boa vontade 202

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Estive algumas vezes em Portugal. País lindo, de gente acolhedora. Terra da nostálgica Amália Ro-drigues (1920-1999), que Foi

Deus*¹ quem levou, faz pouco tempo. Sempre gostei de ouvi-la cantando esse fado, ao som de guitarras afinadíssimas e chorosas. Por sinal, contam que, in-fluenciada por amigos, não iria gravá-lo. Entretanto, reconsiderou, e seu sucesso foi imenso. Sorte para Amália, sorte para nós. Isso me lembra outra história, a de que alguns artistas famosos de Hollywood se negaram a interpretar o papel principal de nada mais nada me-nos que Casablanca. Sorte para Hum-phrey Bogart e para nós também.

Uma dessas viagens deu-se em novembro de 1994, depois que o Dr. José Aparecido de Oliveira*², então Embaixador do Brasil naquela nação-irmã, ligando lá para casa, fraternal-mente “convocou-me” para assistir, na capital lusitana, ao lançamento da pedra fundamental da sede da Fundação Luso-Brasileira do Mundo de Língua Portu-

guesa. Presente estava, entre diversas personalidades de Portugal, da África e do Brasil, o eminente arquiteto Oscar Niemeyer, com sua voz calma e afetuosa e seu coração grande e apaixonado pelas causas sociais.

Após a solenidade, o Embaixador apresentou-me o Dr. Jorge Sampaio, que, naquela ocasião, presidia a Câma-ra Municipal de Lisboa. Hoje, ele é o Presidente da República. Em seguida, houve uma recepção na casa do amigo Aparecido, sob a batuta de sua distinta esposa, Dona Leonor. São momentos de cariciosa lembrança, quando fui gentilmente convidado a assinar com os

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor, é Presidente das Instituições da Boa Vontade.

Amália Rodrigues

GerêsMuro de

Espelho do Gerês, localizado na Serra de mesmo nome, em terras lusitanas.

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Reprodução BV

Editorial

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demais um protocolo de doação de monu-mental pintura de Nos-sa Senhora Aparecida (obra do arquiteto e artista plástico João de Souza Araújo) à famo-sa Basílica dedicada à Mãe de Jesus, naquele tempo sob o comando do estimado D. Geraldo

Maria de Moraes Penido (1918-2002), seu saudoso Arcebispo Emérito. Em 1989, visitou-me na Legião da Boa Vontade e tive a honra de ser recebido, juntamente com minha família, em sua residência, numa tarde memorável, tendo ao lado sua bondosa irmã Dona Geralda, também hoje falecida. Que Deus eternamente os guarde em Seu Seio de Misericórdia. (Na atualidade, a grande Catedral tem a direção do ilustre Dom Raymundo Damasceno Assis.)

Oscar Niemeyer

Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, nos papéis centrais de “Rick” e “Ilsa” em Casablanca, um estrondoso sucesso de Hollywood, considerado o segundo melhor filme americano. Em cenas de Casablanca, que reproduz um café ame-ricano, “Sam”, personagem interpretado pelo ator Dooley Wilson, toca enquanto Humphrey Bogart o observa.

Há alguns anos, durante um evento em Lisboa, confraternizaram o atual Presidente de Portugal, Dr. Jorge Sampaio (E), o ex-Embaixador do Brasil em Portugal, Dr. José Aparecido de Oliveira (C), e o Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto (D).

Torre de Belém, um dos mais famosos monumentos de Lisboa/Portugal, situa-se na margem direita do Rio Tejo.

Julio

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Em 1989, Dom Geraldo Maria de Moraes Penido (D), então Arcebispo de Aparecida/SP, visitou a Sede Mundial da LBV, em São Paulo/SP, onde foi fraternalmente recepcionado pelo escritor Paiva Netto.

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Dom Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo de Aparecida.

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Na estrada de Gerêspara Braga,existem muitos muros velhos...Mas há umantigo,especialmente antigo,bem na curva,que à alma afaga...Antigo como o Amore como as dores...Tão pequeno...mas nos faz sorriraos favoresde nos abrir,à alma triste,um prazer amplo,de descobrir,no seio do campo,a beleza divinal das flores.Enquanto outros— grandes!... — não têm a expressãocom que,na sua pequenez,fala ao coração.Sim,porque, se estenão é o maior dos órgãosdo corpo,tudo sentee tudo vê,porque tudo vêe tudo sente...Eis seu escopo.Oh! Muro pequeno,pequeno Muro,tão carregado de Vida!Vida!Vida!como a heraque cobre os teus lados,feitos de pedra amolecida

e humanizada pelos anos,muitos anos...Ah! Muro Antigo!de pedra antiga...A quanta história assististe!...E do muito que ouviste,conta-me um pouco.E tas escutarei,não de ouvido mouco,de tanto viajante,que por aqui passa,e não te vê...Pois loucos laçoslhe turbam a mente...E que oportunidadeperde,pois não te senteo canto dos séculosacerantes.Sim, porque a rodaroda...E o que foi,retorna adiante...E, talvez,Muro Antigo,antigo Muro,os que são cegospara não ver-te,e surdospara não ouvir-te,tenham aprendido,finalmente,que,para escutaro lamento ou o cantarda própria pedra,é tão preciso,morta a regra,amar todos os amoresdo Amor Divinosem rancores.

A um Muro AntigoTrecho do muro de Gerês, que inspirou os versos de Paiva Netto.

Serra do Gerês

Em outra ocasião, fui levado a um local encantador, Amares, onde passamos algumas horas respirando ar puro, coisa cada vez mais rara, conversando com pessoas da comuni-dade, além das que também visitavam o lugar.

Na volta, a caminho de Braga, de-liciando-me com a paisagem da Serra do Gerês, pude observar a seqüência de muros de pedra, o que é comum na região. Uns eram pomposos, ou-tros mais singelos. Até que surgiu aquele, gracioso, bem na curva, mas que, de tão pequeno, quase não se dava a perceber. Estava lá, contudo, firme, cumprindo a sua função de não permitir que, num estreito espaço não preenchido, alguém distraidamente, talvez mesmo uma criança ou um idoso, caísse no precipício profundo. E quis, então, prestar-lhe uma home-nagem, como a uma pessoa humilde, desconhecida na sua modéstia, que nem por isso deixa de, por Amor, cumprir o seu dever. E, ainda no au-tocarro, ousei, perdoem-me, sem ser poeta, os seguintes versinhos, para musicá-los depois. (Ao lado)

Qual o recado do pequeno Muro?

Este: em que é menor que um rei aquele que não foge à sua responsabi-lidade? Merece de todos nós o apoio e a distinção por persistir, com honra,

Até que surgiu aquele, gracioso, bem na curva,

mas que, de tão pequeno, quase não podia ser

visto. Estava lá, contudo, firme, cumprindo a sua função de não permitir

que, num estreito espaço não preenchido, alguém distraidamente, talvez mesmo uma criança

ou um idoso, caísse no precipício profundo.

Arquivo BV

Revista Boa Vontade �

Editorial

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,

Senti muita alegria ao saber que a nossa querida Nélida Piñon conquistou, neste mês de junho, o “Prêmio Príncipe de Astúrias

das Letras”, que jamais fora conferido a uma escritora nascida em nosso país (Leia entrevista da escritora na página 18). Ela foi a primeira mulher a diri-gir a Academia Brasileira de Letras (ABL), no período das comemorações do centenário da Casa de Machado de Assis. Ocupa a cadeira de número 30, cujo patrono é o jornalista e romancista, nascido em Bagé/RS, João Carlos de Medeiros Pardal Mallet (1864-1894). É uma tenaz batalhadora dos Direitos Humanos, destacadamente os das mu-lheres. Para Nélida, o nosso carinho e respeito. E um grande beijo no coração. (Paiva Netto)

A escritora e acadêmica Nélida Piñon e Paiva Netto, num momento de descon-tração.

Nélida

Jô Soares lançou no dia 9 de ju-nho, na ABL, seu mais recente romance, Assassinatos na Aca-demia Brasileira de Letras. A

história do livro se passa em 1924 e o cenário é o Rio de Janeiro antigo, em que alguns acadêmicos fictícios aparecem mortos nos mais diversos e famosos pontos de visitação cario-ca, tais como: o Copacabana Palace, o Petit Trianon, a sede da ABL, o Estádio do Fluminense, a Estrada de Ferro do Corcovado, a Candelária e outros. O autor enfatiza que a obra é uma maneira de se retornar aos bons tempos, em que as pessoas podiam andar despreocupadas pelas ruas da cidade.

O advogado Pedro de Paiva pres-tigiou o lançamento e, na ocasião,

Jô Soares lança livro na Academia

representou seu pai, o dirigente da LBV, José de Paiva Netto, tendo a oportunidade de cumprimentar di-versos acadêmicos como o Senador Marco Maciel — que relembrou a visita que fez ao Templo da Boa Von-tade, em Brasília/DF —, e também o acadêmico Ivan Junqueira, Presidente da ABL.

O Dr. Pedro foi recebido com mui-to carinho por Jô Soares, que mandou um beijão para o Líder da Legião da Boa Vontade, além de encaminhar a obra autografada com a seguinte mensagem: “Paiva Netto, um beijo do gordo. Jô Soares. 09/06/05”. E Paiva Netto, ao receber o livro, declarou: “Ao Jô, que, com sua verve, torna a nossa vida mais interessante, um beijo também”. (Simone Barreto)

em viver a sua dignidade. A elite de um país é o seu Povo.________________*1 Foi Deus — Este fado de Alberto Fialho Janes foi imortalizado pela diva Amália Rodrigues (1920-1999).

*2 José Aparecido de Oliveira — Homem de vasta cultura e po-lítico de grande influência, que serviu o Brasil como Ministro das Relações Exteriores, foi o primeiro Ministro da Cultura e Embaixador em Portugal, entre outros cargos

em sua extensa vida pública. Ele também foi o propositor da criação da Comunidade dos Países de Lín-gua Portuguesa (CPLP) e integra o Conselho da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, do Parla-Mundi da LBV.

O escritor e apresentador Jô Soares e o Dr. Pedro de Paiva

Cidade do Porto, Portugal.

Arquivo BV

Jorge Alexandre

Divulgação

Revista Boa Vontade �

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Cartas

Status da Mulher da ONU

Venho para-benizar a revista BOA VONTA-DE pela repor-tagem “Status da Mulher nas Nações Uni-das” (Editorial

de Paiva Netto), conten-do a mensagem encaminhada pela LBV à 49a Sessão da Comissão do Status da Mulher, nas Nações Unidas, Nova York, EUA.

É muito importante que sejam di-vulgados continuamente para todas as classes sociais os avanços conseguidos pelas mulheres nas suas lutas políticas, culturais, científicas e filosóficas, para a conquista da igualdade de gênero, conforme consta na Declaração Uni-versal dos Direitos Humanos.

O Instituto de Pesquisas e Ensino da Cultura Espírita (IPECE), com sede

em São Paulo, no Itaim Bibi, também desenvolve, no seu âmbito de ação, pro-grama de trabalho no sentido de divulgar diretrizes de orientação para a mulher brasileira conscientizar-se a respeito de seu real papel a ser desempenhado na própria Humanidade.

Como cita o escritor Paiva Netto, com relação à igualdade de gêne-ros: “Valorizar a Mulher dignifica o Homem”. (Claudine Tchekmeniam Carneiro — Diretora de Divulgação do IPECE)

A revista BOA VONTADE está passo a passo maravilhosa, do princí-pio ao fim, incluindo a apresentação, com colorido forte e vibrante. Todos os assuntos estão muito bem-escritos, a começar pelo da capa: “A Força da Mulher nas Nações Unidas”, passando ao “Alerta Verde”, “Estatuto do Idoso” e o grande sucesso do lançamento, na Bienal do Rio, do livro As Profecias sem Mistério. (Argencília Cândida dos Santos — São Paulo/SP)

Lendo a BOA VONTADE (edição de nº 201), fico feliz em ver o progres-so que nunca parou. Quando abro a revista e vejo tantas matérias que irão conscientizar milhões de brasileiros e estrangeiros, me emociono. (...) A LBV está muito à frente ao levar o verdadeiro status da Mulher, da Mulher espirituali-zada, na ONU. Parabéns, Irmão Paiva e toda equipe da Editora Elevação. (Luiz Donizetti de Melo — Brasília/DF)

As Profecias sem Mistério: mensagem que conforta!

Manifesto o agradecimento dos meus familiares — minha esposa, Rosane, meus filhos Matheus Willians e Ana Clara — pelo maravilhoso livro As Profecias sem Mistério, fruto do Amor Humano Divinizado que toca nosso íntimo, o recôndito de nossos Espíritos. Esclarece nossas mentes, harmoniza nossas vidas e lares, enfim, reconduz a criatura ao Seu Criador. É como o viajante, cansado e sôfrego pelas árduas lutas da caminhada, mas, depois de muito perseverar, encontra o oásis, a Paz. Prezado Paiva Netto, minha família dedica-lhe estas singelas palavras que nasceram de nossos corações. Muito obrigado! (Anderson Willians Antunes Borges — Niterói/RJ)

O novo lançamento de As Profecias sem Mistério, do escritor Paiva Netto, traz assuntos de grande importância, contidos na Bíblia Sagrada, que são questões atuais para a Humanidade. Sem atemorizar ninguém, a sua men-sagem apenas orienta qual o caminho melhor para trilharmos, sem opressão e fanatismo. Mostra-nos que vale a pena viver, mas com responsabilidade e muito Amor. Parabéns, Paiva Netto! (Gladys Farago Gomes — Joinville/SC)

Gostaria de parabenizar o escritor Paiva Netto pelo lançamento da nova edição do livro As Profecias sem Mis-tério. Este, com certeza, é mais um presente que ele concede não só aos Legionários da Boa Vontade, mas a todas as pessoas que se interessam pela Espiritualidade. Tive a oportunidade de ver a capa desta nova edição (quando

Faleceu, no último dia 31 de maio, o Deputado Distri-tal Jorge Cauhy.

Nascido em 27 de janeiro de 1924, em Uberlândia/MG, mudou-se para a ca-pital federal em outubro de 1959. Casado, pai de cinco filhos, fundou e presidiu a Associação Comercial do Núcleo Ban-deirante. Foi diretor da Junta Comercial do Distrito Federal e membro efetivo do Conselho de Desenvolvimento Social da Secretaria de Serviços Sociais. Em 1995, o Deputado prestou uma home-nagem ao jornalista e escritor José de Paiva Netto, laureando-o com o Título de Cidadão Honorário de Brasília, sendo entregue no Conjunto Ecumênico da LBV. Foi a primeira vez que a Câmara Legislativa do DF se reuniu fora de sua sede em Brasília.

In memoriamHomenagem ao Deputado e amigo da LBV, Sr. Jorge Cauhy.

Ao discursar, o Depu-tado afirmou: “Este Título resgata uma dívida antiga que o povo de Brasília tinha para com esse gran-de empreendedor e des-pertador de almas. Paiva Netto, empenhado no ideal realizador de Alziro Zarur (1914-1979), construiu o

Templo da Boa Vontade e o Parla-Mundi (da LBV), materializando o que o fundador da Instituição preconizava: a existência de um Campo Neutro, irrestritamente ecumênico, no qual todas as criatu-ras pudessem confraternizar”.

A Legião da Boa Vontade so-lidariza-se com os familiares e amigos do Deputado Jorge Cauhy e envia as mais sinceras vibrações de Paz e gratidão ao seu Espírito eterno.

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Jorge Cauhy

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Agradeço a re-messa dos exem-plares da bonita, bem editada e eru-dita revista BOA VONTADE, que, para honra minha, abr igou modes-to trabalho sobre o “Protocolo de Kioto”.

E s p e r o , e m outra oportuni-dade e com as-sunto de interes-se, merecer ou-tra reprodução.

(Desembargador José Carlos Teixeira Giorgis — Porto Alegre/RS)

Revista bonita, bem editada e eruditaLi com atenção

as matérias da BOA VONTADE, que tem um novo for-mato, mais prático e moderno. De fato, um trabalho dig-no de aplausos. O

conteúdo é forte em suas mensagens, verdadeiro em suas denúncias. A re-vista mistura o factual com a pesquisa da nossa verdadeira história e, mais, pode ser consultada por estudantes e pesquisadores. A matéria “Respi-rando a Morte” representa um ato de coragem e de amor ao Ser Humano (características do Irmão Paiva). A pu-blicação é abrangente, tem largo perfil ecumênico. Uma revista a ser lida, guardada para consultas, que distrai e traz Paz à Alma do leitor. (Hilton Abi-Rihan, radialista e jornalista — Rio de Janeiro/RJ).

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sestava ainda em fase de produção) e fiquei encantada com sua beleza e bom gosto. Não tenho dúvida de que continuará sendo mais um sucesso de vendas. Venho acompanhando as no-tícias do lançamento deste livro, todos os dias, pela Super Rede Boa Vontade (...). Também tive o prazer de ouvi-lo, ao vivo, comentando os novos capítulos da obra, o que me deixou muito feliz. Foi realmente um presente para mim. Muito obrigada por mais este presente! (Helen Winkler Baragão — e-mail)

Escrevo no intuito de dar os para-béns a Paiva Netto pelo lançamento da 54ª edição de seu livro As Profecias sem Mistério. Esta obra, em especial, personifica a Voz do que Clama no De-serto, alertando a Humanidade quanto à responsabilidade perante o seu livre-arbítrio. Os escritos do autor jogam por terra a pregação dos especuladores da desesperança, aqueles que, sem nenhum fundamento espiritual-religioso, lucram com o desespero alheio. O medo tolhe o raciocínio das pessoas que, dessa forma, acabam sendo facilmente ma-nipuladas.

Esta obra, contudo, não torna os fatos profetizados em “água com açúcar”, como a dizer: “Relaxem, isso tudo que está relatado não irá acontecer”. Ele apresenta a medida exata do resultado da semeadura boa ou má da criatura humana.

(...) Parabéns ao autor pela atitude inaudita de sempre convidar o Povo ao raciocínio, à reflexão sobre as ações do Homem na sociedade, sem jamais impor, porém, oferecendo aos que pro-curam o esclarecimento, a ferramenta do Amor Fraterno a abrir-lhes a cons-ciência. Gratíssimo! (Mário Augusto Brandão — Glorinha/RS)

O livro As Profecias sem Mistério, em sua 54ª edição, é mais uma grande contribuição de Paiva Netto para que a Humanidade perceba que está am-parada pela Divina Causa de Jesus. Destaco o capítulo “Jesus, o Pão Vivo que desceu do Céu”, na apresentação do Evangelho do Cristo, segundo João, 6:48: Eu sou o Pão da Vida! e 50: Este

é o Pão que desceu do Céu, para que se coma dele e não se morra!. Nele vemos a grandeza do Cristo em afirmar-nos que Ele é o Pão da Vida, com o qual estaremos livres da “morte” que é a ignorância espiritual, causa primeira de tantas problemáticas mundiais, que a cada dia banaliza ainda mais a existência humana. (...) A preocupação constante é o alertamento de Paiva Netto quanto à urgente necessidade de utilizarmos a Comunicação a serviço de Deus. “LBV é 100% Comunicação” é o seu lema. Basta vermos a Super Rede Boa Vontade de Comunicação, bem como sua brilhante literatura, que na verdade são produtores de conhe-cimento a serviço do bem-comum. (Eliane Maria Barcelos Silva — São Paulo/SP)

Li, com muita honra, um dos primeiros exemplares da notável obra As Profecias sem Mistério, do escritor Paiva Netto. O iluminado título chegou às minhas mãos du-rante a transmissão do programa Ecumenismo, que tratava do tema “Dia de Pentecostes”*. Dialogava eu, àquela altura, com o Padre Silvio Andrei, da Paróquia Rainha

dos Apóstolos da Igreja Católica Apostólica Romana, localizada na Vila Monumento, no Ipiranga, São Paulo/SP, e com o Ministro da Religião de Deus Jayme Bertolin. O Padre Silvio frisou, ao vivo, que o trabalho do Presidente das Insti-tuições da Boa Vontade (IBVs) é um poderoso exemplo da ação do Espírito Santo.

No trabalho de Evangelização e Apocaliptização da Humanida-de terrena e espiritual a coleção O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração (da qual faz parte As Profecias sem Mistério) mostrou-se essencial, porque é a Revelação da Revelação.

Jesus, o Cristo de Deus, foi quem falou da necessidade da pre-sença do Paráclito para o avanço do conhecimento sobre as Leis Divi-nas. E a Missão do Líder da LBV é expressão singular e inequívoca da presença do Espírito Santo atuando na preparação da Volta Gloriosa de Nosso Senhor e Mestre. (Paulo Alziro Schnor — São Paulo/SP)________________*Dia de Pentecostes — A data é celebrada 50 dias após a Páscoa, quando se comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos.

Revista Boa Vontade �

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A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos assinados.

Os leitores da rBV têm bons motivos para celebrar este mês de junho. A começar pela escolha do nome da romancista Nélida Piñon para receber o “Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras”, distinção conquistada pela primeira vez por um escritor do Brasil. Nesta edição da láurea concorria o total de 31 candidatos procedentes do Brasil, Canadá, Estados Unidos, Holan-da, Hungria, Índia, Israel, Kuwait, México, Noruega, Peru, Portugal, República Dominicana, Reino Unido, Suécia e Espanha.

Um dia antes de o resultado ser divulgado, durante evento ocorrido em Oviedo/Espanha, Nélida con-cedeu entrevista exclusiva à BOA VONTADE, na qual conta detalhes da sua vida e de sua trajetória na literatura.

Os ares do “Velho Mundo” tam-bém inspiraram o editorial escrito por Paiva Netto. Em seu artigo “Muro de Gerês”, o jornalista conta as experiências vividas em Portugal — quando lá esteve pela força de suas funções.

Sumário

4 Editorial 8 Cartas 13 Coluna do Garotinho14 Reportagem18 Perfil22 História26 Turismo29 Notícias de Brasília30 Samba e História 32 LBV no mundo

Edição nº 202

Outro relevante fato a ser feste-jado neste período são os 49 anos de trabalho do dirigente da LBV, em 29 de junho, dia dedicado à memó-ria de São Pedro e São Paulo. Foi nesta data que Paiva Netto iniciou seu apostolado em favor dos que padecem do corpo e da Alma. Por iniciativa da própria juventude, a comemoração para esta expressiva marca se dará no “30º Congresso Internacional do Jovem da Boa Vontade”, que se realizará em Uber-lândia/MG, neste 25 de junho.

Esta edição também chega para o leitor com uma novidade: a seção “Samba e História”, que traz a série de entrevistas feitas pelo radialista Hilton Abi-Rihan em programa de mesmo nome — exibido pela Super Rede Boa Vontade de Rádio e Rede Mundial de Televisão — com destaques do mais popular ritmo do nosso País. O estreante deste espaço é o cantor Pery Ribeiro, expoente da Bossa Nova e o primeiro a gravar Garota de Ipanema.

Boa leitura!Os editores

Ao Leitor

Adriane Schirmer Neuza Alves Walter Periotto Wanderly Albieri Baptista

Redação

BOA VONTADEANO XXIII • Nº 202 • juNhO de 2005

Diretor e Editor responsávelFrancisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

Editor Executivo: Gerdeilson BotelhoSubeditora: Débora Verdan

Revisão

ArteProjeto Gráfico: João Periotto Capa: João Periotto e Alziro BragaFoto de capa: Arquivo pessoal da escritora

BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação.

Impressão: PROL Editora Gráfica

Produção

Endereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom Retiro CEP 01134-000 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com E-mail: [email protected]

ColaboradoresAlvino Barros, Antonio Paulo Espeleta, Daniel Rocha, Elias Paulo, Leonardo Mattiuzzo, Leonardo Roustaing, Maria Aparecida da Silva, Paulo Azor, Pedro de Paiva, Profa Nádia Lauriti, Rita Silvestre, Silvia Bovino e William Luz

36 Atualidades38 Especial sobre Paiva Netto44 Espírito e Ciência49 Literatura50 Acontece 54 Melhor Idade56 Ação Jovem LBV60 Soldadinhos de Deus62 Pedagogia do Cidadão

Ecumênico

Revista Boa Vontade 10

Page 11: BOA VONTADE 202

Sumário4Editorial

Coluna do Garotinho 15

Perfil 18

Especial sobre Paiva Netto38

LBV no mundo 32

Espírito e Ciência 44

56Ação Jovem LBVHistória 22

4 Editorial

Em seu artigo, Paiva Netto escreve “Muro de Gerês”.

13 Coluna do Garotinho

José Carlos Araújo comenta a venda dos jogadores de clubes brasileiros aos times europeus.

18 Perfil

A renomada escritora Nélida Piñon — que ganhou (neste mês) o “Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras”, um reconhecimento nunca antes conce-dido a um brasileiro — conta detalhes de sua trajetória na literatura e vida pessoal.

22 História

A saga de uma das figuras mais impor-tantes do passado brasileiro, o Padre José de Anchieta.

32 LBV no mundo

Espiritualidade, ciência e consciência são o foco das discussões, durante seminário co-organizado pela Legião da Boa Vontade na Sede das Nações Unidas, em Nova York (EUA).

38 Especial sobre Paiva Netto

Em homenagem aos 49 anos de traba-lho do jornalista e radialista Paiva Netto nas lides da Legião da Boa Vontade, data que se comemora neste 29 de junho, a Equipe de Estudos Ecumê-nicos produziu matéria sobre uma de suas teses pioneiras: a Economia da Solidariedade, distinguindo-a da Economia Solidária.

44 Espírito e Ciência

O polêmico debate sobre a Eutanásia na visão do Dr. Osvaldo Hely Moreira, vice-Presidente da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais.

56 Ação Jovem LBV

Uberlândia/MG recebe a juventude do Brasil e do mundo para o “30º Congresso Internacional do Jovem da Boa Vontade”. O evento debaterá o tema “Política de Deus” e homenageará Paiva Netto pelos 49 anos de trabalho na LBV.

Revista Boa Vontade 11

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pelo autor

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José Carlos Araújo é locutor esportivo da Rádio Globo do

Rio de Janeiro/RJ

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V197 clubes perderiam seus mais impor-

tantes valores, porque não há como competir, em poderio financeiro, com os europeus.

Os clubes brasileiros, sem gran-des fontes de renda, não podem se dar ao luxo de não negociar seus jogadores. E não há como impedir também que um atleta, praticamen-te, faça sua independência finan-ceira. A diferença entre o que os europeus pagam e os salários daqui é incomparável.

Qual é a saída? Uns defendem que o calendário nacional seja ade-quado ao europeu. Assim, quando começar o período de inscrições para os clubes de lá, o Campeonato Brasileiro já terá terminado.

Mas, nessa hipótese, pesa a questão climática: o inverno deles coincide com o verão daqui. As férias escolares européias são dife-rentes das nossas. Tudo isso influi no desempenho do atleta e também na aclimatação familiar.

Outra idéia lançada é a de incluir no regulamento um item que proíba a transferência de atletas durante o período de disputa do nosso Cam-peonato. Essa medida garantiria que os clubes mantivessem seus elencos do início ao fim da disputa.

Seja qual for a preferência, é importante que os dirigentes se reúnam e discutam a questão. É preciso, em atenção ao torcedor,

dois em um.Campeonato Brasileiro:

Como tem sido em épocas anteriores, o Campeonato Brasileiro começa de um jeito e termina de outro.

Tal e qual nos últimos anos, des-pontaram no início os favoritos à conquista do título e às vagas nas competições internacionais, mas nada assegura que o panorama será o mesmo a partir do meio do ano.

Tudo porque a abertura das contratações pelos clubes europeus sempre desfigura os principais times brasileiros. Em meio à competição, os grandes destaques acabam se transferindo para a Itália, Espanha, Alemanha, França, Portugal e ou-tros centros menos conhecidos.

Bem antes de o Campeonato Brasileiro principiar, a questão já era discutida. Sabia-se que os

solucionar o problema. O Campeonato Brasileiro tem

brilho próprio, mas se os clubes continuarem perdendo seus astros durante a competição, o interesse do público tende a desaparecer.

O atacante Robinho, do Santos, é exemplo de jogador brasileiro bastante visado pelos clubes europeus.

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Coluna do Garotinho

Revista Boa Vontade 13Revista Boa Vontade 13

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O fotógrafo e empresário Chico Audi visitou, recentemente, as instalações da Rede Boa Vontade de Comunicação (TV,

Rádio, Internet, Editora e Gravadora), localizadas na Fundação José de Paiva Netto, em São Paulo/SP. Acompanhado por sua assessora, Tânia Cristina Matias, ao passar pelos ambientes, entusiasmou-se com a organização. “Eu conheço todas as emissoras do País e fiquei pasmo com a estrutura da LBV, da televisão, do rádio, da internet. É um mundo! O mundo do Bem, da turma do Bem, como eu defini. A gente sente uma força especial aqui”, declarou.

Durante a visita, Chico Audi conver-sou com o dirigente da LBV, o jornalista e radialista Paiva Netto. Para o empresário, esse bate-papo “foi uma emoção especial, uma energia muito boa ter tido a oportuni-dade de conhecer o senhor José de Paiva Netto. Foi algo que me fez pensar que talvez eu seja especial. Nas conversas, parecia que nós nos conhecíamos de lon-ga data, eu fiquei muito à vontade e aí eu sinto por que a LBV tem essa força”.

Sempre engajado nessas iniciativas,

Chico Audi fotografa, anualmente, em seu moderno estúdio localizado no Itaim Bibi, zona sul da capital, os artistas que participam das campanhas publicitárias da Organização, que, na análise dele, “faz parte da nossa vida porque aqui se faz o Bem. E não é só para mostrar não, aqui tem criança sim, na escola, estudando. Quando me perguntam por que eu ajudo a LBV, respondo: ‘porque essa criança que está estudando hoje na Instituição, tendo instrução, pode vir a ser um médico que poderá salvar a minha vida, a vida da minha família, ou de um amigo meu’. Então tem de ajudar sim! É tão pouco o que a gente faz que não pode parar nunca! A LBV é a verdade!”.

Durante esses 55 anos, a LBV tem levado Amor, solidariedade, dignidade e cidadania a milhões de crianças, adoles-centes, jovens, adultos e idosos, colabo-rando para melhorar a qualidade de vida deles, devolvendo-lhes o respeito próprio e a auto-estima. Os números comprovam essa realidade: somente em 2004, foram prestados mais de 3,5 milhões de atendi-mentos às populações em risco social e pessoal em todo o País.

FlashessolidáriosO renomado fotógrafo Chico Audi recebe em seus estúdios a classe artística para a campanha de 55 anos da LBV

Débora Verdan e Natália Lombardi

Reportagem

LBV

Revista Boa Vontade 1�

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Campanha de 55 anos da LBV

Por isso, a significativa adesão das

classes artística e esportiva às campa-nhas da LBV, o que vem, uma vez mais, confirmar a credibilidade da Instituição junto aos seus colaboradores. No dia 7 de junho, participaram a cantora Duda; as apresentadoras de TV Amanda Fran-çoso e Solange Frazão; os esportistas Gustavo Borges e Oscar Schmidt; as duplas sertanejas Guilherme & Santiago e Ataíde & Alexandre; os grupos de pa-gode Bokaloka e Revelação; e o próprio Chico Audi. Após serem fotografados, os artistas, que doaram o direito de ima-gem e cachês, gravaram um VT Institu-cional que apresentará retrospectiva do trabalho realizado pela LBV em mais de meio século de fundação e aproveitaram para deixar uma mensagem especial ao Povo brasileiro:

“Freqüentei uma das estruturas da LBV; fui ver de perto muitas coisas. Fui homenageado lá; as crianças fizeram coisas bonitas para mim. Tenho uma ligação muito boa e velha com a LBV. É muito bom você participar de uma coisa que dá certo, algo bonito que todo mun-do reconhece como tal, e ceder aquilo que tem de mais precioso. No meu caso, o que tenho de mais precioso é a minha imagem, que construí com a

Da esquerda para a direita: o casal Lucimara Augus-ta e Paiva Netto, acompanhado pelo fotógrafo Chico Audi e sua asses-sora, Tânia Cristina Matias, no Gabinete da Presidência, na Fundação José de Paiva Netto, em São Paulo/SP.

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minha carreira. Eu a estou cedendo para que a gente possa fazer, ajudar, que a LBV seja cada vez maior e que cresça cada vez mais, ajudando tanta gente que preci-sa.”

Oscar Schmidt

“(…) É um prazer imenso estar participan-do da Campanha da LBV, dos seus 55 anos. Que-ro agradecer ao Paiva Netto pela oportunidade que está me dando de participar, porque eu acho isso uma

maravilha, a gente levar um pouquinho de carinho e Amor não só pela música, mas também mostrando nossa Boa Von-tade. (…) Estou muito feliz mesmo de estar participando junto com a LBV. E espero estar anos e anos aí, colaborando também.”

Duda

“É uma mensagem tão simples: é só ter um pouquinho de Boa Vontade e atender a LBV. Vá visitar a LBV e você poderá ver crianças, toda a participação da idade mais jovem até a mais avançada, até a Terceira Idade. (...) É tão maravilhoso! O mais importante é você visitar e ver como é

indispensável a sua participação.”Solange Frazão

“Para mim é um prazer imenso fazer este trabalho para vocês de todo o coração. (…) Se cada um fizesse um pou-quinho do que Paiva Netto faz pelas pes-soas, o nosso Brasil, o nosso mundo seria muito melhor. A gen-te vê muitas crian-ças na rua, coisas ruins acontecendo. E é bom ter alguém como ele e como a LBV para ajudar ao

próximo. (…) A gente está fazendo só um pouquinho do muito que a LBV tem feito pelo nosso País. (…) Ajudar ao próximo é muito bom. Eu estou muito feliz.”

Simony

“Nós estivemos há uns dois anos na Instituição (Supercreche Jesus e Insti-tuto de Educação José de Paiva Netto). E mais uma vez agora, e, sem dúvida nenhuma, vemos cada vez crescendo mais o trabalho de vocês. A gente está aqui para poder parabenizá-los. Sempre que vamos (à LBV), voltamos impres-sionados com o carinho das crianças, das pessoas, dos professores. Ficamos muito felizes de poder ser uma prova viva de tudo isso que vocês estão fa-

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Oscar Schmidt

Gustavo Borges

Grupo Bokaloka

Duda

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Reportagem

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zendo aí (…), essa parceria do artista com a LBV, fazendo com que cresça cada vez mais para um futuro melhor. Estamos também aqui para isso, para somar e fazer com que o mundo fique cada vez melhor.”

Ataíde, da dupla Ataíde & Alexan-dre.

“(…) A LBV não é só uma campa-nha. Acompanho há quantos e quantos anos o trabalho bacana de vocês. Então, eu acho que a gente só pode, cada um à sua maneira, colaborar. (…) Eu quero agradecer a todos, mandar o meu forte abraço, a minha admiração, o meu respeito, o meu carinho ao Presidente Paiva Netto e a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, colaboram com esse trabalho; a todas que atendem,

que dispõem do seu tempo, das suas habilidades, do seu talento para ajudar. A vocês que são, com certeza, pessoas de Boa Vontade, fica aqui todo o meu respeito.”

Amanda Françoso

“(…) É um grande prazer fazer parte deste trabalho da LBV, comemorando 55 anos, e dar a nossa contribuição também para o social. Para mim, é um dever de todo cidadão, de todos nós, dar o nosso apoio. (…) A pessoa, o cidadão, cada um tem de fazer a sua parte, a sua contribuição para que a gente tenha um País melhor.”

Gustavo Borges

Simony Solange Frazão

Grupo Revelação

Fotógrafo Chico Audi

Em seu moderno estúdio, Chico Audi fotografa Amanda Françoso.

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Nélida Piñon é a primeira escritora de Língua Portuguesa a receber o “Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras”

BrasilPrêmio

inédito para o

Estar à frente de seu tempo, e em muitos casos ser pioneira num feito. Esta tem sido a marca registrada da romancista e

jornalista carioca, nascida no bairro de Vila Isabel, Nélida Piñon. No último 15 de junho, confirmou mais uma vez esta tendência ao ser escolhida para receber o “Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras 2005”. Um reconhecimento nunca antes concedido a uma escritora brasileira, em 25 anos de entrega da láurea. O anúncio da honraria ocorreu em Oviedo (Astúrias, norte da Espanha).

Concorreram com a escritora os norte-americanos Paul Auster e Philip Roth e o israelense Amos Oz, após uma eleição preliminar que indicou os quatro nomes para a votação final, entre 31 candidaturas de diversas nações.

Nélida, que tem uma biografia invejável, foi também a primeira brasileira a receber o Prêmio Juan Rulfo (1995) e o Prêmio Internacional Menéndez Pelayo (2003), além de ser a única mulher a ter presidido a Academia Brasileira de Letras (ABL).

Segundo o Presidente do júri que a escolheu, Víctor García de la Concha, diretor da Real Academia Espanhola da Língua (RAE), ela tem sido “aclamada

pela crítica como a voz mais destacada da literatura brasileira e transportou ao âmbito universal a complexa realidade da Ibero-América”.

Dona de um talento precoce, começou a escrever, aos 10 anos de idade, e não parou mais. Ficou consagrada, em 1961, quando lançou o romance Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo. Sua produção literária já foi publicada em mais de vinte países e traduzida para dez idiomas. Entre outros títulos de sua lavra, cabe ressaltar Tempo das frutas (1966); Fundador (1969); A Casa da Paixão (1972); Sala de Armas (1973); Tebas do meu coração (1974); A força do destino (1977); A República dos Sonhos (2002) e Vozes do Deserto (2004).

Um dia antes da divulgação do resultado, a romancista concedeu entrevista exclusiva para o quadro “Abrindo o Coração”, da Rede Mundial de Televisão. No bate-papo com a repórter Isabela Ribeiro, evitou o “já ganhou”, e preferiu não comentar o prêmio em si. Mas presenteia o público com detalhes surpreendentes de sua vida, deixando surgir o perfil da mulher forte e senhora de suas vontades.

Nélida também aborda o papel feminino na sociedade contemporânea

e os obstáculos que enfrenta. Por sinal, quando ocupava o cargo máximo da Academia Brasileira de Letras, convidou a LBV para participar do projeto do Centro de Memória da ABL, e falou, na ocasião, à nossa reportagem: “Admiro muito José de Paiva Netto que está à frente de uma Instituição importantíssima, comovente, de atuação social única (...). Eu até convidaria esse homem excepcional, que tem um grande peso político, religioso e social que, por meio da Legião da Boa Vontade, estivesse à frente de uma campanha que eu julgo indispensável hoje, contra a violência, sobretudo a violência perpetrada contra a mulher. Isso vindo de uma voz masculina, de uma voz do peso autoral, moral, do Dr. Paiva Netto, seria extraordinário. E a Legião da Boa Vontade tem condições de assumir essa campanha pelo que representa no Brasil”, afirmou.

Realmente o Líder da LBV sempre teve um pensamento afinado com essa permanente luta de valorização integral da mulher, a exemplo do que se pode ler em artigo de sua lavra, publicado na edição nº 201 da revista BOA VONTADE: “Status da Mulher nas

Leila Marco

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Nações Unidas”. Na matéria, apresenta relevante documento da Legião da Boa Vontade divulgado pela ONU em seus seis idiomas oficiais e entregue a delegações de Estado e a organizações não-governamentais — em que registra: “Pelo nosso prisma, a Mulher tem direito a ser Presidente da República, condutora de religiões, capitã de indústria, de aviões e navios transatlânticos; tem direito de ser médica, engenheira, professora... No trabalho, há um justo conceito de valor entre homens e mulheres: o da competência. Então, os sexos nisto estarão harmonizados. Que brilhe o Homem, que brilhe a Mulher, conforme a competência de cada um. Isto não quer dizer que homens e mulheres são totalmente iguais. Aí está pelo menos, de início, a anatomia para desmentir. O que quero dizer é que não se devem sustentar antigas barreiras e levantar novas, firmadas em tabus, preconceitos e interesses espúrios para impedir maior influência da Mulher sobre o destino do mundo. Homem e Mulher dependem um do outro. Completam-se”.

Revelações de uma escritora

BOA VONTADE — Qual a sua

ligação com a Galícia, na Espanha?Nélida — Eu comecei a amar a

Galícia muito cedo. Tive a felicidade de perceber logo que era uma menina, então uma mulher, de dupla cultura: a brasileira e a de casa, que era a cultura galega. Cresci em meio a muito amor, uma vida familiar forte, e que sempre me acompanhou. Pois bem, aos 10 anos a minha família decidiu — meus avós, Daniel e Amada; meu pai, Lino e minha mãe, Carmen — que seria hora de eles voltarem, passarem uma longa temporada na Europa. Sobretudo em Galícia. Os preparativos foram fenomenais. Lembro-me de que fomos encomendar as malas, não eram malas e sim baús. Como você vê no cinema, que as atrizes puxam as gavetas e vão saltando as peças. (...) Era um período em que a Espanha vivia um momento muito dramático, não só porque havia terminado a Guerra Civil e a Segunda Guerra Mundial, mas o país ficou numa situação difícil com os aliados. Não recebeu ajuda de modo algum. Então, havia uma penúria muito grande. Assim, levamos na nossa bagagem (só para as pessoas ouvirem, abrindo o coração), sabonete, goiabada, pessegada, café, fazendas, sedas, pasta dental. Tudo

que você pode imaginar. E fomos com algum dinheiro, claro. De modo que, quando nós chegamos lá foi uma festa extraordinária. Há pouco, em fim de março, tive outra alegria profunda. Eu que já fui muito homenageada pela Espanha, inclusive com um anel de brasão, dado numa cerimônia, quando ganhei o título de doutor honoris causa. A primeira mulher a receber esse título em 504 anos. E, agora, recebi um título que foi aprovado pelo Parlamento: “filha adotiva de Cotobade”, que é um conselho de muitas aldeias. Minha família é de todas as aldeias. Foram dias de festas, e em uma dessas solenidades, havia uns 200 camponeses, tratores, todo mundo veio me ver, aplaudir. E um dos prêmios que ganhei, uma peça linda de esmalte, representando uma pontezinha modesta e uma capela, justo porque eles leram que o momento mais emocionante, quando chego a Galícia, foi naquele lugar.

BV — Esses laços familiares

muito fortes, o amor pela Galícia e Brasil contribuíram para inspirar suas obras?

Nélida — Sim, marcou a minha sensibilidade, imaginação e capacidade

Escritora e jornalista Nélida Piñon na Academia Brasileira

de Letras

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de inventar, de engendrar coisas. Eu acho que não seria quem sou se não fosse essa mulher de dupla cultura. Meus pais foram de uma generosidade extraordinária, abriam mão de coisas para eles, para me oferecer uma formação impressionante. Tenho uma dívida de gratidão excepcional com meus pais, pois me deram a oportunidade de estudar o mundo grego e latino. Tive uma formação que não era muito típica do católico, que leva você para o Novo Testamento. Como freqüentei colégio alemão, estudei muito o Antigo Testamento. Posso conversar sobre teologia do Antigo Testamento, porque me interessa muito o mundo religioso, das grandes religiões. Ganhei tudo isso, combinado com essa Espanha, da qual nós (brasileiros) também emergimos, fomos muito forjados por eles também, não só pelo africano e o indígena.

BV — A senhora viaja bastante, as outras culturas estão presentes na sua obra?

Né l ida — Olha , no meu caso, excepcionalmente, é um enriquecimento acentuado. Mas também temos de levar em conta casos como o de Machado de Assis, que nunca saiu do Rio de Janeiro. Ele teria feito só uma viagem para Nova Friburgo (interior do Rio). E Carlos Drummond de Andrade só foi a Buenos Aires. Mas eram gênios. (...) Eu não seria quem sou, se não tivesse viajado, pensado, lido tanto, tocado de algum modo o coração desses outros povos. Sou uma mulher muito sensível, ainda bem que forte.

BV — Todo escritor tem uma preocupação maior. Qual seria a sua inquietação intelectual?

Nélida — Tenho uma permanente inquietação, uma necessidade muito grande de ampliar o meu saber, o conhecimento. Eu não posso viver onde estamos se não tiver consciência de hoje e do passado. Gosto de freqüentar cinco mil anos de História. Como escritora o que me atrai muito, o que me faz tomar cuidado ou inquietar-me, é que quero ser capaz de criar um discurso inovador, rejuvenescido.Ter a sensação que ainda sou uma mulher renovadora, que pensa, que se atreve a destruir aquilo que sabia antes para criar uma coisa nova. Não tenho medo de enfrentar o desconhecido. Eu não posso perder a capacidade de emocionar-me, de comover-me, de ter compaixão e misericórdia. Nesse sentido sou muito São Paulo, gosto muito da linhagem teológica de Paulo. De (Santo) Agostinho. Saindo do preconceito que eles tinham com as mulheres. Mas isso é outra coisa.

BV — O saudoso jornalista

Samuel Wainer costumava dizer que todo jornalista é um literato fracassado ou vice-versa. A senhora acredita nisso?

Nélida —Talvez ele quisesse dizer que pertenceu a uma geração, e ainda há alguns assim, de homens cultos, com grande leitura literária. Então sabia que às vezes o jornalismo pode ter uma escritura passageira, porque é consumida naquele dia. Ele sempre soube, ou terá sabido, que a literatura tem uma permanência extraordinária. Agora, eu

sou uma apaixonada pelo jornalismo, mas são linguagens diferentes. Ele talvez tenha sido um pouco dramático, no sentido que haja fracasso nas duas instâncias criadoras, para o jornalista e o escritor. Cada um segue a sua vocação. Falta muito à grande imprensa brasileira a figura do repórter culto, que seja corajoso, quebre tabus, que não se deixe corromper de modo algum. Eles são essenciais para a vida da sociedade, para que ela veja o que está ocorrendo nos bastidores, nos subterrâneos, porões, grotões.

BV — A sua estréia na literatura foi com o livro Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo. Na obra, aborda a questão do pecado, do perdão, e também a protagonista conversa com o seu anjo guardião, fala da questão dos mortais com Deus. A senhora acredita nessa força maior, que existe uma Espiritualidade Superior?

Nélida — Olha, esse livro eu escrevi com 17 anos, ele foi publicado quando tinha uns 22, 23 anos. Um momento da minha vida que estava inaugurando o meu corpo, minhas paixões. Em meio a tudo isso, possuía também grandes indagações metafísicas. Deus sempre foi uma presença muito forte na minha vida, porque venho de uma família religiosa. Mas interessante, esse amor a Deus, que sempre tive com absoluta naturalidade, nunca impediu que desenvolvesse uma atração pelo mundo panteísta dos deuses gregos. Não tenho na minha trajetória obsessões religiosas, nunca as tive. Sou muito aberta, sou inclusive iconoclasta em muitos aspectos da religião (...) Você sabe que os intelectuais não gostam de falar em Deus; eu falo, pois Ele me ajudou muito a viver.

BV — Como a senhora avalia a mulher contemporânea na sociedade?

Nélida — A mulher deu um salto extraordinário nos últimos cem anos, claro que não é um fenômeno novo na trajetória humana. (...) Ela foi abafada, humilhada historicamente, e vou lhe dizer, ainda hoje isso ocorre em muitos

Por ocasião do seu centenário (1997), o saudoso Dr. Barbosa Lima Sobrinho foi cumprimentado pelo escritor Paiva Netto. O então Presidente da ABI estava acompanhado pela sua simpática esposa, Dona Maria José (centro), e pela então Presidente da ABL, a escritora Nélida Piñon. Certa feita, Paiva Netto declarou: “Se tivemos durante 103 anos um Dr. Barbosa, é porque ele teve uma Dona Maria José”.

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países. (...) Mas também há mulheres que aparecem na ribalta, no teatro (não me refiro ao teatro físico) da vida, que exibem uma frivolidade, banalidade, vulgarização excepcional. Então, a tendência de certas pessoas é acreditar que elas se perderam em meio à liberdade; porque se desnudam, são promíscuas em muitos aspectos. Mas não é bem isso. Nós temos de entender que há Seres Humanos que se queimam na ascensão, outros mantêm-se equilibrados. (...) Não estou sendo moralista quando falo contra a promiscuidade, mas critico uma certa promiscuidade, e não a experiência de vivenciar o amor, a paixão, ou ter uma relação, ou seja, não é isso. O que percebo é que a promiscuidade é uma coisa pegajosa; anestesia a emoção. Não estou falando que a pessoa precisa amar para estar com alguém. Digo que essa promiscuidade — repito a palavra — faz com que a pessoa vire um objeto, perca a ternura no trato alheio, comece a achar que o corpo do outro é território da invasão, e não percebe que o seu pode também ser invadido, sem qualquer proveito. “Ah, não tem problema!”. Não é assim. O corpo é uma entidade. Eu sou o meu corpo.

BV — “Valorizar a Mulher é dignificar o

Homem”. Esse pensamento do jornalista Paiva Netto exprime a idéia de que valorizar o sexo feminino não significa desvalorizar o masculino. De fato não tem nada a ver uma coisa com a outra.

Nélida — (...) É preciso dizer que, nesse processo de autodefinição, os conflitos são inevitáveis. E além do mais, só põem em evidência uma coisa que nós sempre soubemos e que é preciso saber: que além de sermos diferentes, somos mulheres. O Ser Humano é uma entidade privada e é muito difícil você se aproximar do outro, mesmo nas circunstâncias mais íntimas, o que é então uma maravilha também. Ou seja, nós não somos iguais; somos singulares, cada qual é uma singularidade. Portanto, requer um empenho profundo quando um se acerca, se aproxima do outro (...).

BV — Mais uma vez gostaríamos de agradecer-lhe por nos receber.

Nélida — Agradeço muito o convite de vocês,

mando o meu abraço ao Presidente Paiva Netto, que sempre é muito gentil e carinhoso comigo. Admiro o trabalho (da LBV) e estou sempre à disposição, espero que tenha podido contribuir de alguma forma. Claro que o mistério é meu, mas procurei dentro das minhas possibilidades repartir com todos.

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PA saga de Anchieta: o primeiro Educador do Brasil.

D esde que chegou ao Brasil, aos 19 anos, em 1553, em uma frota que trouxe o se-gundo Governador-Geral,

Duarte da Costa, duas coisas o Padre José de Anchieta nunca deixou de fazer: levar a mensagem da fé cristã e ensinar o que sabia aos índios e co-lonos dessas terras, mesmo que para isso fosse preciso enfrentar os mais rudes e hostis caminhos.

Um outro grande baluarte de nos-sas artes, o músico e maestro Heitor Villa-Lobos (1887-1959), que teve nele um exemplo para o trabalho que empreendeu, disse certa feita*: “O maior homem da História do Brasil foi José de Anchieta, precursor da educação musical. Ele foi o nosso primeiro instrumento de cultura, lidando com gerações bárbaras. (...) Anchieta não se limitou aos objetivos imediatos, procurando despertar os sentimentos artísticos dos índios, através da música e do teatro. Só uma visão genial apreenderia, de tão longe, o privilégio desses processos da verdadeira cultura, realizando nas selvas a mais profunda dignificação do homem”.

E com suas canções, poemas, ser-mões e peças teatrais — compostos por ele em latim, português, espanhol

e tupi — o religioso realizava a cate-quese, dando continuidade à missão da Companhia de Jesus, na qual fora recebido como noviço, dois anos antes da viagem ao mundo novo (em 1551), ainda em Portugal.

A tarefa de Anchieta — que nasceu na Tenerife, uma das ilhas Canárias, pertencente à Espanha, em 1533 — e dos demais jesuítas, liderados pelo Pa-dre Manuel da Nóbrega (1517-1570), não foi nada fácil. No Brasil daquela época, poucos eram os brancos, em relação ao número de indígenas, e, mesmo eles acabavam por abandonar os costumes originais. Enfrentavam ainda a revolta dos nativos ante as tentativas de escravizá-los.

Nesta terceira leva em que chegou o noviço José, vieram mais seis outros padres, e logo foram encaminhados por Nóbrega a diversos locais no País. Para a capitania de São Vicente, sob a liderança do Padre Leonardo Nu-nes seguiu um grupo, e nele estava Anchieta.

Em nosso país encontrou a vo-cação de ensinar, graças à grande bagagem adquirida durante os anos em que estudou no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, em Portugal, dos 14 aos 18 anos, no qual se tornou mestre da língua e lingüista,

de um jovem paísPrefácio

desenvolvendo os talentos da prosa, poesia e dramaturgia.

Para lecionar, teve também de se comunicar com os nativos daqui, aprendendo as primeiras palavras do Abanheenga, língua geral dos índios tupis e guaranis, com o Padre Auspicueta. Foi José de Anchieta ainda que percebeu uma raiz comum entre os diversos dialetos indígenas, consagrando o termo “tupi” para designar essa origem. Anos depois, com o conhecimento que adquiriu, pôde escrever a Gramática da Lín-gua mais falada na Costa do Brasil, em que dá as bases do idioma tupi. O livro passou a ser usado por todas as missões.

A maior capital brasileira tam-bém tem estreita ligação com a saga heróica desses missionários, o que, certamente, influenciou o caráter pacifista do desbravamento das terras paulistanas. Boa parte das cidades despontou a partir da edificação de um forte, mas, São Paulo surge da fundação de um colégio, sob a inspi-ração de Nóbrega, e a participação de mais treze jesuítas, vindos de São Vicente.

De um barracão próximo a uma aldeia de índios, surgiria a grande metrópole, e é o próprio Anchieta que

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de um jovem país

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narra o fato em carta: “A 25 de janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos em paupérrima e estreitíssima casinha a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo e, por isso, a ele dedicamos a nossa casa”. Este casebre servia de dormitório, enfermaria, escola, refeitório, cozinha e mesmo de capela, até o crescimento da localida-de e surgimento de novas e melhores construções.

O Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade, José de Paiva Netto, é quem dá a esse episódio um caráter ainda mais especial. Para ele, não é por acaso que a maior cidade brasileira teve essa origem. Na década de 1980, estando exatamente no marco zero da capital paulista, no pátio do colégio, proferiu discurso, no qual destacava:

“ Q u a n d o v o c ê p re t e n d e transplantar para um jardim árvore de rara preciosidade, vai buscar o mais competente jardineiro.

“Jesus transplantou a Árvore do Seu Evangelho e do Seu Apocalipse, da Palestina para o nosso país, como está revelado no livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, do Espírito Humberto de Campos. E foi buscar para essa obra gigantesca aqueles que, com Ele, a semearam, há dois mil anos,

naquela distante região do Oriente Médio.

“Foi buscar, evidentemente, os mesmos humildes jardineiros que O ajudaram, no Cristianismo primitivo, a fazer a semeadura da Árvore (...)”.

Relembrando nomes como o de Anchieta, Nóbrega, Manuel de Paiva, Luiz da Gran, Diogo Jácome, João de Almeida, comenta o dirigente da LBV: “(...) A maioria renasceu no Brasil. E, aqui, no Pátio, eles fizeram o replantio da Árvore do Evangelho, com os parcos e primitivos meios que tinham em suas calejadas e sofridas mãos (...)”.

Paiva Netto conclui suas palavras afirmando que, nos tempos atuais, se repete, a partir de São Paulo para o Brasil e o mundo, um novo ciclo de evangelização, só que pregando o Cristianismo do Novo Mandamento (Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei; João 13:34), preparando para essa grande missão todos de Boa Vontade, que são os bandeirantes modernos de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Mais de 4 mil versos latinos escritos, na areia, à Virgem Maria.

E não é apenas neste episódio que o sacerdote se destacou, também na mis-são de paz com os tamoios, depois que estes, aliados dos franceses, fizeram uma tentativa de tomar São Paulo, em 10 de julho de 1562. Pois apesar da vitória portuguesa, o embate foi sangrento para ambos os lados.

Manuel da Nóbrega vendo que as razões que levaram os tamoios a tal atitude foram as tentativas por parte dos colonos de Portugal em escravizá-los, e que, portanto, eram justos seus motivos, chamou Anchieta para ambos empreenderem a difícil tarefa de pacificação e amizade. Após intermináveis conversas entre os dois lados e enfrentando até mesmo o risco de morte, em sete meses que ficaram cativos, os jesuítas alcançam a paz com as tribos cujos chefes estiveram em Iperoig, Ubatuba/SP. É durante esse exílio forçado que o religioso escreve também o famoso poema de 4.172 versos latinos nas areias da praia, intitulado De Beata Virgine Dei Matre Maria (Da Virgem Santa Maria Mãe de Deus). Voltando para o Colégio São Vicente, José de Anchieta trata de passar para o papel os versos, decorados um a um por ele.

Em 1567, expulsa com Estácio de Sá os franceses do Rio de Janeiro. Dois anos depois, é nomeado reitor do colégio de São Vicente e, em 1578, é elevado a provincial da Companhia de Jesus no Brasil. Neste tempo, viaja toda a nação para espalhar a fé cristã, visita colégios de padres, funda outros em Pernambuco, Bahia e Espírito Santo.

Cansado e alquebrado pela doença e inúmeras atividades, deixa com a idade de 52 anos o cargo de provincial. Viaja para o Rio, mas a necessidade o faz ir para o Espírito Santo onde encerra seus dias, morrendo a 9 de junho de 1597, em Reritiba/ES, com 63 anos de vida e 44 de apostolado em nosso País.

É tamanha a comoção na colônia com seu falecimento que mais de 3.000 índios acompanham o enter-ro, num percurso de 90 quilôme-tros, de Reritiba até Vitória, para despedir-se de um homem que, durante toda a sua existência, se dedicou a ensinar e a levar a fé em Deus. [L.S.M.]___________*Palavra extraída do livro Presença de Villa-Lobos (Brasília, Mec/Dac, MVL, 1970, p.114, v.5)

1553

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Ir à Serra Gaúcha é como via-jar para a Europa sem sair do Brasil. É uma mistura da cultura e da tradição européia

com o charme brasileiro. Muitas pessoas pensam que as cidades dessa região ficam situadas na encosta de um morro, recobertas de neve nos dias frios do ano. E logo, cria-se a imagem de turistas diante de uma lareira, degustando um vinho ou saboreando um fondue num ambiente acolhedor, quente e rústico.

A Serra é formada por três re-giões: a de colonização italiana, a de tradição alemã e aquela em que predomina a cultura gaúcha, mistu-ra que a torna um local único.

Região das Hortênsias — Esta localidade é uma das mais bem- estruturadas da Serra Gaúcha para receber o visitante. Os caminhos cercados por essas flores constam

italianos e alemães, revela muita influência da gastronomia dos dois países, traço que combina com a típica culinária gaúcha.

Em Canela, a temperatura no ve-rão é de aproximadamente 21,5°C e, no inverno, de 7,6ºC. Com cerca de 30 mil habitantes, a cidade tem, além da agradável hospitalidade, lugares que vale a pena conhecer como o Parque do Pinheiro, um dos mais antigos em todo o Sul do País. Estima-se que a árvore que deu nome ao Parque, e que ainda está em plena produção, tenha en-tre 500 e 700 anos de idade. Mede 42 metros de altura e 2,7 metros de diâmetro.

Outro lugar atraente é a Floresta Encantada, que fica diante da Cas-cata do Caracol. Com extensão de 405 metros, o teleférico leva a um mirante com vista para a Cascata e para o Vale da Lageana. O parque

dos melhores roteiros turísticos do Brasil. Hotéis, pousadas e restau-rantes oferecem opções que vão do confortável simples ao refina-mento sofisticado. Colonizada por

Débora Verdan

As várias culturas da Europa no Rio Grande do Sul

Serra Gaúcha

Uma das belas paisagens da Serra GaúchaTurismo

Fotos: Prefeituras Municipais de Gramado e de Canela

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Ir à Serra Gaúcha é como viajar para a Europa

sem sair do Brasil. É uma mistura da cultura e da tradição européia com o

charme brasileiro.

proporciona a prática de esportes radicais com o trekking, mountain-bike e canyonning. O visitante poderá percorrer as trilhas da Floresta Encantada para encontrar elementos da fantasia imaginária e desfrutar também de inúmeros equipamentos de diversão e lazer.

Quem gosta de emoção não pode deixar de conhecer a cidade de Garibaldi. Lá, uma velha loco-motiva, a Maria-Fumaça, encanta pessoas de todas as idades. É o único trem de passageiros do Rio Grande do Sul e faz um trajeto turístico pela Serra Gaúcha duas vezes por semana. Percorre 23 km, com uma velocidade de até 30 km/h, rangendo nos trilhos e soltando baforadas de fumaça entre os municípios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa. Na estação de Garibaldi, o passeio reserva cantoria italiana, simulação de assalto ao trem e degustação de vinho.

Nesse município, também exis-te a Pista de esqui D. Santini, com infra-estrutura de parque, que ofe-rece 350 metros de pista artificial para iniciantes, teleférico com 40 cadeirinhas, tobogã de 300 metros, restaurante panorâmico, chalés de montanha, artesanato e uma maquete da Serra Gaúcha. Todos os anos, durante o mês de julho, ocorre o Campeonato Brasileiro de Esqui.

Outra cidade que encanta o tu-rista, por sua beleza, é Gramado. Lá se realizam eventos importantes como o Festival de Cinema, que atrai brasileiros e estrangeiros. Du-

rante o Natal da Luz, por exemplo, Gramado recebe pelo menos um tu-rista para cada habitante. O número de pessoas, na cidade, às vezes, dobra em um fim de semana.

Uma das principais característi-cas do clima são as quatro estações bem definidas. A 900 metros de altura, a cidade apresenta tempe-raturas abaixo de zero nos meses de junho, julho e agosto. É quando

ocorrem nevascas, e Gramado se veste de branco. Nessa temporada, brincar na neve é mais uma atra-ção. A neblina, ou névoa, também é freqüente, criando a poética de um inverno verdadeiramente cine-matográfico.

Respirar o ar puro da região é comparável a vislumbrar belos e exóticos horizontes. Por um ca-pricho da Natureza, o turista pode ter essas duas emoções e gravá-las para sempre na boa memória.

Alguns dias em contato com a fantasia européia da Serra Gaúcha deixam o visitante influenciado pela magia do lugar. Tudo parece calculado para encontrar você e sua família. A tradição das casas enfeitadas e das ruas bem-cui-dadas demonstra que, antes dos visitantes, os moradores foram os primeiros a se apaixonar pela Ser-

A Cascata do Caracol, localizada em parque de mesmo nome, em Canela/RS, é um dos pontos turísticos mais visi-

tados do Estado e tem uma queda de 131 metros.

A entrada do Parque do Caracol, a natureza exuberante do local e o Castelinho, todos localizados em Canela/RS.

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ra. Quem resistir a esses encantos ainda corre o risco de se render ao sabor do chocolate artesanal, ao requinte dos fondues, à exube-rância dos cafés coloniais ou aos temperos da comida italiana, alemã ou gaúcha.

A Serra “Alemã” — Os muni-cípios colonizados pelos alemães localizam-se na parte mais baixa da Serra. Em alguns deles, como o Alto Feliz, Feliz, São Vendelino e Tupandi, se tem a sensação de estar na Alemanha. Casas em estilo enxaimel, construídas no século passado pelos imigrantes, ainda são habitadas. Até mesmo as edifi-cações mais recentes, com telhados em estilo silesiano e pintura colo-nial e no interior dos aposentos, lembram a imigração.

A preservação do dialeto é ques-tão de honra para os descendentes dos imigrantes. Em algumas loca-lidades, o Português é tão pouco usado que os moradores têm difi-culdade para recordar as palavras. Além do idioma e muitos hábitos, os antigos moradores também le-garam a alegre e deliciosa tradição do Kerb, festa típica na qual não faltam lingüiça, cuca, chope e a animação das bandinhas. Vale a pena conhecer!

Uma das descobertas mais encantadoras para quem percorre essa região do Rio Grande do Sul é perceber que os contos de fadas parecem reais. Flores nas janelas, jardins impecáveis, lagos cuidado-samente planejados e a arquitetura fazem com que esse pedacinho do Brasil se torne um cantinho da Europa.

1) O estilo europeu predomina nas construções; 2) A velha locomotiva ainda faz o trajeto de passageiros pela Serra Gaúcha duas vezes por semana, percorrendo os municí-pios de Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos Barbosa e 3) As flores são uma das atrações do local

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O subsecretário João Carlos Nogueira, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade

Racial, órgão de assessoramento ao Presidente do Brasil e que compõe a estrutura da Presidência da Re-pública, durante visita ao Templo da Boa Vontade — A Pirâmide dos Espíritos Luminosos, fala de sua admiração pela proposta pedagó-gica da LBV. “Essa estratégia edu-cacional, a partir de uma proposta precisa, a qual tive a oportunidade de conhecer melhor hoje, parte do pressuposto de que o Ecumenismo é um valor humano e um valor pe-dagógico. Nós temos a promoção da

visita Templo da Paz

A procura dos turistas inter-nacionais por boas opções nas regiões brasileiras tem se consolidado como uma

das maiores fontes de renda para a economia do País. Prova disso são os primeiros resultados do Plano Nacional de Turismo — lançado pelo governo federal em 2003 — divulga-dos pela Embratur. Segundo o órgão, a atividade foi responsável por gerar um lucro superior a 1,6 bilhão de dó-lares para o Brasil, durante o primeiro semestre do ano passado.

Para estimular ainda mais o cres-

Templo da Boa Vontade é destacado no Salão do Turismo de SP

Roteirosdo Brasil

cimento do setor, foi realizado no Expo Center Norte, em São Paulo/SP, entre os dias 1º e 5 de junho, o Salão do Turismo, primeiro grande evento do gênero realizado no País, que trouxe 451 novos roteiros turísticos pelo Brasil, organizados pelo Mi-nistério juntamente com agências de marketing, de viagens internacionais e governos estaduais. Teve como objetivo ampliar a oferta turística bra-sileira, descentralizando a procura de viagens dos destinos tradicionais.

Nos estandes espalhados pela feira, os mais de 100 mil visitan-

igualdade racial também com uma estratégia de ação, e ambas buscam fazer com que as populações se encontrem. Não acreditamos que o desenvolvimento no nosso País, da

nossa sociedade, possa se dar de for-ma equilibrada sem o encontro das diferenças pessoais”, ressalta No-gueira. Para o subsecretário “a LBV está de parabéns. Não basta você ter um grande projeto, é preciso ter uma proposta pedagógica, o sentido edu-cativo dela, e hoje observei a movi-mentação das pessoas no interior da LBV. É um projeto vitorioso! E ele tem muito a fazer e contribuir com as políticas de governo e, sobretudo, com a sociedade brasileira”.

Na mesma data da visita ao Templo da Paz, Nogueira participou das gravações do programa Brasil Democrático, veiculado pela Rede Mundial de Televisão.

tes tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais dos destinos turísticos que oferecem as cinco regiões. Participaram do evento as Secretarias de Turismo de todos os Estados brasileiros, até mesmo a do Distrito Federal esteve com um estan-de no pavilhão vermelho. O Templo da Boa Vontade, como monumento mais visitado da capital do Brasil, teve destaque no estande da Setur/DF. Um banner do TBV foi estampado e folhetos de divulgação do monumen-to foram distribuídos. [R.O.]

Subsecretário do Governo Federal

O monumento mais visitado de Brasília e seus ambientes — Na primeira foto, aspecto da Sala Egípcia; ao centro, perspectiva externa do Conjunto Ecumênico da LBV (ParlaMundi, Sede Ad-ministrativa e o Tem-plo da Boa Vontade); e, na imagem abaixo, a Fonte Sagrada.

O subsecretário deixa seu depoi-mento registrado no livro de visitas do Templo da Boa Vontade

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Pery Ribeiro, expoente da Bossa Nova, foi também um amuleto para Carmen Miranda.

Primeira voz paraGarota de Ipanema

Por mais estranho que pareça, a promessa deu certo e A Pequena Notável receberia, um dia depois, a tão sonhada carta com o convite para viajar para os EUA e tentar a sorte em Hollywood.

Mesmo sem ter a mínima idéia do que estava ocorrendo, o menino parti-cipou deste curioso episódio. Como o destino costuma pregar peças, passado muito tempo, é o próprio cantor quem está trabalhando e morando na terra do Tio Sam.

Recentemente, Pery Ribeiro esteve no Samba e História*1 para falar dessa nova fase da carreira, e aproveitou para dar os parabéns ao dirigente da LBV por ter criado uma atração voltada para a cultura nacional, que abre espaço até aos artistas que permanecem fora da mídia, mas que possuem talento. O programa, apresentado pelo consagrado radialista Hilton Abi-Rihan, é exibido pela Super Rede Boa Vontade de Rádio e Rede Mundial de Televisão, tendo neste nú-mero da revista sua seção inaugural.

Durante o bate-papo, enviou um recado ao Líder da Instituição. “Quero

O ano era 1938. Um burburinho rondava a classe artística: o início da carreira de Carmen Miranda nos Estados Unidos

da América. Mas algo não estava bem, os empresários americanos demoravam a encaminhar o contrato de trabalho da artista para o Brasil. Solução encontrada por uma conhecida dela: uma simpatia na qual Carmen teria de levar um bebê para casa e, se ele fizesse xixi em sua cama, no dia seguinte a correspondência viria.

Dalva de Oliveira e Herivelton Martins, embora desconfiados da tal superstição, concordaram em conduzir o filho à residência da amiga. O pequeno Pery mal chegou e a cantora fez com que bebesse uma verdadeira cascata de sucos, vitaminas, água... e nada. Carmen começou a ficar desesperada e foi para a sala relaxar um pouco. Quando voltou ao quarto, uma surpresa a aguardava. Pery tinha feito tanto xixi na cama que seria preciso até trocar o colchão.

A seção “Samba e História”, cuja série de entrevistas é comandada pelo radialista Hilton Abi-Rihan (foto), es-tréia, este mês, com o cantor Pery Ribeiro.

“Quero mandar um abraço ao Paiva Netto. Eu o conheci há muitos

anos, na época do grande Alziro Zarur, e o Paiva Netto merece toda a nossa consideração, respeito e

carinho, porque a Obra a que deu continuidade na LBV é algo maravi-

lhoso.”

Abi-Rihan (D), ao lado de Pery Ribeiro, durante o programa Samba e Histó-ria, nos estúdios da Super Rádio Brasil AM 940 kHz, do Rio de Janeiro.

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mandar um abraço ao Paiva Netto. Eu o co-nheci há muitos anos, na época do grande Alziro Zarur, e o Paiva Netto merece toda a nossa consideração, respeito e carinho, porque a Obra a que deu continuidade na LBV é algo maravilhoso. Sei que ele gosta muito de mim e eu gosto muito dele. Temos uma admiração mútua e desejo que Deus lhe dê vida longa para continuar essa Obra maravilhosa, a qual ele deu prosseguimento depois de Zarur de uma forma magistral e divina”, disse.

Foi o primeiro intérprete da música Garota de Ipanema (1963) — uma das canções brasileiras mais tocadas e gravadas no mundo (além de 3.000 vezes) —, de Barquinho, entre outras. Por isso, considera-se um dos pioneiros da Bossa Nova, que, segundo ele, é “o maior movimento musical brasileiro de todos os tempos”. O nome Pery Ribeiro foi presente do radialista César de Alencar, da Rádio Nacional. Antes o músico se chamava Pery Martins, mas a mãe, Dalva de Oliveira, questionava “se não usar Oliveira, não usará Martins também”, diverte-se.

A estréia aconteceu por acaso, duran-te o programa Meio-Dia, da TV Tupi. Pery era cinegrafista. Num determinado dia, um cantor faltou na atração e, para não haver “buraco”, o apresentador Jaci Campos, que já conhecia o trabalho do cameraman, o chamou para cantar.

O músico Luiz Bonfá o orientou em diversos momentos da carreira e foi quem o impulsionou a gravar seu pri-meiro disco 78 rotações, com as músicas Manhã de Carnaval e Samba de Orfeu, mas o primeiro sucesso foi Inteirinha, de Luiz Vieira. Com Bonfá, gravou o LP Pery Ribeiro e Seu Mundo de Canções Românticas, um estilo sempre presente em sua trajetória.

Quando vem ao Brasil faz questão de visitar os amigos, parentes e o Templo da Boa Vontade, o monumento mais visitado da capital federal. “Cada vez que vou a Brasília, jogo as malas no hotel, vejo se tenho ensaio, pego um táxi e vou lá para o TBV, pois quero me

energizar”. Assim como os

milhões de peregri-nos que freqüentam o TBV*2, o músico

percorre a espiral da Nave, um ritual criado pelos próprios visitantes. “Tem um caminho no miolo da Pirâmide, em que há uma fila para ir ao centro. Você vai caminhando para sair daquele círculo, e é uma energia fantástica, fora a construção, um ambiente de primei-ríssimo mundo”.

O artista ressalta ainda o Ecume-nismo Irrestrito preconizado pelo TBV. “Ali não importa de qual religião você é. O importante é estar dentro da Pirâmide e se energizar pelo que ela lhe oferece. E quando sai, a gente se sente leve, é

uma sensação muito gostosa, de energia interior forte”, explica.

Atualmente, Pery Ribeiro faz turnês com a cantora Leny Andrade com um repertório do melhor da Bossa Nova e do Jazz. Em novembro, há um concerto já agendado para a Europa. [D.V.]

_______________________*1Programa Samba e História — Exibido

pela Rede Boa Vontade de Rádio, aos domin-gos, às 5 horas da manhã e às 14 horas. Na Rede Mundial de Televisão, aos sábados, às 23 horas, e aos domingos, às 15 e 23 horas.

*2O Templo da Boa Vontade — A Pi-râmide dos Espíritos Luminosos — já recebeu mais de 15 milhões de turistas e peregrinos, segundo dados da Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur), e está localizado no SGAS 915, lotes 75 e 76. In-formações: (61) 245-1070.

“Cada vez que vou a Brasília, jogo as malas no hotel, vejo se tenho ensaio, pego um táxi e vou lá para o TBV, pois quero

me energizar.”

Carmen Miranda, A Pequena Notável.

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Espiritualidade, Ciência e Consciência

Como as Dimensões Espirituais da Ciência e da Consciência podem aju-dar as Nações Unidas e a Humanidade a alcançar melhores padrões de vida, num contexto de maior liberdade? Essa pergunta foi pauta do seminário co-organizado pela Legião da Boa Vontade (LBV), no dia 26 de maio de 2005, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York, reunindo pesquisadores e lideranças internacionais em torno do desafio

de encontrar caminhos mais efica-zes para vencer os problemas que o mundo enfrenta na atualidade. Nesse contexto, o encontro representou um marco na formação do novo para-digma que deve ser estruturado para que se compreendam as dimensões espirituais e sua aplicabilidade no de-senvolvimento sustentável do Planeta, apresentando propostas que vão ao encontro dos objetivos traçados pelo Diretor-Presidente da Instituição, José

nas Nações UnidasA

reportagem abaixo foi pu-blicada nos Estados Uni-dos pelos jornais Brazilian Press, Brazilian Voice e

Luso-Americano. Os periódicos têm circulação em 12 Estados norte-americanos (Nova Jersey, Nova York, Connecticut, Massachusetts, Flórida, Washington, Virgínia, Maryland, Ca-lifórnia, Rhode Island, Pensilvânia e Geórgia).

No destaque, aspecto geral do evento, realizado na Sala de Conferência nº 1, na Sede da ONU, em Nova York/EUA. Da esquerda para a direita, compondo a mesa,

Dr. Masaru Emoto, cientista e escritor japonês; o Embaixador Anwarul K. Cho-wdhury, de Bangladesh, Subsecretário-Geral da ONU; Dra. Ida Urso, Presidente da

Aquarian Age Community; Maria Malaman, representante da LBV; e Iris Spellings, da Aquarian Age Community.

Danilo ParmegianiFotos: Eliana Gonçalves

LBV no mundo

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nas Nações Unidasde Paiva Netto, desde 2000, quando lançou o Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência (FMPEC), da LBV (www.forumespiritoeciencia.org.br).

O evento lotou a Sala de Conferên-cias nº 1 da ONU. O entusiasmo do público surpreendeu até o comitê or-ganizador, que, às vésperas, precisou transferir o local para um auditório maior, por causa da grande quantidade de inscrições.

Abriu o seminário a musicista

Dra. Eileen Kalaa Ain, conhecida por exibir composições de improviso a partir da vibração do ambiente. Em seguida, houve as palavras iniciais da Aquarian Age Community (Aquaac) e da LBV, que possuem status consul-tivo na ONU e lideram o subcomitê de organizações não-governamentais Dimensões Espirituais da Ciência e da Consciência. Redirecionar as prio-ridades mundiais, passando de uma consciência individualista e nacional

para uma consciência global e ele-vada, proveniente da alma, foi tema do discurso da presidente da Aquaac, Dra. Ida Urso. Para ela, essa mudança renovará o sentido de liberdade.

Já a educadora Maria Conceição Malaman, representante da LBV na ONU, saudou os participantes com a mensagem de Paiva Netto, intitulada “Transformação pela consciência espiritual”, constante do seu artigo “Questão de Morte ou de Vida?”. A

Espiritualidade, Ciência e Consciência foram tema de seminárioco-organizado pela LBV na sede da ONU em Nova York/EUA

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platéia acompanhou atenta o texto por meio de publicação sobre o Fó-rum Mundial Permanente Espírito e Ciência — elaborada especialmente para esse seminário em três idiomas (português, inglês e espanhol) —, no qual o autor defende o reconhe-cimento, pelo Ser Humano, de sua identidade espiritual e a necessidade de sua integração no Amor.

A representante do Conselho da Conferência das Organizações Não-Governamentais com Relações Consultivas para as Nações Unidas (Congo), Leslie Wright, compareceu ao encontro para prestigiar a palestra da Legião da Boa Vontade. “A LBV sempre faz um excelente trabalho”, afirmou. Outra personalidade conhe-cedora do trabalho da organização brasileira e que também participou do seminário foi o lingüista e cientista social James Hurtak, um dos pales-trantes da Primeira Sessão Plenária do FMPEC, que ocorreu, em 2000, no Parlamento Mundial da Fraterni-dade Ecumênica (ParlaMundi), em Brasília/DF. “O fórum da LBV é a centelha do que precisa ser feito pelo mundo, reunindo pensadores, educa-dores, jornalistas, doutores, pessoas de diferentes conhecimentos, cujas experiências nas dimensões espiritu-ais tragam esperança à Humanidade”, recordou-se.

As conferências principais ficaram a cargo de duas sumidades nas respec-tivas áreas de atuação. O Embaixador

Anwarul K. Chowdhury, de Bangla-desh, Subsecretário-Geral da ONU, e o cientista e escritor japonês Masaru Emoto demonstraram, sob a ótica das relações humanas e da Ciência, a dife-rença que a Espiritualidade pode exer-cer na superação de desafios, como os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), estabelecidos, em 2000, pelas Nações Unidas e assumidos por 191 países membros — entre eles o Brasil —, devendo ser alcançados até 2015.

Evolução da consciência

O Embaixador Chowdhury, reconhecido mundialmente pela função que passou a desempenhar em 2001, a de Alto Representante da ONU para os Países Menos Desenvolvidos, focou sua apresen-tação no impacto que a evolução da consciência pode causar no cumprimento dos ODMs. “É muito importante que as nações mundiais e a sociedade civil se reúnam no desenvolvimento dessa consciência para ajudar outras partes do mundo, sentir que fazemos parte de uma comunidade global e que, portanto, precisamos cuidar uns dos outros. Somente assim atingiremos as me-tas do milênio”, argumentou.

A respeito da iniciativa de um evento na ONU da natureza desse seminário, disse: “Tudo está co-nectado. Temos de ter sempre em

mente que cada aspecto da existên-cia humana está inter-relacionado. Causamos impacto uns sobre os outros; então, temos de ter uma visão geral sobre toda a existên-cia humana”. Particularmente em relação à obra que a LBV realiza, declarou: “Eu quero encorajar o trabalho que desenvolvem. Fazem um trabalho maravilhoso, o qual aprecio muito”.

Mensagens Secretas da Água

A pesquisa do Dr. Masaru Emoto, autor do livro The Hidden Messages in Water (Mensagens Secretas da Água), já foi apresentada no mundo inteiro, tendo sido traduzida para de-zenas de idiomas. Tanta repercussão se deve ao fato de o cientista ter con-seguido captar, por meio de micros-cópio, fotografias de cristais d’água congelados. As imagens tomam belas formas quando o líquido está exposto a palavras com boas vibrações. Do mesmo modo, o oposto ocorre, desfi-gurando o cristal fotografado quando palavras negativas e destrutivas são usadas. “Minha pesquisa pode, gra-dativamente, despertar nas pessoas os mistérios da vida, revelados pela água. Também poderão perceber a relação intrínseca que existe entre a água e as pessoas. Tudo vibra. Se criarmos boa vibração, criaremos bons fenômenos”, ressaltou.

Na imagem à esquerda: a equipe da LBV em Nova York; ao centro, Danilo Parmegiani, representante da Instituição no evento, aparece ao lado do Embaixador Anwarul K. Chowdhury; à direita, o lingüista e cientista social James Hurtak.

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O Novo Mandamento de Jesus e a ONU

Uma das intervenções da platéia foi a da adolescente Mariana Mala-man, integrante da Juventude Ecu-mênica da Boa Vontade nos Estados Unidos, que ficou empolgada ao ver as fotos dos belos cristais formados quando a água é exposta a palavras com boas vibrações. Dirigindo-se ao Dr. Emoto, contou a todos um pouco sobre o programa Peace and Good Will Garden (Jardim da Paz e da Boa

Vontade), no qual jovens da LBV promovem atividades em escolas norte-americanas para mobilizarem estudantes a refletir sobre a paz, a concórdia e o amor, “inspiradas pelo Novo Mandamento de Jesus: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei (João, 13:34)”. A pergunta de Mariana ao cientista foi se ele já teve curiosidade para saber qual ima-gem o líquido teria ao contato com o Mandamento do Cristo. Várias pessoas, depois da palestra, cum-primentaram-na pela participação e disseram que “seria certamente a mais bela de todas”, conta ela.

A diretora da World Peace Prayer Society, Deborah Moldow, ressaltou essa marca do trabalho da Instituição. “A LBV é a demonstração prática dos ensinamentos de Jesus. Eu amo a LBV, porque ela não se preocupa com quem está certo ou errado, ou de quem é a culpa, simplesmente vai e realiza. Vive a consciência cristã e demonstra que o amor pode curar o mundo.”

As atividades continuam

O seminário foi resultado das ati-vidades permanentes do subcomitê de ONGs Dimensões Espirituais da Ciên-cia e da Consciência, o qual a LBV co-lidera desde outubro de 2004. O convite para integrá-lo partiu de Diane Williams, Presidente do Comitê de Espiritualidade, Valores e Interesses Globais de ONGs nas Nações Unidas, durante a realização da Segunda Sessão Plenária do FMPEC, também ocorrido no ParlaMundi, no ano passado. O grupo, composto de várias organizações parceiras que focam essa temática, pretende promover com outros comitês e organizações com status con-sultivo na ONU, em outubro de 2005, um grande evento, chamado “O espírito da ONU”, o qual celebrará ainda os 60 anos das Nações Unidas.

Transformando o Homem a partir do Espírito

No raiar deste novo milênio,

Mariana Malaman

o mundo enfrenta inúmeros pro-blemas globais, que desafiam o Ser Humano a repensar conceitos e atitudes. O avanço tecnológico da Humanidade chega a pata-mares surpreendentes, contudo acompanhado pelo constrangedor paradoxo da crescente desigual-dade social. Governos mundiais, as Nações Unidas e a sociedade civil empenham-se para garantir a sustentabilidade do Planeta e melhor qualidade de vida a todas as pessoas.

Esse quadro do nosso momen-to histórico mostra uma etapa decisiva da trajetória evolutiva do mundo. O novo paradigma espiritual que surge acaba por se apresentar como medida urgente que promova a maturidade e a responsabilidade dos coletivos a partir da transformação íntima do indivíduo. Como pioneiramente apregoa Paiva Netto, “Cuida do Espírito, reforma o Ser Humano. E tudo se transformará”.

Sede das Nações Unidas, em Nova York (Estados Unidos).

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Atualidades

Orgulho por representar o Brasil no cenário mundial, no cumprimento de tarefa no Haiti, misturado à emo-

ção na despedida dos parentes que aqui ficaram. Assim foi marcada a solenidade do embarque de mais uma tropa do 3º Contingente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que partiu no dia 1º de junho do Rio de Janeiro/RJ — da base aérea do Galeão —, rumo a Porto Príncipe, capital do Haiti, com um total de 205 homens do Exército e 75 da Marinha.

Cada grupo que participa da mis-são de paz da ONU permanece seis

meses no País ajudado. O

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Missão de PazCrianças da LBV homenageiam soldados brasileiros que partiram para o Haiti

Simone Barreto

dos é dar segurança à população, auxiliar na reconstrução das cidades e garantir que o processo eleitoral, que ocorre nos meses de outubro, novembro e dezembro deste ano, seja realizado de forma democrática e com sucesso.

Antes de embarcarem, os milita-res cantaram o Hino Nacional Bra-sileiro e fizeram uma prece pedindo Paz para os povos e para que a missão fosse bem-sucedida. A convite do Te-nente-Coronel Novaes, responsável pela tropa, e do Dr. César Bastos, da Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania do Rio de Janeiro, o Coral Ecumênico Infantil LBV cantou as músicas Pai-Nosso, Canção do Exér-cito e Queremos a Paz, simbolizando uma homenagem em nome de todos os cidadãos do País.

O Tenente-Coronel Novaes afir-

mou ser importante a presença da Legião da Boa Vontade num ato tão significativo para eles. “As crianças cantaram no momento mais impor-tante para nós, que é a hora do nosso embarque. O canto do Coral das crianças da LBV será o último som que os soldados vão levar da nossa Pátria. (...) Pode ter certeza de que vamos lembrar muito disso no Haiti. Nós agradecemos a presença da LBV aqui. Fiquem com Deus no Brasil e nós vamos torcer, também, pelo su-

Fotos: Jorge Alexandre.

Coral Ecumênico Infantil LBV emociona militares no Rio de Janeiro.

Coronel Mangiavacchi Dr. César Bastos

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cesso de vocês”, disse emocionado. Para o Secretário Estadual de

Justiça Dr. César Bastos “como todas as ações feitas pela Obra — que pro-curam levar às crianças uma noção sempre do civismo, da participação, não só do ensino, mas do envolvi-mento como cidadão integral —, neste evento elas estão tendo uma noção do que o Brasil vai fazer no Exterior. Isso faz crescer dentro das crianças, das próprias pessoas que são tratadas pela LBV, uma formação cidadã, vendo que o Brasil é partici-pativo e que elas, por intermédio da LBV, podem ter participação integral num Brasil melhor”.

Segundo o Major Mozart, da Força Aérea Brasileira: “É impor-tante a presença das crianças nessas missões, principalmente missões da

ONU, porque elas levam esperança para a tropa de Paz. Além disso, ve-mos que é mais uma parte familiar. Envolve os militares, a esperança de um futuro para todos nós”, frisou.

O Coronel Mangiavacchi, Co-mandante do 3º Contingente da Força Brasileira de Paz para o Haiti, falou da incumbência brasileira e da men-sagem dos pequenos da LBV. “Para nós, foi bonito, muito tocante ver as crianças da Legião da Boa Vontade homenageando, cantando canções militares, a Canção do Exército. É um grupo que tem ligação de amizade com as nossas unidades e gentilmente compareceu aqui, pres-tando a homenagem. É importante ter as crianças participando desses momentos”, finalizou.

O General Curado, Comandante

que o trabalho que a Legião da Boa Vontade promove com os meninos e meninas trará bons frutos para a população. “Nas Escrituras Bahá’is

Religiosa enaltece trabalho educacional da LBVencontramos um trecho que diz que ‘todo Ser Humano é uma rica mina em jóias preciosas, e que tão somente a Educação poderá revelá-la’. Com certeza, muitas ‘minas’ estão sendo garimpadas aqui, e o resultado disso é o desenvolvimento e a transformação de nossa sociedade. Parabéns!”.

Após a visita, a representante da Fé Bahá’í participou, ao vivo, do pro-grama Ecumenismo, transmitido pela Rede Mundial de Televisão. [R.O.]

Militar do Leste, também reafirmou o papel de Paz da missão ao Haiti, maior efetivo da ONU. “Nosso sentimento de família é bem arrai-gado no Povo brasileiro e, ele, nós levaremos para os nossos Irmãos do Haiti. Também estaremos presentes na reconstrução do País”.

HaitiÁrea: 27.400 km²Clima: TropicalIdioma: francês e crioulo (oficiais)Principais cidades: Porto Príncipe (capital), Carrefour, Cap-Haïtien.

“Foi uma grande alegria poder visitar a LBV e testemunhar o tra-balho maravilhoso que vocês têm realizado”. Essa foi a frase registrada por Fariba Vahdat, Coordenadora do Instituto de Capacitação Leonora Armstrong da Comunidade Bahá’í do Estado de São Paulo, no livro de depoimentos do local, após conhecer de perto o atendimento realizado pelo Conjunto Educacional da Obra — formado pelo Instituto de Educação José de Paiva Netto e pela Supercre-che Jesus —, na capital bandeirante.

Recepcionada pelo Coral Ecumê-nico Infantil LBV, a religiosa frisou

“O resultado do trabalho da LBV é o desen-volvimento e a transformação da nossa socie-dade”, afirma Fariba Vahdat.

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Flagrante Legionário: na foto preto-e-branco registrada em

película, Paiva Netto realiza informal reunião com inte-

grantes da Juventude Ecumê-nica da Boa Vontade de Deus.

e EconomiaEconomia daSolidariedade

Especial sobre Paiva Netto

Em homenagem aos 49 anos de trabalho do jornalista e radialista Paiva Netto nas lides da Legião da Boa Vontade, data que se comemora neste 29 de junho, a Equipe de Es-tudos Ecumênicos produziu matéria sobre uma de suas teses pioneiras: a Economia da Solidariedade, dis-tinguindo-a da Economia Solidária.Para o Líder da LBV, a valorização humana tem seu foco na Espiritua-lidade.

O Presidente das Instituições da Boa Vontade, José de Paiva Netto, por sua com-provada erudição e seus

diversificados talentos é reconhecido

como um homem da renascença: jornalista, radialista, apresentador de TV, escritor, compositor, poeta, educador, empreendedor social e administrador. Consegue ser uma síntese rara, pois, ao mesmo tempo, é pensador, comunicador e homem de ação.

Elaborou um sistema filosófico por meio do qual aborda as grandes questões da vida humana, sociais e espirituais: o Espiritualismo Ecumê-nico. A sua obra apresenta espírito e matéria harmonizados com a Lei Onidirigente da Vida e daí resultam os valores da Ética Ecumênica que dá acertada direção ao relacionamento humano nos campos econômico,

social e político.Os conceitos que desenvolve reco-

nhecem a religiosidade (coração-sen-timento), a ciência (cérebro-razão), porém tudo sublimado pela essência espiritual (alma-intuição).

A complexidade do conhecimento somente pode ser equacionada holis-ticamente se reconhecida a existência do Espírito (Energia Inteligente) criado à imagem e semelhança de Deus (Energia Superinteligente) definido por Jesus, o Cristo, como Espírito-Amor; e, pelo entendimento da existência das múltiplas dimen-sões em interatividade compulsória e perpétua: Na Casa de meu Pai há muitas moradas (Evangelho do Cristo,

Equipe de Estudos Ecumênicos

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O dirigente da LBV, durante o “29º Congresso do Jovem da Boa Vontade”,

que reuniu milhares de moços em Goiânia/GO, em 3 de julho de 2004.

Solidária comparadase Economia

Solidariedade

No ano de 1969, Paiva Netto iniciou a elaboração dos princípios da Economia Humana e Espiritual da Solidariedade Ecumênica (ou simplesmente Economia da Solidariedade Humana) dentro da Estraté-gia da Sobrevivência, antevendo o desfecho do chamado socialismo real e os limites do capitalismo globalizado que se seguiria.

Os seus artigos publicados no Brasil e no Exterior, as palestras pelo rádio e pela televisão, os livros publicados em inúmeros idiomas têm inspirado muitos intelectuais na criação de propostas alternativas viáveis no território do pensamento econômico.

Homenagem aos 49 anos de trabalho de Paiva Netto na LBV

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segundo João, 14: 2).A pedra angular do seu pensamen-

to é o Novo Mandamento de Jesus: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei (Evangelho do Cristo, segundo João, 13:34), porque demonstra que “a Ciência iluminada pelo Amor eleva o Ser Humano à conquista da Verdade”.

Desde que a sua obra começou, há décadas, a ser disseminada pelo Brasil e pelo mundo, multiplicam-se grupos de estudos de seu pensamento que é do mais alto alcance e do maior interesse, por caracterizar-se como Espiritualidade aplicada aos campos objetivos da ação.

Dentre eles surgiu a Equipe Paiva Netto de Estudos Ecumênicos com a finalidade de aprofundar a com-preensão das idéias de seu patrono por meio do estudo, da pesquisa e do diálogo.

Um dos temas que têm motivado jovens de todas as idades — “Jovem é aquele que não perdeu o ideal” — que participam deste aprendizado é a proposta econômica do Líder da LBV.

No ano de 1969, Paiva Netto iniciou a elaboração dos princípios da Economia Humana e Espiritual da Solidariedade Ecumênica (ou simplesmente Economia da Solida-riedade Humana) dentro da Estratégia da Sobrevivência, antevendo o des-fecho do chamado socialismo real e os limites do capitalismo globalizado que se seguiria.

Os seus artigos publicados no Brasil e no Exterior, as palestras pelo rádio e pela televisão, os livros

publicados em inúmeros idiomas têm inspirado muitos intelectuais na criação de propostas alternativas viáveis no território do pensamento econômico.

Por ocasião do “8º Fórum da Ju-ventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus”, realizado em 17 de abril deste ano, no Espaço Ecumênico da Religião de Deus,em Porto Alegre/RS, sob o tema Economia da Solidarieda-de Humana, o trabalho a seguir foi apresentado.

Na primeira parte, traremos a Economia Solidária, suas caracterís-ticas, possibilidades e limites. Com esta finalidade buscamos o auxílio do livro Introdução à Economia Solidária, do notável professor Paul Singer, publicado no ano de 2003. E, também, do trabalho organizado pelo respeitado sociólogo Boaventura de Sousa Santos, Produzir para Viver, editado no ano de 2002.

Na segunda parte, que será publi-cada no próximo número da revista BOA VONTADE, disponibilizaremos aos leitores um relato do desenvolvi-mento da Economia da Solidariedade Ecumênica, bem como as suas inspi-radoras contribuições de vanguarda que repercutem, até mesmo, por meio de contribuições ao Conselho Eco-nômico e Social da ONU (Ecosoc), conforme destacou o economista, ex-Ministro do Trabalho e Deputado Federal, Dr. Walter Barelli.

Finalmente, a Equipe de Estudos Ecumênicos apresentará uma conclu-são comparativa entre a Economia da Solidariedade Ecumênica e a Econo-mia Solidária.

Economia Solidária

Origem — A Economia Solidá-ria surgiu no início do século XIX em razão do empobrecimento dos artesãos provocado pela introdução de máquinas que deram início à Re-volução Industrial.

Na Grã-Bretanha houve a expul-são dos camponeses do campo para a cidade, seguida da exploração nas indústrias que surgiam degradando a vida do proletariado nascente. As indústrias caracterizavam-se por jornadas de trabalho que chegavam a 18 horas diárias. Entre a mão-de-obra utilizada nas fábricas estavam a infantil e a idosa, o que prejudicava até a reprodução e manutenção da classe trabalhadora.

Nesse panorama, o empresário Robert Owen (1771-1858) resolveu adotar algumas medidas que visavam humanizar o tratamento aos operá-rios: limitou a jornada de trabalho, proibiu a utilização de mão-de-obra infantil e ofereceu a elas a oportuni-dade de estudar.

As providências de Owen sur-preenderam a todos pelo aumento da produtividade, mesmo ocorrendo o acréscimo das despesas (criando escolas, etc.), a empresa tornou-se bastante lucrativa.

Esse fato atraiu a atenção de pes-soas em todo o mundo que procura-vam entender como o crescimento do bem-estar dos trabalhadores poderia gerar maior lucratividade.

No ano de 1817, Owen apresentou ao governo britânico um projeto mais avançado com a finalidade de criar

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meios de sustentação para o Povo que fora vítima da depressão vivida pelo Reino Unido.

A idéia fundamental era o estabe-lecimento de Aldeias Cooperativas que tinham como meta viabilizar condições de trabalho na agricul-tura e na indústria que permitissem a subsistência dos cooperados. O excedente da produção seria trocado entre as Aldeias.

O plano foi recusado pelo governo e Owen partiu para uma visão mais extremada de sua proposta. Ele pas-sou, então, a objetivar uma mudança completa no sistema social e uma abolição da empresa lucrativa capi-talista (Cole, 1944, p. 20).

Desistindo da implantação de suas idéias na Grã-Bretanha, mudou-se para os Estados Unidos com o escopo de fundar uma Aldeia Cooperativa que seria um modelo de organização para a sociedade do futuro. O em-preendimento não alcançou o êxito pretendido e Owen retornou à sua terra, em 1829.

No período em que esteve fora, vários de seus seguidores realizaram empreendimentos inspirados em suas idéias, a exemplo da comunidade que publicou o jornal cooperativo The Economist.

O owenismo foi também adotado pelo movimento sindical e coope-rativo da classe trabalhadora. Em determinado momento, os operários objetivaram em suas greves não apenas obter melhores condições de remuneração e de trabalho, mas buscavam substituir os seus empre-gadores no mercado com a criação

Os meios de produção — Enquanto na empresa capitalista os meios de produção pertencem ao dono do capital, na empresa solidária o capital e os meios de produção pertencem aos que nela trabalham.

Finalidade — A empresa ca-pitalista objetiva exclusivamen-te o lucro, a empresa solidária procura maximizar a quantidade e a qualidade do trabalho.

Propriedade — A empresa capitalista pertence aos inves-tidores, a empresa solidária é propriedade de todos os tra-balhadores por meio de uma divisão igualitária.

Hierarquia e autoridade — Na empresa capitalista, o poder concentra-se no capita-lista ou nos gerentes por ele contratados. Na empresa solidá-ria, a administração é exercida por sócios eleitos para a função que a conduzem segundo dire-trizes aprovadas em assembléias gerais, ou em conselhos de delegados eleitos pelos sócios. A empresa solidária é basica-mente de trabalhadores que,

O que éEconomia Solidária?

apenas secundariamente, são seus proprietários.

Lucros — Na empresa ca-pitalista, o lucro é distribuído entre os investidores, remune-rando o capital investido. Na empresa solidária, as sobras destinam-se a: fundo indivi-sível; reinvestimento; fundos sociais de cultura, educação, de saúde, etc, e, eventualmen-te, para divisão entre os sócios. Não há remuneração de capi-tal, portanto não há lucro.

Remuneração — Na em-presa solidária, não existem assalariados. Todos os traba-lhadores são sócios que fazem retiradas que variam conforme a receita.

Em muitas situações existe diferenciação nas retiradas, de acordo com o que ficou definido pelos próprios traba-lhadores.

Responsabilidade e par-ticipação — A informação na empresa solidária é democra-ticamente compartilhada, pois todos têm responsabilidade sobre as decisões.

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de cooperativas, principalmente nos ramos em que a produção pudesse dispensar a utilização de máquinas.

Rejeitando o comércio, procura-ram uma alternativa no sistema de trocas e houve a criação dos clubes e depois das bolsas para esta finalidade, até mesmo, com a adoção de uma moeda própria que valorizava os bens pelo número de horas destinadas à sua produção pelo trabalhador.

Em 1833, ocorreu o ápice da utili-zação das cooperativas na disputa do mercado com os capitalistas e, nesse ano, Owen propôs ao Congresso Cooperativo de Londres a criação da Grande União Nacional Moral das Classes Produtivas do Reino Unido. Esse fato assinala para Paul Singer o momento no qual o solidarismo apresenta-se como modo de produção alternativo ao capitalismo.

Nesse mesmo período tem início a decisiva reação dos empregadores que lançaram mão de sucessivos lock-outs (greves patronais) e da demissão de todos os trabalhadores sindicali-zados, inicialmente, na construção civil e depois na indústria têxtil. A pressão dos empregadores não pôde ser suportada e os trabalhadores, vencidos, retornaram ao trabalho com a condição de abandonarem o sindicato.

Outro modelo de solidarismo foi proposto por Charles Fourier (1772-1837), na França, sugerindo a criação dos falanstérios, uma comunidade de aproximadamente 1.800 traba-lhadores que tinha por meta oferecer a todos a escolha do trabalho com o qual mais se identificasse. Dessa sa-tisfação nasceria a produtividade.

O sistema proposto (falanstérios) na opinião de Singer é coerente: para que a liberdade humana culmine na paixão pelo trabalho é necessário que ninguém dependa dele para viver, o que requer uma renda cidadã que garanta a todos uma sobrevivência digna. O cooperativismo inspirou-se fortemente, também, em Saint-Simon (1760-1825), um dos mais importan-tes filósofos do socialismo utópico.

Atualidade — A melhoria nas

condições de trabalho e de remunera-ção alcançadas pelas classes trabalha-doras, especialmente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), fez com que os sindicatos se voltassem fortemente para a defesa dos direitos obtidos e que agissem para que eles fossem ampliados, deixando a crítica à alienação trazida pelo assalariamen-to para um plano secundário.

Outro fato que contribuiu para a debilidade do movimento foi a “pro-fissionalização” de suas gerências. Na década de 1970, com o retorno do desemprego em massa, que se prolongou nas décadas seguintes, ressurgiu o interesse pela economia solidária.

Observa-se a criação, em número significativo, de cooperativas de for-

de evitar o desemprego.A Anteag (Associação Nacional

dos Trabalhadores em Empresas de Autogestão e Participação Acionária) e a Unisol (União e Solidariedade das Cooperativas) têm o objetivo de fomentar o desenvolvimento da autogestão nas empresas.

No campo, também, movimentos procuram desenvolver o conceito de autogestão, a partir dos assentamen-tos surgidos da reforma agrária.

Organizações não-governamen-tais — Diversas ONGs trabalham obje-tivando desenvolver comunidades para o processo de fomentar o surgimento de cooperativas e grupos de produção.

Incubadoras de cooperativas — Principalmente organizadas por universidades, com a finalidade de: prestar assessoria contínua aos em-preendimentos solidários, divulgando os princípios do cooperativismo entre os grupos interessados, ajudando-os a organizar atividades produtivas ou de prestação de serviços, a apurar as técnicas empregadas, a legalizar as cooperativas, a buscar mercados e financiamento, etc.

Solidariedade versus Competição na Economia

A predominância do capitalismo, principalmente após a derrocada do chamado socialismo real, tornou comum adotar a sua perspectiva para as relações na sociedade.

A competitividade é uma caracterís-tica inerente à economia de mercado, portanto aceitamos a competição, de modo geral, como uma forma natural de convivência: cada produto deve ser vendido em numerosos locais, cada em-prego deve ser disputado por numerosos pretendentes, cada vaga na universi-dade deve ser disputada por inúmeros vestibulandos, e assim por diante.

Apesar de suas qualidades, a compe-tição tem provocado o aprofundamento da distância entre vencedores e perde-dores. O capitalismo produz e reproduz desigualdade crescente. As gerações que se sucedem herdam o status de suas predecessoras.

— Cooperativas de produção;— Cooperativas de comerciali-zação;— Cooperativas de consumo;— Cooperativas de crédito; e— Clube de trocas

Modalidadesde Produção

mas afins que se caracterizam pela volta aos princípios, o grande valor atribuído à democracia e à igualdade dentro dos empreendimentos.

Vive-se na atualidade a reinven-ção da economia solidária, parte do princípio de que as contradições do capitalismo criam oportunidades de desenvolvimento de organizações econômicas cuja lógica é oposta à do modo de produção dominante.

O desenvolvimento da Economia Solidária

Autogestão — Com a crise regis-trada no período de 1981/83, muitas empresas entraram em concordata ou falência. Nesse período, muitas cooperativas de trabalhadores assu-mem as companhias com o objetivo

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Desafios

Observa-se que várias contra-dições existem no solidarismo, à espera de solução. As empresas autogestionadas geralmente passa-ram por um processo de concordata ou falência, e a tomada de decisão em adotar o modelo cooperativo acontece não por amadurecimento, mas na tentativa de evitar um mal maior, ou seja, a perda dos direitos trabalhistas pela desvalorização do patrimônio e a extinção do posto

de trabalho. Portanto, não existe uma visão solidária intrínseca no processo.

Verificou-se, ainda, no desen-volvimento das cooperativas, a dificuldade, em muitos casos, de mantê-las fiéis aos princípios soli-dários, visto que os agentes atuam em um mundo movido por valores capitalistas.

Muitos empreendimentos soli-dários foram dissolvidos pelo con-flito entre os integrantes, revelando ser um grande desafio sustentar a

convergência das pessoas no longo prazo, vigorando a partir de certo ponto o conflito de interesses de subgrupos que se formam.

Resta, ainda, por esclarecer se as contradições do capitalismo abrem a possibilidade para o de-senvolvimento de uma economia solidária em seu ambiente, ou se o capitalismo acaba por absorver a iniciativa solidária em determinado ponto da sua evolução.

O jornalista e escritor Paiva Netto terá uma resenha so-bre sua vida — em especial de sua atuação ao longo de

49 anos de serviços prestados nas Ins-tituições da Boa Vontade (completa-dos neste 29 de junho) — no catálogo anual da Who’s Who (Quem é Quem). O Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade (LBV) tornou-se um dos mais destacados membros do famoso guia, desenvolvido pela Strathmore, nos Estados Unidos.

A publicação deve sair no primei-ro semestre de 2006 e apresentará o trabalho de personalidades de todo o mundo que mais se sobressaem em diversas áreas do conhecimento. São mais de 50 mil nomes, e Paiva Netto figura como um dos homens de destaque nas categorias Educação e Solidariedade.

Em um dos trechos do verbete do Líder da LBV, pode se verificar o reconhecimento internacional que ele alcançou, ao observar as inúmeras homenagens já recebidas no Exte-rior, entre elas: Diplome D’Honneur — L’Institut des Affaires International — Paris, França; Diplome Ad Hono-res da Academia Européia das Artes

— Leuze, Bélgica; Proclamação ou-torgada, respectivamente, pelo Senado e pela Assembléia Geral do Estado de Nova Jersey, EUA, além de reunir a assinatura dos membros da Câmara Legislativa do Condado de Essex; Star of Harmony da International Cultures Mission, Nova York, EUA; Prêmio Anual Nazareno, da Fundación Se-mana del Amigo; Diploma Amigo de la Comunidad, do Rotary Club de San Cristobal; Diploma de Honor, do Círculo de Amigos de Lomas; Ciudadano Honorario, do Barrio Re-pública de San Cristobal; Distintivo Amigo de la Comunidad — todos de Buenos Aires, Argentina; Diploma de Honra ao Mérito e Placa de Bronze, da Associación Evangélica Umban-dista Espiritualista del Uruguay; Prêmio Fonte Universal da Paz, da Associação dos Educadores para a Paz Mundial — EUA.

Who’s Who ainda traz um trecho em que consta o vasto conteúdo literário registrado por Paiva Netto. “Autor de inúmeros best sellers, com mais de 3 milhões de livros vendidos, dos quais se destacam: Reflexões da Alma; As Profecias sem Mistério; Somos todos Profetas; Apocalipse sem

Paiva Netto no Who’s WhoCatálogo internacional destaca 49 anos de trabalho do dirigente da LBV

medo; Sabedoria de Vida; Crônicas e Entrevistas; entre outros, e de revistas como Sociedade Solidária, Paz para o Milênio e Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV.

Também na resenha, destaque para as premiações que Paiva Netto recebeu do Governo Federal, a saber: Secretaria Nacional Antidrogas e Ga-binete de Segurança Institucional da Presidência da República: Diploma do Mérito pela Valorização da Vida; Senado Federal: Sessão Especial; Câmara Federal dos Deputados: Ses-são Especial; Ministério das Relações Exteriores: Comendador da Ordem de Rio Branco; Ministério da Aeronáu-tica: Ordem do Mérito Aeronáutico, no Corpo de Graduados Especiais, no grau de Comendador; Ministério do Exército: Medalha do Pacificador; Tribunal Superior do Trabalho: Me-dalha da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho, no grau de Oficial do Conselho.

As Casas do Poder Legislativo de inúmeros estados e municípios brasi-leiros também prestaram homenagem a Paiva Netto ao longo desses 49 anos de realizações em benefício da Humanidade.

(Continua)

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O Dr. Osvaldo Hely Moreira par-ticipou da segunda edição do Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, no Parlamento Mundial da Fra-ternidade Ecumênica, em Brasília/DF, em outubro de 2004.

Na ocasião abordou o polêmico assunto da eutanásia e suas implicações no campo espiritual. Apresentamos, a seguir, alguns destaques de sua palestra. Vamos à leitura!

Quero agradecer a oportunidade de voltar aqui no ParlaMundi da Legião da Boa Vontade e aprender nesta Casa, onde me

sinto muito bem.O tema que abordarei é o da euta-

násia, que vem ao encontro do que o Fórum Mundial Permanente Espírito e Ciência, da LBV, traz: a comprovação da continuidade da Vida. Faremos uma referência ao que a Dra. Marlene Nobre* trouxe para poder falar sobre alguns dos mecanismos citados.

Definiremos primeiramente o que seja eutanásia: É a ação de causar a morte por piedade, eliminar o último sofrimento. Pode parecer, então, um ato de “boa vontade”, e, em sua intenção, muitas vezes o é. Realiza-se por inter-médio de uma ação ou de uma omissão.

Frente às evidências da continuidade da Vida após a Morte do corpo físico

Palestra do Dr. Osvaldo Hely Moreira — Médico Cardiologista e vice-Presidente da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais, no ParlaMundi da LBV.

Eutaná siaO que seria isso? Pode-se injetar uma substância que seja letal, ou deixar de ministrar o tratamento, para que a pes-soa morra. As duas situações, ação ou omissão, contêm uma intenção que é de levar à morte. Hoje há ainda uma outra situação, que analisaremos em seguida, que faz parte: o suicídio assistido. Neste caso o ato médico não é o de lesar o corpo diretamente, mas de propiciar ao paciente meios para que ele se mate. Este tema é atual para todos nós, pois inclui a questão da “Distanásia” ou da “Ortotanásia”, são correlacionados.

Distanásia é o que se chama de “ex-cesso terapêutico”. Uma situação pela qual nós, médicos, familiares ou pacien-tes, todos podemos passar: ter de decidir, numa situação grave para um paciente, parente nosso, se tomamos ou não certa atitude. Se devemos aplicar um remédio, operar, internar ou não. São ações que podem acarretar a um prolongamento da dor sem levar benefício ao pacien-te. Isso é denominado “Distanásia” e trata-se de uma difícil conduta para nós, médicos. Digo isso “de cadeira”, pois faço cardiologia. Algumas pessoas brincam comigo: “O cardiologista entra no céu pela porta dos fundos, pois ele é fornecedor”. A Ortotanásia é o nosso

Dr. Osvaldo Hely Moreira

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objetivo: morrer no tempo certo de forma humanizada.

Vamos detalhar um pouco mais a eu-tanásia. Nós temos nisso uma questão de bioética, ela se contrapõe ao ensinamen-to do Velho Testamento: Não matarás, e às palavras de Jesus: bem-aventurados os que choram, porque serão conso-lados, já que a eutanásia se aplica nas situações de sofrimento. Vejam bem a fala de Jesus incentivando, valorizando a dor ao mesmo tempo em que, já há mi-lênios, é proibido matar. Como podemos resolver a polêmica da eutanásia diante disso? Podemos organizar o quadro des-ta forma: Não matar seria entender por que encarnamos. Por quê? Já pensaram nisso? Não é reencarnar, digo encarnar. E qual a função da doença?

Para essa compreensão, vamos ter de entender a questão dos corpos espi-rituais, para que possamos finalmente chegar à questão da ortotanásia. Ana-lisemos ainda um pouco a eutanásia. É importante refletirmos sobre isso, pois hoje em dia ela está sendo estudada para aplicação em crianças anormais, em doentes mentais graves e limitados ou em doentes incuráveis ou deprimidos. Como a Dra. Marlene Nobre falou so-bre o aborto de feto doente, isso é uma forma de eutanásia, e eutanásia gênica, que seria a proposta de uma raça pura. Os que se manifestam a favor disso esta-belecem que o indivíduo doente é inútil, e que entre ficar sofrendo e morrer ele escolheria o mal menor: morrer. (...) Para que sofrer? Compreender isso é decisivo e o conhecimento da vida após a morte traz a explicação. Outro argumento para a eutanásia é de ordem financeira na saúde. Um questionamento em moda: por que ficar gastando dinheiro em pessoas com doenças incuráveis e deixar de tratar pessoas com doenças curáveis? E, por último, essa questão, pode haver uma deturpação no entendimento da reencarnação e alguém concluir o se-guinte: “Como vou reencarnar, eu vou me matar de uma vez. Vou ter outra

chance...”. De fato, isso já foi pratica-do. No Japão muitos fizeram isso, no período da Segunda Guerra Mundial, pela certeza da reencarnação.

Para o médico, o ato da eutanásia é proibido pelo código de ética médica. Mas, apesar disso, somos impelidos a pensar nela. É importante que os profis-sionais de saúde, familiares, coloquem algumas questões em relação à com-preensão que o médico tem sobre dor e sobre a identificação do doente terminal. Podemos questionar: “O que é um doen-te terminal?”, “Qual o grau de certeza que podemos ter de que ele é terminal?”, “O médico acertou o diagnóstico?”. Digo isso com propriedade porque sou médico, e médico erra. “Quando aplicar a injeção letal?”, “Em que momento está na hora de se aplicar a eutanásia?”. Qual a resposta a essas perguntas? Um erro nesse caso é fatal. E ainda, se apoiarmos a eutanásia, imaginem essa questão em um curso de medicina: “Hoje veremos a seguinte matéria: eutanásia. Apren-deremos como é que se mata”. Seria paradoxal, não?

Quando da impossibilidade de trata-mento de certos casos, percebemos que os cursos de Medicina também não pre-param o profissional para tratar a dor de um doente terminal. Tanto assim é que, se pesquisarmos os pacientes que pedem a eutanásia, no intuito de suicidar-se, se tivessem não apenas suas doenças físicas, mas também suas questões emocionais e espirituais tratadas, muda-riam de opinião. Vejam, portanto, que a eutanásia é, muitas das vezes, proposta por falha na abordagem médica.

Proponho o seguinte tema: “A Te-rapêutica da Morte”, analisando três aspectos: o corpo físico, o porquê da doença e a natureza dos corpos huma-nos, visto que a eutanásia se refere ao organismo físico.

(...) Reencarnação deve ser vista como um recurso terapêutico. Já era referenciada por Jesus quando disse: Em verdade, em verdade te digo que

aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no Reino dos Céus (Evangelho de Jesus, segundo João, 3:5). Isso ilustra a importância de nascer da água: “reencarnação”, e do espírito: “a reforma íntima”. Mas por que encarnamos? Destacando o que a Dra. Marlene afirmou, essa experiência começa dentro do útero, vejamos o que está em Salmos 139 — Salmos é um livro lido por quase todas as religiões do mundo —: Senhor, Tu me formaste, o meu interior, Tu me teceste no seio da minha mãe, graças Te dou, visto que é por modo assombrosamente maravilho-so, me formaste. Os Teus olhos me viram a substância ainda informe. Reparem: (...) Os Teus olhos me viram a substância ainda informe (...). Podemos concluir que há milênios existe a certeza de que o Espírito está ligado à célula.

(...) O que acontece no processo de encarnação e de reencarnação? Quando chega a época da encarnação (...), temos manipulações perispirituais vibratórias ou magnéticas que estabelecem a vita-lização do corpo físico de tal maneira que o Espírito passará a manipular o perispírito que só terá estabilidade vibra-tória quando ligado a um corpo físico,

“A doença do pânico (...) manifesta-se na encar-nação seguinte (...), em que a pessoa que teve

morte traumática sofreu muito depois da morte do corpo físico. Quando reencarna traz consigo

uma lembrança (...) qual-quer situação que amea-ce a sua vida, entra num estado de pavor imenso, caracterizando a doença

do pânico.”

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ou seja, o tempo de vida. Ele está num, vamos chamar assim, relógio biológico perispirítico. Mas não há relação com tempo de vida ou hora, minuto, segundo, mas um tempo vital de esgotamento energético. A morte será uma situação de ortotanásia quando ocorrer separa-ção do corpo físico do perispírito, no momento de esgotamento energético. Se acontecer antes disso, ocorrerão dificuldades imensas no campo do perispírito, pois teremos um indivíduo que leva consigo impulsos que deveriam ter-se esgotado no corpo físico, porém ele não tem mais tal elemento. Temos, aí, uma situação em que o indivíduo de-sencarnado apresenta, vibratoriamente, um perispírito de Ser encarnado, mesmo não se encontrando mais neste estado. É o que se passa com o suicida, e o que pode acontecer ao indivíduo submetido à eutanásia (...).

Por estes fatos devemos compre-ender que morrer e desencarnar são

coisas distintas. Morrer é um fenômeno biológico. O corpo morre. Mas desen-carnar é um processo de desligamento do Espírito da composição física e o seu descondicionamento à vida na matéria. Esse fenômeno se dá em duas etapas: a do desligamento entre o perispírito do cadáver e, segunda etapa, uma readaptação à nova vida perispiritual. Se esse perispírito não está pronto para a desencarnação, morre o corpo, mas ele continua “não desencarnado”, sentindo dor, fome, frio, falta de ar e continua deprimido. Matou-se o corpo porque a doença era grave a ponto de sugerir-se a eutanásia, porém o indi-víduo continua padecendo.

A eutanásia não alivia a dor do paciente. O desequilíbrio vibratório é tal que o indivíduo, comumente, caminha para a loucura. (...) Um exemplo clínico que apresento seria a doença do pânico: ela se manifesta na encarnação seguinte do indivíduo

que teve morte traumática, sofreu muito depois da morte do corpo fí-sico. Quando reencarna traz consigo uma lembrança que não consegue explicar. Em toda e qualquer situa-ção que ameace a sua vida, entra num estado de pavor imenso, ca-racterizando a doença do pânico. (...) Abortar, fazer eutanásia ou permitir o suicídio é predispor uma pessoa a tal tipo de encarnação.

Agradeço a oportunidade de estar aqui. Lembrar que essas vio-lências foram previstas por Jesus, quando Ele nos alertou: Bem-aven-turados os pacientes, porque eles herdarão a Terra. (...) Eu acho que é a grande mensagem que essa Casa quer passar. Muito obrigado.____________________* Dra. Marlene Nobre — Conferencista, es-critora e apresentadora de programas de rádio e TV. Médica ginecologista, especializada na prevenção do câncer.

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Literatura

O cantor e compositor Martinho da Vila, amante da língua portuguesa, lança seu sexto livro Os Lusófonos. O artista é considerado um dos res-ponsáveis pela aproximação do Brasil com a África por meio da música popular brasileira. Essa paixão antiga começou há mais de 30 anos, quando ele conheceu Angola, nos anos de 1970.

Nesse romance, o autor utiliza-se de sua vivência e estudos sobre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) — Timor Leste, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Portugal e Brasil — para criar o perso-nagem central do seu livro, Aristide Neto, o Aris, que informa ao leitor sobre a culinária, o vocabulário, as particularidades, as músicas dos países da CPLP.

O lançamento desta obra ocorreu

ABI

A liberdade de imprensa é um bem da socieda-de, e neste mês de ju-nho, quando o Brasil

comemorou o Dia da Imprensa (1º/6/2005), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) realiza uma série de eventos para promover a reflexão sobre a importância deste patrimô-nio na construção de uma sociedade efetivamente mais democrática.

No dia 1º, os atores Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça apre-sentaram um pocket show sobre a vida e a carreira de Isaurinha Garcia. No dia 2, a Comissão Tim Lopes, ABI e o Sindicato dos Jorna-listas promoveram a exposição dos temas “Liberdade de Imprensa”, com Maurício Azêdo, Presidente da ABI; “Mercado de trabalho hoje”, por Aziz Filho, Presidente do Sin-dicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro; e “Trabalho do jornalismo investigativo”, por Domingos Meirelles, Diretor de Assistência Social na ABI. Entre outros importantes acontecimentos, destacam-se também a abertura da exposição “60 Anos de Vida Políti-ca do Governador Leonel Brizola” e uma homenagem à jornalista Albe-niza Garcia, que recebe a Medalha de Mérito Pedro Ernesto, da Câ-mara Municipal do Rio de Janeiro, nos dias 21 e 22, respectivamente. [D.V.]

Costumes de quem fala Português

na capital fluminense e contou com a presença de diversos convidados. Na oportunidade, a Super Rede Boa Von-tade de Comunicação fez a cobertura do evento e o Dr. Pedro de Paiva re-presentou seu pai, o jornalista e escri-tor Paiva Netto. Martinho retribuiu a presença da LBV, encaminhando um exemplar de sua obra com a seguinte dedicatória: “Paiva Netto, tenha uma boa viagem sempre. Martinho da Vila. 9/6/05”.

Muito a propósito, vale lembrar que a Legião da Boa Vontade, por reconhecer a importância da Comuni-dade dos Países de Língua Portugue-sa, contribuiu para o diálogo ao rea-lizar em Porto, Portugal, o primeiro Encontro da LBV sobre Lusofonia. A segunda edição desse acontecimento, realizada em abril de 1999, teve por sede o ParlaMundi da LBV (que tem esse idioma como oficial). [S.B.]

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Dr. Pedro de Paiva ao lado do músico e escritor Martinho da Vila, no lançamento de seu livro Os Lusófonos.

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D om João Maria Messi, Bispo da Igreja Católica Apostólica Romana das cidades de Volta Redon-

da e Barra do Piraí/RJ, visitou, no fim de maio, o Lar da Legião da Boa Vontade para a Melhor Idade no município de Volta Redonda (Av. Nossa Senhora do Amparo, 5.079, Santa Rita do Zarur, tel. (24) 3346-7150). O ilustre prelado foi acompanhado do Padre Matias Ramos e outros convidados.

O Bispo ficou impressionado com as instalações do local: “Estou muito feliz em ver o carinho e a atenção que a LBV tem com o idoso, a vivacidade deles. O bem-estar está estampado em suas faces. Eles são felizes, recíprocos, todos estão de parabéns!”.

Ele se inteirou a respeito dos programas ali desenvolvidos, um de longa permanência e outro denomi-nado Centro-Dia, este último incluiu alguns dos internos cujos familiares têm como recebê-los à noite. O religioso destacou que a Instituição sabe como atender às necessidades peculiares de cada idoso. “Com Boa Vontade, vocês ajudam as famílias a solucionar suas dificuldades, aco-lhendo os vovôs e vovós com amor e carinho”, afirmou.

Dom João Maria emociona-se no Lar da LBV

Ao adentrar a espaçosa varanda que existe no Lar, Dom João Maria Messi, num belo gesto de Fé, pediu permissão para compartilhar a alegria que estava sentindo com o Cristo e os que estavam presentes, por meio da Oração Ecumênica do Pai-Nosso. Nesse momento, o vovô Osvaldo S. Cruz perguntou ao visitante como po-deríamos chegar aos Pés do Mestre, ao que ele respondeu: “Todos vocês (da LBV) já estão aos Pés de Jesus, pois aquele que faz o Bem acolhe, ama e respeita o próximo, como vi que fazem aqui, estão aos Pés de Cristo Jesus”.

O presbítero conheceu também o Espaço Ecumênico da Religião de Deus, a Religião do Amor Universal, onde os irmãos da Terceira Idade e a comunidade local comparecem para fazer suas preces, para se ligar a Deus.

Ao término da sua visita, Dom João Maria Messi lembrou que as-siste, na madrugada, ao programa Paiva Netto*, e que é um admirador das pregações do Apocalipse feitas pelo Líder da LBV. “Paiva Netto é um grande filósofo”, concluiu.

___________ * Na Rede Bandeirantes de Televisão, assista

ao programa Paiva Netto, na madrugada, de 2ª a 6ª feira, no encerramento da programação.

Selma Corrêa

Dom João Maria Messi e convida-dos, durante visita ao Lar da LBV para a Melhor Idade.

“Todos vocês (da LBV) já estão aos Pés de Jesus, pois aquele que faz o Bem, acolhe, ama e respeita o próximo, como vi que fazem aqui, estão aos Pés de Cristo Jesus.”Dom João Maria Messi

Selma CorrêaFotos: Selma Corrêa

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O escritor e empresário Valdir Reinoldo Bündchen é um homem de profundas reflexões, observador, e, dessas ponderações colhidas por ele, já nasceram dois bons livros. No fim de maio, esteve no conjunto edu-cativo composto da Supercreche Jesus e do Instituto de Educação José de Paiva Netto, localizado na capital paulista (Av. Rudge, 630/700, Bom Retiro, tel. (11) 3225-4500); como de costume, voltou seu olhar para cada detalhe do lugar, que recebe mais de mil alunos diariamente.

Durante a visita, entrou nas salas de aula, con-versou com as crianças e os profissionais, deixando transparecer claramente o entusiasmo pelo que pre-senciava. Afirmou que “o dirigente da LBV foi um gênio” ao fazer uma Educação com Espiritualidade Ecumênica e que, por isso, o trabalho da Obra atinge a perfeição.

No livro do coração, deixou registradas as seguin-tes palavras: “Ao Grande Visionário Paiva Netto. Os visionários sempre estão à frente do seu tempo, mas o amor que contém este projeto é algo mais forte do que apenas uma grande visão. Aqui, em tudo que se vê, Deus está Presente! Parabéns e que a bênção maior sempre esteja presente na vida de todos vocês. Um abraço, Valdir Reinoldo Bündchen”.

O escritor — que lançou recentemente a obra lite-rária O Enigma da Mudança – Mudar é Romper, em noite de autógrafos que reuniu a filha Gisele Bündchen e sua irmã gêmea, Patrícia — fez questão de autografar o título ao dirigente da Instituição. “Para José de Paiva Netto. A minha admiração profunda por sua grande obra. Sinceramente, Valdir R. Bündchen.”

[L.S.M]

Valdir Bündchen:

Diversos veículos de co-municação da capital mi-neira estão divulgando o balanço social da Legião da Boa Vontade em 2004.

O número dos atendi-mentos realizados pela Ins-tituição foi registrado pelos jornais Edição do Brasil, na semana de 22 a 29 de maio, e Hoje em Dia, este último na coluna do conceituado jornalista Paulo César de Oliveira, que deu amplo des-taque na edição de domingo (29 de maio).

“LBV: o expressivo ba-lanço social de 2004”, desta-ca o título da nota publicada pelo colunista. E, na seqü-ência, escreve ele: “A LBV prestou, em 2004, mais de

3,5 milhões de atendimentos por meio de seus diversos programas e projetos socio-educativos, desenvolvidos em dezenas de cidades brasi-leiras, contando sempre com uma legião que ultrapassa os 30 mil voluntários. (...) Tudo isso contribuiu para que a LBV se tornasse a primeira instituição do Terceiro Setor genuinamente brasileira a ser reconhecida em caráter oficial pela Organização das Nações Unidas (ONU) e ter status consultivo no Con-selho Econômico e Social (Ecosoc), o que lhe confere o direito de participar, com poder de voto, de suas reu-niões decisórias”.

Imprensa mineira destaca balanço social da LBV de 2004

O Líder da LBV acertou em cheio ao investir na Educação com

Espiritualidade Ecumênica

Mônica Mendes

Paulo César de Oliveira, Diretor Geral da respeitada revista Encontro Importante, de Minas Gerais.

Acontece

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A Legião da Boa Vontade com-pletou 50 anos de ativida-des na cidade de Pelotas/RS (22/5/2005). Para festejar a

data, a Câmara de Vereadores conce-deu à Obra, em 20 de maio último, o Diploma de Reconhecimento. A sessão especial homenageou também o Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto, com uma Placa Comemorativa, pelos relevantes serviços prestados por ele em favor do Povo brasileiro, em 49 anos nas lides da Instituição. A proposta para as duas honrarias partiu do Verea-dor Milton Martins, sendo aprovada por unanimidade pela Casa.

O Vereador José Size-nando Lopes comandou os trabalhos da mesa, for-mada pela secretária da sessão, Vereadora Diosma Nunes e pelos Legionários da Boa Vontade Adriana Lima e o maestro José Eduardo Paulote de Paiva (que representou seu pai, o jornalista Paiva Netto). Esses Vereadores des-creveram as ações da LBV e de seu dirigente, explicando o porquê de serem merecedores das mais destacadas láure-as do Poder Legislativo.

Milton Martins destacou que foi justo este tributo, pois “a LBV presta um

Câmara de Pelotas festeja realizações da cinqüentenária LBV

Rosana Serri e Alex Dias

O Vereador Milton Martins confrater-niza com jovens da LBV.

trabalho sem igual ao município e serve de exemplo para o Brasil”, concluindo: “Dou os parabéns em nome de todos os pelotenses à dedicação de Paiva Netto que completa, em 2005, 49 anos de trabalho na Legião da Boa Vontade. É um grande Líder!”.

É interessante destacar que várias representações do município se mani-festaram sobre o preito. A ONG Casa da Criança São Francisco de Paula encami-nhou uma carta, assinada pela diretora

Alaíde Motta, na qual ela se congratula com esta “importante instituição da cidade que é a LBV”. E finalizou suas palavras, de-clarando: “A homenagem é merecida, pois é o reco-nhecimento da qualidade do trabalho desenvolvido. Parabéns”.

O Padre Léo Persch, que há tempos acompanha as ações da Obra, conside-ra muito oportuno este ato, porque “a Legião da Boa

Vontade é pioneira em proclamar a Volta de Jesus à Terra”.

Para ajudar e/ou conhecer mais de perto a Legião da Boa Vontade em Pelotas, basta comparecer ao Centro Co-munitário e Educacional da Instituição, localizado à Rua Bernardino dos Santos, 98, Areal, tel. (53) 278-3897.

O Maestro José Eduardo — que re-presentou seu pai, o jornalista Paiva Netto — concede entrevista durante o evento.

A Câmara Muni-cipal de Vereado-res de Glorinha realizou, em 24 de maio, uma Sessão Solene alusiva às comemorações dos 45 anos (23/5/2005) de bons serviços pres-tados pelo Lar e Parque Alziro Zarur, da LBV. O evento contou com a participação de várias autoridades, entre elas o Prefei-to Municipal, João Carlos Fialho Gomes (foto). Centenas de pessoas superlotaram o ginásio poliesportivo do Lar para presti-giar o acontecimento.

Destaque

Rosana Serri e Alex Dias

O Padre Léo Persch com a revista BOA VONTADE

Acontece

Fotos: Liliane Cardoso

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O significado prático da palavra Legião (exérci-to de pessoas) fica claro quando é acrescentada

a este substantivo a expressão Boa Vontade. Isso se reflete nos atendimentos que a LBV promo-ve no Paraguai, diariamente, e beneficiam milhares de pessoas que vivem em regiões de extrema pobreza da capital Assunção e de Fernando de la Mora, quinto maior município do país.

Durante esses 21 anos de constantes realizações em solo paraguaio, a Insti-tuição trabalha para reduzir os índices que demonstram a desigualdade social, a exemplo do analfabetismo, que ronda a casa dos 6,7% da população (2000). Na capital, a Legião da Boa Vontade, por meio do Jardim Infantil e Pré-esco-lar José de Paiva Netto, atende crianças oferecendo-lhes assistência médica e nu-tricional. Além do tratamento afetuoso, elas recebem mais de 80 mil refeições por ano.

Amigos — Ao longo desses anos, a LBV conta com a ajuda da mão-de-obra voluntária, favorecendo, assim, o atendimento às pessoas de baixa renda. O Dr. Gastón Troche realizou uma parceria com a Instituição no início do ano passado. Os resultados ele mesmo conta: “tivemos muito êxito, mais do que o esperado. (...) Para este ano, nos

LBV do Paraguai completa 21 anos

organizamos melhor ainda, para fazer todo o trabalho que objetivamos”.

Marcela Schafer, psicóloga vo-luntária do Jardim da LBV, avalia os alunos atendidos pela Instituição, traça um diagnóstico e, desta forma, inicia o tratamento individual dos estudantes. Na opinião da Marcela, o Jardim Infantil da Obra realiza “um trabalho muito bom”. A psicóloga ainda afirma que “todos os professores da LBV trabalham em con-junto e estão muito bem-preparados”.

“Há um bom nível educativo aqui na Escola da LBV e não só a parte pedagógica como também a emocio-nal, como são tratados os alunos (...). Que Deus ilumine a LBV”, destaca a profissional.

Reconhecimento — As iniciativas da Legião da Boa Vontade também rece-bem o apoio de diversas personalidades paraguaias, a exemplo de Ilse Maria Ramirez Moray, diretora do Instituto

Superior de Ensi-no (ISE), empresa parceira da LBV do País na formação de professores para as séries iniciais. Na análise dela, a LBV merece felicitações “porque 21 anos não se completa a qual-quer dia”. Creio que é porque vocês da LBV formam um

excelente grupo e por poderem trabalhar em equipe é que consegui-ram o sucesso que hoje estão colhendo, e são anos de experiência. Que sigam adiante!”.

O humorista reco-nhecido internacional-mente Carlitos Vera é outro amigo que acom-panha de perto o trabalho da LBV. Em entrevista, ele ressalta que essa li-gação com a Obra já vem de muito tempo: “Estou contente por estar sempre com a Legião da Boa Vontade. Creio que estou com vocês faz 8 ou 9 anos, sempre atuando, colaborando e muito ligado a todos”. [R.O.]

Dr. Gastón Troche

Marcela Schafer

Ilsa Maria Ramirez Moray

Carlitos Vera

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Fotos: Valdir Aguilar

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Parceria entre LBV e as Faculdades Doctum, em Teófilo Otoni, traz mais alegria e bem-estar aos idosos.

Alcidéia Emerick

“Unir o saber acadêmico ao popular”, essa é a diretriz do pro-jeto Vitalidade que é promovido, desde o início do ano, em Teófilo Otoni/MG, graças a uma parceria entre a Legião da Boa Vontade e as Faculdades Doctum (mantida pela Sociedade Educacional do Leste de Minas).

A iniciativa beneficia dezenas de idosos atendidos no Lar da LBV para a Terceira Idade (Rua Capitão Leonardo, 620, Grão Pará, tel.: (33) 3522-6555), levando-os a se integrar mais com a sociedade, e reúne, em sua ação, professores e estudantes dos cursos de serviço social e enfermagem.

A supervisão do projeto fica a cargo da assistente social e ge-rontóloga Liliane Guerra, coorde-nadora do curso de serviço social das Faculdades Doctum, que conta ainda com o apoio da supervisora técnica, assistente social e profes-sora Marcíria Castellani Rocha. As

duas acompanham o serviço feito pelas monitoras Marcela Murta de Matos, Fabrícia Aparecida Souto Farias, Rosa de Fátima Vieira, Vivian Damasceno e Fernanda Olmo Schaper, que colaboram e aprendem também muito com esta turma de cabelos brancos.

O grupo de universitários de-senvolve atividades recreativas, lúdicas; realizam reuniões com funcionários do Lar para identifi-cação de problemas e a busca de soluções, melhorando, assim, o convívio entre os vovôs, incenti-vando a visita de familiares, além de estimular práticas que envolvam outros grupos da Terceira Idade. Os resultados já podem ser con-feridos no dia-a-dia dos internos, a satisfação, alegria e sensação de bem-estar de cada um deles, além de uma maior socialização entre os atendidos e todos os que atuam nas tarefas diárias ou visitam o local.

A professora Marcíria regis-

trou, no livro de visitas do Lar da LBV, a sua opinião a respeito dessa empreitada, dos benefícios e a importância de se trabalhar preventivamente para um envelhe-cimento saudável: “‘Há um tempo para cada coisa’. Ensinamento que nos faz refletir tanto sobre ‘os tem-pos’ específicos de nossas vidas: infância, adolescência, maturidade, envelhecimento; tempo de ser feliz e sofrer, de plantar e colher, de nascer e morrer. Ainda podemos questionar sobre o tempo de fazer acontecer, entre nós, um mundo melhor para se viver: deixar para depois, quando as políticas sociais forem mais eficientes e tivermos políticos comprometidos com o social, ou, diante de todas as diver-sidades, por meio da criatividade e do próprio ‘jeito brasileiro’ cons-truir, aqui e agora, uma sociedade mais justa e feliz”.

Para a assistente social, a Le-gião da Boa Vontade proporciona o trabalho em equipe e dá opor-tunidade para que outros se inte-grem a seus programas: “O Lar da LBV tem feito a sua hora, não espera acontecer. O acolhimento, o sentido de vida — que não se baseia no individualismo crescente que vivemos em nossa sociedade — fundamenta o grupo, afinal, juntos, podemos mais. Fazem do Lar um lugar melhor para se viver e, num grande sentimento solidá-rio, abrem as portas para receber diversos segmentos da sociedade, que contribuem para que cada dia vivido neste lugar seja melhor”. E completou: “Podemos dizer que a LBV tem muito que ensinar a todos que tiveram a chance de visitá-la”.

Envelhecer com saúde

Universitários posam para foto com os idosos atendidos pelo Lar da LBV, após desenvolverem atividades lúdicas e recreativas na Instituição, em Teófilo Otoni/MG.

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Melhor Idade

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Continuo, nesta edição, apresentan-do trechos do Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, agora no que diz respeito à Educação, Cultura, Esporte e Lazer. O documento, promulgado em 1º de outu-bro de 2003, dá proteção aos indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos. Vamos, então, ao texto:

“Art. 20. O idoso tem direito à educação, cultura, esporte, lazer, diver-sões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.

Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, meto-dologias e material didático aos progra-mas educacionais a ele destinados.

§ 1º Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua integra-ção à vida moderna.

§ 2º Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão de conheci-mentos e vivências às demais gerações, no sentido de preservação da memória e da identidade culturais.

Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respei-to e a valorização do idoso, de forma a eliminar preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.

Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo menos cinqüenta por cento nos

ingressos para eventos artísticos, cul-turais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais.

Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e cul-tural e ao público sobre o processo de envelhecimento.

Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas e incentivará a publica-ção de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual”.

O Lar Alziro Zarur, da LBV, para a Terceira Idade em Uberlândia/MG co-memora, neste 28 de junho, 44 anos de bons serviços. Mais de quatro décadas de amparo aos idosos que vivem em situação de risco social, oferecendo um atendimento de qualidade a quem já fez tanto pela sociedade.

No local, os internos recebem qua-tro refeições (café da manhã, almoço, lanche da tarde e ceia), com supervisão de um nutricionista; cuidados de enfer-magem 24 horas por dia; atendimentos fisioterápico (em uma clínica instalada em suas dependências) e médico.

Outra grande preocupação é motivar os vovôs e vovós da Casa a participar de atividades culturais, esportivas e de lazer, como passeios, festas, entre outros... Nesse trabalho, a Obra agra-dece o apoio valioso de estagiários da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com o projeto Afrid (Atividade Física e Recreativa para a Terceira Ida-de), e dos alunos do curso de Psicologia do Centro Universitário do Triângulo. Jovens voluntários do Centro Espírita Joana D’arc ministram também aulas de alfabetização e arte, além do Lar contar com a colaboração da Escola Nade, na qual os idosos fazem hidroginástica.

O Lar Alziro Zarur está localizado na Rua Padre Pio, 1353, Martins, tels. (34) 3236-2377 e 3214-4696.Visite e ajude a LBV a ajudar a quem precisa!

Lar da LBV em Uberlândia completa 44 anos

Ledilaine Santana

Estatuto do IdosoJornalista Walter Periotto

Envelhecer com saúde

Lar Alziro Zarur, da LBV, para a Terceira Idade, em Uberlândia/MG.

Sete dicas simples para ser feliz

1 – O seu lar pode ser um belo jardim. Casa ou apartamento.2 – Cultive plantas, amor, paz e ale-gria; aliás para estes três últimos não é preciso nem espaço.3 – Alimente-se com frutas, legumes e verduras; além de deliciosos, fazem muito bem para a saúde e pele.4 – Faça exercícios com moderação, e se tiver de realizar um grande esforço físico, peça a colaboração dos paren-tes, amigos e vizinhos.5 – Convide os de sua idade para compartilhar mais do seu dia-a-dia. A amizade é um dos maiores tesouros de uma pessoa.6 – Ande muito a pé. Seu corpo neces-sita disso, mas com tênis adequado.7 – Viaje sempre que puder. O Brasil é belo e muito acolhedor.

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O Despertar de uma

É justamente sobre o solo das Minas Gerais que o Brasil virá brotar novas idéias a respeito de um tema polê-

mico e, ao mesmo tempo, atual: Política. A inovação fica por conta do foco dos debates, voltado para a Espiritualidade Ecumênica. Com esse intuito, a Juventude da LBV se reunirá em Uberlândia, dia 25 próximo, para discutir “O Jovem na Política de Deus”. Este tema foi escolhido pelos próprios militantes do movimento e de forma bem de-mocrática: por meio de votação.

O curioso é que a edição his-tórica do evento (a de número 30) ocorrerá um dia depois do aniver-sário de quatro décadas de criação do Partido da Boa Vontade (PBV), que foi registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral em 24 junho de 1965, data dedicada à memória de São João Batista.

O encontro na cidade mineira revive justamente esses mesmos ideais. Serão jovens de todas as idades — do País e fora dele —, que vão propor uma nova forma de a população participar da vida social do mundo. A idéia sur-ge como resposta para aqueles que acreditam que a Mocidade é desinteressada pelo assunto. A conclusão do evento é o resultado de estudos que se iniciaram em julho do ano passado. De lá para cá, a militância Ecumênica da Boa Vontade realizou várias atividades com base no tema central.

A realização do acontecimento é apoiada pela imprensa, especial-mente, a de Minas Gerais e Goiás. O jornal Interativo, de Itumbia-

nova consciência

ra/GO, de 10 de junho, publicou matéria intitulada: “LBV promove Congresso Internacional de Jovens em Uberlândia”. Quem também divulgou foi a revista Dystak’s, edição de maio e junho, distribuída na cidade-sede do Congresso.

Por iniciativa da própria Juven-tude Ecumênica, o evento prestará homenagem ao Líder das Institui-ções da Boa Vontade, José de Paiva Netto, pelos 49 anos de trabalhos na LBV, completados em 29 de junho. A data marca o início da jornada do jovem Paiva Netto na Obra, na década de 1950, naquela época, presidida pelo saudoso Fun-dador da Instituição, Alziro Zarur (1914-1979), a quem secretariou por quase um quarto de século.

Programação

Na cerimônia de abertura, o

público será saudado em sete idiomas (Inglês, Português — do Brasil e Portugal —, Francês, Espanhol, Italiano e Esperanto). Às 10 horas, serão realizadas as oficinas e palestras temáticas, com o desenvolvimento do tema central, e haverá apresentações com grupos formados por integrantes da Juven-tude Ecumênica da LBV.

Ao meio-dia, o encontro abre espaço para os futuros jovens fir-marem seu compromisso de expan-são da mensagem de Solidariedade e Amor. Mais tarde, a agitação mu-sical volta ao palco para apresentar canções alusivas ao tema.

O momento mais aguardado é a sessão solene do “30º Congresso Internacional do Jovem da Boa Vontade de Deus” que será coman-dada por Paiva Netto. Na ocasião, o dirigente da LBV realizará a Unção Batismal com os presentes.

Juventude da LBV reúne-se em Congresso Internacional, na cidade de Uberlândia, para debater Política de Deus.

Visão parcial do público no “29º Congresso Internacional do Jovem da LBV”, realizado em Goiânia/GO, em 3 de julho do ano passado, e presidido por Paiva Netto.

Rodrigo Oliveira

Ação Jovem LBV

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Brasília/DF — Divididos em tendas, jovens mi-litantes da capital federal se reuniram para participar do Ato em Defesa da Vida, evento organizado pela Casa Espírita Auta de Souza, e ocorrido no Parque da Cidade. Em seu espaço, a Juventude Ecumênica da LBV desenvolveu o tema: “O suicídio não resolve as angústias de ninguém”. Durante todo o encontro, foi distribuído o panfleto “Matéria também é Espírito”, do escritor Paiva Netto, no qual ele discorre sobre a essência do Ser, que é a espiritual.

São Paulo/SP — Um dia após o forte temporal que atingiu a cidade (25 de maio), a militância jovem da LBV percorreu o bairro da Barra Funda para realizar uma atividade ambiental: conscientizar a população sobre a reciclagem e o quanto ela pode ser importante para evitar tais tragédias. De porta em porta, a juventude instruiu os moradores e se comprometeu a recolher o lixo reciclável no sábado dia 28. A comunidade entendeu o recado e separou os objetos que, posteriormente, viraram brinquedos e foram entregues às crianças residentes na Favela do Moinho, comunidade bastante atingida pelas chuvas e atendida pela Legião da Boa Vontade.

Campinas/SP — Inspirada pelo artigo “Estamos respirando a morte”, de autoria do jornalista Paiva Netto e publicado na revista BOA VONTADE edição nº 200, a Juventude Ecumênica da LBV realizou uma grande mobilização ecológica em Campinas, interior de São Paulo. Os moradores dos bairros Vila Castelo Branco e Jardim Garcia receberam a mensagem “A destruição da Natureza é a extinção da Raça Huma-na”, bandeira defendida há décadas pela Instituição. Também foram contemplados os motoristas que passavam pelas principais vias da região.

Leme/SP — Numa parceria entre a Secretaria da Educação e Cultura e a Universidade Livre do Meio Ambiente Souza Queiroz, a cidade comemorou o Dia Mundial do Meio Ambiente no Parque Ecológico Mourão. A Juventude da LBV propagou esta asser-tiva da Dialética da Boa Vontade: “A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana”. Além disso, a militância presenteou o Prefeito da cidade, Geraldo Macarenko, com um exemplar do livro Reflexões da Alma, de autoria de Paiva Netto.

Juventude Solidária

Panfletagem ecológica

Defesa da Vida

Dia Mundial do Meio Ambiente

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Ação Jovem LBV

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Agradecemos as cartinhas das crianças de todo o Brasil e Exterior, que nos escreveram após lerem os livros do Bolo com Pudim

Editorial:

“Aqui vai o meu agradecimen-to por esse livrinho. Gostei muito de todas as histórias, elas são lin-das. O que mais gostei é que os meus Anjos da Guarda são invi-

síveis, mas eles estão sempre perto da gente, isto é bom. Gostei muito, assim, a gente tá pro-

tegido e eu agradeço muito”.Daniela de Araújo, 8 anos

“A história está falando do mundo real que estamos vivendo, pois com tanta seca no mundo, vamos acabar ficando sem água, e o que pode acontecer, é tudo acabar. Se comparar as pessoas com Juca e o Leo, que viviam brigando por dinheiro e fazendo guerra, e nem sequer lembram de Deus e nem oram

pedindo a Deus para nos proteger”.Giovana Áurea Ferreira da Costa, 5 anos.

“Eu achei essa história muito legal e divertida. Eu aprendi que para conseguir alguma coisa na vida é preciso construir seu futuro com muito suor do seu

trabalho”.Rayza Fonseca Coe, 6 anos

Cartinhas

Gustavo Vilela Ribeiro, 6 anos, Uberlândia/MG

Giuliana Dametto, 5 anos, São Paulo/SP

Victor Hugo Dametto, 2 anos, São Paulo/SP

Estêvão Augusto dos Santos Marco, 4 anos, São Paulo/SP

Janaina Caribé de Andrade, 3 anos, Salvador/BA

Pedro Henrique de Souza e Silva, 3 anos, Belo Horizonte/

MG

Amanda da Paixão Barreto, 1 ano, Salvador/BA

Bruna Sannie de Jesus, 9 anos, Nova York/EUA

Amanda Vieira, 8 anos, Nova York/EUA Yndiara Pinheiro,

Nova York/EUA

João Victor Duarte, 7 anos, São Paulo/SP

Clara Caroline Botelho, 6 anos, São Paulo/SP

Augusto Faria, 9 anos, São Paulo/SP

Soldadinhos de Deus

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O mundo precisa de paz no coração, porque um dia, se não fizermos nada, pouco vai sobrar da imensidão.

Corações dando as mãos, para ter uma só Humanidade, em um só coração; e se não acontecer isso, só será ilusão, em vez do coração.

Não, não, meu querido amigo Soldadinho de Deus, o Amor um dia irá chegar, pode ter certeza! Mas o que fazer até lá?

Nós podemos sentar e esperar, mas, e se todos fizerem isso, a PAZ não chegará de forma alguma.

Já sei! Podemos erguer as mãos aos céus e fazer uma oração, e você nem vai perceber a destruição, não. Melhor, nem acontecerá destruição, por quê? Porque uma luz imensa descerá do céu, e os anjos irão falar:

— GLÓRIA A DEUS, O NOSSO GRANDE MESTRE E GUIA,

Seu nome? — JESUS!!!

Então, vamos praticar a oração e o perdão, em uma só corrente de coração. Assim, queridos Soldadinhos de Deus, marcharemos em Paz.

E para onde o mundo olhar, Paz encontrará.

Érica Santos de Oliveira, 11 anos, aluna do Instituto de Educação José de Paiva Netto.

AMOR, PORQUE O MUNDO PRECISA DE PAZ

Tifany Dantas Alves, 5 anos, São Paulo/SP

Emmanuel Zarur Mendes Pereira, 7 anos, Salvador/BA

Nataly Simões Dias Pereira, 12 anos, São Paulo/SP

João Pedro Ranolfi Marques, 6 meses,

Salvador/BA

Michael Gustavo Marques Santana, 3 anos, Salvador/BA

Labirinto

9ºMandamento dos

Soldadinhos de Deus

Cumprir, de todo o Coração, os mandamentos

da Lei de deus.(aLziro zarur)

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Pedagogia do Cidadão Ecumênico

Para avançarmos no estudo das características do segundo prin-cípio da Pedagogia do Cidadão Ecumênico (PCE) — Educar o

Espírito eterno — devemos traçar um diferencial entre instrução e Educação, pois, para a PCE, o que caracteriza o educar é a sublimação, pela Espi-ritualidade Divina, do cérebro e do sentimento. A este respeito, escreve Paiva Netto:

“Educar o Ser Humano é colocá-lo na posição de equilíbrio. (...) A grande meta da Política de Deus é a reforma da criatura. (...) Daí a Cru-zada de Reeducação Geral da Legião da Boa Vontade, porque não adianta dar somente instrução, quer dizer, o bê-á-bá, mesmo a Física mais alta, a Matemática mais elevada, a Química mais especializada, o estudo das línguas mais exalçado. Tudo isso é instrução. Pessoas muito instruídas arrastaram a Humanidade para situa-ções difíceis. É preciso aliar, portan-to, a instrução à Educação. Digamos que a instrução seja a inteligência do cérebro, e a educação, a inteligência do coração, da Alma, o sentimento bom. É preciso aliar a inteligência do cérebro à do coração e sublimar tudo isso com a Espiritualidade Ecumênica de Deus*1”.

Priorizar a intuição — simultane-amente à educação da razão e do sen-timento — é a primeira característica deste princípio. O aperfeiçoamento dela é uma forma prática para trans-formar o que é apenas instrução num processo efetivamente educativo. Es-forços expressivos são necessários para que o sistema educacional contemple e valorize as faculdades do Espírito:

“Somos dotados de intuição, fa-culdade natural, que infelizmente não recebe qualquer estímulo de desen-volvimento no sistema educacional contemporâneo”.

Tais palavras de Paiva Netto evi-denciam uma urgente capacidade a ser cultivada nas consciências, por ele mesmo definida:

“Criar a acuidade espiritual ne-cessária para perlustrar, num átimo, por força da Intuição instantânea destacada por Einstein (1879-1955), os caminhos livres que o cálculo humano a si mesmo não permite percorrer”.

Outro notável cientista que vem ao encontro da valorização do desen-volvimento da capacidade intuitiva do educando é o professor Mário Schenberg (1914-1990)*2, que afir-mava*3:

“(...) Eu creio que uma discussão lógica nunca é uma discussão realista. Pode-se aplicar a lógica em toda e qualquer questão, o difícil é ter o senso

de realidade. Eu sempre acreditei na intuição.

“(...) O grande matemático acerta muito mais por intuição do que por contas feitas (...)”._____________*1 Pronunciamento proferido durante a série radiofônica O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, gravado no dia 5/1/1991. O grifo é nosso. *2 Mário Schenberg — Pioneiro da física teórica e da astrofísica moderna no Brasil, interlocutor de Albert Einstein, trabalhou com Enrico Fermi e diversos ganhadores do Prêmio Nobel. Ele introduziu o neutrino na equação devolvida pelo físico russo George Gamow que explicava o colapso estelar, o qual dava origem ao processo explosivo das estrelas supernovas. Foi professor no Exterior e no Brasil, tendo entre seus alunos nomes notáveis como do saudoso cientista César Lattes. Grande incentivador das artes, foi notável crítico de artes plásticas. Militou na política, sendo eleito deputado em várias legislaturas.

*3 O mundo de Mário Schenberg, pp. 19 e 22, Ed. Casa das Rosas e Secretaria de Estado da Cultura do Estado de São Paulo — 1996.

Educando oEspírito Eterno

Equipe de Estudos Ecumênicos

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Revista Boa Vontade �2

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