revista boa vontade, edição 226

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O ator e diretor de TV Jorge Fernando, padrinho da Campanha da LBV , com sua querida mãe, a simpática atriz Hilda Rebello. Natal Permanente da LBV Tradicional Campanha tem o desafio de arrecadar um milhão de quilos de alimentos não perecíveis para doar a milhares de famílias de baixa renda no país Kiyo Akasaka (E), subsecretário-geral da ONU, e Sérgio Besserman (D), mestre e doutor em Economia, avaliam os desafios do século 21 diante das mudanças climáticas em curso. É tempo de agir ! 15 a CONFERÊNCIA SOBRE O CLIMA NA DINAMARCA Fernanda Montenegro Neguinho da Beija-Flor Denise Fraga Dona Canô Ronaldo Mourão Tônia Carrero Arnaldo Jabor Carlinhos Brown p r o t e ç ã o à s f o r e s t a s m a t r i z e s e n e r g é ti c a s li m p a s c o m b a t e a o e f eit o e s t u f a e d u c a ç ã o a m b ie nta l d e s e n v o lv im e n to s us te n tá v e l EDIÇÃO ESPECIAL r e d u ç ã o d a s e m is s õ e s d e g á s c a r b ô n i c o Paiva Netto escreve: “Distração humana, Dinamarca e destino”. Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, lança sua primeira obra literária.

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A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

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Page 1: Revista Boa Vontade, edição 226

O ator e diretor de TV Jorge Fernando, padrinho da Campanha da LBV, com sua querida mãe, a simpática atriz Hilda Rebello.

Natal Permanente da LBV Tradicional Campanha tem o desafio de arrecadar um milhão de quilos de alimentos não perecíveis para doar a milhares de famílias de baixa renda no país

Kiyo Akasaka (E), subsecretário-geral da ONU, e Sérgio Besserman (D), mestre e doutor em Economia, avaliam os desafios do século 21 diante das mudanças climáticas em curso.

É tempo de agir !15a CONFERÊNCIA SOBRE O CLIMA NA DINAMARCA

Fernanda Montenegro

Neguinho da Beija-Flor

Denise Fraga

Dona Canô

Ronaldo Mourão

Tônia Carrero

Arnaldo Jabor

Carlinhos Brown

proteção às f orestas

matrizes energéticas limpas

combate ao efeito estufa

educação ambientaldesenvolvimento sustentável

E D I Ç Ã O E S P E C I A L

reduçã

o das emissões de gás carbônico

Paiva Netto escreve: “Distração humana, Dinamarca e destino”.

Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, lança sua primeira obra literária.

Page 2: Revista Boa Vontade, edição 226

UBERLÂNDIA/MG

CAMPINA GRANDE/PB

BELO HORIZONTE/MG

BELO HORIZONTE/MG

SALVADOR/BA

ANORI/AM

JOÃO PESSOA/PB

SÃO PAULO/SP

SÃO PAULO/SP

ARGENTINA

NATAL/RN

GOIÂNIA/GO

GLORINHA/RS

MACEIÓ/AL

ESTADOS UNIDOS

PORTO ALEGRE/RS URUGUAI

CAMPO GRANDE/MS

PORTUGAL

PARAGUAI IPATINGA/MG

ARAXÁ/MG

VITÓRIA/ES

MANAUS/AM

RIBEIRÃO PRETO/SP BELÉM/PA RIO DE JANEIRO/RJRECIFE/PE

RECIFE/PE

BOLÍVIA

Foi exatamente na Sala da Diretoria da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) que Alziro Zarur (1914-1979), fundador da LBV, deu os primeiros passos, em outubro, novembro e dezembro de 1949, para constituir ofi cialmente a Instituição. Esse histórico acontecimento foi registrado na edição no 1 da revista BOA VONTADE, de maio de 1956.

Em 1o de janeiro de 2010, Dia da Confraternização Mundial dos Povos, a Legião da Boa Vontade comemora seis décadas de trabalho em prol da Educação, da Cultura de Paz, da Solidariedade sem fronteiras e da Espiritualidade Ecumênica. A LBV é presidida pelo radialista, jornalista e escritor José de Paiva Netto.

www.boavontade.com • (11) 3225-4500 • BOA VONTADE TV (canal 23 da SKY)

Foi exatamente na Sala da Diretoria da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) que Alziro Zarur

ABI: ONDE TUDO COMEÇOU...

BELO HORIZONTE/MGIPATINGA/MG VITÓRIA/ES BOLÍVIA

ABI: ONDE TUDO COMEÇOU...

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ABI E LBV: 60 ANOS DE AMIZADE (1) A partir da esquerda, o fundador da Legião da Boa Vontade, o saudoso jornalista Alziro Zarur (1914-1979), com os colegas e amigos Herbert Moses (1884-1972), na época presidente da Associação Brasileira de Imprensa, e o jornalista João Mello (1869-1958).O diretor-presidente da LBV, o jornalista e escritor José de Paiva Netto, em encontro cordial com dois velhos amigos: (2) o ex-presidente da Casa do Jornalista, o sempre lembrado dr. Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000) e, na foto 3, o dirigente da LBV e sua esposa, sra. Lucimara Augusta, saúdam o atual presidente da heroica ABI, o ilustre jornalista dr. Maurício Azêdo.

LBV

UBERLÂNDIA/MG

CAMPINA GRANDE/PB

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LLBBVVLLBBVV1950-2010

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UBERLÂNDIA/MG

CAMPINA GRANDE/PB

BELO HORIZONTE/MG

BELO HORIZONTE/MG

SALVADOR/BA

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JOÃO PESSOA/PB

SÃO PAULO/SP

SÃO PAULO/SP

ARGENTINA

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GOIÂNIA/GO

GLORINHA/RS

MACEIÓ/AL

ESTADOS UNIDOS

PORTO ALEGRE/RS URUGUAI

CAMPO GRANDE/MS

PORTUGAL

PARAGUAI IPATINGA/MG

ARAXÁ/MG

VITÓRIA/ES

MANAUS/AM

RIBEIRÃO PRETO/SP BELÉM/PA RIO DE JANEIRO/RJRECIFE/PE

RECIFE/PE

BOLÍVIA

Foi exatamente na Sala da Diretoria da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) que Alziro Zarur (1914-1979), fundador da LBV, deu os primeiros passos, em outubro, novembro e dezembro de 1949, para constituir ofi cialmente a Instituição. Esse histórico acontecimento foi registrado na edição no 1 da revista BOA VONTADE, de maio de 1956.

Em 1o de janeiro de 2010, Dia da Confraternização Mundial dos Povos, a Legião da Boa Vontade comemora seis décadas de trabalho em prol da Educação, da Cultura de Paz, da Solidariedade sem fronteiras e da Espiritualidade Ecumênica. A LBV é presidida pelo radialista, jornalista e escritor José de Paiva Netto.

www.boavontade.com • (11) 3225-4500 • BOA VONTADE TV (canal 23 da SKY)

Foi exatamente na Sala da Diretoria da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) que Alziro Zarur

ABI: ONDE TUDO COMEÇOU...

BELO HORIZONTE/MGIPATINGA/MG VITÓRIA/ES BOLÍVIA

ABI: ONDE TUDO COMEÇOU...

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ABI E LBV: 60 ANOS DE AMIZADE (1) A partir da esquerda, o fundador da Legião da Boa Vontade, o saudoso jornalista Alziro Zarur (1914-1979), com os colegas e amigos Herbert Moses (1884-1972), na época presidente da Associação Brasileira de Imprensa, e o jornalista João Mello (1869-1958).O diretor-presidente da LBV, o jornalista e escritor José de Paiva Netto, em encontro cordial com dois velhos amigos: (2) o ex-presidente da Casa do Jornalista, o sempre lembrado dr. Barbosa Lima Sobrinho (1897-2000) e, na foto 3, o dirigente da LBV e sua esposa, sra. Lucimara Augusta, saúdam o atual presidente da heroica ABI, o ilustre jornalista dr. Maurício Azêdo.

LBV

UBERLÂNDIA/MG

CAMPINA GRANDE/PB

BELO HORIZONTE/MG

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Page 4: Revista Boa Vontade, edição 226

Sumário

6 Distração humana, Dinamarca e destinoPaiva Netto

10 Cartas, e-mails, livros e registros 27 Opinião Esportiva

José Carlos Araújo28 Comemoração

Fernanda Montenegro 30 Cinema

Denise Fraga34 Acontece no Distrito Federal 36 Samba & História

Neguinho da Beija-Flor40 Especial Meio Ambiente

Kiyo Akasaka e Sérgio Besserman51 Amazônia em foco 52 Acontece no Amazonas 58 20 anos do TBV 70 Acontece no Piauí73 Acontece no Paraná 74 Natal Permanente da LBV102 Atualidades105 Acontece em Minas Gerais106 Políticas Públicas108 Brazilian Day

Carlinhos Brown

113 Estados Unidos114 Ministério da Previdência

Vêm aí novas regras para aposentadoria116 Melhor Idade118 Ciência

Ronaldo Rogério Mourão122 Infância e Adolescência

Lei nacional de adoção124 Ação Jovem LBV126 Arte na Tela

Mais cultura129 Saúde132 Responsabilidade Social138 Acontece em Mato Grosso do Sul140 Nações Unidas144 Jornalismo

Mário Motta 148 Opinião — Mídia Alternativa151 Música

Wilson Sideral154 Bienal do Livro do Rio de Janeiro160 Soldadinhos de Deus162 Variedades

CréDItOS DAS FOtOS DE CAPA: Arnaldo Jabor: Lucian Fagundes; Carlinhos Brown: Paulo Freitas; Dona Canô: Nino Santos; Denise Fraga: Sérgio Savaman Savarese; Fernanda Montenegro: Fernando Franco; Jorge Fernando e Hilda rebello: André Fernandes; Kiyo Akasaka: Vivian Ribeiro; Neguinho da Beija-Flor: Vivian Ribeiro; ronaldo rogério Mourão: Arquivo pessoal; Sérgio Besserman: Vivian Ribeiro; tônia Carrero: Fernando Franco.

Paiva Netto escreve: “Distração humana, Dinamarca e destino”.

O ator e diretor de TV Jorge Fernando, padrinho da Campanha da LBV, com sua querida mãe, a simpática atriz Hilda Rebello.

Natal Permanente da LBV Tradicional Campanha tem o desafio de arrecadar um milhão de quilos de alimentos não perecíveis para doar a milhares de famílias de baixa renda no país

Kiyo Akasaka (E), subsecretário-geral da ONU, e Sérgio Besserman (D), mestre e doutor em Economia, avaliam os desafios do século 21 diante das mudanças climáticas em curso.

É tempo de agir !15a CONFERÊNCIA SOBRE O CLIMA NA DINAMARCA

Fernanda Montenegro

Neguinho da Beija-Flor

Denise Fraga

Dona Canô

Ronaldo Mourão

Tônia Carrero

Arnaldo Jabor

Carlinhos Brown

proteção às f orestas

matrizes energéticas limpas

combate ao efeito estufa

educação ambientaldesenvolvimento sustentável

E D I Ç Ã O E S P E C I A L

reduçã

o das emissões de gás carbônico

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BOA VONTADEA N O 5 3 • N o 2 2 6 • J u l / A G O / S E T / O u T 2 0 0 9

BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.DIrEtOr E EDItOr-rESPONSávEL: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ 19.916 JPCOOrDENAÇÃO gErAL: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de OliveiraJOrNALIStAS COLABOrADOrES ESPECIAIS: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan, José Carlos Araújo e Mario de Moraes.EquIPE ELEvAÇÃO: Adriane Schirmer, Carla Luz, Cida Linares, Daiane Emerick, Danielly Arruda, Gizelle de Almeida, Jefferson Rodrigues, João Miguel Neto, Joílson Nogueira, Jonny César, Leila Marco, Leilla Tonin, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza Alves, Sarah Jane, Simone Barreto, Vivian Ribeiro, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.PrOJEtO gráFICO: Helen WinklerCAPA E DIAgrAMAÇÃO: Felipe Tonin e Helen WinklerIMPrESSÃO: Editora ParmaENDErEÇO PArA COrrESPONDêNCIA: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: [email protected] revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.

Às vésperas da reunião sobre mudanças climáticas das Nações Unidas (7 a 18 de dezembro), em Copenhague, na Dinamarca, há ainda muita hesitação por parte de gover-nantes mundiais quanto às metas de cada país para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. O encontro tem a difícil missão de chegar ao documento que substituirá o Protocolo de Kyoto, atual acordo internacional com força de lei, res-ponsável por estabelecer limites para a poluição. Sabe-se que hoje é preciso garantir objetivos mais ambiciosos do que outrora, visto que as transformações em curso na Natureza, por conta do aquecimento global, caminham a um ritmo bem superior àquele verificado nas previsões de 20, 30 anos atrás.

Esta edição da BOA VONTADE dá a merecida atenção ao assunto. Em artigo do jornalista Paiva Netto, apresenta--se um eloquente chamado para uma nova consciência: “Por mais que poderosas vozes proclamem o perigo que paira sobre nossas cabeças, na aparência não existe ainda uma atitude mundial unificada convencida da gravidade da explosão climática (...)”.

Para mostrar de que forma a ONU trabalha para o êxito do novo acordo, entrevistamos o subsecretário- -geral das Nações Unidas para Comunicação e Infor-mação Pública, Kiyo Akasaka.

No Brasil, o alerta é feito pelo ambientalista, mestre e doutor em Economia Sérgio Besserman, que antecipa o possível cenário brasileiro decorrente do aquecimento global e parte em defesa de políticas para o setor.

Dentro ainda de uma mentalidade de união, destaque para a reportagem sobre os bastidores da tradicional Cam-panha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!, que neste fim de ano tem o desafio de arrecadar e distribuir um milhão de quilos de alimentos não perecíveis, para serem doados, em cestas, a milhares de famílias de baixa renda pelo país. A iniciativa da Instituição conta com a adesão de artistas, personalidades e voluntários.

Confira, também, como foi a comemoração dos 20 anos do Templo da Boa Vontade. Com realce para o evento do dia 24 de outubro, quando, em clima de festa e forte emoção, sob o comando do fundador do monumento, Paiva Netto, uma multidão superlo-tou o TBV e o ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF. Por fim, a diversidade de temas está mais uma vez presen-te, nas entrevistas feitas com ícones brasileiros, a exemplo da atriz e produtora Denise Fraga, do jornalista da RBS Mário Motta, do cientista Ronaldo Mourão e do cantor Neguinho da Beija-Flor.

Boa leitura!

Reflexão de BOA VONTADE“No Terceiro Milênio, que tem... mil anos, um dia todos ha-verão de compreender que espiritualizar as criaturas, conse-quentemente elevando sua condição moral, é a única forma de alcançar o progresso — que não seja o da destruição — para todo o planeta. O desenvolvimento que tem a ganância por deus atinge, de início, os pequeninos, dos quais nos falava Jesus: ‘Deixai-os vir a mim, porque deles é o Reino dos Céus’ (Evangelho segundo Mateus, 19:14). Ao lado dos idosos, os que vivem a infância são os primeiros a ser prejudicados pelas enfermidades provocadas pela adulteração do meio ambiente, não apenas nos países em desenvolvimento. Já dizia o genial cientista judeu-alemão Albert Einstein (1879-1955): ‘A palavra progresso não fará sentido enquanto houver crianças infelizes’. E quantas estão por aí, meu caro Albert, a começar pelas que vivem nos grandes centros urbanos, respirando com dificuldade?... Será que os governos realmente andam gover-nando para os seus povos?”

Improviso de Paiva Netto, proferido na década de 1980 e que consta do livro Reflexões da Alma, lançado pela Editora Elevação.

A obra literária já vendeu mais de 400 mil exemplares.

Ao leitor

Edição fechada em 18/11/2009

Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica

BOA VONTADE | 5

Page 6: Revista Boa Vontade, edição 226

Distração humana, Dinamarca e destino

João

Pre

da

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

É diretor-presidente da lBV.

Distração

Dinamarca e destinohumana,

Alexandre I

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Von Paulus

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Napoleão Bonaparte

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leon Tolstói

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dezembro de 1812. Mas que a fina flor da sociedade czarista andou bêbada na hora errada, andou.

Por mais que poderosas vozes proclamem o perigo que paira so-bre nossas cabeças, na aparência não existe ainda uma atitude mun-dial unificada convencida da gravi-dade da explosão climática que se prepara e já nos atinge com fenô-menos surpreendentes e funestos, tais como as procelas e tornados que vêm flagelando o belo Estado de Santa Catarina — sem contar as chuvas torrenciais que desalojaram milhares de pessoas e deixaram cerca de 4.000 desabrigados nas ci-dades de Duque de Caxias, Belford Roxo, Três Rios e Tanguá, no Rio

dos entupiam-se de álcool, fazendo inacreditáveis acrobacias nas jane-las enquanto derramavam vodca goela abaixo. Está bem!... Apesar de tudo, o Corso perdeu a guerra, mas sua derrota teve início desde a aproximação do “general inverno”, que botou, no século seguinte, o vi-gésimo, Hitler (1889-1945) e Von Paulus (1890-1957) de joelhos. É também verdade que os russos acabaram adotando a política de “terra queimada” do ex-ministro da guerra do imperador Alexandre I (1777-1825), Mikhail Barklay de Tolli (1761-1818), e o general Kutuzov (1745-1813) impiedo-samente fustigou Bonaparte até que o viu fora da Rússia em 14 de Adistração humana quanto

à própria sobrevivência às vezes é de espantar. Exemplo: no admirável

filme Guerra e Paz, de 1956, inspi-rado no livro homônimo do célebre escritor Leon Tolstói (1828-1910), conta-se que, quando Napoleão Bonaparte (1769-1821) e suas tropas se aproximavam de Mos-cou, jovens aristocratas descuida-

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Page 7: Revista Boa Vontade, edição 226

Mudanças espantosas nos padrões de tempes-tades. O nível do mar também poderia subir muitos metros. Haveria migrações imensas. Se-ria a maior catástrofe do mundo moderno”.

Os governantes de diversos paí ses, em de-zembro, se reunirão na Dinamarca. Contudo, têm enormes desafios pela frente, um deles a estru-tura econômica na qual vivemos, alicerçada nos combustíveis fósseis, pro-

vocadores de doenças, porquanto, entre outros males, empesteiam o ar que respiramos. Sim, há o grande esforço por matrizes energéticas limpas. Será, porém, que já não ul-trapassamos o ponto sem retorno? É o que diz o dr. James Hansen, diretor de instituto da Nasa sobre o clima, considerado o maior

pesquisador acerca de aquecimento global. Otimismo x Realidade

Sou por natureza oti-mista, no entanto pro-curo manter-me com atenção fixada na re-

alidade exposta diante de todos. Ora, já estamos vivendo, como terráqueos, nosso período de liber-dade condicional há algum tempo. Al Gore não é um amador. Seu documentário Uma verdade inconveniente deveria ter chocado a população terrestre. Todavia, persiste uma espécie de sono hipnótico que só não o veem os que se encontram flagrados por aquela chave desenhada por Jesus, no Seu Evangelho segundo Lucas, 17:26 e 27: “E, como aconteceu no tempo de Noé, assim ocorrerá nos Mikhail Barklay de Tolli

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Kutuzov

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de Janeiro. Situação semelhante é enfren-tada por moradores da região metropoli-tana de Porto Alegre, além de outros 15 municípios gaúchos.

Opiniões gabaritadas, a exem-plo do premiado cientista Paul Mayewski , diretor e professor do Instituto de Mudanças Climáticas da Universidade do Maine, EUA, há mais de 40 anos estudando a Antártida, afirmam que o aumento na temperatura do planeta acarretaria “uma tremenda redis-tribuição em relação à agricultura.

James Hansen

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“ A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana.”

Paiva Netto

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dias do Filho de Deus. Comiam, bebiam, ca-savam e davam-se em casamento, até que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e consu-miu a todos”.

E não há aqui nenhuma história de misticismo idiota ou idiotizante, que é a acusação preferida de al-guns que sistematicamente negam a existência do intruso que tenta arrombar-lhes a porta. O caso da bolha econômica norte-americana, que afetou todo o orbe, é emblemá-tico. Ter apenas o conhecimento so-bre os perigos que nos rondam não nos faz prudentes. Há aqueles que se entregam ao canto das sereias de interesses que, agora ou depois, se mostram genocidas. Só que nesta

De fato, a grave questão do aquecimento planetário, com suas consequências fatais, agravada pela poluição que enferma as multidões, põe toda criatura viva em risco.

A Lição da HistóriaPortanto, é básico voltarmos

os olhos ao passado para melhor nos defender, agora e no futuro, segundo propõe Brian Fagan, autor de O longo verão — Como o clima mudou a ci-vilização.

Estudiosos, entre eles Fagan, arqueólogo inglês, destacam as possíveis ligações en-tre as mudanças climá-ticas e, por exemplo, o alude mon-gólico sob o comando de Genghis Khan (1165?-1227). Povo nômade, necessitava de terra fértil e água farta para as suas criações. Os territórios semiáridos, como as estepes da Mongólia, ao experimentarem épocas de muita chuva, em virtude de alte-rações atmosféricas, proporcionaram ao Khan condições para fortalecer a

Furacões e tornadas têm tido presença cada vez mais constante nas cidades do planeta, a exemplo de Guaraciaba (no Estado de Santa Catarina, Brasil), na primeira imagem à esquerda. Ao lado, regiões devastadas pelos furacões Ike e Katrina, que atingiram principalmente os EuA, Cuba e o Golfo do México.

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Distração Humana, Dinamarca e destino

Leia mais sobre o assunto, a partir da página 40 desta edição

era globalizante ninguém, mas ninguém mesmo, está protegido de algo realmente ameaçador, que tenha ocorrido ou venha a acontecer nos pontos mais isolados da Terra, se é que estes ainda existem. O vírus, o menor-maior inimigo que nos assusta, hoje mais do que on-tem, nunca encontrou condições tão favoráveis à sua proliferação como nestes tempos. Sua fiel amiga, Dona Poluição, e outros companheiros menos votados o abastecem de tudo que necessita para instalar-se em nosso corpo e tornar-se dificil-mente controlável pelos abismos de mutações inconcebíveis.

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Em visita ao Reino Unido, nos dias 4 e 5 de novembro, o presidente do Brasil, Luiz Iná-cio Lula da Silva, participou do seminário “Investing in Brazil Summit: Identifying Opportuni-ties in the New Economic Clima-te”, um debate sobre oportunida-des de investimento no Brasil.

Na abertura do evento, Lula discursou a respeito dos projetos de crescimento econômico no país e comentou outros a serem apresentados na Conferência do Clima, em dezembro, na Dina-marca. “Levaremos para Cope-nhague propostas ambiciosas e queremos conclamar todos os demais países, especialmente os mais ricos, a fazerem o mesmo”, afirmou Lula.

O presidente enfatizou a firmeza da posição brasileira para o encontro sobre o clima

Brasil: desafios até 2020

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sua cavalaria guerreira e expandir- -se, esmagando a quem se lhe opu-sesse.

CompromissoDe volta ao século 21, populo-

so e em severa crise econômica, mais para uns que para outros, aliada ao poderio bélico atual, qualquer migração se tornará mais perigosa, consoante ponderei à jornalista portuguesa Ana Serra.

Aguardemos atentos a 15a Con-ferência da Convenção do Clima (COP15), que ocorrerá em dezem-bro, na Dinamarca.

Essa reunião, considerada por especialistas a mais importante da Humanidade desde o acordo pós-Segunda Guerra, visa reforçar o compromisso dos países do G8+5 em

manter o aquecimento global abaixo de 2º C.

“Será?”, arguem alguns. Mas continuemos labutando, torcendo pelas propostas que nosso país levará e, ao mesmo tempo, esperan-çosos de um melhor acordo em Co-penhague, na expectativa de que o planeta se torne o grande vencedor na mesa de discussão. O contrário disso seria governos não governan-do para seus governados. Mais dia, menos dia, um verdadeiro suicídio coletivo. Afinal de contas, o destino do mundo está sendo decidido. A Mãe Natureza e as novas gerações suplicam por nossa solidariedade e mais juízo.

Ana Serra

Rica

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Ribe

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[email protected] .brwww.boavontade.com

mundial no mesmo dia em que participava da cerimônia para receber o prêmio Chatham Hou-se: “O Brasil chegará a Cope-nhague com propostas claras. Os êxitos atuais na redução do desmatamento de nossas flores-tas dão credibilidade à nossa disposição de reduzi-lo em 80% até 2020. (…) As grandes descobertas de petróleo na ca-mada pré-sal não nos afastarão de nossa política de enfatizar a produção de biocombustíveis e de energia elétrica”.

Em 13 de novembro, a minis-tra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anun-ciaram a meta que a comitiva brasileira levará a Copenhague: redução voluntária das emissões de gases do efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020.

leila Marco

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Cartas, e-mails, livros e registros

Em seu livro Espiritismo e Eco-logia (Editora FEB), o jornalista André Trigueiro discorre sobre a urgente necessidade da preser-vação ecológica acompanhada da renovação espiritual — esta como importante ferramenta capaz de harmonizar as relações entre o Ser Humano e o ambiente físico planetário.

A obra foi lançada recentemen-te durante palestra do autor no Rio de Janeiro/RJ. Nela, o também apresentador do Jornal das 10 e editor-chefe do programa Cidades e Soluções, ambos da GloboNews, analisa fatos da atualidade, aponta paralelos com a dimensão humana voltada à Espiritualidade e, ao mes-mo tempo, reforça a necessidade de mudança de postura a fim de se pôr em prática o desenvolvimento sustentável.

Após a exposição, o escritor promoveu sessão de autógrafos e, saudado por representantes da LBV, dedicou exemplar ao dirigente da Instituição, com a mensagem: “Paiva Netto, espero que seja útil. Um abraço. André Trigueiro”.

O dramaturgo, jornalista, escritor e novelista Agui-naldo Silva reuniu amigos e personalidades, na noite de 4 de novembro, para o lançamento do livro Deu no Blogão. A obra é composta por textos postados por ele e por outros internautas no blog do autor.

A concorrida sessão de autógrafos ocorreu em li-vraria da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro/RJ, ocasião na qual o autor autografou um exemplar para o diretor- -presidente da Legião da Boa Vontade, com os dizeres: “Para o Paiva Netto, da LBV, com o abraço e a admiração do Aguinaldo Silva”.

Nova obra de André Trigueiro

Aguinaldo Silva:da internet para o livro

Pedro Simon escreve

A diáspora do povo gaúcho

Trabalho exemplar

A Legião da Boa Von-tade desenvolve um tra-balho em prol dos menos favorecidos que serve

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O legado da cultura dos pampas e aqueles que a di-fundiram pelos quatro cantos do Brasil compõem a obra A diáspora do povo gaúcho, de autoria do senador Pedro Si-mon e lançada por ele durante a 55a Feira do Livro de Porto Ale-gre. “Falo da nossa cultura, do churrasco, do chimarrão, da nossa história, do amor, da família e da fé”, explanou o parlamentar.

A Super Rede Boa Vontade de Comunicação brindou o lan-çamento do título com o autor, que agradeceu: “Tenho muito carinho pelo professor Paiva Netto e levo meu abraço e mi-nha admiração pelo profundo trabalho que ele vem fazendo a favor do Brasil”. Em um exemplar da obra, autografou: “Ao grande líder, Irmão Paiva Netto, uma obra do amigo Pe-dro Simon”.

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O cineasta e jornalista Ar-naldo Jabor lançou, na noite de 11 de novembro, na zona sul da capital paulista, o livro Amigos Ouvintes, uma coletânea de tex-tos do autor.

Os melhores e mais polêmi-cos comentários sobre o pano-rama político, feitos por ele, na Rádio CBN, estão divididos na obra em sete capítulos: Amor

e Sexo, Política Nacional, Política Internacional, Cinema, Dia a Dia, Personagem e Violência. É o primeiro trabalho literário de uma série de obras que receberá o selo CBN Livros.

Em entrevista à Boa Vontade TV, o autor destacou que “os artigos foram bem selecionados, ficou um livro agradável de ler. Muito obrigado a vocês”, disse, agradecendo a presença da equipe do canal 23 da SKY.

Quem também prestigiou a noite de autógrafos foi a diretora nacional de Jornalismo da CBN, Mariza Ta-vares. A renomada profissional detalhou os próximos

lançamentos do selo: “Depois desse já estão programados o livro do Flávio Gikovate, que será lançado no início de dezembro, e do Max Gehringer, e outros lançamentos em 2010. A CBN é tão rica de comentaristas que têm seu público, que têm uma profundidade nas suas análises, e transformar isso em livro para ser degustado de uma forma mais perene era um passo natural. Esse selo com o logo da CBN é uma grande vitória para nós”, comemora.

Ao confraternizar com representantes da LBV no evento, o autor dedicou um exemplar da obra ao diri-gente da Legião da Boa Vontade (LBV), com a men-sagem: “Ao caro Paiva Netto, com afeto do Jabor”.

O jornalista e apresentador William Bonner lançou, em setembro, o livro Jornal Nacio-nal – Modo de Fazer. Na obra, o editor-chefe do JN revela os bastidores da redação e detalha as etapas do dia a dia para produzir uma edição do telejornal.

A sessão de autógrafos ocorreu no Leblon, zona sul da capital fluminense, e reuniu amigos, familiares e profissionais da co-municação. Ao dirigente da LBV, Bonner autografou um exemplar da obra com a mensagem: “Paiva Netto, obrigado pelo prestígio ao livro! William Bonner”.

Cineasta e jornalista Arnaldo Jabor lança livro em São Paulo

Mariza Tavares

Arnaldo Jabor

Jornal Nacional – Modo de Fazer, por

William Bonner

de exemplo para todo o país. Fico muito honrando em ter a LBV em nossa cidade e em receber a BOA VONTADE, que é de excelente qua-lidade. (Luiz Tadeu Leite, prefeito de Montes Claros/MG)

Guardiões da florestaAchei muito interessante a ma-

téria “Visibilidade aos guardiões da floresta”. Temos de divulgar e apoiar as pessoas que defendem nossa cultura e Natureza, essa é a

única maneira de nos mantermos vivos. (Rodrigo Jacomelli Simas, turismólogo, Porto Alegre/RS)

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Cartas, e-mails, livros e registros

Já é tradição: o aniversário de Dona Canô, a matriarca da família Velloso, virou dia de festa para o Brasil, em especial, para a Bahia. E não poderia ser diferente em 16 de setembro deste ano, data em que foi celebrada a Missa de Ação de Graças pelos 102 anos da homenageada.

O ato contou com a presença dos filhos, como os cantores Caetano e Maria Bethânia, além de netos, bisnetos e amigos da matriarca, a exemplo da cantora Alcione, que se apresentou a pedido da aniver-sariante, homenageando Nossa Senhora. A cerimônia foi conduzida pelos padres José Edílson Bezerra

e Walter Andrade e por religiosos da Igreja Nossa Senhora da Purifica-ção, em Santo Amaro, próximo de Salvador/BA.

Após o ato religioso, familiares e amigos reuniram-se na residência da querida Mãe Canô para um al-moço, no qual foi servido o caruru, comida típica baiana. No local, os representantes da LBV entregaram à aniversariante uma bela carta en-caminhada pelo diretor-presidente da Instituição, José de Paiva Netto. “Diga para o Paiva que eu estou o acompanhando pela SKY [canal 23]”, solicitou, com um largo sor-riso. “Agradeço de coração, ele

comemora 102 anosA querida Mãe Canô

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FIRME, FORTE E FELIz DA VIDA! A matriarca dos Vellosos

com o distintivo da

lBV, presente que recebeu do veterano amigo Paiva

Netto.

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nunca me esquece, eu estou feliz em receber sua carta e transmita a ele o meu abraço”, complementou.

O dirigente da Legião da Boa Von-tade também enviou um distintivo da Instituição à Dona Canô. Após abrir o presente do amigo de longa data, exclamava, ao lado da filha Clara: “Que lindo, que lindo!”.

(1) Dona Canô ladeada por familiares e amigos. (2) Momento em que a matriar-ca dos Vellosos é abençoada, durante a missa celebrada em sua homenagem. (3) Dona Canô com a filha Maria Bethânia. (4) Alcione canta, com devoção. No des-taque, a cantora aparece com a revista BOA VONTADE. (5) Família Velloso reu-nida durante a missa. (6) Amigo da famí-lia, padre José Edílson Bezerra celebrou a missa em comemoração aos 102 anos de Dona Canô. (7) Padre Walter Andrade que também participou da cerimônia reli-giosa para a Dona Canô. (8) Vista parcial da Igreja Nossa Senhora da Purificação.

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O cantor Erasmo Carlos recebeu amigos e fãs durante o lançamento do livro Minha Fama de Mau – Erasmo Carlos. O evento ocorreu em 27 de outubro, na Gávea, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro/RJ.

O livro relata memórias da infân-cia do cantor, os desafios do início da carreira, o fenômeno da Jovem Guarda e a amizade com o cantor Roberto Carlos. A obra traduz de forma simples e descontraída o que ele escreve nas composições.

“Minha proposta é contar um pouco da minha vida. Sem ir fundo, sem contar coisas ruins, quando a gente conta, revive essas coisas. A vida para mim é muito positiva, é alegria, é bondade. Minha vida é do Bem”, afirmou Erasmo.

Durante a sessão de autógrafos, Erasmo recebeu amigos que prestigiaram o lançamento. Dentre eles, a atriz Betty Faria e as ex-frenéticas Sandra Pêra, Regina Chaves, Leiloca, Lidoka e Edyr de Castro.

Na ocasião, o autor autografou um exemplar ao diretor-presidente da LBV, com a seguinte men-sagem: “Ao Paiva Netto, espero que você goste. Valeu. Abraços, Erasmo Carlos”.

Brasília/DF — O diretor-executivo da legião da Boa Vontade, Paulo Duarte (D), saúda o excelentíssimo vice-presidente da República, José alencar (C), acompanhado pelo ilustre ministro do Tribunal de Contas da união Valmir Campello. Este feliz encontro foi registrado pelo veterano jornalista Gilberto amaral.

Betty Faria

Erasmo Carlos lança autobiografia

Encontro Cordial

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O Dia da Consciência Negra é comemorado em 20 de novem-bro. A data foi estabelecida pelo projeto de lei 10.639/03 em alu-são ao assassinato de Zumbi dos Palmares, em 1695. O objetivo é promover a consciência e a re-flexão a respeito da importância da cultura africana na formação da identidade do povo brasileiro.

Zumbi lutou contra a es-cravidão dos negros no período do Brasil colonial e morreu em combate, defendendo a liberdade do seu povo.

Ao destacar a importância da data, no artigo “Villa-Lobos, San-toro, Zumbi e Obama” (publicado em centenas de jornais, revistas e sites no Brasil e no exterior), o jornalista e escritor Paiva Netto registrou: “Zumbi deu o brado que nenhum Domingos Jorge Velho poderia abafar: Liber-dade! Dignidade! Somos Seres Humanos!”.

Segundo a Secretaria Espe-cial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, já são mais de 700 municípios que passaram a comemorar a data, com festivi-dades específicas.

Consciência Negra

Cartas, e-mails, livros e registros

O lançamento de Crônicas do juiz das crianças: Direitos & Deveres, do desembargador Siro Darlan, recente-mente no auditório da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Ja-neiro (Amaerj), na capital fluminense, reuniu magistrados, amigos do autor e a imprensa. A Legião da Boa Von-tade, que há quase 60 anos trabalha pela valorização e defesa dos direitos de crianças e adolescentes do Brasil, também esteve presente na cobertura do evento, por meio da Super Rede Boa Vontade de Comunicação.

Na obra, o dr. Darlan reúne crôni-cas e artigos de sua autoria, escritos nos últimos quatro anos e publicados em veículos de imprensa de todo o país, a exemplo da revista BOA VON-TADE. Em “Prefácio do ECA da LBV”, o autor destaca nas páginas iniciais do livro contributo da Legião da Boa Vontade na popularização do Estatuto da Criança e do Adolescente, em julho de 2008, quando completou 18 anos de existência. “Nos 18 anos do ECA precisamos amadurecer, cumprindo-o rigorosamente e plantando agora a semente de um futuro mais justo e mais feliz para nós e para nossos filhos. Ao divulgar e popularizar seu texto, a LBV dá sua contribuição para concretizar esta grande missão”, registra.

O desembargador destacou ainda: “Quero agradecer a presença da Legião da Boa Vontade, que divulgou este evento; e agradecer especial-mente ao presidente da LBV, Paiva Netto, por esse carinho que sempre tem pela causa da criança e do adolescente do Brasil”. Em dedicatória ao dirigente da Instituição, registrou a seguinte mensagem: “Para o pre-sidente Paiva Netto, com minha homenagem pela ação social permanente da LBV e pela dedicação à causa das crianças do Brasil. Receba meus agradecimentos e homenagem”.

Desembargador Siro Darlan lança livro de crônicas

Cidadãos ecumênicosA BOA VONTADE nº 225 está

linda, exemplar e atraente. Gostei muito de ver personalidades e au-toridades valorizando o trabalho da LBV. Chamou minha atenção ver

a primeira-dama do Brasil, dona Marisa Letícia, no seu aniversário com as crianças da Legião da Boa Vontade. Tenho 80 anos e fico muito feliz de saber que há a valorização da infância pelo trabalho da LBV,

que forma cidadãos com Espiritualidade Ecumê-nica, muito importante nos dias atuais. (Osmar Rodrigues, São José dos Pinhais/PR)

Alunos da Escola de Educação Infantil Alziro Zarur, da Legião da Boa Vontade (QSD 8, Área Especial 11), em Taguatinga/DF, homenagearam a primeira-dama do Brasil, dona Marisa Letícia

(1) A simpática dona Marisa Letícia conversa com crianças da LBV. Nas imagens 2 e 3, a ilustre homenageada posa com alguns dos alunos da Instituição.

Primeira-dama do Brasil, dona Marisa Letícia,recebe homenagem das crianças da LBV

Lula da Silva, por ocasião do seu aniversário, em 7 de abril.Na oportunidade, as crianças

entregaram à dona Marisa um cartão confeccionado por elas próprias e uma camiseta com o coração da LBV,

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toda desenhada com as mãos da garo-tada, além de um arranjo de orquídeas e a revista Boa Vontade Mulher. Na despedida, a primeira-dama declarou que a alegria das crianças havia sido o seu melhor presente.

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O desembargador Siro Darlan dedica exemplar de seu livro ao dirigente da lBV

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No ano em que começa a ser aplicado o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, cada vez mais leitores procuram dicionários atualizados e livros que esclareçam as dúvidas referentes às mudanças. Um exemplo é a mais recente obra do professor Sérgio Nogueira: Or-to-gra-fia.

Autor de coluna no jornal Extra e no diá-rio gaúcho O Sul, Nogueira é também consultor do quadro “Soletrando”, do programa de TV Caldeirão do Huck. Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, o pro-fessor avaliou a implementação das novas regras: “Meses após o início do acordo ortográfico, ouço comentários de algumas pessoas destacando que não veem diferença, justamente por se tratar de uma reforma que é supertímida. Você pega uma página inteira e, às vezes, não encontra uma palavra que tenha per-dido o acento, deixou de ter o hífen. Quer dizer, é uma reforma tão pequena, mas está assustando tanta gente”.

Graças a esse interesse maior do público por títulos que tratam das mudanças ortográficas, vários autores percebem a oportunidade de, tam-bém, estimular o gosto por adquirir conhecimento. Sérgio Nogueira ressaltou: “Cultura não faz mal a ninguém. É algo que se adquire para o resto da vida e não tem como ser roubado ou furtado. Isso é um bem que você leva para a vida inteira, que você vai ser capaz de transmitir como herança para seus filhos. Cultura faz bem”.

Depois de dar parabéns ao trabalho socioeduca-cional da Legião da Boa Vontade, em um exemplar de Or-to-gra-fia ele anotou para o dirigente da LBV: “Ao grande Paiva Netto, com meu carinho. Um abraço do professor Nogueira”.

Família e Educação hoje na visão de Içami Tiba

Prof. Sérgio Nogueira analisao Novo Acordo Ortográfico

Psiquiatra, terapeuta especializado em psi-codrama e educador, Içami Tiba comemora 40 anos de carreira profissional com a publicação do recente Família de Alta Performance — Conceitos

Contemporâneos na Educação. O livro é resultado de ampla pesquisa e intensa prática clínica e de consultoria familiar do autor.

Diante de um mundo de crises e em constante mu-dança, em que o de-safio do Ser Humano é renovar-se e bus-car saídas para uma

nova fase evolutiva, o autor apresenta conceitos de alta performance aplicados à educação dos fi-lhos ou a pessoas em geral. Trata-se de princípios usados no mundo corporativo, como liderança, meritocracia, objetivos e metas, hierarquização de prioridades, projetos e estratégias de execução.

Durante lançamento do livro, em setembro, no Rio de Janeiro/RJ, o escritor recebeu os cum-primentos de representantes da Legião da Boa Vontade. Na oportunidade, Içami Tiba anotou a seguinte dedicatória em exemplar oferecido ao diretor-presidente da LBV: “Para Paiva Netto, a saudação de admiração, carinho e amizade”.

Ao agradecer a presença dos representantes da Instituição, salientou: “Eu quero agradecer-lhes, porque vocês têm estado presentes em toda a mi-nha movimentação literária. Tenho a satisfação de dizer que muitos dos meus livros se encontram na biblioteca de vocês, autografados e dedicados. Isso é muito bom. Muito obrigado!”.

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Cartas, e-mails, livros e registros

Poemas da escritora Deulza Martins e de vários colegas dela estão reunidos na recém-lançada Antologia de poesias, contos e crônicas. Em sessão de autógrafos, na capital fluminense, a autora comentou o trabalho: “Sou uma grande leitora, mas exigente. Venci meus boicotes e estou publicando Bailarina, que é um conto do realismo fantástico, e três poemas”.

Tanto ela como o escritor Enéas Antonio Macedo, que tam-bém tem poemas seus publicados nessa antologia, ressaltaram a importância da literatura no desenvolvimento do pensamento crítico dos jovens.

Durante o lançamento da antologia, a professora Deulza registrou sua admiração pelo trabalho do dirigente da LBV ao autografar: “Ao dr. Paiva Netto, com minha homenagem e meu carinho, Deulza Martins de Carvalho Ratti”.

Antologia reúne Deulza Martins e outros autores

O pastor emérito da Comunidade Cristã de Ipanema, escritor e professor Jonas Rezende, em recente encontro com representantes da Legião da Boa Vontade no Rio de Janeiro/RJ, enviou um grande abraço ao diretor-presidente da LBV, José Paiva Netto, relembrando a antiga amizade que os une nos ideais do Cristo Ecumênico. O teólogo também aproveitou para entregar ao amigo exemplar de seu novo livro: Pagar para ver, lançado em Ribeirão Preto/SP. Na dedicatória, registrou: “Para o mestre Paiva Netto, esses vestígios de memória. Com admiração e respeito. Jonas Rezende – 12/8/09”.

A obra, de caráter memorialista, viaja até a infância do autor, recorda a vivência com a mãe e a adolescência em São Paulo e reflete sobre o despertar da vocação para os ideais religiosos. Como o próprio pastor Jonas Rezende ressaltou, trata-se de um livro nascido do coração sincero e amoroso.

Pastor Jonas Rezende lança livro de memórias

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Lançado em São Paulo/SP, em agosto, o livro O Leitor Apaixonado, do jornalista Ruy Castro, é uma coletânea de 45 artigos do autor escritos originalmente para a imprensa. Nele o leitor pode passear por várias épocas da literatura de diversos países, em textos que enfatizam o lado mais humano dos escritores e como isso interfere na criação de cada obra. Recebendo os cumprimentos da equipe da Legião da Boa Vontade, o jor-nalista autografou exemplar ao dirigente da Instituição com a mensagem: “Caro Paiva Netto, um abraço do Ruy Castro. SP 11/08/09”.

Ruy Castro apresenta coletânea de artigos

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O livro Movida pela Paixão, da Co-leção Aplauso, reconstitui a trajetória, a beleza e o talento de uma das mais acla-madas atrizes brasileiras: Tônia Carre-ro, por meio de fotografias, pequenos textos e depoimentos de amigos e colegas. Quem assina a biografia é a jor-

nalista Tania Carvalho. O palco do lançamento foi a Livraria da Travessa, no famoso bairro carioca de Ipanema, onde estive-ram presentes dezenas de personalidades, incluindo

o governador de São Paulo, José Serra.Aos 87 anos, a atriz chegou acom-

panhada do filho, o ator Cecil Thiré, e logo foi cercada por admiradores e colegas de profissão, a exemplo do ator Tony Ramos e sua mulher, Lidiane, e das atrizes Bibi Ferrei-ra, Betty Faria, Nicette Bruno e Maria Pompeu. Entre os exempla-res autografados por Tônia, um foi especialmente dedicado ao diretor- -presidente da Legião da Boa Vontade e traz esta mensagem: “Para Paiva Netto, a história da maior diva brasi-leira!”, assinada também pela autora da biografia, Tania Carvalho.

Também compareceram ao lança-mento as atrizes Silvia Pfeifer, Ruth de Souza, Jacqueline Laurence, Suzana Faini e Tereza Amayo e os casais de atores Claudia Mauro e Paulo César Grande, Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça; o crítico e estudioso do cinema Rubens

Obra retrata a vida e a arte de Tônia Carrero

Ewald Filho; a diretora da Cinédia, Alice Gonzaga, filha do saudoso Ademar Gonzaga; a diretora de balé Dalal Aschar; e o cartunista Jaguar.

Beleza excepcionalMusa de Ipanema nos anos 1940

e protagonista de muitos espetáculos no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), Tônia Carrero conquistou prestígio e se tornou atriz consagrada, famosa por sua beleza e talento. Ela atuou em 54 peças, 19 filmes, 15 te-lenovelas e nove programas especiais de TV, sempre em papéis marcantes, durante mais de meio século.

Registrada com o nome de Maria Antonietta Portocarrero, ela nasceu em 23 de agosto de 1922, filha de militar e de mãe severa. Com uma combinação de “arrojo, inquietude e força”, como diz sua biógrafa, Tônia Carrero venceu todas as dificuldades que uma mulher de sua geração e com sua origem, que pretendia ser atriz, encontrava pela frente. Na época de normalista, ela já sonhava com Hollywood e pensava em Paris quando passeava pela Avenida Rio Branco. Aos 17 anos, casou-se com o artista plástico Carlos Arthur Thiré, cinco anos mais velho, filho de pais desquitados. Dois anos depois, nasceu o filho do casal, Cecil Thiré, que se tornou ator e diretor de sucesso.

A biógrafaA jornalista Tania Carvalho atua

desde a década de 1970, tendo se

destacado na elaboração de perfis de artistas da música, da televisão, do teatro e do cinema. Trabalhou no jornal Última Hora e nas revistas Manchete, Revista do Rock, Claudia, Criativa e Desfile.

Autora de Nas Asas do Correio Aéreo, em parceria com o piloto Isio Bacaleinick e o fotógrafo Lalo de Almeida, a escritora também preparou outros dez perfis de atores e atrizes para a Coleção Aplauso, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, entre os quais Tony Ramos – No Tempo da Delicadeza; Paulo José – Memórias Substantivas; e Aracy Balabanian – Nunca Fui Anjo.

À BOA VONTADE, Tania infor-mou que recebeu toda a colaboração de Tônia para elaborar o livro. “Ela foi incansável em remexer em seus arquivos, contar histórias, procurar material de texto. Nós nos encontra-mos em sua casa, no Jardim Botâni-co, onde viveu as últimas décadas e se preparava para mudar e começar uma vida nova no Leblon. Tônia foi de uma gentileza enorme, mesmo quando já estava cansada de tanto puxar pela memória ou mesmo de remexer nas gavetas em busca das melhores fotos”, declarou.

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Luiz Carlos Lourençodo Rio de Janeiro/RJ

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Marcelo Tas lança livro em São PauloO jornalista e apresentador do programa CQC, da TV Bandeirantes,

Marcelo Tas, lançou no início do mês de novembro, na capital bandei-rante, a obra Nunca antes na história deste país. O evento reuniu perso-nalidades, amigos e familiares na zona oeste de São Paulo/SP.

Na oportunidade, ao receber a equipe da Legião da Boa Vontade, autografou um exemplar do livro ao diretor-presidente da Instituição: “Pro querido José de Paiva Netto e todo mundo da LBV, com afeto do Marcelo Tas”.

Em recente visita ao Conjunto Educacional da Legião da Boa Von-tade na capital paulista, o jornalista, escritor e conferencista Cesar Romão ganhou homenagem especial das crianças atendidas pela Instituição.

Na ocasião, pôde ver de perto o método diferenciado da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumê nico*1, que visam instruir e educar por meio de ações solidárias como o respeito e o amor ao próximo.

Em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, o escritor afirmou: “Existem coisas que a gente jamais esquece, e este foi um dos momentos que certamente jamais vou esquecer. Aliás, foram muitos os mo-mentos em que eu convivi com a LBV, ao longo desses mais de 20 anos,

Crianças da LBV homenageiam jornalista e escritor Cesar Romão

tendo vocês aqui no meu coração; eles se tornaram inesquecíveis, e a cada visita sempre me emociono”.

Incentivador de ações que contem-plam a melhoria da qualidade de vida de centenas de pessoas em situação de vulnerabilidade, a exemplo do Projeto Fábrica de Gente, o qual criou e executou, Cesar Romão entende que as pessoas precisam estar mais atentas a trabalhos que dignificam o Ser Humano. “Sempre me questiono que essa talvez seja a parte em que as pessoas mais devam fazer. Por que a gente não auxilia mais a um trabalho como este da LBV?”.

Admirador do trabalho do diri-gente da Instituição, Romão afirmou ainda: “Tudo é possível, desde que as pessoas abram seu coração e sua

mente. José de Paiva Netto é um campeão porque ele é um grande exemplo; a mudança que quer ver no mundo ele pratica no universo dele, que é exatamente o trabalho da LBV. Esse é o segredo das pes-soas que melhoram o mundo, que tornam as outras pessoas melhores. Por meio da Educação, certamente a LBV tem contribuído para escrever de uma maneira mais digna o futuro do Brasil e do mundo. Já encontrei pelo mundo pessoas que passaram e foram educadas aqui pela LBV e hoje ocupam posições de destaque onde vivem”.

No Livro do Coração, no qual os visitantes deixam suas opiniões e ob-servações, o conferencista escreveu: “Mais uma vez tenho a oportunidade de caminhar pelo solo sagrado da LBV. Divino pela simples razão de que aqui se pratica um dos maiores Mandamentos do Cristo*2. (...) Deus está aqui através dos olhos do Cristo e das mãos de José de Paiva Netto, juntamente com o coração daqueles que dão o melhor de si sem pensar em si. Um momento inesquecível em minha vida. Do sempre amigo da LBV, Cesar Romão”.

*1 Pedagogia do Afeto e Pedagogia do Cidadão Ecumênico — Proposta educacional criada pelo educador José de Paiva Netto e aplicada, com sucesso, nas escolas, lares e centros comunitários e educacionais da Legião da Boa Vontade no Brasil e no exterior.*2 Novo Mandamento de Jesus, o Cristo Ecumênico — “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Evan-gelho de Jesus segundo João, 13:34 e 35).

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O deputado federal gaúcho Beto Albuquerque lançou, em 27 de outubro, o livro Quem tem coragem?, durante a 13ª edição da Jornada Nacional de Literatura, em Passo Fundo/RS. A obra foi escrita pelo filho do deputado, Pietro, nos 13 meses em que lutou contra a leucemia até a sua volta à Pátria Espiritual, em fevereiro de 2009, aos 19 anos.

Beto destaca que o trabalho literário aborda de forma fictícia uma história envolvendo jovens, cidades, locais diferentes, mas que conta a prova vivida pelo filho que o colocou entre o medo e a coragem. “É um livro adulto e também para os adolescentes, é uma crônica com-plexa, uma obra-prima”, afirma.

Em 22 de abril deste ano, o presidente Lula sancionou a Lei Pietro (11.930/2009), de autoria de Beto Albuquerque, que institui a Semana de Mobilização Nacional para Doação de Medula Óssea,

O deputado federal gaúcho Beto Albuquerque lança livro em homenagem ao filho

Relato de fé e coragem

de 14 a 21 de dezembro. Sobre a iniciativa do deputado gaúcho, o jornalista, radialista e escritor Paiva Netto escreveu, em seu artigo intitu-lado “A Lei Pietro”: “Eis o tocante pedido que deve atingir um número expressivo de cidadãos, formando uma corrente solidária em prol de milhares de enfermos que esperam pelo transplante. Nada fortalece e tranquiliza mais a Alma do que a certeza do dever cumprido”.

Segundo o deputado, apesar de ter perdido uma batalha difícil contra esse tipo de tumor, que atinge 257 mil pes-soas no mundo todos os anos, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), a luta não acabou, porque há muitos outros pacientes sofrendo com a doença. “Para curar leucemia não adianta só remédio, bons médicos, hospital ou dinheiro, o que adianta é a solidariedade das pessoas, fazer o transplante de medula”. E convoca: “Basta ir a um hemocentro tirar 10 ml de sangue, se cadastrar como doador

de medula e salvar a vida de alguém! (…) Doar medula é um ato de fé”.

Prestigiaram a sessão de autó-grafos familiares, amigos e auto-ridades. “O Pietro não conseguiu, mas está se eternizando num livro que escreveu ao longo da luta contra a leucemia. (…) Fico feliz de poder lançá-lo, e eternizar suas ideias”, ressalta o pai.

Para Beto Albuquerque, a morte do filho não finalizou a tarefa de in-centivar a doação de medula: “Esse é o grande sentido. Esta obra é uma homenagem a um menino especial. Ele já havia vivido tudo o que tinha para viver e agora cumpre tarefas muito relevantes em outro patamar”.

O deputado federal, amigo da Legião da Boa Vontade, autografou um dos exemplares do livro ao diri-gente da Instituição: “Irmão Paiva Netto, meu filho é um menino de Coragem, com Fé, lutou, partiu e viverá para Sempre”.

À esquerda, a mãe de Pietro, Débora Gelatti, e Beto albuquerque autografam o livro que o jovem organizou antes de falecer. Acima, o pai e Pietro de albuquerque, em festa de formatura.Lil

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Em visita ao Centro Educacional, Cultural e Comunitário da Legião da Boa Vontade na capital fluminense, e mostrando-se feliz com o que viu, o superintendente de Planejamento Operacional da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Rio de Janeiro, delegado Roberto Alzir, manifestou o desejo de tornar-se um “embaixador da LBV”. Desse modo, segundo ele, pode levar a muitas pessoas os bons exemplos que presenciara nessa uni-dade da Instituição.

No dia 9 de novembro, logo na chegada, o dr. Alzir foi saudado pelas crianças do Coral Ecumênico Infan-tojuvenil Boa Vontade e, em seguida, destacou: “Sabia da qualidade do trabalho, mas não tinha noção do alto nível técnico das pessoas que estavam à frente dele”.

O delegado conheceu as depen-dências da escola da Instituição e as atividades socioeducacionais promovidas pelo Centro Comunitá-rio, como cursos profissionalizantes

Paz, alegria e reconhecimento à causa da Boa Vontade

e palestras educativas destinadas a milhares de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade social e pessoal. “A LBV no Rio de Janeiro, mais do que paredes, tijolos, móveis, brinquedos, é uma obra de carinho e amor. Muitas vidas passam por aqui e são levadas a um caminho de prosperidade, de cidadania. É um serviço estimável”, disse.

Ao passar pela Sala Ecumênica de Orações, espaço de reflexão onde as famílias e os alunos da escola podem buscar integração com a Espiritua-lidade universal, o superintendente ressaltou: “Ter Fé em Deus é primor-dial nos dias de hoje. Se não nos vol-tarmos a algo que dê sentido a tudo que fazemos, ficamos soltos na vida. Saio daqui mais esperançoso. Ações como essa dão sentido à vida, fazem a diferença. Torno-me um aliado; onde estiver serei um embaixador da LBV. Nas reuniões levarei o exemplo; vocês já trilharam um caminho de sucesso, um trabalho que tem muito

a mostrar. Qualquer investimento do poder público nessa área é pouco perto do que já realizam”.

Sobre a responsabilidade de todo cidadão em promover uma socieda-de melhor, independentemente da função que venha a desempenhar, o dr. Alzir falou: “A segurança pública tem de ser entendida num conceito mais amplo, não meramente em ações de polícia. A LBV faz um trabalho de prevenção primária. Constrói uma base de carinho, amor, afeto, cidadania, educação. Essa base de cidadania e respeito ao próximo, à individualidade, é um legado que o indivíduo carrega para o resto da vida”.

Na ocasião, Roberto Alzir também lembrou a visita que fez ao Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF. “Fiquei muito impressionado. Minha esposa utilizava aquele espaço para estudo, um ambiente de altíssimo nível, que transmite tranquilidade e muita paz para quem o frequenta”.

Crianças do Coral Ecumênico Infantojuvenil Boa Vontade recepcionam o delegado Roberto Alzir

Cartas, e-mails, livros e registrosFo

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V I S I T E , A PA I X O N E - S E E A J u D E A l B V ! av. Dom Hélder Câmara, 3.059 — Del Castilho — rio de Janeiro/rJ — Tel.: (21) 2504-0247.

Em 10 de novembro, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), deputado Jorge Picciani, pôde conferir de per-to o trabalho desenvolvido no Centro Educacional, Cultural e Comunitário da Legião da Boa Vontade no Rio de Janeiro. Além de receber o carinho das crianças do Coral Ecumênico Infantojuvenil Boa Vontade, o par-lamentar foi presenteado com uma pasta contendo desenhos feitos pelos alunos.

Durante a visita, conheceu as dependências da escola da LBV e as

ações promovidas pela Instituição, firmadas na Pedagogia do Afeto e na Pedagogia do Cidadão Ecumênico — inovadoras propostas educacionais do educador Paiva Netto, com base nos valores do Novo Mandamento de Jesus: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Evangelho do Cristo Ecumênico segundo João, 13:34 e 35).

Em entrevista à BOA VONTA-DE, o presidente da ALERJ comen-tou: “Tenho muita alegria em estar na Legião da Boa Vontade e verificar

Para o presidente da ALERJ, o trabalho da LBV é de grande importância para o Brasil

(1 e 2) O deputado estadual recebe o carinho de algumas das crianças atendidas pela lBV na capital fluminense. (3) Jorge Picciani (E) conversa com crianças em uma das salas de aula durante sua visita; ao lado, Pedro Paulo Torres, da lBV.

que esse trabalho comandado por José de Paiva Netto é de grande importância para o Brasil. Vemos um serviço feito com amor, carinho, dedicação, um conjunto enorme de profissionais e voluntários que aga-salham crianças de comunidades do Rio de Janeiro. Certamente, isso muda a vida de milhares de famí-lias. Toda rede estadual e municipal deveria apoiar projetos como este da LBV. Saio daqui honrado pelo convite, como avô, pai, cidadão e político. Já devia ter conhecido essa grandiosa ação da LBV”.

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Livro relata a trajetória profissional do Garotinho, José Carlos Araújo

A capital fluminense sediou, em 26 de outubro, o lançamento de Paixão pelo rádio — Do milésimo de Pelé ao milésimo de Romário, a trajetória de José Carlos Araú-jo, o eterno Garotinho. A obra, do jornalista Rodrigo Taves, é uma homenagem aos 45 anos de carreira do famoso radialista José Carlos Araújo. Amigos, personalidades e fãs prestigiaram o evento.

Durante entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação, Garotinho falou sobre o livro. “É uma homenagem não apenas para mim, mas para todos aqueles que narram o futebol pelo Brasil. São muitos narradores, é uma profissão de que eu tenho orgulho e que, aos poucos, vou vendo renovar. Tenho orgulho de ser locutor esportivo, de ser comunicador esportivo, de ter

45 anos nessa trajetória, que tem o envolvimento de vários compa-nheiros citados como testemunhas dessa história no livro. São mais de 3.000 jogos e mais de 6.000 gols narrados”, ressaltou Garotinho, que aproveitou a ocasião para cum-primentar o diretor-presidente da LBV: “Obrigado, meu irmão José de Paiva Netto, e a todos os amigos da Legião da Boa Vontade”.

O autor da obra relatou que, para a composição do trabalho, foram dois anos e meio de entrevistas com o próprio Garotinho, com outros profissionais do rádio, atletas e ex-jogadores que tiveram algum contato com o homenageado. “É um livro que foi feito com muita paixão, por um fã dele que ouve rádio há 30 anos. Tem muito rigor jornalístico, muita preocupação com a exatidão

dos fatos, estão todos narrados como aconteceram. Ele gostou muito, deu um bom resultado”.

Presente ao lança-mento, o cronista es-portivo Luiz Mendes é também citado na obra. Ele compareceu ao evento acompa-nhado da esposa, a radialista Daisy Lúcidi. “Espero que ele chegue além do tempo que eu cheguei na crônica esportiva brasileira. Um dos orgulhos que tenho é ter procurado sempre servir à crônica esportiva, ao futebol brasileiro de forma es-pecial, com carinho e com respeito, principalmente. O José Carlos segue essa escola. Isso é profunda-

luiz Mendes

Daisy lúcidi

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Concorrida noite de autógrafos reúne personalidades em livraria da zona sul carioca. Ao lado, o jornalista Rodrigo Taves e o radialista José Carlos Araújo autografam o livro.

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mente admirável no Ser Humano: fazer uma coisa com paixão e com seriedade”, afirmou o cronista.

O cantor e torcedor botafoguense Agnaldo Timóteo igualmente saudou

o homenageado: “O Garotinho marcou a minha vida com muitas narrações fantásticas. Uma ficou gravada na memória: foi em 1995, quando o Túlio Mara-

vilha fez o gol da nossa vitória”. O cantor aproveitou a oportunidade para deixar um recado ao dirigente da LBV: “Paiva Netto, sempre às suas ordens; seu trabalho é extra-ordinário. Grande abraço!”.

O presidente do Clu-be de Regatas Vasco da Gama, Roberto Dina-mite, também presti-giou o evento: “Ele não tem apenas a função do narrador. Ele passa

emoção, e isso é fundamental”. O ator Stepan Nerces-sian destacou a forma peculiar com que José Carlos Araújo narra os jogos: “Só de você ouvi-lo, vai além de torcer, ele te anima; se

você estiver deprimido, ele te levan-ta. É uma figura extraordinária, fora do comum”.

Autor e homenageado autogra-faram um exemplar ao dirigente da LBV com a mensagem: “Ao Irmão Paiva Netto, você, como eu, tem toda a paixão pelo rádio. José Carlos Araújo”. O autor da obra registrou: “Ao querido Paiva Netto, espero que goste do livro. Rodrigo Taves”.

Agnaldo Timóteo

Roberto Dinamite

Stepan Nercessian

O Centro Comunitário e Educacio-nal da Legião da Boa Vontade (LBV) em Belo Horizonte/MG recebeu, em 28 de outubro, a visita do prefeito da capital mineira, Marcio Lacerda.

Na oportunidade, ele foi homena-geado pelas crianças da LBV e recebeu um quadro com a prece Ao Cristo, com decisão!, de autoria do diretor--presidente da Instituição, Paiva Netto.

“A LBV é tradicional, está há dé-cadas no Brasil com este trabalho de formação cidadã, de Educação com Espiritualidade, que tem muito a ver com a formação de valores e com a visão de mundo ligada a fazer o Bem, se relacionar bem com os semelhantes. Isto é muito importante”, afirmou o prefeito.

Durante a visita, Lacerda conhe-ceu também a ação desenvolvida com a Melhor Idade, pelo programa para idosos Espaço de Convivência

da Organização. Ao tomar contato com o atendimento completo e para todas as idades, o prefeito enalteceu as ações da LBV: “Este trabalho que a Legião da Boa Vontade faz é exem-plar. Eu reconheço a importância. A cidade precisa de parcerias com entidades como a LBV”, comentou.

O site da prefeitura (www.pbh.gov.br) registrou a visita, com destaque para as palavras de Lacerda: “Todos nós sabemos que o governo sozinho não é capaz de dar conta de todas as tarefas. Sem a mobilização da socie-dade civil, das ONGs e das entidades, é um pouco difícil atingir todas as de-mandas ou desenvolver qualidade de vida da forma que os nossos cidadãos merecem”.

Colaboração: Elvira Trindade e Wilma Nery

Prefeito de Belo Horizonte visita a LBV

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O prefeito de Belo Horizonte, Marcio lacerda, é saudado por participantes do grupo da Melhor Idade atendidos no Centro Comunitário e Educacional da lBV. Durante a visita à Instituição, o prefeito recebeu um quadro com a prece Ao Cristo, com decisão!, de autoria do jornalista Paiva Netto.

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Cartas, e-mails, livros e registros

Feira do Livro de Porto AlegreA 55ª Feira do Livro de Porto

Alegre/RS, maior evento literário a céu aberto da América Latina, chegou ao fim, em 15 de novembro, levando ao público novidades edi-toriais, seminários, poesia, teatro e música. Foram 16 dias de uma rica programação cultural.

Promovida pela Câmara Rio--grandense do Livro, a principal festa literária da capital gaúcha teve como patrono neste ano o jorna-lista e escritor Carlos Urbim, que

foi saudado pelo Coral Infantojuvenil da LBV. Comovido, ressaltou: “Essa homenagem es-pontânea das crianças é o fruto do belo trabalho solidário da LBV. É de

encantar! (...) Que bom é ouvir vozes angelicais na maior das orações da Humanidade [o Pai-Nosso]”.

Muitos lançamentos movimen-taram o evento, a exemplo do livro Varig: Eterna Pioneira — do pu-blicitário e especialista em aviação

Gianfranco Beting, em parceria com o pai, o renomado jornalista e comentarista econômico Joelmir Beting. Ao receber os cumprimen-tos de representantes da LBV, Gian-franco comentou: “Fico emociona-do, pois quem faz um grande traba-lho por esse país é a LBV. Ao Paiva Netto, de coração, muito obrigado! O fato de estar falando para vocês já é o maior reconhecimento que po-dia ter. Agradeço também em nome de meu pai”. O publicitário anotou esta mensagem em um exemplar da obra: “Ao sr. Paiva Netto, a minha admiração profunda por tudo o que vocês fazem!”.

O arcebispo metropolitano de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, apresentou ao pú-blico a obra A Promoção Humana, na qual registrou: “Ao sr. Paiva Netto, com votos de paz e felicidades”.

Por sinal, dias antes, Dom Dadeus havia destacado, em entrevista à BOA VONTADE, o seu carinho ao

trabalho da LBV, que aniversaria em 1º de janeiro de 2010: “Esses 60 anos edificaram bastante a exis-tência da Legião

da Boa Vontade. Eu olho assim com muita admiração e com muita simpatia esse trabalho, por tudo que faz de bem, a LBV vai frutificando e criando um mundo mais fraterno e humano. Pa-rabéns pelo aniversário de 60 anos”.

Outro religioso que lançou livro foi o escritor e diretor da Faculdade Dom Bosco, da capital gaúcha, padre Marcos Sandrini. Em exemplar de Religiosidade e Educação, o padre Sandrini autografou ao dirigente da LBV: “Irmão Paiva Netto, na mesma raiz cristã que nos foi ensinada por São João Bosco, partilho consigo algumas convicções pedagógicas. Juntos, vamos construir gerações mais dignas. Com alegria, Pe. Marcos”.

Para transformar vocações em compe-tências, o sociólogo e escritor Valdir Reinoldo Bündchen trouxe à Feira seu mais novo título Garimpo & Lapidação — Planejamento Estratégico Pessoal. Ao conversar com a equipe da BOA VONTADE, comentou: “Conheço o trabalho da LBV há bastante tempo,

ele é especial, grandioso”. E completou: “Paiva Netto é de uma determinação e de uma firmeza de propósitos enormes, é um grande bra-sileiro, está de parabéns”.

Também amigo da Ins-tituição, o jornalista e professor Ruy Carlos Ostermann autografou a obra Encontros com o Professor – Cultura Bra-sileira em Entrevista (4º volume) para o dirigen-te da LBV: “Ao Paiva Netto, com admiração e respeito”.

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Vista parcial do grande público que prestigiou a 55a Feira do livro de Porto Alegre

Reportagem completa na próxima edição

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Nilmário Miranda Celso Woyciechowski

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O ministro da Justiça, Tarso Genro, foi condecorado, no dia 13 de novembro, com a Medalha do Mérito Farroupilha, a maior condecoração concedida pela As-sembleia Legislativa do Rio Gran-de do Sul. A cerimônia ocorreu no Salão Júlio de Castilhos, e a dis-tinção teve como autor o deputado Adão Villaverde. Autori-dades, amigos e familiares prestigiaram a homena-gem. Na oportunidade, o advogado dr. Pedro de Paiva representou o diretor--presidente da LBV, José de Paiva Netto (convidado do proponente da honraria).

Em entrevista exclusiva à Boa Vontade TV, o ministro agradeceu e afirmou: “É uma espécie de marco na vida política da gente, porque é um reconhecimento que se dá por uma Assembleia Legislativa que

P O r T O a l E G r E / r s

Ministro Tarso Genro recebe Medalha do Mérito Farroupilha

tem uma tradição democrática e de debates extraordinários e de feitos pelo Estado. (...) Eu incorporo essa homenagem como uma das mais importantes da minha vida”. Ao re-ceber os parabéns da LBV, retribuiu: “Obrigado, e meu abraço ao Paiva Netto, um abraço bem apertado e muito reconhecido”.

O representante da Le-gião da Boa Vontade cum-primentou as autoridades presentes, a exemplo do presidente da Fundação Perseu Abramo, dr. Nilmá-rio Miranda, que igual-

mente manifestou sua admiração pela Obra: “Aproveito para mandar um abraço para o Paiva Netto. Quando era ministro dos Direitos Humanos tivemos várias coope-rações, várias ações conjuntas. Ele realmente é uma pessoa que contribui muito para essa humani-

zação do nosso país”. O embaixador Cláudio Lyra, por sua vez, re-gistrou: “Quero desejar contínuo êxito para o dr. Paiva Netto e toda a sua rede de televisão”.

O presidente da Central Úni-ca dos Trabalhadores (CUT) do Rio Grande do Sul, Celso Woyciechowski, congratulou-se com a Instituição: “Nós e a LBV temos trabalhado pelas causas que vão ao encontro de um mundo mais humano. É o desejo de todos, e só é possível quando pudermos ter um projeto e um processo de desenvolvimento equilibrado, sus-tentável, com distribuição de renda baseada em conceitos fortes da Humanidade, da Solidariedade e da Fraternidade”.

O ministro da Justiça, Tarso Genro (C), confraterniza com o propositor da homenagem, o deputado estadual adão Villaverde (D), e o dr. Pedro de Paiva (que representou o dirigente da lBV). Ao lado, o registro da cordial conversa do representante da Instituição com a simpática esposa do ministro, dra. sandra Genro.

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Desde setembro, o jornalista e escritor Paiva Netto assina uma coluna semanal no Jornal de Brasília, importante veículo de co-municação do Distrito Federal. O convite partiu do diretor-superintendente do periódico, Marcos Lombardi.

A notícia foi destacada por outros colunistas de expressão desse popular diário, a exemplo da jornalista Marlene Galeazzi, que na edição de 14 de setembro, um dia antes de Paiva Netto voltar a escrever no periódico*, publicou, em página inteira, um perfil do dirigente da LBV. Sob o título “Dedicado à causa da boa vontade”, o texto narra a vitoriosa trajetória de vida e trabalho dele e, ao mesmo tempo, saúda o seu retorno à Casa, ressaltando que o jornalista acrescentará mais conteúdo à qualidade do jornal, principalmente “o sentido de humanidade, característica marcante de seus textos”.

A colunista lembra, também, o perfil em-preendedor do jornalista e escritor Paiva Netto: “Seu carinho por Brasília está marcado em duas das mais belas obras que nossa cidade contempla: o Templo da Boa Vontade e o Par-lamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV. O TBV é conhecido como o polo do Ecumenismo Irrestrito, que preconiza a conciliação de todas as criaturas

e povos da Terra. Recentemente, a população o escolheu como uma das Sete Maravilhas da capital brasileira”.

O veterano jornalista Gilberto Amaral, colunista social do mesmo periódico, igualmente sau-dou o colega e amigo. Em nota, intitulada “Novidade na Corte”, registrou: “A partir de agora os leitores do Jornal de Brasília poderão acompanhar, toda terça-feira, a coluna ‘Paiva Netto’, que já é publicada em diversos jornais do país. Com sua visão abrangente e a elegância que lhe são peculiares, o presidente da Legião da Boa Vontade abordará semanalmente temas relevantes da atualidade mundial, sem faltar, é claro, o toque de solidariedade, espiritualidade, educação e ecumenismo com que o humanista José de Paiva Netto, meu amigo, nos brindará aqui na Corte. Seja bem-vindo!”.

Jornal de Brasília“Sentido de humanidade e elegância”: qualidades apontadas por jornalistas para definir a mensagem

semanal de Paiva Netto no periódico.

* Por várias ocasiões, desde os anos 1980, o jornalista Paiva Netto assinou artigos no Jornal de Brasília. Atualmente, suas colunas são publicadas em centenas de jornais, revistas e sites, no Brasil e no exterior, e divulgadas em milhares de emissoras de rádio e TV.

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A Seleção Brasileira, co-mandada por Dunga, fez uma campanha que chegou a ser empolgan-

te em alguns momentos e decep-cionante em outros, mas acabou alcançando o que poucos aposta-vam no início das eliminatórias: o primeiro lugar, garantindo classi-ficação antecipada para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.

Após um início de descrédito, principalmente na comissão técnica, cuja inexperiência não a credenciava a prognósticos otimistas, a Seleção mesclou resultados animadores, como a vitória sobre a Argentina no campo adversário, com outros de-cepcionantes, como a derrota para a Bolívia e o empate com a Venezuela.

Mas, no fim das contas, dever cumprido, a meta alcançada. Mais uma vez, o Brasil garante presença numa Copa do Mundo e mantém a tradição de ser o único país a parti-cipar de todas as edições. Inclusive, já está garantido na Copa de 2014, pelo fato de ser realizada no Brasil.

Encerradas as eliminatórias, os pensamentos estão voltados para a competição, no meio do ano que vem. A comissão técnica está definida. Dunga será o técni-co, auxiliado por Jorginho. Mas as dúvidas ficam com relação aos jogadores que irão à África do Sul.

As próprias convocações de Dunga, nos jogos eliminatórios, dei-xaram claro que atletas como Kaká, Júlio César, Maicon, Daniel Al-ves, Luís Fabiano e Robinho são nomes certos na relação dos que defenderão o Brasil na Copa. Mas, como o próprio Dunga disse, a lista não está fechada. Outros podem surpreender e tomar a vaga de quem já teve sua oportunidade.

O torcedor se pergunta se os no-mes que garantiram a classificação brasileira, enfrentando outras sele-ções sul-americanas, serão fortes o bastante para disputar uma Copa

do Mundo. A Seleção Brasileira que está na cabeça de todos os torcedores é capaz de fazer frente a seleções como Itália, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha e a própria Argentina?

Nossa equipe entusiasma e dá esperança ao brasileiro quanto à con-quista de mais um título mundial? Nesse meio ano que nos separa do principal torneio de futebol do mun-do, podemos esperar alguma surpre-sa ou Dunga não se afastará muito daquilo que já nos apresentou?

Agora, é esperar. Quem não acreditava no trabalho de Dunga, que reconheça o bom desempenho dele e passe a crer que somos, sim, candidatos ao hexacampeo-nato mundial. Afinal, até agora, a Seleção Brasileira, com Dunga, conquistou tudo o que disputou: Copa das Confederações, Copa América, eliminatórias...

Como sempre se diz que no fute-bol o que importa são os resultados, não há o que duvidar quanto à sele-ção de Dunga. Vamos nos encher de otimismo e seguir em frente, rumo a mais uma conquista.

Opinião EsportivaJosé Carlos Araújo

José Carlos Araújo, comunicador da Rádio Globo do Rio de Janeiro.

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Dunga, entre luís Fabiano (E) e Kaká.

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Amorà arte de representar

ComemoraçãoFernanda Montenegro

Dama do teatro, estrela no cinema e unanimi-dade na televisão. As artes cênicas rendem

homenagem aos 80 anos de Fer-nanda Montenegro, celebrados em 16 de outubro. Atualmente faz o monólogo Viver Sem Tempos Mortos, inspirado em escritos da pensadora e ensaísta francesa Si-mone de Beauvoir (1908-1986).

Dona de marcantes interpreta-ções e de uma carreira na qual a própria vida se confunde com a arte de representar, Fernanda tomou

Aos 80 anos, Fernanda Montenegro coleciona personagens que transformaram a dramaturgia brasileira.

gosto pela dramaturgia muito cedo: aos 8 anos já estreava no teatro com Os Dois Sargentos, peça montada na paróquia que frequentava com a família no subúrbio da capital fluminense.

O nome de batismo, Arlette Pinheiro Esteves da Silva, foi mais lembrado só até a adolescência, quando passou a utilizar o nome ar-tístico. Nessa época fez adaptações e traduções de peças para o formato de radionovelas, além de completar o orçamento como professora de Português para estrangeiros na

Berlitz, a mesma escola em que ela aprendia Inglês e Francês.

Apesar da estreita ligação com a arte desde a infância, o início profissional se deu apenas aos 21 anos, com o espetáculo Alegres Canções nas Montanhas. Nessa peça conheceu o futuro marido, o saudoso ator Fernando Torres, com quem se casou em 1953. Dessa união nasceram Fernanda e Cláudio. O ator retornou à Pátria Espiritual em setembro de 2008.

Ao longo da carreira, a con-sagrada atriz de teatro também

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1 2(1) Fernanda Montenegro é condecorada com a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, do ParlaMundi da lBV, na categoria Arte e Cultura. (2) Ao lado de seu saudoso marido, Fernando Torres, em frente ao painel A Evolução da Humanidade, exposto no Templo da Boa Vontade.

brindou o público com papéis marcantes na televisão. No cinema, ganhou destaque com atuações comoventes em produções como Eles não usam Black-Tie, O Auto da Compadecida e Central do Brasil — por este trabalho, aliás, recebeu indicação ao Globo de Ouro e se tornou a primeira latino--americana a concorrer ao Oscar de melhor atriz.

Na extensa lista de prêmios de Fernanda constam o Urso de Prata, do Festival de Cinema de Berlim, Alemanha; e nos EUA: o Prêmio da Crítica, do Festival Internacional de Cinema de Fort Lauderdale, e o de Melhor Atriz do Ano, da Associação dos Críticos de Los Angeles.

Imortalizada no TBVEm 1997, Fernanda foi conde-

corada com a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumê-nica, na categoria Arte e Cultura, conferida pelo Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o Par-laMundi da LBV. Nesse mesmo

ano, a atriz visitou o Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF, ocasião em que ressaltou o Ecumenismo defendido pela Instituição: “A LBV tem uma palavra e uma presença de conforto há muitos anos, e isso me toca. Já nos primórdios da Le-gião se falava do fato ecumênico, isso João XXIII ainda não havia conceituado dentro da Igreja Cató-lica, por exemplo. E hoje em dia é fundamental você respeitar os ca-minhos que o mundo tem para che-gar a Deus, pois Ele é um só. Um abraço também ao Paiva Netto, que é uma pessoa extremamente gentil e empreendedora”.

Sobre a atuação da LBV, Mon-tenegro afirmou: “O que me toca na Legião da Boa Vontade, na verdade, é todo o atendimento social que ela faz por este Brasil afora. O lado espiritual é ótimo, é maravilhoso, mas, se ele não tiver um embasamento na misericórdia e na ajuda ao próximo desvali-do, Jesus não vai tomar nenhum conhecimento da alma da gente. Estou falando não como legioná-

ria, mas como um Ser Humano que entende a palavra ‘Fraternidade’. Muito obrigada!”.

Naquela visita, a atriz se sur-preendeu ao notar que o retrato dela havia sido incluído no painel A Evolução da Humanidade, exposto no Salão Nobre do TBV, no qual estão reunidas destacadas figuras humanas, responsáveis por importantes contribuições ao progresso dos povos. “É uma sur-presa grande. Aceito de coração, porque inclusive estou junto com Paulo Gracindo e Shakespeare, de maneira que é um painel total-mente teatral. Muito obrigada pela lembrança, é uma homenagem bonita, tocante.”

Para a atriz, “a Caridade é a salvação do mundo”.

Em outro encontro com a equi-pe da LBV, desta vez na capital pernambucana, em 1994, a atriz enfatizou a importância da ajuda ao próximo para a melhora do mundo. Nesse contexto, enalteceu os programas socioeducacionais da Instituição: “Eu admiro a Legião da Boa Vontade porque, antes de mais nada, ela dá sopa aos po-bres; é uma Instituição que olha a pobreza. A Caridade é a salvação do mundo, e isso é o que me toca na LBV. Estive com Zarur muitas vezes em lugares públicos no Rio. É um milagre o que vocês conse-guiram nesses anos”. E completou Fernanda, dirigindo-se ao diretor- -presidente da LBV: “Paiva Netto, um abraço para você. Que Deus o conserve sadio e empreendedor nesse bonito trabalho junto com os legionários”.

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CinemaEntrevista com a atriz Denise Fraga

Artistas, produtores e diretores de TV e teatro fortalecem o cinema nacional

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CazuzaJully Anne e leila Marco

Denise Fraga, atriz.

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Há muitos anos o cinema brasileiro não vive mo-mento tão expressivo como o atual. Depois de décadas

de hegemonia dos filmes estran-geiros, notadamente os norte- -americanos, podem-se encontrar hoje em cartaz pelo país filmes nacionais com boas histórias e eficiente técnica cinematográfica. Algumas produções não retratam ainda a cara do Brasil em toda a sua diversidade e riqueza cultural, mas um bom caminho foi percorrido.

Nisso, a ida de artistas, diretores de televisão e de tea-tro para a sétima arte somente ajudou. Um desses exemplos é Denise Fraga, atriz que se consagrou dando vida a papéis dramáticos e, principalmente, a centenas de personagens engraça-dos nesses dois veículos.

Recentemente, além da bem- -sucedida atividade de contracenar, ela experimenta a sensação de entregar ao público o primeiro tra-balho como produtora (que assina com Francisco Ramalho Jr.): O contador de histórias. O longa--metragem, dirigido por seu espo-so, Luiz Villaça, traz a biografia de um menor abandonado, Roberto Carlos Ramos, menino deixado pela mãe em uma entidade assis-tencial do governo, nos anos 1970. Depois de inúmeras fugas e de ser considerado irrecuperável, é descoberto pela pedagoga francesa Margherit Duvas — interpretada pela atriz portuguesa Maria de Medeiros —, que na história veio ao Brasil para realizar uma pes-quisa. Desse encontro nasce uma

relação de amizade e carinho, que modifica para sempre a vida do menino. Depois de ter sido educado por Margherit na França, Roberto, já adulto, retorna ao país formado em Pedagogia e disposto a ajudar outras crianças. Ele aca-ba se tornando um dos melhores contadores de história do mundo.

Na pré-estreia de O contador de histórias, a BOA VONTADE

conversou com a atriz e produto-ra. Com jeito alegre e confiante, falou do longa, de seus projetos e do que pensa da missão do cinema. Para Denise, o Brasil oferece um terreno fértil para a transformação pela arte: “Temos histórias para contar e flechar o coração das pessoas, porque o cinema para mim é uma igreja: entrar na sala escura e ter um

“O que mais me deixou tocada no encontro dessa pedagoga francesa com esse menino, tido como irrecuperável, é que

eram duas pessoas que estavam disponíveis uma para a outra e, por conta disso, foram surpreendidas pelo afeto, (...) um

ingrediente poderosíssimo.”

(1) Equipe técnica e atores apresentam O contador de histórias. (2) O diretor luiz Villaça e a atriz Maria de Medeiros, que interpreta no

longa-metragem a pedagoga francesa Margherit Duvas. (3) Em cena do filme, Roberto Carlos Ramos (vivido pelo adolescente Paulo Henrique Cândido Mendes), aos 13 anos, tem seu destino mudado ao encontrar a educadora francesa.

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coisa maravilhosa de fazer você voar com as palavras dele. É muito bom conseguir pela arte esse efeito... Quando você con-segue com o seu ofício, além da história que deseja contar, fazer o mundo girar mais leve, o ci-dadão ter vontade de acordar no dia seguinte com um projeto, as pessoas de certa maneira acre-ditarem no impossível, você [se sente] pleno.

BV — A produção cinematográ-fica no Brasil atravessa um cres-cimento, com novos diretores e atores investindo em produção. O que significa essa retomada?

Denise — É muito bonito de ver. Temos um talento vigoroso e já demonstramos isso com o pouco tempo que, na verdade, tem esse renascimento do cine-ma. Mostramos uma visibilidade internacional, um talento extraor-dinário para isso. Realmente, é

uma indústria que está nascendo, se firmando. Agora você pode perguntar: fulano? “Está filman-do”; e sicrano? “Está filmando”. Estar filmando significa que é uma indústria que está corren-do, e temos de cuidar dela bem. Temos histórias para contar e flechar o coração das pessoas, porque o cinema para mim é uma igreja: entrar na sala escura e ter um contato que pode modificar a sua vida.

BV — O que dizer do processo de criação?

Denise — Fiquei contente de ver esse processo chegar na ponta da linha. Quem viu uma folha em branco, o tracinho na tela do com-putador piscando, quando o Luiz começou, com o Mauricio [Arru-da] e o [José Roberto] Torero, a escrever o roteiro, o início de tudo, um roteiro inspirado na história de Roberto Ramos, e então vê a coisa florescer... fico muito feliz de ter acompanhado tudo isso.

BV — O que mais marcou você nesse roteiro?

Denise — O que mais me deixou tocada no encontro des-sa pedagoga francesa com esse menino, tido como irrecuperá-vel, é que eram duas pessoas que estavam disponíveis uma para a outra e, por conta disso, foram surpreendidas pelo afeto, que grudou ali e teve um poder transformador. O afeto é um ingrediente poderosíssimo, e o filme faz a gente acreditar nisso, uma história do poder do amor, uma receita de amor.

São incontáveis os personagens no cinema, teatro e TV que ganharam vida na inter-pretação de Denise Fraga. Curiosa, criou diversos quadros firmados na observação do cotidiano e da gente comum, a exemplo de Dias de Glória e Retrato Falado, e do filme Cristina quer casar (foto), com o saudoso ator rogério Cardoso.

contato que pode modificar a sua vida”.

BOA VONTADE — Como foi a ex-periência de produzir um longa- -metragem?

Denise Fraga — Estou muito feliz. É uma história que a gen-te, eu e o Luiz [Villaça], queria muito contar. Fico alegre de ver o resultado que o filme está tendo, o quanto arrebata, como acháva-mos. É uma história encantadora a do Roberto Carlos Ramos, mas o que me deixa mais feliz é ver o nosso ofício se prestando a ela, dar asas poéticas a essa história tão linda; é para isso que a gente serve.

BV — A história do filme é como-vente. A arte pode despertar a Solidariedade?

Denise — Acho que também somos contadores de histórias, todos nós. (...) Roberto tem essa

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BV — O amor é essencial também na Educação?

Denise — Estou fazendo a peça A Alma Boa de Setsuan, de Brecht, e tenho uma fala que digo em cena e sempre me lembro quando falo desse filme: Ainda existe muita gente boa neste mundo apesar da miséria, mas recebemos pouca notícia dela. Há muito mais de bala perdida, de menino de 13 anos que mata em-presário, do que de menino que dá a volta por cima. Gostaria de ver melhores notícias nos jornais ou, pelo menos, elas ali, lado a lado, uma com a outra. Se fosse dona de um jornal, colocaria em cima uma e embaixo outra, todo dia, para mostrar que há caminhos.

BV — O cinema ocupa hoje um espaço que a literatura preen-cheu por muito tempo... ele é fa-tor importante de transformação?

Denise — A sétima arte, se você pensar, é algo novo na histó-

ria da Humanidade, tem um poder transformador impressionante. Os americanos se fizeram em cima do seu cinema, voaram para o mundo inteiro, [levando] o esti-lo de vida americano, o american

“Quando você consegue com o seu ofício, além da história que deseja contar, fazer o mundo girar mais leve, o cidadão ter vontade de acordar no dia seguinte com um projeto, as pessoas de certa maneira acreditarem no impossível, você [se sente] pleno.”

Denise Fraga, na capital paulista,

com o espetáculo A Alma Boa

de Setsuan, do dramaturgo

alemão Bertold Brecht (1898-

1956), dirigido por Marco

Antônio Braz. A peça promove

reflexões em torno de “como ser bom e ao mesmo tempo

sobreviver no mundo competitivo em que vivemos”.

way of life. O cinema é o maior divulgador de um país... Quando você vê uma nação acreditando nisso é muito bom. Por isso, sal-ve as leis de incentivo, salve os patrocinadores!

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Acontece no Distrito Federal

Há mais de 30 anos, a Legião da Boa Vonta-de mantém a Escola de Educação Infantil Alziro

Zarur em Taguatinga/DF, onde atende, diariamente em período integral, crianças de 2 a 5 anos de idade que vivem em situação de vulnerabilidade social. Para que usufruam de uma educação de qualidade e tenham uma vida saudável, a LBV oferece alimen-tação balanceada, de acordo com a faixa etária delas, material didá-tico, uniforme, acompanhamento

T a G U a T i N G a / D F

constrói amplo e modernoprédio para sua unidade educacional

MaQUETE Aspectos do projeto de ampliação da unidade da lBV

médico e odontológico, além da estrutura física adequada para o desenvolvimento das atividades pedagógicas.

Com o objetivo de ampliar seu atendimento, a LBV está construindo um novo prédio na cidade. A edificação, com 3 andares e estrutura me-tálica, ocupará uma área de mais de 3 mil metros quadrados na QSD 8, Área Especial 11.

A arquiteta Tatiana Guerra, responsável

pelo projeto, explica que “o empreendimento terá 23 salas de aula e atividades comple-mentares, além de salas desti-nadas a direção, coordenação, professores, e um ambiente para oração. Todos os andares terão banheiros para as crianças e

para os professores, e no subsolo, que será no mesmo nível da quadra de esportes, ficarão a cozinha industrial, o res-taurante, a despensa, os vestiários, os banheiros Tatiana Guerra

Cibelli PietrangelloFotos: Clayton Ferreira

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Imagens do terreno no início da construção da Escola de Educação Infantil Alziro Zarur, da lBV, em Taguatinga/DF.

dos funcionários, o almoxarifa-do e um grande salão para even-tos. Será uma escola-modelo, com rampas internas e banheiros adaptados para pessoas com deficiência”.

Célia Campos Mendes, di-retora da unidade, informa que, mesmo com a demolição da estrutura antiga, os atendimen-tos não pararam, pois “a Legião da Boa Vontade alugou um pré-dio, próximo da obra, de modo que os pais não encontrem dificuldades para trazer os filhos”.

Com as novas instala-ções, a LBV ampliará o número de crianças e jovens atendidos diariamente, ofe-recendo a educação básica completa (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio), além de período integral até os 14 anos, com atividades no turno inverso ao

“É uma obra de grande porte, e nós precisamos de recursos. A LBV conta com a ajuda do povo.”

Paulo MedeirosAdministrador da LBV no Distrito Federal

escolar, de reforço ao aprendiza-do; esporte; oficinas artísticas e culturais; alfabetização digital; participação no Coral Ecumêni-co Infantil Boa Vontade; recrea-ção e lazer.

O administrador da LBV no

Distrito Federal, Paulo Medei-ros, ressaltou: “É uma obra de grande porte, e nós precisamos de recursos. A LBV conta com a ajuda do povo”. A estimativa do investimento é da ordem de R$ 2 milhões.

Ajude a mudar a vida de milhares de crianças. Acesse: www.euajudoamudar.org.brQsD 08, Área Especial, 11 — Taguatinga sul — Taguatinga/DF — Tel.: (61) 3561-3788

Célia Campos Mendes

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Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador do programa Samba & História.*

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Ferre

iraSamba & HistóriaNeguinho da Beija-Flor

Hilton Abi-Rihanespecial para a BOA VONTADE

* Programa Samba & História — Na Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), você pode acompanhar as entrevistas aos domingos, às 14 e 20 horas. Pela Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), o telespectador pode conferi-las aos sábados, às 14 e 22 horas e às quartas, às 22 horas. Outra opção é aos domingos, às 5, 14 e 21 horas. Pela Rede Mundial de Televisão, assista ao bate-papo todos os sábados e domingos, às 23 horas; às terças, à 1 hora e às sextas, às 22 horas.

para o mundo

O alto-astral e o talento de Neguinho da Beija-Flor,

um sambista da gema

De Nilópolis

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O bordão “Olha a Beija--Flor aí, gente!” retra-ta bem a disposição do sambista, compositor,

intérprete e puxador de samba

Neguinho da Beija-Flor, que no ano passado incorporou for-malmente ao nome o apelido que lhe deu fama, passando a assinar como Luiz Antônio Feliciano

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Trajetória de sucessoA carreira de Neguinho da Beija-Flor teve início

em 1959: com 10 anos de idade, ganhou um concur-so interpretando um samba de Jamelão. Em 1970, estreou como puxador de samba no bloco Leão de Iguaçu. Cinco anos depois, transferiu-se para a Beija-Flor de Nilópolis, de onde não saiu. São mais de 30 discos gravados e dois DVDs lançados. A bem-sucedida trajetória inclui, ainda, um Prêmio Sharp (1991), na categoria Melhor cantor de samba; quatro Estandartes de Ouro (1985, 2002, 2003 e 2009), como Melhor intérprete; além de ter ajudado a sua querida Beija-Flor a conquistar 11 títulos do carnaval carioca.

Neguinho da Beija-Flor Mar-condes. “O Luiz Antônio paga luz, gás, telefone, condomínio, empregados, não sei o que mais. Neguinho da Beija-Flor ganha. Por isso, fiz questão de colocar. Depois, Neguinho da Beija-Flor dá sorte”, explica.

Neguinho nasceu no bairro carioca de Vila Isabel, mas foi criado em Nilópolis, cidade da Baixada Fluminense, onde co-nheceu a escola de samba que o consagrou. A voz potente e afina-da aliada ao talento musical her-dado do pai foram decisivos na trajetória do sambista. Além de cantar e compor com maestria, ele conseguiu desenvolver uma carreira sólida e independente do carnaval.

Os frutos desse trabalho ren-deram canções inesquecíveis como Ângela, Deusa da passa-rela e Domingo eu vou ao Ma-racanã, esta última um hino para os torcedores que frequentam o estádio. Outros sucessos de sua carreira estão no CD e DVD Nos braços da comunidade vol. 2. “Ele foi gravado na quadra da Beija-Flor com o público que já me acompanha no carnaval, nos meus ensaios durante esses 35 anos de carreira”, conta.

Tantos momentos de alegria vieram após ele superar uma fase difícil, com a confirmação de um câncer no intestino, em 2008. Para vencer a doença, além do tratamento adequado, alto-astral e oração: “Realmente foi uma superação, e muita fé em Deus, na força do povo brasileiro oran-do pela minha recuperação. Foi

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Neguinho da Beija-Flor com alguns amigos: (1) a diretora de TV lucimara

Parisi, (2) o saudoso cantor Jamelão e (5) a cantora

Elza soares. No destaque, a carteira escolar do ano

letivo de 1972. Na foto 3, imagem do músico no

início de carreira e na (4), plantando uma árvore.

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Samba & História

mais do que esperava, acho que nem mereço essa consideração toda. Não é só o tratamento, tem de ter fé e não só você, mas aquela corrente do povo orando. E deu certo”.

Para o sambista, a doença lhe trouxe grande aprendizado, aproximando-o da Espiritua-lidade. “Eu andava um pouco afastado da minha religiosi-dade, do meu lado espiritual; foi um puxão de orelhas, para que desse mais valor não só ao lado espiritual, mas também aos amigos. Você pensa que é tudo, mas tem hora que, para fazer um simples gesto, precisa de duas a três pessoas... É quando vê que não está com aquela bola toda. E deixa um pouco o lado material e parte para o espiritual.”

Se a dificuldade foi grande, a superação seria ainda maior. Ainda em tratamento, em setem-bro de 2008 tornou-se pai pela quarta vez, com o nascimento de Luísa Flor Morena Gonçalves Marcondes. Coruja, Neguinho dispara a falar da filha: “Com esse nome não nasce, estreia (risos)”. Em fevereiro deste ano, veio a oficialização do relacio-namento com Elaine Reis, rea-lizado em pleno sambódromo da Marquês de Sapucaí. Fato este, inclusive, exaltado como exem-plo de fé na luta contra o câncer, pelo diretor-presidente da LBV no artigo “A Lei Pietro”, publi-cado em diversos sites e jornais no Brasil e no exterior e também na revista BOA VONTADE (nº 224). “Maravilhoso, maravilha! Muito obrigado ao nosso Paiva

Netto pela reportagem. Gostei! Beleza!”, ressaltou o sambista.

Entre os padrinhos de casa-mento do cantor, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado da primeira--dama, Marisa Letícia, e do

governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Do encontro com o presidente, Neguinho destaca a simpatia com que foi tratado: “Subi, cheguei lá, era o Lula, que já foi logo me dan-do um beijo na careca; estava careca por causa da quimiote-rapia. Fui muito bem recebido, ele pediu milhões de desculpas porque não assinou na hora. Eu tinha dez minutos para casar, casei em oito. Se eles descessem, atrasaria o desfile da Beija- -Flor”. O desfile transcorreu bem, o que foi outra vitória para Neguinho que, diante de muitas expectativas contrárias, puxou o samba-enredo da escola até o fim da apresentação na avenida.

Depois de um ano de tratamen-to, o sambista comemorou: “Aca-bou a quimioterapia, tenho feito de três em três meses um exame; depois será de seis em seis, de ano em ano; em cinco anos retiro o cateter que coloquei, e acabou”. Feliz com a boa recuperação, ele brinca: “Com a quimioterapia o cabelo caía no corpo durante o banho. Agora está nascendo de novo e liso, está até melhor”.

Desse momento difícil, tirou também outra lição: auxiliar os que passam por situação se-melhante e orientar as pessoas acerca da prevenção. Ele acres-centa: “Sou padrinho da cam-panha [da Associação Brasilei-ra de Prevenção do Câncer de Intestino (Abrapreci)], dando um alô de que há necessidade, sim, de periodicamente ir ao médico, fazer uma consulta. (…) Principalmente o homem, que é

“Realmente foi uma superação, e muita fé em Deus, na força do povo

brasileiro orando pela minha recuperação. Foi mais do

que esperava (...). Não é só o tratamento, tem de ter fé e não só você, mas aquela corrente do povo orando. E deu certo. (...) Eu andava

um pouco afastado da minha religiosidade, do meu lado espiritual; foi um puxão de

orelhas, para que desse mais valor não só ao lado espiritual,

mas também aos amigos.”

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Neguinho da Beija-Flor: Nos braços da comunidade vol. 2

No segundo volume do DVD, o público encontra clássicos como Mel na Boca (David Correa), Adeus Morena (Piraci/Luiz Alex), Amor que me Alucina (Efson/Odibar), O Feio (roberto Carlos), Recomeçar (Wil-son Ney), canção esta que interpreta ao lado do irmão Nego; além de composições do próprio Neguinho, como a que dá título ao DVD, feita em parceria com a esposa, Elaine, e Oriete, nome do seu primeiro amor. “A história é a seguinte: quando você sai da infância para a adolescência, já começa a se interessar por namorar. E de minha primeira pretensa namorada tomei um fora. Porque estava meu amigo e eu. E esse amigo era mais clarinho, mais bonitinho, tinha olhos verdes, e ela o preferiu. Fiquei naquela frustração. Um dia estava pensando nessa história, aí eu disse: ‘Vou fazer um samba!’”, relembra Neguinho.

muito preconceituoso. Quando se fala em médico, fica adian-do, empurrando com a barriga, sobretudo aquele exame do toque, do proctologista. Agora, se ele tem preconceito contra o exame de toque, para detectar o câncer de próstata, imagina um câncer de intestino, que é necessário que se faça o exame de colonoscopia”.

Amigo de Boa Vontade de longa data, Neguinho continua fazendo da Solidariedade uma

TRATAMENTO CONTRA O

CÂNCER — “Eu andava um

pouco afastado da minha

religiosidade, do meu lado

espiritual; foi um puxão de

orelhas, para que desse mais

valor não só ao lado espiritual,

mas também aos amigos.”

marca em sua atividade artística e como entusiasta do samba, por isso, sempre que encontra a ban-deira da Instituição, solta o brado: “Olha a LBV aí, gente!”.

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“Olha a LBV aí, gente!”

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O dr. Kiyo Akasaka, subsecretário-geral da ONU, fala do esforço da organização em aprovar novo protocolo sobre mudanças climáticas

Especial Meio AmbienteDesafios e metas

leila Marco e Josué Bertolin

O tempoé decisivo

efeito estufano combate ao

Os mais variados, inten-sos e atípicos eventos climáticos têm sido re-gistrados com apreen-

são em diversas partes do mundo. Largamente divulgados, eles sina-lizam o agravamento de mudanças em curso no clima e na Natureza, o que pode pôr em risco a própria segurança humana no planeta. Além do que está à vista de todos, relatórios e pesquisas científicas reforçam esse temor e apontam cla-ramente para um ponto em comum: se houver elevação da temperatura média da Terra em dois graus Cel-sius em relação à era pré-industrial, a Humanidade enfrentará grandes desastres, com sérios danos sociais e econômicos.

Especialistas afirmam que, mantendo-se a tendência atual de concentração de gases do efeito estufa, em poucos anos pode-se chegar a essa situação-limite. Por esse motivo, cresce a expectativa em torno da 15ª reunião dos paí-ses signatários da Convenção do Clima, de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, na Dinamarca.

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Page 41: Revista Boa Vontade, edição 226

Nela poderá ser definido um acor-do sobre o aquecimento global, em substituição ao Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, no qual se estabeleceu a meta de reduzir a emissão de gases em 5,2% até 2012, em comparação com os ní-veis de 1990.

O subsecretário-geral das Na-ções Unidas para Comunicação e Informação Pública, dr. Kiyo Aka-saka, em entrevista à BOA VON-TADE, falou sobre a importância que a ONU tem dado ao encontro de Copenhague, na esperança do melhor resultado. A conversa ocorreu no Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC-Rio), na capital fluminense.

O dr. Kiyo, que já ocupou outros importantes cargos na organização, destacou-se também em Kyoto, como embaixador do Japão na ONU, sendo um dos principais negociadores daquele país nas conversações sobre as mudanças climáticas. “Foram negociações muito, muito difíceis, mas, no final, pudemos definir o acordo e firmá-lo, fato que deu origem ao Protocolo de Kyoto. Com essa experiência, notei que se faz necessário trazer para o debate os interesses políticos que há no cenário mundial”, comenta.

Os atrasos sofridos — dois anos para o esboço do acordo e oito anos para entrar em vigor — conferem ao atual compromisso caráter ain-da mais urgente, tendo de ocorrer sem perda de tempo. “Somente em 2005, após a aceitação desse proto-colo pela Rússia, é que ele passou a vigorar. Isso levou bem mais tempo do que esperávamos. Na Confe-

O subsecretário-geral da ONu, Kiyo akasaka (D), foi entrevistado por Josué Bertolin, da lBV.

Abuso antigoPara quem possa considerar recente a malversação dos recursos naturais,

na ânsia do Ser Humano pelo que se habituou a definir como progresso, vale relembrar trecho de artigo publicado pelo jornalista e escritor Paiva Netto na antiga Gazeta de Notícias, do Rio de Janeiro, em 20/9/1988, e na mesma década na Folha de S.Paulo e demais jornais do país e exterior, ratificando a advertência feita por ele ainda nos anos 1970, em que classificou esse falso avanço de “progresso da destruição”.

Escreveu o jornalista, àquela altura: “Por exemplo: o famigerado efeito estufa, cujas terríveis consequências estão mudando, para pior, o clima pla-netário, levando prejuízo e morte às nações. Cumpre destacar que os ‘sábios’ viviam afirmando que as modificações provocadas pelo efeito estufa seriam paulatinas, coisas para talvez daqui a um século. Esqueceram-se, porém, na pressa de distrair a Humanidade, de citar o efeito Arrhenius, resultante do progresso sem preocupações ecológicas, do uso indiscriminado do carvão na sensível atmosfera terrestre. Eis pois que o abuso já tem cerca de duzentos anos (estávamos na década de 1980), a idade da era industrial”.

rência de Kyoto, ocasião em que o protocolo foi assinado, estávamos na expectativa de que, em 2005, começariam novas negociações. Estamos em 2009, portanto, já são quatro anos de atraso.”

Empenho da ONUAo mencionar as estratégias

em jogo, o experiente diplomata

reforçou a preocupação da ONU na solução do problema: “Para o nosso secretário-geral, sr. Ban Ki-moon, o tema ‘mudanças climáticas’ é de alta prioridade para as Nações Unidas. Não há nenhum acordo internacional-mente aceito e com força de lei que cubra o período de 2013 em diante”.

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Protocolo de Kyoto — Estipula metas de redução aos países desenvolvidos, 5,2% até 2012, em relação aos níveis de 1990, e é responsável também por dar subsídios para a redução das emissões, a exemplo do Comércio de Carbono — também chamado de comércio de redução de emissões; o mercado de carbono negocia emissões através de créditos que pagam ou compensam as reduções de gases do efeito estufa. Entrou em vigor oito anos depois de sua assinatura (1997) por causa da aceitação tardia da Rússia, em 2005. Ainda assim, sem a participação importante de países como os Estados Unidos, um dos maiores emissores de gases causadores do efeito estufa.

A atenção mundial hoje para a questão climática e ambiental está redobrada, já que, anteriormente, apenas as nações desenvolvidas eram os maiores poluidores. “Hoje em dia, a China é o maior emissor de gases do efeito estufa, porém, na época da Conferência de Kyoto, eram os EUA, e a China vinha logo atrás. A situação mu-dou. O Brasil, a Índia, a África do Sul e a Indonésia também são emissores em grande potencial.”

Nesse novo quadro que se de-senha, em que os chamados países emergentes estarão poluindo tanto

quanto ou acima dos níveis de emissão dos mais industrializados, é necessário que todos assumam compromissos. “Na Dinamarca, es-peramos conseguir um acordo que abranja tanto os países desenvolvi-dos quanto aqueles em desenvolvi-mento. (...) O nosso empenho é para que todos os líderes políticos sejam representados. Temos mobilizado os membros das Nações Unidas para produzir ideias e encorajar os governos a assinar o tratado ainda em Copenhague”, informa.

De acordo com Kiyo Akasaka, esse período de quase 12 anos entre um acordo e outro serviu, também, para que diversos estudos fossem produzidos, o que, para ele, tem papel fundamental nas negociações. Além disso, as próprias condições verificadas em tantas partes do glo-bo tornam irreversível essa adesão. “Em muitos países, não apenas o governo federal, mas os gover-nos locais, a sociedade civil e as pessoas em geral estão bem mais conscientes da necessidade de lidar com essas questões, porque se têm

observado os efeitos das mudanças climáticas no aumento do nível do mar, nas tempestades, nas secas, no derretimento de geleiras nos Alpes... Algo precisa ser feito.”

Entre esses trabalhos, ele desta-cou um estudo de referência, divul-gado no ano passado: o quarto rela-tório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (em inglês, IPCC), órgão das Nações Unidas responsável por produzir informa-ções científicas. O relatório do IPCC propõe que, para evitar o aumento da temperatura média no planeta no nível de dois graus Celsius, é preciso reduzir entre 25% e 40% a emissão dos gases poluentes até 2020, e em 80% até 2050, tendo como base os índices de 1990. Para o diplomata, o relatório é “importante para encorajar os líderes mundiais a criar políticas que enfrentem a realidade do aquecimento global; essas propostas, juntamente com os fatos tornados públicos pelo IPCC, ajudam os negociadores a compreen der a urgência e a gra-vidade dos problemas”.

Especial Meio Ambiente

Ban Ki-moon, secretário-geral da ONu.

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conquistado o status consultivo geral no Conselho Econômico e Social da Organização Ecosoc, Akasaka salienta: “Desejo à LBV tudo de bom. A mídia pode alcan-çar o maior número possível de pessoas. Espero que vocês levem a muitos e muitos públicos essa mensagem, façam a diferença e mudem a mentalidade das pes-soas, para que possam trabalhar juntas pelos mesmos objetivos que interessam a todos”.

O papel do BrasilAs características do território

brasileiro conferem ao país uma posição de destaque na agenda am-biental. Além de abrigar boa parte da maior floresta tropical do mundo, a Floresta Amazônica, o Brasil se notabilizou ao sediar a Convenção do Clima (UNFCCC no original em inglês — United Nations Fra-mework Convention on Climate Change), no Rio de Janeiro/RJ, em 1992 (a Eco-92), cujo documento final foi assinado por mais de 180 governos e representou um avanço, abrindo caminho para o Protocolo de Kyoto. Ou ainda na iniciativa anunciada pelo governo brasileiro na 14ª reunião da Convenção do Clima, em Poznan (Polônia), no fim do ano passado, de reduzir o desmatamento da Amazônia em 30% até 2013, e mais 40% até 2017. As metas de redução baseiam-se na média de desmatamento entre 1996 e 2005, de 19 mil km².

Sobre a participação do Brasil na Conferência de Kyoto, o repre-sentante da ONU ressalta: “No ano de 1997, o Brasil desempenhou um papel de grande importância ao apresentar um novo modelo de mecanismo de desenvolvimento

verde”. Para Kiyo Akasaka, “o país é líder de muitos outros em desenvolvimento e tanto suas ideias quanto sua atuação têm sido de enorme relevância para a maioria das negociações acerca das mudan-ças climáticas e de outras questões ambientais. A comunidade interna-cional espera que a nação continue a desempenhar o papel de liderança para que a distância entre os países desenvolvidos e aqueles em desen-volvimento seja diminuída”.

Kiyo destacou que um povo consciente faz com que o próprio governo apoie iniciativas de prote-ção ambiental. E completa: “Como ocorreu na Conferência de Kyoto, esperamos que, dessa vez, seu engenhoso povo, cheio de ideias criativas e inovadoras, ajude os negociadores do mundo a chegar a um entendimento e firmar o acordo em Copenhague”. Nesse sentido, lembrou o valor da atuação da sociedade civil e dos meios de comunicação na formação dessa nova consciência.

A respeito da programação da Super Rede Boa Vontade de Co-municação e da LBV, que desde 1994 trabalha em parceria com as Nações Unidas, tendo em 1999

rEEDUCaçãO aMBiENTal Desde pequeninas, com a Pedagogia do Afeto, criada pelo educador Paiva Netto, as crianças da lBV aprendem que prote-ger o planeta é uma grande lição a ser aprendida e praticada na vida.

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“Não apenas o governo federal, mas os governos locais, a sociedade civil e as pessoas em geral estão bem mais conscientes da necessidade de lidar com essas questões,

porque se têm observado os efeitos das mudanças climáticas no aumento do nível do mar, nas tempestades,

nas secas, no derretimento de geleiras nos Alpes...”

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Page 44: Revista Boa Vontade, edição 226

No Brasil, onde 80% da população está concentrada em áreas urbanas, pesquisadores estão envolvidos em avaliar o impacto das mudanças cli-máticas e até que ponto isso afetará as grandes cidades brasileiras (dezenas delas com número superior a 500 mil habitantes). um primeiro passo foi dado com a realização, em julho, do Painel Internacional de Especialistas em Me-gacidades, vulnerabilidade e Mudança Climática global. Com base nesse es-tudo, serão traçados, pela primeira vez, mapas qualitativos desses problemas, preliminarmente nas regiões metropo-litanas de São Paulo e rio de Janeiro, nas quais vivem mais de 30 milhões de habitantes.

Liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela universidade Estadual de Campinas (unicamp), o estudo servirá de apoio

Fonte: Agência Fapesp

Efeitos do AquEcimENtOglObAl nas cidades

para outras regiões do país. Em 2010, os resultados serão apresentados formalmente, e o estudo pode ser utili-zado como fundamento para políticas públicas de adaptação às mudanças climáticas.

Enchentes, congestionamentos, deslizamentos em encostas, acidentes e doenças estarão cada vez mais pre-sentes no dia a dia das populações, se não forem tomadas soluções urgentes (leia os quadros ao lado), com ênfase para a redução das emissões de gases poluentes que intensificam a mudança do clima e a formação, no caso das metrópoles, de verdadeiras “ilhas de calor”. Outro fato alarmante: já se sabe que as camadas mais pobres da população são as mais afetadas pelos problemas ambientais — tendência essa seguida pelos demais países em desenvolvimento.

Especial Meio Ambiente

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ADAPTAçõES PARA MINIMIzAR AS MUDANçASDepois do diagnóstico preliminar feito pelo painel, o próximo passo dos cientistas é identificar as áreas geográficas onde as vulnerabilidades poderão se manifestar de forma mais intensa. Algumas ações, chamadas pelos técnicos de

adaptações, seriam bem-vindas já, para que não se tornem imprescindíveis. A seguir, algumas medidas recomendadas:

Poluiçãoredução drástica das emissões

de poluentes. No caso de cidades como São Paulo, atenção especial

às emissões veiculares, com a utilização de combustíveis mais

adequados, carros mais eficientes, restrição ao número de automóveis

em circulação e incentivo ao transporte público.

Ondas de calor

Arborização das cidades, uma prática simples que

depende apenas de uma

mudança de cultura.

Impermeabilização das cidades

utilização de pisos e outros materiais de cobertura que

facilitem o escoamento e

a infiltração das águas de

chuva.

Cálculo para o abastecimento de

energiaNão apenas levando em conta o aumento da população e do

consumo per capita, mas considerando

também as mudanças climáticas.

Migração pelas secas no semiárido

nordestino Preparar cidades como São Paulo,

onde há populações com vínculos de

parentesco, para receber os

retirantes.

PROjEçõES PARA AS CIDADES BRASILEIRAS

Episódios de chuvas de maior intensidade

Agravamento dos problemas já enfrentados com as chuvas de verão

(toda a cidade será afetada, mas nas favelas seria mais catastrófico).

Intensificação dos veranicos e períodos de

secaImpacto direto no

abastecimento de água.

Fortes ondas de calor

Maior número de problemas

de saúde (principalmente entre os idosos)

Episódios agudos de

poluição do arNúmero maior

de mortes relacionadas

à poluição ambiental.

Falta de chuvas no inverno

Consequentemente, queda da umidade

relativa do ar, podendo gerar condições de inversão térmica em

nível crítico.

BOA VONTADE | 45

Page 46: Revista Boa Vontade, edição 226

Trabalhar por uma sociedade civil globalmente articulada em rede, capaz de enfrentar os problemas efetiva e deci-

sivamente, bem como prevenir cenários mais graves decorrentes do aquecimento global, tem mo-nopolizado a atenção e dedicação

Pela sustentabilidadedo planeta

O economista Sérgio Besserman Vianna defende a causa ambiental como estratégia de sobrevivência e desenvolvimento diante dos desafios do século 21

de profissionais das mais diversas áreas. Entre esses homens de van-guarda pode-se relacionar Sérgio Besserman Vianna, há décadas um estudioso e defensor da causa ambiental.

Mestre e doutor em Econo-mia, ex-presidente do Instituto

Brasileiro de Geografia e Esta-tística (IBGE), de 1999 a 2003, funcionário do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Besserman tem cultivado por

Especial Meio AmbienteSérgio Besserman Vianna

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46 | BOA VONTADE

Page 47: Revista Boa Vontade, edição 226

muito tempo o interesse por estu-dos científicos ligados ao ambien-talismo. Com efeito, buscou ao longo desses anos utilizar-se do conhecimento por onde passou, como quando esteve à frente do Instituto Pereira Passos e, atual-mente, como presidente da Câma-ra Técnica de Desenvolvimento Sustentável e de Governança Metropolitana, da prefeitura do Rio de Janeiro/RJ (Cadegom).

Também é comum vê-lo de-fender uma consciência maior da população com relação à questão ambiental e às políticas para o setor. Essa exposição se dá por meio de palestras ou participando como comentarista de sustentabi-lidade da Globonews e da Rádio CBN.

Carioca apaixonado por sua cidade, viu com alegria a escolha do Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o que para ele poderá confirmar ainda mais a vocação do Rio para o de-bate das questões ambientais. Em entrevista à BOA VONTADE, em 7 de outubro, Besserman reafirmou sua posição sobre o tema e ressaltou os desafios da 15ª reunião dos países signatários da Convenção do Clima, que se realizará de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, na Dinamarca, e o papel do Brasil nesse encontro e no novo cenário mundial que as mudanças climáticas estão desenhando.

BOA VONTADE — Muitas são as expectativas em torno da 15a reunião da Convenção do Clima. Existe já uma maior consciência

dos líderes mundiais sobre o assunto?

Sérgio Besserman — Há, de fato, uma consciência de que é totalmente necessário tomar medidas rápidas, emergenciais, muito pro-fundas, de modo que as economias do mundo, e não apenas a produção, mas o consumo, aquilo de que todos participamos tam-bém, mudem e passem a emitir menos gases do efeito estufa, com o objetivo de evitar piores cenários de aquecimento global. Há uma consciência dos líderes, dos estadistas, dos empresários e da opinião pública. No entanto, estamos talvez perto demais da reunião de Copenhague, com

pouco acordo anterior entre as grandes lideranças. Os Estados Unidos mudaram de governo recentemente; o presidente [Ba-

rack] Obama tem uma posição clara sobre o assunto, mas no início do governo tinha que lidar com a grande crise econômica, a maior des-de 1929, e diversos ou-

tros problemas. A lei norte- -americana que modifica a forma como lidam com as emissões de gases que causam o aquecimento global ainda está tramitando; pas-sou na Câmara dos Deputados, irá para o Senado, de modo que talvez os EUA cheguem a Cope-nhague sem uma posição final. Existem muitas dúvidas sobre se

QUAL É A SAíDA? “Amar ao próximo, não só o que está ao nosso lado no ano de 2009, mas também ao próximo que irá nascer, nossos filhos e os filhos dos nossos filhos... compromisso com as

futuras gerações é a alma do desenvolvimento sustentável.”

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haverá ou não um acordo nessa reunião. É importante que haja, mas, se isso não acontecer, que se mantenha consciência de que é preciso agir rápido...

BV — O que falta para essa mu-dança?

Besserman — Eu diria que há ainda muita inércia. É natural que haja certo conservadorismo diante de mudanças, nós somos assim; se o médico nos dá uma má notícia ficamos zangados com o médico, buscamos outro. Só quando a gente está convencido de que precisa emagrecer, fazer exercícios, ter hábitos saudáveis, de que necessita dar atenção à Espiritualidade, só então a gente encontra forças para mudar. O mundo não é tão diferente, ele já tem certa consciência da necessi-dade de considerar que o planeta é finito; temos de respeitar o ritmo em que a Natureza renova os serviços que ela nos dá, mas isso ainda não encontrou forças suficientes para se tornar em ação e início da transformação neces-sária neste século 21.

BV — Quanto à questão da matriz energética limpa, o Brasil tem bons exemplos para apresentar em Copenhague?

Besserman — Desde que haja definição de metas de redução de emissões de gases do efeito estu-fa, na medida do necessário para evitar os piores cenários, o aque-cimento global, provavelmente teremos a transversão energética muito rápida. A União Europeia tem uma meta para 2020, chama-

da 3x20, que é reduzir as emis-sões dos gases do efeito estufa em 20%, aumentando a eficiência energética, ou seja, fazer a mesma coisa com menos energia. Atingir uma cota de 20% de energias re-nováveis. E nós do Brasil temos um potencial enorme, é muito importante para a posição que o país ocupará no mundo no século 21... Saber utilizar o potencial que temos em biomassa, energia eólica, solar, de forma competi-

tiva, exige fundamentalmente a aplicação do conhecimento.

BV — Neste contexto, como vê a nossa reserva de petróleo no pré-sal?

Besserman — Ela é um im-pulso na produção e utilização de combustíveis fósseis, mas por outro lado é uma bênção, uma riqueza que o Brasil obteve com seu trabalho também. Não é só porque está na camada pré-sal, mas precisou-se de muito conhe-cimento, tecnologia, de esforços de pessoas na Petrobras. Não devemos utilizar esses recursos para nos ancorarmos no passa-do, (...) amarrados à civilização dos séculos 19, 20, que utiliza-va combustíveis fósseis, mas, sim, buscar esses recursos para potencializar a nossa transição para outra matriz energética na qual também temos imensas vantagens. O potencial das fontes renováveis é o de muitos pré-sais, mas depende de conhecimento, ciência e tecnologia, e de utilizar-mos os recursos do pré-sal nesse movimento em direção ao futuro.

BV — O que se pode esperar da representação brasileira na Dinamarca?

Besserman — A posição do governo brasileiro está em pro-cesso de negociação, tanto interna, entre ministérios, quanto externa. Portanto, nesse momento é um pouco como cartas num jogo de pôquer, ninguém mostra as cartas, porque todos estão negociando. Além da ambiciosa meta de redu-ção do desmatamento em 80% até

“Se o médico nos dá uma má notícia ficamos zangados (...). Só quando a gente está convencido de que precisa emagrecer (...), ter hábitos saudáveis, de que necessita

dar atenção à Espiritualidade, só então a gente encontra

forças para mudar. O mundo não é tão diferente, ele já tem certa consciência da

necessidade de considerar que o planeta é finito; (...)

mas isso ainda não encontrou forças suficientes para se

tornar em ação.”

Especial Meio Ambiente

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2020, anunciada pelo presidente Lula, o Brasil deveria, não apenas como compromisso pelo futuro do planeta, mas para a posição com-petitiva da economia brasileira no mundo, também caminhar para uma economia de baixo teor de carbono e ter meta de redução de emissões de gases do efeito estufa na sua atividade produtiva — atra-vés de mais eficiência energética e maior utilização das fontes reno-váveis de energia.

BV — A maior parte das emis-sões de gases do efeito estufa é também de responsabilidade das cidades. Quais os maiores desafios do urbanismo no Brasil?

Besserman — As cidades bra-sileiras são aglomerados urbanos extremamente complexos, muito caóticos. Os maiores desafios são prover de boa qualidade de vida as populações mais carentes, es-pecialmente no que diz respeito ao saneamento e à Educação. Do ponto de vista da sustentabilidade, três questões destacam-se. Primei-ro, um tratamento adequado para o lixo, [pois] 3% do aquecimento do planeta pode decorrer do metano produzido em aterros sanitários das cidades; soluções moder-nas que queimam o metano dos centros de resíduos e produzem energia devem se disseminar pelos municípios brasileiros. O segundo problema é o transporte, que deve procurar ser, cada vez mais, fun-dado no transporte coletivo, numa integração inteligente dos diversos meios, trem, metrô, ônibus, táxi, van, bicicleta; é fundamental am-pliar a rede cicloviária de modo

que se reduzam as emissões, mas também gerem uma mobilidade mais barata, especialmente para as pessoas de baixa renda. E a terceira questão é a do desperdí-cio no uso dos equipamentos, nas edificações.

BV — Os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, têm tam-bém o desafio de se apresentar como uma das olimpíadas mais verdes da história?

Besserman — Isso traz uma imensa oportunidade, porque uma das grandes heranças dos jogos olímpicos é o fortaleci-mento da marca da cidade, por isso essa competição dura. A marca do Rio de Janeiro pode se fortalecer muito com os Jogos Olímpicos, o mundo vai estar olhando para nós. A agenda glo-bal é a da sustentabilidade, é o que o mundo vai cobrar — que os Jogos Olímpicos sejam os mais verdes, os mais sustentáveis da história, carbono zero, que o Rio de Janeiro mostre ao mundo esse rosto maravilhoso, três grandes florestas, litoral oceânico, as

baías de Sepetiba e da Guanabara, um sistema de lagunas. O nosso rosto para o mundo terá de ser mais azul, nossas águas mais limpas, nossas florestas preser-vadas e muito reflorestamento, arborização, com um ar mais saudável para respirar. Estaremos mostrando uma alma de cidade do século 21 e ganhando o reconhe-cimento dos povos do planeta e, portanto, granjeando para o Rio competitividade, renda, emprego, qualidade de vida para todos — o que aflora também a autoestima de sabermos que contribuímos para o desenvolvimento susten-tável do mundo.

BV — O tempo muito curto dian-te das mudanças climáticas em curso ameaça frustrar o desen-volvimento, a perspectiva de um futuro melhor?

Besserman — Certamente haverá custos muito significativos para as futuras gerações, princi-palmente, por conta da mudança climática, do aquecimento global; esses custos se abatem especial-mente sobre aqueles mais carentes,

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as populações mais vulneráveis do planeta. Mas todos os cidadãos do mundo sofrerão as consequências se formos incapazes de nos colo-car no caminho, nesses anos tão decisivos da História.

BV — Quais as possíveis e mais preocupantes consequências para o Brasil?

Besserman — Há necessi dade de produzir mais conhecimentos, mas graças ao trabalho do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais nós podemos já ter cenários de algumas consequências muito graves para o Brasil, como a transformação do semiárido, no Nordeste, numa região totalmente

Rio 2016 — “A agenda global é a da sustentabilidade, é o que o mundo vai cobrar — que os Jogos Olímpicos sejam os mais verdes, os mais sustentáveis da história”.

árida; a savanização de grande parte da Amazônia [savanas são um tipo de vegetação de gramí-neas e arbustos, como o cerrado brasileiro], portanto, a perda da floresta; problemas de desertifi-cação intensificada no extremo sul do país; a elevação do nível do mar em todo o litoral, com grandes custos de infraestrutura logística e urbana; e principalmente o custo social decorrente da vulnerabili-dade maior das populações mais carentes.

BV — Que orientação se pode dar às pessoas que desejam se engajar na luta pela preservação do planeta?

Besserman — Amar ao próximo, não só o que está ao nosso lado no ano de 2009, mas também ao próximo que irá nascer, nossos filhos e os filhos dos nossos filhos... compro-misso com as futuras gerações é a alma do desenvolvimento sustentável.

Ao término da entrevista, o economista Sérgio Besserman autografou o livro Charles Darwin, cujo capítulo final é de sua autoria, ao dirigente da LBV, com as seguintes pala-vras: “Ao dr. Paiva Netto, com admiração pelo trabalho em prol dos necessitados”.

Especial Meio Ambiente

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de km2 do território amazônico brasileiro.A conservação do bioma Amazônia

dar-se-á também pelo aumento do con-sumo de fertilizantes na região Centro- -Oeste, uma das mais importantes áreas brasileiras do agronegócio, que, com o incremento da produtividade, gera natural diminuição da pressão da fronteira agrí-cola contra a floresta. Dados levantados nos últimos 15 anos, pela Companhia Na-cional de Abastecimento (Conab) e pela Agência Nacional de Difusão de Adubos (ANDA), definiram um crescimento da produção brasileira de grãos na ordem de 5,9% e de novas áreas plantadas de apenas 1,9%, resultado justificado pelo aumento em 7,2%, no mesmo período, do consumo de fertilizantes.

Dadas as fragilidades de nosso bioma, a exploração dessas reservas impõe aos empreendedores a aplicação dos conceitos da geodiversidade que propõem o equilíbrio entre o uso dos recursos minerais e a conservação da natureza. Implica desenvolver o setor mineral sob os mais altos padrões da sustentabilidade ambiental: com a mini-mização dos impactos e mantendo níveis de elevada proteção ecológica; e garan-tindo o bem-estar socioeconômico da geração presente e futura. Desta forma, a Amazônia se apresenta não como celeiro do mundo, mas como principal fonte de fertilidade e sustentabilidade à produção de alimentos para a Humanidade, nosso grande desafio no século 21.

A participação da região amazônica na produção mundial de alimentos promete ser decisiva e estratégica. Tenho promovido desde 2003,

quando tive a oportunidade de dirigir as atividades do Serviço Geológico do Brasil na Amazônia Ocidental, a exploração das reservas do mineral silvinita — de onde se extrai o cloreto de potássio —, reconhe-cidas ainda na década de 1970 por meio de trabalhos da Petrobras na região, que compreende uma área com extensão de mais de 400 km entre os Estados do Amazonas e do Pará, nas bacias dos rios Madeira (próximo a sua foz) e Amazonas.

Presente na forma de sais minerais, o potássio (K) é elemento fundamental às indústrias de fertilizantes (NPK), que, como insumo tecnológico, permite o aumento de produtividade em diversas atividades agrícolas.

Como importante produtor de ali-mentos no mundo, o Brasil necessita importar do Canadá, Rússia, Israel, Alemanha, entre outros países, cerca de 92% das suas demandas de cloreto de potássio, o que representou em

Daniel Borges Nava*

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Daniel Borges Navaespecial para a BOA VONTADE

2008 para nossa balança comercial um valor superior a US$ 5 bilhões.

Por vários motivos sou entusiasta desse projeto. Primeiro, pela geodiver-sidade dessa região, muito similar à das principais áreas produtoras de potássio no mundo: Saskatchewan (Canadá) e Urais (Rússia). Segundo, pela infraestru-tura de escoamento da produção para os principais centros brasileiros produtores de alimentos: regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, pela Hidrovia do Madeira até Porto Velho (RO) ou pela Hidrovia do Amazonas até Santarém (PA), seguindo pela Rodovia Federal BR-163 (Cuia-bá–Santarém). Fato que agrega grande competitividade, uma vez que no Canadá e na Rússia, por causa do isolamento das reservas, tal escoamento dá-se até os primeiros portos por ferrovias com extensões superiores a 1.500 km.

Em terceiro lugar, pela susten-tabilidade do Programa Nacional de Biocombustíveis, que demanda alta quantidade desses insumos. O quarto, e talvez principal, pela possibilidade de combate ao desmatamento na Amazônia pelo uso intensivo dos ferti-lizantes em programas de incentivo ao reflorestamento; e pela produção da agricultura familiar na recuperação das áreas que, historicamente, foram degra-dadas — dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam a grandeza dessas áreas: equivalentes a aproximadamente 16% dos 4,5 milhões

Amazônia em foco

Photos.com

* Daniel Borges Nava — É bacharel em Geologia e mestre em Ciências Ambientais e Desenvolvimento da Amazônia. Professor da Faculdade La Salle Manaus e secretário-executivo de Geodiversidade e Recursos Hídricos do Governo do Amazonas.

O papel da Amazôniana produção de alimentos

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Milhares de pessoas da Re-gião Norte foram surpre-endidos com as enchen-tes dos rios na Amazônia.

O alto índice pluviométrico, que tradicionalmente se verifica entre dezembro e maio, neste ano se prolongou até o fim de junho. Em razão disso, o rio Negro, base

LBV leva ajuda à população ribeirinha

Instituição entrega 24 toneladas de alimentos a famílias atingidas por cheias de rios na região

para medição da cheia no Ama-zonas, atingiu a profundidade de 29,75 m, superando a marca da grande enchente de 1953. Diver-sos bairros da capital, Manaus, e outros municípios da região ficaram debaixo d’água, na maior cheia da história do Amazonas nos últimos 100 anos.

O volume das águas dos rios só voltou ao normal no término de setembro, quando também foi possível mensurar os enormes prejuízos à população. A fim de contribuir para amenizar o sofrimento de milhares de famí-lias ribeirinhas, a Legião da Boa Vontade entregou 24 toneladas de alimentos não perecíveis. Fo-ram beneficiados seis municípios do interior do Estado: Anori, Nhamundá, Manicoré, Juruá, Ipixuna e Envira. A cerimônia que marcou a entrega, realizada no Centro Comunitário e Educa-cional da LBV em Manaus (Rua Manicoré, 100, Cachoeirinha, tel.: (92) 3215-7930), contou com a presença de autoridades e da imprensa das cidades aten-didas.

Acontece no Amazonas

Cibelli Pietrangello e Joílson NogueiraFotos: Clayton Ferreira

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Na ocasião, a recepção aos prefeitos dos municípios benefi-ciados contou com o alto-astral e o canto do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade, formado por crianças atendidas pela Instituição na capital manauara.

Durante o evento, a prefeita de Anori, San-suray Pereira Xavier, ressaltou a ação solidária da LBV em favor das famílias de seu município: “Fica-mos muito gratos com a doação da LBV. Essas cestas che-garam num bom momen-to; as pessoas estavam aguardando por esses alimentos. Muitas famí-lias não tinham como se alimentar”.

À BOA VONTADE, o prefeito de Nhamundá, Tomaz de Souza Pontes, falou das dificuldades en-frentadas na cidade: “A enchente trouxe uma catástrofe para o mu-nicípio de Nhamundá. Houve um

grande prejuízo de pro-dução e desmoronamento de várias casas na orla da cidade. O sofrimento dessas pessoas está sendo amenizado graças a enti-dades como a LBV. Esses

alimentos que recebemos dela vão para o interior, para o povo

que mais sofreu e ainda não recebeu nenhum tipo de ajuda”.

Parte da população atingida com a elevação das águas está na zona rural, geralmente em re-

Sansuray Xavier

Tomaz Pontes

LBV, presente onde o povo

precisa.A Legião da Boa Vontade,

sempre de mãos dadas com a comunidade, vale lembrar, tem atendido, por meio de seus programas emergenciais, locali-dades de diversos Estados que passam por desastres naturais. Somente em 2009, a LBV entre-gou 86 toneladas de alimentos não perecíveis para o Amazo-nas, Bahia, Maranhão e Piauí. Tais mobilizações são possíveis graças à indispensável ajuda das pessoas de Boa Vontade, que colaboram para a construção de um Brasil melhor e mais solidário.

Por causa da enchente, cerca de 800 crianças das comunidades ribeirinhas ficaram sem aula. Os alunos, em vez de correr pelos pátios da escola, brincavam em pequenas canoas.

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Ipixuna

Juruá Anori

Manicoré

Nhamundá

Envira

giões de várzea, o que implica perda de plantações e criações, fundamentais para o sustento familiar, como destacou o representante da cidade de Envira, Edinelson Bastos. “Sabemos da di-ficuldade do nosso município; essas cestas que recebemos hoje serão de grande benefício para a comunidade rural. O município de Envira agradece o apoio da LBV”, declarou.

Para o representante da prefei-tura de Manicoré, José Arlindo, o benefício veio na hora certa: “Essa doação da LBV é muito bem-vinda. Nossos irmãos ribei-rinhos sofrem com a cheia dos rios, o que prejudica a produ-ção agrícola e, assim, eles não têm de onde retirar o alimento bá-sico e também como vender aquilo que produzem. A comunidade agradece a Deus e a todos os que colaboraram com esta iniciativa”.

Difícil acessoCom o início da vazante

O m a i o r E s t a d o d o país, o Amazonas, com 1.570.745,68 km², abriga um território rico por sua biodi-versidade e belezas natu-rais, no qual se concentra a Floresta Amazônica. A região contempla também a maior rede hidrográfica do planeta, mantendo a capacidade de navegação durante o ano todo. Nela destaca-se o Amazonas, conhecido internacional-mente como o maior rio do mundo em volume de água.

Cidades atendidas pela LBV no Amazonas

Edinelson Bastos

José Arlindo

Acontece no Amazonas

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A entrega de alimentos, realizada pela LBv, a municípios do interior do Amazonas contou com a cobertura local de vários veículos de comunicação, a exemplo da tv rio Negro/Band, da rádio CBN e do jornal A Crítica. Os agradecimentos da Legião da Boa vontade a toda a mídia impressa e eletrônica que divulgou e apoiou a iniciativa.

dos rios, as pessoas precisam reconstruir suas casas e parte

das cidades e, por viverem em regiões de difícil acesso, so-frem ainda mais com a situação, a exem-plo do município de Ipixuna — 1.367 km de Manaus; distância

fluvial: 2.936 km. Manoel Os-man, representante da prefeitura, também ce-lebrou o apoio da LBV: “Quero agradecer à Legião da Boa Vontade que, com toda a sua equipe e ao longo destes anos trabalhando pelo bem do

povo, está doando a Ipixuna 4 toneladas de alimentos”.

O prefeito de Ju-ruá, Tabira Ferreira, igualmente registrou seu agradecimento:

“Em meu nome e dos munícipes quero agradecer à direção da LBV, ao senhor José de Paiva Netto, por ter nos proporcionado esta doação de cestas básicas, que, com certeza absoluta, diminuirá as dificuldades daquela gente”.

Também manifestou satisfa-ção em participar dessa mobili-zação solidária, ao representar o depu tado estadual Arthur Bisneto, o advogado Mário de Barros: “Conheço o trabalho da LBV, sei que é sério. (...) Os que se dispõem a contribuir e entendem o sofrimento dos que estão desabrigados, desaloja-dos nos municípios, são pessoas

de grande coração. Pa-rabéns à LBV por mais esta iniciativa! Hoje es-tou participando de uma atividade, mas sei que a Instituição tem muitas outras durante o ano.

Manoel Osman

Mário de Barros

Tabira Ferreira

E a sociedade, com certeza, saberá agradecer, a seu modo, este trabalho tão importante da LBV”.

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Partindo da cidade de Anori/AM, em 2 de agosto, a equipe da Legião da Boa Vontade embarcou em uma lancha rumo às comunidades rurais e ribeiri-nhas do lago Paraná do Pão, afluente do rio Solimões, que tiveram as casas alagadas, as plantações destruídas e o modo de vida comprometido pelas fortes chuvas.

Depois de deixar o lago, que banha a cidade de Anori e, em seguida, descer o Solimões por mais de meia hora, a equipe chegou à Comunidade do Lago Paraná do Pão. Ao longo do percurso, foi possível avistar as marcas de quase um metro de altura da água barrenta nas casas de madeira, assim como o gado ainda mantido nas marombas (arma-ções de madeira), enquanto galinhas, patos e outros pequenos animais, que não foram arrastados pela correnteza, permaneciam em pequenos cercados, firmados sobre troncos de árvores.

Era domingo e boa parte das famí-lias, sem ter para onde ir, permanecia ilhada dentro de casa, olhando, ao lon-

A força da Solidariedadege, o vaivém dos barcos, das lanchas, dos expressos e das balsas que cruzam os rios, à semelhança das avenidas de uma grande cidade.

Nesse cenário, a equipe da LBV en-controu raimunda Dantas Meireles, de 30 anos, moradora de uma casa flutuan-te. Mãe de seis crianças e avó de duas, ela só conseguiu salvar os pertences por-que toda vez que a água subia a família construía novo assoalho, deixando o piso de madeira mais perto do teto. Porém, da plantação de mandioca, da qual extrai o sustento, nada sobrou.

A cesta de alimentos que a família recebeu da LBV e da prefeita de Anori, Sansuray Pereira Xavier, representou a garantia de uma alimentação melhor durante dias. Dona Raimunda e as crianças ficaram muito felizes e, apesar da escassez de recursos e da despensa quase vazia, convidaram todos para um cafezinho.

Enquanto agradecia a ajuda, essa senhora relatou as dificuldades da famí-lia. Contou que, com a ajuda do esposo,

planta mandioca para fazer farinha. A produção é apenas para o próprio con-sumo e o pouco que sobra é vendido para comprar café, sal e açúcar.

No mesmo local, a equipe da Insti-tuição encontrou outra mãe, Ozanira de Lima Meireles, 32 anos, quatro filhos, que igualmente recebeu a cesta de alimentos e ficou muito contente.

A exemplo dessas duas famílias, muitas outras foram beneficiadas com a ação da LBV. No retorno a Manaus, enquanto o barco abria caminho por entre rios e lagos, o coordenador da Defesa Civil do município, Marialvo da Silva Castro, e o vereador Francisco raimundo Carlos de Lima contavam a história de várias das famílias que receberam os gêneros alimentícios, as quais com dificuldade lutam para sobreviver. O sorriso de cada pessoa atendida e o teor daquelas narrativas reforçaram o valor da Solidariedade de tanta gente que, de alguma forma, tem contribuído para iniciativas como essa da LBV.

Elisene Santos

Acontece no Amazonas

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No Amazonas, LBV distribui1,5 tonelada de medicamentos

Com a baixa das águas, as famí-lias do interior amazonense passam a enfrentar outro drama: o surgimento de diversos casos de doenças hídricas (he-patites, doenças de pele, leptospirose, entre outras). A Legião da Boa Vontade, sempre atenta às necessidades do povo, mais uma vez se faz presente e, numa ação emergencial, entregou, em 13 de novembro, 1,5 tonelada de medi-camentos para cinco municípios (Anori, Nhamundá, Anamã, Itamarati e Borba).

Os prefeitos e os secretários de Saú-de dos municípios atendidos estiveram no Centro Comunitário e Educacional da LBV em Manaus/AM para receber a doação dos lotes de medicamentos. O senador Arthur virgílio prestigiou a cerimônia.

Ao chegar à LBV, o parlamentar foi recepcionado pelo Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade. “Ouvir o canto das crianças foi muito bonito. Os valores passados a elas são os melhores. É um clima de muito alto-astral que gira em torno da LBV. Antes de mais nada, eu devo dizer que tenho respeito por

Após calamidade causada pelas cheias, famílias sofrem com a estiagem e a falta de remédiosesta Entidade. Não é à toa que a ONU acolhe a LBV e reconhece o trabalho que ela tem espalhado pelo mundo inteiro. É um trabalho social muito profícuo e sério que faz em todo o Brasil”, afirmou, em entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação.

O senador aproveitou a ocasião para fazer um convite: “Quero, inclusive, recomendar aos prefeitos e aos seus representantes, que frequentemente vão a Brasília, que não deixem de conhecer o Templo da LBV. Primeiro, porque é um lugar com um clima de Paz muito grande; segundo, e isso eu já testei pessoalmente, tem uma caminhada que se faz em círculos num Templo muito bonito, pacífico, acústica perfeita, e você caminha por ali, e dá uma sensação de muita tranquilidade, você sai dali leve. Eu fui uma vez, e minha mulher fez; na outra vez eu fiz. Saí dali tranquilo mesmo. Recomendo que vejam aquele Templo: é uma preciosidade do ponto de vista de oferecer um momento para a reflexão, para o pensamento da Paz, do Amor, da Solidariedade”.

Sobre mais essa iniciativa social da Legião da Boa Vontade, o senador declarou: “A LBV tem muita sensi-bilidade; mostra que tem um bom conhecimento da região amazônica e que o problema das enchentes não se resolve só com o rebaixamento dos rios e das águas, se resolve com muitas coisas, entre as quais assistência médica para as eventuais doenças que surgem — as hepatites, as doenças de pele, a leptospirose. A LBV se põe atenta aos dramas e aos problemas do povo brasileiro em geral, e até de comunidades internacionais. Eu queria agradecer a todos, ao professor Paiva Netto, que é uma figura de enorme serenidade e ponderação. Agradeço a todos pela atenção muito especial que têm dedica-do ao Amazonas. Agradeço muito e de coração, é o pouco que eu posso fazer pelo que vocês fazem para pessoas que realmente precisam, e que haverão de ser gratas e ajudar a criar aquele clima de alto-astral que a gente encontra em todo lugar da LBV. Muito obrigado!”.

O senador Arthur Virgílio foi saudado por alguns dos idosos atendidos pela lBV. Na imagem acima, parte dos medicamentos que seguirão para as famílias de baixa renda vítimas de doenças.Fo

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20 anos do TBV

Comemorações

Milhares de pessoas do Brasil e do exterior festejam os 20 anos do Templo da Boa Vontade

Desde a sua chegada ao TBV, Paiva Netto foi saudado com grande entusiasmo pelo imenso público.

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pela PazAneliese de Oliveira

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“Entra, Humanidade!” Com essas palavras, em 21 de outubro de 1989, José de Paiva Netto, o fundador do Templo da Boa Vontade (TBV), abriu as portas do monumento mais visitado da capital brasileira, segundo dados oficiais da Secretaria de Desen-volvimento Econômico e Turis-mo do Distrito Federal (SDET), e também aclamado uma das Sete Maravilhas de Brasília.

No dia 24 de outubro, em clima

de festa e forte emoção, uma multi-dão dirigiu-se ao TBV novamente, desta vez para celebrar os 20 anos do Templo da Paz. O diretor-presidente da LBV, Paiva Netto, esteve à frente das comemorações e, a exemplo de quando inaugurou o monumento, também neste 2009 compareceram à festa milhares de pessoas vindas de todas as partes do planeta.

Todos os ambientes do Conjun-to Ecumênico da Legião da Boa

Vontade (TBV, ParlaMundi e sede administrativa) e arredores, como a Praça Alziro Zarur, defronte ao Templo, estavam superlotados. A solenidade foi transmitida pela Super Rede Boa Vontade de Co-municação (TV, rádio e internet) e repetidoras da Rede Mundial de Televisão, além de milhares de sites e emissoras de rádio que divulgaram o acontecimento.

O dirigente da LBV iniciou o Encontro com a leitura de trecho do livro Paiva Netto e a Procla-mação do Novo Mandamento de Jesus — A saga heroica de Alziro Zarur (1914-1979) na Terra, primeira publicação da Acade-mia Jesus, o Cristo Ecumênico. A obra foi lançada, na ocasião, para comemorar o cinquentenário da citada Proclamação, feita pelo saudoso fundador da Legião da Boa Vontade, Alziro Zarur, em 7 de Setembro de 1959, em Campi-

A revista BOA VONTADE Especial, lançada durante as comemorações dos 20 anos do Templo da Boa Vontade, transporta

o leitor para o passado, ao traçar a história dos desafios enfrentados por Paiva Netto para a construção do imponente monumento. Na

publicação há também o registro de grandes eventos que o TBV acolheu, a opinião de personalidades que conheceram o Templo da Paz e o destaque da mídia internacional, além de ressaltar os

15 anos do ParlaMundi. Para o público infantil, a novidade foi o lançamento de O Novo Mandamento do Cristo

Ecumênico, o primeiro título da Coleção Ecumênica “O Espiritualmente Revolucionário Novo Mandamento

de Jesus”, do selo editorial Soldadinhos de Deus, da lBV.

Na plateia bandeiras de diversas delegações internacionais festejam o monumento da Paz. Acima, aparecem as flâmulas do Brasil, da lBV e dos EuA (1). O jornalista Paiva Netto com o velho amigo e também jornalista Gilberto Amaral (2). Os ambientes do Conjunto Ecumênico da lBV estavam superlotados para acompanhar a cerimônia de aniversário, comandada pelo diretor--presidente da legião da Boa Vontade (3, 4, 5 e 6). A ampla Nave do TBV ficou completamente tomada.

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nas/SP, Brasil. Zarur também foi homenageado pelos 30 anos em que ele voltou à Pátria Espiritual.

A primeira tiragem do livro se esgotou no mesmo dia do evento, tamanho foi o interesse do público. Para produzir o título de estreia da Academia Jesus, mais uma inova-dora ação do dirigente da LBV, o grupo de jovens legionários que a compõem tomaram por base o que Paiva Netto chama de “o revolu-cionário ‘Amai-vos como Eu vos amei’ de Jesus, a estrutura de um mundo novo”. O trabalho literário registra também fatos marcantes que determinaram a criação da Le-gião da Boa Vontade, reconhecida hoje internacionalmente, fundada a 1º de janeiro de 1950, Dia da Con-fraternização Universal, por Zarur.

Da plateia surgiram bandeiras de Estados brasileiros e de outros países, como Portugal, Estados Unidos, Bolívia, Argentina, Pa-raguai e Uruguai, as quais eram erguidas para saudar o monumento da Paz. Em seu discurso, Paiva

6(...) Existem aqueles que acham, como se fora fatalismo, por eles atribuído em

censura aos místicos, que a guerra é indissociável do Ser Humano, sem que haja outra possibilidade de rápido progresso. Naturalmente, estão equivocados. Talvez por enquanto lhes falte ainda a resolução de contrapor-se a qualquer obstáculo e pugnar sem receios por tempos de fato mais pacíficos. Isso requer dose decisiva de ânimo: ir contra aquilo que certos “costumes milenares” ruinosos “decidiram” ser o caminho inarredável dos povos. Mas há muitos que possuem esse deste-mor. Sérgio vieira de Mello (1948-2003) foi um deles. Não afirmo que o instinto assassino vá desaparecer de uma hora para outra da face do planeta, a não ser pela manifestação de uma vontade superior à nossa: Deus. Somente não aceito modelos radicais, capitulados como realismo irremovível, que paralisa a socie-dade. Digamos, porém, para argumentar, que, se a guerra viesse, teríamos de enfrentá-la com toda a disposição necessária. Entretanto, um dia, a Fraternidade e a Justiça mudarão para melhor o destino acidentado dos indivíduos, das famílias, das pátrias. Quando a criatura se purifica, tudo se transforma à sua volta.

Fora dessa postura solidária, preconizada por Jesus, uma das maiores figuras que passaram por este orbe, torna-se mais difícil usufruir a Paz desarmada, custe o período que for preciso para alcançá-la.

recado DivinoEnfatizo, então, ao término, Recado Divino desse Senhor sempre preocupado

com o bem-estar dos povos: “Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie. Porque Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo!” (Evangelho do Cristo segundo João, 14:27 e 1; e Mateus, 28:20). (...)

A Paz não é utopia*

Trechos do discurso de improviso do diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, durante congresso

histórico dos 20 anos do Templo da Boa Vontade.

* Este improviso foi publicado, em parte, pela Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, no livro A Proclamação do Novo Mandamento de Jesus — A saga heroica de Alziro Zarur (1914-1979) na Terra e reproduzido em centenas de jornais, revistas e sites, no Brasil e no exterior, e também divulgados em milhares de emissoras de rádio e de televisão.

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Netto salientou a importância da reeducação dos povos, a que vai além da instrução das letras, pois privilegia a vivência e exemplifi-

cação de valores solidários e altruís-ticos, necessários à formação de cida-dãos ecumênicos e solidários.

Não faltaram à solenidade ami-gos e admirado-res da Legião da

Show de lançamento do CD “É urgente

reeducar”. o trabalho traz 14 composições de diversos estilos

musicais, passando pelo pop, rock,

samba, maracatu, jazz e bossa nova,

interpretadas por grupos e bandas vencedoras do Festival

Internacional de Música da lBV, edição 2009.

Boa Vontade, muitos deles de longa data, a exemplo do reno-mado jornalista Gilberto Ama-ral, colunista social do Jornal de Brasília. Em seu testemunho, o experiente homem de imprensa ressaltou: “Quando entrei no TBV pela primeira vez, senti uma força espiritual fora do comum. Era um Templo que dizia mais do que outros em todo o mundo. Além do Amor, da Fraternidade, da Ca-ridade, existe o principal: a Paz que tanto almejamos. E é a Paz

que o Irmão Paiva nos traz com a sua presença. Se não fosse ele, não estaríamos aqui, sem ódios e rancores. Paiva Netto é o nosso grande amigo!”.

Entusiasmado, Gilberto Ama-ral convocou o público presente a aplaudir o fundador do TBV.

Vida além da vidaNas comemorações de ani-

versário da Pirâmide da Paz também não faltou a vibração dos que se encontram no Outro

Academia jesus, o Cristo Ecumênico, lança sua primeira obra literária

O dirigente da lBV mostra ao público o livro Paiva Netto e a Proclamação do Novo Mandamento de Jesus — A saga heroica de Alziro Zarur (1914-1979) na Terra, primeira publicação da Academia Jesus, o Cristo Ecumênico. A tiragem inicial da obra esgotou- -se no mesmo dia do evento, tamanho foi o interesse dos presentes que, com satisfação, ergueram seus exemplares (conforme registra a imagem com aspecto parcial do público). Ao lado, o Brasão da Academia Jesus, o Cristo Ecumênico.

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Lado da Vida, pois como não se cansa de afirmar o dirigente da LBV: “Os mortos não morrem”. Deste modo, o coordenador da Revolução Mundial dos Espíritos de Luz, na Quarta Revelação, dr. Bezerra de Menezes (Espírito), por intermédio do sensitivo legio-nário Chico Periotto, brindou o público com uma bela mensagem do Plano Superior. O Médico dos Pobres, como também ficou conhecido, descreveu o fasci-nante cenário espiritual que se formara durante aquele Encontro das Duas Humanidades (Céu e Terra). O dr. Bezerra pediu que os seres terrestres abrissem, cada vez mais, o coração para receber as melhores vibrações do Mundo da Verdade.

Na sequência, Paiva Netto preparou o ambiente e convidou todos a proferir com ele a prece ecumênica do Pai-Nosso. Encerrou sua mensagem bradando: “Quem confia em Jesus não perde o seu tempo!, porque Ele é o grande Amigo que não abandona amigo no meio do caminho”. Os aplausos do público selaram o encontro.

Bom Dia DF, da TV Globo, destaca os 20 anos do Templo da Paz

“Saiba por que o Templo da Boa Vontade é o monumento mais visitado de Brasília.” Com esta fra-se, o Bom Dia DF, da Rede Globo de Televisão, abriu a reportagem sobre as comemorações dos 20 anos do Templo da Boa Vontade, exibida em 21 de outubro, Dia do Ecume nismo.

Apresentada pelo repórter Leonar-do ribeiro, a matéria exibiu os vários ambientes do Conjunto Ecumênico formado pela Pirâmide da Paz, pelo prédio administrativo e pelo Par-lamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV. Nesses locais, o visitante pode desfrutar de profunda Paz, tranquilidade e meditação.

No momento em que apresentava a Ala dos Estudantes, no ParlaMun-di, o repórter ressaltou a importância do TBV, o monumento mais visitado da capital federal, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Distrito Federal (SDET). Em duas décadas, mais de 20 milhões de pessoas do país e do mundo visitaram o Templo da Paz.

Leonardo Ribeiro destacou ainda o fato de a Pirâmide da LBV ter sido aclamada uma das Sete Maravilhas de Brasília. A reportagem também falou dos benefícios que as pessoas recebem, segundo elas próprias, no instante em que caminham pela espiral da Nave do Templo da Boa Vontade, explicando o significado dos caminhos de cor clara e cor escura. A edição do telejornal foi encerrada com uma bela imagem do Templo da Paz.

O Templo da Boa Vontade (TBV), símbolo maior do Ecumenismo Divino, é o monumento mais visitado da capital do Brasil, segundo dados oficiais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Distrito Federal (SDET). Na foto, da esquerda para a direita, o Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da lBV, a sede administrativa e o TBV. Visite: SGAS 915, lotes 75/76. Informações: (61) 3245-1070/www.tbv.com.br

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“A maior construção piramidal do século 20”Jornal Diário de NoticiasPortugal — (20/9/2003)

O repórter leonardo ribeiro entrevista Enaildo Viana, da lBV, na Nave do Templo.

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Arte e música no Templo da Paz

Nas comemorações do Ou-tubro no TBV, foi montada uma agenda especial de eventos durante todo o mês. Um dos destaques da programação foi a peça O Evangelho segundo o fe-minino — Porque “todas as mulheres são mães”, apresentada, em 23 de outubro, pela companhia de tea tro da Juventude Le-gionária. Nela o sentido de maternidade foi celebrado. Inspirada no artigo do escritor e jornalista Paiva Netto “Todas as mulheres são mães” — publicado em diversos veículos de comuni-cação no Brasil e no exterior —, a obra teatral conta uma Boa Nova (Evangelho) por meio de histórias de mulheres notáveis.

Também no dia 23, à noite, ocorreu o Encontro Ecumênico de Corais, que atraiu um grande nú-mero de pessoas. Com o objetivo de divulgar, por meio da música, mensagens de Amor e Fraternida-de, vivenciando assim a Cultura de Paz, o evento apresentou ao público composições interpretadas por corais de diferentes localidades e tradições, uma oportunidade para

câmara legislativa do DF saúda os 20 anos do Templo da Paz

A Câmara Legislativa do Dis-trito Federal homenageou, no dia 22 de outubro, o Templo da

Francisco Costa

apreciar a rica diversidade da cultura brasileira.

O Coral Ecumênico Boa Vontade de Uberlândia/MG contou com a participação do bra-sileiro Francisco de Assis Costa, residente em Angola, na África. Depois de atra-vessar o Oceano Atlântico para cantar na celebração de

20 anos do TBV, e apesar do pouco tempo para ensaiar com o coro, a disposição para se apresentar era

imensa já um dia antes das festividades do dia 24. “Não vejo a hora de acompanhar as palavras do Irmão Paiva. É sempre emocionante ouvir o seu ensinamento”, declarou.

Boa Vontade, por ocasião do 20º aniversário do monumento. A sessão solene foi realizada

no Salão Nobre do ParlaMundi da LBV. O fundador do monu-mento, José de Paiva Netto,

Bruna Romera

Na série de eventos Outubro no TBV, várias apresentações artísticas e culturais. Na foto 1 e no destaque, cenas da Juventude legionária após e em cena da peça O Evangelho segundo o feminino — Porque “todas as mulheres são mães”. Na segunda imagem, o Encontro Ecumênico de Corais, que superlotou o Plenário do ParlaMundi da lBV.

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Senador Sérgio zambiasi enaltece o TBV

A edição de 22 de outubro do Jornal do Senado traz com destaque pronunciamento do sena-dor Sérgio Zambiasi, na bancada do Senado Federal, no qual enalteceu os 20 anos do Templo da Boa Vontade.

Com o título “Zambiasi lembra os 20 anos do Templo da LBV”, a nota registra: “Sérgio Zambiasi comemorou ontem os 20 anos do Templo da Boa Vontade, construído em Brasília pela

Legião da Boa Vontade. O parlamentar disse que o Templo, que é um espaço ecumênico, favorece a inspiração de sentimentos nobres. Zambiasi informou que o edifício, na forma de pirâmide de sete faces, com 21 metros de altura por 28 metros de diâmetro, e um prisma de cristal no vértice, já recebeu mais de 20 milhões de pessoas, sendo o ponto turístico mais visitado na capital. O senador disse que Brasília também celebrou ontem o Dia do Ecumenismo”.

O site da Agência Senado (www.senado.gov.br/agencia) também noticiou a homenagem, publicando estas palavras de Sérgio Zambiasi: “Entrar no Templo da Boa Vontade é ser transportado a uma esfera de Paz. Saímos com o espírito renovado para amar ao próximo”.

foi representado pelo maestro José Eduardo de Paiva e pelo jovem legionário Alziro Paolotti de Paiva.

Sobre a iniciativa, comentou o deputado dr. Charles: “É motivo de grande honra ser o autor da proposição que homenageia essa Instituição de relevo no Distrito Federal e no Brasil. A gente sabe que Alziro Zarur foi um grande homem e quem o su-cedeu, Paiva Netto, também é e deu continuidade a esta maravilha chamada LBV”.

Em entrevista, o parlamen-tar relembrou a visita que fez a uma das unidades educacio-nais da Instituição: “Estive em Taguatinga, DF, em 2007, e fui visitar sem hora marcada uma creche que a LBV tem lá. Fiquei extremamente admirado, de ver-dade, satisfeito. Vi as monitoras, o local onde as crianças ficam, dormem. Fui à cozinha (que é absolutamente limpa), com as cozinheiras todas paramentadas. Comecei a ver alguns trabalhos e a visitar lugares da LBV, pas-sei a prestar atenção. Tratam as pessoas com muito respeito,

carinho. E quando você faz isso, obviamente, está construindo um país muito melhor. Essas crianças vão aprender a tratar os outros com esse mesmo respeito”.

Outro ponto enfatizado pelo dr. Charles foi a força do discurso do dirigente da Instituição. “No fim de 2007, ouvi o Paiva Netto falar. Não só porque ele tem o dom da palavra, mas as colocações dele me impressionaram, me mostraram que podia ser um parceiro desta Instituição. Comecei a ser efetivamente um parceiro, porque me reporto a uma Obra absolu-tamente séria”.

Igualmente, prestigiou a soleni-dade o deputado federal Rodrigo Rollemberg, que em 1999 propôs

Rodrigo Rollemberg

Sérgio Zambiasi

Ao centro, o deputado distrital dr. Charles, propositor da homenagem, ladeado pelo jovem legionário Alziro Paolotti de Paiva (E) e pelo maestro legionário José Eduardo de Paiva.

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a oficialização de 21 de outubro como o Dia do Ecumenismo, em lembrança ao Templo da Paz: “É uma alegria muito grande feste-jar os 20 anos do Templo da Boa Vontade e, ao mesmo tempo, os 10 anos da aprovação da lei distrital que criou o Dia do Ecumenismo”.

De acordo com o parlamentar, a escolha da data se deu justamen-te pelo fato de o TBV ser “um local de reflexão, de união de todas as crenças, povos, religiões e filosofias”. E completa Rollem-berg: “É esse espírito de ecume-nismo que contribui para semear um ambiente de entendimento, tolerância e compreensão, capaz de construir um mundo mais jus-to, solidário e generoso”. A data também é comemorada, desde 2001, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, e na cidade de Novo Hamburgo/RS, que incluiu a data em sua agenda oficial em homenagem ao TBV.

Ato ecumênico Um dia antes, 21, exatamente no

aniversário do Templo da Paz, a data foi celebrada com um ato ecumêni-co na Nave do TBV. Participaram da cerimônia figuras de renome de diversas áreas do conhecimento humano, além dos irmãos paraplé-gicos, representando as pessoas com dificuldades especiais.

Músicas que inspiram a ele-vação do Espírito fizeram parte da programação, que contou com a apresentação da Orquestra de Câmara Mater Dei e do Coral Ecumê nico do Templo da Boa Vontade. Todos os presentes receberam uma rosa branca, sim-bolizando a busca da Humanida-de pela Paz, e caminharam pela Espiral da Nave do TBV. Depois, as flores foram colocadas na Pia Sagrada, próxima ao Trono e Altar de Deus, onde era entregue uma lembrança do Templo. Em contrapartida, os participantes depositaram um símbolo sagrado ou objeto que expressasse o seg-mento ou a linha religiosa de cada um deles, o qual ficou exposto até o fim da solenidade.

A etapa seguinte foi uma visita à Galeria de Arte do TBV, onde o grupo acompanhou a abertura da mostra cultural e artística “A Pro-clamação do Novo Mandamento de Jesus” (leia na página 68) e par-ticipou do tradicional momento “Parabéns ao TBV!”.

R e p r e s e n t a n d o a área educacional, o cientista político Paulo Kramer, pro-fessor do curso de Es-pecialização em Análise Política e Relações Institucionais, da Universidade de Brasília (UnB), comentou: “O Templo da Boa Vontade é sinônimo de Paz, de congraçamento, aquela harmo-nia que desejamos para cada Ser Humano. Considero Paiva Netto um dos maiores e melhores comu-nicadores do Brasil e, talvez, do mundo. (…) Eu e minha mulher, Rose, toda vez que viemos aqui em busca de paz interior, de alento, de resposta para as nossas dúvidas nas grandes decisões da vida,

A Orquestra de Câmara Mater Dei e o Coral Ecumênico do Templo da Boa Vontade interpretam as composições de Paiva Netto: Ave, Maria! — dedicada ao povo do Distrito Federal e A Face de Deus é o Amor, regidas pelo maestro legionário José Eduardo de Paiva.

Paulo Kramer

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sempre encontramos aquilo que esperávamos”.

O senador Mozarildo Caval-canti falou em nome da classe política: “Sou admirador e parceiro da LBV, porque acredito muito nas

pregações do Ecume-nismo que se traduz numa palavra simples, que é a tolerância, o Amor para com todos. Essa reunião simboliza exatamente isso; as pessoas que acreditam

neste caminho do Ecumenismo, da tolerância, da Solidariedade, têm na LBV, neste Templo, um lugar ideal para meditar e agir nessa questão”.

Para o pastor evangélico Gui-lherme de Sá, do Conselho de Pastores Evangélicos do Distrito Federal, é preciso dar “os para-béns à Legião da Boa Vontade pe-los 20 anos do TBV empreendidos nesta jornada, nesta caminhada em busca da convivência pacífica, do estabelecimento da Paz Mun-dial”. Da mesma forma, exaltou Iza Marina, da Brahma Kumaris:

“Neste dia especial, parabéns ao Templo da LBV!”.

O judaísmo marcou presença com Vivienne Landwehr, presi-dente da Associação Cultural Israe-lita de Brasília. “Parabéns à LBV por esses 20 anos, pelo belíssimo trabalho que desenvolve, e Paz a todos, que é do que precisamos e queremos com muito amor. Sha-lom!”, disse.

No tradicional momento “Parabéns ao TBV!”, é servido o bolo de aniversário, na Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade.

No dia 21 de outubro, aniversário do Templo da Paz, a data foi celebrada com um ato ecumênico na Nave do TBV. As imagens mostram os participantes da cerimônia, figuras de renome de diversas áreas do conhecimento humano, e irmãos paraplégi-cos, que representaram as pessoas com dificuldades especiais, fazendo a espiral e registrando aquele encontro memorável em frente ao Trono e Altar de Deus.

Shigeki Maeda, da Oomoto do Brasil, religião fundamentada na cultura tradicional do Japão, com ritual xintoísta, também deixou sua mensagem ao TBV: “Primeiramente, quero parabe-nizar o Templo por esses 20 anos. (…) Senti uma grande emoção acompanhando a apresentação do Coral do Templo da Boa Vontade”.

Mozarildo Cavalcanti

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Para saudar os 50 anos da Proclamação do Novo Mandamento do Cristo de Deus — realiza-da em 7 de Setembro de 1959, por Alziro Zarur (1914-1979), saudoso fundador da Legião da Boa Vontade — a Academia Jesus, o Cristo Ecumêni-co, promoveu uma mostra cultural e artística na capital do Brasil.

A exposição ocupou a Galeria de Arte do Tem-plo da Boa Vontade e fez parte da programação comemorativa dos 20 anos do TBV. A mostra representa uma verdadeira viagem pelas seis dé-cadas de história das Instituições da Boa Vontade

Exposição celebra os 50 anos da Proclamação do Novo mandamento de Jesus

(IBVs) — por intermédio de documentos inéditos (cartas, fotografias e relatos pessoais que registram a memória e refletem os desafios e vitórias que re-sultaram na construção da Pirâmide da Paz). Para contar essas histórias, foram utilizados elementos das artes plásticas e audiovisuais.

A ideia era mostrar, por meio da trajetória de Boa Vontade dos amigos Zarur e Paiva Netto o trabalho pela expansão da Ordem Suprema de Jesus, que por quase dois mil anos esteve esquecida na Bíblia Sagrada ou foi confundida com a Regra Áurea, trazida por Moisés no Antigo Testamento.

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Heráclito Fortes, senador.

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mais de 3 milhões de habitantes, tem a economia baseada no setor de ser-viços, na indústria e na agropecuária.

Nos últimos anos, obras de infraestrutura e investimentos no setor social começaram a promo-ver um desenvolvimento sustentá-vel — resultado de maior esforço conjunto de governo e sociedade, para aumentar o PIB estadual, igualando a renda per capita piauiense à média do Nordeste.

Um dos filhos ilustres da terra do caju, o senador Heráclito de Sousa Fortes, é agente dessa nova mentalidade. Ele, a exemplo de

muitos outros piauienses, trabalha para a melhoria de diferentes ser-viços e setores, como transportes, eletrificação rural, saneamento básico, saúde e educação.

Sinais de crescimentoHeráclito, quando ainda era

prefeito de Teresina (1989–1993), tocou obras de pavimentação de 500 quilômetros de asfalto para beneficiar vários bairros, estru-turou o sistema de transporte coletivo e viabilizou a construção de ponte sobre o rio Poty na zona norte. Entre os programas sociais,

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Localizado na Região Nordeste do país, o Piauí é o décimo maior Estado do Brasil, ocu-pando 2,9% do território nacio-

nal. Com uma população de pouco

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vale destacar o SOS Teresina, cria-do para o serviço de atendimento de urgência, em que ambulâncias da prefeitura socorriam pacientes em qualquer ponto da cidade e os encaminhavam aos hospitais.

O programa foi tão bem-suce-dido na capital piauiense que, em 2003, o governo federal instituiu o Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), com as mesmas finalidades do SOS Tere-sina. Atualmente, a Rede Nacional SAMU está presente em 1.273 municípios brasileiros e atende mais de 112 milhões de pessoas.

Recursos para o EstadoÉ certo que a busca de recur-

sos federais para os municípios piauienses é de vital importância para o desenvolvimento econô-mico do Estado, com potencial de crescimento nos setores agrícola, comercial, turístico, cultural e in-dustrial. O senador, por sinal, tem atuado nesse sentido. Neste ano conseguiu aprovar todas as cinco emendas (limite destinado a cada parlamentar) que havia feito ao Anexo de Metas e Prioridades da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2010. “A aprovação dessas emendas é, sem dúvida, uma excelente notí-cia para os municípios do Piauí”, disse Heráclito.

Esses projetos representam também investimentos em im-plantação e recuperação de estra-das, com expectativa de melhora efetiva na economia, na medida em que ajudam na operacionali-zação. Nesse sentido, tais obras terão prioridade na execução do

Construção de ponte sobre o rio Poty, na zona norte de Teresina.

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orçamento do governo federal no ano que vem.

No pacote, segundo o parla-mentar, está prevista a construção do trecho da BR 222 que ligará Piripiri a Matias Olímpio; das Eclusas de Boa Esperança, no

rio Parnaíba; da estrada São João do Piauí–Queimada Nova; e do trecho rodoviário Gilbués–Santa Filomena na BR 235; além do Sistema de Controle de Enchen-tes do rio Poty, em Teresina, o que provocará outros benefícios,

Durante seu mandato como prefeito de Teresina (1989–1993), Heráclito Fortes percorre as obras do Pronto-Socorro Municipal.

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Acontece no Piauí

Heráclito de Sousa Fortes che-gou ao Senado Federal, em 2002, com mais de 600 mil votos. Nascido na capital, Teresina, é casado com dona Mariana, desde 1979, e tem três filhas: Mariana, Heloísa e Camila. No currículo político, ressaltam-se também cinco mandatos de deputado federal e um como prefeito de sua cidade natal. Atualmente, é o primeiro-secretário do Senado (biênio 2009-2010), principal cargo administrativo da mesa diretora da Casa.

O senador tem se notabilizado

Filho ilustre do Piauí

por sua atuação em diversos cargos nas estruturas partidárias. Nos anos de 2005, 2008 e, agora, 2009, repetindo o desempenho dos anos em que esteve na Câmara dos Deputados, sobressaiu-se pelas boas relações pessoais e pela capacidade de articulação com todos os partidos.

Por tudo isso, Heráclito teve o seu nome novamente apontado em pesquisa anu-al da entidade independente Departamento Intersindical

de Assessoria Parlamentar (DIAP), que faz o levantamento dos 100 parlamentares mais influentes e o divulga na publicação Os “Cabeças” do Congresso Nacional. Ele é o único parlamentar piauiense que já integrou essa lista.

Teve, ainda, uma foto incluída recentemente na galeria de ex-pre-sidentes da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), que presidiu no biênio 2007-2008. Fortes afirmou que experimentou nesse período os seus “dois me-lhores anos no Senado”. Durante a solenidade, que contou com a pre-sença do ministro da Defesa, Nelson Jobim, o parlamentar recordou o esforço da diplomacia parlamentar, por meio de viagens de integrantes da comissão à Ásia, à África, à Amé-

rica Central e ao Caribe. Na passagem pelo Haiti, relatou ter presenciado cenas de “carinho e res-peito” da população local para com as tropas brasi-leiras, que lideram a ope-ração de Paz mantida ali pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Nelson Jobim, ministro da Defesa.

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Quando prefeito da capital piauense, o atual senador criou o SOS Teresina.

pois com rodovias conservadas espera-se desde a redução do número de acidentes e vítimas nas estradas até o incremento da atividade econômica e avanços sociais.

Ação social A sociedade civil organizada

tem feito também a sua parte. Um bom exemplo é a parceria

firmada com o Serviço Social do Comércio (SESC-PI) e a LBV em Teresina/PI, que proporciona às pessoas em situação de risco social oportunidade de cuidar da saúde bucal.

A cada dois meses, os profis-sionais de odontologia atendem as crianças que participam das atividades da Instituição. Depois da triagem, elas recebem aplica-

ção de flúor e orientações sobre higiene e saúde e, com os pais, assistem a uma peça teatral com o uso de fantoches, a palestras edu-cativas e a vídeos sobre as ações que podem prevenir doenças bucais. Em casa, para assegurar a prática de todo esse ensinamento, pai e mãe têm o importante papel de acompanhar os filhos, dia a dia, na escovação dos dentes.

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Barbosa Neto

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LBV amplia programas socioeducacionais

Paiva Netto e toda a sua equipe possam manter cada vez mais essa disposição de poder nos ajudar não apenas em programas voltados à área socioeducativa, mas, principalmente, nos mo-mentos de dificuldade que os brasileiros passam em calami-dades públicas, em acidentes, em catástrofes (...). Nosso me-lhor muito obrigado, e que esses 60 anos possam se tornar 120, 600 anos”. E, com entusiasmo, demonstrou sua confiança nessa união de esforços. “Parabéns a todos vocês pelo trabalho que desenvolvem. Milhares de vidas já foram salvas. Com parceiros como a LBV, com certeza nós vamos ter sucesso”, concluiu Barbosa Neto.

LBVé ação!

Acontece no Paraná

Aprefeitura de Londrina/PR e a Legião da Boa Vontade firmaram uma importante parceria. Com a concessão

de um terreno pelo município, a LBV construirá um moderno Centro Comunitário e Educacio-nal que beneficiará diariamente centenas de crianças.

O objetivo é ampliar as ações socioeducacionais da Instituição na cidade, elevando o número de atendimentos a comunida-des de baixa renda. Exem-plo disso são as atividades do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!, que oferece às meninas e aos meninos, no contra-turno escolar, a prática de esportes, a participação nas Oficinas do Sa-

ber e no Coral Ecumênico, o acesso à Alfabetização Digital, além de recreação e lazer na Brinquedoteca.

De acordo com o prefeito Bar-bosa Neto, Londrina tem 7 mil crianças fora dos centros de Edu-cação Infantil. E salientou: “Com essa parceria com a LBV, vamos conseguir atender cada vez mais

nossa população, que está marginalizada e carente. (...) Como terceira cidade do sul do Brasil, nós nos orgulhamos muito dessa parceria e louvamos a Deus que dê vida longa

para todos os projetos da LBV”.Sobre os 60 anos da Legião

da Boa Vontade, o prefeito ainda expressou: “Londrina vai reve-renciar a LBV (...). Que José de

Juliana Bortolin

Paulo

Ara

újo

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Muito há que se fazer para acabar com a fome e a miséria e para promover Educação Básica de qualidade para todos — dois dos oito Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio (ODMs), conjunto de metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) a serem atingidas até 2015, a fim de assegurar a melhoria da qualidade de vida da Humanidade e a sustentabilidade do planeta.

Para contribuir com o cumprimento dessas me-tas, a Legião da Boa Vontade, há

60 anos, promove diariamente programas socioeducacionais em favor de famílias em situa ção de pobreza. E neste

fim de ano a LBV inicia, em todo o Brasil, sua tradicional Cam-

panha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada

dia!, com o imenso desafio de arrecadar e distribuir um

Por um sem fomeNatal milhão de quilos de alimentos não perecíveis, que serão doados, em cestas, a milhares de famílias de baixa renda, ajudando-as, assim, a ter um Natal sem fome, digno e feliz.

A iniciativa conquistou a adesão de artistas, personalidades e voluntários, todos compro-metidos a fortalecer nas pessoas o espírito de Solidariedade Ecumênica, para mobilizá-las a fazer doações e, principalmente, a engajar-se em atividades que levem o Brasil a vencer seus grandes desafios.

Para se tornar voluntário dessa importante mo-bilização solidária por um Natal feliz e sem fome, bem como das demais ações desenvolvidas pela LBV, seja doando alimentos — pois, afinal de con-tas, a fome é diária —, seja atuando diretamente na educação e formação da criança e do jovem ou no amparo ao idoso, basta ligar para (11) 3225-4500 ou acessar o portal www.boavontade.com. Desde já, as famílias em situação de risco social agradecem a sua colaboração.

Natal Permanente da LBV

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sem fome

Prestes a completar 60 anos trabalhando pelas famílias de baixa renda do Brasil, a LBV lança o desafio de arrecadar e distribuir um milhão de quilos de alimentos.

“Parabéns, Legião!

Muito mais vem por aí.”

jorge Fernando,

Ator e diretor da TV Globo, saúda os

60 anos da LBV ao lado da mãe, Hilda

Rebello, e de algumas das crianças

atendidas pela LBV.

Sarah Jane

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Rio de

Janeiro

Rio de Janeiro/RJ — A Cidade Maravilhosa, que neste ano conquistou o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016, também rece-beu com festa o início da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!

A alegria das crianças do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade deu o tom à abertura da

Natal mais solidário

Isabelle Drummond, atriz.

Maurício Mattar, ator.

Natal Permanente da LBV

“É um prazer ver meu filho padrinho de uma Obra tão bonita. Antes de ele nascer, eu já participava da LBV

anonimamente; hoje isso está se tornando público. Nas vésperas dos meus 85 anos, estou na mídia e posso

dizer: ‘Sou feliz, é muito bom’. Se metade da população fizesse o que a LBV faz, seria ótimo, porque, por mais que se ajude, tem sempre mais para ser realizado.”

Hilda RebelloAtriz

Daniele Hipólito, ginasta.

Sophie Charlotte, atriz.

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Sudeste:

Natal mais solidário

Ruth de Souza, atriz.

Alessandra Corrêa, atriz.

Sheron Menezes, atriz.

Emílio Orciollo Netto, ator.

Nivea Stelmann,

atriz.Sérgio

Marone, ator.

Maurício Gonçalves, ator.

Campanha, em apresentação que emocionou os participantes que iam chegando ao local da sessão de fotos e filmagens, o estúdio Dr. Bass — gentil-mente cedido à Legião da Boa Vontade por uma das proprietárias, a atriz Alessandra Corrêa. A ação recebeu o apoio do maquiador Cacá Mendes e do fotógrafo André Fernandes.

Pelo segundo ano consecutivo, o padrinho da

Campanha é o ator e diretor da TV Globo Jorge Fernando. Na oportunidade, ele aproveitou para saudar os 60 anos de existência da LBV, a serem comemorados no dia 1º de janeiro de 2010: “Pa-rabéns, Legião! Muito mais vem por aí”.

O diretor mostrou que a Solidariedade é exemplo aprendido em família. Jorge compareceu ao estúdio acompanhado de sua mãe, a atriz Hilda Rebello, ela

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Rio de

Janeiro

Grupo Nosso Clima

Angela Bismarchi, modelo.

Jandir Ferrari, ator.

André Santos, cantor.

Nando Cunha, ator.

Alexandre Liuzzi, ator.

Jaime Arôxa, coreógrafo.

Suzana Pires, atriz.

Rodrigo Mendonça, ator. Francine Piaia,

modelo.

Laura Barreto, atriz.

Emmanuel Milchevski, modelo.

Ananda Ninno, cantora.

Natal Permanente da LBV

“Há muitos anos eu colaboro com a LBV.”

Ivan de AlmeidaAtor

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própria uma antiga colaboradora da LBV, conforme revelou. “É um prazer ver meu filho padrinho de uma Obra tão bonita. Antes de ele nascer, eu já participava da LBV anonimamente; hoje isso está se tornando público. Nas vésperas dos meus 85 anos, estou na mídia e posso dizer: ‘Sou feliz, é muito bom’. Se metade da população fizesse o que a LBV faz, seria ótimo, porque, por mais que se ajude, tem sempre mais para ser realizado. Então, os que têm sorte de ser agraciados pela LBV são felizes”, destacou Hilda.

O time solidário teve, ainda, a presença do ator, cantor e compositor Maurício Mattar, que se divertiu com a garotada da LBV e com as can-ções por ela apresentadas. “É uma energia muito positiva. (…) Como artista, a gente tem obrigação de estar ligado a causas sociais, principalmente da LBV”, disse. Sobre os 60 anos de trabalho da

D’Black, cantor. Dudu Pelizzario, ator.

Léo Brach, ator.

Nauhana Costa, atriz.

André rebustini, ator.

Ariela Massoti, atriz.

Ítalo Guerra, ator.

Dhu Moraes, atriz. Anderson

Lau, ator.

Antonio Carioca, coreógrafo.

Caio Manhente, ator. Amanda Azevedo,

atriz.

“Fazer o Bem, sob todos os pontos de vista, é a melhor coisa que há. (...) Uma iniciativa louvável sob todos os aspectos. Eu participo da LBV com muito prazer.”

Ary FontouraAtor

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Rio de

Janeiro

Natal Permanente da LBV

Bruno Abrahão, ator.

Paulo Nigro, ator.

Wagner Santisteban, ator.

Sérgio Hondjakoff, ator.

Júlia Matos, atriz.Cadu Paschoal,

ator.

Viviane Victorette, atriz, com sua filha, Julia.

Equipe de Esportes da Super Rádio Brasil: André Gonçalves, Gerson Júnior, Hugo Lago e Marcelo Figueiredo.

Beto Quirino, ator. Rosimar de Mello,

atriz.Claudia Netto,

atriz.

Marcelo Torreão, ator.

Wagner de Moraes, cirurgião.

André Fernandes, fotógrafo.

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Legião da Boa Vontade, o ator concluiu: “A gente tem de ter muito respeito por essa senho-ra (...), que traz uma tradição. Que isso seja exemplo para empresários, artistas e todo Ser Humano. Passar por essa vida e não estar presente em causas sociais é perder tempo. Seja mais um nesse grupo ma-ravilhoso”.

A respeito da ação socioedu-cacional desenvolvida há déca-das pela Organização, também opinou a atriz Nivea Stelmann: “Estou muito feliz e honrada de participar [da Campanha], é sempre bom fazer o Bem pelas

crianças. É um trabalho tão lindo, sério, e que vai comple-tar 60 anos; merece todos os parabéns”.

Mais um amigo de Boa Von-tade que veste a camisa em prol de um Natal sem fome é o ator Ivan de Almeida. “Há anos colaboro com a LBV. Fiquei muito sa-tisfeito em participar, ainda mais quando tem criança envolvi-da, árvore de natal, isso me deixa emocio-nado. (…) Parabéns, Jesus, porque Você é o aniversariante!”

rosemary, cantora.

Sônia de Paula, atriz.

Julia Lund, atriz.

guilherme vieira, ator.

guilherme Duarte, ator.

Desirée de Oliveira, atriz.

Walmir Vignolli, cantor e compositor. Thaïs Garayp,

atriz.Gisele Nunes,

promoter.

Hilton Abi-Rihan, radialista, jornalista e apresentador de TV.

Cacá Mendes, maquiador.

Marineusa Nunes, maquiadora.

“O trabalho da LBV é invejável. As pessoas têm de se informar, saber o que está acontecendo aqui e colaborar, sim!”

zezeh BarbosaAtriz

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SãoPaul

oSão Paulo/SP — O início da

tradicional Campanha da LBV por um Natal sem fome, na capital paulista, retratou bem o símbolo da Legião da Boa Vontade: um cora-ção que pulsa pela Solidariedade Altruística. Os amigos da Insti-tuição estiveram nos estúdios da Burti HD, do empresário Lean dro Burti, para vestir a camisa dessa iniciativa que visa a um Brasil me-lhor e uma Humanidade mais feliz.

Sem esconder a satisfação de poder contribuir para o Natal de milhares de brasileiros, o empresá-rio afirmou: “Pode contar comigo para sempre. Essa parceria não tem prazo de validade, ela faz bem, ela é intensamente desejada a cada ano”.

Também parceiro de longa data da Instituição, o renomado fotógrafo Chico Audi, durante a sessão de fotos da Campanha, recebeu uma homenagem especial do Coral Ecumênico Infantil e da Orquestra Infantojuvenil Boa Vontade, por ocasião de seu aniversário, em 9 de outubro. Foram apresentadas belas canções para saudar o homenageado que, comovido, agradeceu: “A gente

“É sempre muito prazeroso dar o meu incentivo, minha

contribuição à LBV, essa entidade que a gente conhece

há tanto tempo.” Frank Aguiar

Cantor

Natal Permanente da LBV

Chico Audi, fotógrafo.

Leandro Burti, empresário.

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sente que a LBV dá para as crianças ensino, alimentação, dignidade; vê que são sementinhas do Bem sendo plantadas no mundo inteiro. Tenho certeza de que a multiplicação do Bem não tem fim. Essa energia que sinto aqui é muito forte”.

E completou Chico Audi: “Isso é o trabalho da LBV, que há anos me empenho em ajudar, apoiar. Toda vez que visito a Entidade, vejo um crescimento, um carinho, um amor muito grande. É o mínimo que posso fazer. Foram milhares de famílias, no ano passado, que receberam os alimentos”.

O humor a serviço do Bem igualmente esteve presente na Campanha de Natal em São Paulo. Os humoristas Vinícius Vieira e Carlinhos, que disseram sim à LBV, seguiram este conheci-do pensamento da Instituição: “Divirta-se, mas faça Caridade!”.

Vinícius expressou a felici dade de saber que, com sua atitude, está ajudando também muitas pessoas: “Fiquei muito honrado e feliz com esse convite de participar da Campanha da LBV... que é o ano

inteiro, melhor do que isso, são 60 anos fazendo o Bem pelo próximo. Queria pedir a vocês que (...) gos-tam do Gluglu, dos personagens, por favor, ajudem a LBV a ajudar as crianças de todo o Brasil”.

Carlinhos (o personagem Mendigo), por sua vez, lembra que já esteve em situação de risco social e hoje, com uma carrei-ra bem-sucedida, faz questão de integrar essa iniciativa soli-dária. “Eu tive muita ajuda na minha infância, hoje não custa nada colaborar, nem que seja com a carinha bonita na televisão”, brincou o ator. E concluiu: “Ajudem um grupo sério de pessoas, ajudem a LBV a chegar nessa meta”.

A veia cômica foi, também, o forte na presença do ator baiano Luis Miranda. Em seus trabalhos, ele costuma retratar de forma bem- -humorada a diversidade do povo brasileiro. Para Luis, esse é um dos instrumentos para transformar a sociedade: “A partir do humor, a gente consegue refletir, raciocinar,

Luis Miranda, ator e humorista.

vinícius vieira, humorista.

Fernando Badauí e Japinha, integrantes da Banda CPM22.

“Para a LBV eu tiro o chapéu.”

Raul GilApresentador de TV, assim que

chegou ao local.

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SãoPaul

opensar e — por que não? — dese-jar um Brasil melhor”. O ator des-tacou a ação socioeducacional da Legião da Boa Vontade como meio de melhorar a vida de milhões de brasileiros: “Quero abraçar todos os que trabalham na LBV e as crianças, que eu amo. Paiva Netto, muito obrigado por conseguir fazer uma Instituição com tanta força e por manter essa luz e esse amparo, não só às crianças, mas à população brasileira”.

Entre os diversos amigos de Boa Vontade, o apresentador de TV Raul Gil chegou com alegria contagiante e, mesmo antes de ser entrevistado, falou: “Para a LBV eu tiro o chapéu”. Ele foi recep-cionado pelas crianças atendidas

“É uma honra ajudar uma Instituição que é séria e realmente faz acontecer.

(...) Temos de fazer a diferença, e a LBV faz.”

Ana Paula OliveiraBandeirinha

pela Instituição e se emocionou ao acompanhar as músicas cantadas por elas: “Quero parabenizar a todos da Legião da Boa Vontade, e que continuem esse trabalho. Ah! Vocês perceberam que fiquei emo-cionado, porque tenho um carinho muito grande por crianças, para que cresçam com amor à Vida. A gente fica feliz de vê-las com vio-lino na mão, flautas, com violão, clarinete...”.

O veterano apresentador apro-veitou a ocasião para cumprimentar o diretor-presidente da LBV: “Gos-to muito do Paiva Netto. É uma pessoa extraordinária, um homem de Deus, que se preocupa com o semelhante, todo mundo sabe disso. Você, Paiva, é uma pessoa

Felipe Kannemberg, ator.

Beto Junqueyra, escritor.

Aparecida Liberato, numeróloga.

Helô Pinheiro, empresária.

Yudi, apresentador.

Rodrigo Souto e Adaílton José, jogadores do

Santos FC.

Felipe Garcia dos Prazeres, goleiro do

Santos FC. Paulo Henrique, jogador

do Santos FC.

Luisa Mell, apresentadora.

Natal Permanente da LBV

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Page 85: Revista Boa Vontade, edição 226

“Ajudem um grupo sério de pessoas, ajudem a LBV a

chegar nessa meta.”Carlinhos

Humorista

que dedicou a sua vida, e continua dedicando, às pessoas, principal-mente às crianças que necessitam de ajuda; e quantas delas já se formaram e hoje são médicos, engenheiros... Um beijo!”.

Quem também participou dessa ação fraterna foram Badauí e Ja-pinha, respectivamente, vocalista e baterista da banda CPM22. Ba-dauí afirmou que “a LBV é uma instituição grande e faz o bem para muitas crianças”. Japinha ressaltou o que sentiu ao integrar a iniciativa: “Tentamos levar mensa-gens pelas músicas e não podemos deixar de passá-las pelas atitudes. É legal usar a nossa imagem nesse sentido, porque assim incentiva a juventude”.

Para a empresária Helô Pi-nheiro, a eterna Garota de Ipa-nema, é um dever e uma alegria fazer parte da Campanha de Natal da LBV: “É uma lei que tenho dentro do meu coração, porque a Legião da Boa Vontade faz muito pelos necessitados. Então, do momento em que José de Paiva Netto se pro-põe a sempre ajudar, por que não colaborar com ele? Estou de coração aberto para dar esse carinho, essa atenção à LBV, que tanto merece. (…) Ele é uma pes-soa querida, que cabe em todos os corações. Só temos de aplaudir de pé todo esse trabalho bonito e tão benfeito. Paiva Netto, você é demais. Um grande beijo!”.

Andrea Baptista, modelo.

Hugo & tiago, dupla sertaneja.

Duda Ardito, modelo mirim da vogue.

Jean & Juliano, dupla sertaneja.

Grupo KaluanaGrupo Barra da Saia

Page 86: Revista Boa Vontade, edição 226

Belo

Horizonte

belo Horizonte/mg — A recepção aos mineiros de Boa Vontade que dis-seram sim à LBV teve o cântico festivo de um grupo de crianças atendidas pela Obra. Todos foram presenteados com trabalhos de biscuit, confeccionados por elas próprias, em agradecimento à colaboração na Campanha da Ins-tituição.

A animada sessão de fotos foi rea-lizada no Studio Dablio, do fotógrafo Weber Pádua, que fez o registro das imagens, as quais desde já compõem mais essa Campanha solidária da LBV. Também apoiaram a iniciativa as em-presas Brinde Natalino e Casa Futuro.

A alegria em contribuir para o “É um prazer contribuir mais um ano com esta Campanha da LBV, tanto no Natal como em todos os dias do ano.”

Wilson SideralCantor

Marcelinho de Lima & Camargo,dupla sertaneja.

Fabão e Daniel, integrantes da banda Manitu.

Natal Permanente da LBV

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Page 87: Revista Boa Vontade, edição 226

Alan Passos, DJ e modelo.

Natal de milhares de famílias de baixa renda tomou conta do coração dos intérpretes da dupla sertaneja Marcelinho de Lima & Camargo. “Ficamos bastante felizes quando fomos convidados a participar desta grande inicia-tiva da LBV. Queremos estar com ela por muitos anos (...). O Natal para a Legião da Boa Vontade é todo dia, pois se preocupa com o bem-estar das crianças e dos idosos atendidos. Isso é muito im-portante”, declarou Marcelinho.

O cantor Wilson Sideral, pa-drinho da Campanha em Minas Gerais, afirmou: “É um prazer

contribuir mais um ano com esta Campanha da LBV, tanto no Natal como em todos os dias do ano. É um trabalho lindo; sou muito grato pelo carinho com que as crianças me recebem. (…) Desejo muita luz, sorte, e que venham outros 60 anos para a LBV. Parabéns!”.

Os vocalistas Podé e Mau-rinho, da banda Tianastácia, não disfarçaram a felicidade. O primeiro destacou a importância de participar da iniciativa da Ins-tituição: “O mínimo que podemos fazer é ajudar”. E Maurinho reforçou: “Isso faz despertar

em cada um de nós esta vontade de ajudar as pessoas. Parabéns pelos 60 anos da LBV, e que continue com essa alegria e Boa Vontade de ajudar as pessoas!”.

Podé e Maurinho, integrantes da banda tianastácia.

Magdalena rodrigues, atriz.

Weber Pádua,fotógrafo.

Grupo Ty Kerê

Visite, apaixone-se

e ajude a LBV!

Page 88: Revista Boa Vontade, edição 226

Porto

Alegre

Porto Alegre/RS — A mobilização dos amigos da Boa Vontade na capital gaúcha, por um Natal sem fome e mais feliz, se concentrou inicialmente no Centro Comunitário e Edu-cacional da LBV.

Com o apoio especial do fotógrafo Michael Paz e do padrinho da Campanha no Estado, o jornalista Leo Meira, foi feita a produção de imagens para publicidade, incentivando a população, assim, a aderir à iniciativa.

Michael Paz ressaltou o motivo pelo qual colabora com a LBV: “Vou contribuir com a

Dr. Claudio Lamachia, presidente da OAB/rS.

Natal Permanente da LBV

No Sul, a alegria que contagia!

“A LBV é uma das maiores organizações do Brasil e do mundo, não só nos atendimentos

que é capaz de fazer à sociedade, mas também pela significação, pela capacidade de fazer com

que a sociedade civil se una e produza uma melhoria para a população.”

Leo MeiraJornalista

Serginho Moah, músico e vocalista da banda

Papas da Língua.

Dorotéo Fagundes, músico e radialista da Rádio Gaúcha — grupo RBS.

Fátima Gimenez, cantora nativista.

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E concluiu: “A LBV é uma das maiores organizações do Brasil e do mundo, não só nos aten-dimentos que é capaz de fazer à sociedade, mas também pela significação, pela capacidade de fazer com que a sociedade civil se una e produza uma melhoria para a população”.

Assim que chegou à LBV, o apresentador Alexandre Mota, do programa Balanço Geral, da

TV Record, fez questão de visi-tar as dependências do Centro Comunitário e Educacional da Instituição. “Só as crianças po-dem embalar verdadeiramente os nossos corações, e a recepção que tive aqui na LBV, em Porto Alegre, balançou o meu coração. A LBV vem não só para amparar a carência de famílias que so-frem com problemas financeiros, mas também para dar atenção e

Alexandre Mota, apresentador da rede record rS.

volmir Martins, cantor, payador e apresentador de tv (SBt).

Dra. giovana Farenzena, juíza de direito.

No Sul, a alegria que contagia!minha parte porque acho impor-tantíssimo. (...) Quando as coisas são transparentes, a gente tem de estar junto”.

Leo Meira logo falou da opor-tunidade de somar com a equipe da Instituição: “Sempre começo as minhas entrevistas agrade-cendo à LBV e ao Irmão Paiva Netto, nosso presidente, pela possibilidade de, a cada ano, apadrinhar esta Campanha”.

Felipe Vieira, jornalista, radialista e apresentador da TV e Rádio Bandeirantes.

Daniel Torres, cantor nativista.

Dante Ramon

Ledesma, cantor e

compositor.

Paulão, campeão olímpico e mundial de vôlei.Andressa Ribeiro, apresentadora de

TV (Rede Pampa).

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Natal Permanente da LBV

Porto

Alegre

“Há muitos anos estou engajado com a LBV, sinto-me honrado por isso.”

Marcão KarecaApresentador de TV

Danrlei, ex-jogador de futebol e empresário.

Jair Kobe, humorista.

Fábio gomes, empresário.

Charles Master, músico.

Cristina Calixto, apresentadora

de TV da Band.

carinho a essas crianças”, disse Mota.

Essa mesma admiração pelas ações socioeducacionais promovi-das pela LBV foi manifestada pelo dr. Claudio Lamachia, presidente da Ordem dos Advogados do Bra-sil/RS: “Nós, da OAB, olhamos para este trabalho e aplaudimos, porque está cuidando do futuro da nossa infância. É uma ação extraordinária e merece a par-ticipação de todos que querem um Brasil melhor. Entendemos que é o papel da OAB, além de

participar de forma direta nas questões que dizem respei-

to à sociedade, engajar-se em eventos e campanhas como esta da LBV”.

Outra personalidade fotogra-fada para a tradicional Campanha da Legião da Boa Vontade foi o jornalista Felipe Vieira, apresen-tador da Band RS (rádio e TV), que comentou: “A LBV e a Ban-deirantes são parceiras de longa data; Alziro Zarur, Paiva Netto e João Saad estiveram juntos na transmissão de programas da LBV, trata-se de uma parceria de décadas. É um prazer estar aqui nos 60 anos da LBV, nesse traba-lho tão bonito que vejo hoje, mais

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uma vez, em Porto Alegre... que já conheço lá em Glorinha: um serviço de afeto, de educação, de investir no futuro das crianças”.

O alcance dos programas de-senvolvidos pela Legião da Boa Vontade em favor da infância e da família foi igualmente destacado pelo músico e radialista Dorotéo Fagundes: “As crianças são bem cuidadas, e testemunhamos isso hoje, testemunharemos sempre, porque cuidando bem da infância teremos uma pátria melhor. Por isso, os 60 anos da LBV são uma graça que Deus nos proporciona. Deixo o meu abraço ao Paiva Netto, que é gaúcho de coração”.

Londrinalondrina/PR — O estúdio Ca-ximbo Fotografias foi palco de mais uma etapa da sessão de fotos e de filmagens da Campa-nha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! nessa cidade do norte para-naense. A decoração do espaço contou com o patrocínio do

Supermercado Muffato, as fotos são de William Cairo, e a maquiagem dos participantes ficou por conta de Fran Vello.

Para o diretor artístico da Or-questra de Câmara de Londrina, o violinista Evgueni Ratchev, e sua esposa, a pianista Irina

Paullo Costa, compositor e cantor nativista.

tchê garotos, grupo do tchê Music.

“Vou contribuir com a minha parte porque acho importantíssimo. (...) Quando as coisas são transparentes, a gente tem de estar junto.”

Michael PazFotógrafo

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Londrina

coisa para melhorar o futuro da nossa infância”.

Ainda sobre o engajamento nessa ação solidária, destacou Sérgio, da dupla sertaneja Sér-gio & Serginho: “O nosso cora-ção é da LBV”. Bem-humorado, o colega Serginho completou: “Todo Ser Humano com juízo na cabeça tem de ser solidário. Parabéns, LBV! Contem com a gente para sempre”.

A dupla sertaneja Willian & Renan colabora há vários anos com a Legião da Boa Vontade. Nesta edição da Campanha de

Em Londrina, a LBv está localizada na rua São Francisco de Assis, 171, Centro, tel.: (43) 3324-1735.

Ratcheva, coordenadora ar-tística da orquestra, ceder a imagem para a iniciativa é uma satisfação. “Esperamos poder ajudar essa Campanha tão importante; muita gente, muitas crianças se beneficiam e terão um futuro melhor”, afirmou o músico. Visão esta compartilhada por Irina: “É bom colaborar e fazer alguma

rafaela de Paula, miss Londrina 2008.

gerson e Marky, dupla sertaneja.

Evgueni Ratchev, violinista e diretor artístico da Orquestra de Câmara Solistas de Londrina e sua esposa, Irina Ratcheva, pianista e coordenadora artística da orquestra.

Matheus e Gabriel, dupla sertaneja.

João Márcio e Fabiano, dupla sertaneja.

Natal Permanente da LBV

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“Todo Ser Humano com juízo na cabeça tem de ser solidário. Parabéns, LBV! Contem com a gente para sempre.”

Serginho

Natal a dupla também disse sim à LBV. “A gente procura fazer esse trabalho maravilhoso, magnífico, humilde, transparen-te, voltado realmente às causas sociais. Mais uma vez vocês estão de parabéns. Para nós, é sempre uma emoção; a cada lu-gar que a gente vai, procura vi-sitar a LBV”, declarou William.

O jornalista e apresentador de TV Marcão Kareca falou da importância do apoio de artistas e de pessoas ligadas à mídia, sempre que se empenham em empreitadas dessa nature-

za. “Somos conhecidos como formadores de opinião, não só dos espectadores que gostam de entretenimento, mas também da opinião sobre um Brasil que precisa ajudar o próximo. Há muitos anos estou engajado com a LBV, sinto-me honrado por isso”, asseverou Kareca.

A dupla sertaneja João Már-cio & Fabiano convocou artis-tas e população a contribuir para a Campanha da LBV. “Partici-pem! Vale a pena, vamos ajudar essa galera que precisa”, disse João. E acrescentou Fabiano:

“Todos os dias em que pudermos colaborar, porque a gente já passou dificuldade e sabe como é, ajudaremos”.

Willian e renan, dupla sertaneja.

Amanda Melo, mini miss Londrina 2009

Kauane Pyl, miss pré-teen Brasil 2009.

Siqueira Martins, apresentador de TV.

Amanda Borsato, modelo internacional. Sergio & Serginho,

dupla sertaneja.

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Visite,

apaixone-se

e ajude a LBV!

campo grande/mS — Perso-nalidades da capital de Mato Grosso do Sul estiveram no Stúdio Máxima, do publicitá-rio Junner César, parceiro da Legião da Boa Vontade, para disparar a iniciativa. O jornalista

move o Centro-OesteFraternidade

Tatá Marques, apresentador da TV Guanandi, afiliada da Rede Bandeirantes no Estado, ressal-tou: “A LBV concede uma ajuda fantástica em todo o Brasil. (…) É muito gratificante dar um pou-co do que fazemos para amparar os outros”.

O cantor Michel Teló fez

coro com o jornalista: “Estarei sempre à disposição da LBV, uma instituição que ajuda a quem realmente precisa. Faço um apelo às pessoas que têm carinho pelo nosso trabalho: ouçam esse chamado da LBV, uma obra séria e que tem uma ação bonita”.

Lia Mayo, cantora.

tatá Marques, apresentador.

tostão e guarany, dupla sertaneja.

Alex & Yvan, dupla sertaneja.

José Marques, apresentador.

Natal Permanente da LBV

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Campo Grande

“Estarei sempre à disposição da LBV, uma instituição que ajuda a quem realmente precisa. Faço um apelo às pessoas que têm carinho pelo nosso trabalho: ouçam esse chamado da LBV,

uma obra séria e que tem uma ação bonita.”

Michel TelóCantor

Também enalteceu a inicia-tiva da Instituição o colunis-ta social Fernando Soares: “É lindo o trabalho de Paiva Netto na nossa LBV. Isso é o que faz a gente querer fazer mais e melhor”.

O cantor Alex, da dupla Alex & Yvan, agradeceu à Legião da

Boa Vontade a oportunidade de ajudar e “por proporcionar mais um momento de Solida-riedade ao próximo”. Com um brado vibrante e tradicional da dupla, o artista convocou a população para colaborar nes-sa Campanha: “Faz barulho, LBV!”.

Em Campo grande, a LBv está localizada na Av. Marechal

Deodoro, 5.055, Aero rancho Setor vII, tel.: (67) 3317-6300

Fernando Soares, colunista social.

Junner César, fotógrafo e publicitário.

Pedrinho Spina, radialista.

Munhoz & Mariano, dupla sertaneja.Marlon

Marciel, cantor.

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Goiânia

certeza de que estamos contri-buindo para que milhares de famí-lias e crianças recebam o amparo devido. Instituições como a LBV fazem a diferença na sociedade e no futuro dessas pessoas. Aqueles que são parceiros e ajudam a LBV são pessoas muito felizes, pois sabem que o trabalho é para os que precisam”, disse.

Presente também à sessão, Luciana Finholdt, apresentado-ra do SBT, definiu a ação promo-vida pela Obra como “extrema-mente gratificante”. E explicou: “[Ela] desperta a sensibilidade e a Solidariedade. Todos temos de nos unir para transformar o mundo e as pessoas. São 60 anos de uma trajetória maravilhosa e digna de respeito. A LBV merece os parabéns!”.

goiânia/gO — A alegria tomou conta do coração daqueles que integraram a Campa-nha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! na capital goiana. A expectativa de poder ajudar a Instituição a atender famílias em situação de risco social, por meio de seus programas socio-educacionais, motivou jornalistas, artistas e personalidades a participar da iniciativa solidária. Reunidos na Fox 7 Productions, do fotógrafo Richard Rocha, todos cede-ram a própria imagem em filmagens e fotos para a Campanha.

O diretor de Jornalismo da TV Serra Dourada, afiliada do SBT, o apresentador Jordevá Rosa, disse sim à Legião da Boa Vontade. “Sinto-me bem e feliz, pois tenho

João Neto e Frederico, dupla sertaneja.

Luciana Finholdt, jornalista.

Júnior & Fellipe, dupla sertaneja.

Maurício e Eduardo, dupla sertaneja.

Cleiton & Huggo, dupla sertaneja.

Natal Permanente da LBV

96 | BOA VONTADE

Page 97: Revista Boa Vontade, edição 226

Marcelo Barra, cantor.

Jodervá rosa, jornalista.

Haroldo Menezes, vocalista da banda Sentido Contrário.

Odair terra, apresentador de tv.

Franco Levine, cantor.

Valéria Costa, cantora.

Murillo Santana, Déa Lessa e Raynner Sousa,

integrantes da banda Rosas do Vento.

Lucilene Caetano, modelo e Musa 2009 do

Goiás Esporte Clube.

Ainda representando o meio televisivo, participaram o apre-sentador Odair Terra, da TV Brasil Central (TV Cultura), e o jornalista e apresentador da TV Goiânia (Bandeirantes) Ricardo Bagnete. “Não é qualquer orga-nização que chega aos 60 anos apresentando um grande e im-portante trabalho como este, que faz diferença para o beneficiado. Parabéns, LBV! Contem com a TV Goiânia, estamos de portas abertas para vocês”, afirmou Bagnete.

Odair Terra, por sua vez, de-clarou: “Para mim é uma honra! A LBV é uma instituição que está completando 60 anos e merece o apoio de todos nós e da socie-dade”.

O poder da iniciativa de unir

tantas personalidades em torno do nobre objetivo de levantar recursos e propiciar um Natal mais feliz para milhares de pes-soas emociona a quem apoia a Campanha. “O mundo só será melhor a partir do momento em que todos se unirem pelo bem comum. É isso que os amigos da LBV fazem constantemente, dan-do oportunidade de somarmos nesta construção”, comentou o vocalista da banda Sentido Con-trário, Haroldo Menezes.

Seguindo o músico, a mode-lo Lucilene Caetano, musa do Goiás Esporte Clube, concluiu: “Apoiar e abraçar esta Campa-nha da LBV é mostrar que juntos fazemos a diferença. Parabéns à LBV pelos 60 anos de Solidarie-dade!”.

“Não é qualquer organização que chega aos 60 anos

apresentando um grande e importante trabalho como

este, que faz diferença para o beneficiado. Parabéns, LBV!”

Ricardo BagneteApresentador da TV Goiânia (Bandeirantes)

Page 98: Revista Boa Vontade, edição 226

Salvador

Natal Permanente da LBV

Adelmario Coelho,

forrozeiro.

Salvador/bA — Movidos pela Solidariedade, diversos artistas baianos levaram seu apoio à Campanha da LBV, ao participar da sessão de fotos e da gravação do vídeo institucional na Faculdade IBES-FACSAL. O padrinho da iniciativa na capital da Bahia, Alexandre Guedes, da banda Motumbá, não esconde a satisfação em cerrar fileiras com a Instituição: “A gente coloca missões na nossa vida para levar a Boa Vontade, a boa ação a todas essas pessoas (…). Sempre que for possível, que Deus permitir a minha presença e a da Motumbá, estaremos de braços e corações abertos”.

Mobilização no Nordeste brasileiro

Beto Jamaica, cantor e compositor.

Fábio Souza, vocalista da banda PretuBom. Berguinho, vocalista da

banda Seu Maxixe.

Dydda Castilho e Felipe Pezzoni, vocalistas da banda Capitão Axé.“Sempre que for possível,

que Deus permitir a minha presença e a da Motumbá,

estaremos de braços e corações abertos.”

Alexandre GuedesVocalista da banda Motumbá

98 | BOA VONTADE

Page 99: Revista Boa Vontade, edição 226

Mobilização no Nordeste brasileiroO forrozeiro Adelmario Co-

elho aderiu à empreitada e expli-cou por que para ele é um orgulho participar da mobilização: “A LBV tem visibilidade, seriedade, ética, e isso com certeza faz uma diferença extraordinária”. E completa a artesã capilar Negra Jhô: “O mundo precisa realmen-te disso: de União, Paz e Amor. Essa é uma campanha de cresci-

mento, de alicerce, força (…). A LBV não acabará nunca, é uma família, e eu estou aqui somando com essa história”.

Confiante no apoio do povo baiano e de todo o país, Ricardo Ishmael, jornalista e repórter da TV Bahia, afiliada à TV Globo, convoca: “Todos nós devemos nos engajar, porque os frutos es-tão aí, percebem-se os resultados.

E o que todos nós queremos é que cada vez mais as pessoas ajudem, abram seu coração e ofereçam o que têm de melhor”.

Eduardo Moody, fotógrafo.

Carla Cristina, cantora.

Igor Ferreira e guga di Paula, integrantes da banda Babado Novo.

Luana Monalisa, da banda Na Pegada.

Ricardo Ishmael, jornalista e repórter.

Negra Jhô, artesã capilar. Marinho Lessa, vocalista da

banda Capitão Gancho.Nara Costa,

cantora.

Tonho Matéria, cantor, compositor e publicitário, com seu filho Raysson.

Visite,

apaixone-se

e ajude a LBV!

BOA VONTADE | 99

Page 100: Revista Boa Vontade, edição 226

Recife

Viviane Rolemberg, jornalista.

Recife/PE — A quarta metrópole mais populosa do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é famosa por valorizar o patri-mônio histórico e a cultura. Além disso, a capital pernambucana é reconhecida por cultivar um sentimento que transforma milhares de vidas: a Fraternidade.

No Recife, o apoio técnico para a di-vulgação da Campanha ficou a cargo do Instituto Embelleze, unidade Caxangá, e de Fernando Raphael, que fotografou os artistas e voluntários.

A turma descontraída do grupo Sem Razão abraçou a causa. Nino, um dos vocalistas da banda, destacou: “A respon-sabilidade agora é maior, afinal somos padrinhos da Campanha (…). Parabéns ao Paiva Netto e a toda a Legião da Boa Vontade, 33 anos em Pernambuco, Nino, Telmo e Valcley, integrantes do grupo Sem Razão

Chola e Cinderela, humoristas.

Petrúcio Amorim, cantor e compositor.

Natal Permanente da LBV

Almir Rouche, cantor.

Beto Café, jornalista e radialista.

Christiane Huggins, jornalista.Léo Lima,

apresentador de TV e locutor.

Fernando Raphael, fotógrafo. Fabiana Schreiner,

consultora de marketing.

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Page 101: Revista Boa Vontade, edição 226

60 anos de LBV no Brasil, be-neficiando as pessoas que tanto necessitam”.

As seis décadas de bons servi-ços da LBV, por um Brasil melhor e por uma Humanidade mais feliz, também foram saudadas. O ator Everaldo Mateus, produtor do grupo Sem Razão, afirmou: “Os 60 anos significam seriedade, respeito, vitórias... um trabalho sério, com responsabilidade”.

Da mesma forma, ressaltou a jornalista Graça Araújo: “Foi uma felicidade conhecer o traba-lho, estar com as crianças aten-didas pela LBV e sentir no rosto de cada uma como é importante para a vida delas a ação que de-sempenham”.

Também disseram sim a esta Campanha da LBV a apresenta-dora de TV Viviane Rolemberg e o cantor Geraldinho Lins, que, na oportunidade, conheceram de perto os programas socioe-ducacionais desenvolvidos pela Organização. “É de tocar o coração a dedicação das pessoas que estão aqui para fazer dessas crianças cida-dãs”, declarou Viviane. Geraldi-nho, por sua vez, ressaltou: “É um trabalho de uma magnitude, de uma importância afetiva grande para as crianças (…). A LBV con-tribui para o crescimento do país em todas as instâncias, porque prepara o futuro, investindo nos talentos individuais”.

graça Araújo, jornalista.

Mhônica Moraes, jornalista.

roberta Jungmann, colunista social.

geraldinho Lins, cantor.

“Desde muito tempo ouço falar na LBV, que representa

muito para o mundo. Só os homens de Boa Vontade

podem mudar a Terra.”Gardênia Cavalcanti

Apresentadora de TV

Everaldo Mateus, ator. Ismael Holanda,

jornalista.

Alex, Isaac, Rodriguinho e Raphael, integrantes do grupo Vaid3.Ed Carlos, cantor

e compositor.Irah Caldeira,

cantora.

Mauro Germano,

artista plástico.

BOA VONTADE | 101

Page 102: Revista Boa Vontade, edição 226

Senador César Borges comenta o Estatuto do Desarmamento e defende uma Educação plural e de qualidade

Cibelli Pietrangello

mento. Sancionada pelo presi-dente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei 10.826/2003 objetiva diretamente a redução da criminalidade, aumentando o controle sobre o comércio e o porte de armas de fogo no Brasil.

Em entrevista exclusiva à BOA VONTADE, em seu gabine-te, na capital federal, o parlamen-tar destacou questões relativas à vida pública e a assuntos que interferem cotidianamente na vida do cidadão.

BOA VONTADE — Como surgiu o interesse pela política?

César Borges — Sou for-mado em engenharia civil, mas sempre atuei na política, pois meu pai foi prefeito da minha ci-dade natal, Jequié/BA, e também depu tado estadual. Em 1986, fui

Com mais de duas décadas dedicadas à política, o sena-dor César Borges, natural de Jequié/BA, já ocupou

diversos cargos públicos. Gover-nador da Bahia entre 1998 e 2002, hoje, em seu primeiro mandato no Senado Federal, ele tem pautado a questão da segurança pública, o que lhe conferiu a função de relator do Estatuto do Desarma-

Pelo fimCl

ayto

n Fe

rreira eleito deputado estadual e, em

1990, reeleito; posteriormente compus o governo no mandato de Antonio Carlos Magalhães, como secretário de Saneamento de Recursos Hídricos e Habita-ção. Em 1994, elegi-me vice- -governador na chapa do então governador Paulo Souto. Com a saída de Souto para ser candidato ao Senado, assumi o governo do Estado e, em 1998, fui reeleito governador. Saí do governo para ser candidato ao Senado, num mandato dado pela população baiana, até 2010.

BV — Em 2003, o senhor foi o relator do Estatuto do Desar-mamento. O que mudou com a implantação dessa lei?

César Borges — Uma aná-lise extremamente positiva,

da violência

Atualidades

César Borges, senador.

102 | BOA VONTADE

Page 103: Revista Boa Vontade, edição 226

porque com a lei foi possível desarmar. O governo recebeu muitas armas, pagou por elas, dando um benefício a quem as devolvesse, principalmente se não fossem registradas. Quem porta uma arma ilegalmente, acho, não está com boas inten-ções, porque aquele cidadão que quer se proteger faz o registro. O desarmamento significou a di-minuição dos assassinatos, dos homicídios por arma de fogo em todo o país. Contudo, em algumas regiões metropolitanas, o tráfico de drogas é algo que não está sendo combatido com a determinação que se deveria, e ele tem crescido. É o caso de Salvador, onde o núme ro de as-sassinatos, homicídios por arma de fogo, cresceu nos últimos tempos. Fiz um pronunciamento

no Senado dizendo da minha preocupação.

BV — O que falta para que se diminua o índice de violência nas grandes capitais?

César Borges — Você comba-te o crime com repressão, não há outra forma de ter um resultado de imediato. Precisa haver policiais nas ruas, é preciso dar segurança ao cidadão, fazer com que o crime sinta que o poder do Estado está presente. Não podemos deixar que o crime domine regiões me-tropolitanas, as grandes cidades, como ocorre no Rio de Janeiro, em São Paulo e, hoje, também no Recife, em Salvador, infelizmen-te. A médio e longo prazo, o que temos de fazer é dar educação uni-versalizada e de qualidade a toda a população, gerar crescimento

econômico, criando empregos e políticas sociais voltadas para o trabalhador, para qualificá-lo. Ou seja, dar oportunidade, esperança para o futuro, coisa que a LBV faz muito bem, inclusive por nossas crianças. Fui ver em Salvador o trabalho da Instituição na Penín-sula de Tapagipe, no bairro da Ribeira, é excelente! A criança fica pela manhã numa escola formal e pela tarde está assistida: recebe noções de cidadania, de higiene. Tudo isto é importante para fazer com que ela tenha esperança e expectativa para o futuro. Nunca devemos desistir de construir uma sociedade mais justa, mais igual, e a partir daí vamos combater, sem dúvida, a violência.

BV — Quando foi governador, quais políticas públicas foram

“O desarmamento significou a

diminuição dos assassinatos, dos homicídios por

arma de fogo em todo o país.”

sxc.hu

BOA VONTADE | 103

Page 104: Revista Boa Vontade, edição 226

desenvolvidas para a geração de emprego?

César Borges — Procurei le-var o Estado a ser mais industriali-zado, principalmente tendo indús-tria de ponta. Por quê? Porque elas têm uma cadeia produtiva longa e podem gerar vários empregos. A ideia era dobrar a riqueza da Bahia num tempo curto, aproxi-madamente 10 anos, mas conse-guimos fazer em menos. Atraímos várias indústrias de outros países e Estados brasileiros que queriam se expandir no Nordeste. Demos motivo para que elas se insta-lassem, com incentivos fiscais, terreno, qualificamos a mão de obra, e foi possível trazer, inclusi-ve, indústrias do setor calçadista, de vestuário e de alimentos. O símbolo maior foi trazer uma indústria automobilística, que tradicional e historicamente só estava em São Paulo e um pouco em Estados vizinhos. Hoje na Bahia produzimos 10% dos car-ros [frota nacional, anualmente] e são gerados, aproximadamente, 10 mil empregos diretos e mais de 50 mil indiretos.

BV — Qual é o papel do Senado no combate às causas da pobre-za e às desigualdades sociais?

César Borges — O nosso pa-pel é permanente. Esses assuntos estão na pauta diária do Senado, ou por meio de projetos de lei (PL), que estão sendo aperfeiçoados e tramitando, projetos oriundos dos próprios senadores, ou daqueles que vêm da Câmara dos Depu-tados, ou até medidas e projetos que partem do Executivo. Estamos procurando, por exemplo, endure-cer as penas para a criminalidade, fazer com que o cidadão esteja protegido pela legislação, dificul-

tando a lavagem de dinheiro e o tráfico de drogas. Tudo isso faz parte de uma política de combate à violência e à pobreza.

BV — Como as organizações da sociedade civil podem contribuir para isso?

César Borges — De forma muito importante, porque o Es-tado não tem capacidade nem consegue fazer todas estas po-líticas. As organizações sociais têm esta proximidade com a população, possuem a capaci-dade de realizar esse trabalho. A parceria do governo federal com as organizações, é claro que as sérias, aquelas com o trabalho reconhecido pela sociedade de muitos anos, tem de ser apoiada permanentemente. Sempre acre-ditei nisso. Os governos federal, estadual e municipal precisam realizar parcerias com organi-zações sérias, como é o caso da LBV. (...) Estou à disposição sempre da LBV porque conheço o trabalho de perto e sei que me-rece todo o aplauso da sociedade brasileira.

“A médio e longo prazo, o que temos de fazer é dar educação universalizada e de qualidade a toda a população. (...) Dar

oportunidade, esperança para o futuro, coisa que a LBV

faz muito bem, inclusive por nossas crianças.”

Clay

ton

Ferre

ira

César Borges é entrevistado por Cibelli Pietrangello, da Boa Vontade TV.

O deputado federal Maurício Trindade e o senador César Borges com algumas das crianças da lBV.

Atualidades

104 | BOA VONTADE

Page 105: Revista Boa Vontade, edição 226

Durante recente visita ao Cen-tro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade na capital mineira, a presidente do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) de Belo Horizonte/MG, Ana Paula Simões, destacou a qualidade do atendi-mento prestado pela Ins t i tu ição no bairro Planalto e no entorno. Na oportunida-de, ela esteve acompanhada da sec re tá r ia - -adjunta do CMAS, Elizabeth Leitão.

Recepcionada por meninas e meninos atendidos pelo programa LBV — Criança: Futuro no Pre-

LBV: qualidade no atendimento

sente!, Ana Paula agradeceu a sau-dação com música de boas-vindas, afirmando: “Fui bem recebida pelas crianças. Tudo isso é consequência do trabalho e da forma acolhedora que a entidade atende o seu público. As crianças só conseguem passar

V I S I T E , A PA I X O N E - S E E A J u D E A l B V ! av. Cristiano Machado, 10.727 — Planalto — Belo Horizonte/MG — Tel.: (31) 3494-3232.

esse tipo de carinho e de cuidado pelo próprio cuidado que têm aqui na LBV”.

Agraciada, ainda, com cartão e porta-retratos, a presidente do Con-selho de Assistência Social de BH conheceu as dependências da unida-de socioeducacional da Instituição. Durante o passeio, disse estar encan-tada com a qualidade do atendimento e ressaltou a importância da presença da LBV numa região da cidade onde há muitas áreas com altos índices de vulnerabilidade e risco social: “A LBV vem desenvolvendo um tra-balho em consonância com toda a regulamentação, com as exigências da Política Nacional de Assistência Social, zelando pela qualidade do atendimento, dos profissionais envolvidos, do trabalho realizado e das instalações. Ficamos muito satisfeitos”.

A partir da esquerda: Ronei Ribeiro, da lBV, Ana Paula Simões e Elizabeth leitão, respectivamente, presidente e secretária-adjunta do Conselho de Assistência Social de BH.

B E l O H O R I Z O N T E / M G

Acontece em Minas GeraisFo

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BOA VONTADE | 105

Page 106: Revista Boa Vontade, edição 226

Políticas PúblicasProjetos e ações na área social

conferência reúne sociedade civil e autoridades para discutir

rumos da Assistência Social

A fim de levantar propostas para a Conferência Estadual e para a Conferência Nacio-nal de Assistência Social,

a serem realizadas até dezembro deste ano, a prefeitura de São Paulo/SP promoveu a 8a Confe-rência Municipal de Assistência Social, em 22 de julho. O tema central de ambas as conferências é “Participação e Controle Social no Sistema Único de Assistência Social (SUAS)”. O SUAS visa coordenar todas as ações da área no Brasil e fazer valer os mecanis-mos de controle social, isto é, de fiscalização popular das políticas públicas voltadas para o setor.

O encontro na capital paulista contou com a presença de diver-sas autoridades, a exemplo do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que, durante a solenida-de de abertura, ressaltou: “Tenho certeza absoluta de que nesta 8ª Conferência os debates darão apoio fundamental para que a gente possa atingir todos os objetivos”. Ele também citou os projetos desenvolvidos na área e o trabalho da Secretaria de Assis-tência e Desenvolvimento Social, comandada pela vice-prefeita de São Paulo, Alda Marco Antonio.

Presente ao evento, a secretária municipal de Assistência Social, em entrevista à BOA VONTADE, afirmou: “A conferência consolida um dado de democracia, porque reúne governantes e sociedade. É

Daniel GuimarãesFotos: Vinícius Bueno

Mesa de abertura do evento, que teve o apoio da lBV e foi realizado no Centro de Convenções Anhembi, em São Paulo/SP. No destaque, o prefeito Gilberto Kassab.

um instrumento que colabora com a administração pública, dando opiniões, fazendo cobranças, mas, sobretudo, acompanhando a aplicação da LOAS [Lei Orgânica de Assistência Social] na capital paulista. E agora colabora com a implantação do SUAS”.

Por sua vez, a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, Rita Passos, que na ocasião repre-sentou o governador José Serra, avaliou: “Teremos excelentes resultados, porque essas pessoas estão realmente empenhadas num processo de construção da assis-tência social. (…) Vamos ganhar muito se implantarmos não só aqui na cidade, mas em todo o Estado de São Paulo, o que foi decidido e aprovado nesta conferência”.

106 | BOA VONTADE

Page 107: Revista Boa Vontade, edição 226

Representação nacionalA 8ª Conferência Municipal de

Assistência Social também contou com a presença de Márcia Biondi, presidente do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), órgão que acompanha as conferên-cias municipais e estaduais em todo o Brasil, e de Leonardo Martins Prudente, que representou o mi-nistro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias.

“A expectativa do ministério é que as conferências possam ampliar a participação da po-pulação e o controle social que ela exerce sobre as atividades do Estado. Nosso objeti-vo é fortalecer o SUAS, e um dos desafios mais importantes para a gente atingir essa meta passa, necessariamente, pela participação popular”, comentou Martins Prudente.

Sobre o papel do CNAS para a implementação do SUAS, bem como a expectativa que se forma a partir desse processo das conferên-cias, a presidente da entidade se diz confiante. “Estamos caminhando, construindo essa discussão com os municípios nesse momento; daqui a pouco teremos esse mes-mo processo nos Estados. Espero que a gente chegue à Conferência Nacional com um respaldo muito grande dos usuários, das entida-des, dos governos, compondo a paridade prevista na constituição: 50% governo, 50% sociedade civil, discutindo, inclusive, quais são as mudanças que podemos ter nessa composição. Prevejo dias muito profícuos para o controle social

no país”, declarou Márcia Biondi.Antônio Brito, secretário muni-

cipal de Trabalho, Assistência So-cial e Direitos do Cidadão de Salvador/BA, apontou o caráter nacional da con-ferência realizada em uma cidade com a dimensão de São Paulo. “É um debate que venho trazendo hoje

— agora à frente (...) da Secretaria de Assistência Social de Salvador — com outros municípios como Porto Alegre, Rio de Janeiro, em que os problemas da metrópole pratica-mente fazem uma referência nacio-nal. (...) São assuntos que precisam ser tratados dentro dessa linha.”

Além de autoridades, compare-ceram ao encontro representantes de órgãos públicos, entidades e pessoas que atuam na área ou re-presentam comunidades atendidas. Muitas delas participaram como delegados, pois foram eleitos nas dez pré-conferências municipais realizadas em diferentes macror-regiões da capital paulista, a fim de dar maior representatividade às propostas apresentadas posterior-mente na própria conferência.

Apoio da sociedade civilO vereador Floriano Pesaro,

que já foi secretário municipal de Assistência Social de São Paulo, lembrou a relevância do envolvimento dos legisladores e o papel deles nessas questões: “É um momento importante e demo-crático, (...) de avaliação daquilo que foi feito, dos avanços; e você não tem propostas para o futuro se não avaliar corretamente o passado”.

Pesaro enfatizou a colaboração da Legião da Boa Vontade: “O agradecimento muito especial à LBV, pelo apoio que está dando para a realização dessa conferên-cia. Se não fosse a LBV, provavel-mente não conseguiríamos ter a conferência no brilho que estamos tendo”.

Concordando com as palavras do vereador, Marcelo Monello, coordenador do Fórum Munici-pal de Entidades Beneficentes de Assistência Social de São Paulo (Febas), completou: “Vocês [da LBV] estão sempre presentes. Que-ro agradecer. É fundamental o que desenvolvem. Muito obrigado”.

Marcelo Monello

Carlos Nambu

Márcia Biondi

Floriano Pesaro

Rita Passos

leonardo Prudente

Alda Marco Antonio

William lisboa

Antônio Brito

BOA VONTADE | 107

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A 25ª edição do Brazilian Day Festival in New York foi pal-co, mais uma vez, da entrega da Comenda da Ordem do

Mérito da Fraternidade Ecumêni-ca, da Legião da Boa Vontade. A homenagem se deu na cerimônia de abertura do evento, no dia 5 de setembro, e o agraciado desta edição foi o cantor, percussionista, compositor, produtor e agitador cultural brasileiro Carlinhos Brown, em reconhecimento pe-los seus esforços em empreender ações sociais, por meio da música,

brazilian DayCarlinhos Brown recebe, com emoção e entusiasmo, a

Comenda do ParlaMundi da LBV na maior festa brasileira nos EUA

que têm transformado a vida de crianças e jovens de baixa renda na capital baiana.

O cantor recebeu a comenda das mãos do legionário Alziro Paolotti de Paiva, que represen-tou o diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto. Ao anunciar o homenageado, Alziro ressaltou: “Todo mundo conhece o Carli-nhos cantor, compositor, mas hoje vamos saudar o Carlinhos Brown que modifica a vida de tanta gente. Ele leva para o mundo inteiro o nosso mais precioso bem: a Cul-

tura, a Solidariedade e o carinho do brasileiro. E a Legião da Boa Vontade, que é uma instituição brasileira, tem a honra de premiar Carlinhos Brown”.

Povo abençoadoRecebido com entusiasmo pelo

público, o músico baiano retribuiu as palavras do representante da LBV, afirmando: “A Legião da Boa Vontade nasceu quando nasceu o Brasil”, ao que a pla-teia correspondeu com aplausos calorosos. E prosseguiu Brown:

Brazilian DayFesta brasileira nos EuA

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Mais de 1 milhão e meio de pessoas prestigiam o

108 | BOA VONTADE

Page 109: Revista Boa Vontade, edição 226

Novidades do Brazilian DayA programação deste ano, de acordo com o diretor-geral do evento

e editor-chefe do jornal The Brasilians, o jornalista Edilberto Mendes, contou também com a Lavagem da Rua 46 — conhecida como Little Brazil —, semelhante ao tradicional ritual da Festa do Senhor do Bonfim, em Salvador. “A Silvana Magda, que é uma baiana autêntica e tem um grupo maravilhoso aqui em Nova York, nos trouxe a ideia de fazer a Lavagem da [Rua] 46 nos moldes da Lavagem do Bonfim. (...) Então, estamos empenhados em trazer essa tradição, a força da Bahia para o Brazilian Day”, disse Edilberto.

“No Brasil, surgiu um povo aben-çoado, com vontade de colaborar, todos nós aprendemos a dividir. Só a miscigenação (a fusão das etnias, das culturas) poderia proporcionar algo assim. Eu sou um cidadão e exerço esse papel. (...) É mais do que uma obrigação de cada um tentar modificar aos pouquinhos as realidades nas quais vivemos. No Brasil, até num momento de crise, não deixamos de pagar os impostos, ajudar as pessoas, de nos amar. (...) Agrade-ço bastante. Que Ogum continue

Cenas do Brazilian Day, em Nova York. Mais de um milhão e meio de pessoas prestigiaram a maior festa brasileira nos EuA (1). Na cerimônia de abertura do evento, em 5 de setembro, houve a “lavagem da Rua 46” pelas baianas brasileiras (2), e o consagrado cantor Carlinhos Brown recebeu a prestigiada Comenda da legião da Boa Vontade das mãos de Alziro de Paiva, da lBV. (3). Por fim, o coração azul, dístico da Instituição, destaca-se no estande da lBV, em meio à multidão que tomou a esquina da Sexta Avenida com a Rua 46 (4).

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Alziro de Paiva

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Page 110: Revista Boa Vontade, edição 226

sendo o senhor da minha estrada e do meu tambor. Axé!”.

Origem humildeNascido no bairro do Candeal

Pequeno, na capital baiana, o músi-co conheceu bem a pobreza. Certa ocasião, ao ser entrevistado pela Boa Vontade TV, em 1999, recordou-se da infância e da relevância da LBV para ele. “Paiva Netto é uma pessoa que realmente tem competência. Faz um trabalho muito importante para o Brasil. Aproveito que estou na televisão — sou assim, sincero

Reinaldo, o maior artilheiro do Atlético Mineiro, com a revista Globalização do Amor Fraterno, da lBV.

Mérito da FraternidadeDesde que foi criada, em 1996, a Comenda da Ordem do Mérito da Frater-

nidade Ecumênica já homenageou, no Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF, nomes consagrados que honram o país, além de personalidades que têm deixado sua marca de altruísmo e de luta contra as injustiças e as desigualdades ao redor do mundo, tais como os estadistas Mário Soares (ex-presidente e ex-primeiro-ministro de Portugal) e Nelson Mandela (ex-presidente da África do Sul e Prêmio Nobel da Paz); o dalai-lama tenzin gyatso (Prêmio Nobel da Paz); o astronauta Edgar Mitchell (sexto homem a pisar na Lua); as atrizes Fernanda Montenegro e Bibi Ferreira; a cantora Fafá de Belém; e muitos outros artistas e pessoas que se destacaram em setores como o da indústria e do comércio, do esporte, da comunicação, dos direitos humanos, da educação, da ecologia etc.

A atriz Betty Faria prestigia os 25 anos do Brazilian Day in NY, enquanto recebe o abraço de Sâmara Malaman, da lBV.

O músico Marcelo D2 é saudado por representante da Instituição.

A jornalista Clara angélica, do The Brasilians, é cumprimentada por Alziro de Paiva, da lBV.

“Estou muito contente com a

LBV e honrado por estar aqui.

Essa premiação não vai para

mim, mas para todos aqueles

que têm Fé. (...) No Brasil,

surgiu um povo abençoado,

com vontade de colaborar,

todos nós aprendemos a dividir.

Só a miscigenação poderia

proporcionar algo assim.”

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Brazilian Day

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Page 111: Revista Boa Vontade, edição 226

Editor-chefe do The Brasilians, o jornalista Edilberto Mendes concede entrevista à Super Rede Boa Vontade de Comunicação. Coordenador do festival Brazilian Day in NY, Edilberto é um dos entusiastas que se mobilizam para a realização do grandioso evento.

Alziro de Paiva com o empresário João de Matos

A simpatia das baianas esteve presente na festa em NY. Aqui, aparecem com a revista Globalização do Amor Fraterno, da lBV.

O diretor-executivo da Globo Internacional, jornalista amauri soares, marca presença no Brazilian Day in NY. No registro, confraterniza com o legionário Alziro de Paiva.

A cantora Elba ramalho (D) se apresentou no palco do Brazilian Day, no dia 6 de setembro. Antes do show, recebeu os cumprimentos da jovem legionária sâmara Malaman, da lBV.

“Tenho grande respeito pela LBV”, afirmou o cantor Emílio santiago, ao ser saudado pelos representantes da Instituição durante a maior festa brasileira nos EuA.

Mila Burns, repórter do programa Planeta Brasil, da TV Globo, com um exemplar da revista Globalização do Amor Fraterno. A publicação foi endereçada aos chefes de Estado de todo o mundo presentes na Reunião de Alto Nível do Conselho Econômico e Social (Ecosoc) das Nações unidas, em 2007, Suíça.

— para dizer que a LBV, de certo modo, e há muito tempo, contribuiu comigo num momento em que eu tinha mais dificuldade na vida”.

Desta vez em Nova York, o can-tor mostrou novamente gratidão e, igualmente, demonstrou seu carinho pela Instituição. “A Legião da Boa Vontade continua realizando isso, pois ela não é um projeto ape-

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LBV dos EUA de mãos dadas com o povoTradicionalmente, a Legião da Boa Vontade participa das comemorações

do Dia da Independência do Brasil em Nova York, EUA, com um estande montado na Rua 46, no qual, com o apoio de voluntários desse país, são apresentados ao público alguns dos programas socioeducacionais que a Ins-tituição desenvolve em terras norte-americanas e no Brasil, além de diversos produtos promocionais, incluindo a concorrida camiseta com o coração azul (símbolo da LBV), nas cores verde e branco.

Nos Estados Unidos, a LBV atua em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1994, no Departamento de Informação Pública (DPI), e possui status consultivo geral no Conselho Econômico e Social (Ecosoc), o que lhe confere o direito de participar das reuniões decisórias desse órgão. A LBV dos EUA está localizada na 20 Calumet Street, Newark, Nova Jersey. Outras informações pelo tel.: (1973) 344-5338 ou acesse o site www.legionofgoodwill.org.

nas social, é um projeto espiritual. Porque não é só uma legião. Quem são as legiões? Anjos, arcanjos. En-tão Deus criou uma legião de anjos para ajudar no desenvolvimento humano, para ajudar na iluminação do Homem”.

Em determinado ponto da con-versa, virou-se para Alziro de Paiva e afirmou: “Diga ao seu pai (Paiva Netto) que eu também sou como um filho dele, porque aquele que alimenta um homem é pai”. Por fim, reiterou a alegria de receber a Comenda da Ordem do Mérito: “Estou muito contente com a LBV e muito honrado por estar aqui. Essa premiação não vai para mim, mas para todos aqueles que têm Fé. (...) O Homem nasceu para ter progresso, não importa qual seja a opção dele na vida, mas o progresso é algo que já temos que entender, porque, se eu entro nisso, vou crescer nisso. Se eu entrar na Paz, vou crescer na Paz; se entrar na guerra, vou crescer na guerra. (...) O caminho da guerra só faz mal aos homens. Deus abençoe a todos vocês”.

Embaixador Osmar Chohfi, cônsul do Brasil em NY, com Sâmara Malaman.

Estande da lBV: uma tradição na festa brasileira em Nova York.

Sâmara Malaman com a empresária e promoter alicinha Cavalcanti

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A Constituição dos Estados Unidos exige a conta-gem da população do país a cada dez anos. Em 2010, o novo censo pretende definir quantos são os residentes e como se dá a atual composição demográfica. Para ajudar nesse gigantesco processo de contagem, o

Censo americano 2010LBV dos EUA servirá de posto de informação para imigrantes de língua portuguesa

governo está promovendo uma campanha nacional e mobilizando vários setores para incentivar todo morador a responder ao breve questionário que será distribuído no início do ano que vem. A Legião da Boa Vontade — LBV (Legion of Good Will — LGW) será um dos pontos de informação para a comunidade de língua portuguesa em Nova Jersey. Todos que moram há mais de seis meses nos EUA devem participar, independentemente de sua situação migratória.

Os resultados do censo afetam a representação po-lítica e direcionam a distribuição de bilhões de dólares dos fundos públicos por 10 anos. Além disso, o que a campanha de conscientização “Está em nossas mãos” pretende destacar é que responder ao questionário é fácil e seguro. Com perguntas curtas, leva-se pouco tempo, mesmo alguns minutos, para preencher o formulário. Não há perguntas sobre número do seguro social (social security) ou qualquer outra informação mais detalhada.

O departamento governamental responsável pelo censo garante que o processo é seguro mesmo para os que não dispõem de documento, uma vez que por lei essas informações pessoais não podem ser reveladas ou compartilhadas por um período de 72 anos. Os agentes do censo visitarão as casas de mo-radores que não enviarem as respostas pelo correio. Informações adicionais para consulta estão no site do órgão: 2010census.gov ou em pontos de informação, a exemplo da LBV, localizada na 20 Calumet Street, Newark — NJ, telefone: (973) 344-5338.

(1) Jovens e crianças da lBV interpretaram peça educativa sobre o Census 2010, durante o Flash Kids Festival, promovido pelo jornal Brazilian Press, em Newark, por ocasião do Dia das Crianças. (2) Danilo Parmegiani, da lBV; luise Kipler, especialista em parcerias do Census; alziro de Paiva, da lBV; e igor alves, especialista em parcerias do Census.

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Graças a uma decisiva rodada de nego-ciações entre as centrais sindicais e o governo federal, realizada em agosto, foi formalizado um acordo, a ser consolidado

por meio de substitutivo global a diversos projetos de lei em andamento no Congresso Na-cional, que beneficiará milhões de trabalhadores, nos seguintes termos: 1. Fator previdenciário

— O fator previden-ciário fica extinto para as mulheres que com-pletarem a Fórmula 80 (professoras e demais seguradas especiais) ou 85 (demais trabalhadoras urbanas) e para os homens que concluírem a Fórmula 90 (professores e demais segurados especiais) ou 95 (demais trabalhadores ur-banos). Pela nova regra, o segurado ou a segurada terão direito ao benefício integral ao alcançar a soma da idade com o tempo de contribuição

previsto na respectiva fórmula. Para cada ano a mais do tempo mínimo de contribuição para a aposentadoria, é diminuído um ano da idade.

Exemplos:

Caso 1 — Professoras e demais seguradas especiais: 25 anos de

contribuição e 55 anos de idade (soma = 80) ou 27,5 anos de

contribuição e 52,5 anos de idade (soma = 80).

Caso 2 — Demais tra-balhadoras urbanas: 30 anos de contribuição e

55 anos de idade (soma = 85) ou 32,5 anos de contribuição e 52,5 anos de idade (soma = 85).

Caso 3 — Professores e

demais segurados especiais: 30 anos de contribuição e 60 anos de idade (soma = 90) ou 32,5 anos de contribuição e 57,5 anos de idade (soma = 90).

Caso 4 — Demais traba-

lhadores urbanos: 35 anos

para aposentadoriaVêm aí novas regras

Ministério da PrevidênciaFique por dentro

Fonte: Ministério da Previdência SocialFotos: Photos.com

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de contribuição e 60 anos de idade (soma = 95) ou 37,5 anos de contribuição e 57,5 anos de idade (soma = 95).

— Para o cálculo da aposen-tadoria, passa a valer a média dos 70% maiores salários de contribuição, e não mais 80%, a partir de julho de 1994.

— Quando o trabalhador adquirir condições de se apo-sentar, a tábua de expectativa de vida do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) será congelada, isto é, mesmo que seja editada nova tábua, valerá aquela que vigorava na época em que o trabalhador completou o tempo de contri-buição para aposentadoria.

— Serão contados, para efei-to de aposentadoria, os períodos em que o trabalhador ou a tra-balhadora estiverem recebendo salário--desemprego ou sob aviso prévio.

— Haverá garantia do empre-go durante os doze meses que antecederem a aposentadoria. 2. Política do salário mínimo

Deverá existir empenho das partes envolvidas para aprovar o Projeto de Lei nº 1/2007, que fixa a política de rea-juste do salário mínimo até 2023. A atual política de reajuste do mínimo é fruto do acordo firmado em dezembro de 2006 com

O ministro da Previdência Social, José Barroso Pimentel (C), o deputado federal Beto albuquerque (E) e o diretor-executivo da legião da Boa Vontade, Paulo Duarte Pereira.

as centrais sindicais e os repre-sentantes dos aposentados. O acordo possibilitou ganho real ao salário mínimo e ao piso previdenciário (que segue a va-riação do mínimo). O reajuste passou a considerar a inflação (medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor — INPC, calculado pelo IBGE) mais o Produto Interno Bruto (PIB), que representa o cresci-mento da economia do país, do segundo ano anterior, uma vez que o PIB só é divulgado no ano subsequente. Também faz parte

do acordo a antecipação da data- -base do reajuste em um mês a cada ano, de modo que, em 2010, o reajuste do salário mí-nimo será em janeiro. 3. Ganho real para 8,2 milhões de aposentados e pensionistas

Aposentados e pensionistas da Previdência Social que re-cebem acima do piso previden-ciário (salário mínimo) terão, em 2010 e 2011, reposição da inflação acrescida de 50% do PIB, nos moldes da política do salário mínimo. 4. Mesa permanente

Fica criada a Mesa Perma-nente de Negociação, composta das entidades dos trabalhado-res, dos representantes dos aposentados e do governo fe-deral, para tratar das políticas de valorização do aposentado e do idoso.

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Walter PeriottoFotos: Photos.com

Entre as grandes descobertas dos anos de 1990, a chamada “década do cérebro”, está a de que o corpo humano

continua a produzir novas células nervosas, ou neurônios, mesmo na fase adulta. A informação mu-dou radicalmente a visão de que o Ser Humano nasce com todas as células cerebrais que terá durante a vida, abrindo especial perspec-tiva no tratamento de doenças

Alimentos e atitudes que reforçam a memória e o raciocínio

degenerativas e no cuidado com o envelhecimento.

Como a produção não para, mesmo pessoas em idade avança-da, “acima de 90 anos, possuem células-tronco se multiplican-do e produzindo neurônios, que substituem os que são perdidos”, explica o professor Cícero Galli Coimbra, neurologista e professor livre-docente do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O médico e pesquisador afirma que o combustível da neurogêne-se (nascimento de novas células nervosas) depende muito do que comemos. Especialista nesse elo entre nutrição e o que ela representa na ma-nutenção de funções

nobres da massa cinzenta, como a capacidade de memorizar e de raciocínio, o dr. Coimbra destaca os alimentos que possuem subs-tâncias que o organismo humano não é capaz de produzir e são essenciais na produção dos neu-rônios, incrementam a memória e combatem a demência.

O neurologista cita a colina como nutriente importante na neu-rogênese. Em 1997, um estudo já identificava a relação entre a inges-tão da substância e o incremento de neurônios. “A colina está presente em larga quantidade na gema do ovo, no peixe, em produtos vegetais, como brócolis, a couve-flor, a couve- -de-bruxelas e sementes de uma

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judicado pelos chamados radicais livres — normalmente associados a doenças, processo degenerativo e envelhecimento de seres vivos. Para ajudar a combatê-los, o dr. Logan indica a ingestão de maçã, vegetais ricos em betacaroteno (cenoura e rúcula), flavonoides (cebola e soja) e frutas ricas em vitamina C (abacaxi, laranja, limão e goiaba).

Vilões da saúde do cérebro

Em contrapartida aos benefícios desses alimentos, outros têm sido apontados em pesquisas recentes como vilões da saúde. O dr. Cí-cero Coimbra informa que foram descobertas “substâncias tóxicas produzidas nas carnes quando co-zidas, chamadas aminas heterocí-clicas, neurotóxicas, que facilitam a ocorrência de doenças neuro-degenerativas, como Alzheimer e Parkinson”. Ele dá o exemplo da cidade de Buenos Aires, na Ar-gentina, onde a incidência do mal de Parkinson é quatro vezes maior que a média mundial, acredita-se, por causa do consumo excessivo de grelhados por muitos anos.

O neurologista diz, ainda, que

essas substâncias tóxicas se ligam aos cromossomos e seu efeito nocivo tem caráter cumulativo. Outro fator agravante está na temperatura para o preparo da carne: quanto mais alta, pior, pois maior é a quantidade de aminas heterocíclicas. “As carnes de aves seriam as mais comprometidas, em segundo lugar a bovina, em último a de peixe; o melhor é o cozido a baixa temperatura, como ensopado, ou a vapor; nesse a quantidade formada é irrisória”.

Por fim, o professor observa que a mudança de hábitos alimen-tares precisa ser acompanhada por uma postura mais positiva diante da vida. Ele comenta que pesquisas conduzidas pelo psi-quiatra George Weiland mos-tram que o sofrimento bloqueia a neurogênese e provoca dege-neração dos neurônios.

Para o dr. Coimbra, a solução não está em fugir dos problemas, mas enfrentá-los com serenidade, para garantir uma velhice com saú-de completa: “A estabilidade emo-cional é um fator preditivo para a velhice isenta de doenças neu-rodegenerativas. Estou convicto, por exemplo, de que o Parkinson é a doença do sofrimento; jamais uma pessoa com uma história de tranquilidade absoluta, serena, desenvolverá esse mal”.

substância, fundamental no revesti-mento externo das células nervosas. Sem ela não conseguimos produzir neurônios”, garante.

Nessa lista de substâncias be-néficas à atividade cerebral, não pode faltar o ácido graxo ôme-ga-3, que da mesma forma não é fabricado pelo organismo. Entre as fontes desse nutriente, nova-mente surgem o ovo e o peixe.

Para melhorar os resultados obti-dos com o ômega-3, de acordo com o médico norte-americano Alan Logan, autor do livro The brain diet (A dieta do cérebro), é necessário ingerir fontes de antioxidantes, a fim de evitar que o cérebro seja pre-

Cícero Galli Coimbra, neurologista e professor livre-docente da universidade Federal de São Paulo (unifesp).

Fontes alternativas de proteínas para reduzir o consumo de carne ou substituí-la - Soja (proteína de soja texturizada): em cubos, granulada ou em bifes.- Leite e derivados- Sementes: castanha-do-pará, girassol, gergelim (tahina), quinoa, gérmen de trigo, alfafa (que ainda incluem boa proporção de aminoácidos).- Cereais (de preferência os integrais): aveia, trigo, arroz, cevada e centeio.- Frutos secos: avelãs, amêndoas e nozes.- Leguminosas: feijões, lentilhas, ervilha e grão-de-bico.- Produtos como seitan (glúten), o tofu e o tempeh (alimento fermentado a partir de sementes de soja branca).

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aos olhos do Hubble

de GalileuDa luneta

O cientista Ronaldo Mourão fala de descobertas da Astronomia em 400 anos de observação

CiênciaAno Internacional da Astronomia

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Page 119: Revista Boa Vontade, edição 226

Uma das ciências mais antigas, a Astronomia nasceu da necessidade do Homem de com-

preender o lugar em que vive e seu entorno: o Universo. Por meio da observação dos astros, civilizações antigas iniciaram a contagem do tempo, criaram os primeiros calendários, enten-deram as posições dos corpos celestes no tempo e no espaço e associaram essas informações ao crescimento das plantas, às mu-danças de clima, além de utilizar posteriormente tal conhecimento para viabilizar as grandes nave-gações. Foi a partir desta ciência que tantas outras surgiram, a exemplo da Física e da Matemática, que têm in-fluenciado e modificado completamente a vida humana.

Para mostrar o quanto a Ciência dos astros tem contribuído para a diversidade das culturas, a ONU elegeu 2009 o Ano Internacional da Astronomia. A

Para o astrônomo Ronaldo Mourão, Galileu Galilei talvez não tenha sido o primeiro a observar o céu, mas aperfeiçoou a luneta, “o que permitiu apresentar um novo panorama do Universo de que não tínhamos conhecimen-to”. E completa: “(…) Eu acho que outras pessoas observaram [o céu], mas não entenderam bem, porque havia sempre o preconceito de que o Universo fosse perfeito, divino, e não havia nada”.

Após a observação, explica Mourão, Galileu “verificou que a Lua tinha uma superfície enrugada, com crateras. Foi uma revolução muito grande e a confirmação da teoria heliocêntrica de Copérnico”.

O astrônomo Nicolau Copérnico criou o calendário atual pelo estudo dos astros. Ele compreendeu o movimento dos planetas, colocando o Sol no centro do sistema, e “descobriu que essas efemérides dos planetas seriam mais facilmente calcula-

das com esse sistema. (…) Todo o mundo hoje tem um calendário e não sabe que isso veio da Astronomia”, comenta Ronaldo Mourão.

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O renomado cientista brasileiro Ronaldo Rogério de Freitas Mourão

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Galileu mostra aos cardeais a imagem vista pelo telescópio. No destaque: ilustração das fases da lua feita pelo astrônomo no século 17.

Page 120: Revista Boa Vontade, edição 226

celebração ficou a cargo da Unesco — Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura — e da União Astronômica Internacional.

Neste ano foram comemora-dos quatro séculos das primeiras observações do espaço feitas

por Galileu Galilei, “também os 40 anos do homem na Lua; 90 anos da confirmação da Teoria da Relativi-dade [de Albert Eins-tein]; e os 400 anos

da publicação do [livro] Astrono-mia Nova, de [Johannes] Kepler,

que foi muito importante, porque deu uma nova visão da Astro-nomia sobre o aspecto teórico dos movimentos dos planetas”, afirma o renomado astrônomo, físico e conselheiro do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, Ronaldo Ro-gério de Freitas Mourão, doutor pela Universidade de Paris com

menção Très Honorables. Em entrevista à BOA VONTADE, o cientista ressaltou: “A LBV está sempre acompanhando os acon-tecimentos da Astronomia e da Ciência em geral”.

Sobre o Ano Internacional da Astronomia — cuja finalidade também é estimular a curiosida-de, principalmente de crianças e jovens — Ronaldo Mourão acrescenta: “É uma oportu-nidade para divulgar mais a Astronomia, a Ciência, mostrar a sua relevância no cotidiano, a contribuição das pesquisas espaciais e também a defesa do céu; momento para lutar contra a poluição que impede de ver a beleza do firmamento que tem inspirado tantos cantores, pin-tores...”.

Nos últimos anos, a Astro-nomia alcançou um patamar de excelência, o que tem contribuído para avanços consideráveis nas mais diversas áreas do conheci-mento. O astrônomo lembra que a telecomunicação, as pesquisas e observações, por exemplo, estão bem mais precisas: “Você tem uma visão melhor do nosso planeta, e daí veio também uma consciência mais ligada à pre-servação da Natureza, ecologia cósmica”.

Mourão destaca a grande revolução provocada pelo lan-çamento, na década de 1990, do telescópio espacial Hubble, o instrumento que mudou a forma de enxergar o Cosmos. O fato de estar em posição pri-vilegiada na órbita terrestre (a 569 quilômetros de altitude),

Anuário de Astronomia e Astronáutica 2009O astrônomo Ronaldo Mourão, na ocasião da entrevista, dedicou um

exemplar do Anuário de Astronomia e Astronáutica 2009, de sua autoria, com a seguinte mensagem: “Para o jornalista Paiva Netto, como prova de estima e admiração. Afetuosamente”.

O anuário apresenta informações precisas, úteis e instrutivas sobre os mais diferentes calendários, inclusive o hindu, usado para calcular datas religiosas. O leitor encontrará também previsões acerca de fenômenos astronômicos: de eclipses e pequenos planetas a cometas.

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Simone Barreto entrevista o astrônomo Ronaldo Mourão para a Boa Vontade TV.

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Page 121: Revista Boa Vontade, edição 226

Dica para o astrônomo amadorPara quem deseja dedicar tempo à observação dos astros, mesmo como

amador, uma dica do cientista Ronaldo Mourão: “Comece pela Lua; com o Sol tem de tomar cuidado. Nunca observar o Sol por uma luneta, mas por uma posição indireta, porque pode queimar a retina. Dizem que a cegueira de Galileu veio exatamente da observação do Sol, que fazia sem proteção”.

acima da atmosfera, visto que esta distorce a luz dos astros, permitiu a obtenção de imagens muito mais nítidas — mais de 700 mil em 15 anos de uso. Isso possibilitou aos cientistas determinar a idade do Universo, fazer o registro de galáxias lon-gínquas e antigas e compreender melhor o nascimento e morte de estrelas e planetas, a evolução de galáxias, os buracos negros, e evidenciou a existência da ener-gia escura (capaz de explicar a aceleração no Universo) e da matéria negra, grandes enigmas para o século 21.

Vida fora da TerraDe acordo com o site www.as-

tronomia2009.org.br, desenvolvi-do por cientistas e pesquisadores da área para o Ano Internacional da Astronomia: “Neste início de um novo milênio, nos colocamos um novo desafio, o de detectar vida em outros planetas e de ve-rificar se ela é um produto de leis naturais da evolução da matéria, como prediz o evolucionismo, ou requer uma intervenção externa, como grande parte da Huma-nidade acredita. Qualquer que seja a resposta, o impacto no pensamento humano será enorme e isso pode ocorrer em poucas décadas”.

Pensamento compartilhado por Ronaldo Mourão, que igual-mente destaca o pioneirismo do diretor-presidente da LBV ao tratar do tema. “Nós não somos o último estágio da civiliza-ção. Essa evolução tem de ser permanente. (…) O dirigente

da LBV sempre promove essas reuniões [como as do Fórum Mundial Espírito e Ciência]. Sempre defendo que ele também aceita que nós [Seres Humanos] não somos os únicos no Uni-verso, que há outros planetas habitáveis e, talvez, com uma civilização mais avançada do que a nossa ou mais atrasada. Nesses Fóruns da LBV, todas as religiões estão reunidas. Há uma grande liberdade de opinião, que exatamente caracteriza a mente do jornalista Paiva Netto, mente aberta a todas as religiões. É o que aprecio nele”, conclui.

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PROjEçãO - O MODO SEGUROA imagem do Sol é projetada numa tela

Luz do Sol Para-luz

NUNCA OLHE DIRETAMENTE

PARA O SOL

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A distância entre o anteparo e o para-luz varia de acordo com o foco da luneta. O observador vê apenas a imagem projetada.

Page 122: Revista Boa Vontade, edição 226

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Lei Nacional

Nova legislação promete desburocratizar processo no país

de AdoçãoCibelli Pietrangello

Tanto a Constituição Federal quanto o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) tra-tam dos direitos fundamentais

das crianças e dos jovens brasilei-ros. Em todo esse conjunto de leis está assegurado o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Com o propósito de fazer valer essas garantias e proporcionar uma vida mais digna e feliz aos

Patrícia Saboya, senadora.

Infância e AdolescênciaNovas regras

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menores que vivem em abrigos de órfãos ou crianças abandonadas, foi sancionada em 3 de agosto, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a nova Lei Nacional de Adoção (12.010/09). Ela nasce com o objetivo de agilizar e sim-plificar os processos de adoção.

Para a senadora Patrícia Saboya, autora do projeto de lei, um dos avanços nessa legislação é o conceito de “família extensa”, que permite a guarda da criança a parentes próximos, como avós, tios e primos. “Essas medidas vão tornar mais ágeis os proces-sos de adoção”, garante Patrícia.

A parlamentar salientou que houve a preocupação em ouvir pessoas e autoridades das várias áreas ligadas ao assunto, de forma que se pudesse atender às neces-sidades desse público interessa-do. “Trabalhamos muito nesse projeto, participando de todas as reuniões com representantes de órgãos governamentais e da sociedade civil organizada, para chegar ao substitutivo aprovado hoje. Vale ressaltar que o nosso foco sempre esteve no bem-estar da criança e do adolescente”, disse.

RegrasAs normas, que entraram em

vigor no mês de outubro, limitam em dois anos o tempo máximo de permanência de meninos e meninas em abrigos e preveem que a situação das crianças que vivem nesse regime seja reava-liada a cada seis meses. Para isso, o juiz, com base em relatório elaborado por equipe interprofis-

sional ou multidisciplinar, deve decidir sobre a possibilidade de reintegração familiar ou sobre a disponibilidade para adoção.

A princípio, grupos de irmãos serão colocados sob adoção na mesma família; a separação somente será permitida quando ocorrer situação específica que justifique a medida, procurando--se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vín-culos fraternais.

Serão criados cadastros na-cional e estaduais de crianças e adolescentes em condições de serem adotados. Isso permitirá a pessoas de todas as regiões a possibilidade de pleitear a adoção em qualquer Estado. O Cadastro Nacional de Adoção terá todos os dados da criança, além de fotos.

As gestantes e mães que de-cidirem entregar o filho para adoção serão, obrigatoriamente, encaminhadas à Justiça da In-fância e da Juventude. Segundo a

lei, elas terão direito à assistência psicológica durante o pré-natal e o pós-parto, a fim de se evitar nesse caso que, em momento de desespero, deixem a criança em local inadequado.

A nova lei estabelece, ainda, que os candidatos a pais passem por uma preparação psicossocial e jurídica para serem habilitados. Vale destacar que a colocação da criança ou adolescente em família substituta terá preparação gradati-va e posterior acompanhamento, a cargo de diversos profissionais a serviço da Justiça da Infância e da Juventude.

Será permitida a adoção feita por maiores de 18 anos, inde-pendentemente do estado civil; no caso de adoção conjunta, os adotantes devem ser casados ci-vilmente ou manter união estável.

A realização de adoção por estrangeiros, que só será admitida na ausência de brasileiros habi-litados no cadastro nacional de pais adotantes, teve diminuição no tempo de autorização: de dois para um ano. Além disso, prevê--se um estágio de convivência a ser cumprido, obrigatoriamente, dentro do território nacional, de no mínimo 30 dias.

AtençãoAs pessoas e casais que já se

encontram inscritos nos cadastros de adoção estão obrigados a fre-quentar, no prazo máximo de um ano, contado a partir da entrada em vigor da Lei de Adoção, a pre-paração psicossocial e jurídica. Caso não participem, poderão ter cassada sua inscrição.

“(...) O nosso foco sempre esteve no bem-estar da

criança e do adolescente.”Patrícia Saboya

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Page 124: Revista Boa Vontade, edição 226

Algo preocupante cerca a formação da criança e lhe compromete o de-senvolvimento em um

mundo tão corrido, onde a falta de tempo tem gerado desafios e dificuldades às famílias no com-promisso de suprir as necessida-des de atenção de cada fase do crescimento dos filhos, sobretu-do a infância. Justo cuidado, pois a criança protagonizará nossa realidade futura.

Atento ao papel desses peque-nos cidadãos, afirma o diretor- -presidente da Legião da Boa Vontade, o educador Paiva Netto: “A estabilidade do mundo come-

ça no coração da criança. Por isso, na LBV aplicamos, há tantos anos, a Pedagogia do Afeto”. Nesse sentido, é notável o traba-lho pioneiro realizado há quase 60 anos pela LBV na garantia dos direitos socioeducativos e espirituais, incentivando o em-poderamento e o protagonismo infantil.

Um dos desafios enfrentados por famílias, educadores e até chefes de Estado diz respeito à superexposição de meninas e meninos a temas e situações da sexualidade adulta, que chegam até as crianças por meio de produ-tos culturais, imagens associadas

ao consumo, brincadeiras, ou mesmo pela moda com o uso de roupas sensuais, fatores que acabam por dilapidar-lhes o pa-trimônio da infância.

A principal questão é que as crianças, diante de seu desenvol-vimento natural, não possuem experiência para discernir as informações erotizadas, que as confundem. Por não saberem in-terpretá-las, procuram reproduzi- -las, muitas vezes até imitando os adultos, sem ter a compreensão do que ocorre.

Ainda não existem medidores suficientemente objetivos do im-pacto desse processo, contudo,

Erotizaçãoinfantil

Crianças antecipam fases da vida e se arriscam

a perder momentos indispensáveis ao desenvolvimento

Thaís Afonso e Patricia Maria

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Em defesa dos menores de idade

124 | BOA VONTADE

Page 125: Revista Boa Vontade, edição 226

são evidentes os reflexos dessa influência em outros períodos da vida, como a antecipação da pu-berdade e de anseios inerentes à fase adulta. A própria infância fica comprometida e se torna curta de-mais para vivenciar experiências fundamentais ao desenvolvimento da pessoa, como brincar e estimu-lar a imaginação, a criatividade.

A psicóloga clínica Margare-te Marques, mestre pela PUC-SP e consultora de projetos na área da criança e do adolescente, aler-ta: “Quando uma criança é ex-posta à situação da qual não tem elementos para elaborar, não tem como se defender e não consegue responder; ela pode antecipar alguma fase da sexualidade, e o corpo é um dos lugares que responderão a essa antecipação. A exemplo de meninas que têm menstruado cada vez mais cedo”.

A responsabilidade de edu-car, de garantir que as crianças tenham como se defender dessa realidade, é de todos. Meninas e meninos têm, sim, de viver esse período plenamente. A recusa da criança em brincar, por exemplo, pode ser um indicador importan-te: já não se permite ser criança nem deseja mais vivenciar os momentos próprios da infância, pois se sente estimulada a viver outra fase, em que não caberia tal comportamento.

A dra. Margarete Marques recomenda ponderação para identificar esse processo: “É preciso conhecer a história, ou-tros comportamentos da criança, para reunir e dizer, ou supor uma possível erotização precoce”.

Diferentemente do que alguns possam pensar, evitar o assunto não contribui para a solução do problema. Crianças e jovens de-vem ser orientados sobre as infor-mações e vivências que, muitas vezes, são mais complexas do que a capacidade de compreensão deles permite para o momento. Essa simples atitude de respeito e amor, portanto, colabora para que essa agressão — a antecipa-ção da sexualidade adulta — não se torne natural para a criança e comum para a sociedade. É im-prescindível o acompanhamento e a mediação pelos responsáveis do conteúdo que chega às crian-

ças em imagens, anúncios, nos meios de comunicação, filmes, internet, jogos etc.

No ensaio literário Evangelho do Sexo, o escritor Paiva Netto esclarece que o diálogo sobre a sexualidade não pode restringir-se à mecânica sexual: “O ensino do Sexo, salvo exceções, ainda deixa a desejar. Não sou contra que ele seja ensinado aos jovens e às crianças, pois eles o ‘aprendem’ dos colegas na escola, na rua e na televisão, quase sempre, e infelizmente, de forma equivocada. Muita vez, a sexualidade está sendo vista assim: quanto mais trair, mais ‘avançado’ no sexo; quanto menos sensibilida-de, mais ‘moderno’ sexualmente; quanto mais publicidade, mais virilidade... Isso não é Sexo, mas convite à doença venérea (ou psí-quica, que é pior). Trata-se de triste ruína justamente pela nossa porta de entrada neste planeta”.

Que tenhamos coragem não só para identificar o problema, mas também para fazer parte da solução... e que os meninos e meninas, protegidos, possam desfrutar os benefícios de uma infância digna.

A recusa da criança em brincar (...) pode ser um indicador importante: já

não se permite ser criança nem deseja mais vivenciar os momentos próprios da

infância.

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Patricia Maria

e Thaís Afonso, da Juventude

Ecumênica da lBV.

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culturaO direito de brincar

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Arte na Tela

Marta Jabuonski, curadora da Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade.

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disposição de sobra para brincar de casinha, de comadre, de fa-zer comidinha, de pular corda, amarelinha, peteca, bolinha de gude, soltar pipa, polícia e ladrão, esconde-esconde, cantigas de roda etc.

Essas brincadeiras que um dia encantaram nossos pais e avós continuam vivas no universo in-fantil. Para que toda essa riqueza não se perca, o Ministério da Cultura realizou, em agosto, o 1º Encontro Nacional dos Pon-tinhos de Cultura, em Brasília/DF. O evento marcou, também, o desdobramento do Programa

Cultura Viva, do Ministério da Cultura, que tem selecionado e conveniado diversas instituições — de ONGs e universidades a prefeituras — para que se tornem Pontos de Cultura, dentro de um princípio de gestão comparti-lhada.

Nessa iniciativa foram pre-miados 215 Pontinhos de Cultura de todo o país. “Uma rede que começa forte e vai, seguramen-te, em pouco tempo ter o mesmo tamanho da rede dos Pontos de Cultura. Isso é respeito à cultura da infância, ao espaço lúdico de brincar. São outras formas de

Quem não recorda a infân-cia? Os momentos bem vividos, tempo em que a maior preocupação era

brincar apenas. Tudo, tudo mes-mo virava divertimento. Havia

Marta JabuonskiFotos: Clayton Ferreira

126 | BOA VONTADE

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aprendizado mais sensíveis, não [normatizadas] pela pedagogia, (...) mas que têm um efeito para toda a vida, porque falam de valores semeados bem no come-ço da vida”, explica o titular da Secretaria de Cidadania Cultural, Célio Turino.

Segundo o secretário, é preciso que governo e entidades da socie-dade civil reconheçam, incenti-vem e valorizem as brincadeiras e os jogos infantis como direito da criança e oportunidade de apren-dizado. “Brincar pode melhorar a educação. Sem brincadeira, não há cultura”, conclui.

“O Ministério começa a formular, junto a esses inte-grantes, diretrizes e ações para a construção de uma política pública para a infância, que é uma área que vai além do Mi-nistério da Cultura, ela está na educação, no meio ambiente, no esporte”, diz Américo Cór-dula, secretário da Identidade e da Diversidade do Ministério da Cultura.

Meta é ampliar jáO Ministério da Cultura, por

meio do Programa Mais Cultura, estima que terá apoiado até o fim

do ano 551 novos Pontinhos de Cultura/Espaço de Brincar. Para isso, são abertos editais públicos, conforme informou o diretor de Livro, Leitura e Literatura da Secretaria de Articulação Insti-tucional do Ministério da Cultura (SAI/MinC), Fabiano dos San-tos Piuba, durante a abertura do 1º Encontro Nacional dos Ponti-nhos de Cultura.

Na oportunidade, discutiu-se a proposta de unir governo e sociedade em torno da constru-ção de uma política nacional de transmissão e preservação da cultura da infância, por meio de

(1) Apresentação da Companhia Cultural Bola de Meia e (2) do Pontinho de Cultura Meninos de Ceilândia. (3) Na mesa oficial da abertura do 1º Encontro Nacional dos Pontinhos de Cultura, Jacqueline Baumgratz, Américo Córdula, Célio Turino e Fabiano dos Santos Piuba. Nos destaques: cenas de apresentações na abertura do evento.

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boa existe em todo o território nacional”.

A importância do brincar

A representante do Pontinho de Cultu-

ra Escada sem Degraus, de

Manaus/AM, Cléia Alves, disse que essa abertura faci-litará a divulgação de manifestações

culturais com base em outros aspectos.

Como exemplo, cita o trabalho do projeto em que

ela própria atua: “O boi-bumbá é a manifestação mais conhecida pelo mundo inteiro [do Amazo-

nas], graças ao Festival Folclórico de Parintins. Estamos trabalhando mui-to a questão do que era o boi com pequenos grupos e comunidades onde as crianças brincavam mais,

interagiam mais, não ficavam preocupadas demasiadamente

com a questão do espetáculo, como agora. Tentamos mostrar

a elas que é importante estarem integradas, par-ticiparem ativamente da manifestação, dançando e entendendo o que se faz”.

Para a presidente da Companhia Cultural Bola

de Meia, Jacqueline Baumgratz, “o brincar é fundamental para a esperança de um povo, para a alegria, pois vai além, é mais que sobreviver, é viver, é criar; a criança cria suas potencialidades e exercita a Solidariedade”.

A pesquisadora e educadora Lídia Hor-télio reforça a impor-tância do brincar: “Eu tenho muita fé que a gente recupere o ser criança, que elas ve-nham a fazer exercício de ser criança, a Humanidade e a Edu-cação dependem disso. Fala-se sobre o planeta, que ele está sendo destruído, mas, se o homem não es-tiver ancorado no terreno sagrado da infância, pouco haverá de futu-ro. A criança, verdadeiramente, é quem vai salvar o planeta”.

Se hoje, por um lado, a socie-dade corre atrás do atual e do mais moderno, por outro, os Pontinhos de Cultura tiveram a sensibilidade de resgatar brincadeiras mais an-tigas, de locais os mais diversos,

tratando com seriedade e respeito a construção da cultura que co-meça na infância. Aquilo que era visto só como brincadeira infantil ganha, assim, uma leitura mais séria, motivo de preocupação e reflexão.

ações que fortaleçam os direitos desse público, segundo garante o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Para Gabriela Ro-meu, editora-assistente da Folhinha, suplemen-to infantil do jornal Fo-lha de S.Paulo: “É uma iniciativa que está no início, se articulando, trocando experiências e nos fazendo perceber quanta coisa

Gabriela Romeu

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Cléia Alves

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Graças a sistemáticas cam-panhas de vacinação, a paralisia infantil foi erradi-cada do país em 1989. No

entanto, ao lado do esforço para prevenir o mal e manter o Brasil livre da circulação do vírus da pólio, médicos e entidades liga-dos a pacientes que já contraíram a doença estão empenhados em levar ao público esclarecimento sobre a manifestação da síndrome pós-poliomielite (SPP).

O problema surge de forma discreta e muitas vezes é confun-dido com outros quadros clínicos, até porque é recente o seu Código Internacional de Doença (CID), divulgado somente no ano pas-sado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A síndrome

Pessoas que tiveram poliomielite podem desenvolver, depois de décadas, síndrome ligada à doença.

do passadoSombras

— uma desordem do sistema ner-voso — se manifesta em pessoas que tiveram poliomielite após 30, 40 anos. Entre os sintomas mais frequentes da SSP estão a fraqueza muscular e progressiva, fadiga, distúrbio do sono, intole-rância ao frio, dores musculares e nas articulações, resultando em diminuição da capacidade funcio-nal e/ou no surgimento de novas incapacidades. Alguns pacientes, ainda, apresentam difi-culdade de deglutição e respiração.

De acordo com a OMS, no mundo há cer-ca de 12 milhões de pes-soas com algum grau de limitação física causada pela pólio. O fisioterapeuta Abrahão

Augusto Juviniano Quadros, do Setor de Investigação de Doenças Neuromusculares da Unifesp, diz que no Brasil não existe uma estatística oficial, pois os dados foram coletados “de 1962 para cá, quando já havia passado a grande epidemia da década de 1950”.

Pode-se afirmar, entretanto, que é significativa a quantidade de indivíduos passíveis de desenvol-

ver a SSP, por haver casos de poliomielite registrados no país de 1911 até a déca-da de 1980: “Por mais de 70 anos esse vírus grassou na população brasileira. Foi feito um levantamen-

to, chamado de série histórica, pela doutora Maria Bernadete de

Abrahão Quadros

SaúdeSíndrome pós-poliomielite

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Saúde

Paula Eduardo, que hoje trabalha no Centro de Vigilância Epidemio-lógica (CVE), da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, no qual ela conseguiu mapear 10.697 casos só no Estado de São Paulo. Levando-se em conta que sempre essa situação foi subnotificada, então, o número está ainda abaixo do real”.

Segundo o médico, fisiolo-gicamente, cada célula neural é responsável por um número de fibras musculares, mas quem contraiu o vírus da pólio tem danificada parte dessas célu-las. “Nesta situação, as células neurais como que ‘adotam’, assumem as fibras daquelas que morreram. A criança que saiu da paralisia e começa a ter funcio-nalidade, é graças a isso; é o que mantém essas pessoas ativas por uma média de 30 a 40 anos.” O dr. Abrahão acrescenta que, com o tempo, “essas células ficam extremamente sobrecarregadas metabolicamente, e unidades mo-toras gigantes entram em falên-cia, o que caracteriza a síndrome pós-poliomielite”.

Combatendo a SPPEm entrevista à BOA VONTA-

DE, Maria Amélia dos Santos, diretora-secretária da Associação Brasileira de Síndrome Pós--Poliomielite (Abraspp), celebra o fato de poder caminhar com o auxílio apenas de uma bengala. Quem a vê hoje jamais imaginaria que ela passou a infância e parte da adolescência em uma cadeira de rodas.

A representante da Abraspp foi uma vítima da paralisia infantil, que décadas atrás atingia mi-lhares de pessoas no país. Hoje, cumpre o papel de representar parcela importante dos que foram afetados pela SPP. Ela conta que contraiu o poliovírus aos 11 me-ses de idade, nos anos de 1950,

quando ainda não havia vacina no Brasil. O vírus destrói neurônios motores responsáveis pelos mo-vimentos do corpo, deixando por

vezes sequelas graves e permanentes; no caso dela, ficou impossibili-tada de caminhar.

Naquela época, lem-bra Amélia, durante o tratamento “as pessoas

esquentavam tecidos e enrolavam nas minhas pernas para aquecer os músculos, estimulá-los, para aí fazer exercícios. Com isso, houve novas conexões e eu voltei a andar com 15 anos”.

A partir daí, assim como outros indivíduos que do mesmo modo superaram o problema, Amélia quis compensar todos os anos de usuária de cadeira de rodas.

Como o vírus causador da paralisia infantil ainda circula por países do con-tinente africano e da Ásia, e diante do constante in-tercâmbio internacional, é preciso manter a cobertura vacinal para as crianças menores de 5 anos, a fim de evitar a reintrodução do vírus no Brasil, livre da doença há 20 anos.

Maria Amélia dos Santos

HIStórIA — O primeiro centro de reabilitação do mun-do voltado a portadores da poliomielite foi fundado por Franklin Delano roosevelt, presidente dos Estados Unidos de 1933 a 1945. Ele contraíra o poliovírus em 1921, aos 39 anos, tendo sofrido sequelas permanentes: tinha dificuldade para andar e só dirigia veículos adaptados. Franklin Roosevelt

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No entanto, sem saber, estava sobrecarregando o organismo, já fragilizado em virtude da infecção precoce. Como a SSP é uma doen-ça neuromuscular, o paciente deve economizar energia muscular para não fatigar mais ainda os neurô-nios debilitados. “A síndrome é desenvolvida depois de anos de sobreuso do neurônio motor”, explica.

O desconhecimento desse mal por parte dos profissionais de saúde é outra agravante. Alguns sintomas da SPP são confundidos facilmente com problemas causa-dos pelo estresse e pela depressão, por exemplo, o que adia o diag-nóstico e contribui para a piora da doença. É o caso da diretora da Abraspp, que demorou muito até saber a forma correta de lidar com o problema. “Fiz algumas cirurgias ortopédicas, nas quais me tiraram os tendões do pé e os puseram no meio dele — para eu não entortá-lo mais. A partir daí, perdi os movimentos dos dedos. Em 2009, aos 54 anos, com a aju-da da medicina chinesa, percebi que comecei a respirar melhor, ganhei movimentos, e os dedinhos do meu pé, que nunca mais iam se mexer, estão se movendo”, relembra.

AdaptaçãoUma conquista importante para

os portadores da síndrome pós- -poliomielite no Brasil foi a inclu-são da enfermidade no Catálogo Internacional de Doenças, o que acarretou uma série de direitos. “A partir daí, a gente pode ter uma aposentadoria com dignidade,

e aqueles que necessitam de um cuidador conseguem um acrésci-mo de 25% na remuneração pelo tipo de tratamento que precisa”, orienta Amélia.

O maior desafio diante da doença, porém, reside na mudan-ça de hábitos, de acordo com a diretora da Abraspp. “No início, a gente tem bastante dificuldade de admitir limitações, mas, com o tempo, percebe que pode ter me-lhor qualidade de vida, até do que antes, com a consciência daquilo que pode fazer. E o gratificante é poder passar para os outros que existe isso, porque, como sou portadora, sofri muito indo para o médico e ele falando que eu não estava sentindo aquilo.”

E adverte a quem já contraiu a pólio: “Você pode nunca desenvolver a síndrome, se aprender a se cuidar”. Ou seja:

Para minimizar os sintomas da síndrome pós-poliomielite são aconselhados exercícios somente na água, a exemplo da hidroterapia em piscina aquecida e com temperatura controlada, em razão da intolerância ao frio, sintoma característico da doença.

levar a vida em ritmo moderado e contar com acompanhamento profissional. “Existem projetos para educar os médicos para diagnosticar a síndrome, por-que grande parte deles não consegue identificá-la; hoje o diagnóstico é feito só em São Paulo”, ressalta.

Para Maria Amélia, são ini-ciativas como a da LBV, de abrir espaço em uma publicação sua para tratar de assunto tão im-portante, que colaboram para a conscientização do problema. E completa: “Eu quero agradecer pela oportunidade de estar pre-sente aqui. Fico feliz e honrada por estar numa casa que fala de Solidariedade, que é o que está faltando na sociedade”.

Para saber mais sobre a sín-drome pós-poliomielite, acesse www.abraspp.org.br.

Pessoas que tiveram paralisia infantil devem ficar atentas a nova e frequente perda de vi-gor físico, acarretando maiores dificuldades nas atividades da vida diária, como andar, subir escadas, percorrer as mesmas distâncias que antes, dirigir automóvel, vestir-se, pentear os cabelos, fazer a barba.

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Responsabilidade SocialPrograma Ecoelce

Dar um destino adequado aos milhares de tonela-das de lixo produzidos diariamente no Brasil é

um grande desafio. Uma das principais saídas é estimular a prática cidadã da coleta seletiva do lixo e a reciclagem dos de-tritos. Para contribuir com essa conscientização, a Companhia Energética do Ceará (Coelce) implantou em Fortaleza/CE o programa Ecoelce.

Essa iniciativa, classifica-da pelas Nações Unidas, em 2008, como um dos dez mais eficientes projetos do mundo

gera economiaReciclagem

Coelce: lixo reciclável significa desconto na conta de luz

em responsabilidade social, consiste em trocar lixo reciclável por bônus na conta de energia elétrica. Desta forma, incentiva a população cea rense a ado-tar a coleta seletiva em suas residências, pois proporciona

alternativa indireta de geração de renda, ou seja, o consumidor pode utilizar para outros fins o recurso economizado.

“Quem se inscreve recebe um cartão com chip, o qual possui todos os dados dessa pessoa. Apresentando-se no posto de coleta da Coelce e levando o lixo reciclável, vende-se esse material a preço de mercado. Em vez de receber em dinheiro, o valor será creditado em bônus na conta de energia elétrica do cliente. Temos casos de clientes que há 20 meses pagam sua conta com o lixo que levam”, informa o presidente da

leontina Maciel e Sarah Jane

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Coelce, Abel Alves Ro-chinha.

Segundo a empresa de energia, o trabalho contribui ainda para uma Fortaleza mais limpa e diminui a inadimplência dos clientes, pois estudo realizado pela própria Coelce confirmou que a população em situação de risco social — fonte dos maiores índices de inadimplência e furto

de energia elétrica — era também a que depositava inadequadamente o lixo para a coleta.

O executivo acres-centa: “É parte da obri-gação [da companhia de

energia elétrica] cortar o cliente que não pagou a conta, senão aumenta o custo dos outros clientes, mas a resposta que a Coelce tem é abrir a porta para

eles pagarem a conta com lixo”.O presidente da empresa des-

taca ainda que “o cuidado com o meio ambiente é só uma das facetas da responsabilidade social”. Ele explica que a Coelce desenvolve projetos também a favor da Educa-ção, a exemplo do Escola Coelce Caminhos Eficientes, do Baú da Leitura e do Coelce Solidária. Ou-tras informações podem ser obtidas no site www.coelce.com.br.

Feira mostra ações socioambientaisA Feira Coelce de Respon-

sabilidade Social 2009: Gen-te e Energia para um Mundo Melhor, realizada no Centro de Convenções de Fortaleza/CE, no fim de agosto, apresentou à sociedade ações de responsabili-dade social e ambiental promo-vidas pela empresa no Estado do Ceará.

“Aproveitamos esse momento para revisar tudo o que fizemos, mostrar aquilo que estamos

fazendo e trocar ideias com as pessoas sobre o que pode vir a ser feito de novo”, explicou o presidente da Coelce, Abel Alves Rochinha.

O público acompanhou pa-lestras e oficinas e pôde assistir a diversas apresentações culturais, entre elas a do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade, que abriu o evento com um repertório relacio-nado à proteção do meio ambiente, tema desenvolvido com as crianças

da LBV em aulas de música e ou-tras atividades.

Presente também à feira, para prestar contas à população cea-rense, a Provider — empresa que terceiriza tecnologia e é parceira da Coelce há 10 anos — exibiu em seu estande painéis com fotos de meninas e meninos atendidos pela Legião da Boa Vontade, res-saltando a importância do trabalho socioeducional promovido pela LBV em Fortaleza.

Abel Alves Rochinha

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O supervisor nacional de Qualidade da Provider, Vicente Ximenes, destacou a atuação da empresa, há dois anos, nos proje-tos Amigo Solidário e Despertar: “No primeiro, ajudamos a LBV nas ações sociais e temos bastante a contribuir no ano de 2009; no segundo, atuamos com a Coelce incentivando o jovem ao primeiro emprego, qualificando-o para o

mercado de trabalho, como aten-dentes, maquinistas, leituristas e eletricistas”.

Vicente finalizou afirmando: “A Provider tem um orgulho muito grande em atuar com a LBV, uma parceria antiga. Decidimos que o nosso estande teria a Provider, a Legião da Boa Vontade e o Coral Ecumênico Infantil [Boa Vontade], que não pode faltar, pois acredi-

tamos que o investimento nessas crianças vale a pena”.

As fotos que ilustram os pro-gramas socioeducacionais da Ins-tituição no estande da Provider chamaram a atenção inclusive do presidente da Coelce. Partiram dele elogios ao atendimento realizado pela LBV, reafirmando o fato de esta representar uma das parcerias de sucesso da empresa.

Responsabilidade Social

Page 135: Revista Boa Vontade, edição 226

O Centro Educacional, Cul-tural e Comunitário José de Paiva Netto, da Legião da Boa Vontade, na capi-

tal fluminense, recebeu em 24 de setembro a visita de Janaina Vilella, gerente de comunicação da Ampla, empresa com longa tradição de fornecimento de ener-gia elétrica no Estado do Rio de Janeiro, há 5 anos administrada pelo Grupo Endesa (Espanha).

A recepção ficou por conta do Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade, que emocionou a visi-tante. Janaina conheceu todas as dependências da escola da LBV e destacou o apoio da Ampla aos programas socioeducacionais da Instituição. “É muito bom estar

Representante da Ampla visita escola da LBV

aqui. Conheço a ação da LBV há muitos anos. Hoje, pude ver de perto o desenvolvimento dessas crianças, como são tratadas, como estudam desde pequeni-ninhas. É um trabalho bonito e esperamos continuar com essa parceria durante um bom tempo. Ao sair daqui vou ser uma multi-plicadora, mostrar às pessoas o que a gente aprendeu. Realmente, vocês estão de parabéns, é um trabalho realmente benfeito. Va-mos levar isso adiante para toda a comunidade”, disse.

Além da parceria bem-sucedi-da com a LBV, a gerente lembrou outras iniciativas de responsabi-lidade social da empresa: “Nós temos o projeto Consciência

Ampla, no qual trabalhamos com o cliente das comunidades e municípios onde atuamos, dando palestras sobre educação para o consumo consciente. (…) Temos um projeto chamado Consciência Ampla sobre Rodas: uma carreta percorre todas as nossas áreas de concessão, e em todas as cida-des em que paramos, as escolas são convidadas a conhecer os caminhos eficientes da energia elétrica”.

Ao término da visita, Janaina co-nheceu a brinquedoteca e registrou no Livro do Coração: “Parabéns ao trabalho que a LBV desenvolve com as crianças da comunidade. Foi uma oportunidade muito feliz ter conhecido de perto”.

A gerente de comunicação da Ampla, Janaina Vilella, com o Coral Ecumênico Infantil Boa Vontade. No destaque, ela recebe o carinho de alunos da lBV.

Responsabilidade Social

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Isabela RibeiroFotos: Vivian Ribeiro

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Page 136: Revista Boa Vontade, edição 226

Responsabilidade Social

Nos últimos anos, um número crescente de empresas passou a in-corporar na prática o

conceito de responsabilidade social. No Grupo Celesc — res-ponsável por oferecer serviços de energia elétrica para mais de dois milhões de clientes, atin-gindo perto de 92% do território catarinense — são desenvolvidas ações de cunho social integradas aos programas e projetos empre-sariais, desde o início da década. Embora a empresa tenha por base serviços essencialmente técnicos, a atuação socialmente responsável dela demonstra a importância que foi adquirindo o tema na história da própria instituição.

Atualmente, além de promover

pesquisas sobre o clima e realizar programas de saúde e qualidade de vida, no âmbito interno, para os empregados, a empresa desenvol-ve projetos consistentes voltados à inclusão social. A esse respeito, a assessora de Responsabilidade Social e Empresarial da Celesc, Viviani Bleyer Remor, comenta: “Cumprimos nossa missão de empresa pública, levando energia para todos e cidadania para as comunidades mais pobres”.

O projeto Energia do Futuro, por exemplo, estimula a preser-vação ambiental e o consumo consciente de energia elétrica, além de capacitar multipli-cadores, possibilitando-lhes, inclusive, geração de renda. A iniciativa teve início por meio

de parceria com José Alcino Alano, inventor de um aquece-dor solar feito de caixas de leite e garrafas PET.

Graças à ampla repercussão, o projeto recebeu o troféu Empresa Cidadã, concedido pela Associa-ção de Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB-SC), em 2006. Também foi destaque no segmento “Consumidores e Clientes”, da 5ª Pesquisa de Res-ponsabilidade Social na Região Sul, em 2008, distinção concedida pela revista Expressão.

Por meio da parceria com José Alcino, organizações e coopera-tivas constroem o aquecedor. Por sua vez, a Celesc adquire os equi-pamentos — contribuindo para a geração de renda dos trabalhado-

Compromisso com as gerações futuras

Casas do complexo do Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis/SC, com os aquecedores solares feitos de caixas de leite e garrafas PET.

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res da cooperativa — e distribui os aquecedores a comunidades em situação de risco social de Santa Catarina.

Com a ação já foram bene-ficiadas mais de 120 entidades sociais e cerca de 8 mil pessoas. Houve, ainda, o aproveitamento de cerca de 70 mil caixas de leite e garrafas PET, que poderiam ser descartadas incorretamente no meio ambiente.

A Cooperativa Coopervida participa do projeto, envolvendo 40 pessoas, principalmente mu-lheres, para desenvolver outros 50 aquecedores, que são distribuídos na comunidade Vila Paraíso, mu-nicípio de Capivari de Baixo, no Sul do Estado. “São 20 mulheres, chefes de família, que passam a ter novas possibilidades de ren-da”, enfatiza a assessora Viviani Remor.

O projeto Energia do Futuro deu tão certo que se expandiu com a criação da Coopersolar, por intermédio de convênio entre a Caixa Econômica Federal, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento, do governo federal) e a prefeitura de Florianópolis.

Com a parceria, 478 residên-

cias da comunidade do Morro do Mocotó, na capital catarinense, terão os aquecedores solares, reduzindo em média 70% do consumo das famílias e cerca de 30% no valor das contas de luz. Ainda este ano devem ser instalados mais 200 coletores na Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), de Tubarão, devidamente certificados pelo Inmetro.

A Celesc desenvolve atualmen-te 16 projetos de inclusão social, Educação e meio ambiente, entre eles o Sou Legal, Tô Ligado; o Tô Ligado em um Novo Tempo (Eletricista de Rede); e o Jovem Aprendiz. Mais informações po-dem ser obtidas na página da empresa na internet: www.celesc.com.br, na qual consta um manual com instruções sobre como cons-truir o aquecedor solar.

Final do concurso de música realizado pelo programa Sou Legal, Tô Ligado, na capital catarinense. A ação cultural reuniu mais de 52 composições sobre eficiência energética e premiou as três melhores músicas e seus intérpretes, assim como a escola do estudante que conquistou o 1o lugar.

Com a ação já foram beneficiadas mais de 120 entidades sociais e cerca de 8 mil pessoas. Houve, ainda, o aproveitamento de cerca de 70 mil caixas

de leite e garrafas PET, que poderiam ser descartadas incorretamente no meio

ambiente.

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Marisa Serrano, senadora.

Em 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU), ao analisar os problemas mun-diais, fixou, em acordo com

seus 191 países membros, oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), que visam tornar melhor a qualidade de vida da Humanidade e preser-var o meio ambiente. São eles: erradicar a extrema pobreza e

a fome; atingir o ensino básico universal; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde ma-terna; combater o HIV/aids, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental; e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento. O prazo para a conclusão dessas metas

Senado instala comissão

metas do milêniopara acompanhar

Janine Martins

Acontece em Mato Grosso do Sul

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é 2015, e isso exige empenho tanto dos governos quanto da sociedade civil. De acordo com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, na abertura da 65ª sessão da Assembleia--Geral do organismo, em 2010, haverá uma Reu-nião de Alto Nível para avaliar o progresso dos países no alcance desses objetivos e de outras metas de desenvolvimento internacional.

No que se refere ao Brasil, os investimentos em programas sociais que focalizam os ODMs já chegaram a qua-se R$ 80 bilhões, segundo o ministro do Desenvolvimen-to Social e Comba-te à Fome, Patrus Ananias. Com o intuito de fis-calizar as ações do governo fe-deral referentes ao cumprimento de tais objetivos, o Senado instalou, em

setembro, a Comissão Tempo-rária de Acompanhamento das Metas do Milênio, presidida pela senadora Marisa Serrano, para quem a comissão possibilitará que a população participe desse processo, verificando se o país está investindo realmente em áreas fundamentais e de que for-ma o faz.

A senadora, eleita por Mato Grosso do Sul, está entre os cinco parlamentares mais votados na categoria “Defesa da educação” do Prêmio Congresso em Foco, promovido pelo site homônimo, por sua atuação no segmento. Formada em Letras e Pedagogia, ela é relatora do projeto, apro-

vado pela Comissão de Educação, que determina a inclusão obrigatória de uma disciplina de geria-tria na grade curricular das faculdades de Medi-cina, com carga horária

de pelo menos 120 horas.Há 60 anos, a Legião da Boa

Vontade, que tem como missão “Promover Educação e Cultura com Espiritualidade, para que

haja Alimentação, Segurança, Saúde e Trabalho para todos, na formação do Cidadão Ecu-mênico”, integra os esforços nacionais em atingir objetivos como os propostos pela ONU, por meio de sua ampla rede socioeducacional, mantida com a ajuda do povo, em prol do desenvolvimento físico, mental, cognitivo, psicológico, econô-mico e espiritual de pessoas e comunidades de baixa renda.

Em contribuição a essa cam-panha mundial, a LBV realizou de março a abril de 2009, com o suporte do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (UN/Desa) e o apoio do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (Unic-Rio), o 6º Fórum Intersetorial Rede Socie-dade Solidária — 3ª Feira de Ino-vações, uma série de encontros em cinco países (Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai) com o propósito de congregar entidades da sociedade civil, organismos internacionais, universidades, institutos de pesquisa, iniciativa privada, mídia e poder públi-

co para discutir o tema “Saúde e Qualidade de Vida: Cumprindo os Oito Objetivos do Milênio”. Os resultados e recomen-dações desses eventos

foram apresentados na Reunião de Alto Nível do Conselho Econômico e Social (Ecosoc), das Na-ções Unidas, no mês

de julho, em Genebra, na Suíça.

metas do milênio

Ban Ki-moon

Patrus Ananias, ministro do Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome.

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A terceira edição da Semana de Espiritualidade, Valores e In-teresses Globais ocorreu de 26 a 30 de outubro, na sede

da Organização das Nações Uni-das (ONU), em Nova York/EUA.

Esse conjunto de eventos co-meçou a ser realizado há três anos tendo a LBV como presidente da 1a Semana de Espiritualidade na ONU, em 2006. O movimento tem crescido com o apoio e coorganiza-ção de diversas outras instituições internacionais com relação consul-tiva na ONU, também integrantes do Comitê de Espiritualidade, Valores e Interesses Globais.

Na comemoração dos 64 anos das Nações Unidas, diversos even-

Espiritualidadenas Nações Unidas

Palestra da LBV, vice-presidente de comitê na ONU, é destaque em evento internacional

tos realizados ao longo dessa sema-na trataram do tema “O Espírito da ONU: Paz Mundial pela Reconci-liação”, também com foco no Ano Internacional da Reconciliação em 2009. Ao todo, os dez encontros promovidos em poucos dias mobi-lizaram cerca de mil pessoas.

Apresentações culturais, en-trega de homenagens, palestras e atividades de meditação fizeram parte da programação. A palavra da LBV, durante a cerimônia de abertura, teve como tema: “É preciso viver a unidade na diver-sidade, para juntos vencermos a adversidade”, pensamento do jornalista e escritor Paiva Netto, dirigente da LBV.

Um vídeo especial sobre a Se-mana de Espiritualidade de 2008 foi lançado na ocasião (também pode ser visto no popular site de vídeos YouTube, sob o título: 2nd Week of Spirituality). Nele, há um destaque ao Templo da Boa Vonta-de (TBV), que celebra o aniversá-rio no mesmo período que a ONU (24 de outubro). O documentário, editado por integrantes do comitê, inclui na trilha sonora músicas clássicas da gravadora Som Puro Records. A exemplo da obra Celeste, que integra o CD Suíte Aquarius – A Dança dos Mundos, do compositor Paiva Netto, com orquestração do maestro búlgaro Alexander Yossifov.

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Reconhecimento da ONUDesde 1994, a LBV trabalha

em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), por intermédio do Departamento de Informação Pública (DPI). Em 1999, tornou-se a primeira organização da sociedade civil brasileira a conquistar na ONU o status consultivo geral no Ecosoc (Conselho Econômico e Social). Em 2000, passou a integrar a Conferência das ONGs com Relações Consultivas para as Nações Unidas (Congo).

Um dos mais importantes desafios globais firmados em 2000, durante a Cúpula do Mi-lênio, conhecido como os oito

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), reuniu 191 países membros para a defini-ção de um conjunto de metas a serem alcançadas até 2015, a fim de melhorar a qualidade de vida da Humanidade e buscar a sustentabilidade do orbe. A LBV tem apoiado amplamente essa campanha mundial por meio de suas ações socioeducacionais, que já têm quase 60 anos, e pela articulação de outros atores so-ciais, promovendo encontros e disseminando informações em dezenas de cidades da América Latina, incluindo muitas do Bra-sil, e da Europa.

Além do papel de mobilizar

a sociedade civil em torno dos Objetivos do Milênio, há três anos a LBV atua na sede da ONU, em Nova York, também como vice-presidente do Comi-tê de Espiritualidade, Valores e Interesses Globais, grupo ligado à Congo. O intuito é contribuir para um debate aberto e prático sobre a importância da Espiri-tualidade no desenvolvimento global, bandeira defendida pela Legião da Boa Vontade desde seus primórdios, na década de 1940. O resultado disso é que vários seminários e eventos têm atraído cada vez mais a atenção de autoridades mundiais para o assunto.

(1) Registro dos agra-ciados com a comenda

“Espírito da ONu”, com fa-miliares e membros do Conse-

lho Executivo do Comitê de Espiri-tualidade, Valores e Interesses Globais, da ONu, em Nova York. (2) Discussões sobre diversos temas preencheram os 10 eventos deste ano. (3) Danilo Parmegiani discursa em nome da lBV, apresentando tópicos da revista Globalização do Amor Fraterno, disponível aos participantes do Encontro.

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Nações UnidasEvento do DPI — México

Sob o tema “Pela Paz e De-senvolvimento: Desarme Agora!”, pessoas do mundo inteiro reuniram-se, de 9

a 11 de setembro, na Cidade do México, durante a 62ª Conferência Anual do Departamento de Infor-mação Pública das Nações Unidas e Organizações Não Governamen-tais (DPI/NGO). O evento — or-ganizado por uma parceria do DPI com o Comitê Executivo de ONGs associadas a esse departamento, com o governo do México e com o Escritório da ONU para Assuntos de Desarmamento — analisou formas de a sociedade civil tomar parte no processo de desarmamen-to e promoção da Paz.

A cerimônia foi aberta pelo se-cretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que apresentou um plano de cinco pontos para o desarmamento. Ele salientou que as relações internacionais con-temporâneas não podem ser feitas sem o engajamento da sociedade civil e chamou os representantes das mais de 1.400 organizações ali presentes de “verdadeiros he-róis”. Dentre as demais autorida-des e personalidades participantes da conferência destacaram-se o subsecretário-geral da ONU para Comunicação e Informação Públi-ca, Kiyo Akasaka; a ministra de Relações Exteriores do México, Patricia Espinosa Cantellano; a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 1997 e fundadora da Cam-panha Internacional para a Eli-minação de Minas (ICBL), Jody Williams; e o diplomata mexicano Miguel Marín Bosch, colaborador do embaixador Alfonso García

Desarmamentoe promoção da Paz

Fotos: Alziro de Paiva e José Gabriel Paes

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Robles (1911-1991), laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 1982.

O encontro incluiu mesas- -redondas, diálogos interativos, workshops, convenções diárias, palestras com renomados espe-cialistas, entre outras atividades. Na ocasião, também foram esta-belecidas diretrizes para a Confe-rência de Revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (NPT), marcada para 2010, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos.

Associada ao DPI desde 1994, a Legião da Boa Vontade esteve no

acontecimento, levando aos chefes de Estado e delegações de vários

países sua mensagem ecumênica por meio da revista Globalização do Amor Fraterno (editada em sete idiomas).

Conferência do DPI/NGOPrincipal evento do gênero no

ano nas Nações Unidas, atrai cerca de dois mil representantes de 90 países. Esta é a segunda vez em seis décadas que a reunião teve lugar fora da sede da ONU em Nova York. A primeira ocorreu em 2008, quando se discutiram, em Paris, na França, os Direitos Humanos.

(1) Coimbra Costa e alziro de Paiva, da lBV. (2) José Gabriel Periotto Paes, da lBV, e sérgio Duarte, alto representante da ONu para Assuntos de Desarmamento. (3) Charles Hitchcock, presidente da Conferência. (4) rosemary Ulunma Ukata, do Centre for Women Studies and Intervention, da Nigéria. (5) Representantes da universal Esperanto Association. (6) Representantes da Organização Tai Ji Men QiGong Academy, de Taiwan. (7) siddha rupa da Religiones para la paz e Jaspreet K. singh do united Sikhs. (8) Martha Maria Cortez ramires, presidente da Organização Echo por Angeles. (9) Martha Figueroa Mier, do Grupo de Mujeres de San Cristobal las Casas. (10) Hawwa Muhammad e Chiryeve K. Ojini, estudantes de jornalismo dos EuA.

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Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações unidas.

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O espetáculocontinua

O jornalista Mário Motta conta como a vida circense o ajudou na comunicação social

Na música Caminhos do Coração, o saudoso Gonzaguinha canta: “Toda pessoa sempre é as marcas /Das lições diárias de outras tantas pessoas”. Para o jornalista e apresentador de TV Mário Motta, a letra da canção, mais do que retratar

uma verdade, é um “hino pessoal de vida”. Em entrevista à BOA VONTADE, ele rememorou histórias, o exemplo dos pais e de toda a família e a vivência de Soldadinho de Deus (como são cari-

nhosamente chamadas as crianças na Legião da Boa Vontade), ressaltando o papel decisivo desses personagens e do Ideal

Ecumênico em sua trajetória. De menino que viajou com um circo teatro, por mais de uma década, ao jovem bacharel em Educação Física que se tornou um dos mais destacados comunicadores do sul do país.

Nascido em Santo André/SP, iniciou no jornalismo em 1965, atuando em jornais e rádios de Tupã (centro-oeste paulista). Dez anos depois, à procura de novas oportu-

nidades, chegou a Santa Catarina por Lages, onde tra-balhou na Rádio Princesa, na Rádio Clube de Lages, no Correio Lageano e, em 1980, foi contratado pela TV Planalto. Desde que se mudou para Florianópolis para ingressar no Grupo RBS, há 23 anos, é âncora do Jornal do Almoço, da RBS TV, e há 13 anos apresenta o programa Notícia na Manhã, na

jornalismoMário Motta

“O número de leis de um país avança na medida

em que falta ética, no vácuo dela.”

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Rádio CBN (RBS). Além disso, as-sina a coluna diária “Hora da Rua”, no jornal Hora de Santa Catarina.

BOA VONTADE — Na infância, você teve contato com a tradicional arte circense...

Mário Motta — Meu pai e minha mãe tinham uma dupla sertaneja, na década de 1940 para 1950, chamada Motinha e Nhá Fia. Eles possuíam um programa de auditório na Rádio Bandeirantes de São Paulo chamado Na Serra da Mantiqueira, e paralelamente a ele havia ainda um circo montado na periferia de São Paulo. Como nasci bastante adoentado, com uma série de problemas, o médico da Beneficência Portuguesa de Santo André, onde nasci, acon-selhou que meu pai fosse para o interior porque o clima era mais firme. Ele e minha mãe fizeram o primeiro grande sacrifício da vida: pediram demissão de uma grande emissora de rádio, equivalente hoje a uma rede de televisão, e foram para o interior com o circo na esperança de que o clima pudesse ajudar o primeiro filho a sobreviver, e isso aconteceu. Então, vivi minha in-fância pelo interior de São Paulo, nos 13, 14 anos de vida do Circo Teatro Motinha e Nhá Fia.

BV — Chegou a participar dos espetáculos?

Motta — Sim, de tudo. Não era um circo de animais, não havia cir-cos grandes. Quando aparecia um, chamávamos de circo americano, porque a tendência era essa, mas

o brasileiro, a origem mesmo era o teatro. (...) Eu participava dos dramas, das comédias, sempre que houvesse a necessidade de um ga-roto. Quando tinha 4 anos de idade, o circo estava em Jaboticabal, ganhei de presente do meu pai, no Natal, uma sanfoninha, uma gaita Ponto 4 baixos, e por essas razões que não se explicam comecei a tocar de ouvido a música Cerejeira Rosa. Meu pai, muito esperto, pe-gou o violão, era sol maior, único ponto possível da sanfona, e co-meçou a acompanhar-me. Pronto, ganhei um número específico.

BV — Outra lembrança de infância é a vivência na LBV...

Motta — Em primeiro lugar a grande Rádio Mundial do Rio de Janeiro. Tive o privilégio de acom-

panhar Alziro Zarur, quando valorosamente iniciava o programa da Le-gião da Boa Vontade, dava forma à LBV. Ele enaltecia a participação das pessoas nas campanhas, pedia que

colocassem um copo d’água na frente do rádio para uma oração, e distribuía nas madrugadas frias, duras, quase insensíveis do Rio de Janeiro, a sopa da Boa Vonta-de. Embora fosse pequenininho, recordo-me muito disso e do pri-vilégio de ter tido alguns contatos com Alziro Zarur ainda na Rádio Mundial. A minha vovó, a mamãe do meu pai, morava em Cruzeiro, que é na divisa de São Paulo, Rio e Minas Gerais, no Vale do Paraíba, e todo ano meu pai tirava 10, 15 dias no circo, pegava a minha mãe, eu e o meu mano — tenho um ir-

O jornalista Mário Motta divide a bancada do Jornal

do Almoço, da RBS TV, com a colega Márcia Manfro.

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mão mais novo, que hoje mora em Chapecó e também é jornalista, o Gilberto Motta — e íamos visitar minha avó, mas isso era quase que uma desculpa para pegar a vovó Cristina, a titia Lola, que ainda mora em Cruzeiro e já tinha um carinho muito especial por Zarur, e íamos para o Rio de Janeiro. Era a impressionante Paz que ele transmi-tia nas suas palavras; isso marcou a minha infância.

BV — Como Soldadinho de Deus...Motta — A partir dessas idas,

da relação de rádio do meu pai, da minha mãe, que o Alziro Zarur tinha acompanhado, porque era um homem de rádio, recebíamos mensalmente, ficávamos aguar-dando a chegada do aviso para ir ao correio buscar na caixa postal a revista Soldadinho de Deus,

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“Recordo-me muito do privilégio de ter tido alguns contatos com Alziro Zarur ainda na Rádio Mundial. (...) Algo marcante dessa

época era a impressionante Paz que ele transmitia nas

suas palavras.”

BV — Esta é uma semente da Boa Vontade que soube multipli-car?

Motta — Fiz o possível. A figu-ra do Alziro Zarur e posteriormente a do Paiva Netto, que prosseguiu com o trabalho grandioso da LBV, nos dão uma tranquilidade de ter acertado, de ter apostado naquilo

que é bom. Às vezes apostamos em alguma coisa e, depois, nos desiludimos, mas com a LBV não.

BV — Chegou a atuar no filme Maria 38, ao lado de importantes nomes do cinema…

Motta — Essa oportunidade também me foi proporcionada pelo circo. Estávamos em Araçatuba, no noroeste de São Paulo, e uma com-panhia do Rio fez um espetáculo

no teatro. Entre os artistas estava Eliana Macedo, um dos maiores nomes do cinema nacional naque-la época, acompanhada do esposo, Renato Murce. Numa noite que não havia mais o espetáculo no Cine São Francisco, de Araçatuba, disseram ao Renato: “Tem um circo teatro muito bom na cidade, do seu Motinha e da dona Nhá Fia”. E a nossa companhia tinha 60 dramas e comédias montados, não repetía-mos noite alguma. Eles foram ao circo assistir ao final do espetáculo e o Renato Murce ficou impressio-nado com a minha desenvoltura no palco. Ele disse para o meu pai: “O tio da Eliana Macedo, o Watson Macedo (um dos maiores diretores da antiga Atlântida), tem um roteiro em que há a necessidade de um mi-neiro”. O papel era de um menino que havia perdido os pais. (...) O Watson Macedo percebeu que ha-via uma química entre mim e Eliana e aumentou o papel, tornando-me um coprotagonista.

BV — Apesar da importância da comunicação na sua vida, decidiu fazer Educação Física. Por quê?

que marcou a minha infância, uma lembrança da qual, confesso, tenho muita saudade. O meu pai dizia que a gente só sente saudade de coisas, lugares, eventos e pes-soas boas, então esse é um evento, é algo maravilhoso. Eu transmiti para os meus filhos, divido com a minha esposa, com a minha fa-mília, graças a Deus, tudo o que recebi de Paz e Bondade. “Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos Homens [e Mulheres] da Boa Vontade de Deus!”... lembro-me bem da voz de Zarur dizendo essa passagem. Às vezes à noite, quan-do não havia espetáculo, papai colocava o rádio na janela da casa onde morávamos no circo, uma casa desmontável, e os artistas ficavam todos assim acompa-nhando. Recordo-me do timbre de voz, chega até a arrepiar.

“Quando tinha 4 anos de idade, o circo estava em Jaboticabal, ganhei de presente do meu pai, no Natal, uma sanfoninha, uma gaita Ponto 4 baixos, e por essas razões que não se explicam comecei a tocar de ouvido (...). Pronto, ganhei um número específico.”

Aparecem, no círculo, o menino Mário Motta, os pais, Nair e Mário, e o irmão mais novo, Gil-berto, em frente à antiga Igreja de Aparecida/SP. A família viajava ao Rio de Janeiro para ver alzi-ro Zarur, na antiga Rá-dio Mundial. Abaixo, na reprodução do cartaz, o futuro jornalista é prota-gonista, com a saudosa atriz Eliana Macedo, do filme Maria 38.

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Motta — A minha intenção era fazer Medicina, mas quando ter-minei o científico [curso do ensino médio que vigorou no Brasil até 1971], fui convocado para o Exér-cito. A faculdade de Medicina mais próxima de Tupã era em Curitiba. Para não perder o ano, procurei na cidade a faculdade mais próxima do ensino de Medicina. Pensei: “Faço o 1º ano, depois elimino as matérias”. Quando ingressei na área pedagógica, que é a Educação Física, me apaixonei de tal forma que me senti realizado.

BV — Quando veio para Santa Catarina, trabalhava nas duas profissões...

Motta — Por incrível que pa-reça, continuo ainda vinculado às duas... me encontrei em ambas. Fui coordenador pedagógico da Secre-taria da Educação de Santa Catari-na, por seis anos, quando comecei na RBS, em 1986, o que me trouxe para Florianópolis, curiosamente. Cheguei a Santa Catarina através de Lages, onde fui o primeiro licencia-do em Educação Física na cidade, em 1974 para 1975. Paralelo a isso havia conseguido um emprego na Rádio Princesa de Lages, depois na Rádio Clube e na TV Planalto, ocasião em que comecei na televi-são. (...) Evidente que fiquei mais conhecido no jornalismo desde o momento em que ingressei no grupo RBS em Santa Catarina, apresentando o Notícia na Manhã (na CBN) e o Jornal do Almoço, na RBS TV.

BV — Em palestras, destaca que a ética do jornalista deve ser a

do cidadão. Qual é a importância desse entendimento?

Motta — Um senador romano disse que “ética é a obediência ao que não é obrigatório”. O que se contrapõe, por exemplo, à lei, que é a obediência do que está escrito, obrigatório. Daí temos um paralelo que me parece muito significativo: o número de leis de um país avança na medida em que falta ética, no vácuo dela. Você é obrigado a estabelecer leis; caso contrário, não segura a sociedade. (...) Se você consegue ser ético como cidadão, ter justamente essa visão mínima da responsabilida-de, pronto, está resolvido! Porque moral é fruto da cultura de um povo, a ética não, os valores são universais. Então, você pergunta: “É certo ou errado?”. Se for

certo ou errado, está definindo o aspecto moral. “É bom ou mal?” Aí, define ética.

BV — Seu pai foi um dos maiores amigos que fez na vida. Que men-sagem deixaria a pais e filhos?

Motta — A maior herança que recebi dos meus pais não foi um bem material, mas o que pude beber na fonte da sabedoria, da vivência dos dois. O sabor ainda está aqui no palato. Confesso que não há do que me arrepender nessas lembranças. Costumo dizer às crianças, sempre que posso: “Respeitem o papai e a mamãe, sejam Soldadinhos de Deus!”, porque, muito antes de entender o que isso significa, já recebia essa orientação do nosso querido Alziro Zarur.

O apresentador Mário Motta é mediador no debate realizado pela RBS (afiliada da TV Globo) nas Eleições 2006. (2) O jornalista com os colegas de profissão Galvão Bueno e Milena Ceribelli. (3) Kíria Meurer (RBS — Globo SC), Marcos Uchôa (repórter da Rede Globo) e adriana Kraus (RBS TV). (4) Dunga e Mário Motta.

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Resgate de conselho social deve ser pauta obrigatória do Encontro

Carlos Arthur Pitombeira, jornalista e conselheiro da ABI.

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Opinião — Mídia AlternativaNova regulamentação para a atividade jornalística

a ministros de Estado, ONGs, po-líticos, lideranças sindicais, empre-gados e empregadores das mídias impressa e eletrônica, incluindo-se aí a internet. É decisiva para o encontro a participação de insti-tuições da sociedade civil, como a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e das pessoas envolvidas com a mídia comuni-tária/alternativa, por acreditarem na democratização da informação como uma necessidade de Estado, e não política de governo.

O Encontro, em torno do qual

Para a Conferência Na-cional de Comunicação — marcada para os dias 14 a 17 de dezembro, em

Brasília/DF —, alcançar os resul-tados desejados, é preciso que as representações não fiquem restritas

se gera certa expectativa, poderá, no entanto, não atender aos seus objetivos se o confronto de ideias ficar restrito ao discurso dos grupos conservadores que há anos contro-lam a comunicação no país e ao dos radicais que querem a mudança no sistema a qualquer preço.

A pauta dessa reunião inédita não tem sido divulgada em toda a sua extensão, como era de se esperar; tampouco se conhece, até agora, os nomes dos delegados em cada Estado da federação. Esses são critérios para a formação da mesa que conduzirá os trabalhos, tempo assegurado aos oradores e sistema de votação dos temas a serem deba-tidos. Marco regulatório na mídia eletrônica certamente será um deles.

Em um evento dessa grandiosi-dade não se pode deixar de discutir, todavia, uma nova regulamentação para a atividade jornalística, abrin-do espaço para o desenvolvimento dos jornais do interior, para os quais deveriam ser abertas linhas oficiais de crédito, com carência de até 24 meses para o pagamento da 1ª pres-tação e auditagem a cada 90 dias, pelo agente financiador, da aplica-ção dos recursos. E por que não se propor a municipalização da Lei 9612/98, a que cria as rádios comu-nitárias? A formação profissional de seus agentes, como garantia da pro-dução de conteúdo, e o resgate do Conselho de Comunicação Social como órgão de assessoramento do Congresso Nacional nas questões da mídia, igualmente, não devem ficar fora das discussões.

A Conferência Nacional de Comunicação não poderá servir a interesses menores, a exemplo do

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é a razão da existência de uma lei que obriga as prefeituras a divulgar seus editais em jornal local, o que só incentiva o surgimento de veículos de circulação temporária, sem in-formação jornalística que preste e comprometidos com o poder local.

O que se espera do encontro em Brasília, para que as questões da cidadania não continuem sendo privilégio de alguns, mas direito de todos, é a busca — livre e sem inter-ferência ideológica — das soluções que nos levem à informação plural, democrática, e contribuam com soluções para que o Brasil tenha uma sociedade mais justa.

O Código Brasileiro de Tele-comunicações, de 27 de agosto de 1962, terá que ser ajustado, sim, às necessidades da comunicação de hoje. Há que se estabelecer que os concessionários de canais de rádio e/ou televisão não poderão ser donos de veículos da mídia impressa, para que não se organizem em monopó-lios. Há exemplos em outros países que poderão ser seguidos. O uso da informação pela internet também exige regulamentação e deve ser tema obrigatório da reunião.

Queremos uma Conferência Nacional de Comunicação tratando dessas questões, preocupada com a cidadania, os Direitos Humanos e a liberdade de opinião, expressão e informação, alicerce para a paz entre as pessoas e entre as nações, mas sem perder de vista a sobera-nia nacional. Queremos, portanto, que o encontro sirva para sinalizar caminhos que resgatem a dignidade da mídia comunitária/alternativa, abrindo para ela a oportunidade de se organizar em nova categoria de

trabalhadores preparados para atuar na democratização da comunicação.

Em centenas de cidades e vila-rejos e em milhares de comunida-des é marcante a presença desses idealistas autodidatas apaixonados pela arte de escrever, valendo-se das rádios comunitárias e dos seus improvisados jornais para repassar informação e conhecimento. Onde moram pode não haver escola, mas haverá sempre um jornalzinho ou uma rádio como referência local.

Essa é a mídia que, organizada, contribuiria decisivamente para a democratização da comunicação, influenciando em tudo: desde a renovação dos quadros políticos, passando pelo resgate da confiança nas instituições, até a reforma das leis que transformarão a sociedade.

A Lei 9.612 (19/2/98), a que criou o serviço de radiodifusão co-munitária, por exemplo, municipa-lizada, possibilitaria que a abertura do processo para a concessão do canal de rádio fosse feita no mu-nicípio de origem. Isso facilitaria aos técnicos da região a escolha do melhor local para a instalação das antenas de radiofrequên cia, respeitando-se as condições topo-gráficas de cada lugar. Hoje, por conta dessa falta de sintonia entre o possível e o necessário é que cerca de 40.000 rádios ditas comunitárias operam de forma irregular em todo o país, chamando a Polícia Federal a intervir e aumentando sua área de conflito com comunidades em diferentes pontos do território nacional.

A Conferência Nacional de Co-municação é o

que já ocorreu no passado, quan-do uma ala mais à esquerda com influência no governo fez diversas tentativas para controlar a mídia. A mais absurda delas veio em forma de projeto de lei do executivo para criação de um Conselho Federal de Jornalismo com poderes censórios e até para cassar registro profissio-nal de jornalista. Outra forma de interferir na liberdade de expressão e do pensamento tinha por foco a produção audiovisual, provocando protesto imediato dos profissionais do setor.

Houve ainda iniciativa desses setores mais radicais na edição de lei exigindo no Ministério do Trabalho registro de jornalista para pessoas ligadas, mesmo ao longe, a qualquer atividade da imprensa, desde que portadoras de diploma de nível superior. Por último, pensou- -se em criar a Secretaria Especial de Democratização da Informa-ção com a função de “coordenar medidas vigorosas para regular os meios de comunicação no Bra-sil”. Embutida nessa ideia estava a formação de Conselhos Populares, decidindo, inclusive, sobre a utili-zação de dinheiro de bancos estatais e outros órgãos públicos para o lan-çamento de revistas e jornais “não vinculados aos grandes grupos de comunicação”.

Não têm sido poucas as críticas feitas à mídia e as insinuações ao seu controle, sem se levar em conta que o jornalismo só é livre quando não depende de nenhuma fonte exclusiva de financiamento. Este ponto precisa ser um dos centros das discussões na Conferência Nacional de Comunicação. Outro

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fórum ideal para que se decida sobre a eliminação de leis que não se justificam mais, sobre o ajuste de outras à realidade atual, bem como exigir o cumprimento daquelas que são flagrantemente desrespeitadas na atividade jornalística. Vejamos alguns exemplos:

Está no decreto 83.284 (13/3/79), Artigo 4º, Parágrafo Único, que aos jornalistas dispensados da apresenta-ção de diploma é proibida a transfe-rência de função. Não se dá oportuni-dade, com o teste de conhecimentos, para que diagramadores, repórteres fotográficos e cinematográficos e ilustradores possam atualizar seus registros profissionais e atuar legal-mente como assessores de imprensa ou nas redações como repórteres, redatores ou editores de texto.

O decreto-lei 972/69, em seu Artigo 4º, alínea “c”, cria a figura do Provisionado, registro comum nas cidades do interior. O decreto que o regulamenta (83.284/79), em seu Artigo 8º, inciso 5º, estabelece em três anos a duração daquele registro. A lei 7.360 (10/9/85), regulamenta-da pelo decreto 91.202 (11/11/85), garante sua transformação em registro profissional, mas faz uma ressalva: desde que o exercício da atividade jornalística tenha sido cumprido nos últimos três anos anteriores à data da regulamenta-ção da lei do jornalista, ou seja, o ano de 1976. Quantos registros de Provisionado foram transformados em profissionais após aquela data? E quantos ainda são emitidos hoje?

A lei 9.610 (19/2/98) determina o crédito na fotografia publicada na imprensa e reproduzida por qualquer veículo de comunicação, conside-

rando a foto obra intelectual com a garantia do direito do autor. Essa norma não é sempre respeitada.

Outra lei que não se cumpre é a 6.015 (31/12/73), dispondo sobre o registro de jornais e empresas de radiodifusão.

O decreto 1.825 (20/12/1907) determina o envio à Biblioteca Na-cional, para arquivo, de um exem-plar de toda e qualquer publicação impressa no país. Quem obedece? Quem tem compromisso com a memória da imprensa?

A Lei de Imprensa (5250/67), extinta pelo Supremo Tribunal Federal, não era a única a admitir a apreensão de jornais. O Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8.069, de 13/7/90), no seu Artigo 247, parágrafo 2º, dá à autoridade judicial, “quando há desrespeito à lei”, poderes para apreender os jornais até por duas edições e tirar do ar emissoras de rádio e TV até por dois dias seguidos.

Sem uma Lei de Imprensa esta-mos sem saber também como agir nos casos de direito de resposta, um direito consagrado no mundo há 378 anos.

Os impostos aplicados aos jor-nais deveriam ser menores para

a mídia comunitária/alternativa, como forma de incentivo. No que se refere às rádios comunitárias, elas deveriam estar isentas do pa-gamento de taxas aos escritórios de arrecadação de direitos autorais para a reprodução de músicas.

A lei que regula o estágio, por exemplo, deveria ser mais flexível, favorecendo a quem realmente quer aprender trabalhando.

No interior, confunde-se registro de jornalista com registro de diretor de jornal. Ambos existem, mas com numeração diferente. É preciso esclarecer a respeito.

Muita gente também não sabe que desde 2005, graças a um ques-tionamento da ABI, o Ministério do Trabalho decidiu substituir, nos registros para a categoria “cola-borador”, a expressão “jornalista colaborador” por “colaborador de jornal”. Agora, por que a decisão do ministério ficou restrita à DRT/RJ? E quem fiscalizou ou fiscaliza se a norma está sendo observada?

Estamos na reta final para a realização da Conferência Nacional de Comunicação. A sociedade sabe muito pouco sobre um assunto que lhe diz respeito diretamente e que, inexplicavelmente, está sendo pouco divulgado. Vivemos, todos, uma grande expectativa. Os organizadores do evento, patroci-nado pelo governo federal, devem considerar o fato de haver muitos interesses em jogo e ponderar que não se pode ganhar tudo de uma só vez. Mas é possível avançar respei-tando a opinião do outro. E vencer no debate em que todas as forças estejam representadas. É assim na democracia.

Opinião — Mídia Alternativa

Os impostos aplicados aos jornais deveriam ser menores

para a mídia comunitária/alternativa, como forma de

incentivo.

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MúsicaWilson Sideral

Pop rockmineiroM

uito do caldeirão musical do nosso país se deve à riqueza rítmica e melódica de Minas Gerais, em boa parte nascida da linguagem de seus artistas. Um legítimo representante dessa musicalidade mineira e do que melhor produz o pop rock

brasileiro é o cantor, compositor e instrumentista Wilson Sideral.São dele alguns dos principais sucessos da banda Jota Quest, a

exemplo das canções Fácil e Na moral, que se tornaram hits nas rádios. Na turnê de estreia como cantor profissional, fez 250 apresentações, participando, inclusive, de grandes festivais pelo Brasil. Em 2002, teve o segundo CD, Na Paz, indicado ao Grammy Latino como melhor álbum de rock brasileiro. No disco, destaque para as mú-sicas Simples, Ela Foi Em-bora, versão do clássico She’s Leaving Home, de Lennon e McCartney, e Um Beijo Seu.

Com quatro álbuns lançados e 11 anos

Wilson Sideral e o orgulho de pertencer a uma geração que deu novo brilho ao ritmo no Brasil

leila Marco e leilla Tonin

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Jota Quest, Pato Fu, Tianastácia, enfim, vários grupos que surgi-ram quase na mesma época e que representam essa música jovem de Minas, sem nunca deixar de olhar para trás, para o Clube da Esquina, a nossa MPB, os gran-des instrumentistas daqui”, diz.

Música desde a barriga da mãe

Durante o bate-papo, ficou clara ainda a importância que o músico dá à família, notada-mente, o apoio dos pais. Uma ascendência vital, inclusive na escolha da profissão. “Acredito que foi a música que me encon-trou; desde a barriga da minha mãe já a ouvia nos meus ouvidos pequenininhos”, brinca.

Sideral conta que tanto ele quanto os dois irmãos — os tam-bém cantores Rogério Flausino (vocalista do Jota Quest) e Flávio Landau — tiveram a sorte de ser gerados num ambiente bastante musical, especialmente do lado materno: os avós e irmãos da mãe, dona Maria das Graças, adoravam cantar, tocar violão... Graças a essa atmosfera, afinou o gosto e conheceu de tudo um pouco na música. “Os meus avós cantando seresta, os meus tios, MPB, música mineira, Clube da Esquina, Jovem Guarda, Roberto Carlos, foi uma coisa genética.”

Por sinal, essa veia melodiosa é celebrada no disco Lançando ao Mar, em que os irmãos cantam Ma-ria, em homenagem à mãe: “Com-pus uma balada soul e convidei o Rogério a dividir os vocais dessa música; tínhamos parcerias, mas

DVD ao vivo de sua carreira, um documentário em que, segundo o músico, ficarão claras “a relação da cultura de Minas Gerais e a influência dela na vida pessoal e artística”.

Ele ressaltou também a gene-rosa safra artística da “Terra das Alterosas”, com o surgimento de vários artistas mesclando, a exemplo dele, influências do rock-and-roll, da música negra (soul, blues e funk) e da música popular brasileira, entre outras. “Venho de uma geração de músi-cos de Minas, como os do Skank,

Música

“Existe um exército do Bem, que está sendo recrutado, e a Legião da Boa Vontade representa muito disso, a

pessoa de Boa Vontade que está, a cada dia, chamando

mais pessoas para fazer parte dessa família.”

POrTa-rETraTOs Sideral, letícia, Rogério, Maria das Graças, Wilson e Flávio.

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de estrada, sabe que escolheu o caminho certo. Recorda o início da carreira, quando diversas vezes teve de fazer a divulgação dos próprios shows. “Eu não tinha a menor vergonha, colocava o mate-rial na mochila, pegava a bicicleta e saía por Belo Horizonte colando cartazes. (...) A minha trajetória foi toda construída na humildade, começando na noite, nos peque-nos bares, tocando no circuito universitário e crescendo.”

Atualmente trabalha o seu quarto CD: Dias Claros, do qual oito das 12 faixas são dele e mostram bem a versatilidade e a competência do artista. Duas delas foram feitas em parceria: a faixa-título, Dias Claros, com o poeta Mauro Santa Cecília, e Fugindo de Mim, com o ator e le-trista mineiro Caju. Além das re-leituras: Exagerado, de Cazuza, e Já Foi, uma composição dele com os mineiros do Jota Quest.

Na entrevista à BOA VON-TADE, Wilson Sideral anunciou para breve a gravação do primeiro

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nunca havíamos cantado juntos em um CD. A gente gravou num show meu em São Paulo, e ficou linda, foi um momento superbonito da minha carreira. (...) A minha mãe merece, porque realmente ela é um anjo na nossa vida”.

Sobre o sucesso e sobre o futuro, Wilson Sideral responde como um bom mineiro: “A bata-lha não acaba nunca (...). Mesmo

depois de ter um certo nome, de ter reconhecimento, você precisa se reinventar, (...) lançar um disco novo, começar do zero, ir para o quarto e compor”. E completa

afirmando que, apesar de tudo, não pensaria em seguir outra profissão “porque, se você olha para trás, vê que valeu a pena todo aquele esforço, toda aquela batalha”.

Brun

“Droga é horrível, a gente perde um tempo enorme, se distancia da família, perde os momentos incríveis em que poderia estar no ambiente

gostoso, abraçando, sentindo, chorando, fazendo tudo, mas na mesma sintonia. A droga, automaticamente, te afasta

das pessoas legais.”

Recado para a juventudeApesar de ter fãs de diferentes gerações, é no público jovem que está a

maior parte dos admiradores. Por isso, Sideral toma um cuidado especial ao compor as letras e poesias: “São impressões que possuo da vida, dos valores que recebi dos meus pais, mães, tios, avós, todos queridos, uma família com muito amor, carinho, algo bom de se falar”.

Graças à própria experiência de quem há onze anos sobreviveu a um pe-sadelo, também faz um alerta às novas gerações, na forma de “uma história fantástica, de superação”.

Dos 17 aos 23 anos ele foi usuário de drogas e álcool, até se conscientizar do quanto perdeu com isso: “Foi um período da minha vida que gerou inúmeras sequelas (...); vivo cada dia como se fosse uma vitória nova. O meu recado para a juventude é que droga é horrível, a gente perde um tempo enorme, se distancia da família, perde os momentos incríveis em que poderia estar no am-biente gostoso, abraçando, sentindo, chorando, fazendo tudo, mas na mesma sintonia. A droga, automaticamente, te afasta das pessoas legais, (...) é um ímã que te leva para a má companhia, para a energia pesada”.

Apenas tomou real consciência do que lhe ocorria depois de muito tempo, durante uma de suas terríveis ressacas. Acordou, viu-se no espelho e percebeu que, se continuasse naquele rumo, morreria. A primeira iniciativa foi ligar para os pais e pedir: “Por favor, venham me salvar!”.

Para ele, o sentimento de mudança que o arrebatou foi definitivo: “Senti a pre-sença de Jesus, de verdade; enxerguei uma luz e tomei a decisão. Até hoje, todos os dias, penso naquele momento, quando alguém, de alguma forma, me salvou, me resgatou. Existe um exército do Bem, que está sendo recrutado, e a Legião da Boa Vontade representa muito disso, a pessoa de Boa Vontade que está, a cada dia, chamando mais pessoas para fazer parte dessa família”.

Realmente, há décadas, a LBV desenvolve importante campa-nha educativa: Não use drogas. Viver é Melhor!, criada por Paiva Netto. Dela consistem palestras, feitas por especialistas (psicó-logos, médicos, professores), em estabelecimentos de ensino, comunidades, associações de bairro de todo o Brasil e de diversos países, visando conscientizar os jovens sobre tamanho perigo.

A transformação levou-o a refletir também na necessidade de ajudar o semelhante e, por isso, sempre que pode, participa de ações socioeducacionais. “É um prazer colaborar com a LBV em todas essas grandes ações para tornar melhor a vida de quem precisa”, finaliza Sideral.

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Durante 11 dias, em setembro, o Rio de Janeiro/RJ foi sede de um dos maiores eventos literários da América Latina:

a 14ª Bienal Internacional do Li-vro. A feira ocorreu no Riocentro (Barra da Tijuca) e, segundo os organizadores, recebeu 640 mil vi-sitantes, motivo de comemoração do mercado editorial. O recorde de público se deu no penúltimo dia da bienal 19/9, quando 100 mil pessoas passaram pelos pavilhões Azul, Verde e Laranja. Os núme-

Escritores, artistas e jornalistas incentivam o hábito da leitura.

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Bienal do Livro do Rio de janeiroum dos pontos altos do calendário de eventos da cidade

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Livros, personagens e ideias

ros consolidam o encontro como um dos pontos altos do calendário de eventos da cidade.

Crianças e idosos, estudantes e professores, autores e leitores, enfim, o que se viu pelos corredores do Riocentro foi uma multidão ávida por lançamentos, promo-ções, autógrafos, atrações culturais, e pela agradável oportunidade de conhecer seus escritores preferidos.

Nessa edição, houve incre-

mento no número de bilheteria e pequena redução na visitação escolar. “Algumas escolas que já tinham se cadastrado acabaram não vindo ao evento por conta

da reposição de aula. Em contrapartida, tivemos um crescimento de 10% de público espontâneo, pessoas que trouxeram suas famílias para conhe-cer as novidades”, infor-

mou Arthur Repsold, presidente da GL events Brasil.

Segundo a organização, foram vendidos 2,45 milhões de livros, o que significa um faturamento estimado de R$ 51,5 milhões. Superando os valores disponibi-lizados pelo governo na última edição, as secretarias municipais de Educação e de Cultura do Rio, por sua vez, investiram neste ano cerca de R$ 900 mil no evento, com a compra de livros para a rede de ensino e a atualização do acervo das salas de leitura de escolas municipais.

Arthur Repsold

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Novos espaçosUm vasto catálogo de ati-

vidades artísticas e culturais proporcionou ao visitante a pos-sibilidade de escolher o melhor direcionamento durante o passeio pela bienal. Este ano a novidade ficou por conta de locais dedica-dos à discussão de temas impor-tantes, como o “Mulher e Ponto”. As sessões de debate em torno das perspectivas femininas foram promovidas pela curadora do espaço, jornalista Sonia Biondo.“É apenas uma retribuição ao público feminino, que sempre prestigiou o mercado literário brasileiro”, dis-se. Participaram desses encontros Mary Del Priore, Lya Luft, Patricya Travassos, Claudia Lage, Martha Medei-ros, Tânia Zagury, entre outras mulheres que se destacam em diversas áreas.

Por exemplo, o assunto de-batido pelas escritoras Mary Del Priore e Claudia Lage foi “A Mulher através da História — As

personagens da literatura que fi-zeram história” e teve a mediação da jornalista e crítica de teatro Mánya Millen. “Muito relevante esse tema, porque traz à tona mu-lheres desconhecidas do grande Brasil; é importante resgatar essa memória”, afirmou Claudia Lage.

No espaço “Livro em Cena”, personagens famosos das páginas de clássicos da literatura ganha-ram vida, sob o comando do ator e diretor Paulo José. O ambiente

reproduziu uma sala de leitura com estantes, ban-cos e poltronas. Grandes nomes das artes foram convidados a ler trechos selecionados de obras de destacados escritores

brasileiros. “São autores que nos emocionam, nos fazem rir, chorar, e nos encantam, devol-vendo às pessoas o prazer da leitura. (...) Não foi exatamente uma dramatização que aproxime a literatura do teatro, mas uma leitura que aproxima os especta-dores do livro, ou seja, os atores como mediadores entre o autor e

o público” , explicou Paulo José.

O ator Matheus Nachtergaele recitou trechos da morte da ca-chorra Baleia, de Vidas Secas, de Graciliano Ramos: “Fiquei muito feliz por ter sido convidado pelo Paulo José para participar dessa leitu-ra. É importante que as pessoas ouçam grandes textos lidos por bons atores. Acho muito triste quando alguém não gosta de ler, ou pior, não pode ler. Ou porque não aprendeu, ou por falta de grana, de acesso”.

Outra artista que emprestou seu talento para recriar uma cena lite-rária foi Mariana Ximenes, que leu trechos de poesias de Ferreira Gullar. Em entrevista à BOA VONTADE, a atriz fa-lou do valor de incenti-var o hábito da leitura: “Temos de agradecer ao Paulo José e aos organizadores da bienal que criaram isso, porque é uma grande iniciativa. A bienal proporciona e fomenta esse tipo de

Paulo José

Mariana Ximenes

Matheus Nachtergaele

As escritoras Claudia lage e Mary Del Priore (centro) debatem “A Mulher através da História”, com mediação do jornalista Mánya Millen.

Ancelmo Gois

O jornalista e colunista social ancelmo Gois fala da alegria de participar da festa literária: “A bienal para mim é uma emoção muito forte. Tanta gente

de todas as origens sociais, todo mundo aqui interessado por uma coisa

tão legal que é o livro”.

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Bienal do Livro do Rio de janeiro

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coisa... estimular, cada vez mais, as pessoas a lerem. E a nossa tarefa é dar um gostinho a mais para cada um pesquisar sobre os autores que a gente leu”.

Para as crianças, foi criado um lugar especial: o espaço “Floresta de Livros”. Nele os pequenos tive-ram contato direto com as histórias que se espalham e fascinam todo o mundo. O ambiente de árvo-res falantes, livros mágicos, sala

secreta e enorme clareira ajudou a conquistar adultos e crianças. O espaço teve a coordenação do curador e escritor João Alegria.

O bate-papo informal e inti-mista do “Café Literário” propor-cionou concorridas sessões. “Este ano tivemos uma diversidade grande de autores e o encontro de gerações”, ressaltou o profes-sor de Literatura da UERJ Ítalo Moriconi, curador do espaço. Em

encontros descontraídos, autores nacionais e internacionais debate-ram temas ligados a processo de criação, ideias, produção de livros, personagens e gêneros literários. E o melhor: o público pôde discutir esses e outros tópicos com escri-tores consagrados, a exemplo de Leonardo Boff, André Trigueiro, Ana Maria Machado, Joseph O’Neill, Arthur Dapieve e Thrity Umrigar.

Passear pelo Pavi-lhão Verde e visitar o estande da Editora Elevação na Bienal do Livro do Rio garantiu o contato com uma literatura de qualidade.

Exemplo disso é o livro Em Pauta, uma coletânea de artigos do jor-nalista e escritor Paiva Netto, publicados em centenas de jor-nais, revistas e sites do Brasil e do exterior. A obra, que apresenta ao leitor rumos novos para antigos

Livro Em Pauta é destaque problemas, agora tratados à luz de um conhecimento que alcança a transcendência espiritual, é ex-celente opção para quem gosta de manter-se atualizado sobre os fa-tos, com Fraternidade Universal.

Admiradores das obras de Paiva Netto foram até a Elevação para prestigiar o autor. O leitor Mauro de Oliveira Ferro, fã do estilo claro do escritor, comenta: “Ele tem facilidade de contextualizar, ao longo da história, fatos sociais e religiosos pelo prisma espiritual.

Costura vários acontecimentos que ocorreram no mundo e até passaram despercebidos. Paiva Netto consegue realmente ter essa visão. A Editora Elevação está de parabéns! Acredito que as pes soas terão novidades desse grande escritor, que tem feito com que o Brasil caminhe de uma forma melhor”.

Também apreciador do tra-balho literário do jornalista, o renomado astrônomo e cientista Ronaldo Mourão comentou:

O jornalista André Trigueiro palestra durante o lançamento do seu livro Espiritismo e Ecologia.

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atuais, como o cuidado com o meio ambiente”.

A estudante Raquel Ingride de Oliveira, a exemplo de milha-res de jovens que acompanham o pensamento do autor, arrematou: “Os livros dele não só instruem, oferecem principalmente uma leitura com Espiritualidade Ecumênica, aquela que liberta as mentes. E isso é bem o perfil do escritor Paiva Netto, porque fala aos Simples de Coração. Na minha juventude, sinto-me mui-to confortada por ter em mãos lições tão profundas, como na coleção O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, na qual ele explica o conceito abrangente de Religião. (...) Eu mesma já me deparei com conflitos desafiadores e recorro sempre aos livros Como Vencer o Sofrimento e Reflexões da Alma. Essas obras, direcionadas a todas as pessoas, sejam quais forem suas crenças, nos levam a refletir melhor sobre o que somos e de onde viemos”.

Selos Bolo com Pudim e Soldadinhos de Deus

Obras que compõem os selos

Amazônia e sustentabilidadeFirmada na mentalidade de preservação da Vida, defendida pelo diretor-

-presidente da Legião da Boa Vontade, Paiva Netto — na qual se destaca antiga campanha criada por ele na LBV, cujo dístico é: “A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana” —, a Editora Elevação promoveu, em 17 de setembro, no Mezanino Cora Coralina, a palestra “A Amazônia e o Desenvolvimento Sus-tentável — A experiência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)”.

O professor e pesquisador Carlos roberto Bueno, doutor em Biologia Vegetal, mestre em Biologia Tropical e coordenador de extensão do INPA, apresentou uma visão geral do trabalho do instituto, responsável por estudos científicos e tecnológicos sobre a região amazônica. Bueno é também espe-cialista técnico e científico na área de Agronomia, com ênfase em cultivos alternativos, agricultura tropical, ecofisiologia vegetal e hortaliças alternativas.

O especialista do INPA levou ao público informações relevantes sobre os ecossistemas amazônicos, particularmente com relação a preservação e uso sustentável da biodiversidade. Graças a essa parceria, durante a bienal, foi possível distribuir entre os visitantes do estande da Elevação sementes de cubiu (nome científico: Solanum sessiliflorum), um fruto da Amazônia Ociden-tal, domesticado por indígenas pré-colombianos, também conhecido como

tomate-de-índio, rico em fer-ro, vitaminas (principalmente B5) e pectina (substância que dá ponto de geleia). A iniciativa teve como objetivo mostrar mais um produto de desenvolvimento sustentável da região.

Bruno GagliassoDurante a bienal, o ator Bruno

Gagliasso deixou seu recado: “Leia o que interessa, o que faz você

começar e não parar. Aquele livro que tem referências em outros e isso

faz com que leia mais”.

“Sempre visito o estande da Elevação e, neste ano, tem esse livro de Paiva Netto, Em Pauta, que é muito inte-ressante, uma coletânea muito boa. Tudo que ele faz é bom, mas esse é especial”.

A professora de edu-cação infantil Juliana de Andra-de Monteiro ressaltou o valor da obra como contribuição às novas gerações. “Na minha área procuro sempre mostrar a alunos e pais a

responsabilidade que temos em levar os ensinamentos de Jesus.

Começo as atividades com a Prece da Criança Boa. É uma forma de trabalhar não só os con-teúdos, mas também de passar para eles boas mensagens. Como apren-

demos com Paiva Netto no artigo ‘É urgente reeducar’, é desde pequeno que se começa a levar essa instrução. É uma literatura muito rica; ele aborda assuntos

Ronaldo Mourão

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Bienal do Livro do Rio de janeiro

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Bolo com Pudim e Soldadinhos de Deus, da Editora Elevação, encantaram a garotada durante a Bienal do Livro do Rio. Além de estimular a leitura, os livros trazem belas histórias e divertidas atividades. A Coleção Ecumênica Os Milagres de Jesus apresenta relatos bíblicos dirigidos espe-cialmente às crianças, de todas as idades, inspirados na prega-ção ecumênica do escritor Paiva Netto, que há décadas aborda o Evangelho-Apocalipse de Jesus, o Cristo de Deus, nos mais diver-sos meios de comunicação.

Os visitantes encontraram, ainda, uma seção de audiobooks, CDs com histórias comoventes, que ultrapassam os limites do livro impresso, a exemplo da radionovela Sexo e Destino, ba-seada na obra homônima do Es-pírito André Luiz, na psicografia de Francisco Cândido Xavier

(1910-2002) e Wa l d o

Vieira.

Personalidades prestigiam a Editora Elevação

A Super Rádio Brasil 940 AM, emissora da Boa Vontade no Rio de Janeiro/RJ, acompanhou a movimentação de público e personalidades no estande da Editora Elevação durante a Bienal do Livro do Rio. No local foi montado um estúdio para transmissão ao vivo do evento.

Em entrevista ao programa Panorama Nacional, da emissora, o prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, registrou: “O meu abraço a todos os ouvintes da Super Rádio Brasil. Está um barato este estande. Quero deixar o meu abraço à LBV, a esse grande homem que é o Paiva Netto, ao fantástico trabalho que desenvolvem e à Editora Elevação”.

Fernando William, secretário municipal de Assistência Social (SMAS) do Rio, também visitou a Editora. Ele esteve presente à bienal para promover palestra sobre os males causados pelo uso de drogas. “Na verdade, observamos que todos os problemas sociais surgem quando a família se fragiliza, quando as crianças perdem a perspectiva de viver em um ambiente educado pelos pais. Por isso, o

que a LBV realiza é da maior importância; ela trabalha bem as crianças, com dignidade, competência, elevado nível de assistência. E, se pudéssemos ter ações semelhantes a essa da LBV espalhadas pelo Brasil inteiro, inclusive com o apoio do poder público, eu não tenho nenhuma dúvida de que a situação da infância no Brasil seria bem melhor”, afirmou o secretário.

Para o desembargador Siro Darlan, a bienal é “inves-timento na Educação”. E completou: “(...) É uma alegria estar no estande da LBV, com esses lançamentos, com a revista [BOA VONTADE], que já conheço de longa data, e o livro do nosso presidente Paiva Netto, a quem eu aproveito para felicitar por mais esse serviço prestado à nação brasileira”.

Torcedores e fãs dos jogadores Philippe Coutinho, do Vasco da Gama, e Zé roberto, do Flamengo, se aglomeraram nos arredores do estande da Editora Elevação durante a entrevista concedida pelos atletas ao Momento Esportivo, da Super Rádio Brasil. “A gente fica sempre naquela vida do

esporte e, quando tem a oportuni-dade de estar em um lugar como este, ter um pouco mais de cultura, é sempre bom. Educação é sempre bom. Adorei o ambiente, adorei estar aqui”, comentou o meio-campista Zé Roberto.

Eduardo Paes

Fernando William

Siro Darlan

Philippe CoutinhoZé Roberto

Ricardo Tozzio ator ricardo Tozzi, que se define um “apaixonado por livro e pelas viagens que ele

proporciona”, defende: “Temos de incentivar as crianças a ter esse

hábito”.

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“Novo Mandamento vos dou: Amai-vos

como Eu vos amei. Somente assim podereis

ser reconhecidos como meus discípulos.

(...) Não há maior Amor do que doar a

própria Vida pelos seus amigos.”

(Evangelho de Jesus segundo João, 13:34 e 35; 15:13).

Este desenho foi inspirado em uma fotografia

batida em 30 de setembro de 1972, em Ribeirão

Preto, São Paulo, Brasil. No dia seguinte, 1º

de outubro, Alziro Zarur (1914-1979) lançou a

Proclamação do Apocalipse, publicada por José

de Paiva Netto no seu Livro de Deus (esgotado).

O Irmão Paiva sempre esteve presente nos

momentos de grandes desafios enfrentados pelo

fundador da LBV, Alziro Zarur.

E o Irmão Paiva, continuador do heroico trabalho

das Instituições da Boa Vontade, dedica a sua vida a

ampliar o entendimento dessa Ordem Suprema. Assim,

fundou o Templo da Boa Vontade, conhecido também

como a Pirâmide das Almas Benditas, a Pirâmide dos

Espíritos Luminosos, do Ecumenismo sem Fronteiras,

em Brasília/DF, que se tornou um marco desse Mundo

Novo, um símbolo da Paz, da Fraternidade, ao abraçar

as pessoas, por mais diferentes que sejam, unindo-as

em nome do Amor de Deus.

Esse Mandamento Divino é o Sol-guia dos

Soldadinhos de Deus!

Os Soldadinhos de Deus, da LBV, saúdam os 50 anos

da Proclamação do Novo Mandamento do Cristo

Ecumênico, feita pelo saudoso fundador da Legião

da Boa Vontade, Alziro Zarur (1914-1979), em 7 de

Setembro de 1959, em Campinas/SP, Brasil.

Semeando o Novo Mandamento de Jesus,

plantamos um mundo melhor!

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Nós devemos amar as pessoas como Jesus nos ama. Sem preconceito,

com Amor verdadeiro. Só assim poderemos seguir os

nossos caminhos.Bianca Giúlia Ferreira

Barbosa, 7 anos, Brasília/DF

Soldadinhos de Deus do Brasil e do exterior comentam o Revolucionário

Novo Mandamento de Jesus

(1) Tailane Oriques Freitas, 9 anos, Sapiranga/RS, (2) Alice Gabrielle de Paiva Veber, 4 anos e Laura Marianne de Paiva Veber, 2 anos, (3) Samuel Lucas dos Santos Bortolin, 6 meses, São Paulo/SP, (4) Maria Luisa Nogueira Brito Ribeiro, 11 meses, com os pais Ricardo Ribeiro e Jocilene Nogueira de

Brito Ribeiro, Cidade do Porto, Portugal, (5) As irmãs Vânia e Karine da Cunha Soares, 7 e 8 anos, Rio de Janeiro/RJ, (6) João Lucas Comar do Nascimento, 1 ano e 6 meses, e Leonardo Felipe Comar do Nascimento, 10 anos. Pais: Edite e Alessandro Comar do Nascimento, (7) Luiz Guilherme Zarur Rosa

Moreira, 9 anos, Franca/SP, (8) Wanessa Caroline Brugnolo Ramão, 4 anos, e Gabriel Brugnolo Ramão, 1 ano e 6 meses. Pais: Solange Brugnolo Ramão e Vinícius Francisco Ramão, São José dos Pinhais/PR.

Para mim, o Novo Mandamento de Jesus

é para que todos aceitem as pessoas como

são, respeitando as diferenças.

Maria Júlia Zílio Quintana, 7 anos, Ribeirão Preto/SP

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Variedades

M O N T E S C l A R O S / M G

S A l V A D O R / B A

Monsenhor Gaspar Sadoc visita Super Rádio Cristal, AM 1350 kHz

Mutirão solidário

A Legião da Boa Vontade realizou em Montes Claros/MG, no dia 21 de agosto, um mutirão social em par-

ceria com a Escola Municipal Alcides Rabelo, a Associação de Moradores do Bairro Vera Cruz, as polícias Militar e Civil, a Empresa Municipal de Pla-

nejamento, Gestão e Educação em Trân-

sito e Transportes de Montes Cla-ros (Mctrans), o Serviço Social do

Comércio (SESC),

o Círculo Operário, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), o Collegium Prisma e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Desenvolvida em prol das fa-mílias do bairro Vera Cruz, a ini-ciativa promoveu diversos tipos de serviços e atendimentos: corte de cabelo, emissão de carteira de identidade, aferição da pressão arterial, medição de glicemia ca-pilar e pesagem. Também levou às pessoas orientação sobre assuntos de interesse social e educacional e proporcionou atividades de lazer,

como brincadei-ras e jogos para a garotada.

A técnica em Educação e Ações Edu-cativas e Eventos Sônia Helena Lima Santos salientou a emoção de atuar como voluntária: “Ações como estas impedem que nossas crianças cresçam no mundo da criminalidade... e [fazem com que] se sintam inclusas em uma sociedade mais justa e digna de se viver”.

Maria Amélia de Sá

Maria Amélia de Sá

A Super Rádio Cristal, emissora da Super Rede Boa Vontade de Rádio (Super RBV), em Salva-dor/BA, recebeu a visita, em 5 de novembro, de monsenhor Gaspar Sadoc. Nascido em Santo Amaro da Purificação, aos 93 anos de idade e com quase 70 anos de sacerdócio, o religioso desenvolveu apostolado na Igreja Nossa Senhora da Vitória, onde permanece até hoje.

Ao visitar os espaços da emis-sora, destacou: “É uma Paz que me traz ao coração, ver, falar, dialogar, constatar coisas boas. Tudo que é bom me leva ao Pai que está no Céu. Por isso, estando na LBV, onde o Bem se faz, onde o Bem se quer, onde o Bem se procura, estou muito feliz”.

O religioso também falou da

admiração pela Obra: “Admiro o nosso Irmão Paiva, porque o coração dele é grande. Gosto muito de [pessoas com o] coração aberto como o do nosso Irmão Paiva, onde há lugar para todos que quiserem ficar perto. A alegria que tenho são meus amigos. (…) A amizade é uma bênção de Deus”.

Monsenhor Gaspar disse que sempre sintoniza as pregações do criador da Super Rádio Cristal. “Acompanho o Irmão Paiva pelo rádio. (…) Deixo uma mensagem muito amiga para vocês todos, para o querido Irmão Paiva, que tantas vezes ensina o caminho para todos que aqui trabalham. (…) A cada um deixo o meu agradeci-mento e meu abraço.”

Durante a visita, monsenhor Gaspar Sadoc foi presenteado com a revista BOA VON-TADE Especial, em homenagem aos 20 anos do Templo da Boa Vontade e aos 15 anos do ParlaMundi da lBV, e ainda rece-beu um porta-retratos com a estampa do Cristo Ecumênico, na qual estava transcrito o Novo Mandamento de Jesus (Evangelho segundo João 13:34 e 35): “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos”.

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