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RESUMOS DE DISSERTA˙ÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO APRESENTADAS NA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRˆO PRETO - USP DE ABRIL A JUNHO DE 2007 BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR CARACTERIZA˙ˆO DA ATIVIDADE CITOTÓXICA DE COMPLEXOS DE RUT˚NIO II DOADORES DE ÓXIDO N˝TRICO EM LINHAGENS CELULARES NEOPL`SICAS 415 Medicina (Ribeirªo Preto) 2007: 40 (3): 415-85 NOTAS E INFORMA˙ÕES Paula Aboud Barbugli Orientadora: Profa. Dra. Enilza Maria Espreafico Dissertaçªo de Mestrado apresentada em 24/04/2007 Câncer, neoplasia ou tumor maligno Ø uma classe de mais de 100 doenças caracterizadas pelo crescimento des- controlado de cØlulas que invadem os tecidos e órgªos podendo espalhar-se para outras regiıes do corpo (metÆs- tases). O câncer de pele do tipo melanoma, principal alvo de estudo do nosso trabalho, Ø uma neoplasia muito agres- siva e que apresenta grande resistŒncia terapŒutica. Dessa forma, torna-se necessÆrio, o desenvolvimento de novas estratØgias para o tratamento do melanoma, como por exem- plo, a Terapia Fotodinâmica que Ø uma modalidade terapŒu- tica que emprega a combinaçªo de luz visível, uma droga (fotossensibilizador) e a formaçªo de espØcies reativas de oxigŒnio (EROS) e/ou de nitrogŒnio podendo induzir a mor- te das cØlulas tumorais. Neste projeto de mestrado foi estudada a atividade citotóxica de quatro complexos de RutŒnio II doadores de óxido nítrico - trans-[RuCl(15aneN 4 )NO] 2+ ; cis-[Ru(bpy) 2 (4- pic)NO 2 ] + ; cis-[Ru(bpy) 2 (py)NO 2 ] + e [Ru(NH.NHq) (tpy)(NO)] 3+ , em diferentes linhagens celulares - linhagens de melanoma humano em diferentes fases de progressªo tumoral (WM 1552C RGP, WM 278 VGP e WM 1617 M), linhagens melanocíticas murinas (melan a nªo tumori- gŒnica e B16-F10 metastÆtica) alØm das linhagens leucŒmi- cas HL60 e Jurkat. O complexo [RuCl(15aneN 4 )NO] 2+ foi estudado ape- nas sob condiçıes de Terapia Fotodinâmica na faixa de 366 nm. JÆ os complexo cis-[Ru(bpy) 2 (4-pic) NO 2 ] + e cis-[Ru (bpy) 2 (py)NO 2 ] + por serem doadores espontâneos de NO foram estudados apenas como quimioterÆpicos. Por fim, o complexo [Ru (NH.NHq) (tpy)(NO)] 3+ apesar de apresentar liberaçªo espontânea de NO, tambØm foi estudado sob con- diçıes de Terapia Fotodinâmica por apresentar liberaçªo de NO na faixa de 532 nm (mais próximo da janela terapŒutica). CARACTERIZA˙ˆO PARCIAL DO p65: POLIPEPT˝DIO DO LÓBULO ÓPTICO DE LULA IMUNORREATIVO AO ANTICORPO ANTI-CABE˙A DA MIOSINA Va DE GALINHA Diego Torrecillas Paula Lico Orientador: Prof. Dr. Roy Edward Larson Dissertaçªo de Mestrado apresentada em 02/ 05/2007 Miosina Va Ø uma miosina nªo convencional que possui um papel no transporte de organelas e possivel- mente em funçıes sinÆpticas em neurônios. VÆrios anticor- pos contra os domínios da miosina Va tem sido gerados em nosso laboratório na tentativa de caracterizar a localizaçªo e funçªo desta miosina em uma variedade de cØlulas e teci- dos. Um anticorpo policlonal gerado contra o domínio ca- beça da M-Va, tem sido utilizado como sonda em homoge- neizados de lóbulos ópticos de lula, reconheceu fortemen- te um polipeptídio de 65kDa (p65); entretanto, nªo reco- nheceu a própria miosina V de lula. O polipeptídio foi parcialmente purificado de extratos dos lóbulos ópticos de lula com 8 M urØia por uma combinaçªo de cromatografia troca catiônica em resina de SP-Sepharose e HPLC em co- luna de fase reversa. Sete seqüŒncias do p65 foram obti- das, após isolamento de polipeptídios em SDS-PAGE, por espectrometria de massa. Pesquisas em bancos de dados nªo revelaram a identidade desta proteína, que mostrou uma baixa homologia com proteínas pelo programa BLAST. Entretanto, utilizando um banco de ESTs de Loligo ainda nªo publicado (Dr. Joe DiGiorgis, Marine Biological Institute em Woods Hole, USA) conseguimos fortes pistas para in- dicar que p65 pertence a uma família de proteínas ligantes de RNA.

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Page 1: RESUMOS DE DISSERTA˙ÕES DE MESTRADO E …revista.fmrp.usp.br/2007/vol40n3/teses_2_trim_07.pdfMiosina Va Ø uma miosina nªo convencional que possui um papel no transporte de organelas

RESUMOS DE DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADOAPRESENTADAS NA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP

DE ABRIL A JUNHO DE 2007

BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR

CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE CITOTÓXICA DE COMPLEXOS DE RUTÊNIO II DOADORESDE ÓXIDO NÍTRICO EM LINHAGENS CELULARES NEOPLÁSICAS

415

Medicina (Ribeirão Preto)2007: 40 (3): 415-85 NOTAS E INFORMAÇÕES

Paula Aboud BarbugliOrientadora: Profa. Dra. Enilza Maria EspreaficoDissertação de Mestrado apresentada em 24/04/2007

Câncer, neoplasia ou tumor maligno é uma classe demais de 100 doenças caracterizadas pelo crescimento des-controlado de células que invadem os tecidos e órgãospodendo espalhar-se para outras regiões do corpo (metás-tases).

O câncer de pele do tipo melanoma, principal alvode estudo do nosso trabalho, é uma neoplasia muito agres-siva e que apresenta grande resistência terapêutica. Dessaforma, torna-se necessário, o desenvolvimento de novasestratégias para o tratamento do melanoma, como por exem-plo, a Terapia Fotodinâmica que é uma modalidade terapêu-tica que emprega a combinação de luz visível, uma droga(fotossensibilizador) e a formação de espécies reativas deoxigênio (EROS) e/ou de nitrogênio podendo induzir a mor-te das células tumorais.

Neste projeto de mestrado foi estudada a atividadecitotóxica de quatro complexos de Rutênio II doadores deóxido nítrico - trans-[RuCl(15aneN4)NO]2+; cis-[Ru(bpy)2(4-pic)NO2]

+; cis-[Ru(bpy)2(py)NO2]+ e [Ru(NH.NHq)

(tpy)(NO)]3+, em diferentes linhagens celulares - linhagensde melanoma humano em diferentes fases de progressãotumoral (WM 1552C � RGP, WM 278 � VGP e WM 1617 �M), linhagens melanocíticas murinas (melan a � não tumori-gênica e B16-F10 � metastática) além das linhagens leucêmi-cas HL60 e Jurkat.

O complexo [RuCl(15aneN4)NO]2+ foi estudado ape-nas sob condições de Terapia Fotodinâmica na faixa de 366nm. Já os complexo cis-[Ru(bpy)2 (4-pic) NO2]

+ e cis-[Ru(bpy) 2 (py)NO2]

+ por serem doadores espontâneos de NOforam estudados apenas como quimioterápicos. Por fim, ocomplexo [Ru (NH.NHq) (tpy)(NO)]3+ apesar de apresentarliberação espontânea de NO, também foi estudado sob con-dições de Terapia Fotodinâmica por apresentar liberação deNO na faixa de 532 nm (mais próximo da janela terapêutica).

CARACTERIZAÇÃO PARCIAL DO p65: POLIPEPTÍDIO DO LÓBULO ÓPTICO DE LULAIMUNORREATIVO AO ANTICORPO ANTI-CABEÇA DA MIOSINA Va DE GALINHA

Diego Torrecillas Paula LicoOrientador: Prof. Dr. Roy Edward LarsonDissertação de Mestrado apresentada em 02/ 05/2007

Miosina Va é uma miosina não convencional quepossui um papel no transporte de organelas e possivel-mente em funções sinápticas em neurônios. Vários anticor-pos contra os domínios da miosina Va tem sido gerados emnosso laboratório na tentativa de caracterizar a localizaçãoe função desta miosina em uma variedade de células e teci-dos. Um anticorpo policlonal gerado contra o domínio ca-beça da M-Va, tem sido utilizado como sonda em homoge-neizados de lóbulos ópticos de lula, reconheceu fortemen-te um polipeptídio de 65kDa (p65); entretanto, não reco-

nheceu a própria miosina V de lula. O polipeptídio foiparcialmente purificado de extratos dos lóbulos ópticos delula com 8 M uréia por uma combinação de cromatografiatroca catiônica em resina de SP-Sepharose e HPLC em co-luna de fase reversa. Sete seqüências do p65 foram obti-das, após isolamento de polipeptídios em SDS-PAGE, porespectrometria de massa. Pesquisas em bancos de dadosnão revelaram a identidade desta proteína, que mostrouuma baixa homologia com proteínas pelo programa BLAST.Entretanto, utilizando um banco de ESTs de Loligo aindanão publicado (Dr. Joe DiGiorgis, Marine Biological Instituteem Woods Hole, USA) conseguimos fortes pistas para in-dicar que p65 pertence a uma família de proteínas ligantesde RNA.

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Medicina (Ribeirão Preto) 2007;40 (3): 415-85Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP http://www.fmrp.usp.br/revista

Reginaldo Donizeti RossiOrientador: Prof. Dr. Eurico de Arruda NetoDissertação de Mestrado apresentada em 03/05/2007

Os enterovírus são adquiridos pela via oral, repli-cam-se no intestino e disseminam-se sistemicamente, cau-sando infecções em múltiplos órgãos e tecidos, promovendodiversas manifestações clínicas que consistem de combina-ções de febre, exantema, miosite unilateral de músculos in-tercostais (pleurodínia), lesões bolhosas na boca, pés e mãos;além de meningoencefalite, pancreatite, miocardite e hepati-te. Os enterovírus, principalmente os CVB, podem estar tam-bém associados a manifestações tardias de doença, tal comocardiomiopatia dilatada crônica e diabetes mellitus.

O RNA genômico de CVB5, de polaridade positiva,é traduzido em uma poliproteína, que se auto-cliva de modoco-traducional, gerando fragmentos peptídicos, entre osquais uma RNA-polimerase RNA-dirigida que copia oRNA(+) viral em um RNA (-). Este por sua vez, como inter-mediário replicativo, servirá de molde para a síntese de RNA(+) genômico. Não se conhece em detalhes a cinética deacúmulo de RNA (+) e RNA(-) ao longo do ciclo viral. Odesenvolvimento de um ensaio específico que distingaRNA (+) e (-) permitiria identificar replicação viral ativa emdoenças tardias, como miocardiopatia dilatada.

Este estudo visa desenvolver ensaio de RT-PCR paradetectar de forma específica RNA (-) de enterovírus, queseja aplicável a diversos tecidos.

Um ensaio de RT-PCR convencional empregandoprimers diferenciais para RNA (+) e (-) na etapa de RT mos-trou-se inespecífico, produzindo evidência da existência decDNA formado na ausência de primer durante a transcriçãoreversa (cDNAprimer(-)). Mostramos que a presença decDNAprimer(-) gera resultados falso-positivos, que podemindicar presença de RNA (-) quando na verdade este nãoestá presente. Para solucionar este problema, desenvolve-mos um ensaio de RT-PCR, utilizando na etapa de RT �primers�biotinilados que nos permitem purificar o cDNA no qual seincorporam por meio de esferas magnéticas conjugadas comstreptavidina, para eliminação de cDNAprimer(-).

Com isso, conseguimos desenvolver um ensaio deRT-PCR funcional e confiável para detecção específica deRNA (-) de enterovírus em células infectadas. Resultadosobtidos nos permitem questionar a validade de resultadosanteriormente publicados por outros autores, que não le-varam em conta a existência de cDNAprimer(-). A aplicaçãodesse método a grande número de amostras de coraçãocom miocardiopatia dilatada é um exemplo importante dacontribuição gerada para estudos de patogênese de infec-ções enterovirais.

RT-PCR PARA Picornavírus: DESAFIOS DE UM ENIGMA BIOLÓGICO

ESTUDOS SOBRE A REESTRUTURAÇÃO DOS GENOMAS DE Leishmania spp: EXTREMIDADESCROMOSSÔMICAS, SEQÜÊNCIAS REPETITIVAS E FAMÍLIAS DE GENES MÚLTIPLOS

Loislene Oliveira BritoOrientadora: Profa. Dra. Angela Kaysel CruzTese de Doutorado apresentada em 04/05/2007

As extremidades cromossômicas dos Tripanosoma-tideos apresentam genes característicos, importantes paraa adaptação e sobrevivência no hospedeiro. A disponibili-dade das seqüências genômicas de L. major e L. brazilien-sis permitiu uma análise detalhada da anatomia das regiõesextremas dos cromossomos das duas espécies. O padrãode reestruturação entre elas é muito distinto, em L. major,apenas alguns cromossomos participaram de reestrutura-ção com grandes extensões envolvidas. São detectadospequena quantidade de seqüências repetitivas e elemen-tos transponíveis degenerados (RIME e DIRE) sugerindoum processo ancestral. Quando comparado ao mecanismode reestruturação de L. braziliensis, verifica-se a presençade elementos transponíveis não-LTR ativos (TATE eSLACS) e distribuídos pelo genoma. Esses elementos pro-moveram reestruturações envolvendo número de cromos-somos e extensão maiores do que em L. major. Nos doisgenomas também foi analisada a organização e evolução

de alguns genes múltiplas cópias e, em ambas as espécies,foram encontrados elementos repetitivos conhecidos eoutros característicos de um dos genomas ou restritos aloci específicos que podem influenciar a duplicação dascópias gênicas que flanqueia. Essas seqüências podempromover a multiplicação das CDSs e, assim, afetar a dosa-gem gênica já que não foi demonstrado um controletranscricional para modulação da expressão gênica nessesparasitas. Numa análise preliminar da taxa de evolução dosgenes múltiplas cópias, observamos que em ambas as es-pécies mutações estão ocorrendo mas, as seqüências es-tão sendo mantidas e, deste modo, estão sujeitas ao pro-cesso de nascimento e morte no nível de DNA. Esse pro-cesso pode ser um potencial gerador de novos produtosgênicos ou pode eliminar genes com o acúmulo das muta-ções. O genoma de L. braziliensis está povoado de elemen-tos móveis, alguns ainda ativos, que devem ter propiciadoa divergência entre as espécies. É provável que o dinamis-mo e plasticidade conferidos por esses fatores sejam maisimportantes do que o conteúdo gênico para diferenciar aL. braziliensis da L. major, já que a diferença de conteúdogênico é pequena.

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a expressão de EGFP-MVaF e EGFP (controle). Um acentua-do declínio na viabilidade celular foi observado nas trêslinhagens que expressaram EGFP-MVaF quando compara-das às culturas controles. A apoptose foi confirmada atra-vés de marcação por anexina V em células B16-F10 e HeLa.Microscopia eletrônica de varredura e vídeo microscopia detime-lapse mostraram que a resposta ao MVaf é marcada porperda de vilosidades superficiais de membrana e o apareci-mento de grande número de blebbings, com tal dinâmicaque lembra a superfície da �água em ebulição�, característi-ca típica de morte celular por apoptose. EGFP, MVaf e EGFP-MVaf foram subclonados em vetor retroviral de expressãocontrolada por tetraciclina e em vetor lentiviral. Transfec-ção de EGFP-MVaf em células HEK-293T mostrou expres-são acentuadamente mais intensa quando as células foramco-transfectadas com vetor RevTetOff/EF1a para expressaro transativador. Dessa forma, este trabalho contribuiu paracaracterizar o tipo de morte celular induzida por MVaf e de-monstrar que também é eficaz na indução de apoptose emcélulas de carcinoma humano, assim como nas de melano-ma. Finalmente, permitiu a preparação de ferramentas mole-culares que serão utilizadas futuramente para avaliar o efeti-vo potencial do MVaf como um agente terapêutico anti-tumoral.

Antônio Carlos BorgesOrientadora: Profa. Dra. Enilza Maria EspreaficoDissertação de Mestrado apresentada em 30/05/2007

A miosina Va é uma proteína motora envolvidano transporte e posicionamento de vesículas, organelase mRNA, além de parecer atuar no seqüestro do fatorpró-apoptótico Bmf ao citoesqueleto de actina. Pesquisasrealizadas em nosso laboratório demonstraram que um frag-mento da miosina Va (MVaf), que corresponde ao sítio ligantede DLC2/Bmf, é capaz de induzir intensa morte em células demelanoma murino e humano. Esse efeito caracteriza o MVafcomo uma poderosa ferramenta molecular capaz de induzir amorte em linhagens metastáticas de melanoma. O presentetrabalho teve por objetivo complementar estudos préviosquanto ao efeito do MVaf sobre a viabilidade em linhagensde melanoma e acrescentar o estudo com carcinoma huma-no, detectando alterações moleculares e morfológicas queacompanham a resposta de morte. Além disso, construir fer-ramentas moleculares para a expressão condicional do MVafpara futuros estudos de sua eficácia como agente anti-tu-moral, em modelo animal. Células das linhagens B16-F10,HeLa e S91-Cloudman foram transfectadas com vetores para

FRAGMENTO DA MIOSINA Va INDUZ APOPTOSE EM CÉLULAS DE MELANOMA E CARCINOMA

endereçamento preferencial para medula óssea e uma migra-ção transitória para o baço, enquanto que, mastócitos ma-duros e imaturos possuem um endereçamento preferencialpara o baço e uma migração transitória para a medula óssea.Precursores de mastócitos e mastócitos maduros e imaturosnão foram observados na cavidade peritoneal. O endereça-mento de precursores de mastócitos e de mastócitos madu-ros e imaturos também foi analisado em animais que tiverama cavidade peritoneal depletada de mastócitos pela injeçãointraperitoneal de água destilada, seguida da infusão dosmastócitos marcados. Nestas condições, após 24, 48 e 72horas apenas precursores de mastócitos foram observadosna medula óssea. No entanto, neste mesmo período precur-sores de mastócitos e mastócitos maduros e imaturos foramobservados na cavidade peritoneal. Também analisamos oefeito da lectina KM+ no recrutamento de precursores demastócitos e mastócitos maduros e imaturos infundidos paraa cavidade peritoneal depletada. Após a injeção da KM+ oendereçamento de mastócitos maduros e imaturos para acavidade peritoneal foi maior quando comparado com o de

Devandir Antonio de Souza JúniorOrientadora: Profa. Dra. Maria Célia JamurDissertação de Mestrado apresentada em 31/05/2007

Os mastócitos originam-se de precursores na medu-la óssea e migram para tecidos periféricos onde amadure-cem. O mecanismo envolvido na migração e endereçamentodos precursores de mastócitos não está bem definido. Nopresente estudo foi investigado o endereçamento de pre-cursores de mastócitos (AA4-/BGD6+) e mastócitos madu-ros e imaturos (AA4+/BGD6+) para diferentes órgãos alvosapós estas células serem introduzidas na corrente sangüí-nea. Precursores de mastócitos e mastócitos maduros e ima-turos foram imunomagneticamente isolados da medula ós-sea e marcados com CellTracker� green e CellTracker�red respectivamente. Após a marcação fluorescente as duaspopulacões de células foram infundidas via veia caudal nosratos. Órgãos alvos como medula óssea, baço e pulmão fo-ram investigados. A análise dos órgãos demonstrou queapós a infusão, os precursores de mastócitos possuem um

ESTUDO DA DINÂMICA DE MIGRAÇÃO DE PRECURSORES DE MASTÓCITOS E MASTÓCITOSMADUROS E IMATUROS DA MEDULA ÓSSEA PARA SÍTIOS PERIFÉRICOS

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Ingrid Porpino MeschedeOrientadora: Profa. Dra. Enilza Maria EspreaficoDissertação de Mestrado apresentada em 04/06/2007

A Síndrome de Griscelli (SG) é uma desordem autos-sômica recessiva que se apresenta em três subtipos, SG-1,SG-2 e SG-3, causados por mutações nos genes MYO5A,RAB27A e MLPH, respectivamente. Os três subtipos sãoreconhecidos por hipopigmentação da pele e uma típicacoloração cinza-prateada dos pêlos, mas enquanto a SG-3se restringe a este fenótipo, a SG-1 está associada a desor-dens neurológicas primárias graves, e a SG-2, à imunodefi-ciência combinada à síndrome hemofagocítica, que culmi-na em infiltração leucocitária em orgãos vitais e morte dopaciente. No presente trabalho, reportamos 6 pacientes bra-sileiros: G.C e L.C (irmãos gêmeos) e M.S, com característi-cas clínicas de SG-2; F.O e L.O (irmãos) com sintomatologiacaracterística de SG-1; além de um paciente, L.R, com umaimunodeficiência cujo seqüenciamento do gene RAB27Apermitiu descartar o diagnóstico de SG-2. Análises micros-cópicas de fios de cabelo e biópsia de pele desses pacien-tes, com exceção de L.R, revelaram a presença de aglomera-dos de pigmento típicos de SG. Análise molecular revelouque G.C/L.C e M.S carregam uma mutação homozigótica nogene RAB27A, mapeada como c.550C>T (R184X) ec.467+1G>C (G156fs), respectivamente, sendo que a muta-ção nos pacientes G.C/L.C não afeta a expressão de mRNApara RAB27A ou MYO5A, mas leva à ausência da proteína

RAB27A mutante. Para F.O, o seqüenciamento da regiãocodificadora do gene MYO5A não revelou a presença demutação. Entretanto, embora os níveis de expressão domRNA MYO5A pareçam normais, os níveis da proteína, deacordo com dois anticorpos policlonais contra a miosina-Va, se mostraram reduzidos ou ausentes em fibroblastoscultivados desse paciente em comparação a fibroblastosestabelecidos de um doador sadio, sugerindo uma pos-sível falha na tradução ou instabilidade pós-traducional daproteína. Apesar disso, os fibroblastos do paciente apre-sentaram marcação para um anticorpo monoclonal para amosina-VafosfoS1650 que marca partículas nucleares com ca-racterísticas de �speckles�, mas estas parecem estar emmenor número nas células do paciente. Esta marcação podeser explicada por reação cruzada desse anticorpo, uma vezque ambas as parálogas miosina-Vb e miosina-Vc foramdetectadas nestes fibroblastos. Sumarizando, os estudosmostrados aqui permitiram esclarecer o diagnóstico mole-cular de 3 pacientes, sendo que em um dos casos foi deter-minante para garantir a indicação de transplante de medulaóssea como única medida para salvar a vida da criança. Emoutro caso contribuiu para descartar hipótese diagnósticade SG. Finalmente, este trabalho permitiu a obtenção deculturas celulares que poderão ser utilizadas em futurosestudos para esclarecer a mutação nos pacientes F.O/L.O,além permitir melhor compreensão do papel dessas fosfo-miosinas no núcleo celular e das vias moleculares envolvi-das nessas desordens.

CARACTERIZAÇÃO CELULAR E DIAGNÓSTICO MOLECULAR DE DOENÇAS MARCADAS PORALTERAÇÕES PIGMENTARES ASSOCIADAS A DISFUNÇÕES NEUROLÓGICAS OU IMUNOLÓGICAS

CARACTERIZAÇÕES FENOTÍPICAS E GENOTÍPICAS DE AMOSTRAS MONOFÁSICAS DES. enterica I 4,[5],12:i:-

que são classificadas por reações sorológicas através daidentificação de polissacarídeos contidos no LPS (O), antí-genos flagelares (H) e capsulares (Vi), este último quandopresente. A combinação destes antígenos define uma soro-variedade. Algumas sorovariedades, como Typhimurium, têma capacidade de variar o tipo de flagelina expressa. A flagelinaH1 é o produto do gene fliC, e a flagelina H2 é o produto dogene fljB. O tipo de flagelina expressa está sob controle de

Ana Isabela Lopes SalesOrientador: Prof. Dr. Marcelo BrocchiTese de Doutorado apresentada em 06/06/2007

Sorovariedades de Salmonella enterica não tifóidesão consideradas patógenos emergentes de grande impor-tância na saúde humana. Muitas das infecções humanassão causadas por diferentes sorovariedades de S. enterica,

precursores de mastócitos. Portanto, os dados obtidos nes-te trabalho sugerem que precursores de mastócitos e mas-tócitos maduros e imaturos possuem um diferente padrãode endereçamento. Ainda, mastócitos migram para a cavida-

de peritoneal apenas durante seu repovoamento. O presen-te estudo contribui para o entendimento da dinâmica derecrutamento de mastócitos, como nas reações alérgicas einflamatórias e nas patologias como a mastocitose.

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Medicina (Ribeirão Preto) 2007;40 (3): 415-85http://www.fmrp.usp.br/revista Resumos de Dissertações de Mestrado e Teses de Doutorado apresentadas na FMRP-USP

sub-clonados nos vetores pDEST-14 (para expressão de VP1sozinha) e pDEST-15 (para expressão de VP1 com cauda deGST), ambos do sistema Gateway. Outro clone foi prepara-do no vetor pGEMT easy e sub-clonado no plasmídeo pGEX-4T-1 (GE-Healthcare) para expressão em E.coli. Os vetoresque expressam proteínas de fusão, resultaram em expressãode maior quantidade de proteína recombinante.

A proteína VP1 recombinante foi usada para imuni-zar camundongos machos da linhagem C3H/HeJ, que de-senvolvem pancreatite aparentemente assintomática apósinfecção experimental com 250 ID50 de CVB5. A proteçãofoi avaliada nos dias três e cinco após a infecção, e foiobservada redução significante nos títulos de vírus nopâncreas, bem como nas lesões histológicas nos animaisimunizados em comparação com os controles. Este é o pri-meiro relato de uma proteína com efeito protetor contradoença experimentalmente induzida contra CVB5.

Humberto Freire Boncristiani JúniorOrientador: Prof. Dr. Eurico de Arruda NetoTese de Doutorado apresentada em 12/06/2007

Os enterovírus são vírus pertencentes a famíliapicornaviridae, frequentemente associados com infecçõeshumanas importantes em saúde pública, tais como menin-gite, meningoencefalite e miocardite. São vírus desprovi-dos de envoltório lipoprotéico, com capsídeo compostopor 60 protômeros constituídos de quatro proteínas, entreelas VP1, que contém os principais sítios imunogênicos.Nós descrevemos a clonagem molecular e expressão da pro-teína VP1 do enterovirus Coxsackie B5 (CVB5) em E.coli e oseu papel protetor contra infecção experimental em camun-dongos C3H/HeJ.

A região do RNA viral que codifica VP1 foi amplificadapor RT-PCR, os amplicons clonados no vetor pENTR 221 e

VP1 DE VÍRUS COXSACKIE B5: CLONAGEM, EXPRESSÃO E EFEITO IMUNOPROTETOR EMCAMUNDONGOS C3H/HeJ

um sistema de variação de fase. Desde o final do séculopassado, S. enterica monofásica I 4,[5],12:i:- tem sido isola-da no Brasil, em particular no estado de São Paulo. Estenovo sorotipo pode ter se originado de uma sorovariedadebifásica como S. enterica Typhimurium (I 4,[5],12:i:1,2) ouLagos (I 4,[5],12:i:1,5) ou de uma sorovariedade não móvelque adiquiriu a capacidade de expressar flagelo. Recente-mente, este novo sorotipo também foi isolado nos EstadosUnidos, na Tailândia e na Espanha. Dada à sua importânciaepidemiológica, recentemente uma linhagem de S. enterica4,[5],12:i:- foi selecionada pela TIGR para ter seu genomaseqüenciado. No presente estudo, as origens de S. entericamonofásica I 4, [5], 12:i:- isoladas no Brasil foi avaliada pordiferentes técnicas moleculares que indicaram que estesorotipo é derivado de S. enterica Typhimurium. Análisesbiológicas e moleculares indicaram deleção envolvendo osgenes fljB e fljA. A extensão desta deleção é diferente da

descrita para amostras 4,[5],12:i:- isoladas na Espanha, oque implica uma origem diferente entre estas amostras. Da-dos moleculares e fenotípicos indicaram que S. enterica4,[5],12:i:- mantém o potencial patogênico, seja pela presen-ça de genes de virulência, seja para a patogenicidade dadaem modelo animal. Dados epidemiológicos, no entanto, su-gerem que S. enterica 4,[5],12:i:- é mais patogênica que asorovariedade Typhimurium, apesar de apresentar maior sen-sibilidade a antibióticos quando comparada a Typhimurium.No entanto, profagos de S. enterica 4,[5],12:i:- podem serresponsáveis pelo sucesso evolutivo deste sorotipo no Bra-sil. Estes achados permitem sugerir que S. enterica 4,[5],12:i:-seja classificada como uma variante de Typhimurium. Comoeste sorotipo foi primeiramente descrito no estado de SãoPaulo, sugerimos que seja denominado variante Paulista ouTyphimurium var. Paulista.

operárias são estéreis e responsáveis pelas tarefas de ma-nutenção da colônia. O ovário é classificado como meroísticopolitrófico, com a ovogênese iniciada pela divisão de umacélula-tronco germinativa que gera, uma nova célula-troncoe um cistoblasto comprometido com o processo de diferen-ciação ovocítica. Cada cistoblasto passa por sucessivas di-visões mitóticas de modo a formar um cisto de células ger-minativas que, posteriormente, diferenciam-se em ovócito ecélulas trofocíticas. A espermatogênese, da mesma forma,

Mônica Mazzei FloreckiOrientador: Prof.Dr. Klaus Hartmann HartfelderDissertação de Mestrado apresentada em 13/06/2007

Insetos altamente sociais caracterizam-se pela pre-sença de castas fenotipicamente distintas e com funçõesdefinidas. Em colônias de abelhas melíferas, rainhas e zan-gões estão envolvidos no processo reprodutivo, enquanto

LOCALIZAÇÃO E EXPRESSÃO GÊNICA DE CADERINAS EM GÔNADAS DE Apis mellifera

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lares das gônadas, nas quais talvez exerçam funções alter-nativas, além da adesão intercelular, como organização es-trutural da cromatina, controle indireto da expressão gênicaou sinalização entre a membrana plasmática e o núcleo. Adetecção de caderinas em zonas de contato entre célulassomáticas e germinativas no filamento terminal e nos canaisanéis em anel entre os cistos foliculares indicam funçõesrelacionadas à organização do nicho de células-tronco ger-minativas e no estabelecimento das pontes intercelulares,respectivamente. Utilizando a informação genômica, recen-temente disponível para a abelha melífera, anotamos os prin-cipais genes codificadores de caderinas clássicas e deprotocaderinas e realizamos estudos de expressão dos mes-mos. Transcritos dos genes shotgun, starry night, N-caderina, fat e fat-like foram detectados em ovários e testí-culos. Em análises de Western blot somente uma caderinafoi reconhecida, com massa molecular acima de 220 kDa. Épossível que nessas análises só seja reconhecida um tipode caderina, correspondente a N-caderina, que apresentamaior afinidade com o anticorpo primário, porém, em experi-mentos de imunomicroscopia, possivelmente mais de umacaderina é detectada, visto que a região citoplasmática, uti-lizada para síntese dos anticorpos primários, é conservadaentre caderinas clássicas.

também é iniciada com a divisão de uma célula-troncogerminativa, chamada espermatogônia primária, originandouma nova célula-tronco e uma espermatogônia secundáriaque se diferencia e passa por divisões mitóticas seguidas.Estudos em ovaríolos e testíolos de Drosophila revelaram apresença de E-caderina na região de contato entre as célu-las-tronco germinativas e as células somáticas situadas noápice do germário. Através de análises em mutantes para ogene shotgun, codificador de E-caderina, observou-se aimportância da proteína para o ancoramento das células-tronco em nichos ovarianos e manutenção da ovogênese.Tais resultados estimularam o estudo a respeito da presen-ça e possível papel de caderinas durante a gametogêneseem Apis mellifera. Experimentos com marcação por imuno-fluorescência, imunogold e imunoperoxidase foram realiza-dos com anticorpos anti-pan-caderina para localização decaderinas em ovários de rainhas adultas e testículos de zan-gão na fase larval. Caderinas foram observadas distribuídaspelo citoplasma de células germinativas e somáticas ao lon-go dos testíolos e ovaríolos analisados. Pontos focais nu-cleares de caderinas, co-localizados com os nucléolos, tam-bém foram observados em todas as células dos túbulos. Osresultados evidenciam um padrão na localização citoplas-mática e nuclear de caderinas comum a todos os tipos celu-

ção de kit tipo sandwich para captura do antígeno e suarevelação por ensaio de ELISA em soro humano de indiví-duos picados por T. serrulatus, armazenados na sorotecado Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ri-beirão Preto. Estes soros haviam sido coletados e classifi-cados no momento do acidente como de casos moderados,graves ou não-classificados, e armazenados a -20º C. Tam-bém utilizamos soros de doadores que não haviam tidocontato prévio relatado com o veneno.Nossos ensaios apre-sentaram especificidade de 96 % e limiar de reatividade (cut-off) com valor de leitura de 0,170 a 490 nm. Os reagentesdesenvolvidos foram capazes de detectar antígenos tóxi-cos do veneno de T. serrulatus já purificados. Entretanto,não é possível esclarecer se os reagentes que purificamossão capazes de detectar antígenos tóxicos presentes nosoro de pacientes armazenados na soroteca. Nossa pro-posta de continuidade do trabalho prevê a realização deensaios utilizando soro recém-colhido de pacientes que so-freram acidente escorpiônico moderado ou grave.

Fernanda Lopes MeniniOrientador: Prof.Dr. Francisco Juarez Ramalho PintoDissertação de Mestrado apresentada em 19/04/2007

Diversos métodos imunoquímicos foram desenvol-vidos com o objetivo de detectar e quantificar venenos deanimais peçonhentos em líquidos biológicos de vertebra-dos. No acidente escorpiônico, a detecção de veneno nosangue de pacientes picados por escorpião poderia auxiliarno tratamento, racionalizando o uso do antiveneno especí-fico. No presente trabalho, apresentamos um estudo sobreo desenvolvimento de reagentes imunoquímicos para a de-tecção de componentes tóxicos do veneno do escorpiãoTityus serrulatus. Inicialmente, fracionamos o veneno paraobtenção da fração tóxica. Posteriormente, por técnicas cro-matográficas, isolamos do soro hiperimune de cavalos an-ticorpos contra o veneno total e anti-fração tóxica.O anti-corpo especifico anti-fração tóxica foi conjugado comperoxidase. Esses anticorpos foram utilizados na prepara-

BIOQUÍMICA

DESENVOLVIMENTO DE REAGENTES IMUNOQUÍMICOS PARA DETECÇÃO DE ANTÍGENOSTÓXICOS DO VENENO DO ESCORPIÃO Tityus serrulatus

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CARACTERIZAÇÃO DE FBXO25, UMA NOVA E3 LIGASE ANÁLOGA A ATROGIN-1

mos um anticorpo contra um fragmento recombinante NH2-terminal da proteína FBXO25 (aa 2 to 62), que foi posterior-mente purificado por afinidade. Este anticorpo foi capaz dereconhecer a proteína FBXO25 em experimentos de western-blots em lisados dos principais tecidos de camundongos,exceto em músculo estriado, mostrando que esta proteínanão está presente em níveis detectáveis neste tecido.

Investigamos também a relação funcional entreFBXO25 e Atrogin-1/ MAFbx/FBXO32/, uma vez que estasproteínas compartilham 65% de identidade. Atrogin-1 é umaE3 ubiquitina ligase presente especificamente no músculoestriado e sua expressão é altamente induzida na atrofia.Nós analisamos a expressão de FBXO25 e Atrogin-1 nosmodelos de atrofia muscular de jejum e diabetes induzidapor streptozotocina e no tratamento de camundongos comdexametasona, usando RT-PCR e Real-Time. Embora a ex-pressão de Atrogin-1 tenha sido altamente induzida nostrês modelos, a expressão de FBXO25 não foi alterada.

Portanto, neste trabalho mostramos que FBXO25 éuma nova proteína do tipo F-box, análoga a Atrogin-1, masque não está envolvida na atrofia muscular. São neces-sários estudos funcionais futuros para elucidar o papelexato desta proteína na proteólise celular.

Ana Leticia Giani Cabral MaragnoOrientador: Prof.Dr. Marcelo Damário GomesDissertação de Mestrado apresentada em 23/04/2007

O Sistema Ubiquitina-Proteassomo controla a abun-dância da maioria das proteínas celulares de eucariotos(~80%). As proteínas destinadas à degradação por este sis-tema são primeiramente ligadas covalentemente a uma ca-deia de ubiquitinas (ubiquitinação) que marca esta proteí-na para ser degradada pelo proteassomo. As enzimas críti-cas para o processo de ubiquitinação são denominadas E3ubiquitina ligases, uma vez que são as responsáveis peloreconhecimento do substrato. Neste trabalho realizamos acaracterização da E3 ligase FBXO25, uma proteína para aqual existem poucos estudos na literatura.

Mostramos que a proteína FBXO25 possui um do-mínio F-box funcional, capaz de se ligar a Skp1 e portanto aCul1 e Roc1, os principais componentes das E3 ligases dotipo SCF. Além disso, o complexo SCF contendo a proteínaFBXO25 apresentou atividade de ubiquitina ligase. Usan-do RT-PCR nós demonstramos que o gene de FBXO25 éexpresso nos principais tecidos de camundongos, mas commaior intensidade em cérebro, rim e intestino. Desenvolve-

e pode regular a atividade de várias proteínas eucarióticas.Na tentativa de entender os aspectos da sumorila-

ção no desenvolvimento do parasita, foi realizada uma bus-ca através dos bancos de dados de seqüências de DNAdisponíveis para o parasita, baseando-se na identidade deseqüências relacionadas à via de sumorilação dos outrosorganismos. Desta forma de posse das seqüências e utili-zando ferramentas de biologia molecular foi possível carac-terizar a via de sumorilação em S. mansoni. A análise daestrutura genômica para o gene que codifica SmSMT3C,mostrou que a região codificadora é interrompida por doispequenos íntrons. A ORF codifica para uma proteína de 90aminoácidos, bastante conservada durante a evolução. Aexpressão deste transcrito foi avaliada através de RT-PCR epodemos constatar que esse expresso durante todas asfases do desenvolvimento estudadas.

Em relação ao gene SmUbc9, podemos constatar atra-vés do alinhamento do cDNA e da seqüência genômica, queeste gene é interrompido por dois pequenos íntrons. Tam-bém evidenciamos a presença de um pseudogene, o qualdenominamos de ΨSmUbc9. O resultado do Western Blot,

Fernanda Janku CabralOrientador: Prof. Dr. Vanderlei RodriguesTese de Doutorado apresentada em 04/05/2007

Os parasitas do gênero Schistosoma são agentescausadores da esquistossomose, uma doença crônica, quedesabilita os indivíduos portadores e afeta milhares de pes-soas em vários locais do planeta. O S. mansoni apresentaum ciclo de vida complexo dependente de dois hospedei-ros: um invertebrado, o caramujo, do gênero Biomphalária;e o definitivo, o homem. Recentemente, o consórcio de se-qüenciamento do transcriptoma do parasita, liberou cercade 14.000 ESTs, representando cerca de 92% dos genesexpressos pelo parasita. Essas seqüências incluem genesresponsáveis pelo metabolismo, integridade celular e viasde modificação pós-traducionais. Até o momento, poucasinformações são conhecidas sobre o papel das modifica-ções pós-traducionais no desenvolvimento do parasita. ASUMO, da sigla em inglês Small ubiquitin modifier, écovalentemente ligada a um amplo espectro de substratos

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DA VIA DE MODIFICAÇÃO PÓS - TRADUCIONAL DEPROTEÍNAS DEPENDENTE DE SUMO EM Schistosoma mansoni

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utilizando anticorpo anti-ubc9 e extratos nucleares e cito-plasmáticos do parasita, revelou uma proteína de 20KDa. Aexpressão do transcrito de SmUbc9 foi avaliada, e consta-tamos que o gene é expresso em todas as fases do cicloanalisadas. Através do perfil de expressão das SUMO E3ligases (Siz-PIAS e RanBP2) e da enzima desumoriladoraULP1, podemos contatar que esses transcritos são diferen-

cialmente expressas durante as fases do desenvolvimentoestudadas.

Portanto, os nossos resultados sugerem que a viade sumorilação pode ser importante para o entendimentode vários aspectos da biologia do parasita, como a regula-ção da expressão gênica, a integridade do genoma e trans-dução de sinais.

Maria Letícia de Paiva AgostiniOrientador: Prof. Dr. Joaquim Coutinho-NettoDissertação de Mestrado apresentada em 23/05/2007

As doenças inflamatórias intestinais, incluindo acolite ulcerativa e a doença de Crohn, são as mais gravesdoenças inflamatórias crônicas do trato gastrintestinal emhumanos. Algumas evidências mostram que o sistema imu-ne desempenha uma função crítica no desenvolvimento ena manutenção destas doenças, mais especificamente, aprodução descontrolada de algumas citocinas pró-inflama-tórias tais como IL-12, IL-8, TNF-α, IFN-γ, entre outras.Estas evidências são confirmadas por modelos de inflama-ção intestinal em murinos, tais como a indução de coliteexperimental pela administração intra-retal de 2,4,6 ácidotrinitrobenzeno sulfônico (TNBS). A partir deste modelo,que retrata uma resposta inflamatória intestinal mediadapor células de linhagem Th1, avaliamos a atividade anti-inflamatória da fração cromatográfica do látex FrHbIII, quehavia mostrado induzir a produção da citocina moduladora

de respostas inflamatórias IL-10 in vitro. Após a induçãode colite por TNBS, os animais tratados com a fração FrHbIIIvia oral apresentaram menor porcentagem de perda de peso,menor ocorrência de diarréia e prolapso retal, além de nãohaver ocorrido registro de mortalidade, em comparação aosanimais que receberam apenas administração de TNBS. Gran-de melhoria foi observada também na análise histológicafeita em secções do cólon destes animais, em comparaçãoao grupo em que a colite foi induzida, apresentando grandesimilaridade ao grupo controle. A atividade da enzima mie-loperoxidase (MPO), um marcador de infiltrado inflamató-rio, foi avaliada em porções do cólon distal de cada grupo.No grupo de animais que receberam administração de TNBS,a atividade da MPO apresentou-se quatro vezes maior emrelação ao grupo controle. No entanto, o grupo que rece-beu administração de TNBS e tratamento com a fraçãoFrHbIII, apresentou metade da atividade da enzima em rela-ção ao grupo TNBS não tratado, indicando menor quanti-dade de infiltrado inflamatório. Dessa forma, concluímosque a fração cromatográfica FrHbIII possui ação modula-dora de atividade inflamatória em colite em camundongos.

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA DE UMA FRAÇÃO DO LÁTEX NATURAL DASERINGUEIRA Hevea brasiliensis EM MODELO EXPERIMENTAL DE COLITE EM CAMUNDONGOS

RECONSTITUIÇÃO DE PROTEÍNAS DAS FORMAS AMASTIGOTAS DE Leishmania amazonensisEM LIPOSSOMOS E O SEU USO NA VACINAÇÃO CONTRA A LEISHMANIOSE CUTÂNEAEXPERIMENTAL

mostrou mais eficiente do que os detergentes neutros ouzwiteriônicos em promover a solubilização das proteínasde membrana do parasita. O máximo de solubilização foialcançado instantaneamente usando 0,5 mg/mL de proteí-na e 0,1 % de SDS. A melhor reconstituição das proteínasem lipossomos foi obtida usando DPPC (dipalmitoil fosfati-dilcolina), DPPS (dipalmitoil fosfatidilserina) e colesterolna razão em massa de 5:1:4 e 0,5 mg/mL de proteína solubi-lizada. Esse protocolo gerou proteolipossomos com umarazão em massa de DPPC, DPPS e colesterol de 1:1:5. Paraavaliar a imunidade protetora, os camundongos BALB/c

Fabiana Rodrigues dos Santos GonçalvesOrientador: Prof.Dr. Francisco Juarez Ramalho-PintoTese de Doutorado apresentada em 31/05/2007

O objetivo deste trabalho foi investigar se proteoli-possomos carregando proteínas de membrana da formaamastigota de L. amazonensis poderiam induzir uma imuni-dade protetora contra a leishmaniose cutânea experimen-tal. Como um passo preliminar para preparar os proteoli-possomos, as amastigotas eram sonicadas e misturadas comdiferentes detergentes. O SDS (dodecil sulfato de sódio) se

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eram vacinados pela via intraperitoneal com 10, 20 ou 40 µgde proteolipossomos e após três semanas eram desafiadosna pata com 106 promastigotas de L. amazonensis. A prote-ção foi avaliada durante 12 semanas, por meio da medida dotamanho das lesões causadas pelo parasita. Doze semanasapós a infecção, os camundongos BALB/c imunizados com10 ou 20 µg de proteolipossomos mostraram uma proteçãode 25 e 35 %, respectivamente, quando comparados com oscamundongos que receberam tampão. Além disso, os ca-mundongos imunizados com 40 µg de proteolipossomosapresentavam uma proteção de 69 % com 6 semanas deinfecção e esse valor caiu para 50 % no final do experimento.Aumentando a concentração dos proteolipossomos e dimi-

nuindo o número de promastigotas no momento do desafio,o nível de proteção foi de 100 %. Essa proteção foi observa-da por 39 semanas nos camundongos BALB/c imunizadoscom 120 µg de proteolipossomos e desafiados com 104 pro-mastigotas de L. amazonensis. Esses resultados indicamque a vacinação dos camundongos com os proteoliposso-mos induz uma imunidade protetora contra a L. amazonen-sis. Por outro lado, a vacinação com os proteolipossomosnão protege camundongos C57BL/6 knock-out para inter-leucina-12 ou interferon-γ. Nossos resultados com os ca-mundongos knock-out indicam que a proteção contra a L.amazonensis através da vacinação com os proteoliposso-mos é dependente de interleucina-12 e interferon-γ.

diâmetros se apresentam alterados em indivíduos comvariação anatômica desses vasos. Para tanto, utilizamos 21cadáveres adultos, do sexo masculino, previamente fixa-dos em formol a 10%. Esses cadáveres foram dissecadosapropriadamente para a exposição do tronco celíaco e seusramos. Com o auxílio de um paquímetro digital, foram obti-dos os diâmetros externos dos seguintes vasos: troncocelíaco, artéria hepática comum, artéria gástrica direita, ar-téria esplênica, artéria gástrica esquerda, artériagastroduodenal, artéria hepática própria e artérias hepáti-cas direita e esquerda. Dos 21 cadáveres avaliados, 6 apre-sentaram variação anatômica de pelo menos um dos ramosacima mencionados. Ao compararmos os diâmetros arteri-ais dos vasos normais com aqueles que apresentaram vari-ação, os vasos variáveis apresentaram diâmetros menores,sem, entretanto alcançar níveis de significância. Nossosdados apontam para a possibilidade de uma diferença dediâmetros entre artérias abdominais normais e variáveis,sendo esse dado de implicância clínica para os transplan-tes hepáticos de doadores vivos.

Luís Augusto da SilveiraOrientadora: Profa.Dra. Valéria Paula Sassoli FazanDissertação de Mestrado apresentada em 03/04/2007

O tronco celíaco é a artéria que irriga as víscerassupra-mesocólicas. Embrionariamente, é a artéria da partecaudal do intestino anterior, sendo responsável pelo supri-mento sangüíneo dos órgãos que constituem a parte ante-rior do intestino primitivo: fígado, baço, pâncreas, estôma-go e a parte proximal do duodeno. Para tanto, trifurca-se emartéria gástrica esquerda, artéria esplênica e artéria hepáti-ca comum. Embora as variações arteriais do tronco celíacoe seus ramos estejam bem documentadas na literatura, omesmo não ocorre com as descrições dos diâmetros des-sas artérias. Esse assunto passou a ser de interesse e temrecebido especial atenção em decorrência dos transplanteshepáticos. Assim, o presente estudo tem por objetivo des-crever os diâmetros arteriais do tronco celíaco e seus ra-mos em indivíduos normais, bem como investigar se esses

CLÍNICA CIRÚRGICA

ANATOMIA DO TRONCO CELÍACO HUMANO E SEUS PRINCIPAIS RAMOS: ESTUDO DO DIÂ-METRO ARTERIAL

MÉTODO DE AVALIAÇÃO DOS MÚSCULOS DO ASSOALHO PÉLVICO UMA NOVA PROPOSTA

Introdução: A avaliação dos músculos do assoalhopélvico (MAP) constitui um dos componentes mais impor-tantes da análise clínica para o diagnóstico das disfunções

Ana Gabriela Barreto RibeiroOrientador: Prof.Dr. Haylton Jorge SuaidDissertação Mestrado apresentada em 04/04/2007

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desses músculos, bem como, fornece dados para correçãodestes. Os métodos que avaliam a determinação da forçados MAP, deixam a desejar quanto à avaliação objetiva dasdisfunções. Objetivos: Propor uma nova metodologia (MP)de avaliação dos MAP, que fizesse a integração temporaldos parâmetros avaliados, para verificar a qualidade da con-tração dos MAP, bem como identificar a atividade da mus-culatura acessória na composição da ação dos MAP, nomesmo momento. Para avaliar sua eficácia, comparou-se oMP com dois dos métodos da avaliação mais utilizados, osmétodos avaliação funcional do assoalho pélvico (AFA) eperineômetria. Pacientes e Métodos: Foram incluídas noestudo 39 mulheres com idade entre 23 e 73 anos (média42,82: ± 12,53) que foram submetidas à avaliação clínicaprévia, anamnese e exame físico, avaliação funcional doassoalho pélvico (AFA), e perineômetria com o aparelhoKromam ®e do método proposto (MP) com o aparelho deurodinâmica Dynamed ®. As pacientes foram divididas emtrês grupos: grupo A: constituído por treze mulheres vo-luntárias normais, sem queixas ou sintomas clínicos, grupoB: constituído por treze mulheres com dor pélvica crônica egrupo C: formado por treze mulheres com incontinência uri-nária de esforço. Inicialmente foi realizada a avaliação atra-vés do método AFA, na seqüência foram realizadas as ava-liações objetivas de forma simultânea e divididas em doisregistros. No primeiro registro os aparelhos não foramzerados após a introdução do probe intravaginal, e foramdeterminadas as pressões consideradas como atividadebasal dos MAP, bem como, as contrações e o relaxamentodestas musculaturas, nos três grupos. Para avaliação daatividade da musculatura abdominal foi conectada umasonda retal antes de ser introduzida a sonda vaginal, quecaptou os aumentos de pressão abdominal durante todo oexame. O segundo registro seguiu a mesma seqüência doprimeiro, com os aparelhos zerados e o probe na posiçãointra-vaginal. As agulhas de eletromiografia foramposicionadas nos músculos elevadores do ânus. Resulta-dos: As pressões foram determinadas em centímetros deágua e em Sauers convertido para centímetros de água paraque pudessem ser comparadas as medidas de pressão en-tre os métodos. Determinação da pressão basal, atravésdos métodos perineômetria e MP no primeiro registro; peri-neômetro (Médias); grupo A (GA): 22,0 ± 38,85; grupo B(GB): 106,24 ± 51,71; grupo C (GC): 52,05 ± 50,12, MP(médias): GA:19,5 ± 14,15; GB: 46,73 ± 16,61; GC: 27,35 ±18,13. No segundo registro (Médias); GA: 0,0 ± 0,0, GB:2,45 ± 8,82, GC: 0,0±0,0. Medidas do tônus basal no primei-ro registro, através do MP (médias); GA: 19,54 ± 14,15, GB:46,73 ± 16,61, GC: 27,35 ± 18,13. No segundo registro (médi-as); GA: 1,10 ± 2,30, GB: 0,38 ± 1,39, GC: 0,85 ± 2,76. Deter-minação da pressão de contração em centímetros de águano primeiro registro, através dos métodos: perineômetro(médias): GA: 169,74 ± 76,87; GB: 207,20 ± 53,11; GC: 173,99± 75,25; MP (médias): GA: 81,51 ± 34,76; GB: 100,47 ± 39, 80,

GC: 82,91 ± 36,19. Determinação da pressão de contraçãono segundo registro através dos métodos; perineômetro(médias): GA: 161,38 ± 78,46; GB: 148,03 ± 85, 08, GC: 146,28± 89,61; MP (médias): GA: 69,71 ± 33,17; GB: 54,48 ± 34,51;GC: 53,22± 39,12. Mensuração da pressão da musculaturaabdominal e perineal em uma mesma contração, realizadaapenas através do MP em ambos registros; primeiro regis-tro (médias): contração abdominal nos grupos; GA: 41,08 ±34,30; GB: 56,66 ± 37,86; GC: 52,82 ± 42,21; contraçãoperineal: GA: 43,67 ± 32,20; GB: 44,88 ± 40,11; GC: 29,96 ±24,31. A avaliação no segundo registro (médias); contraçãoabdominal: GA: 44,49 ± 37, GB: 39,42 ± 31,00, GC: 41,84 ±35,28; contração perineal: GA: 27,87 ± 24,45; GB: 17,72 ±25,95; GC: 11,36 ± 15,75. Na comparação da contração dosMAP entre o primeiro com o segundo registro obteve-seatravés dos métodos perineômetro e MP as seguintes mé-dias: Perineômetro (médias): Primeiro registro: GA: 169,73 ±76,87; GB: 207,20 ± 53,10; GC: 146,28 ± 89,61; Segundo re-gistro: GA: 161,37 ± 78,45; GB: 148,04 ± 85,07; GC: 146,28 ±89,61; MP (médias): Primeiro registro: GA: 81,50 ± 34,76;GB: 100,46 ± 39,79; GC: 82,91 ± 36,18; Segundo registro:GA: 69,70 ± 33,17; GB: 54,47 ± 34,51; GC: 53,22 ± 39,11. Nacorrelação entre os métodos perineômetria e MT com ométodo AFA em ambos os registros, obteve-se os valores:primeiro registro: perineômetria (médias): GA: r = 0,40;GB: r = 0,23; GC: r = 0,84; MP (médias): GA: r = 0,78; GB:r = 0,36; GC: r = 0,68; Segundo registro: Perineômetro(médias): GA: r = 0,30; GB: r = 0,42; GC: r = 0,90; MP (médi-as): GA: r = 0,68; GB: r = 0,40; GC: r = 0,73; Na avaliaçãoeletromiográfica os resultados encontrados foram qualita-tivos, evidenciaram a atividade muscular, porém não fo-ram capazes de mensurá-las numericamente, assim nãopermitindo a diferenciação entre os grupos. Conclusão: Con-cluiu-se que o método AFA não apresentou diferença sig-nificativa entre os grupos. Em relação ao tônus basal veri-ficou-se que ambos os aparelhos captaram a pressão basaldos MAP diferenciando os três grupos no primeiro regis-tro, tendo o grupo de dor pélvica apresentado diferençasestatísticas significativas em relação aos demais grupos.Na avaliação da pressão de contração dos MAP concluiu-se que ambos os aparelhos não mostraram diferenças sig-nificativas com as pressões de contração entre os três gru-pos, e que as pressões abdominais e perineais tambémnão evidenciaram diferenças estatísticas significativas en-tre os grupos. Na correlação entre os métodos demons-trou-se que o método proposto apresentou melhor correla-ção com AFA do que o método perineômetria, tendo boacorrelação com os grupos de mulheres com IUE e normais,enquanto que o método perineômetria obteve boa corre-lação apenas com o grupo normal. Em relação a atividadeeletromiografica concluiu-se que esta presente de formasemelhante em ambos os registros, porém o aparelho utili-zado não foi capaz de identificar os grupos ou o estadodesta musculatura.

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gético basal (GEB) e hipometabolismo quando este valor seencontra 10% abaixo do GEB. O GEB foi calculado pelasequações de Harris-Benedict. Resultados: A média de gas-to energético encontrada relativa ao peso corporal foi de21,1±4,5 kcal. kg. d-1. Apenas um paciente caracterizou umhipermetabolismo, 4 hipometabolismo e 9 se apresentavamnormometabólicos. Não houve diferenças significativas entreo gasto energético medido calculado com nitrogênio dosa-do e com o fixo. Quando o valor de VO2 foi maior que o deVCO2, houve diferenças significativas entre as taxas de uti-lização de macronutrientes calculadas com o valor dosadode nitrogênio e com o fixo, porém quando o valor de VCO2

foi maior ou próximo do valor de VO2, não houve diferençasentre as variáveis. Conclusão: Parece que quando o pacien-te apresenta o padrão de trocas respiratórias, VCO2 maiorou próximo do valor de VO2, o valor de 13 g. d-1 pode serutilizado nas equações de utilização de macronutrientes emsubstituição aos valores dosados na urina. Recomenda-seutilizar o valor de 13 g. d-1 para o cálculo do gasto energéticoem pacientes em estado crítico, pois diminui a variação daestimativa quando comparada com a mesma sem o valor donitrogênio. A atenção nutricional ao paciente em estado crí-tico é fundamental para que se alcancem bons resultadosno tratamento, e não deve se tornar secundária na gama decuidados prestados ao paciente por apresentar dificulda-des na determinação do gasto energético e na distribuiçãode macronutrientes a serem administrados.

Camila Cremonezi JapurOrientador: Prof. Dr. Anibal Basile FilhoDissertação de Mestrado apresentada em 25/04/2007

Objetivos: Avaliar o gasto energético e a taxa de uti-lização de macronutrientes em pacientes em estado críticopor meio das equações da calorimetria indireta e propor umvalor fixo de nitrogênio (13 g.d-1) para ser utilizado em subs-tituição aos valores de nitrogênio dosados na urina. Méto-dos: Foi realizada calorimetria indireta em 14 pacientes gra-ves, sob ventilação mecânica e estáveis sob o ponto devista hemodinâmico, para a obtenção de valores da troca degases respiratórios (consumo de oxigênio - VO2 e produçãode dióxido de carbono - VCO2) e dosagem da excreçãonitrogenada em urina de 24 h (NU). As equações utiliza-das foram a de gasto energético [GE (kcal. d-1) = 5,5VO2

(mL. min1) + 1,76VCO2 (mL. min-1) � 1,99NU (g. d-1)], de utili-zação de carboidratos [CHO (g. d-1) = 5,93 VCO2 (mL. min-1)� 4,19VO2 (mL. min-1) � 2,54NU (g. d-1)], de lipídeos [Lip (g.d-1) = 2,43VO2 (mL. min-1) � 2,43VCO2 (mL. min-1) � 1,94NU(g. d-1)] e de proteínas [Ptna (g. d-1) = 6,25NU (g. d-1)]. Asequações calculadas com os valores dosados de nitrogênioforam comparadas àquelas calculadas com o valor fixo. Paraa caracterização do estado metabólico do paciente, consi-derou-se hipermetabolismo quando o paciente apresentouum gasto energético medido maior que 30% do gasto ener-

AVALIAÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO E DA UTILIZAÇÃO DE MACRONUTRIENTES EM PACI-ENTES EM ESTADO CRÍTICO

Student para observações pareadas para as médias, sendoconsideradas significativas quando p< 0,05. O índice decorrelação de Pearson foi calculado entre o diâmetro ântero-posterior do forame interventricular e o diâmetro ântero-posterior da coluna do fórnice e entre o diâmetro ântero-posterior do forame interventricular com o comprimento dalâmina rostral. Resultados: As medidas realizadas nos he-misférios direito e esquerdo foram: lâmina rostral (7,07 ±1,22mm; 7,12 ± 0,82mm), forame interventricular(4,84±0,66mm; 5,03 ± 0,55mm), coluna do fórnice(5,74±0,92mm; 5,82 ± 0,98mm), comprimento do septopelúcido (31,83 ± 7,05mm; 32,62 ± 6,9mm), altura do septopelúcido (11,41 ± 1,92mm; 10,91 ± 1,82mm), espessura lâmi-na do septo (1,01 ± 0,53mm; 1,14 ± 0,48mm), soma septopelúcido dir. +esq. (2,15±0,87mm), distância joelho/esplênio(74,31±6,07mm; 74,18±5,9mm), rostro (6,89±1,47mm;6,7±0,9mm), joelho (11,63±1,95mm; 10,92±3,06mm), corpo docorpo caloso (6,9±0,81mm; 6,75±0,66mm), esplênio

Eduardo José Takashi FuzikiOrientador: Prof.Dr. Benedicto Oscar ColliTese de Doutorado apresentada em 25/05/2007

Objetivo: Este estudo foi realizado para verificar apresença da lâmina rostral no rostro do corpo caloso, assuas relações anatômicas e estabelecer parâmetros pararealizar com técnica endoscópica a comunicação do siste-ma ventricular com a fissura longitudinal do cérebro, noponto de intersecção do septo pelúcido com a lâmina rostral.Materiais e Métodos: Foram estudados 16 encéfalos decadáveres fixados em formol, 9 femininos e 7 masculinos,com idades de 13 a 69 anos (43,5 ± 13,14 anos) e com pesode 940 a 1533 gramas (1162,7 ± 148,75 g), seccionados noscortes sagital e axial e as relações estudadas nos dois he-misférios cerebrais. Dois encéfalos foram reconstituídos.As medidas efetuadas nos dois hemisférios cerebrais fo-ram comparadas com teste F para a variância e teste t de

TRANSEPTOPELUCIDOROSTROSTOMIA: UMA VIA DE COMUNICAÇÃO VENTRICULAR COM AFISSURA LONGITUDINAL DO CÉREBRO

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(13,0±2,3mm; 12,75±2,17mm), distância da lâmina rostral/recesso supra-óptico (16,65±2,55mm; 16,08±2,84mm), dis-tância da lâmina rostral/a.cerebral ant. (8,62±2,0mm;8,76±1,72mm), distância da lâmina rostral - a. comunicanteant. (15,33±2,6mm; 15,95 ± 2,73mm), distância do forameinterventricular - túber cinéreo (18,14 ± 2,86mm; 17,76 ±2,9mm), distância do córtex cerebral - lâmina rostral (53,84 ±3,99mm; 53,04 ± 3,88mm), distância do córtex cerebral - túbercinério (73,6 ± 6,26mm; 73,54 ± 5,55mm). Não houve diferen-ça significativa entre as medidas efetuadas nos dois hemis-férios cerebrais (p< 0,05). Foram observadas correlaçõespositivas entre o diâmetro ântero-posterior do forameinterventricular e o diâmetro ântero-posterior da coluna do

fórnice (R = 0,35) e entre o diâmetro ântero-posterior doforame interventricular e o comprimento da lâmina rostral(R = 0,23). Conclusão: A lâmina rostral foi observada emtodos os encéfalos estudados. A partir dos parâmetrosobtidos foi possível realizar uma ostomia para comunicaros ventrículos laterais com a fissura longitudinal do cére-bro utilizando a via endoscópica, através da lâmina rostralno ponto localizado a uma distância anterior ao forameinterventricular proporcional a duas vezes o seu diâmetroântero-posterior, junto a sua intersecção com o septopelúcido, de forma segura pela existência de uma cisternapoligonal subcalosa na fissura longitudinal do cérebro pra-ticamente desprovida de estruturas anatômicas.

ESTUDO DA FUNÇÃO MITOCONDRIAL DURANTE O DESENVOLVIMENTO DE HIPERTROFIA RE-NAL COMPENSATÓRIA EM RATOS SUBMETIDOS OU NÃO À ISQUEMIA E REPERFUSÃO RENAL

tidos à nefrectomia direita (N) e sacrificados após 1, 4 e 7dias para aferição do peso seco do rim esquerdo e funçãomitocondrial; grupo 2 -36 animais submetidos à isquemiarenal esquerda (I) com 60 minutos de duração e sacrifica-dos após 1, 4 e 7 dias para aferição do peso seco do rimesquerdo e função mitocondrial; grupo 3 -36 animais sub-metidos à isquemia esquerda, seguida da nefrectomia direi-ta (IRN) e sacrificados após 1, 4 e 7 dias para aferição dopeso seco do rim esquerdo e função mitocondrial. Os resul-tados obtidos mostram aumento da massa renal esquerdano grupo N e no grupo IRN, sendo que neste último o pesoseco renal é significativamente superior quando compara-do ao grupo N. Na análise da função mitocondrial observa-se aumento progressivo e significativo do estado 3 da res-piração mitocondrial no grupo N e, inversamente, reduçãosignificativa desse parâmetro no grupo IRN durante o de-senvolvimento da HRC, não havendo perda do controlerespiratório. Estes resultados mostram que a inclusão davariável isquemia em associação à nefrectomia unilateralinfluencia no desenvolvimento da HRC, aumentando sig-nificativamente a massa do rim remanescente. Entretanto, aisquemia atua negativamente na respiração mitocondrial.

Carlos Augusto Fernandes MolinaOrientador: Prof.Dr. Sílvio Tucci JúniorTese de Doutorado apresentada em 01/06/2007

A hipertrofia renal compensatória (HRC) consisteno crescimento do rim remanescente após perda funcionalunilateral. Este crescimento, que ocorre principalmente nostúbulos contorneados e que pode ser estimulado pelanefrectomia, sofre a influência de fatores de crescimentocomo o TGF-beta (transforming growth factor), e de media-dores como angiotensina II e óxido nítrico. Além danefrectomia, o transplante renal proporciona outra oportu-nidade de estudo da HRC com a agravante adicional de queo enxerto passa por período de isquemia e posterior reper-fusão. Com isto, o objetivo deste trabalho foi analisar ocomportamento da função mitocondrial durante o desen-volvimento da HRC em rins submetidos ou não à isquemiaquente com 60 minutos de duração seguido da reperfusãosanguínea. Foram utilizados 126 ratos albinos com pesoentre 180 e 200g, divididos nos seguintes grupos: a- grupocontrole do peso renal (n=18); grupo 1 -36 animais subme-

AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO PULMONAR E DA QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES OBESOSMÓRBIDOS SEIS MESES APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA

Marcia Arruda Fajardo XavierOrientador: Prof. Dr. Reginaldo CenevivaDissertação de Mestrado apresentada em 06/06/2007

O presente estudo teve como objetivo avaliar a evo-lução do peso corpóreo, da função pulmonar e da quali-dade de vida de 20 pacientes obesos mórbidos seis meses

após operação de Fobi-Capella. Os pacientes foram avalia-dos seis meses após a cirurgia e o sexo feminino predomi-nou em 75%, com média de idade de 40,5 anos ± 10, 27,média de peso de 110,11 kg ± 21,77 e IMC de 39,93 kg/m² ±7,13 no pós-operatório. Para a avaliação da função pulmo-nar foi realizada espirometria por meio do espirômetroPulmonet Godart NV Bilt Vetr Holland, e para a qualidade

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de vida foi aplicado o questionário de Moorehead-Ardelt.As comparações entre os valores espirométricos do pré epós-operatório foram realizadas pelo teste t de Student paraamostras pareadas, e para a correlação entre a perda depeso e função pulmonar utilizou-se análise de regressãolinear simples, adotando-se p < 0,05 para todos os resulta-dos. As variáveis espirométricas FR, VRE e CRF apresenta-ram aos seis meses após a operação, diferença estatistica-mente significativa com os valores pré-operatórios, porém,não houve diferença significativa de VR, CV, CPT, FEF25-75%

e VEF1/CVF (%). Apenas um paciente relatou piora da qua-lidade de vida após a operação. Houve correlação positivaentre a perda da porcentagem do excesso de peso e VRE(p = 0, 0117, r = 0,5514); as demais variáveis não apresenta-ram correlação significativa. Em conclusão, houve perdasignificante de peso, melhora da função pulmonar eviden-ciada pela redução da FR, aumento do VRE e da CRF, alémde melhora da qualidade de vida nos seis meses após aoperação de Fobi-Capella.

lisados os parâmetros área, diâmetros máximo e mínimo de100 corpúsculos renais de cada animal controle e infecta-do. A observação morfológica do córtex renal dos animaischagásicos na fase aguda mostra um discreto infiltrado in-flamatório intersticial e edema. Nos animais do grupo cha-gásico de 50 dias foi observado um infiltrado intersticialmais intenso e as células dos túbulos contorcidos proxi-mais apresentaram vacuolização com lesão de sua orla emescova. No grupo eutanasiado aos 185 dias observou-setambém infiltrado inflamatório e túbuios contorcidosproximaís com agravamento da lesão de suas células e or-las em escova. Os parâmetros área, diâmetros máximo e mí-nimo dos corpúsculos renais analisados morfometricamen-te mostraram-se maiores nos animais chagásicos, de 7 e 185dias em relação aos seus respectivos controles (p ≤ 0,05).Tanto o peso dos animais chagásicos do grupo de 50 dias,quanto as áreas e os diâmetros máximo e mínimo forammenores quando conmparados com os seus controles. Es-tes dados mostram que a cepa Y de Trypanosoma cruziprovoca alterações morfológicas e morfométricas que atin-gem o interstício, os túbulos e os corpúsculos do rim deratos da linhagem Wistar.

Maria Cristina AgustiniOrientador: Prof. Dr. João José LachatDissertação de Mestrado apresentada em 11/06/2007

A doença de Chagas é um importante problema desaúde pública na América Latina e constitui no Brasil, umdos problemas médico-sociais mais graves. No início dainfecção, a fase aguda da doença, pode causar morte, devi-do à meningoencefalite e mais raramente, à falência cardía-ca provocada pela miocardite aguda difusa. Causa mortetambém em pacientes imunodeprimidos, como é o caso dereceptores de órgãos, após o transplante de doadores cha-gásicos, leucemia ou linfoma. Neste caso a doença atingeaspectos clínicos muito mais graves do que nas formasagudas resultantes da transmissão por transfusões san-güíneas ou por tríatomíneos. Com o objetivo de avaliar osefeitos da infecção por Trypanosoma cruzi cepa Y, sobreos rins de ratos Wistar nas fases aguda (7 dias) e crônica(50 e 185 dias) da doença, foram analisados ao nível demicroscopia de luz, tanto o parênquima como o estroma doreferido órgão. Em um sistema semi-automático de análisede imagens da KontronBildanalyse (Mini-Mop), foram ana-

ESTUDO MORFOLÓGICO E QUANTITATIVO DO RIM DE RATOS WISTAR SUBMETIDOS ÀINFECÇÃO EXPERIMENTAL PELO Trypanosoma cruzi

CLÍNICA MÉDICA

CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS DE Cryptococcus ISOLADAS DE PACIENTES COM AIDS:SENSIBILIDADE A ANTIFÚNGICOS, TIPAGEM GENOTÍPICA E DETERMINAÇÃO MOLECULARDO TIPO SEXUAL E DO SOROTIPO

Thaís Pandini FigueiredoOrientadora: Profa.Dra. Claudia Maria Leite MaffeiDissertação de Mestrado apresentada em 04/04/2007

Cryptococcus neoformans é um fungo levedurifor-me, encapsulado, saprófita na natureza. Exibe brotamentossimples ou múltiplos, assincrônicos, apresentando cinco

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sorotipos (A, B, C, D e AD.), sendo subdividido em duasvariedades: grubii (sorotipo A), recentemente descrita, eneoformans (sorotipos D e AD), enquanto os sorotipos B eC foram agrupados nas espécies C. gattii. As infecçõescriptocócicas ocorrem mundialmente, em áreas endêmicasdefinidas, porém a distribuição ambiental dos sorotiposmostra algumas diferenças, uma vez que C. gattii é maisprevalente nas regiões tropicais e subtropicais. É o agentemais comum de micoses sistêmicas em pacientes com AIDSe com outras condições de imunossupressão, como trans-plantados de órgãos. A meningoencefalite e, menos fre-qüentemente, pneumonia são as manifestações clínicasmais comuns da doença e os sorotipos A e D, tipo sexual α,são os mais isolados do homem. Considerando a elevadafreqüência da doença em pacientes com AIDS, que procu-ram o HC-FMRP-USP, o presente trabalho estudou as ca-racterísticas fenotípicas e genotípicas de isolados clínicosde Cryptococcus através da: a) caracterização bioquímicado agente, b) definição dos seus perfis de sensibilidadefrente aos agentes antifúngicos Anfotericina B, Cetoconazol,Itraconazol, Fluconazol e 5-Fluorcitosina, c), sorotipagem edefinição do tipo sexual através de biologia molecular e d)e tipagem molecular. Das amostras selecionadas, observa-mos que a maioria (78,1%) foi identificada como Crypto-coccus neoformans e 21,9%, taxa considerada elevada emrelação à literatura, correspondeu à espécie C. gattii, ape-sar do pouco predomínio de reservatórios naturais dessaespécie em nossa região. No teste de sensibilidade in vitro,realizado pela diluição em microplacas, padronizado peloCLSI/NCCLS, 100% das amostras de C. neoformans e deC. gattii foram sensíveis a Anfotericina B, Cetoconazol eFluconazol. Mesmo não sendo de uso terapêutico no Bra-sil, algumas amostras de C. neoformans mostraram perfil

intermediário/dose-dependente para 5-Fluorcitosina, e ob-servamos altas freqüências de valores de CIM correspon-dendo a perfil intermediário/dose-dependente e resistênciapara Itraconazol. A totalidade das amostras de C. neofor-mans foi classificada por PCR como pertecente ao sorotipoA (variedade grubbi). Verificamos, uma concordância de100% do teste bioquímico (CGB) com a caracterização mo-lecular. Também todas as amostras de C. neoformans foramcaracterizadas como sendo do tipo sexual MTα. Observa-mos uma única amostra diplóide MATa/α, pertencente àespécie C. gattii. A ocorrência desse comportamento é rara,especificamente para os sorotipos B e C, uma vez que osrelatos de híbridos são mais freqüentemente descritos paraos sorotipos A e D (AαDa). A tipagem molecular, empre-gando a seqüência microsatélite M13 foi capaz de tipar to-das as amostras e revelou que para C. neoformans o tipomolecular VNI foi o predominante, ocorrendo em 81% dasamostras, enquanto para C. gattii, o tipo molecular maisfreqüemente foi o VGII em 71% das amostras. Os resulta-dos da tipagem molecular sugerem, para a quase totalidadedos pacientes que apresentaram novos quadros da doen-ça, mesmo após períodos de 1 ano sem sintomas, reativa-ção endógena da doença, pela persistência da cepa inicial.Com a seqüência (GACA)4 duas amostras de C. gattii nãoforam possíveis de serem tipadas. Concluímos que as amos-tras estudadas, isoladas de pacientes provenientes da re-gião de Ribeirão Preto, não apresentaram aumento signifi-cativo de resistência aos antifúngicos utilizados na clínica,o teste bioquímico CGB é confiável para sorotipar as amos-tras, uma vez que houve boa correlação entre ele e a carac-terização molecular por PCR, e a homogeneidade de tipossexuais e moleculares encontrados indica baixa possibili-dade de cruzamento entre as cepas.

param do estudo 18 pacientes com dispepsia funcional e 17voluntários assintomáticos (VA). O método utilizado foi acintilografia abdominal empregando-se a gama-câmara. Aretenção gástrica proximal (RGP) e o EG de três refeições-teste, marcadas com 99mTc e fitato, foram estudados em 3dias diferentes. As refeições-teste líquidas foram prepara-das no laboratório e consistiam de: refeição A: 60ml e 57Kcal, refeição B: 60ml e 137.5 Kcal e refeição C: 360ml e 57Kcal. A distribuição intragástrica foi avaliada pela porcen-tagem do total de radioatividade retida no estômagoproximal (RGP). EG foi expresso como porcentagem do totalde radioatividade esvaziada do estômago total e pelo tem-po (minutos) decorrido entre a ingestão e o momento que aradioatividade no estômago se reduz a metade da inicial(T ½ ) . No grupo VA, a RGP ao final da refeição B (mediana:

Karla Glaysia Azeredo LourençoOrientador: Prof. Dr. Ricardo Brandt de OliveiraTese de Doutorado apresentada em 11/04/2007

A dispepsia funcional (DF) tem sido associada àvários mecanismos fisiopatológicos, entre os quais a dimi-nuição da retenção intragástrica pós-prandial no estômagoproximal e os defeitos do esvaziamento gástrico (EG). En-tretanto, as relações entre estes distúrbios motores e ossintomas ainda não estão totalmente esclarecidas. O obje-tivo deste estudo foi investigar o efeito sobre a distribui-ção intragástrica e o esvaziamento gástrico de 3 refeiçõeslíquidas de diferentes volumes e teores calóricos em paci-entes com DF e verificar possíveis correlações entre ossintomas e as alterações motoras nestes pacientes. Partici-

INFLUÊNCIA DO VOLUME E DO TEOR CALÓRICO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO INTRAGÁSTRICAE O ESVAZIAMENTO GÁSTRICO DE REFEIÇÕES LÍQUIDAS EM VOLUNTÁRIOS ASSINTOMÁTI-COS E PACIENTES COM DISPEPSIA FUNCIONAL

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44.7%; valores extremos: 11.7-63.6%) foi significativamen-te maior (p=0.002) do que ao final da refeição A (19.3%; 7.6-60.6%), enquanto que no grupo de pacientes dispépticos,as RGP ao final das refeições A e B foram muito semelhan-tes (p=0.54, medianas e valores extremos: 21.7%; 8.7-55.2%e 22.3%; 6.2-49.6%, respectivamente). As RGP ao final darefeição C nos grupos de assintomáticos e portadores dedispepsia foram semelhantes entre si (36.2%; 27.1-43.8% e-36.3%; 18.2- 46%, respectivamente), e significativamentesuperiores (p<0,01) às RGP das refeições A dos respecti-vos grupos. Dez min. após a ingesta das refeições A, B e C,os grupos DF e VA evidenciaram similar EG (A: 30.4%18.9-48.1% vs 34.1%; 27.9-70.6%; p=0.22; B: 25.9%; 15.7-59.2%vs 26.7%;16.9-67.6%; p=0.85; C: 36.3%; 18.6-72.8% vs

29.8%; 18.9-67.9%; p=0.57). Quanto ao T1/2, no grupo VA,os valores das refeições B (28.4; 5.5-57.5; p=0.02) e C (46.2;8-72.1; p=0.03) foram significativamente maiores do que arefeição A (19.1; 7.5 -36.7). Nos dispépticos, os valores deT1/2 foram semelhantes entre si (A: 27.5; 11-53; B: 25.7; 9.2-57.7; C: 22; 9-72). Não houve associação significativa entrea maioria dos sintomas referidos durante os testes e asalterações motoras apresentadas pelo grupo de pacientesdispépticos. Os nossos resultados sugerem que a má dis-tribuição intragástrica em DF depende da composição darefeição e pode advir de defeitos em mecanismos sensíveisa calorias envolvidos na regulação do estômago proximal;e que a diminuição da RGP parece ocorrer independente-mente de distúrbios do EG nos pacientes dispépticos.

ça de acordo com o sexo. Material e Métodos Foi realizadaa tradução e validação para a língua portuguesa do �Thefive-part questionnaire for identifying hypermobility�. Emuma primeira fase, o questionário foi aplicado em 2.523 uni-versitários brasileiros. Em seguida, uma amostra represen-tativa da primeira, com 394 participantes, foi avaliada atra-vés do Escore de Beighton, visando estabelecer o diagnós-tico de hipermobilidade articular. Finalmente, os dois méto-dos foram comparados estatisticamente, para estabelecer asensibilidade e a especificidade do Questionário aplicado.Resultados: De acordo com o Questionário, a prevalênciada hipermobilidade articular na população estudada foi de37,01%, enquanto que com o Escore de Beighton, foi de34%. A freqüência da doença, avaliada respectivamente peloQuestionário e pelo Escore de Beighton, foi de 43,54% e44,26% no sexo feminino, e de 28,44% e 16% no sexo mascu-lino. Comparando os resultados do Questionário com os doEscore de Beighton, através da curva ROC, observou-seuma sensibilidade de 70,9% e uma especificidade de 77,4%.Conclusões: A hipermobilidade articular é uma doença mui-to prevalente na população de universitários brasileiros,sendo mais freqüente no sexo feminino. O questionário deauto-avaliação para identificação de hipermobilidade arti-cular, traduzido e validado para a língua portuguesa, mos-trou ser um método eficaz quando comparado com o tradici-onal Escore de Beighton.

Daniela Aparecida de MoraesOrientador: Prof. Dr. Paulo Louzada JúniorDissertação de Mestrado apresentada em 20/04/2007

Introdução: A hipermobilidade articular é uma condi-ção clínica hereditária caracterizada pelo aumento da capa-cidade de distensão articular em movimentos passivos ehipermobilidade em movimentos ativos. Sua prevalênciavaria de 10 a 20% na população geral, é mais freqüente emmulheres, em asiáticos e africanos, e declina com a idade.Pode estar associada a outras manifestações clínicas comoartralgias, fibromialgia e outros reumatismos de partes mo-les, prolapso de válvula mitral, transtornos de ansiedade edisfunções autonômicas. A doença, subdiagnosticada, podeter sua real prevalência estimada por métodos de avaliaçãoespecífica, como o tradicional Escore de Beighton, e o ques-tionário de auto-avaliação �The five-part questionnaire foridentifying hypermobility�. Objetivos: O presente estudoteve como objetivo principal determinar a prevalência dahipermobilidade articular em universitários brasileirosatravés da validação e aplicação do questionário de auto-avaliação �The five-part questionnaire for identifyinghypermobility�. Secundariamente, visou determinar a sen-sibilidade e a especificidade do Questionário de auto-avali-ação em relação ao Escore de Beighton no diagnóstico dehipermobilidade articular, assim como a freqüência da doen-

DIAGNÓSTICO E PREVALÊNCIA DA HIPERMOBILIDADE ARTICULAR EM UNIVERSITÁRIOSBRASILEIROS

AVALIAÇÃO DA RETENÇÃO DE CONHECIMENTOS E DAS HABILIDADES CLÍNICAS PELO ES-TUDANTE DE MEDICINA. EXPERIÊNCIA NA ÁREA DA CARDIOLOGIA PEDIÁTRICA UTILIZANDOTESTES DE MÚLTIPLA ESCOLHA E EXAME CLÍNICO OBJETIVO ESTRUTURADO (OSCE)

Fernando Tadeu Vasconcelos AmaralOrientador: Prof.Dr. Luiz Ernesto de Almeida TronconTese de Doutorado apresentada em 25/04/2007

Objetivos: Verificar a capacidade do estudante deMedicina em manter ao longo do tempo o domínio de co-nhecimentos e das habilidades clínicas fundamentais na

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área da cardiologia pediátrica. Comparar os níveis de de-sempenho aferidos na prova prática pela avaliação global ecom uso de protocolos de observação e avaliação estrutu-rados (checklist). Verificar se o desempenho em prova obje-tiva voltada às habilidades cognitivas pode oferecer infor-mações sobre o desempenho verificado na prova prática.Material e Métodos: Três coortes de alunos do 4º ano deMedicina (N = 130) foram submetidos à avaliação por meiode testes de múltipla escolha e a exame clínico objetivo es-truturado (OSCE) logo após a conclusão de estágio especí-fico na área da cardiologia pediátrica. A mesma avaliação foinovamente empregada por duas vezes em um grupo de alu-nos voluntários (N = 21) com intervalo de seis meses. Aprova teórica constou de quarenta questões de múltipla es-colha com cinco alternativas e somente uma certa. A OSCEfoi montada com oito estações envolvendo tomada de his-tória clínica (2), exame físico (3), comunicação de notícia (1)e interpretação de eletrocardiograma (1) e radiografia sim-ples do tórax (1). Em quatro estações foram empregadospacientes reais, enquanto que em duas haviam pacientessimulados. Cada estação tinha duração total de oito minu-tos e a avaliação foi feita por avaliador dentro da sala por-tando checklist, incluindo avaliação global. O tratamentoestatístico foi feito pela análise de variância (ANOVA) atra-vés dos testes de Kruskal-Wallis, Friedman e Tukey-Kramer.Valores significantes foram aceitos quando p < 0,05. Resul-tados com tendência à significância foram consideradosquando o valor de p estava entre 0,05 e 0,10. Resultados: Naavaliação teórica, houve diminuição progressiva e signifi-cante na capacidade de retenção global de conhecimentos(A1: 6,54, A2: 5,97 e A3: 5,67; p < 0,05) e também nas ques-tões especificamente relacionadas às habilidades clínicas(A1: 7,25, A2: 6,90 e A3: 6,43; p < 0,05) e ao conhecimentosobre doenças (A1: 6,0, A2: 5,28 e A3: 5,08; p < 0,05). Emrelação às habilidades clínicas testadas, foi verificado na

análise pareada por domínio de habilidades e empregando-sea checklist que nas atividades necessitando interação ver-bal com o paciente, como tomada de história clínica e comu-nicação de notícia houve tendência para melhora do desem-penho nas avaliações subseqüentes (A1: 6,92, A2: 7,44 eA3: 7,53; p = 0,07). No que diz respeito à técnica de execuçãodo exame físico, os escores se mantiveram em níveis muitosatisfatórios, não havendo diferença significante entre astrês avaliações (A1: 9,28, A2: 9,24 e A3: 9,16). O desempe-nho em relação à interpretação de exames complementares foimarcado por uma piora significativamente progressiva (A1:7,68, A2: 6,79 e A3: 6,59; p = 0,01). Na avaliação global foinotada tendência à melhora no desempenho nas estaçõesde comunicação (A1: 7,08, A2: 7,37 e A3: 7,84; p = 0,05) emelhora significante na habilidade de exame físico (A1: 7,83,A2: 7,87 e A3: 8,96; p = 0,0002). A comparação do desempe-nho aferido pela avaliação global e por meio da checklistrevelou boa correlação nas tarefas que requeriam comuni-cação com o paciente (r = 0,70 a 0,74), enquanto nas tarefas deexame físico essa correlação foi menos expressiva (r = 0,39 a0,59). A correlação entre o desempenho prático e o teóricofoi sempre baixa, tanto na avaliação pela checklist (r = 0,20 a0,27) quanto pela global (r = 0,13 a 0,18). Conclusões: osconhecimentos e as habilidades clínicas adquiridas peloestudante de Medicina apresentam evoluções diferentes,caracterizados por diminuição, ao longo do tempo, da reten-ção de conhecimentos, de manutenção, ou mesmo melhora,das habilidades relacionadas à comunicação com o paciente ea execução do exame físico e de piora na interpretação deexames complementares. O desempenho na prova práticaaferido por checklist mostrou boa correlação com o desem-penho aferido pela avaliação global nas estações envolven-do comunicação com o paciente. A fraca correlação entre asprovas de conhecimento e de habilidades mostra que estaúltima é essencial na avaliação das habilidades clínicas.

víduos em cada grupo com os seguintes diagnósticos: asmabrônquica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) eobesidade, além de 30 pacientes com insuficiência cardíaca(IC). Foram aplicadas duas listas de frases (descritores dedispnéia), uma com expressões nacionais desenvolvidas apartir de estudo piloto e outra com frases traduzidas e adap-tadas do inglês de trabalho da literatura. Os pacientes esco-lheram as frases que melhor definiram as suas sensações dedesconforto respiratório e os dados obtidos foram avalia-dos por análise multivariada de agrupamento (clusteranalisys). Com o estudo do questionário traduzido foramdefinidos 9 agrupamentos (conjuntos de descritores agru-pados por similaridade): �expiração�, �fome de ar�, �sufo-

Christiane Aires TeixeiraOrientador: Prof.Dr. José Antônio Baddini MartinezDissertação de Mestrado apresentada em 26/04/2007

Estudos sugerem que a sensação de dispnéia é des-crita por diferentes indivíduos com o emprego de diferentesexpressões. Tais termos podem ser agrupados em classesde percepção que potencialmente refletem mecanismos cau-sadores subjacentes. A maioria desses trabalhos foram rea-lizados em países de língua inglesa, e tal aspecto nunca foiinvestigado no Brasil. A nossa pesquisa visou a avaliaçãode aspectos qualitativos da dispnéia em uma amostra depacientes da população brasileira. Foram estudados 50 indi-

ANÁLISE DO USO DE DESCRITORES DE DISPNÉIA EM PACIENTES COM DOENÇAS CARDIOR-RESPIRATÓRIAS E OBESIDADE

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co�, �superficial�, �rápido�, �aperto�, �falta de ar�, �inspi-ração� e �trabalho�. Uma forte relação com o agrupamento�inspiração� foi observada em asma, DPOC e IC. Com osdescritores localmente desenvolvidos, 7 agrupamentos fo-ram determinados: �sufoco�, �aperto�, �rápido�, �fadiga�,�abafado�, �trabalho/inspiração� e �falta de ar�. Uma forterelação com os agrupamentos �sufoco� e �trabalho/inspi-ração� foi observada em asma, DPOC e IC. Obesidade rela-cionou-se melhor com �falta de ar�. Tanto com a lista dedescritores nacional como com a traduzida, todos os gru-pos de pacientes selecionaram entre as suas três primeirasopções frases de mais de um agrupamento. Alguns dessesforam compartilhados por mais de um grupo de pacientes.

O número de agrupamentos fortemente relacionado com asdiferentes condições foi maior empregando-se descritoresnacionais. Entretanto o seu emprego não contribuiu paraum melhor diagnóstico diferencial entre as condições. Nos-sos resultados indicam que as sensações respiratórias po-dem ser agrupadas em função da sua similaridade, à seme-lhança de resultados obtidos em estudos realizados no ex-terior. Tal fato sugere fortemente que a dispnéia não setrata de um sintoma único e sim de um conjunto de sensa-ções distintas. Ainda que o agrupamento dos descritoresseja possível, a análise desses conjuntos na presente amos-tra mostrou-se de pequena utilidade no diagnóstico dife-rencial das diferentes condições clínicas estudadas.

ESTRESSE E MODOS DE ENFRENTAMENTO EM PORTADORES DE DOENÇAS INFLAMATÓRIASINTESTINAIS

Elaine Cristina Bertuso PeláOrientador: Prof. Dr. Luiz Ernesto de Almeida TronconDissertação de Mestrado apresentada em 27/04/2007

Neste trabalho realizou-se a avaliação de pacientescom doenças inflamatórias intestinais (DII) - doença deCrohn (DC) e retocolite ulcerativa idiopática (RCUI) quantoa variável psicológica estresse e modos de enfrentamentoutilizado frente à situação de doença. Investigaram-se, ain-da, as relações entre estas variáveis e diferentes aspectosclínicos das DII. Os grupos de pacientes com DC e RCUIforam compostos por 25 integrantes cada, que foram com-parados com igual número de controles doentes (CD) e sau-dáveis (CS), sendo estes últimos selecionados dentre osacompanhantes dos pacientes. Empregaram-se instrumen-tos padronizados e validados de avaliação psicológica: es-cala de eventos vitais e inventário de enfrentamento. Osresultados mostraram que proporções elevadas e semelhan-tes (64 � 80%) dos integrantes dos quatro grupos apresen-taram-se sob estresse intenso, ocorrendo, porém, diferen-ças entre os grupos quanto aos tipos de eventos vitais es-tressantes experimentados. O estresse intenso se mostrou

maior e associado significativamente à idade mais avançadana DC e à doença em atividade na RCUI. Quanto aos modosde enfrentamento, na DC e na RCUI, verificaram-se propor-ções semelhantes e significativamente superiores à do gru-po CD de casos utilizando a estratégia de �confronto� (40%vs. 12%; p=0,01). Na DC, a proporção de pacientes utilizan-do a estratégia de �resolução de problemas� foi significati-vamente maior que na RCUI (96% vs. 80%; p=0,05). Na RCUI,a proporção de pacientes utilizando a estratégia de �fuga/esquiva� (96%) foi significativamente maior (p=0,05) quenos grupos CD (80%) e CS (76%). A utilização das váriasestratégias de enfrentamento parece ser afetada, na DC, porsexo, escolaridade e estado de atividade da doença. Na RCUI,houve efeito das variáveis: escolaridade, estado de ativida-de e duração da doença e estresse intenso. Estes dadosindicam a ocorrência de estresse intenso nos pacientes, in-dependente do tipo de doença e, também nos acompanhan-tes. A DC e a RCUI se diferenciam quanto às estratégias deenfrentamento mais utilizadas e pelos fatores que as afetam,o que deve ser levado em consideração no estabelecimentode medidas de intervenção psicológica necessárias ao cui-dado integral ao paciente.

EFEITO DO TRATAMENTO COM HIDROXIURÉIA SOBRE AS CÉLULAS HEMATOPOÉTICAS DAMEDULA ÓSSEA DE PACIENTES COM ANEMIA FALCIFORME

Ana Cristina Silva PintoOrientador: Prof. Dr. Dimas Tadeu CovasDissertação de Mestrado apresentada em 02/05/2007

Introdução. Os benefícios do tratamento com hidro-xiuréia (HU) na evolução clínica e na sobrevida de pacientescom doença falciforme já estão bem documentados na lite-

ratura. Vários trials clínicos comprovaram a eficácia da HUem reduzir a freqüência e a intensidade das crises vaso-oclusivas. O parâmetro hematológico que mais se correla-ciona com a melhora clínica é o volume corpuscular médio(VCM), e por isso é utilizado para monitorar a eficácia dotratamento com HU. Porém, o mecanismo pelo qual a HU au-menta o VCM ainda não está esclarecido. Objetivos. Nossa

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hipótese é que a HU aumenta o VCM porque causa trans-formação megaloblástica nas células da medula óssea devi-do ao seu efeito inibitório na síntese de DNA. Materiais eMétodos. Foram selecionados 20 pacientes com Anemia Fal-ciforme seguidos regularmente no ambulatório de hemoglo-binopatia do HCFMRP-USP (grupo 1: 10 pacientes em uso deHU 10-30 mg/ kg/dia; grupo 2: 10 pacientes sem uso de HU),e 10 doadores de medula óssea como controle (grupo 3).Todos os pacientes faziam uso de acido fólico regularmen-te e possuíam dosagens séricas normais de folato. Amos-tras de sangue periférico (1 ml) e de medula óssea (5 ml)foram coletadas de todos os participantes para avaliaçãomorfológica e morfométrica das células da medula óssea,para estudo citogenético e para quantificação da expres-são de moléculas de adesão por citometria de fluxo. O estu-do foi aprovado pelo Comitê de Ética do HCFMRP-USP etodos os participantes assinaram termo de consentimentoinformado. Resultados. A análise dos esfregaços de medu-la óssea dos pacientes do grupo 1 mostrou sinais evidentesde transformação megaloblástica, como megaloblastos, cé-lulas com núcleo em salame, pleocariócitos, metamielócitosgigantes e megacariócitos com núcleo hiperlobulado. Essasalterações foram ausentes no grupo 3 e raramente observa-das no grupo 2 e se limitaram a série eritróide. Os resultadosda morfometria mostraram aumento da área de todos os ti-pos celulares estudados no grupo 1 comparado ao grupo 2e 3, principalmente da linhagem vermelha: pró-eritroblastos(318.21 ± 7.52 x 248.82 ± 2.25 µm2, p<0.05), eritroblastosbasófilos (265.7±4.87 x 197.14 ± 2.79 µm2, p<0.001) eeritroblastos policromáticos (202.55±5.8 x 134.53±4.47 µm2,

p<0.05) comparado ao grupo 2 e 3 (318.21±7.52 x 218.68 ±5.58 µm2, p<0.001; 265.7±4.87 x 177.37±3.27 µm2, p<0.001;202.55±5.8 x 122.64±2.61 µm2, p<0.001). A análise citogenéti-ca mostrou perda aleatória de cromossomos (hipodiploidia)em praticamente todos os casos, incluindo o grupo controle.A citometria de fluxo mostrou uma redução estatisticamentesignificante (p<0.01) das expressões de CD71, CD36 e anexinaV na superfície dos eritrócitos falciformes do sangue perifé-rico, e do CD71 e CD36 das células eritróides da medulaóssea dos pacientes do grupo 1 comparado ao grupo 2. Aredução na expressão de moléculas de adesão na superfíciedos eritrócitos falciformes se correlacionou negativamentecom o aumento do VCM: CD71 x VCM (r = -0.81, p< 0.001),CD36 x VCM (r = -0.82, p< 0.001), e anexina V x VCM(r = -0.46, p= 0.041) e também com a área celular do eritroblastopolicromático (EP): CD71 x EP (r= -0.48, p=0.033) e CD36 x EP(r= -0.50, p=0.023). Conclusão. A HU causa transformaçãomegaloblástica nas células da medula óssea de pacientescom anemia falciforme, aumenta o VCM e a área celular detodos os tipos celulares estudados. O aumento do tamanhocelular dos eritrócitos favorece a dispersão das moléculasde HbS. Esse efeito contribui para a redução da polimeriza-ção das moléculas de HbS e da adesão celular ao endotélio,evidenciada pela diminuição da expressão de várias molé-culas de adesão na superfície de células vermelhasfalciformes do sangue periférico e da medula óssea de paci-entes em uso de HU. A correlação negativa entre o aumentodo VCM e a diminuição da expressão de moléculas de ade-são celular indica que o VCM é um bom parâmetro paramonitorar a adesão celular durante o tratamento com HU.

para a escola rural (ER - n= 73 crianças) e administração deuma dose contendo 50 µg de iodo para a escola urbana(EU - n= 88 crianças) (Pré). Cada criança recebeu uma amos-tra de água potável contendo apenas 1 sal. Após a adminis-tração foi coletado uma nova amostra de urina para a ER 3horas após a administração e para a EU 40 dias (Pós). FaseIV - Estimação da ingestão e determinação da excreção uri-nária de iodo, sódio, creatinina e potássio. Para as análisesfísico-químicas foram determinados cor, condutividade,turbidez, pH e cloro residual de acordo IAL, 1985. Para aanálise sensorial foi utilizado o teste triangular de diferençae pareado de preferência. Para a determinação de iodo uriná-rio foi utilizado método proposto por DUNN et al., 1993(reação de SANDELL; KOLTHOFF, 1937), as análises decreatinina urinária foram realizadas por kit comercial da

Anderson Marliere NavarroOrientador: Prof.Dr. José Eduardo Dutra de OliveiraTese de Doutorado apresentada em 02/05/2007

Objetivo: estudar a água potável como veículo paragarantir a ingestão de iodo em crianças de uma escola rurale outra urbana na cidade de Botucatu-SP. Métodos: O estu-do foi realizado em 4 fases: Fase I - analisar as característi-cas físico-químicas, sensoriais e a determinação de clororesidual em água potável adicionada de 2 sais de iodo(iodeto de potássio (KI) e iodato de potássio (KIO3));Fase II - coleta de uma amostra de sal de cozinha domiciliare uma amostra casual de urina domiciliar (Basal) e avaliaçãoantropométrica. Fase III - administração de uma amostra deágua potável contendo 200 µg de KI e KIO3 separadamente

ESTUDO DA ÁGUA POTÁVEL COMO VEÍCULO DE IODO: CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMI-CAS, SENSORIAIS E AVALIAÇÃO DA BIODISPONIBILIDADE EM ESCOLARES

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Rachel Gabriel Bastos-BarbosaOrientadora: Profa. Dra. Nereida Kilza da Costa LimaDissertação de Mestrado apresentada em 16/05/2007

O propósito do estudo foi avaliar a adesão terapêu-tica em idosos hipertensos utilizando o teste de Morisky eGreen, o instrumento para avaliar atitude frente à tomadade remédios (IAAFTM), a adesão referida pelo paciente naAvaliação de Adesão pela Enfermagem (AAE), feita em con-sultório, a adesão verificada em visita domiciliar, além dataxa de controle da pressão arterial (PA).

Estudo transversal, onde foram selecionados alea-toriamente 60 idosos, com hipertensão arterial sistêmica(HAS), acompanhados em ambulatório de clínica médica egeriatria. Os critérios de exclusão foram: déficit cognitivo,escolaridade <1 ano ou >8 anos, uso de menos de quatromedicações diversas, pacientes dependentes, portadoresde hipotoreoidismo ou hipertireoidismo não controlados,uso de fármacos com efeito hipertensivo e com hipertensãosecundária. Todos os pacientes submeteram-se a uma en-trevista semi-estruturada na AAE, sendo que 33 destes vo-luntários realizaram o Teste de Morisky e Green, o IAAFTMe a avaliação domiciliar. Em todos os pacientes foram reali-zadas três medidas de PA em consultório (PAC1), com inter-valo de 1 minuto entre elas. Os pacientes realizaram a Moni-torização Ambulatorial da Pressão Arterial de 24 horas(MAPA), retornando em uma semana para realização de mais3 medidas da PA (PAC2). Em visita domiciliar foram verifica-das mais 3 medidas da PA (PAVD) e a adesão medicamento-sa do idoso. Para a análise estatística foi utilizado o teste deFisher, modelos lineares de efeitos mistos, Coeficiente de

Lin e Coeficiente de Kappa.A idade dos pacientes foi de 71±6 anos, 63% mulhe-

res, 60% brancos, 63% casados, escolaridade de 4±2 anos,sendo que 68% eram aposentados e 60% tinham renda fa-miliar de 1 a 3 salários mínimos. Quanto ao conhecimentoda doença, verificou-se que 88% sabiam que eram hiper-tensos, porém 42% dos pacientes relatavam que a HAStinha cura. Quanto ao grau de conhecimento dos medica-mentos, 78% dos pacientes não entendiam a letra doprescritor.

Quanto às dificuldades relacionadas à adesão, evi-denciou-se que 40% dos pacientes relataram efeito colateralatual com o medicamento que faziam uso e 48% dos pacien-tes esqueciam de tomar o medicamento prescrito. Verifi-cou-se adesão aos anti-hipertensivos em 36% no Teste deMorisky e Green, 64% no IAAFTM, 55% de adesão na AAEe 52% de adesão em domicílio (N=33). Não houve adequadaconcordância entre os diversos métodos de avaliação deadesão (kappa variando entre 0,05 e 0,46). Houve maiormédia de PA nas 2 consultas e em visita domiciliar se compa-radas com a MAPA vigília (142±15/82±4 mmHg, 146±24/81±14 mmHg e 123±1/70±5 mmHg, respectivamente - p<0,001PAC e PAVD vs. MAPA vigília), não havendo relação dataxa de controle da HAS com grau de adesão. A taxa decontrole, utilizando-se a MAPA vigília, foi de 80%. Verifi-cou-se alta prevalência de efeito do avental branco. Con-cluindo, neste grupo de idosos hipertensos, em tratamentomedicamentoso, a prevalência da adesão ao tratamento foisemelhante ao da literatura, houve adequada taxa de con-trole da PA quando avaliados pela MAPA e discordânciaentre os instrumentos de medida de adesão estudados.

mento na excreção urinária de iodo (p<0,05), enquanto queuma dose diária (50µg) durante 40 dias não alterou a excre-ção urinária de iodo de início do estudo (EU). Os sais foramsignificativamente diferentes apenas na ingestão estimadade iodo sendo maior para o iodato de potássio em ambas asescolas (p<0,05). As crianças apresentaram excreção uriná-ria em excesso (iodúria > 300µg/L) desde o início do estudo(Basal) em 62,03% para a ER e 90,91% para a EU. O iodo nasamostras de sal apresentou-se dentro dos limites definidospela legislação em 92,41% para a ER e 93,94% para a EU.Existe excesso de ingestão de sódio e sal na alimentaçãodas crianças em ambas escolas. Conclusão: Os estudos de-monstraram que a água potável é um veículo de iodo ade-quado para garantir a ingestão de iodo em escolares.

Labtest Diagnóstica SA. Resultados: Os valores dos pa-râmetros físico-químicos apresentaram-se abaixo dos limi-tes estabelecidos pela legislação brasileira (Cor até 15 mgPtCo/L, Turbidez até 5, pH entre 6 e 9,5). A quantidade decloro residual presente na água potável sofreu alteraçãosignificativa (p<0,05) diminuindo seu valor inicial quandoadicionado de KI na água clorada com 2,0 mg de cloro/L(0,77±0,50 mg de cloro/L). Não ocorreu alteração sensorialsignificativa quando se utilizou concentrações de KI inferio-res a 200µg/L e inferiores a 2000µg/L de iodo para KIO3. Aprevalência de deficiência de iodo estava abaixo dos valo-res aceitos pela OMS (3,8% na escola rural e 3,03% na escolaurbana). A administração de uma única dose de água potá-vel iodada (200µg) nas crianças de uma ER promoveu au-

ESTUDO DA ADESÃO AO TRATAMENTO E DO CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL EMIDOSOS HIPERTENSOS

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Isolda Prado de Negreiros Nogueira MaduroOrientador: Prof. Dr. Júlio Sérgio MarchiniTese de Doutorado apresentada em 17/05/2007

As causas de desnutrição energético-protéica (DEP)e caquexia em pacientes em hemodiálise (HD) são multifa-toriais, estando relacionadas à uremia, a doenças co-exis-tentes e ao próprio processo dialítico. Tendo em vista arelação entre DEP e inflamação crônica nesses pacientes, opresente estudo avaliou prospectivamente 14 pacientessubmetidos à HD crônica, de baixo fluxo, por um período deum mês, divididos em dois grupos, recebendo na fase ini-cial quantidades diferentes de proteína intradialítica viaoral (2 versus 29 g) e na fase experimental quantidadesiguais, com suplementação no grupo 1 (29 versus 29 g).Foram realizadas avaliação do estado nutricional e determi-nadas as perdas pelo dialisato de nitrogênio total (ND),

o nitrogênio sérico (NS) e as proteínas de fase aguda(PCR e α-1-glicoproteína ácida) pré e pós-hemodiálise. Oreuso do dialisador também foi determinado em cada oca-sião. Os resultados mostram que a suplementação protéicanão interferiu no quadro nutricional, nem nos valores deproteínas de fase aguda positiva. Houve correlações inversasentre o estado nutricional e os marcadores inflamatórios,assim como uma correlação positiva entre os valores dePCR e NS pré e pós-diálise. Entretanto, não houve correla-ção entre o reuso do dialisador e o valor de PCR. Conclui-sea necessidade de estudos adicionais, envolvendo a suple-mentação protéica com maior duração e com a utilização demedicamentos ou alimentos funcionais anti-inflamatóriospara melhor compreender os mecanismos pelos quais anutrição possa influenciar significativamente na inflama-ção sistêmica e como conseqüência, na reversão dacaquexia, destes pacientes.

OFERTA PROTÉICA INTRADIALÍTICA VIA ORAL EM PACIENTES NEFROPATAS CRÔNICOS EDIMINUIÇÃO DOS INDICADORES DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA

INSERÇÃO DO CONHECIMENTO DO ESPECIALISTA NO PROCESSO DE REALIMENTAÇÃODE RELEVÂNCIA EM RECUPERAÇÃO DE IMAGEM POR CONTEÚDO: UM ESTUDO DE VIA-BILIDADE EM MAMOGRAFIA

Natália Abdala RosaOrientador: Prof.Dr. Paulo Mazzoncini de A. MarquesTese de Doutorado apresentada em 23/05/2007

Este trabalho apresenta a implementação e testesiniciais de um sistema de recuperação de imagens baseadaem conteúdo, com realimentação de relevância integrada,voltado para aplicações na área médica. A recuperação deimagens baseada em conteúdo é uma área de pesquisa eminformática de imagens médicas que tem evoluído bastantenos últimos anos. O sistema proposto utiliza um métodorecém-desenvolvido � chamado Slim-tree � para fazer aindexação e recuperação de imagens através de dados quan-titativos extraídos automaticamente. Características comotextura, forma e cor, podem ser utilizadas, isoladamente oude forma combinada, para descrever o conteúdo das ima-gens e possibilitar sua comparação e recuperação baseadaem similaridade. O sistema também contempla a realimenta-

ção de relevância, baseada na avaliação da resposta dosistema por parte do usuário, como forma de diminuição dadescontinuidade semântica e otimização da resposta. Omodelo proposto foi inicialmente testado com imagensmamográficas, porém sua modelagem é genérica e pode serfacilmente estendida para diferentes regiões anatômicas emodalidades de obtenção de imagem, através da implemen-tação de novos métodos de indexação e algoritmos de ex-tração de características. Nos testes realizados com 540imagens mamográficas, o uso de realimentação de relevân-cia apresentou uma taxa de ganho médio nas medidas deprecisão do usuário leigo, do médico residente e do radio-logista de 23,91%, 29,53% e 49,67% respectivamente comrespectivos desvios padrões de 34,23%, 37,35% e 47,31%.Para as medidas de qualidade, as taxas de ganho do usuá-rio leigo, do médico residente e do radiologista foram res-pectivamente de 21,56%, 25,53% e 42,81%, com desviospadrões respectivos de 30,92%, 36,30% e 38,33%.

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Antonio Roberto Lucena de AraújoOrientador: Prof. Dr. Eduardo Magalhães RegoDissertação de Mestrado apresentada em 25/05/2007

O p73, homólogo ao p53, participa no processo deapoptose e regulação do ciclo celular, embora seu papelcomo gene supressor de tumor seja questionável. Este genepossui dois promotores distintos que permitem a formaçãode duas proteínas com efeitos antagônicos: a TAp73, queatua como um agente pró-apoptótico, e a forma truncada∆Np73, capaz de bloquear a atividade transcripcional dap53 e TAp73, conferindo às células vantagem proliferativa.No presente trabalho foi quantificado a expressão gênicadas formas TAp73 e ∆Np73 em 147 amostras de LMA denovo e em 22 amostras de precursores hematopoéticos CD34+de medula óssea de indivíduos sadios por PCR em TempoReal. Valores significativamente maiores de expressão daforma TAp73 foram detectados nas amostras de LMA emcomparação aos progenitores hematopoéticos normais (Mé-dia (ξ), Desvio Padrão (DP) = 3,691 ± 0,698 versus ξ = 0,025DP = 0,006, respectivamente, p = 0,0327). Da mesma forma, aexpressão da forma ∆N do gene p73 foi significativa-mente maior nas células de LMA (ξ = 25,100,DP = 4,411 versus ξ = 0,458, DP = 0,165, respectivamente,p = 0,0233). Em seguida, foram comparados os níveis deexpressão gênica da forma TAp73 entre o grupo de pacien-tes com LMA Portador de Rearranjo Gênico (PRG, n = 79),composto por amostras positivas para os rearranjos gêni-cos PML-RARα (n = 32), AML1-ETO (n = 17) ou CBFβ-MYH11 (n = 30), e o grupo Sem Rearranjo Gênico (SRG, n =68), formado por amostras em que a pesquisa desses rear-ranjos foi negativa. O grupo PRG apresentou níveis signifi-cativamente mais altos de expressão gênica da forma pró-apoptótica TAp73 (PRG: ξ = 5,174, DP = 1,179 versus SRG:

ξ = 1,731, DP = 0,303, p = 0,014). Entretanto, quando analisa-da a expressão gênica da forma ∆Np73 entre os grupos PRGe SRG, observaram-se maiores níveis de expressão gênicada forma antiapoptótica ∆Np73 no grupo SRG (PRG: ξ =10,62, DP = 1,552 versus SRG: ξ = 44,23, DP = 9,487,p = 0,0001).Não foram detectadas diferenças significativas entre as for-mas TAp73 e ∆Np73 nos três subtipos de LMA incluídosno grupo PRG. Subdividimos arbitrariamente os pacientescom LMA de novo em quatro subgrupos distintos, baseadona razão ∆Np73 / TAp73, a saber: 1. Grupo com razão∆Np73 / TAp73 > 100; 2. Grupo com 100 ≥ razão ∆Np73 /TAp73 ≥ 10; 3. Grupo com > 10 razão ∆Np73 / TAp73 ≥ 1 e4. Grupo com razão ∆Np73 / TAp73 < 1. Não foram observa-das diferenças significativas entre estes grupos quanto aidade dos pacientes, dosagem de hemoglobina, contagensde leucócitos e plaquetas ao diagnóstico. Entretanto, a fre-qüência de casos PML-RARα, AML1-ETO, CBFβ-MYH11positivos foi significativamente maior no grupo com razão∆Np73 / TAp73 < 1. Além disto, a expressão do gene p53não variou de acordo com o valor da razão ∆Np73 / TAp73.Foi realizado um ensaio de citotoxicidade in vitro induzidapor ARA-C para avaliarmos a relação entre a sensibilidade àquimioterapia e o padrão de expressão das formas do genep73. Células leucêmicas que apresentaram uma maior razão∆Np73 / TAp73 foram significativamente mais resistentes aapoptose induzida pela droga. Corroborando com os acha-dos da expressão gênica, as amostras que apresentaram umamaior razão de expressão protéica ∆Np73 / TAp73 tambémforam mais resistentes a apoptose induzida por ARA-C.Nossos achados sugerem que há uma associação entre apresença dos rearranjos gênicos PML-RARα, AML1-ETO,CBFβ-MYH11 e uma maior expressão da forma TAp73 emrelação a ∆Np73. Além disso, o padrão de expressão relati-va da forma ∆Np73 pode estar associado à resposta dife-rencial aos estímulos pró-apoptóticos e à terapêutica.

terminação destas diferentes manifestações clínicas. Mui-tos autores associaram polimorfismos (SNPs) em genes decitocinas inflamatórias com o desenvolvimento das mani-festações clínicas; outros, demonstraram que o aumentoda carga proviral está envolvido com o desenvolvimentode TSP/HAM e uveíte. Também foi demonstrado que poli-morfismos nos genes de citocinas se associam com eleva-da carga proviral.

Neste estudo, foram avaliados os polimorfismos

Rochele AzevedoOrientador: Prof. Dr. Dimas Tadeu CovasDissertação de Mestrado apresentada em 28/05/2007

O HTLV-1 está relacionado a duas manifestaçõesclínicas: a leucemia/linfoma de células T do adulto (ATLL)e a mielopatia associada ao HTLV-1/paraparesia espásticatropical (TSP/HAM). Até o momento, não está claro quaisos fatores virais e do hospedeiro estão envolvidos na de-

FATORES PROGNÓSTICOS ENVOLVIDOS NA INFECÇÃO PELO HTLV-1

ANÁLISE DA EXPRESSÃO DAS FORMAS TAp73 E ∆∆∆∆∆Np73 DO GENE p73 EM PACIENTES COMLEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA

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Júlio Cesar CrescêncioOrientador: Prof. Dr. Lourenço Gallo JuniorTese de Doutorado apresentada em 29/05/2007

Os avanços tecnológicos ocorridos na última déca-da trouxeram enormes benefícios, no sentido de possibili-tar o uso de equipamentos computadorizados, que permi-tem a aquisição, processamento e armazenamento de umgrande número de variáveis respiratórias e metabólicas emexercício físico, em tempo real e a cada ciclo respiratório.Inserido neste novo cenário, o estudo realizado com estanova geração de equipamentos, nas respectivas áreas deconhecimento, pôde ser direcionado, usando-se métodosmatemáticos e estatísticos computadorizados, os quais pos-sibilitam a aplicação de procedimentos automáticos e/ousemi-automáticos na solução de problemas específicos. Édentro deste contexto que se insere o presente estudo, quetem por objetivo estudar, em pacientes portadores de do-ença de Chagas e em indivíduos sadios, do sexo mascu-lino, o limiar de anaerobiose ventilatório, durante o exercí-cio físico dinâmico, realizado em cicloergômetro, usando-se métodos baseados em modelos matemáticos, automáti-cos e semi-automáticos, comparativamente com o métodovisual gráfico. Foram estudados 51 voluntários do sexo mas-culino, sendo 24 chagásicos e 27 saudáveis, a média deidade dos grupos chagásico e saudável foi de 33,77 ± 7,86

e 35,91 ± 9,84 anos, respectivamente. Todos eles foram sub-metidos a dois testes de esforço físico dinâmico, com umprotocolo contínuo do tipo rampa e um outro protocolo deesforço físico descontínuo, ambos na posição sentada, emcicloergômetro de frenagem eletromagnética, acoplado aum ergoespirômetro (CPX/D - MedGraphics), que possibi-litou o cálculo e armazenamento de múltiplas variáveis car-diorrespiratórias, como: ventilação pulmonar ( VE), produ-ção de CO2 (VCO2), consumo de O2 (VO2), equivalentesventilatórios de O2 (VE/VO2) e de CO2 (VE/VCO2), fraçõesparciais do O2 (PET O2) e do CO2 (PET CO2) no final daexpiração, quociente de trocas respiratórias (RER), freqüên-cias respiratória (RR) e cardíaca (FC), além dos valores depotência aplicada e da velocidade de pedalagem nocicloergômetro. Os valores do LAV, durante o protocolocontínuo, foram calculados por seis diferentes métodos,que usam como critério de medida deste parâmetro, a mu-dança de inclinação da VCO2 , em relação ao tempo ou daVCO2 em relação ao VO2. Estes métodos foram os seguin-tes: 1) método visual; 2) método automático, usandoalgoritmo, incorporado ao sistema MedGraphics; 3) mode-lo bissegmentado linear-linear aplicado à resposta da VCO2

em função do tempo; 4) modelo bissegmentado linear-quadrático aplicado à resposta da VCO2 em função do tem-po; 5) modelo bissegmentado linear-linear aplicado à res-posta da VCO2 em função do consumo de O2; e 6) modelo

(SNPs) na região promotora dos genes da interleucina 6(IL-6) e interleucina 10 (IL-10) em pacientes infectados peloHTLV-1 e avaliada a associação destes SNPs com o desen-volvimento de TSP/HAM e ATLL. Ainda, foi feita a quanti-ficação da carga proviral nas células mononucleares dosangue periférico destes pacientes. Foram coletadas amos-tras de 137 pacientes (46 portadores assintomáticos (HAC),50 com leucemia/linfoma (ATLL), 41 com mielopatia as-sociada ao HTLV-1 (TSP/HAM) e de 188 indivíduos nãoinfectados (controles). A partir do sangue total, foi realiza-da a extração do DNA a partir do buffy coat. Os polimorfis-mos dos genes da IL-6 (G-174C e G-634C) e IL-10 (A-592C)foram analisados por PCR-RFLP; e a substituição G-597APCR em tempo real. A carga proviral foi determinada porPCR em tempo real para a região viral tax).

Para o gene da IL-6 foi encontrada uma diferençaestatisticamente significante (p<0,05) para as posições-174 e -634 entre os grupos de infectados e o grupo contro-le. Entretanto, na análise da posição -597 da IL-6 não foiencontrada nenhuma associação entre os grupos. O mes-mo foi observado para o gene da IL-10 na posição -592. Foifeita a distribuição da carga proviral entre os grupos de

pacientes HAC, TSP/HAM e ATLL; foram obtidos resulta-dos estatisticamente significantes quando comparamos osgrupos de HAC e TSP/HAM (p<0,001) e para os grupos deHAC e ATLL também tivemos um resultado estatisticamen-te significante (p<0,001 - Kruskal-Wallis). Para a posição-592 da IL-10 foram analisados os indivíduos infectadosseparados de acordo os diferentes genótipos para analisarse os níveis de carga proviral eram diferentes nos diferen-tes genótipos. Foi observado que a carga proviral não estárelacionada com os diferentes genótipos e sim com as ma-nifestações clínicas.

O presente estudo demonstrou que os polimorfis-mos das posições -174 e -634 do gene da IL-6 do processoinflamatório está associado com o desenvolvimento dasmanifestações clínicas relacionadas com o HTLV-1. E de-monstrou também que a carga proviral é um marcador útilda atividade da doença, e portanto, um importante parâme-tro prognóstico para o seguimento do desenvolvimento deTSP/HAM e ATLL. É importante salientar que este é o pri-meiro estudo na população brasileira em que foram analisa-dos os polimorfismos de genes citocinas e carga proviralnas diferentes manifestações clínicas do HTLV-1.

QUANTIFICAÇÃO DO LIMIAR DE ANAEROBIOSE VENTILATÓRIO NO EXERCÍCIO FÍSICODINÂMICO EM CARDIOPATAS CHAGÁSICOS UTILIZANDO-SE MÉTODOS VISUAIS ECOMPUTACIONAIS

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Vívian Youssef KhouriOrientador: Prof.Dr. Júlio César Voltarelli,Dissertação de Mestrado apresentada em 30/5/2007

A mucosite oral é uma complicação freqüente cau-sada pela ação da quimioterapia e radioterapia utilizadas notratamento oncológico e também, acomete os pacientes sub-metidos ao transplante de células-tronco hematopoéticas(TCTH) devido a utilização de quimioterapia ou radiotera-pia em altas doses, principalmente na modalidade mieloa-blativa. Várias terapêuticas foram testadas para prevenir etratar a mucosite, sendo uma das mais recentes o laser tera-pêutico (laser de baixa intensidade) que tem como efeitosbiológicos analgesia, ação antiinflamatória e reparação te-cidual. O objetivo desse trabalho foi comparar a freqüênciae a evolução da mucosite oral entre os pacientes submeti-dos ao laser terapêutico e os submetidos à terapia conven-cional (�Fórmula para Mucosite�) utilizada na Unidade deTransplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas daFaculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidadede São Paulo. Participaram do presente estudo pacientesque receberam a administração de regime de condiciona-mento mieloablativo para a realização do transplante demedula óssea alogênico para doenças hematológicas. Os

pacientes participantes apresentavam idade igual ou acimade 12 anos, sendo 17 pacientes do sexo masculino e 5 dosexo feminino (média de idade foi de 30 anos). Foram sele-cionados 22 pacientes divididos em 2 grupos: grupo I: sub-metido à laserterapia combinada com o tratamento conven-cional e grupo II submetido apenas ao tratamento conven-cional (prevenção: procedimento padrão, tratamento: pro-cedimento padrão + �Fórmula para Mucosite�). Todos ospacientes foram submetidos ao procedimento padrão quecorresponde aos cuidados da higiene bucal com orienta-ções quanto a escovação, uso de antissépticos bucais ebochechos com solução salina a 0,9%. O grupo I foi irradia-do com o laser de AlGaInP (660 nm) e GaAlAs (780 nm),com potência de 25 mW, na dose de 6,3 J/cm2, tempo 10segundos, os lasers de 660 e 780 nm foram aplicados emdias alternados, desde o início do regime de condiciona-mento até o D+15 pós-transplante. Foram utilizadas as es-calas da World Health Organization (WHO) e a �OralMucositis Assesment Scale� (OMAS) para avaliação damucosite. A WHO avalia os sinais e sintomas da MuO,enquanto a OMAS é uma escala que avalia especificamenteo tipo de eritema e a extensão das ulcerações na cavidadebucal. Foi aplicado um questionário específico para ogrupo I se houve alguma intolerância ou desconforto cau-

bissegmentado linear-quadrático aplicado à resposta daVCO2 em função do consumo de O2. Os modelos bisseg-mentados se basearam na aplicação da soma dos quadra-dos dos resíduos, quando o conjunto de dados é ajustadopelo método dos mínimos quadrados, para uma reta inicial efinal ou uma reta inicial e uma curva quadrática final. Foramaplicados, aos dados do protocolo descontínuo, nas váriaspotências estudadas, um modelo semiparamétrico que ajus-ta uma reta por meio de uma regressão linear. Após análisequalitativa e quantitativa apropriada aos conjuntos de da-dos, chegou-se às seguintes conclusões: 1) os modelos ma-temáticos bissegmentados usados no presente estudo, dotipo linear-linear e linear-quadrático, mostrando a respostadas variáveis VCO2 vs. tempo e VCO2 vs. VCO2, com proto-colos contínuos em rampa, puderam ser aplicados em 64%dos voluntários estudados (16 chagásicos e 17 saudáveis),e os valores do limiar de anaerobiose ventilatório, expres-sos em potência e consumo de oxigênio, não diferiram esta-tisticamente dos obtidos pelo método visual gráfico, nosgrupos de pacientes chagásicos e de indivíduos saudáveis;2) o método automático, incorporado ao ergoespirômetroMedGraphics, possibilitou a determinação limiar de anaero-biose em todos os voluntários estudados nos grupos cha-gásico (n=24) e saudável (n=27); entretanto, com valores do

limiar de anaerobiose ventilatório subestimados comparati-vamente ao método visual gráfico; 3) não houve diferençaestatisticamente significante entre a comparação dos coefi-cientes (inclinação e intercepto) das retas de regressão, querelacionam a potência com o consumo de oxigênio dos valo-res do limiar de anaerobiose ventilatório calculados para osseis métodos usados; 4) as análises das retas de regressãodos modelos semiparamétricos, aplicados no protocolo des-contínuo, mostraram porcentagem pequena de casos, emque a mudança de inclinação das retas coincidiu com o va-lor do limiar de anaerobiose ventilatório, o que ainda tornaquestionável a utilidade desta abordagem, pelo menos nascondições em que os protocolos progressivos do tipo de-grau tenham 6 minutos de duração; 5) Os quatro modelosbissegmentados testados e o método automático do equi-pamento, aplicados às respostas das variáveis ventilató-rias, usando-se o protocolo de rampa, se mostraram ade-quados, como ferramentas úteis para se quantificar o limiarde anaerobiose ventilatório durante o exercício dinâmico;6) o janelamento dos dados, durante a aplicação da rampade potência em esforço, se mostrou de fundamental impor-tância para permitir o uso adequado dos modelos matemáti-cos bissegmentados e do método automático, visando àquantificação do limiar de anaerobiose ventilatório.

USO DO LASER TERAPÊUTICO PARA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA MUCOSITE ORAL:ESTUDO COMPARATIVO COM O PROTOCOLO CONVENCIONAL

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Ana Lúcia RiosOrientadora: Prof.Dra. Geruza Alves da SilvaTese de Doutorado apresentada em 31/05/2007

A tecnologia e a modernidade proporcionam, em al-guns casos, a ocorrência de doenças ocupacionais e con-seqüentemente a queda na qualidade de vida da classe tra-balhadora causada, muitas vezes, pelo aumento dos níveisde ruído nas indústrias. Com isso a Perda Auditiva Induzi-da por Ruído (PAIR) tem ocupado lugar de destaque entreas doenças ocupacionais. A implantação de um Programade Conservação Auditiva (PCA) é necessária em locais detrabalho onde os níveis de exposição ao ruído estejam aci-ma dos limites de tolerância. O objetivo do estudo foi pro-por para a direção de uma empresa a implantação de umPrograma de Conservação Auditiva na Divisão de Nutriçãoe Dietética (DND), área que apresenta nível de pressão so-nora elevado, verificando a eficácia do trabalho dos profis-sionais atualmente envolvidos e enfocando o papel do fo-noaudiólogo. Foram analisadas as avaliações auditivascontidas nos prontuários médicos de todos os funcioná-rios da DND realizadas durante o período de dezembro de2004 (ano base) a março de 2006. Por meio de um questioná-rio, os dados pessoais e referentes à história clínica e ocu-pacional dos trabalhadores foram colhidos. Paralelamente

aos procedimentos já citados, foram realizadas palestras e/ou mini-cursos aos funcionários da Divisão sobre os cui-dados com a audição, a necessidade e importância do usodo equipamento de proteção individual, a importância darealização dos exames auditivos, além de esclarecimentosrelativos às portarias e normas de saúde ocupacional. Par-ticiparam do estudo 174 funcionários da DND com idadevariando de 23 a 61 anos (média de 43 anos) e predomíniodo gênero feminino (93,68%). No ambiente de produção daDND o ruído variou entre menos de 60dB(A) a 88,7dB(A) eas áreas mais ruidosas respectivamente são: Seção de Pre-paro e Cocção, Seção de Cozinha e Dietética, Lavagem eEsterilização e Restaurante I. A maioria dos funcionáriosfaz uso do protetor auricular com freqüência e participamdas capacitações que a empresa proporciona, porém em2004, 35,29% apresentaram algum tipo da alteração naacuidade auditiva, sendo que, na sua maioria, a configura-ção audiométrica é sugestiva de PAIR e quando os examesde 2004 foram comparados com os de 2005, o agravamentoda perda auditiva foi de 32%, demonstrando que as medi-das de prevenção adotadas estão pouco eficazes. Com es-ses dados concluímos que a implantação de um programade conservação auditiva com ações sincronizadas entre osque realizam as atividades preventivas, na empresa se fazurgente.

sada pela laserterapia. Os resultados analisados estatistica-mente mostraram que no grupo I 25% dos pacientes apre-sentaram mucosite grau WHO 1, 75% WHO 2, enquanto nogrupo II 10% WHO 0, 10% WHO 2, 30% de WHO 2-3 e 50%WHO 3. Com a OMAS, 33,3 % dos pacientes do grupo I nãoapresentaram lesão e 66,6 % apresentaram lesões de <1cm2.

O grupo II evoluiu com lesões mais extensas, com 50% apre-sentaram lesão >3 cm2. Assim, o grupo I apresentou menorfreqüência e melhor evolução da mucosite quando compa-rado ao grupo II. Concluiu-se que o laser promoveu a redu-ção na gravidade das lesões, podendo ser uma nova opçãode prevenção e tratamento da mucosite oral.

IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA: ENFOQUE FONOAUDIOLÓGICO

ESTUDO PARA REDUÇÃO DE DOSE DE RADIAÇÃO EM EXAMES DE TOMOGRAFIA COMPUTA-DORIZADA DE CRIANÇAS

Juciléia DalmazoOrientador: Prof Dr Jorge Elias JúniorDissertação de Mestrado apresentada em 31/05/07

Este trabalho tem o objetivo de apresentar estudosobre mecanismos de redução de dose de radiação utiliza-da nos vários exames de Tomografia Computadorizada (TC)de crianças, realizados nos equipamentos do Serviço deRadiodiagnóstico do Hospital das Clínicas da Faculdadede Medicina de Ribeirão Preto � USP. Na etapa inicial foirealizada uma coleta de dados relativos à dose de radiação

utilizada em exames de TC de crânio, de tórax e de abdômencom os protocolos habitualmente utilizados na rotina. Paracada tipo de exame foi avaliada a técnica utilizada. Verifi-cou-se que o protocolo de exame utilizado na rotina doserviço não considerava variações na faixa etária dos pa-cientes. Na segunda etapa do estudo analisou-se qual oimpacto da variação de parâmetros técnicos no protocoloda TC, em específico do KVp e do mAs, na dose de radia-ção, procurando manter o nível de qualidade de imagempara o estudo diagnóstico. Foram testadas novas técnicas,com menor índice de dose em relação às doses encontra-das nos protocolos de rotina estudando-se o nível de ruído

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aceitável. Na terceira e última etapa as imagens geradascom os novos parâmetros de KVp e mAs foram analisadospelos radiologistas do HCFMRP, em revisão cega e inde-pendente, utilizando-se questionário para avaliação das

imagens quanto a resolução espacial e contraste. Concluí-mos que é possível reduzir os níveis de dose de radiaçãoem até 34,4 % sobre os protocolos utilizados na rotina,mantendo-se a qualidade diagnóstica.

imprint 32 foram coletadas de pacientes com diagnósticoou suspeita clínica de outras doenças de pele clinicamentesemelhantes à LTA, atendidos no HC-FMRP/USP, e 34 amos-tras de pacientes com diagnóstico clínico de leishmanioseatendidos no HC-FMRP/USP, foram coletadas nas formasde imprint e biópsia. Destes pacientes, 18 apresentaramPCR negativa para leishmaniose e 14 amostras cujos diag-nóstico clínicos foram: Bazin, hanseníase, paracoccidiose,ectima, úlcera indefinida, farmacodermia e histoplasmose,apresentaram PCR-RFLP positiva todas identificadas comoL. (V.) braziliensis. Ressalta-se a facilidade no envio e con-servação de amostras na forma de imprint, destacando suautilidade em pesquisas de campo e localidades distantesde um centro especializado. Para o cálculo do custo da PCR-RFLP como método diagnóstico para LTA realizou-se pes-quisa de preços (em moeda corrente) de equipamentos,materiais de consumo e materiais permanentes. Aindadeve-se levar em consideração os custos diretos e indire-tos, fixos e variáveis, e gastos com mão-de-obra, que influ-enciam diretamente o custo final do procedimento labora-torial. Quanto ao custo do exame pôde-se demonstrar queexiste a possibilidade de que um laboratório de rotina demédio porte, equipado com materiais, instalações e equipa-mentos básicos, possa realizar o referido teste molecular,ficando este calculado em U$ 22,97. Este valor de examedesde a eluição da amostra na forma de imprint em papel defiltro em água a 90°C para a obtenção do DNA, até a identi-ficação após a PCR-RFLP com o uso das duas endonuclea-ses: Hae III e Bsr I. O tempo médio de realização e conclu-são da identificação do agente etiológico ficou em torno dedois dias considerando-se oito horas diárias de trabalho demão-de-obra especializada. Finalmente, demonstrou-se a vi-abilidade da realização de um teste molecular na rotina la-boratorial, sendo este de grande valia na rápida e específi-ca identificação da espécie de Leishmania envolvida nestazooparasitose de importância epidemiológica.

Stella Felippe de FreitasOrientadora: Profa. Dra. Ana Maria Ferreira RoselinoDissertação de Mestrado apresentada em 31/05/2007

A leishmaniose tegumentar Americana (LTA), nasformas cutânea ou mucosa, é endêmica no Brasil. Nos últi-mos anos, o Ministério da Saúde registrou média de 35.000casos novos de LTA em praticamente todos os estados dopaís, sendo crescente a cada ano. Na região nordeste doestado de São Paulo, incluindo Ribeirão Preto, a LTA é au-tóctone. Na tentativa de um diagnóstico precoce e seguroda doença associaram-se ao exame clínico-epidemiológicoexames subsidiários, como a Polymerase Chain Reaction(PCR) e PCR-Restriction Fragment Lenght Polymorphism(PCR-RFLP), que permitem a identificação da espécie deLeishmania presente na amostra. Identificamos no labora-tório de biologia molecular (LBM), por PCR, as espéciesL. (V.) braziliensis e L (L.) amazonensis em amostras depele ou de mucosa de pacientes com LTA. Dessa forma, osobjetivos principais deste estudo foram: (1) padronizar atécnica de PCR-RFLP para a identificação da espécie deLeishmania em amostras de pele ou de mucosa, coletadasem papel de filtro na forma de imprint, e (2) calcular o custoindividual deste exame laboratorial. A população de estudocontou com 67 amostras de pacientes atendidos noHC-FMRP-USP, 28 amostras de pacientes atendidos no Hos-pital Universitário de Brasília-DF e 2 amostras da UNIFESP,totalizando 97 amostras. Das 65 amostras na forma deimprint de pacientes com diagnóstico clínico de LTA aten-didos no HC-FMRP/USP, no Hospital Universitário de Bra-sília-DF e na UNIFESP, 54 (83%) amostras foram positivasna PCR. A partir do resultado da identificação por PCR-RFLP, com as enzimas Hae III e Bsr I, das 54 amostras naforma de imprint pudemos demonstrar que 39 (70,9%) fo-ram de L. (V.) brazilienesis; 4 (7,3%) foram identificadascomo L. (L.) amazonensis. Das 97 amostras na forma de

PADRONIZAÇÃO E FORMULAÇÃO DO CUSTO DA PCR-RFLP PARA O DIAGNÓSTICO DELEISHMANIOSE TEGUMENTAR EM PAPEL DE FILTRO

IDENTIFICAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO MULTIPOTENCIAIS NO TECIDO PERITONIAL DECAMUNDONGOS NOD/scid

As células-tronco mesenquimais (CTMs) foram ini-cialmente descritas na medula óssea de adultos e caracteri-zadas pela baixa freqüência, aspecto fibroblastóide, ade-

Elaine Cristina Pereira VitorelliOrientadora: Profa.Dra. Aparecida Maria FontesDissertação de Mestrado apresentada em 01/06/2007

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rência à superfícies plásticas, potencial de diferenciaçãoem diversos tecidos de origem mesodérmica, capacidade desustentar a hematopoese e baixa imunogenicidade. Atual-mente, essas células têm sido isoladas de um grande núme-ro de tecidos adultos e fetais em diferentes espécies. Onosso grupo tem isolado e identificado CTMs de tecidoshumanos, fetais e adultos, e mostrado suas similaridadescom fibroblastos e pericitos (Covas, com. pessoal). O teci-do peritonial apresenta capacidade de reconstituição me-diante diferentes episódios de peritonites, entretanto, omecanismo desse processo não é conhecido e a biologiada membrana peritonial não está completamente caracteri-zada. O objetivo desse trabalho consistiu em investigar apossível existência de células-tronco multipotenciais, comcaracterísticas similares às CTMs da medula óssea, no teci-do peritonial visceral de camundongos NOD/scid. Para tan-to, foram isoladas as células da medula óssea e do tecidoperitonial de camundongos NOD/scid e colocadas em cul-tivo para expansão, caracterização morfológica, fenotípicae, quanto ao seu potencial de diferenciação em adipócitos,osteócitos e condrócitos. A medula óssea foi coletada docanal medular das tíbias e fêmures dos camundongos e, oaspirado celular total, foi ressuspenso em meio α-MEMsuplementado com 15% SBF. A membrana peritonial foi sub-metida à digestão com colagenase e, o extrato celular, colo-cado em cultivo sob as mesmas condições que as célulasda medula óssea. Para o isolamento das CTMs de ambos

os tecidos, utilizou-se o protocolo clássico de aderência aoplástico. Durante a expansão celular foram observadas cé-lulas com morfologia fibroblastóide, similares às CTMs damedula óssea. Após a terceira passagem celular, foi realiza-da a caracterização fenotípica e funcional das mesmas. Aanálise fenotípica mostrou um padrão de expressão de mo-léculas de superfície similares às CTMs da MO e à linha-gem celular controle M2-10B4, isto é, foram positivas paraSca-1, CD29 e CD44, e negativas para os marcadores hema-topoéticos (CD34 e CD117) e endoteliais (CD31). No quediz respeito ao aspecto funcional, os estudos de adipogê-nese e osteogênese demonstraram, em ambos os tecidos, aindução da expressão dos genes Adipsina e Osteopontinapor RT-PCR. Análises citoquímicas mostraram a presençade gotículas lipídicas após a coloração por Sudan II/Scarlate de nódulos mineralizados após a coloração por von Kossa,confirmando o potencial de diferenciação em adipócitos eosteócitos. Finalmente, o potencial condrogênico foi con-firmado, uma vez que a imuno-reatividade positiva paracolágeno tipo II foi detectada. Em conclusão, os presentesachados demonstram a ocorrência de células-tronco multi-potentes no tecido peritonial, com morfologia, perfilfenotípico e potencial de diferenciação similares às CTMsda MO. Futuros estudos de análise de expressão gênica emCTMs da MO e do tecido peritonial, permitirão a compre-ensão mais detalhada das similaridades e diferenças entreesses tipos celulares distintos.

organizáveis como ferramenta de extração de atributos eredução de dimensionalidade de imagens radiográficasde tórax, objetivando a caracterização de lesões interstici-ais de pulmão. Para a redução de dimensionalidade e extra-ção de atributos, implementou-se um algoritmo baseadonos mapas auto-organizáveis (SOM), com algumas varia-ções, obtendo-se uma redução dos cerca de 3 milhões depixels que compõe uma imagem, para 240 elementos. Para aclassificação dos padrões, utilizou-se uma rede Perceptronmulti-camadas (MLP), treinada com a metodologia leave-one-out. Com uma base contendo 79 exemplos de padrãolinear, 37 exemplos de padrão nodular, 30 exemplos de pa-drão misto, e 72 exemplos de padrão normal, o classificadorobteve a média de 89,5% de acerto, sendo 100% de classi-ficação correta para o padrão linear, 67,5% para o padrãonodular, 63,3% para o padrão misto, e 100% para o padrãonormal. Os resultados obtidos comprovam a validade dametodologia.

Paulo Eduardo AmbrósioOrientador: Prof. Dr. Clóvis Simão TradTese de Doutorado apresentada em 01/06/2007

O desenvolvimento tecnológico proporciona umamelhoria na qualidade de vida devido à facilidade, rapidez eflexibilidade no acesso à informação. Na área biomédica, atecnologia é reconhecidamente uma importante aliada, per-mitindo o rápido desenvolvimento de métodos e técnicasque auxiliam o profissional na atenção à saúde. Recentesavanços na análise computadorizada de imagens médicascontribuem para o diagnóstico precoce de uma série dedoenças. Nesse trabalho é apresentada uma metodologiapara o desenvolvimento de um sistema computacionalpara caracterização de padrões em imagens pulmonares,baseado em técnicas de redes neurais artificiais. No estu-do, buscou-se verificar a utilização de redes neurais auto-

REDES NEURAIS AUTO-ORGANIZÁVEIS NA CARACTERIZAÇÃO DE LESÕES INTERSTICIAISDE PULMÃO EM RADIOGRAFIA DE TÓRAX

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Audrey Janaína PintoOrientadora: Profa. Dra. Alcyone Artioli Machado,Tese de Doutorado apresentada em 04/06/2007

O Vírus da Imunodeficiência Humana tipo 1 (HIV-1)freqüentemente invade o sistema nervoso central (SNC)durante a infecção primária, e eventualmente resulta emdesordens neurológicas acima de 50% dos pacientes semtratamento. A casuística deste estudo foi de 31 pacientescom afecções neurológicas, 11 pacientes com toxoplasmo-se cerebral, 11 com meningite criptococócica e nove comaids demência (ADC), com níveis de RNA do HIV-1 medi-dos no líquido cefalorraquidiano (LCR) e no plasma. As-sim, o objetivo deste estudo foi comparar a região do geneenvelope (env) do vírus no compartimento plasmático eliquórico. Métodos: fragmentos do gene env do HIV-1 fo-ram amplificados pela reação em cadeia pela polimerase(PCR) e nested PCR de plasma e de LCR. Os produtos dePCR foram diretamente seqüenciados pelo seqüenciador

3.1 ABI Analysis Data Collection. Foi utilizado o programaMEGA 3.1 para o alinhamento das seqüências, onde as se-qüências de aminoácidos da região do env nas amostras deLCR e de plasma foram comparadas intra-pacientes. Proce-deu-se a análise do uso do co-receptor feita pela posição306 e 320 da alça do V3. Pela análise filogenética das se-qüências obtiveram-se os subtipos. Resultados: todas asamostras amplificadas (41) foram do subtipo B. Tiveram-se17 pacientes que possuíam seqüências de plasma e de LCRamplificadas, então, na análise intra-paciente 13 destes 17,possuíam vírus R5 que utilizaram o co-receptor CCR5, edois pacientes apresentaram vírus X4 e dois pacientes apre-sentaram vírus diferentes nos compartimentos, X4 e R5. Acompartimentalização entre LCR e plasma ocorreu em 4 de17 indivíduos (23,53%) e em 13 de 17 indivíduos (76,47%)possuíam seqüências idênticas nos dois compartimentos.Conclusão: Identificaram-se mudanças idênticas no LCR eno plasma, nas seqüências do HIV-1 na região do env, espe-cificamente na alça V3 principalmente no motivo central.

foi feita através de nefelometria. A presença dos anticorposanti-β2 glicoproteína I e anti-P ribossomal foi detectada porELISA. Resultados: Os anticorpos linfocitotóxicos foramdetectados principalmente em pacientes com a doença ati-va, ou seja, em 35 de 59 pacientes (59.3%) com LES ativoNP e em 23 de 49 pacientes (46.9%) com LES ativo não NP,enquanto apenas 4 de 30 pacientes (13.3%) com LES inati-vo e nenhum dos controles saudáveis apresentaram estesauto-anticorpos. A freqüência de anticorpos linfocitotóxi-cos em pacientes com LES ativo, considerados como umtodo ou estratificados em LES ativo NP e LES ativo não NPfoi significantemente aumentada em relação aos pacientescom LES inativo (p < 0,0001 para cada comparação). Ne-nhuma diferença significante foi observada quando com-parados os pacientes com LES ativo NP e com LES ativonão NP. Não houve estatisticamente significante entre ostrês grupos, em relação à linfopenia. No grupo com LESativo não NP, a linfopenia ocorreu de forma mais proemi-nente (p=0,026) nos pacientes com auto crossmatch positi-vo do que nos pacientes com auto crossmatch negativo.Nos 2 grupos com doença ativa, encontramos uma freqüên-cia de anticorpos linfocitotóxicos superior à ocorrência dosanticorpos anti-DNA nativo e/ou de complemento baixo.Nenhuma associação foi observada entre a presença dosanticorpos anti-β2 glicoproteína I ou anti-P ribossomal e aatividade do LES ou a presença de anticorpos linfocitotóxi-

Marcela Barros Magalhães FigueiredoOrientador: Prof.Dr. Paulo Louzada JúniorTese de Doutorado apresentada em 04/06/2007

Objetivos: Avaliar a presença de anticorpos linfoci-totóxicos em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico(LES), apresentando ou não manifestações neuropsiquiá-tricas, estratificados de acordo com a atividade da doença.Associar a presença de anticorpos linfocitotóxicos com acontagem de linfócitos no sangue periférico, a presença deanticorpos anti-DNA nativo e os níveis de complemento.Associar a presença de anticorpos linfocitotóxicos com aocorrência de anticorpos anti-β2 glicoproteína I e anti-Pribossomal. Pacientes e Métodos: Um total de 138 pacien-tes com LES, 59 com manifestações neuropsiquiátricas ati-vas (LES ativo NP), 49 com LES não neuropsiquiátrico ati-vo (LES ativo não NP) e 30 com a doença inativa, e 57controles saudáveis foram estudados. A atividade da do-ença foi avaliada através do �Systemic Lupus ErythematosusDisease Activity Index� (SLEDAI). A presença dos anticor-pos linfocitotóxicos foi pesquisada com a utilização de umensaio de microlinfocitotoxicidade dependente de comple-mento (método do auto crossmatch). A detecção dos anti-corpos anti-DNA nativo foi feita através de ensaio comCrithidia luciliae. A detecção dos níveis de complemento

ANTICORPOS LINFOCITOTÓXICOS NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO ESTÃO ASSOCIADOSCOM ATIVIDADE DA DOENÇA INDEPENDENTEMENTE DA PRESENÇA DE MANIFESTAÇÕES NEU-ROPSIQUIÁTRICAS

COMPARAÇÃO DO PERFIL GENÉTICO DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA TIPO 1 EMCOMPARTIMENTO SANGUÍNEO E LIQUÓRICO DE PACIENTES COM AFECÇÕES NEUROLÓGICAS

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cos. Conclusões: Os anticorpos linfocitotóxicos ocorrerammais freqüentemente em pacientes com LES Iativo do queem pacientes com a doença inativa, independentemente dapresença de manifestações neuropsiquiátricas, um achadoque é semelhante ao dos marcadores biológicos clássicosde atividade do lúpus (anti-DNA nativo e complemento).

Nós não encontramos qualquer associação entre a presen-ça dos anticorpos linfocitotóxicos e a presença de anticor-pos anti-β2 glicoproteína I ou anti-P ribossomal. Estes re-sultados indicam que a pesquisa da presença dos anticor-pos linfocitotóxicos pode ser uma ferramenta adicional útilpara a avaliação da atividade do LES.

das estas evidenciaram valores médios maiores para a po-sição sentada. A análise sobre a qualidade do sono nãoteve diferença estatisticamente significante para nenhumde seus índices, porém foi observado que o número dedespertares teve média maior para o grupo controle em re-lação ao DPOC. A porcentagem do tempo de ronco tambémteve média maior, porém para grupo DPOC quando compa-rado com o controle. A comparação feita entre os dois gru-pos para a quantidade do sono, evidenciou que o DPOCtem maior quantidade de %E3+4 e que a sua diferença éestatisticamente significante. O estudo da respiração du-rante o sono mostrou diferença significante para as duasvariáveis estudadas: O IDR (p = 0,022) foi significante emenor para o grupo DPOC e a porcentagem do tempo emque a saturação esteve menor que 90% (p = 0,028) foimenor e estatisticamente significante para o grupo contro-le. O índice de correlação de Pearson foi positivo e signi-ficante entre a diferença dos valores médios das duasposições estudadas do VEF1 e entre o T.%SatO2 < 90%(r = 0,677 e p = 0,031). A diferença das médias nas posiçõessentada e deitada do VRE também correlacionou positiva-mente com %E3+4 (r = 0,813 e p = 0,004) e com o TTS(r = 0,625 e p = 0,053). Conclusões: Pacientes DPOC dessa-turam à noite e o tempo de dessaturação não tem correla-ção com a PaO2 na vigília; a alteração postural do VEF1correlacionou com o tempo de dessaturação noturna; O VRaumenta na posição deitada, acompanhado de queda doVRE e manutenção da CRF; o VRE apresenta correlaçãopositiva com a quantidade de sono profundo nos pacien-tes com DPOC.

Carolina Farinelli Marçal LimaOrientadora: Profa. Dra. Geruza Alves da SilvaDissertação de Mestrado apresentada em 05/06/2007

Objetivos: Investigar previsores de dessaturação dosono; explorar o comportamento dos índices gasométricose espirométricos nas posições, sentada e deitada durante avigília; e estudar as características do sono e o comporta-mento da dessaturação noturna em indivíduos com DPOC.Metodologia: Foram formados dois grupos com 11 partici-pantes cada. O grupo de estudo foi composto por pacien-tes com DPOC e o grupo controle, por indivíduos saudá-veis. Em cada participante realizaram-se o exame de gaso-metria arterial primeiramente e em seguida a espirometria,ambos nas posições sentada e deitada, respectivamente.Depois de duas semanas a estes procedimentos, foi feita apolissonografia. Resultados: Na análise gasométrica, nãohouve diferença estatisticamente significante quando asduas posições foram comparadas em ambos os grupos.Houve diferença estatística entre os grupos DPOC e con-trole, mostrando que o segundo grupo estudado está den-tro dos critérios normais. Na espirometria, a comparaçãoentre as posições mostrou diferença estatística significan-te para a posição sentada, onde os valores das variáveisCV(p=0,008), VRE (p=0,005) e VEF1 (p=0,001) foram maio-res no grupo DPOC. O VR (p=0,022) também apresentoudiferença estatisticamente significante, porém seus valo-res foram maiores na posição deitada. O grupo controleapresentou diferença estatística para CV (p=0,033), VRE(p < 0,001), CRF (p=0,03) e FEF25-75% (p=0,004) onde to-

CARACTERIZAÇÃO DO PADRÃO VENTILATÓRIO DURANTE O SONO DE PACIENTES COMDOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE ISQUEMIA MIOCÁRDICA MICROVASCULAR E PROGRESSÃODA DISFUNÇÃO VENTRICULAR EM PACIENTES COM CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA

Flávio Cantarelli HissOrientador: Prof. Dr. Marcus Vinícius SimõesDissertação de Mestrado apresentada em 05/06/2007

O presente estudo objetivou estudar a participaçãoda isquemia miocárdica microvascular na progressão da dis-função segmentar/global do ventrículo esquerdo na car-

diomiopatia chagásica crônica. Foram investigados 38 por-tadores de cardiomiopatia chagásica crônica, com coronáriasnormais, de forma retrospectiva longitudinal em dois mo-mentos diferentes com intervalo médio de 5,6±1,5 anos,sendo a idade média inicial de 57±10 anos e tardia de 62±10anos. Os pacientes foram submetidos a estudos de cintilo-grafia miocárdica de perfusão e ecocardiograma bidimen-

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sional (ECO) nos dois momentos do estudo. Por meio dacintilografia miocárdica de perfusão foi possível estimar apresença de isquemia e fibrose, bem como, suas topografi-as, extensões e gravidade. O ECO permitiu a avaliação dafração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e o índicede mobilidade parietal segmentar. Os testes estatísticos uti-lizados para amostras paramétricas foram teste t pareado ecorrelação de Pearson e para amostras não-paramétricasteste de Wilcoxon e correlação de Spearman, além de testeexato de Fischer. A cintilografia miocárdica de perfusãoevidenciou a presença de isquemia através de defeitos per-fusionais reversíveis, sendo esta detectada, na avaliaçãoinicial (AI), em 22 (73,9%) pacientes, os quais apresenta-vam 54 segmentos envolvidos dos 646 analisados e exten-são/gravidade, calculada pelo índice do defeito, de3,4±3,4%. Já na avaliação tardia (AT) houve envolvimentode 12 pacientes com 20 segmentos acometidos e exten-são/gravidade de -0,2±4,1%, evidenciando diminuiçãosignificativa da isquemia ao longo do estudo (p=0,0069).Por outro lado, a fibrose regional miocárdica foi analisadaatravés dos defeitos perfusionais em repouso na cintilo-

grafia miocárdica de perfusão, evidenciando inicialmenteextensão/gravidade da fibrose de 5,6±5,3% e tardiamente9,6±8,5% e observando-se, portanto, um significante au-mento da fibrose (p=0,0006). Além disso, a análise topográ-fica, baseada em segmentos, da isquemia miocárdica na AIcorrelacionou-se com o aumento da fibrose regional na AT,sendo que dos 54 segmentos acometidos por isquemia, 36evoluíram para fibrose (p<0,0001). Já a função sistólica glo-bal do ventrículo esquerdo estimada pela FEVE ao ECOapresentou queda significativa entre as avaliações inicial(55 ± 10,6%) e tardia (49,8±12,9%) (p=0,0001). Adicional-mente, o desenvolvimento de fibrose regional miocárdicacorrelacionou-se com a deterioração da FEVE durante operíodo de observação (r=0,3337, p=0,0406). Assim, pode-mos concluir que a isquemia miocárdica microvascular secorrelaciona topograficamente com o desenvolvimento dafibrose regional miocárdica, bem como, esta aumenta emextensão e gravidade ao longo do tempo, independente-mente do estágio da cardiomiopatia chagásica crônica, ecorrelaciona-se com a progressão da disfunção ventricularsistólica.

A ENTROPIA APROXIMADA COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA NO ESTUDO DA VARIABI-LIDADE DA FREQÜÊNCIA CARDÍACA EM PACIENTES COM HIPERTENSÃO ARTERIAL PRIMÁ-RIA E DOENÇA DE CHAGAS

Kátia Cristiane NakazatoOrientador: Prof. Dr. Lourenço Gallo JúniorDissertação de Mestrado apresentada em 05/06/2007

Sabe-se que o coração é um órgão que encontra-sesob a influência do sistema nervoso autônomo para mantera homeostase do organismo, e a esse respeito, uma dassuas principais características é a modificação continua dasua freqüência batimento a batimento. Portanto, podería-mos enfatizar que a freqüência cardíaca é uma variável quepode ser mensurada de maneira não-invasiva, e com equi-pamentos simples e de baixo custo. Atualmente, com o ad-vento da computação digital, tem sido possível estudar avariabilidade da freqüência cardíaca, batimento a batimento(VFC), a partir da medida dos intervalos R-R do eletrocar-diograma convencional. Este método tem se mostrado cli-nicamente útil para se avaliar a regulação dos sistemas sim-pático e parassimpático, em muitas condições fisiológicas epatológicas. Ressalte-se, que a VFC tem se mostrado umaferramenta mais sensível para caracterizar o balanço auto-nômico do que a freqüência cardíaca (FC). Existem métodosbem conhecidos de quantificação das medidas de variabili-dade da freqüência cardíaca nos domínios do tempo e dafreqüência. Ambas as medidas têm sido úteis para certospropósitos médicos. Entretanto, a aplicação destes méto-dos pressupõe que os sistemas a serem analisados sejamlineares e de estado estacionário; condições que raramente

estão presentes nos sistemas biológicos. A entropia aproxi-mada (EnAp) da variabilidade da freqüência cardíaca tem semostrado um método sensível para caracterizar as medidasda dinâmica não-linear (NLD). Para se quantificar a VFC pormeio da EnAp foram estudados pacientes chagásicos e por-tadores de hipertensão (com pequenos graus de acometi-mento cardíaco), comparados a indivíduos saudáveis: 13indivíduos saudáveis com idade de 38 ±9 anos (media ±desvio padrão); 22 pacientes com doença de Chagas comidade de 51 anos± 9 anos; e 22 pacientes com hipertensãoarterial primaria com idade de 42±7 anos. Os pacientes foramestudados na ausência de medicações. Nós comparamos aEnAp e os parâmetros lineares (domínios do tempo e fre-qüência) em series temporais de intervalos R-R (de 15 minu-tos) em condições de repouso, antes e depois da transiçãoda posição horizontal para vertical (70°), ocorrida após arealização da manobra de mudança postural passiva(tilt-test). Nenhuma diferença estatisticamente significativafoi encontrada nas diferentes posições, tanto na compara-ção intra-grupo quanto na inter-grupo. Entretanto, compa-rando-se a VFC nas mudanças posturais, através de méto-dos não- lineares e lineares, somente a EnAp foi capaz dedetectar uma diminuição na resposta da VFC no grupo cha-gásico. A EnAp comparada a métodos lineares de análise daVFC mostrou uma maior sensibilidade para detectar dife-rentes graus de disfunção neural, como a que ocorreu nogrupo de pacientes chagásicos incluídos neste estudo.

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Bruno Ganem SiqueiraOrientador: Prof.Dr. José Antônio Marin-NetoTese de Doutorado apresentada em 06/06/2007

Introdução: Não existem estudos avaliando o com-portamento da reserva contrátil miocárdica (RCM) antes eapós uso de 2-bloqueador (BB) e sua correlação com capa-cidade de esforço (CE), perfusão miocárdica e qualidade devida (QV) em miocardiopatas não isquêmicos chagásicos(C) e não chagásicos (NC), permitindo o melhor entendi-mento dos benefícios do uso de BBs sobre a função ventri-cular e aspectos fisiopatológicos e etiológicos que por-ventura estejam envolvidos nesta interação. Objetivos:a) avaliar a presença e intensidade de RCM sob estímulocom dobutamina (DB) antes e após o uso de BBs; b) verifi-car a presença e intensidade de alterações perfusionais mio-cárdicas em repouso e transitórias e suas correlações coma RCM; c) identificar preditores de melhor resposta de fun-ção ventricular esquerda em repouso com uso de BB;d) verificar a correlação da RCM com CE e QV; e) compararintensidade e extensão dos defeitos perfusionais miocárdi-cos em repouso e transitórios antes e após BBs; f) compa-rar em grupos de pacientes C e NC, antes e após BBs, osvalores de RCM, a intensidade e extensão dos defeitosperfusionais miocárdicos, QV e CE. Métodos: Estudadosprospectivamente 30 pacientes portadores de IC crônicanão isquêmica (sem obstrução coronariana epicárdica sig-nificativa), C=13 e NC=17, ambos os gêneros (20 homens),idade = 53,6±10,7 anos, fração de ejeção do ventrículo es-querdo em repouso (FEVEr) = 28,4±7,1%, clinicamente es-táveis sob uso otimizado de medicamentos para IC à exce-ção de BBs. Os pacientes foram submetidos às seguintesavaliações antes e após BB: avaliação clínico-laboratorial,ventriculografia nuclear (VN) em repouso e sob estímulocom dobutamina nas doses de 5, 10, 20, 30 e 40: g/kg/min(avaliação de RCM(FEVE) = FEVE sob dobutamina � FEVEem repouso), cintilografia de perfusão miocárdica (avalia-ção do índice de gravidade perfusional em repouso � IGPr;diferença do IGP sob estresse e repouso � IGP(e-r); volu-mes ventriculares diastólico (VDFVE) e sistólico (VSFVE)finais do VE), teste cardiopulmonar em cicloergômetro (ava-liação do consumo máximo de oxigênio - VO2 max), teste decaminhada de 6 minutos (avaliação da distância percorridano TC6min � dTC6min) e questionário de qualidade de vidade Minnesota (avaliação da escore de QV - EQV). O BB foisuspenso escalonadamente ao longo de 7 dias antes darealização da segunda VN com dobutamina. Resultados: ARCM(FEVE) decresceu em média de aproximadamente 25%

entre as fases pré- e pós-BB (28,3±19,2 vs 21,2±15,5), em-bora a diferença não tenha sido estatisticamente significa-tiva (p=0,15). Na fase pré-BB, o pico de RCM(FEVE) ocor-reu com 20: g/kg/min de dobutamina, enquanto, na fasepós-BB, ocorreu com 10: g/kg/min. Não se observou dife-rença estatisticamente significativa no IGPr (16,3±9,2 vs17,6±9,2, p=0,25) e IGP(e-r) (-0,36±5,4 vs -0,1±4,1, p=0,82)pré- e pós-BB. Dos parâmetros avaliados (freqüência cardí-aca em repouso, FEVEr, VO2 max, dTC6min, etiologia chagá-sica, classe funcional da NYHA, VDFVE, VSFVE, IGPr, IGP(e-r) e EQV), a RCM(FEVE)(%) foi o único preditor de melhorade função sistólica ventricular esquerda com o uso de BB(5,6±4,5 vs 11,1±5,5, p=0,01). Observou-se correlação sig-nificante entre RCM(FEVE) vs FEVEr (r=0,43, p=0,01). OIGPr apresentou associação negativa significativa comFEVEr (r = -0,39, p = 0,02) e RCR(FEVE) (r = -0,48, p=0,007).Não houve correlação da IGP(e-r) com a FEVEr (r = -0,04,p = 0,82) e nem com a RCM(FEVE)max (r = 0,02, p = 0,89).Não se obteve correlação entre VO2 máximo e FEVEr (r =0,16,p=0,45). Entretanto, observou-se correlação positiva esta-tisticamente significante entre VO2max e RCM (FEVE) max(r=0,43, p=0,03). Observou-se correlação significativa en-tre EQV e RCM(FEVE)max (r = -0,57, p= 0,005). Antes doBB, os pacientes chagásicos e não chagásicos apresenta-ram valores semelhantes de FEVEr(%) (27,7±6,7 vs 29,0±7,6,p=0,61) e de RCM(FEVE)(%) (8,7±5,9 vs 11,5±6,8, p = 0,32).Contudo, os primeiros apresentaram menor RCM(FEVE)(%)(3,6±6,3 vs 12,6±5,2, p=0,001) após o uso crônico destamedicação, comparativamente aos segundos. Conclusões:a) No grupo de miocardiopatas não isquêmicos como umtodo, a magnitude de RCM não se modificou significativa-mente com uso crônico de BB. Contudo, o pico de RCM foiatingido mais precocemente (com menor dose de dobuta-mina) após BB; b) A RCM manteve correlação positivacom a FEVEr, VO2 max e escore de QV, e correlacionou-senegativamente com a gravidade e extensão das anormali-dades de perfusão miocárdica em repouso (interpretadascomo fibrose regional miocárdica); c) A RCM não apresen-tou correlação significante com a extensão e a gravidade deanormalidades de perfusão miocárdica transitórias; d) ARCM foi preditora de melhora da FEVEr com o uso crônicode BB em miocardiopatas não-isquêmicos; e) Não houvealteração na intensidade e extensão dos defeitos perfusio-nais miocárdicos em repouso e transitórios antes e após ouso crônico de BB; f) Miocardiopatas chagásicos apresen-tam menor magnitude de RCM após uso de BB quemiocardiopatas não-chagásicos para o mesmo grau de dis-função sistólica ventricular esquerda em repouso.

ESTUDO DA RESERVA CONTRÁTIL MIOCÁRDICA AVALIADA POR VENTRICULOGRAFIARADIOISOTÓPICA COM DOBUTAMINA NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NÃO ISQUEMICAANTES E APÓS O BLOQUEIO BETA-ADRENÉRGICO CRÔNICO

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Elaine Cristina de Freitas LeonelOrientador: Prof. Dr. Francisco José Albuquerque de PaulaTese de Doutorado apresentada em 06/06/2007

Devido à importância da descoberta de novosbiomateriais que possam auxiliar no fenômeno da cicatriza-ção dos diversos defeitos que possam acometer aos teci-dos ósseos, realizou-se a avaliação sobre a toxicidade locale sistêmica após a utilização do polímero de mamona comomaterial de preenchimento de defeitos ósseos criados natíbia de ratos. Para este propósito, empregou-se 60 animais,que foram divididos em cinco subgrupos, de acordo com operíodo de observação determinados, que foram 07, 15, 30,60, 120 e 240 dias. Além disto, utilizou-se de outros 20 ani-mais, que foram divididos em grupos de 30 e 60 dias deobservação para a avaliação das características mecânicasdo tecido neoformado. Em ambos os estudos, realizou-se acriação de defeitos ósseos em ambas as tíbias destes ani-mais, atingindo inclusive a região da cartilagem de cresci-mento. A seguir, grânulos do polímero de mamona foraminseridos em meio aos defeitos ósseos criados nas tíbiasdo lado esquerdo, originando então o grupo experimental,enquanto o grupo controle foi formado pelas tíbias do ladodireito dos animais que não nenhum tipo de material depreenchimento. Decorridos os períodos de observação de-

terminadas, os animais foram eutanasiados para a remoçãode ambas as tíbias e fragmentos do figado, rins, músculoesquelético e nervo periférico, sendo que a seguir prosse-guiram-se as tramitações laboratoriais de rotina para análi-se histológica. Além disto, antes do sacrifício dos animais,foram removidas amostras do sangue dos mesmos, paraavaliação bioquímica-enzimática de parâmetros (AST, ALT,ALP, LDH, CK, CREA, BUN e Ca) associados a verificaçãoda manutenção de processos fisiológicos dos diversos ór-gãos e sistemas. Os resultados mostraram que o polímerode mamona apresentou-se como um material atóxico, nãocausando alterações dos parâmetros bioquímico-enzimáti-cos avaliados, assim como dos fragmentos tecidos removi-dos que não mostraram alterações nas características mor-fológicas dos mesmos. Sinais de reação inflamatória ou decorpo estranho não foram evidenciados em nenhum dosperíodos analisados. Encontrou-se também que o polímerode mamona auxiliou no processo cicatricial, atuando comoum osteocondutor. Além disto, ficou claro que o polímerode mamona estava sendo lentamente reabsorvido e substi-tuído por tecido ósseo maduro. Desta forma, concluiu-seque o polímero de mamona mostrou-se como um materialatóxico, biocompatìvel e que promoveu a neoformação ós-sea em meio a defeitos criados experimentalmente na tíbiade ratos.

sinais, sintomas e alterações laboratoriais que auxiliem nodiagnóstico da doença; avaliar a correlação entre a viremiae a produção de diferentes citocinas e a correlação destasvariáveis com o grau de gravidade das alterações clínicas elaboratoriais. De janeiro a julho de 2003, 80 pacientes comsuspeita clínica de dengue foram submetidos a uma avalia-ção clínica e laboratorial. A primeira avaliação dos pacien-tes foi realizada no período entre 2 e 19 dias após o iníciodos sintomas, em média 7,1 dias. Do total de pacientes in-cluídos, 52 (65%) apresentaram confirmação laboratorial dodiagnóstico da dengue através da detecção de anticorposdo tipo IgM específicos por MAC-ELISA ou da presençade material genético do vírus por RT-PCR. A distribuiçãoem relação ao sexo e idade foi bastante semelhante entre osdois grupos (pacientes com dengue e pacientes com ou-tras patologias febris). A maioria dos pacientes com confir-mação laboratorial do diagnóstico de dengue (60%) era deadultos jovens, com idades variando entre 21 e 40 anos. Areação em cadeia da polimerase foi positiva em 20 das 47amostras positivas pela sorologia, com identificação ape-

Renata Teodoro NascimentoOrientador: Prof. Dr. Benedito Antônio Lopes da FonsecaDissertação de Mestrado apresentada em 06/06/2007

A dengue é a doença mais importante causada porarbovírus no mundo. Com a introdução do sorotipo 3 noBrasil, a incidência de casos da doença, especialmentedas formas hemorrágicas, aumentou de maneira significati-va, representando um grave problema de saúde pública nopaís. A infecção pelos vírus dengue desencadeia diferen-tes síndromes clínicas, incluindo doença febril indiferen-ciada, dengue clássica e a febre hemorrágica do dengue/síndrome do choque do dengue. Os sinais e sintomas dadoença podem sobrepor-se àqueles encontrados em ou-tras patologias febris agudas, tomando seu diagnósticobaseado apenas em critérios clínicos pouco confiáveis.Apesar da grande quantidade de estudos, os mecanismosenvolvidos na patogenia das infecções pelos vírus denguepermanecem pouco compreendidos. O presente estudo foirealizado com os seguintes objetivos: identificar possíveis

ANÁLISE CLÍNICA E LABORATORIAL DE CASOS SUSPEITOS DE DENGUE E CORRELAÇÃO DAGRAVIDADE DESTES CASOS COM NÍVEIS SÉRICOS DE CITOCINAS CIRCULANTES E CARGAVIRAL DO VÍRUS DENGUE

AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE LOCAL E SISTÊMICA APÓS UTILIZAÇÃO DO POLÍMERO DEMAMONA PARA O PREENCHIMENTO DE DEFEITOS ÓSSEOS

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José Henrique Pignatti dos SantosOrientador: Prof. Dr. Jorge Elias JuniorDissertação de Mestrado apresentada em 12/06/2007

O uso de sistemas eletrônicos informatizados comoapoio às atividades de pesquisas e ensino em medicinaconsolida-se como uma ferramenta de acesso às informa-ções relacionadas a diversas categorias, em particular, a deexames, no entanto, seus achados e laudos, em geral, estãodisponíveis sob o formato não estruturado, isto é, de textolivre ou narrativo, elaborados em diferentes estilos de reda-ção e vocabulário o que dificulta a sua classificação e con-seqüente recuperação. Neste contexto faz se necessário o

desenvolvimento de uma ferramenta de indexação destesdados de maneira a possibilitar a sua localização precisa. Apartir da comparação de duas abordagens, quais sejam aestruturação dos conteúdos narrativos dos laudos dos exa-mes pela geração de �índices remissivos� e utilização deum produto como ORACLE CONTEXT OPTION foi pos-sível a criação de índices de pesquisa e recuperação destasinformações de maneira eficiente principalmente conside-rando o desempenho das consultas submetidas ao bancode dados. Os beneficios que esta implementação pro-porciona são inúmeros e vão desde o auxílio a diagnósti-cos a partir de estudos de casos similares até estatísticasde ocorrência de determinadas patologias relacionadas àscaracterísticas dos pacientes.

nas do sorotipo 3 do vírus dengue. Das 40 amostras IgMpositivas submetidas a RT -PCR em tempo real, 17 forampositivas, com detecção e quantificação de material genéti-co do vírus dengue. Febre, cefaléia, dor retro-orbitária, ar-tralgia, dores no corpo, presença de exantema acompanha-do ou não de prurido, leucopenia, plaquetopenia, e eleva-ção de transaminases e de gama-GT foram as alteraçõesclínicas e laboratoriais mais freqüentes entre os pacientescom confirmação laboratorial do diagnóstico da dengue.As variáveis que apresentaram simultaneamente elevadassensibilidades e especificidades para o diagnóstico forampresença de exantema, leucopenia, plaquetopenia, e eleva-ção de TGO. Apenas 3 pacientes preencheram os critériospara o diagnóstico de febre hemorrágica do dengue e to-dos apresentaram evolução para cura. Os níveis séricos deTNF-α, IL-5 e IL-12 não mostraram correlação com o graude alterações laboratoriais entre os pacientes com diag-nóstico confirmado da doença. Não houve diferença signi-ficativa entre os níveis séricos de TNF-α ao comparar paci-entes com e sem confirmação laboratorial de dengue. Ní-

veis séricos de IL-5 foram detectados em maior proporçãoem amostras de pacientes com confirmação laboratorial dodiagnóstico. Houve correlação entre a viremia do vírus den-gue e apenas duas variáveis: a intensidade da dor quanti-ficada pela escala visual analógica e os níveis séricos de IL-5. O presente estudo é o primeiro no Brasil a avaliar a corre-lação entre a viremia e o padrão de citocinas produzidos empacientes infectados pelo vírus dengue. Os resultados aquiapresentados corroboram a hipótese de que apesar da com-provação do auxílio de algumas alterações clínicas e labo-ratoriais na suspeita diagnóstica, a confirmação dos casosdepende de métodos diagnósticos específicos para o vírusdengue. Os dados encontrados sugerem a correlação entrea presença de citocinas de um padrão de resposta imune dotipo Th-2 e maiores cargas virais do vírus dengue. Novosestudos que avaliem a relação entre a produção de outrosmediadores da resposta Th-2 e a cinética da viremia duran-te as infecções por dengue, podem ser úteis para uma me-lhor compreensão dos mecanismos imunopatológicos dadoença.

BASE DE DADOS ESTRUTURADA PARA PESQUISA DE LAUDOS NO AMBIENTE

EFEITO DO TRATAMENTO COM O HORMÔNIO DO CRESCIMENTO (GH) DEPOT SOBRE AREMODELAÇÃO ÓSSEA E ULTRA-SONOMETRIA DE CALCÂNEO NO NANISMO POR MUTA-ÇÃO NO GENE DO GHRH-R

Miburge Bolívar Gois JúniorOrientador: Prof. Dr. Francisco José Albuquerque de PaulaDissertação de Mestrado apresentada em 27/06/2007

O hormônio de crescimento (GH) e o fator de cresci-mento semelhante à insulina (IGF-I) são peptídeos que apre-sentam uma importante ação sobre a divisão, diferenciaçãoe proliferação nas células ósseas. Pacientes adultos comdeficiência do GH (DGH) apresentam baixa densidade mine-

ral óssea e aumento do risco de fraturas. Estudos demons-traram que a ação do GH sobre o metabolismo ósseo ocorrede forma bifásica e não há evidências do papel do GH sobrea resistência óssea em indivíduos com DIGH. O objetivo doestudo atual foi avaliar a atividade de remodelação ósseapor meio dos marcadores de formação e reabsorção do ossoe a resistência óssea por meio da técnica de ultra-sonometriaquantitativa de calcâneo: antes, durante e após terapia comGH de longa duração (GH Nutropin depot ®) em indivíduos

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adultos com DIGH com uma mutação que inativa o gene doreceptor do GHRH (GHRH-R) (IVS1+1 GWA). Foram estu-dados 10 homens e 10 mulheres com DIGH e 20 controles, 10homens e 10 mulheres saudáveis. A idade dos pacientes emambos os grupos variou entre 22 a 76 anos e o tempo deaplicação da terapia com GH no grupo DIGH foi de 6 meses,com posterior retirada da terapia. Os indivíduos não podiamapresentar histórico clínico de patologias metabólicas, pa-tologias ósseas, fraturas, imobilizações, história de alcoo-lismo e tabagismo ou em uso de terapia com anticonvulsi-vantes, corticoterapia, contraceptivo e reposição hormonal.Os indivíduos foram avaliados quanto ao metabolismo ós-seo através do marcador de formação óssea osteocalcina ede reabsorção ICTP no grupo DIGH. A resistência óssea foiavaliada através do aparelho de ultra-sonometria quantitati-va USQ (Achilles In Sight) através do T-score e do�Stiffness� em valores absolutos. Os marcadores de remo-delação óssea e de ultra-sonometria de calcâneo no grupoDIGH foram realizada nos tempos: Basal (A0), 6 meses pós-GH (A6) e 6 meses (A12) e 12 meses (A18) após retirada daterapia. O grupo controle foi avaliado através do ultrassomde calcâneo nos tempos: basal (C0) e 12 meses (C12) aolongo do estudo. Os valores do IGF-I (p<0,001) foram maio-

res no tempo (A6) em relação aos valores iniciais. A análisedos marcadores de remodelação óssea demonstrou que aosteocalcina no grupo DIGH aumentou no tempo (A6)(p<0,001) e permaneceu alta no sexto mês após retirada daterapia (A12) (p<0,001) em relação ao período (A0). Os valo-res do ICTP foram maiores no tempo 6 meses pós-GH (A6)(p<0,001) em relação ao período (A0). Em relação à ultra-sonometria no grupo DIGH, os T-scores do Stiffness forammaiores nos tempos (A12) (p=0,04) e (A18) (p=0,04) apósretirada da terapia em relação ao período (A0). Não houvediferença no Stiffness em valores absolutos nos indivíduosdo grupo DIGH ao longo do estudo. O grupo DIGH apre-sentou valores T-score e Stiffness em valores absolutosmenores que os dos controles nos tempos (A0xC0) (p<0,001)e (p=0,04) e valores do Stiffness nos períodos (A12xC12)(p=0,04) ao longo do estudo. Nossos resultados indicamque a terapia com GH Nutropin depot induziu aumento sig-nificativo nos marcadores de remodelação óssea e melhorasignificativa em parâmetros ultra-sonométricos nos indiví-duos DIGH e o aumento foi mais marcante no parâmetro deformação óssea. Após 12 meses sem o tratamento de GHdepot o efeito sobre o metabolismo e resistência óssea foimantido.

ESTUDO DA CONTRATILIDADE DA MUSCULATURA DO ASSOALHO PÉLVICO E DAS DISTÂN-CIAS E ANGULAÇÕES LOMBO-SACRAIS E PÉLVICAS DE MULHERES IDOSAS

Lislei Jorge PatrizziOrientador: Prof. Dr. Eduardo FerriolliTese de Doutorado apresentada em 28/06/2007

O assoalho pélvico humano é uma estrutura muscu-lar complexa. Relaciona-se diretamente com a cavidadepélvica e segmento lombo-sacral da coluna vertebral. O pre-sente estudo tem por objetivo avaliar a contratilidade doassoalho pélvico e as distâncias e angulações lombo-sa-crais e pélvicas de mulheres idosas e de meia idade. A ca-suística foi constituída por 40 mulheres que foram divididasem dois grupos: o Grupo I, composto por 22 mulheres comidade média de 71,5 anos (variação de 65 a 84 anos), e oGrupo II, composto por 18 mulheres com idade média de45,6 anos (variação de 34 a 55 anos). Todas seguiram umprotocolo de avaliação clínico-funcional individual consti-tuído de oito partes: (1) identificação das pacientes, (2) ava-liação antropométrica parcial, (3) avaliação de queixas clíni-cas, (4) anamnese, (5) exame genital, (6) perineometria digi-tal, (7) eletromiografia de superfície e (8) ressonância mag-nética. Os resultados mostram menor força muscular nasmulheres do Grupo I quando comparado com as mulheresdo Grupo II (p=0,006), menor distância do assoalho pélvicoà bexiga ao repouso e sob esforço nas mulheres do Grupo I(p=0,001) e correlação entre (1) idade e número de gesta-ções (r=0,41 e p=0,008) (2) idade e número de partos (r=0,36

e p=0,02), (3) idade e contração muscular sustentada(r=-0,35 e p=0,02), (4) idade e força muscular (r=-0,42 ep=0,006), (5) índice de massa corpórea e força muscular(r=0,44 e p=0,004), (6) contração muscular não sustentada eforça muscular (r=0,43 e p=0,005), (7) contração muscularsustentada com força muscular (r=0,42 e p=0,007) e (8) con-tração muscular não sustentada e contração muscular sus-tentada (r=0,88 e p<0,001). Também observou-se correla-ção significativa entre (1) diâmetro ântero-posterior e ângu-lo de inclinação pélvica (r=0,34 e p=0,03), (2) ângulo lombosacral e ângulo de inclinação pélvica (r=-0,40 e p=0,009) e(3) distância do assoalho pélvico à bexiga em repouso edistância do assoalho pélvico à bexiga sob esforço (r=0,77e p<0,001). Concluímos que (1) a força muscular do assoa-lho pélvico de mulheres idosas é inferior quando compara-da com mulheres de meia idade, (2) a habilidade para a con-tração muscular sustentada e não sustentada da muscula-tura do assoalho pélvico avaliada por meio de eletromiogra-fia de superfície não se mostrou significativamente diferen-te entre os grupos avaliados, (3) as medidas das distânciase angulações pélvicas e lombo-sacrais não são diferentesentre os grupos avaliados, (4) a distância assoalho-pélvicobexiga em repouso e sob esforço é menor nas mulheres ido-sas e (5) não existe correlação entre as medidas das distân-cias e angulações pélvicas e lombo-sacrais com a contratili-dade da musculatura do assoalho pélvico.

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EFEITOS DO CONSUMO DE SUPLEMENTOS PROTÉICOS NOS NÍVEIS DE HEMOCISTEÍNA EMPRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA DE ACADEMIAS DE RIBEIRÃO PRETO-SP

Gisele Sales GomesOrientador: Prof. Dr. Alceu Afonso Jordão JúniorDissertação de Mestrado apresentada em 29/06/2007

A homocisteína, um aminoácido não essencial quecontém enxofre, é proveniente da metionina, através do con-sumo de proteína da dieta. Concentrações plasmáticas au-mentadas de homocisteína e baixas em folato e B12, vitami-nas presentes no metabolismo do aminoácido, estão as-sociadas ao risco aumentado de doença vascular. O objeti-vo do trabalho foi avaliar o nível de homocisteína em prati-cantes de atividade física, em uso de suplementos protéicos,na cidade de Ribeirão Preto-SP. O trabalho foi dividido emduas fases, sendo que a primeira consistia em um levanta-mento sobre o consumo de suplementos nas academias(n=102). Para a segunda fase, foram selecionados 30 indiví-duos do sexo masculino, que foram encaminhados à Unida-

de Metabólica do HCFMRP-USP/RP para coleta de dadosreferentes à composição corporal (IMC, bioimpedância elé-trica e pregas cutâneas), exames bioquímicos (homocisteí-na, folato, vitamina B12, além de colesterol, HDL-col, trigli-cérides, glicemia e creatinina) e avaliação da dieta (recorda-tório de 24 horas e questionário de frequência alimentar).Posteriormente, estes indivíduos foram distribuídos em 3grupos: controle, protéico e protéico-energético. Eviden-ciou-se que a maior parte dos entrevistados (52%) utilizavaalgum tipo de suplemento. A composição corporal foi seme-lhante entre os grupos, sem modificação pelo uso do suple-mento. Os exames bioquímicos estavam adequados para amaior parte dos indivíduos, não havendo diferença entre osgrupos. Houve uma elevada ingestão de proteína e baixa defolato e vitamina B12 na dieta. Conclui-se do trabalho que ainadequação da dieta ou o uso de suplementos protéicosou protéico-energético não modificou os níveis de homo-cisteína e nem a composição corporal.

FARMACOLOGIA

MECANISMOS ENVOLVIDOS NA HIPORREATIVIDADE VASCULAR À ANGIOTENSINA IIASSOCIADA À GRAVIDEZ EM RATAS

José Wilson do Nascimento CorrêaOrientadora: Profa. Dra. Maria Cristina de Oliveira SalgadoDissertação de Mestrado apresentada em 12/04/2007

Ao final da gestação de ratas se observa hiporreati-vidade a agentes constritores que tem sido atribuída à pro-dução alterada de fatores endoteliais, como óxido nítrico(NO) e prostanóides. Nesse estudo investigou-se a pos-sível participação dos derivados da sintase do NO (NOS) eciclooxigenase (COX) nas alterações de reatividade vascu-lar a angiotensina (Ang) II em vasos isolados de ratas grávi-das (19º-20º dia de gestação, G) e não grávidas (fase estrodo ciclo estral, NG) de mesma idade. Também foi avaliada acontribuição relativa de receptores AT2 da Ang II, cuja ati-vação poderia resultar em atenuação da resposta vasocons-tritora induzida pela ativação dos receptores AT1 da Ang II,na resposta deprimida a este peptídeo durante a gravidez.Após determinação da pressão arterial média (PAM), foramobtidas curvas concentração-efeito ou dose-resposta para

a Ang II em anéis de aorta com ou sem endotélio e leitoarterial mesentérico (LAM) isolados de ratas G e NG, napresença ou ausência dos antagonistas dos receptores AT1(losartan, 1 µM) e AT2 (PD123,319, 1 µM), dos inibidores daciclooxigenase (diclofenaco, 10 µM) e da NOS (L-NNA, 100ou 200 µM) isoladamente ou em associação. A pressão arte-rial das ratas G mostrou-se acentuadamente reduzida se com-parada àquela de NG. As respostas vasoconstritoras à AngII demonstraram um padrão concentração (aorta) ou dose-dependente (LAM) e se mostraram significativamente redu-zidas em preparações de G em relação às de NG. Losartanpromoveu um bloqueio reversível dos efeitos contráteis àestimulação por Ang II, enquanto que PD 123,319 não alte-rou significativamente tais respostas nos territórios vascu-lares avaliados. Em anéis de aorta, a remoção da camadaendotelial potencializou as respostas contráteis à Ang II,mas não igualou as respostas de G àquelas de NG; o mesmofoi observado na presença de LNNA ou da associação deLNNA e diclofenaco. O diclofenaco não modificou as res-postas para Ang II tanto em anéis de ratas G como NG. Em

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LAM, a inibição da COX por diclofenaco sódico além denão reverter a hiporreatividade à Ang II observada em ratasG atenuou ainda mais as respostas vasoconstritoras à AngII. O tratamento com LNNA aboliu a hiporreatividade obser-vada para a Ang II em LAM de ratas G, tornando as respos-tas semelhantes àquelas de NG. Diclofenaco ou LNNA iso-ladamente não modificaram as respostas à Ang II no LAM

de ratas NG. Por outro lado, a associação de ambos reduziuas respostas à Ang II de NG sem alterar aquelas de G. Aprodução de NO endotelial, e não a de prostanóides ouativação dos receptores AT2, é fator decisivo para o desen-volvimento da hiporreatividade à Ang II observada em LAMde ratas G. Na aorta, além do NO, outros fatores parecemestar envolvidos.

17Ac, soro anti-TNF-α,, IL-12 ou indo e exacerbada pelaPGE2. Posteriormente, foi confirmado que os mecanismosenvolvidos com a MN induzida pela IL-23 para a cavidadeperitoneal eram os mesmos para cavidade articular. A seguir,foi observado que a MN induzida pela administração, i.a.,de IL-17 foi inibida por MK886, soro anti-TNF-α, repertaxi-na e KCAc e LIXAc, porém não foi alterada pela indo e peloIL-1Ra. Assim, o conjunto dos nossos dados associados aresultados anteriormente obtidos por nosso grupo de pes-quisa nos permite sugerir que a MN induzida por mBSApara a cavidade articular ocorra por um mecanismo depen-dente da liberação seqüencial de IL-23, IL-17, quimiocinas(LIX e KC), TNF-α, e LTB4. E ainda que, paralelamente, aIL-23 possa agir por acentuar a produção de IL-17 atravésda indução da produção de IL-1β, e PGE2, esta última atuan-do através da inibição a produção de IL-12/IFN-γ,. Em umasegunda etapa deste estudo, foi verificado que a hipernoci-cepção mecânica observada no modelo depende de IL-23,agindo via liberação de IL-17 e prostanóides, visto que:1) IL-23Ac ou IL-17Ac e indo inibiram a hipernocicepçãoobservada no modelo, e; 2) IL-17Ac e indo inibiram a hiper-nocicepção induzida pela IL-23. Em conclusão, este traba-lho contribui para a elucidação, ao menos em parte, dosmecanismos ativados pela IL-23 para induzir MN e hiperno-cicepção mecânica em uma resposta inflamatória imune, su-gerindo assim diferentes abordagens terapêuticas para do-enças cuja patogênese seja dependente da IL-23.

Henrique de Paula LemosOrientador: Prof. Dr. Fernando de Queiróz CunhaDissertação de Mestrado apresentada em 25/04/2007

No presente trabalho foram investigados os pos-síveis mecanismos de participação da IL-23 em induzir ahipernocicepção e a migração de neutrófilos (MN) observa-das em um modelo murino de inflamação de origem imune.Inicialmente, foi observado que a administração, i.p., deIL-23 induziu MN, a qual foi inibida por anticorpos (Ac)anti-IL-17, IL-1Ra, soro anti-TNF-α, MK886, indometacina(indo), etoricoxibe, IL-12 e IFN-γ, e exacerbada pela PGE2.Ademais, a IL-23 induziu a expressão de COX-2 por célulasperitoneais. A PGE2 também exacerbou, enquanto a IL-12 e aindo inibiram a produção de IL-17 induzida pela IL-23 emcultura de células peritoneais. A indo não inibiu a MN indu-zido pela IL-23 em camundongos deficientes tanto para a IL-12 quanto para o IFN-γ,. Estes resultados sugerem o envol-vimento de IL-17, TNF-α,, IL-1β, LTB4 e prostanóides naMN induzida pela IL-23. Além disso, também sugerem que aPGE2 produzida por COX-2 em resposta à IL-23 promova talmigração por exacerbar a produção de IL-17 através da inibi-ção da produção de IL-12 e IFN-γ,. A seguir, foi verificadoque a MN para a cavidade articular observada no modelo deinflamação imune induzida pela imunização e desafio (i.a.)de camundongos com mBSA foi inibida por IL-23Ac e IL-

PAPEL DA IL-23 NO RECRUTAMENTO DE NEUTRÓFILOS E HIPERNOCICEPÇÃO MECÂNICAEM MODELO DE INFLAMAÇÃO IMUNE INDUZIDA POR mBSA

PROTEASES MASTOCITÁRIAS E ALTERAÇÕES NA EXPRESSÃO DE RECEPTORES B2 PARAA BRADICININA: REPERCUSSÕES FUNCIONAIS NO LEITO CORONARIANO DE CORAÇÕESSUBMETIDOS À SOBRECARGA PRESSÓRICA

como aumentos na densidade mastocitária e na expressãode receptores do subtipo B2 para a bradicinina (BK). Ainda,tem-se demonstrado que leitos vasculares isolados sãocapazes de secretar proteases envolvidas no processamen-to de peptídeos vasoativos, o que permanece por ser es-tudado no leito coronariano. No presente estudo utiliza-

Luiz Borges Bispo-da-SilvaOrientadora: Profa. Dra. Maria Cristina de Oliveira SalgadoTese de Doutorado apresentada em 10/05/2007

O desenvolvimento da hipertrofia cardíaca é acom-panhado de inúmeras alterações precoces no coração, tais

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mos um modelo de hipertrofia cardíaca induzida pela so-brecarga de pressão com o objetivo de: (i) avaliar se a des-granulação mastocitária é capaz de alterar a reatividadevascular do leito coronariano à angiotensina (Ang) I e II;(ii) se o aumento na expressão de receptores B2 cardía-cos apresenta alguma repercussão funcional no leito co-ronariano; (iii) se o coração é capaz de secretar proteasesque estejam envolvidas no processamento de Ang I e BK.Para tanto, foram utilizados ratos Wistar submetidos à fal-sa-cirurgia (FO) ou à coarctação da aorta abdominal supra-renal (COA). Os corações dos animais foram removidospara análises morfológicas, bioquímicas e funcionais, 1ou 7 dias após a cirurgia. A COA causou um aumento napressão arterial média dos animais no 1ºe 7º dias após acirurgia, no entanto, observou-se um aumento no diâmetrodo cardiomiócito apenas no 7º dia. A COA não alterou adensidade mastocitária em nenhum dos tempos avaliados.A desgranulação mastocitária com o composto 48/80 nãoalterou a reatividade do leito coronariano à Ang I (napresença de lisinopril, um inibidor da enzima conversorade angiotensina � ECA), nem à Ang II nos grupos FO eCOA, 7 dias após a cirurgia. Atividades proteolíticas sobrea Ang I e BK são detectadas nos perfusatos cardíacos deanimais FO e COA, 1 dia após a cirurgia. Dados obtidoscom a utilização de inibidores de proteases sugerem ativi-dades predominantes que podem ser atribuídas à ECA e àscarboxipeptidases do tipo A (metabolismo de Ang I), e àECA e às carboxipeptidases do tipo B (metabolismo de BK).Experimentos realizados com perfusatos coletados no perí-

odo de estabilização e durante 2 h de reperfusão, sugeremque o coração não acumula atividades proteolíticas, masque este possua um contingente de enzimas, as quais dei-xam o coração durante a perfusão com o líquido nutriente.A COA alterou apenas a contribuição relativa das protea-ses envolvidas no metabolismo da BK. A desgranulaçãomastocitária não alterou o perfil proteolítico dos perfusa-tos sobre a Ang I e BK. A COA aumentou a expressão doRNAm dos receptores B2 cardíacos, 1 dia após a cirurgia;entretanto, a maioria dos animais submetidos à COA apre-sentou uma hiporreatividade do leito coronariano à BK,trifosfato de adenosina (ATP) e nitroprussiato de sódio(NPS). Ainda, há correlação entre a pressão de perfusãobasal do leito e a resposta vasodilatadora aos diferentesagentes no grupo FO, a qual encontra-se comprometida ouausente no grupo COA. O L-NAME, um inibidor da sintasedo óxido nítrico, reverteu a hiporreatividade ao NPS, masnão ao ATP. Assim, nossos dados sugerem que: a desgra-nulação mastocitária não é capaz de modular a resposta doleito arterial coronariano à Ang I, apesar das proteasesmastocitárias aparentemente não deixarem o sítio de depo-sição após ativação celular; que o aumento da expressãodos receptores B2 não possui repercussão funcional sobreesse território vascular, o qual apresenta alterações na ca-pacidade vasodilatadora. Essas alterações podem estar as-sociadas, em parte, a um aumento na síntese e/ou liberaçãode óxido nítrico. Por fim, sugerem que o coração possui umcontingente de enzimas solúveis capazes de metabolizarAng I e BK.

METABOLISMO DA BRADICININA, ANGIOTENSINA I E II NOS PERFUSATOS DOS LEITOSARTERIAIS MESENTÉRICO E CARDÍACO DE RATOS NORMOTENSOS E ESPONTANEAMENTEHIPERTENSOS

Disney Oliver Sivieri JuniorOrientadora: Profa. Dra Maria Cristina de Oliveira SalgadoTese de Doutorado apresentada em 18/05/2007

Os leitos vasculares podem exercer papel fundamen-tal na liberação de proteases solúveis importantes para ometabolismo local de peptídeos vasoativos. Nesse senti-do, o presente trabalho teve como objetivos avaliar e ca-racterizar as possíveis proteases solúveis liberadas pelosleitos cardíaco e arterial mesentérico que atuam no proces-samento de bradicinina (BK), angiotensina (Ang) I e II e,ainda, verificar se a hipertensão espontânea altera o perfilproteolítico dos perfusatos. Para isso, os leitos vascularesforam isolados de ratos normotensos Wistar e espontane-amente hipertensos (SHR) e perfundidos em sistema fecha-do durante 2 h. Os perfusatos foram coletados, concentra-dos e incubados com BK, Ang I e II. Os produtos das rea-ções foram analisados através de HPLC na presença e na

ausência de inibidores de proteases. Os resultados obti-dos no presente trabalho mostraram que os perfusatos deleitos arteriais mesentéricos, tanto de animais normoten-sos quanto de SHR, possuem maior atividade proteolíticacapaz de metabolizar Ang I, II e BK, quando comparadosaos perfusatos cardíacos. Os perfis proteolíticos dos per-fusatos mesentéricos de animais normotensos e hiperten-sos são qualitativamente similares, diferindo somente nasquantidades dos fragmentos gerados. A principal ativida-de proteolítica observada nos perfusatos mesentéricos,sobre o metabolismo da BK, está relacionada às carboxi-peptidases do tipo B. Nesses perfusatos, a Ang I e II sãometabolizadas preferencialmente por serinoproteases sen-síveis à quimostatina e carboxipeptidases insensíveis aoMGTA, inibidor de carboxipeptidases do tipo B. No entan-to, o estado hipertensivo altera o perfil de consumo para aAng I e II nos perfusatos mesentéricos de animais SHR.Embora a enzima conversora de angiotensina (ECA) não

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esteja presente nos perfusatos mesentéricos, é a principalatividade enzimática formadora de Ang II nos perfusatoscardíacos. O estado hipertensivo diminui o metabolismo deAng II e BK nos perfusatos cardíacos. Ainda, outra dife-rença importante está relacionada à formação do fragmentoAng 5-10 a partir de Ang I que aparece somente nas rea-ções com perfusatos cardíacos de animais normotensos,mostrando que esta atividade proteásica está ausente nosperfusatos de SHR. Contudo, a principal atividade proteo-lítica sobre o metabolismo de BK nos perfusatos cardíacos

está relacionada às endopeptidases insensíveis ao fosfo-ramidon. Interessantemente, foram observadas atividadesrelacionadas à endopeptidase neutra nos perfusatos cardí-acos até então não descritas na literatura. É importante sa-lientar que o presente trabalho traz informações relevantessobre as proteases solúveis secretadas pelos leitos vascu-lares, as quais podem participam no metabolismo de peptí-deos vasoativos que estão na luz do vaso, reforçando acontribuição tecido-específica das enzimas que atuam nossistemas calicreína-cinina e renina-angiotensina locais.

SCPdl de antagonistas mGluR de grupo I, o ácido (RS)-1-Aminoaidan-1,5-dicarboxílico (AIDA) e o 22-Metil-6-(feniletinil)-piridina (MPEP), no comportamento de animaissubmetidos a dois modelos de ansiedade, o labirinto emcruz elevado (LCE) e o teste de lamber punido de Vogel.Adicionalmente, verificamos nos dois modelos o efeito do(S)-3-carboxy-4-hydroxyphenylglycine (S)-4CPG), uma dro-ga antagonista do mGluR de grupo I e agonista de mGluR degrupo II.

Os resultados mostraram que tanto o AIDA quantoo MPEP, mas não o (S)-4CPG, aumentaram a exploração dosbraços abertos do LCE e o número de lambidas no teste deVogel . Eles sugerem, portanto, que o antagonismo de re-ceptores mGluR do grupo I na SCPdl produz efeito ansiolítico.

Vivian Cristina Fontaniva de LimaOrientador: Prof. Dr. Francisco Silveira GuimarãesDissertação de Mestrado apresentada em 18/05/2007

Trabalhos anteriores sugerem que receptores meta-botrópicos de glutamato (mGluR) podem modular reaçõesdefensivas na substância cinzenta periaquedutal dorsola-teral (SCPdl). No entanto, os estudos até o momento envol-veram a administração direta de agonistas mGluR, não sen-do possível determinar se a ativação deste grupo de recep-tores na SCPdl tem papel relevante na modulação de rea-ções defensivas quando os animais são expostos a eventosameaçadores. Assim sendo, o principal objetivo deste pro-jeto foi o de verificar o efeito da administração direta na

PAPEL DE RECEPTORES METABOTRÓPICOS DE GLUTAMATO LOCALIZADOS NA SUBSTÂN-CIA CINZENTA PERIAQUEDUTAL DE RATOS NA MODULAÇÃO DE RESPOSTAS DEFENSIVAS

EFEITO DOS AGONISTAS βββββ-ADRENÉRGICOS SOBRE O RELAXAMENTO VASCULAR EMAORTA DE RATOS HIPERTENSOS RENAIS (2R-1C)

O relaxamento induzido pela isoprenalina foi menorem aorta de ratos 2R-1C que de ratos 2R, independente-mente do agonista contrátil utilizado, indicando que existeum prejuízo no relaxamento induzido pelo agonista β-adre-nérgico na hipertensão arterial. O relaxamento induzido pelaforscolina, ativador direto da enzima adenilato ciclase foisemelhante entre aortas de ratos 2R-1C e 2R, e também entreartérias pré-contraídas com fenilefrina ou PGF

2α. Estes re-sultados indicam que a produção de AMPc não é inibida naaorta de ratos 2R-1C e que o agonista utilizado para produzircontração também não interferiu na produção de AMPc.

Em relação aos outros agonistas β-adrenérgicos aisoprenalina mostrou-se mais potente que a terbutalina, umagonista β2-adrenérgico seletivo, e que o BRL 37344, umagonista β3-adrenérgico. O cianopindolol, um agonistaβ4-adrenérgico seletivo não foi capaz de induzir relaxamen-

Ricardo Radighieri RascadoOrientadora: Profa. Dra. Lusiane Maria BendhackTese de Doutorado apresentada em 22/05/2007

O relaxamento induzido pela isoprenalina em aortade ratos 2R-1C pode sofrer interferência do agonista utili-zado na pré-contração. Assim sendo, para se estudar dro-gas que atuam sobre receptores β-adrenérgicos, deve-seevitar o uso de catecolaminas como noradrenalina e fenile-frina. Em nosso estudo, a prostaglandina F

2α mostrou-seum agonista mais adequado para produzir a pré-contraçãonecessária para o estudo do relaxamento via receptoresβ-adrenérgicos. Além disso, para evitar os possíveis efei-tos α-adrenérgicos da isoprenalina, no estudo dos recep-tores β-adrenérgicos, verificamos que foi necessário o usodo prazosin, antagonista α1-adrenérgico.

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Marcos Antonio RodriguesOrientador: Prof. Dr. Carlos Amílcar ParadaDissertação de Mestrado apresentada em 14/06/2007

A prostaglandina E2 (PGE2) exerce suas atividadesbiológicas por meio de 4 receptores, EP1, EP2, EP3 e EP4. Aativação de cada um destes receptores ativa diferentes viasde sinalização intracelular. A literatura científica mostra queas prostaglandinas (PGs) induzem sensibilização dos neu-rônios nociceptivos periféricos, produzindo o fenômenoconhecido como hipernocicepção, por atuação direta emreceptores EP neuroniais. Porém, recentemente foram ob-servadas diferenças na magnitude e no tempo de duraçãoda hipernocicepção induzida pela PGE2 quando administra-da nos tecidos dérmico e subcutâneo, o que sugere a exis-tência de pelo menos dois tipos distintos de fibras Cnociceptivas primárias responsivas à PGE2. O objetivo dopresente estudo foi verificar a participação relativa de cadaum dos subtipos de receptor EP neuroniais na hipernoci-cepção mecânica induzida por PGE2 no tecido dérmico e notecido subcutâneo. Inicialmente foi observado que a hiper-nocicepção induzida pela PGE2 em ambos os tecidos eramediada por fibras nociceptivas sensíveis à capsaicina (fi-bras finas do tipo C), uma vez que o pré-tratamento comcapsaicina aboliu o efeito da PGE2. Também foi observadoque a administração intradérmica de iloprosta, agonistaseletivo para receptores EP1 e IP, induziu hipernocicepçãoque não foi inibida pelo tratamento com o antagonista sele-tivo para receptores EP1 SC19220. Contudo, tanto o knock-down funcional de receptores EP1 (pelo tratamento comoligodesoxinucleotídeo antisense (ODN AS) contra EP1)quanto a administração de SC19220 inibiu o efeito da PGE2

intradérmica ou da iloprosta subcutânea. Os experimentos

também mostraram que os receptores do subtipo EP2 parti-cipam da hipernocicepção induzida pela PGE2 em ambostecidos. Já os receptores EP4 parecem participar apenas dahipernocicepção induzida no tecido subcutâneo, uma vezque nem o antagonista EP4-seletivo AH-23848 nem o trata-mento com ODN AS contra EP4 alteraram o efeito induzidopor PGE2 intradérmica, embora tenha abolido a hipernoci-cepção no tecido subcutâneo. Por outro lado, os recepto-res EP3 parecem não estar envolvidos na hipernocicepçãomediada pela PGE2. Mais adiante, verificamos que a hiper-nocicepção induzida pela administração de PGE2 no tecidodérmico é mediada por mecanismos envolvendo a proteínaquinase dependente de AMPc (PKA), enquanto que, nosubcutâneo, além da PKA, há também participação da pro-teína quinase Cε (PKCε). Interessantemente, observamosque a inibição de apenas um subtipo de receptor EP foisuficiente para induzir inibição completa da hipernocicep-ção induzida pela PGE2, o que sugere a necessidade daatuação conjunta de receptores EP para que o efeito hiper-nociceptivo da PGE2 aconteça. Em conclusão, os resulta-dos sugerem que 1) existem pelo menos dois tipos de fibrasC sensíveis à PGE2, sendo 2) um destes situado mais super-ficialmente na derme e no qual os receptores EP1 e EP2participam igualmente do desenvolvimento da hipernoci-cepção induzida pela PGE2, e 3) outro localizado mais pro-fundamente na pele, no qual a ativação de receptores EP1,EP2 e EP4 contribui igualmente para o desenvolvimento dahipernocicepção induzida por PGE2. Ainda, aparentemente,mecanismos intracelulares diferentes seriam ativados nes-tas fibras, levando à hipernocicepção. Embora os estudossugiram a existência de dois subtipos de receptores EP1,este receptor e, principalmente, o subtipo EP2, podem serconsiderados potenciais alvos farmacológicos para o con-trole da dor inflamatória aguda.

to vascular como os demais agonistas β-adrenérgicos.Estudando o mecanismo de relaxamento induzido

pela isoprenalina, nossos dados sugerem a participação dooxido nítrico (NO), uma vez que esse relaxamento foi dimi-nuído em preparações pré-incubadas com os inibidores daNO-sintase e guanilato ciclase L-NAME e ODQ, respectiva-mente. A participação dos fatores endoteliais parece ser maisimportante em aorta de ratos 2R do que de ratos 2R-1C. ONO também parece participar da resposta relaxante induzidapelos agonistas terbutalina e BRL 37344, sendo mais impor-

tante no relaxamento em anéis de aorta de ratos normoten-sos do que em anéis de aorta de ratos hipertensos.

Os nossos resultados sugerem a participação dossubtipos de receptores β2 e β3-adrenérgicos no relaxamen-to de anéis de aorta de ratos normotensos e hipertensosrenais. Parece haver maior predominância de receptoresβ2-adrenérgicos e praticamente não há evidências de re-ceptores β4-adrenérgicos em aorta de ratos. Demonstra-mos que os efeitos dos agonistas β-adrenérgicos foramreproduzidos em estudos in vitro, in situ e in vivo.

PAPEL DOS RECEPTORES PROSTANÓIDES EP PERIFÉRICOS NA HIPERNOCICEPÇÃOINDUZIDA POR PGE2

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Glauber dos Santos Ferreira da SilvaOrientador: Prof. Dr. Mogens Lesner GlassDissertação de Mestrado apresentada em 19/04/2007

O controle da ventilação pulmonar (VI) em Lepido-siren paradoxa (um peixe pulmonado) assemelha-se aocontrole dos vertebrados terrestres, possuindo fortes indí-cios da presença de quimiorreceptores centrais (CO2/pH) eperiféricos (CO2/pH e O2). Porém, os efeitos da interaçãoentre temperatura e hipóxia sobre as respostas ventilató-rias ainda não foram testadas. Lepidosiren, assim comoProtopterus, estiva durante o período de seca. Entretantopouco é conhecido sobre as possíveis alterações fisiológi-cas durante o processo de estivação em L. paradoxa.

Os objetivos desse trabalho foram avaliar as res-postas ventilatórias em diferentes temperaturas (25 e 35ºC)durante a hipóxia (somente no ar), e comparar a funçãocardiovascular e gases sanguíneos (O2, CO2 e pH) emL. paradoxa durante os períodos de atividade e estivação.

O método de pneumotacografia foi utilizado paramedir a VI nas condições de normóxia (21%) e hipóxia (12%,10% e 7%) nas diferentes temperaturas. Uma mistura deargila, terra e água foi feita para simular a condição deestivação (período de Maio a Agosto). Para análise, foramutilizados os testes ANOVA two - way para medidas repeti-das com teste de Bonferroni de múltiplas comparações eteste t (p<0,05).

Quanto menor a pressão parcial de O2 (PO2) do arinspirado, maior a VI. Todos os valores da ventilação du-rante a hipóxia foram maiores na temperatura de 35ºC, comaumentos modulados principalmente pela frequência res-piratória. Ou seja, houve interação significante (p<0,001)entre a temperatura e o percentual de O2 inspirado.

Com relação à gasometria, a PO2 do sangue ar-terial (PaO2) diminuiu com o decréscimo dos níveis de O2

inspirados. Não houve diferença significativa nos valoresde PaO2 nas duas temperaturas estudadas. A pressão par-cial de CO2 (PaCO2) aumentou de ~22 mmHg a 25ºC (emnormóxia) para ~32 mmHg a 35ºC (em normóxia), e à 35ºCpermaneceu elevada nos diferentes níveis de hipóxia. Con-comitantemente, houve diminuição do pHa de 7,51 ± 0,05(controle à 25ºC) para 7,38 ± 0,04 (controle à 35ºC). Comrelação ao [HCO3-]pl, conteúdo de CO2 e hematócrito nãohouveram mudanças significativas.

Na estivação, a PaCO2 aumentou de 22 mmHg (pe-ríodo de atividade) para aproximadamente 37 mmHg. O[HCO3-]pl aumentou 1,8 vezes no período de estivação en-quanto o pHa reduziu apenas de 7,51 para 7,49 (não signifi-cativo). A PaO2 diminuiu pouco, porém de forma significati-va de 88 mmHg (atividade) para 81 mmHg (estivação). Comrelação aos parâmetros cardiovasculares, não houve dife-rença nos valores de pressão arterial (sistólica, diastólica emédia) entre os dois períodos. Porém, a frequência cardíacaapresentou uma queda significativa (p<0,05) de ~32 para 28(bpm). Como conseqüência, o duplo produto (FC x Psist)também diminuiu, indicando redução no metabolismo.

Houve interação significativa entre temperatura ehipóxia em L. paradoxa, a qual ocorre de forma semelhanteaos tetrápodes: o aumento da temperatura provocou au-mento da resposta ventilatória frente à hipóxia. As caracte-rísticas de estivação em Lepidosiren também são similaresàs de Protopterus no primeiro mês de estivação, com redu-ção do metabolismo em relação ao período de atividade. Osaumentos na PaCO2 e [HCO3-]pl refletem alta dependênciada troca gasosa através dos pulmões.

FISIOLOGIA

CONTROLE DA VENTILAÇÃO: HIPÓXIA E TEMPERATURA; E FUNÇÃO CARDIOVASCULAR EGASOMETRIA DURANTE A ESTIVAÇÃO EM Lepidosiren paradoxa

INGESTÃO ALIMENTAR E DESSENSIBILIZAÇÃO DO EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-ADRENALEM MODELO DE TOLERÂNCIA À ENDOTOXINA

Beatriz de Carvalho BorgesOrientadora: Profa. Dra. Lucila Leico Kagohara EliasDissertação de Mestrado apresentada em 25/04/2007

Durante a endotoxemia o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) é ativado e a ingestão de alimento é reduzi-

da, bem como o ganho de peso. Entretanto, a exposiçãorepetida à endotoxina como, por exemplo, lipopolissacarí-deo (LPS) induz dessensibilização das respostas do eixoHHA. A dessensibilização da resposta anorexígena a umaexposição repetida à endotoxina ainda não é satisfatoria-mente conhecida. Este trabalho foi desenvolvido com o

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intuito de estudar os efeitos de injeções intraperitoneais(i.p.) únicas ou repetidas de LPS sobre a ingestão de ali-mento e a ativação do eixo HHA, e a interação com fatoresneuroendócrinos envolvidos no controle da ingestão ali-mentar. Ratos Wistar receberam injeções i.p. diárias de sali-na (NaCl 0,9%) ou LPS (100µg/kg) sendo agrupados daseguinte maneira: 6 injeções de salina, 5 injeções de salina+ 1 de LPS, 5 injeções de LPS + 1 de salina e 6 injeções deLPS. Após 6 dias de tratamento, os ratos foram decapita-dos 2 horas após a última injeção para coleta de sangue dotronco para dosagem de hormônio adrenocorticotrófico(ACTH), corticosterona (CORT), prolactina (PRL), leptina efator de necrose tumoral (TNF)-α. Um segundo subgrupode ratos foi submetido ao mesmo tratamento para verifica-ção diária da ingestão alimentar e peso corporal. Um tercei-ro subgrupo de ratos foi submetido ao mesmo tratamento,sendo 4 horas após a última injeção, submetido à anestesiae perfusão transcardíaca para obtenção de tecido hipotalâ-mico para determinação da expressão do RNAm do fator deliberação de corticotrofina (CRF), transcrito regulado porcocaína e anfetamina (CART), neuropeptídeo Y (NPY) eproopiomelanocortina (POMC), realizada por hibridizaçãoin situ. Uma única exposição ao LPS aumentou significati-vamente as concentrações plasmáticas de ACTH, CORT,PRL e TNF-α e a expressão do RNAm do CRF no núcleoparaventricular do hipotálamo (PVN). Não houve alteraçãona concentração plasmática de leptina após tratamento comdose única de LPS. A ingestão alimentar e o peso corporaldiminuíram significativamente após uma única administra-

ção de LPS. Observamos, também, que uma única dosede LPS induziu aumento da expressão do RNAm do CARTno núcleo retroquiasmático (RCA) e na porção anterior donúcleo arqueado (ARC). Por outro lado, a administração dedoses repetidas de LPS não induziu alteração nas concen-trações plasmáticas de ACTH, CORT, PRL e TNF-α, quan-do comparada com os animais tratados com salina, evi-denciando o processo de dessensibilização. O tratamentocom doses repetidas de LPS induziu redução significativanas concentrações plasmáticas de leptina. Além disso, aadministração repetida de LPS não induziu aumento naexpressão do RNAm de CRF no PVN e CART no RCA eARC. A ingestão de alimento e o ganho de peso dos ani-mais que receberam seis injeções de LPS não foram diferen-tes quando comparados aos animais controles. Não obser-vamos alteração na expressão de RNAm de NPY e POMCno ARC nos grupos que receberam dose única ou repetidade LPS, quando comparada ao grupo salina. Os presentesdados confirmam a ativação do eixo HHA, produção deTNF-α e aumento da expressão de CRF no PVN após estí-mulo único com LPS. Adicionalmente, observamos que ahipofagia durante a endotoxemia está associada ao aumen-to de CART no ARC, porém sem participação dosneuropeptídeos POMC e NPY. Observamos também que ofenômeno de dessensibilização, em resposta à exposiçãorepetida ao LPS, envolve o bloqueio da ativação do eixoHHA e da resposta anorexígena, os quais estão associadosà redução da produção de TNF-α e da expressão de CRF eCART no hipotálamo.

durante o desenvolvimento embrionário; (2) identificar ge-nes com expressão limitada a oócitos, caracterizar a expres-são em tecidos bovinos e comparar a abundância dessestranscritos nos oócitos com alto e baixo potencial de de-senvolvimento, bem como durante o desenvolvimento em-brionário; (3) desenvolver um modelo retrospectivo de es-tudo que permita usar a informação do oócito nas análisesde associação de elementos citoplasmáticos com seu po-tencial de desenvolvimento e, utilizando esse modelo re-trospectivo, comparar a quantidade de RNAm entre oócitosque se desenvolvem e não se desenvolvem a blastocisto;(4) caracterizar funcionalmente os genes expressos emoócitos bovinos após a MIV. Os resultados mostraram quea classificação morfológica de COCs pode separar oócitos

Fernando Henrique BiaseOrientadora: Profa. Dra. Lucia Regina MartelliTese de Doutorado apresentada em 12/04/2007

Oócitos possuem RNAm e proteínas necessárias aoprimeiro estágio do desenvolvimento embrionário, sendoque qualidade e quantidade de transcritos podem estar as-sociadas ao potencial do oócito em desenvolver um em-brião. Com base na hipótese geral que oócitos com diferen-tes potenciais de desenvolvimento embrionário possuemexpressão gênica diferencial, os objetivos desse trabalhoforam: (1) analisar comparativamente a quantidade de RNAmglobal em oócitos com alto e baixo potencial de desenvol-vimento antes da maturação in vitro (MIV), após a MIV e

GENÉTICA

EXPRESSÃO GÊNICA EM OÓCITOS BOVINOS ASSOCIADA À COMPETÊNCIA DE DESENVOL-VIMENTO EMBRIONÁRIO

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Ana Paula FarnesiOrientador: Prof. Dr. Ademilson Espencer Egea SoaresDissertação de Mestrado apresentada em 19/04/2007

O presente trabalho teve por objetivo estudar a ati-vidade antifúngica e antibacteriana de diferentes tipos deprópolis, tanto de abelhas africanizadas (verde) quantomeliponíneos. A concentração inibitória mínima, sendo amenor concentração de um agente inibidor em que não seobserva o crescimento macroscópico do microorganismo,foi determinada para todas as amostras de própolis. Paraanálise do perfil químico das amostras foi utilizada comometodologia (CLAE), visando determinar as classes de subs-

tâncias presentes nas amostras de própolis. Em todos osmicroorganismos testados as própolis das abelhas Tetra-gonisca angustula, Plebeia droryana, Scaptotrigonabipunctata, Friesiomelitta varia e Nannotrigona testa-ceicornis não apresentaram atividade antifúngica nem an-tibacteriana. Nenhuma das amostras de própolis testadasapresentou atividade antifúngica frente ao Aspergillusnidulans. A linhagem do fungo Trichophyton rubrummostrou-se sensível a alguns tipos de própolis sendoque a própolis verde foi mais eficaz. Alguns tipos deprópolis apresentaram atividade antibacteriana, indicandoa importância dessas resinas na terapêutica humana eveterinária.

com alto e baixo potencial de desenvolvimento antes daMIV. Os oócitos com alto potencial de desenvolvimentopossuem, em geral, maior quantidade de RNAm quandocomparados aos oócitos de baixo potencial de desenvolvi-mento. Comparado com o oócito não maturado, após a MIVa quantidade de RNAm foi reduzida a 0,69 x, diminuindopara 0,1 x em 2 células. Um aumento de ~4 x foi observadoem embriões de 4 células, quando comparados embriões de2 células. Uma nova redução na quantidade de RNAm foievidenciada em 8 células e blastocistos, com novo aumentonos blastocistos eclodidos (~9 x). Oito genes foram identifi-cados como provavelmente expressos exclusivamente emoócitos. Dois foram escolhidos para validação experimentalem oócitos, embriões e tecidos somáticos e gonadais, sen-do observada a expressão do gene Pabpnl1 apenas emoócitos e o gene Mbd3l2 apenas em embriões nos estágiosde 4, 8 células e mórula. Oócitos com alta competência de

desenvolvimento apresentaram maior quantidade de trans-critos dos genes Pabpnl1 (1,7 x) e Gapdh (1,38 x), e oócitosde baixa competência de desenvolvimento não apresenta-ram transcritos do gene Pabpnl1 após a MIV. Um modeloretrospectivo de estudo da capacidade do oócito se desen-volver a blastocisto foi desenvolvido e validado. Entre osoócitos com alto potencial de desenvolvimento, após a MIV,não encontramos diferença de quantidade de RNAm entreaqueles que se desenvolveram, quando comparados aosque tiveram desenvolvimento bloqueado. O modelo permi-tiu ainda realizar análise funcional em larga escala dos ge-nes expressos nos oócitos com alto potencial de desenvol-vimento, com identificação de 9553 transcritos diferentes.De forma geral, as proteínas da maioria dos genes transcri-tos foram relacionadas a processos fisiológicos celularesou metabólicos, com função de ligantes de outras proteí-nas ou ácidos nucléicos, no interior da célula.

EFEITOS DA PRÓPOLIS DE ABELHAS AFRICANIZADAS E MELIPONÍNEOS EM MICROORGANISMOS

Carla Ivane Ganz VogelOrientadora: Profa. Dra. Catarina Satie TakahashiTese de Doutorado apresentada em 27/04/2007

O alcoolismo é uma doença multifatorial que consis-te numa interação de influências genéticas e ambientais,sendo um dos principais causadores de danos à saúde. Destemodo, é muito importante a realização de estudos que envol-vam a investigação de danos provocados ao material gené-tico pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas bem comodaqueles que investiguem a susceptibilidade individual àsdoenças causadas pelo alcoolismo. As aberrações cromos-sômicas e os polimorfismos para enzimas de metabolizaçãode xenobióticos são importantes instrumentos para estesestudos. Neste trabalho foram investigados o possível efei-

to clastogênico do álcool e também a possível associaçãoentre a ocorrência dos genótipos nulos GSTM1 e GSTT1 edos polimorfismos CYP1A1-MspI, CYP2D6-BstN1 eCYP2E1-PstI com o desenvolvimento de cirrose e pancreati-te, além da freqüência da mutação TaqA1 do gene DRD2 emalcoolistas. Os indivíduos analisados foram alcoolistas comconsumo diário de álcool >60g. Para a análise de AC foramanalisados 26 alcoolistas e 22 indivíduos controles. Para oestudo dos polimorfismos genéticos a amostra compreen-deu 124 alcoolistas crônicos e 124 controles. Os alcoolistasnão-fumantes apresentaram um valor de IM maior do que oscontroles não-fumantes (p = 0,03). As freqüências de ACsnos alcoolistas não foram diferentes das do grupo controle.Não foram encontradas associações de risco entre os genó-tipos nulos dos genes GSTM1 e GSTT1, e os genótipos

ESTUDO CITOGENÉTICO E MOLECULAR DE UMA POPULAÇÃO DE ALCOOLISTAS

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Fábio Morato de OliveiraOrientador: Prof. Dr. Luiz Gonzaga ToneTese de Doutorado apresentada em 27/04/2007

Com o advento do cariótipo espectral (SKY) a iden-tificação de alterações cromossômicas em diversos carióti-pos complexos tem sido realizada com sucesso. O SKY en-volve a utilização de 24 sondas, cromossomo-específicas,permitindo a visualização de cada cromossomo em um úni-co experimento. Essa metodologia utiliza os princípios deimagem espectral e espectroscopia de Fourier. Os objeti-vos desse estudo foram à aplicação do SKY a um painel de8 neoplasias, em pacientes adultos, (Leucemia pro-linfocí-tica T, LPL-T; Leucemia linfoblástica aguda, LLA Ph+; Leu-cemia mielóide crônica, em crise blástica, LMC CB; Linfomada zona do manto, LZM; síndrome mielodisplásica em as-sociação à doença de Behçet, SMD-Behçet e três casos deleucemia mielóide aguda, subtipos M2, M4 e M5a) e emdois casos de leucemia da infância (LMC-CB e LLA-L3)com cariótipo anormal, visando-se determinar transloca-ções crípticas, melhor definir rearranjos cromossômicoscomplexos observados pelo bandamento GTG e correlacio-nar os achados citogenéticos obtidos com a evolução clí-nica dos pacientes. Em 6 amostras investigadas foram en-contradas alterações cromossômicas não descritas na lite-ratura. Em 4 casos foi observado a co-existência de altera-ções cromossômicas específicas no mesmo paciente. O valorprognóstico relacionado à presença dessas alterações ain-da não está bem definido. A análise de alterações cromos-sômicas com o SKY representa uma estratégia inédita noscasos de LPL-T. Nesse paciente foi possível a confirmaçãode duas translocações, envolvendo os cromossomos se-xuais, identificação do anel, r[i(8)(q10)], e cromossomo mar-cador (cromossomo 5), presumivelmente decorrentes de ins-tabilidade genômica. No paciente com diagnóstico de LLAPh+ e presença da ins(15;14)(q22;q13q32), embora não sesaiba quais as verdadeiras conseqüências moleculares efenotípicas da presença da inserção, o provável rearranjomolecular entre os loci TCRK/L (14q13) e PML (15q22) poderesultar na expressão de um fenótipo consistente com leu-cemia linfóide, como observado nesse paciente. A co-exis-tência de duas translocações cromossômicas específicas[t(8;14) e t(12;21)], associadas a fenótipos leucêmicos dis-tintos, na LLA da infância representa um evento raro. Con-siderando os valores prognósticos individuais das trans-locações encontradas é provável que essa co-existênciafavoreça a manutenção de um prognóstico desfavorável.

Algumas alterações cromossômicas encontradas na LMCem crise blástica constituem novas anormalidades associa-das a essa fase da doença. A t(2;14)(p12;q32), presumivel-mente, envolvendo duas regiões específicas associadas aneoplasias de linhagem B (IGK e IGH), sugere uma estreitarelação com a morfologia linfóide observada nesse pacien-te. A t(5;17)(q13;q21), descrita pela citogenética clássicacomo del(5)(q31), representa um exemplo da especificidadee maior resolução do SKY, quando comparado a citogenéti-ca clássica, na elucidação de alterações citogenéticas. Oimpacto acerca do prognóstico dessas alterações na LMCé complexo, heterogêneo e normalmente associado a diver-sos fatores. Pouco se conhece a cerca das implicações clí-nicas de anormalidades cromossômicas secundárias emlinfomas. Entretanto, alterações associadas à banda 8q24,especialmente amplificações relacionadas ao gene MYCC,raras em LZM, estão associadas a um prognóstico desfa-vorável nesse subtipo de linfoma, conforme observado nopaciente. Ainda nesse contexto, é importante ressaltar quealterações cromossômicas secundárias podem determinaro curso clínico de pacientes com LZM, mesmo se os parâ-metros morfológicos e imunofenotípicos falharem em pre-dizer um prognóstico desfavorável. A associação entre SMDe doença de Behçet constitui-se um evento raro. A trisso-mia do cromossomo 8 sugere que essa anormalidade pre-disponha ao surgimento do fenótipo de Behçet. Entretan-to, a presença de anormalidades cromossômicas adicionais,comumente encontradas em neoplasias mielóides, e obser-vadas nesse paciente, conferir a essa anormalidade (tris-somia 8) um valor prognóstico desfavorável. Na LMA-M2,o papel desempenhado pela t(5;11)(q35;q13) na leucemo-gênese é indefinido. Entretanto, essa investigação confir-ma a observação inicial de que não apenas a banda 11q23,mas anormalidades envolvendo a região proximal do braçolongo do cromossomo 11, em particular a banda 11q13,podem estar associadas a rearranjos cromossômicos comoutros cromossomos. A elevada diversidade de mutaçõese fusões protéicas associadas ao gene MLL, resultantes derearranjos cromossômicos com uma variedade de genes par-ceiros, sugere a provável existência de múltiplos mecanis-mos moleculares para a leucemogênese. Embora, ainda nãose saiba o valor prognóstico associado à presença dat(3;11;10), na LMA-M5a, presume-se que o provável en-volvimento com os loci BCL6 e p63 (3q27) possa contri-buir para a estratificação no prognóstico, já consideradodesfavorável, em pacientes com anormalidades envol-vendo a banda 11q23.

mutantes de CYP2D6 e CYP2E1, e o desenvolvimento decirrose e pancreatite. O genótipo homozigoto mutante m2/m2 do gene CYP1A1 apresentou um risco significativo para

o desenvolvimento de cirrose e pancratite em alcoolistas.Não foram encontradas freqüências significativas na ocor-rência do alelo A1 do gene DRD2 em alcoolistas.

CARIÓTIPO ESPECTRAL (SKY) APLICADO AO ESTUDO E DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS DOSANGUE

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Fernanda Prado EliasOrientador: Prof. Dr. Raysildo Barbosa LôboDissertação de Mestrado apresentada em 27/04/2007

A biotecnologia reprodutiva tem despontado atual-mente no cenário mundial como uma das ferramentas maisimportantes para o desenvolvimento da pecuária já que ace-lera o processo de melhoramento genético dos rebanhos.O objetivo deste trabalho é verificar o efeito do touro e dabiópsia na fase de 8-16 células na sobrevivência dessesembriões produzidos in vitro. Para tanto, oócitos foramcoletados de ovários oriundos de matadouro e maturadosem meio de maturação em incubadora por 24h. Espermato-zóides viáveis de 10 touros do Programa de MelhoramentoGenético da Raça Nelore, obtidos por centrifugação emgradiente de Percoll, foram utilizados para Fecundaçãoin vitro. Após 12h, os supostos zigotos foram cultivadosem meio de cultivo e células do cumulus em incubadora.

Para cada touro foram formados um grupo teste e umgrupo controle, com três repetições seguidas. No 3° dia decultivo foi realizada a remoção dos embriões com númerode células inferiores a 8 dos dois grupos, e os embriões dogrupo teste sofreram a retirada de um blastômero com oauxílio de micropipetas e de um micromanipulador acopla-do a um microscópio invertido. O cultivo prosseguiu até168 horas da fertilização, quando foi feita a classificaçãodos embriões viáveis em blastocisto eclodido, blastocistoexpandido (Bx), blastocisto (Bl) e blastocisto inicial (Bi),conforme características morfológicas. Os resultados mos-traram que os touros diferem na produção de embriões invitro nos dois grupos e no desenvolvimento de Bi, o proce-dimento de biópsia não interferiu no desenvolvimento deembriões totais, influenciando apenas no desenvolvimen-to de Be e Bx e há correlação positiva entre o desenvolvi-mento de embriões in vitro intactos por touro e a sua so-brevivência pós-biópsia.

AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE in vitro DE TOUROS DA REPRODUÇÃO PROGRAMADA E DA SOBRE-VIVÊNCIA DE EMBRIÕES PÓS-B

de resistência ao fluconazol codificam proteínas similares atrês proteínas da via proteassomo-ubiquitina (Translationinitiation factor 3, proteasome subunit 3 e transcriptionalfactor C2H2); outras três relacionadas ao metabolismo delipídios (lysophosphlipase, Phosphatidylethanolaminemethyltransferase e Related to ethanolaminephospho-transferase); duas proteínas da via de decaimento de RNA(eukariotic peptide chain release e regulator of nonsensetranscripts) e uma proteína relacionada à biogênese celular.Um número significativo de genes que codificam proteínasrelacionadas à resposta ao estresse causado por danos àmembrana celular foi ativado na presença dos polienos, comopor exemplo, os que codificam enzimas similares a diferen-tes HSPs (Heat shock proteins), como o transcrito similar aproteína HSP90, que apresentou alta expressão na presençade nistatina. Genes relacionados ao transporte celular tam-bém foram responsivos aos polienos, sendo que o gene quecodifica uma H+-ATPase teve sua expressão confirmadapor Northern Blot em resposta a anfotericina B e a nistatina.A clusterização destes genes foi fundamental para revelarpossíveis mecanismos de resistência de T. rubrum ao fluco-nazol e, aos polienos anfotericina B e nistatina. Também foirealizado o mapeamento físico de dois genes (provenientesdos experimentos de expressão gênica) de T. rubrum usan-do eletroforese em campo pulsado (CHEF). Estes resulta-dos demonstram que a atuação de genes de diferentes viasde T. rubrum é necessária para uma resposta adequada aosantifúngicos testados, revelando possíveis alvos celularespara o desenvolvimento de novas classes de antifúngicos.

Fernanda Gonzáles PaiãoOrientadora: Profa. Dra. Nilce Maria Martinez RossiTese de Doutorado apresentada em 02/05/2007

O entendimento dos mecanismos moleculares de re-sistência a antimicóticos pode ser de grande auxílio para odesenvolvimento de novos antifúngicos, através da desco-berta de novos alvos e também para o refinamento e melhoradministração de drogas já empregadas no tratamento deTrichophyton rubrum e de outros fungos patogênicos. Di-ante disso, o presente trabalho propõe o isolamento e aidentificação de transcritos gênicos envolvidos na respos-ta e nos mecanismos moleculares de resistência de T. rubrumaos antifúgicos fluconazol, anfotericina B e nistatina. Comessa finalidade, foram realizados experimentos de expressãogênica diferencial (Differential Display e HibridaçãoSubtrativa Supressiva) envolvendo a linhagem H6 (selva-gem) exposta e não exposta aos antifúngicos acima mencio-nados e também linhagens mutantes F6 (resistente ao fluco-nazol) e N1 (resistente a nistatina). Dentre os genes respon-sivos ao fluconazol que tiveram sua expressão validada porNorthern Blot estão transcritos similares a genes que codi-ficam as seguintes proteínas: NIMA interactive protein(TINA) envolvida na divisão celular; Copper resistance-associated P-type ATPase, responsável por homeostasecelular do cobre, Carboxylic ester hydrolase, relacionadaao metabolismo de lipídios e uma DEAD helicase, envolvi-da na transcrição. Os genes relacionados com o mecanismo

ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE TRANSCRITOS GÊNICOS ENVOLVIDOS NA RESPOSTA E RE-SISTÊNCIA DE Trichophyton rubrum AOS ANTIFÚNGICOS FLUCONAZOL, ANFOTERICINA B ENISTATINA

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Fábio Ricardo Pablos de SouzaOrientadora: Profa. Dra. Lucia Regina MartelliTese de Doutorado apresentada em 03/05/2007

A MUC1 e a osteopontina são glicoproteínas expres-sas na superfície luminal uterina com funções na proteção eadesão celular. A MUC possui função antiadesiva, enquan-to a osteopontina desempenha função adesiva. A expres-são de ambas é regulada pelo hormônio esteróide progeste-rona. Durante a fase receptiva do útero, a MUC1 é inibidapor este hormônio, enquanto a osteopontina é estimulada.O objetivo deste trabalho é caracterizar o polimorfismo ge-nético destas moléculas e analisar a associação entre o po-limorfismo, a taxa de gestação e as diferenças esperadas naprogênie (DEP) em novilhas da raça Nelore (Bos taurusindicus). A amostra foi constituída por 309 novilhas proce-dentes de duas fazendas participantes do Programa de Me-lhoramento Genético da Raça Nelore (PMGRNUSP). A amos-tra da primeira fazenda incluiu 56 novilhas férteis e foi utili-zada para caracterização do polimorfismo e da estrutura doVNTR MUC1 na raça Nelore. A segunda amostra foi consti-tuída por 76 novilhas com resultado positivo de gestação e156 com resultado negativo de gestação e foi utilizada paracaracterização do polimorfismo dos genes MUC1 e daosteopontina na raça Nelore, assim como para análise da

associação entre os polimorfismos e os fenótipos. O geneMUC1 apresentou 5 alelos constituídos por um VNTR for-mado por uma seqüência de 60 nucleotídeos. A seqüênciada repetição consensus foi idêntica às seqüências descritasem caprinos e em Bos taurus. Descrevemos a seqüência deuma terceira repetição consensu na raça Nelore. O alelo 1apresentou 10 repetições, o alelo 2 apresentou 12 repeti-ções, o alelo 3 apresentou 15 repetições, o alelo 4 foi forma-do por 18 repetições, e o alelo 5 apresentou 24 repetições. Oalelo com menor número de repetições apresentou a maiorfreqüência, sendo 0,70 na amostra do 1º grupo e 0,80 naamostra do 2º grupo. Em seguida, os alelos 2 e 3, alelos 4 e 5.A análise estatística não evidenciou associação entre o po-limorfismo do gene MUC1 e a taxa de gestação e entre opolimorfismo e os valores esperados na progênie. Na amos-tra referente às novilhas da segunda fazenda, não identifi-camos o polimorfismo de nucleotídeo simples no íntron 4(T/C) do gene da osteopontina, como descrito na raçaHolstein. Sugerimos que a ausência deste polimorfismo pos-sa constituir uma característica específica em Bos taurusindicus. Porém, dada a associação já descrita entre polimor-fismo do gene da osteopontina e características de cresci-mento, não descartamos a hipótese de que, assim como oMUC1, tenha ocorrido uma seleção indireta devido aos cri-térios aplicados pelo Programa de Melhoramento Genéticoda Raça Nelore.

POLIMORFISMO DOS GENESS MUC1 E OSTEOPONTINA EM NOVILHAS DA RAÇA NELORE(Bos taurus indicus)

cadas com o isótopo 33P. Para a análise dos dados, utiliza-mos programas de bioinformática dedicados, tais como oSAM (Significance analysis of microarrays) e o Cluster eTreeView. Três conjuntos de resultados foram possíveis.No primeiro conjunto observamos a ocorrência da expres-são gênica promíscua (PGE) de antígenos de tecidos/ór-gãos parenquimatosos (TSAs), demarcando sua emergên-cia temporal durante a ontogenia do timo murino, a qual éinfluenciada pelo background genético das linhagensisogênicas estudadas. A ocorrência da PGE no timo é asso-ciada às bases genético-moleculares da indução de tole-rância imunológica nas células T, contribuindo com a pre-venção da auto-imunidade. O segundo conjunto de resul-tados consistiu na análise da expressão gênica do timo decamundongos nocautes (KO) envolvendo genes importan-tes para a maturação das células T, tais como TCRκ, LAT,Rel-b, RAG-1 e CD3M, possibilitando a observação de seusefeitos na regulação da transcrição neste órgão. Finalmen-te, o terceiro conjunto consistiu na definição da disseca-ção molecular virtual do timo. Por meio de perfis de expres-são gênica particulares exibidos por cada tipo principal quepovoa o timo, foi possível dissecar este órgão usando atecnologia dos cDNA microarrays.

Danielle Aparecida Rosa de MagalhãesOrientador: Prof. Dr. Geraldo Aleixo da Silva Passos JúniorTese de Doutorado apresentada em 10/05/2007

O timo é um órgão complexo estruturado por umestroma, o qual é formado principalmente por célulasepiteliais corticais (cTECs) e por células epiteliais medula-res (mTECs) além de outros tipos celulares como célulasdendríticas (DC), macrófagos, linfócitos B e fibroblastos.Além disso, os precursores das células T originados damedula óssea chegam ao timo (timócitos) se maturando emlinfócitos T, os quais migram para a periferia. O timo é, por-tanto, o local de eventos muito importantes durante a ma-turação do sistema imune, incluindo o controle de sua pró-pria homeostase. No presente estudo, procuramos retrataras principais características do timo por meio da análise daexpressão gênica em grande escala, isto é, descrevendoparte de seu transcriptoma. Fizemos uso da tecnologia doscDNA microarrays em duas versões. Na primeira delas uti-lizamos cDNA microarrays construídos em lâminas de vi-dro e sondas fluorescentes marcadas com fluorocromosCy3 ou Cy5 e, na segunda versão utilizamos cDNA micro-arrays em membranas de náilon e sondas radioativas mar-

ANÁLISE DO TRANSCRIPTOMA DURANTE A ANTOGENIA DO TIMO

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Sérgio Vicente de AzevedoOrientador: Prof. Dr. Klaus Hartmann HartfelderDissertação de Mestrado apresentada em 14/05/2007

O polifenismo facultativo, observado entre rainhase operárias em insetos altamente eussociais tem como estí-mulo inicial uma alimentação diferencial na fase larval queafeta tanto o desenvolvimento geral das larvas quanto adiferenciação de órgãos e sistemas, principalmente o siste-ma reprodutor das fêmeas. A via de sinalização por insulina(IIS) é uma das principais vias que integra o desenvolvi-mento geral de animais com as suas condições nutricio-nais. O objetivo desse trabalho foi verificar possíveis rela-ções entre a via de sinalização por insulina e a diferencia-ção das castas em abelhas Apis mellifera. A partir de análi-ses do genoma de Apis mellifera anotamos genes integran-tes desta via e verificamos que há dois genes codificadorespara receptores de insulina, InR1 e InR2. Os perfis de trans-crição desses dois genes obtidos por RT-PCR quantitativa,em larvas de rainhas e operárias durante o período de trocade alimentação, demonstraram que há diferenças conside-ráveis nos padrões temporais e nos níveis dos transcritospara os receptores de insulina, InR1 (GB15492) e InR2(GB18331), dentro de cada casta, como também entre asduas castas. Em rainhas verificamos uma interessante va-riação na transcrição de InR1, que no terceiro instar larvalfoi cerca de cinco vezes maior que a transcrição de InR2 eno quarto instar seguiu em níveis semelhantes ao de InR2.Essa variação de InR1 pode estar relacionada ao teor deproteínas da geléia real oferecida às larvas de rainhas no

terceiro instar, que é maior do que teor de proteínas dageléia real oferecida a partir do quarto instar larval. Para asamostras de larvas de operárias observamos que os níveisdos transcritos dos dois receptores, InR1 e InR2, forambaixos no terceiro estágio larval e aumentaram, de maneirasemelhante, até o início do quinto estágio larval, o quepode ter sido devido a algum composto existente na geléiade operária que estimule a transcrição dos genes para osreceptores de insulina. Foram feitas análises complementa-res dos níveis de transcrição dos genes InR1 e InR2, emamostras de ovários, tanto de operárias quanto de rainhas,e em amostras de operárias adultas cultivadas em diferen-tes tipos de alimentações. Essas análises complementaresevidenciaram que a transcrição dos genes para os recepto-res de insulina em Apis mellifera foi diferente nos ováriosde ambas as castas, quando comparada às amostras decorpo inteiro, e que em operárias o transcrito do InR1 foidominante ao longo de quase toda a vida adulta, sendosuperado pelo transcrito InR2 apenas por volta de 13 e 15dias. Além disso, uma relação positiva entre o conteúdo deproteína e a transcrição de InR1 foi observada quando ana-lisamos a sua transcrição em amostras de operárias adultasalimentadas com bee bread, uma dieta rica em proteína. Osresultados obtidos nesse trabalho, juntamente com os deWheeler e colaboradores (2006), Seehus e colaboradores(2006), e Patel e colaboradores (2007), constituem as pri-meiras informações da via IIS em Apis mellifera, e servirãode base na busca da relação entre a dieta e os sinaisdownstream envolvidos na determinação de casta e dife-renciação.

A VIA DE SINALIZAÇÃO INSULÍNICA (IIS) NA DIFERENCIAÇÃO DE CASTAS EM Apis mellifera

ticas puras (Alpine, Saanen, Toggenbourg e Anglo-Nubian)e o grupo nativo brasileiro Graúna. A AMOVA mostrou quea maior parte da variação genética total (88,51%) resultoudas diferenças entre indivíduos dentro das populações, en-quanto que a variação entre as populações correspondeuaos 11,49% restantes da variação genética. Usamos a matrizda distância genética de Reynolds e PCA para produzir umfenograma baseado nas 14 populações de cabras domésti-cas e encontramos três grupos, formados pelas populaçõessem raça definida, raças nativas e raças exóticas puras. Amaior proximidade entre a raça Canindé do estado brasileiroda Paraíba e a raça Graúna do mesmo estado, do que com araça geneticamente conservada Canindé do estado brasilei-ro do Ceará, assim como os valores de heterozigose e des-vios significativos do equilíbrio de Hardy-Weinberg suge-rem que havia um número elevado de homozigotos nas po-

Joelliton Domingos de OliveiraOrientadora: Profa. Dra. Eucleia Primo Betioli ContelTese de Doutorado apresentada em 18/05/2007

O parentesco e a estrutura genética de catorze popu-lações de cabras domésticas (Capra hircus) foram estima-dos com base nos dados de genotipagem (n=140) a partir de13 locos microssatélites. Utilizamos análise de variânciamolecular (AMOVA), análise do componente principal (PCA)e estatísticas F (FIS, FIT e FST) para avaliar a diversidade ge-nética (Ho, He e ad) desses animais. As distâncias genéti-cas entre as 14 populações foram calculadas a partir dosdados de freqüência para os 13 marcadores microssatélites.Uma diferenciação moderada foi observada para as popula-ções sem raça definida (incluindo a raça Anglo-Nubian-M),raças brasileiras nativas (Moxotó, Canindé), linhagens exó-

ORIGEM, DISTRIBUIÇÃO E RELAÇÃO GENÉTICA ENTRE POPULAÇÕES DE CAPRA HIRCUSDO NORDESTE DO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM POPULAÇÕES DO VELHO MUNDO

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Ricardo Augusto de Oliveira RodriguesOrientadora: Profa. Dra. Maria Helena de Souza GoldmanDissertação de Mestrado apresentada em 26/06/2007

A biologia da reprodução das plantas é uma área decrescente interesse. O pistilo é um órgão de importânciacentral no processo reprodutivo. Há diversos genes quesão exclusivamente expressos neste órgão. Entre estes, foiencontrado por nosso grupo de pesquisa, um que codificauma proteína com alta similaridade as metiltransferases dosácidos salicílico, jasmônico e benzóico. Os ésteres metiladosdestes ácidos atuam na regulação do desenvolvimento,reprodução, defesa e sinalização Este gene foi denominadoNtPMT1 (Nicotiana tabacum pistil methyltransferase 1).

Os objetivos desse trabalho foram: Quantificar aexpressão do gene NtPMT1 no pistilo de plantas de N.tabacum selvagens; Estudar a função dessa metiltransfe-rase, através de plantas transgênicas super-expressandoNtPMT1 e plantas com este gene silenciado; Estudar a re-gulação da expressão através dos transgênicos promotorNtPMT1::GFP/GUS.

A expressão do gene NtPMT1 foi quantificada nosdiferentes órgãos de plantas selvagens de Nicotianatabacum. Para a análise, foram utilizadas amostras de raiz,caule, folha, sépala, pétala, estame, estigma/estilete e ová-rio. O RT-PCR em tempo real resultou em valores significa-tivos de expressão somente no estigma/estilete e ovário,comprovando que o gene NtPMT1 é específico do pistilo.

Para tentar identificar a função deste gene, a regiãocodificadora de NtPMT1 foi inserida por recombinação BP/LR (sistema Gateway) nos vetores de expressão em plan-tas pK7WG2 (super-expressão) e pK7GWIWG2(I) (RNAi),

resultando nos vetores pRROEM e pRRiM, respectivamen-te. Os dois vetores foram transferidos para N. tabacum viaAgrobacterium tumefaciens. A transformação resultou em11 (pRROEM) e 13 (pRRiM) transgênicos independentes,confirmados por PCR. A quantificação por RT-PCR em tem-po real demonstrou que todos os transgênicos pRRiM apre-sentaram redução na expressão do gene NtPMT1. As plan-tas pRROEM apresentaram alta expressão do gene NtPMT1em folhas e estames, porém, em estigma/estilete e ovário,nenhum transgênico apresentou expressão maior que noselvagem. A quantidade de sementes produzida nos trans-gênicos pRRiM e pRROEM não diferiu da planta selvagem(p=0,05). Todos os transgênicos foram fenotipicamenteindistinguíveis da planta selvagem.

A região promotora do gene NtPMT1 foi clonada novetor pKGWFS7, para regular a expressão da fusão GFP/GUS, resultando no vetor pRR4, que foi transferido paraN. tabacum via A. tumefaciens. A transformação resultouem 9 transgênicos independentes, confirmados por PCR.Cinco transgênicos pRR4 foram escolhidos para análisefluorimétrica, com amostras coletadas de folha, estame, es-tigma/estilete e ovário. Duas plantas transgênicas apresen-taram expressão significativa da enzima β-Glucuronidasesomente no estigma/estilete. Dessa forma, nenhuma plantatransgênica NtPMT1::GFP/GUS foi capaz de reproduzir com-pletamente o padrão endógeno de expressão do geneNtPMT1.

A região promotora NtPMT1 (2,7kb) foi completa-mente seqüenciada. A análise in-silico da seqüência destaregião promotora revelou diversos elementos regulatórios,com funções relacionadas à resposta a luz (42%), defesa(17%), controle da transcrição (17%), hormônios (14%) e

pulações estudadas, e indicam a importância do Estado paraa conservação das populações locais. A catalogação doperfil genético das populações brasileiras de cabras do-mésticas fornece uma informação essencial para progra-mas de melhoramento genético e de conservação.

Neste trabalho foi descrita a seqüência nucleotídicade um fragmento de 130pb da região controle do DNA mito-condrial de 99 indivíduos representantes de 7 raças nativase 3 populações sem raça definida de caprinos do Nordestedo Brasil. Juntamente com as seqüências originárias deCapra hircus da Europa, África e Ásia, foram obtidos dia-gramas filogenéticos com a finalidade de inferir a respeitoda origem, distribuição e genética de populações das linha-gens mitocondriais de caprinos do Velho Mundo e do Nor-deste do Brasil. As análises de Median-Joining (MJ) e deexpansão revelaram a existência de sete haplogrupos paraa linhagem A de Capra hircus com base na predominância

numérica e topológica dos haplótipos A1, A2, A3, A4, A5,A6 e A7, sendo que A3 seria o haplótipo ancestral de todoseles. Estes haplótipos e haplogrupos foram descritos pelaprimeira vez neste trabalho. Oriente Médio/Próximo, Índia ePaquistão se destacaram como possíveis centros de ori-gem do haplótipo A3. A distribuição dos haplogrupos foiatribuída à ocorrência de correntes migratórias partindodestes centros de origem em direção às demais regiões es-tudadas (Norte da África, Sub-Saara, Norte e Sul da Euro-pa, China e Nordeste do Brasil). No Nordeste brasileiro,foram encontrados os haplótipos A5 e alguns de seus deri-vados, como também, derivados de A1 e A2. A maioria des-tes haplótipos estava presente também no Sub-Saara e naEuropa, demonstrando que populações da África e da Eu-ropa contribuíram geneticamente como as principais popu-lações fundadoras durante a introdução dos caprinos noNordeste do Brasil.

SUPER-EXPRESSÃO, SILENCIAMENTO E ANÁLISE DA REGIÃO PROMOTORA DE UMA METIL-TRANSFERASE ESPECÍFICA DO PISTILO DE NICOTIANA TABACUM

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Márcia Neves de CarvalhoOrientador: Prof.Dr. Marcos Felipe Silva de SáTese de Doutorado apresentada em 22/05/2007

Objetivos: Verificar os efeitos da terapia hormonal(TH) transdérmica de baixa dose sobre a pressão arterialsistólica (PAS) e a diastólica (PAD) avaliadas pela monitori-zação ambulatorial da pressão arterial (MAPA) de 24 horas,utilizando as áreas sob as curvas, as cargas de pressão, asmédias de pressão e a variação vigília-sono em mulhereshipertensas na pós-menopausa. Verificar os efeitos dessaterapêutica sobre o lipidograma e os sintomas do climatério.

Pacientes e métodos: Vinte e quatro mulhereshipertensas na pós-menopausa foram selecionadas. O tra-tamento anti-hipertensivo padronizado foi maleato deenalapril, 10 a 20 mg/dia, associado ou não à hidroclorotiazi-da, 25 µg/dia. Treze mulheres fizeram uso de adesivotransdérmico contendo estradiol e noretisterona (25 µg e

125 µg de substância ativa/dia, respectivamente) e 11 nãofizeram TH. A MAPA, o lipidograma e os sintomas climaté-ricos foram avaliados no tempo basal e após 3 e 6 meses deseguimento.

Resultados: Não foi observada diferença estatisti-camente significativa em nenhuma das variáveis da MAPA(PAS, PAD, carga pressórica sistólica, carga pressórica dias-tólica, área sob curva sistólica, área sob curva diastólica evariação vigília-sono) e no lipidograma, nos três tempos doestudo, entre os grupos e dentro de cada grupo. Houveredução estatisticamente significativa do índice menopausalde Blatt-Kupperman no grupo tratado, após 3 e 6 meses deseguimento.

Conclusões: A TH transdérmica de baixa dose porseis meses foi eficaz na melhora dos sintomas climatéricose não alterou os valores nem a variabilidade da pressãoarterial de mulheres menopausadas com hipertensão ar-terial estágios 1 e 2, em uso de terapia anti-hipertensiva.

outras (10%). Dessa forma, para estudar a regulação daexpressão do gene NtPMT1 por alguns destes fatores, fo-ram realizados tratamentos de plantas transgênicas GFP/GUS com ácido salicílico, metil salicilato, metil jasmonato elesão tecidual. Nenhum tratamento apresentou alteraçõescaracterísticas de indução ou repressão da fusão dos ge-nes repórteres GFP/GUS. Na análise do fotoperíodo, emamostras coletadas nos períodos da manhã, tarde e noite,dois transgênicos apresentaram aumento na atividade daenzima β-Glucuronidase predominantemente no estigma/estilete à noite. Porém, quando repetidas as análises, nãose verificou tal padrão. Provavelmente outros fatores ambi-entais, que não foram totalmente controlados nas análises,são importantes na regulação da expressão de NtPMT1.

Para elucidar a regulação por fotoperíodo da expres-são do gene NtPMT1 endógeno e evitar eventuais artefa-tos resultantes do gene quimérico NtPMT1::GFP/GUS, quan-

tificou-se a expressão do gene NtPMT1 nas plantas selva-gens ao longo do dia/noite. Para tal, foram analisadas amos-tras de estigma, estilete, ovário e nectário, coletados pelamanhã, tarde e noite. A análise por RT-PCR em tempo realmostrou que a expressão do gene endógeno parece não serregulada pela hora do dia. A análise das diferentes partesdo pistilo mostrou claramente que o gene NtPMT1 apre-senta duas regiões de maior expressão: o estigma e nectário.Tais regiões correspondem aos locais de produção deexudato e néctar, respectivamente.

O ensaio histoquímico em estigma/estile de plantastransgênicas NtPMT1::GFP/GUS mostrou expressão daenzima β-Glucuronidase no tecido vascular. Em alguns cor-tes do ovário encontrou-se expressão na placenta, parededo carpelo e saco embrionário. Tais resultados são diferen-tes dos obtidos pela análise de hibridação in situ do geneendógeno.

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

EFEITOS DA TERAPIA HORMONAL TRANSDÉRMICA DE BAIXA DOSE SOBRE A PRESSÃOARTERIAL DE 24 HORAS EM MULHERES HIPERTENSAS NA PÓS-MENOPAUSA

EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO SOBRE A MODULAÇÃO AUTONÔMICA DA FREQÜÊNCIACARDÍACA E A CAPACIDADE AERÓBIA DE MULHERES PÓS-MENOPAUSA SEM O USO E EMUSO DE TERAPIA HORMONAL

Daniel Iwai SakabeOrientador: Prof. Dr. Marcos Felipe Silva de SáTese de Doutorado apresentada em 12/06/2007

O hipoestrogenismo, decorrente da fase pós-meno-pausa, determina uma série de alterações físicas, psicológi-cas e metabólicas na mulher, com piora significativa em sua

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qualidade de vida. No entanto, são os efeitos da deficiên-cia estrogênica a longo prazo que mais preocupam, poispodem levar a comprometimentos importantes, como asdoenças cardiovasculares. Desta maneira, a terapia hormo-nal (TH) e o treinamento físico têm surgido como esquemasterapêuticos úteis para o controle das alterações presentesna pós-menopausa. Objetivos: o presente estudo teve comoobjetivos avaliar a modulação autonômica da freqüênciacardíaca (FC) e a capacidade aeróbia de mulheres pós-me-nopausa em uso ou não de TH, antes e após um programade treinamento físico (PTF). Casuística e Métodos: foramestudadas 18 mulheres sedentárias, divididas em 2 grupos,sendo: Grupo controle � 10 mulheres na pós-menopausa(50 a 60 anos) sem TH; Grupo TH � 8 mulheres na pós-menopausa (50 a 60 anos) com TH (valerato de estradiol +levonorgestrel). Ambos os grupos foram avaliados em doismomentos distintos: antes (avaliação) e após (reavaliação)um PTF de 3 meses de duração. Tanto na avaliação, comona reavaliação, as voluntárias foram submetidas a dois pro-tocolos experimentais: protocolo 1 - para avaliação da mo-dulação autonômica da FC, esta foi coletada em condiçõesde repouso, nas posições supina e sentada, durante 15 mi-nutos em cada posição; protocolo 2 - para avaliação dacapacidade aeróbia, as voluntárias foram submetidas a umteste cardiopulmonar com protocolo incremental. Os índi-ces avaliados no protocolo 1 foram: média da FC e dosintervalos R-R (iR-R), índice RMSSD dos iR-R, bandas debaixa (BF) e alta (AF) freqüência da análise espectral, emunidades normalizadas, e razão BF/AF. No protocolo 2 fo-ram comparados os valores de potência, consumo de oxi-gênio ( VO2 ) e FC no limiar de anaerobiose (LA) e no pico

do exercício. Para comparação entre os grupos estudados,foi utilizado o teste t de student não-pareado; para a com-paração intra-grupo entre as condições de avaliação ereavaliação, o teste estatístico utilizado foi o t de studentpareado. Nível de significância estabelecido em 5%. Resul-tados: em relação ao protocolo 1, não foram observadasdiferenças estatisticamente significativas tanto na compa-ração entre os grupos como na comparação entre as fasesde avaliação e reavaliação, para os dois grupos estudados,em nenhum dos índices avaliados. Na análise dos resulta-dos do protocolo 2, foram observadas diferenças estatisti-camente significantes (p<0,05) entre a condição de avalia-ção para a condição de reavaliação dos parâmetros potên-cia e VO2 no LA e no pico do exercício, para os dois gruposestudados. O grupo TH apresentou valores estatisticamente(p<0,05) superiores do VO2 na fase de reavaliação, quandocomparado ao grupo controle. Ainda para o grupo contro-le, a FC no pico do exercício da reavaliação foi estatistica-mente (p<0,05) superior à da avaliação. Conclusões: o pro-grama de treinamento físico realizado na intensidade do LAdurante 3 meses promoveu ganhos aeróbios significativos,embora não tenha alterado a modulação autonômica da fre-qüência cardíaca de mulheres menopausadas sem e em usode terapia hormonal; tais ganhos parecem ser decorrentesprincipalmente de adaptações periféricas musculares. A te-rapia hormonal não teve influência importante sobre a va-riabilidade da freqüência cardíaca e teve apenas efeito dis-creto sobre a capacidade aeróbia na reavaliação; esse efei-to se deve possivelmente à reserva de vasodilatação pre-sente em mulheres usuárias de reposição estrogênica, quese evidencia apenas em altas intensidades de exercício.

dos RNA ribossomais (rRNA), assim danificando ribos-somos e impedindo a síntese de proteínas. RIPs são en-contradas predominantemente em plantas superiores, mastambém estão presentes em algas, fungos e bactérias. RIPsvariam grandemente em suas propriedades físicas e efeitossobre células.Baseado nas propriedades estruturais, RIPsvêm sendo classificadas em três tipos. RIPs tipo 2, comoricina e abri na, são proteínas heterodiméricas muito tóxi-cas que são constituídas por uma cadeia polipeptídica quepossui atividade tóxica (cadeia A) ligada a uma cadeialectínica com especificidade por galactose (cadeia B).Pulchelina é uma RIP tipo 2 isolada a partir de sementes da

Silvia Almeida CardosoOrientadora: Profa.Dra. Karla de Melo LimaDissertação de Mestrado apresentada em 26/04/2007

Imumotoxinas são compostos protéicos utilizadosno tratamento de câncer, compostos por um anticorpo mo-noclonal ligado a uma toxina. A imunotoxina interage comantígenos na superfície de células cancerígenas, penetranestas células por endocitose e exerce seu efeito citotóxico.As mais potentes imunotoxinas são produzidas com toxi-nas de bactérias e plantas. Proteínas inativadoras de ribos-somo (RIPs) são N-glicosilases que depurinam a maioria

IMUNOLOGIA BÁSICA E APLICADA

DESENVOLVIMENTO DE IMUNOTOXINA PARA TERAPIA ANTITUMORAL

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Fabiana da Silva PaulaOrientadora: Profa. Dra. Yara Maria Lucisano ValimDissertação de Mestrado apresentada em 31/05/ 2007

Os neutrófilos são componentes do sistema imuneinato responsáveis pela primeira linha de defesa contrapatógenos invasores. Ao entrarem em contato com os mi-crorganismos, estes são fagocitados e degradados pormecanismos dependentes e independentes de oxigênio, osquais correspondem aos processos denominados �burst�respiratório e desgranulação, respectivamente. Durante�burst� respiratório ocorre a produção de Espécies Reativade Oxigênio (EROS) e na desgranulação são liberadas mo-léculas antimicrobianas, dentre as quais estão proteasescomo a elastase. Embora os mecanismos efetores realiza-dos pelos neutrófilos tenham importância fundamental paraa defesa do hospedeiro, em situações de intensa ativaçãocelular, grandes quantidades de moléculas citotóxicas po-dem ser produzidas e liberadas no espaço extracelular, cau-sando danos ao tecido. O acúmulo de EROs e enzimasproteolíticas no tecido hospedeiro está relacionado com aetiologia de várias doenças inflamatórias não infecciosas.Este fato tem levado a uma busca pelo entendimento dosmecanismos de ativação do neutrófilo, bem como substân-cias que modulem as funções citotóxicas desta célula. Re-sultados promissores já foram obtidos em pesquisas comprodutos naturais, principalmente provenientes de plan-tas. Trabalhos recentes demonstraram que o extrato da polpado fruto de Tamarindus indica L. possui atividade antioxi-dante em sistemas não celulares e diante disso, neste estu-do foram analisados os efeitos do extrato bruto da polpa dofruto de T. indica, bem como de suas frações, sobre a pro-dução de EROs bem como sobre a desgranulação e a ativi-

dade da enzima elastase. Para analisar os efeitos do T. indi-ca sobre a produção de EROs, foram realizados ensaios dequimioluminescência dependentes de luminol (QLlum) elucigenina (QLluc), utilizando como estímulos o zimosanopsonizado (ZIops), o N-formil-metionil-leucil-fenilalanina(fMLP) e o Forbol-12-miristato-13-acetato (PMA). O extra-to bruto inibiu de forma dose dependente a produção deEROs por neutrófilos ativados pelos três estímulos, sendoeste efeito mais pronunciado ao utilizar o PMA como estí-mulo. As frações hexano e diclorometano também inibiram,de forma dose dependente, a produção de EROs induzidapelos três estímulos, sendo a hexano mais eficaz. Entretan-to, as frações aquosa e butanólica causaram fraca inibição,sem relação com a dose. O efeito do extrato bruto de T.indica sobre um mecanismo efetor independente de oxigê-nio foi verificado avaliando sua atividade sobre a liberaçãoe a atividade da enzima elastase neutrofílica. Foi constata-do que o extrato inibiu significativamente, de forma dosedependente, tanto a liberação quanto a atividade catalíticada enzima elastase. Utilizando os ensaios de exclusão aocorante azul de Tripan e de determinação da atividade daenzima lactato desidrogenase, verificou-se que o extratobruto, bem como as frações aquosa, butanólica e dicloro-mentano não possuem efeito citotóxico sobre os neutrófi-los. Em concentrações elevadas, a fração hexano foi citotó-xica, entretanto, nas concentrações que causaram os CI50,este efeito não foi verificado. Este trabalho mostra que oextrato da polpa do fruto de T. indica é capaz de modularmecanismos efetores dos neutrófilos dependentes e inde-pendentes de oxigênio. Estes resultados dão suporte paraque sejam realizados estudos de purificação de principioativo e ensaios in vivo e clínicos para produção de fárma-cos a partir do fruto de T. indica.

planta Abrus pulchellus tenuiflorus, cujo fragmento de DNAque codifica a cadeia A da pulchelina foi previamente clo-nado e produzido de forma recombinante (rPAC) como pro-teína de fusão em Escherichia coli. Uma imunotoxina espe-cífica para o antígeno associado a tumor (Ca 19.9) foi pre-parada pela conjugação de rPAC, com mAb V12.22 (anti-

Ca19.9). Essa imunotoxina com pulchelina exerce atividadetóxica específica sobre linhagens celulares que expressamCa19.9, reconhecidas pelo anticorpo V12.22, levando à ini-bição de proliferação de células alvo com IC50 (concentra-ção que causa 50% de inibição) variando de 250pM a 3,25nMpara ensaios com MTT ou vermelho neutro.

EFEITOS DO EXTRATO DA POLPA DO FRUTO DE Tamarindus indica L. SOBRE FUNÇÕESEFETORAS DE NEUTRÓFILOS HUMANOS ATIVADOS

PAPEL DE CCR5 NA MIGRAÇÃO DE CÉLULAS T REGULADORAS CD4+CD25+ NA PARACOC-CIDIOIDOMICOSE PULMONAR

Ana Paula MoreiraOrientador: Prof.Dr. João Santana da SilvaTese de Doutorado apresentada em 01/06/2007

A paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença crô-nica, granulomatosa, causada pela inalação de propágulosaéreos do fungo Paracoccidioides brasiliensis. As célu-

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Daiani Cristini Oliveira AndradeOrientadora : Profa.Dra. Yara Maria Lucisano ValimDissertação de Mestrado apresentada em 11/06/2007

A Artrite Reumatóide (AR) é uma doença autoimunedegenerativa que acomete 1% da população mundial, sen-do mais comum em mulheres com idade entre 30 e 50 anos.É caracterizada principalmente por inflamações articularespersistentes que levam à conseqüente destruição da carti-lagem. Durante o processo inflamatório ocorre influxo pre-dominante e contínuo de polimorfonucleares neutrófilos(PMNs), os quais se acumulam na cavidade sinovial, fazen-do da artrite reumatóide um protótipo de doença caracteri-zada pela inflamação neutrofílica.

Trabalhos anteriores mostraram que PMNs dasinóvia reumatóide apresentam um aumento em sua meia-vida e ainda, sugerem que a presença de citocinas pró-inflamatórias pode estar envolvida neste processo. A pre-sença prolongada destas células ativadas no sítio inflama-tório contribui para a lesão tecidual. Desta maneira, a apop-tose dos neutrófilos é considerada o mecanismo chave parao controle do processo inflamatório. Sendo assim, este pre-sente trabalho tem como objetivo esclarecer se esse �atra-so� no processo de apoptose também é observado em neu-trófilos da circulação de pacientes e se diferentes estágiosda doença poderia contribuir para tanto, bem como relacio-

nar ao perfil de produção de algumas citocinas pró-inflama-tórias como IL-12, IL-8, G-CSF, Mip �1α e β e IP-10.

Através do monitoramento da exposição de fosfati-dilserina pela marcação com Anexina-V, observamos queno sangue periférico de pacientes com AR, a população deneutrófilos que expõe o fosfolípide é menor que a observa-da nos indivíduos saudáveis. Tal fato parece depender doestágio da doença, uma vez que na população de neutrófi-los de pacientes com AR em atividade foi observada umaporcentagem ainda menor de células apoptóticas quandocomparada com àquela dos outros grupos analisados. Em-bora quando realizados os testes de análises estatísticasesses valores não tenham sido significantes, essa diferen-ça entre os grupos analisados foi considerada relevantedentro do nosso contexto experimental.

Análises realizadas por citometria de fluxo, atravésde imunoensaio baseado em beads de captura revelaramníveis mais altos de IL-8 e IL-12 também no soro de pacien-tes com AR ativa quando comparados aos níveis observa-dos nos demais grupos (p<0.05). As concentrações deIP-10, Mip-1 α e β, também se mostraram maiores no sorodestes pacientes. Ainda, observamos uma tendência parauma maior produção de G-CSF nestes pacientes com a do-ença em atividade, o que leva à uma maior liberação deneutrófilos na circulação destes pacientes, contribuindopara o aumento da inflamação.

las T reguladoras CD4+CD25+ (Treg) estão presentes emlesões pulmonares de pacientes com PCM e podem estarenvolvidas nos casos de recidivas, comumente relacio-nadas a esta micose. Como a migração dessas células éparcialmente dependente do receptor de quimiocina CCR5,avaliamos o papel do mesmo durante a infecção por P. bra-siliensis em camundongos C57BL/6 e geneticamente defi-cientes de CCR5 (CCR5-/-). Os dados obtidos neste estudodemonstraram que no dia 3 após a infecção, camundongosCCR5-/- apresentam aumento significativo (p<0,05) da mi-gração de células CD11b+, CD11b+CD11c+ e GR1+ para ospulmões, resultando em extensa lesão inflamatória. Contu-do, no dia 15, os camundongos CCR5-/- são capazes decontrolar o crescimento e disseminação das leveduras eapresentam granulomas significativamente (p<0,05) maiscompactos. As linhagens de camundongos apresentaramsemelhante DTH e migração de linfócitos T e B para aslesões. Porém, na ausência de CCR5, a porcentagem de cé-

lulas T CD4+CD25+ foi significativamente (p<0,05) dimi-nuída e o número de células FOXP3+ no pulmão foi me-nor quando comparado com camundongos selvagens.Após a transferência adotiva de células T CD4+CD25+

provenientes de camundongos selvagens para CCR5-/-

ocorreu um aumento significativo (p<0,05) da quantidadede fungos nos pulmões, enquanto que a transferência decélulas CD4+CD25- promoveu um maior controle do cres-cimento das leveduras. Finalmente verificamos que a in-fecção por P. brasiliensis resulta em grande inibição daproliferação das células do baço de camundongos selva-gens, a qual pode ser inibida pela adição de anticorposanti-CTLA-4 ou anti-GITR. No entanto, camundongosCCR5-/- não apresentam distúrbios na proliferação celular.Em conjunto os resultados revelam que CCR5 modula amigração e a função supressora das células T reguladorasCD4+CD25+ favorecendo a sobrevivência do fungo dentrodos granulomas.

AVALIAÇÃO DA APOPTOSE DE NEUTRÓFILOS DO SANGUE PERIFÉRICO DE PACIENTES COMARTRITE REUMATÓIDE EM DIFERENTES ESTÁGIOS DA DOENÇA

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Luciana Rodrigues Pinto DantasOrientador: Prof. Dr. Antonio Carlos dos SantosDissertação de Mestrado apresentada em 20/04/2007

A diferenciação entre casos iniciais de doença deAlzheimer (DA), comprometimento cognitivo leve (CCL) ealterações próprias do envelhecimento pode não ser umatarefa simples na fase inicial do processo. A volumetria daimagem de RNM é uma técnica quantitativa com capacida-de para mensurar atrofia discreta de regiões específicas, oque pode ser utilizado para inferências sobre a progressãotemporal da doença, especialmente quando dirigida para asestruturas temporais mesiais. Assim, o objetivo deste estu-do é utilizar a volumetria de todo o encéfalo, lobo temporal,córtex entorrinal, amígdala, hipocampo e suas subdivisões(cabeça, corpo e cauda) tentando diferenciar entre pacien-tes e idosos normais. Estudamos três grupos pareados de15 indivíduos, classificados como DA, CCL ou normais,por avaliações clínicas, neurológicas, neuropsicológicas epor RM. A volumetria global e das regiões foi normalizadapelo volume intracraniano. Todas as mensurações foramrealizadas por delimitação manual, em imagens volumétricasde todo o encéfalo, com precisão de 1mm3, utilizando pro-tocolos validados por outros autores. A confiabilidade intra-observador e inter-observadores foi testada em cinco ca-sos. O modelo linear de efeitos mistos foi usado para com-

parações entre estruturas de um mesmo indivíduo e entreindivíduos dos diferentes grupos, com nível de significân-cia de 5%. Não houve diferença significativa entre os ladosdireito e esquerdo, exceto para as medidas do lobo tempo-ral em controles normais e pacientes com CCL onde o ladoesquerdo foi menor. Não foram encontradas diferenças en-tre os grupos com a medida global do encéfalo. O volumedo lobo temporal diferenciou DA de CCL e normais (p<0,01),mas não CCL de normais. Resultado semelhante foi encon-trado para a volumetria da amígdala e hipocampo. Avolumetria do córtex entorrinal diferenciou apenas CCL deDA no lado direito, com tendência à esquerda, sugerindoproblemas com a delimitação anatômica da estrutura. Asegmentação da cabeça e cauda do hipocampo mostroudiferença significativa apenas entre DA e normais e o cor-po do hipocampo mostrou resultados semelhantes àquelasencontradas para o hipocampo total. Em conclusão, emnosso estudo a volumetria se mostrou uma ferramenta útilpara diferenciar pacientes com DA de pacientes com CCL eidosos normais, mas não foi possível diferenciar pacientescom CCL de idosos normais na nossa amostra. A volumetriade todo o encéfalo não foi discriminante. A volumetria dolobo temporal total, da amígdala e do hipocampo foi espe-cialmente útil. Não encontramos vantagens da segmentaçãodas sub regiões do hipocampo (cabeça, corpo e cauda)versus o hipocampo total.

NEUROLOGIA

UTILIZAÇÃO DA VOLUMETRIA PARA DISCRIMINAR IDOSOS NORMAIS DE PACIENTES COMDOENÇA DE ALZHEIMER E COMPROMETIMENTO COGNITIVO LEVE

tomografia por emissão de pósitrons, Positron EmissionTomography (PET), a tMRI utilizou, de início, exclusiva-mente, paradigmas em bloco, no qual o indivíduo realizauma tarefa por um período de tempo relativamente longo erepousa por um período de igual duração. No entanto, al-gumas funções corticais podem apresentar processos deadaptação, ou habituação, como pode ser o caso do córtexsomatosensorial. Uma maneira de minimizar o efeito de aco-modação no sinal da tMRI é a utilização de paradigmasmais modernos, conhecidos por evento-relacionado (ER),em que o paciente é estimulado por um curto período detempo e descansa por aproximadamente cinco vezes esseperíodo. Ainda, esse tipo de paradigma toma-se bastanteinteressante na aplicação clínica, em especial por apresen-

Ana Paula ValadaresOrientador: Prof. Dr. Dráulio Barros de AraujoDissertação de Mestrado apresentada em 18/05/2007

Introdução: Um objetivo importante das técnicasquantitativas de neuroimagem é caracterizar a atividadenormal do cérebro humano e determinar sua integridadefuncional quando comprometido por diferentes enfermida-des cerebrais, tais como Acidente Vascular Encefálico (AVE)e Epilepsia. Recentemente, com a evolução das imagensfuncionais por ressonância magnética, Functional MagneticResonance Imaging (fMRI), abriu-se a possibilidade de serealizar o mapeamento de certas áreas cerebrais, de formaabsolutamente não-invasiva. Por herança dos estudos de

MAPEAMENTO DO CÓRTEX SOMATOSENSORIAL ATRAVÉS DA RESSONÂNCIA MAGNÉTICAFUNCIONAL: POSSÍVEIS APLICAÇÕES CLÍNICAS EM ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO EEPILEPSIA EXTRATEMPORAL

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Fabiane Couto GarciaOrientador: Prof. Dr. Osvaldo Massaiti TakayanaguiDissertação de Mestrado apresentada em 30/05/2007

Desde meados do século XX vêm em contínuo cres-cimento as pesquisas em avaliação das afasias, sendo cria-dos inúmeros testes em diferentes países. Alguns dessesinstrumentos de avaliação foram traduzidos e adaptados àpopulação brasileira, dentre eles o Protocolo Montreal-Toulouse de Exame de Afasia M1-Alpha. A partir de então,o M1-Alpha é uma das baterias de testes de afasia maiscitadas e aplicadas no Brasil, entretanto, sofreu algumascríticas desde sua adaptação à língua portuguesa. Objeti-vo: Deste modo, a presente dissertação teve como objetivoanalisar as falhas do Exame de Afasia M1-Alpha expostaspela literatura, aplicar este instrumento de avaliação em 35indivíduos sem alterações neurológicas, avaliar a necessi-dade de readaptação cultural e linguística pela conjugaçãodos resultados anteriores e sugerir modificações para oseu aprimoramento. Método: Para isso, foi realizada umarevisão de literatura sobre linguagem, afasia, avaliaçõesdas afasias, seus fatores interferentes, a concepção do Exa-me de Afasia M1-Alpha e a descrição de suas críticas esugestões. Em seguida, selecionou-se 35 sujeitos sem alte-rações neurológicas, acompanhantes dos pacientes dos am-bulatórios de neurologia do HCFMRP-USP, utilizou-se uma

anamnese enfocando o gênero, faixa etária, o nível de esco-laridade, a nacionalidade, dominância manual, o multilin-guismo, o hábito de leitura e de escrita. Após foi realizada aavaliação de linguagem com o M1-Alpha e foi solicitadoaos participantes que descrevessem todas as figuras nelecontidas. Resultados: Então foram coletados os dados,encontrando que 97,1% dos participantes cometeram al-gum erro nas provas do M1-Alpha, maior número de errosnas provas de expressão oral e compreensão escrita, au-sência do aumento do grau de complexidade entre as pro-vas de compreensão escrita com mais erros para palavras,mais erros para repetição que para leitura e denominaçãocom diferença estatisticamente significativa, correlaçãoentre escolaridade e compreensão escrita de frases com-plexas e cópia e falhas nas interpretações de algumas figu-ras em todas as provas. Discussão: Foram analisadas ascríticas e sugestões, conjugados os dados da análise e dosresultados e direcionadas algumas sugestões para a reade-quação do Exame de Afasia M1-Alpha. Conclusões: Com-provaram-se as vantagens na utilização do M1-Alpha e anecessidade de readequação cultural e lingüística desteinstrumento, tais como: modificação de algumas figuras,inclusão de avaliação das habilidades pragmáticas, exclu-são do artigo na ordem dada nas provas de compreensão,criação de oposições grafêmicas e alteração em alguns es-tímulos das provas de repetição e leitura em voz alta.

tar resultados menos contaminados por artefatos de movi-mento. Objetivos: Este trabalho teve dois grandes objeti-vos principais: o primeiro foi desenvolver um dispositivocapaz de padronizar, com precisão, o estímulo tátil; o segun-do foi comparar dois diferentes paradigmas, em bloco e ER,no mapeamento do córtex sensitivo, em indivíduos assinto-máticos, em pacientes pós- AVEi (Acidente Vascular Ence-fálico isquêmico) e em crianças com epilepsia extratemporal.Paralelamente ao primeiro tentamos observar um possívelfenômeno de habituação no córtex sensitivo. Materiais eMétodos: Desenvolvemos um dispositivo pneumático deidealização do estímulo táctil. Realizamos os exames em 35voluntários com e sem o dispositivo, em sete pacientes pós-AVEi e quatro pacientes com epilepsia de lobo extratempo-

ral eleitos à cirurgia. Resultados: O dispositivo mostrou-seeficiente pra mapear o córtex sensitivo no paradigma embloco e no paradigma ER mediante estimulação táctil ma-nual ou com o uso do dispositivo (p < 0,01). Os achados empacientes pós AVEi e Epilepsia também demonstram eficiên-cia no mapeamento do córtex sensitivo, sem no entanto de-monstrar uma condição ideal para o mapeamento porque osresultados variam entre os indivíduos. Conclusões: Os re-sultados encontrados sugerem que ambos os paradigmassão eficientes para o mapeamento do córtex somatosensorial,pacientes pós-AVE parecem se beneficiar mais do paradig-ma em bloco. O paradigma ER é eficiente para o mapeamentodo córtex sensitivo porém são necessários mais estudospara aplicação em pacientes.

EXAME DE AFASIA M1-ALPHA: UMA PROPOSTA PARA READEQUAÇÃO AO PORTUGUÊS

ESTUDO DA ETIOLOGIA DA PRIMEIRA CRISE EPILÉPTICA EM PACIENTES INFECTADOS PELOVÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA

Thaisa Mourão Vasconcelos de MattosOrientador: Prof. Dr. Osvaldo Massaiti TakayanaguiDissertação de Mestrado apresentada em 31/05/2007

Introdução: As crises epilépticas são complicaçõesconhecidas da infecção pelo vírus da imunodeficiênciahumana, presentes em 4 a 11% dos pacientes. Conhecer a

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Francini Cruz Gomes da Fonseca SepulcriOrientadora: Profa. Dra. Regina Maria França FernandesDissertação de Mestrado apresentada em 01/06/2007

A Crise Febril (CF) é um evento comum e próprio dainfância, estimando-se que cerca de 2% a 5% das criançasapresentarão pelo menos uma crise epiléptica na vigênciade febre nos primeiros anos de vida. Mesmo com elevadonúmero de estudos sobre este tema, ainda há questiona-mentos referentes à melhor terapia, menor taxa de efeitoscolaterais e à decisão de iniciar o tratamento. O tratamentoprofilático intermitente com benzodiazepínicos na CF é aterapêutica mais indicada na atualidade. Assim sendo, opresente estudo foi conduzido objetivando avaliar a eficá-cia do Clobazam e Clonazepam intermitentes, em criançascom CF que apresentassem pelo menos um fator preditivode recorrência, analisando ainda os efeitos adversos dasmedicações e a associação da presença de fatores preditivoscom recidiva de CF. Avaliamos prospectivamente criançassubmetidas à profilaxia intermitente, atendidas no HCFMRP-USP, durante o período de abril de 2002 a outubro de 2004,sendo selecionados 96 pacientes de forma randomizadaquanto à medicação prescrita, Clobazam 0,5mg/kg/dia ouClonazepam 0,1mg/kg/dia. Vinte e sete crianças foram ex-cluídas durante o seguimento por falta de adesão, não ne-cessidade da utilização da profilaxia e evolução com crisesafebris, sendo consideradas 71 crianças, 29 (40,8%) sub-

metidas à profilaxia com Clobazam e 42 (59,2%), comClonazepam, tendo 2 crianças utilizado ambas as medica-ções devido à troca por efeitos colaterais. A eficácia dotratamento profilático intermitente foi demonstrada quan-do comparamos 2,9% dos quadros febris com recidivas, emvigência do uso adequado da medicação profilática, contra56% com a não utilização (p < 0,01, X2), sendo a taxa derecidiva de 2,5%, com a utilização do Clobazam e 3,4% doClonazepam, sem diferenças entre os grupos (p=O,676,X2).Os efeitos colaterais ocorreram em 52,1% das crianças,sendo transitórios e limitantes em apenas 1,4% destas, compredomínio de vômitos, no grupo do Clobazam (p=0,033,X2'),e de ataxia com o Clonazepam (p=0,033, X2).Nossas crian-ças antes do tratamento apresentavam tendência à recidi-va, demonstrada pelo número de fatores preditivos presen-tes (91,5% com mais de um fator) e pelo número de CF(66,2% com 2 ou mais CF) antes do tratamento. Após aintrodução da profilaxia, houve recidiva de CF em apenas8,4% das crianças que utilizaram a medicação, o que evi-dencia grande diminuição da expressividade destes fatoresde risco sob efeito do tratamento. A introdução da profila-xia intermitente com Clobazam ou Clonazepam mostrou-seeficaz diminuindo significativamente o número de quadrosfebris com recidiva, quando as drogas foram utilizadas ade-quadamente. Os efeitos adversos foram transitórios na gran-de maioria, mas não limitantes. No âmbito geral, a introdu-ção da profilaxia deve ser considerada em crianças com CFcom presença de fatores preditivos de recidiva.

causa das crises é importante para fins terapêuticos eprofiláticos. Pacientes e Métodos: Estudamos cinqüenta edois pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiênciahumana (HIV) que apresentaram o primeiro episódio de cri-se epiléptica. Os dados foram coletados durante interna-ção no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina deRibeirão Preto no período de janeiro de 2002 a julho de2005. Resultados: A maioria dos pacientes era do sexo mas-culino (65%) com idade média de 36,2 anos. Os pacientespossuíam condições definidoras de aids e contagem de lin-

fócitos T CD4+ média de 64/mm³. As prováveis causas maiscomuns nos 52 pacientes estudados foram lesões expansi-vas, encefalopatia pelo HIV e meningite. A causa presumi-da mais comum foi toxoplasmose, encontrada em 18 (35%)pacientes. Nenhuma causa foi encontrada em seis pacien-tes (12%), apesar de investigação completa. Conclusão:Nosso estudo sugere que no nosso Hospital o primeiroepisódio de crise epiléptica tem, na maioria das vezes, umainfecção oportunista como causa.

TRATAMENTO PROFILÁTICO INTERMITENTE DA CRISE FEBRIL: ESTUDO COM O CLOBAZAM ECLONAZEPAM

SCREENING DE UMA BIBLIOTECA DE EXPRESSÃO DE cDNA DE CEREBELO DE RATO USANDO-SECOMO SONDA O ANTICORPO ANTI-KM+  E  EXPRESSÃO DE DREBRINAS EM DISPLASIA CORTICALFOCAL IIB ASSOCIADA COM EPILEPSIA DE DIFÍCIL CONTROLE MEDICAMENTOSO

Roberta de Assis MaiaOrientador: Prof.Dr. Antonio Roberto MartinsTese de Doutorado apresentada em 01/06/2007

p83 é uma proteína com massa molecular aparentede 83 kDa, supostamente ainda não descrita, específica desistema nervoso, e desenvolvimento regulada. p83 interage

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fortemente com laminina, Tau, tubulina e heat shock protein90β. p83 foi inicialmente detectada por imunohistoquímicae western blot usando-se um anticorpo anti-lectina KM+

purificado por afinidade. Sua purificação a partir de cérebrode rato está em progresso.

Identificar o envolvimento de p83 em processos doSistema Nervoso Central humano é um passo necessárioem direção à compreensão de sua função biológica. Umabiblioteca de expressão de cDNA de cerebelo de rato(Lambda ZAP II, Stratagene) foi submetida ao screening,usando-se um anticorpo específico para isolar o cDNA dep83. O anticorpo anti-KM+ foi pré-adsorvido contra pro-teínas de E. coli XL1 Blue MRF�, antes de ser usado noscreening. As membranas foram reveladas por imunode-tecção cromogênica (fosfatase alcalina e NBT/BCIP). Aanálise de todos os clones Lambda ZAP II foi feita porexcisão in vivo do fagomídeo pBluescript, subclonagem emE. coli XL1 Blue MRF�, purificação do DNA plasmidial edigestão com Eco RI. A seqüência correspondente ao clo-ne isolado foi analisada usando-se ferramentas e bancosde dados do NCBI.

A seqüência nucleotídica mostrou identidade com

as isoformas A e E de drebrina. As isoformas A e E de drebrinaforam detectadas em adulto e embrião, respectivamente.Drebrina A é uma proteína sistema nervoso-específica, de-senvolvimento regulada e associa-se com F-actina. Embo-ra drebrina e p83 compartilhem propriedades em comum,nossos dados de western blot indicaram que parecem nãose tratar da mesma proteína.

Nós investigamos a expressão de drebrina em Dis-plasia Cortical Focal tipo IIB, comparando com córtex nor-mal. As secções de tecido foram coradas com hematoxilina-eosina e prata (Bielchowsky). Secções forma processadaspor imunohistoquímica usando-se os anticorpos anti-drebrina M2F6 e o DAS2, e recuperação antigênica. A de-tecção foi feita usando-se um anticorpo biotinilado, e DABcomo cromógeno. Os tecidos displásicos (13 casos) foramobtidos cirurgicamente de tecidos exibindo epilepsia dro-ga-resistente. Os controles foram obtidos de necrópsia de15 pacientes sem história prévia de doenças neurológicasou alterações patológicas.

Nossos resultados sugerem uma associação entredrebrina e DCF IIB, um distúrbio do desenvolvimentocortical.

disfagia (3 pacientes no grupo I e 5 pacientes no grupo II);distúrbio da condução cardíaca (4 pacientes no grupo I e 7pacientes no grupo II) e paresia facial bilateral (1 pacienteno grupo I e 5 pacientes no grupo II). Outros achados clíni-cos relevantes menos freqüentes foram mialgia, ataxia, dé-ficit auditivo neurossensorial bilateral, polineuropatia e re-dução da capacidade vital pulmonar. Observamos aumentodas dosagens séricas de CK em apenas 1 paciente de cadagrupo (até 1,5 vezes o limite superior) e o lactato séricodosado após esforço físico foi aumentado em 4 pacien-tes do grupo I e em 9 pacientes do grupo II (até 4,5 vezes olimite superior). Ao exame eletroneuromiográfico, a alte-ração mais freqüente foi o padrão miopático em 1 pacientedo grupo I e em 6 pacientes do grupo II; polineuropatiasensitivo-motora axonal foi evidenciada em 1 paciente decada grupo. A avaliação anatomopatológica demonstrouproliferação mitocondrial subsarcolemal em várias fibrasde todos os pacientes (RRF), a maioria delas evidenciandoatividade ausente da COX. O estudo molecular demons-trou deleções múltiplas do mtDNA em todos os pacientesdo grupo I e, nos pacientes do grupo II, mutação de pon-to A3243G em 2 pacientes e deleções únicas em 15 pacien-tes, sendo em 10 deles, a deleção única de 4997bp, conheci-da por deleção comum.

Elmano Henrique Tôrres de CarvalhoOrientadora: Prof Dra Cláudia Ferreira da Rosa SobreiraDissertação de Mestrado apresentada em 04/06/2007

PEO é uma manifestação comum das doenças mito-condriais. Pode estar relacionada a mutações primárias domtDNA, apresentando-se como casos esporádicos ou compadrão de herança materna; ou podem estar relacionadas adeleções múltiplas do mtDNA secundárias às mutações donDNA, neste caso apresenta-se com padrão de herançaautossômico dominante ou recessivo. O estudo foi realiza-do com 5 pacientes com PEO e deleções múltiplas do mtDNA(grupo I) e 17 pacientes com PEO e mutações primárias donDNA (grupo II). Foram descritos parâmetros clínicos,histoenzimológicos e moleculares e os grupos comparadosentre si e com os relatos prévios da literatura. A média daidade de início dos sintomas em nossos pacientes foi de42,2 anos no grupo I e 13,4 anos no grupo II. O sintomainicial foi oftalmoparesia em todos os pacientes dos gru-pos I e II. Em quase todos os pacientes, PEO não foi oúnico achado da avaliação clínica. Os quadros clínicos maisfreqüentemente associados à PEO foram: fraqueza muscu-lar (4 pacientes no grupo I e 10 pacientes no grupo II);

AVALIAÇÃO CLÍNICA E MOLECULAR DE PACIENTES COM OFTALMOPARESIA EXTERNAPROGRESSIVA E MUTAÇÕES DO DNA MITOCONDRIAL

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Tonicarlo Rodrigues VelascoOrientador: Prof. Dr. Américo Ceiki SakamotoTese de Doutorado apresentada em 04/06/2007

A síndrome epiléptica mais freqüentemente encon-trada na prática clínica é a epilepsia do lobo temporal mesialassociada à esclerose hipocampal (EMT-EH). As crisesepilépticas associadas à EMT-EH são comumente intratá-veis do ponto de vista farmacológico, mas podem ser con-troladas através da lobectomia temporal (LT), com taxas decura que podem chegar a 80% (Engel, 2001). A seleção depacientes para a cirurgia depende da convergência dosdados da investigação pré-operatória, e, nos dias atuais,tem sido possível com exames não invasivos, dentre eles ovídeo-EEG, a ressonância magnética (RM) e a tomografiacomputadorizada por emissão de fóton único ictal (SPECT)(Thadani, 1995). O SPECT ictal é considerado um método

sensível e confiável na determinação do lado de início dascrises em pacientes com EMT-EH, com taxas de acuráciaem torno de 90% (Newton, 1995). Entretanto, apesar de ex-tensa literatura em relação ao uso do SPECT ictal em epilep-sias focais, não há estudos analisando a real utilidade doexame na tomada de decisões durante a avaliação pré-cirúr-gica de pacientes com EMT. Através de um estudo pros-pectivo e randomizado examinamos se a realização do SPECTictal é realmente crítica na avaliação pré-cirúrgica de paci-entes com EMT. Nossos resultados não suportam a hipó-tese de que o SPECT ictal forneça informação adicional nalateralização das crises epilépticas, nem de que altere a in-dicação da cirurgia e nem de que altere o prognóstico cirúr-gico pós-operatório. Os resultados vêem de encontro adados de literatura afirmando que o SPECT ictal pode serredundante na lateralização das crises em pacientes comepilepsia do lobo temporal. Além disso, quando o exame foirealizado, o custo da internação aumentou 35%.

ESTUDO RANDOMIZADO SOBRE A UTILIDADE CLÍNICA DO SPECT ICTAL EM PACIENTES COMEPILEPSIA MESIAL TEMPORAL REFRATÁRIA

carpina e sacrificados igualmente ao grupo anterior. Os cé-rebros de todos os animais foram processados para avalia-ção histológica da contagem celular (coloração de Nissl),degeneração neuronal (histoquímica de Fluoro-jade B), neu-rônios que expressam somatostatina (imunohistoquímica) ereorganização sináptica das fibras musgosas (coloração deneo-Timm). Adicionalmante, no grupo de 60 dias foi feita aavaliação das crises recorrentes espontâneas (CREs).

Nossos resultados foram: 1) a latência para o iniciodas CREs bem como o número total de CRE foi similar nosgrupos com e sem PC; 2) a latência para o inicio do SE foimaior no grupo experimental com PC comparada aos ani-mais do grupo sem PC; 3) o número de células do grupo SEcom 60 dias sem PC foi menor que o grupo PC na região deCA2; 4) o número de células marcadas pela coloração deFluoro-Jade no grupo SE de 7 dias sem PC foi maior que osgrupos experimentais de um e 15 dias com e sem PC nosubcampo CA3a; 5) o número de células que expressamsomatostatina foi similar nos grupos experimentais com esem PC; 6) A intensidade de reorganização sináptica dasfibras musgosas foi semelhante nos grupos experimentaiscom e sem PC, e esta reorganização teve um aumento pro-gressivo com o aumento do período entre o SE e o sacrifí-cio. De acordo com os resultados, nos concluímos que oprecondicionamento, utilizando um episódio de 2 horas deHPG, 24 horas antes do SE, não interfere na ocorrência dasCRE, nem previne a perda celular hipocampal e reorganiza-ção sináptica das fibras musgosas induzidas pelo SE.

Flávia Araújo GuedesOrientador: Prof. Dr. João Pereira LeiteTese de Doutorado apresentada em 05/06/2007

A epilepsia do lobo temporal (ELT), é a forma maisfreqüente de epilepsia em adultos, esta associada a umagrande perda neuronal na região do hilo e nas camadas decélulas piramidais CA1 e CA3. Há também uma reorganiza-ção dos axônios das células granulares, as fibras musgo-sas, na camada molecular interna.

O precondicionamento (PC) é um fenômeno no qualbreves episódios de insultos subletais tais como isquemiaglobal, hipóxia e curtos episódios de crises, conferem pro-teção contra uma injuria induzida por insultos mais severossubseqüentes. Não existem dados na literatura sobre osefeitos do PC usando hipoglicemia (HPG) na gênese e pro-gressão da epilepsia.

O objetivo deste trabalho foi utilizar um PC com HPGe o modelo de SE induzido por lítio-pilocarpina para avaliaros efeitos do PC na evolução comportamental da epilepsia,morte neuronal hipocampal e reorganização sináptica dasfibras musgosas.

Ratos Wistar foram submetidos a HPG através dainjeção de insulina (2U/100g de peso do animal) e vinte qua-tro horas após ao SE pela injeção de litio (127,17 mg/kg, i.p)seguido da injeção de pilocarpina (25mg/kg, s.c,). Os ani-mais foram sacrificados um, 7, 15 e 60 dias após o SE. Outrogrupo foi submetido somente ao SE induzido por lítio e pilo-

EFEITO DO PRÉ-CONDICIONAMENTO PRODUZIDO PELA HIPOGLICEMIA NA GÊNESE E PROGRES-SÃO DA EPILEPSIA NO MODELO DE STATUS EPILEPTICUS INDUZIDO POR LÍTIO-PILOCARPINA

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Patricia Toscano Barreto Nogueira OnofreOrientador: Prof. Dr. Osvaldo Massaiti TakayanaguiDissertação de Mestrado apresentada em 05/06/2007

A mielopatia associada ao HTL V-I (HAM), tambémconhecida como paraparesia espástica tropical (TSP), é umadoença crônica progressiva que afeta a medula espinal e asubstância branca do cérebro. Menos de 5% dos portado-res crônicos do HTL V-I desenvolverão essa complicação.As primeiras manifestações da doença ocorrem na quartadécada da vida e observa-se relação mulher/homem de 2: 1.O objetivo do estudo foi a revisão de casos retrospectivose o acompanhamento evolutivo de pacientes portadoresdo retrovírus HTL V-I e as manifestações clínicas neuroló-gicas e sistêmicas. Casuística e Método: Resultados: Fo-ram incluídos 110 pacientes com idade entre 20 e 69 anos,

concluindo o estudo, 88 pacientes, dentre os quais, 26(29,5%) eram portadores da mielopatia associada ao HTLV-I (HAM/TSP) e 62 (70,4%) assintomáticos. O sexo femini-no predominou no grupo sintomático (76,9%). A idade deinício dos sintomas variou de 27 a 61 anos (média de 47,3anos +/- 13,7 anos, mediana de 48 anos). Os maiores fatoresde risco no grupo sintomático foram transfusão de sanguee promiscuidade. O sintoma clínico predominante foi o dis-túrbio esfincteriano e a manifestação inicial mais comum foia perda de força nos membros inferiores (69,2%). Duas pa-cientes (7,6%) apresentaram Lupus eritematoso sistêmicoe uma paciente a Síndrome de Reiter e uma variedade deanormalidades dermatológicas e oftalmológicas. Conclu-são: Embora o quadro clínico seja similar ao da literatura, asmanifestações não neurológicas são freqüentes nos nos-sos pacientes.

EVOLUÇÃO NEUROLÓGICA E MANIFESTAÇÕES SISTÊMICAS DE UMA POPULAÇÃO PORTA-DORA DE MIELOPATIA ASSOCIADA AO HTL V-I

proteína prion celular PrPc é altamente expressa no SistemaNervoso Central, entretanto, é também expressa no tecidomuscular sugerindo que sua função não esteja limitada aoSNC. Com o intuito de investigar o papel fisiológico da PrPc

no músculo, os animais Prnp+/+ e Prnp0/0 foram submetidosa diferentes tipos de protocolos de exercícios e depois tive-ram sua performance comparada. Os camundongos Prnp0/0

apresentaram uma diminuição da atividade locomotora. Apartir desse achado, a avaliação da respiração mitocondrialnos músculos cardíaco e esquelético foi realizada com opropósito de analisar a existência de alguma alteração quejustificasse a diminuição do desempenho observado. Aanálise da respiração mitocondrial foi realizada depois queos camundongos foram submetidos a diferentes tipos deintensidades de exercícios. Os parâmetros avaliados foramestágios 3 e 4, razão de controle respiratório (RCR) e po-tencial de membrana mitocondrial. Os tecidos musculares,cardíaco e esquelético dos camundongos Prnp0/0 quandocomparados com seus respectivos controles tipo selvagemnão apresentaram diferenças. Concluímos que os camun-dongos Prnp0/0 apresentam diminuição na capacidade denatação e atividade muscular em condições de exercícioextremo, porém não foram encontradas alterações na respi-ração mitocondrial que possam ser responsabilizadas portal fato. Nossos resultados indicam que futuras investiga-ções devem ser conduzidas a fim de se conhecer mais so-bre a função da PrPc na fisiologia muscular e seu possívelpapel nas diferentes patologias neuromusculares.

Patrícia Barreto Costa NicoOrientador: Prof. Dr. Roger WalzDissertação de Mestrado apresentada em 06/06/2007

No presente trabalho, foi analisado o efeito do es-tresse agudo nos níveis de ansiedade expressos por ca-mundongos nocaute para a proteína prion celular (Prnp0/0).Os camundongos nocaute e seus respectivos controles(Prnp+/+) foram submetidos a três tipos clássicos de es-tresse agudo. Os tipos agudos de estresse escolhidos fo-ram imobilização física, choques elétricos leves randomiza-dos e natação. Um grupo foi avaliado no estado basal. Apósserem submetidos aos diferentes tipos de estresse agudo,os animais foram avaliados na tarefa de labirinto elevadoem cruz e campo aberto. Em estado basal e em após a imo-bilização, não houve diferenças significativas entre os ani-mais selvagens e os animais nocaute. Observamos, porém,que, após sessão de choques randômicos ou natação, hou-ve alterações significativas em alguns dos parâmetros ana-lisados. Os animais nocautes para o gene da proteína príoncelular mostraram níveis de ansiedade menores do que osanimais controles. Devido ao fato dos animais mostraremalterações na atividade locomotora durante a realização dosexperimentos, acrescentamos uma tarefa de natação força-da. Os animais nocaute mostraram significativamente me-nor resistência física ao nado forçado. Esse achado é su-gestivo de que os animais nocaute para proteína prion ce-lular apresentem menor resistência física ao exercício. A

PAPEL DO PRION CELULAR NA MODULAÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO E DA RESPOSTACOMPORTAMENTAL AO ESTRESSE

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Ludmyla KandrataviciusOrientador: Prof.Dr. João Pereira LeiteTese de Doutorado apresentada em 08/06/2007

Comorbidades psiquiátricas em epilepsia são muitofreqüentes, especialmente aquelas que têm o lobo temporalcomo área epileptogênica principal. A escassez de dadosneuropatológicos e bioquímicos da associação entre os ti-pos mais comuns de distúrbios psiquiátricos e a epilepsialevou-nos ao estudo de hipocampos de pacientes com au-sência ou presença de depressão ou psicose na epilepsiado lobo temporal mesial. Além de medidas de densidadeneuronal e neo-brotamento, verificamos a expressão da sin-tase neuronal do óxido nítrico (nNOS), bastante estudada,separadamente, em epilepsias e distúrbios psiquiátricos. Oóxido nítrico (NO) produzido pela nNOS tem sido identifi-cado como fonte de radicais livres, com envolvimento emdiversas patologias do sistema nervoso, mas também emmecanismos fisiológicos de plasticidade sináptica e neuro-transmissão glutamatérgica. Também analisamos a expres-são das proteínas de choque térmico 70 (HSP70) e 90(HSP90), sendo esta última muito pouco estudada em epi-leptogênese, em situações de comorbidade de epilepsia edistúrbios psiquiátricos. A HSP70 é a principal proteínainduzível por situações de stress como crises epilépticas.Estudos com modelos animais relatam aumento de expres-são de HSP70 proporcional à severidade das crises. HSP90tem funções chaperona, é ligante de cálcio, calmodulina,ATP e regula a sintase do óxido nítrico, receptores esterói-des, Tau, actina, tubulina e filamentos intermediários. Devi-do à provável proteção mediada por HSP70 e ao papel de-sempenhado por HSP90 na interação com proteínas fato-res-chave na epileptogênese, acreditamos que um estudode caracterização delas poderia ser de utilidade na compre-ensão dos princípios que regem a epilepsia e distúrbiospsiquiátricos como a depressão e a psicose. Buscamos as-sim a elucidação da eventualidade destes mecanismos dealterações neurais compartilharem do mesmo substrato

patológico. Quarenta e três hipocampos foram obtidos depacientes com ELTM fármaco-resistente com ausência epresença de depressão ou psicose submetidos a hipocam-pectomia. Hipocampos controle (n=6-10) foram obtidos emnecrópsia de sujeitos sem história prévia de doenças neu-rológicas. Secções em parafina dos hipocampos foram sub-metidas a coloração por hematoxilina e eosina, histoquími-ca de neo-Timm e imunohistoquímica para nNOS, HSP70 eHSP90. Pacientes epilépticos com depressão exibem maiorQI que os com psicose e apresentam mais crises parciaiscomplexas com generalização secundária que os epilépti-cos sem comorbidades psiquiátricas. No pós-operatório ospacientes epilépticos sem comorbidades psiquiátricas sãomais bem sucedidos do que os com depressão, que por suavez apresentam maior permanência de auras no pós-opera-tório do que os demais. Pacientes com psicose tendem a termenor sucesso na remissão completa de crises. Pacientesepilépticos com depressão exibem maior neo-brotamentona camada molecular interna que os epilépticos sem comor-bidades psiquiátricas e que os epilépticos com psicose.Pacientes epilépticos exibem maior imunorreatividade paranNOS que os controle. Dentre os epilépticos, os com psi-cose exibem menor expressão na maioria das regiões hipo-campais. Há fortes indícios que o aumento da expressão denNOS seja benéfico tanto para a melhoria da epilepsia quan-to da psicose. Pacientes epilépticos exibem maior imunor-reatividade para HSP70 que os controle. Dentre os epilépti-cos, os com psicose exibem menor expressão na camadagranular, CA2 e CA3. É provável que o aumento de expres-são de HSP70 seja benéfico para epilepsia, mas não parapsicose. Pacientes epilépticos exibem maior imunoreativi-dade para HSP90 que os controle. Dentre os epilépticos, oscom psicose exibem menor expressão no hilo, CA3 e CA4. Équase certo um papel protetor de HSP90 tanto em epilepsiaquanto em psicose. Os resultados, em seu conjunto, con-firmam a grande importância das moléculas estudadas, quepodem ser úteis na compreensão dos mecanismos envolvi-dos na gênese, ao que tudo indica, comum em vários pon-tos da epilepsia e dos distúrbios psiquiátricos.

CARACTERIZAÇÃO NEUROPATOLÓGICA DA SINTASE NEURONAL DO ÓXIDO NÍTRICO E DASPROTEÍNAS DE CHOQUE TÉRMICO 70 E 90 NA EPILEPSIA DO LOBO TEMPORAL ASSOCIADAOU NÃO A COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS

ESTABELECIMENTO DE UM MODELO EXPERIMENTAL DE NEUROTUBERCULOSE

Fabíola Cristina Ribeiro ZucchiOrientador: Prof. Dr. Osvaldo Massaiti TakayanaguiTese de Doutorado apresentada em 11/06/2007

A tuberculose (TB) é um grave problema de saúdepública. Somente no ano de 2004, cerca de 9 milhões depessoas desenvolveram TB ativa e mais de 2 milhões de

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pessoas morreram da doença. O desenvolvimento de no-vos modelos experimentais de TB seriam de grande utilida-de para elucidar mecanismos fisiopatológicos da doença etestar esquemas terapêuticos para a prevenção e conten-ção da doença. Além disso, o desenvolvimento de novasvacinas torna-se indispensável como ferramenta de pre-venção e controle da TB.

A TB no sistema nervoso central (SNC), assim comoem outros tecidos do organismo, promove a ativação decélulas inflamatórias. No SNC a micróglia desempenha estepapel, sendo capaz de produzir ou ser influenciada por me-diadores solúveis. Vários mediadores estão envolvidos nosmecanismos moleculares decorrentes da infecção e infla-mação causados pela TB, entre eles: NFkB, iNOS e VEGF. Aativação do NFkB, um fator de transcrição citoplasmáticoque sob estímulo migra para o núcleo celular, tem íntimarelação com a indução da iNOS e de VEGF. A resistênciaintracelular a patógenos, inclusive ao Mycobacterium tu-berculosis, parece estar associada a expressão de iNOS emmacrófagos.

O óxido nítrico (NO) tem papel importante na comu-nicação intercelular, estimulando a síntese de mediadoresinflamatórios, como as citocinas, e regulando sua própriaprodução endógena. Estas citocinas por sua vez tambémpodem induzir a atividade do NFkB e a expressão da iNOSe VEGF. O VEGF é um potente ativador de permeabilidadevascular e de angiogênese, envolvido na ruptura da barrei-ra hemato-encefálica. Neste estudo, mostramos a caracteri-zação morfológica e imuno-histoquímica de um modelomurino de TB no SNC, com a indução da doença pela ino-culação de BCG. Com este modelo experimental obtivemos

importantes resultados que podem esclarecer mecanismosenvolvidos na fisiopatologia da neuro-TB humana. Aindução de meningite e tuberculomas foi possível atravésda inoculação de 104 cfu de BCG no cerebelo de camundon-gos, por estereotaxia, e esta indução foi dependente dotempo. A confirmação do diagnóstico foi feita pela detec-ção de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR), nas le-sões tuberculosas. Observamos, ao longo do tempo (1 a 6dias; 1, 2, 4 e 8 semanas) o recrutamento de diferentes po-pulações gliais (micróglia e astrócitos) no sítio de injeção.Houve aumento de produção e ativação NFkB nas lesõestuberculosas, caracterizada pela translocação da moléculado citoplasma para o núcleo celular. Houve expressão deiNOS restrita às lesões tuberculosas, além do aumento deexpressão de VEGF nestas lesões. Além disso, camundon-gos imunizados com a vacina gênica hsp65, contra a TB,não expressam VEGF em suas lesões. Esta vacina parececonferir um efeito protetor em nosso modelo experimental,reduzindo a expressão de VEGF, e consequentemente redu-zindo seu efeito angiogênico decorrente do processo infla-matório. O recrutamento glial, e a produção de mediadoressolúveis (NFkB, iNOS e VEGF) pelo hospedeiro, em res-posta à invasão do patógeno no SNC, parecem estar envol-vidos na fisiopatologia da neurotuberculose, como demons-trado neste modelo experimental. Nosso modelo permitiráinvestigar fatores possivelmente responsáveis pelo desen-volvimento e manutenção de lesões tuberculosas no SNC.O objetivo final seria elucidar a fisiopatologia desta gravedoença e compreender eventos moleculares envolvidos naprodução de lesões. O conhecimento gerado poderá permi-tir o delineamento de terapias específicas e efetivas.

vam as dificuldades. Tais resultados foram analisados ecomparados através do �ganho�, que consiste na relaçãoentre a velocidade dos olhos e a do estímulo, e são forneci-dos pelo próprio computador. Os resultados demonstraramque houve diferença significativa no desempenho das cri-anças na curva do meio na freqüência de 0,10 Hz. As crian-ças com dificuldades de aprendizagem apresentaram médiasuperior às crianças do grupo controle, porém não houvediferença entre os movimentos do rastreio ocular nas de-mais curvas nas freqüências de 0,10, 0,20 e 0,40 Hz. Nãoforam constatadas diferenças também no desempenho dascrianças do grupo com dificuldades quando analisadas asvariações de freqüências. A análise do rastreio ocular hori-zontal através da Vetoletronistagmografia não identificouas crianças com dificuldades de aprendizagem.

Roberta Alves de OliveiraOrientador: Prof.Dr. Osvaldo Massaiti TakayanaguiDissertação de Mestrado apresentada em 11/06/ 2007

Apesar da dificuldade de aprendizagem ser comumem sala de aula, sua detecção precoce e tratamento ainda éum desafio para os profissionais que lidam com essa difi-culdade. Diversos autores constataram alterações do ras-treio ocular lento em crianças com essa queixa, porém, mui-to se tem questionado quanto à utilização dos resultadospara o diagnóstico dessas crianças. No presente estudo,avaliamos o movimento em 56 crianças, entre 8 a 10 anos deidade, cursando da segunda à quarta série do ensino fun-damental, sendo 32 com dificuldades de aprendizagem daleitura e escrita e 24 do grupo controle, que não apresenta-

O RASTREIO OCULAR EM CRIANÇAS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

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Salomão da Cunha LinharesOrientador: Prof. Dr. Wilson Marques JúniorTese de Doutorado apresentada em 11/06/ 2007

A Ataxia espinocerebelar do tipo 7 é uma doença dedistribuição mundial e com uma freqüência estimada menorque 1:100.000 habitantes. Sua freqüência no Brasil foi esti-mada entre 2% a 4,4%. Recentemente foram detectadas 3famílias brasileiras portadoras de AEC7, não correlatas, eeste trabalho tem como finalidade caracterizá-las nos aspec-tos clínicos e genético-molecular, com ênfase ao estudo doefeito fundador. As características fenotípicas dos pacien-tes das 3 famílias foram semelhantes e estão de acordo comos achados da literatura. A maioria dos pacientes iniciou adoença com ataxia, seguida da queda da acuidade visual. Aidade de inicio da doença nas gerações apresentou dife-rença significativa nas gerações III e IV e correlacionou-senegativamente com os respectivos números de repetiçõesCAG na geração III (r= -0,813; p=0,000) e na geração IV(r= -668; p=0,002). As três famílias juntas originaram até o

presente momento 147 casos da doença. A distribuição dospacientes nas respectivas gerações, evidenciou um picono número de acometidos na segunda geração das Famíli-as II e III e na terceira geração da Família I, fato inédito naliteratura, que sinaliza a existência de um provável ciclo dadoença. Foram detectados nos familiares sadios 3 indiví-duos com alelos de tamanhos intermediários. Um dos indi-víduos apresentou 24 repetições CAG e outros dois apre-sentaram 36 repetições, respectivamente. A existência dealelos intermediários facilitaria o reinício de um novo cicloda doença, porque atuariam no sentido inverso ao daextinção da doença. O estudo qualitativo de imagens com-provou importante atrofia do tronco cerebral em 11 pacien-tes portadores de AEC7, sugerindo que a ponte é a estrutu-ra mais comprometida do SNC e que esta alteração antece-de o comprometimento do cerebelo e da região supratento-rial. Na análise dos haplótipos ficou claro que as 3 famíliasbrasileiras aqui estudadas apresentam uma origem comum,sendo portanto descendentes de um mesmo ancestral, su-gerindo um efeito fundador regional.

ATAXIA ESPINOCEREBELAR DO TIPO 7: ESTUDO GENÉTICO-MOLECULAR, ORIGEM ANCES-TRAL E CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA DO ENVOLVIMENTO DO SNC ATRAVÉS DE IMAGENSPOR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NUCLEAR

gicos soronegativos para o HIV; Estudo � paciente comHIV em uso de HAART, subdivididos em grupo I (com re-cuperação imunológica) e grupo II (sem recuperação imu-nológica). A definição para recuperação imunológica foi acontagem de linfócitos TCD4, de pelo menos 60cels/mm³ emanutenção dessa contagem por pelo menos 2 meses. Ospacientes foram avaliados d acordo com a sintomatologia(OSDI), teste de Schirmer coloração rosa bengala, BUT ecitologia de impressão conjuntival. Os pacientes foram tra-tados com colírio lubrificante, gel ou solução tópica de Ci-closporina A de acordo com a intensidade do quadro deolho seco. Tempo de acompanhamento: 90 dias. Métodoestatístico: qui-quadrado. Resultados: 60 pacientes foramexaminados, sendo 15 do grupo controle e 45 do grupoestudo, com tempo médio d doença de 13,2 anos e 8,3 anos,respectivamente. 86,67% dos pacientes do Grupo Controle

Márcia Lopes RodriguesOrientadora: Profa. Dra. Maria de Lourdes V. RodriguesTese de Doutorado apresentada em 28/05/2007

Objetivos: verificar a presença de alterações no epi-télio conjuntival e de ceratoconjuntivite seca em pacientescom aids, em uso de HAART; verificar se há influência darecuperação imunológica na superfície ocular de pacientescom aids; comparar as características do epitélio conjuntivale da ceratoconjuntivite seca em pacientes com aids em usode HAART e em pacientes imunológicos soronegativos;avaliar a reposta terapêutica ao tratamento de olho seco.Pacientes e métodos: estudo observacional, quantitativo eanalítico, realizado no Centro de Especialidades da Prefei-tura de Votorantim e no CHS (Sorocaba). Os pacientes fo-ram divididos em 2 grupos: Controle � pacientes imunoló-

OFTALMOLOGIA, OTORRINOLARINGOLOGIAE CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO

HISTOLOGIA DA CONJUNTIVA DE PACIENTES SOROPOSITIVOS PARA O VÍRUS DAIMUNODEFICIÊNCA HUMANA TIPO 1 COM DISFUNÇÃO DO FILME LACRIMAL, EM USO DETERAPIA ANTIRETROVIRAL COMBINADA

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Rosana Luzia Rodrigues Gomes de FreitasOrientadora: Profa. Dra. Cláudia Maria de FelícioDissertação de Mestrado apresentada em 31/05/2007

O objetivo desta pesquisa foi comparar sujeitos comqueixa de gagueira e sem queixa de fala quanto: ao perfil defluência da fala, à condição miofuncional orofacial, à ativi-dade eletromiográfica dos músculos masseteres, temporais,orbicular da boca, fascículos superior e inferior e supra-hióideos. Participaram 10 sujeitos com gagueira e 10 semgagueira, denominados como grupo controle, pareados porgênero e idade, cuja média foi 13,4 anos (mínimo = 10 emáximo = 18 anos). Os grupos foram definidos a partir daanálise de amostras de fala, de acordo com a avaliação doperfil de fluência da fala do ABFW-Teste de Linguagem.Posteriormente, os sujeitos passaram por avaliação dascondições miofuncionais orofaciais, na qual foi utilizado oprotocolo com escores AMIOFE. Para a análise da ativida-de muscular foi utilizado o Eletromiógrafo K6-I EMG LightChannel Surface Electromyography (Myo-tronics Co.Seattle, WA, EUA) de oito canais. Foram empregados ele-trodos duplos, de superfície de cloreto de prata, descartá-veis (Duotrodes, Myo-tronics Co., Seattle, WA), contendoum gel condutor (Myogel- myo-tronics Co., Seatlle,WA).Os eletrodos foram posicionados nos músculos masseter etemporal, bilateralmente, orbicular da boca, fascículos su-perior e inferior e na musculatura supra-hiódea, seguindo aorientação das fibras musculares. Um eletrodo de referên-cia (terra) foi posicionado próximo à nuca do sujeito. Ascondições clínicas investigadas foram: apertamento dentalem máxima intercuspidação habitual, emissão de uma pala-vra e duas frases; compressão labial, lateralização dos lábi-

os unidos para a direita e esquerda, protrusão labial,retração labial, mastigação de barra de cereais, repousoantes e após os exercícios, e as tarefas de língua, envolven-do sua protrusão, lateralidade intra e extra bucal direita eesquerda, retração, elevação intra-oral, abaixamento intra-oral e vibração. Os dados relativos ao perfil de fluência dafala e às condições miofuncionais orofaciais foram analisa-dos pelo teste Mann-Withney. Os dados da eletromiogra-fia foram normalizados pela atividade do apertamento den-tal em máxima intercuspidação habitual e transformados emlogaritmo na base 10. A comparação dos grupos foi realiza-da pelo teste t-Student para dados não pareados. Não hou-ve diferença entre os grupos quanto à freqüência dedisfluências comuns, mas sim quanto à freqüência dedisfluências gagas. A análise do perfil de fluência da falapermitiu caracterizar precisamente os grupos de sujeitosgagos e falantes normais. Nas condições miofuncionaisorofaciais o desempenho na função de deglutição foi a únicadiferença verificada entre os grupos. Não houve diferençaentre os grupos estudados quanto à atividade eletromio-gráfica dos músculos temporal e masseter e do músculoorbicular da boca, fascículo inferior, nas condições clínicasanalisadas. A atividade do músculo orbicular da boca, fas-cículo superior, do grupo com gagueira foi significante-mente menor do que no grupo controle, para a maioria dascondições clínicas analisadas. O presente estudo permitiuconcluir que os grupos estudados apresentaram perfis defluência diferentes na fala espontânea, fato que permitiu acaracterização destes como grupo de sujeitos com gagueirae grupo controle. Em relação à eletromiografia, a diferençaentre os grupos foi evidenciada pela menor atividade domúsculo orbicular da boca, fascículo superior, no grupocom gagueira em comparação ao grupo controle.

e 88,8 % dos pacientes do Grupo estudo apresentaram quei-xas de olho seco. Os pacientes do Grupo estudo apresenta-ram maior número de alterações à coloração com rosa ben-gala (p<0,05). Pacientes com HIV e retinite inativa por CMVapresentaram maior risco de desenvolverem disfunção dofilme lacrimal. Pacientes imunológicos soronegativos apre-sentaram melhor resposta à terapia durante o acompanha-mento. Nenhum medicamento anti-retroviral esteve direta-mente relacionado ao risco de desenvolver olho seco. En-tretanto, pacientes que já haviam utilizado mais de um es-quema de poliquimioterapia apresentaram maior sintomato-logia de olho seco. Pacientes com recuperação imunológica

mostraram maior número de alterações ao BUT e à colora-ção com rosa bengala. Conclusão: a etiologia da disfunçãodo filme lacrimal nos pacientes soropositivos é multifato-rial; a síndrome do olho seco manifesta-se mais precoce-mente nestes pacientes; infecção viral prévia pelo CMV podedesencadear processo inflamatório autoimune na glândulalacrimal, causando olho seco; a alta toxicidade medicamen-tosa das drogas anti-retrovirais pode levar à disfunção la-crimal e ceratites inespecíficas; os pacientes soropositivosrespondem mais lentamente à terapêutica para olho seco; aCiclosporina A aparece como tratamento promissor da sín-drome de olho seco nos pacientes soropositivos.

PERFIL DE FLUÊNCIA DA FALA E ATIVIDADE DOS MÚSCULOS OROFACIAIS DE SUJEITOSCOM GAGUEIRA E FALANTES FLUENTES

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Fabrício dos Santos VelosoOrientadora: Profa. Dra. Gabriela Rocha LaurettiDissertação de Mestrado apresentada em 03/05/2007

Introdução e Objetivos: Dados recentes direcionampara a utilização da analgesia multimodal para o controle dador pós-operatória. O objetivo do estudo foi avaliar se aassociação de neostigmina intratecal, dexametasona epiduralou ambas exacerbaria o efeito analgésico da anestesiaraquidiana com doses pré-fixadas de bupivacaína e clonidi-na (GC). Métodos: 60 pacientes submetidos a procedimen-tos ortopédicos de pequeno porte sob raquianestesia com30 µg de clonidina e 10 mg de bupivacaína foram avaliadosde forma prospectiva, aleatória e duplamente-encoberta. Ospacientes foram divididos em 4 grupos e receberam comofármacos adicionais 10 mg de dexametasona epidural (GD);1 µg de neostigmina intratecal (GN); ou 10 mg de dexameta-

sona epidural associada à inclusão de 1 µg de neostigminaà combinação de clonidina e bupivacaína intratecal (GDN).Foram avaliados analgesia e efeitos adversos. Resultados:Os grupos foram demograficamente semelhantes. O tempopara requisição do primeiro analgésico (cetoprofeno) e oconsumo de analgésicos foi semelhante entre o GC e o GN.A adição de 10 mg de dexametasona via epidural resultouem 16 horas de analgesia pós-operatória, e menor consumodo cetoprofeno em 24 horas de avaliação. A combinaçãodos quatro fármacos (30 µg de clonidina, 10 mg de bupiva-caína e 1 µg de neostigmina) à 10 mg de dexametasonaepidural resultou em 20 horas de analgesia pós-operatória emenor consumo de cetoprofeno (p < 0,05) comparado aoGD. Discussão e Conclusões: Adição de 1 µg de neostigmi-na intratecal aumentou o tempo de analgesia da combina-ção de bupivacaína e clonidina intratecal com dexametaso-na epidural, sem aumentar a incidência de efeitos adversos.

ORTOPEDIA

AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTINOCICEPTIVO DE BAIXA DOSE DE NEOSTIGMINA OU DEXAME-TASONA POR VIA ESPINHAL ASSOCIADA À CLONIDINA NA DOR AGUDA PÓS-OPERATÓRIA

ilíaca. Três semanas depois, o mesmo animal foi submetidoao mesmo procedimento cirúrgico no fêmur esquerdo. Oscães deste grupo foram sacrificados seis semanas após aprimeira cirurgia. O grupo II constituiu o controle e foi for-mado por vinte cães adulto-jovens em que, primeiro, foiretirado um cilindro de osso da epífise distal do fêmur es-querdo e, em seguida, no mesmo tempo cirúrgico, foi criadoo mesmo espaço no fêmur direito, com uma trefina de umcentímetro de diâmetro interno e, então, encaixado o blocode osso retirado do fêmur do outro lado do mesmo animal.Estes animais foram subdivididos em dois subgrupos dedez cães cada, em relação ao tempo de sacrifício. Em umsubgrupo os cães foram sacrificados três semanas após,enquanto que, no outro subgrupo, foram sacrificados seissemanas após a cirurgia de implantação do enxerto. O pro-cesso de incorporação do enxerto foi avaliado pela histolo-gia convencional e histologia de fluorescência óssea, pelainjeção prévia de tetraciclina. A comparação foi entre osgrupos I e II, nos períodos de três e seis semanas pós-implante. As áreas dos enxertos homógenos com 21 diaspós-implante, geralmente mostraram-se visíveis, na maioria

Vitor Aparecido CastaniaOrientador: Prof. Dr. José Batista VolponTese de Doutorado apresentada em 04/05/2007

Foi estudado experimentalmente o desempenho bio-lógico de um tipo de enxerto ósseo homógeno, processadoquimicamente, esterilizado em óxido de etileno e embebidoem medula óssea autógena. De cães doadores adulto-jo-vens foram obtidos blocos cilíndricos de 1,0 x 1,0 cm daepífise distal do fêmur, com auxílio de uma trefina. Os ossosassim obtidos foram clareados, desengordurados, esterili-zados em óxido de etileno e mantidos em estoque. Trintacães adultos jovens foram usados como receptores do en-xerto e foram alocados em dois grupos. No grupo I (experi-mental) os animais foram operados e, criado, transversal-mente, com trefina de 1,0 cm de diâmetro externo, um espa-ço cilíndrico de 1,0 cm de diâmetro por 1,0 cm de altura naepífise distal do fêmur direito, onde foi encaixado o enxertopreparado e que foi previamente embebido em medula ós-sea do próprio animal retirada por punção óssea na crista

ENXERTO CORTICOESPONJOSO HOMÓGENO PROCESSADO QUIMICAMENTE, ESTERILIZADOEM ÓXIDO DE ETILENO E EMBEBIDO EM MEDULA ÓSSEA AUTÓGENA. ESTUDO EXPERIMEN-TAL EM CÃES (Canis familiaris, LINNAEUS 1758)

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Leandro Sérgio da SilvaOrientador: Prof. Dr. Helton Luis Aparecido DefinoDissertação de Mestrado apresentada em 05/06/2007

Foi realizado um estudo experimental para a avalia-ção histomorfométrica da interface dos parafusos expan-sores utilizados no sistema de fixação anterior da colunacervical. Foram utilizadas no estudo cinco vértebras cervi-cais de ovelhas (C4), nas quais os parafusos foram inseri-dos. O parafuso expansor de 18,5mm de comprimento e5,0mm de diâmetro externo (Ulrich) foi inserido em ambosos lados da véterbra C4. Após a perfuração com broca de2,5mm, no lado esquerdo o parafuso era inserido sem oparafuso interno de expansão. No lado direito o parafusoera inserido com o parafuso interno de expansão. Na por-ção inferior da vértebra foi confeccionado o orifício pilotocom broca de 2,5mm sem a introdução de implante. A regiãoda vértebra contendo os parafusos e o orifício piloto foiprocessado para estudo histológico da interface dos im-

plantes e o tecido ósseo e da parede do orifício piloto. Pormeio do estudo histomorfométrico foi avaliada a densidadeóssea total, fora da rosca, dentro da rosca e a medida linearde contato entre o tecido ósseo e o implante. Não foi obser-vada diferença da densidade óssea total e densidade ósseafora das roscas entre a interface óssea dos parafusos ex-pandidos e não expandidos, tendo sido observada diferen-ça entre o parafuso expandido e o orifício piloto. A densida-de óssea fora das roscas não apresentou diferença estatís-tica nas comparações entre os parafusos expandidos, nãoexpandidos e orifício piloto. A densidade óssea dentro darosca apresentou diferença entre o parafuso expandido e onão expandido, e ambos apresentaram diferença estatísticaem relação ao orifício piloto. A medida línea de contatoosso e implante expandido e não expandido, apresentaramdiferença estatística, e o orifício piloto apresentou diferen-ça estatística com o parafuso expandido. A expansão doparafuso alterou os parâmetros histomorfométricos de ava-liação do contato entre o implante e o tecido ósseo semprovocar alterações no tecido ósseo adjacente.

das vezes, formadas por trabéculas finas irregulares, semosteócitos, porém com áreas de neoformação óssea. Já osenxertos autógenos, a área do osso implantado era bemvisível, com trabéculas de osso antigo, mais adelgaçadas,em menor número que o osso receptor, porém com intensadeposição de osso neoformado. Para os enxertos homóge-nos com 42 dias pós-implante, a área do enxerto estava bemdefinida e integrada ao osso adjacente, composta portrabéculas antigas com predomínio de osso neoformado

sobre a superfície. Nos enxertos autógenos com 42 diaspós-implante, as trabéculas tinham orientação comum, comespaço intertrabecular preenchido por tecido conjuntivodenso, em algumas áreas, e por medula óssea madura emoutras. O enxerto homógeno processado e esterilizado emóxido de etileno e embebido em medula óssea apresentouboa atividade biológica, embora, com integração mais lentae menor desempenho em relação ao enxerto autógeno, oque o torna um bom substituto para este último.

ANÁLISE HISTOMORFOMÉTRICA DA INTERFACE DO PARAFUSO EXPANSOR COM O TECIDOÓSSEO

Em relação às causa jurídicas de morte, as amostras foramprovenientes de vítimas de acidentes, homicídios, suicídiose de outras causas externas. Os acidentes de trânsito foramestudados com maior ênfase devido à importância e impac-to sócio-econômico que essas mortes representam em todoo mundo. A existência de legislação no nosso País sobre oconsumo de etanol e a condução de veículos automotores,

Carolina Melo Cândido de PaulaOrientador. Prof. Dr. Bruno Spinosa De MartinisDissertação de Mestrado apresentada em 13/04/2007

O Laboratório de Toxicologia Forense/CEMEL/FMRP/USP analisou 400 amostras de sangue de vítimas fa-tais, de causa violenta, para a determinação de alcoolemia.

PATOLOGIA

ALCOOLEMIA EM VÍTIMAS FATAIS DE CAUSA VIOLENTA OCORRIDAS EM RIBEIRÃO PRETOE REGIÃO NO PERÍODO DE 2002 A 2004

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que estabelece o limite máximo permitido de 0,6 g de álcoolpor litro no sangue para a condução de veículos, torna obri-gatório os exames toxicológicos em vítimas nessas condi-ções. O estudo teve como objetivos conhecer a relação en-tre a concentração de álcool no sangue e as mortes de causaviolentas considerando os parâmetros sexo e faixa etária,com a finalidade de prover dados científicos às autoridadeslegais brasileiras, que contribuam para melhorar o controle ea legislação sobre o consumo de bebidas alcoólicas na soci-edade, e evidenciar a necessidade do exame de alcoolemiaem outros tipos de causas de morte violenta como homicí-dios e suicídios. Para a investigação da alcoolemia, foramcoletadas amostras de sangue em artérias periféricas ou cen-tral, durante o exame necroscópico. Estas foram acondicio-nadas em frascos apropriados, identificadas e imediatamen-te armazenadas sob refrigeração até o momento das análi-ses. As análises de etanol foram realizadas pela técnica decromatografia em fase gasosa com detector de ionizaçãopor chama (GC-FID) utilizado amostrador automático para aintrodução da amostras na fase vapor (Headspace). Forampreparadas concentrações de 0,5; 1,0; 3,0; 5,0 g/L de etanolpara a construção da curva analítica para quantificação edeterminação dos tempos de retenção, limites de detecção equantificação da técnica. A identificação positiva de etanol

foi feita pela comparação dos tempos de retenção do picoeluído na amostra com o pico do padrão do etanol. A quan-tificação foi realizada através do método de padronizaçãointerna utilizando isobutanol como padrão interno. Quantoaos resultados, as amostras mais analisadas para alcoole-mia, entre as mortes violentas foram, respectivamente, osacidentes, principalmente os de trânsito, seguidos dos ho-micídios, suicídios e outros tipos de morte violenta. A médiade idade dos indivíduos envolvidos nessas ocorrências foide 36,3 anos, havendo predominância das amostras do sexomasculino, sendo que mais que 50% das vítimas apresenta-ram alcoolemia positiva, com valores acima do permitido porlei. Concluímos que, na amostra de referência, o álcool estáaltamente correlacionado com as mortes de causas violen-tas; que é imprescindível a solicitação e realização do examede alcoolemia em todas as mortes de causa externa, inde-pendentemente do motivo, gênero e faixa etária. Ainda po-demos concluir que existe a necessidade da investigação deoutras drogas lícitas e ilícitas, com especial atenção em víti-mas fatais que não apresentaram resultados de alcoolemiapositivos. Tais resultados toxicológicos poderão ser úteispara melhor interpretação dos casos e elucidação das mor-tes, podendo contribuir para o estabelecimento de medidaslegais, preventivas e punitivas.

Hsp70 (proteína de choque térmico 70) e Grp78 (glucose-regulated protein 78). Quando injetada no espaçosubplantar da pata traseira de camundongos, a CHX indu-ziu alterações necróticas na epiderme, derme e tecido sub-cutâneo em associação com uma resposta inflamatóriareacional, particularmente nas concentrações mais eleva-das. Em cultura de fibroblastos, a CHX induziu a diminuiçãoda proliferação celular, causou morte celular por apoptose enecrose, desestruturação do citoesqueleto, alteração damorfologia celular, aumento da área das células, dilataçãodo retículo endoplasmático rugoso e acúmulo de proteínasnas cisternas. Além disso, a CHX causou aumento da ex-pressão de Hsp70, de Grp78 (indicadores de estresse celu-lar) e de Bcl-2 (proteína anti-apoptótica). Em conclusão, aCHX injetada no espaço subplantar da pata traseira de ca-mundongos induz efeitos tóxicos severos. Além disso, aCHX adicionada em cultura de fibroblastos causou estressedo retículo endoplasmático como consequência do acúmu-lo de proteínas nas cisternas e induziu a morte celular pornecrose e apoptose via estresse do retículo endoplasmáti-co, além de causar estresse celular. Os resultados sugeremque a CHX poderia ter um efeito desfavorável na resoluçãode lesões periapicais em decorrência de sua ação tóxica so-bre as células do tecido em torno do ápice dentário.

Gisele FariaOrientador: Prof. Dr. Marcos A. RossiTese de Doutorado apresentada em 04/06/2007

Como a clorexidina (CHX) tem sido recomendadacomo solução irrigadora de canais radiculares e como cura-tivo de demora, o objetivo do presente estudo foi caracte-rizar in vivo a lesão induzida pela injeção de CHX a 0,125,0,25, 0,5 e 1,0% na pata de camundongos em intervalos detempo selecionados (24 e 48 horas e 7 e 14 dias) e in vitro omodo e a causa morte celular (necrose e/ou apoptose) e oestresse causado pela exposição de fibroblastos L929 emcultura a concentrações crescentes da droga (0,000125,0,00025, 0,0005, 0,001, 0,002, 0,004, 0,008 e 0,016%) por 24horas. A proliferação celular foi avaliada por meio da incor-poração de metil-3H-timidina ao DNA das células e imuno-marcação para PCNA. A ultraestrutura foi analisada em mi-croscópio eletrônico de transmissão e de varredura e o ci-toesqueleto das células por meio de marcação para actina eα-tubulina. Citometria de fluxo (Anexina-V FITC/iodeto depropídeo) foi empregada para diferenciar células necróti-cas de apoptóticas. Também, foi efetuada marcação pararetículo endoplasmático, Bcl-2 (B-célula CLL/linfoma 2),

TOXICIDADE DA CLOREXIDINA INJETADA NA PATA DE CAMUNDONGOS E ADICIONADA EMCULTURA DE FIBROBLASTOS L929

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Márcio Henrique Carvalho GradeOrientador: Prof. Dr. Sérgio Britto GarciaTese de Doutorado apresentada 04/06/2007

O processo diagnóstico na medicina traduz-se poruma complexa interação entre conhecimentos, habilidadese procedimentos técnicos em condições de incerteza. Asvariáveis que o cercam são inúmeras e de difícil caracteriza-ção, dificultando o desenvolvimento de estudos maisaprofundados sobre o processo de elaboração do diag-nóstico. O papel da necropsia na avaliação da performancedo diagnóstico clínico já está bem demonstrado, sendo ge-ralmente aceito que ela pode ser usada como uma ferramen-ta para analisar possíveis discrepâncias. A literatura médi-ca vem apresentando com maior freqüência a questão doserros no cuidado à saúde, e têm proposto que novos estu-dos são necessários para avaliar os erros diagnósticos ecom isto propiciar condições para uma melhora desta ques-tão. Nós propusemos um estudo para verificar a concor-dância diagnóstica em três fases deste processo, em paci-entes do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Analisa-mos retrospectivamente todos os diagnósticos de trezen-tos pacientes que faleceram em nosso hospital, sendo cempacientes para cada ano escolhido para este estudo (1980,1990 e 2000). Classificamos os diagnósticos em: clínicosiniciais, considerados aqueles de entrada do paciente semo apoio de exames complementares dentro do hospital; clí-nicos finais, todos os realizados durante a internação eapós o óbito; necroscópicos, todos os diagnósticos elen-cados no relatório final deste procedimento. Utilizamos trêsgrandes grupos para comparar estas fases: concordância,discordâncias maiores e discordâncias menores. Com es-tes achados realizamos uma avaliação do processo diag-

nóstico. As doenças do aparelho circulatório formaram omaior grupo de causas básicas de óbito seguido pelas neo-plasias. O percentual de realização de necropsias foi ao re-dor de 75%. O número total de procedimentos diagnósticospesquisados aumentou de 236 em 1980 para 366 em 2000,principalmente devido a exames não invasivos como asultrassonografias e as tomografias. As discrepâncias maio-res não apresentaram melhora percentual, mantendo-se es-táveis ao redor de 21% no período do estudo. Houve umaumento das concordâncias diagnósticas (de 41 para 55%)confrontando o diagnóstico clínico final e o necroscópico,porém às custas de diminuição das discrepâncias menores.Das variáveis analisadas de idade, gênero, tempo de esta-dia hospitalar, admissões anteriores, vulnerabilidade, exa-mes comuns, modernos e totais, apenas a de admissõesapresentou diferença estatística na comparação de pacien-tes com discrepâncias maiores em relação aos demais, comp=0,006, tendo o grupo dos demais pacientes uma médiamaior (de 1,85 x 1,35).A avaliação do processo diagnósticoatravés da comparação entre o diagnóstico clínico inicial eo clínico final mostrou concordância entre os passos emcerca de 80%. Os casos com discrepâncias maiores ànecropsia em relação ao diagnóstico clínico final, apresen-taram 90% de concordância entre o diagnóstico clínico ini-cial e o final. Este achado reforça a tese de que o encerra-mento prematuro do diagnóstico parece ser o principal fa-tor relacionado com a manutenção destas discrepâncias. Oaumento de concordância diagnóstica deu-se, portanto,com a diminuição de discrepâncias menores, sem alteraçãonas maiores que são aquelas que poderiam ter influenciadono prognóstico do paciente. A disponibilidade de novosexames e tecnologias de ponta não foi suficiente para alte-rar este quadro.

AVALIAÇÃO DA CONCORDÂNCIA EM DIFERENTES FASES DO PROCESSO DIAGNÓSTICO,EMBASADA NA NECROPSIA, NO HCFMRPUSP, NOS ANOS DE 1980, 1990 E 2000

tico de infecção de início precoce em recém-nascidos pré-termos com desconforto respiratório.

Métodos: Coorte prospectiva de 186 recém-nasci-dos nos quais os níveis séricos de PCR e IL-6 forammensurados ao início do desconforto respiratório (suspei-ta de infecção) e 24h após. Os neonatos foram classifica-

Maria Aparecida do Carmo RegoOrientadora: Prof. Dra. Marisa Márcia Mussi PinhataTese de Doutorado apresentada em 16/04/2007

Objetivo: Avaliar o valor da quantificação da pro-teína C-reativa (PCR) e interleucina-6 (IL-6) para o diagnós-

SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

VALOR DIAGNÓSTICO DA INTERLEUCINA IL- 6 E PROTEÍNA C- REATIVA (PCR) EM INFECÇÃOBACTERIANA DE INÍCIO PRECOCE EM RECÉM-NASCIDOS PRÉ-TERMO COM DESCONFORTORESPIRATÓRIO

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dos em Grupo I: Infectados (sepse ou infecção confirma-da, sepse ou infecção clínica e pneumonia); Grupo II: pos-sivelmente infectados e Grupo III: não infectados. Apósdefinição dos pontos de corte pela curva ROC, calcularam-se os valores de sensibilidade e especificidade para cadaum dos testes ou combinação desses.

Realizou-se análise de regressão múltipla para ex-plorar a associação entre PCR e IL-6 e as seguintes variá-veis hipertensão arterial materna, tipo de parto (vaginal oucesárea), escore de Apgar de 5º minuto, peso de nascimen-to, idade gestacional, restrição de crescimento intra-uteri-no e presença de ventilação mecânica (ventilação manda-tória com pressão positiva intermitente ou ventilação dealta frequência).

Resultados: Grupo I : n=44 (sepse ou infecção con-firmadas, n=3; sepse ou infecção clinica, n=17; pneumonia,n=24). Grupo II: n=42 e Grupo III: n=100. As quantificaçõesséricas de IL-6 e PCR foram realizadas em amostras de 155crianças. Em 19 crianças só foram obtidas amostras à sus-peita de infecção e em 12 delas somente 24h após. Em todasas amostras disponíveis quantificaram-se ambas PCR eIL-6. Com exceção dos valores de IL-6 (24h), os níveis séri-

cos de IL-6(0h); PCR(0h) e PCR(24h) foram significantemen-te maiores no Grupo I do que nos outros dois grupos.Considerando-se apenas os Grupos I e III, a PCR (24h) foi aque apresentou maior área sob a curva ROC (0,80; IC95%:0,71�0,89; p=0,000). Em termos de índices fixos, o melhordesempenho dos testes foi obtido quando IL-6(0h) ≥ 36pg/dl foi combinada a PCR(24h) ≥ 1mg/dl, resultando emsensibilidade de 93%, especificidade de 40%, Valor Prediti-vo Positivo (VPP) de 42%, Valor Preditivo Negativo (VPN)de 92% e taxa de probabilidade negativa de 0,19.

Pela análise de regressão IL-6 (0h), PCR (0h) e PCR(24h) foram positivamente associadas à infecção e partovaginal. A resposta de 24h da IL-6 foi associada positiva-mente somente à ventilação mecânica.

Conclusão: Devido aos baixos valores de especi-ficidade e VPP, a IL-6 e PCR, mesmo que associadas, sãolimitadas para distinguir recém-nascidos com infecçãodaqueles sem infecção. No entanto, dosagens de IL-6 (0h)< 36 pg/dl combinadas às de PCR(24h)<1mg/dl podem re-forçar a não administração de antibióticos aos recém-nas-cidos com desconforto respiratório, devido ao VPN eleva-do e à taxa de probabilidade negativa baixa.

todos os pacientes com ARJ haviam recebido as vacinascontra tuberculose (BCG), pólio, sarampo e a vacina tríplicebacteriana (difteria, tétano e coqueluche). No entanto, foidetectado atraso de algumas das vacinas preconizadas peloMinistério da Saúde do Brasil (principalmente as vacinascontra hepatite B e febre amarela) em 30 pacientes (50%).Alguns pacientes receberam vacinas especiais (que nãoconstam no calendário básico do Ministério da Saúde doPrograma Nacional de Imunização): vacina contra hepatiteA (22 pacientes-36%), varicela (16 pacientes-26%), pneu-mococo (21 pacientes-35%) e meningococo (11 pacientes-18%), a maioria delas indicadas pela equipe médica de Reu-matologia Pediátrica durante o acompanhamento. Duranteo seguimento, foram identificados seis pacientes que apre-sentaram piora ou reativação da ARJ após imunização e asvacinas relacionadas foram: hepatite B (2 pacientes), vacinaoral contra pólio (2 pacientes), hepatite A (1 paciente). Além,disso, outros seis pacientes receberam vacinas num perío-do menor de um mês antes do inicio dos sintomas de ARJ:dois receberam vacina contra hepatite B; um recebeu vacinaoral contra pólio e hepatite B, um recebeu vacina oral contrapólio e tríplice bacteriana; um recebeu vacina oral contrapólio; e um recebeu vacina contra sarampo. Portanto, hou-ve uma associação temporal entre a administração dessasvacinas e o início, reativação ou piora da ARJ. Não pode-mos afirmar que houve uma relação causal, pois devem serrealizados estudos clínicos controlados e prospectivos commaior número de pacientes para melhor elucidação.

Cássia Maria Barduco de CarvalhoOrientadora: Prof Dra Virgínia Paes Leme FerrianiDissertação de Mestrado apresentada em 23/04/2007

O termo Artrite Reumatóide Juvenil (ARJ) designaum grupo heterogêneo de doenças de etiologia desconhe-cida cuja principal característica é a presença de artrite crô-nica. Uma das preocupações em relação aos pacientes comARJ se refere à indicação adequada das vacinas. Ainda nãohá um consenso em relação à vacinação nessas crianças.Avaliando os protocolos de imunização praticados em crian-ças, há poucas informações específicas com relação às do-enças reumáticas, o que torna difícil a indicação de algumasvacinas, pois os efeitos da imunossupressão da ARJ e de seutratamento podem afetar a segurança e eficácia de certasvacinas. Além disso, há relatos de casos na literatura asso-ciando imunização e desenvolvimento de doenças reumáti-cas. No Brasil, não há uma orientação específica para crian-ças e adolescentes com doenças reumáticas. O objetivo prin-cipal desse estudo descritivo e retrospectivo foi avaliar, atra-vés de consulta ao cartão de vacinas, entrevista com pacien-tes e responsáveis e revisão de prontuários, o estado vacinalde 60 crianças com ARJ em acompanhamento no ambulató-rio de Reumatologia Pediátrica do Hospital da Clínicas daFaculdade de Medicina de Ribeirão Preto-Universidade deSão Paulo há pelo menos um ano. A média de idade do iníciodos sintomas da ARJ foi de 6,2 anos e a maioria dos pacien-tes apresentavam ARJ poliarticular (55%). Observamos que

ESTADO VACINAL DE CRIANÇAS COM ARTRITE REUMATÓIDE JUVENIL

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DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE EQUILÍBRIO (PATAMAR) DO ÓXIDO DE DEUTÉRIO NA SALI-VA DE RECÉM-NASCIDOS A TERMO SAUDÁVEIS

Luís Ângelo Marti TraverOrientador: Prof.Dr. José Simon Camelo JúniorDissertação de Mestrado apresentada em 12/06/2007

A análise de composição corporal constitui tema degrande importância para prática clínica diária, sendo quediversos métodos podem ser empregados para a determi-nação da composição corporal. Dentre esses métodos, ointeresse no uso de isótopos estáveis tem ganhado cadavez mais espaço entre a comunidade científica. Dentre osisótopos estáveis, o deutério tem despontado como marca-dor de escolha para pesquisas clínicas em diversas faixasetárias, sobretudo em Pediatria. Entretanto, para que as aná-lises que utilizam o método de diluição do deutério no cál-culo da água corporal total possam apresentar real confia-bilidade, etapas rigorosas da metodologia de seu uso de-vem ser respeitadas. Um aspecto fundamental para o usodo deutério é o conhecimento de seu tempo de equilíbrioou momento em que é atingido o patamar de equilíbrioisotópico de seus níveis no fluido corporal a ser utilizado,uma vez que a coleta de amostras biológicas em períodos

de tempo inadequados pode levar ao erro dos resultadosobtidos. Com o objetivo de se determinar o tempo de equi-líbrio do deutério na saliva de pacientes neonatais após aingestão de uma dose oral desse isótopo, este estudo ava-liou vinte recém-nascidos a termo saudáveis, sendo dez dosexo masculino e dez do sexo feminino. Cada recém-nasci-do avaliado teve uma amostra de saliva coletada antes dereceber uma dose oral de 100mg/Kg de óxido de deutério naconcentração de 10 átomos%. Posteriormente foram cole-tadas amostras salivares por cinco horas consecutivas, comintervalo de tempo de uma hora entre cada coleta. A análisedos níveis de enriquecimento do deutério para a constata-ção de seu tempo de equilíbrio foi realizada através doespectrômetro de massas de razões isotópicas, conformeas normas padronizadas pela Agência Internacional de Ener-gia Atômica (IAEA). O resultado obtido permite afirmar queo equilíbrio ou patamar do óxido de deutério na saliva dosrecém-nascidos estudados ocorreu a partir da terceira horaapós a ingestão oral do isótopo. Para o melhor de nossoconhecimento, este é o primeiro estudo sobre o tempo deequilíbrio do deutério em saliva de recém-nascidos a termo,amamentados ao seio durante as avaliações.

Margaret Rose Santa Maria MengelOrientadora: Profa. Dra. Maria Beatriz Martins LinharesTese de Doutorado apresentada em 20/04/2007

O Programa de Saúde da Família (PSF) no Brasil devemanter ações preventivas orientadas para a detecção deriscos ao desenvolvimento e à saúde da criança, assim comoa identificação de recursos para aliviar e neutralizar o efeitode adversidades. O presente estudo teve por objetivo geralsistematizar, aplicar e avaliar um procedimento de �Vigilân-cia do Desenvolvimento�, que consistiu na triagem pararastrear riscos para problemas de desenvolvimento e com-portamento da criança e para identificar recursos proteto-res na criança e no ambiente familiar. Para tanto, os objeti-vos específicos foram: a) identificar os problemas de de-senvolvimento e comportamento da criança; b) identificar

SAÚDE MENTAL

�VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO� EM PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: TRIAGEMPARA DETECÇÃO DE RISCOS PARA PROBLEMAS DE DESENVOLVIMENTO EM CRIANÇAS

os problemas no ambiente familiar; c) identificar os re-cursos da criança e do ambiente familiar; d) verificar asassociações entre os indicadores globais de desenvolvi-mento, de linguagem e de comportamento das crianças e asvariáveis da própria criança e do seu ambiente psicosso-cial; e) identificar o melhor modelo de predição dos proble-mas de desenvolvimento e comportamento da criança e dainserção na educação infantil; f) avaliar a validade preditivados procedimentos de avaliação de Vigilância do Desen-volvimento. A amostra foi constituída por 120 crianças não-clínicas, de seis a 44 meses de idade, provenientes de umacomunidade cadastrada no Núcleo IV do PSF da Faculdadede Medicina de Ribeirão Preto-USP. Na avaliação utili-zou-se o Teste de Denver-II, Lista LAVE, Roteiro de Entre-vista para Risco Psicossocial, Índice de Risco Psicossocial(Rutter), Inventário HOME, CBCL 1½ - 5, Escala de Even-

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Evani Helena Coelho de Azevedo MarquesOrientador: Prof.Dr. Frederico Guilherme GraeffTese de Doutorado apresentada em 05/05/2007

Estima-se que dois bilhões de pessoas sejam usuá-rias atuais de bebidas alcoólicas no mundo e que seu usoindevido seja a terceira causa mais comum de anos de vidaperdidos por incapacidades. A prevalência de problemasrelacionados ao uso de álcool varia nas diferentes regiõesdo mundo, atingindo cerca de 10% dos homens adultos naEuropa e partes do Leste Europeu, em 2000. No Brasil, atotalidade dos estudos sobre o uso de álcool refere-se agrandes centros urbanos, sentindo-se carência de dadosreferentes às áreas rurais.

Esta pesquisa objetiva estudar algumas caracterís-ticas referentes ao uso de álcool numa pequena cidade comcaracterísticas rurais da região nordeste de São Paulo (Cás-sia dos Coqueiros, 2.800 habitantes), tendo sido apresen-tada ao Programa de Saúde Mental da Faculdade de Medi-cina de Ribeirão Preto para obtenção do título de doutor.Um questionário estruturado que investigava dados de-mográficos, padrões de consumo e problemas relaciona-dos ao uso de álcool (o qual incluía o �Alcohol UseDisorders Identification Test� - AUDIT) foi aplicado a 1.902habitantes, com idade igual ou superior a 12 anos, corres-pondente a 87,6% da população-alvo.

A prevalência de usuários atuais de álcool foi de30,8%, com valores de 44,5% para os homens e 16,9% paraas mulheres. Verificou-se aumento significativo dessa pre-valência em relação à idade até a faixa dos 25-34 anos, comprogressiva diminuição após a mesma. Observou-se uma

relação diretamente proporcional quanto à escolaridade,com valores extremos de 41,0% entre aqueles com cursosuperior e de 20,5% entre os que nunca freqüentaram esco-la. Fenômeno idêntico foi observado em relação ao estratosocial, com valores extremos de 40,4% e 28,8% para os indi-víduos pertencentes ao conjunto dos estratos sociais B+Ccomparados àqueles dos estratos D+E, conforme o Critériode Classificação Econômica Brasil. Os indivíduos perten-centes às religiões denominadas �pentecostais� (agrupa-das segundo a preconização de algum tipo de abstinência)apresentaram grau significativamente menor de uso de ál-cool atual. Não foram encontradas associações estatísti-cas significativas entre este último e área de residência (ru-ral ou urbana) ou estado civil.

Entre os usuários atuais de álcool, 3,2% iniciaram oseu uso com idade de 7 a 11 anos e 55,7% antes dos 18anos.  A maioria desses usuários consumia álcool numafreqüência de até 2-4 vezes por mês. Cerveja foi o tipo debebida mais consumida por ambos os sexos nos diferentesestratos sociais. A intenção de interromper o consumo foidemonstrada por 15,9% dos usuários atuais de álcool, sen-do que a maioria pertencia a classes de menor renda. Usoindevido de álcool, conforme o resultado do AUDIT asso-ciou-se significativamente ao sexo masculino e uso conco-mitante de tabaco. Não foram observadas associações es-tatísticas entre o resultado do AUDIT e área de residência,escolaridade, estrato social, estado civil e religião.

Pela sua considerável relevância o problema do usoindevido de álcool faz por merecer o desenvolvimento deprogramas dirigidos à sua profilaxia e ao seu controle nes-sa população de características rurais.

tos Vitais, Escala Modos de Enfrentamento de Problemas eQuestionário ABIPEME. O procedimento de coleta envol-veu uma visita domiciliar para avaliação da criança, entre-vista com o cuidador e observação do ambiente familiar.Após cerca de um ano foi realizada a reavaliação das crian-ças. Verificou-se que 33% delas encontravam-se em riscopara problemas de desenvolvimento; esta porcentagem foipróxima às encontradas em estudos brasileiros e america-nos. Verificou-se alta incidência na amostra de indicadoresde problemas de linguagem (39%) e de comportamento(48%). As famílias apresentavam risco psicossocial devidoàs condições de moradia precária, baixa escolaridade e qua-lificação profissional dos pais, e problemas financeiros. Emque pese essas adversidades, foi encontrada boa estimula-ção ambiental e adequada interação no contexto familiar,situando-se na média pelo HOME. A baixa escolaridade

paterna foi preditora do risco no desenvolvimento globalda criança. A linguagem expressiva em risco foi predita tan-to pela história do estado nutricional da criança abaixo donormal aos seis meses, quanto pelo alto índice de riscopsicossocial familiar. Os problemas de comportamento, porsua vez, foram preditos por ausência de renda própria damãe e temperamento negativo da criança. O fato de a crian-ça não ter antecedentes mórbidos, a mãe ter renda própria eenfrentar problemas buscando suporte social foram predi-tores da inserção da criança na educação infantil. O modelode triagem de vigilância do desenvolvimento mostrou sersensível para detecção de riscos no desenvolvimento dascrianças após um ano da avaliação. Os achados do presen-te estudo fornecem subsídios para planejamento de medi-das preventivas na área de desenvolvimento e saúde men-tal da criança no âmbito do PSF.

ESTUDO DA PREVALÊNCIA DE USO DE ÁLCOOL EM MUNICÍPIO COM CARACTERÍSTICASRURAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

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Ricardo Riyoiti UchidaOrientador: Prof. Dr. Frederico Guilherme GraeffTese de Doutorado apresentada em 23/05/2007

Introdução: Anormalidades em estruturas cerebraisenvolvidas na neurobiologia do medo e da ansiedade têmsido implicadas na fisiopatologia do Transtorno do Pânico(TP). Objetivo: Determinar anormalidades cerebrais estru-turais em pacientes com TP comparados com controles sau-dáveis. Método: O volume de estruturas cerebrais relacio-nadas com ansiedade foram adquiridos em imagens de Res-sonância Magnética (RM) de 19 pacientes com TP e 20

os neonatos passaram significativamente a estados de maiorativação fisiológica e comportamental em relação à fase deLinha de Base, indicando antecipação da reatividade à dorfrente ao estímulo do manuseio. Na fase de Punção, osneonatos apresentavam significativamente maior ativaçãocomportamental e fisiológica do que na Linha de Base e nafase de Preparação para Punção. Na fase de RecuperaçãoCom Manuseio os neonatos apresentaram freqüência car-díaca significativamente mais alta do que nas demais fases.Na fase de Recuperação Sem Manuseio 31% dos neonatoscontinuaram ativados do ponto de vista comportamentalem relação à Linha de Base, sendo que a freqüência cardía-ca permaneceu aumentada em 83% dos neonatos em rela-ção ao padrão basal. A análise dos escores do NFCS indi-cou que na fase de Recuperação em relação às demais fa-ses houve uma diminuição da atividade facial indicativa dedor. Entretanto, ao se analisar as magnitudes de respostade atividade facial, observou-se que apenas 10% dos neo-natos se recuperou. Não foi detectada diferença significati-va entre os padrões de reatividade e recuperação à dor deacordo com o sexo. Os neonatos de menor idade gestacio-nal apresentaram maior magnitude de resposta de freqüên-cia cardíaca frente ao estímulo doloroso da punção, en-quanto que os de maior idade gestacional apresentarammaior magnitude de resposta de freqüência cardíaca frenteao estímulo do manuseio. Nota-se a importância de se ava-liar os padrões de reatividade comportamental e fisiológicaà dor e recuperação em neonatos pré-termo com muito bai-xo peso, a fim de melhor compreender o funcionamentodesses neonatos, o que contribui para as medidas de alívioda dor, minizando seus efeitos adversos a médio e longoprazo no desenvolvimento da criança.

ALTERAÇÕES VOLUMÉTRICAS NO TRANSTORNO DO PÂNICO: UM ESTUDO DE MORFOME-TRIA BASEADA NO VÓXEL

controles saudáveis através da Morfometria Baseada noVóxel (MBV) otimizada. Resultados: Aumento relativo desubstância cinzenta foi encontrado através da MBV emínsula e giro temporal esquerdos, bem como em tronco ce-rebral de pacientes com TP. Diminuição de volume de subs-tância cinzenta ocorreu em cíngulo anterior direito. Conclu-sões: Estes resultados identificam em pacientes com TPalterações em regiões que têm sido implicadas na ansieda-de e seus Transtornos. A ínsula e o cíngulo anterior podemser relevantes na fisiopatologia do TP, visto que participamdo processo de percepção e avaliação de estímulos intero-ceptivos. As estruturas anormais em tronco cerebral po-dem estar envolvidas na geração de ataques de pânico.

Juliana Thomazatti ChimelloOrientadora: Profa. Dra. Maria Beatriz Martins LinharesDissertação de Mestrado apresentada em 01/06/2007

Estudos sobre dor em neonatos baseiam-se mais emindicadores comportamentais e fisiológicos pontuais dotipo escore do que padrões processuais de respostas. Opresente estudo teve por objetivo descrever padrões indi-viduais de reatividade à dor e recuperação de neonatospré-termo em procedimento de coleta de sangue e verificaro efeito do sexo e idade gestacional nos padrões de reativi-dade e recuperação dos neonatos. A amostra foi compostapor 48 neonatos pré-termo (Med=31 semanas) e muito bai-xo peso (Med=1.145 gramas) internados na Unidade de Te-rapia Intensiva Neonatal do HCFMRP/USP. Foram estabe-lecidas cinco fases na observação do procedimento de co-leta de sangue: Linha de Base (LB), Preparação para Pun-ção (PP), Punção (P), Recuperação Com Manuseio (RCM)e Recuperação Sem Manuseio (RSM). Foi realizada filma-gem da atividade facial do neonato e o estado de vigília esono e a freqüência cardíaca foram registrados à beira daincubadora. Os prontuários médicos foram analisados, afim de se obter dados sobre características e evolução clí-nica dos neonatos. As vídeo-gravações da atividade facialdos bebês foram analisadas posteriormente pelo NeonatalFacial Coding System (NFCS) e o padrão de reatividade àdor e recuperação dos neonatos foi analisado utilizando-seescores e medidas de latência, magnitude e duração dasrespostas comportamentais e fisiológica, com comparaçãointra-grupo das fases de observação. O observador era�cego� em relação à fase analisada e às características clí-nicas dos neonatos. Na fase de Preparação para Punção,

PADRÕES DE REATIVIDADE À DOR E RECUPERAÇÃO EM NEONATOS PRÉ-TERMO

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Sérgio IsharaOrientador: Prof. Dr. Antônio Waldo ZuardiTese de Doutorado apresentada em 15/06/2006

Os avanços na compreensão da doença mental, emuma perspectiva bio-psico-social, ampliaram os recursosterapêuticos, promovendo a utilização de abordagens mul-tidisciplinares e o surgimento de serviços substitutivos aohospital psiquiátrico tradicional. Estudos sobre a satisfa-ção e a sobrecarga de profissionais que integram equipesde serviços de saúde mental têm sido recomendados pelaOrganização Mundial de Saúde, visando a sistematizaçãode processos de avaliação e o aprimoramento da qualidadedos serviços. Neste estudo, trabalhadores que integramequipes em serviços de hospitalização integral e parcial, domunicípio de Ribeirão Preto, responderam as escalas da OMSde avaliação da satisfação (SATIS-BR) e do impacto no tra-balho (IMPACTO-BR) em profissionais de serviços de saú-de mental e o Inventário de Sintomas de Stress de Lipp(ISSL), visando à investigação dos níveis de satisfação,sobrecarga e estresse profissional. Participaram do estudo172 sujeitos, sendo 136 profissionais contratados e 36 médi-cos residentes de psiquiatria. A coleta de dados foi realizadaem seis unidades psiquiátricas, das quais três eram de umhospital universitário, sendo um hospital dia, uma enferma-

ria e uma enfermaria de internação breve. As outras trêsunidades foram um centro de atenção psicossocial e duasunidades de um hospital psiquiátrico, sendo uma masculinae uma feminina. Na amostra de profissionais contratados,os resultados apontaram escore médio de satisfação de 3,26(faixa entre 1 e 5), tendo ocorrido maior satisfação nos fato-res �Qualidade do Serviço� e �Relacionamentos no Traba-lho� e, menor nos fatores �Condições de Trabalho� e �Par-ticipação no Serviço�. Diferenças significativas entre esco-res de satisfação puderam ser observadas entre duas unida-des de um mesmo complexo hospitalar. Para a amostra deprofissionais contratados, o escore médio de sobrecarga foi1,85 (faixa entre 1 e 5) e os resultados da aplicação do ISSLmostraram ocorrência de estresse em 23% dos participan-tes, estando quase todos na fase de resistência, com predo-minância de sintomas psicológicos. Na comparação dasamostras estudadas, foram observados maiores escores desobrecarga e maior ocorrência de estresse entre os médicosresidentes, em relação aos profissionais contratados. Ob-servou-se correlação negativa entre resultados da satisfa-ção e sobrecarga. Conclui-se pela necessidade de realizaravaliações contínuas e regulares dos serviços, a fim demonitorar a satisfação e o impacto do trabalho, visando aodesenvolvimento dos serviços, com qualidade de vida dosprofissionais e um melhor atendimento aos usuários.

EQUIPES DE SAÚDE MENTAL: AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO E DO IMPACTO DO TRABALHOEM HOSPITALIZAÇÃO INTEGRAL E PARCIAL

nipo-brasileira adulta de Bauru, SP. Uma população de ori-gem japonesa, que ainda mantenha muito de seus hábitosde vida tradicionais, apresentaria baixa freqüência de disli-pidemias e de diabetes? Para tentar responder essa pergun-ta, estudou-se uma população de origem japonesa que viveno distrito de Mombuca, Guatapará-SP, que chegou ao Bra-sil mais recentemente (1962) e que até os dias atuais vive emuma comunidade semi-rural, mantendo muito de seus hábi-tos de vida tradicionais. Objetivo: Analisar as alteraçõeslipídicas dos nipo - brasileiros adultos de Mombuca,Guatapará � SP, relacionando-as com algumas condiçõesclínicas. Casuística e métodos: Total de 131 indivíduos, deambos os sexos, sem miscigenação, participaram do estudotransversal conduzido no ano de 2005. Foram aplicadosquestionários (sócio-demográfico, de saúde e nutricional) e

Roberta Carvalho de FigueiredoOrientador: Prof. Dr. Laércio Joel FrancoDissertação de Mestrado apresentada em 18/04/2007

Introdução: Estudos epidemiológicos com popula-ções migrantes trazem resultados promissores para a com-preensão da etiopatogenia das DCNT. A observação quepopulações migrantes apresentam padrões distintos demorbimortalidade, quando comparados aos residentes deseu local de origem, em conseqüências de mudanças emseus hábitos e costumes, no processo de adaptação ao novoambiente, tem propiciado a produção de vasta literatura ci-entífica sobre o assunto. Elevadas prevalências de obesida-de abdominal, diabetes, dislipidemias e hipertensão arterialjá foram descritas, em estudo realizado com a população

SAÚDE NA COMUNIDADE

ALTERAÇÕES LIPÍDICAS NA POPULAÇÃO NIPO-BRASILEIRA DE MOMBUCA, GUATAPARÁ - SP

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Oranice FerreiraOrientador: Prof.Dr. Afonso Dinis Costa PassosDissertação de Mestrado apresentada em 27/04/2007

Uma das maiores preocupações relacionadas à se-gurança transfusional é a possibilidade de transmissão dedoenças/infecções através de sangue transfundido, entreas quais se encontram as hepatites B e C, o HIV e a sífilis.Este trabalho teve como objetivo estudar doadores quepassaram pelo processo de seleção pré-doação no Hemo-centro de Ribeirão Preto e apresentaram resultados de tes-tes sorológicos positivos para essas doenças/infecções.Estudou-se a freqüência dos resultados positivos entre osindivíduos que doaram sangue no Hemocentro de RibeirãoPreto ou em seu Posto de Coleta Central, de 1º de julho de2005 a 31 de julho de 2006. Os indivíduos com resultadossorológicos positivos confirmados em um segundo testeforam caracterizados segundo algumas variáveis demográ-ficas e socioeconômicas, tendo sido identificados seus fa-tores de risco e as causas determinantes de sua não-detec-ção na triagem clínica (TC). Estudaram-se também o com-portamento dos doadores em relação à auto-exclusão con-fidencial (AEC) e os fatores determinantes desse compor-tamento.

Participaram da pesquisa 106 doadores, predominan-

temente do sexo masculino e casados, com menos de 40anos de idade e baixa escolaridade. Eram principalmentedoadores de primeira vez, procedentes de Ribeirão Preto eda região de Ribeirão Preto e pertencentes aos estratoseconômicos C e D.

As freqüências de marcadores sorológicos positi-vos encontradas foram: 0,07% para o HbsAg; 0,03% para oanti-HIV; 0,13% para o VDRL; 0,21 para o anti-HCV .

Cerca de 40% dos participantes assumiram ter omiti-do fatores de risco na TC. Os motivos mencionados foram:não se sentir à vontade para falar ou não achar relevantefazê-lo; confiar totalmente nos exames; ter como objetivoconhecer sua condição sorológica; encontrar problemasrelacionados à entrevista/triador; não confiar no sigilo dasinformações; sentir constrangimento diante de acompa-nhantes. Apenas 1,9% dos participantes utilizaram a AEC,e as justificativas alegadas foram: estar se sentindo bem e,por isso, não julgar necessário; não se considerar de risco;não achar que tivesse mentido na entrevista.

Os achados indicam a necessidade de mudar aabordagem dos doadores na TC, de rever os procedimen-tos de captação de doadores e de reavaliar profundamenteos procedimentos de orientação/conscientização dos can-didatos à doação, procurando tornar esses procedimentosmais eficazes.

coletadas amostras de sangue para realização de examesbioquímicos. Foram considerados alterados os valores decolesteral total ≥ 200 mg/l, de HDL-colesterol < 40 mg/dl e< 50 mg/dl, respectivamente para homens e mulheres, deLDL-colesterol ≥ 130mg/dl e de triglicérides ≥ 150 mg/dl. Osindivíduos com pelo menos uma das frações lipídicas altera-da, ou que estivessem em uso de medicação hipolipêmica,tiveram o diagnóstico de dislipidemia. Resultados: A popu-lação de estudo apresentou uma média de idade de 56,7anos, com predominância de indivíduos de 1ª geração (issei),70,4% dos homens e 67,5% das mulheres. Empregando-seos pontos de corte do IMC para adultos asiáticos, encon-trou-se 21,4% dos indivíduos com sobrepeso e 42,0% com

obesidade. Os homens apresentaram valor médio de CA de88,6cm e as mulheres 83,1cm. Na população total, a preva-lência de hipertensão foi de 48,1% e de diabetes mellitus de13,7%. Síndrome Metabólica foi diagnosticada em 20,4%dos homens e em 32,5% das mulheres. A prevalência dedislipidemia foi elevada, 76,3% para a população total, 68,5%para o sexo masculino e 81,8% para o sexo feminino. Con-clusão: Os resultados mostraram uma alta prevalência dedislipidemia nessa população, mais freqüente no sexo femi-nino e nos indivíduos obesos ou com obesidade abdomi-nal, evidenciando possuírem alto risco para o aparecimentode doenças cardiovasculares e a necessidade programas deintervenção para prevenir esse grupo de doenças.

ESTUDO DE DOADORES DE SANGUE COM SOROLOGIA REAGENTE PARA HEPATITES B E C,HIV E SÍFILIS NO HEMOCENTRO DE RIBEIRÃO PRETO

MULHERES ESTERILIZADAS VOLUNTARIAMENTE PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EM RIBEI-RÃO PRETO � SP, SEGUNDO O TIPO DE PARTO

Adriana Martins RodriguesOrientadora: Profa.Dra. Elisabeth Meloni VieiraDissertação de Mestrado apresentada em 03/05/2007

No Brasil, a saúde, como direito do cidadão e deverdo Estado, é garantida pela constituição de 1998. Em 1983foi criado o PAISM, propondo a perspectiva de atendi-

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mento integral à saúde da mulher, com o objetivo de consi-derar, no âmbito da saúde, também o entorno social, emo-cional e psicológico da mulher, bem como as questões rela-cionadas à contracepção. No entanto, sua implantação ain-da não se realizou efetivamente até o momento atual, o quepode ser observado pela alta prevalência de gestaçõesindesejadas, dificuldade de acesso a informações sobre pla-nejamento familiar, predomínio da esterilização cirúrgicafeminina como método contraceptivo e da cesárea comovia de parto, aspectos que ferem os direitos sexuais ereprodutivos das mulheres. Um novo contexto tem se de-senhado a partir da implantação da Lei 9 263, que regula-menta o planejamento familiar, e pela qual a esterilizaçãocirúrgica é aprovada e passa a ser ofertada pelo sistemapúblico de saúde, o que, por sua vez, permite a desvincula-ção da esterilização com o parto. O presente estudo tem porobjetivo conhecer as características das mulheres que seesterilizaram pelo SUS, em Ribeirão Preto, entre 2000 e 2004,segundo o tipo de parto, cesárea e parto vaginal. A amostrafoi composta por 235 mulheres esterilizadas nos primeiroscinco anos de oferta da esterilização cirúrgica (2000-2004).

Os dados foram coletados através de entrevistas domi-ciliares, utilizando-se questionário estruturado. Os resul-tados demonstraram que a maioria das mulheres esteriliza-das era branca, casada, com escolaridade até o ensino fun-damental e pertencia à categoria socioeconômica C e D. Amaioria foi esterilizada entre 30 e 39 anos de idade, commédia de 33,3 e mediana de 33 anos, 52,3% faziam uso dapílula como método contraceptivo antes da esterilização.Elas têm, em média, 3,2 filhos e 51,7% teve o primeiro filhoentre 13 e 19 anos de idade. Este estudo indicou que asmulheres esterilizadas, em sua maioria, têm mais filhos, co-meçaram a ter filhos mais cedo, usaram mais contracepti-vos enquanto esperavam pela cirurgia e se esterilizarammais tarde quando comparadas aos resultados de outrosestudos. Em relação ao tipo de parto, 71,2% dos partos aolongo da trajetória reprodutiva dessas mulheres foram va-ginais, enquanto 28,8% cesáreas, o que aponta para o im-portante aspecto da desvinculação da esterilização com acesárea, como objetiva a Lei, e que essas mulheres quetiveram, em sua maioria, partos vaginais, estão tendo me-lhor acesso à esterilização.

Maria Eulália Lessa do Valle DalloraOrientadora: Profa. Dra. Aldaísa Cassanho ForsterDissertação de Mestrado apresentada em 29/06/2007

O aumento dos gastos e custos na saúde é acompa-nhado com preocupação pelos gestores. O conhecimentodos custos é passo fundamental para a gestão dos hospi-tais. Na composição dos custos hospitalares, o item mate-rial de consumo representa parcela significativa. Nos hos-pitais de ensino, organizações complexas, a gestão dos cus-tos de materiais de consumo vem assumindo grande impor-tância. Este trabalho foi desenvolvido no Hospital das Clí-nicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Uni-versidade de São Paulo. Os objetivos foram: caracterizar osgerentes dos centros de custos auxiliares e produtivos; ve-rificar o gerenciamento de custos de material de consumo,nas dimensões direção, planejamento e controle; verificar autilização das informações disponibilizadas pela instituiçãosobre custos de material de consumo; identificar o conheci-mento dos gerentes sobre conceitos elementares de custose acerca dos materiais de consumo com maior impacto fi-nanceiro na programação dos centros de custos. A popula-ção do estudo constituiu-se dos gerentes dos centros decustos auxiliares e produtivos. Participaram da pesquisa 40responsáveis aos quais foi aplicado um questionário queincluía uma escala tipo Likert com 29 afirmativas. Dos geren-

GERENCIAMENTO DE CUSTOS DE MATERIAL DE CONSUMO EM UM HOSPITAL DE ENSINO

tes participantes há predominância do sexo feminino (70%);65% são profissionais da área da saúde; 80% têm mais de 15anos de formado; 87,5% atuam no Hospital há mais de 10anos denotando experiência no setor; 82,5% assumiram ocargo há menos de 19 anos; 70% sem especialização emadministração, gestão em saúde ou gestão de serviços, po-rém, 57,5% informaram possuir outra titulação técnica. Dasafirmativas, 55% apresentaram, em média, repostas dos ge-rentes coerentes com uma gestão adequada de custos commateriais de consumo. Pela importância do tema entende-seque este índice é baixo, sem possibilidade de comparaçãocom outro parâmetro na literatura disponível. O planeja-mento e controle são as funções do gerenciamento doscustos com materiais de consumo mais desenvolvidas pe-los gerentes, enquanto que a função direção apontou prá-ticas pouco rigorosas. Os gerentes apresentaram baixo co-nhecimento sobre os conceitos elementares de custos hos-pitalares. Demonstraram conhecer os materiais de consu-mo com maior impacto financeiro na programação dos cen-tros de custos sob sua responsabilidade. As informaçõesdisponibilizadas pela Instituição são pouco aproveitadas,não sendo bem compreendidas e, segundo os responden-tes, não representam a realidade da área. A melhoria desseresultado requer maior capacitação e conscientização dosgerentes dos centros de custos e também aprimoramentodo sistema de gestão institucional, de forma a propiciarmaior autonomia e responsabilização dos gerentes.