retomada ainda fora do horizonte · que se encontra em compasso de espera para a realização de...
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SONDAGEM INDUSTRIAL DE SC | OBSERVATÓRIO DA INDÚSTRIA CATARINENSE
Retomada ainda fora do horizonte
A Sondagem Industrial, pesquisa realizada junto a 178 indústrias catarinenses no mês de março,
mostrou que a indústria projeta a continuidade da contração da atividade econômica do mercado interno e não
espera que as exportações avancem nos próximos seis meses. A expectativa positiva em relação ao cenário
externo, que se desenhou a partir do mês de setembro de 2015, reverteu-se. Destaca-se que em fevereiro de
2016 houve valorização do real frente ao dólar, o que pode ter contribuído para a reversão de expectativas.
Perspectivas da indústria para os próximos seis meses (pontos)
Fonte: FIESC e CNI
O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam expectativa de crescimento
e abaixo de 50 perspectiva de queda.
48,2 48,8
47,9
44 45 43,5
46,5 48,1 46,8
51,1
56,7
49,9
40
42
44
46
48
50
52
54
56
58
demanda de produtos número de empregados
compras de matéria-prima quantidade exportada
SONDAGEM INDUSTRIAL DE SC | março/2016
11 SONDAGEM INDUSTRIAL DE SC
MARÇO DE 2016
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A intenção de investir manteve-se praticamente estável em relação ao mês anterior e indica que a baixa
confiança na economia brasileira permanece. A maioria das indústrias (60%) não fará investimentos nos
próximos seis meses. Mesmo as grandes empresas evitam realizar inversões na atual conjuntura. Das 66
grandes indústrias que participaram da pesquisa, 47% não realizará investimentos nos próximos seis meses,
36% provavelmente realizará e somente 17% confirmou que efetuará novas inversões. Ressalta-se, portanto,
que a reversão das expectativas no curto prazo é de suma importância dado o elevado número de companhias
que se encontra em compasso de espera para a realização de investimentos.
.
Intenção de investir nos próximos seis meses (pontos)
Fonte: FIESC e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam intenção de investir nos próximos
seis meses. Valores abaixo de 50 indicam que não há intenção de investir nos próximos seis meses.
66,4
61,2
60,8
54,9
52,5 53,6
57,4
55
52,6
49,2
47,2
44,7
41,3
43,9 45,5
44,5 43
40
45
50
55
60
65
70
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
ou
t
no
v
dez jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
ou
t
no
v
dez jan
fev
mar
2014 2015 2016
Acima de 50 pontos = intenção de investir
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MARÇO DE 2016
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Em março de 2016, o indicador de volume de produção foi de 49,4 pontos, o que sinaliza retração da
quantidade produzida em relação ao mês anterior. O indicador ficou abaixo do verificado em março de 2015 e
próximo da linha divisória dos cinquenta pontos.
Evolução da Produção em março de 2016 comparada a fevereiro de 2016 e a março de 2015 (pontos)
Fonte: FIESC e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam aumento de produção frente ao mês anterior e abaixo de 50, queda.
Os estoques indesejados mantiveram-se acima da linha divisória dos 50 pontos. O indicador situou-se
em 52,3 pontos, abaixo do mês anterior (56,3 pontos). A diminuição do nível de estoques reflete o ajuste na
capacidade produtiva que a indústria vem realizando nos últimos meses.
47,8
45
46,2
50,4
51,4
47,4
47,9
55,7
49,4
47,5
49,6
50,4
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
TOTAL
PEQUENO
MÉDIO
GRANDE
MAR.16 MAR.15 FEV.16
QUEDA AUMENTO
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MARÇO DE 2016
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Estoque efetivo em relação ao planejado, janeiro de 2014 a março de 2016 (pontos)
Fonte: FIESC e CNI Acima de 50 pontos significa estoque acima do planejado.
O indicador de utilização da capacidade instalada efetiva em relação ao usual situou-se em 37,9 pontos
em março, mostrando que está abaixo do normal para o mês, sobretudo para as empresas de médio porte
(37,3 pontos).
Utilização da capacidade instalada (efetiva/usual) por porte de empresa (pontos)
Fonte: FIESC e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam capacidade instalada acima do usual para o mês e menor que 50 pontos, abaixo do normal para o período.
52,4
55 53,2
52,1
54,4
57 56,9 57,3 55,9
54
57,1
52,8
55,4 57
53,7 55,5
57,7 57 58
59,4 58,4
59,3 58,4
57,4
55 56,3
52,3
50
52
54
56
58
60
jan
.
fev
.
mar
.
abr.
mai
.
jun
.
jul.
ago
.
set
ou
t
no
v.
dez
.
jan
fev
mar
abr.
mai
jun
jul
ago
set.
ou
t.
no
v.
dez jan
fev
mar
2014 2015 2016
Estoque efetivo/planejado
39,8
39,1
36,9
41,9
36,3
37,9
33,5
36,9
37,9
38,8
37,3
37,7
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
TOTAL
PEQUENO
MÉDIO
GRANDE
mar.16 fev.16 mar/15
ABAIXO DO USUAL ACIMA DO USUAL
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Do total de empresas pesquisadas, 38% revelou atuar com a capacidade instalada igual ao usual,
enquanto 52% informou estar operando com capacidade abaixo do normal e 10% está operando acima do usual
para o mês.
Das grandes empresas pesquisadas, 45% ou 30 indústrias afirmaram estar operando com nível igual ao
normal, enquanto 49% (ou 33 empresas) está com capacidade abaixo do usual. Quatro das 67 grandes
empresas pesquisadas está com capacidade acima do usual.
No primeiro trimestre de 2016, a indústria catarinense operou com margens reduzidas, com situação
financeira insatisfatória e dificuldades de acesso ao crédito. Nos últimos trimestres, as empresas tiveram
redução de margens e mais dificuldade de acesso ao crédito, além de pior situação financeira em relação ao
ano passado.
Situação Financeira, margem de lucro operacional e acesso ao crédito (pontos)
Fonte: FIESC e CNI.O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam situação financeira e margem operacional boa e, abaixo de 50, indicam que os indicadores são considerados ruins. Valores acima de 50 indicam acesso ao crédito facilitado e abaixo de 50 indica dificuldade de ter acesso ao crédito.
35,3
42,2
31,4
35,8
43,2
29,8
34,7
41,1
27,3
39,3
45,3
32,9
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
MARGEM DE LUCRO OPERACI…
SITUAÇÃO FINANCEIR
A
ACESSO AO
CRÉDITO
MAR.15 MAR.16 DEZ.15 SET.15
Ruim Bom
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Dentre os principais problemas enfrentados pelas empresas pesquisadas, a elevada carga tributária foi indicada como o mais relevante, citado com maior frequência. Na sequência, problemas relativos à demanda insuficiente e a inadimplência dos clientes foram destaque e revelam as consequências da redução da atividade econômica do trimestre.
Principais problemas enfrentados pela indústria catarinense (% de respostas).
Fonte: FIESC e CNI.
O preço das matérias-primas está acima da linha dos cinquenta pontos para todos os portes de
empresas pesquisadas, o que indica que os preços dos insumos continuam além do usual para o mês da
pesquisa, contribuindo para compressão das margens.
Nenhum
Dificuldades na logística de transporte (estradas,…
Insegurança jurídica
Competição com importados
Burocracia excessiva
Demanda externa insuficiente
Outros
Falta ou alto custo de trabalhador qualificado
Falta de financiamento de longo prazo
Competição desleal
Falta ou alto custo de energia
Taxa de câmbio
Falta de capital de giro
Taxas de juros elevadas
Falta ou alto custo da matéria prima
Inadimplência dos clientes
Demanda interna insuficiente
Elevada carga tributária
1,1
3,4
3,9
5,1
5,6
8,4
9
9,6
11,8
12,9
16,9
17,4
18
24,2
24,7
28,1
41,6
52,2
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Preço da Matéria-Prima, por porte de empresa (pontos)
Fonte: FIESC e CNI. O Indicador varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam preços médios acima do usual para o mês e menor que 50 pontos, abaixo do normal para o período.
Os dados sinalizam, portanto, que as expectativas para os próximos seis meses são de baixo
crescimento do nível de atividade nos mercados interno e externo, o que justifica a perspectiva negativa
para os investimentos futuros.
A elevada carga tributária manteve-se como principal obstáculo à competitividade e a recessão
tem gerado elevado nível de inadimplência dos clientes. As margens estão comprimidas, tanto pela
baixa demanda do mercado quanto pela elevação dos custos das matérias-primas. Como consequência,
a situação financeira das empresas, que enfrentam restrições de acesso ao crédito, se deteriora.
65,6
66,3
68,7
63,4
65,8
69,6
65,9
63,6
70,8
72,3
71,3
69,6
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
total
pequeno
médio
grande
set.15 dez.15 mar.16
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É imprescindível, portanto, que sejam removidos os obstáculos à competitividade através de
reformas estruturais, enquanto são implementadas medidas de controle dos gastos públicos para que
baixe o custo do capital para o setor produtivo. A reforma do Estado brasileiro é condição para a
retomada do crescimento econômico e os dados comprovam a necessidade de que sejam realizadas
mudanças com celeridade.