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  UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃO A C C A AD DE EI I A A  R REVE R RS A A N N A A GE E S S T TÃO D DE  RE ES Í ÍDUOS  S Ó ÓL L I I D D O OS  E ES ST TU UD DO O D DE E CA AS O O N NA A I IN ND DÚ ÚS S T TR RI I A A C CO ON NC CR RE ET TE EI I R RA A Autores : Evelyn Paola Soto RA 079856 Sérgio Akira Sato RA 048219 Orientador : Marcius Fabius Carvalho 1° Semestre de 2008

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃOA CADEIA REVERSA NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOSESTUDO DE CASO NA INDÚSTRIA CONCRETEIRAAutores:Evelyn Paola Soto RA 079856 Sérgio Akira Sato RA 048219Orientador : Marcius Fabius Carvalho1° Semestre de 2008UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE FABRICAÇÃOA CADEIA REVERSA NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOSESTUDO DE CASO NA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE

FABRICAÇÃO 

AA CCAADDEEIIAA RREEVVEERRSSAA NNAA GGEESSTTÃÃOO DDEE 

RREESSÍÍDDUUOOSS SSÓÓLLIIDDOOSS EESSTTUUDDOO DDEE CCAASSOO NNAA IINNDDÚÚSSTTRRIIAA CCOONNCCRREETTEEIIRRAA 

Autores : Evelyn Paola Soto RA 079856

Sérgio Akira Sato RA 048219

Orientador : Marcius Fabius Carvalho

1° Semestre de 2008

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 Logística Reversa II 

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE

FABRICAÇÃO 

AA CCAADDEEIIAA RREEVVEERRSSAA NNAA GGEESSTTÃÃOO DDEE RREESSÍÍDDUUOOSS SSÓÓLLIIDDOOSS 

EESSTTUUDDOO DDEE CCAASSOO NNAA IINNDDÚÚSSTTRRIIAA CCOONNCCRREETTEEIIRRAA 

Melhorias na cadeia reversa de resíduos sólidos de concreto gerados por devoluções,

cancelamentos dos pedidos e atrasos na entrega.

Curso : Engenharia Mecânica

Área de Concentração : Engenharia de Fabricação

Pesquisa acadêmica desenvolvida para a disciplina – IM 326H Tópicos em Tecnologia

Mecânica Cadeia de Suprimentos, durante o primeiro semestre de 2008.

Campinas, 2008

SP – Brasil

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 Logística Reversa III

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... IVLISTA DE TABELAS ........................................................................................................... V

1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................7

1.1. Caracterização do Ambiente ..................... .................................................. .............7

1.2. Problemas, oportunidades e Limites ............................... .........................................9

1.3. Objetivos............................................................................................................... 10

1.4. Justificativa ........................................................................................................... 15

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................ ......................................... ................ 16

3. ANÁLISE ..................................................................................................................... 163.1. Situação atual .................... .................................................. .................................. 16

3.2. Análise da problemática ............................... ......................................... ................ 18

3.3. Comparação (Tabelas, Estatísticas) .......... .................................................. ........... 20

4. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA MELHORIAS FUTURAS .............................. 21

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......... ................................ .................................. 23

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 Logística Reversa IV 

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Fatores de influência na modelagem da Cadeia Reversa. .............................. ...... 18

Figura 2 Perda de Valor no Tempo. ................................................................................. 18

Figura 3 Diagrama do fluxo de dados do processo de pedido e entrega de concreto ......... 16

Figura 4 Concreto Devolvido em % e Valor................................ .................................. 17

Figura 5 Motivos de Devoluções de Produtos .................................................................. 17

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 Logística Reversa V 

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Tempo de Atendimento por região ......................................................................... 20

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 Logística Reversa VI 

RESUMOErro! Indicador nãodefinido.

 

A logística reversa até alguns anos não era um tema prioritário dentro das empresas,

mas agora sua gestão se transformou numa ferramenta essencialmente competitiva. Na

atualidade milhares de empresas estão tomando ações sobre este fator essencial de negócio,

trabalhando em forma integrada nos elementos chaves como é a gestão da informação, da

demanda e dos inventários, procurando planejar por antecipação a atribuição de recursos para

conseguir a otimização de custos. Este trabalho desenvolve a análise na logística reversa da

empresa concreteira, tendo como fator determinante para a recuperação do valor no ciclo de

do concreto.

 Palavras Chave: Logística reversa, Gestão da cadeia reversa, Gestão da informação, Gestão

da demanda, Gestão dos inventários, Cadeia de Suprimentos, Gerência estratégica de

suprimentos.

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 Logística Reversa 7 

1. INTRODUÇÃO

1.1.  C  ARACTERIZAÇÃO DO A MBIENTE 

A exploração da Logística Reversa data dos anos 1975 em países desenvolvidos comoInglaterra e EUA (CARTER; ELLRAM, 1998), onde se aplicaram os conceitos do processo

de distribuição de forma inversa, com o objetivo de se atender as necessidades de

recolhimento de materiais provenientes do pós-consumo e pós-venda. A pouca atenção dada

ao retorno de produtos não consumidos e devolvidos, foi porque as quantidades não ofereciam

maiores dificuldades para as empresas, em geral elas conseguiam absorver desperdícios em

função de maiores margens de lucro. A globalização da economia, a regulação e padronização

do produto, o desenvolvimento de infra-estruturas, os avanços tecnológicos e a

sustentabilidade do meio ambiente que obrigaram as empresas a reconsiderar a forma de geriros negócios, assim como a buscar novos enfoques para manter e ampliar sua presença no

mercado.

O processo de distribuição tem sido acelerado pelo crescente volume de bens oferecidos

no mercado, onde o fornecimento de um produto em tempo e local ideal é fundamental para

que as empresas possam se destacar da concorrência. Mas, este desenvolvimento de

distribuição eficiente e eficaz para atingir aos objetivos da empresa não foi acompanhado pelo

reaproveitamento desses produtos para evitar seu descarte quando não utilizado e assim

também atender aos requisitos do cliente, o qual tem despertado a consciência de uma linha

específica de ativistas ecológicos, que tem exigido ás autoridades competentes, normas e

procedimentos para evitar o impacto do médio ambiente pelas grandes quantidades de

descarte gerado por parte das indústrias. Um exemplo disso foi a cobrança e a exigência do

retorno das baterias de celulares que geram uma grande quantidade de lixo tóxico ao meio

ambiente, porém um alto custo à indústria. Não obstante, esta exigência também tem sido

cobrada no campo das embalagens PET, baterias de celulares e produtos químicos que

causam danos (em alguns casos quase irreversíveis) ao meio ambiente e com Centros e

Grupos de Pesquisas como o CPqD (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento-Fundação

CPqD), Cenpra (Centro de Pesquisa Renato Archer), o grupo Infra V que reúne laboratórios

de universidades como USP, Unesp, Unicamp, UFSCar e Unaerp, além do Ipen e da Embrapa

trabalhando no processo de reutilização, reciclagem e/ou desenvolvimento de novos padrões

de embalagens. Num quadro não muito diferente, porém não menos grave, é o caso da

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 Logística Reversa 8 

Indústria Concreteira a qual por o curto tempo de vida do concreto, merece um estudo

especial na Gestão de sua Cadeia Reversa.

Uma melhora sensível no processo desta cadeia reversa mencionada será de grande

valia para um país onde a indústria da construção civil é a que mais cresce em relação às

outras áreas econômicas. Para tanto este artigo propõe um estudo e análise dos fatores

peculiares intervenientes no processo da logística reversa, de Indústria Concreteira, com

intuito de mostrar os benefícios decorrentes da utilização da mesma para o desenvolvimento

sustentável do ambiente construído.

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 Logística Reversa 9 

1.2.   P ROBLEMAS , OPORTUNIDADES E L IMITES 

Atualmente o gerenciamento dos resíduos sólidos na indústria concreteira, é um dostemas pouco desenvolvidos; mas existem fatores como: a reciclagem e o reaproveitamento

dos produtos derivados das devoluções, que estimulam cada vez mais a responsabilidade das

empresas sobre quando exatamente chegam ao fim o ciclo de vida de seus produtos.

Entre os problemas mais freqüentes e com maior impacto para a geração de resíduos

destacam os itens como o Slump (viscosidade do concreto devido às concentrações de água na

formulação) ou o Traço (formulação que define as quantidades e tipos de areia, pedra e

cimento), conforme se verifica na lista abaixo:

• O slump em não conformidade com os requisitos do cliente;

• O traço alterado;

• As quebras das Bombas de Concreto (BC);

• As quebras dos Caminhões Betoneiras (CB);

• Devoluções de sobras não utilizadas por parte do cliente.

Um item que chama a atenção e os olhares clínicos do gestor e o item relacionado às

devoluções de sobras que foram pagas por contrato por parte do cliente, porém são estas

sobras de materiais não utilizadas ou rejeitadas, que ao retornarem para a unidade concreteira

geram custos adicionais para serem retiradas da unidade concreteira através de um

procedimento não regulamentado, porém é um serviço cobrado e seus custos são certamente

depreciadas do lucro do pedido.

Outro fator de análise que requer uma maior atenção é o destino dos resíduos que são

pagos para serem retirados por terceiros.

A preocupação destes problemas fica em abordá-los em uma ação conjunta e integrada

com a visão ecológica e estratégica. Sendo uma das oportunidades de gestão a

operacionalização dos procedimentos e a outra sua adequada sistematização de forma a

alcançar o menor índice de devoluções que geram o transtorno da Cadeia Reversa.

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 Logística Reversa 10

Há um limite desejado pela indústria concreteira que percentualmente relaciona-se ao

grau de importância ao problema da geração dos resíduos sólidos que se equivalem a: 50%

problemas na gestão operacional, 30% relativo ao custeio e o restante 20% relativo à gestão

ambiental, portanto o foco da análise foi direcionado aos problemas da gestão operacional.

Estes índices percentuais foram colhidos através dos dados da empresa em questão e queneste caso a maior importância foi dada à gestão operacional, dado que já se utiliza um

sistema integrado de gestão para custos e há políticas industriais relativas à gestão ambiental e

que a resolução da gestão operacional favorecerá a minimização dos custos com os resíduos

sólidos e automaticamente afetará em benefícios para a gestão ambiental.

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 Logística Reversa 10

1.3.  O BJETIVOS 

11..33..11..  OObb j jeettiivvoo GGeerraall 

Este trabalho foi desenvolvido com objetivo de obter a partir de uma análise profunda

da cadeia reversa da Indústria Concreteira, estudando os impactos sobre o meio ambiente, o

processo de entrega do produto, a imagem da empresa e os custos gerados, se desenvolverem

algumas propostas estratégicas em cada parte da cadeia de modo a minimizar estas perdas e

melhorar o nível de serviço do processo de entrega do concreto.

1.3.2.  OObb j jeettiivvooss eessppeeccí í f f iiccooss

• Evitar ou (em seu defeito) diminuir a geração de resíduos sólidos através da

gestão eficiente da Cadeia Reversa;

• Agilizar o processo da Cadeia Reversa quando houver;

• Gerir os resíduos de maneira a sobrepujar o conceito atual de “não

comercializar” para não provocar a devolução voluntária;

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 Logística Reversa 15

1.4.   J USTIFICATIVA 

Cremos que nossa abordagem, pode trazer um grau superior de reflexão sobre os fatores

importantes, para o propósito de recuperar de forma mais efetiva e econômica possível o valor

dos resíduos gerados no processo de fabricação e os da devolução de clientes, na procura dos

maiores desafios para obter uma melhora continua no gerenciamento logístico, sem que haja

uma intenção de gerar lucros com os resíduos. 

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 Logística Reversa 16

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Há um tempo os fluxos de bens e informações decorrentes do ponto de consumo para o

ponto de aquisição de matérias-primas, chamado fluxos reversos, não recebiam a devida

atenção, pois se tratava de um volume que representava apenas uma fração do volume dedistribuição direta LEITE, (2003). No entanto, recentemente a logística reversa tem sido vista

como uma fonte potencial de diferencial competitivo para as empresas.

Rogers; Tibben-Lembke (1999) definem a logística reversa como “o processo de

planejamento, implementação e controle eficiente, inclusive de custos, dos fluxos de matérias-

primas, de inventario em processo (estoques), bens finalizados, e informações relativas a eles,

do ponto de consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar ou criar valor ou

ainda dar disposição adequada”.

Fleischmann (2001) ressalta a necessidade de se recuperar o valor dos bens, produtos ou

resíduos, visto ser esta a motivação para a comercialização dos mesmos. Ele define a logística

reversa como “o processo de planejamento, implementação, e controle eficiente e eficaz

do fluxo de entradas e armazenagem de materiais secundários e informações

relacionadas, opostas ao sentido tradicional da cadeia de suprimentos, com o propósito

de recuperar valor ou descartar corretamente materiais”.

Tem-se definido dois canais reversos distintos, de acordo com sua origem na cadeia

reversa, estes são, os canais de distribuição reversos de pós-consumo CDR-PC (LEITE, 2003)

e os canais de distribuição de pós-venda CDR-PV (LEITE, 2003).

Segundo Mueller (2005), a Logística Reversa de pós-consumo vem trazendo o conceito

de se administrar não somente a entrega do produto ao cliente, mas também o seu retorno,

direcionando-o para ser descartado ou reutilizado. Após chegar ao consumidor final o produto

pode seguir em três destinos diferentes: ir para um local seguro de descarte, como aterros

sanitários e depósitos específicos; um destino não seguro, sendo descartado na natureza,

poluindo o ambiente, ou por fim voltar a uma cadeia de distribuição reversa.

O segundo canal de logística reversa de pós-venda caracteriza-se pela devolução de

produtos com pouco ou nenhum uso, que são devolvidos entre os elos da cadeia de

distribuição direta ou pelo consumidor final (FULLER; ALLEN, 1995; LEITE, 2003).

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 Logística Reversa 17

Para este novo formato, o fornecedor não se preocupa apenas em garantir o produto para

o cliente, no menor tempo possível e com total segurança, mas também em estar pronto para

um regresso imediato, caso este seja necessário.

Na realização de projetos de Cadeia de Distribuição Reversa ( Reverse Supply Chain),

(Leite e Felizardo, 1999), destacam fatores que condicionam a necessidade de tornar possível

este fluxo e fatores que podem modificar a estrutura e organização destes Canais Reversos,

entre os quais temos:

Condições do fluxo de materiais:

• Os Custos ainda não têm precisão em sua definição e são de difícil avaliação;

• A Oferta de materiais reciclados, o qual permite a continuidade industrial

necessária;

• A Qualidade adequada no processo industrial e constante para garantir

rendimentos operacionais economicamente competitivos;

Condições essenciais:

• Tecnologia e o teor de determinada matéria-prima podem variar em função do

produto de pós-consumo utilizado, redundando em custos diferentes e

orientando o mercado de pós-consumo para aquele que se apresente mais

conveniente;

• A Logística que caracteriza as matérias de pós-consumo, e em particular a

transportabilidade dos mesmos, é de enorme importância na estruturação e

eficiência dos canais reversos.

• O Mercado deve existir quantitativa e qualitativamente para os produtos

fabricados com materiais reciclados;

Fatores modificadores:

• Ecologia: novos comportamentos passam a exigir novas posições estratégicasdas empresas sobre o impacto de seus produtos e processos industriais;

• Governo: legislação, subsídios que afetam o interesse nos materiais reciclados.

• Responsabilidade Social: valorização social e possibilidade de produção e

consumo de produtos ecologicamente corretos.

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 Logística Reversa 18

Figura 1 Fatores de influência na modelagem da Cadeia Reversa.Fonte: LEITE, 199

A análise da modelagem, para Blackburn et. al.(2004) apud García (2006, pág. 6) deve

levar em conta o valor do produto e sua depreciação no tempo, produtos de alto valor com

rápida depreciação precisam de sistemas ágeis onde o tempo de resposta é o fator relevante

para recuperação de valor, este é o caso da Indústria Concreteira.

Já para produtos com depreciação

baixa, ou de baixo valor é necessária uma

rede reversa eficiente em custo de modo a

minimizar a perda na cadeia.

Figura 2 Perda de Valor no Tempo.Fonte adaptado de: Blackburn et. al., 2004.

California Management ReviewVol. 46, N-2, p.7

Existem setores da indústria nos quais o processo de gerenciamento da Logística Reversa e as

iniciativas de reaproveitamento de resíduos são incipientes, como na indústria concreteira, na

qual é necessário lidar com os fatores que influenciam nos fluxos de retorno, identificando os

obstáculos e dificuldades a serem transpostos para a consecução de um sistema logístico

reverso eficiente, o qual só pode ser alcançado se houver uma ação conjunta e integrada entre

todos os agentes da cadeia produtiva.

% Perda

Em valor

Tempo InsensívelProduto de baixovalor marginal dotempo de retorno

Tempo

Tempo SensívelProduto de alto

valor marginal dotempo de retorno

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 Logística Reversa 19

Entretanto, na produção do concreto, não podem ser ignorados os custos que o processo

de logística reversa pode acarretar quando não é feito de forma intencional. Isto é, pode

acontecer e é o que se percebe com mais freqüência que materiais que voltam aos seus centros

produtivos acarretam custos adicionais, muitas vezes altos para as empresas, uma vez que,

processos como armazenagem, separação, conferência, distribuição serão feitos emduplicidade, e assim como os processos, os custos também são duplicados. 

Durante o processo de fabricação e distribuição do concreto consideram-se cinco os

fatores que influenciam diretamente: os materiais constituintes, o processo construtivo, as

propriedades físicas do concreto e o tipo de carregamento e a natureza do ambiente a que é

exposto. Dos quais o fator variação das propriedades físicas do concreto tem um impacto

significativo e influi no retorno de produtos. Neste caso o Slump é utilizado como indicador

para determinar a consistência através do ensaio de abatimento do concreto; e verificar se a

trabalhabilidade do concreto é correta.

O slump deve estar no intervalo determinado pela obra em questão e pode haver um

limite máximo de diferença deste slump da ordem de 2,5 para mais ou para menos

considerados pelos engenheiros como um limite aceitável.

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 Logística Reversa 16

3. ANÁLISE

3.1. S ITUAÇÃO ATUAL 

Em visita às Indústrias concreteiras foi possível verificar in-loco o grande problema dogerenciamento do resíduo sólido que é gerado e que em alguns casos fica claro que é difícil

evitar tal situação.

Para uma melhor compreensão do processo de pedido e entrega do concreto, se elaborou

o diagrama de fluxo de dados, representado na figura 3 e seu fluxo enumerado pelos

processos identificam a seqüência correta que nos permitirá uma visão mais clara da interação

das atividades envolvidas no processo. 

Figura 3 Diagrama do fluxo de dados do processo de pedido e entrega de concreto

Para focar melhor o estudo da cadeia reversa na indústria concreteira nos baseamos na

análise dos dados proporcionados por uma importante empresa do país, os quais são

mostrados nas figuras 4 e 5. No primeiro gráfico se detalha a quantidade de concreto

devolvido em percentagem e valor, considerando o exercício fiscal de 12 meses, em cada uma

das 9 regiões que estão dentro do radio de atuação da empresa. No segundo gráfico se

apresentam os principais motivos das devoluções de produtos em percentagens considerando

um período mensal, as características de cada motivo serão abordadas no seguinte ponto.

Cliente Faz pedidos

D1 Pedidos

ArmazenaPedidos

D2 Estoques

D3 Recursos

CaminhõesBombas

Motoristas

Quantidades

Quantidades

Aprovado para entrega

DFD-Diagrama de Fluxo de Dados

Lançar 

Pedidos

1

Programar Entregas

2

Verificar Recursos

Disponíveis

4

Verificar estoques

3

Estoques disponíveis

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 Logística Reversa 17

Uma das práticas comuns realizadas pelas empresas concreteiras, para um destino dos

resíduos gerados, é o pagamento a terceiros para a retirada do concreto por transporte,

observando-se este fato como um fator de risco por não se ter atualmente um conhecimento

do destino final destes resíduos. Sabe-se que o destino final dos transportes são aterros, porém

não há um controle efetivo dos mesmos podendo estes estar sendo utilizados em obras quepodem causar algum risco de vida, como construções de lajes ou vigas com material não

apropriado para este destino.

Figura 5 Motivos de Devoluções de Produtos

Figura 4 Concreto devolvido em % e valor

1.7

2.9

4.6

4.6

9.8

12.1

18.5

19.1

26.6

0 5 10 15 20 25 30

%

Contaminação do Agregado

Atraso Cliente

Erro de Programação

Trânsito

Quebra Central

Atraso empresa

Quebra CB

Quebra BC

Slump / Traço Alterado

Motivos de Devolução

Concreto Devolvido [% & Valor] 

0.0% 0.2% 0.4% 0.6% 0.8% 1.0% 1.2% 1.4% 1.6% 1.8% 

1000 

2000 

3000 

000 

5000 

6000 

% Volume Devolvido 0.01202601  0.01238223  0.01698285  0.00666599  0.00339046  0.00  0.0139982  0.0037984  0.01138460 % Volume Devolvido 0.01011587  0.01255452  0.01442237  0.00713381  0.0072182  0.01541782  0.01427179  0.00579285  0.01100407 % Volume Devolvido 0.005 Vol Devolvido Acumulado -exercicio fiscal-últimos 12 meses

1612 

Região 1  Região 2  Região 3  Região 4  Região 5  Região 6  Região 7  Região 8  Região 9 

769  1192.5  307  312.5  503.5  124.5  87  4908 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 0.005 

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 Logística Reversa 18

3.2.  A NÁLISE DA PROBLEMÁTICA 

Na empresa em questão analisada atualmente há cerca de 30 unidades concreteiras no

país e destas, as maiores unidades chegam a possuir até 5 silos de concreto, os quais apenasatendem aos pedidos regionais, por ter seu raio de atuação limitado pelo fator do ciclo de vida

curto do concreto, onde o lead-time de entrega do pedido fica reduzido em 2,5 horas a partir

da reação química do concreto.

Na empresa em questão analisada atualmente há cerca de 30 unidades concreteiras no

país e destas, as maiores unidades chegam a possuir até 5 silos de concreto e claramente

soma-se a esta informação o fato de que por ser um produto com um ciclo de vida muito curto

que estes silos apenas atendem aos pedidos regionais, haja vista que o lead-time de entrega de

um pedido a partir da reação química do concreto é de 2,5 horas o que limita o raio de atuação

de uma unidade concreteira.

De acordo ao acima mencionado entre os principais índices coletados na indústria

concreteira um alto grau de devoluções dos produtos se encontram relacionados à:

a)  Slump ou Traço alterado  que refletem diretamente na viscosidade ou

consistência do concreto é o fator de maior índice de não aceite do produto e

ganha de longe do segundo colocado e ainda é uma das poucas formas para se

aferir a não conformidade do produto com o pedido efetuado. O slump é aferido

através do Cone de Abrams que é muito semelhante a um funil com medidas de

30 cm de altura, boca maior do cone de 20 cm e boca menor superior do cone de

10 cm e que é completada com o concreto e ao se retirar o cone verifica-se a

medida em centímetros que o concreto cede por gravidade. O slump deve estar

no intervalo determinado pela obra em questão e pode haver um limite máximo

de diferença deste slump da ordem de 2,5 para mais ou para menos considerados

pelos engenheiros como um limite aceitável. A variação do slump pode estar

influenciada pela Bomba de Concreto (BC) que é instalada no cliente e com isso

alguns tipos de devoluções podem ocorrer devido à bomba não adequada ao

concreto recebido.

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 Logística Reversa 19

Um dos fatores detectados que causaram a variação do slump foi a falta de

conhecimento adequado dos motoristas sobre a aplicação do concreto para uma

obra especifica, incorrendo em erros na dosagem d’água.

b)  Quebras de Bombas de Concreto (BC) não deveriam participar com certa

relevância em um índice como este, porém como ocorre normalmente nos

equipamentos eles possuem um MTBF ( Max Time Between Failure) não muito

grande por trabalhar constantemente com “material pesado” e como as pedras de

granito que ora são pequenas, ora são grandes. Como estas bombas são

instaladas no cliente para o bombeamento do concreto, ocorrem casos em que o

caminhão betoneira chega ao local e a bomba de concreto está quebrada ou

quebra durante o bombeamento e como o tempo para a montagem de uma nova

bomba ou a espera para o conserto pode ser grande ocorre a perda do concreto.

c)  Quebras do Caminhão Betoneira (CB) podem ser das mais diversas possuindo

um claro elemento que pode ser atacado previamente, um item como a

 Manutenção Preventiva que as empresas em geral delegam a um segundo plano,

pois o investimento neste quesito sempre possui um retorno em longo prazo e

que sua eficiência apesar de conhecida dificilmente pode ser mensurado pelos

gerentes por demandarem mais controle e conseqüentemente mais mão de obra

para executá-los (fato do qual é sempre questionado em novos investimentos) e

obviamente mais custo além da própria Manutenção Preventiva.d)  Atraso da Concreteira que reflete diretamente no aumento do índice de

resíduos sólidos. Portanto é fundamental que haja uma política de gestão

eficiente para a diminuição no atraso. Entrando em maiores detalhes podemos

perceber que se houver o atraso pela Concreteira, então fatalmente acarretará um

comprometimento no indicador de Quantidade de Resíduos Sólidos.

Uma das causas que podem ser citadas como atraso da concreteira é relativo a uma dos

fatores mais antigos e conhecidos na literatura industrial, ou seja, a falta de estoques.

Como o estoque de concreto é um produto de difícil armazenagem devido à sua

pericividade do ciclo de vida, manter altos índices de estoques acarretam no aumento do risco

de perdas e conseqüentemente no aumento do custo final do produto, com isto é necessário

manter um abastecimento contínuo, adequado e com freqüência, linear para minimizar os

riscos, o que gera eventualmente a falta do produto na concreteira.

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3.3. C OMPARAÇÃO (T  ABELAS ,  ESTATÍSTICAS )

Tabela 1 Tempo de Atendimento por região

Na pesquisa em campo obtemos alguns dados relativos às quantidades em m3 

fornecidos aos clientes e suas respectivas classificações por tempo de atendimento percebem-

se nesta tabela que o tempo de atendimento medio é adequado ao tempo máximo para o

fornecimento do concreto que atualmente é 2.5 horas.

Outra observação importante é que a média percentual do volume devolvido não

ultrapassa 1.5%, fato do qual o investimento para o gerenciamento da cadeia reversa não

aumento nos últimos anos e apesar de ser notada uma maior necessidade na área operacional

relacionada aos resíduos sólidos, o destino incerto pode ser mais perjudicial à imagem das

empresas, pois podem arranhar sua marca.

<=30min 30-60min >60minRegião 1 60.10 12.80 27.20

Região 2 41.00 10.20 48.80

Região 3 52.50 8.00 39.50

Região 4 53.80 15.40 30.80

Região 5 59.80 11.00 29.20

Região 6 46.60 11.70 41.60

Região 7 77.60 6.60 15.80

Região 8 54.80 9.20 36.00

Tempo de atendimentoRegião

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 Logística Reversa 21

4. CONCLUSÃO E SUGESTÕES PARA MELHORIAS FUTURAS

Os autores concordam que a boa administração da Logística Reversa reflete em

vantagens competitivas para as empresas. No resultado da análise realizado na cadeia reversa

da indústria concreteira, se identificaram que um dos maiores problemas está na falta de umapolítica para decidir o destino dos resíduos gerados que permitam a integração da logística

reversa ao fluxo normal de produção e distribuição do concreto.

Como o índice de devoluções não é regular, buscar uma oportunidade no

reaproveitamento deste material devolvido é ainda um grande desafio para este ramo da

construção civil, e não é abordado pelas empresas com afinco.

Algumas condições e fatores particulares de cada unidade concreteira não favorecem

uma solução única no reaproveitamento dos resíduos sólidos como é o caso de unidades onde

a cidade cresceu ao seu redor e atualmente não há espaço físico para mudar o procedimento

atual, exceto se houver um estudo de uma nova planta para a cidade em outro local, mas

existe um pequeno leque de opções que podem ser adequados de acordo com as deficiências

estudadas e que devem ser estudas caso a caso.

Uma das oportunidades para aproveitamento de forma imediata dos resíduos sólidos de

retorno de forma imediata e que sem um investimento de soma vultosa é a utilização do

concreto devolvido reaproveitando-o na elaboração de novos produtos como de:

• Mourões;

• Plaquetas para calçamento;

• Sarjetas para o meio fio;

Há dois fatores que podem limitar a produção deste ou daquele produto, sendo estes:

• O espaço disponível em cada unidade concreteira para a secagem dos produtos

fabricados;

• O “aproveitamento dos resíduos no mesmo dia da devolução” em detrimento damão de obra e da máquina que permanece revirando os resíduos.

Uma das ações corretivas para conseguir a melhora contínua dentro da gestão

operacional que se considera fundamental são a capacitação e desenvolvimento de

competências dos motoristas em temas como:

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• A importância da dosagem adequada d’água no caminhão betoneira;

• Slump correto em cada uma das aplicações finais do concreto;

• Conhecimento da importância do traço e suas variâncias relativas ao Slump

Por estarem estes envolvidos diretamente com a variação do slump após a saída docaminhão da unidade concreteira, ou seja, a partir deste momento a qualidade do concreto

encontra-se totalmente nas mãos do motorista, assim sua capacitação pode ter reflexos muito

positivos para a diminuição do indicador de resíduos sólidos gerado pela variação do slump

ou traço alterado.

Outro fator interessante para evitar as perdas é o de melhorar ainda mais o fluxo de

informações, realizando um uso adequado do  feedback  que facilite o controle do sistema,

partindo, por exemplo, desde o motorista até a unidade concreteira para evitar solicitações

erradas de concreto adicional por parte do cliente sem o prévio conhecimento in-loco do

andamento do descarregamento.

Melhorar os procedimentos para o retorno do concreto com pesagem de caminhão ou

controle de vazão para mensurar de forma mais acurada as quantidades perdidas e assim

direcionar mais investimentos para evitá-los.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Management Review Vol. 46, No.2 Winter 2004. In : GARCIA G. Manuel, XIII SIMPEP

Bauru, São Paulo, SP. 2006. Logística Reversa : uma alternativa para reduzir custos ecriar valor. P. 6-7.

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Luk N. Van. , Reverse Supply Chains for Commercial Returns. California Management

Review Vol. 46, No.2 Winter 2004.

CARTER, C.R.; ELLRAM, L. M., Reverse logistics: a review of the literature and

framework for future investigation. Journal of Business Logistics, vol.19, n.01, 1998. p.85-

102.

FLEISCHMANN, M.. Quantitative Models For Reverse Logistics. Berlin, Springer, 2001.

Lecture Notes in Economics and Mathematical Systems, 501P.

FULLER, Donald, ALLEN, Jeff. Reverse Channel Systems. In Polonky, 1995.

LEITE, P.R.. Logística Reversa: Meio Ambiente E Competitividade. São Paulo, Prentice

Hall, 2003.

POLONSKY, Michael J., et al (Eds.). Environmental Marketing: Strategies Practice ,

Theory and Research. New York: Haworth Press, 1995.

ROGERS, D.S; TIBBEN-LEMBKE, R.S., Going Backwards: Reverse Logistics Trends

And Practices Pittsburgh , Pennsylvania: Rlec Press, 1999