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OLHOS ATENTOS Senador Pedro Simon fala sobre a importância da fiscalização neste novo momento da política nacional SEM FRONTEIRAS Tragédias naturais unem os povos em solidariedade CÉLULAS-TRONCO Pesquisas reacendem a esperança de cura de inúmeras doenças MARISTA EDIÇÃO 03 · FEV/2011 PUBLICAÇÃO DA UNIÃO MARISTA DO BRASIL 9 7 7 2 1 7 5 7 0 4 0 0 7 ISSN 2175-7046

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Edição de Fev/2011 da Revista Brasil Marista - Olhos Atentos

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FTD Sistema de Ensino. Agora, com Ensino Fundamental II (6o ao 9o ano) e novo site. O FTD Sistema de Ensino já era a melhor escolha porque oferece consistente material didático, equipe de assessoria pedagógica, atendimento 0800, central administrativa e comercial e outras vantagens. E fi cou ainda mais completo, com Ensino Fundamental II (6o ao 9o ano) e um novo site, repleto de material de apoio ao professor e aos alunos, exercícios, testes de vestibular e muito mais. Coloque a sua escola capítulos à frente. Adote FTD Sistema de Ensino.

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OLHOS ATENTOSSenador Pedro Simon fala sobre a importância da fi scalização neste novo momento da política nacional

SEM FRONTEIRASTragédias naturais unem os povos em solidariedade

CÉLULAS-TRONCOPesquisas reacendem a esperança de cura de inúmerasdoenças

M A R I S T AEDIÇÃO 03 · FEV/2011

PUBLICAÇÃO DA UNIÃO MARISTA DO BRASIL

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As riquezas do planeta não são mercadoria.

Conheça os lançamentos que fazem parte daCampanha da Fraternidade 2011.

Grandes lições de vida e de conscientizaçãosobre a importância da preservação do nosso planeta.

Vamos valorizar a natureza e a vida antes que seja tarde.

Uyrá – O Defensor do Planetade Fernando Carraro, ilustrações de Glair Arruda

Indicado para 4º. e 5º. anos

Uyrá – O Defensor do PlanetaCuidando da Vida no Planetade Fernando Carraro, ilustrações de Ivan Coutinho

Indicado a partir do 6º. ano

Cuidando da Vida no Planeta

Literatura Infantil: Amigos do Planeta Azul | A Febre do Planeta | A Parábola do Planeta AzulA Parábola do Planeta Azul II | Confusão no Jardim | Mas Será que Nasceria a Macieira? | Meu Jardim SecretoMonólogo da Natureza | O Riacho | Os Es tra nhos Se res Hu ma nos | Uma Ideia Verde | Que Planeta é Esse?

Literatura Juvenil: Cinco Anos sem Chover | É Preciso Lutar! | O Menino e o CedroTão Longe, Tão Perto | Uala – o Amor | Ver de Ver

Acesse o site e conheça as obras acima, que fazem parte da Campanha da Fraternidade 2011. www.ftd.com.br

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[ EDITORIAL ]

Acreditamos que um novo ano pede uma nova atitude. Na reportagem de capa desta edição da Revista Brasil Marista, mostramos como a Internet está mudando a nossa maneira de acompanhar a política. O senador Pedro Simon, ex-aluno e atualmente pai de aluno marista, é o nosso convidado especial para um bate-papo sobre vida e política e, com uma trajetória marcada pela defesa da de-mocracia, não poderia dar outro recado: “o desafio do país agora é acompanhar e fiscalizar o que cada representante faz em Brasília”.

Preparamos também uma reportagem sobre vocação. Afinal, como orientar os jovens na hora de es-colher a carreira que vão seguir? A psicóloga Selena Greca dá as dicas para pais e filhos de forma clara e direta. E quando o chamado é orientado para a vida religiosa? Ir. Joaquim Sperandio, da Província Marista Brasil Centro-Sul, destaca que o mais importante é silenciar e deixar que fale o coração. Ainda assim, na hora de decidir, informação nunca é demais.

Trazemos nesta primeira edição de 2011 uma série de reportagens, que contam com a participação de um time muito especial de colaboradores. Os desafios da sustentabilidade, a esperança contida nas pesquisas de células-tronco, a solidariedade diante das catástrofes naturais como a do Haiti são alguns dos assuntos que fazem esta revista.

Nas páginas desta edição mostramos muita gente que está fazendo a diferença por um mundo melhor, mais alegre, mais justo. Esperamos que elas sejam uma boa inspiração para você no ano que começa.

Boa leitura!

Luís Fernando Carneiro editor

Um novo tempo

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08 | CuLtura para Ler, ver e ouvirProjeto Vozes do Brasil traduz a riqueza da nossa cultura por meio da música e da arte

16 | páginas azuisEm entrevista exclusiva, Ir. Emili Turú fala sobre o sentido da união capaz de transpor barreiras

20 | reLaxar é preCisoEspecialistas garantem: ter um hobby ajuda a relaxar e melhora o desempenho no trabalho

32 | na CoLa deLesApós as eleições, é chegada a hora de assumirmos uma postura ativa, acompanhando de perto o que estão fazendo nossos políticos. Confira a entrevista exclusiva com o senador e ex-aluno marista Pedro Simon

56 | soLidariedadeQuando a natureza se volta contra a ação do homem, ainda resta quem estenda a mão às vítimas das catástrofes ambientais

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[ ÍNDICE ]

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[ E X P E D I E N T E ]

diretor-presidenteIR. ARLINDO CORRENT

diretor-tesoureiroIR. DéLCIO AfONSO BALESTRIN

diretor-seCretárioIR. JOSé WAGNER RODRIGuES DA CRuz

seCretário exeCutivoIR. JOãO CARLOS DO PRADO

seCretário exeCutivo adjuntoIR. VALDÍCER fACHI

Coordenador da área de vida Consagrada e LaiCatoIR. JOSé DE ASSIS ELIAS DE BRITO

Coordenador da área de MissãoIR. LODOVINO JORGE MARIN

Coordenador da área de gestãoIR. VALTER PEDRO zANCANARO

assessora de reLações interinstituCionaisMONICA KONDzIOKOVá

assessor de Captação de reCursosDAVID MARCIAL ORTOLAN

assessora da área de MissãoMéRCIA MARIA SILVA PROCóPIO

assessor da área de gestãoJOSé MESSIAS DE ALMEIDA PINA

anaLista da área de vida Consagrada e LaiCatoJOAQuIM ALBERTO ANDRADE SILVA

anaLista da área de MissãoJOãO CARLOS DE PAuLA

anaLista de suporte de tiWELLINGTON DOS SANTOS COSTA

Coordenadora adMinistrativo-FinanCeiraCELESTE TAMASHIRO

seCretária geraLNúBIA AzEVEDO DOS SANTOS

auxiLiar adMinistrativoANDERSON CABRAL

auxiLiar de serviços geraisELIANE ALMEIDA EMÍDIO

Coordenadora de CoMuniCação e MarketingKATIuSCIA SOTOMAyOR

estagiário de CoMuniCação e MarketingRuBENS OLIVEIRA

editorLuÍS fERNANDO CARNEIRO

redaçãoVIVIAN fIORIO

projeto gráFiCoPATRÍCIA LuGOKENSKI

FinaLizaçãoPATRÍCIA LuGOKENSKI

FinanCeiroELLEN NOGuEIRA

atendiMentoKELLy C. GEQuELIM SKRzyPIETz

r. CaseMiro josé Marques de abreu, 706 ahú | Cep: 82200-130 | Curitiba – pr Fone: (41) 3018-8805 | www.editoraruah.CoM.br

união maristado brasilsCLn 102 | bLoCo C | saLa 102

asa norte | brasíLia-dF Cep 70722-530teLeFax (61) 3346 5058

www.uMbrasiL.org.br

A REVISTA BRASIL MARISTA é uMA PuBLICAçãO DA EDITORA RuAH SOB

LICENçA DA uNIãO MARISTA DO BRASIL (uMBRASIL). ENVIE SEuS COMENTáRIOS

PARA A REDAçãO PELO E-MAIL [email protected]

as assoCiadas da uMbrasiL são

FiLiadas à aneC.

Capa | iMageMDIVuLGAçãO

Capa | artePATRÍCIA LuGOKENSKI

iMpressãoEDITORA fTD

tirageM15 MIL EXEMPLARES

ConseLho editoriaLJOãO CARLOS DO PRADO, JOSé DE ASSIS ELIAS DE BRITO, KATIuSCIA SOTOMAyOR, LODOVINO JORGE MARIN, MONICA KONDzIOLKOVá, ROSANGELA fLORCzAK, VALTER PEDRO zANCANARO

todos os direitos reservados. proibida a reprodução seM autorização prévia e esCrita. todas as inForMações téCniCas são de responsabiLidade de seus respeCtivos autores.

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muito aLÉm do beabÁSe você é de Alagoas e não entende uma só palavra do que fala o mineiro, ou sai do Paraná e esbar-ra no sotaque amazonense, aí está a maior prova de que você é, de fato, um verdadeiro brasileiro. Esse povo de várias culturas e raças se destaca pelo vocabulário rico e repleto de expressões locais que transformam cada pedacinho do país em uma pequena nação. Para reunir e valorizar toda essa diversidade, foi fundado o Museu da Língua Portuguesa (MLP) em São Paulo (SP), a maior capital da América Latina.

CuLTuRA

Dirceu Rodrigues

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[ VER ]

COISAS QuE VOCê Só ENCONTRA NO MLPCom 16m de altura, o Museu abriga uma escultura denominada “Árvore de Palavras”. A obra é do artista plástico Rafic Farah e, como o nome já diz, é composta por palavras de todos os idiomas que originaram o português, além da representação de objetos e animais relaciona-dos à nossa cultura.

Lá dentro tudo é linguagem. Ao acessar os elevadores, os visitantes se depa-ram com uma música ambiente inusitada – o som que toca é nada menos do que um mantra composto por Arnaldo Antunes a partir da repetição das palavras “língua” e “palavra” em vários idiomas.

O Brasil amplia suas fronteiras em um imenso mapa interativo. Para saber como soa o so-

taque de cada região do país, basta indicar uma localidade e ouvir a declaração de um brasileiro de lá.

Yugo

Tan

akaFalar português não é privilégio nosso, é bem

verdade. Mas é no Brasil que está um dos maio-res acervos destinado à valorização e à divulga-ção do nosso idioma. O Museu da Língua Por-tuguesa nasceu em 2006, ocupando a histórica Estação da Luz em São Paulo, espaço que favore-ce ainda mais a ambientação cultural da língua.Mas como é possível expor um idioma? No Mu-seu da Língua Portuguesa, a língua se manifesta nas mais diversas formas. São vídeos, áudios, fil-mes, textos, jogos eletrônicos, painéis, totens e representações artísticas usando tecnologia de ponta e recursos interativos, que proporcionam aos visitantes a mais ampla experimentação da língua portuguesa e seus dialetos falados em cada região do mundo.O projeto recebeu investimento pesado para pesquisa, desenvolvimento e restauração do

edifício – uma obra de mais de 4 mil m² criada pelos arquitetos Pedro e Paulo Mendes da Ro-cha, no coração da cidade que tem a maior po-pulação de falantes do português no mundo.

Nossa líNgua FALADA, ESCRiTA, iLuSTRADA E ESCuLPiDA

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Casa-Museu MagdaleNa e gilberto Freyre recifeA casa que já foi lar de um dos maiores sociólogos e escritores do país preserva o acervo de Gilberto Freyre para a apreciação de turistas na tradicional capital de Recife, em Pernambuco. Basta dar uma volta pela área para se sentir parte desse universo cultural. O museu reúne quadros, livros, objetos e registros fundamentais para a história da região e do país.

Para conhecer um Pouco mais sobre a cultura do País, visite também:MUSEUS PELO BRASIL

Museu NaCioNal HoNestiNo guiMarães brasíliaO arquiteto Oscar Niemeyer é responsável por essa obra que preserva e promove o passado e o futuro do país por dentro e por fora. Afinal, não há nada mais nacional do que Brasília, no Distrito Federal, e, portanto, o Museu Nacional vem refor-çar essa valorização por toda a mistura que representa a cultura brasileira, por meio de exposições temporárias sem obras fixas.

Museu osCar NieMeyer CuritibaOs famosos traços de Niemeyer emprestam sua dimensão ar-quitetônica ao cenário cultural de Curitiba, no Paraná. Sua obra, fundada em 2002, repre-senta hoje um dos mais mo-dernos museus do país, com exposições de grandes artistas contemporâneos e mostras locais. O espaço é aberto ao público oferecendo uma série de atividades que estimulam a interação das pessoas com a arte.

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volta ao mundo numa bicicleta ergométricade derico sciotti| editora PlanetaHá mais de 20 anos, Derico faz parte do sexteto do Programa do Jô. Mas pouca gente sabe que o famoso saxofonista também é um ótimo escritor de humor. Suas tiradas nesta história maluca são impagáveis.

nunca antes na história deste Paísde marcelo tas| editora Panda booksO jornalista Marcelo Tas reúne frases ditas pelo presidente Lula em discursos e viagens. O autor comenta ainda o contexto histórico e político do país nas ocasiões em que as decla-rações foram feitas.

história das invençõesde trevori Williams | editora gutenbergMostra como os fatores tecnológicos modela-ram e continuam a modelar a história humana. Agricultura, construção, transporte, energia, máquinas, armamentos e arquitetura. Tudo o que você sempre quis saber sobre invenções está neste livro.

Qual é a música?Sabe aquela música que está na ponta da lín-gua e não sai? No site www.midomi.com você encontra mesmo sem saber a letra. A ideia foi lançada por dois engenheiros de Stanford: basta ligar o microfone do seu computador, clicar no campo “Click and Sing or Hum” e cantarolar o que vier a cabeça. O resultado será uma relação de músicas parecidas, se-não o nome e a própria canção pesquisada. O banco de dados do site é alimentado pelos próprios usuários que precisam fazer um re-gistro gratuito antes de usar.

tudo sobre cinemaPara acompanhar dicas, lista de filmes mais assistidos e trailers dos próximos lançamen-tos a Internet está repleta de opções. Entre elas, o site www.filmesdecinema.com.br ofe-rece dezenas de novidades todos os dias para os amantes das telonas. Lá você pode conferir as maiores bilheterias da semana, os dez me-lhores filmes na opinião do público e da crí-tica, além de sinopses, elenco e comentários atualizados.

PRAtELEIRASuGESTõES PARA LER, NAvEGAR E SE DivERTiR

LIVROS1

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[ LER ]

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o Futuro ao alCaNCe dos dedos

Há décadas os filmes de ficção previam o que hoje já é uma realidade. Os tablets chegam ao merca-do com ares de futuro e não tem mais jeito: agora todo mundo quer ter um. O iPad, novo “brinque-do” da Apple é um mix de computador, agenda, livro e jornal. Tem um design clean – simples, po-rém eficiente. Acessa Internet, lê email, roda vídeo, baixa foto, toca música. Seu maior concorrente é o Galaxy Tab, da Samsung. O aparelho permite tirar fotos e conversar por meio de vídeo em câmeras frontais e na parte de trás. Além disso, pesa 380 gramas, ou seja, bem menos que o iPad, que pesa 680 gramas (o modelo sem 3G) e 730 gramas (a versão com). A decisão é sua.

[ L E R ]

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nós teMos vozesYEs,

[ OuVIR ]

O que o Brasil tem de melhor na música, certamente as antenas do vozes do Brasil já captaram. O projeto é da jornalista Patrícia Palumbo, que faz entrevistas e reportagens com os principais nomes da MPB da atualidade. E se alguém novo está pintando no mercado, com

certeza estará por lá também. O vozes do Brasil tem site, revista e programas de rádio. Os paulistanos ainda têm a chance de conferir o vozes ao vivo, uma programação itinerante que leva artistas brasileiros para os palcos em parceria com o SESC-SP.

veja tudo aqui: www.vozesdobrasil.com.br.

Lumen | um dos canais de divulgação dos projetos da Patrícia Palumbo é a Rádio Lumen FM, do Grupo Lumen de Comunicação, mantido pela Associação Paranaense de Cultura, uma entidade marista.

Playlist | patrícia palumboDica de especialista a gente ouve sem pensar duas vezes. No seu playlist, tem muita coisa nova e muita coisa antiga. Mas tudo é coisa boa, então vale a pena conferir:

tulipa ruiz Só sei dançar com vocêarnaldo antunes Se tudo pode acontecerZélia duncanTelhados de Parisbarbara eugenia A chaveZeca baleiroMuzakCarlinhos brownCovered SaintsVanessa da MataVocê vai me destruirCéuCumadiVerônica FerrianiCom mais de trinta

diogo PoçasPedacinho de vida

MúsiCa Para lerTanta história boa para contar só podia resultar em uma coisa. Ou melhor, duas: Patrícia já publicou dois livros reunindo entrevistas marcantes,

matérias sobre personalidades da música brasileira, fotos e curiosidades sobre o mundo da música. A primeira obra apresenta entrevistas exclusivas reali-zadas com gente como Arnaldo Antunes, Cássia Eller, Daúde, Ed Motta, Lenine, Luís Melodia, Paulinho Moska, Zeca Baleiro e Zélia Duncan.A segunda traz vanessa da Mata, figura carimbada no vozes do Brasil desde o início da sua carreira. Além dela, o livro também tem Rita Lee, Adriana Calcanhotto, Nando Reis, Tom Zé e outros.

Histórias Para ouVirA primeira emissora que deu “voz ao Brasil” foi a Musical FM, de São Paulo. Todos os dias Patrícia Palumbo assumia o comando às 19h, tirando “A voz do Brasil” do ar.Logo o programa migrou para a Eldorado FM, onde já comemora 10 anos no ar e hoje está presente todas as semanas também na Rádio inconfidência FM (Belo Hori-zonte), Lumen FM (Curitiba), Litoral FM (litoral paulista) e Educadora FM (Bahia).

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A vanessa é da Mata, do Brasil, da MPB. Com seu estilo todo particular,

ela tem cara de música e natureza. Seu mais novo trabalho, o álbum

“Bicicletas, Bolos e outras alegrias”, traz um pouco de tudo isso com

muita leveza. Sem um padrão definido, as composições da cantora

e intérprete mato-grossense criam uma mistura provocativa. Tem letra

falando de amor, de sonhos, de felicidade. E tudo com muita luz.

Como define Mia Couto, renomado escritor e poeta moçambicano, ao

falar sobre a nova obra, “cada canção é uma janela. Que se abre para o lado

de dentro do Sol”.

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[ OuVIR ]

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As responsabilidades e a agenda mais que lotada do Superior Geral dos irmãos maristas apenas re-forçam as características que o destacaram como um grande líder. O espanhol Emili Turú se mantém focado na necessidade de cada jovem e na realidade de cada comunidade espalhada pelo mundo. Além disso, investe todos os seus sonhos, orações e trabalho na construção de um instituto em-preendedor, jovem e acolhedor. Enfim, um instituto Marista cada vez mais parecido com seu funda-dor: São Marcelino Champagnat.ir. Turú foi um dos responsáveis pela Assembleia internacional da Missão Marista, realizada em Mendes (RJ), em 2007, e pela criação de diversos grupos de trabalho, relativos à Pastoral Juvenil Marista, à for-mação universitária, à missão marista e à coordenação das obras sociais, entre outros.Sua comunicação fácil e o domínio de vários idiomas reforçam a vocação de criar elos, unindo as ex-periências de irmãos maristas e leigos pela construção de um mundo melhor. Emili Turú esteve no Brasil em 2010 e visitou a sede da união Marista do Brasil, em Brasília, quan-do concedeu esta entrevista à Monica Kondziolková , Assessora de Relações interinstitucionais da uMBRASiL.

brasil Marista - CoMo o seNHor torNou-se uM religioso? QuaNdo o seu Coração reCe-beu o CHaMado à Missão Marista?

ir. Emili Turú - um chamado tem sempre uma di-mensão de mistério. é curioso. Em Barcelona, os padres sempre me “perseguiam” intencionando o meu ingresso no seminário. A possibilidade de ser marista veio se construindo a partir da convivência durante a minha formação. Foi um namoro. Mas senti com mais força o chamado durante o noviciado. Foi quando senti a convo-cação do Senhor para a missão. Este chamado veio se confirmando durante toda a minha vida. Não me imagino em outra função, em outro lu-gar, vivendo a vida de outra maneira.

TRANSFORMAR é PRECiSO

Na sua MeNsageM aos joVeNs do 1º CoN-gresso NaCioNal da Pastoral juVeNil Marista o seNHor destaCou Que aCredita Que as Pessoas de todo o MuNdo PossueM uM extraordiNário desejo de uNidade. CoMo Cada Pessoa Pode FaZer a sua Parte Para VeNCer as barreiras Culturais, so-Ciais e se uNir eM uMa só FaMília?

O desejo de unidade se traduz numa profunda nostalgia de algo que se perdeu no caminho. A humanidade é uma só. O problema é percebê-la como tal. é fato que temos culturas diferentes, hábitos distintos, mas nos vemos e vivemos como caixinhas separadas. O cosmos é um todo e nós somos mais que um, uma parte integrada

EM ENTREviSTA à BRASiL MARiSTA, iR. EMiLi TuRú ROFES FALA SOBRE A iMPORTâNCiA DE COLOCAR AS PESSOAS COMO PROTAGONiSTAS DA SuA PRóPRiA HiSTóRiA

[ PÁGINAs AZUIs ]

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[ PÁGINAs AZUIs ]

no todo: a humanidade. A experiência mística possibilita viver em profundidade a essência da vida e sentir a unidade. Esta vivência nos permi-te reencontrar esta essência, particular em cada um.

ViVeMos NuM MuNdo Que Nos iMPulsioNa Na direção CoNtrária à uNidade. Qual seria a diCa Que o seNHor Nos daria Para eNtrar eM CoNtato CoM a essêNCia da Vida eM Nosso CotidiaNo?

Não é algo que se busque na Lua. Em realida-de somos um e a experiência de unidade está dentro de nós mesmos. Qualquer pessoa, em qualquer lugar, em qualquer circunstância, pode entrar em contato com a sua essência e sentir esta unidade. O silêncio é uma porta para esta interioridade. Mas também há outros momentos que nos possibilitam esta experiência, como o contato com a música, com as artes visuais, com a poesia, com a literatura... é preciso cultivar o silêncio. O silêncio é o que menos há nos dias atuais e é o que mais falta em nossa sociedade. O silêncio e o contato com a essência da vida fa-zem aflorar o que há de melhor em cada pessoa.

Qual a iMPortâNCia da PartiCiPação dos leigos Na Missão Marista CoMPartilHada ruMo a uMa soCiedade Mais ateNta às Ne-Cessidades dos MeNos FaVoreCidos e Na ForMação de Pessoas justas, digNas e so-lidárias?

O que sentimos é imperativo: temos de trabalhar juntos. Não se trata de formar os leigos, mas de juntar nossas experiências. Juntos nós estamos nos formando, a partir de nossas diversas vivên-cias. A riqueza está nesta mistura. Juntos nós va-mos construindo o rosto mariano da igreja. Este rosto mariano tem características singulares: é circular, fraterno, de serviço, aberto, acolhedor...

um rosto amável, distinto, que seja atrativo para os jovens pela maneira de ser e estar no mundo.

desde Que o seNHor Foi eleito CoNselHei-ro-geral e agora, CoMo suPerior geral, VeM ProMoVeNdo iMPortaNtes disCussões sobre a Missão e a Criação de diVersos gruPos de trabalHo, relatiVos à iNser-ção dos joVeNs Nas ações deseNVolVidas Pelo iNstituto Marista. o desejo de seguir CHaMPagNat CoNtiNua MobiliZaNdo jo-VeNs eM todas as Partes do MuNdo?

Champagnat tem um rosto atrativo para os jo-vens e continua a encantá-los nos cinco conti-nentes. Penso que é algo ligado à sua personali-dade que atrai os jovens, sua maneira de ser, de se relacionar com as pessoas e com o mundo à sua volta. uma pessoa jovem, que com menos de 30 anos já havia fundado o instituto Marista, um empreendedor acolhedor e cálido.

desde o iNíCio, seu trabalHo No iNsti-tuto Marista Foi FoCado Na ForMação dos joVeNs irMãos. Quais são os Maiores desaFios esPirituais Na Vida religiosa e taMbéM Cultural destes NoVos VoCaCio-Nados?

O maior desafio é o cultivo da interioridade. O jo-vem é por natureza um ser espontâneo, cheio de energia e estímulos e a prática da interioridade, neste contexto, é mais difícil. Além disso, o jo-vem de hoje vive numa sociedade em que tudo o leva numa direção contrária a da interioridade. Nas pessoas mais velhas esta prática é mais fácil. O jovem acaba vivendo na superfície, em movi-mentos acelerados e isso faz com que ele per-ca o que dá sentido à vida em meio a todo este contexto externo, em que é preciso lidar com o inesperado a cada dia. Já a compreensão da mística pelo jovem é mais fácil, pois ele está em busca de algo que corresponda aos seus anseios. Ele está em busca de respostas. é preciso traba-lhar estruturas pessoais que possam lidar com o exercício da interioridade, numa dimensão pro-fética mística. Mas isso é algo que se conquista com a caminhada, algo que o jovem vai acertan-do com o tempo.

eM sua oPiNião, CoMo a esCola Marista Pode ForMar o boM Cidadão?

Chamou-me a atenção, no Brasil, a altura dos muros que rodeiam as casas, muitas vezes ain-da ornamentados com redes de eletrochoque

“É preciso cultivar o silêncio. o silêncio É o que menos há

nos dias atuais e É o que mais falta em nossa sociedade”

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ou outro aparato que dificulta ainda mais a sua transposição. viajando pelo mundo e observan-do as casas em outros países constatei que não há muros nas casas nos países em que a diferen-ça entre os ricos e os pobres é menor. Daí, nós podemos inferir que a altura dos muros pode ser proporcional ao tamanho da diferença entre as classes sociais de uma nação. Mudar esta re-alidade, sem dúvida, tem impacto na formação dos cidadãos que compõem a nação, uma vez que ela pode ser determinante na continuidade desta diferença, que pode se alargar cada vez mais, distanciando dois mundos, que são parte de uma mesma nação.

Qual o Maior desaFio?Os maristas no Brasil vivem as duas realidades, de pobres e de ricos, e agem sobre elas ao em-preenderem colégios que atendem a classe mais abastada da população, bem como a classes me-nos favorecidas da sociedade brasileira. um de-safio seria criar pontes entre estes dois mundos, que possibilitassem enxergar as distintas reali-

“a formação de bons cristãos e de virtuosos cidadãos É aquela que coloca o sujeito no centro da ação educativa, como protagonista, capaz de transformar a realidade à sua volta”

dades com um olhar crítico e solidário. A forma-ção de bons cristãos e de virtuosos cidadãos é aquela que coloca o sujeito no centro da ação educativa, como protagonista, capaz de trans-formar a realidade à sua volta. E este é papel da escola, da família, da sociedade, de todos nós.

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Quando pensamos na figura de um dire-tor de uma instituição educacional, logo idealizamos um perfil totalmente voltado

para as questões acadêmicas ou até mesmo ad-ministrativas. Com Robert Carlisle, diretor exe-cutivo do instituto Católico de Santa Catarina e vice-reitor da uNERJ, não é bem assim. Ele divi-de seu trabalho com um hobby que em poucos anos virou uma grande paixão: o caratê. Ele é uma das muitas pessoas que descobriram que se dedicar a um hobby pode fazer muita diferença na produtividade e na qualidade de vida.

Se você é do tipo que alega não dispor de um minuto livre para atividades que nem de longe lembrem suas tarefas profissionais ou seus afa-

A FALTA DE TEMPO NãO é DESCuLPA PARA vOCê NãO TER uMA ATiviDADE RELAxANTE DEPOiS DE uM DiA DE TRABALHO

zeres domésticos, saiba que sua chance de de-senvolver o estresse e todos os problemas que ele acarreta é maior que a das pessoas que têm um hobby. Saiba, também, que encontrar tem-po para uma ocupação capaz de desviar sua atenção das preocupações com o trabalho é uma questão de definir prioridades. “O organis-mo humano pode ser comparado a um carro”, diz a médica Alexandrina Meleiro, do instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Colocá-lo para trabalhar durante horas seguidas todos os dias da semana pode provo-car superaquecimento e diminuir a vida útil do motor.”

relaxar É PRECIsO

[ ESTILO DE VIDA ]

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DIVIRTA-SE E VIVA MELHORConFira uM passo-a-passo para enContrar seu hobby

o início Encontrar tempo para as atividades extras é mais fácil do que parece. “Quando a pessoa faz algo por prazer, o tempo deixa de ser um problema”, diz o cardiologista Bernardino Tranchesi, de São Paulo. Considerando esse aspecto, e dentro das possibilidades financeiras de cada um, qualquer atividade pode transformar-se num hobby. A pessoa pode, por exemplo, dedicar-se a uma coleção de selos. Ou praticar algum esporte. Ou trocar mensagens com desconhecidos pela internet. Ou ainda ter aulas de dan-ças de salão, assistir a filmes clássicos no DvD ou mesmo desenvolver uma atividade mais complexa.

temPo com a famíLiaum cuidado importante é impedir que o hobby termine por tomar todo o tempo livre e acabe afastando a pessoa da convivência com a mulher, o marido ou os filhos. Bem administrado, no entanto, o passatempo pode, inclusive, proporcionar momentos agradáveis de reunião familiar. conVíVio sociaLMuitas atividades combinam a recreação com a possibilidade de encon-trar os amigos ou ampliar o círculo de relacionamento. “Nos momentos de lazer, as pessoas estão desinibidas, e os relacionamentos são muito mais próximos do que no ambiente de trabalho”, afirma a psicóloga Maria Apa-recida Carrijo.

efeito contrÁrio é preciso ter o cuidado de evitar que o passatempo se transforme em obsessão e em fonte adicional de preocupação. “Quem for tão exigente com seu desempenho no passatempo quanto é no ambiente de traba-lho nunca conseguirá relaxar”, diz o engenheiro Flávio Próspero, um dos fundadores da Associação Brasileira de Qualidade de vida, entidade que desenvolve programas de melhoria do ambiente de trabalho em grandes empresas. “A atividade profissional também deve ser prazerosa, para que os momentos de lazer não se reduzam a mera compensação das frustra-ções do escritório.”

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Estimulado por alguns colegas que já pratica-vam a arte marcial, Carlisle incorporou o treina-mento ao seu cotidiano e encontrou, através disso, o caminho para o desenvolvimento das habilidades do corpo e da mente. Para ele, o es-porte alia exercício físico e meditação, auxilian-do no desempenho das atividades através de técnicas de respiração e controle emocional.

é dessa forma que duas representações opos-tas podem se desenvolver em sintonia com a vida profissional e pessoal do diretor. Dando iní-cio aos treinos com 53 anos, Carlisle prova que empenho e determinação nada têm a ver com a idade – em sete anos conquistou a faixa marrom (subindo a média de uma faixa por ano) no es-porte no ano passado.

Ele comenta que desde criança sempre gostou muito de praticar esportes, intercalando entre natação, futebol e até mesmo vale-tudo. Mas depois de anos longe do tatame, o desafio do caratê foi encarado pela vontade de retornar às atividades que foram deixadas de lado com

o passar do tempo. Certamente o pensamento de “estou velho para recomeçar” passou pela cabeça de Carlisle, mas a deter-minação foi maior e em pouco tempo adquiriu o condiciona-mento físico necessário supe-rando seus próprios limites.

Ambientado com essa “vida dupla”, o diretor alega que o esporte não apenas contribuiu para melhorar sua forma física, como também resgatou aquele espírito de coleguismo comum dos treinos, além de favorecer a capacidade de concentração, resistência e poder de decisão, fatores que elevam a eficácia do seu trabalho. “O caratê é uma filosofia, através dele eu desen-volvi a disciplina e o sentimen-to de hierarquia. é um esporte para a vida”, frisa.

Ele conta que um dos fatores que mais o impulsionam a bus-car sempre o melhor de si é o seu senso de autocrítica. Segun-do Carlisle, a conquista da faixa preta é um objetivo, mas até lá há muito caminho pela frente

e ele está disposto a encarar. “Eu trabalho para alcançar a categoria mais alta, mas antes disso, para mim o caratê é uma forma de alcançar o equilíbrio e o controle emocional”.

CaMPeoNato MuNdialAlém de renovar sua vida pessoal e profissional

a partir da prática dessa atividade - no ano pas-sado - quando era Pró-reitor da PuCPR, Carlisle foi um dos responsáveis pela organização do xv Campeonato Mundial de Caratê, realizado na universidade.

Foram 30 países concorrendo com seus melho-res competidores e a seleção brasileira encerrou a edição com uma inesquecível campanha ao conquistar três medalhas de bronze (Kata femi-nino por equipes,Fukugo masculino e Enbu Mis-to) e o ouro no Kumitê masculino por equipes. “Acima de tudo, sediar esse evento foi uma gran-de conquista para todos nós”, comemora.

[ ESTILO DE VIDA ]

EM BuSCA DE EQuiLíBRiORobert Carlisle, durante treinamento de caratê

João

Bor

ges

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não deiXe o mundo Passar!A cada ano a vida parece correr mais rápido, as novidades são mais frequentes e a tecnologia ultrapassa nossa compreensão. Para onde vamos? Essa é a dúvida que paira no ar. Mas de uma coisa nós sabemos: não dá para sentar e esperar, este é o momento de fazer e acontecer.

GENTE

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[ CAPA ]

REvOLuçãO sileNCiosa JOvENS PODEM FAZER A DiFERENçA NO PROCESSO DE FiSCALiZAçãO DOS REPRESENTANTES. PARA iSSO CONTAM COM uMA ARMA PODEROSA, A iNTER-NET. MAS ESPECiALiSTAS GARANTEM QuE SEM EDuCAçãO E CONSCiêNCiA POLíTiCA, MOviMENTO PERDE A FORçA Por LuíS FERNANDO CARNEiRO E viviAN FiORiO iLustração PEDRO FALCãO

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passadas as eleições, o país entra em um novo ciclo e é preciso continuar a observar e discutir sobre política.

Pesquisas revelam que grande parte dos brasi-leiros não se lembra em quem votou, passados poucos meses das eleições. Lançamos, portanto, um desafio: enquanto as propostas dos candida-tos estão ressoando em nossos ouvidos, que tal mantermos o saudável hábito de acompanhar o que nossos representantes farão nos próximos anos?

Em entrevista exclusiva (páginas 54 a 58) à Bra-sil Marista, o senador Pedro Simon (PMDB/RS) comemora a importância do momento político

no país, com a consolidação de uma democra-cia efetiva, e reafirma o convite para que a so-ciedade participe. “é preciso que a população n ã o perca de vista os seus representantes,

inclusive aqueles em quem não vota-

ram. A história do país, num

futuro bre-ve, será tão boa quan-to for a nossa par-ticipação”, alerta. S i m o n

destaca que as grandes

transformações que aconteceram

na política brasileira não vieram de dentro, mas da participação popular, so-bretudo dos jovens. Essa tentativa de resgate do es-pírito da democracia, com

o exercício de uma cidadania consciente, encontra nos jovens

seu foco principal. Bem diferente da-quela turma que não esperava a notícia esfriar para dominar as ruas em voz de protesto, a manifestação hoje pode ser

um pouco mais silenciosa, mas também tem grande potencial. isso porque o jovem

hoje protesta de outra forma, atrás da tela do computador. Sozinho no seu quarto, na esco-la ou entre amigos, as ruas foram substituídas

pela conexão de banda larga, o megafone deu lugar às redes sociais e o grito, mesmo que tími-do, pode atravessar continentes.

Rubens Figueiredo, cientista político pela uni-versidade de São Paulo e especialista em marke-ting eleitoral, não é tão otimista. Segundo ele, o mundo está mais participativo, mas de uma forma passiva. “O sujeito recebe um e-mail po-lítico qualquer, gosta e passa adiante. Está parti-cipando? Está. Mas a qualidade da participação é baixíssima. A diminuição drástica do custo da informação também gera maior facilidade de mobilização. As redes sociais expressam isso. Não podemos confundir isso com aumento de interesse por política”, explica.

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[ CAPA ]

Sonia Barboza, coordenadora do Movimento voto Consciente na Câmara Municipal de São Paulo, acrescenta que todo esse poder elencado pela força do alcance da internet, no entanto, de nada servirá se o povo não tiver interesse ou consciência para fazer algo pela realidade políti-ca do país.

Talvez hoje a fórmula seja parar de olhar para o passado e desejar que o jovem atual seja o mes-mo de 20 ou 30 anos atrás. Sonia alega que toda a cultura e ocasião política da época exigiam e formavam uma consciência que não está mais presente e nem mesmo constituiu a história dos garotos e garotas de hoje. Parte dessa trajetória é influenciada diretamente pelas necessidades de cada geração: “na aclamada década de 80, por exemplo, o fim da ditadura e a briga pela re-democratização do Brasil envolviam a todos em um clima de expectativa e esperança sobre o que seria do futuro do país. Hoje, ao fim da primeira década do século xxi, o cenário político é outro e, consequentemente, os sonhos e desejos da população também mudaram”, explica.

aula de CidadaNiaPensar em política nos remete ao governo, às

eleições e formação de partidos. No entanto, a prática da política começa muito antes disso. é na escola que as pessoas vivenciam suas pri-meiras experiências que serão estendidas para o convívio familiar e social: essa é a política do cotidiano, que prepara a criança e o adolescente

para a tomada de uma consciência maior como futuros eleitores.

Essa base da educação foi determinante para a carreira do vereador do município de uruguaia-na (RS) , Ronnie Mello (PP/RS). Para ele, ex-aluno do Colégio Marista Sant’Ana, em uruguaia-na (RS), a lição que carrega por toda a vida foi aprendida nesse importante período de vivência estudantil: “O papel da escola é de ajudar o alu-no a desenvolver o senso crítico de forma que no futuro ele possa fazer valer os seus direitos de cidadão com plenitude”.

Ronnie acredita que a questão toda passa pela construção dos valores do indivíduo. Para de-senvolver essa consciência do jovem cidadão, capaz de lutar por seus direitos, conhecer seus deveres e atuar de forma participativa, segundo ele, é preciso que sejam desenvolvidos valores como ética, responsabilidade, respeito e dig-nidade. Sobre isso, Rosangela T. Giembinsky, vice-diretora do Movimento voto Consciente, reforça que o espaço estudantil é crucial na des-coberta e estímulo do espírito de liderança, sem contar que representa um dos principais núcleos de formação da consciência política. Ela acredita que a escola deve orientar o jovem para a par-ticipação política de acordo com a realidade da sua geração.

Se hoje vivenciamos essa geração virtual, nada mais lógico do que direcionar essa participação na internet. “Temos visto crescer as mobilizações através da web. Com as inúmeras possibilidades e recursos neste sentido, acreditamos que será uma forma possível, e cada vez mais crescen-te, para trabalhar a conscientização política nos jovens”, reflete.O estudante de Direito da PuCPR Edenir Zando-ná Neto é um desses jovens que encontram na internet um meio de se manterem atualizados sobre o que ocore no Distrito Federal. “Com a fa-cilidade de acesso à rede, hoje consigo me atu-alizar em diversos jornais on-line. Além disso, a web me ajuda a investigar o passado dos candi-datos políticos”, comenta. Rosangela comemora esse aumento das mobilizações virtuais, que traz inúmeras possibilidades e recursos neste senti-do. “Acreditamos que será uma forma possível e cada vez mais crescente para trabalhar a cons-cientização política nos jovens”, reflete.

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Na tV

Na iNterNet

fique na coLa deLes!

PARA SABER O QuE OS POLíTiCOS ESTãO FAZENDO, CONHECER SuAS PROPOSTAS E DECRETOS APROvADOS E ENTENDER COMO FuNCiONA A POLíTiCA NACiONAL:

http://www.portaltransparencia.gov.br http://www.votoconsciente.org.br/site http://www.senado.gov.br/noticias/tv http://www2.camara.gov.br http://www.presidencia.gov.br

http://www.planalto.gov.br/leg.asp http://contasabertas.uol.com.br/WebSite http://www.democracia.com.br http://www.informacaopublica.org.br http://www.politicosdobrasil.com.br

PARA DESENvOLvER O SENSO CRíTiCO E CONHECER OS DOiS LADOS DA MOEDA:

http://www.cartacapital.com.br http://oglobo.globo.com/pais/noblat http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo http://www.claudiohumberto.com.br/principal http://www.luistorres.com.br http://veja.abril.com.br/blog/mainardi

http://blog.opovo.com.br/politica http://colunas.epoca.globo.com/paulomorei-raleite http://www.midiaindependente.org/pt/blue http://www.prosaepolitica.com.br

As emissoras da Tv Senado, Tv Câmara e Tvs legislativas locais transmitem sua pro-gramação diária em canais sintonizados por antena parabólica ou de Tv por assina-tura. Os canais variam de acordo com a operadora ou a região.

Além disso, a Tv Senado pode ser acompanhada em canal aberto nas cidades de Salvador (53 uHF), Manaus (57 uHF), Recife (55 uHF) e João Pessoa (40 uHF).

No rádioSintonize a Rádio Senado FM nas frequências:brasíLia: 91,7 mhz nataL:106,9mhz cuiabÁ: 102,5 mhz fortaLeza: 103,3 mhz

Outras regiões podem acompanhar a programação sintonizando a antena parabólica para captar o sinal que é enviado junto à Tv Senado. Confi ra no canal de serviços do site www.senado.gov.br.

você também pode conferir a programação da Rádio Câmara FM na frequência 96,9 MHz.

PARA SABER O QuE OS POLíTiCOS ESTãO FAZENDO, CONHECER SuAS PROPOSTAS E DECRETOS

http://contasabertas.uol.com.br/WebSite

fortaLeza: 103,3 mhz

Outras regiões podem acompanhar a programação sintonizando a antena parabólica para www.

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é PRECISO ENTENDER O VALOR DO VOTOconfira o depoimento de sálvio medeiros, aluno do ensino médio do colégio marista de brasília

Os jovens podem participar da política por diversos meios, como a manifestação popular, a as-sociação a movimentos juvenis e/ou estudantis, e o voto. Esta, na democracia, é a mais eficiente ferramenta de atuação política, que garante participação direta na condução do país. Seu poder, contudo, ainda não é compreendido por muitas pessoas.

A juventude se divide entre um grupo que atua ativamente na política e outro desmotivado a fazê-lo por causa de toda a corrupção evidenciada no Brasil. é este segundo que não vota por pensar que um único voto não faz diferença, ou que vota, mas não no candidato que julga melhor. vendo um candidato que desaprova à frente nas pesquisas, essas pessoas votam em seu adversário mais forte ou nele próprio. Ainda está por cair a crença de que se seu candidato perder, você “perdeu seu voto”.

Essa situação leva a uma outra maneira de os jovens atuan-tes contribuírem politicamente: conscientizar os desmotiva-dos do papel que seu voto ou a ausência deste tem para o desenvolvimento da política no nosso país.

Precisamos conscientizar os desmotiVados do PaPeL que seu Voto ou a ausência deste tem Para o desenVoLVimento da PoLítica no nosso País

buraCo NegroEm entrevista concedida ao jornal Correio Bra-

ziliense, o jornalista e apresentador Marcelo Tas alega que há razões de sobra para que o jovem de hoje caia no “buraco negro” do desinteresse pela política. Aliás, o ato de “desligar-se” do as-sunto não deve necessariamente revelar um real desinteresse: pode representar um manifesto “cansado” de alguém que já cresceu ouvindo fa-lar que a política no Brasil nunca vai melhorar.

Nesse quesito, o exercício da cidadania busca apoio na escola. é através daí que a educação atuará como contraponto na formação de uma geração que já nasceu conectada à internet. Se-gundo Tas, as instituições de ensino ainda estão engatinhando nessa nova realidade. Para ele, o caminho é “ajudar o aluno a se locomover no meio dessa gigantesca massa de informação”, pois aprender a dominar esse universo propõe

um melhor aproveitamento das vias comunica-cionais que serão direcionadas para este fim.

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[ CAPA ] redes soCiais

vELOCiDADE mÁXimaREDES SOCiAiS SãO RESPONSávEiS POR uMA GRANDE REvOLuçãO E é PRECiSO SABER CONvivER COM ESSA NOvA REALiDADE

O mundo caminha para uma era que supera todas as barreiras culturais e territoriais. Assim se faz a mágica do universo virtual,

que transpõe fronteiras e amplia as dimensões, criando uma nova visão global. No Brasil, poucos anos foram suficientes para transformar uma ge-ração, fruto da evolução dos meios, nascida em uma época que já não se questionam distâncias e diferenças como antes.

Por isso, lidar com o jovem de hoje é como re-aprender a conviver em comunidade dentro de uma sociedade sem limites. Abre-se mão dos re-cursos ultrapassados em busca de uma conver-são de valores e perspectivas traduzidos por um processo que vai além da adaptação: compreen-der o jovem de hoje exige envolvimento com o seu mundo.

O jornalista e coordenador do centro de es-pecialização em Jornalismo Digital da Pontifí-cia universidade Católica do Rio Grande do Sul (PuCRS), Marcelo Träsel, alega que o advento da popularização e crescimento das redes sociais é um reflexo desse alcance revelando um novo posicionamento diante da vida. Para ele, as re-des sociais oferecem aos jovens a possibilidade de encontrar pessoas com interesses semelhan-tes aos seus, por mais específicos que sejam. Segundo Marcelo, essa é uma grande evolução. “Há poucas décadas, um sujeito que gostasse de, digamos, música dodecafônica e morasse numa cidade muito pequena provavelmente não teria com quem conversar sobre o assunto”, alega e complementa: “mas com a internet, um

indivíduo pode estar na menor vila do mundo, mas pode encontrar habitantes de qualquer país com interesses afins”.

O professor ainda ressalta que não se trata de um novo fenômeno, mas sim de uma evolu-ção natural da socialização. Sites como o Orkut, Twitter ou Facebook surgem apenas como ferra-mentas que podem ligar o indivíduo hoje com o universo de transformação a que ele se propõe. Funciona como um espaço onde as relações tor-nam-se visíveis, quase palpáveis – para integrar essa rede basta entrar no campo virtual, mas, de toda forma, a relação em si ainda é pessoal.

Diversas pesquisas são realizadas no Brasil acerca do aumento progressivo da popularida-de das redes na internet. Para Marcelo, a busca se deve provavelmente a características próprias da população de um país tão grande e de cultu-ra tão miscigenada como o nosso. “Deve ser a mesma particularidade social que leva o Brasil a ser o país com mais edições do Big Brother. Pare-ce que gostamos de nos exibir e de bisbilhotar a vida dos outros”, comenta.

redes Virtuais Na Vida realTanto se questiona sobre a utilização da inter-

net como apoio e fonte de informação que as re-des sociais parecem marginalizadas no processo de educação. Aqui, valemos da argumentação de profissionais especializados no assunto no intuito de absorver essa nova tendência. A jor-nalista Raquel Recuero, de Pelotas (RS), também

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74% dos lares e ambientes Profissionais do País têm acesso ao orkut, somando mais de

27 milhões de usuários

diante do crescimento da rede facebook, há rumores de Que o google está desenvolvendo uma rede social Para amPliar a concorrência na área: será chamado

GooGle me

professora e pesquisadora na área, alega que a educação não deve ser pensada como uma via única, incapaz de associar métodos que visam à ampliação do conceito de universalidade cultu-ral, por exemplo.

No seu site Social Media (www.pontomidia.com.br/raquel) , a jornalista alega que “aprender é um processo social” e, portanto, redes como o Orkut, Facebook, Twitter e Youtube podem apri-morar o aprendizado, ampliando sob diversos aspectos a realização social e a visão de mundo do jovem. isso porque, apesar do lado negativo – ou dispersivo – da internet, não há como negar que a comunicação exercida virtualmente tam-bém faz parte do processo.

O que os educadores devem estimular é o uso e a apropriação das ferramentas de forma criati-va, mesclando diversão e aprendizado. Segundo Raquel, a utilização das redes como ferramentas de discussão, troca de informações e construção do conhecimento “não serve apenas propor-cionar um ambiente de discussão, mas auxiliar o próprio processo de construção do conheci-mento”.

Marcelo Träsel ainda ressalta a importância de as instituições de ensino incorporarem uso das redes sociais como forma de estimular a troca de informações. “Penso que as escolas deveriam incentivar o uso das redes sociais e cumprir o pa-pel de orientar os alunos para tirarem o melhor proveito possível dessas ferramentas de comu-nicação”, defende.

“é Preciso ter em mente Que as redes sociais na internet não são algo seParado do cotidiano. elas são um reflexo do mundo material no mundo virtual”(raQuel recuero)

o facebook, em 6 anos de existência, atingiu a marca de

em todo o mundo. no brasil o site já ultraPassa

500 milhões de usuários

6 milhões de iNsCriTos

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[ CAPA ] entrevista senador pedro siMon

às 13h57 horas entro no gabinete do senador Pedro Simon (PMDB/RS), em Brasília (DF), e sou atendido pelo seu assessor de imprensa. Conversamos brevemente sobre como será a entrevis-ta e às 14h toca o celular. Era o senador, no plenário, comunicando que já estava disponível para

a entrevista agendada. A olhares menos atentos, a pontualidade e a cordialidade do senador gaúcho podem não dizer nada. A mim, confesso, foi um belo cartão de visitas. Afinal, as virtudes escondem--se não em grandes feitos - que, aliás, ele tem aos montes para contar - mas nas pequenas atitudes.

Pedro Simon faz parte da história política brasileira. Aos 80 anos, quando muitos gozam do direito a uma aposentadoria tranquila, ele esbraveja em alto e bom som na tribuna, clamando por moralização e transparência no Brasil. No dia da entrevista, que foi dividida em antes e depois do seu pronuncia-mento, o tema escolhido foi o Ficha Limpa. inspiradoras, suas palavras pela democracia e contra a im-punidade. O único fato a se lamentar é de que era possível contar nos dedos o número de senadores presentes na Casa.

No seu quarto mandato como senador, o advogado e ex-professor universitário Pedro Simon dá aula de postura política. Nesta entrevista exclusiva à Brasil Marista, falou sobre alguns de seus assun-tos preferidos: família, política e, principalmente, a participação do povo nos rumos do país.

Qual a sua ligação CoM o Marista?Eu e meus filhos, os dois mais velhos, fizemos

o ginásio, científico, no Colégio Marista Rosário e nos formamos em Direito na PuCRS, que na minha época era no mesmo prédio do colégio. Eu tive um filho, que faleceu com 10 anos, e até essa idade também estudou no Marista. Hoje, o Pedrinho, que é do segundo casamento, estuda no Maristão, aqui em Brasília. isso sem falar de primos e sobrinhos. Então posso dizer que a mi-nha família é marista.

CoMo aValia essa relação?Eu tenho uma ligação muito grande com a ins-

tituição. Eu tive uma vida estudantil muito inten-sa e toda ligada aos maristas. Fui presidente do Grêmio Estudantil Rosariense e do curso de Di-reito da PuCRS. Eu tenho dito na tribuna muitas vezes que o que eu sou eu devo muito aos ma-

COM A PALAvRA, O

Professor

ristas. A maneira de ser, a organização. Na minha época, tu eras fruto da tua família, do teu colégio e da tua religião.

aCredito Que Muita Coisa Mudou...Sim, hoje em dia eu fico triste porque há muita

informação e vejo pelo meu filho Pedrinho, que é um ótimo menino, que quem direciona muito do que ele pensa não é a família, nem a religião, mas a televisão. Eu tenho insistido muito nesse ponto: a televisão não pode ocupar na sala o lu-gar que era da família. Hoje quem orienta a famí-lia brasileira são as novelas da Globo.

Não é exagero? Com certeza não. Estes dias esteve aqui (no

Senado) o autor Silvio de Abreu. Ele explicou que as novelas são orientadas pelo ibope, que

Por LuíS FERNANDO CARNEiRO

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zer eleição. Para fazer eleição, ninguém melhor do que nós, na formulação, na contagem, na busca do eleitor. Agora, na campanha, no resto, falta muito. O Ficha Limpa é a primeira mudança do que deve acontecer no Brasil. Nós temos que ter voto distrital, só dinheiro público na campa-nha, não podemos ter 50 partidos. Nós precisa-mos de moralização.

o seNHor esteVe PreseNte eM graNde Par-te da História PolítiCa brasileira. CoMo sobreViVer Nesse Meio? Com muita luta. Eu estou com 80 anos e co-

mecei lá no Rosário, no ginásio. Com 15 anos, presidente do Grêmio Estudantil, com 20 e tan-tos anos, fui eleito vereador e, nestes anos todos

é medido minuto a minuto. E a informação mais curiosa é que o povo muitas vezes passa a torcer pelo outro lado. Entre o marido certinho e um malandro que aparece na história, faz-se a pes-quisa sobre com quem a mulher tem que ficar e o povo opta pelo segundo. O Brasil é o país da impunidade.

isso reFlete Na PolítiCa? Eu não sei se a novela copia a vida ou se a vida

copia a novela.

o brasileiro Não aPreNdeu a Votar?Não existe país no mundo que tenha uma me-

todologia tão competente como a nossa para fa-

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[ CAPA ]

não fiquei um dia sem mandato. Passei de ve-reador a deputado, de deputado a senador, de senador a ministro, depois passei a governador e voltei ao senado. E foram lutas difíceis.

Qual a iMPortâNCia da MobiliZação jo-VeM?O jovem sempre teve um papel importante na

história política do país. A mocidade foi para a rua para derrubar a ditadura. De dentro para fora as coisas não acontecem. Não foi o Congresso, os partidos, a Justiça. Para derrubar o Collor, foi a gurizada na rua. O Ficha Limpa agora também. Acredito muito no debate, na mobilização.

Na sua aValiação, CoMo Foi a CaMPaNHa Na iNterNet? infelizmente a participação e o debate na inter-

net não aconteceram. A internet foi só negativa, com os boatos. Cá entre nós, aquilo foi uma des-graça. O que recebi de internet falando mal da mãe, do avô, do bisavô desse, daquele, daquele outro, cá entre nós, foi insuportável. Muito, mui-to ruim essa campanha!

o seNHor laNçou reCeNteMeNte o liVro “a iMPuNidade Veste ColariNHo braNCo”, CoM textos de sua autoria sobre a Ques-tão da iMPuNidade No brasil. este é o graNde ProbleMa do País?Sim, e o pior é que é responsável por gerar

outras mazelas, tais como a violência urbana, o analfabetismo e a falta de medicamentos, entre outras. A impunidade não é derivada da falta de leis, mas sobretudo resulta do descumprimento das existentes. O próprio sistema prisional bra-sileiro, ao invés de reabilitar os detentos para que tenham condições de viver em sociedade, funciona como uma “universidade do crime”, piorando sua situação.

A impunidade dos que têm poder dá a todos a sensação de que não é preciso respeitar leis, de que tudo pode sem ser alcançado pelas leis. Daí a sonegação, a pirataria, a inadimplência, nem sempre motivada, e, obviamente, a corrupção.

o brasil é MesMo o País da CorruPção? Não, aqui não tem mais corrupção que na Fran-

ça, nos Estados unidos, na itália, no Japão. Em

irMão otão, uM seguNdo Pai

“ir. José Otão foi uma das figuras mais fan-tásticas que conheci. Ele era diretor do co-légio quando eu estava no Rosário. Ele foi a pessoa que construiu a Pontifícia universida-de Católica do Rio Grande do Sul. E quando eu fui para a universidade ele era reitor. En-tão formou-se uma amizade e um compa-nheirismo de pai e filho. Meu pai queria que eu fosse médico e foi ele quem o convenceu de que eu devia ser advogado.

Ele era uma pessoa que tinha garra. Ele queria ampliar a universidade e do lado ti-nha um Batalhão da Cavalaria do Exército e sabe quem era o comandante? Médici, que mais tarde viria a se tornar presidente. E ele foi falar com o Médici e eu fui junto, como representante dos universitários. A reunião estava indo muito bem até o momento que o ir. Otão disse: “Olha, General, Cavalaria não tem porque existir mais...”. O homem virou uma fera e quase nos botou para fora da sala. Ele era apaixonado pela Cavalaria e acabou atrasando uns três ou quatro anos a obra. Precisou o Médici sair daquele Batalhão, mas, no fim, ele terminou comprando a área.

Outra história interessante aconteceu quando eu era governador do estado. Fomos juntos a uma viagem ao Japão e no avião ele me mostrou o projeto do Hospital universi-tário que iria construir. Ele estava com cân-cer e disse: “Eu sei o que tu estás pensando, que eu vou morrer em pouco tempo. Mas o que tu queres que eu faça? Eu vou esperar a morte deitado? Não, a morte vai me pegar trabalhando”. Enfim, ele construiu o hospital e morreu dentro do hospital prontinho que ele construiu.”

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“aQui não tem mais corruPção Que na frança, nos estados unidos, na itália, no jaPão. a diferença é Que lá o cara é Punido e no brasil só vai Para a cadeia ladrão de galinha”

qualquer lugar há corrupção. A diferença é que lá o cara é punido e no Brasil só vai para a cadeia ladrão de galinha. No Brasil, com qualquer cida-dão que tenha um bom advogado não aconte-ce nada. A impunidade que frequentemente se constata nas chamadas “camadas superiores” tem um efeito corrosivo sobre a comunidade em geral, porque contamina todos os setores da sociedade.

Qual a iMPortâNCia do Cidadão No Pro-Cesso PolítiCo?é importante salientar que fizemos uma eleição

na mais absoluta normalidade. Estamos consoli-dando a democracia no país e isso é importante, estamos vivendo um longo período de demo-cracia efetiva, dos mais longos da República. De agora em diante o desafio é outro: é preciso acompanhar, fiscalizar. é preciso que a popula-ção não perca de vista os seus representantes, inclusive aqueles em quem não votaram. A his-tória do país, num futuro breve, será tão boa quanto for a nossa participação.

VaMos Voltar a Falar sobre a sua FaMília. o seNHor Falou de Muitas MudaNças do seu teMPo de CriaNça. o Que Na sua oPi-Nião Não Pode Mudar?é uma pergunta importante. No meu tempo,

eram o meu pai e o meu professor que me con-tavam as principais novidades do mundo. Hoje é o meu filho que vira para mim e fala: “O senhor

viu aquilo, pai?”. O que não mudou e não pode mudar é a importância do diálogo. Muitas vezes, a nossa vida é tão intensa que a gente não dá a importância devida aos filhos. Eu e o meu fi-lho estamos em permanente discussão. Ele fala, eu respondo, ele me critica, eu o critico. Ele me mostra uma coisa, eu mostro outra. E eu posso dizer, com emoção, que ele tem a cabeça no lu-gar. Eu e minha mulher somos muito presentes. Por exemplo, toda reunião dos professores ou eventos do colégio estamos lá. Na Páscoa, fiquei muito orgulhoso com o Pedrinho fazendo a pri-meira leitura na missa. Ele ensaiou mais de dez vezes, mas deu certo.

CoMo é esse seu NoVo MoMeNto CoMo Pai? Quando tive os meus dois primeiros filhos foi

a época da ditadura e foi uma época muito di-fícil, em que não pude dar toda a atenção aos meus filhos. Agora é o contrário, agora não há nada mais importante que eu cuidar do meu fi-lho. Acho que a gente começa a mudar o Brasil dentro de casa.

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Juntos PeLa fÉ Alunos Maristas se juntarão a jovens de todas as partes do mundo para a Jornada Mundial da Juven-

tude. O evento, que esse ano acontece em Madri, tem como objetivo celebrar a vida religiosa.

EDuCAçãO

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[ EDuCAçãO ]

um encontro esperado por jovens do mun-do inteiro. Festival de Rock? Não desta vez. Em 2011, a cidade de Madri, na Espanha, sediará a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), recebendo católicos de todos os continentes com um obje-tivo em comum: celebrar a vida religiosa.

O evento acontecerá entre os dias 16 e 21 de agosto e quem for vai poder assistir a peças de teatro, exposições, mostras e shows durante toda a semana. Mas o que motiva ainda mais a galera é a chance de ver de perto e ouvir o pro-nunciamento do Papa Bento xvi – ato que mar-ca a tradição da Jornada iniciada pelo Papa João Paulo ii.

A história do evento, que teve sua primeira edição em 1986, viaja por países diferentes e já conseguiu reunir mais de 4 milhões de partici-pantes. A oportunidade de conhecer o mundo, fortalecendo a consciência cristã, é mais um dos fatores que fazem da JMJ um encontro único. Além disso, durante as celebrações, os jovens poderão estar em contato com pessoas de cul-turas diferentes, fazer amigos e renovar a fé nos momentos de oração e meditação.

Alunos dos colégios e universidades partici-parão do evento representando os Maristas do Brasil. Entre eles, os estudantes Lucas Alessandro Silva e Gabriel Bernardo Silva, ambos do curso de Direito da PuCPR, campus de Londrina. Eles foram selecionados para fazer parte da Comis-são da Juventude e integrarão a turma que vai para Madrid. A relevância do evento aumenta a importância desse envolvimento dos jovens. Se-gundo Gabriel, “a comissão vem dar voz a toda a juventude dentro da instituição, oferecendo ao jovem um sentido de vida diferente, para que ele busque e lute por valores e sonhos que real-mente valem a pena”.

seM FroNteirasA JORNADA MuNDiAL DA JuvEN-TuDE 2011 LEvA MiLHARES DE JOvENS PARA MADRi

1987buenos aires |Argentina

1993denVer | Estados unidos

2002 toronto | Canadá

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VeJa Por onde a Jornada JÁ Passou

1986 e 2000roma | itália

1989santiago de comPosteLa | Espanha

1991czestochoWa | Polônia

1995maniLa | Filipinas

1997Paris | França

2005 coLónia | Alemanha

2008sYdneY | Austrália

2011madri | Espanha

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[ EDuCAçãO ]

informação é a palavra do mo-mento. A geração dos anos 1990, que hoje encara os de-

safi os de escolher a carreira que vai seguir para toda a vida, é a mesma que tem todo o tipo de conteúdo ao alcance das mãos. Aliás, não se trata apenas de uma carreira. Escolher qual pro-fi ssão seguir passa pela busca e compreensão da própria indivi-dualidade.

Quando o assunto é vocação profi ssional, não se trata de uma fonte de renda, um traba-lho com carga horária ou uma ocupação viável que carrega o status no título. A escolha envolve paixão, talentos, desejos, além da sensação de sentir-se parte do mundo, que profundamente representa a busca de todos.

A psicóloga Selena Maria Garcia Greca, espe-cializada em Orientação Profi ssional e Desenvol-vimento de Carreira com foco no adolescente, alega que a vocação está intrinsecamente liga-da ao entendimento de quem se é, da sua visão de mundo e da capacidade de compreender o sentido da vida e sua verdadeira missão. Aqui, o excesso de informações que ele recebe pode provocar o efeito contrário: o da desinformação.

Segundo ela, é importante que o jovem receba a orientação ne-cessária para aprender a discer-nir entre o que é relevante nesse emaranhado de elementos. Os fatores que defi nem uma boa escolha partem do vivenciar,

do sentir e da compreensão do que ele pode fazer pelo mun-do em que vive a partir de suas próprias habilidades.

Pedras No CaMiNHouma série de obstáculos pode

atrapalhar e interferir na de-cisão fi nal dos jovens. Selena ressalta os aspectos externos, como o retorno fi nanceiro, pressões familiares, amigos e modismos, como os principais infl uenciadores nesse quesito.

Outro ponto que merece atenção diz respeito à forma como o adolescente aprende a encarar os desafi os dessa nova fase da vida. De acordo com a psicóloga, “acima de tudo é necessário compreender as transformações que ele está vi-venciando nesta etapa. Esse é o momento das dúvidas e inseguranças, quando o jovem está buscando um signifi cado para a sua existência, testando seus limites e tentando compreender quais são suas preferências e aptidões”.

o PaPel da eduCaçãoSegundo o professor Antonio

Ribas, do Colégio Marista de Ri-beirão Preto (SP), a escola que deve proporcionar o encontro entre o adolescente e o univer-so profi ssional. “A exploração do assunto, apresentação de cases e o testemunho de profi s-sionais de diversas áreas podem ajudar a promover uma identi-fi cação do aluno com o seu ta-lento”, destaca.

Para onde ir? NA HORA DE ESCOLHER A PROFiSSãO, é iMPORTANTE QuE O JOvEM RECEBA A ORiENTAçãO NECESSáRiA PARA APRENDER A DETERMiNAR O QuE é RELEvANTE

“a vocação se manifesta através do entendimento

de Quem somos, da nossa visão

desta esPetacular natureza humana

comPosta Pelo corPo, coração, mente e esPírito”

(selena greca)

SeLena marIa GarcIa GrecapSIcÓLoGa

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para a psiCóLoga seLena greCa, FaMíLia, esCoLa e reLigião ForMaM uM tripé, Capaz de oFereCer toda a estrutura neCessária para que o joveM se FortaLeça CoMo indivíduo e evoLua para a desCoberta da sua voCação

O educador tem em mãos uma grande missão: a de orientar e mostrar os cami-nhos para esse jovem que busca descobrir qual é a sua verdadeira vocação. Para tan-to, essa decisão não se defi ne com meros testes vocacio-nais. é preciso acompanhar, conversar com o adolescente, entendendo suas angús-tias e reconhecendo como funciona o seu mundo. A vocação estará naquilo que se apresenta com paixão e as habilidades se mostrarão nos mais pequenos detalhes, por isso é fundamental o período de observação.

Toda a compreensão da vida como aquilo que buscamos para justifi car a nossa missão no mundo e nosso objetivo como seres humanos ganha um direciona-mento a partir da experiência reli-giosa. Buscar essa conexão com o superior através da religião permite que o jovem aprenda também a cultivar uma vida além dos objetivos materiais e superfi ciais, em suma que ele encontre sentido naquilo que busca como uma exten-são da sua própria essência. Para a psicóloga, a vida só tem razão de ser quando lhe conferimos valores e signifi cação. “E a maior dádiva é poder viver uma vida digna e de contri-buição para o mundo”, completa.

A estrutura familiar auxiliará no desen-volvimento da segurança – é o “acreditar em si” que ele precisa encarar a partir de agora. Assim, é fundamental que o adolescente entenda que deverá assumir compromissos que colocam em jogo seu próprio futuro, mas sem que isso se torne uma pressão. O importante é que ele entenda que pode errar, desde que não desista de tentar. Aqui, os pais devem atuar como um porto seguro para o seu fi lho, participantes nessa construção oferecendo a base para que ele aprenda a enfrentar os obstáculos da vida.

ESCOLA RELIGIÃO

FAMÍLIATOP 3

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[ EDuCAçãO ]

brasil Marista - eM sua oPiNião, os joVeNs de Hoje aiNda têM iNteresse eM se dediCar à religião?Joaquim Sperandio - Quando esclarecidos e

motivados, sim. Não aceitar isso seria admitir que Deus não confia nos jovens de hoje. Na prá-tica, eles têm algumas dificuldades de assumi-rem a vida religiosa por não compreendê-la em profundidade e de forma positiva. Nossa socie-dade, que valoriza o superficial, têm dificuldade de admitir o importante ou o essencial. E os jo-vens são as vítimas mais fáceis dessa sociedade.

CoMo Pode ser Feita a orieNtação Para uMa VoCação religiosa?é preciso dar aos jovens elementos teóricos e

vivenciais capazes de fortificá-los na fé. Depois disso, dar oportunidade de conhecer a vida reli-giosa em si, de forma teórica e prática, fazer pe-quenas experiências de vivência com religiosos, encontros esclarecedores etc.

CoM taNtas iNForMações e FaCilidades ProPorCioNadas Pela teCNologia atual, o seNHor aCredita Que o joVeM teNHa Perdido o iNte-resse Pela Vida religiosa?Acho que a gente só perde

alguma coisa quando já teve esta coisa consigo. Penso que o que falta ao jovem é esclareci-mento e conhecimento básico para perceber a beleza da vida religiosa consagrada. Falta ca-tequese adequada que o ajude a perceber a vida como dom de Deus e dom a ser doado ao pró-prio Deus presente nas pessoas.

CoMo a rede Marista trabalHa a orieNta-ção do joVeM Para esse Meio?A Rede Marista tem diversos programas e

projetos visando a esclarecer aos jovens que frequentam suas obras ou não a fazerem suas opções vitais de forma consciente e livre. A nós, cabe mostrar a beleza do seguimento de Jesus Cristo e o que isso implica na prática. Ao jovem cabe fazer as opções que achar conveniente para dar sentido a sua vida.

Qual o PaPel da esCola Marista Na oPção VoCaCioNal?Acho que a escola deveria criar uma “cultura

vocacional” em seu ambiente educativo. Tudo na escola deveria girar em torno desse objetivo: ajudar os alunos a optarem pela vida, por aqui-lo que realmente traz a felicidade e o sentido de viver. Na escola marista tudo deveria respirar “projeto de vida”, “opção cristã pela vida”, “es-colhas éticas”, tendo em vista a solidariedade, o bem comum e a felicidade pessoal e dos outros. A fala dos professores, o discurso da direção, o cartaz na parede, o projeto de solidariedade, as

aulas em qualquer disciplina, tudo deveria levar o jovem a fazer opções de vida conscien-tes e de acordo com valores cristãos. Não fazer isso é enga-nação para cima dos jovens, é trair a confiança dos pais que nos enviam seus filhos pensan-do que os ajudaremos a serem homens e mulheres de bem e felizes. Além de transmitir con-teúdos de forma clara, atraente e convincente, a escola precisa

capacitar seus alunos a serem “bons cristãos e virtuosos cidadãos”.

Fala-se hoje em orientação vocacional como um conjunto de técnicas e estudos que, juntos, atuam no auxílio e esclarecimento sobre os caminhos que direcionam o jovem para sua vida profissional. Segundo a etimologia da palavra “vocação”, no entanto, observamos uma relação que vai além de uma escolha ou aptidão: a vocação representa um chamado, uma voz que determina um caminho, tido para o indivíduo que a recebe como o seu destino mais profundo – a sua missão. Mas de onde vem esse chamado? Parafraseando o escritor italiano Arturo Graf (1848-1913): “Quem quiser ouvir a voz sincera da consciência precisa saber fazer silêncio em torno de si e dentro de si”.

Em entrevista realizada com o diretor geral do Setor de vida Consagrada e Laicato da Província Marista Brasil Centro-Sul, ir.Joaquim Sperandio, a vocação é abordada com a dimensão da fé. Confira:

nos PLanos de deusCoMo desCobrir quando a sua voCação é reLigiosa?

Ir. JoaquIm SperandIo

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como serÁ o amanhã?Brasil é referência mundial nas pesquisas com a utilização de células-tronco, mas a falta de

investimento pode prejudicar a formação de jovens pesquisadores .

VIDA

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[ CIêNCIA ]

ESPERANçA DE CuRA

A ciência evolui a passos largos para a des-coberta de novos meios que podem re-velar a cura de inúmeras doenças que até

pouco tempo atrás não apresentavam soluções eficazes na medicina. Nesse mérito, o Brasil se destaca, apresentando resultados com quadros positivos que se traduzem em esperança para milhares de pessoas em todo o mundo. Esse é o

cenário atual para aqueles que possuem doen-ças isquêmicas e neurológicas. A partir de estu-dos desenvolvidos pela Pontifícia universidade Católica do Paraná (PuCPR), a utilização de cé-lulas-tronco para fins de tratamento de diversas doenças ganha notoriedade internacional em publicação da Experimental Biology and Medici-ne, um dos veículos mais importantes do meio.

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Na Pontifícia universidade Católica do Rio Grande do Sul (PuCRS) também são alcança-dos significativos avanços em pesquisas sobre a identificação de fatores genéticos de propensão a doenças neurológicas. O professor André Pal-mini, responsável pela Divisão de Neurologia do departamento de Medicina interna da Faculda-de de Medicina da PuCRS, fala sobre as novida-des na área e os possíveis tratamentos a partir do uso de células-tronco. Ele explica que o procedi-mento é feito a partir da extração das células da medula óssea dos próprios pacientes, na medida em que estas serão separadas e tratadas fora do corpo para então serem reinjetadas no local. Há, ainda, a possibilidade da retirada das células--tronco do cordão umbilical do bebê.

Também nesse caminho, a PuCRS lança o instituto do Cérebro (inCer), no intuito de po-tencializar as pesquisas sobre o uso das células--tronco para o tratamento de doenças. Somado aos avanços já conquistados pelo instituto de Pesquisas Biomédicas, a PuCRS está entre os maiores centros de estudo translacional com

células-tronco do mundo. Ou seja, os núcleos brasileiros correspondem à importante parcela mundial em pesquisas laboratoriais que têm por objetivo a aplicação dos resultados diretamente no tratamento de pacientes.

Palmini ressalta que o inCer está em proces-so de desvendar novos mecanismos através da aplicação de neuroimagem molecular, como o PET-SCAN, que expliquem as doenças neuroló-gicas e proporcionem novos tratamentos.

na PrÁticaDada a relevância das descobertas mais recen-

tes, a investigação acerca de quadros clínicos de epilepsia, portanto, já avança para estudos expe-rimentais em pacientes com lesões neurológicas decorrentes da falta de oxigenação do cérebro, esclerose, doenças degenerativas da retina, en-tre outros. Nesta fase também são acompanha-dos pacientes adultos que possuem epilepsia do lobo temporal, já com bons resultados parciais.

Jaderson Costa da Costa, diretor do inCer, ex-plica que essa importante fase do instituto abre portas para um novo posicionamento da ciência, a medicina regenerativa. Segundo ele, o desejo é de poder tratar as doenças para as quais ainda não dispomos de terapêutica efetiva, promo-vendo a “regeneração” e recuperação das lesões do sistema nervoso.

Com recursos limitados investidos pelo Con-selho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (FiNEP) e demais fundações estaduais, Jaderson alega que a busca é pelo

envolvimento da iniciativa privada. Para ele, o baixo investimento pode prejudicar o instituto no sentido de trabalhar a formação de jovens pesquisadores através de bolsas de pesquisa, mestrado, doutorado e demais especializações. “Há necessidade de ampliarmos a formação de jovens pesquisadores nessa área e para isso deve haver maior investimento em bolsas e no processo de contratação gradativa pelas institui-ções ou empresas de pesquisa e inovação tecno-lógica”, complementa.

“hÁ necessidade de amPLiarmos a formação de JoVens Pesquisado-res nessa Área e Para isso deVe haVer maior inVestimento em boLsas e no Processo de contratação gradatiVa PeLas instituições ou em-Presas de Pesquisa e inoVação tecnoLógica” (JADERSON DA COSTA, DiRETOR DO iNCER)

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[ MENS SANA ]

COM ATENçãO vOLTADA PARA A ESPiRiTuALiDADE, O GESTOR PODE AGREGAR vALORES à SuA EQuiPE

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que acaba refletindo na melhoria da qualidade das relações.

uMa gestão de ValoresSão inúmeras as referências guiadas pela espi-

ritualidade no meio corporativo. uma empresa que desenvolve a gestão espiritual prioriza a relação saudável entre equipe e gestores, man-tendo o foco na satisfação do cliente não apenas como um consumidor, uma estatística – mas sim como um ser humano respeitado na sua integri-dade. Além disso, questões ambientais e sociais estarão sempre em pauta, uma vez que a lucrati-vidade não é compreendida separadamente da dignidade e do respeito pelo ser humano.

vale lembrar que espiritualidade não depen-de diretamente da religião. De acordo com o professor Clóvis de Barros Filho, autor do livro “A vida que vale a pena ser vivida”, o que difere uma coisa da outra é o seu objetivo, sua repre-sentação para o indivíduo. Enquanto a religião atua segundo um conjunto de crenças e rituais direcionados a um ser superior, a espiritualidade trabalha no âmbito das motivações mais profun-das. Em suma, ambos podem funcionar juntos, mas não necessariamente precisam estar juntos para cumprir seu propósito.

Segundo ele, todo o comportamento ético pressupõe-se a aplicação de certos valores na escolha da vida que o gestor pretende seguir. Portanto, “sendo a espiritualidade um critério ético, seus valores determinarão suas ações e direcionamento de vida pessoal e profissional”, reforça.

Em resultado, a empresa ganha valor e maturi-dade. Percebe-se aqui que as pessoas são o ver-dadeiro “corpo” da companhia e, quando elas evoluem, é natural que a empresa cresça tam-bém. Assim, uma gestão espiritual atua na for-mação de uma liderança realmente preparada, que trabalha pela busca de resultados com uma orientação humanizada.

Quando ouvimos falar em gestão, logo pensamos em organização, produtivi-dade e estratégias. Neste cenário, o ges-

tor toma o papel de direcionamento de equipe. Não raro ele precisará recorrer a questões que ampliam sua compreensão sobre o que deverá ou não orientar seu próximo passo na empresa. é nesse ponto que as habilidades superam as capacitações corporativas, abrindo espaço para uma compreensão maior da espiritualidade. Por que não unir essas duas vertentes?

No livro “Gestão e Espiritualidade – uma porta entreaberta”, do irmão marista e doutor em Te-ologia Sistemática pela Pontifícia universidade Gregoriana de Roma, Afonso Murad, essa ligação é proposta como um novo caminho para uma gestão realmente eficaz. Afinal, a “porta” sempre esteve lá, basta saber como acessá-la. De acordo com o autor, a dificuldade de colocar em prática as ações cotidianas administrativas e de gestão, tendo a espiritualidade como base, está na im-posição das estruturas, como uma porta que se-para o universo prático do subjetivo. A decisão de abrir essa “porta” é de cada um.

Para Que serVe a esPiritualidade?Compreender que determinadas questões se

desenvolvem a partir do momento em que se le-vam em consideração valores éticos e a excelên-cia das pessoas envolvidas torna-se fundamen-tal nos dias de hoje. Se, por um lado, a gestão é a arte de liderar pessoas com um objetivo comum em prol da organização, por outro, a espiritua-lidade pode intervir na relação de motivação, dando sentido entre o abstrato e o material – o que desejamos desenvolver em nós e o que que-remos alcançar no coletivo.

No seu livro, ir. Afonso Murad explora o univer-so da vida moderna, definindo os conceitos da nova sociedade que anseia por valores. Segundo ele, cada vez mais as pessoas manifestam o de-sejo de ir além, traduzindo um sentimento claro que de que a ciência por si só não é suficiente para justificar a existência. O indivíduo hoje está em busca de uma ligação maior com o empírico.

Em suma, qualquer tipo de organização exige a figura do gestor, alguém ou um grupo de pes-soas que centralizem e coordenem os processos em busca de resultados. Aqui entra a espiritu-alidade, no intuito de fornecer a base ética, os valores e o novo olhar. Para Murad, a grande res-posta hoje é investir no trabalho aprofundado,

“uma emPresa Que desenvolve a gestão esPiritual mantém o foco na satisfação do cliente como um ser humano resPeitado na sua integridade”(afonso murad)

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[ CORPORE SANO ]D

ivul

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Aos seis anos de idade um menino pega uma raquete na mão e vê sua vida tomar um rumo de sucesso e conquistas. Gustavo Kuerten, o Guga, encontrou no tênis muito mais do que um esporte – ele descobriu um caminho e fez sua história.

Sem dúvida, Guga foi o último herói nacional de um esporte individual ao obter destaque dentro e fora das quadras, demonstrando disci-plina, alegria, carisma e uma preocupação muito grande com questões sociais e com a educação.

Esporte e educação, aliás, parecem caminhar (correr, saltar...) sempre juntos. Seja qual for a atividade escolhida, o esporte se faz presente na vida de milhares de crianças e adolescentes, tra-balhando muito além da prática física.

Além de melhorar o condicionamento do cor-po e da mente, as atividades esportivas condu-zem as pessoas a um convívio social saudável e estimulam o envolvimento cultural. De acordo com o professor José ubireval Delgado, o Bira, do Colégio Marista Pio x, de João Pessoa (PB), as atividades físicas tornam-se meios poderosos para o desenvolvimento das qualidades indivi-

SEMPRE NO TOPOESPORTE é FuNDAMENTAL PARA uMA MELHOR EDuCAçãO E uM CONvíviO SOCiAL SAuDávEL

duais e sociais. “A Educação Física e o esporte, pela abrangência de suas ações, são capazes de ocu-par um lugar privilegiado no pro-cesso de educação e cultura dos jovens”, comenta. Ou seja, a prá-tica do esporte gera disciplina, organização, equilíbrio emocional, além de tornar-nos mais competiti-vos e seguros.

é por isso que o meio escolar tem um papel decisivo nesse caminho, pois é aqui é que surgem as afinidades e a necessidade de se pertencer a um “time”: um dese-jo natural de se sentir parte de algo.

“Os educadores da escola e da família devem ser sensíveis às re-lações e modificações culturais que se processam à sua volta”, explica o professor. Afinal, o es-porte representa um dos canais mais fortes de aproximação com o jovem.

FaZ beM Para o Quê?Ao praticar um esporte, você adquire muito mais do que saúde para o cor-

po. veja alguns dos benefícios ressaltados pelo professor Bira:

+ Melhora a postura + Melhora a autoconfiança + Aumenta o poder de

concentração

+ Dá a noção de responsabilidade + Melhora o humor + Estimula o convívio social + Estimula a criatividade

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somos resPonsÁVeisO mundo precisa de ajuda e todos nós temos parte nessa responsabilidade. Com pequenas ações ou mesmo por meio de campanhas corporativas, cada contribuição é uma nova consciência ambiental que se forma.

CIDADANIA

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[ SuSTENTABILIDADE ]

Um PLaneta PARA

reconstruirviDA EM ABuNDâNCiA: é DiSSO QuE TRATA A SuSTENTABiLiDADE

o homem passou a interferir nessa contagem do tempo e, o que antes se modificava lentamente, hoje assume um ritmo acelerado rumo ao derre-timento das geleiras dos pólos.

De toda forma, saiba que ainda há tempo de reverter – ou pelo menos estagnar – esse qua-dro. O primeiro passo é tomar consciência da-quilo que cada um pode e deve fazer. Para ter essa prova, basta olhar ao seu redor e ver que profissionais e artistas das mais variadas áreas encontram caminhos para reduzir o consumo, reaproveitar materiais e frear a devastação dos recursos de forma criativa e independente.

Grandes organizações também mostram que estão dispostas a uma nova atitude sustentável

Acima de todas as discussões sobre as mu-danças climáticas que viemos presencian-do nos últimos anos, precisamos enxergar

o planeta como uma fonte esgotável de vida e a gravidade disso vai muito além de uma simples discussão sobre quem deve fazer o que.

aiNda dá teMPo?Como todas as formas de vida, a Terra também

possui um cronômetro. é importante entender que as mudanças têm uma parcela de naturali-dade – o mundo se renova e se movimenta sem parar. Mas antes de atribuir a culpa pelo aqueci-mento global à idade avançada do planeta, vale lembrar que o alerta vermelho foi dado quando

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CoNsCiêNCia é iNForMaçãoPara servir de apoio à demanda de informações

a internet é o melhor caminho, pois ao mesmo tempo em que amplia seu alcance de divulga-ção, também serve como um canal para discus-sões sobre o assunto. Assim, o instituto Arayara colocou no ar o Portal da Sustentabilidade – o www.sustentabilidade.org.br –, reunindo no-

tícias, artigos e dicas sustentáveis que podem servir como base para a formação de jovens e crianças.

De acordo com Eduardo, é crucial que sejam criados novos modelos de educação como uma preparação para a vida. um exemplo é o Proje-to Amigo da água, fruto de uma ideia aplicada pela Fundação Marista L’Hermitage, em 2001, com o objetivo de envolver escolas e comuni-dade em geral no conceito de Ecologia integral pela formação de jovens e crianças. O programa trabalhou a consciência ambiental com ações de cidadania, construção de valores e estímulo da compreensão crítica da realidade.

Em suma, o que importa mesmo é a estrutu-ra que servirá como base para o aluno no mo-mento em que ele enfrentar os desafios. Nesse processo, a aprendizagem exige a troca de in-formação e experiência da vida de cada um, seja educador ou aluno. “Sustentabilidade nada mais é do que vida em abundância para a nossa e as futuras gerações”, defende Eduardo. Para ele,

esta perspectiva só é alcançada quando entra-mos em contato com a essência das pessoas, os seus valores e a sua visão de vida.

e as propostas revelam uma via de mão dupla: de um lado está a valorização da marca; de ou-tro, ideias que resgatam a essência de uma vida que pode realmente ser muito melhor. Segundo o presidente do instituto Arayara de Educação para a Sustentabilidade, , de Curitiba (PR), Edu-ardo Manoel Araújo, Curitiba (PR) o fundamental para uma empresa é desenvolver um programa

interno consistente e coerente de formação de lideranças, criando uma cultura voltada para a sustentabilidade.

Empresas como a Philips do Brasil, por exem-plo, revelam essa parcela que avança em prá-ticas sustentáveis. Como uma das mais impor-tantes indústrias de baterias e eletrônicos, seu engajamento sócioambiental busca desenvol-ver uma nova consciência entre consumidores e colaboradores, estimulando ações sustentáveis no cotidiano. isso porque hoje em dia não é su-ficiente apagar as luzes, é preciso substituir as lâmpadas; não basta separar o lixo, é necessário aprender a reutilizar. Para Eduardo, tais mudan-ças se tornaram obrigatórias a partir do momen-to em que o ser humano percebeu o poder que tem nas mãos – tanto para destruir, quanto para salvar o planeta.

Nessa proposta, é fundamental encontrar um canal norteador, um meio de fazer com que to-dos participem de um mesmo ideal: um novo mundo feito com respeito e responsabilidade.

“Podemos aprender proativamente pelo amor, realizando a favor da vida, ou reativamente pela dor, enfrentando as reações naturais decorren-tes das nossas ações impensadas”, lembra Edu-ardo.

“hoje em dia não é suficiente aPagar as luzes, é Preciso substituir as lâmPadas; não basta seParar o lixo, é necessário aPrender a reutilizar”(eduardo manoel araújo)

“Podemos aPrender Proativamente Pelo amor, realizando a favor da vida, ou reativamente Pela dor, enfrentando as reações naturais decorrentes das nossas ações imPensadas”(eduardo manoel araújo)

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[ SuSTENTABILIDADE ]

Muito além de ensinar informática ou ex-plicar os recursos e funcionalidades da internet, os projetos desenvolvidos no

âmbito da inclusão digital envolvem o jovem, aproximando-o da realidade global e dos cami-nhos para a busca do conhecimento.

Fernando Soares da Silva, educador do Centro Marista Reflorescer, de Ribeirão das Neves (MG), defende que o posicionamento do professor deve ser de estímulo e incentivo à interativida-de sempre, seja ela como for. Nesse patamar, as possibilidades se ampliam com a implantação de programas que relacionam as novas tecnolo-gias com outras disciplinas no intuito de trans-mitir esse conceito da universalidade.

No Reflorescer, ele conta que os jovens têm aula de HTML e aprendem a desenvolver sites como forma de viabilizar um caminho profissio-nal na área. Já no Centro de Recondicionamento de Computadores de Recife, o projeto envolve os jovens desde a recuperação de computado-res em desuso aliando à proposta da criação de cooperativas de trabalho. Aqui o senso de comprometimento dos jovens promove o bom relacionamento e a capacidade de interagir não apenas no mundo virtual, mas também direta-mente entre os colegas de equipe.

A conceituação dos projetos maristas voltados para a inclusão digital ocorre com a missão de inserir, através do espaço escolar, o exercício do

conhecimento como recurso básico de acesso à informação. A formação acontece, portanto, no sentido de possibilitar e auxiliar o jovem na com-preensão da amplitude do alcance das redes, fa-zendo uso de forma plena e consciente dessas ferramentas.

Nesse quesito, os educadores devem encarar o desafio que surge com essa geração de crian-ças e adolescentes no sentido de direcionar suas curiosidades para o desenvolvimento de habi-lidades de interação virtual. Para Fernando, o educador precisa estar preparado, igualmente inserido nessa nova realidade que é a grande propulsora do conhecimento desta era, em que os sistemas tradicionais de ensino não cabem mais.

Ele alega, ainda, que o processo de inclusão digital não pode subestimar a força das mídias sociais. São blogs, fóruns virtuais, redes sociais e outros programas permitindo que os jovens de hoje não assumam apenas o papel de espec-tadores, mas sim de participantes ativos dessa troca de informações. Afinal, essa é a grande in-venção do século: a chamada web 2.0 que traz para dentro dos lares e escolas uma internet participativa e colaborativa. “Além de acessar a informação que procura, você pode comentar, editar, divulgar e produzir seu conteúdo”, des-creve o educador.

AuTONOMiA DOS JOvENS é FuNDAMENTAL PARA uMA SOCiEDADE JuSTA

cidadãos do mundo

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Em novembro de 1995, o Colégio Marista de Aracati (CE), recebia os seus primeiros equipa-mentos de informática. Naquele momento, es-ses recursos tecnológicos eram considerados elementos de inovação para toda a omunidade educativa. O investimento feito para estruturar um espaço, que na época chamavam de “labo-ratório de informática”, atraía o interesse de to-dos que buscavam encontrar naquele ambiente recursos sofi sticados ainda não vistos nem toca-dos.

Passados 15 anos, temos hoje o desafi o de fo-mentar diversas refl exões ampliadas da utiliza-ção dos recursos da tecnologia da informação a serviço das inclusões, pastoral, solidariedade, cidadania ativa, geração de renda, desenvolvi-mento de arranjos produtivos locais e regionais, protagonismo, elevação da escolaridade e redes sociais.

Essa caminhada soma vários pontos de con-vergência e nos leva a dizer que temos “um jeito marista” de promover a inclusão sociodigital.

Chamamos de telecentro um espaço público com internet que ofereça acesso gratuito para crianças, adolescentes, jovens e adultos, além de oportunidades de comunicação e aprendi-zagem. Em nossas unidades sociais no Norte e Nordeste do país, cerca de 45, encontramos todos esses recursos e muitos outros. A nossa estrutura instalada se revela uma “rede marista de inclusão sociodigital”. Talvez nenhuma outra consiga reunir tantos recursos, como equipe de educadores sociais, infraestrutura de rede, equi-pamentos, e tecnologia de vídeoconferência.

O mais recente espaço de inclusão social da Província Centro-Norte é o Centro Marista Cir-

cuito Jovem do Recife (PE), também chamado de Centro de Recondicionamento de Computa-dores do Recife.

O CRC-Recife integra o Projeto Computadores para inclusão (Projeto Ci), que consiste numa rede nacional de reaproveitamento de equipa-mentos de informática, formação profi ssional e inclusão digital. Equipamentos descartados por órgãos do governo, empresas e pessoas físicas são recuperados nesses centros e doados a tele-centros, escolas e bibliotecas de todo o país.

O Centro já inicia suas novas formações com uma estrutura curricular voltada para formação por competência, e caminha para ser o Polo Re-gional de Tecnologias Sociais, agregando as uni-dades Produtivas de Metareciclagem e Artesania Digital, Centro de Formação de Telecentristas ou Agentes de inclusão Digital e a incubadora de Ti.

As conquistas são diárias, como termos conse-guido uma solução para a chegada de sinal de internet para a Casa de Acolhida em Abreulân-dia, em Fortaleza (CE), via satélite.

O jeito marista de fazer inclusão sociodigital vem sendo chamado para participar de discus-sões sobre políticas públicas do governo fede-ral. Temos assento na Coordenação Nacional do Projeto Computadores para inclusão e cada vez mais somos presença em debates e diver-sos eventos da temática. O momento é singu-lar, temos o compromisso de sermos parceiros ativos nessa disseminação nacional da garantia do acesso às tecnologias da informação e da co-municação.

domingos sávio de frança É coordenador-geral do centro de recondicionamente de computadores do recife e centro marista circuito jovem de recife

“cabe à escola amPliar as múltiPlas Possibilidades de uso do comPutador, dos softWares e da internet Para o seu crescimento intelectual, Profissional e cultura de forma crítica e Protagonista”(fernando soares da silva)

o jeito Marista de Fazer inCLusão soCiodigitaL no norte e nordeste do brasiLpor domingos sávio de frança

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5 6

[ CIDADANIA ]

O mundo mergulha em catástrofes ambien-tais. Registros revelam que não há mais como retroceder o problema do aqueci-

mento global e o resultado é visto nos principais jornais e manchetes em todo o mundo: milha-res de pessoas sentindo na pele os efeitos da degradação do meio ambiente. Só nos últimos dez anos o planeta foi atingido por tsunamis, en-chentes e nevascas responsáveis por um cenário de destruição em diversos países. Além disso, a devastação causada pelos terremotos tem enca-minhado a humanidade para verdadeiros muti-rões de solidariedade.

No Brasil, por exemplo, uma série de eventos colocou estados em alerta, desabrigando popu-lações das regiões Nordeste, Sul e Sudeste, com

destaque para centenas de mortos na tragé-dia fluminense. Além das fronteiras, a natureza também demonstra sua força, acabando com cidades inteiras. Para atender a essa crescente demanda vinda de todos os cantos do mundo, algumas entidades se organizam, tendo como único propósito ajudar o próximo.

O assessor para Emergências da Cáritas, orga-nização católica da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), José Magalhães de Souza, avalia o envolvimento das pessoas às causas e a consciência que tamanhos desastres despertam no indivíduo: “Não há mais como pensar que tais ocorrências sejam obra de uma fatalidade. To-dos já compreendem que o que acontece hoje no mundo é fruto da ação do homem”, comenta.

SEJA PELA TENTATivA DE APLACAR A DOR DO OuTRO Ou DE CALAR O MEDO iNTERiOR DAQuiLO QuE A NATuREZA AiNDA PODE REvELAR, A MOBiLiZAçãO DA POPuLAçãO PARA AJuDAR víTiMAS DE TRAGéDiAS NATuRAiS é CADA vEZ MAiOR

UNIdOs PELA VIdA

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Além disso, o drama de algumas regiões não diminui quando a mídia deixa de acompanhar. E é aí que entra a solidariedade dos povos. Afinal, regiões que foram completamente destruídas como o Haiti, o Chile e os estados de Alagoas e Pernambuco, por exemplo, ainda estão longe de reconstruir tudo aquilo que foi perdido. A tenta-tiva, a partir da ajuda humanitária, é de, pelo me-nos, reduzir os estragos imediatos, para que os habitantes voltem a ter um pouco de dignidade.

Para o assessor, experiências como estas levam o indivíduo à reflexão. “Trata-se de uma busca por um bem maior, capaz de promover um sen-so de humanidade e de justiça, sentimentos que nos tornam capazes de promover mudanças re-ais”, destaca. Ser solidário, enfim, é saber olhar o próximo e resgatar a sensibilidade sobre tudo aquilo que tange à vida.

terreMotos PodeM saCudir Mais do Que terras

Na verdade, o Haiti não encontrou o problema apenas quando sentiu a terra se abrir sob seus pés. A Província Marista do México Ocidental possui três unidades sociais que há anos vem atuando no país. A entidade é parceira da Cári-

VoCê taMbéM Pode PartiCiPar da CaMPaNHa Maristas Pelo Haiti

veJa como no hotSIte http://marista.edu.br/maristaspelohaiti

Para FaZer doações eM diNHeiroBANCO DO BRASiL | AG. 2883-5 | C/C 18.000-9 (conta corrente gerenciada pela Cáritas Brasileira)

tas na luta pela erradicação da fome e melhoria das más condições de uma população esqueci-da pelo mundo.

“O problema do Haiti é muito antigo e, agora, agravado por essa tragédia, faz-se necessário reunir esforços pela ‘refundação’ do país”, expli-ca Magalhães. Enfim, o terremoto não sacudiu somente o solo haitiano, mas também os gover-nos, entidades e toda a população mundial, que finalmente voltou os olhos para um povo que tanto precisa de ajuda.

Em casos desse porte, há uma grande carência de apoio para a reestruturação das áreas devas-tadas. Diante disso, a Cáritas criou um programa inicial de 18 meses, elaborado para atender as áreas mais afetadas: alimentação, moradia, infra-estrutura para a rede de ensino, fontes de renda e outros.

Ao mesmo tempo, os maristas investem na ar-

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recadação de bens e recursos com a campanha “Maristas pelo Haiti – Faça agora toda a diferença no futuro”, articulando as comunidades de todo o Brasil pelo engajamento solidário. O assessor de Captação de Recursos, da união Marista do Brasil (uMBRASiL) David Ortolan, explica que esta é uma opção institucional a ser realizada em sintonia com os propósitos da igreja. “Mobi-lizações maiores têm ocorrido em eventos como bazares, gincanas ou exposições, com o objetivo de manter vivo o espírito solidário de toda a co-munidade”, comenta.

Ortolan alega que todos os programas desen-volvidos pelos maristas têm por objetivo atuar junto à comunidade para o desenvolvimento do pensamento crítico, consciência social e am-biental e construção de valores. Essa linha de pensamento originou o instituto Marista de So-lidariedade (iMS), voltado para o financiamento de projetos sociais e educativos.

Fundado há 15 anos pelos irmãos maristas, o iMS trabalha na captação de recursos, direciona-mento e acompanhamento de projetos de or-dem internacional. Em parceria com empreendi-mentos solidários, entidades de apoio e gestores públicos, anima a articulação e a mobilização da economia solidária no Brasil. ir.vicente Falqueto,

esPeciaLização em emergências ambientais

O MuNDO HOJE PEDE PROFiSSiONAiS HABiLiTADOS A LiDAR COM AS FREQuENTES CATáSTROFES NATu-RAiS. POR iSSO A PuCPR iNCLuiu NO SEu CuRRíCuLO O CuRSO DE EMERGêNCiAS AMBiENTAiS. A iDEiA é LANçAR AO MERCADO PESSOAS PREPARADAS PARA iDENTiFiCAR, AvALiAR E GERENCiAR RiSCOS NO iNTui-TO DE TENTAR SE ANTECiPAR E ELABORAR PLANOS DE CONTROLE E CONTiNGêNCiAS

diretor do iMS, explica que o alcance do institu-to vai muitoalém das dimensões da própria rede marista, ganhando voz ativa nas discussões so-bre políticasde economia solidária nos estados e em busca de apoio na defesa dos direitos da criança e doadolescente. “O instituto faz parte de uma realidade presente em todos os esta-dos, na construção conjunta de uma sociedade justa e inclusiva”, salienta O instituto faz parte de uma realidade presente em todos os esta-dos, na construção conjunta de uma sociedade justa e inclusiva. ir.vicente Falqueto, diretor do iMS, explica que o alcance do instituto vai muito além das dimensões da própria rede marista, ga-nhando voz ativa nas discussões sobre políticas de economia solidária nos estados e em busca de apoio na defesa dos direitos da criança e do adolescente.

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ESPAçO MARISTA

uma rede Para todosOs desafios que surgem em uma sociedade movida pelas ações e relações em rede pautam uma vida móvel no mundo contemporâneo. é preciso dar sentido às experiências que a rede nos possibilita, afinal, o poder está em nossas mãos.

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[ ARTIGO ]

A REdEsOmOs NÓs

por que o trabalho em rede está tão presen-te na pauta das organizações? Por que pa-rece se tornar um conceito essencial para

a vida nos dias de hoje? Afinal, existem – e sem-pre existiram - inúmeras sociedades em rede ao longo da história da civilização que, por sua vez, resultam de uma rede intrincada de relações. Sejam estas relações de natureza biológica, so-cial, política, econômica, religiosa ou tecnológi-ca, elas apresentam características comuns. Mas que características são estas? O que há de novo? A versão contemporânea da sociedade em rede é determinada por cenários mediados pelas no-vas tecnologias da informação e da comunica-ção, que cada vez mais interferem nas estrutu-ras sociais e nas relações humanas. No modelo em rede da era industrial, a ação do ser humano sobre o meio era direta, analógica, se dava de forma hierárquica, em espaços delimitados e em

iR. JOãO CARLOS DO PRADO

concordância temporal e física. Hoje, rompem--se as barreiras espaço-temporais e é possível atuar à sua margem e influenciar a sua estrutura, fenômeno da desterritorialização.

As características da sociedade em rede que vivenciamos são inquietantes, tais são os desa-fios de ver, estar e de se relacionar com o mundo hoje. Cada vez mais a mobilidade vem ao nosso encontro, onde temos na palma de nossas mãos o acesso ao mundo e a tudo que o compõe, numa relação quase sempre mediada pela virtu-alização, outra característica desta sociedade em rede na qual estamos imersos.

NoVas ForMas de iNteraçãoA partir de um smartphone - telefone celular

com funcionalidades avançadas, cada vez mais portáteis, baratos, acessíveis e fáceis de ope-

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rar - podemos falar com outras pessoas, pagar nossas contas, assistir televisão, ouvir rádio, fotografar e filmar tudo a nos-sa volta, e mais: publicar nossas próprias produções em nossas comunidades virtuais. Em tem-po real. Aqui e agora. E todo este processo comunicacional que a mobilidade nos traz, e que acabamos de descrever, implica e nos remete a outras características que marcam a sociedade em rede na contem-poraneidade: a interatividade, a simultaneidade, a democratização de conteú-dos, a velocidade, o simulacro, a imaginação, as novas relações com o espaço e com o tempo...

O smartphone é apenas uma metáfora. Que nos ajuda a entender o mundo em rede hoje e a maneira com a qual nos relacionamos com ele. Fato é que as formas de ver, perceber, apreender, compreender, sentir, processar o mundo muda-ram substancialmente. interagir neste contexto complexo requer ter um novo olhar para esta nova forma de ser e estar no mundo e, sobretu-do, intervir de forma positiva e transformadora, que em última instância, faça mais pessoas no mundo felizes, coerentes e dignas. Resistir a este impulso da história da civilização é uma luta inglória. Nunca houve retrocesso tecnológico. Melhor aprender a conviver com ele. Afinal, ele nos revela uma experiência inédita, nunca viven-ciada e imaginada em tempos pretéritos, onde o sujeito é a mídia, e tem o poder de mobilizar pessoas e intervir em instâncias nunca antes pensadas. Quando podíamos imaginar que um vídeo gravado inusitadamente por um indivíduo pudesse fazer parte da construção narrativa de um telejornal? Temos visto isso acontecer com frequência.

o Poder está eM Nossas Mãos. o Que FaZer CoM ele? CoMo FaZer?

Este contexto vem destacar a necessidade de considerar o sujeito como elemento funda-mental, agente com seu repertório cultural e intelectual, qualquer que seja ele, competente para produzir significações de forma dialógica, interdiscursiva, negociada, ao mesclar conteú-dos da cultura universal e local, de forma esté-

tica e estésica, mas também a partir de uma perspectiva ética imprescindível. A tomada de po-der em mãos de sujeitos éticos, que lutam pela justiça social e pela dignidade humana, em to-das as suas formas. Eis o nosso compromisso na educação ma-rista. Mais do que formar para lidar com o instrumental tecno-lógico que nos permite quase tudo que é possível, é preciso dar sentido às experiências que a interface tecnológica e comu-nicacional nos possibilitam. é

preciso munir os sujeitos de senso crítico diante do universo de imagens de toda ordem; de re-ferências significativas; de valores humanos; de vínculos genuínos com o outro e com a realida-de. Este deve ser o tema central do trabalho em rede que empreendemos. Só assim será possível interagir de forma criativa e inovadora, capaz de transformar as realidades que nos entristecem e apequenam a nossa alma.

Não PareCe FáCil. e Não é.O caminho que nos conduz por esta trajetória

de experimentação da sociedade em rede é o da articulação das relações interpessoais, da toma-da de decisão de forma coletiva, assegurando um processo legitimamente participativo, que por sua vez requer relações de confiança mútua. é perceptível que os sujeitos éticos, que lutam pela justiça social e pela dignidade humana são aqueles que transitam por este caminho facil-mente.

Por fim, uma provocação. O apelo fundamen-tal do xxi Capítulo Geral nos traz: “Sentimo-nos impulsionados por Deus a sair para uma nova terra, que favoreça o nascimento de uma nova época para o carisma marista. isso supõe que estejamos dispostos a mover-nos, a desprender--nos e a assumirmos um itinerário de conversão, tanto pessoal quanto institucional, nos próxi-mos anos.” Estamos dispostos a mover-nos, a desprender-nos e a assumirmos um itinerário de conversão?

ir. joão carlos do prado É secretário executivo da união marista do brasil (umbrasil)

“mais do Que formar Para lidar

com o instrumental tecnológico, é

Preciso dar sentido às exPeriências Que a interface tecnológica e

comunicacional nos Possibilitam”

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[ MAPA MARISTA ]

BRASIL MARIStA

acreCruZeiro do sul | prÉ-poStuLado rIo Branco e prÉ-poStuLado

tarauaCÁ | prÉ-poStuLado

amazonaslÁbrea | reSIdÊncIa marISta

maNaus | reSIdÊncIa marISta

tabatiNGa | poStuLado

distrito federalbrasÍlia | comunIdade marISta de BraSÍLIa

coLÉGIo marISta JoÃo pauLo IIcentro educacIonaL marISta de BraSÍLIa (comunIdade)

coLÉGIo marISta de BraSÍLIa ‒ educaÇÃo InFantIL e enSInoFundamentaL (marIStInha)

coLÉGIo marISta de BraSÍLIa ‒ enSIno mÉdIo (marIStÃo)reSIdÊncIa marISta de BraSÍLIa (comunIdade)

InStItuto marISta de SoLIdarIedade - ImSsamambaia | eScoLa e centro SocIaL marISta Ir.FrancISco rIvat

brasilÂNdia | vILa champaGnat

CeilÂNdia | centro marISta cIrcuIto Jovem ‒ ceILÂndIacentro marISta de educaÇÃo InFantIL cIrcuIto da crIanÇa

nÚcLeo BandeIranteeScrItÓrIo provIncIaL uBee-unBec

(unIÃo BraSILeIra de educaÇÃo e enSIno /unIÃo norte BraSILeIra de educaÇÃo e cuLtura)

taGuatiNGa | admInIStraÇÃo centraL uBee-unBec (unIÃo BraSILeIra de educaÇÃo e enSIno /

unIÃo norte BraSILeIra de educaÇÃo e cuLtura)coLÉGIo marISta champaGnat

InStItuto marISta de aSSIStÊncIa SocIaL ‒ ImaSnÚcLeo marISta de produÇÃo

goiásGoiÂNia | caSa da acoLhIda marISta de GoIÂnIa

coLÉGIo marISta de GoIÂnIateatro marISta de GoIÂnIa

Ftd ‒ FILIaL GoIÂnIa

apareCida de GoiÂNia | centro de educaÇÃo InFantIL marISta dIvIno paI eterno ‒ cemadIpe

comunIdade marISta madre Germana

silVÂNia | comunIdade marISta de SILvÂnIaaprendIZado marISta padre LancÍSIo

mato grosso do suldourados | centro SocIaL marISta de douradoS

reSIdÊncIa marISta de douradoS (comunIdade)

parábelÉm | comunIdade marISta de BeLÉm

coLÉGIo marISta noSSa Senhora denaZarÉeScoLa marISta champaGnat de BeLÉm

rondÔniaJi-paraNÁ | reSIdÊncIa marISta

porto Velho | Sede dIStrItaL e centro educacIonaL e SocIaL marISta (ceSmar)

roraimaboa Vista | reSIdÊncIa marISta

tocantinspalmas | comunIdade marISta de paLmaS

centro marISta de paStoraL - cmpcoLÉGIo marISta de paLmaS

maranhãobalsas | coLÉGIo SÃo pIo X

comunIdade marISta de BaLSaS

FraternIdade noSSa Senhora da conceIÇÃo

sÃo JosÉ de ribamar | coLÉGIo marISta do araÇaGY

sÃo luÍs | comunIdade marISta de SÃo LuÍS do maranhÃocaSa da acoLhIda marISta oLho dʼÁGua

REGIÕESNORTENORDESTECENTRO-OESTE

Page 63: Revista Brasil Marista Ed 3

CoNheÇA As uNidAdes mArisTAs em Todo o PAÍs

cearáaraCati | comunIdade marISta de aracatI

centro de FormaÇÃo para educadoreS marIStaS de FontaInhaScoLÉGIo marISta aracatIproJeto SocIaL IrmÃo LourenÇo (parcerIa com a unBec)

iGuatu | comunIdade marISta de IGuatuoBra SocIaL marISta SÃo marceLIno champaGnat

FortaleZa | comunIdade marISta da maraponGacaSa da acoLhIda marISta de aBreuLÂndIacentro marISta de FormaÇÃo de maraponGacoLÉGIo marISta monduBImeScoLa marISta de enSIno FundamentaL SaGrado coraÇÃoeStÚdIo de ÁudIo e vÍdeo - nupaFacuLdade catÓLIca do cearÁteatro marISta cearenSe

Ftd ‒ FILIaL FortaLeZa

maraNGuape | centro marISta de FormaÇÃo de maranGuape (novIcIado)

paraÍbabaNaNeiras | eScoLa noSSa Senhora do carmo (parcerIa com a unBec)JoÃo pessoa | centro cuLturaL marISta de JoÃo peSSoa

centro de paStoraL marIa tereZa chIratcLuBe do menor traBaLhador (parcerIa com a unBec)coLÉGIo marISta pIo X

eScoLa marISta champaGnat de JoÃo peSSoa

laGoa seCa | centro de FormaÇÃo para educadoreS marIStaS de LaGoa Seca

pernambucoitamaraCÁ | centro marISta ItamaracÁ

paulista | coLÉGIo marISta SÃo marceLIno champaGnat

reCiFe | centro marISta cIrcuIto Jovem - recIFe

coLÉGIo marISta noSSa Senhora da conceIÇÃocoLÉGIo marISta SÃo LuÍSeScoLa marISta champaGnat de recIFeFacuLdade marISta ‒ recIFehIStorIaL de apIpucoSprodutora de vÍdeo e cInemarecanto marISta naZarÉFtd ‒ FILIaL recIFe

surubim | comunIdade marISta de SuruBIm

coLÉGIo marISta pIo XII

rio grande do norteeXtremoZ | centro de FormaÇÃo para educadoreS marIStaS de eXtremoZ

Natal | comunIdade marISta de nataLcentro marISta de paStoraL ‒ cmpcoLÉGIo marISta de nataLeScoLa marISta champaGnat de nataL

sergipepropriÁ | coLÉGIo dIoceSano de prÓprIa (parcerIa com a unBec)

alagoasbarreira de sÃo miGuel | centro catequÉtIco marISta

maCeiÓ| comunIdade marISta de maceIÓcoLÉGIo marISta de maceIÓeScoLa marISta champaGnat de maceIÓSecretarIado de aSSIStÊncIa SocIaL e JuvenÓpoLIS/caSa doS menInoS(parcerIa com a unBec)teatro IrmÃo tomÉ

bahiasalVador | coLÉGIo marISta patamareS

movImento comunItÁrIo champaGnat (parcerIa com a unBec)Ftd ‒ FILIaL SaLvador

piauÍteresiNa | centro marISta cIrcuIto Jovem - tereSIna

comunIdade marISta de tereSIna

Page 64: Revista Brasil Marista Ed 3

[ MAPA MARISTA ]

espÍrito santoColatiNa| comunIdade marISta de coLatIna

centro marISta de paStoraL ‒ cmpcoLÉGIo marISta de coLatIna

eScoLa marISta SÃo marceLIno champaGnatteatro marISta

Vila Velha | comunIdade marISta noSSa Senhora da penha (poStuLado)

caSa da acoLhIda marISta de vILa veLhacaSa marISta de SemILIBerdade

caSa marISta de ponta da Frutacentro SocIoeducatIvo marceLIno champaGnat ‒ cmc

(parcerIa com a uBee)coLÉGIo marISta noSSa Senhora da penha

comunIdade marISta noSSa Senhora da penhateatro domÍcIo mendeS

rio de janeiromeNdes | centro marISta SÃo JoSÉ daS paIneIraS

petrÓpolis | vILa marISta SÃo FrancISco

rio de JaNeiro | comunIdade marISta da tIJucacaSa da acoLhIda marISta do rIo de JaneIrocentro cuLturaL marISta do rIo de JaneIrocentro de produÇÃo de tv e vÍdeo ‒ cptv

coLÉGIo marISta SÃo JoSÉ ‒ tIJuca 61Ftd ‒ FILIaL rIo de JaneIro

rio grande do sulbeNto GoNÇalVes | coLÉGIo marISta aparecIda

centro SocIaL marISta de Bento GonÇaLveScentro educacIonaL marISta de Bento GonÇaLveS (comunIdade)bom priNCÍpio | centro educacIonaL marISta de Bom prIncÍpIo

(comunIdade e poStuLado)CaChoeira do sul | coLÉGIo marISta roque GonÇaLveS

comunIdade marISta

CaNela | coLÉGIo marISta marIa ImacuLada centro educacIonaL marISta de caneLa (comunIdade)

CruZ alta | comunIdade noSSa Sra. de FÁtIma ereChim | eScoLa marISta medIaneIra

Garibaldi | centro educacIonaL marISta de GarIBaLdI (comunIdade)

GraVataÍ | centro SocIaL marISta marIo quIntana

itaara | recanto champaGnat

laJeado | centro marISta IrmÃo emÍLIocentro educacIonaL marISta de LaJeado (comunIdade e Juvenato)

NoVo hamburGo | coLÉGIo marISta pIo XIIcoLÉGIo marISta SÃo marceLIno champaGnat ‒ eJa

centro marISta de canudoScentro educacIonaL marISta (comunIdade)

centro educacIonaL marISta de canudoS (comunIdade)passo FuNdo | coLÉGIo marISta n. Sra. da conceIÇÃo

comunIdade marISta conceIÇÃo InStItuto marceLIno champaGnat (centro SocIaL e comunIdade)

porto aleGre | centro marISta de SoLIdarIedade ‒ (coaS)coLÉGIo marISta proFeSSora Ivone vettoreLLo

centro SocIaL marISta de porto aLeGre ‒ ceSmarcaSa marISta da Juventude ‒ caJu

creche marISta renaScer creche marISta tIa JuSSara

arteSanato marISta Santa ISaBeLcentro marISta IrmÃo donato

centro marISta n. Sra. aparecIda daS ÁGuaScentro SocIaL marISta Ir. antÔnIo BortoLInI

proGrama de atenÇÃo InteGraL À FamÍLIaproJeto IncLuSÃo dIGItaL marISta

proJeto SorrISÃo marIStaproJeto marISta GurIZada nota deZ

coLÉGIo marISta roSÁrIocoLÉGIo marISta aSSunÇÃo

coLÉGIo marISta champaGnatcoLÉGIo marISta SÃo pedro

coLÉGIo marISta Ipanemacentro educacIonaL marISta champaGnat (comunIdade ‒ Sede

provIncIaL)centro educacIonaL marISta roSÁrIo (comunIdade)

comunIdade Santo tomÁS de aquInocentro SocIaL marISta (comunIdade)

centro educacIonaL marISta daS ILhaS (comunIdade)comunIdade marISta da GLÓrIa

pucrS ‒ pontIFÍcIa unIverSIdade catÓLIca do rIo Grande do SuLpucrS ‒ campuS aproXImado noSSa Senhora de FÁtIma

pucrS ‒ hoSpItaL SÃo LucaSSede provIncIaL ‒ (unIÃo SuL BraSILeIra de educaÇÃo e enSIno ‒ uSBee / SocIedade

merIdIonaL de educaÇÃo ‒ Some)centro marISta de comunIcaÇÃo ‒ cmc

vIdeomarISrecanto marISta do LamI

Ftd ‒ FILIaL porto aLeGre

rio GraNde | coLÉGIo marISta SÃo FrancIScocentro SocIaL marISta do rIo Grande

centro educacIonaL marISta de rIo Grande (comunIdade)caSa de veraneIo doS IrmÃoS marIStaS

saNta CruZ do sul | centro marISta n. S.ª da Boa eSperanÇacoLÉGIo marISta SÃo LuÍS

centro educacIonaL marISta (comunIdade)saNta maria | centro SocIaL marISta Santa marta

coLÉGIo marISta Santa marIaeScoLa marISta de enSIno FundamentaL Santa marta

comunIdade marISta Santa marIareSIdÊncIa marISta do cerrIto (comunIdade)

comunIdade marISta Santa martacentro marISta de eventoS ‒ cme

saNto ÂNGelo | coLÉGIo marISta Santo ÂnGeLocentro SocIaL marISta de Santo ÂnGeLo

centro de FormaÇÃo marISta (comunIdade e prÉ-poStuLado)sÃo FraNCisCo de paula | centro de peSquISaS e conServaÇÃo

da natureZa ‒ pucrStramaNdaÍ |caSa de veraneIo JardIm do Éden

uruGuaiaNa | coLÉGIo marISta SantʼanacomunIdade marISta

são pauloCampiNas | centro de FormaÇÃo marIa mÃe da IGreJa ‒ novIcIado

InStItuto noSSa Senhora medIaneIracentro SocIaL marISta Ir. eLIaS davId

sÃo paulo | reSIdÊncIa marISta da acoLhIda (comunIdade)vILa marISta BoracÉIa

reSIdÊncIa marISta IrmÃo LourenÇo (comunIdade)coLÉGIo marISta arquIdIoceSano

coLÉGIo marISta noSSa Senhora da GLÓrIacentro SocIaL marISta Ir. LourenÇo

centro SocIaL marISta IrmÃo JuStInocentro SocIaL marISta Itaquera I

centro SocIaL marISta roBruedItora Ftd S.a.

Ftd ‒ FILIaL SÃo pauLo

Guarulhos | parque GrÁFIco

ribeirÃo preto | coLÉGIo marISta de rIBeIrÃo preto reSIdÊncIa marISta (comunIdade)

centro SocIaL marISta Ir. ruI LeopoLdo depInÉ

saNto aNtÔNio da aleGria | reSIdÊncIa marISta (comunIdade)centro ruraL ÁGuaS da prata (FaZenda)

saNtos | centro SocIaL marISta Lar FeLIZ

VeraNÓpolis | recanto marISta medIaneIra ‒ rmm InStItuto noSSa Senhora medIaneIra (comunIdade)

ViamÃo | caSa SÃo JoSÉ (comunIdade)centro educacIonaL marISta GraÇaScomunIdade marISta noSSa Sra. daS GraÇaSInStItuto marISta GraÇaSmemorIaL champaGnatpucrS ‒ campuS vIamÃo

REGIÕES SUL E SUDESTE

Page 65: Revista Brasil Marista Ed 3

minas geraisbelo horiZoNte | comunIdade marISta da BetÂnIa

caSa da acoLhIda marISta de BeLo horIZontecentro de eStudoS marIStaS ‒ cemcentro de produÇÃo de tv e vÍdeo - cptvcentro marISta cIrcuIto Jovem -BeLo horIZontecentro marISta crerSendocentro marISta de educaÇÃo e cIdadanIa ‒ cemeccentro marISta de paStoraL ‒ cmpcoLÉGIo marISta dom SILvÉrIocomunIdade marISta da BetÂnIaeScoLa marISta champaGnat de BeLo horIZonte ‒ eJaJunIorato champaGnatFundaÇÃo LʼhermItaGe: proJeto amIGo da ÁGua,rÁdIo 98 Fm, rÁdIo rIo vermeLhoLar marISta JoÃo BatISta BernemarISta haLL (chevroLet haLL) ‒ teatro dom SILvÉrIoFtd - FILIaL BeLo horIZonte

moNtes Claros | comunIdade marISta de monteS cLaroScentro marISta de paStoraL ‒ cmpcoLÉGIo marISta SÃo JoSÉ

patos de miNas | comunIdade marISta de patoS de mInaScoLÉGIo marISta de patoS de mInaS

ribeirÃo das NeVes | centro marISta reFLoreScerrecanto marISta - remar

sÃo ViCeNte de miNas| centro marISta de paStoraL ‒ cmpcoLÉGIo marISta SÃo vIcente de mInaSteatro marISta IrmÃo eXuperÂncIo

uberaba |comunIdade marISta de uBeraBacaSa da acoLhIda marISta de uBeraBacoLÉGIo marISta dIoceSano

uberlÂNdia | coLÉGIo marISta champaGnat

VarGiNha| centro marISta FLoreScercoLÉGIo marISta de varGInhateatro meStrInho

paranáalmiraNte tamaNdarÉ | eScoLa ecoLÓGIca marceLIno champaGnat

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[ V IDA ]

1 sair de sié a lei do êxodo, da descida, do desapego. Es-

tar fora de si e centrado no outro, ser excêntrico, porque central é o outro, a alteridade, eis um en-foque essencial do amor, portanto, trata-se do esquecimento de si e elevação do outro. Quanto mais saímos de nós mesmos, para estar no outro e em Deus, ali nos encontramos. O esvaziamento de si cria espaço para abrigar o próximo. O amor nos manda sair de nós mesmos, sair do tradi-cionalismo, sair do ego, sair das memórias que acorrentam, sair dos preconceitos, sair do ped-estal, sair das fantasias, deixar pai e mãe e entrar na realidade, aceitar o diferente, dar um passo à frente. O amor faz o outro importante.

2 CoMPreeNderAmar é compreender. Quem compreende

perdoa. “Senhor, fazei que eu saiba mais com-preender que ser compreendido”, rezava São Francisco. Compreender é ver o ponto de vista do outro, desejar o desejo do outro, aceitar a verdade do outro com suas sombras, defeitos, limitações. Compreender é aceitar a verdade do outro e dizer-lhe a verdade com autenticidade. Compreender leva a confiar, a perdoar, a confi-denciar.

3 CuidarCuidado é atenção ao desejo do outro, ao

seu bem, sua promoção, seus interesses. Cuidar é zelar, envolver-se, estar atento. Melhor, é um estado de atenção, é uma recordação constante do amado: “vivo pensando nele”. Cuidado é ter percepção da realidade alheia, assumir atitude de envolvimento, atenção, desvelo, zelo. O cui-

O AMOR FRATERNO em 5 Passos Por DOM ORLANDO BRANDES

dado se desdobra em dedicação, solicitude, bom trato, responsabilidade, diligência. Ter cui-dado é deixar-se afetar, envolver-se, criar laços. Cuidar é amar.

4 doar-seé a entrega de si, a generosidade, a gratui-

dade, o amor ágape, que se sacrifica, é capaz de dar a vida. isso requer a morte do ego e a com-paixão pelo outro. Amar é dizer: não quero que tu morras, mas eu dou minha vida por ti. Amar é dar a vida, ensinou Jesus. O amor joga fora o temor, é mais forte que a morte. O amor jamais acabará. A única coisa que não se pode tirar de nós é o que doamos.

5 ser FielO amor requer fidelidade e não suporta in-

diferença, mentira, desconfiança. Fidelidade é compromisso, aliança, pacto, juramento. O amor é um desejo de aliança, um sentimento de pertença, uma atitude de filiação, uma ex-periência de eternidade. No amor não se sente o tempo passar. Fidelidade é comunhão, unidade, reciprocidade, mútua entrega, estar inteiro com o outro, sem medo de rejeição, sem ciúmes. Fi-delidade é respeitar a verdade. Quando o amor nos habita nos tornamos verdadeiros. A fideli-dade não é um jugo, é proteção de valores, é o preço do amor.

dom orlando brandes É arcebispo de londrina

O AMOR Dá SENTiDO à NOSSA viDA E CONFERE ENERGiA A TuDO. O AMOR é A vERDADE DA ExiSTêNCiA HuMANA, SEM MEDiDAS, PORQuE SALvA O MuNDO, CONSTRói A SOCiEDADE E PREPARA A ETERNiDADE. confira os cinco enfoques do amor fraterno:

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