) afirmaram possuir ensino
mdio incompleto; 28 participantes
(34,6%) concluram o ensino mdio;
uma pessoa (1,2%) relatou ter
ensino superior incompleto,
enquanto seis (7,4%) concluram o
ensino superior (grfico 1).
Em relao ao estado civil,
13 usurios (16%) eram solteiros,
53 casados (65,4%); dez (12,3%)
divorciados e cinco (6,2%) relataram
outra condio civil.
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
34/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 99 de 143
Quanto ocupao, 10
usurios (12,3%) eram
aposentados, 54 estava empregado
(66,4%), somente um (1,2%)
desempregado, cinco eram
estudantes (6,2%) e 11 deles
(13,6%) eram do lar.
Os dados encontrados nesta
pesquisa corroboram com os
achados em um estudo de 2010,
realizado na cidade de Pelotas-RS.
em que 77% dos usurios
pertenciam ao gnero feminino,
47,1% eram casados, 26,5%
solteiros, 16,4% vivos e 10%
divorciados. Com relao
escolaridade, verificou-se que
46,1% possuam ensino
fundamental incompleto, 14,3%
ensino fundamental completo,
10,4% ensino mdio incompleto,
20% ensino mdio completo, 7,2%
eram analfabetos, e 2% possuam
ensino superior ou tcnico15.
Dados semelhantes tambm
foram encontrados em 2008 empesquisa realizada no municpio de
So Paulo16 com 102 usurios, em
que 55% dos usurios eram do
gnero feminino, a maioria possua
nvel fundamental e eram casados.
Em Florianpolis destacamos
um estudo de 2002, com 261pacientes, dos quais 63,6% eram
mulheres, a maioria casados, 58,6%
possuam ensino fundamental
incompleto e 1.1% ensino superior
completo12.
Um estudo de 2010, com
caractersticas demogrficas e
sociais, realizado na Regio
Metropolitana de Belo Horizonte,
com 8055 usurios, demonstrou que
53% dos participantes pertenciam
ao gnero feminino, com idade
mdia de 39,2 anos para ambos os
gneros e 67,4% relatou ter o
ensino fundamental completo17.
Nos trabalhos citados houve
unanimidade do gnero feminino na
busca pelo servio pblico de
sade, o que confirma os dados de
um estudo internacional de
morbidade, que relata que as
mulheres utilizam 20% mais os
servios de sade do que os
homens18,19.
O motivo principal que fez
os usurios procurarem o
atendimento quiroprtico foi dore/ou desconforto na regio da
coluna lombar com 33,3%, a
segunda queixa foi na regio da
coluna cervical com 14,3%, seguida
pela dor torcica e em membros
inferiores, apenas 1,2% eram
assintomticos (grfico 2). Estesdados corroboram com relatos
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
35/79
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
36/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 101 de 143
Isso significa que aproximadamente
500 milhes de pessoas que esto
vivas hoje morrero por causa do
tabagismo22.
A associao de gnero dos
usurios e a maneira do sono no
apresentou significncia estatstica,
embora 41,9% das mulheres e
21,1% dos homens relataram
distrbio no sono (grfico 3). Estes
dados confirmam os achados na
literatura sobre a prevalncia da
insnia no gnero feminino23. A
dificuldade para dormir e baixa
qualidade de sono podem gerar
sinais de estresse e
comprometimento no estilo de vida
saudvel24.A manipulao vertebral
afeta os neurnios aferentes
primrios dos tecidos
paravertebrais, controlando o
sistema motor e processamento da
dor25, contribuindo dessa forma no
aumento da qualidade de sono,
diminuindo o estresse e
consequentemente melhora nasade e bem-estar.
No tocante gnero e uso de
bebidas alcolicas, tambm no
apresentou significncia estatstica,
todavia, 28,4% deles afirmaram
beberem com frequncia. Em
contrapartida, quando se associou ouso de bebidas alcolicas com
alteraes da PA, diastlica e
sistlica, os dados apresentaram
significncia estatstica de
respectivamente: p=0,002 e p=0,01.
Corroborando com estes achados,
citamos relatos de um estudo que
afirma que a dependncia do lcool
acomete cerca de 10% a 12% da
populao mundial e, de acordo
com o primeiro levantamento
domiciliar sobre o uso de drogas,
11,2% dos brasileiros que vivem
nas 107 maiores cidades do pas.
Os problemas relacionados ao
alcoolismo so responsveis por
mais de 10% dos problemas totais
de sade no Brasil26. Ademais, 5%
a 7% da hipertenso arterial na
populao decorrem de consumo de
lcool. Trs doses por dia o limiar
para elevar a presso sangunea e
est associado a uma elevao de
3mmHg27. Hbitos nutricionais
saudveis associados a um estilo
de vida ativo contribuem na
diminuio do estresse comconsequente melhora na qualidade
de vida28. A quiropraxia pode
beneficiar-se do vnculo adquirido
com os usurios atendidos pelo
servio e encoraj-los a melhorarem
seus hbitos.
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
37/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 102 de 143
CONCLUSO
O perfil dos usurios que
utilizam o atendimento quiroprtico
na UBS estudada condiz com os
demais servios de sade pblica
apresentado na literatura biomdica.
Espera-se que a obteno
deste conhecimento, incentive a
discusso entre os quiropraxistas,
no intuito de elaborar novos
instrumentos de abordagens
clnicas, que v de encontro s
necessidades dos indivduos que
buscam este tipo de servio, seja
tratando ou adotando
preventivamente medidas
educativas para a reduo de
fatores de riscos potencialmente
associados incapacidade.
CONFLITOS DE INTERESSES:
No h.
AGRADECIMENTOS: Mara Clia
Paiva pelo preparo deste
manuscrito.
REFERNCIAS:1. Hochman G, Pires-Alves, Fernando A,Trindade L, Nsia. A histria dostrabalhadores da sade como polticapblica. Cincia e Sade Coletiva. Rio deJaneiro, v. 13, n. 3, p. 816-816, jun.2008.
2. Polignano MV. Histria das polticas desade no Brasil: uma pequena reviso.Disponvel:http://www.fag.edu.br/professores/yjamal/Epidemiologia%20e%20saude%20pub. Acesso em: 10.02.2013.
3. Cohn A. A reforma sanitria brasileiraaps 20 anos do SUS: reflexes. Cad.Sade Pblica, 25 (7), 1614-1619, 2009.
4. Martins PC et al. De quem o SUS?Sobre as representaes sociais dos
usurios do Programa Sade daFamlia. Cincia & Sade Coletiva, 16 (3),1933-1942, 2011.
5. PAR. Secretaria Executiva de SadePblica do Estado, Leis N. 8080/90 e8.142/90. Dispe sobre os Princpios eDiretrizes do SUS. Portal de sade doPar. Disponvel em:http://www.sespa.pa.gov.br/Sus/sus/sus_oquee.htm Acesso em: 18 set. 2007.
6. Fontanella F et al. Conhecimento,
acesso e aceitao das prticasintegrativas e complementares em sadepor uma comunidade usuria do Sistemanico de Sade na cidade deTubaro/SC. Unisul. Curso de Farmcia Habilitao Anlises Clnicas. Tubaro.2007.
7. Brasil. Coletnea de normas para oControle Social no Sistema nico deSade. 2. ed. Braslia. Ed. Ministrio daSade, 2006.
8. ABQ - Associao Brasileira deQuiropraxia. 2010. Disponvel em: . Acessoem: 14 de out. 2012.
9. Haesbaert AP. O atendimentoquiroprtico e o SUS:anlise do grau desatisfao dos pacientes. [Monografia deconcluso de curso]. Novo Hamburgo,Universidade Feevale 2008.
10. Simoni DP. A Importncia daQuiropraxia no Sistema nico de Sade.[Monografia de Concluso de Curso]. NovoHamburgo, Universidade Feevale, 2008.
11. Pereira RC. Quiropraxia e o programade sade da famlia no sistema nico desade.[Monografia de Concluso de CursoQuiropraxia]. Universidade Feevale, NovoHamburgo, 2006.
12. Stamm AMNF, Osellame R, Duarte F,Cecato F, Medeiros LA, Marasciulo AC.Perfil socioeconmico dos pacientesatendidos no Ambulatrio de MedicinaInterna do Hospital Universitrio da UFSC.
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
38/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 103 de 143
Arquivos Catarinenses de Medicina, Vol.31, n. 1-2, 2002.
13. Raimundo CM, Santos ALA, citou KotlerP.1999. Atividades de Marketing aplicado empresa do setor moveleiro de Arapongas:
um estudo exploratrio. XIII SEMEAD -Seminrios em Administrao:2010.
14. Siefer NW, Silva EFA, Ferreira LP,Schwarz VL. Perfil social, econmico eprofissional dos pacientes internados noInstituto do Corao. Ver Soc CardiolEstado de So Paulo 1998;4(A):16-22.
15. Gonalves A, Cunha C, Torres F,Silveira P, Moreira F. Perfil dos usurios doSistema nico de Sade no campus Dr.Franklin Olive Leite.
16. Alonso RH. Satisfao dos Usurios doSistema nico de Sade com os serviosprestados por Unidades Bsicas de Sade.So Paulo, 2008.
17. Lima-Costa M.F, Loyola Filho AI,Fatores associados ao uso e satisfaocom os servios de sade entre usuriosdo Sistema nico de Sade na RegioMetropolitana de Belo Horizonte, Estado deMinas Gerais, Brasil.; Rev. Epidemiol. Serv.Sade; 17; 247-257; 2008.
18.Pereira MG. Variveis relativas spessoas. Citou: Pereira MG, Epidemiologia.Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan;1995, p.189-217.
19. Fejer R, Kyvik KO, Hartvigsen J. Theprevalence of neck pain in the worldpopulation: a systematic critical review ofthe literature. Eur Spine J 2005, 15:834-848.
20. Hartvigsen J, Frederiksen H,Christensen K. Back and neck pain exhibitmany common features in old age. Apopulation based study of 4,486 Danishtwins aged 70-102. Spine 2004, 29:576-580.
21. Bishop PB, Quon JA, Fisher CG,Dvorak MF. The Chiropractic Hospital-based Interventions Research Outcomes(CHIRO) study: a randomized controlledtrial on the effectiveness of clinical practiceguidelines in the medical and chiropractic
management of patients with acutemechanical low back pain. Spine J.2010;10(12):1055-64.
22. United kingdom back pain exercise andmanipulation (UK BEAM) randomized trial:
effectiveness of physical treatments forback pain in primary care. BMJ Online First;2004:1-8.
23. Bronfort G, Evans R, Anderson AV,Svendsen KH, Bracha Y, Grimm RH. Spinalmanipulation, medication, or home exercisewith advice for acute and subacute neckpain: a randomized trial. Ann Intern Med.2012;156(1Pt1):1-10.
24. Brasil. Ministrio da Sade. DoenasRelacionadas ao Trabalho Manual de
procedimentos para os servios de sade.Braslia: 2001.
23. Souza JC, Reimao R. Epidemiologia dainsnia.Psicol. estud., Maring, v. 9,n.1, Apr. 200.Disponvel.
24. Oliveira MM. Qualidade do Sono emProfessores em Instituio de EnsinoSuperior em Novo Hamburgo-RS. 2007.
Monografia de Concluso de Curso(Especializao) Sade do Trabalhador,Universidade Feevale, 2007.
25. Joel G. Pickar. Neurophysiologicaleffects of spinal manipulation. Spine.2002;357371.
26. Fontes A, Figlie NB, Laranjeira R. Ocomportamento de beber entredependentes de lcool: estudo deseguimento. Revista de Psiquiatria Clnica.So Paulo, v.33, n.06, p 304-312, 2006.
27. Primo NLNP, Stein AT. Prevalncia douso e da dependncia de lcool em RioGrande (RS): um estudo transversal debase populacional. Revista de Psiquiatriado Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v.26,n.03,p 280-286, set/dez. 2004.
28. Patrick Milroy et al. Factors affectingcompliance to chiropractic prescribed homeexercise: a review of the literature. J CanChiropr Assoc 2000; 44(3).
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
39/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 104 de 143
ARTIGO ORIGINAL
Avaliao da relao do tratamento de manipulao articular quiroprticacom a expresso urinria de hidroxiprolina em atletas corredoresfundistas
Assessment of the relationship of the chiropractor articular manipulation treatment with
the hydroxyproline's urinary expression in long distance runners
Renato HiroseI, Stefan Mello WesterstahlI,Song D.KimII, Carlos J. R. OliveiraIII
I.Quiropraxista. Universidade Anhembi Morumbi (UAM). So Paulo. BrasilII. Quiropraxista e Farmacutico. UAM.III. PhD, Professor Titular na UAM.E-mail do autor correspondente:[email protected]
ABSTRACT
OBJECTIVES:To evaluate the association between manipulation spinal Chiropractic and themusculoskeletal lesion's expression using the hydroxyploline dose's mensuration in longdistance runners's urine. METHODS:A sample of eight distance runners, six males, between15 and 45 years old, who have integrated both the control group and the group analysis. Wasapplied in both groups a structured, pre-workout and post-workout with issues containingpersonal data, anthropometric characteristics, habits and possible damage to musculoskeletalderived from physical activity. In the control group after the completion of the pre-workoutquestionnaire was held the first urine collection, after the circuit exercises proceeded to fill outthe questionnaire after training, subjective assessment of pain and the second urine collection
and forwarding the same for laboratory analysis. The group performed the same analysisprocedures, adding manipulative therapy after urine collection pre-workout and answer thequestions in the questionnaire after training on the onset of adverse reactions and subjectiveimprovement during training after joint manipulation. RESULTS: Analysis of urinaryhydroxyproline in both groups showed a variation of 0.3mg which does not represent astatistically significant difference. Noted that 62.5% of the athletes reported a reduction of painduring training after chiropractic manipulative therapy and 75.0% of the athletes reported noadverse reactions after chiropractic manipulative therapy. CONCLUSIONS: The trainingsconducted by the club with this sample group were performed within the safety standardsrequired to prevent damage to the musculoskeletal system. The joint manipulation therapy waseffective in reducing pain symptoms and secure parameter in adverse reactions.KEYWORDS:Spinal manipulation, adverse effects, hydroxyproline, runners, chiropractic.
RESUMO
OBJETIVOS: Avaliar a relao entre a terapia de manipulao espinhal quiroprtica e aexpresso de leso musculoesqueltica utilizando a mensurao da dosagem da hidroxiprolinana urina em atletas corredores fundistas. MTODOS: Participaram da amostra oito corredoresfundistas, seis do gnero masculino, entre 15 e 45 anos, que integraram tanto o grupo controlecomo o grupo anlise. Foi aplicado em ambos os grupos um questionrio estruturado, pr-treino e ps-treino, com questes contendo dados pessoais, caractersticas antropomtricas,hbitos e possveis danos musculoesquelticos derivados de atividade fsica. No grupocontrole aps o preenchimento do questionrio pr-treino foi realizada a primeira coleta deurina, aps a realizao do circuito de exerccios procedeu-se o preenchimento do questionriops-treino, avaliao subjetiva de dor e a segunda coleta de urina e encaminhamento damesma para anlise laboratorial. O grupo anlise realizou os mesmos procedimentos,
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected] -
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
40/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 105 de 143
acrescentando a terapia de manipulao articular aps a coleta de urina pr-treino e reposta sperguntas do questionrio ps-treino sobre o aparecimento de reaes adversas e melhorasubjetiva durante o treinamento aps a manipulao articular. RESULTADOS: Na anliseurinria da hidroxiprolina em ambos os grupos observou-se uma variao em seus nveismdios em 0,3mg no representando uma diferena estatisticamente significativa. Observouque 62,5% dos atletas referiram diminuio do quadro lgico durante o treinamento apsterapia de manipulao articular quiroprtica e 75.0% dos atletas no referiram reaesadversas aps terapia de manipulao articular quiroprtica. CONCLUSES: Os treinosrealizados no clube estudado, com este grupo amostral foram realizados dentro dos padresde segurana necessrios para evitar a ocorrncia de danos no sistema musculoesqueltico. Aterapia de manipulao articular quiroprtica mostrou-se eficaz na reduo do quadro lgico esegura no parmetro reaes adversas.
PALAVRAS-CHAVE: Manipulao espinhal, efeitos adversos, hidroxiprolina, atletascorredores, quiropraxia.
INTRODUO
A Quiropraxia uma
profisso da rea da sade que lida
com o diagnstico, tratamento e
preveno das desordens
mecnicas do sistema
musculoesqueltico e dasimplicaes destes transtornos no
sistema nervoso e na sade em
geral1. H uma nfase em
tratamentos manuais incluindo a
manipulao articular, que
caracterizada por um impulso
dirigido para mover uma articulaoalm da sua amplitude fisiolgica de
movimento, sem ultrapassar o limite
anatmico1,2. A referida manobra
utilizada como forma de tratamento
para disfunes na coluna vertebral
e outras condies. Desconforto
local, dor de cabea, cansao,tontura, nuseas e aumento da
temperatura na pele esto entre os
relatos mais comuns dos seus
efeitos adversos que, geralmente
so leves e passageiros3,5. Relatos
de complicaes graves, como
acidente vascular cerebral,sndrome da cauda equina e
agravamento de hrnia de disco,
so considerados raros e no
apresentaram objetivamente nexo
causal6. A segurana na prtica
quiroprtica continua sendo um
importante foco de pesquisa7-9
. Umestudo de 1998 estimou que a cada
10 milhes de manipulaes na
regio superior da coluna cervical
ocorre leso em 6,4 e na regio
lombar, uma em 100 milhes de
manipulaes8.
Em busca da melhora nopotencial atltico, o corredor
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
41/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 106 de 143
fundista se expe regularmente a
aes musculares com sobrecarga
durante o treinamento de resistncia
de fora10, o que o leva, muitas
vezes, s leses no aparelho
locomotor com sintomas de dor e
consequente aumento na excreo
urinria da hidroxiprolina (HP)11. A
HP reconhecida como marcador
biolgico do
catabolismo/anabolismo do
colgeno do aparelho locomotor,
seus nveis aumentados na urina
sugerem a ocorrncia de micro
leso nos tecidos conjuntivos. A
comparao dos seus coeficientes
antes e aps treinamento permite
identificar a dimenso da leso
tecidual12,13.
Considerando o exposto, esta
pesquisa se props a estudar a
relao entre o tratamento de
manipulao articular e a expresso
de leso musculoesqueltica,
utilizando a dosagem da
hidroxiprolina na urina em atletas
corredores fundistas e identificar as
reaes adversas aps as
manobras de manipulao articular
e sua dimenso.
MTODOS
A pesquisa realizada podeser classificada como do tipo quase
experimental, seus participantes
fizeram parte do grupo controle e
anlise, com teste e reteste aps
treinamento14. Os sujeitos foram
informados sobre o teor da pesquisa
e assinaram o Termo deConsentimento Livre e Esclarecido.
Amostra
A amostra foi composta por
oito praticantes de atletismo da
modalidade de corrida de fundo,
seis do gnero masculino, inscritos
na Federao Brasileira de
Atletismo. O estudo foi realizado emum Clube de Esportes, localizado
no municpio de So Paulo-Brasil.
Critrios de incluso e excluso
Foram includos na amostra
atletas de ambos os gneros, com
idade entre 15 e 45 anos e prtica
na modalidade de corrida de fundo
a mais de seis meses. Foram
excludos os atletas que tinham
dificuldade em permanecer em
jejum por 12 horas e que,
previamente, apresentassem
caractersticas como: alterao
neural, muscular e ou esqueltica
-
7/25/2019 Revista Brasileira de Quiropraxia Vol 4 n 2
42/79
ISSN 21797676RBQ - Volume IV, n. 2 - Pgina 107 de 143
associados, consumo de lcool ou
outra substncia que pudesse
influenciar os nveis de HP na
excreo urinria; ndice de massa
corporal (IMC) acima de 40;
doenas metablicas, dor, ou
aqueles que adotavam dieta com
alto valor proteico.
Procedimentos
O estudo foi realizado em
duas etapas. Na primeira os atletasatuaram como grupo controle e na
segunda como grupo anlise. Antes
de cada coleta os participantes do
estudo foram orientados a realizar
jejum de 12 horas e desprezar a
primeira urina do dia. As amostras
foram coletadas e armazenadas emrecipientes plsticos esterilizados
fornecidos pelo laboratrio OMNI-
CCNI Medicina Diagnstica, local
em que foi realizada a anlise da
urina.
Etapa um- (grupo controle) seguiu-
se a seguinte ordem cronolgica:questionrio pr-treino, coleta um
de urina, descanso, prtica do
treino, coleta dois, questionrio ps-
treino e anlise da urina. O
questionrio pr-treino constou de
informaes sobre presena de
leses e ou dor e sua intensidadefoi dimensionada pela Escala Visual
Analgica de dor (EVA)15. Em
seguida os participantes tiveram 10
minutos de descanso e incio das
atividades esportivas com durao
de 1 hora e 50 minutos com corrida
leve; alongamento; tcnica de
corrida e tiros de corrida de 400 e
1000 metros. Duas horas aps o
treino foi realizada a segunda coleta
de urina e preenchimento do
questionrio ps-treino para aferir
sintomatologia do aspecto de dor e
sua intensidade, utilizando a EVA. A
anlise urinaria foi realizada para
exame hidroxiprolina duas horas,
utilizando o mtodo colorimtrico.
Etapa dois - (grupo anlise)
participou dessa fase os sujeitos da
amostra anterior, uma semana aps
a finalizao da primeira etapa. Foi
seguida a ordem cronolgica
anterior, substituindo o perodo de
descanso aps o preenchimento do
questionrio pr-treino, pela