reverse 2 cap 01 - mil tragédias

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Reverse 2 Capítulo 01 – Mil Tragédias O nome dele é Conde do Milênio. Aquele que conduz o mundo para o seu fim. Orelhas pontudas, uma boca gigante. Sua coisa favorita — tragédias. Ring-ring-ring. Montanhas de telefones empilhados estão tocando. Ring-ring-ring. Cercado pela montanha de telefones, o Conde está sorrindo como sempre. Todos os que estão no telefone do Conde estão ligados a uma tragédia. Incontáveis tragédias vêm à vida no mundo, esperando a visita do Conde. Como ovos segurando tristeza, eles mal podem esperar para o dia de nascerem como Akumas. -- O Conde está muito ocupado. Ele anda pela cidade com um salto em cada passo. A rua de paralelepípedo vermelho- marrom parece chocolate. Musica animada é ouvida à distância. Balões em todas as cores de doces dançam pelo céu. As pessoas riem alto. Parece que há um festival hoje. O Conde atraído pelo barulho, de repente para. Uma pequena criança está agarrando sua manga. Cabelos ruivos escuros e um casaco marrom: uma criança em tons de outono. Ele olha como se pudesse levantá-lo facilmente com uma mão, ele é muito pequeno. Lágrimas escorreram em suas bochechas vermelhas. “O que foi?” “Mamãe, cadeeee você?” A criança chorando não mostrava nenhum sinal de se afastar do Conde.

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Reverse 2 Cap 01 - Mil Tragédias

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Page 1: Reverse 2 Cap 01 - Mil Tragédias

Reverse 2 Capítulo 01 – Mil Tragédias

O nome dele é Conde do Milênio. Aquele que conduz o mundo para o seu fim. Orelhas pontudas, uma boca gigante. Sua coisa favorita — tragédias.

Ring-ring-ring. Montanhas de telefones empilhados estão tocando. Ring-ring-ring. Cercado pela montanha de telefones, o Conde está sorrindo como sempre. Todos os que estão no telefone do Conde estão ligados a uma tragédia. Incontáveis tragédias vêm à vida no mundo, esperando a visita do Conde. Como ovos segurando tristeza, eles mal podem esperar para o dia de nascerem como Akumas. -- O Conde está muito ocupado. Ele anda pela cidade com um salto em cada passo. A rua de paralelepípedo vermelho-marrom parece chocolate. Musica animada é ouvida à distância. Balões em todas as cores de doces dançam pelo céu. As pessoas riem alto. Parece que há um festival hoje. O Conde atraído pelo barulho, de repente para. Uma pequena criança está agarrando sua manga. Cabelos ruivos escuros e um casaco marrom: uma criança em tons de outono. Ele olha como se pudesse levantá-lo facilmente com uma mão, ele é muito pequeno. Lágrimas escorreram em suas bochechas vermelhas. “O que foi?” “Mamãe, cadeeee você?” A criança chorando não mostrava nenhum sinal de se afastar do Conde.

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“Eu acho que eu não tenho escolha.” De seu bolso, ele retirou uma corda. Com habilidade, ele amarrou a criança em suas costas e voltou a andar.

*** O Conde saiu carregando a criança sobre as costas. Ele se dirige a uma cidade no Leste. Essa região tem uma aura de serenidade, com templos e estátuas de pedra aqui e ali. Os moradores de cabelos e olhos negros fitavam o Conde, surpresos. Bem como eles deveriam, já que o Conde, com suas orelhas pontudas e seu estranho chapéu, apareceu sem avisar no caminho de ervas crescidas como uma flor Raflésia venenosa. O Conde para na esquina de uma das casas a beira da estrada. Nessa casa, um homem entrou em sono eterno. Uma jovem mulher debruça-se sobre ele, chorando. Seu cabelo, que balançava a cada vez que ela soluçava, é como um rio de tinta. Apenas sons roucos saem de sua garganta agora. Mas ela não faz esforço para parar de chorar. O Conde gentilmente se aproxima. “O que houve?” Como uma flor úmida de orvalho, a mulher olhou para cima com lágrimas ainda visíveis em suas bochechas. “Ele que jurou no nosso casamento votos para passar toda sua vida comigo, se foi. Ele foi para os deuses.” “Então nos deixe trazê-lo de volta de suas desprezíveis mãos.” Um traço de esperança apareceu em seu rosto. A força voltou para os seus olhos vazios. Ela não havia percebido que estava dando o primeiro passo na escada que a levaria para a forca. Ela jamais imaginaria que tamanha tragédia se aproximava dela. “Como...?” “É fácil. Tudo o que você tem que fazer é chamar pelo nome do seu amado.”

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“Só isso?” Ela exclamou em surpresa. A esperança inundou seu coração, tentando-a. A voz do Conde é um veneno. Mas para ela, ela era doce como mel. Um mel cativante que ela não podia alcançar. “Mas... trazendo o morto de volta para a vida... como poderia...” Seu coração vacila. O Conde sorriu brilhantemente. “Por favor, considere isso. Eu passarei por aqui mais tarde.” É verdade; o único que pode conceder seu desejo é o Conde. Ele conhece seu coração como se ele o tivesse na palma de suas mãos. Quando eles se encontrarem de novo, ela certamente chamará o nome de seu amado. Tão fortemente que os céus ouvirão. Desejando mudar a ordem do mundo. Sem saber do grande preço que iria pagar. Ela roubará a alma do seu amado, que pertence ao outro mundo. E então ela trará uma nova tragédia ao mundo. O menino estava assistindo, seus grandes olhos abertos.

*** Do seu bolso, o Conde tira um pedaço branco de papel amassado. “Eu acho... que já é a hora. Vamos.” Dessa vez, eles correm ao oeste. Nos confins do oeste há uma cidade de mineração que até não muito tempo atrás era próspera e com homens que sonhavam em fazer uma rápida fortuna. Mas agora, apenas poeira vermelha vaga pelas estradas. Não há sequer uma alma à vista. O Conde ia em direção à uma cabana. Uma pequena criança jaz gélida na cama. Apenas dois ou três anos mais velha que a criança que o Conde carregava em suas costas. A criança não pôde viver nem dez anos no mundo. Doenças atingiram aquele corpo pequeno, e no fim, sua vida se foi.

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O pai está gentilmente apertando as mãos da criança. A criança não retribui. Mas o pai continua segurando a mão da criança, esperançoso de que, em algum momento, ele vá apertá-la de volta. Esse menino era a única família que restara do pai, e a criança da sua amada esposa morta. O pai fez de tudo que pôde para curar seu filho das doenças. No entanto, um fim cruel os aguardava. -- Incontáveis lindas flores são oferecidas em oração pelo repouso da alma da criança. Envolto pelo seu perfume rico, o pai continuava imóvel como uma estátua. “Você se decidiu?” O pai lentamente levantou sua cabeça, e concordou. Desespero e tristeza consumiram seu senso comum. A tristeza cega os olhos das pessoas. Ele não via nem mesmo o zombar que aparecia no rosto do Conde. O Conde produz um corpo demoníaco na forma de um esqueleto. O pai grita o nome da criança, como ele havia falado. A voz dele chega gentilmente a alma adormecida da criança e violentamente a traz de volta para o mundo dos vivos. O Conde assistia, satisfeito. A alma da criança havia entrado do corpo demoníaco. O Conde elevou os cantos de sua bola em um sorriso. O corpo demoníaco abre a boca do pai à força e se força a entrar em seu corpo. O Conde bateu palmas e riu. A pele é do pai, o esqueleto é matéria negra, e a alma aprisionada é a criança. Uma máquina horrível foi criada. E outro dos brinquedos do Conde nasce em meio às lágrimas. Nas costas do Conde, o garoto cochila.

***

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“Deveríamos ver como as coisas estão indo?” O Conde vai para o sul. Lá há uma cidade onde um ardente sol brilha. Pessoas moneras, devido ao sol, caminham alegremente. O destino do Conde é uma pequena casa de tijolos vermelhos. Um senhor idoso mora lá sozinho. Ele havia se mudado de um país distante do norte, trazendo apenas seus sonhos. Ele trabalhou incessantemente e conheceu sua amada esposa, com quem ele passou tempos de alegria e tristeza. Uma semana atrás, o senhor perdeu a senhora que havia sido sua companhia por muitos anos. Em frente ao senhor cabisbaixo, apareceu o nosso próprio Conde do Milênio. Agora, o senhor e a senhora eram apenas carne. O Conde ofereceu a eles a felicidade distorcida. O fruto da tristeza humana. O resultado da estupidez humana. Isso é um Akuma. O Akuma na forma do senhor é uma arma, como um recém-nascido. Ele tem que nascer. O Conde sussurrou próximo ao seu ouvido: “Agora, mate. Então você irá crescer e crescer.” O senhor desajeitadamente levanta da sua cadeira de balanço. Seu olhar lentamente direcionou-se para a casa vizinha. Outro casal de senhores felizes, vive ali. O senhor acaricia sua longa barba. “Este poderia ser um bom lugar para começar.” Disse o Conde. A cadeira de balanço, sem dono, balançava para frente e para trás. E o mundo se aproxima de seu fim enquanto outra parte avança. O menino esfrega seus olhos.

***

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Poderia o Conde estar um pouco cansado? Agora ele vai em direção a sua casa, e ela não está nesse mundo. Lá vivem seres que são e não são humanos. O Conde abriu a porta de um quarto que parecia uma caixa de brinquedos. Uma garota com a pele lisa e escura começou a correr. Ela parecia uma boneca em seu vestido preto cheio de laços. Os olhos da garota brilharam de curiosidade. “Quem é esse garoto?” “Eu não faço idéia.” “Você vai comê-lo?” “Eu não tenho essa intenção.” “Então eu posso?” “Não.” A garota lambe seu doce. Ela odeia humanos. Fracos e frágeis, eles são tão pequenos para ela como uma embalagem de doce. Amassa-la, pisar nela, ou a cortar, com certeza ela não sentia nada. “Esqueça isso Conde do Milênio, vamos brincar.” “Estou ocupado.” “É por causa daquele garoto?” Uma luz perigosa está nos olhos dela. “Não.” O Conde parte novamente, com um bilhete na mão. O menino está fungando.

***

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O Conde foi para o norte procurando a próxima tragédia. A cidade em que ele encontrou o garoto pela primeira vez é no norte. Está envolta em silêncio; parece que o festival acabou. O Conde anda rapidamente. Ele anda carregando o garoto em suas costas. Ele anda em direção a uma tragédia. De repente, o garoto em suas costas derrama-se em lágrimas. “Que incômodo. Qual é o problema?” Perguntou o Conde, não parecendo preocupado. O som de adultos soluçando chega aos seus ouvidos. Ele espia pela janela de uma solitária casa e acha uma mulher chorando e cobrindo seu rosto. O homem do lado dela gentilmente segura seu ombro. A tristeza profunda também é vista na cara dele. Uma tragédia germinando. Algum dia isso surgirá... “Mamãe!” Das costas do Conde, um grito, uma voz animada. A criança pulou levemente das costas do Conde. Sem sequer olhar, ele corre em direção aos braços da mãe. Crianças sempre são abraçadas. “Você é aquele que o trouxe de volta? Obrigada!” A mãe inclina a cabeça. O Conde sorriu. Ele gentilmente afaga a cabeça do menino. “Eu tenho certeza que ele crescerá rapidamente e achará pessoas que irão amá-lo.” “Obrigada!” O Conde vira-se e parte. “E, por favor, crie um lindo Akuma. Eu vou querer ver isso.” Ninguém ouviu o sussurro do Conde, que desapareceu com o sopro do vento.

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O Conde continua percorrendo o mundo por toda parte. Seu nome é Conde do Milênio. O criador dos Akuma. Em sua cabeça, um chapéu de seda. O que ele mais ama – tragédias.

FIM.