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BUY AND HOLD COMO ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTOS NO MERCADO DE AÇÕES: O ESTUDO DE JEREMY SIEGEL BUY AND HOLD STRATEGY AS INVESTMENT IN STOCK MARKET: THE STUDY OF JEREMY SIEGEL Augusto Marcos Carvalho de Sena 1 Flávio Roberto Evangelista de Andrade 2 Julianna de Fátima Sales Falcão de Andrade 3 Marcus Aurélio Freire Silva 4 RESUMO Este estudo trata da Buy and Hold como estratégia de investimentos no mercado de ações: o estudo de Jeremy Siegel começa por apresentar inicialmente ideias sobre o mercado financeiro e a tipologia de trades: Day-trade Swing-trade, Position-trade, incluindo-se Buy and Hold para então, estabelecer uma relação deste último com a intenção de destacar um resumo sobre os estudos realizados investimento realizados por Jeremy Siegel e propostos em sua obra: Investindo em ações no longo prazo. O referencial teórico compreende conceitos e definições dos assuntos correlatos ao mercado de ações e investimentos para apresentar uma noção de especulações e investimentos realizados por empresas que conseguiram resultados positivos com a utilização da estratégia Buy and Hold. O artigo tem a sua importância demonstrada quando mostra a teoria de Siegel aplicada na prática com investimentos por empresas do mercado nacional. Finalmente apresenta-se as considerações expondo a conclusão do trabalho, destacando a importância desta pesquisa para futuros estudos relacionados com finanças e estratégias empresariais voltadas para aplicações em longo prazo. Palavras-chaves: Ações; Comprar e Segurar; Estratégia; Investimento; Mercado. 1 Ph.D em Economia pela University of New Hampshire - USA (2000). Orientador e Professor de Finanças Empresariais pelo Instituto Superior de Educação Continuada (ISEC)/Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (ULHT). 2 Graduado em Administração, Especialista em Administração Pública e pesquisador ad hoc em Educação à Distância pela Universidade Estadual do Maranhão; Mestrando Profissional em Gestão Estratégica de Pessoas pela UNICSUL SP e Pós-graduando em Gestão Empresarial pelo Instituto Superior de Educação Continuada (ISEC)/Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. E-mail: [email protected]. 3 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Atenas Maranhense, Pós-graduanda (MBA) em Controladoria e Finanças pela UNICSUL SP e Pós-graduanda em Gestão Empresarial pelo Instituto Superior de Educação Continuada (ISEC)/Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Tutora em Educação à Distância do Curso de Graduação em Administração pela Universidade Estadual do Maranhão. E-mail: [email protected]. 4 Graduado em Economia pela Universidade Federal do Maranhão e Administração pela Universidade Estadual do Maranhão, Pós-graduado em Auditoria Governamental pela Universidade Gama Filho, Mestre em Controladoria Financeira da UNISINOS e Pós-graduando em Gestão Empresarial pelo Instituto Superior de Educação Continuada (ISEC)/Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. E-mail: [email protected].

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  • BUY AND HOLD COMO ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTOS NO MERCADO DE

    AÇÕES: O ESTUDO DE JEREMY SIEGEL

    BUY AND HOLD STRATEGY AS INVESTMENT IN STOCK MARKET: THE STUDY

    OF JEREMY SIEGEL

    Augusto Marcos Carvalho de Sena1

    Flávio Roberto Evangelista de Andrade2

    Julianna de Fátima Sales Falcão de Andrade3

    Marcus Aurélio Freire Silva4

    RESUMO

    Este estudo trata da Buy and Hold como estratégia de investimentos no mercado de ações: o

    estudo de Jeremy Siegel começa por apresentar inicialmente ideias sobre o mercado

    financeiro e a tipologia de trades: Day-trade Swing-trade, Position-trade, incluindo-se Buy

    and Hold para então, estabelecer uma relação deste último com a intenção de destacar um

    resumo sobre os estudos realizados investimento realizados por Jeremy Siegel e propostos em

    sua obra: Investindo em ações no longo prazo. O referencial teórico compreende conceitos e

    definições dos assuntos correlatos ao mercado de ações e investimentos para apresentar uma

    noção de especulações e investimentos realizados por empresas que conseguiram resultados

    positivos com a utilização da estratégia Buy and Hold. O artigo tem a sua importância

    demonstrada quando mostra a teoria de Siegel aplicada na prática com investimentos por

    empresas do mercado nacional. Finalmente apresenta-se as considerações expondo a

    conclusão do trabalho, destacando a importância desta pesquisa para futuros estudos

    relacionados com finanças e estratégias empresariais voltadas para aplicações em longo prazo.

    Palavras-chaves: Ações; Comprar e Segurar; Estratégia; Investimento; Mercado.

    1 Ph.D em Economia pela University of New Hampshire - USA (2000). Orientador e Professor de Finanças

    Empresariais pelo Instituto Superior de Educação Continuada (ISEC)/Universidade Lusófona de Humanidades e

    Tecnologias (ULHT). 2 Graduado em Administração, Especialista em Administração Pública e pesquisador ad hoc em Educação à

    Distância pela Universidade Estadual do Maranhão; Mestrando Profissional em Gestão Estratégica de Pessoas

    pela UNICSUL – SP e Pós-graduando em Gestão Empresarial pelo Instituto Superior de Educação Continuada

    (ISEC)/Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. E-mail: [email protected]. 3 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Atenas Maranhense, Pós-graduanda (MBA) em Controladoria e Finanças pela UNICSUL – SP e Pós-graduanda em Gestão Empresarial pelo Instituto Superior

    de Educação Continuada (ISEC)/Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Tutora em Educação à

    Distância do Curso de Graduação em Administração pela Universidade Estadual do Maranhão. E-mail:

    [email protected]. 4 Graduado em Economia pela Universidade Federal do Maranhão e Administração pela Universidade Estadual

    do Maranhão, Pós-graduado em Auditoria Governamental pela Universidade Gama Filho, Mestre em

    Controladoria Financeira da UNISINOS e Pós-graduando em Gestão Empresarial pelo Instituto Superior de

    Educação Continuada (ISEC)/Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. E-mail:

    [email protected].

  • ABSTRACT

    This study addresses the Buy and Hold strategy and investments in the stock market: the

    study by Jeremy Siegel, begins by presenting initial ideas about the financial market and the

    typology of trades: Day-Trade, Swing-Trade, Position-trade, including Buy and Hold is to

    then establish a relationship with the latter's intention to highlight a summary of the studies

    conducted by Jeremy Siegel investment and proposed in his work: stocks for the long run.

    The theoretical definitions of concepts and includes issues related to the stock market and

    investments to introduce a notion of speculations and investments by companies that managed

    positive results with the use of the Buy and Hold strategy. The article has demonstrated its

    importance when shows Siegel's theory applied in practice by companies with investments in

    the domestic market. Finally presents considerations exposing the completion of the work,

    highlighting the importance of this research for future studies related to finance and business

    strategies focused on long-term applications.

    Keywords: Shares; Buy and Hold; Strategy; Investment; Markets.

    1 INTRODUÇÃO

    A compreensão sobre a ideia de investimentos no âmbito do mercado de ações é

    mais completa partindo-se do estudo geral para o particular, ou seja, procura-se neste artigo

    inicialmente explicar sobre o Sistema Financeiro até se chegar ao mercado de ações, assunto

    correlato ao sistema de operações Buy and Hold.

    O Sistema Financeiro compreende um conjunto de agentes que lidam com o fluxo

    de recursos de capital de maneira a trazer equilíbrio monetário e condições satisfatórias para

    estes agentes, assim, cada país pode possuir um Sistema Financeiro que estabelece e se

    orienta por políticas que ajudam na circulação e na aplicação de dinheiro num determinado

    mercado. No Brasil existe o Sistema Financeiro Nacional (SFN) previsto na Constituição

    Federal (1988) que pelo seu art. 192 é um Sistema onde sua estrutura ajuda na promoção de

    um desenvolvimento equilibrado do país sendo regulado por legislação complementar e

    servindo aos interesses coletivos dos cidadãos.

    A partir da Lei n. 4.595 de 1964 foi criado o Conselho Monetário Nacional

    (CMN). Considerado órgão maior do SFN, tem como objetivo formular uma política

    monetária e de crédito do Brasil. O CMN atua junto a Comissão Técnica da Moeda e do

    Crédito (COMOC), esta é composta pelo presidente do Banco Central do Brasil (BACEN),

    pelo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo secretário executivo do

    Ministério do Planejamento e Orçamento, pelo secretario executivo do Ministério da Fazenda,

  • secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, secretario do Tesouro Nacional e

    ainda por quatro diretores do BACEN que são indicados por seu Presidente.

    O BACEN por sua vez está vinculado ao Ministério da Fazenda e constituí-se

    como autarquia máxima dos órgãos intermediários e as outras instituições financeiras do

    Brasil, responsável pela execução e fiscalização das normas do CMN.

    A Comissão de Valores Mobiliários (CMV) é considerada um órgão intermediário

    do Sistema Financeiro Nacional, normativo e particularmente voltado para o

    desenvolvimento, fiscalização do mercado de valores mobiliários não emitidos pelo Sistema

    Financeiro e também pelo Tesouro Nacional, basicamente o mercado de debêntures e ações.

    O mercado de capitais é o que interessa para este estudo, entretanto é bom lembrar

    que no Brasil, em 1895 é fundada a Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo, dando

    continuidade à evolução do mercado de capitais brasileiro. Então, no ano de 1934, a Bolsa se

    desenvolveu e se instalou no Palácio do Café. Em 1935 ganha o nome de Bolsa Oficial de

    Valores de São Paulo. Em 1967, passa a se chamar Bolsa de Valores de São Paulo

    (BOVESPA, 2006).

    O estudo de Carvalho (2002) trata da evolução do mercado de capitais na década

    de 90 obtendo a ilação de que a má qualidade da proteção legal ao investidor no mercado

    brasileiro é um dos impedimentos para o crescimento do mercado, o que indica a relevância

    destes estudos para a melhoria dos serviços prestados por empresas brasileiras no mercado de

    ações.

    Este artigo trata sobre os tipos de traders destacando principalmente a utilização

    de buy and hold onde o investidor deve comprar ações de empresas mais bem estruturadas e

    com crescimento melhorado e sem muitas dívidas, que apresentem margem de segurança. A

    característica maior é adquirir ações a preços razoáveis para investir no longo prazo. Dessa

    forma, esse tipo de estratégia é bem explicado por Jeremy Siegel, professor de Finanças na

    Universidade da Pensilvânia que escreveu o livro “Investindo em ações no longo prazo” que

    será comentado no decorrer do trabalho.

    2 O MERCADO DE AÇÕES E OS TRADERS

    O Sistema Financeiro do Brasil teve sua criação já no final do período colonial, já

    a fundação do Banco do Brasil ocorreu no ano de 1808 e com a reforma institucional surgiu

    em 1964 o Conselho Monetário Nacional, ao Banco Central do Brasil e também a

  • regulamentação do mercado de capitais. Estes órgãos passaram por reformulações até a

    redefinição de todo o sistema e autoridades monetárias nacionais e a criação dos bancos

    múltiplos (WONNACOTT, 1994).

    Para MELLAGI FILHO e ISHIKAWA (2003 apud Fernandes, 2007, p. 21):

    O mercado de capitais, de acordo com Bovespa (1999), é um sistema de distribuição

    de valores mobiliários, que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de

    emissão de empresas e viabilizar seu processo de capitalização. É um mercado de

    emprestadores e tomadores de empréstimos, sendo que o valor da remuneração

    dos empréstimos é chamado de juro ou, em termos percentuais, de taxa de juros

    [grifos nossos].

    Como se observa, o mercado de capitais ajuda no processo de capitalização pelas

    empresas que emitem títulos ajudando na liquidez, ademais este tipo de mercado envolve as

    pessoas que pedem dinheiro e as que empestam, considerando-se uma taxa de juros.

    MATTIAS (2005) ressalta a importância do mercado de capitais para projetos

    duradouros, além de reduzir o risco de liquidez, contudo, muitos estudiosos tenham um

    pensamento oposto. Durante a revolução industrial existiram financiamentos e investimentos

    que serviram para estabelecer um mercado secundário por cu do longo prazo.

    Consoante MELLAGI FILHO E ISHIKAWA (2003) o mercado de capitais se

    forma pelo conjunto de instituições e operações ocupadas com o fluxo de recursos monetários

    entre os agentes econômicos. Para a BOVESPA (1999) o mercado de capitais contempla as

    Bolsas de Valores, Sociedades Corretoras e outras instituições financeiras autorizadas.

    O mercado de capitais é considerado um sistema que envolve instituições,

    mercados e ativos que viabilizam a transferência de recursos financeiros entre tomadores – as

    chamadas companhias abertas e os aplicadores – chamados de investidores destes recursos

    utilizados. Com as operações financeiras acontecem as transferências e que podem se

    constituir entre companhias e investidores ou ainda pelo intermediários financeiros. Essa

    operações são reguladas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e realizadas no

    mercado de capitais5.

    Há mais de duas décadas atrás Schumpeter (1984, p. 86) destacava sobre a

    funcionalidade do mercado de capitais:

    A função principal do mercado monetário ou de capital é o comércio de crédito com

    o propósito de financiar o desenvolvimento. O desenvolvimento cria e alimenta esse

    mercado. No curso do desenvolvimento é atribuída uma terceira função, o mercado

    das próprias fontes de rendimento.

    5 Estrutura e funcionamento encontrado em: http://www.portaldoinvestidor.gov.br/Acad%C3%AAmico/Entende

    ndooMercadodeValoresMobili%C3%A1rios/OSistemaFinanceiroNacional/tabid/91/Default.aspx?controleConte

    udo=viewRespConteudo&ItemID=332.

  • A contribuição de Schumpeter é importantíssima, pois traz à luz das ideias de que

    o mercado monetário em seu âmbito geral favorece o desenvolvimento econômico. Chama-se

    a atenção para a consequência deste desenvolvimento que ajuda no estabelecimento do

    mercado de fontes de capital, também chamado de mercado de ações, títulos de dívida e bens

    de capital.

    Se há um mercado de capitais forte por conta do desenvolvimento econômico de

    um país, Cavalcante, Misumi e Rudge (2005, p. 19) lembram que “[...] o mercado reúne

    investidores e tomadores de recursos de maneira eficiente” e ainda inferem com bastante

    propriedade “[...] oferece alternativas de aplicação para a poupança dos primeiros e assegura

    que os tomadores poderão suprir suas necessidades de recursos de investimento em termos de

    montante, prazo e taxa”.

    Os mercados de capitais auxiliam os investidores a aumentar suas carteiras de

    investimentos diversificando-as, ajustando-se sua exposição ao risco de acordo com seu perfil

    (Allen & Gale, 1994 apud MATTIAS, 2005). Os investidores institucionais e as instituições

    financeiras em geral podem destinar maior parcela de suas carteiras para projetos de

    investimentos que tenham maior liquidez (MATTIAS, 2005).

    O risco que o sistema financeiro nacional pode apresentar é reduzido pela ajuda

    do mercado de capitais que deixa que os maiores investidores, como é o caso dos bancos

    possam diversificar os seus ativos em várias organizações.

    Fernandes (2007, p. 22):

    O mercado de ações, no qual são negociados os direitos sobre os ganhos das

    empresas (ações), é o mercado financeiro mais amplamente acompanhado na

    América, e é por isso que é, segundo Mishkin (2000), frequentemente chamado

    apenas de “o mercado”.

    Uma maneira de as empresas obterem fundos em um mercado financeiro é emitindo

    ou vendendo ações ao público.

    Para a BOVESPA (1999) as ações representam títulos que resultam no direito

    sobre os ganhos e os ativos de uma empresa, dessa forma, constitui-se na mínima parte do

    capital social de uma sociedade por ações e ainda são títulos de renda variável, porque tanto

    os seus rendimentos quanto seu próprio valor não são previamente fixados.

    Sobre acionistas Cavalcanti et al (2005) declaram que são as pessoas que possuem

    uma ação possuindo o direito à participação nos resultados da empresa proporcionalmente ao

    número de ações que detém, sendo assim, estes não são credores da empresa, mas chamados

    de proprietários.

  • As ações são produtos que se caracterizam pela intangibilidade, inclusive apoiada

    apenas no futuro da empresa que pode resultar em sucesso ou risco, para alta ou baixa

    respectivamente.

    Não se pode falar de mercado de ações sem comentar sobre Bolsa de Valores,

    assim, convém destacar com brevidade as primeiras ações ocorridas na Idade Média, quando

    as operações financeiras resumiam-se não ao capital, mas na compra e venda de moedas e

    metais preciosos. Não existiam negócios vultosos, pois nessa época havia escassez de capital

    e falta de crédito. Já pela inauguração da Bolsa de Valores de Amsterdã em 1963, o bilhão

    não era alcançado, porém, mínimas iniciativas de associação de capitais movimentavam

    recursos financeiros. Então, só no ano seguinte, com as leis de Reforma Bancária e do

    Mercado de Capitais, que as Bolsas de Valores, do Brasil, assumiram as funções básicas que

    possuem atualmente (RUDGE, 2005).

    Uma das finalidades da Bolsa de Valores é ajudar na expansão do capital das

    empresas envolvidas e favorecer um ambiente para que estas empresas levantem junto aos

    investidores, esse capital por meio da venda de ações, bem como de outros valores

    mobiliários.

    As Bolsas de Valores são consideradas associações civis, sem fins lucrativos ou

    sociedades anônimas, e têm a finalidade social, de manter local adequado ao encontro de seus

    membros e à realização, entre eles, das transações de compra e venda de títulos e valores

    mobiliários, em mercados abertos, organizados e fiscalizados por estes membros, pela

    autoridade monetária e, em especial, pela CVM (RESOLUÇÃO n. 2.690/2000 do CMN,

    2010).

    A Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) foi fundada em 23 de agosto de

    1890 e é considerada umas maiores bolsas de mercadorias e futuros do mundo, onde são

    transacionados ativos financeiros no mercado futuro de commodities agropecuárias, entre

    outros.

    A pessoa jurídica que faz trabalho de intermediação da compra e venda de títulos

    financeiros e que auxilia o Sistema Financeiro Nacional é a chamada Corretora de Valores. As

    corretoras de valores podem ser entendidas como instituições financeiras que operam no

    mercado de valores e títulos, comprando, vendendo e administrando esses valores como

    representante dos investidores, podendo elas, serem pessoas físicas ou jurídicas. São

    instituições típicas do mercado acionário, operando com a compra, venda e a distribuição de

    títulos e valores mobiliários por conta de terceiros. Elas fazem a intermediação com as bolsas

    de valores e de mercadorias (Fortuna, 2008, p. 37 apud WIKIPÉDIA, 2012).

  • As funções mais importantes das corretoras de valores destacadas por Ferreira

    (2006) são:

    Promover ou participar de lançamento público das ações;

    Fazer a administração e a custódia das carteiras de títulos e valores mobiliários;

    Organização e administração dos fundos e clubes de investimentos;

    Operar em bolsas de mercadorias e futuros, por conta própria e de terceiros;

    Operações de compra e venda de metais preciosos e moedas estrangeiras, por

    conta própria e de terceiros; e

    Prestação de serviços de assessoria técnica em operações inerentes ao mercado

    financeiro.

    Fora as corretoras de valores, destacam-se outro tipo de pessoa que trabalha com o

    mercado de ações, são os chamados traders. Os traders são considerados negociadores,

    investidores do mercado de ações, assim, somente as pessoas que trabalham exclusivamente

    com operações de mercado de ações são consideradas traders.

    Os traders tendem a investir em empresas sólidas, para que possam ter resultado

    positivo. No Brasil temos como exemplo as empresas de energia elétrica, como é o caso da a

    Light S.A, empresa com boa liquidez e tradicional no mercado de ações, uma organização que

    gera, distribui e comercializa energia elétrica e atua no estado do Rio de Janeiro.

    A Construtora Adolpho Lindenberg S.A., com sede em São Paulo, com nome de

    pregão Const a Lind, tem mais de 50 anos de mercado. A sua atividade é construção civil e é

    uma das empresas que tem obtido resultado positivo, tanto é que há uma afirmação da

    Construtora que pode ser comprovada pelos clientes e investidores: “A qualidade e

    durabilidade de seus empreendimentos e a reputação de sua marca, única, desejada e

    respeitada, também transformaram os produtos Lindenberg em um excelente investimento”6.

    Sobre as estratégias de longo prazo e de acordo com Márisson Fraga (2009):

    Algumas pessoas utilizam estratégias de longo prazo, dessa forma, são, basicamente,

    pessoas que creem na instituição na qual estão investindo seu respectivo capital.

    Elas compram efetivamente um pedaço da propriedade da empresa em si, incluindo

    o seu time gerencial, suas estratégias de aumento de market share e sua linha de

    produtos e/ou serviços. Fazem isso se baseando em estudos sobre a projeção de

    capital das organizações, utilizando a conhecida Análise Fundamentalista. Este

    perfil de investidor, na maioria das vezes, se sente motivado a ir para assembléias

    gerais dos acionistas e ler relatórios gerenciais referentes às empresas que estão

    presentes em suas carteiras de investimentos. Estas pessoas não fazem especulações

    para decidir onde investir. Esses são os investidores.

    6 Mais informações em: http://www.lindenberg.com.br/institucional.php.

    http://www.lindenberg.com.br/

  • Já os traders são outro tipo de pessoas que utilizam estratégias de médio, curto e

    até curtíssimo prazo e que não se importam muito com as instituições na qual investem o seu

    capital, ou seja, não se importam com o seu time gerencial, com as perspectivas de consumo

    do mercado nem com a produção global. Não compram coisas concretas como empresas,

    grãos, energia ou ouro. Essas pessoas compram ações, contratos futuros e opções. Importam-

    se com o preço, pois negociam essencialmente o risco. Estes investidores fazem muitas

    especulações e utilizam as Análises Grafistas (gráficas) para tomar decisões e saber a hora

    certa de comprar e vender suas ações7. Certos investidores executam inclusive uma ou mais

    operações completas (compra e venda) dentro de um mesmo dia. Esta operação é conhecida

    por Day-trade. Logo, investidores com este perfil são denominados traders (FRAGA, 2009).

    Os investidores tanto podem realizar operações de investimento em curto prazo ou

    podem especular em longo prazo. Os últimos investidores fazem parte do estudo desta

    pesquisa.

    3 TIPOS DE OPERAÇÕES DE INVESTIMENTO EM BOLSA DE VALORES

    As operações relacionadas com a bolsa de valores em geral obedecem a uma

    tipologia orientada por prazos, como é o caso: Swing trade, Day trade, Position trade e Buy &

    Hold. Cada uma dessas modalidades além de serem orientadas por um prazo diferente têm

    definições e características distintas, então apresenta-se a seguir cada uma em particular.

    O Swing trade é o sistema que segura os papeis nas carteiras de investidores por

    dias ou semanas (tempo não recomendado por especialistas) e operam com base em técnicas

    de suporte (análise técnica8) e resistências e tendências com a finalidade maior de reconhecer

    e aproveitar o movimento do mercado.

    Quando o trader inicia uma ou mais operações deve conhecer no ativo a tendência

    principal por meio dos topos e fundos formados durante o tempo de operação de compra e

    venda.

    7 Retirado ad litteram de: O que são traders? TRADER FÁCIL, disponível em:

    . 8 Um dos principais objetivos da análise técnica é tentar prever o desempenho futuro de um ativo através da

    identificação de padrões ocorridos no passado e que possam se repetir. Assim, analisar o desempenho das

    cotações do ativo é fundamental. Esta análise é feita tanto estudando as cotações diretamente, buscando

    identificar patamares onde o ativo pode ter dificuldade de superar, como suportes ou resistências, por exemplo,

    ou através de indicadores, que utilizando dados históricos e podem trazer sinais da tendência do papel.

  • Um exemplo de Swing trade com lucro por rompimento de triângulo simétrico

    (vide Gráfico 1) foi a aplicação de compra de ativo da CSNA3 no pregão de 08 de novembro

    de 2011 (terça-feira) em R$16,80, o que resultou em um excelente Swing trade de 13,51% de

    lucro em apenas 10 dias úteis, conforme explicação de IGOR GRAMINHANI (2011),

    profissional de Investimento certificado CNPI-T, recomendações através de relatórios de

    análise gráfica e credenciado na CVM.

    Gráfico 1: CSNA3 - Gráfico demonstrativo de compra e venda modalidade Swing Trade

    Fonte: http://www.melhoresacoes.com.br/analises/trade-da-csna3-finalizado-com-13-de-lucro-em-

    apenas-10-pregoes/. Melhores Ações, 9 nov. 2011.

    Já o Day trade são operações de compra e venda que ocorrem em curto prazo,

    assim é uma modalidade em que o trader não estende a operação por mais de um dia. Este

    tipo de operação é realizada fechando às vezes até em uma hora de compra no pregão.

    Estratégia de curto prazo, tem como vantagens: indicações ao longo do dia de compra ou

    mesmo venda para ganhar com a queda, sem risco de gap de abertura que pularia

    eventual stop, operar papéis com alta liquidez e outras.

    São algumas desvantagens encontradas na modalidade Day tyrade: tempo diário

    requerido, alto custo operacional, maior rapidez na perda em caso de descontrole nas

    operações e outras.

    http://www.melhoresacoes.com.br/wp-content/uploads/2011/11/GRAFICO-CSNA3.pnghttp://www.melhoresacoes.com.br/wp-content/uploads/2011/11/GRAFICO-CSNA3.pnghttp://www.melhoresacoes.com.br/wp-content/uploads/2011/11/GRAFICO-CSNA3.png

  • Os traders que operam com Day trade analisam graficamente as operações com

    gráficos do tipo intraday, geralmente utilizando intervalos que podem variar de 1 minuto a 1

    hora.

    Embora os investidores dessa operação tenham ganhos pequenos, às vezes de

    centavos podem ganhar muito mais em 24 horas mesmo que variando entre 0,5% a 2%. Uma

    observação importante é que não se deve aplicar dinheiro que será necessário no curto prazo

    em operações de bolsa de valores.

    Gráfico 2: VALE5 - Gráfico demonstrativo de compra e venda modalidade Day Trade

    Fonte: http://dinheirama.com/blog/2010/04/29/volatilidade-gera-oportunidades-em-operacoes-de-

    day-trade/, Leandro Martins, 2010.

    Como se vê no gráfico intraday em operações Day trade são visíveis os ganhos de

    venda com acréscimo de R$ 2,08 em curto prazo.

    O Position trade, tem base fundamentalista, assim como o Day trade é analisado

    por meio de gráficos, mas os tempos gráficos são analisados no tempo de semanas e meses,

    pois é um tipo de operação que consiste em transacionar em médio prazo, ou seja, semanal ou

    mensalmente, todavia não ultrapassando em geral mais de 4 meses.

    Pode-se lucrar com ações de empresas sólidas no mercado e com um prazo maior

    com a operação em torno de 10% a 20%. Neste caso é sempre bom o trade se preparar muito

    bem antes de operar já que sua entrada e saída depende de um prazo maior.

  • O Position trade é indicado para o investidor que deve ter tempo para acompanhar

    as operações do mercado, dessa forma o trader pode analisar um rol de papeis, separando o(s)

    que pode(m) gerar uma compra.

    Com relação a diferenças entre o Swing e o Day trade o investidor de Position

    trade pode ter diminuída a liquidez dos ativos transacionados por causa do tempo maior de

    sua entrada ou saída de posição.

    Gráfico 3: USIM5 - Gráfico semanal apresentando Position Trade

    Fonte: http://traderdesucesso.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html, 26 de abril de 2010.

    Aqui observa-se um gráfico ativo gerado na semana com papel fechando

    negativamente em três momentos, mas com tendência à alta semanal do ativo, pois sua MMe9

    tende a subir no papel. Verifica-se o Trade com ponto de entrada cotando R$ 60,48, Stop

    Gain9 de 70%, valendo R$ 65,31, permitindo um Stop Loss

    10 de R$ 57,19.

    9 ferramenta utilizada para investimentos que serve para limitar os ganhos de uma operação quando o investidor achar que todos os lucros que poderiam ser feitos já foram feitos, assim, quando o papel atinge um valor, a

    operação termina no lucro.

    10 É uma ordem que indica objetivo de interromper a perda (loss) em uma posição aberta. Para ser mais claro,

    imagine que o investidor compre uma ação a R$ 100 e acredita que se ela cair abaixo de R$ 95 a tendência é cair

    mais, então o investidor pode cadastrar uma ordem stop loss em R$ 95 em sua corretora. Se a cotação da ação

    cair para R$ 95 ou mais baixo, sua ordem stop loss dispara uma ordem de venda das ações automaticamente.

  • A operação Buy and Hold (B & H) é uma estratégia proposta por Benjamin

    Graham, economista nascido em Londres (Inglaterra) no ano de 1984 que foi o pioneiro a

    estabelecer este tipo de estratégia que é realizada pela comprar ações de empresas fortes no

    mercado que apresentem bom nível de crescimento e mantê-las no portfólio por um período

    de tempo maior para aumentar os lucros.

    O investidor que utiliza a B&H deve montar uma carteira sem mexê-la por anos,

    isso quer dizer que ele deve segurar até mesmo quando houver colapsos financeiros que

    provavelmente farão suas ações se desvalorizarem muito.

    Interessante destacar o Saturno V11

    , criação de Hindemburg Melão Jr., brasileiro

    membro honorário em diversas sociedades para pessoas superdotadas que estabelece que em

    certas situações a renda fixa é vantajosa.

    Quem começou a investir em 2001, praticando Buy & Hold (compra e segura), e

    montou uma carteira exclusivamente com Vale5, chegou a ficar quase 900%

    positivo em 2007, porém agora está pouco mais de 100% positivo. Quem comprou o

    índice e segurou, teve um pico muito menor que +900%, de "apenas" +300%, mas

    no final do período teve quase mesma performance de pouco mais de +100%. Quem

    entrou em 2001, durante algum tempo (em 2007) quem aplicou na Vale5 teve grande vantagem, por outro lado, quem começou a investir na Vale5 em 2007, em

    vez de 2001, teve uma tremenda desvantagem. Isso porque a volatilidade da Vale

    foi muito maior que a do Ibov, não porque ela de fato cresceu mais. Em média,

    ao longo de vários anos, o crescimento é quase o mesmo e quem começou no

    momento "errado" na Vale ficou muito mais negativo do que quem entrou no

    Ibov no momento errado [grifos nossos] (MELÃO JR. , 2009).

    MELÃO JR. (2009) assevera também que os investidores que investiram em

    renda fixa, quem, por exemplo, conseguiu pequena rentabilidade de 10% ao ano em RF,

    acumulou 133% de 2001 até agora. Já os investidores que conseguiram melhores taxas, de

    14,5% ao ano, oferecidas pelos melhores fundos de renda fixa para longo prazo, obteve

    rentabilidade de 232% entre 2001 e agora.

    Como exemplo, cita-se: que um cotista aplica R$ 100.000,00, com rendimentos de

    +9.41% no primeiro mês, com 1%, que equivale a R$ 1.000,00 destinado integralmente ao

    investidor devido ao CDI. Se o fundo com maior performance média mensal nos últimos 36

    meses tenha sido o fundo Sparta, com +5,31%, o investidor recebe 90% da rentabilidade que

    excedeu 1% e ficou abaixo de 5,31%, ou seja, de 0,9 x 4,31% = 3,879%, o que equivale a R$

    3.879,00. O cotista recebe também 50% do que passar de 5,31%, traduzindo: metade de 4,4%

    = R$ 2.200,00, e fica com o total de R$ 7.079,00 igual a 7,079% (MELÃO JR, 2009).

    11 programa de computador que analisa o Mercado Financeiro, toma decisões de compra e venda, executa

    automaticamente as operações e monitora cada uma delas 24 horas por dia, 5 dias por semana, sem

    necessidade de intervenção humana.

  • Com a interpretação do cálculo realizado Melão concluiu que é mais justo e

    seguro que o parâmetro seja a CDI, pois ele acredita que a CVM deveria considerar os fatos

    expostos por ele e rever os critérios que estabeleceram quanto ao uso de Ibov como referência

    para fundos de ações, muito embora ele acredite que o objetivo da CVM tenha sido proteger o

    investidor, mas desconsiderando os períodos de queda em que o investidor levaria

    desvantagem maior.

    Mesmo assim, no mercado atual não é aconselhável os fundos de renda fixa

    mútuo, pois as anuidades de renda fixa não fornecem renda ajustada pela inflação, porém

    certas anuidades de renda fixa incluem a inflação, com um custo mais alto.

    4 BUY AND HOLD COMO ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTOS: O ESTUDO DE

    JEREMY SIEGEL

    Buy and Hold como já visto, é um tipo de operação é baseada na visão de que no

    longo prazo os mercados financeiros podem dar uma boa taxa de retorno ainda que em

    períodos de volatilidade ou declínio.

    A teoria que explica investimentos em ações por um período de tempo mais

    estendido é bem apresentada no livro de Jeremy Siegel com título em inglês: Stocks for the

    long run, e em português: Investindo em ações no longo prazo. A obra é um dos livros que se

    destaca por ter orientado vários investidores a conseguirem sucesso em seus investimentos,

    como é o caso do bilionário Warren Buffett. No início de sua obra Siegel diz que

    investimentos em longo prazo na bolsa de valores apresenta menor risco com maior

    rentabilidade se comparado a quaisquer investimentos.

    O autor tem estudado sobre investimentos desde o século XIX, são dados

    retirados do mercado americano de mais de 2 séculos, extraindo conclusões preciosas e

    demonstrando que o risco é uma variável que depende dos ativos e se modifica segundo

    variáveis como o tempo e a intensidade de aplicação.

    Em seu livro Siegel descreve sobre os efeitos tributários de compra e de venda de

    ações nos Estados Unidos, país que serve de exemplo para as suas teorias, e explica com

    bastante propriedade sobre certos acontecimentos, como por exemplo, a hipervalorização de

    small-caps e value stocks sobre large-caps, growth stocks, etc. ou a veracidade/validade da

    análise técnica, destacando-se questões que criticam a teoria dos mercados financeiros,

    http://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&ei=c0ymUNrSI4P-8ASJ1YBg&hl=pt-BR&prev=/search%3Fq%3DBuy%2B%2526%2BHold%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26noj%3D1%26biw%3D1024%26bih%3D499%26prmd%3Dimvns&rurl=translate.google.com.br&sl=en&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Financial_market&usg=ALkJrhgdN9JzHrF3y7502xskB_22nwpggghttp://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&ei=c0ymUNrSI4P-8ASJ1YBg&hl=pt-BR&prev=/search%3Fq%3DBuy%2B%2526%2BHold%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26noj%3D1%26biw%3D1024%26bih%3D499%26prmd%3Dimvns&rurl=translate.google.com.br&sl=en&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Rate_of_return&usg=ALkJrhgC4Rt7EHzdYywtu2y9mXY73OdlSwhttp://translate.googleusercontent.com/translate_c?depth=1&ei=c0ymUNrSI4P-8ASJ1YBg&hl=pt-BR&prev=/search%3Fq%3DBuy%2B%2526%2BHold%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26noj%3D1%26biw%3D1024%26bih%3D499%26prmd%3Dimvns&rurl=translate.google.com.br&sl=en&u=http://en.wikipedia.org/wiki/Volatility_(finance)&usg=ALkJrhjLHDHye7cUMjeSXF6sqSImm-J37w

  • todavia, sendo a favor da teoria quanto ao retorno médio dos fundos de investimentos ativos

    ser menor do que o do mercado.

    O que se nota hoje, no mercado, é que com bastante tempo, há oscilações de curto

    prazo no preço dos títulos e que acabam sendo diluídas com resultado final para o investidor

    de uma taxa de retorno acima da inflação e consequência bem maior do que nas operações de

    renda fixa.

    Siegel recomenda, para investidores que no longo prazo não querem investir em

    ações utilizarem Títulos do Tesouro Protegidos da Inflação (TIPS) ao invés de bonds12

    (bônus

    são obrigações de renda fixa que são emitidas por empresas, bancos ou governos e são

    similares às notas promissórias).

    Os TIPS podem ser o melhor investimento para pessoas que não querem correr

    risco no mercado atual que sofre grandes oscilações advindas das crises de países europeus. O

    que se percebe é que as opções de investimento do cotista podem variar no período de 5 a 30

    anos, pagando-se a eles o principal ajustado pela inflação, ao investidor lhe é garantida uma

    taxa de juros tanto por semestre quanto no vencimento.

    Há explicações interessantes sobre bolsa de valores e investimentos, muito

    embora a obra não comente com mais pormenores as Notas do Tesouro Nacional série B`s

    (NTN-Bs) e não comenta os 20 anos (1989 a 2009) de retorno negativo do bear market no

    índice Nikkei (Japão).

    A única explicação de Siegel é a de que investidores que investissem tanto no DJI

    quanto no Nikkei (no tempo de implantação deste), ou quem tivesse comprado nele receberia

    duas vezes mais do que os investidores no DJI e que diga-se não é convincente se citar

    holding periods superior a 50 anos. Essa situação específica contradiz o que se apresenta na

    teoria de Siegel.

    Com o crescimento econômico há necessidade de se investir em ações no longo

    prazo, por isso a estratégia Buy and Hold é mais acertada. O longo prazo pode ajudar no

    aumento dos lucros das empresas, havendo certamente repartição de dividendos e com o

    sucesso lucrativo das companhias haverá valorização do preço das ações. A situação poderá

    mudar se no futuro houver crescimento sustentável da economia.

    12 Um bônus é um certificado de dívida no qual o emissor se compromete a pagar um montante específico de

    juros em intervalos pré-determinados, durante um período de tempo, além de pagar também o montante da

    emissão, ou seja, o principal da dívida, na data de vencimento. Como o bônus é um instrumento de dívida, o

    comprador de um bônus é um credor da empresa, e não um acionista, como no caso do comprador de ações

    (Glossário Financeiro, 2011.

  • O livro já foi publicado e está na sua quarta edição e há capítulos a mais da edição

    passada inseridos e que abordam sobre assuntos como análise das forças que impactam os

    mercados, globalização e mercados, lições provenientes das finanças comportamentais e

    diversificação internacional dos investimentos em ações.

    D`Agosto (2012) acrescenta que mesmo com os argumentos de Jeremy Siegel

    serem convincentes e comprovados em anos recentes, uma geração de investidores

    americanos acompanhou os títulos de renda fixa terem rendimento maior que as ações.

    Gráfico 4: USIM5 - Gráfico semanal Position Trade

    Fonte: http://www.valor.com.br/valor-investe/o-consultor-financeiro/2737040/acoes-para-o-longo-

    prazo, Marcelo d`Agosto (2012).

    O economista, com experiência de 20 anos declara que no período de 30 de junho

    de 1994 a 29 de junho de 2012 que em certas aplicações Letras Financeiras do Tesouro (LFT)

    os ganhos seriam bem maiores como nesta explicação coerente que D`Agosto (2012)

    apresenta: “uma aplicação de R$ 100 no Ibovespa teria se transformado em R$ 1.500. Já

    quem tivesse aplicado o mesmo valor em uma LFT, título público de renda fixa corrigido pela

    taxa Selic, teria acumulado R$ 2.914 no fim do período”. Estas explicações apresentadas pelo

    economista conforme verifica-se no Gráfico 4 apresentado.

    http://www.valor.com.br/sites/default/files/images/lft_ibovespa.jpg

  • 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Vários investidores clássicos conservam o pensamento de que utilizar estratégias

    de investir em longo prazo ainda é um ótimo negócio. Paciência, serenidade e estudos

    técnicos apoiados em gráficos como o intraday ajudam os traders conseguirem valorizar seus

    investimentos e ganharem capital.

    Apesar de uma linguagem técnica por vezes apresentada, o livro de Jeremy Siegel

    serve para investidores que possuam um razoável entendimento de transações em bolsa de

    valores e serve como direcionamento para quem quer ganhar dinheiro em longo prazo. Foram

    citados exemplos como o do bilionário Warren Buffett.

    Em certas situações a estratégia Buy and Hold é criticada por certos investidores,

    pois alguns acreditam que nem sempre a aplicação em ações de comprar e esperar por um

    prazo maior dão resultado satisfatório de investimento, assim, alguns deles dão mais

    importância e praticam as modalidades Day-trade, Swing-trade ou Position-trade não

    descartando-se ganhos e retorno bom de investimentos.

    O livro escrito por Siegel é considerado uma bíblia completa que serve para

    leituras e estudos tanto para acadêmicos da área de finanças quanto para traders que realizam

    ou pretendem investir no mercado de ações ou mesmo procuram informações mais específicas

    correlatas às atividades de bolsa de valores.

    Siegel explica a partir da sua teoria empírica que os investidores que investem em

    ações devem ficar atentos ao retorno total que o mercado apresenta, mesmo quando o

    mercado está subvalorizado. Embora Siegel se fundamente em evidências e argumentos

    empíricos existem exemplos e base prática de situações favoráveis de aplicações por um prazo

    maior com resultados positivos.

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