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PAINEL CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS

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CIENCIAS HUMANAS E SOCIAIS

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

SÃO LUÍS OITOCENTISTA: LA PETITE PARIS BRESILIÈNNE

Heitor Ferreira de Carvalho; Prof. Dr. José Odval Alcântara Júnior PPGCS/UFMA

No século XIX, a cidade de São Luís, capital do Maranhão, passava por mudanças:

padronização de recuos, calçamentos, construção e alargamento de logradouros públicos, bem como, higienização do espaço urbano, especialmente das ruas do Trapiche, São João, Palma, Paz e Remédios, locais onde moravam e atuavam as famílias de maior projeção econômica da cidade. A população urbana de São Luís foi incorporando atitudes próprias de um processo civilizatório orientado de fora para dentro, seja da Europa, seja da Corte no Rio de Janeiro. Assim, transformar São Luís numa “petite Paris” não foi um sonho ausente da mentalidade coletiva de nossos antepassados do século XIX. Nesse trabalho, pretende-se através dos Códigos de Posturas instituídos em 1842 e 1866 verificar os aportes civilizacionais introjetados na São Luís Oitocentista visando a transformação da paisagem urbana da cidade.

Palavras-chave: Urbanização – São Luís – Posturas Municipais.

Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 350

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ASPECTOS AFRO-RELIGIOSOS DA CULTURA POPULAR MARANHENSE: APRESENTAÇÕES DE TAMBOR DE MINA E DE UMBANDA EM LOCAIS PÚBLICOS Bolsista: Gerson Carlos Pereira Lindoso¹, [email protected] Orientador: Prof. Dr. Sérgio Figueiredo Ferretti² 1, Graduando do Depto. de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão, UFMA, 2- Prof° Dr.do Depto. de Sociologia e Antropologia, UFMA. As manifestações populares e folclóricas do Maranhão são numerosas e diversificadas, explicitando variados tipos de brincadeiras e grupos culturais organizados, a partir de um calendário festivo rico e bastante movimentado ao longo de todo ano. Apesar dos rituais das religiões afro-brasileiras serem realizados em locais sacralizados, no Maranhão conhecemos e temos notícias desde fins dos anos 60, sobre a ocorrência de apresentações de danças afro-religiosas em locais dessacralizados (ruas, avenidas, praças, centros culturais, etc.). No decorrer da pesquisa tivemos como um dos objetivos elencar e estudar as principais formas de visibilidade e divulgação das religiões afro-maranhenses, através de acontecimentos fora do ambiente sagrado(guma real) ou varanda , local onde se dança o Tambor de Mina”(Ferretti, S. 1996). e que na Umbanda são comumente chamados de salões. O desenvolvimento da pesquisa esteve estruturado nos seguinte métodos investigativos: Pesquisa bibliográfica em obras especializadas sobre religiões afro-maranhenses, comunicação popular, cultura, antropologia e matérias de jornais do Setor de Periódicos da Biblioteca Pública de São Luís; Observação-participante nas procissões, seminários, festas ligadas aos toques de Tambor de Mina e Umbanda internas (de caráter público) e externas aos terreiros; Entrevistas com pais-de-santo maranhenses. A festa de Iemanjá nas praias de São Luís (desde os anos 60), Procissão de Ogum(anos70), Procissão dos Umbandistas (Aniversário de São Luís) e Mineiros (Governo do Estado), além de todos os eventos da cultura popular organizados em datas especiais em diversos terreiros são oportunidades ideais de comunicação popular e interação com a sociedade local no combate ao preconceito e etnocentrismo às religiões de matriz africana no Maranhão. O exemplo típico de festa dessa categoria, foram as homenagens a uma entidade encantada chamada Princesa INA no Porto do Itaqui em São Luís na década de 70, liderada pelos falecidos pais-de-santo José Cupertino (Umbanda) e Jorge Itaci de Oliveira (Mina). Mesmo em meio à desaprovação dessa prática (tocar Mina fora dos terreiros) pelas casas afro-religiosas mais tradicionais (Casa das Minas e Casa de Nagô), devido a uma possível “folclorização da religião”, essas apresentações públicas, que tiveram Jorge Itaci como um dos maiores incentivadores são, a nosso ver, ferramentas básicas para a união, visibilidade da religião e luta contra a discriminação afro-religiosa. Palavras-Chave: Apresentações Públicas, Locais Dessacralizados, Tambor de Mina e Umbanda Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

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PROGRAMAS AXÉ CULTURA E TIMBIRA NA RONDA DOS ORIXÁS: UM POUCO DA HISTÓRIA DA MÍDIA AFRO-RELIGIOSA MARANHENSE Gerson Carlos Pereira Lindoso¹, [email protected], Sérgio Figueiredo Ferretti²(Orientador) 1 Graduando do Depto. de Comunicação Social 2- Prof° Dr. Depto. de Sociologia e Antropologia, UFMA. A história dos meios de comunicação afro-maranhenses desponta, a partir do momento que alguns líderes afro-religiosos do Estado passam a ter um espaço na mídia com programas radiofônicos. Precisamente esses programas aparecem com maior solidez na década de 70, com a temática das culturas afro-religiosas apresentados pelos falecidos José Cupertino e Jorge Itaci além de incursões naquela época do atual pai-de-santo e vereador ‘Sebastião do Coroado’. O ponto principal desse trabalho é construir, através da pesquisa, a história da mídia afro-religiosa maranhense, traçando um paralelo entre dois programas de rádio (‘Axé, Cultura’ e ‘Timbira Na Ronda dos Orixás’-extinto) relacionados às religiões afro-brasileiras (Tambor de Mina e Umbanda) observando sua estrutura e características peculiares. As formas de investigação essenciais para o desenvolvimento da pesquisa foram: entrevistas com os babalorixás Jorge Itaci de Oliveira e Itabajara; Pesquisa bibliográfica em obras especializadas; Observação-Participante no Programa Axé, Cultura e Registro de imagens (fotografias) do estúdio da rádio. O extinto Programa ‘Timbira na Ronda dos Orixás’ foi um dos pioneiros em termos de comunicação afro-religiosa maranhense sendo comandado pelo falecido babalorixá Jorge Itaci (Terreiro de Iemanjá), veiculado pela rádio Timbira na década de 70 fazendo muito sucesso com repertórios musicais afro, receitas fitoterápicas, conselhos e previsões. Já o Programa Axé, Cultura (atualidade) é feito pelo babalorixá Itabajara (Ilê Ashé Akorô D’Ogum) e sua assistente Carla, sendo composto também por uma seleção de músicas afro-religiosas e da cultura popular do Estado, leitura de textos explicativos sobre religiões afro-brasileiras e entrevistas com convidados. Percebe-se objetivamente que os programas se intercruzam no combate ao preconceito e no esclarecimento do que verdadeiramente são e representam as religiões de matriz africana no Brasil. Tanto o “Axé, Cultura” quanto o “Timbira na Ronda dos Orixás” são compreendidos como peças fundamentais para a construção da história e participação do público afro-religioso maranhense nos meios de comunicação, logo com um espaço próprio os afro-religiosos tiveram a possibilidade em reivindicar seus anseios e interagir com a sociedade local, a partir desses programas de rádio. Palavras-Chave: Comunicação Popular, Programas Radiofônicos, Religiões afro-brasileiras Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

A FORMAÇÃO DOCENTE SOB A ÉGIDE DAS COMPETÊNCIAS

Lícia Cristina Araújo da Hora Departamento de Educação/CEMES - Centro de Ciências Sociais

Este trabalho versa sobre o documento final que subsidia a formação dos professores, as Diretrizes Curriculares Nacionais . O documento curricular dispõe que “a internacionalização da economia confronta o Brasil com os problemas da competitividade (…) na sociedade do conhecimento” (MEC/2000, p.02). Sendo assim, “as transformações cientificas e tecnológicas, (...), exigem das pessoas novas aprendizagens, ao longo da vida” (MEC/2001, p.10). O apelo à voracidade de acompanhar a modernidade da economia justifica a reforma. A sociedade do conhecimento passa a ser uma produção ideológica do capitalismo em que “a concepção de competência é nuclear na orientação da formação de professores” (MEC/2001). Passa-se a se exigir uma formação de alto nível em um cenário onde “os investimentos em educação são cada vez menores, o novo professor trabalhará com essa dupla precariedade, a da origem de classe dos seus alunos e a da própria escola (...) e de sua própria formação (CASTANHO, 2003. p.14). Pretende-se evidenciar as imbricações do documento e discutir o espaço da teoria na formação do professor, que conforme (ARCE, 2003; MORAES, 2003) tem revelado uma tendência à retração teórica em detrimento de um pragmatismo. Esta análise é realizada através da estrutura dos documentos, do contexto em que a reforma é construída, dando visibilidade às contradições, conflitos e as relações de poder existentes. Nas primeiras conclusões destaca-se que ao propor tal reforma o governo não visa apenas maior quantidade de professores formados, mas também, um outro perfil de professor, com capacidades subjetivas concomitantes àquelas estabelecidas pela lógica do mercado. Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 351

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

TRABALHO DO MENOR APRENDIZ: Uma análise sobre a Lei de Aprendizagem (n.º 10.097/00) que norteia o Trabalho do Menor Aprendiz, no interstício 2003/2004. Maria Simara Torres Barbosa* Aluna do Mestrado em Educação da Universidade Federal do Maranhão Nesta pesquisa parte-se do pressuposto que as profundas transformações políticas e econômicas da sociedade contemporânea marcam uma nova dinâmica societária. As novas formas de inserção produtiva estão, cada vez mais, instáveis e desprotegidas. Aumentam-se os requisitos de entrada e permanência no mercado de trabalho. No caso dos jovens, a inexperiência e a falta de formação básica adequada dificultam, ainda mais, o acesso. Faz-se necessária, a redefinição do papel do estado e as políticas sociais na agenda pública da política para o trabalho no Brasil, bem como garantir o compromisso social das empresas para determinar maior contratação de jovens aprendizes nos seus quadros de pessoal, O objetivo deste trabalho é analisar a política pública de inserção do menor no mercado de trabalho e a relação trabalho-educação a partir dessa inserção, no ensejo de colaborar na formulação das propostas curriculares a serem desenvolvidas nas instituições de educação profissional que se vincularem à formação de jovens. O eixo de análise será a qualificação profissional oferecida aos menores, e a relação estabelecida entre o vínculo do trabalho desenvolvido e a educação. Para o desenvolvimento da pesquisa serão realizados os processos de pesquisa documental e de campo. A pesquisa encontra-se em estágio de desenvolvimento inicial. Palavras-chave: Formação Profissional, Trabalho, Menor Aprendiz Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 352

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

A LÍNGUA INGLESA COMO COMPETÊNCIA TÉCNICA EXIGIDA NO MERCADO DE

TRABALHO NO MARANHÃO Marize Barros Rocha Aranha Aluna do Mestrado em Educação da Universidade Federal do Maranhão

No atual contexto social, constatam-se grandes transformações no processo e no conteúdo do trabalho, não só no âmbito internacional, como também nacional. Nesta pesquisa, investiga-se quais as empresas do Estado do Maranhão, com inovações tecnológicas, estão exigindo o domínio da Língua Inglesa e para quais cargos este domínio torna-se imprescindível para o desempenho da função. A partir deste fato, investigar-se-á se, de fato, os cursos da Universidade Federal do Maranhão que têm essa disciplina em sua grade curricular estão atendendo às exigências detectadas. Para materialização deste objetivo, examinar-se-á, criteriosamente, agências de emprego ou empresas de serviços, procurando identificar, até que ponto, os profissionais estão atendendo às exigências do mercado de trabalho no campo da qualificação profissional. A metodologia que se pretende utilizar é a de estudo de caso, focalizando uma das agências de emprego de grande expressividade no Maranhão. No momento, a pesquisa encontra-se no início do seu desenvolvimento. Palavras-chave: Língua Inglesa, Mercado de Trabalho, Formação Profissional, Ensino Superior Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 353

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

A ESCRAVIDÃO CONTEMPORÂNEA NA AMAZÔNIA MARANHENSE: A QUESTÃO

DOS DIREITOS HUMANOS NA ROTA DO CAPITAL Ubirajara do Pindaré Almeida Sousa; Profa. Dra. Marina Maciel Abreu Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UFMA

Discute-se a questão dos direito humanos, no contexto da ofensiva do capital na Amazônia maranhense, tomando-se, como ponto de partida, o trabalho escravo contemporâneo. Abordam-se os direitos humanos, buscando-se suas contradições com a realidade concreta e destacando-se elementos reveladores das prováveis relações existentes entre a dinâmica do desenvolvimento capitalista dependente e o recrudescimento da escravidão contemporânea, especialmente na região pré-amazônica, considerando o lugar de destaque que o Maranhão ocupa nesse cenário. Tenta-se, assim, oferecer subsídios para a apreensão de elementos capazes de apontar rumos no âmbito da questão dos direitos das pessoas que vivem do trabalho, resgatando-se o processo histórico de afirmação dos direitos humanos, em suas facetas típicas do sistema capitalista. A escravidão contemporânea é analisada levando-se em consideração a dinâmica do capitalismo dependente na Amazônia maranhense, marcado pelas intervenções do Estado, especialmente no regime militar, que se expressa atualmente nos grandes projetos econômicos fincados na região. Traça-se um perfil aproximado dos trabalhadores libertados da escravidão no Maranhão, mapeando-se as ocorrências segundo os municípios e as atividades econômicas envolvidas. Aborda-se sobre a participação do Estado na configuração do trabalho escravo, bem como sobre as perspectivas de lutas pela sua erradicação. Aponta-se o prolongamento desse debate, especialmente a partir da hipótese de que o fenômeno da escravidão contemporânea constitui-se como tendência da superexploração ou da precarização do trabalho, na exaustão da dignidade humana e como parte do metabolismo do capitalismo dependente brasileiro. Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 354

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

O PROCESSO DE LUTA DOS TRABALHADORES PELA REFORMA AGRÁRIA NO

ESTADO DO MARAMHÃO – O MST Aurora Amélia Brito de Miranda; Profa. Dra. Josefa Batista Lopes

O processo de luta dos trabalhadores rurais pela reforma agrária e, particularmente, a constituição do Movimento dos Sem – Terra – MST, configuram o objeto deste estudo. O interesse pela temática é resultante de um compromisso político e profissional que se origina desde o curso de graduação em Serviço Social, prossegue na especialização em Avaliação de Políticas Públicas/UFMA e que se consolida nas reflexões realizadas no Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas / Mestrado. Analisar o processo de luta dos trabalhadores rurais, em especial, o Movimento dos Sem Terra – MST, na luta pela reforma agrária no Estado do Maranhão. O enfoque reside no fato de se recuperar a oposição como dimensão fundamental. MÉTODOS: Pesquisa histórica – história oral; Entrevistas semi-estruturadas com Manoel da Conceição e lideranças do MST. O Movimento se constituiu na interação com outras instituições, em especial com a Igreja Católica, através da Comissão Pastoral da Terra – CPT. A partir do processo de aprendizagem da experiência histórica da formação camponesa, o MST construiu na sua caminhada, um espaço político próprio de autonomia, uma das principais diferenças em relação aos outros movimentos que o precederam. O enfrentamento e a negação da via capitalista de desenvolvimento.

As primeiras organizações e lideranças como significativos na constituição do MST/MA As disputas como essenciais na formação da consciência de classe A ocupação como momento significativo na formação do sujeito

Palavras-chave: Estado, Questão-Agrária, Movimentos Sociais, MST Apoio Financeiro: CAPES Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 355

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

AO SOM DOS TAMBORES: RELIGIOSIDADE NEGRA EM SÃO LUÍS - SÉCULO XIX

Cristiane Pinheiro Santos Jacinto1; Adroaldo José Silva Almeida1; Prof. Dr. Sérgio Figueiredo Ferretti2; Profa. Dra. Sandra Maria Nascimento Sousa3

Aluno do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais; Departamento de Antropologia e Sociologia; 3 Departamento de Ciências Sociais

A vigilância sobre as condutas dos negros foi marcante na sociedade maranhense do século XIX. Tendo em vista que boa parte da população da província era composta por negros dominados por uma minoria branca, ter o controle sobre suas ações era essencial para manutenção da ordem escravocrata. Foi com esse objetivo que, em 1835, a Guarda Municipal fez um levantamento das casas habitadas por escravos e libertos no perímetro urbano de São Luís. A análise desse documento nos permitiu identificar uma série de “batuques” e “ajuntamentos” que reuniam negros livres e libertos aos domingos e dias santos. Os negros compareciam a tais eventos com vestimentas específicas de suas irmandades, penachos e enfeites nos chapéus. Aos costumes e usos das nações africanas mesclaram-se as referências a datas cristãs e formação de irmandades, mostrando como esses momentos funcionaram tanto como lugar de resistência, quanto de um processo de sincretismo religioso. Palavras-chave: Religião.Batuques. Sincretismo.

Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 356

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

TEMPO DE LEMBRAR, TEMPO DE VIVER : REGISTROS IMAGÉTICOS DO

COTIDIANO DO DESTERRO. Creudecy Costa da Silva1; Márcia Milena Galdez Ferreira1; Ronald Clay dos Santos Ericeira1; Prof. Dr. Alexandre Fernandes Corrêa2. 1 Aluna do PPGCS – UFMA; 2 Departamento de Sociologia e Antropologia- UFMA

O bairro do Desterro surgiu em torno de uma edificação religiosa em homenagem a

N.Sra.do Desterro e por vários séculos abrigou um porto comercial. No censo de 1855, há indicação de uma hierarquia de profissionais ligados à fabricação de embarcações assim como atividades de outros ramos profissionais. O bairro ainda ostenta, nas fachadas de antigos casarões, azulejos coloridos, gradis, simalhas dentre outras marcas identitárias de um passado de opulência. Hoje, a maioria desses casarões não estão em boas condições de conservação e abrigam, sobretudo, uma população flutuante, constituída da decadente prostituição, do tráfico de drogas, de vendedores ambulantes e de artistas de rua. Compondo a atual paisagem urbana do Desterro, encontram-se exemplares de moradias populares de famílias pertencentes aos estratos menos abastardos da população urbana da cidade. Nosso objetivo é mostrar através de imagens (fotografias) a diversidade que compõe a paisagem urbana dessa parte da cidade. Metodologicamente utilizaremos fotografias atuais e antigas dos moradores, algumas que repousavam no álbum de família, no âmbito privado, mas quando “remexidas” dizem do passado e também do presente. Falam de Mudanças e permanências nessa área antiga de São Luís. Assim, é tempo de lembrar, mas também de viver o presente com suas agruras e especificidades. Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 357

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

VIVEIRO DE CASTRO E A HONRA FEMININA.

Rosiana F. da Silva1; Profa. Dra. Sandra Maria N. Sousa 1 aluna do PPGSC-UFMA

Em 1897, o reconhecido jurista Francisco José Viveiro de Castro publicou o livro Delitos Conta a Honra da Mulher, este se tornou a principal obra orientadora da jurisprudência sobre os crimes sexuais contra mulheres durante as primeiras décadas da República no Brasil. Acreditando que o respeito à honra da mulher não era um sentimento inato ao homem, mas uma conquista das sociedades civilizadas, Viveiro de Castro defendia que somente através da punição aos criminosos que atentassem contra as mulheres honradas, ficariam garantidas a paz nas famílias e, como decorrência desta, a harmonia social. De idéias positivistas, Castro produz nesse livro um discurso que mescla a defesa de um modelo burguês de família com a necessidade de intervenção da justiça no âmbito privado da sexualidade, como forma de ordenar o corpo social. Ao longo do livro constrói um modelo de mulher honrada que se define a partir de uma posição de inferioridade no jogo da conquista (a seduzida) e de uma sexualidade limitada ao casamento (a esposa ou a virgem); as que estivessem fora desse modelo não mereceriam proteção jurídica. O objetivo desse trabalho é analisar esta obra de Viveiro de Castro sobre o enfoque dos elementos “científicos” de que o autor lança mão para construir seu modelo de mulher honrada, bem como as relações de gênero que esse modelo sustenta e reproduz. Palavras-Chaves: Discurso Jurídico. Honra Feminina.Sexualidade. Área de conhecimento: Ciências Sociais.

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 358

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO PREVENTIVA: SUBSÍDIOS PARA GESTÃO DO

ACERVO DE LIVROS DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFMA*. PINHEIRO, Maria de Fátima Oliveira Costa; BEZERRA, Rosanna Maria Costa. Departamento de Biblioteconomia

Estudo sobre preservação e conservação preventiva do acervo de livros da Biblioteca Central da Universidade Federal do Maranhão – UFMA. Trata-se de uma pesquisa descritiva, bibliográfica, documental e de levantamento, baseada em revisão de literatura; aplicação e análise de instrumentos como questionários direcionados aos alunos de graduação, bolsistas, bibliotecários, técnicos administrativos e pessoal auxiliar da limpeza lotados na Biblioteca Central; preenchimento e análise das fichas técnicas utilizadas para identificação dos tipos de deterioração na coleção de livros. Apresentam-se, descrevem-se e analisam-se os dados coletados numa perspectiva quali-quantitativa compilados textualmente e com tabelas, quadros e figuras. Detecta-se o elevado estado de deterioração dos livros causado por fatores ambientais, climáticos e humanos; o baixo nível de conscientização dos usuários e dos profissionais e a tímida existência de ações de preservação e conservação preventiva desenvolvidas pela Biblioteca Central. Propõem-se subsídios para a elaboração de uma política de preservação e conservação preventiva para o acervo de livros abordando as questões de espaço físico, controle ambiental, iluminação, mobiliário, acondicionamento e manuseio do acervo, higienização, segurança, prevenção de acidentes, práticas de reparos de livros, exposições, preservação defensiva e transferência de suportes da informação, com ênfase para a microfilmagem e a digitalização. Palavras-chave: Preservação. Conservação preventiva. Livros. Política. Biblioteca Central. Universidade Federal do Maranhão – UFMA. *Monografia (Especialização em Gestão de Arquivos), 2004. 133 f. Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 359

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

O PODER DAS PALAVRAS: A EFICÁCIA SIMBÓLICA DOS TERMOS NO

PENTECOSTALISMO

Jacyara P. Lopes de Melo1 ([email protected] ); Prof. Dr.Sérgio F. Ferretti2. 1 Mestranda em Ciências Sociais; 2 Departamento de Sociologia e Antropologia.

Um conjunto de palavras usadas pelo fiel pentecostal, como aleluia, glória a Deus, são representações de um mundo mitológico específico no qual a verbalização daqueles termos reforça as crenças do grupo. A expressão obrigatória de determinadas palavras pelos pentecostais nos cultos e na sua vida cotidiana está associada com a concepção de que o pronunciamento de certos termos possibilita a existência real do que é dito, ou seja, as palavras, segundo crêem, têm eficácia, por exemplo, para alcançar benefícios, como curas, emprego, afastar “espíritos”, “quebrar maldições”, entre outros. A investigação foi realizada a partir de pesquisa de campo e observação participante em igrejas evangélicas de São Luís. A análise tomou como referência os conceitos de eficácia simbólica de Lévi-Strauss; reciprocidade de Mauss, técnicas corporais de Mauss, entre outros. A ênfase dada na necessidade de expressar obrigatoriamente um certo número de termos e frases no pentecostalismo, como foi observado, representa para o fiel uma comunicação com o sobrenatural, ou seja, com o divino; através da qual pode expressar sua veneração e obter dádivas, isto é, manter uma relação de reciprocidade/troca. As palavras são respostas para aflições, tensões e conflitos econômicos, afetivos e sociais. Ou seja, esse aspecto tão relevante do culto pentecostal exerce uma função terapêutica para a vida do fiel. Palavras-chaves: eficácia simbólica; reciprocidade; palavras Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 360

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DOS TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO QUE ATUAM NA

ÁREA DE CONSTRUÇÃO CIVIL NO MARANHÃO*

Mércia Maria Ferreira Antunes Pacheco1; Francinete Soares da Silva1; Maria do Socorro C. Botelho2 ; Jandira Pereira Souza2; Marise Piedade Carvalho3; Gezane Leite Frazão4; Marize Barros Rocha Aranha5; Maria Simara Torres Barbosa5; Iracema Melo Claudino Sales6; Ilzeni Silva Dias 1UFMA; 2 Esc. Agrotéc. Fed. São Luís; 3 SENAC –MA. 4 SENAI – MA; 5 Mestranda; aluno de inicialçao científica; 6 Coordenadora

Mudanças técnico-organizacionais no processo de trabalho no Maranhão e a qualificação profissional. Analisa-se a formação profissional dos técnicos de nível médio que atuam nas empresas da área de construção civil com o objetivo de identificar como a tecnologia utilizada neste setor tem influenciado a qualificação/requalificação profissional dos técnicos de nível médio. No processo de análise, definiu-se o perfil profissional dos técnicos de nível médio, bem como as formas de contrato de trabalho na área da construção civil no Maranhão e os impactos na subjetividade do trabalhador. Identificou-se as estratégias das empresas para submeter o trabalhador aos interesses do capital. Investigou-se cinco empresas da área da construção civil através de pesquisa documental e de campo. Concluiu-se nesta pesquisa, que o setor da construção civil caminha em passos lentos não só em termos de inovações tecnológicas, mas também de inovações de concepções. Não há uma política de formação continuada dos trabalhadores nas empresas pesquisadas.

Palavras-chave: formação profissional; ensino médio; ensino profissional. * Projeto de pesquisa financiado pelo CNPq, através do Programa Norte de Pesquisa e Pós-Graduação – PNOPG, desenvolvido em parceria com a UFMA, CEFET-MA, SENAI-MA, Escola Agrotécnica Federal de São Luís e Gerência de Desenvolvimento Humano. Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

Cadernos de Pesquisa da UFMA, vol 15, Supl. 1/2, 2004 361

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

POLÍTICAS INDIGENISTAS, DESENVOLVIMENTO REGIONAL E MOVIMENTOS

SÓCIO-RELIGIOSOS ENTRE OS RAMKOKAMEKRA-CANELA*. Adalberto Luiz Rizzo de Oliveira Professor-Assistente – Departamento de Sociologia e Antropologia

O projeto propõe investigar e analisar as relações entre os Ramkokamekra-Canela (Jê-Timbira), as agências tutelares e de desenvolvimento e os segmentos de população situados no centroeste maranhense, a partir do início dos anos 60, e mais especificamente, da década de 80 (século XX) ao momento atual. Esse período é caracterizado por profundas transformações econômicas e sociais em toda Região, e pela acentuada intervenção do Estado nesse campo intersocietário, através de suas agências implementadoras de políticas e ações indigenistas, e de projetos e programas voltados para o desenvolvimento regional. Enfocando a política e ação indigenista e a implementação de grandes projetos desenvolvimentistas na região - como o Projeto Ferro-Carajás – o estudo desenvolve-se a partir da análise processualista, numa perspectiva histórica e antropológica, através da investigação diacrônica (histórica-documental) e sincrônica (trabalho de campo) desses processos. Toma como pressuposto o conceito de dominação (Weber, 1999), que caracteriza as relações entre o Estado, as sociedades indígenas e a sociedade nacional, o qual se atualiza através das políticas e ações indigenistas (tutelares) e dos programas de projetos de desenvolvimento viabilizados através de suas agências específicas. A dominação étnica dos Ramkokamekra-Canela remonta aos momentos iniciais do contato, quando se constituiu como situação colonial; mais tarde como manifestação de colonialismo interno, base de sua relação com o Estado e a sociedade regional, e expressão da territorialização desse povo. Em resposta, eclodiram em diferentes momentos, movimentos sócio-religiosos entre os Canela, a fim de repor a igualdade nas relações intersocietárias. * Tese de Doutorado em Políticas Públicas: Previsão de Defesa: Até julho/2006 Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

POLÍTICAS PÚBLICAS E VIOLÊNCIA DE GÊNERO NO BRASIL: CONSIDERAÇÕES

SOBRE AS CASAS-ABRIGO PARA MULHERES EM RISCO DE VIDA.

ROCHA, L.M.L.N. Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas. Departamento de Serviço Social, CCSO. As casas-abrigo são espaços para acolher mulheres e crianças em risco de vida, devido à violência doméstica. No Brasil, surgem nos anos 80, existindo hoje, mais de 70 abrigos. Estes equipamentos se colocam como um desafio de intervenção e investigação, para que possam atuar com eficiência no atendimento integral às mulheres e crianças usuárias. Este trabalho objetiva traçar o perfil das casas-abrigo no país. Utilizaram-se os questionários da “Pesquisa sobre Casas-Abrigo” realizada pela Secretaria de Estado dos Direitos da Mulher, aplicados no 1o Encontro Nacional de Casas-Abrigo, de 04 a 06 de novembro/2002, em Maceió-AL. São analisados dados de 43 questionários devolvidos à Secretaria sobre a estrutura física, material e recursos humanos dos abrigos. As casas-abrigo no Brasil, foram criadas, majoritariamente, a partir dos anos 90, vinculadas em 81,40% a órgãos públicos. 90,70% possuem endereço sigiloso, oferecendo acolhimento durante 3 meses (67,44%) e, em sua maioria, serviços psicológico, médico, jurídico, capacitação profissional, escola para filhos das abrigadas e acompanhamento pós-desligamento da mulher. 95,34% fazem trabalho preventivo e 88, 38% sobre as relações de gênero. As casas-abrigo são equipamentos que devem permitir à mulher, a ruptura com o ciclo de violência, criando condições para refazer sua vida. No Brasil, ainda são muito poucas, considerando os índices de violência doméstica. Faz-se necessário uma melhor definição do seu referencial teórico e de sua proposta metodológica para que, efetivamente, contribuam para a autonomia da mulher, para o seu reconhecimento como sujeito e para a garantia de sua cidadania.

Apoio Financeiro: FAPEMA (Bolsa de Doutorado) Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

TRABALHO DE CAMPO: O OLHAR ANTROPOLÓGICO

Jacyara P. Lopes de Melo (mestranda em Ciências Sociais/UFMA; [email protected] ) Orientador: Sérgio F. Ferretti. Departamento de Sociologia e Antropologia,

A primeira experiência do pesquisador de campo é a domesticação teórica, ou seja, o objeto sobre o qual dirigimos o nosso olhar, já foi transformado preliminarmente pela maneira em que o visualizamos. Qualquer objeto é apreendido a partir do nosso arcabouço conceitual da disciplina formadora de nosso modo de ver a realidade. Além disso, o nosso olhar é condicionado pela nossa experiência cultural e individual. A investigação foi realizada a partir de pesquisa bibliográfica e de diferentes experiências de campo em estudos sobre religião, feiras e mercados, escolas, entre outras, com visitas a instituições e entrevistas, participação em eventos, rituais, visitas a feiras,á escolas. A análise tomou com referência os conceitos de pesquisa de campo e observação participante de Malinowski (1978); texto etnográfico de Geertz (1978). No ofício antropológico de encontrar e observar a rede de significados com a qual os grupos se prendem à sua cultura é necessária uma observação participante de seus rituais, crenças e subjetividade. Nessa relação entre nativo e antropólogo, não se pode menosprezar os sentidos que prendem o pesquisador aos grupos que observa e aos grupos dos quais ele faz parte. O trabalho de campo até a análise apresentada no texto etnográfico não é um processo linear. São etapas que se comunicam de forma circular.

Palavras-chaves: antropólogo; pesquisa de campo; observação participante. Área do conhecimento: Antropologia

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

A CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS DISCURSOS SOBRE O GÊNERO

Jacyara P. Lopes de Melo (mestranda em Ciências Sociais/UFMA; [email protected] ) Orientadora: Sandra . Departamento de Sociologia e Antropologia, UFMA, São Luís/MA

As relações de gênero estão relacionadas com o contexto histórico e cultural em que são construídos os diferentes discursos sobre a masculinidade e feminilidade. Dessa forma, se criou um vocabulário autorizado especializado para falar de sexo, ou seja, as palavras foram filtradas, criou-se uma polícia dos enunciados, isto é, o controle das enunciações. Até o século XVIII o pensamento ocidental não representava a sexualidade humana como bipolar, dividida entre sexualidade masculina e feminina. Predominava o ‘one sex model.’Através desse modelo, a mulher era compreendida como sendo um homem “invertido.” A partir do século XVIII, surge o two sex model, ou seja, parte-se do princípio que existe um dimorfismo acentuado e original da sexualidade.Entretanto, o corpo feminino permanecia com um lugar inferior ao do homem, sendo para este último apenas um “parceiro objeto do macho. A investigação foi realizada a partir de pesquisa bibliográfica. A análise tomou com referência os conceitos de gênero em Costa(1996), sujeito feminino de Butler (2003); sexualidade em Foucault (1988). As diferenças entre os sexos são produto de discursos, de construção social e cultural inserido em contextos de disputa pelo poder. O próprio termo mulheres é complexo devido a multiplicidade de significados que ele pode representar. “Se alguém é uma mulher, isso não é tudo que esse alguém é; o termo não logra ser exaustivo” (BUTLER, 20.2003). o gênero apresenta-se de forma diversa e singular segundo os diferentes contextos históricos e através de suas relações com questões raciais, sexuais, classistas, entre outras. Palavras-chaves: Gênero; Masculinidade; Femilinidade. Área do conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

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EDUCAÇÃO REFLEXIVA: UMA ABORDAGEM CRÍTICA DA DISCIPLINA DE

SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO. Raimundo Nonato Silva Júnior; Grupo de Pesquisa do Patrimônio e da Memória Departamento de Sociologia e Antropologia

No atual contexto social que está em constante transformação, urge a necessidade de uma educação que possua profissionais de perfil amplo. Com o rápido avanço científico e tecnológico, é preciso que esses profissionais conduzam o desenvolvimento de tais avanços, afim de que seja voltado para a melhoria da qualidade de vida do ser humano. Dessa perspectiva, o educando deve ser um sujeito ativo no processo ensino – aprendizagem, pois muito tem-se ouvido falar sobre a necessidade em preparar os jovens para a cidadania, no sentido de auxiliá-los no desenvolvimento de um pensamento crítico, dando-lhes condições para uma aprendizagem que permita um entendimento da realidade social. E a escola pode contribuir para que se faça as possíveis mudanças, rumo à superação dos atuais desafios que enfrenta a nossa sociedade. Sendo assim, torna-se imprescindível a relevância dos estudos sociológicos no Ensino Médio, haja vista que o vínculo dessa etapa da educação escolar com o mundo do trabalho e a prática social, é de grande importância para a autonomia intelectual e o pensamento crítico. Dessa forma, justifica-se este estudo, tendo em vista contribuir para a construção de uma sociedade igualitária, por meio de uma teoria crítica. Visto que “Historicamente, a Sociologia é um conjunto de conceitos, técnicas e métodos de investigação produzidos para explicar a vida social”. (MARTINS, p. 8).

Área do Conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

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O TRABALHO VOLUNTÁRIO NAS ESCOLAS COMUNITÁRIAS EM SÃO LUÍS

Martins, C. S. Departamento: Serviço Social

Este trabalho vincula-se ao Grupo de Estudos, Pesquisas e Debates em Serviço Social e Movimento Social como um desdobramento da Pesquisa: A Construção da Solidariedade e a Reatualização da Filantropia e do Cooperativismo. Busca-se elementos para um aprofundamento da análise sobre o trabalho voluntário no âmbito da experiência das Escolas Comunitárias em São Luís-MA. Entende-se o trabalho voluntário como uma expressão do trabalho não remunerado que envolve desde as práticas espontâneas individuais e coletivas em comunidades populares no enfrentamento de suas necessidades cotidianas, à sua utilização como forma de exploração do trabalhador para suprir a redução da intervenção estatal no atendimento das demandas populares na área de Educação, seja pelo próprio Estado seja pela sociedade. Procura-se resgatar nessa experiência desde sua origem, em 1950, em São Luís-MA, até o momento atual, elementos para apreender a inserção e o significado do Trabalho Voluntário na construção das Escolas Comunitárias como uma alternativa de enfrentamento da questão educacional na relação Estado e Sociedade Civil. O estudo tem como referência na atualidade a implementação da Lei de Diretrizes e Base de Educação nos marcos das medidas neoliberais no país frente às demandas populares no que diz respeito a educação infantil e fundamental de 1ª a 4ª séries. Palavras-chave: Comunidade. Escola. Trabalho Voluntário. Área do Conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

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EMPREGO E RELAÇÕES DE TRABALHO NA FUNÇÃO PÚBLICA.

COSTA, Cândida da (câ[email protected]) . 1 Departamento de Serviço Social - CCSO – 2 Grupo de Estudos e Pesquisas sobre desigualdade e exclusão social.

Trata-se da questão do emprego e das relações de trabalho na função pública, tendo como ponto de partida a relação entre Estado, mercado e sociedade se estruturam no Brasil. Trata-se da ampliação dos direitos dos trabalhadores do setor público, a partir da Constituição de 88 e de sua retirada via Reforma Administrativa. Demonstra-se como a incompletude de direitos tem sido uma das marcas diferenciais de suas relações de trabalho. Como procedimentos metodológicos, foram utilizadas revisão bibliográfica e análise documental. Demonstra-se como a Reforma Administrativa retirou direitos dos servidores e alterou as relações de trabalho. Aponta-se novas possibilidades de organização do setor público no Brasil, a partir da inversão de prioridades, de forma a reorientar o atual de imperativo do privado sobre o público. A quebra da estabilidade, a não regulamentação do direito de greve, a possibilidade de demissões e disponibilidades tem gerado insegurança entre os trabalhadores do setor público. Só entre 98 e 99, ocorreram 19.755 aposentadorias, sendo 60,9% proporcional por tempo de serviço. A insegurança também é conseqüência das novas formas de gestão que estão sendo propostas e adotadas – organizações sociais e agências executivas. Com as alterações processadas, o governo aumenta a diferenciação entre trabalhadores e possibilita o retorno/aprofundamento do clientelismo e do patrimonialismo. Apoio Financeiro: CAPES/PICDT/UFMA Área do Conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

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SISTEMAS AUTOMATIZADOS NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS DE SÃO LUÍS-

MA: O PROCESSO DE ESCOLHA DE SOFTWARES Profa. Dra. Cenidalva Miranda de Sousa Teixeira; Profa. Joseane Cantanhede dos Santos Departamento: Biblioteconomia

Os sistemas de gerenciamento de bibliotecas estão consolidados como ferramenta essencial no suporte a serviços eficientes para os clientes, gestão de acervos e comunicação com outras instituições através de bases de dados relacionais. A complexidade na implantação dessa tecnologia, traz o caráter discursivo da pesquisa. Propõe-se analisar os procedimentos utilizados durante a escolha dos sistemas automatizados para gerenciamento nas Unidades Informacionais Universitárias em São Luís-MA. O universo da pesquisa compreende nove bibliotecas das IES ludovicenses tendo como amostra sete bibliotecas, em que a implantação dessa tecnologia foi proporcionada pela facilidade de acesso à microinformática, tanto em termos de hardware quanto de software. Utilizou-se como percurso metodológico um levantamento documental sobre o panorama do mercado de sistemas de gerenciamento de bibliotecas, e pesquisa de campo, com aplicação do instrumento de coleta de dados o questionário para proceder a análise e interpretação dos dados. Investiga-se os aspectos determinantes de escolha dos sistemas além de conhecer a política de gerenciamento da informação nas unidades pesquisadas. Os resultados apontam o posicionamento e compromisso do profissional bibliotecário na seleção e uso dos softwares criados para executar as transações do ciclo documental na biblioteca universitária. Evidenciam-se os aspectos de suporte técnico e de manutenção, documentação do sistema, elaboração do projeto de implantação dessa tecnologia e a interação existente entre os fabricantes do produto e as instituições consumidoras como fatores determinantes no processo de escolha do software. Palavras-chave: Tecnologia. Software . Biblioteca universitária Área do conhecimento: Ciências Sociais

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

PRÁTICAS INFORMACIONAIS E SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO NA BIBLIOTECA

PÚBLICA BENEDITO LEITE. BRAGA, M. F. A. Departamento de Biblioteconomia – Centro de Ciências Sociais

Discorre sobre as práticas informacionais existentes na Biblioteca Pública Benedito Leite, para atender a uma sociedade emergente em que se sobressaem a informação e o conhecimento. Na tentativa de delinear tais práticas, foi necessário trilhar o caminho da apropriação da informação, destacando-se o livro como o meio mais vasto de intercomunicação humana e as diversas práticas leitoras percorridas pelas sociedades para se ajustarem às transformações do livro. Apresenta-se o contexto atual da informação, com uma sociedade atingida pelo processo da globalização, exigindo mudanças de comportamento das práticas precedentes. Para tanto, contextualiza-se a sociedade da informação, suas desigualdades sociais e a realidade brasileira buscando adequar-se à essa nova dinâmica. Destaca-se a Biblioteca como um lugar de signos, guardiã da memória cultural da humanidade e veículo da apropriação do conhecimento. Procura-se conhecer o processo de transmissão de informações na Biblioteca Pública Benedito Leite e o grau de atualização dos atores sociais que nela trabalham. Além das ferramentas teóricas, realizou-se uma pesquisa empírica, utilizando entrevistas livres com oito bibliotecárias que exercem funções executivas e técnicas, para um melhor entendimento do cotidiano da Biblioteca, dos modos como vem enfrentando as exigências da sociedade da informação e do trabalho dos seus profissionais-bibliotecários. Nas considerações finais, procura-se uma análise propositiva das transições em curso, considerando a relação híbrida entre a abordagem tradicional e os suportes digitais. Palavras-Chave: Biblioteca pública. Práticas informacionais. Sociedade da Informação. Área do Conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

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UMA ABORDAGEM FORMATIVA SÓCIO-COGNITIVISTA DA AVALIAÇÃO PARA O

PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA, NO ENSINO MÉDIO.

MACIEL, D. M. Este trabalho contribui para reflexão sobre a avaliação no processo ensino-aprendizagem

na área de Matemática, no ensino médio. Traduz os resultados de uma pesquisa de mestrado, realizada pelo autor. Revisa a literatura que trata da avaliação, objetivando dar à prática avaliativa do professor um referencial crítico e prático no contexto da nossa atual escola. A avaliação formativa recebe uma abordagem sócio-cognitivista. Para correlacionar teorias existentes e a prática avaliativa em Matemática, na escola de ensino médio, fez-se uma pesquisa de campo, na modalidade de estudo de caso qualitativo. Realizaram-se entrevistas semi-estruturadas e questionários abertos com professores e alunos, sendo um professor por série e uma classe por professor além de observações da prática avaliativa em sala de aula, na modalidade observação participante. A escola é desvelada no seu aspecto reprodutivo da sociedade e conclui que psicologicamente o aluno é muito afetado em sua aprendizagem de matemática quando é avaliado do modo tradicional. A metacognição é apontada como a grande contribuição da Psicologia cognitiva. Constrói-se um modelo de avaliação formativa que é adotado na área de Educação Matemática, que sugere a diversificação de instrumentos de avaliação e privilegia a cooperação e a resolução de problemas. Conclui-se que a avaliação praticada pelos professores sujeitos, cuja escola não oferece condições ideais para uma avaliação formativa, presta-se mais ao jogo institucional e/ou social, impostos pelo sistema de ensino, que ao jogo pedagógico mais coerente com a avaliação formativa. Assim, pouco contribui para o processo ensino-aprendizagem de Matemática. Palavras-Chave: Avaliação educacional; Metacognição; Ensino médio; Sociologia Educacional; Educação Matemática. Apoio Financeiro: UFMA/CAPES Área do Conhecimento: Ciências Humanas e Sociais

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A FILOSOFIA DA LINGUAGEM DE QUINE

Raimundo Portela Filho; Carmem Almeida Portela Departamento de Filosofia

Aborda-se a filosofia da linguagem de Quine a partir da sua teoria da linguagem e da sua teoria da aprendizagem da linguagem. A primeira teoria apóia a sua análise da linguagem no naturalismo, no behaviorismo e no pragmatismo em seu aspecto metodológico. A segunda teoria, para melhor compreender a relação discurso-realidade, trata de duas situações muito instrutivas. Uma é a de uma criança que aprende sua língua materna, sendo que tal criança atravessa três etapas nessa aprendizagem: resposta aos estímulos físicos e verbais, a substituição por analogia e a interanimação dos enunciados ou sínteses analógicas. Outra situação é a de tradução radical, que constitui uma situação hipotética de um lingüista que procura compreender o significado e a referência das expressões da linguagem de um povo do qual desconhece não apenas a estrutura lingüística mas também a cultura, tendo como único ponto de apoio a observação do comportamento desse povo. Efetiva-se uma pesquisa bibliográfica alicerçada em textos de Quine assim como em obras de alguns comentaristas. Examinam-se os temas mais relevantes da filosofia da linguagem quineana: a crítica do mito da significação, da reificação das proposições, da noção de atributo, da noção de sinonímia, da dicotomia enunciados analíticos - enunciados sintéticos, a tese da inescrutabilidade da referência, o holismo semântico e a tese da indeterminação das traduções. Evidenciou-se que a teoria da linguagem bem como a teoria da aprendizagem quineanas fundamentam o conjunto de suas teses filosóficas, em especial, a sua filosofia da linguagem. Palavras-chave: Quine, Filosofia da Linguagem. Área de conhecimento: Ciências Humanas e Sociais.

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

AS NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO: A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A CONSTRUÇÃO COLETIVA DE UM SABER MEDIÁTICO. Iracy de Sousa Santos Neste artigo reflete-se sobre as novas tecnologias na educação, seus impactos na sociedade, escola, e nas atividades de professores e alunos que serão usuários destas novas ferramentas. Questiona-se o papel da escola neste novo contexto, assim como, os desafios que a mesma terá que enfrentar. Para vencê-los, implica em um conjunto de mudanças que vão desde a concepção de educação, aprendizagem, ensino, formação de professores, até a definição de políticas que garantam a democratização das tecnologias numa perspectiva critica. Sabe-se dos entraves existentes na escola, tanto de ordem interna e externa que impedem a efetivação das novas tecnologias na prática educativa. É necessário considerar, condições institucionais materiais, profissional de todos os envolvidos neste processo, permitindo que se faça uso delas não apenas como artefato técnico, mas como instrumento pedagógico capaz de dinamizar um novo conhecimento mediado pelas tecnologias da informação e do conhecimento. Reflete-se ainda sobre a utilização das tecnologias na escola, seus impactos para professores, alunos que fazem parte deste complexo espaço de produção.Cabe lembrar, que uma formação sólida de professor por si só, não resolve todos os questionamentos suscitados no desenrolar deste trabalho, mas também chamar atenção para que não nos deixemos levar pelo deslumbramento da tecnologia, mas nos preocupemos com a relevância social da apropriação das novas tecnologias por todos: alunos, professores, técnicos, gestores, classe popular, sem perder de vista a importância do papel do professor para avaliar a produção do conhecimento, acompanhar, validar a utilização das novas tecnologias para fins educativos Palavras chave:novas tecnologias;formação de professor;conhecimento. Área de conhecimento: Ciências Humanas e Sociais.

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM ESCOLAS COMUNITÁRIAS Márcia Maria Rocha Martins Para que a educação infantil se concretize como um segmento importante no processo educativo, não bastam leis que garantam isso no papel. As pessoas que trabalham com crianças precisam estar continuamente se formando, para exercer sua função da melhor forma possível. Nessa perspectiva, a OMEP e a PLAN-Internacional ,estão desenvolvendo um projeto de formação de professores da educação infantil de escolas comunitárias da Vila Embratel. Nessas escolas, a concepção do trabalho com crianças de 0 a 6 anos, apesar de já ter sofrido modificações, baseia-se na idéia de assistência. Com as crianças a partir de 4 anos de idade, iniciam um trabalho pedagógico propedêutico em relação ao ensino fundamental.A partir dessa realidade, o programa de formação está sendo desenvolvido através de módulos que abordam os temas: cidadania; escola; criança; saúde; fundamentos legais, estudo dos referencias curriculares e oficinas para a construção de recursos didáticos. Nesse processo de formação, o conhecimento que se constrói é determinado por um processo ação-reflexão-ação, o qual permite uma validação coletiva, criativa, crítica e transformadora. A formação de professores assumida pelas ONG’s, tem se constituído apenas uma forma de contribuir para uma educação infantil de qualidade, considerando que, o poder público não assume o seu papel, diante da criança - “sujeito de direitos”. Palavras chave: formação;educação infantil; escolas comunitárias Área de conhecimento: Ciências Humanas e Sociais.

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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NA CONVIVENCIA ESCOLAR

Márcia Maria Rocha Martins

Os conflitos não podem jamais ser encarados como ocorrências não naturais ou atípicas. Em qualquer relação educativa sempre haverá brigas, crises periódicas e atritos. Quem trabalha em escolas sabe das dificuldades que professores, alunos e funcionários têm encontrado para lidar com esses conflitos. Quando surge um conflito envolvendo pessoas no contexto escolar, o procedimento mais freqüente é resolver “o problema” sem levar em consideração aspectos importantes que estão ocultos: o que pensam, o que sentem e o que desejam as pessoas envolvidas.Nessa perspectiva, surge a importância da mediação, onde esta é vista como uma metodologia para resolução de conflitos aplicável aos mais diferentes campos de atuação. A mediação é um instrumento de resolução de conflitos, onde as soluções são criadas e encontradas pelas partes e não pelo mediador. O mediador tem o papel de facilitador das relações e da profusão de idéias criativas e exeqüíveis. Outro aspecto extremamente importante na mediação é o fato de que suas estratégias objetivam, além da resolução de conflito propriamente dito, a prevenção e a aprendizagem de novas maneiras de resolução de conflito promovendo um ambiente propício à colaboração, possibilitando que relações continuadas perdure de forma positiva.Os benefícios para os participantes de uma mediação serão a incorporação de novas maneiras de resolução de conflitos, onde ambos constroem suas próprias soluções e passam a funcionar com mais esta alternativa em suas próprias vidas, através de uma meta aprendizagem. Palavras chaves: conflitos; mediação; mediador. Área de conhecimento: Ciências Humanas e Sociais.

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A FORMAÇÃO DO EDUCADOR DO CAMPO: PROPOSTA DE ARTICULAÇÃO COM O

COTIDIANO Heloísa Cardoso Varão Santos (UEMA); Maria Regina Diniz (Orientanda)

Neste trabalho propõe-se a reflexão acerca da formação do docente que atua na

educação de Jovens e Adultos em áreas de Assentamento de Reforma Agrária e apresenta os resultados de uma pesquisa realizada sobre os sujeitos do programa de educação do campo com vista à elaboração da Proposta de Formação Continuada do Educador no Campo voltada para a superação das lacunas deixadas no processo de formação inicial com respeito às concepções de alfabetização e educação de jovens e adultos, educação do campo e educação rural, tematizando os problemas do homem do campo e relacionando aos conteúdos e experiências específicas, tendo em vista assegurar o respeito à diversidade e a identidade do jovem e adulto, considerando suas expectativas em relação ao trabalho e ao exercício dos direitos. Ao elaborar a proposta de Formação Continuada do Educador do Campo tomou-se como referência os postulados de FREIRE, ARROYO e CANDAU ao focalizar as necessidades dos alunos, os interesses de cada idade e o contexto em que vivem, além do respeito à identidade e valorização da cultura no sentido de viabilizar formas de superação dos problemas relativos à formação pessoal e organização coletiva, ressignificando os espaços de construção do conhecimento, os tempos escolares de construção pessoal dos alunos, criando estratégias que valorizam a produção cultural da comunidade. A estrutura da proposta contempla eixos temáticos em módulos que serão dinamizados através de oficinas, seminários, exposições, utilizando recursos didáticos propiciadores da reflexão sobre o “fazer” pedagógico e sua relação com teorias e práticas sociais do cotidiano . Palavras-Chave: Formação Continuada; Educação de Jovens e Adultos; Campo. Área de conhecimento: Ciências Humanas e Sociais.

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

QUEM CUIDA E EDUCA AS CRIANÇAS de 0 A 6 ANOS ?

Heloisa Cardoso Varão Santos

A ciência tem demonstrado que experiências de qualidade durante os primeiros anos de vida , são cruciais para o desenvolvimento das competências e habilidades emocionais, cognitivas e sociais futuras.Os estudos realizados nos últimos anos na área da economia e da educação,também demonstrado que o acesso a programas de educação e cuidado na primeira infância , produz impactos positivos , garantindo às crianças de zero a seis anos melhores condições de desenvolvimento e aprendizagem ao longo de toda a vida. Analisando o perfil dos profissionais que atuam em creches e pré-escolas comunitárias nos bairros de Cidade Olímpica ,constata-se num universo de 10 Escolas Comunitárias que atendem mais de 800 crianças de 3 a 6 anos , 80 % cursaram o Ensino Médio onde 60% destas tem habilitação em Magistério ,mas desconhecem a Pedagogia da Infância, uma vez que os Cursos de Formação em Magistério de nível Médio não oportunizaram a construção de conhecimentos psico-pedagógicos básicos para propiciar o desenvolvimento integral da criança. Os cursos de formação inicial, mesmo em Instituições de Ensino Superior, não priorizam conhecimentos voltados para o “cuidar “ e “educar”uma vez que as práticas pedagógicas não tem priorizados as creches e pré-escolas como campo de estágios. Escolas Comunitárias situadas no bairro Cidade Olímpica ,o segundo mais populoso da América Latina, nos dois últimos anos, vem contando com o apoio de Organizações Não Governamentais como a PLAN Internacional, a OMEP e a AEC, na área da Formação Continuada para atender as necessidades formativas dos educadores no sentido de qualificar as práticas educativas nas escolas comunitárias .. Palavras -Chave: educação infantil;formação;Escolas Comunitárias Área de conhecimento: Ciências Humanas e Sociais.

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

A (DES) ORIENTAÇÃO NORMATIVA DO ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA NAS

ESCOLAS Silvana de Araujo1; Agripino Júnior2 ; Raimundo Nonato Viana3 ; Marileide M. dos S. Silva4 Maria Aparecida Mota5 ; Wanderson Robson5; Telésforo de Sousa 5; Francisca Elias 6 ; Jorge César Mendes5; Mara Portela6; Maria do Socorro de Carvalho7; Ana Teresa R. Ferreira8; Ana Karine P. Miranda8; Izolina Ângela Borges8; Karla Régia Viana8; Raffaelle Andressa dos Santos8 ; Rodrigo Quintanilha9; Taiana F. Pinto9; Karine Daniely.da Silva9, Aline Andrade9 1Coordenadora GEPPEF, Ms. Educação; 2 Doutorando em Mídia e Conhecimento/UFSC; 3 Doutorando em Educação/UFRN; 4 Profa. UFMA; 5 Prof. da Rede Estadual e Municipal de Ensino; 6 Prof. Rede Estadual; 7 Prof. da Rede Municipal de Ensino; 8 Graduadas em Educação Física; 9 Acadêmicos de Educação Física/UFMA - Integrantes do GEPPEF1

Este estudo tem como objeto de análise a normatização e o funcionamento do ensino da Educação Física em face aos novos ordenamentos legais. Consiste em uma pesquisa qualitativa, cujos procedimentos foram realizados através da combinação de pesquisa bibliográfica, documental e de campo, com a utilização de questionários semi-estruturados aplicados a diretores, coordenadores e professores de Educação Física, em seis escolas do ensino fundamental e médio em São Luís-MA. Concluiu-se que somente com as orientações legais não se tem garantido a presença da Educação Física na escola, principalmente com relação a sua estrutura e funcionamento. Isto significa que a concretização da educação não depende apenas da lei, mas sim, do produto da ação cotidiana de professores e alunos buscando a sua legitimidade. A existência e a permanência da Educação Física na escola não se dá nem por via apenas do instrumento legal, deixando de lado a necessidade de seu reconhecimento acadêmico, nem tampouco o inverso, conseguindo sua autonomia pedagógica sem a necessidade de uma normatização. A Educação Física na escola deve sustentar-se pelo que lhe é específico, ou seja, pelo corpo de conhecimentos do qual é responsável, pedagogizando-os e normatizando-os e contribuindo assim, para o projeto de escolarização do educando. Pretende-se como desdobramento desta pesquisa propor diretrizes normativas para o ensino da Educação Física ao Conselho Estadual de Educação do Maranhão.

Palavras-chave: Educação Física, normatização, escola. Área de conhecimento: Ciências Humanas e Sociais.

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

ENTRE A PROMESSA E O FEITO: O PROJETO “VIVA EDUCAÇÃO” NO ENSINO

MÉDIO MARANHENSE.

LUZ JUNIOR, A. A. Doutorado em Mídia e Conhecimento; COLUN/UFMA. [email protected] O objeto deste estudo consiste na análise do Telensino, programa de teleducação/“Viva Educação”, adotado como estratégia política educacional com vistas a corrigir, no período de um ano e meio, o fluxo de atendimento a jovens e adultos, no Estado do Maranhão. Delinearam-se como objetivos: a) Identificar o contexto e as estratégias que possibilitaram, pelo governo do Estado do Maranhão, a implementação do Projeto “Viva Educação”; b) Analisar as concepções articuladas pelos sujeitos, que integram o processo ensino-aprendizagem, em torno desse projeto de intervenção social, e c) compreender os processos pedagógicos que se desenvolvem nos espaços de aula - nas telessalas. A investigação desenvolveu-se em duas frentes: a) aquisição e consulta dos documentos oficiais; b) trabalho de campo, com cinco escolas de São Luís. Optou-se pela observação direta da prática docente e discente, entrevistas semi-estruturadas com os(as) orientadores(as) de aprendizagem, e questionários com alunos(as). Á guisa de conclusão, algumas reflexões, mesmo que provisórias, já se tornaram possíveis e apontam para a existência de ambigüidades e contradições em torno da proposta, entre essas se destacam: a) distanciamento entre as atividades desenvolvidas no projeto e aquelas que já se desenvolvem na escola; b) falta de informação elementar, pela administração das escolas, quanto ao funcionamento das atividades dessa modalidade de ensino; c) certo grau de insegurança demonstrado, pelos orientadores, frente à condução do processo ensino-aprendizagem; d) falta de sintonia dos orientadores com o próprio projeto em que esses se inserem; e e) evidencia de uma política de substituição de professores especializados por orientadores polivalentes. Palavras-chave: Políticas públicas; Educação; Telensino; Tecnologias de comunicação e informação(TIC). Área de Conhecimento: Ciências Sociais

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

NO PRINCÍPIO ERA O MYTHOS... E A LENDA E O CONTO

Tania Lima dos Santos A preocupação com os estudos da narrativa é relativamente antiga e envolve, entre as inúmeras perspectivas de abordagem, a tentativa de definição de sua origem. Retrocedendo-se na linha evolutiva da narrativa pode-se descobrir, num tempo remoto e encoberto, seu ponto de partida nas formas mito, lenda e conto popular. Considerando-se essa gênese narrativa e tomando por base os estudos de Northrop Frye e, sobretudo, de Sholes e Kellogg, observa-se, seguindo uma perspectiva formal, que a narrativa se desenvolve segundo um percurso que segue do oral para o escrito. Em conseqüência, pode-se chegar a algumas considerações importantes: a literatura escrita se desenvolve a partir de uma tradição oral; é possível reencontrar materiais ficcionais desta tradição na narrativa contemporânea; o reconhecimento da constante recorrência da narrativa a modelos precedentes evidencia seu caráter de manter o já disposto, voltando-se para o interior de si mesma, bem como a sua capacidade de sincretizar com outras formas, voltando-se para fora de si mesma, e assumir uma nova configuração. A narrativa sintetiza formas prototípicas – mito sacro, lenda e conto popular –, desintegra-se nelas mesmas e sintetiza novas formas, passando a efetuar uma constante renovação de si mesma, fundamentada numa dialética entre o velho e o novo. Palavras-Chave: gênese narrativa – evolução – recorrência Área de conhecimento: Ciências Humanas e Sociais.

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

PONTUANDO AS NARRATIVAS SEBASTIANISTAS COM OS DEMARCATIVOS

PRINCIPAIS DA HISTÓRIA DO GÊNERO NARRATIVO - MITO, LENDA E FICÇÃO Tania Lima dos Santos

Ao estudarmos as manifestações sebastianistas no interior da literatura brasileira estaremos desenvolvendo um percurso que terá como principais marcos o Mito sebastianista em Portugal, as lendas sebastianistas em nosso país e o aproveitamento temático dessa matéria na ficção brasileira, porto final de nossa pesquisa. A inserção das lendas sebastianistas na literatura brasileira não representa, por sua vez, apenas uma introdução temática e aleatória na ficção literária, mas caracteriza, sobretudo, um processo análogo ao realizado pela narrativa, em sua trajetória histórica. A narrativa teve, de acordo com vários estudiosos, uma origem mítica, transmutou-se em lenda e daí a conto popular, “evoluindo” até a sua forma de apresentação mais moderna, a ficção. Considerando tais asserções, procuramos recompor a trajetória da própria narrativa, como forma de esclarecer o processo evolutivo das narrativas sebastianistas.

Palavras-Chave: sebastianismo – trajetória – narrativa Área de conhecimento: Ciências Humanas e Sociais.

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TRABALHO DE CAMPO: O OLHAR ANTROPOLÓGICO Jacyara P. Lopes de Melo ([email protected]) Prof. Dr. Sérgio F. Ferretti Departamento de Sociologia e Antropologia,

A primeira experiência do pesquisador de campo é a domesticação teórica, ou seja, o objeto sobre o qual dirigimos o nosso olhar, já foi transformado preliminarmente pela maneira em que o visualizamos. Qualquer objeto é apreendido a partir do nosso arcabouço conceitual da disciplina formadora de nosso modo de ver a realidade. Além disso, o nosso olhar é condicionado pela nossa experiência cultural e individual. A investigação foi realizada a partir de pesquisa bibliográfica e de diferentes experiências de campo em estudos sobre religião, feiras e mercados, escolas, entre outras, com visitas a instituições e entrevistas, participação em eventos, rituais, visitas a feiras,á escolas. A análise tomou com referência os conceitos de pesquisa de campo e observação participante de Malinowski (1978); texto etnográfico de Geertz (1978). No ofício antropológico de encontrar e observar a rede de significados com a qual os grupos se prendem à sua cultura é necessária uma observação participante de seus rituais, crenças e subjetividade. Nessa relação entre nativo e antropólogo, não se pode menosprezar os sentidos que prendem o pesquisador aos grupos que observa e aos grupos dos quais ele faz parte. O trabalho de campo até a análise apresentada no texto etnográfico não é um processo linear. São etapas que se comunicam de forma circular. Palavras-chaves: antropólogo; pesquisa de campo; observação participante. Área do conhecimento: Antropologia

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A CONSTRUÇÃO SOCIAL DOS DISCURSOS SOBRE O GÊNERO

Jacyara P. Lopes de Melo ([email protected] ) Profa Profa. Dra. Sandra Maria Nascimento Sousa Departamento Ciências Sociais As relações de gênero estão relacionadas com o contexto histórico e cultural em que são construídos os diferentes discursos sobre a masculinidade e feminilidade. Dessa forma, se criou um vocabulário autorizado especializado para falar de sexo, ou seja, as palavras foram filtradas, criou-se uma polícia dos enunciados, isto é, o controle das enunciações. Até o século XVIII o pensamento ocidental não representava a sexualidade humana como bipolar, dividida entre sexualidade masculina e feminina. Predominava o ‘one sex model.’Através desse modelo, a mulher era compreendida como sendo um homem “invertido.” A partir do século XVIII, surge o two sex model, ou seja, parte-se do princípio que existe um dimorfismo acentuado e original da sexualidade.Entretanto, o corpo feminino permanecia com um lugar inferior ao do homem, sendo para este último apenas um “parceiro objeto do macho. A investigação foi realizada a partir de pesquisa bibliográfica. A análise tomou com referência os conceitos de gênero em Costa(1996), sujeito feminino de Butler (2003); sexualidade em Foucault (1988). As diferenças entre os sexos são produto de discursos, de construção social e cultural inserido em contextos de disputa pelo poder. O próprio termo mulheres é complexo devido a multiplicidade de significados que ele pode representar. “Se alguém é uma mulher, isso não é tudo que esse alguém é; o termo não logra ser exaustivo” (BUTLER, 20.2003). o gênero apresenta-se de forma diversa e singular segundo os diferentes contextos históricos e através de suas relações com questões raciais, sexuais, classistas, entre outras. Palavras-chaves: Gênero; Masculinidade; Femilinidade. Area do conhecimento: Sociologia - Ciências Humanas

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1° Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFMA II Encontro de Pesquisadores da UFMA- 1°Seminário de Pós-Graduação

SOFTWARE LIVRE COMO INSTRUMENTO DE INCLUSÃO DIGITAL EM

BIBLIOTECAS: ASPECTOS ECONÔMICOS E TECNOLÓGICOS. Roosewelt Lins Silva Departamento: Biblioteconomia O estudo discute a adoção de softwares livres na automação de bibliotecas como estratégia econômica e vantagens tecnológicas. Analisa os conceitos referentes a filosofia colaborativa nas comunidades open-source, iniciativas públicas e ações do terceiro setor voltadas à inclusão digital com base nas tecnologias livres. O alto custo de um projeto de informatização em escolas e bibliotecas públicas e centros comunitários tem sido um dos maiores empecilhos para a implementação de um ambiente de acesso ao mundo do conhecimento através da internet e outras ferramentas multimídias. Esse impasse somado com a dependência tecnológica corrobora para a perpetuação de um hiato tecnológico educacional e comunicacional, que contribui para a segregação social e em contrapartida a exclusão digital. Para compreendermos essa problemática foi-se necessário fazer um levantamento bibliográfico, análise de documentação, projetos e outros recursos de informação disponíveis no meio eletrônico. Buscando conceitos referentes à exclusão social e digital na literatura e manuais técnicos, pôde-se construir uma base teórica para sustentação da pesquisa e analisar a realidade objetiva do fenômeno em evidência. Com base nessa metodologia partiu-se para uma experiência pragmática, experimentando o Sistema Operacional Linux e aplicativos livres e soluções para gerenciamento de bibliotecas, em especial o OpenBiblio e GNUteca. A experiência com essas tecnologias e os pressupostos teóricos. proporcionou uma maior compreensão sobre o aprisionamento tecnológico e econômico imposto pelo software proprietário, e por outro lado a qualidade dos softwares de licenças públicas. Análise das principais iniciativas da esfera pública, ONG's e empresas pôde-se observar que o fenômeno do software livre criou uma nova mentalidade e um novo modelo de administração de Tecnologia da Informação, assim como soluções eficazes de combate à exclusão social. Ações como a atual política do Governo Federal de incentivar o uso em repartições públicas; criações de Telecentros comunitários para o livre acesso à ferramentas de informática, licenças públicas da produção intelectual; informatização de bibliotecas; fomento à pesquisa e desenvolvimento de software, uso do GNU/Linux no ambiente doméstico, são fatos significativos causados por essa dinâmica social. Palavras-Chave: Software Livre. Exclusão Digital. Automação de Bibliotecas GNU/Linux.. Exclusão Social. Independência Tecnológica. Open-Source. Área do conhecimento: Biblioteconomia.

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