resumo - pppg.ufma.br 6(5).pdf · resumo a critica liter~ria e a an~lise de texto nocurso de letras...

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* A CRíTICA LITERÂRIA NA UFMA Ramiro C. Azevedo** RESUMO A critica liter~ria e a an~lise de texto nocurso de letras tem sofrido um bom percurso promissor, partindo dos professores pioneiros at~ chegar aos mais recentes com titulaçio magistralobtida em univer sidades sulistas ou nortistas (um ou outro at~ no estrangeiro). Ai correntes e teorias mais atuantes do estruturalismo t~m ~.ido exerci tadas pelos docentes do Departamento de Letras. Corno resultado da atualizaç~o magisterial nesse campo epistemol~gico, a escolarizaçio de an~lise textual tem-se mantido em nivel bastante atualizado. 1 INTRODUÇÃO Quando se ve a análise de textc p~2tic3fa hoje na iJFMA, isto e, no curso de letras; e se reperlsarfl asetapas vencidas em to do um processo escolarizante, ob serva-se que tem havido importa~ tes avanços metodo16gicos, epi~ temo16gicos e criativos, fato que comprova a testemunha e brio e o empenho dos professores que com p6em o ensino das belas letras a n~vej de 39 grau a pl.a.';:irrlática ".-.fruto recente e atualIssimo do estru·turalismo - reconhece-se que o caminho peE corrido foi permeado de esforços ._.. __ ..._--~ ..__ ._._-------_._-------- e lutas. Muito labor inauditqpois os docentes, numa universidade no va, sem tradições de crítica lite rária e nao dispondo de acervo bi bliográfico condicente, além de não contar com um alunado de 29 grau devidamente trabalhado em li~ güística de texto, esses docentes, dizia, inauguraram um espaço tico~literário palmilhado de cobertas e espantos, beirando tas vezes o autodidatismo. .•. crl des mui Se se acrescem alguns poucos seminários e encontros de letras assim como vários pequenos e mé dias cursos, retalhados em prª ticas muitas vezes desencontradas k Nota-prévia de pesquisa ':'" Professor Assistente da UFHA; Professor Titular da UEMA; Professor da T~cnica Federal do Maranhio. Escola Cad. Pesq. são Luis, 4 (2): 76 - 79, jul./dez. 1988

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*A CRíTICA LITERÂRIA NA UFMARamiro C. Azevedo**

RESUMO

A critica liter~ria e a an~lise de texto nocurso de letras temsofrido um bom percurso promissor, partindo dos professores pioneirosat~ chegar aos mais recentes com titulaçio magistralobtida em universidades sulistas ou nortistas (um ou outro at~ no estrangeiro). Aicorrentes e teorias mais atuantes do estruturalismo t~m ~.ido exercitadas pelos docentes do Departamento de Letras. Corno resultado daatualizaç~o magisterial nesse campo epistemol~gico, a escolarizaçiode an~lise textual tem-se mantido em nivel bastante atualizado.

1 INTRODUÇÃO

Quando se ve a análise detextc p~2tic3fa hoje na iJFMA,

isto e, no curso de letras; e sereperlsarflas etapas vencidas em todo um processo escolarizante, observa-se que tem havido importa~tes avanços metodo16gicos, epi~temo16gicos e criativos, fato quecomprova a testemunha e brio e oempenho dos professores que comp6em o ensino das belas letras an~vej de 39 grau

a pl.a.';:irrlática".-.fruto recente eatualIssimo do estru·turalismo -reconhece-se que o caminho peEcorrido foi permeado de esforços._..__ ..._--~..__ ._._-------_._--------

e lutas. Muito labor inauditqpoisos docentes, numa universidade nova, sem tradições de crítica literária e nao dispondo de acervo bibliográfico condicente, além denão contar com um alunado de 29grau devidamente trabalhado em li~güística de texto, esses docentes,dizia, inauguraram um espaçotico~literário palmilhado decobertas e espantos, beirandotas vezes o autodidatismo.

.•.crldesmui

Se se acrescem alguns poucosseminários e encontros de letrasassim como vários pequenos e médias cursos, retalhados em prªticas muitas vezes desencontradas

k Nota-prévia de pesquisa':'"Professor Assistente da UFHA; Professor Titular da UEMA; Professor da

T~cnica Federal do Maranhio.Escola

Cad. Pesq. são Luis, 4 (2): 76 - 79, jul./dez. 1988

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em suas abordagens tc~óric()-prª-

ticas,tem-se o perfil mais ou m~

nos fiel do que tem sido a. cri

tica literária no en sí.nc da s l;:e

Ias letras da UF~~.

Esta no t.a-sp r êví.a busco]. pro

porcionar umavisao !Jano1.2:mica.- àvol.d'oiseau, sobre a práxis crI

tico-li terár ia de sempenhaca por

docentes e estudantes de letras.

Práxis essa que SE: 'í::eli, r eve Lado

nobilitante e cOl:ajosa,s8 se tem

em mira as muitas d í.f LcuLdad es

inerentes a esse pe z-cur-sc epi~

temológico.

Por fim, a rapidez da aná

lise não permi t.í.u o Õ.prcfundame~

to de certos pcntosi.ntc,ressan

tíssimos J o que será, f eLt.o quando

da publicação cO!nt;lJ.etd ':0 n0'~S(")

trabalho de pesquis,','

2 DIACRONIA DA CRt'i'J:CA LI'l'§..

RARIA NA m"'MP.•

A cr Lt Lce li L::l:'á:cia na UFNA

a nosso eLví,tre compreende t::cesfazes ~ 1) impressicnista 2) estruuur a

lista 3) pôs-estruturalista.

Antes de tudo, ·trata-se

aqui dos que, efetivamente I tra

balham (aram) o ensino da teoria

literária, da literatura bras L

leira e portuguesa no curso dele

,tras -- pi.oneiros e a t.uai s , 1::claro que no ensino das línguas

estrangeiras lneste momento se

pensa no ingiês e no francis) a

contribuição dos co Leqas tem s í.do

n"tá'isl, a exemp í.c dos P:cofs FeE

nar.dc ~h)reira (aliás i:.eatrólogo,

Ylo'.,si,i,,,,l:a, con t i s t.a e cc i. ) , Ornar

Náufel, Elza BaIlo (ssta com cur

sos na França, especialista em

enredos fantásticos) e outros.

No inglês e no francis têmsido feitE~ i~tere~santes e

atuais aná:~s65 de textos figur~

t ivos ou nào=f igurati vos.

A fase impressionista cor

responde lato sensu ao per!odo

dos primeiros tempos da Faculdade

.ie F.:õ.10sofiao Naque La , os docen

tes côn. Palhano de Jesus, prof.

de li t.er at.uz a brasileira, Ruben

Almeida" prof de llngua port~

guesa e Urumaju Rayol prof o,de I!

cer acuza porcuque se , exercitaram

seus trabalhos numa análise que

compreendeu mais a psicologia do

autor e os Jan:e~ ~icbibliogrif!

cos deste.

Em S: ..:;i,',adiante f'c i

das pr of es ., ", _:~,,"-T.,c,1':.:"1 Earros

Rocha (subs+i.:" ::,::'" P3,lhano) e

,;,.é:~; ds Lima Lo

bat.o s con t.rsi :;:,] .t- . (2o:;:'ia lite

r âr í.a , as qlL,'2 :ÜJ, L,:;: .xiu zLram no

vos mê t.odos !",)i;'2 LL1:"l0. Eenomeno

lógica.

"::ssponde

Cad. Pesq, são Luís, 4 (2)~ 76 - 79, jul./dez 77

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até a volta (1978) dos profs Lo~renço Campagnaro e Mar ia de Nazaré Lobato do curso de mestradoem literatura, na PUC,Rio Grandedo Sul. No interregno, o prof.Azevedo subst í.t.u í,u a profa Nazzer ê

Lobato (teoria literária)aplica~do ao texto a análise estrutUralista, quando se analisou a Escada de Fernando Moreira, a pálida Ana de Heinrich Boll etc.

A segunda etapacorrespondea.volta dos profs Lourenço e Nazaré Lobato, os quais trazem domestrado importante e valiosa co~tribuiç~o, reatulizando o cursode letras. A esse tempo, a Universidade do Maranh~o já estava definitivamente instalada no Campus-Bacanga. Deste modo, os estudos estruturais ganham corpo. Aprof~ Nazaré Lobato publica a R~velaç~o de Nauro Machado. Algunscursos sao ministrados,a exemplodos de psicocrítica pelo prof.Fernando J:1oreira.Preciosa tambéma ccntribuiçâo dosprofs Beckman,Socorro lV1onteiro(esta na. análiselingüística), Iraci, Antônio Monteiro, Ocirema etc.

Nesse espaço em tela, opref. Azevedo publica varios ensaies1,2,3 à luz do estruturalis

mo, aplicando a teoria de JulienGreimas ..

Uma consciéncia nova no ensino da análise de texto se instalou definitivamente no curso deletras.

o momento atual data de1986, com a volta da profª MariaRita Santos, que fez o doutoradoem letras na UFRJ ..Sua tese sobreJoão Lisboa (Uma leitura pra51mática de o jornal de timon), qua~do aplicou as novas teorias dotexto i principalmente as de OswaldDucrot,trouxe atualissima contr!buição ao ensino da crítica literária, enriquecendo o ensino nocurso de letras. Comela, passou-se ao pós-estruturalismo.

Um novo campo se abriu parao exercício da teoria literáriae da críti"ca literária •.A pragm~tica, introduzida oficial e cientificamente, pela profª MariaRita Santos, veio ampliar e atualizar o ensino no curso de Letras u

~ de esperar-·se, por fim 1

que com novas reciclagens e contatos com as fontes de outros centros universitários,principalme~te do Sul do país, a prática daanálise de texto se mantenha em

--------------------------------------------.1- AZEVEDO, Ramíro C. Os sememas pedra e vida em Dagmar Desterro ..Revista de Letras.

Fortaleza, UFCE,8(2);97-l09,jul/dez.1980.2- , • são Luís com Virgínia.Ciências humanas. Rio de Janeiro, Univ.Gama

Filho, (4):33-6,out/dez.l980.3- ----, . O príncipe dos significantes.Revista de Letras.Rio de Janeiro,

SUAH,S(S):lS-22,jan/dez.1.983.

78 Cad. Pesq. S~o Luís, 4 (2): 76 - 79, jul./dez. 1988

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atualidade científica. Materialhumano capacitado possuímos. Pr~fessores com titulação magistraltambém. Laboratóriohumano, idem.O apoio da hierarquia universit-ª.ria, cremos,também não haverã defaltar.

SUMMARY

The present paper dealswith the litterary cri tics at thecurso de letras at UFMA. It isbriefly discussed the role of theprcfessors during the differentphases. Three moments are

'considered based at thecontribution of some professorswho came from t.ne í r master anddoctor courses at universities.The struc t.ur-aLí sm , in short, istaken into consideration as anepisthemologicaJ frontierbetweenthe phases.

4 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1 - AZEVEDO, Ramiro C. Isotopiasem Tribuzi.(inédito) .

Sao Luís, 1986

~.

2 - R~GO, Luizde Moraes. Culturae educação. são Luís, SIOGE,1980.

3 - SANTOS, Maria Rita. Uma leitura pragmãtica de o J~

nal de Timon. Rio de Janeiro, 1987. (inédito).

ENDEREÇO DO AUTOR

RAMIRO CORR~A AZEVEDODepartamento de LetrasUniversidade Federal doMaranhãoCampus Universitário do BacangaTel.: (098) 222-5433

65.000 SÃO Luls-MA.

Cad. Pesq. são Luis, 4 (2): 76 - 79, jul./dez. 1988 79