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Interpretação de Texto Profª Maria Tereza Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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  • Interpretao de Texto

    Prof Maria Tereza

    Instituto Brasileiro de Geograa e Estatstica

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    Interpretao de Texto

    Professora: Maria Tereza Faria

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    Interpretao de Texto

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    Edital

    Compreenso e interpretao de texto; organizao textual dos vrios modos de organizao discursiva; coerncia e coeso; linguagem figurada.

    PROCEDIMENTOS

    1. OBSERVAO DA FONTE BIBLIOGRFICA, DO AUTOR E DO TTULO.

    2. IDENTIFICAO DO TIPO DE TEXTO (ARTIGO, EDITORIAL, NOTCIA, CRNICA, TEXTOS LITERRIOS, CIENTFICOS, ETC.).

    Crnica (linguagem predominantemente coloquial): fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de um fato atual do dia a dia, para, posteriormente, tecer crticas ao status quo, baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista.

    3. LEITURA DO ENUNCIADO.

    EXEMPLIFICANDO

    Poesia: a melhor autoajuda.

    Calma, esperanoso leitor, iludida leitora, no fiquem bravos comigo, mas ler autoajuda geralmente s bom para os escritores de autoajuda. Pois no existe receita para ser feliz ou dar certo na vida. Sabe por qu? Porque, na maior parte das vezes, apenas voc sabe o que bom e serve para voc. O que funciona para um nem sempre funciona para outro.

    Os nicos livros de autoajuda que merecem respeito, e so teis mesmo, so aqueles que ensinam novas receitas de bolo, como consertar objetos quebrados em casa ou como operar um computador. Ou seja, lidar com as coisas concretas, reais, exige um conhecimento tambm real, tintim por tintim, item por item. [...]

    No adianta fugir de seus medos, suas dores, suas fragilidades, suas tristezas. Elas sempre correm juntinho, coladas em voc. Tentar ser perfeito, fazer o mximo, transformar-se em outro di mais ainda. Colar um sorriso no rosto, enquanto chora por dentro, para palhao de circo.

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    Portanto, entregue-se, seja apenas um ser humano cheio de dvidas e certezas, alegrias e aflies. Aproveite e use algo que, isso sim, com certeza igual em todos ns: a capacidade de imaginar, de voar, se entregar. Se nem Freud explica, tente a poesia. [...] A poesia vai resolver seus problemas existenciais? Provavelmente, no. [...] Poesia est mais para lio de vida que lio de casa.

    TAVARES, Ulisses. Discutindo Literatura. Escala Educacional. So Paulo, a. 2, n. 8. p. 20-21. Adaptado

    Observao da fonte e do autor: o conhecimento prvio de quem escreveu o texto constitui-se numa estratgia de compreenso, visto que facilita a identificao da inteno textual. Ao reconhecermos o autor do texto Ulisses Tavares, conhecido poeta e cronista , bem como o veculo de publicao revista peridica sobre Literatura podemos afirmar que ele uma crnica.

    Observao do ttulo: o ttulo pode constituir o menor resumo possvel de um texto. Por meio dele, certas vezes, identificamos a ideia central do texto, sendo possvel, pois, descartar afirmaes feitas em determinadas alternativas. No texto em questo, o ttulo Poesia: a melhor autoajuda , somado a expresses que remetem ao ato de ler (leitor, leitora, livros, ser feliz ou dar certo na vida...), permite-nos inferir que o texto remete ao fato de que a leitura de poesia auxilia seus leitores.

    1. Para o autor, o verdadeiro livro de autoajuda

    a) auxilia em tarefas do cotidiano.b) explica como fazer para ser feliz.c) funciona como um manual para a vida.d) est disponvel em programas de computador.e) se atm a generalidades, sem entrar em detalhes.

    2. O autor diz que o leitor e a leitora podem ficar bravos porque ele

    a) costuma ler livros de autoajuda.b) desdenha dos livros de autoajuda.c) tem esperana ou iluso de melhorar a vida.d) tem a calma como uma de suas qualidades.e) se inclui entre os autores de autoajuda.

    4. IDENTIFICAO DO TPICO FRASAL: INTENO TEXTUAL PERCEBIDA, GERALMENTE, NOS 1 E 2 PERODOS DO TEXTO.

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    5. IDENTIFICAO DE TERMOS CUJO APARECIMENTO FREQUENTE DENUNCIA DETERMINADO ENFOQUE DO ASSUNTO (CAMPO SEMNTICO / LEXICAL).

    EXEMPLIFICANDOGames: bons para a terceira idade

    Jogar games de computador pode fazer bem sade dos idosos. Foi o que concluiu uma pesquisa do laboratrio, na Universidade da Carolina do Norte, nos EUA.

    Os cientistas do laboratrio reuniram um grupo de 39 pessoas entre 60 e 77 anos e testaram funes cognitivas de todos os integrantes, como percepo espacial, memria e capacidade de concentrao. Uma parte dos idosos, ento, levou para casa o RPG on-line World of Warcraft, um dos ttulos mais populares do gnero no mundo e com 10,3 milhes de usurios na internet. Eles jogaram o game por aproximadamente 14 horas ao longo de duas semanas (em mdia, uma hora por dia).

    Outros idosos, escolhidos pelos pesquisadores para integrar o grupo de controle do estudo, foram para casa, mas no jogaram nenhum videogame. Na volta, os resultados foram surpreendentes. Os idosos que mergulharam no mundo das criaturas de Warcraft voltaram mais bem dispostos e apresentaram ntida melhora nas funes cognitivas, enquanto o grupo de controle no progrediu, apresentando as mesmas condies. [...]

    3. O primeiro pargrafo do texto apresenta caractersticas de argumentao porque

    a) focaliza de modo esttico um objeto, no caso, um game.b) traz personagens que atuam no desenvolvimento da histria.c) mostra objetos em mincias e situaes atemporalmente.d) apresenta uma ideia central, que ser evidenciada, e uma concluso.e) desenvolve uma situao no tempo, mostrando seus desdobramentos.

    4. A leitura do texto permite concluir, relativamente ao tempo gasto no game com os idosos da pesquisa, que eles

    a) jogaram o game durante 14 horas seguidas.b) jogaram a mesma quantidade de horas todos os dias durante 14 dias.c) passaram duas semanas jogando 14 horas por dia.d) gastaram o mesmo tempo que os outros 10,3 milhes de usurios.e) despenderam cerca de 14 horas de atividade no jogo ao longo de 14 dias.

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    ERROS COMUNS

    1. EXTRAPOLAO

    Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que no esto no texto, normalmente porque j conhecia o assunto devido sua bagagem cultural.

    2. REDUO

    o oposto da extrapolao. D-se ateno apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de que o texto um conjunto de ideias.

    EXEMPLIFICANDOBichos para a Sade

    Est nas livrarias a obra O poder curativo dos bichos. Os autores, Marty Becker e Daniel Morton, descrevem casos bem-sucedidos de pessoas que derrotaram doenas ou aprenderam a viver melhor graas ajuda de algum animalzinho. Ces, gatos e cavalos esto entre os bichos citados. (ISTO)

    5. De acordo com o texto,

    a) pessoas que tm animais de estimao so menos afeitas a contrair doenas.b) a convivncia entre seres humanos e animais pode contribuir para a cura de males

    fsicos daqueles.c) indivduos que tm ces e gatos levam uma existncia mais prazerosa.d) apenas ces, gatos e cavalos so capazes de auxiliar o ser humano durante uma

    enfermidade.e) pessoas bem-sucedidas costumam ter animais de estimao.

    Comentrio:

    a) EXTRAPOLAO: contrair doenas derrotar doenas.c) REDUO: ces e gatos < animalzinho.d) REDUO: ces, gatos e cavalos < animalzinho.e) EXTRAPOLAO: pessoas bem-sucedidas > casos bem-sucedidos de pessoas que

    derrotaram doenas.

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    ESTRATGIAS LINGUSTICAS

    1. PALAVRAS DESCONHECIDAS = PARFRASES e CAMPO SEMNTICO/LEXICAL.

    Parfrase = verso de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo torn-lo mais fcil ao entendimento.

    Campo Semntico/Lexical = conjunto de palavras que pertencem a uma mesma rea de conhecimento.

    Exemplo:Medicina: estetoscpio, cirurgia, esterilizao, medicao, etc.

    EXEMPLIFICANDOA fila representa uma forma de convvio. Normalmente as pessoas deveriam estar todas voltadas numa mesma direo, o cara de trs olhando a nuca do cara da frente. Mas no assim. Na fila formam-se, por assim dizer, ndulos de convivncia; pessoas, especialmente os jovens, que, sem se afastar de seus lugares, ou afastando-se muito pouco, conseguem conversar, e conversar animadamente.

    6. A palavra destacada significa

    a) problemas.b) ncleos.c) desajustes.d) disperses.e) adequaes.

    2. PALAVRAS DE CUNHO CATEGRICO NAS ALTERNATIVAS:

    Advrbios; Artigos; Tempos verbais; Expresses restritivas; Expresses totalizantes; Expresses enfticas.

    EXEMPLIFICANDO

    Advrbios

    O monstro porque um circo-monstro, que viaja em trs vastos trens chegou de manh e partiu noite. Ao som das ltimas palmas dos espectadores juntou-se o rudo metlico do desmonte da tenda capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma de x, que, como por mgica, foram se fechando e formando grupos exatos. E com as cadeiras, foram sendo transportadas para outros vages jaulas com tigres; e tambm girafas e elefantes que ainda h pouco pareciam enraizados ao solo como se estivessem num jardim zoolgico. A verdade que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mgica tambm de circo: a do prprio circo gigante desaparecer sob seus olhos.

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    7. Analise as afirmaes abaixo.

    I O circo era mgico, pois desaparecia literalmente num piscar de olhos.II O desmonte do circo era to organizado que parecia um truque de mgica.III Apenas alguns minutos eram necessrios para desmontar todo o circo.

    correto APENAS o que se afirma em

    a) I.b) II.c) III.d) I e III.e) II e III

    Artigos

    Mas, como toda novidade, a nanocincia est assustando. Afinal, um material com caractersticas incrveis poderia tambm causar danos incalculveis ao homem ou ao meio ambiente. No ms passado, um grupo de ativistas americanos tirou a roupa para protestar contra calas nanotecnolgicas que seriam superpoluentes.

    8. Assinale a opo correta.

    a) Coisas novas costumam provocar medo nas pessoas.b) Produtos criados pela nanotecnologia s apresentam pontos positivos.c) Os danos ao meio ambiente so provocados pela nanotecnologia.d) Os ativistas mostraram que as calas nanotecnolgicas provocam poluio.

    Tempos verbais

    Os pais de hoje costumam dizer que importante que os filhos sejam felizes. uma tendncia que se imps ao influxo das teses libertrias dos anos 1960. irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profisso. O que espero, eis a resposta correta, que sejam felizes. Ora, felicidade coisa grandiosa. esperar, no mnimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se no for suficiente, que consiga cumprir todos os desejos e ambies que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que atinja o enlevo mstico dos santos. No d para preencher caderno de encargos mais cruel para a pobre criana.

    9. irrelevante que entrem na faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profisso.

    O emprego das formas verbais grifadas acima denota

    a) hiptese passvel de realizao.b) fato real e definido no tempo.c) condio de realizao de um fato.d) finalidade das aes apontadas no segmento.e) temporalidade que situa as aes no passado.

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    Expresses restritivas

    Posterior, e mais recente, foi a tentativa, por parte de alguns historiadores, de abandonar uma viso eurocntrica da conquista da Amrica, dedicando-se a retra-la a partir do ponto de vista dos vencidos, enquanto outros continuaram a reconstituir histrias da instalao de sociedades europeias em solo americano. Antroplogos, por sua vez, buscaram nos documentos produzidos no perodo colonial informaes sobre os mundos indgenas demolidos pela colonizao. A colonizao do imaginrio no busca nem uma coisa nem outra.

    (Adaptado de PERRONE-MOISS, Beatriz, Prefcio edio brasileira de GRUZINSKI, Serge, A colonizao do imaginrio: sociedades indgenas e ocidentalizao no Mxico espanhol

    [sculos XVI-XVIII]).

    10. Considerado corretamente o trecho, o segmento grifado em A colonizao do imaginrio no busca nem uma coisa nem outra deve ser assim entendido:

    a) no tenta investigar nem o eurocentrismo, como o faria um historiador, nem a presena das sociedades europeias em solo americano, como o faria um antroplogo.

    b) no quer reconstituir nada do que ocorreu em solo americano, visto que recentemente certos historiadores, ao contrrio de outros, tentam contar a histria do descobrimento da Amrica do modo como foi visto pelos nativos.

    c) no pretende retraar nenhum perfil dos vencidos ou dos vencedores nem a trajetria dos europeus na conquista da Amrica.

    d) no busca continuar a tradio de pesquisar a estrutura dos mundos indgenas e do mundo europeu, nem mesmo o universo dos colonizadores da Amrica.

    e) no se concentra nem na construo de uma sociedade europeia na colnia quer observada do ponto de vista do colonizador, quer do ponto de vista dos nativos , nem no resgate dos mundos indgenas.

    Expresses totalizantes

    A biodiversidade diz respeito tanto a genes, espcies, ecossistemas como a funes e coloca problemas de gesto muito diferenciados. carregada de normas de valor. Proteger a biodiversidade pode significar:

    a eliminao da ao humana, como a proposta da ecologia radical; a proteo das populaes cujos sistemas de produo e de cultura repousam num dado

    ecossistema; a defesa dos interesses comerciais de firmas que utilizam a biodiversidade como matria

    prima, para produzir mercadorias.

    Com to poucas culturas importantes, todas elas domesticadas milhares de anos atrs, menos surpreendente que muitas reas no mundo no tenham nenhuma planta selvagem de grande potencial. Nossa incapacidade de domesticar uma nica planta nova que produza alimento nos tempos modernos sugere que os antigos podem ter explorado praticamente todas as plantas selvagens aproveitveis e domesticado aquelas que valiam a pena.

    (Jared Diamond. Armas, germes e ao.)

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    11. A argumentao do texto desenvolve-se no sentido de se compreender a razo por que

    a) existiria uma dzia de excees dentre todas as espcies de plantas selvagens que seriam monoplio das grandes civilizaes.

    b) to poucas dentre as 200.000 espcies de plantas selvagens so utilizadas como alimento pelos homens em todo o planeta.

    c) algumas reas da Terra mostraram-se mais propcias ao desenvolvimento agrcola, que teria possibilitado o surgimento de civilizaes.

    d) a maior parte das plantas utilizada apenas como madeira pelos homens e no lhes fornece alimento com suas frutas e razes.

    e) tantas reas no mundo no possuem nenhuma planta selvagem de grande potencial para permitir um maior desenvolvimento de sua populao.

    Expresses enfticas

    Ser a felicidade necessria?

    Felicidade uma palavra pesada. Alegria leve, mas felicidade pesada. Diante da pergunta Voc feliz?, dois fardos so lanados s costas do inquirido. O primeiro procurar uma definio para felicidade, o que equivale a rastrear uma escala que pode ir da simples satisfao de gozar de boa sade at a conquista da bem-aventurana. O segundo examinar-se, em busca de uma resposta.

    Nesse processo, depara-se com armadilhas. Caso se tenha ganhado um aumento no emprego no dia anterior, o mundo parecer belo e justo; caso se esteja com dor de dente, parecer feio e perverso. Mas a dor de dente vai passar, assim como a euforia pelo aumento de salrio, e se h algo imprescindvel, na difcil conceituao de felicidade, o carter de permanncia. Uma resposta consequente exige colocar na balana a experincia passada, o estado presente e a expectativa futura. D trabalho, e a concluso pode no ser clara.

    (Trecho do artigo de Roberto Pompeu de Toledo. Veja, p. 142, 24 mar. 2010.)

    12. A afirmativa correta, em relao ao texto,

    a) a expectativa de muitos, ao colocarem a felicidade acima de quaisquer outras situaes da vida diria, leva frustrao diante dos pequenos sucessos que so regularmente obtidos, como, por exemplo, no emprego.

    b) sentir-se alegre por haver conquistado algo pode significar a mais completa felicidade, se houver uma determinao, aprendida desde a infncia, de sentir-se feliz com as pequenas coisas da vida.

    c) as dificuldades que em geral so encontradas na rotina diria levam percepo de que a alegria um sentimento muitas vezes superior quilo que se supe, habitualmente, tratar-se de felicidade absoluta.

    d) a possibilidade de que mais pessoas venham a sentir-se felizes decorre de uma educao voltada para a simplicidade de vida, sem esperar grandes realizaes, que acabam levando apenas a frustraes.

    e) uma resposta provvel questo colocada como ttulo do texto remete constatao de que felicidade um estado difcil de ser alcanado, a partir da prpria complexidade de conceituao daquilo que se acredita ser a felicidade.

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    INFERNCIA

    Observe a seguinte frase:

    Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

    Nela, o falante transmite duas informaes de maneira explcita:

    a) que ele frequentou um curso superior;b) que ele aprendeu algumas coisas.

    Ao ligar as duas informaes por meio de mas, comunica tambm, de modo implcito, sua critica ao ensino superior, pois a frase transmite a ideia de que nas faculdades no se aprende muita coisa.

    INFERNCIA = ideias implcitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do texto, de certas palavras ou expresses contidas na frase.

    Enunciados = Infere-se, Deduz-se, Depreende-se, etc.

    EXEMPLIFICANDO a felicidade necessria? a chamada de capa da ltima revista New Yorker para um artigo que analisa livros recentes sobre o tema. No caso, a nfase est nas pesquisas sobre felicidade e no impacto que exercem, ou deveriam exercer, nas polticas pblicas. Um dos livros analisados constata que nos ltimos 35 anos o PIB per capita dos americanos aumentou de 17.000 dlares para 27.000,

    O tamanho mdio das casas cresceu 50% e as famlias que possuem computador saltaram de zero para 70% do total. No entanto, a porcentagem dos que se consideram felizes no se moveu. Concluso do autor: se crescimento econmico no contribui para aumentar a felicidade, por que trabalhar tanto, arriscando desastres ambientais, para continuar dobrando e redobrando o PIB?

    Outro livro informa que os nigerianos, com seus 1.400 dlares de PIB per capita, atribuem-se grau de felicidade equivalente ao dos japoneses, com PIB per capita 25 vezes maior, e que os habitantes de Bangladesh se consideram duas vezes mais felizes que os da Rssia, quatro vezes mais ricos. Surpresa das surpresas, os afegos atribuem-se bom nvel de felicidade, e a felicidade maior nas reas dominadas pelo Talib.

    13. As concluses das pesquisas mencionadas pelo autor parecem mostrar que

    a) os habitantes de pases pobres so mais felizes.b) pessoas que trabalham muito no so mais felizes.c) bom desenvolvimento econmico no traz felicidade.d) o PIB per capita o principal ndice de grau de felicidade.e) h uma relao intrnseca entre economia e sensao de felicidade.

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    EXTRATEXTUALIDADE

    A questo formulada por meio do texto encontra-se fora do universo textual, exigindo do aluno conhecimento mais amplo de mundo.

    EXEMPLIFICANDO

    14. Nessa historinha, o efeito humorstico origina-se de uma situao criada pela fala da Rosinha no primeiro quadrinho, que

    a) Faz uma pose bonita!b) Quer tirar um retrato?c) Sua barriga est aparecendo!d) Olha o passarinho!e) Cuidado com o flash!

    ELEMENTOS REFERENCIAIS COESO E COERNCIA

    retomada feita para trs d-se o nome de anfora e a referncia feita para a frente recebe o nome de catfora. Observe:

    1. Carlos mora com a tia. Ele faz faculdade de Psicologia.

    Ele retomada de Carlos = anfora.

    2. A verdade esta: o cachorro de Carlos chama-se Lulu.

    Esta informao para a frente = catfora.

    MECANISMOS

    Repetio.

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    EXEMPLIFICANDO

    15. A sequncia em negrito (globalizao do olho da rua. a globalizao do bico. a globalizao do dane-se.) caracteriza a globalizao a partir da desestruturao do mundo do trabalho. Do ponto de vista dos recursos da linguagem correto afirmar que, no contexto, ocorre uma

    a) gradao, com a suavizao das dificuldades.b) contradio, entre os modos de sobrevivncia do desempregado.c) nfase, com a intensificao da afirmativa inicial.d) retificao, pela correo gradual das informaes iniciais.e) exemplificao, pelo relato de situaes especficas.

    Elipse: a omisso de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto.

    Pronomes: a funo gramatical do pronome justamente a de substituir ou acompanhar um nome. Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a ideia contida em um pargrafo ou no texto todo.

    Advrbios: palavras que exprimem circunstncias, principalmente as de lugar, tempo, modo, causa.

    Nomes deverbais: so derivados de verbos e retomam a ao expressa por eles. Servem, ainda, como um resumo dos argumentos j utilizados.

    Outros elementos coesivos.

    EXEMPLIFICANDOAproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que h muito vinha adiando. [...] Com chuva, o Rio uma cidade como outra qualquer: no se tem muita coisa a fazer. [...] O melhor mesmo aproveitar o tempo que de repente fica enorme e custa a passar revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de presso nas caldeiras fatigadas que podero me levar adiante. [...] Leituras antigas, de um tempo em que estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, s vezes, vinha a tentao de botar para fora alguma coisa.

    I As expresses releituras, revisitar e Leituras antigas deixam claro que os livros que o narrador pretende ler j foram obras lidas por ele no passado.

    II Nas expresses h muito e Bem verdade, pode-se depreender a elipse do substantivo tempo e do verbo flexionado .

    III possvel inferir uma relao de causa e consequncia entre as oraes conectadas pelos dois-pontos.

    16. Quais afirmativas esto corretas?a) Apenas I.b) Apenas II. c) Apenas III.d) Apenas I e II.e) I, II e III.

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    17. [...] que lhe permitem que veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa transmiti-las aos ouvintes.Em transmiti-las, -las pronome que substitui

    a) a origem de todos os seres.b) todas as coisas.c) aos ouvintes.d) todos os seres.

    18. Considere as afirmativas que seguem.

    I O advrbio j, indicativo de tempo, atribui frase o sentido de mudana.

    II Entende-se pela frase da charge que a populao de idosos atingiu um patamar indito no pas.

    III Observando a imagem, tem-se que a fila de velhinhos esperando um lugar no banco sugere o aumento de idosos no pas.

    Est correto o que se afirma em

    a) I apenas.b) II apenas.c) I e II apenas.d) II e III apenas.e) I, II e III.

    19. Assinale a alternativa cuja frase apresenta uma retomada deverbal.

    a) E naquela casinha que eu havia feito, naquela habitao simples, ficava meu reino. b) Mas como foi o negcio da Fazenda do Taquaral, lugar em que se escondiam os

    corruptores?c) Ao comprar o stio do Man Labrego, realizou um grande sonho; tal compra

    redundaria em sua independncia.d) O que ele quer l, na fazenda Grota Funda?

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    POLISSEMIA

    Significa (poli = muitos; semia = significado) muitos sentidos, contudo, assim que se insere no contexto, a palavra perde seu carter polissmico e assume significado especfico, isto , significado contextual.

    Os vrios significados de uma palavra, em geral, tm um trao em comum. A cada um deles d-se o nome de acepo.

    A cabea une-se ao tronco pelo pescoo. Ele o cabea da rebelio. Sabrina tem boa cabea.

    EXEMPLIFICANDO

    20. Para criticar a possvel aprovao de um novo imposto pelos deputados, o cartunista adotou como estratgias

    a) polissemia e onomatopeia.b) traos caricaturais e eufemismo.c) paradoxo e repetio de palavras.d) metonmia e crculo vicioso.e) polissemia e prosopopeia.

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    DENOTAO E CONOTAO

    Denotao: significao objetiva da palavra valor referencial; a palavra em estado de dicionrio".

    Conotao: significao subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras realidades devido s associaes que ela provoca.

    EXEMPLIFICANDO

    21. A realidade constituda por contrastes e tambm por semelhanas. A metfora uma das formas de estabelecimento de semelhanas por comparaes. Qual das sentenas indicadas abaixo apresenta uma metfora?

    a) [...] sabe-se l por que arcaico crime por eles cometido.b) O insone um imortal de olheiras.c) O momento mais temido pelo insone, [...] a hora de ficar a ss [...].d) Escolhia um filme desinteressante [...]e) [...] um murmrio indiscernvel, [...].

    SINNIMOS E ANTNIMOS

    Sinnimos: palavras que possuem significados iguais ou semelhantes.

    Os sinnimos podem ser:

    Perfeitos: significado absolutamente igual, o que no muito frequente.Exemplo: morte = falecimento / idoso = ancio.

    Imperfeitos: o significado das palavras apenas semelhante.Exemplo: belo~formoso/ adorar~amar / fobia~receio.

    EXEMPLIFICANDOAfinal, existe sorte e azar?

    No fundo, a diferena entre sorte e azar est no jeito como olhamos para o acaso. Um bom exemplo o nmero 13.

    22. O perodo em que a expresso no fundo est usada com o mesmo sentido com que empregada na primeira linha do texto :

    a) A horta est no fundo do quintal.b) Procure na mala toda, at no fundo.c) No fundo do corredor, est a melhor loja.d) No fundo, acredito que tudo sair bem.e) No fundo do poo, ningum v sada para problemas.

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    Antnimos: palavras que possuem significados opostos, contrrios. Pode originar-se do acrscimo de um prefixo de sentido oposto ou negativo.

    Exemplos:

    mal X bemausncia X presena

    fraco X forteclaro X escurosubir X descercheio X vazio

    possvel X impossvelsimptico X antiptico

    EXEMPLIFICANDO

    23. A palavra mesmo est sendo empregada com o sentido igual ao que se verifica em o Brasil foi campeo mesmona seguinte frase:

    a) O diretor preferiu ele mesmo entregar o relatrio ao conselho.b) Mesmo sabendo que a proposta no seria aceita, ele a enviou.c) Fui atendido pelo mesmo vendedor que o atendeu anteriormente.d) Voc sabe mesmo falar cinco idiomas fluentemente?e) Ele ficou to feliz com a notcia que pensou mesmo em sair danando.

    TIPOLOGIA TEXTUAL

    Narrao: modalidade na qual se contam um ou mais fatos fictcio ou no que ocorreram em determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. H uma relao de anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante o passado.

    Descrio: a modalidade na qual se apontam as caractersticas que compem determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Usam-se adjetivos para tal.

    Argumentao: modalidade na qual se expem ideias e opinies gerais, seguidas da apresentao de argumentos que as defendam e comprovem.

    Exposio: apresenta informaes sobre assuntos, expe ideias, explica e avalia e reflete No faz defesa de uma ideia, pois tal procedimento caracterstico do texto dissertativo. O texto expositivo apenas revela ideias sobre um determinado assunto. Por meio da mescla entre texto expositivo e narrativo, obtm-se o que conhecemos por relato.

    Injuno: indica como realizar uma ao. Tambm utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Os verbos so, na sua maioria, empregados no modo imperativo.

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    EXEMPLIFICANDOAmar ...Noite de chuvaDebaixo das cobertasAs descobertas

    Ricardo Silvestrin

    24. De acordo com a tipologia textual, o texto :

    a) descritivo.b) expositivo.c) argumentativo.d) injuntivo.e) narrativo.

    GNEROS TEXTUAIS

    EDITORIAL: texto opinativo/argumentativo, no assinado, no qual o autor (ou autores) no expressa a sua opinio, mas revela o ponto de vista da instituio. Geralmente, aborda assuntos bastante atuais. Busca traduzir a opinio pblica acerca de determinado tema, dirigindo-se (explcita ou implicitamente) s autoridades, a fim de cobrar-lhes solues.

    ARTIGOS: so os mais comuns. So textos autorais assinados , cuja opinio da inteira responsabilidade de quem o escreveu. Seu objetivo o de persuadir o leitor.

    NOTCIAS: so autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu objetivo to somente o de informar, no o de convencer.

    CRNICA: fotografia do cotidiano, realizada por olhos particulares. Geralmente, o cronista apropria-se de um fato atual do cotidiano, para, posteriormente, tecer crticas ao status quo, baseadas quase exclusivamente em seu ponto de vista. A linguagem desse tipo de texto predominantemente coloquial.

    BREVE ENSAIO: autoral; trata-se de texto opinativo/argumentativo, assinado, no qual o autor expressa a sua opinio. Geralmente, aborda assuntos

    PEA PUBLICITRIA: a propaganda um modo especfico de apresentar informao sobre produto, marca, empresa, ideia ou poltica, visando a influenciar a atitude de uma audincia em relao a uma causa, posio ou atuao. A propaganda comercial chamada, tambm, de publicidade. Ao contrrio da busca de imparcialidade na comunicao, a propaganda apresenta informaes com o objetivo principal de influenciar uma audincia. Para tal, frequentemente, apresenta os fatos seletivamente (possibilitando a mentira por omisso) para encorajar determinadas concluses, ou usa mensagens exageradas para produzir uma resposta emocional e no racional informao apresentada. Costuma ser estruturado por meio de frases curtas e em ordem direta, utilizando elementos no verbais para reforar a mensagem.

    CHARGE: um estilo de ilustrao que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra de origem francesa e significa carga,

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    ou seja, exagera traos do carter de algum ou de algo para torn-lo burlesco. Apesar de ser confundida com cartum, considerada totalmente diferente: ao contrrio da charge, que tece uma crtica contundente, o cartum retrata situaes mais corriqueiras da sociedade. Mais do que um simples desenho, a charge uma crtica poltico-social mediante o artista expressa graficamente sua viso sobre determinadas situaes cotidianas por meio do humor e da stira.

    QUADRINHOS: hipergnero, que agrega diferentes outros gneros, cada um com suas peculiaridades.

    EXEMPLIFICANDOInferno e paraso

    Por certo, existe o Carnaval. Mas a ideia de que o Brasil uma espcie de paraso onde pouco se trabalha corresponde, em boa medida, a um preconceito, quando se tomam em comparao os padres vigentes nas sociedades europeias, por exemplo. J se a mtrica for a realidade de pases asiticos, no h razo para tomar como especialmente infelizes as declaraes do empresrio taiwans Terry Gou, presidente da Foxconn, a respeito da operosidade dos brasileiros. O Brasil pas em que a empresa de componentes eletrnicos planeja investir uma soma bilionria para fabricar telefones e tablets , tem grande potencial, disse Terry Gou numa entrevista TV taiwanesa. Mas os brasileiros no trabalham tanto, pois esto num paraso, acrescentou o investidor. A frase, relatada pelo correspondente da Folha em Pequim, Fabiano Maisonnave, inserese entre outras ressalvas feitas pelo empresrio quanto possibilidade de o Brasil tornar-se fornecedor internacional de componentes eletrnicos.Quaisquer que sejam os seus julgamentos sobre o Brasil, as declaraes do empresrio embutem um paradoxo tpico da era globalizada. Refletem o clssico modelo da tica do trabalho antes associada aos pases anglo-saxnicos, agora proeminente nas economias do Oriente. Ocorre que, na sociedade de consumo contempornea, a esse modelo veio sobrepor-se outro o da tica empresarial.Nem sempre os modelos coincidem. Haja vista as frequentes denncias a respeito de superexplorao de mo de obra nas economias asiticas, que j se voltaram, por exemplo, contra empresas de artigos esportivos e agora ganham projeo no mundo da informtica. A tal ponto que a Apple, preocupada com o impacto moral negativo em sua imagem, instituiu um sistema de inspees de fornecedores para precaver-se de acusaes dessa ordem. A prpria Foxconn, de Terry Gou, foi objeto de severas reportagens e denncias a respeito. de perguntar em que medida a globalizao dos mercados e dos prprios hbitos culturais permitir, no futuro, a coexistncia entre regimes infernais e paradisacos nas relaes de trabalho. Sob crescente presso pblica, possvel que noes como a de Terry Gou venham, aos poucos, parecer bem menos modernas do que os produtos que fabrica.

    (Folha de S.Paulo. Editoriais. A2 opinio. 26 fev. 2012. p. 2)

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    25. O editorialista

    a) confronta a Foxconn com a Apple, com o objetivo de defender a segunda como modelo que garante, em escala global, todos os direitos do trabalhador em empresa de eletrnicos.

    b) admite desconhecer os verdadeiros motivos de o taiwans Terry Gou ter declarado que o Brasil um pas paradisaco.

    c) apresenta as razes que o fazem defender a competncia do Brasil em tornar-se fornecedor internacional de componentes eletrnicos.

    d) interpreta a fala de Terry Gou como expresso do especfico momento histrico em que o intercmbio econmico e cultural entre pases uma realidade.

    e) analisa as implicaes econmicas da falta de coerncia dos empresrios internacionais ao avaliarem a capacidade produtiva de um pas que deseja ingressar no mercado globalizado.

    EXERCITANDO

    COMO NO PENSEI NISSO ANTES?

    Para ser um inventor, basta enxergar os problemas como matria-prima para a criatividade e apostar nas prprias ideias.

    No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho. O poeta Carlos Drummond de Andrade criou um dos textos mais famosos da literaturabrasileira ao buscar inspirao num obstculo. De forma parecida, muita gente, famosa ou annima, no decorrer da histria, tem convertido suas dificuldades em criaes. No difcil perceber que, na origem de todos os objetos criados pelo homem, havia um problema. Foi de tanto machucar os ps ao caminhar descalo que algum remoto ancestral inventou o calado, por exemplo. Cansado de beber gua usando asprprias mos, algum concebeu o copo. E por a vai. Diante de uma pedra no caminho, pode-se lament-la ou tentar remov-la. A primeira opo a mais fcil, mas no leva a nada. A segunda nos permite no s dar um fim ao empecilho, mas tambm deixar uma contribuio para a humanidade. Foi esse rumo que o motorista de caminho aposentado Jos Roberto Rodrigues, de 55 anos, escolheu. H 15 anos, em um acampamento, Jos viu um botijo de gs ir pelos ares. Impressionado com o acidente, ps na cabea que poderia fazer algo para evit-lo. Anos depois, teve a ideia: se acondicionasse o botijo dentro de uma estrutura fechada e a conectasse com a rea externa da casa, o problema estaria resolvido. Afinal, a exploso s acontece se h acmulo de gs dentro da cozinha. Estava concebida a cpsula antiexploso. Para construir a engenhoca, ele pegou um balde grande de plstico, desses usados como lixeira, e fez dois furos: um para a mangueira do botijo e outro para permitir a conexo com o exterior da casa. Se o gs vazar, sai para o ambiente externo. Fiz tudo sozinho, orgulha-se Jos. Tempos depois, inspirado pelas filhas, que volta e meia deixavam a comida queimar, aperfeioou o invento. Adicionou-lhe um dispositivo capaz de controlar o tempo pelo qual o fogo permanece aceso. Para isso, comprou um timer, aparelho encontrado em lojas de material eltrico, e o acoplou vlvula do botijo. Funciona como um relgio de corda: em quinze minutos, quando completa a volta, o

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    equipamento trava a sada de gs. Se o cozimento for demorado, s reprogramar o dispositivo. [...]. A histria de Jos mostra que no preciso ps-doutorado para transformar problemas do dia a dia em soluo. O necessrio ter autoconfiana, persistncia, motivao e capacidade de pensar por si prprio, como enumera a psicloga Eunice Alencar, da Universidade Catlica de Braslia. Todos temos essas caractersticas. O que precisamos saber cultiv-las para despertar nossa capacidade de criao, diz 37. Eunice.[...] A satisfao de ver a prpria inveno ser usada por vrias pessoas algo que Beatriz Zorovich, de 78 anos, conhece h muitas dcadas. Um belo dia, quando estava na cozinha, ela percebeu que, se a bacia que usava para lavar o arroz tivesse furinhos, ficaria fcil escorrer os gros. Com a ajuda do marido, o engenheiro Slon Zorovich, construiu um prottipo em uma espcie de papel alumnio grosso. [...] Deu certo: lanado na Feira de Utilidades Domsticas de 1962, o escorredor de arroz ganhou as cozinhas de todo o Pas. Beatriz no sabe calcular exatamente quanto ganhou com o produto. Mas lembra que os lucros equivaliam ao seu salrio de dentista. A patente 46.expirou em 1978. [...]

    COSTA, Rachel. Sorria.

    26. O texto Como no pensei nisso antes? tem como tema as(os)

    a) invenes movidas pelo desespero do cotidiano.b) origens dos objetos de inventores famosos.c) problemas da vida de pessoas ilustres.d) inventores que saram do anonimato.e) obstculos do dia a dia transformados em invenes.

    O fenmeno urbano: passado, presente e futuro

    As cidades surgiram como parte integrante das sociedades agrcolas. Cerca de dois mil anos antes da era crist, as cidades egpcias de Mnfis e Tebas j se constituam em ncleos urbanos que abrigavam milhares de habitantes. Outras surgiram nos vales fluviais da Mesopotmia, da ndia e da China. Elas se caracterizavam por concentrar atividades no agrcolas, sendo locais de culto e de administrao. No entanto, comportavam-se apenas como complemento do mundo rural, pois no tinham funes ligadas produo. Isso foi vlido tambm para as cidades gregas e romanas e mesmo para as cidades da Idade Mdia. Com o tempo e o surgimento do comrcio de longa distncia, os ncleos urbanos passaram a ter a funo de entrepostos comerciais. A Revoluo Industrial representou uma transformao radical das cidades. Com a indstria, o ncleo produtivo das sociedades concentrou-se geograficamente e transferiu-se para o meio urbano. nova funo de produo de mercadorias juntaram-se as funes urbanas anteriores, de administrao e comrcio. Essas novas cidades difundiram-se inicialmente pela Europa e pela Amrica do Norte, e depois por todos os continentes. Elas passaram a abrigar uma parte crescente da fora de trabalho, originria principalmente das reas rurais. No sculo XX, as cidades transformaram-se ainda mais, como consequncia do crescimento das atividades industriais e da expanso do setor de servios. Mais do que nunca, no raiar do sculo XXI, a cidade se tornou um polo irradiador de comrcio, servios e informaes. Com essas funes, ela se consolidou como centro de organizao do espao geogrfico. O mundo atual vive um acelerado processo de urbanizao. Atualmente, mais da metade dos quase 7 bilhes de habitantes do planeta j reside em centros urbanos. Por volta de 1950,

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    apenas 30% das pessoas do mundo moravam nas cidades. No incio do sculo XIX, as cidades no abrigavam sequer 2% da populao mundial. Segundo a ONU, em 2025 pouco mais de 60% do contingente demogrfico total do mundo morar em cidades. [...]

    OLIC, Nelson B. O fenmeno urbano: passado, presente e futuro. Disponvel em: . Acesso: 6 maio 2012.

    Adaptado.

    27. Com base nas informaes contidas no texto, conclui-se que

    a) a transformao das cidades, no sculo passado, gerou graves problemas, entre os quais, o aumento da criminalidade.

    b) a Revoluo Industrial foi um dos fatores de crescimento dos centros urbanos e da migrao de pessoas do campo para a cidade.

    c) as novas cidades industrializadas se organizaram exclusivamente a partir da produo de bens para o consumo.

    d) as cidades da antiguidade se desenvolveram a partir de suas vocaes econmicas, fato que j ocorria cerca de dois mil anos antes de Cristo.

    e) o processo de concentrao de habitantes em centros urbanos tende a se estabilizar em 60% por volta de 2025.

    A vida sem celular

    O inevitvel aconteceu: perdi meu celular. Estava no bolso da cala. Voltei do Rio de Janeiro, peguei um txi no aeroporto. Deve ter cado no banco e no percebi. Tentei ligar para o meu prprio nmero. Deu caixa postal. Provavelmente eu o desliguei no embarque e esqueci de ativ-lo novamente. Meu quarto parece uma trincheira de guerra de tanto procur-lo. Agora me rendo: sou um homem sem celular. O primeiro sentimento de pnico. Como vou falar com meus amigos? Como vo me encontrar? Estou desconectado do mundo. Nunca botei minha agenda em um programa de computador, para simplesmente recarreg-la em um novo aparelho. Ser rduo garimpar os nmeros da famlia, amigos, contatos profissionais. E se algum me ligar com um assunto importante? A insegurana total. Reflito. Podem me achar pelo telefone fixo. Meus amigos me encontraro, pois so meus amigos. Eu os buscarei, bvio. Ento por que tanto terror? H alguns anos nem tantos assim ningum tinha celular. A implantao demorou por aqui, em relao a outros pases. E a vida seguia. Se algum precisasse falar comigo, deixava recado. Depois eu chamava de volta. Se estivesse aguardando um trabalho, por exemplo, eu ficava esperto. Ligava perguntando se havia novidades. Muitas coisas demoravam para acontecer. Mas as pessoas contavam com essa demora. No era realmente ruim. Saa tranquilo, sem o risco de que me encontrassem a qualquer momento, por qualquer bobagem. A maior parte das pessoas v urgncia onde absolutamente no h. Ligam afobadas para fazer uma pergunta qualquer. Se no chamo de volta, at se ofendem. Eu estava no cinema, depois fui jantar, bater papo. ... Mas podia ter ligado! Como dizer que podia, mas no queria? Vejo motoristas de txi tentando se desvencilhar de um telefonema. Agora no posso falar, estou dirigindo. S mais uma coisinha... Fico apavorado no banco enquanto ele faz curvas e curvas, uma nica mo no volante. Muita gente no consegue desligar mesmo quando se explica ser impossvel falar. D um nervoso!

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    A maioria dos chefes sente-se no direito de ligar para o subordinado a qualquer hora. Noites, fins de semana, tudo submergiu numa contnua atividade profissional. No relacionamento pessoal ocorre o mesmo. Onde voc est? Estou ouvindo uma farra a atrs. Vendo televiso! um comercial de cerveja! Um amigo se recusa a ter celular. Fico mais livre. s vezes um colega de trabalho reclama: Precisava falar com voc, mas no te achei. No era para achar mesmo. H quem desfrute o melhor. Conheo uma representante de vendas que trabalha na praia durante o vero. Enquanto torra ao sol, compra, vende, negocia. Mas, s vezes, quando est para fechar o negcio mais importante do ms, o aparelho fica fora de rea. Ela quase enlouquece! Pois . O celular costuma ficar fora de rea nos momentos mais terrveis. Parece de propsito! Como em um recente acidente automobilstico que me aconteceu. Eu estava bem, mas precisava falar com a seguradora. O carro em uma rua movimentada. E o celular mudo! Quase pirei! E quando descarrega no melhor de um papo, ou, pior, no meio da briga, dando a impresso de que desliguei na cara? Na minha infncia, no tinha nem telefone em casa. Agora no suporto a ideia de passar um dia desconectado. incrvel como o mundo moderno cria necessidades. Viver conectado virou vcio. Talvez o dia a dia fosse mais calmo sem celular. Mas vou correndo comprar um novo!

    CARRASCO, Walcyr. A vida sem celular. Veja So Paulo, So Paulo, n. 2107, 08 abr. 2009. Disponvel em: Acesso em: 26 dez. 2011. Adaptado.

    28. O texto apresenta vrios aspectos negativos em relao ao uso do celular. O fragmento que exemplifica um desses aspectos :

    a) Deve ter cado no banco e no percebi. b) Podem me achar pelo telefone fixo. c) A implantao demorou por aqui em relao a outros pases. d) Se no chamo de volta at se ofendem. e) Na minha infncia, no tinha nem telefone em casa.

    29. Os exemplos de uso dos celulares, tanto pelos chefes quanto no relacionamento pessoal, indicam que, para o autor, tais aparelhos favorecem relaes de

    a) controle.b) desconfiana.c) explorao.d) hipocrisia.e) proximidade.

    30. De acordo com o texto, um exemplo de pessoa/setor da sociedade que consegue claramente tirar proveito do celular o(a)

    a) motorista de txi.b) prprio narrador.c) trabalhador subordinado.d) representante de vendas.e) famlia tradicional.

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    31. Ao longo do texto, o cronista reflete sobre aspectos diversos relativos insero do celular no cotidiano. Pela leitura global do texto, sintetiza-se o conjunto da reflexo do cronista da seguinte maneira:

    a) Apesar dos aspectos negativos, hoje o celular uma necessidade.b) Sem a existncia do celular, as pessoas eram tolerantes.c) Para as pessoas de hoje, o celular traz novas oportunidades.d) Com o advento dessa tecnologia, a comunicao ficou acelerada.e) Em certas situaes cotidianas, essa tecnologia dispensvel.

    32. E quando descarrega no melhor de um papo, ou, pior, no meio da briga, dando a impresso de que desliguei na cara?

    O vocbulo que poderia substituir o termo destacado e expressar o mesmo sentido bsico :

    a) disfaradamente.b) abruptamente.c) secretamente.d) paulatinamente.e) demoradamente.

    De quem so os meninos de rua?

    Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu brao, falou qualquer coisa que no entendi. Fui logo dizendo que no tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. No estava. Queria saber a hora. Talvez no fosse um Menino De Famlia, mas tambm no era um Menino De Rua. assim que a gente divide. Menino De Famlia aquele bem-vestido com tnis da moda e camiseta de marca, que usa relgio e a me d outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino De Rua aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com fora porque pensa que ele pivete, trombadinha, ladro. Ouvindo essas expresses tem-se a impresso de que as coisas se passam muito naturalmente, uns nascendo De Famlia, outros nascendo De Rua. Como se a rua, e no uma famlia, no um pai e uma me, ou mesmo apenas uma me os tivesse gerado, sendo eles filhos diretos dos paraleleppedos e das caladas, diferentes, portanto, das outras crianas, e excludos das preocupaes que temos com elas. por isso, talvez, que, se vemos uma criana bem--vestida chorando sozinha num shopping center ou num supermercado, logo nos acercamos protetores, perguntando se est perdida, ou precisando de alguma coisa. Mas, se vemos uma criana maltrapilha chorando num sinal com uma caixa de chicletes na mo, engrenamos a primeira no carro e nos afastamos pensando vagamente no seu abandono. Na verdade, no existem meninos DE rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino est NA rua porque algum o botou l. Os meninos no vo sozinhos aos lugares. Assim como so postos no mundo, durante muitos anos tambm so postos onde quer que estejam. Resta ver quem os pe na rua. E por qu.[...] Quem leva nossas crianas ao abandono? Quando dizemos crianas abandonadas, subentendemos que foram abandonadas pela famlia, pelos pais. E, embora penalizados,

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    circunscrevemos o problema ao mbito familiar, de uma famlia gigantesca e generalizada, qual no pertencemos e com a qual no queremos nos meter. Apaziguamos assim nossa conscincia, enquanto tratamos, isso sim, de cuidaramorosamente de nossos prprios filhos, aqueles que nos pertencem. Mas, embora uma criana possa ser abandonada pelos pais, ou duas ou dez crianas possam ser abandonadas pela famlia, 7 milhes de crianas s podem ser abandonadas pela coletividade. At recentemente, tnhamos o direito de atribuir esse abandono ao governo, e responsabiliz-lo. Mas, em tempos de Nova Repblica*, quando queremos que os cidados sejam o governo, j no podemos apenas passar adiante a responsabilidade.

    COLASANTI, Marina. A casa das palavras. So Paulo: tica, 2002. Adaptado.* Nova Repblica: termo usado poca em que a crnica foi escrita (1986) para designar o Brasil no perodo aps o fim do regime militar.

    33. Com base na leitura do texto, conclui-se que o principal objetivo da autora :

    a) resolver o problema das crianas abandonadas.b) comparar meninos de rua com meninos de famlia.c) narrar a histria do menino que a interpelou na rua.d) convencer o leitor de que no existem meninos na rua.e) discutir a responsabilidade pela existncia de crianas nas ruas.

    34. O fragmento abaixo apresenta um ponto de vista que justificado por um argumento apresentado no texto. Talvez no fosse um Menino De Famlia, mas tambm no era um Menino De Rua.

    A passagem do texto que justifica esse ponto de vista :

    a) [...] certa de que ele estava pedindo dinheiro. b) Menino De Rua aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com

    fora porque pensa que ele pivete, trombadinha, ladro. c) Na verdade, no existem meninos DE rua. Existem meninos NA rua. d) Os meninos no vo sozinhos aos lugares. e) 7 milhes de crianas s podem ser abandonadas pela coletividade.

    A cultura da fila

    uma cena comum em aeroporto; j antes da chamada para o embarque, s vezes muito antes, passageiros comeam a formar uma fila. O que no deixa de ser estranho; afinal, os lugares j esto previamente marcados, no h necessidade de pressa. Nem mesmo a disputa pelo lugar no compartimento de bagagens serve como explicao, pois muitos dos que esto na fila no tm qualquer bagagem de mo. Uma razo para esse comportamento poderia ser a natural ansiedade desencadeada pela viagem em si. Mas, ao menos no caso do Brasil, h um outro, e curioso motivo. que gostamos de fazer fila. Algo surpreendente, num pas sempre caracterizado pelo pouco apreo ordem e disciplina; a regra parece ser chegar primeiro a qualquer custo, combinando esperteza e o poder dos cotovelos. Contudo, a fila no s uma maneira de organizar uma determinada demanda, seja por ingressos, seja pelo acesso a um determinado lugar. A fila um estilo de vida, e isso fica muito visvel nos fins de semana, nas casas de diverso. Passem pela Goethe num sbado noite

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    e vocs constataro isso. A fila representa uma forma de convvio. Normalmente as pessoas deveriam estar todas voltadas numa mesma direo, o cara de trs olhando a nuca do cara da frente. Mas no assim. Na fila formam-se, por assim dizer, ndulos de convivncia; pessoas, especialmente os jovens, que, sem se afastar de seus lugares, ou afastando-se muito pouco, conseguem conversar, e conversar animadamente. E certamente no fazem isso para matar o tempo, enquanto aguardam a hora de entrar; no, a conversa na fila um objetivo em si, e podemos apostar que para alguns, pelo menos, um objetivo mais interessante que entrar no lugar diante do qual est formada a fila. [...] Para psiclogos, socilogos e at cientistas polticos, as filas representariam um interessante campo de estudo, quem sabe at uma especialidade, gerando teses de mestrado e de doutorado. Enquanto isso no acontece, as filas continuam se formando. Quando chegar o Juzo Final e vocs virem uma fila s portas do Cu, no duvidem: ali estaro os brasileiros.

    SCLIAR, Moacyr. A cultura da fila. Zero Hora, Rio Grande do Sul, 12 dez. 2011.

    35. O fragmento que confirma a ideia expressa no ttulo do texto

    a) [...] a natural ansiedade desencadeada pela viagem em si. b) [...] num pas sempre caracterizado pelo pouco apreo ordem e disciplina. c) [...] combinando esperteza e o poder dos cotovelos.d) A fila um estilo de vida, e isso fica muito visvel nos fins de semana. e) Normalmente as pessoas deveriam estar todas voltadas numa mesma direo.

    36. O trecho: que gostamos de fazer fila. Algo surpreendente, num pas sempre caracterizado pelo pouco apreo ordem e disciplina revela, em relao ao povo brasileiro, uma

    a) contradio.b) esperteza.c) virtude.d) versatilidade.e) sutileza.

    RETRATOS DE UMA POCA

    Mostra exibe cartes-postais de um tempo que no volta mais Em tempos de redes sociais e da presena cada vez maior da internet no cotidiano, pouca gente se recorda de que nem sempre tudo foi assim to rpido, instantneo e impessoal. Se os adultos esquecem logo, crianas e adolescentes nem sabem como os avs de seus avs se comunicavam. H 15 dias, uma educadora no Recife, Niedja Santos, indagou a um grupo de estudantes quais os meios de comunicao que eles conheciam. Nenhum citou cartes-postais. Pois eles j foram to importantes que eram usados para troca de mensagens de amor, de amizade, de votos de felicidades e de versos enamorados que hoje podem parecer cafonas, mas que, entre os sculos XIX e XX, sugeriam apenas o sentimento movido a sonho e romantismo. Para se ter uma ideia de sua importncia, basta lembrar um pouco da histria: nasceram na ustria, na segunda metade do sculo XIX, como um novo meio de correspondncia. E a inveno de um professor de Economia chamado Emannuel Hermann fez tanto sucesso que, em apenas um ano, foram vendidos mais de dez milhes de unidades s no Imprio Austro-Hngaro. Depois, espalharam-se pelo mundo e eram aguardados com ansiedade.

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    A moda dos cartes-postais, trazida da Europa, sobretudo da Frana, no incio do sculo passado para o Recife de antigamente, tornou-se uma mania que invadiu toda a cidade lembra o colecionador Liedo Maranho, que passou meio sculo colecionando-os e reuniu mais de 600, 253 dos quais esto na exposio Postaes: A correspondncia afetiva na Coleo Liedo Maranho, no Centro Cultural dos Correios, na capital pernambucana. O pesquisador, residente em Pernambuco, comeou a se interessar pelo assunto vendo, ainda jovem, os postais que eram trocados na sua prpria famlia. Depois, passou a compr-los no Mercado So Jos, reduto da cultura popular do Recife, onde eram encontrados em caixas de sapato ou pendurados em cordes para chamar a ateno dos visitantes. Boa parte da coleo vem da. [...] Acho que seu impacto justamente o de trazer para o mundo contemporneo o glamour e o romantismo de um meio de comunicao to usual no passado afirma o curador Gustavo Maia. O que mais chama a ateno o sentimento romntico como conceito, que pode ser percebido na delicadeza perdida de uma forma de comunicao que hoje est em desuso refora Bartira Ferraz, outra curadora da mostra. [...]

    LINS, Letcia. Retratos de uma poca. Revista O Globo, Rio de Janeiro, n. 353, p. 26-28, 1 maio 2011. Adaptado.

    37. A ideia contida nos dois primeiros pargrafos a de que

    a) a necessidade de comunicao interpessoal desenvolveu-se s com a Internet.b) os cartes-postais eram, sua poca, considerados cafonas.c) a atividade interpessoal realizada hoje pela internet era realizada, antes,

    similarmente por meio dos cartes-postais.d) a importncia dos cartes-postais se deveu ao fato de terem sido criados na Europa

    e, ento, trazidos para o Brasil.e) os cartes-postais eram o principal meio de correspondncia entre os professores na

    ustria.

    38. Pela leitura do texto, infere-se que a poca do surgimento dos cartes-postais se caracterizava por

    a) lentido e fugacidade.b) vagareza e permanncia.c) indiferena e celeridade.d) rapidez e solidariedade.e) pessoalidade e velocidade.

    39. As afirmaes abaixo relacionam-se ao professor Emannuel Hermann.

    I Deixou de ser professor de Economia, aps vender mais de dez milhes de postais.II Inventou os cartes-postais.III Nasceu na segunda metade do sculo XIX.Est contido no texto o que se afirma em:

    a) I, apenas.b) II, apenas.c) III, apenas.d) I e II, apenas.e) II e III, apenas.

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    40. Em um carto-postal, l-se o seguinte:

    Teu celestial sorriso / Me alegra, encanta e fascina, / Prometendo um paraso, / Onde sers luz divina:

    A relao entre o trecho destacado e a explicao ao seu lado est correta em

    a) Teu celestial sorriso o sorriso de quem remete o carto.b) [...] encanta e fascina o destinatrio encantado, fascinado pelo sorriso.c) Prometendo um paraso o remetente infere no sorriso uma promessa.d) Onde sers luz [...] a palavra onde remete ao sorriso.e) [...] sers luz divina a luz proveniente do cu e inerente ao paraso.

    Leia o texto a seguir:

    Eu tinha dois anos de idade quando meus pais compraram um pequeno stio: cinco alqueires de terra coberta de mato a oito quilmetros da nossa cidade, Santo Anastcio, no oeste paulista. Sob a orientao do meu av paterno, que tinha sido fazendeiro, profissionais reformaram a cerca de aroeira, ergueram um curral, um galpo para as ferramentas e uma casa de tbuas, furaram um poo e formaram trs pastos um de pangola para os cavalos, o Cassino e a Rebeca, e dois de braquiria para uma dzia de cabeas de gado tucura. Com a ajuda da minha me e das minhas avs, meu pai cultivou um pomar em que metade das rvores eram ps de limo-taiti, sua fruta predileta e uma horta. Atrs da casa, fez uma roa de milho e plantou melancias. Mais tarde, mandou construir uma casa de tijolos sem forro, mas com lareira e um fogo a lenha. Duas mangueiras enormes, que, segundo meu av, deviam ter mais de 60 anos, sombreavam o ptio dos fundos. No muito longe, a cachoeira. Passando o rio, o ermito. Em dias de chuva forte, a Ponte Alta ameaava desabar. amos para l nos finais de semana e nas frias. s quartas ou quintas, meu av levava sal para o gado, e eu ia com ele. Meu sonho era me tornar adulto, casar, ter filhos e morar ali at morrer. Minha me, que assim como meu pai era dentista, me aconselhava a parar de pensar besteira e continuar estudando, mas eu ouvia as histrias de peo que meu av contava e achava inferior a vida na cidade. Na adolescncia, decidi que era poeta, e todas as coisas do mundo, ao mesmo tempo em que ganhavam cores mais intensas e reveladoras, foram rebaixadas a um segundo plano. No ano em que vim morar em So Paulo, meus pais estavam precisando de dinheiro e venderam o stio. Minha me perguntou se aquilo me incomodava. Eu disse que no o que mais eu poderia dizer? Meu av morreu dois anos depois, e, ruminando sua morte, escrevi meus primeiros poemas com alguma marca prpria. De l para c, publiquei nove livros, [...]. Em geral, durmo antes das dez e levanto s seis. Gosto dessa rotina, me ajuda a escrever melhor; e, se assim, no tenho o direito de me queixar. Mas, a verdade que, s vezes, me canso de tudo. Da cidade, das pessoas e de mim. Nesses momentos, me lembro do stio reconstruo na cabea cada um dos seus detalhes, me comovo e, no fim, prometo a mim mesmo no esquecer o que vivi e o que sonhei naquele lugar. Venho cumprindo essa promessa.

    CORSALETTI, Fbio. Globo Rural. So Paulo: Globo, n. 296. jun. 2010, p. 122. Adaptado.

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    41. De acordo com o texto, a importncia que o stio tinha para o menino revela-se no trecho

    a) Eu tinha dois anos de idade quando meus pais compraram um pequeno stio: cinco alqueires de terra coberta de mato a oito quilmetros da nossa cidade, Santo Anastcio, no oeste paulista.

    b) Sob a orientao do meu av paterno, que tinha sido fazendeiro, profissionais reformaram a cerca de aroeira, ergueram um curral, um galpo para as ferramentase uma casa de tbuas, [...].

    c) Com a ajuda da minha me e das minhas avs, meu pai cultivou um pomar em que metade das rvores eram ps de limo-taiti, sua fruta predileta e uma horta.

    d) Duas mangueiras enormes, que, segundo meu av, deviam ter mais de 60 anos, sombreavam o ptio dos fundos.

    e) amos para l nos finais de semana e nas frias. s quartas ou quintas, meu av levava sal para o gado, e eu ia com ele. Meu sonho era me tornar adulto, casar, ter filhos e morar ali at morrer.

    42. Pangola e braquiria so

    a) rvores frondosas.b) plantas com folhas grossas.c) tipos de capim.d) espcies de orqudeas.e) flores do campo.

    43. De acordo com o texto, a pergunta do autor no trecho Eu disse que no o que mais eu poderia dizer? significa que ele

    a) tinha dvidas sobre o que responder.b) entendera que, diante da venda j realizada, o melhor a fazer era nada dizer.c) esperava que a me lhe respondesse.d) gostaria de, primeiro, ter ouvido a opinio do av.e) apresenta sentimentos de indiferena.

    44. Em Meu av morreu dois anos depois, e, ruminando sua morte, escrevi meus primeiros poemas com alguma marca prpria., a expresso em negrito pode ser substituda adequadamente por

    a) sofrendo e elaborando a sua morte.b) procurando evitar o sofrimento da sua morte.c) sonhando com a sua morte.d) ignorando a sua morte.e) esquecendo a sua morte.

    45. Venho cumprindo essa promessa. A promessa a que se refere o texto

    a) no esquecer as experincias no stio.b) viver na cidade.c) tornar-se adulto, casar e ter filhos.d) ter como profisso escritor.e) seguir o conselho materno de estudar.

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    46. No texto, o autor se utiliza, em alguns momentos, do processo de descrio para o que deseja apresentar. Um exemplo de descrio no texto

    a) Eu tinha dois anos de idade quando meus pais compraram um pequeno stio: b) Mais tarde, mandou construir uma casa de tijolos sem forro, mas com lareira e

    um fogo a lenha.c) Duas mangueiras enormes, que, segundo meu av, deviam ter mais de 60 anos,

    sombreavam o ptio dos fundos. d) amos para l nos finais de semana e nas frias.e) Na adolescncia, decidi que era poeta, e todas as coisas do mundo, ao mesmo

    tempo em que ganhavam cores mais intensas e reveladoras, foram rebaixadas a um segundo plano.

    Leia o texto a seguir:

    O tempo, como o dinheiro, um recurso escasso. Isso poderia sugerir que ele se presta, portanto, aplicao do clculo econmico visando o seu melhor proveito. O uso racional do tempo seria aquele que maximiza a utilidade de cada hora do dia. Diante de cada opo de utilizao do tempo, a pessoa delibera e escolhe exatamente aquela que lhe proporciona a melhor relao entre custos e benefcios. Ocorre que a aplicao do clculo econmico s decises sobre o uso do tempo neutra em relao aos fins, mas exigente no tocante aos meios. Ela cobra uma ateno alerta e um exerccio constante de avaliao racional do valor do tempo gasto. O problema que isso tende a minar uma certa disposio entrega e ao abandono, os quais so essenciais nas atividades que envolvem de um modo mais pleno as faculdades humanas. A ateno consciente passagem das horas e a preocupao com o seu uso racional estimulam a adoo de uma atitude que nos impede de fazer o melhor uso do tempo. Valry investigou a realidade dessa questo nas condies da vida moderna: O lazer aparente ainda permanece conosco e, de fato, est protegido e propagado por medidas legais e pelo progresso mecnico. O nosso cio interno, todavia, algo muito diferente do lazer cronometrado, est desaparecendo. Estamos perdendo aquela vacuidade benfica que traz a mente de volta sua verdadeira liberdade. As demandas, a tenso, a pressa da existncia moderna perturbam esse precioso repouso. O paradoxo claro. Quanto mais calculamos o benefcio de uma hora gasta desta ou daquela maneira, mais nos afastamos de tudo aquilo que gostaramos que ela fosse: um momento de entrega, abandono e plenitude na correnteza da vida. Na amizade e no amor; no trabalho criativo e na busca do saber; no esporte e na fruio do belo as horas mais felizes de nossas vidas so precisamente aquelas em que perdemos a noo da hora.

    (Adaptado de GIANNETTI, Eduardo. O valor do amanh. So Paulo: Cia. das Letras, 2005. p. 206-209.)

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    47. O posicionamento crtico adotado pelo autor em relao ao emprego do clculo econmico sobre a utilizao do tempo est em

    a) O uso racional do tempo seria aquele que maximiza a utilidade de cada hora do dia.

    b) Diante de cada opo de utilizao do tempo, a pessoa delibera e escolhe exatamente aquela que lhe proporciona a melhor relao entre custos e benefcios.

    c) A ateno consciente passagem das horas e a preocupao com o seu uso racional estimulam a adoo de uma atitude que nos impede de fazer o melhor uso do tempo.

    d) Isso poderia sugerir que ele se presta, portanto, aplicao do clculo econmico visando o seu melhor proveito.

    e) O lazer aparente ainda permanece conosco e, de fato, est protegido e propagado por medidas legais e pelo progresso mecnico.

    48. O paradoxo a que o autor se refere est corretamente resumido em

    a) O tempo despendido na busca de conhecimento recompensado pelo saber.b) Os momentos de relaxamento pleno advm do bom planejamento do uso do

    tempo.c) A criatividade confere maior qualidade ao tempo despendido com o trabalho.d) O controle do uso do tempo compromete o seu aproveitamento prazeroso.e) As horas de maior prazer so aquelas empregadas em atividades bem planejadas.

    Leia o texto a seguir:

    O romance policial, descendente do extinto romance gtico, conserva caractersticas significativas do gnero precursor: a popularidade imensa e os meios para obt-la. Romances policiais, reza um anncio do editor de Edgar Wallace, so lidos por homens e mulheres de todas as classes; porque no h nada que seja to interessante como a explicao de um crime misterioso. No h nada que contribua com eficincia maior para divertir os espritos preocupados. Os criminosos e detetives dos romances policiais servem-se dos instrumentos requintados da tecnologia moderna para cometer e revelar horrores: sociedades annimas do crime, laboratrios cientficos transformados em cmaras de tortura. Os leitores contemporneos acreditam firmemente na onipotncia das cincias naturais e da tecnologia para resolver todos os problemas e criar um mundo melhor; ao mesmo tempo, devoram romances nos quais os mesmssimos instrumentos fsicos e qumicos servem para cometer os crimes mais abominveis. Leitores de romances policiais no so exigentes. Apenas exigem imperiosamente um final feliz: depois da descoberta do assassino, as npcias entre a datilgrafa do escritrio dos criminosos e o diretor do banco visado por eles, ou ento a unio matrimonial entre o detetive competente e a bela pecadora arrependida. No adianta condenar os romances policiais porque lhes falta o valor literrio. Eles so expresses legtimas da alma coletiva, embora no literrias, e sim apenas livrescas de desejos coletivos de evaso.

    (Adaptado de CARPEAUX, Otto Maria. Ensaios reunidos 1942-1978. Rio de Janeiro: UniverCidade e TopBooks, v. 1, 1999. p. 488-90.)

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    49. O leitor de romances policiais, tal como caracterizado no texto,

    a) pertence a determinada classe social e despreza a tcnica literria.b) difcil de satisfazer e descrente da moral contempornea.c) confia na soberania da cincia e condescendente com enredos inverossmeis.d) leigo em tecnologia e demonstra alto grau de erudio.e) usa a leitura como fonte de entretenimento e prescinde de finais felizes.

    Leia o texto a seguir:

    Um dos mitos narrados por Ovdio nas Metamorfoses conta a histria de Aglauros. A jovem irm de Hers, cuja beleza extraordinria desperta o desejo do deus Hermes. Apaixonado, o deus pede a Aglauros que interceda junto a Hers e favorea os seus amores por ela; Aglauros concorda, mas exige em troca um punhado de moedas de ouro. Isso irritou Palas Atena, que j detestava a jovem porque esta a espionara em outra ocasio. No admitia que a mortal fosse recompensada por outro deus; decide vingar-se, e a vingana terrvel: Palas Atena vai morada da Inveja e ordena-lhe que v infectar a jovem Aglauros. A descrio da Inveja feita por Ovdio merece ser relembrada, pois serviu de modelo a todos os que falaram desse sentimento: A Inveja habita o fundo de um vale onde jamais se v o sol. Nenhum vento o atravessa; ali reinam a tristeza e o frio, jamais se acende o fogo, h sempre trevas espessas. A palidez cobre o seu rosto e o olhar no se fixa em parte alguma. Ela ignora o sorriso, salvo aquele que excitado pela viso da dor alheia. Assiste com despeito aos sucessos dos homens, e este espetculo a corri; ao dilacerar os outros, ela se dilacera a si mesma, e este seu suplcio.

    (Adaptado de MEZAN, Renato. A inveja. In: Os sentidos da paixo. So Paulo: Funarte e Cia. Das Letras, 1987. p. 124-25.)

    50. Atente para as afirmaes abaixo.

    I O autor sugere que se rememore a descrio da Inveja feita por Ovdio com base no fato de que antes dele nenhum autor de tamanha magnitude havia descrito esse sentimento de maneira inteligvel.

    II A importncia do mito de Aglauros deriva do fato de que, a partir dele, se explica de maneira coerente e lgica a origem de um dos males da personalidade humana.

    III Ao personificar a Inveja, Ovdio a descreve como algum acometido por ressentimentos e condenado infelicidade, na medida em que no tolera a alegria de outrem.

    Est correto o que se afirma APENAS em

    a) I e II.b) I e III.c) II e III.d) I.e) III.

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    51. Leia este texto, divulgado pela Internet.

    Disponvel em: . Acesso em: 30 jun 2009.

    A respeito dessa pardia do rtulo de um chocolate conhecido, assinale a afirmativa correta.

    a) O jogo de palavras desse texto aponta para uma censura sociedade de consumo.b) No texto, expe-se uma crtica linguagem publicitria, marcada pelo jogo

    persuasivo. c) A imagem uma metfora usada para identificar um tipo especial de barra de

    chocolate.d) O texto um desrespeito populao afrodescendente. e) No texto, h uma crtica alusiva atual preocupao com o uso de termos

    politicamente corretos.

    Leia a charge a seguir:

    Disponvel em:. Acesso em: 05 mar. 2012.

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    52. A relao entre o conjunto da charge e a frase Brasil tem 25 milhes de telefones celulares fica clara porque a imagem e a fala do personagem sugerem o(a)

    a) sentimento de vigilncia permanente.b) aperfeioamento dos aparelhos celulares.c) inadequao do uso do telefone.d) popularizao do acesso telefonia mvel.e) facilidade de comunicao entre as pessoas.

    53. No texto, a frase do personagem produz o humor porque d um sentido surpreendente para a palavra trnsito. O emprego da palavra trnsito surpreendente nesse contexto porque a charge

    a) no mostra vias pblicas.b) no revela outros condutores.c) no sugere fluxo de automveis.d) no envolve veculos particulares.e) no apresenta proprietrios de carros.

    Leia a tirinha a seguir:

    54. No Texto II, a me identifica no discurso do menino

    a) contradio.b) crueldade.c) tristeza.d) generosidade.e) acerto.

    55. O fragmento do Texto II que NO apresenta linguagem informal

    a) Me, o que esse tal de efeito estufa?b) Dizem que os poluentes que lanamos no ar iro reter o calor do sol.c) Claro que voc j vai ter batido as botas.d) Que belo planeta vocs esto deixando para mim, hein?e) Ei, no me falaram nada sobre as calotas polares, t?

    Gabarito: 1. A / 2. B / 3. D / 4. E / 5. B / 6. B / 7. B / 8. A / 9. A / 10. E / 11. C / 12. E / 13. C / 14. D / 15. C / 16. E / 17. B / 18. E / 19.

    D / 20. A / 21. B / 22. D / 23. D / 24. A / 25. D / 26. E / 27. B / 28. D / 29. A / 30. D / 31. A / 32. B / 33. E / 34. C / 35. D / 36. A / 37.

    C / 38. B / 39. B / 40. C / 41. E / 42. C / 43. B / 44. A / 45. A / 46. C / 47. C / 48. D / 49. C / 50. E / 51. E / 52. D / 53. C / 54. A / 55. B