resumo português

17
Resumo Português Vários fatores podem originar variações linguísticas: I- Fatores Geográficos: há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes regiões onde é falada. Basta pensar nas evidentes diferenças entre o modo de falar de um lisboeta e de um carioca, por exemplo, ou na expressão de um gaúcho em contraste com a de um mineiro. Essas variações regionais constituem os falares e os dialetos; II- Fatores Sociais: Algumas classes sociais dominam uma forma de língua que goza de prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por empregarem formas de língua menos prestigiadas. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e cujo domínio é solicitado como forma de ascensão profissional e social. O Idioma é, portanto, um instrumento de dominação e discriminação social; III- Fatores Profissionais: O exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua, chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas variantes têm seu uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, médicos, químicos, lingüistas e outros especialistas. Interpretação de Textos Conceito de Interpretação Em sua definição mais conhecida, interpretar significa extrair o sentido. Observe bem (e aqui já começamos a interpretar): o uso do verbo extrair, por sua vez, indica que o sentido daquilo que está sendo interpretado não está sempre claro, direto. Na maioria das vezes, é preciso investigar as intenções do autor, analisar a escolha dos termos utilizados, entre outras técnicas, para identificar seu objetivo final. Tipos de Texto Cada tipo de texto tem uma função primária, porque nada impede que diferentes funções se misturem ao longo da mensagem. É possível que um certo ponto de vista do autor venha imiscuído

Upload: douglas-nobre

Post on 11-Jan-2016

9 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Resumo de Português para concursos

TRANSCRIPT

Page 1: Resumo Português

Resumo Português

Vários fatores podem originar variações linguísticas:

I- Fatores Geográficos: há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes regiões onde é falada. Basta pensar nas evidentes diferenças entre o modo de falar de um lisboeta e de um carioca, por exemplo, ou na expressão de um gaúcho em contraste com a de um mineiro. Essas variações regionais constituem os falares e os dialetos;

II- Fatores Sociais: Algumas classes sociais dominam uma forma de língua que goza de prestígio, enquanto outras são vítimas de preconceito por empregarem formas de língua menos prestigiadas. Cria-se, dessa maneira, uma modalidade de língua – a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e cujo domínio é solicitado como forma de ascensão profissional e social. O Idioma é, portanto, um instrumento de dominação e discriminação social;

III- Fatores Profissionais: O exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua, chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas variantes têm seu uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, médicos, químicos, lingüistas e outros especialistas.

Interpretação de Textos

Conceito de Interpretação

Em sua definição mais conhecida, interpretar significa extrair o sentido. Observe bem (e aqui já começamos a interpretar): o uso do verbo extrair, por sua vez, indica que o sentido daquilo que está sendo interpretado não está sempre claro, direto. Na maioria das vezes, é preciso investigar as intenções do autor, analisar a escolha dos termos utilizados, entre outras técnicas, para identificar seu objetivo final.

Tipos de Texto

Cada tipo de texto tem uma função primária, porque nada impede que diferentes funções se misturem ao longo da mensagem. É possível que um certo ponto de vista do autor venha imiscuído em uma parte de um texto narrativo sem descaracterizá-lo. O importante é verificar qual das funções está em primeiro plano. São tipos de texto:

a) Narração que tem como função primária contar uma história

O texto narrativo caracteriza-se pela presença de um enredo, um encadeamento lógico dos acontecimentos com começo meio e fim. A narração se divide em duas subespécies: 1. A narração propriamente dita, onde o foco do texto é contar os fatos; 2. A descrição, chamamos de narração de texto descritivo quando as atenções do autor estão voltadas a dividir com o intérprete cada detalhe da cena narrada pela imaginação.

b) Argumentação que tem como função primária defender um ponto de vista

Page 2: Resumo Português

É a exposição de fatos concretos sobre os quais o autor quer se manifestar. É a espécie de texto mais explorada nos concursos públicos hoje em dia, tanto nas questões de interpretação, quando na redação.

c) Relato que tem como função primária documentar fatos

É o tipo de texto voltado à difusão de fatos concretos. Nele predominam a função denotativa, porque o autor deve evitar a influência de suas posturas pessoais na composição, e o discurso indireto, que permite resumir as falas dos envolvidos e manter o texto fluido, com poucas interrupções oriundas dos sinais de pontuação.

d) Exposição que tem como função primária transmitir conhecimento

Muito usada no meio acadêmico e para a propagação de conhecimento científico, a exposição é marcada pela função denotativa e, por força do costume, é redigida na terceira pessoa.

e) Instrução que tem como função primária Orientar comportamentos.

O texto de instrução tem como objetivo prescrever um padrão de conduta, determinar a forma de agir das pessoas. Deve ser o mais claro e objetivo possível, para que efetivamente permita aos seus destinatários atuar conforme as regras.

Funções de Linguagem

Dependendo das intenções relacionadas à exteriorização do texto, o emissor da mensagem pode ressaltar algum aspecto dela para atingir seu objetivo com maior precisão, escolhendo para isso as palavras que surtirão o efeito almejado. Esses recursos de ênfase direcionados voluntariamente pelo autor, visando a causar determinada sensação ou chamar a atenção do receptor, são chamados de funções de linguagem. São funções de linguagens:

a) Função denotativa ou referencial: a ênfase é colocada sobre o objeto da mensagem. A preocupação do autor é transmitir uma informação objetiva, tentando deixa-la afastada de impressões pessoais, ou seja, sem avalia-la ou julgá-la.

b) Função emotiva ou expressiva: aqui o foco da mensagem é o próprio emissor. Ele deseja que seus sentimentos e emoções sejam percebidos pelo destinatário, produzindo um texto mais subjetivo do que objetivo.

c) Função conativa ou apelativa: o centro da atenção é o receptor. A mensagem quer chamar sua atenção, incentivá-lo ou convencê-lo a praticar determinada conduta ou agir de determinada forma.

d) Função metalinguística: ocorre quando a linguagem do texto é o próprio objeto dele, ou seja, o texto fala de si mesmo. A função metalinguística relaciona-se com o próprio ato de explorar a linguagem utilizada.

e) Função Fática: ocorre quando a atenção do emissor volta-se para o canal de comunicação entre ele e o receptor, buscando mantê-lo aberto para a continuação do diálogo.

f) Função poética: decorre da intenção do autor de expressar sua mensagem por uma forma pouco usual, valendo-se de rimas, ritmos, jogos de imagem etc.

Page 3: Resumo Português

Tipos de Discurso

Dá-se o nome de discurso à representação textual das falas de uma pessoa, ou seja, quando uma personagem do texto diz alguma coisa para outra ou para si mesmo. São tipos de discurso:

a) Discurso direto: quando deixa explícita a ocorrência de um diálogo entre as personagens através do uso de sinais de pontuação como dois pontos, travessão ou aspas.

b) Discurso indireto: o próprio narrador da história relata, com suas palavras, o que dissera o personagem. O discurso indireto, portanto, representa uma paráfrase do diálogo. Nele, não há travessões ou quaisquer outros sinais de pontuação; o texto segue seu curso normalmente.

c) Discurso indireto livre: é o ponto médio entre o discurso direto e o discurso indireto. Aqui, o narrador mistura-se ao personagem, transcrevendo diretamente seus pensamentos sem indicar, com sinais de pontuação, que disso se trata.

FIGURAS DE LINGUAGEM

São instrumentos de estilo utilizados pelos escritores para realçar a sonoridade, a expressividade ou a beleza do texto. Se classificam nas seguintes espécies:

a) Metáfora: A metáfora trabalha com o sentido conotativo das palavras, isto é, a atribuição de um significado ao vocábulo diferente do que lhe é comum. Ex. ela tem os olhos de jabuticaba.

b) Catacrese: É uma metáfora desgastada pelo uso. Ex. dente de alho, asa de xícara.c) Perífrase: É a substituição de um substantivo por uma locução ou expressão hábil a

identificar o termo substituído. O rei do futebol deu entrevista ontem (Pelé).d) Comparação ou símile: Comparação com conectivo. Ex. ela tem os olhos como o de

jabuticaba.e) Hipérbole: É usada para um exagero. Ex. estou morrendo de fome.f) Personificação ou prosopopeia: É dado características animadas à figuras inanimadas.

Ex. meu coração bate feliz quando te vê (o coração não vê ninguém).g) Sinestesia: Mistura de sentidos. Ex. como as pétalas das flores, e as tintas no arco-íris,

no centro mensagem doce. (flores cheiro, tintas visual, doce sabor).h) Metonímia: É a substituição de uma palavra por outra com a qual mantenha algum

tipo de conexão. Essa figura de linguagem pode ocorrer sob diversas roupagens. 1. A parte pelo todo: chegou na porta do mestre (chegou na casa); 2. O continente pelo conteúdo: tomei um copo d’água (tomei a água do copo); 3. O autor pela obra: A galeria vendeu um Van Gogh (vendeu um quadro pintado por Van Gogh); 4. A matéria pelo objeto: cuidado com os cristais (cuidado com os copos de cristais); 5. O abstrato pelo concreto: A juventude é irresponsável (os jovens são irresponsáveis); 6. A mulher, na sociedade de hoje, assume papel relevante (as mulheres).

i) Gradação: Coloca-se palavras em determinada ordem para intensificar a expressão. Ex. Não espere que a maturidade te conversa essa flor em terra, pó, cinza, sombra e nada.

j) Antítese: É a aproximação de palavras com sentidos contrários, não são elementos inconciliáveis: Ex. morte e vida Severina. Água mole pedra dura.

Page 4: Resumo Português

k) Paradoxo: É a aproximação de palavras com sentidos contrários de elementos inconciliáveis. Ex. o amor é ferida que dói e não se sente.

l) Eufemismo: Usada para amenizar o que se diz. Ex. a pessoa morreu, a pessoa passou dessa pra melhor.

m) Ironia: É dizer uma coisa querendo dizer outra: ex. você falou uma bela mentira.n) Aliteração: É a repetição de um mesmo som: Ex. Você só dança com ele diz que é sem

compromisso; repetição do som do “s”.o) Onomatopeia: Trata-se da representação escrita de um som. Ex. toc, toc; tic, tac.p) Assonância: É a repetição das vogais: Ex. João foi para os Estados Unidos e Teresa Para

o convento.q) Elipse: É a supressão de um termo da oração. Ex. no mar tanta tormenta e tanto dano

(tirou a palavras há/existe).r) Pleonasmo: É a repetição de uma mesma ideia. Ex. eu vi com os meus próprios olhos; a

monocultura exclusiva do café; hemorragia de sangue; subi pra cima.s) Silepse: É a figura da concordância. Ex. (gênero) a grande e concorrida São Paulo;

concorrida concorda com cidade e não com são Paulo. Ex. (número) A multidão aplaudiam ; concorda com o singular, mas busca a concordância ideológica com várias pessoas representadas por multidão. Ex. (pessoa) Todos aplaudimos; a concordância seria com a terceira pessoas, mas há a inclusão do emissor, passando para a segunda pessoa.

t) Zeugma: É a omissão de um termo da oração que já havia sido expresso anteriormente. Ex. Enquanto a camisa azul está secando, uso a amarela.

u) Hipérbato ou Inversão: Inverte-se a ordem direta do texto. Ouviram do Ipiranga as margens plácidas.

v) Assíndeto: é a ausência dos conectivos (conjunções): Ex. fechei o livro, fechei os olhos, pus-me a sonhar. (ausência do conectivo “e”).

w) Polissíndeto: É a repetição das conjunções. Ex. Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua.x) Anáfora: É a repetição do início ou no fim dos versos de um texto.y) Anacoluto: Representa a língua falada em sua rapidez e falhas de continuidade: Ex. Há

um lago, ou melhor dizendo, havia... que se chamada Caldo Fervente.

FONÉTICA

Encontros vocálicos

Ditongo: quanto temos duas vogais juntas na mesma sílaba. Na verdade, uma delas tem o valor fonético de semi-vogal. Ex. quando, ditongo crescente. Ex. azuis, ditongo decrescente.

Tritongo: quando temos três vogais juntas na mesma sílaba. Na verdade, duas delas tem o valor fonético de semi-vogal. Ex. Paraguai.

Hiato: quando temos duas vogais juntas em sílabas separadas. Aqui efetivamente, cada uma tem o valor fonético de vogal. Ex. ra-i-nha, be-a-to.

Encontros consonantais

Quando temos as junções de duas ou mais consoantes ao longo da palavra, tendo, ambas, valor fonético. Ex. livro, prosa, blusa, digno, substância.

Dígrafo

Page 5: Resumo Português

Ocorre nas palavras nas quais duas letras são utilizadas para a representação de um só fonema, ou seja, uma dessas letras não é pronunciada (chamada de letra diacrítica).

Dígrafos consonantais: quando é formado pela inserção da letra diacrítica após uma consoante. Ex. carro, pássaro, crescer, exceção, chama, calha, manha. Existe o caso de dígrafo consonantal com vogais, isso ocorre em, por exemplo “quero” e “gueixa”, nesses casos a letra “u” não possui valor fonético, ou seja, não será pronunciada.

Dígrafos vocálicos ou nasais: quando é formado pela inserção da letra diacrítica após uma vogal. Nessas hipóteses, funcionam como letras diacríticas as consoantes “m” e “n”. Ex. santo (sãto), bomba (bõba).

A letra “h”

Ela sozinha não representa qualquer fonema, não tem valor fonético. Sua função é formar dígrafos (é uma letra diacrítica), exceto quando aparecer no início da palavras por razões etimológicas.

ORTOGRAFIA

Ortografia vem da junção de duas palavras gregas: ortho, correto; e graphein, escrever, escrita. Portanto, a ortografia é o ramo da língua portuguesa que estuda e apresenta a forma correta de escrever as palavras, consideradas as letras e os sinais gráticos.

Grafia de algumas palavras:

Abscesso, açafrão, açambarcar, aguarrás, ansioso, apoteose, ascensão, assaz, atarraxar, bílis, bochecha, broxa, bugiganga, cerejeira, chacina, chorume, coaxar, comissão, concessão, conciso, crioulo, cuscuz, descendência, destreza, discente, disenteria, enxada, enxugar, escusar, esdrúxulo, exação, exalar, exasperar, exceção, excitar, expurgo, exsurgir, extensão farsa, fascículo, foz, frenesi, fuligem, granizo, jejum, jiló, lagartixa, lêndea, miçanga, muçarela, obsessão, ogiva, revés, suscetível, trincheira, xingar.

Palavras que aceitam duas grafias:

Aluguel, aluguer; assobiar, assoviar; caminhão, camião; cociente, quociente; espuma, escuma; flecha, frecha; germe, gérmen; louro, loiro; quatorze, catorze; quota, cota; quotidiano, cotidiano.

Algumas regras:

a) Utiliza-se letra maiúscula:1. Em início de período: “Ontem não fui a aula”.2. Após reticências: “Não sei... Talvez eu vá ao cinema”.3. Em substantivos próprios: “José, Rua Augusta, Idade Média”.4. Em nomes que designam altos conceitos, desde que em sentido abstrato:

“Igreja, Nação, Estado”.5. Em nomes que designam artes, ciências ou disciplinas: “Direito, Matemática,

Língua Portuguesa”.6. Em nomes que designam altas autoridades: “Presidente da República, Ministro

de Estado, Papa”.

Page 6: Resumo Português

7. Pronomes pessoais de tratamento: “Senhor, Vossa Excelência, Vossa Magnificência”.

b) O som do “s” em palavras de origem indígena é feito pelo “ç”. Exemplo: açaí, Iguaçu, uruçu, Paiçandu.

c) Palavras de origem indígena, africana ou árabe são escritas com “j” e não com “g”. Exemplos: Moji-mirim, Moji-Guaçu (apesar do nome oficial das cidades, conforme as leis municipais respectivas, ser grafado com “g”), pajé, jenipapo, jiló, canjica.

d) Palavras estrangeiras que contenham o dígrafo ”sh” , ao serem incorporadas ao Português, devem ser escritas com “x”. Exemplo: xampu, xerife, xelim.

e) As letras “w”, “k”, “y”, apesar de oficialmente incorporadas ao nosso alfabeto, são utilizadas somente em palavras e nomes estrangeiros e seus derivados. Exemplos: watt, kart, playboy, darwinismo, wagneriano, Kuwait, kuwaitiano.

f) Atenção para não confundir locuções (grupos de palavras com um único sentido) com palavras únicas. Lembre-se: de repente, em cima, embaixo, à frente, atrás.

g) Os dígrafos “rr” e “ss” ocorrem apenas entre vogais, nunca antes ou depois de consoantes.

h) Não se usa “ch” depois de “n”. Exemplos: enxuto, enxaqueca. Há alguma exceções: encher (e seus derivados), anchova e anteposição do prefixo “em” em palavras que já começam com “ch”, como em encharcar (originada de charco).

i) Não se usa “ch”, “z” e “ss” depois de ditongo. Exemplos: lousa, gueixa, afeição. Exceções: caucho (e seus derivados recauchutar, recauchutagem) e diminutivos que usam o “z” como consoante de ligação (papeizinhos, fieizinhos).

HOMONÍMIA E PARONÍMIA

Dá-se o nome de homônimos a palavras que possuem a mesma grafia e/ou a mesma pronúncia. Os homônimos subdividem-se, portanto, em:

a) Homófonos: possuem a mesma pronúncia, mas grafias diferentes. Exemplo: sela (do cavalo); cela (da prisão);

b) Homógrafos: possuem a mesma grafia, mas pronúncias diferentes. Exemplo: sede (com o primeiro “e” fechado – vontade de tomar água); sede (com o primeiro “e” aberto – matriz, estabelecimento principal de uma empresa);

c) Homônimos perfeitos: possuem a mesma pronúncia e a mesma grafia, nestes caso é o contexto que irá determinar o sentido semântico da palavras. Exemplo: “São duas da tarde.” (conjugação do verbo ser); “O menino chegou são em casa.” (sadio, forte).

Dá-se o nome de paronímia as palavras de grafia parecida, cuja semelhança pode causar confusão no receptor da mensagem. São parônimas, por exemplo, as palavras “eminente” (importante, destacado) e “iminente” (algo que está prestes a acontecer). Exemplos de paronímias: Afiar (a faca); afear (tornar feio). Ária (tipo de música); área ( espaço). Assento (lugar); acento (sinal gráfico). Cassar (anular); caçar (abater). Censo (pesquisa); senso (noção, percepção). Cidra (fruto da cidreira); sidra (tipo de bebida). Comprimento (medida); cumprimento (saudação). Concerto (de música); conserto (daquilo que estava quebrado). Coser (costurar); cozer (cozinhar). Deferir (autorizar); diferir (postergar, adiar); descrição (relato); discrição (cautela). Descriminar (deixar de ser crime); discriminar (detalhar). Despensa (onde se guarda os alimentos); dispensa (liberar de obrigação). Extrato (da conta bancária); estrato (camada). Insipiente (ignorante); incipiente (inicial). Russo

Page 7: Resumo Português

(relativo à Rússia); ruço (esgarçado, gasto). Seção (parte, setor); Sessão (reunião). Taxar (aplicar taxa); tachar (criticar).

USO DE EXPRESSÕES E PALAVRAS HOMÔNIMAS

Abaixo, a baixo:

a) Abaixo: advérbio de lugar (é sinônimo de embaixo). Ex. abaixo do tenente está o sargento.

b) A baixo: opõe-se a de alto. Ex. observou a mulher de alto a baixo.

Acerca de, a cerca de, há cerca de, cerca de:

a) Acerca de: tem valor de a respeito de. Ex. fale-me acerca daquele assunto.b) A cerca de: transmite a noção de distância. Ex. o menino postou-se a cerca de metros.c) Há cerca de: transmite a noção de tempo. Ex. concluí o ensino superior há cerca de dez

anos.d) Cerca de: sinônimo de durante/aproximadamente. Ex. estive viajando cerca de três

anos.

Acima, a cima:

a) Acima: indica posição superior, seja de algo concreto ou deu m valor abstrato. Ex. o armário está logo acima de sua cabeça. Nada está acima da ética.

b) A cima: opõe-se a de baixo. Ex. o vestido rasgou de baixo a cima.

Afim de, a fim de:

a) Afim de: é igual a parecido, semelhante, transmite a noção de afinidade. Ex. estou afim daquela menina. Sogro e genro são afins em linha reta.

b) A fim de: com o intuito de, indica um propósito, um objetivo. Ex. escrevo um relatório a fim de apresenta-lo à diretoria.

Demais, de mais:

a) Demais: tem valor de pronome indefinido (sinônimo de os outros) ou de advérbio de intensidade (sinônimo de excessivamente). Ex. onde estão os demais colegas.

b) De mais: locução adjetiva ( tem valor de adjetivo) sinônimo de muito, oposta a de menos. Ex. bebi cerveja de mais.

Por que, por quê, porque, porquê:

a) Por que: locução sinônimo de por qual razão e é usado nas orações interrogativas. Ex. por que você não foi ao meu aniversário?

b) Por quê: tem o mesmo valor de por que, o acento deve ser colocado quando a expressão ocorrer no fim da frase ou logo antes de uma pausa marcada por vírgula, ponto e vírgula ou dois pontos. Exemplos: você não foi ao meu aniversário por quê? Antes de explicar por quê, sente-se.

c) Porque: é uma conjunção explicativa, ou seja, une duas orações nas quais a segunda expõe os motivos, as causas da primeira. Ex. não fui ao seu aniversário porque estava doente.

Page 8: Resumo Português

d) Porquê: é um substantivo (sinônimo de motivo, razão). Normalmente usado antecedido do artigo definido “o, os” e pode ser passado para o plural. Ex. quero saber o porquê de sua teimosia.

Senão, se não:

a) Senão: conjunção equivalente a caso contrário. Ex. você deve estudar, senão não passará de ano.

b) Se não: sinônimo de caso não. Ex. se não estudar, não passará.

Em vez de, ao invés de:

a) Em vez de: equivale a no lugar de. Ex. em vez de estudar, preferiu sair com amigos.b) Ao invés de: é igual a ao contrário de. Ex. ao invés de fechar a janela, abriu-a mais.

Ao nível de, em nível de:

a) Ao nível de: expressa que duas coisas estão na mesma altura. Ex. santos fica ao nível do mar.

b) Em nível de: exprime uma relação de hierarquia. Ex. essa questão deve ser debatida em nível de Presidência da República.

Ao encontro de, de encontro a:

a) Ao encontro de: reflete uma proximidade, uma correlação entre dois termos. Ex. minhas ideias vão ao encontro das suas (ou seja, são semelhantes).

b) De encontro a: tem sentido inverso, denota uma contrariedade. Ex. minhas propostas vão de encontro às suas (ou seja, são antagônicas).

Em princípio, a princípio:

a) Em princípio: equivale a em geral. Ex. em princípio, não me oponho às privatizações.b) A princípio: tem o mesmo valor de no início. Ex. a princípio, bastava escrever algumas

linhas; agora, exigem um longo texto.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

Ao pronunciarmos uma palavra, é fácil perceber que uma das sílabas é pronunciada com mais ênfase (sílabas tônicas), enquanto as demais são articuladas de forma mais branda (sílabas átonas). Além disso temos também os monossílabos que são palavras com uma única sílaba. O ramo da fonética que estuda essa relação chama-se prosódia. Sem mais delongas, segue as regras de classificação:

Monossílabos:a) Regra 1: Monossílabos tónicos seguem as regras de acentuação das oxítonas.b) Regra 2: Monossílabos átonos não são acentuados. Vale destacar que a caracterização

de um monossílabo como tônico ou átono depende de seu uso na frase, porque isso implicará na entonação que lhe é dada.

Oxítonas:a) Regra 1: são acentuadas as palavras oxítonas terminadas em a(s), e(s), o(s). Ex.

Mossoró, Amapá, Guaxupé.

Page 9: Resumo Português

b) Regra 2: São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em ditongo aberto seguido ou não de “s”. Ex. herói, quartéis, troféu.

c) Regra 3: são acentuados o i(s), u(s) tônicos quando forem a segunda vogal de um hiato e estiverem sozinhas na sílaba, mesmo que precedidas de ditongo. Ex. Piauí, Grajaú, tuiuiús.

d) Regras 4: Quando o pronome estiver depois do verbo (ênclise), normalmente este apresenta uma pequena adaptação em sua ortografia por questões fonéticas. Nesses casos, o verbo deve ser considerado uma palavra autônoma do jeito que está escrito, ignorando-se o pronome, para verificarmos se é caso de acentuação. Ex. vou ajudá-lo (a-ju-dá é oxítona terminada em “a”, portanto leva acento). Devo adverti-lo (ad-ver-ti é oxítona terminada em “i”, portanto não leva acento).

Paroxítonas: a) Regra 1: não são acentuadas as paroxítonas terminadas em o, os; a, as; e, es. Ex.

cadeira, machado, fiambre.b) Regra 2: são acentuadas as paroxítonas terminadas em

1. Um (uns). Ex. bônus, ônus2. R. Ex. caráter, nenúfar3. I, is. Ex. júri4. L. Ex. fácil, dúctil, réptil5. U, us. Ex. 6. N. Ex. pólen, hífen (obs. Mas não o plural: polens, hifens)7. X. Ex. córtex, clímax, látex8. Ps. Ex. bíceps, tríceps9. Ã, ãs, ão, ãos. Ex. acórdão, acórdãos10. Om, ons. Ex. 11. Hiatos são acentuados i (is) e u (us) quando forem a segunda vogal de um hiato e

estiverem sozinhas na sílaba. Ex. saída, faísca, graúdo, balaústre.12. Exceções: não serão acentuados se estiverem depois de ditongo ou antes de “nh”.

Ex. feiura, cauila, rainha, moinho.

Proparoxítonas: a) Regra única: Todas são acentuadas. Ex. árvore, proparoxítona, cântico, jurássico.

Palavras que admitem dupla prosódia:

Acrobata, acróbata; alopata, alópata; autopsia, autópsia; biopsia, biópsia; hieroglifo, hieróglifo; ortoepia, ortoépia; oximoro, oximoro; projetil, projétil; soror, sóror; zangão, zângão.

Novo Acordo Ortogrático:

Obs1. Não levam acento os ditongos abertos das palavras paroxítonas, ou seja: ideia, heroico, assembleia.

Obs2. Não levam acento as letras duplicadas, ou seja, voo, zoo, leem, enjoo.

Obs3. Quando as letras duplicadas se aglutinarem em uma só, deverão ser acentuadas. É o que ocorre em têm (conjugação da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo ter), vêm (conjugação da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo do verbo vir).

Page 10: Resumo Português

Obs4. Não existe mais o acento diferencial, ou seja, para (do verbo parar) não leva mais acento para diferenciar-se de para (preposição) assim como pera. Há porém exceção no que se refere ao acento diferencial em pôr (verbo) e por (preposição); pôde (conjugação da 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder – para distanciá-lo de pode (conjugação da 3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo poder).

Obs5. Pode-se usar facultativamente o acento diferencial em fôrma (de bolo) para distacá-lo de forma (maneira de fazer).

USO DE CRASE

A crase é a fusão de sons iguais, pode indicar um artigo ou uma preposição.

Regras Básicas:

1ª trocar a palavra feminina posterior por uma palavra masculina:

Fui à feira. > Fui ao mercado.

Luís telefonou à Mãe > Luís telefonou ao pai.

2º quem vai à, volta dá, crase há. Quem vai à, volta de, crase pra quê?.

Vou à Bahia. > Volto da Bahia.

Vou a Curitiba. > Volto de Curitiba.

3º Nunca se usa crase antes de palavras masculinas, verbos, pronomes indefinidos e artigos indefinidos.

Vou a pé (pé palavra masculina). Vou a cavalo (cavalo palavra masculina)

Ela começou a chorar (antes de verbo não tem crase)

Pediu ajuda a uma amiga (antes de artigo indefinido não tem crase)

4ª “A” no singular seguido de plural é simples preposição e não leva crase. Já o “as” flexionado pode indicar artigo mais preposição e por isso levar a crase.

Não vou a festas. Não vou a shows. (“a” preposição não leva crase)

Não vou às festas organizadas por ele. Não vou aos shows organizados por ele.

5º Na expressão “à maneira de” mesmo que implícito leva crase.

Corte meu cabelo à Neymar. (a moda de Neymar)

6º Diante de pronome possessivos femininos pode ou não usar a crase.

Ficou a seu lado. Ficou à seu lado

7º Diante de nomes femininos familiares, pode-se usar ou não

8º Depois da preposição até e antes de palavras femininas pode ou não usar crase.

Fui até a praia. > Fui até à praia.

Page 11: Resumo Português

9º Preposição + pronome demonstrativo leva crase. Somente pronome demonstrativo não leva crase.

Dirija-se àquele balcão (preposição). > Observe aquela garota (somente pronome).

PONTUAÇÃO

Uso do Hífen.

Palavras compostas de dois termos : guarda-roupa; porta-malas; guarda-sol; beija-flor; dois-pontos.

Palavras compostas de três termos:. a) não tem hífen: pé de moleque; fim de semana; dia a dia. b) nomes de plantas e animais tem hífen: cana-de-açucar; joão-de-barro.

Palavras compostas que perderam a noção de composição não são hifenizadas : girassol; pontapé; paraquedas.

Palavras iniciadas com prefixo – vice – ex – sem – além – aquém – recém – pós – pré – pró – recebem hífen: vice-rei; vice-presidente; ex-atleta; ex-ministro; sem-terra; além-túmulo; aquém-mar; recém-chegado, pós-graduação; pré-projeto; pró-memória.

Usa -se hífen em palavras iniciadas com a letra – H: anti-higiênico; sobre-humano, super-herói. Exceções: a) o uso do hífen na palavras sub-humano é opcional, caso não use, ficara subumano; b) com o prefixo – co – obrigatoriamente não se usa o hífen e suprime o – H – coabitar, coerdeiro.

Usa-se o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a palavra começar com a mesma vogal: micro-organismo; infra-assinado; contra-ataque. Exceção são os prefixos - CO – RE – que se aglutinam com a palavras: cooperar; coobrigação; reencarnar; reerguer.

Não se usa o hífen quando o prefixo terminar em vogal e a palavra começar com vogal diferente: aeroespacial; plurianual; semianalfabeto.

Não se usa hífen quando o prefixo terminar em vogal e a palavra começar com consoante. Caso a palavra comece com – R – ou – S – essa letra deverá ser duplicada: anteprojeto; semicírculo; microcosmos; microssistema; antirrábica; minissaia; contrassenso.

Usa-se o hífen quando a palavra terminar com consoante e a palavra terminar com a mesma consoante: super-rápido; inter-racial.

Usa-se o hífen com os prefixos – CIRCUM – PAN – se a palavras começar com – M – N – ou vogal. Nos demais casos, não há hífen: circum-navegação; pan-americano; circumpercorrer; pancosmismo.

Não se usa o hífen quando o prefixo terminar em consoante e a palavra começar com consoante diferente: supermercado; hiperproteção. Exceção com os prefixos – AB – SUB – nesses caso usa-se o hífen antes de palavras iniciadas por - R – como vemos em: ab-rogar; sub-raça.

Não se usa hífen quando o prefixo terminar em consoante e a palavra começar com vogal: subárea; interestadual; superinteressante.

USO DA VÍRGULA:

Page 12: Resumo Português

A vírgula a princípio é usada quando os elementos da oração estiverem na ordem indireta.

Fui correr hoje cedo. > Hoje cedo, fui correr.

Eu, diamantes, compro todos.

Não se usa crase entre o sujeito e o verbo, entre o verbo e o objeto, entre o verbo e o predicativo.

Usa-se vírgula entre termos repetidos:

Fui ao mercado comprar, café, leite, ovo e pão.

Usa-se vírgula entre termos omitidos:

Para separar termos desligados como vocativos:

Anda, meu amor, que temos que chegar logo.

Em expressões explicativas, por exemplo, isto é, ou seja.

Por exemplo, a terra é redonda.

Separando aposto explicativo:

Nós, brasileiros, consideramo-nos espertos.

Case especial antes do “E”. Em regra não se usa vírgula, mas no caso de polissíndeto e quando o “e” aparecer para mudar sujeitos.

Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! > Você ama matemática, e eu adoro português.

CLASSES DE PALAVRAS: