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Resumos dos trabalhos científicos ANAIS DO V CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA INTENSIVA NEUROLÓGICA

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Resumos dos trabalhos científi cos

ANAIS DO V CONGRESSOBRASILEIRO DE MEDICINA

INTENSIVA NEUROLÓGICA

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ANAIS DO V CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA INTENSIVA NEUROLÓGICA31 de maio e 01 de junho de 2019 – São Paulo

PRESIDENTEViviane Cordeiro Veiga (SP)

COMISSÃO CIENTÍFICA E ORGANIZADORACássia Righy Shinotsuka (RJ)

Rogério Ribeiro da Silveira (RJ)Salomón Soriano Ordinola Rojas (SP)

Odin Barbosa da Silva (PE)Frederico Bruzzi de Carvalho (MG)

Fabiane Neiva Backes (RS)

COMISSÃO AVALIADORA DOS TRABALHOS SUBMETIDOS PARA O CONGRESSOCássia Righy Shinotsuka (RJ)

Rogério Ribeiro da Silveira (RJ)Salomón Soriano Ordinola Rojas (SP)

Viviane Cordeiro Veiga (SP)

Realização

Associação de Medicina Intensiva Brasileira

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ANAIS DO V CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA INTENSIVA NEUROLÓGICA31 de maio e 01 de junho de 2019 - São Paulo

Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva Neurológica. (5: 2019 São Paulo, SP)

Anais/ 5 Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva Neurológica, 31 mai 1 jun

2019 – São Paulo: Associação de Medicina Intensiva Brasileira; 2019.

28p.

1. Medicina intensiva 2. Neurologia I. Título

ISBN 978-85-63887-05-4 NLM WX218

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APRESENTAÇÃO E-PÔSTER

EP-002

Fístula liquórica contida relacionada à acesso de fossa posterior

Ana Carolina Paiva Farias1, Andrew Bonifácio Ferreira1, Raphael Nascimento Cirino1

1Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - Campina Grande (PB), Brasil

Paciente, sexo masculino, 6 anos, com queixa de cefaleia frontal, de forte intensidade, contínua, associada à fotofobia e vômitos, há 5 meses, com estrabismo convergente bilateral há 3 meses. A TC de crânio sem contraste revelou, processo expansivo, em região occipital, sugestivo de tumor de fossa posterior, além de hidrocefalia com sinais indicativos de hipertensão intracraniana (HIC). Em decorrência da HIC, foi submetido à DVE para con-trole da PIC. Realizada a abordagem cirúrgica, com ressecção da lesão e encaminhada para estudo anatomopatológico, no qual foi confi rmado o diagnóstico de Ependimoma. No 14º DPO, retor-nou ao serviço em decorrência de uma lesão de grande volume em região occipital, compatível com bossa, associado a episódios febris (38ºC a 39ºC). Foi submetida à TC de crânio com contras-te, que visualizou lesão hipodensa epicrânica, com comunicação intracraniana no local da craniectomia prévia, sugestiva de fístula liquólica. Realizada nova abordagem cirúrgica para drenagem do conteúdo represado e descompressão local. Os tumores de fossa posterior são prevalentes na pediatria e estão relacionados à com-plicações como hidrocefalia e HIC, sendo muitas vezes necessá-rio proceder com shunts, como terceiroventriculostomia e DVE, no pré-operatório para controle da PIC. A ressecção tumoral altera os parâmetros volumétricos intracranianos, além da distribuição do líquor, o que predispõe a complicações pós-operatórias como a fístula liquórica. Uma vez estabelecido o diagnóstico, pode-se lançar mão da abordagem cirúrgica para reparar a falha dural, ou prosseguir com tratamento conservador objetivando a redução do débito liquórico e o fechamento espontâneo da mesma.

EP-001

Cuidados pós parada cardiorrespiratória dos pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva na Bahia

Jean de Jesus Souza1, Hanna Gabriela Elesbão Cezar Bastos1, Neuranides Santana1, Tami Silva Nunes1, Carina Marinho Picanço2

1Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia - Salvador (BA), Brasil; 2Hospital Geral Roberto Santos - Salvador (BA), Brasil

Objetivo: Identifi car os cuidados prestados nas primeiras 24h pós retorno de circulação espontânea (RCE) dos pacientes in-ternados em uma unidade de terapia intensiva (UTI) geral que tiveram parada cardiorrespiratória (PCR).Métodos: Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, de na-tureza qualitativa. O campo do estudo foi um hospital geral públi-co, de grande porte. O cenário estudado foi a UTI geral. A coleta de dados ocorreu nos meses de janeiro e fevereiro de 2017. O instrumento utilizado para recolher as informações foi um rotei-ro de coleta em prontuário constituído de dados demográfi cos, epidemiológicos, clínicos, incluindo os requeridos na fi cha Sim-plifi ed Acute Physiology Score (SAPS) 3, dados do processo de reanimação cardiorrespiratória, cuidados pós RCE. Adotou-se a técnica de análise documental, cuja fonte foi o prontuário dos par-ticipantes do estudo. Para organização das informações coletadas, utilizou-se o programa Excel versão 2010. Resultados: Das sete PCR foi evidenciado o RCE de todos. Con-tudo, 100% evoluiu ao óbito antes de 72h. Neste estudo o menor índice do SAPS foi de 63 pontos ou 55% de mortalidade prevista. Já o maior índice foi de 87 pontos, com 92% de mortalidade pre-vista. No que tange aos cuidados pós-PCR, todos tiveram como principal cuidado o controle hemodinâmico com uso de droga vasoativa. Somente 14% dos pacientes realizaram gerenciamento da temperatura, tendo também realizado eletrocardiograma. Ou-tros 28% tiveram exames laboratoriais coletados. Conclusão: A pesquisa demonstrou que faz necessário uma maior sensibilização entre os profi ssionais de saúde acerca dos cuidados pós-PCR, especialmente o gerenciamento da temperatura.

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EP-003

Uso de milrinone na isquemia cerebral tardia após hemorragia subaracnóidea aneurismática

Zuan Patricia Copana Olmos1

1Hospital Sírio Libanês - São Paulo (SP), Brasil

Isquemia cerebral tardia ICT) ocorre em 28% dos casos de pa-cientes que sobrevivem a um episódio inicial de hemorragia Subaracnóidea (HSA) aneurismática. O tratamento atualmente se concentra na terapia hipertensiva e normovolemia, entretanto existe um potencial uso do milrinone como agente vasodilata-dor cerebral, anti-infl amatório e remodelador vascular. Paciente feminina, 64 anos, admitida com cefaleia súbita frontal, sem défi cit focal, evidenciada na TC de crânio HSA aneurismático, Hunt-Hess 4/ WFNS 2/ Fisher III. Realizada Angiografi a com 6 horas de evolução, sendo detectado aneurisma de artéria comu-nicante posterior esquerda - o qual foi embolizado com sucesso. No quinto dia teve queda de 2 pontos na escala de Glasgow, DTC evidenciando Vasoespasmo moderado na ACM Direita, não me-lhorando com medidas clínicas de normotensão, normovolemia. Optou-se por iniciar Milrinone EV continua, dose inicial de 0,5 mcg/kg/min aumento progressivo 20/20min: dose alvo inicial de 0,75 mcg/kg/min. Três horas após o início observa-se nítida a me-lhora neurológica progressiva; Neste caso em especial a melhora clinica foi associada com a melhora do fl uxo cerebral ao doppler transcraniano ( DTC), titulação diária guiada por clínica e auxí-lio de DTC, até uma dose fi nal de 1,25 mcg/kg/min, 20 dias de infusão contínua, com desmame gradual. (DTC fi nal IL 2,6 na ACM). A combinação do vasodilatador cerebral Milrinone e a te-rapia hemodinâmica foi uma forma efi caz, neste caso, de melhora da dinâmica cerebral e da isquemia cerebral tardia. O uso do DTC foi uma ferramenta útil para guiar o tratamento.

EP-004

Complicações pós-operatórias de ressecção de tumor cerebral em hospital de referência na cidade de Curitiba-PR

Aline Mayumi Kametani1, José Arthur Santos Brasil2, Ricardo Ramina2, Álvaro Réa-Neto1, Rafaela Bernardelli1

1Centro de Estudos e Pesquisa em Emergências Médicas e Terapia Intensiva (CEPETI) - Curitiba (PR), Brasil; 2Instituto de Neurologia de Curitiba - Curitiba (PR), Brasil

Objetivo: Identifi car as principais complicações dos pacientes em pós-operatório eletivo de ressecção de tumor cerebral admiti-dos em uma UTI Neurológica. Métodos: Foram coletadas informações do banco de dados ele-trônico da UTI correspondente ao período de janeiro de 2018 a janeiro de 2019. Avaliamos dados relacionados ao perfi l epide-miológico, tipo e topografi a da lesão, escalas de funcionalidade, necessidade de ventilação mecânica, tempo de internamento, complicações e mortalidade. Resultados: Foram analisados dados de 445 pacientes com ida-de média de 48 anos, sendo a maioria do sexo feminino (58,7%). 31,7% eram pacientes em pós-operatório de tumor de base de crâ-nio e 68,3% de tumor supratentorial. Dentre os tipos tumores ope-rados os principais foram: meningiomas (28,8%), gliomas (22,2%) e schwannomas (15,1%). A mediana da GCS foi de 15; o KPS me-diano de 90, o APACHE II mediano de 6. Em relação as complica-ções precoces, os pacientes apresentaram isquemia e sangramento (1,6%), insufi ciência respiratória (0,4%), fístula liquórica, hemor-ragia subaracnóidea e hidrocefalia (0,2%). Já as complicações tar-dias foram: abscesso cerebral (0,7%), estado de mal convulsivo, hipertensão intracraniana e meningite (0,4%). 19 pacientes foram admitidos em ventilação mecânica onde permaneceram pelo tempo médio de 4,63 horas. Apenas 1 paciente precisou ser reintubado. O tempo médio de internamento foi de 30 horas com GOS mediano de alta igual a 5. A mortalidade observada foi de 0,4%. Conclusão: A taxa de complicações e mortalidade geral obser-vadas nesse grupo de pacientes foi abaixo das encontradas em trabalhos semelhantes.

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EP-005

Perfi l dos pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico em unidade de terapia intensiva de hospital de referência de Curitiba

Karen Fernandes de Moura1, José Arthur Santos Brasil1, Álvaro Réa-Neto2, Rafaela Bernardelli2, Vanessa Rizelio1

1Instituto de Neurologia e Cardiologia de Curitiba - Curitiba (PR), Brasil; 2Centro de Estudos e Pesquisa em Emergências Médicas e Terapia Intensiva (CEPETI) - Curitiba (PR), Brasil

Objetivo: Analisar o perfi l dos pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico em hospital de referência de Curitiba. Métodos: Estudo de coorte, retrospectivo, que analisou dados de prontuário de 57 pacientes com AVC isquêmico em UTI de janei-ro a dezembro de 2018. Resultados: Coletados dados de 57 pacientes, com idade média de 67,8 anos, sendo 50,8% do sexo masculino. A principal etio-logia do AVC foi trombótica, com 29.8% dos casos. 45% dos pacientes receberam algum tipo de terapia de reperfusão, destes, 65% foram submetidos a trombólise intravenosa, com um tempo de porta-agulha médio de 2,4 ± 1,2 horas. Já outros 34% foram submetidos à trombectomia mecânica, com um tempo porta-ca-teter médio de 7 ± 3,9 horas. Apenas um paciente foi submetido as duas terapias. Na admissão, o GCS variou entre 6 e 15 (media-na de 15) e o NIHSS entre 1 e 31 (mediana de 6). Após 24 horas, o NIHSS mediano foi de 3 (entre 0 e 25) e APACHE II entre 2 e 28 (mediana de 10). O tempo médio de internamento na UTI foi de 3,1 dias. 58,2% dos pacientes tiveram pontuação entre 1 e 3 (mediana de 3) na Escala de Rankin modifi cada (mR) na alta. 2 pacientes foram à óbito. Conclusão: Observamos uma taxa de mortalidade de 3,5%. Ape-nas 45% foram submetidos à terapia de reperfusão, sendo a trom-bólise intravenosa a mais frequente. No momento da alta da UTI a maioria dos pacientes apresentavam um grau leve a moderado de dependência funcional.

EP-006

Prevalência e caracterização das notifi cações de morte encefálica em um hospital geral da baixada fl uminense

Kattiucy Gabrielle da Silva Brito1, Edarlan Barbosa dos Santos1, Roberta Carvalho de Jesus2, Tatiane Fernandes da Fonseca Gaban2, Jean Max Figueiredo2, Thiago Matos Barcellos2, Antônio Marcos da Silva Catharino1

1Universidade Iguaçu - Itaperuna (RJ), Brasil; 2Hospital Geral de Nova Iguaçu - Nova Iguaçu (RJ), Brasil

Objetivo: Determinar a prevalência de morte encefálica (ME), caracterizar e identifi car suas causas em Nova Iguaçu-RJ. Métodos: Estudo transversal, observacional e quantitativo, foi submetido ao CEP e aprovado com parecer nº 2.959.277, CAAE91194318.9.0000.8044. Os dados foram coletados através da revisão dos prontuários dos pacientes com o diagnóstico de ME no HGNI em 2018. Resultados: Em 2018, tiveram 36 notifi cações de ME, dessa 78% foram do sexo masculino e 22% do sexo feminino. 47% tinham mais de 50 anos, 22% entre 40 e 50 anos, 17% entre 20 e 30 anos, 11% entre 30 e 40 anos, 3% entre 10 e 19 anos. Tiveram 10 doações, 8 com captação e 2 sem captação, por inviabilidade dos órgãos. Os meses de maiores notifi cações foram junho, feve-reiro e outubro. Não houve doação em 72,2% das notifi cações, as causas foram por negativa familiar, por parada cardiorrespiratória antes da remoção, por contraindicação absoluta, por contraindi-cação médica. As causas das notifi cações de morte encefálica fo-ram 39% trauma crânio Encefálico (TCE), 36% foram acidente vascular encefálico hemorrágico, 11% foram por perfuração com arma de fogo, 11% por acidente vascular encefálico isquêmico e 3% pós-operatório de tumor cerebral. Todos os pacientes fo-ram diagnosticados com dois exames clínicos, realizados por profi ssionais diferentes, realizado teste da apneia e fi nalizado o protocolo com eletroencefalograma. Todos pacientes realizaram tomografi a computadorizada de crânio. Conclusão: Teve como predominância sexo masculino (77%), terem mais de 50 anos (47%), causa do óbito TCE (39%) e nega-tiva familiar como causa de não doação.

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EP-007

Análise dos casos de hematoma intraparenquimatoso em hospital de referência em Curitiba-PR

Ana Claudia Pereira Rodriguez1, José Arthur Santos Brasil2, Rafaela Bernardelli1, Álvaro Réa-Neto1

1Centro de Estudos e Pesquisa em Emergências Médicas e Terapia Intensiva (CEPETI) - Curitiba (PR), Brasil; 2Instituto de Neurologia de Curitiba- Curitiba (PR), Brasil

Objetivo: O trabalho pretende caracterizar o perfi l de pacientes com diagnóstico de hematoma intracerebral internados uma UTI neurológica. Métodos: Estudo de caráter observacional e descritivo, com co-leta de informações em banco de dados eletrônico próprio. Foram incluídos 26 pacientes com o diagnóstico no período de janeiro de 2017 até março de 2018. Resultados: Os pacientes tinham idade média de 66,9 anos e foram na sua maioria mulheres (53%). As comorbidades mais frequentes foram a hipertensão arterial seguida de diabetes mellitus. A maioria dos pacientes não usava antiagregantes plaquetários ou anticoagu-lantes. A mediana do ICH score foi de 2 e a do APACHE II 14. 46% dos pacientes necessitaram de ventilação mecânica. Hemorragias lobares foram observadas em 34% dos pacientes enquanto que as localizadas em gânglios da base ocorreram em 23%. Em média o tamanho dos hematomas era de 62 mL, sendo que os usuários de antihipertensivos possuíam hematomas menores. 42% dos pacien-tes tiveram o hematoma drenado sendo apenas dois deles subme-tidos também à craniectomia descompressiva. O tempo médio de internamento na UTI foi de 6,3 dias com mortalidade observada de 26%. Dos pacientes que tiveram alta observamos a mediana do GOS igual a 3. Apenas duas complicações clínica foram observa-das: infecção de ferida operatória e pneumonia nosocomial. Conclusão: Em geral observamos que o perfi l dos pacientes foi bastante semelhante ao da literatura, desde as características clíni-cas observadas, gravidade, mortalidade e status funcional na alta.

EP-008

Derivação ventricular externa na sala de recuperação pós-anestésica: epidemiologia desta intervenção em hospital de referência

Lisiane Vidal Lopes Machado1, Victória Tiyoko Moraes Sakamoto1, Rita Catalina Aquino Caregnato1, Karin Viegas1, Carine Raquel Blatt1

1Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) - Porto Alegre (RS), Brasil

Objetivo: Descrever o perfi l epidemiológico dos pacientes neurocríticos admitidos na sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) após instalação de derivação ventricular externa (DVE). Métodos: Estudo descritivo exploratório, realizado na SRPA de um hospital referência em trauma, no período de julho de 2018 a fevereiro de 2019. A coleta por meio de dados secundários obteve uma população de 2.865 pacientes admitidos na SRPA e amostra por conveniência de 66 submetidos à DVE. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com CAAE 78636917.8.0000.553. Resultados: 54,5% sexo masculino, idade entre 71 e 90 anos. A principal indicação foi hematoma subdural crônico por trauma-tismo cranioencefálico. Em relação à profi laxia pré-operatória, a cefazolina foi o antibiótico escolhido em 74% dos procedimen-tos. O tempo médio de permanência com o cateter foi de 7,4±6 dias, havendo complicações pós-operatórias em 45,5% dos ca-sos, sendo a maior ocorrência meningite (10,6%). Em relação ao desfecho e prognóstico dos pacientes, 59% receberam alta hospitalar com condição melhorada, 24% foram a óbito e 17% permanecem hospitalizados. Todos permaneceram no mínimo 24 horas na SRPA aguardando leito na unidade de terapia intensiva. Conclusão: O perfi l epidemiológico dos pacientes admitidos na SRPA após colocação de DVE foi predominantemente constituí-do por idosos do sexo masculino, cujo traumatismo cranioencefá-lico decorrente da queda da própria altura foi a principal causa e indicação do procedimento.

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EP-009

Estudo epidemiológico dos aneurismas cerebrais não rotos e suas implicações neurocirúrgicas

Ana Carolina Paiva Farias1, Andrew Bonifácio Ferreira1, Raphael Nascimento Cirino1

1Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - Campina Grande (PB), Brasil

Objetivo: Determinar o perfi l epidemiológico dos aneurismas cerebrais não rotos em hospital de referência em Neurocirurgia. Métodos: Estudo descritivo, retrospectivo, através da coleta de dados de 16 pacientes diagnosticados com aneurismas cerebrais não rotos. Resultados: Sexo feminino foi o mais acometido: 62,5% dos ca-sos. A faixa etária mais prevalente foi entre 60-70 anos (56,25%). O local mais afetado foi a artéria basilar (16%), seguido pelas ar-térias carótidas internas direita (12%), esquerda (12%) e cerebral média (12%). As artérias carótida-oftálmica esquerda, cerebral média esquerda, comunicante anterior e comunicantes posterio-res tiveram 8% de incidência cada, seguidas pelas artérias caró-tida-oftálmica direita e bifurcação da carótida interna direita que foram responsáveis por 4% cada. Treze tinham tamanho inferior a 0,7cm (65%), 6 entre 0,7- 1,2cm (30%) e 1 entre 1,2-2,4cm (5%). Em relação à sintomatologia, a cefaleia esteve presente em 56,25% dos casos, 18,75% não apresentaram queixas e os demais sintomas de baixa incidência foram: hemiparesia, síncope, ton-tura, diplopia, oftalmoparesia e défi cit de memória recente. Das comorbidades, 50% apresentava HAS, 18,75% diabetes mellitus e 15,62% tabagismo. Conclusão: No presente estudo, o sexo feminino e a faixa etária acima de 60 anos foram os mais acometidos. Ademais, tamanhos menores de 0,7cm foram fatores de proteção para ruptura. É im-portante o controle da hipertensão e tabagismo para reduzir a in-cidência de novos casos.

EP-010

Perfi l epidemiológico de fraturas cervicais em pacientes com traumatismo raquimedular

Ana Carolina Paiva Farias1, Andrew Bonifácio Ferreira1, Raphael Nascimento Cirino1

1Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - Campina Grande (PB), Brasil

Objetivo: Discorrer sobre aspectos epidemiológicos das fraturas cervicais. Métodos: A análise esteve baseada no estudo transversal de 25 prontuários de pacientes internados por TRM cervical em um hospital referência em neurotrauma. Resultados: 21 pacientes pertenciam ao gênero masculino (84%) e 4 ao feminino (16%). A faixa etária entre 20 e 45 anos foi a mais acometida (44%) seguida por 6 casos abaixo de 20 anos (24%). A lesão cervical baixa contabilizou 60% dos casos, e dentre as lesões cervicais altas, 50% das fraturas estavam no processo odontoide do áxis (n=5). Os acidentes motociclísticos foram as causas mais frequentes, seguidos por queda de altura, acidentes de mergulho e acidente de carro, dentre outras causas. A grande maioria dos pacientes foram classifi cados na escala fun-cional como FRANKEL A (48%), coexistindo na amostra 6 pa-cientes com FRANKEL D (24%), 4 pacientes com FRANKEL E (16%) e 3 pacientes com FRANKEL C. Foi instituído tratamento cirúrgico em 68% dos casos em detrimento da terapia conserva-dora, e as complicações clínicas mais prevalentes no seguimento foram infecção urinária (48%), seguida de pneumonia e úlceras de pressão. Conclusão: Verifi cou-se um perfi l de indivíduos do sexo mascu-lino na faixa etária economicamente ativa cuja causa das lesões esteve intimamente associada à acidentes de trânsito. Ademais, a circunstância funcional desses indivíduos requisitou interven-ção cirúrgica na maioria dos casos, culminando em condições de morbidade relacionadas à pouca mobilidade e restrição desses pacientes ao leito.

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EP-011

Prevalência do acidente vascular não traumático na população pediátrica atendida em um hospital de referência

Ana Carolina Paiva Farias1, Andrew Bonifácio Ferreira1, Raphael Nascimento Cirino1

1Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - Campina Grande (PB), Brasil

Objetivo: Estudar as prevalências das características clínicas dos AVEh espontâneos na faixa etária pediátrica. Métodos: É um estudo retrospectivo, descritivo, com abordagem dos dados de 46 prontuários de pacientes com até 18 anos de ida-de, admitidos em um hospital de Campina Grande que receberam diagnóstico de AVE hemorrágico excluindo os de origem trau-mática entre Janeiro de 2013 a Março de 2016. Os dados foram coletados em formulário padrão. Resultados: A idade média foi de 9,7 anos com discreta preva-lência em pacientes femininos (53,8%). As doenças vasculares representaram o maior número: 57,1% (n=20); seguidas pelas doenças hematológicas, com 22,85% (n=8); infecciosas (sepse), com 14,28% (n=5), relacionadas a medicamentos (2,85%, n=1) e idiopáticas (5,7%, n=2). As malformações arteriovenosas repre-sentaram 65% das afecções vasculares, enquanto os aneurismas cerebrais e a hipertensão arterial sistêmica, 28% e 10%, respec-tivamente. As doenças hematológicas encontradas foram distúr-bios da coagulação (34 %), leucemias (34%) e anemia falciforme (23%). As causas medicamentosas, 64% eram por quimioterá-picos e 30%, anticoagulantes. Instituído tratamento cirúrgico de emergência em 57,1% (n=20), porém 40 % (n=14) faleceram durante a internação. Conclusão: Os índices de mortalidade constatados neste trabalho são elevados, apesar dos avanços dos métodos diagnósticos e das técnicas neurocirúrgicas. Na faixa etária pediátrica, ressalta-se como causa principal de AVEh as MAV e as disfunções hema-tológicas por distúrbios da coagulação, e o sexo feminino o mais acometido, dentre os casos.

EP-012

Impacto assistencial pós implementação de protocolo para atendimento de acidente vascular cerebral em unidade de terapia intensiva geral de hospital particular

Roberta Teixeira Tallarico1, Ronald Torres de Olinda1, Marcello Henrique Paschoal1, Ricardo José dos Santos Silva1, Flavia Kariny Aparecida Gomes Japiassú1, Danilo Marques Nogueira1, Antonio Aurelio de Paiva Fagundes Junior1

1Hospital Home - Brasília (DF), Brasil

Objetivo: Avaliar impacto pós implementação de protocolo as-sistencial (Stroke Team) em acidente vascular cerebral (AVC) em UTI Geral de Hospital privado. Métodos: Estudo descritivo, observacional, retrospectivo, reali-zado com análise de banco de dados do EPIMED Solutions®. Foram incluídos pacientes maiores de 18 anos, internados em UTI devido à AVC isquêmico (AVCI) e hemorrágico (AVCH) nos períodos pré (PPE) e pós (PPO) Stroke Team (ST). O PPE incluiu pacientes internados entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2017 e o PPO entre março de 2017 e dezembro de 2018. Anali-samos idade, sexo, scores prognósticos, realização de trombecto-mia mecânica (TM), tempo de internação e desfecho fi nal. Resultados: O período PPE incluiu 50 pacientes, média de 3,84 casos/mês de AVC, sendo AVCI 2,86 casos/mês. Predomínio do sexo feminino (62%), mediana de idade 77 anos, SOFA 3, Charl-son 1, SAPS 3 49 e de probabilidade de óbito 15,91%. Óbito em UTI de 20% (60% AVCH). Mediana de tempo de internação em UTI 5 dias, hospitalar 10,5 dias. No período PPO analisamos 102 pacientes (5,1 casos/mês), AVCI 4,5 casos/mês. Predomínio do sexo feminino (58%), mediana de idade de 77 anos, SOFA 2, Charlson 1, SAPS 3 47 e de probabilidade de óbito 13,26%. Óbito em UTI em 13% (71% AVCI). Realizou-se TM em 5%. Mediana de tempo de internação em UTI de 2,5 dias, hospitalar de 8 dias. Conclusão: Implementar protocolo gerenciado para tratamento de AVC impacta o atendimento intrahospitalar, diminuindo tem-po de internação e mortalidade.

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EP-013

Fatores limitantes para a adequação na oferta calórica e proteica via enteral em uma unidade de terapia intensiva neurológica em um hospital privado em Curitiba-PR

José Arthur Santos Brasil1, Karen Fernandes de Moura2, Michele Lima1

1Instituto de Neurologia de Curitiba - Curitiba (PR), Brasil; 2Centro de Estudos e Pesquisa em Emergências Médicas e Terapia Intensiva (CEPETI) - Curitiba (PR), Brasil

Objetivo: Verifi car a adequação da oferta calórica e proteica via enteral em pacientes em terapia intensiva neurológica e identifi -car quais são os fatores limitantes relacionados. Métodos: Estudo retrospectivo realizado em hospital privado, com pacientes em terapia intensiva neurológica, internados en-tre julho e novembro de 2018. Como critério de inclusão tem-se pacientes com 18 anos ou mais, que permaneceram com terapia nutricional enteral exclusiva por =72 horas. Resultados: Participaram da amostra 29 pacientes com idade média de 65 anos, sendo 24 do sexo masculino (82,7%). Em mé-dia, os pacientes permaneceram oito dias com terapia nutricional enteral exclusiva. Em relação ao desfecho, nove pacientes evolu-íram a óbito (31%) e 20 receberam alta da UTI (69%). Em média, os pacientes receberam 86% do valor calórico prescrito e 86% do valor proteico prescrito. Já em relação às necessidades nutri-cionais, os pacientes receberam em média 72% do valor calórico estimado e 77% da necessidade proteica estimada. Cinco pacien-tes atingiram meta calórica estabelecida (17%) e 10 atingiram a meta proteica estabelecida (34%). Ocorreram durante o período 65 intercorrências que impediram a adequação da terapia nutri-cional. O jejum foi o mais prevalente (46% das intercorrências), seguido de sintomas gastrointestinais (28%) - dentre eles, estase (11%), êmese (9%), diarreia (8%) -, perda de sonda nasoenteral (15%), erro de registro do volume infundido (9%) e interação droga-nutriente (2%).Conclusão: O principal motivo para inadequação de oferta caló-rica e proteica por via enteral nesse grupo de pacientes foi a ne-cessidade de jejum para realização de exames e procedimentos.

EP-014

Efeitos da ressuscitação com solução salina 0,9% e terlipressina sobre a perfusão e oxigenação cerebral em modelo de traumatismo cranioencefálico e choque hemorrágico

Ana Paula de Carvalho Canela Balzi1, Denise Aya Otsuki2, Sergio Roberto Silveira da Fonseca1, Lucia da Conceição Andrade3, Wellingson Silva Paiva4, Luiz Marcelo Sá Malbouisson1

1Disciplina de Anestesiologia, Hospital das Clinicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo (SP), Brasil; 2Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo (SP), Brasil; 3Disciplina de Nefrologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo (SP), Brasil; 4Unidade de Terapia Intensiva, Departamento de Neurocirurgia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo (SP), Brasil

Objetivo: A escolha da estratégia terapêutica para o choque he-morrágico (CH) com TCE tem papel importantíssimo na restau-ração hemodinâmica e cerebral. As substâncias terapêuticas têm efeitos distintos sobre os diversos sistemas e há poucos estudos sobre a infl uência das mesmas nas variáveis cerebrais após TCE. Objetivo: Comparar os efeitos da ressuscitação com solução sa-lina 0,9% e terlipressina sobre a perfusão e oxigenação cerebral em modelo de TCE e CH. Métodos: Estudo Experimental do Laboratório Anestesiologia--FMUSP, com 32 suínos submetidos a lesão cerebral por fl ui-do percussão e sangramento controlado (PAM alvo 40mmHg); randomizados em quatro grupos: Controle (sem terapia); Salina; Terlipressina; Salina+terlipressina. Foram avaliados parâmetros hemodinâmicos, oxigenação sistêmica, perfusão e oxigenação cerebral e comparados nos momentos: basal, choque hemorrági-co e 30, 60 e 90 minutos após o tratamento (TR30, TR60, T90). Resultados: A PIC aumentou após indução do trauma e cho-que hemorrágico, sem diferenças entre os grupos. Em TR30, o grupo salina+terlipressina, apresentou aumento mais expressivo da PIC em relação aos demais (p<0,05). A complacência cere-bral (APIC) apresentou piora importante em todos os grupos em TR30. O grupo salina+terlipressina, apresentou piora de APIC, em relação aos demais em TR30 e TR60 (p<0,05). A PPC au-mentou em todos os grupos tratados. No grupo controle, queda (p>0,05). O grupo terlipressina apresentou maiores taxas de oxi-genação cerebral que os demais durante todo experimento. Conclusão: A terlipressina foi superior à solução salina na res-tauração da oxigenação cerebral, embora ambas elevem a PPC, em modelo de TCE e CH.

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EP-016

Treinamento muscular inspiratório em traumatismo raquimedular cervical impacta nos custos hospitalares e de unidades de terapia intensiva?

Gregory Lui Duarte1, Aldrin Lucas Bethiol1, Desanka Dragosavac1, Luciana Castilho de Figueiredo1, Lígia dos Santos Roceto Ratti1, Aline Maria Heidemann1, Rodrigo Marques Tonella1, Antonio Luis Eiras Falcão1

1Departamento de Cirurgia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Campinas (SP), Brasil

Objetivo: Portadores de traumatismo raquimedular (TRM) cer-vical podem evoluir com complicações respiratórias necessitan-do de ventilação mecânica invasiva (VMI) prolongada, elevando assim os custos de internação. O objetivo foi analisar e comparar tempo de internação hospitalar, em UTI e os custos em terapia intensiva de pacientes portadores de TRM cervical submetidos a estimulação diafragmática elétrica transcutânea (EDET) e o gru-po de desmame convencional (GC). Métodos: Estudo observacional coorte retrospectivo realizado através de análise dos prontuários dos pacientes internados na UTI do Hospital de Clínicas da Unicamp, entre janeiro de 2007 e dezembro de 2016, portadores de TRM cervical acima do nível de C6 que utilizaram VMI, apresentaram desmame prolongado e necessitaram de traqueostomia. Foram incluídos 12 pacientes divididos em dois grupos: 4 pacientes no grupo EDET e 8 no gru-po convencional que foi submetido ao desmame em nebulização de oxigênio. Resultados: No grupo EDET o tempo total de internação em UTI foi de 31,5 ± 18,77 dias e no grupo controle (GC) 55,75 ± 40,9 dias (p = 0,3065). O tempo de internação hospitalar no grupo EDET foi de 46,25 ± 23,81 dias e o GC apresentou 70,88 ± 38,67 dias (p = 0,3065). Os custos de internação em UTI do gru-po EDET foram em média de R$25.200 ± R$15.016 e do grupo controle R$44.600 ± R$32.720 (p =0,1348). Conclusão: A EDET mostrou se uma técnica com tendência para redução do tempo de internação hospitalar e em UTI e com po-tencial de economia de custos hospitalares.

EP-015

Atuação do enfermeiro na abordagem dos pacientes com risco de hipertensão intracraniana vítima de traumatismo cranioencefálico

Juliana Siebra1, Paulo Roberto da Silva Zucoloto1

1Hospital Santa Marcelina - São Paulo (SP), Brasil

Objetivo: Atuação do enfermeiro na abordagem dos pacientes com risco de hipertensão intracraniana vítima de traumatismo cranioencefálico. Métodos: Estudo de revisão literária, a partir da base de dados on-line SciELO (Scientifi c Electronic Library Online). Foram utilizados os termos de busca para pesquisa: "Traumatismo Cra-niano encefálico", e/ou "Enfermagem" e/ou "Hipertensão Intra-craniana". Foi determinado o período de publicação entre 2005-2019 dos estudos. Foram escolhidos 10 estudos que satisfazem o objeto de pesquisa. Resultados: A atuação do enfermeiro é essencial para conduzir a equipe de enfermagem. Faz-se necessário que esses profi ssio-nais estejam constantemente atualizados e capacitados. Tendo em vista a magnitude do TCE, seu tratamento requer intervenções rápidas, direcionadas, acrescendo a chance de sobrevida e atenu-ando as consequências causadas pelo TCE. Alguns cuidados são de suma importa como: parâmetros hemodinâmicos, saturação de oxigênio, cabeceira elevada 30º, alinhamento mento esternal, controle glicêmico, balanço hídrico rigoroso, hidratação venosa, coleta de exames laboratoriais, analgesia, verifi cação da pressão arterial, temperatura, pressão intracraniana, pressão de perfusão cerebral aproximadamente 50% do tempo. Conclusão: É de imprescindível importância que os pacientes traumatizados possuam uma sistematização da assistência de en-fermagem de qualidade e que a equipe os veja como um todo, sobretudo às vítimas de TCE, pois grande parte deles encontra-se inconsciente, com hematomas, edemas e múltiplas lesões, e ne-cessitam de cuidados especiais. Devido a isto é os enfermeiros que gerenciam o cuidado devam monitorar esses pacientes, a fi m de reduzir a HIC prevenindo lesões cerebrais secundárias, dimi-nuindo assim a morbi/mortalidade.

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EP-017

Trauma cervical por desaceleração oligossintomática com acidente vascular encefálico tipo isquêmico tardio

Soraya Assef Benhame1, Roberta de Oliveira Bolognani1, Fabiana Salles de Sousa Matos1, Vitor Baptista Tardin1, Mariana Miranda de Mendonça1, Paulo Victor Souza Dourado1

1Hospital Unimed Costa do Sol – Macaé (RJ), Brasil

Mulher, 38 anos, casada, técnica de enfermagem, 66 quilos, sem comorbidades, apresentou síncope no ambiente de trabalho, sen-do prontamente atendida e transferida para o Hospital Unimed Costa do Sol em Macaé. Deu entrada com quadro de hemiplegia completa à esquerda, disartria e desvio de comissura labial à di-reita, início do quadro há 2:20h, Escala do NIHSS de 13. A TC de crânio foi realizada na admissão que apresentava sinal da artéria cerebral média hiperdensa à direita. A paciente não apresentava contraindicação formal para realização da trombólise, sendo en-tão obtido consentimento familiar para sua realização e acionada equipe de neurocirurgia de sobreaviso para alertar sobre a pacien-te em questão. Ao Eco doppler de artérias carótidas e vertebrais apresentou fl uxo anterógrado de alta resistência em ambos os ramos internos e de amplitude reduzida, correspondentes à oclu-são distal. No terceiro dia de internação a paciente apresentava-se com cefaleia temporoparietal e cervicalgia à direita com postura viciosa, disartria e hemiparesia à direita completa. Optou-se por uma nova TC de crânio, que apresentou uma extensa área córti-co/subcortical hipodensa fronto-temporo-parieto-insular e nucle-ocapsular direita apagando os sulcos corticais e fi ssuras cerebrais adjacentes, colabando parcialmente o ventrículo lateral direito com desvio contralateral das estruturas ósseas da linha média, sugerindo evento isquêmico recente em território da artéria ce-rebral média. Uma nova anamnese foi realizada, onde a paciente revelou que há 20 dias havia sofrido acidente automobilístico por desaceleração, com fl exão e hiperextensão de cervical, sem trau-ma direto. Iniciada terapia com antiagregação plaquetária.

EP-018

Perfi l dos pacientes com diagnóstico neurológico e decisão de cuidados paliativos em unidade de terapia intensiva geral por médicos não paliativistas

Roberta Teixeira Tallarico1, Ronald Torres de Olinda1, Marcello Henrique Paschoal1, Flavia Kariny Aparecida Gomes Japiassú1, Ricardo José dos Santos Silva1, Antonio Aurelio de Paiva Fagundes Junior1

1Hospital Home - Brasília (DF), Brasil

Objetivo: Avaliar o perfi l epidemiológico dos pacientes admi-tidos em UTI Geral com diagnóstico neurológico e decisão de Cuidados Paliativos (CP) por médicos não paliativistas. Métodos: Estudo descritivo, observacional, retrospectivo, reali-zado com análise de banco de dados do EPIMED Solutions®. Foram incluídos pacientes maiores de 18 anos, internados em UTI geral, devido à diagnóstico neurológico, no período entre janeiro de 2018 e fevereiro de 2019. Analisamos idade, sexo, sco-res prognósticos, mediana de tempo para aceitação de CP pelos responsáveis, mediana de tempo de internação e desfecho fi nal. A indicação de CP era de responsabilidade do rotineiro da unidade. Resultados: No período de 13 meses foi possível instituir CP em 9 pacientes com diagnóstico neurológico à admissão. Predomínio do sexo feminino (55%), mediana de idade de 83 anos, SOFA 1, Charlson 0, SAPS 3 48 e de probabilidade de óbito de 14,59%. Principais diagnósticos foram: acidente vascular cerebral isquê-mico (40%) e epilepsia (20%). Mediana de tempo mediano até decisão de CP em UTI foi de 7 dias. Um paciente foi admitido já com a decisão tomada sobre CP na enfermaria. Mediana de tempo de internação em UTI de 9,5 dias com óbito em 88% dos pacientes. Um paciente recebeu alta para enfermaria após decisão sobre CP e foi readmitido após piora clínica, vindo à óbito na UTI. Um paciente teve alta hospitalar. Conclusão: Instituir CP em UTI é um desafi o para médicos pa-liativistas e não paliativistas. Após a decisão de CP ainda vemos os óbitos ocorrerem em sua maioria no ambiente de terapia in-tensiva.

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EP-019

A importância do tempo no tratamento do aneurisma na hemorragia subaracnóidea

Pedro Henrique Rigotti Soares1, Paula Buchs Zucatti1, Vanessa Maschke1, Carla Bittencourt Rynkowski1

1Hospital Cristo Redentor - Porto Alegre (RS), Brasil

Objetivo: Identifi car o perfi l dos pacientes atendidos em cen-tro de referência para tratamento de hemorragia subaracnóidea (HSA), bem como tempo entre atendimentos e intervenções. Métodos: Estudo prospectivo de coorte de pacientes adultos com HSA espontânea admitidos em centro de referência neurocirúr-gica no sul do Brasil entre 10- 2016 e 07-2018. São descritos fa-tores sociodemográfi cos, avaliados tempos e desfecho funcional em 1 ano. Resultados: Foram incluídos 156 pacientes com idade média de 51 (± 12,77) anos, sendo 66% mulheres. Desses, 54,5% eram hipertensos e 52,6% tabagistas. Em 86% dos casos o paciente veio encaminhado de outro serviço.O aneurisma foi tratado com cirurgia em 57% dos casos, embolização em 7,7% e 35,3% não receberam tratamento. A mediana de horas entre o ictus e aten-dimento inicial foi de 2.25 [1-10,67], entre o ictus e a primeira tomografi a de crânio foi de 4 [2-23,75], entre admissão no hos-pital de referência e o tratamento cirúrgico do aneurisma foi de 65.85 [41.20-166] e o tratamento endovascular de 163.58 [24.93 - 583.25]. A mortalidade hospitalar foi de 28,8%. Em um ano do ictus, 84,3% dos sobreviventes apresentavam bom desfecho fun-cional (mRankin 0 - 3). Conclusão: Apenas avaliação detalhada dos tempos de atendi-mento e procedimentos é possível identifi car falhas e planejar ações de melhoria no manejo da HSA.

EP-020

Acidente vascular encefálico hemorrágico secundário a veneno de Bothrops spp.: relato de caso

Rivena de Melo Freire1, Juliane Freire Madruga Viana2, Camila Carmen Montenegro de Lima2, Manuelli Monteiro Meira Bastos3, Rodrigo Marmo da Costa e Souza3

1Faculdade Nove de Julho - Mauá (SP), Brasil; 2Faculdade de Medicina Nova Esperança - João Pessoa (PB), Brasil; 3Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba - João Pessoa (PB), Brasil

O Brasil tem em média 20.000 acidentes com cobras por ano, sendo 85% representados pelo gênero Bothrops. Os sinais clí-nicos mais comuns incluem eritema, dor e edema locais. No entanto, hemorragia intracerebral, sangramento subaracnoideo, necrose, infecção bacteriana, nefropatia e sequelas neurológicas fazem parte de manifestações graves. Neste relato, é apresentado um caso de hemorragia intracerebral após um acidente com Bo-throps spp. Uma paciente do sexo feminino, 58 anos, foi picada por uma cobra Bothrops spp. no terceiro dedo da mão direita por volta das 6 da manhã do dia 10 de dezembro de 2016, na cidade de Dona Inês, Paraíba, Brasil. Posteriormente, foi internada no Hospital Universitário Lauro Wanderley às 10 da manhã, apre-sentando dor, edema e sangramento no local da inoculação. De-vido à história e sinais clínicos apresentados foi imediatamente iniciado o tratamento com soro anti-Bothrops. A paciente evoluiu com deterioração da consciência, distúrbios da fala e hemiparesia do lado esquerdo, sendo realizada no mesmo dia uma tomografi a computadorizada da cabeça, que evidenciou um hematoma nu-cleocapsular direito e inundação do sistema ventricular direito. A paciente foi admitida na Unidade de Terapia Intensiva dois dias depois devido a discrasia e acidente vascular encefálico hemorrá-gico em estado reabsorvente, permanecendo com monitoramen-to e suporte ventilatório. No momento da alta, após nove dias, ela mostrou melhora dos domínios motores e da fala, tendo boa recuperação funcional. O veneno de Bothrops spp. pode levar a graves complicações neurológicas, dessa forma, a identifi cação precoce é crucial para a evolução de um bom prognóstico.

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EP-021

Acidente vascular encefálico por complicação de mergulho recreativo

Ernann Tenório de Albuquerque Filho1, Labibe Manoela Melo Cavalcante1, Eduarda Cavalcante Santana1, Marcelo Augusto Vieira Jatoba1, Diogo Pessoa Aprato Amorim de Alexandre1

1Centro Universitário Tiradentes - Maceió (AL), Brasil

A associação de pneumoencéfalo e hematoma extradural simul-tâneo e não traumático é incomum, pouco documentada na li-teratura. Complicações decorrentes de inadequadas práticas de mergulhos recreativos, podem ser atreladas a tal condição, sen-do elas: síndrome de descompressão e embolia gasosa arterial (EGA) após barotrauma. A EGA é a segunda causa de morte por acidentes de mergulho, com menos de um caso a cada 100.000 mergulhos, podendo o perfi l clínico simular o acidente vascular cerebral. R.S.C., 34 anos, branco, sem comorbidades, transferido para Unidade de Terapia Intensiva, com quadro de insufi ciência respiratória aguda associada a rebaixamento do nível de consci-ência e forte cefaleia em região temporal direita após emergir de mergulho de apneia (profundidade estimada: 15m). À admissão, normocárdico, taquipneico (sob IOT em VMI), normotenso, afebril, apresentando pupilas anisocóricas (D>E) e fotoplégicas, Glasgow-P 3 NT (AO: 1|RV: NT| RM: 4| P: 02), sem meningis-mo e demais aparelhos sem alterações. Tomografi a de crânio sem contraste evidenciou hematoma extradural frontoparietal direito com gás de permeio e efeito de massa, ademais, mastoidopatia a direita e sinusopatia maxilar bilateral. O hematoma extradural normalmente sugere insulto de artéria meníngea média e a asso-ciação deste com EGA é incerta na literatura, visto a prevalência de acometimento isquêmico. Porém, a fi siopatologia da última prevê a possibilidade de lesão vascular e tecidual decorrente da expansão dos gases durante a ascensão do mergulho, por variação de pressão.

EP-022

Disfunção cardiovascular associada a hemorragia subaracnóidea

Anelise Rigoni Brito1, Anelise Rigoni Brito1, Alessa Veiga Dziedzic1

1Santa Casa de Misericórdia de Passos - Passos (MG), Brasil

A hemorragia subaracnóidea é uma condição com alta morta-lidade. Comprometimentos cardiovasculares afetam cerca de 39% a 63% dos pacientes, portanto distinguir entre síndrome coronariana aguda e miocardiopatia neurogênica é de extrema importância. Paciente 61 anos, sexo feminino, admitida pós-pa-rada cardiorrespiratória revertida, queixando de cefaleia intensa, náuseas e vômitos incoercíveis, com Glasgow 14 e hemiparesia à esquerda; sem alterações nos demais aparelhos. Solicitado to-mografi a computadorizada de crânio evidenciando hemorragia subaracnóidea ampla, Fisher IV e angiotomografi a que demons-trou aneurisma sacular gigante em artéria carótida interna direi-ta. Paciente encaminhada a unidade de terapia intensiva onde manteve instabilidade hemodinâmica por cerca de 48 horas, com ecocardiograma simulando lesão miocárdica grave. Optou-se por embolizar o aneurisma com técnica endovascular, com exclusão parcial do aneurisma preservando a circulação intracraniana; e ci-necoronariografi a que evidenciou coronariopatia aterosclerótica obstrutiva leve a moderada. A paciente evoluiu satisfatoriamente e após um mês recebeu alta hospitalar. Uma das hipóteses aceitas é que hemorragia subaracnóidea pode lesar a ínsula, ocasionando liberação abrupta de catecolaminas que causa toxicidade, vaso-constrição, lesão endotelial, aumento da permeabilidade vascular e estado cardiovascular hiperdinâmico, podendo cursar com des-compensação e falência cardíaca. A clínica pode se apresentar de forma muito variada, desde assintomática até como infarto fulmi-nante. As anormalidades mais comuns encontradas no eletrocar-diograma, atribuídas à desregulação autonômica por estimulação hipotalâmica e aumento da pressão intracraniana, são alterações inespecífi cas da onda ST/T, supradesnivelamento do segmento ST, e inversão da onda T, observadas comumente na parede an-terior. A cardiomiopatia neurogênica requer cuidados intensivos por uma equipe multiprofi ssional especializada.

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EP-023

Displasia fi bromuscular associada a múltiplos aneurismas intracranianos

Ana Carolina Paiva Farias1, Andrew Bonifácio Ferreira1, Raphael Nascimento Cirino1

1Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - Campina Grande (PB), Brasil

Este relato de caso tem como objetivo relacionar os achados na angiografi a com a investigação da displasia fi bromuscular. Essa doença está associada com a predisposição à formação de aneu-rismas intracranianos. Adotou-se como metodologia a coleta de dados ambulatorialmente associada à revisão literária. Paciente feminina, 60 anos chega ao consultório com queixa de défi cit de memória. O exame neurológico efetuado não apresentou qual-quer anormalidade. Ademais, a mesma relatou investigação de DFM em andamento. Solicitou-se então uma Tomografi a com-putadorizada que sugeriu um aneurisma de carótida interna. Foi requisitada uma Angiotomografi a a qual evidenciou cinco aneu-rismas saculares não rotos localizados nas duas carótidas internas, sendo três na direita e dois na esquerda. Os achados angiográfi cos encontrados na DFM são classifi cados em 3 tipos por Osborn e Anderson: Tipo 1 é a "corda de contas" com o aparecimento de dilatações arteriais múltiplas separadas por estenoses concêntri-cas espaçadas, 89% dos casos; Tipo 2 é "unifocal ou estenose tubular multifocal "encontrada em 7%; Tipo 3 é "DFM atípica" expressa como um divertículo com estreitamento não-circunfe-rencial, encontrado em 4% dos casos. A paciente em relato apre-sentou a forma Atípica assim como uma queixa inespecífi ca de défi cit de memória. Em seguida, paciente foi encaminhada para embolização. O caso relatado traduz a importância da investiga-ção de aneurismas e outras lesões de caráter vascular no sistema nervoso central em pacientes com DFM.

EP-024

Epistaxe como apresentação clínica de aneurisma roto de artéria carótida interna direita com extensão esfenoidal

Bruno Giglio Beteloni1, Larissa Pires de Oliveira1, Eduardo Monteiro de Oliveira1, André Luiz de Rezende1, Henrique Luiz dos Santos Godoy1

1Hospital Sancta Maggiore/Prevent Senior - São Paulo (SP), Brasil

Os aneurismas da artéria carótida interna (ACI) não traumáticos são uma causa rara de epistaxe espontânea com poucos casos descritos na literatura, e podem causar sangramentos maciços e potencialmente fatais. O manejo de tais casos é desafi ador devido à inacessibilidade anatômica relativa do ponto de sangramento. Paciente masculino, 76 anos, hipertenso, dislipidêmico. Admiti-do na emergência apresentando cefaleia temporal direita intensa e pulsátil, associada a ptose ipsilateral. Tomografi a admissional sem alterações relevantes. Evoluiu após 02 horas com epistaxe volumosa, instabilidade hemodinâmica e sonolência, necessitan-do de ventilação mecânica invasiva, expansão volêmica, hemo-transfusão e vasopressores. Realizado tamponamento nasal com adrenalina e obtida hemostasia parcial. Angiotomografi a de crâ-nio: Aneurisma roto na porção clinóidea/oftálmica da ACI direita (transição C5/C6), com falha na parede óssea posterior do seio et-moidal direito, que permite extravasamento de contraste/sangue para este seio e para a cavidade nasal. Realizada embolização de aneurisma de artéria carótida interna direita. Paciente evoluiu de forma satisfatória e manteve estabilidade clínica sem novas inter-corrências até a alta. Segue em acompanhamento ambulatorial, sem novos episódios de epistaxe, apresenta parestesia tátil em face a direita, fotofobia e melhora progressiva da movimentação ocular e da ptose. A ACI está em estreita proximidade anatômica com outras estruturas cavernosas e, portanto, pode estar associa-da à lesão dos nervos cranianos II, III, IV, V1-2 e VI, bem como da artéria oftálmica, o que justifi ca a presença de ptose palpebral, alteração de motilidade ocular extrínseca e parestesia facial no paciente.

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EP-025

Hemorragia intracerebral hipertensiva bilateral em ambos os núcleos caudados

Ana Carolina Paiva Farias1, Andrew Bonifácio Ferreira1, Raphael Nascimento Cirino1

1Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - Campina Grande (PB), Brasil

O objetivo é relatar um caso de AVEh bilateral em núcleos da base em paciente hipertenso grave atendido em uma unidade de referência em neurocirurgia. É um estudo observacional realizado a partir de informações obtidas do prontuário médico de paciente admitida em um hospital de referência em Neurocirurgia, bem como de acompanhamento de internação e ambulatorial. Pacien-te sexo feminino, 65 anos, hipertensa grave sem controle prévio e não diabética, deu entrada em hospital especializado apresentan-do importante cefaleia, confusão mental, agitação psicomotora, bem como movimentos involuntários intermitentes em membros supinos, com melhora parcial progressiva. À tomografi a compu-tadorizada de crânio evidenciou-se AVEh bilateral dos núcleos caudados. À ressonância magnética de crânio manteve-se o pa-drão do AVEh, ressaltando ainda pequenas lacunas isquêmicas difusas. Arteriografi a apresentou-se normal. Exames de rotinas, como hemograma, níveis de Na+ e K+, TGO e TGP apontaram resultados dentro do padrão de normalidade. A paciente evoluiu com melhora progressiva, sob controle rígido dos níveis pressóri-cos e dos movimentos involuntários por uso de Haloperidol. Sabe que o AVCh bilateral em núcleos da base manifesta-se usualmen-te no tálamo e putámen. Assim, sua localização em núcleos cau-dados é um desafi o ainda maior para a equipe engajada, devido principalmente ao limitado número de casos relatados. Face ao exposto, uma equipe com vasta experiência, além de competente serviço de neuroimagem, são, portanto, imprescindíveis para que haja uma conduta clínica adequada e efi caz do caso.

EP-026

O benefício do uso do ácido tranexâmico na hemorragia subaracnóidea

Pedro Henrique Rigotti Soares1, Mônica Tonello1, Vanessa Hegele1, Paula Buchs Zucatti1, Vanessa Maschke1, Carla Bittencourt Rynkowski1

1Hospital Cristo Redentor - Porto Alegre (RS), Brasil

Objetivo: Avaliar desfecho e complicações com uso do ácido tra-nexâmico (ATX) na hemorragia subaracnóidea (HSA). Métodos: Estudo prospectivo de coorte de pacientes adultos com HSA espontânea admitidos em centro de referência neurocirúr-gica no sul do Brasil entre 10/2016 - 07/2018. Foram divididos entre grupo que não recebeu ATX, grupo de dose total < 7.5g (DT1) e grupo de dose total > 7.5g (DT2) de ATX. Resultados: Dos 145 pacientes com HSA, 77(53,1%) utilizaram ATX e desses 37(48%) receberam a DT1 e 40 (52%) a DT2. O grupo DT1 teve menor mortalidade (23,3%) que o DT2 (74%) e que o sem tratamento (30,8%) (p= 0.04) e também menor taxa de ressangramento (2,7%) comparado ao DT2 (20%) e que ao sem tratamento (11,5%) (p= 0,05). O grupo DT2 apresentou menor tempo de internação na UTI (média 10,5 dias) (p= 0,007) e me-nor tempo de internação hospitalar (média 14,5 dias) (p= 0,006). Não houve diferença entre os grupos quanto às Escalas de Coma de Glasgow, Hunt-Hess e Fisher iniciais, bem como tempo entre o ictus e o tratamento do aneurisma e escore de Rankin modi-fi cado na alta hospitalar. Não ocorreram infarto miocárdico ou tromboembolismo pulmonar. Apenas 2 pacientes desenvolveram tromboembolismo venoso (um no grupo que não recebeu ATX e outro no grupo DT2). Conclusão: O uso de ATX em dose total de até 7,5g reduz mor-talidade e taxa de ressangramento na HSA. O uso de ATX não aumenta complicações trombóticas.

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ANAIS DO V CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA INTENSIVA NEUROLÓGICA31 de maio e 01 de junho de 2019 – São Paulo

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EP-027

Processo de trabalho da equipe de enfermagem na correção de malformação arteriovenosa cerebral

Eduardo Leandro Rodrigues1, Luciana de Sousa Freitas1, Karla Guaitoli1

1Hospital Benefi cência Portuguesa de São Paulo - São Paulo (SP), Brasil

Objetivo: Caracterizar o processo de trabalho da equipe de enfer-magem assistencial na terapêutica de malformação arteriovenosa cerebral (MAV). Métodos: Trata-se de um estudo abordagem quantitativa, realiza-do em uma UTI de um hospital privado de grande porte da cidade de São Paulo com total de 33 leitos, por um período de 90 dias de setembro a dezembro de 2018. O instrumento aplicado foi a Sistematização da Assistência de Enfermagem, Glasgow, Ransay e Nursing Activities Score. Na amostra foram incluídos 18 ca-sos, de adulto que receberam a sistematização da assistência de enfermagem direcionada para o diagnóstico médico de correção de MAV. Resultados: Dos 18 casos analisados; 14 casos admitidos na UTI estavam com Glasgow entre 13/15, mantendo cateter nasal de O2 e curativo em região inguinal ocluído-compressivo; 02 casos com Glasgow 12, em máscara de Venturi, curativo oclusivo-compres-sivo e 02 casos com escala de RANSAY 06 devido maior tempo de cirurgia e comorbidade. A maior evidencia encontrada na SAE foi manter o membro de inserção da bainha introdutora imobili-zado por mínimo 6 horas, ou seja, a maior preocupação estava direcionada ao risco de sangramento perfazendo 75% do plano de cuidado. A preservação de força motora, resposta cognitiva comportamental, alteração do nível de consciência, sonolência, avaliação pupilar fi caram com menor prevalência do cuidado com apenas 25% do plano de cuidado. Conclusão: Sendo assim esperamos que com esse estudo novos caminhos sejam criados para que o cliente seja assistido em todo seu contexto e não apenas com risco de sangramento.

EP-028

Acidente vascular encefálico isquêmico bifrontal: relato de caso

Labibe Manoela Melo Cavalcante1, Gabriele Maria Barros Pimentel Tenório1, Anna Carolina Fernandes de Souza Vieira1, Fernando Guilherme Guimarães Fluhr1, Ernann Tenório de Albuquerque Filho1

1Centro Universitário Tiradentes - Maceió (AL), Brasil

Pouco se sabe acerca da real prevalência, incidência e prognósti-co de pacientes que evoluem com acidente vascular encefálico is-quêmico no território da artéria cerebral anterior (ACA), agrava-dos pelo acometimento bilateral e simultâneo. Estudos isolados, estimam a ocorrência de menos de 0,3% dos casos, sendo a etio-logia mais citada, as variações anatômicas da parte anterior do polígono de Willis. A.P.D.S, masculino, 80 anos, tabagista e eti-lista, com histórico de rebaixamento do nível de consciência as-sociado a síncope há 05 dias, segundo familiares. À admissão em UTI, grave estado geral, não contactante, taquidispneico, taqui-cárdico e normocorado; ausculta cardiovascular e eletrocardio-grama sem anormalidades; ausculta pulmonar com murmúrios reduzidos em bases. Ao exame neurológico, pupilas isocóricas e fotorreagentes, sem meningismo, escala de coma de Glasgow Pu-pilar 08 (A04RV1RM3P0), em mutismo acinético. Tomografi a de crânio sem contraste evidenciando hipodensidade em região frontal bilateralmente, sugerindo evento isquêmico subagudo. O infarto bilateral de ACA é raro, geralmente associada a hipoplasia de um segmento A1 da ACA em 10% das autópsias, hipoplasia do seguimento A2 da ACA, em 2 a 7% dos casos, e a persistência da ázigos ACA em 0,2% a 4,0%. Quanto aos sintomas, cursam com sinais de desinibição frontal, como, toque glabelar realçado, aperto forçado, e outros refl exo. Em comparação com o infarto de artéria cerebral média, o infarto da ACA unilateral parece ter prognóstico de curto prazo favorável, mas nada documentado quando o envolvimento é bilateral.

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EP-029

Fístula dural intracraniana como causa de trombose venosa cerebral e estado de mal epiléptico

Bruno Giglio Beteloni1, Gabriele Casseb1, André Luiz de Rezende1, Henrique Luiz dos Santos Godoy1, Fábio Santana Machado1

1Hospital Sancta Maggiore/Prevent Senior – São Paulo (SP), Brasil

Paciente masculino, 60 anos, hipertenso e cardiopata, admitido na emergência apresentando cefaleia, tontura e confusão mental a 05 dias, com piora importante a 48 horas. Vigil, confuso, sem sintomas focais. Tomografi a de crânio sem alterações. Evoluiu com crises convulsivas reentrantes e estado de mal-epileptico. Submetido a intubação orotraqueal e realizado controle medica-mentoso das crises convulsivas com diazepam e fenitoína. An-giotomografi a de crânio evidenciou hemorragia subaracnoide na fi ssura sylviana direita e oclusão no seio sagital superior e apa-rente estreitamento de segmentos distais das artérias cerebrais. Angiografi a cerebral evidenciou fi stula dural no seio sagital su-perior e importante regime de hipertensão venosa intracraniana. Realizada embolização da fi stula dural em dois tempos. Imagens de controle fi nal evidenciaram oclusão parcial da fi stula dural com melhora dos tempos circulatórios venosos e manutenção de shunts arteriovenosos durais através dos ramos posteriores da ar-téria temporal superfi cial esquerda. Iniciada anticoagulação plena com enoxaparina. Paciente evoluiu com melhora gradativa da de-sorientação e manteve estabilidade clínica, recebendo alta da UTI em boas condições após 7 dias de internação. Ferro e Canhão descreveram a presença de fi stula dural associada a trombose ve-nosa cerebral (TVC) como condição infrequente, ocorrendo em menos de 1% dos pacientes avaliados em seu estudo de coorte prospectivo sobre TVC, que envolveu 624 adultos. No caso des-crito o paciente apresentou hemorragia subaracnóidea devido a uma TVC, como consequência de uma fístula dural prévia, que permaneceu assintomática por um período indeterminado.

EP-030

Elevação de cabeceira e mobilização de pacientes em pós-operatório imediato de drenagem de hematoma subdural crônico

José Arthur Santos Brasil1, Álvaro Réa-Neto2, Karen Fernandes de Moura2, Laudiceia Pereira da Silva Xavier1, Tauane Gomes da Silva1, Felipe Constanzo1

1Instituto de Neurologia de Curitiba - Curitiba (PR), Brasil; 2Centro de Estudos e Pesquisa em Emergências Médicas e Terapia Intensiva (Cepeti) - Curitiba (PR), Brasil

Objetivo: Avaliar a relação entre mobilização precoce e a recor-rência de sangramento e/ou pneumoencéfalo com necessidade de reoperação. Métodos: Estudo observacional em pacientes com HSDC trata-dos cirurgicamente e submetidos a um protocolo institucional de mobilização precoce. Resultados: Foram observados 22 pacientes no período. A mé-dia de idade foi de 75 anos e 77% dos pacientes eram do gênero masculino. A média na Escala de Coma de Glasgow no momento da admissão foi de 13. 91% dos pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico com drenagem do hematoma (craniotomia seguida de implante de dreno subdural). A médias do APACHE II foi de 12 pontos. Todos os pacientes submetidos ao tratamen-to cirúrgico permaneceram com cabeceira elevada a 30° desde o POI e destes apenas dois (9%) não saíram do leito no primeiro dia devido sinais de HIC. Nos pacientes mobilizados não observa-mos intercorrências como recorrência do hematoma e/ou pneu-moencéfalo com necessidade de reoperação. Dos 22 pacientes 19 tiveram boa evolução clínica, com média de tempo de interna-mento em UTI de 28 horas e Glasgow Outcome Score (GOS) na alta da UTI 4 ou 5. A média de permanência hospitalar foi inferior a cinco dias e não houve registros de retorno ao hospital por complicações tardias. Conclusão: A manutenção de cabeceira elevada a 30° e um pro-tocolo de mobilização assistida no POI de drenagem de HSDC não acarretou na recorrência de sangramentos ou formação de pneumoencéfalo com necessidade de reoperação.

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EP-031

Mobilização precoce em pacientes internados em unidade de terapia intensiva neurocirúrgica de um hospital referência - um estudo retrospectivo

Luisa Helena Machado Martinato1, Ariane Haydee Estrada Gamarra Blauth1, Cleiton Ismael Beck1, Maya de Menezes Farias1, Douglas Rafael da Rosa Pinheiro1, Rodrigo Della Méa Plentz1

1Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - Porto Alegre (RS), Brasil

Objetivo: Verifi car o efeito da mobilização precoce na funcio-nalidade de pacientes internados em unidade de terapia intensiva neurocirúrgica. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo realizado durante o ano de 2018 na UTI neurocirúrgica do Hospital São José da Santa Casa de Porto Alegre, cujos pacientes estavam inseridos em pro-tocolo institucional de mobilização precoce guiado por fi siote-rapeutas (Neuroescore). Utilizou-se o Perme Escore e a Escala de Coma de Glasgow (ECG). Todos os pacientes acompanhados pelo Serviço de Fisioterapia foram incluídos e excluiu-se aqueles com registros incompletos. Para análise dos dados utilizou-se es-tatística descritiva e não paramétrica, com nível de signifi cância 0,05. Resultados: Dos 383 pacientes, 43 foram excluídos sendo 25 por óbito (n=340). A maioria eram mulheres (54,4%) com mé-dia de idade de 54±15 anos em pós-operatório (98,8%), e, 50% permaneceu na UTI por três dias. Observou-se que 50% obteve melhora da funcionalidade de 8 para 22 pontos no Perme Escore e evolução nos níveis de mobilização precoce de 1 para 3 no Neu-roescore (p<0,001). Verifi cou-se moderada-forte correlação posi-tiva entre o Perme Escore e o Neuroescore (r=0,757; p <0,001). O nível de consciência apresentou melhora em 18,5%, sendo que 96,2% tiveram alta da UTI com ECG =10. A funcionalidade apresentou evolução favorável (43,75%) nos pacientes que man-tiveram ou melhoraram seu nível de consciência. Conclusão: A mobilização precoce guiada por protocolo fi siote-rapêutico mostra-se efetiva na melhora da funcionalidade e nível de consciência em pacientes neurocirúrgicos.

EP-032

Segurança e viabilidade da mobilização fora do leito de pacientes em uso de derivação ventricular externa

Sabrina Lafayette Pires Ferreira1, Renata Freire1, Clara Gaspari1

1Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer - Rio de Janeiro (RJ), Brasil

Objetivo: Estabelecer a segurança e viabilidade da mobilização fora do leito em pacientes com uso de derivação ventricular ex-terna (DVE). Métodos: Este é um trabalho retrospectivo. Foram incluídos todos pacientes que tiveram liberação médica e realizaram mo-bilização fora do leito com uso de DVE no período de outubro de 2014 a dezembro de 2017. Os pacientes tiveram o dispositivo fechado 5 min antes do início da mobilização e reaberto ao retor-narem para o leito no fi nal do atendimento. Foram medidos sinais vitais (frequência cardíaca, pressão arterial e oximetria de pulso) antes e após da mobilização. Foram registrados eventos adversos que levaram a interrupção do atendimento de fi sioterapêutico. Resultados: Foram mobilizados fora do leito 18 pacientes adul-tos e 12 pacientes pediátricos em nossa unidade neurointensiva, perfazendo 196 diferentes mobilizações fora do leito. Nenhuma complicação relacionada ao cateter ocorreu durante ou após as sessões de fi sioterapia. Eventos adversos menores foram: tontu-ra (n=7), hipotensão postural (n=1), hipertensão (n=2), náusea (n=1) e dor de cabeça (n=3) todos retornaram a normalidade após repouso, num total de 7,1%. Um episódio de crise convul-siva ocorreu e foi considerado um evento adverso severo, total de 0,5%. Sinais vitais não mostraram variação estatisticamente signifi cativa. Conclusão: Mobilização fora do leito de paciente com uso de DVE é seguro e viável em pacientes neurocirúrgicos. O paciente pediátrico que teve crise convulsiva não estava em uso de dose plena de medicamento anticonvulsivante.

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EP-034

Fatores associados à mortalidade em idosos submetidos à neurocirurgia de urgência/emergência

Bruno Giglio Beteloni1, Daniela Cabral de Freitas1, Eduardo Monteiro de Oliveira1, João Paulo da Hora1, André Alcântara Barroso1, Alvaro Razuk Filho1, Fábio Santana Machado1, Henrique Luiz dos Santos Godoy1

1Hospital Sancta Maggiore/Prevent Senior - São Paulo (SP), Brasil

Objetivo: Avaliar a mortalidade em 60 e 120 dias de idosos sub-metidos a neurocirurgia de urgência e emergência. Métodos: Foram analisados prospectivamente e consecutiva-mente pacientes com idade > 65 anos submetidos à neurocirurgia de urgência/emergência no período de julho de 2017 a março de 2018. Resultados: Foram incluídos 94 pacientes. A mediana de idade foi 76 anos. Encontramos 50 (53%) mulheres e 36 (38%) homens. As operações realizadas foram por Hematoma Subdural Crônico Agudizado (30,0%), Hemorragia Subaracnoidea (13,9%), He-matoma Subdural Agudo (11,6%), Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (5,8%), Abscesso Cerebral (2,3%), outras causas (3,4%). A taxa de mortalidade em 60 dias foi de 21,8% e em 120 dias de 67,4%. A mortalidade nos primeiros 60 dias foi atribuí-da à doença de base (53%), sepse (40%) e a tromboembolismo pulmonar (20%). No período compreendido entre os 60 e os 120 dias as mortes foram atribuídas a sepse 40,0%, câncer 30,0% e embolia pulmonar 10,0%. Conclusão: A mortalidade foi elevada e crescente ao longo do tempo. As causas de óbito precoce foram atribuídas à doença de base, enquanto as tardias se associaram à sepse, tromboembolis-mo venoso e câncer.

EP-033

Casuística pós-operatória da unidade de terapia intensiva da neurocirurgia funcional do Hospital das Clínicas da FMUSP

Silvia Monica Cárdenas Prado1, Walter Nelson Cartagena Miranda1, Juan Carlos Baez Pinto1, Antônio Almeida Chagas Filho1, Katia Garretano de Moraes Rego1, Jefferson Rossi1, Valduardo J. S. da Silva1, Sandra Emi Horiguti1

1Instituto de Psiquiatria, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo - São Paulo (SP), Brasil

Objetivo: Avaliar retrospectivamente os pacientes admitidos na UTI da Divisão da Neurocirurgia Funcional do Instituto de Psi-quiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo no ano 2018, a fi m de analisar a incidência e morbimortalidade das patologias, e complicações infecciosas. Métodos: Estudo retrospectivo de pacientes admitidos na UTI: 96% procedente do centro cirúrgico, 3,2% decorrente de com-plicações cirúrgicas, 0,2% pacientes do instituto totalizando 344 pacientes adultos. Foram excluídas crianças abaixo de 14 anos. Todos os pacientes foram submetidos ao indicador de morbi-mortalidade SAPS 3, colhidos exames admissionais e procedida a monitorização neurointensiva conforme a patologia de base e protocolos institucionais. Resultados: De 344 pacientes, 68% correspondiam a pós ope-ratórios de tumores: 17,7% meningiomas, 17,4% macroadeno-mas não funcionantes ; 7,2% tumores produtores de GH; 5,2% Schwannomas: 4,3% tumores produtores de ACTH ( Doença de Cushing); 4% mraniofaringiomas; prolactinomas e gliomas 3,1% cada grupo; 1,7% microadenomas de hipófi se, tumores cerebe-lares 1,4% ,tumores interventriculares e cavernomas 1,1% cada grupo; 0,5% Hemangiomas ,0,2% tumor de Clivus. Pós-operató-rio de Neuralgia de trigêmeo e amigdalo hipocampectomia 6,6% cada grupo; pós-operatório de coluna 4,4%; derivações ventricu-lares 2,2% biopsias 1,3%, implante de bombas medicamentosas 1,2%, correção de fi stulas 0,4%, cranioplastias 0,3% e outras totalizando 32%. Conclusão: Mortalidade observada foi 1,1%: 0,8% dos pacientes foram a óbito por complicações cirúrgicas e 0,2%, devido a in-fecção. Taxa de Infecção de corrente sanguínea foi de 1,4%. Sem outras locais de infecções.

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EP-035

Implementação da ferramenta transferência de cuidados em pós-operatório de neurocirurgias

Anielle Ferrazza1, Felipe Dexheimer1, Arthur Pereira Filho1, Roberta Manfro Lopes1, Juçara Gasparetto Maccari1, Daiana Barbosa da Silva1

1Hospital Moinhos de Vento - Porto Alegre (RS), Brasil

Objetivo: Estabelecer as metas de monitorização e tratamento do pós-operatório imediato das neurocirurgias. Métodos: Em reuniões da equipe multidisciplinar foi identifi ca-do a necessidade de desenvolver uma ferramenta de transferência de cuidados de fácil preenchimento e com as informações con-sideradas essenciais para os cuidados e handover no pós-ope-ratório. Foram estabelecidas as seguintes variáveis: Dados do procedimento; Intercorrências transoperatórias; Identifi cação de pacientes com via aérea difícil e planifi cação do manejo da via aérea em caso de intercorrências; Plano de analgesia e alvo de analgo-sedação; Orientações quanto a posição do paciente, alvo de pressão arterial, curativos e cuidados com drenos e monitores de pressão intracraniana; Planejamento de nutroterapia; Planeja-mento de profi laxias e de mobilização precoce; Planejamento de uso de drogas neurocríticas (anticonvulsivantes, corticoterapia) e de neuroimagem. O preenchimento ocorre pela equipe cirúrgica em conjunto com a equipe na UTI no momento da chegada. Essa ferramenta era utilizada a cada handover e atualizada conforme a necessidade. Resultados: A transferência de cuidados (handover) é um mo-mento crítico para a troca de informações entre equipes. Pacien-tes em pós-operatório de neurocirurgia são especialmente graves, havendo riscos inerentes aos procedimentos que podem ser me-lhor gerenciados por meio de uma forma segura de comunicação. Conclusão: A elaboração da ferramenta de transferência de cuidados de neurocirurgias permitiu a equipe multidisciplinar estabelecer uma forma de comunicação padronizada e o pronto estabelecimento das prioridades terapêuticas.

EP-036

Avaliação funcional em pacientes com lesão cerebral aguda submetidos a um protocolo de mobilização precoce

Rayssa Bruna Holanda Lima1, Flávia Manhani Muzette1, Maryelle Desirée Cardoso Daniel1, Márcio Maruyama1, Karla Luciana Magnani2, Gustavo Christofoletti2

1Hospital Santa Casa de Misericórdia de Campo Grande - Campo Grande (MS), Brasil; 2Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Campo Grande (MS), Brasil

Objetivo: Avaliar a funcionalidade por meio da aplicação de um protocolo de mobilização precoce em pacientes com lesão cere-bral aguda. Métodos: Estudo longitudinal prospectivo, incluindo pacientes com idade acima de 18 anos, internados na UTI por mais de 48 horas. Foram excluídos os pacientes com lesão cerebral crônica, neoplasia cerebral e presença de sequelas motoras. Os pacientes foram divididos em dois grupos: trauma ou clínico. A mobiliza-ção precoce foi realizada a partir das 24 horas de admissão na UTI, por meio de um protocolo de níveis de progressão de exer-cícios baseados na presença de sedação, nível de consciência e colaboração à terapia. Foram aplicados os testes U Mann-Whit-ney, t Student independente e análise de variâncias de medidas repetidas. O nível de signifi cância considerado foi de 5%. Resultados: Foram incluídos 58 pacientes, sendo 32 do grupo trauma e 26 do grupo clínico. O perfi l clínico apontou peculia-ridades entre grupos para variáveis antropométricas e nível de consciência. Tempo de sedação, intubação orotraqueal, de in-ternação e funcionalidade na pré-alta da UTI foram similares. A média inicial da pontuação da escala de coma de Glasgow foi de 8 para o grupo trauma versus 6 pontos no clínico, já no fi nal re-sultou em 10 pontos para ambos. A comparação do nível de cons-ciência inicial versus fi nal da alta da UTI demonstrou uma intera-ção signifi cativa entre os grupos e no fator momento (p<0,001). Conclusão: Os pacientes atingiram uma boa funcionalidade, porém, devido ao nível de consciência fi nal insufi ciente, poucos pacientes atingiram o último nível de mobilização.

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EP-037

Perfi l dos pacientes diagnosticados em morte encefálica nas unidades de terapia intensiva da Universidade Estadual de Campinas: análise de 7 anos (2010-2017)

Talita Magalhães Sansoni1, Patricia Albizu Piaskowy2, Nicholas Nascimento3, Claudinéia Logatto4, Cristina Bueno Terzi Coelho4, Ana Paula Gasparotto4, Luiz Antônio da Costa Sardinha5, Antonio Luis Eiras Falcão6

1Departamento de Cirurgia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Campinas (SP), Brasil; 2Unidade de Terapia Intensiva, Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti, Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Campinas (SP), Brasil; 3Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – Campinas (SP), Brasil; 4Unidade de Terapia Intensiva, Hospital das Clínicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Campinas (SP), Brasil; 5Hospital das Clínicas, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Campinas (SP), Brasil; 6Disciplina de Fisiologia e Metabologia Cirúrgica, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Campinas (SP), Brasil

Objetivo: Identifi car o intervalo de tempo para execução do pro-tocolo de Morte Encefálica (ME) na Unidade de Terapia Intensi-va (UTI) do Hospital de Clínicas da UNICAMP de 2010-2017 de acordo com a resolução 1.480/97 e identifi car as características dos potenciais doadores. Métodos: A coorte formada é composta por pacientes admitidos na UTI/HC-UNICAMP. Estudo observacional, transversal, utili-zando banco de dados eletrônico (UTI e setor de Organização e Procura de Órgãos do HC-UNICAMP), continuamente alimen-tado com dados clínicos e laboratoriais pré-defi nidos de todos os pacientes em ME no período de 2010-2017. Resultados: Realizadas 102 notifi cações de ME no período de 2010-2017 na UTI. Dos 94 protocolos avaliados 34 (36%) do gê-nero feminino e 60 (64%) do masculino. As principais etiologias do coma: Trauma Cranioencefálico 45%, Acidente Vascular Ce-rebral Hemorrágico 22% e Tumor do Sistema Nervoso Central 11%. As médias dos intervalos de tempo entre o primeiro e se-gundo exames clínicos foi de 11h (±5h). Entre o primeiro exame clínico e exame complementar foi de 12h (±8h). O tempo total de protocolo foi de 15h (±7h). A média de tempo entre primeiro exa-me clínico até a captação foi 36h (±10h) nos 28 (30%) doadores efetivos. Dos não doadores observou-se 32% em recusa familiar. Conclusão: Observamos que a população estudada se asseme-lha em características e tempos de execução do protocolo aos registros de ME observados na literatura. Estes dados reforçam a necessidade de análise de resultados por parte da equipe multidis-ciplinar em relação à determinação de morte encefálica.

EP-038

Diffuse cerebral edema and intracranial hypertension in acute on chronic liver failure

Yuri de Albuquerque Pessoa dos Santos1, Bruna Damásio Moutinho1, Rodolpho Augusto de Moura Pedro1, Bruna Carla Scharanch1, Luiz Marcelo Sá Malbouisson1

1Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP) - São Paulo (SP), Brasil

Diffuse cerebral edema and intracranial hypertension are fre-quently reported in patients with fulminant hepatitis, but they are not usually described in patients with chronic liver dysfunction. Despite this fact, patients with cirrhosis can develop similarities with fulminant hepatitis when Acute on Chronic Liver Failure (ACLF) occurs. We report a case from a 59-year-old woman, with Nash Cirrhosis, Child Pugh C, admitted in our intensive care unit due to septic shock from urinary source. After resolution of the infection the patient was listed for liver transplant, but sud-denly developed an acute deterioration of the level of conscious-ness and hypotension, requiring orotracheal intubation and vaso-pressors. The laboratory tests showed marked reduction in serum hemoglobin and high levels of serum ammonia (383 mg/dl). A di-gestive endoscopy was performed showing gastrointestinal blee-ding due to duodenal ulceration. After endoscopic treatment, and hemodynamic stabilization, a head computed tomography was performed revealing intense and diffuse cerebral edema. Measu-res for intracranial hypertension were initiated with specifi c the-rapy for lowering serum ammonia, elevation of the head position, sedatives and control of glycaemia, temperature and sodium. The patient posteriorly presented convulsive status epilepticus whi-ch, in spite of anticonvulsants and sedatives, evolved to loss of cranial refl exes and cerebral death. The development of diffuse cerebral edema and intracranial hypertension is not common in cirrhotic patients with hepatic encephalopathy. This case exem-plifi es how ACLF and acute hyperammonemia can share a si-milar behavior with fulminant hepatitis rather than with a simple decompensation of cirrhosis, with therapeutic implications and prognostic consequences.

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EP-039

Dispneia isolada como manifestação atípica de miastenia gravis forma bulbar

Patricia Albizu Piaskowy1, Paulo Osni Leao Perin2, Lenise Valler3, Talita Magalhães Sansoni1, Natalia Miatelo Gimenez3

1Disciplina de Medicina Intensiva, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Campinas (SP), Brasil; 2Hospital Estadual Sumaré - Sumaré (SP), Brasil; 3Departamento de Neurologia, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Campinas (SP), Brasil

A miastenia Gravis é uma doença autoimune da porção pós-sináp-tica da junção neuromuscular, caracterizada por fraqueza fl utu-ante que melhora com repouso e piora com exercício, infecções e estresse emocional. A fraqueza pode ser limitada a grupos musculares específi cos (oculares, faciais ou bulbares) ou general-izada. A crise miastênica é defi nida por insufi ciência respiratória associada a fraqueza muscular, mas raramente a doença se apre-senta com fraqueza muscular isolada e subaguda. Caso: paciente feminina, 40 anos, antecedente de depressão sem tratamento, encaminhada de outro serviço por quadro de pneumonia e for-migamento em membros superiores, admitida para TC de crânio, mas intubada já na admissão por insufi ciência respiratória não responsiva a VNI. Gasometria pós intubação com acidose res-piratória leve. Extubada após 1 dia, mas sempre taquidispneica como queixa isolada, radiografi a tórax: condensação em base esquerda. Negava disfagia, ptose ou redução de força muscular. Realizava fi sioterapia motora na UTI normalmente. Em 20 dias apresentou mais 3 intubações, sempre em um contexto de hiper-capnia e fadiga, com escalonamento de antibiótico e rápida extu-bação após. Investigação: ecocardiograma normal, Sorologias e FAN negativos, sem anormalidades metabólicas/tireoidianas. Em revisão de Tomografi a de tórax (da admissão):massa em medias-tino sugestiva de timoma. Pesquisa de anticorpo antiacetilcolina e eletroneuromiografi a positivos para miastenia gravis. Alta com prednisona e piridostigmina, assintomática. Comentários: a mias-tenia gravis bulbar é uma forma menos comum de apresentação, sendo ainda menos comum quando de apresentação subaguda (1 mês) e sintoma de dispnéia exclusivamente. O quadro séptico foi responsável pelo retardo do diagnóstico e tratamento.

EP-040

Valor do Doppler transcraniano para o diagnóstico de isquemia cerebral tardia em pacientes idosos com hemorragia subaracnóidea aneurismática

Bruno Giglio Beteloni1, Henrique Luiz dos Santos Godoy1, Daniela Cabral de Freitas1, Eduardo Monteiro de Oliveira1, Aida Maria Negrão Esteves1, André Luiz de Rezende1, Alvaro Razuk Filho1, Fábio Santana Machado1

1Hospital Sancta Maggiore/Prevent Senior – São Paulo (SP), Brasil

Objetivo: Avaliar a capacidade do Doppler transcraniano em identifi car os pacientes de risco para isquemia cerebral tardia (ICT). Métodos: Foram estudados de forma prospectiva e consecutiva todos os pacientes com HSA admitidos em um serviço de terapia intensiva entre o período de janeiro de 2018 a dezembro de 2018. A ICT foi defi nida por novo défi cit focal ou por redução de 2 pon-tos na escala de coma de Glasgow. O vasoespasmo foi defi nido pelo Índice de Lindengard ou Soustiel ou aumento progressivo de mais de 50 cm/s nas últimas 24 horas. Resultados: Foram admitidos 35 pacientes neste período. A idade média foi 69,2 anos (57-90), sendo 31 (88,57%) do sexo feminino e 4 (11,43%) do masculino. Os pacientes apresentavam escalas de Hunt-Hess (H-H) de 1-5. Sendo H-H-1=8,57%, H-H-2=22,86%, H-H-3=31,43%, H-H-4=5,71% e H-H-5=31,43. A maioria apresentava escala de Fisher 4 (71,43%). A incidência de ICT foi de 82,85% e de vasoespasmo pelo DTC de 60%. A sensi-bilidade e a especifi cidade do DTC para ICT foi respectivamente 62% e 50%. A acurácia foi de 18%, enquanto o valor preditivo positivo e negativo foi respectivamente 86% e 21,4%. A razão de Verossimilhança foi de 1,24. Conclusão: A incidência de ICT foi elevada nesta população e o DTC não foi um método com boa acurácia para detecção de ICT.

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EP-041

Percepção da equipe de enfermagem intensivista no manejo da analgesia e sedação no paciente neurocrítico

Eduardo Leandro Rodrigues1, Luciana de Sousa Freitas1, Karla Guaitoli1

1Hospital Benefi cência Portuguesa de São Paulo - São Paulo (SP), Brasil

Objetivo: Desvelar a percepção da equipe de enfermagem as-sistencial sobre o processo de analgesia e sedação ao paciente neurocrítico.. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo com abordagem fenomenológica tendo como referencial de Merleau Ponty, real-izado com equipe assistencial de enfermagem de duas UTI’s de um hospital privado de grande porte da cidade de São Paulo. O instrumento de coleta de dados foi uma questão aberta: "Como é para você o processo de analgesia e sedação na terapia intensi-va com pacientes neurocriticos? A coleta de dados foi encerrada quando houve saturação dos dados. Resultados: Através desse estudo foi possível obter os seguin-tes resultados: 04 categorias abertas sendo elas: difícil desmame de sedação; gravidade do estado de saúde; controle da pressão intracraniana e avaliação das escalas de dor e sedação e 09 con-vergências temáticas agrupadas nas categorias abertas sendo: medo do aumentar pressão intracraniana, uso de drogas vasoa-tivas e anticonvulsivantes, antecedentes pessoais, aplicação in-correta da escala de dor, avaliação diária da escala de Ransay, aplicação de complexidade de cuidados (NAS-Nursing Activities Scorre), contenção mecânica, vigilância beira leito, desconfor-to-agitação fi siológico. Conclusão: Através desse estudo foi possível desvelar a per-cepção dos profi ssionais de enfermagem quanto ao processo de analgesia e sedação; bem como contribuir para novos estudos que corroboram para uma refl exão entre o controle da dor e sedação de forma que o cuidado e o conforto prestado ao cliente não seja um fator negativo e sim um processo positivo e seguro.

EP-042

Delirium na unidade de terapia intensiva e a população feminina: sexo frágil?

Aparecida Sátira da Silva Machado1, Mayara Rabello Teixeira Alves1, Daniella Nogueira Vieira1, Sara Ellias de Sousa1, Lendro Raider dos Santos1, Felipe Rodrigues Maia1

1Fundação Educacional D. André Arcoverde (FAA) - Valença (RJ), Brasil

Objetivo: O delirium é uma disfunção neuro-cognitiva, com al-teração de consciência, agudo e fl utuante, que afeta frequente-mente, pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva. É subdiagnosticado, sendo associado a um aumento signifi cativo da morbidade e mortalidade. Conhecer os fatores que vulnerabili-zam os pacientes é fundamental para sua prevenção. No entanto, o delirium atinge igualmente homens e mulheres? Métodos: É um estudo longitudinal e prospectivo, realizado em todos os pacientes internados na UTI do Hospital Escola Luiz Gioseffi Januzzi, diariamente, duas vezes, por meio de um instru-mento que consta, inicialmente, a escala RASS sendo excluídos aqueles classifi cados inferior a -3 ou superior a +3. A partir daí, a CAM-ICU era realizada para a detecção de delirium. Os des-fechos analisados foram: sexo, dias de internação e mortalidade. Resultados: Foram avaliados 89 pacientes, sendo 33(37%) ex-cluídos. A prevalência de delirium foi de 36%(n=56). Destes, 11(55%) são do sexo feminino sendo que 08(73%) evoluíram ao óbito enquanto que 09(45%) são do sexo masculino e destes, 05(55%) evoluíram ao óbito. A média de dias de internação foi de 10,09 dias para as mulheres e de 39,33 para os homens e a mediana de 9 dias contra 33 dias, respectivamente. A mortalidade referente aos pacientes sem delirium corresponde a 01 do sexo masculino. Conclusão: Pacientes do sexo feminino mostraram uma preva-lência maior de delirium no período estudado e, foi necessário menos dias de internação para que apresentassem tanto o de-lirium quanto óbito, quando comparado aos pacientes do sexo masculino.

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EP-043

Perfi l epidemiológico da lesão axonal traumática numa unidade de neurotrauma

Bruno Silva Baron1, Rogério Ribeiro da Silveira1, Matheus Silva Vaz Pereira1, Marcos Guedes Figueiredo Filho1, Ulisses de Oliveira Melo1, Sérgio Henrique da Silva Tristão1

1Hospital Estadual Alberto Torres - Rio de Janeiro (RJ), Brasil

Objetivo: O artigo defi ne as características da lesão axonal traumática (LAT) numa amostra de 30 pacientes (23,4%) sele-cionados dentre 128 pacientes vítimas de traumatismo cranioe-ncefálico (TCE) grave no período de seis meses na unidade de neurotrauma do Hospital Estadual Alberto Torres. Métodos: A metodologia utilizada foi o estudo observacional através da análise primária descritiva exploratória das variáveis clínicas (sinais e sintomas) e das imagens tomográfi cas de crâ-nio, respectivamente. A qual apresentou os dados observados na forma de tabelas expressos pela frequência e porcentagem para categóricos e média, desvio padrão, mínimo e máximo para nu-méricos, juntamente com gráfi cos ilustrativos. A análise estatísti-ca foi processada pelo software estatístico SAS® System, versão 6.11 (SAS Institute, Inc., Cary, North Carolina).Resultados: Em termos de caracterização da amostra, há o pre-domínio de homens (n 24, 80%) jovens (média de idade 34,2 anos). Em ralação às variáveis clínicas, todos os pacientes inclu-sos no estudo apresentaram trauma craniano por impacto dire-to com coma pós-traumático imediato. A duração do coma, na maioria dos casos foi maior de 24 horas (n 20, 66.6%) e com alterações, a nível tomográfi co, de tronco encefálico (n 11, 55%). A LAT tipo 3 foi predominante (n 20, 66.7%) na amostra. Cabe salientar ainda, a forte presença de sinais que denotam trauma com alta energia mecânica, como fratura óssea (n 25, 83.3%) e trauma torácico (n 20, 66.7%). O achado focal tomográfi co, na amostra, mais comumente associado à lesão axonal traumática é a hemorragia subaracnóide traumática (HSAt) (n 18, 60%).Conclusão: Fica claro, na amostra, o predomínio de pacientes masculinos jovens com LAT 3 por decorrência de uma mecânica do trauma com alta energia mecânica em associação preferencial à HSAt.

EP-044

Prognóstico da lesão axonal traumática numa unidade de neurotrauma

Bruno Silva Baron1, Rogério Ribeiro da Silveira1, Matheus Silva Vaz Pereira1, Marcos Guedes Figueiredo Filho1, Ulisses de Oliveira Melo1, Sergio Henrique da Silva Tristão1

1Hospital Estadual Alberto Torres - Rio de Janeiro (RJ), Brasil

Objetivo: O artigo correlaciona a lesão axonal traumática (LAT) com o prognóstico numa amostra de 30 pacientes (23,4%) sele-cionados dentre 128 pacientes vítimas de traumatismo cranioe-ncefálico (TCE) grave no período de nove meses, de junho de 2018 a fevereiro de 2019, na unidade de neurotrauma do Hospital Estadual Alberto Torres. Métodos: A metodologia utilizada foi o estudo observacional através da análise primária descritiva exploratória das variáveis das imagens tomográfi cas de crânio e do prognóstico, respecti-vamente. A qual apresentou os dados observados na forma de tabelas expressos pela frequência e porcentagem para categóricos e média, desvio padrão, mínimo e máximo para numéricos, jun-tamente com gráfi cos ilustrativos. A análise estatística foi proces-sada pelo software estatístico SAS® System, versão 6.11 (SAS Institute, Inc., Cary, North Carolina).Resultados: Em termos da amostra, há a diferenciação entre os padrões tomográfi cos de LAT 1 (n 4, 13.3%), LAT 2 (n 6, 20%) e LAT 3 (n 20, 66.7%). A duração do coma, na maioria dos casos foi maior de 24 horas (n 20, 66.6%) e com alterações, a nível tomográfi co, de tronco encefálico (n 11, 55%). A LAT 3 foi predominante (n 20, 66.7%). Cabe salientar ainda, que o desfecho primário foi possível avaliar em 28 pacientes, 2 pacien-tes ainda estão em acompanhamento. Desse modo, o desfecho primário apresenta o predomínio de óbito (n 17, 60.7%). Nos pa-cientes com desfecho primário de alta hospitalar (n 11, 39.3%), o Glasgow Outcome Scale (GOS) na ocasião da alta hospitalar demonstra um equilíbrio de variáveis. Com estado vegetativo (n 4, 14.3%), incapacidade grave (n 3, 10.8%), incapacidade mo-derada (n 2, 7.1%) e boa recuperação (n 2, 7.1%). O desfecho secundário foi avaliado após 6 meses da alta hospitalar através do Extended Glasgow Outcome Scale (E GOS). No entanto, foi possível avaliar em apenas 2 pacientes, 28 pacientes ainda estão em acompanhamento.Conclusão: Fica claro, na amostra, que o LAT 3 foi predominan-te (n 20, 66.7%) e associado a uma duração de coma maior de 24 horas (n 11, 55%). Além disso, há o predomínio de pacientes com o desfecho primário de óbito (n 17, 60.7%). Naqueles com com desfecho primário de alta hospitalar (n 11, 39.3%), o Glasgow Outcome Scale (GOS) demonstra um equilíbrio de variáveis.

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EP-045

Padrão tomográfi co multifocal da lesão axonal no traumatismo cranioencefálico grave

Bruno Silva Baron1, Rogério Ribeiro da Silveira1, Matheus Silva Vaz Pereira1, Marcos Guedes Figueiredo Filho1, Ulisses de Oliveira Melo1, Sergio Henrique da Silva Tristão1

1Hospital Estadual Alberto Torres - Rio de Janeiro (RJ), Brasil

Objetivo: O artigo analisa os achados tomográfi cos multifocais da lesão axonal traumática (LAT) e sua relação com os achados tomográfi cos focais do TCE grave numa amostra de 30 pacientes (23,4%) selecionados dentre 128 pacientes vítimas de traumatis-mo cranioencefálico (TCE) grave no período de nove meses, de junho de 2018 a fevereito de 2019, na unidade de neurotrauma do Hospital Estadual Alberto Torres.Métodos: A metodologia utilizada foi o estudo observacional através da análise primária descritiva exploratória das variáveis das imagens tomográfi cas de crânio. Foi estabelecido os parâme-tros WW: 30 – 40, WL: 40 – 70 e cortes: 0,5mm a 2,5mm. As imagens tomográfi cas foram vistas e revistas por pelo menos 4 médicos distintos, um radiologista, um neurocirurgião, um neu-rointensivista e um neurologista titulados. A qual apresentou os dados observados na forma de tabelas expressos pela frequência e porcentagem para categóricos e média, desvio padrão, mínimo e máximo para numéricos, juntamente com gráfi cos ilustrativos. A análise estatística foi processada pelo software estatístico SAS® System, versão 6.11 (SAS Institute, Inc., Cary, North Carolina).Resultados: Em termos da amostra, há a diferenciação entre os padrões tomográfi cos de LAT 1 (n 4, 13.3%), LAT 2 (n 6, 20%) e LAT 3 (n 20, 66.7%). Por sua vez, os achados focais, HED, HSD, HSAt, estão presentes em 22 casos (73.3%) em associa-ção com algum tipo de LAT. O achado focal mais comumente associado à LAT é a hemorragia subaracnóide traumática (HSAt) (n 18, 60%). Em ralação ao acometimento da substância branca subcortical nos subtipos de LAT, foi identifi cado no LAT 1 me-tade dos casos (n 2, 6.7%), no LAT 2 (n 5, 16.7%) e no LAT 3 (n 17, 56.7%). Conclusão: Fica claro, na amostra, o predomínio da LAT 3. Além da forte associação dos diferentes subtipos de LAT com achados focais, HED, HSD, HSAt, em associação preferencial à HSAt. Além disso, a substância branca subcortical é a mais aco-metida nos diferentes subtipos de LAT.

EP-046

Gasping como sinal precoce de lesão neurológica após cirurgia de correção de aneurisma de aorta: relato de caso

Erica Regina Ribeiro Sady¹, Débora Barbosa Guerra¹, Ligia Maria Coscrato Junqueira da Silva¹, Viviane Cordeiro Veiga¹, Salomon Soriano Ordinola Rojas¹¹Unidade de Terapia Intensiva Neurológica, Hospital BP - A Benefi cência Portuguesa de São Paulo - São Paulo (SP), Brasil.

Mulher, 75 anos, histórico de hipertensão; obesidade; tabagismo e doença pulmonar obstrutiva, diagnóstico de aneurisma de aorta com indicação cirúrgica em etapas: a 1ª, convencional, para cor-reção das porções ascendente, arco e descendente, reimplante do tronco braquiocefálico e carótida esquerda com tubo e ligadura da subclávia esquerda, e, em 24h, correção endovascular da por-ção descendente com by-pass por lesão da ilíaca direita, cursando com choque e volumosa transfusão de hemocomponentes. Em 24h apresentou gasping como sinal isolado. Sob profunda seda-ção, avaliação neurológica completa e por imagem, que exigia transporte intrahospitalar em um cenário de elevada gravidade, eram limitados. Decidiu-se pela monitorização não invasiva da função cerebral (Root®), que evidenciou hipoatividade cerebral no hemisfério direito, bem como desorganização difusa da ativi-dade de base pelo eletroencefalograma. Posteriormente, à resso-nância foram identifi cados sinais de isquemia recente no córtex e microhemorragias, infra e supratentorial, sugerindo microan-giopatia trombótica. A despeito da indicação de traqueostomia, foram mantidas medidas neuroprotetoras e de reabilitação inten-siva, incluindo o ortostatismo passivo. Em resposta, no 30º dia pós-operatório apresentou despertar efetivo, embora com défi cits neurológicos. Comentários: Consideramos que o distúrbio respi-ratório tenha sido o 1º sinal sugerindo-nas. Considerado “pace-maker respiratório”, o gasping ocorre por mecanismos diferentes do controle ventilatório automático no centro respiratório, cujo principal gatilho é a hipóxia, que parece ter tido como substrato o hipofl uxo encefálico. Logo, se o risco destas lesões após cirurgias cardiovasculares não é desprezível e sua ocorrência não é rara, adequada monitorização; intervenções precoces e a expertise das equipes podem modifi car desfechos.

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EP-047

Cânula nasal de alto fl uxo em neurointensivismo: experiência em uma série de casos

Erica Regina Ribeiro Sady¹, Ligia Maria Coscrato Junqueira da Silva¹, Viviane Cordeiro Veiga¹, Salomon Soriano Ordinola Rojas¹¹Unidade de Terapia Intensiva Neurológica, Hospital BP - A Benefi cência Portuguesa de São Paulo - São Paulo (SP), Brasil

Objetivo: Avaliar a utilização de cânula nasal de alto fl uxo (CNAF) em pacientes neurocríticos. Métodos: No período de seis meses, foram avaliados 6 pacientes que utilizaram CNAF, sendo 67% do sexo masculino, com idade média de 69,6 (±22,4) anos. As indicações para CNAF foram: insufi ciência respiratória hipoxêmica (67%); hipercápnica (17%) e manejo de pneumoencéfalo (17%). Resultados: Não houve predomínio em relação à origem da disfunção respiratória (extrapulmonar - 50%; pulmonar – 50%). O tempo médio entre a indicação terapêutica e a instalação da CNAF foi de 1,3 (±0,5) dias, e a ventilação não-invasiva foi as-sociada em 83% dos casos. A variação entre o fl uxo e FiO2 en-tre a data da instalação e de suspensão foram: 32,5 (±8,8) - 23,5 (±12,5) L/min, e 0,66 (±0,27) - 0,51 (±0,3), respectivamente. O tempo médio de uso da CNAF foi 4,5 (±3,7) dias, e sucesso te-rapêutico ocorreu em 67% dos casos. O tempo de internação em UTI e hospitalar foi de 27,8 (± 24,7) e 30,4 (±15,5) dias, respec-tivamente, com sobrevida em UTI de 67% (33% dos óbitos in-cluíram os casos com diagnóstico de SDRA, grave), e hospitalar de 75%. Conclusão: Nesta série de casos, a despeito de 01 caso de indi-cação off label, baseada em opinião de expert, o uso da CNAF esteve de acordo com as evidências científi cas, justifi cando a ob-servada taxa de sucesso nesta população. Contudo, apesar dos inúmeros mecanismos benéfi cos atribuídos à CNAF e de ter seu uso bem indicado para condições hipoxêmicas, carece de evidên-cias mais robustas em outros cenários.

EP-048

Relação entre distúrbios hidroeletrolíticos e tempo de permanência em pacientes neurocríticos

Viviane Cordeiro Veiga1, Salomon Soriano Ordinola Rojas1, Phillipe Pereira Travassos1, Raquel Telles da Silva Vale1, Wayner Geres da Costa1, Maria Paula Maziero1, Miguel Cenacchi Garcia Pereira1

1Unidade de Terapia Intensiva Neurológica, Hospital BP - A Benefi cência Portuguesa de São Paulo -São Paulo (SP), Brasil

Objetivo: O objetivo deste trabalho é avaliar a relação entre dis-túrbios eletrolíticos e tempo de permanência em unidade de tera-pia intensiva, em pacientes neurocríticos.Métodos: Foram avaliados todos os pacientes internados, em pe-ríodo de 3 meses, em unidade de terapia intensiva neurológica de hospital de grande porte, considerando análise de sódio, potássio, magnésio e cálcio. No período foram admitidos 307 pacientes, sendo 170 do sexo feminino (55,4%), com média de idade de 59,85 anos, sendo que 59,6% eram cirúrgicos e o tempo médio de permanência foi de 8,05 dias. Foi realizada análise estatística, utilizando regressão de Cox, com co-variáveis dependentes do tempo, sendo considerado signifi cância de 0,05. Resultados: Na amostra analisada, em relação a variações de só-dio, encontrou-se RR de 0,63, com p=0,009 para hiponatremia e RR de 0,57, com p=0,083. Na avaliação do magnésio, foi encon-trado RR de 0,54 (p=0,06) para hipomagnesemia e RR de 1,51 (p=0,415) para hipermagnesemia. Nas variações de potássio, foi observada RR de 0,26 (p=0,001) para hipocalemia e RR de 1,50 (p=0,33) na hipercalemia. Na hipocalcemia, observou-se OR 0,85 com p=0,44 e para hipercalcemia, OR 0,611 (com p=0,206). Conclusão: Na amostra analisada, a hiponatremia e a hipocale-mia foram as alterações eletrolíticas que se correlacionaram com aumento do tempo de permanência em UTI.

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EP-049

Non-invasive intracranial pressure monitoring for intensive care unit management of cardiovascular patients

Phillipe Pereira Travassos1, Raquel Telles da Silva Vale1, Wayner Geres da Costa1, Cynthia Hayashi1, Viviane Cordeiro Veiga1, Januário M de Souza1, Salomon Soriano Ordinola Rojas1

1Neurological Intensive Care Unit, Hospital BP - A Benefi cência Portuguesa de São Paulo - Sao Paulo (SP), Brazil

Objective: Surgical treatment of aortic aneurysm needs extracor-poreal circulation (ECC), aorta clamp and hypothermia, and it is often related to poor systemic perfusion and blood fl ow velocity. One of the main concerns of intensive care team is to prevent secondary neurological injury after long time without blood fl ow pulsatility, such as brain edema and seizure. The most common parameters for neuromonitoring would be intracranial pressure and EEG, however, for non-neurological patients this informa-tion is unusual and prevents optimal management. Methods: We aimed to assess brain compliance and neurological condition of ICU patients on immediate post-operative recovery of Bentall-De Bono procedure and/or other aortic aneurysm sur-gical treatment using a novel noninvasive intracranial pressure (ICP) device. This device uses mechanical displacement sensor capturing extracranial continuous volumetric variation of the skull and this information proportionally refl ects in tracranial dynamic. Results: Twenty patients were included in this study. ECC mean time was 111 minutes for 19 patients and only one did not need it. Eleven presented altered ICP curves with poor brain com-pliance (P2/P1 ratio > 1.0) assessed by ICP curve morphology analysis. Volemic optimization and neuroprotective measures were taken based on this ICP information for acute case manage-ment. Among these patients with altered ICP curves, eight were discharged from ICU with good clinical condition and Glasgow Coma Scale of 15. Overall mortality rate was six out of twenty (30%) and three of these had altered ICP curves. Conclusion: Brain monitoring of cardiovascular post-operative patients is important to prevent secondary neurological compli-cations and can be a helpful tool for neuroprotective acute ma-nagement on ICU.

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ISBN 978-85-63887-05-4