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Resumo para prova de Introdução ao Direito I

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  • Tcnica Jurdica

    Conceito: o conjunto de meios e de procedimentos que tornam prtica e efetiva a norma jurdica.

    A cincia indica o meio e a tcnica indica o como.

    Espcies de tcnica jurdica1. Tcnica de interpretao: tem por objetivo a revelao do significado das expresses

    jurdicas. Est tcnica executada por todos os destinatrios da norma jurdica. No se

    restringe a anlise do direito escrito, mas se aplica tambm a outras formas de

    manifestao do direito, como as normas costumeiras. Os principais meios de

    interpretao do direito so:

    a. O gramatical;

    b. O lgico;

    c. O sistemtico;

    d. O histrico

    2. Tcnica de Aplicao: Tem por finalidade a orientao aos juzes e administradores, na

    tarefa de julgar. Compreende aos meios de apurao das provas.

    Contedo da tcnica jurdicaQuanto ao contedo se dividem em:

    1. Meios formais: Dizem respeito s formalidades e a seus elementos estruturais,

    necessrios aos atos da vida jurdica. So os seguintes:

    a. Linguagem: A principal forma a linguagem escrita atravs de cdigos. Tem

    que ser simples, clara e concisa.

    b. Vocbulos: Deve conciliar a linguagem coloquial e os termos tcnicos.

    c. Frmulas: So dizeres fixos que esto perdendo espao no Direito atual. Ex:

    Eu vos declaro marido e mulher.

    d. Aforismos: uma sentena concisa, que geralmente encerra um preceito

    moral.

    e. Estilo: Deve prezar pela simplicidade conciso e clareza.

  • f. Formas: livre a forma at que a lei expressamente indique um caminho.

    So Ditadas pelo Direito Processual.

    g. Sistemas de Publicidade: Todos os acontecimentos da vida jurdica devem

    constar nos registros pblicos e, conforme a sua natureza, ser objeto de

    publicidade.

    2. Meios Substanciais: De natureza lgica e derivados do intelecto.

    a. Definio: a funo de definir os elementos que integram o Direito no

    prpria do legislador. Essa tarefa especfica da doutrina.

    b. Conceito: um juzo interno, conhecimento pensante, que pode ou no vir a

    ser expresso objetivamente por palavras. Os conceitos jurdicos favorecem a

    simplificao dos textos legislativos, ao mesmo tempo que impimem maior

    rigor e preciso lgica.

    c. Categorias: um gnero jurdico que rene diversas espcies que guardam

    afinidades entre si. So teis tcnica dos cdigos.

    d. Presunes: a ilao que se tira de fato conhecida para provar a existncia de

    outro desconhecido. tomar-se por verdadeiro o fato antes de claramente

    demonstrado. considerar verdadeiro o apenas provvel.

    d.i. Presuno simples: feita pelo juiz, com base no senso comum ao

    examinar a matria de fato.

    d.ii. Presuno legal: estabelecida por lei e no admite prova em

    contrrio.

    d.iii. Absoluta: No admite prova em contrrio.

    d.iv. Relativa: Admite prova em contrrio.

    d.v. Mista: a lei estabelece uma presuno que, em princpio, no admite

    prova em contrrio, salvo mediante determinado tipo por ela previsto.

    e. Fices: aplicar a uma categoria jurdica o regulamento prprio de outra.

    Questo: Diferencie o conceito de presuno absoluta e presuno relativa.

    Resposta: A presuno, que considerar verdadeiro algo apenas provvel, se divide em trs:

    Absoluta, relativa e mista. A principal diferena entre a presuno absoluta ( juris et de jure ) e a

    presuno relativa( juris tantum ), que a primeira no admite prova em contrrio e a segunda

    sim. A presuno mista por sua vez pode ser considerada uma espcie do gnero da presuno

  • relativa, j que apesar de admitir prova em contrrio, s as admite as provas elencadas

    taxativamente no texto normativo.

    Procedimentos de integrao

    Conceito: A integrao um processo de preenchimento de lacunas, existentes na lei, por elementos que a prpria legislao oferece ou por princpios jurdicos, mediante operao

    lgica e juzos de valor. A integrao no se confunde com as fontes formais, nem com os

    processos de interpretao do Direito.

    Lacunas da lei.A lacuna se caracteriza no s quando a lei completamente omissa em relao ao caso, mas

    igualmente quando o legislador deixa o assunto a critrio do julgador. As teorias sobre as

    lacunas so as seguintes:

    1. Realismo ingnuo: As normas se destinam a uma aplicao ampla, que excede

    previso do legislador, j que impossvel abarcar todos os fatos relevantes.

    2. Empirismo Cientfico: Defende a inexistncia de lacunas, j que tudo que no est

    proibido est juridicamente permitido (um dos aspectos da legalidade).

    3. Ecletismo (Corrente Majoritria): Enquanto a lei possui lacunas, a ordem jurdica no

    as possui. Isso porque o Direito se apresenta como um ordenamento que no se forma

    pelo simples agregado de leis, mas que as sistematiza, estabelecendo ainda critrios

    gerais para a sua aplicao.

    4. Pragmatismo: Defende que o direito sempre dispe de frmulas para regular todos os

    casos, para efeitos prticos. (A interpretao do judicirio supre as lacunas.)

    5. Apriorismo filosfico: Est em concordncia com o empirismo cientfico, mas se

    diferencia dele na fundamentao. Prega que o sistema jurdica um slido e no

    apresenta lacunas porque tudo que importa ao Direito est contido nele.

    AnalogiaConceito: Consiste em aplicar, a uma hiptese no prevista ao legislador, a soluo por ele

    apresentada para outra hiptese semelhante a no prevista. Tem como fundamento o direito

    natural, atravs de seus princpios basilares. No fonte formal.

  • Diferena entre Analogia (integrao) e Interpretao extensiva (hermenutica): Na analogia

    no existe a lei, na interpretao extensiva a lei existe, mas incompleta.

    Princpios Gerais do Direito

    o ltimo elo a que o juiz deve recorrer, na busca da norma aplicvel a um caso

    concreto.

    As duas funes dos princpios gerais do direito:

    1. Elaborao de leis;

    2. Na aplicao do Direito, pelo preenchimento das lacunas da lei.

    Conceito: Os princpios guiam, fundamentam e limitam as normas positivas j sancionadas.

    Natureza: supralegal, est acima da norma.

    Diferena entre Princpios Gerais e os Brocados: Enquanto os princpios surgem da cincia, os

    brocados surgem dos costumes.

    Codificao do DireitoConceito de Cdigo: o conjunto orgnico e sistemtico de normas jurdicas escritas e relativas

    a um amplo ramo do direito.

    Conceito de Incorporao: um trabalho de natureza prtica, que objetiva apenas agrupar, em

    um s texto, as normas dispersas em diferentes fontes. O resultado da incorporao a

    consolidao.

    Cdigo x Consolidao: Enquanto o cdigo introduz inovaes e um campo sistematizado, a

    consolidao limita-se a reunir as normas j existentes e no apresenta, geralmente, rigor

    lgico.

    Os cdigos antigos1. Cdigo de Hamurabi: Separou o ordenamento jurdico da moral e da religio.

    2. Legislao Mosaica: Tinha cunho humanitrio

    3. Lei das XII tbuas: Primeira importante lei romana

  • Os Cdigos Modernos1. O Cdigo Civil da Prssia: Caracterizado pela conciso e clareza, no se limitou ao

    Direito Privado.

    2. O Cdigo de Napoleo: Tinha influncia iluminista e unificou as leis da Frana, que

    eram ainda do perodo carolngio. Exerceu importante influncia no Direito de muitos

    Estados, sendo que algum chegaram a adot-lo com poucas modificaes, como a

    Itlia.

    3. O Cdigo Civil da ustria: Influenciado pela doutrina filosfica de Kant. Possuia indole

    individualista e consagrou a igual liberdade para todos.

    4. O Cdigo Civil Brasileiro: Sua elaborao foi precedida de vrias tentativas em vo. O

    cdigo de 1916 foi considerado de alto nvel tcnico e cientfico. Consagrou o

    individualismo jurdico e sofreu a influncia dos cdigos francs, portugus e alemo.

    O cdigo de 2012 se assenta em trs princpios fundamentais: Eticidade, socialidade e

    operabilidade.

    Tcnica LegislativaConceito: a arte de dar s normas jurdicas expresso exata. transformar um

    pensamento/estudo jurdico em lei.

    Apresentao Formal Diz respeito estrutura do Ato, s partes que o compem e que em geral, so as seguintes:

    1. Prembulo: a parte preliminar s disposies normativas, logo no tem fora

    normativa.

    2. Corpo do Texto: a lei propriamente dita.

    3. Disposies Complementares: Contm orientaes diversas necessrias aplicao do

    novo texto normativo. Existe quando a lei extensa e/ou complexa.

    4. Vigncia: Normalmente a lei entra em vigor na data de sua publicao, mas quando os

    atos legislativos so extensos e/ou complexos deve haver a vacatio legis(normalmente

    45 dias).

  • 5. Revogao: A Clusula de revogao consiste na referncia que a lei faz aos atos

    legislativos que perdero a sua vigncia. Assim como a vigncia no essencial.

    6. Fecho: Indica o local e data de assinatura, bem como os anos que so passados da

    Independncia e ios da Proclamao da Repblica.

    7. Assinatura: Deve ser assinada pela autoridade que o promulga.

    8. Referenda: Os ministros de estados que acompanham a assinatura.

    Eficcia da lei no Tempo e no Espao

    Princpio da Irretroatividade: Uma lei nova no alcana os fatos produzidos antes de sua vigncia.

    1. Direito Adquirido: Vantagem jurdica, lquida, lcita e concreta que algum adquire de

    acordo com a lei vigente na ocasio e incorpora definitivamente, sem contestao, ao

    seu patrimnio.

    2. Ato Jurdico Perfeito: Reputa-se ato jurdico perfeito o j consumado segundo a lei

    vigente ao tempo em que se efetuou. O ato jurdico perfeito aquele que sob o regime

    da lei, se tornou apto para produzir os seus efeitos pela verificao de todos os

    requisitos a isso indispensvel.

    3. Coisa Julgada: a qualidade conferida sentena judicial contra a qual no cabem

    mais recursos, tornando-a imutvel e indiscutvel.

    Hermenutica e interpretao do DireitoConceito de Hermenutica: Estuda e sistematiza os critrios aplicveis na interpretao das

    regras jurdicas. terica e visa a estabelecer princpios, critrios, mtodos e orientao geral.

    Hermenutica X Interpretao: A interpretao no se confunde com a hermenutica, pois

    tem cunho prtico, aplicando as diretrizes dadas pela hermenutica, portanto a interpretao

    aproveita os subsdios da hermenutica.

    O princpio In Claris Cessat Interpretatio O texto bem redigido e claro dispensa a interpretao.

  • A Vontade do Legislador1. Sentido da Lei: A lei era vontade dos deus e eram consideradas imutveis, podendo

    apenas ser reformulada por quem as fizera.

    2. A Teoria Subjetiva: O intrprete deve descobrir a vontade do legislador.

    3. A Teoria Objetiva: O intrprete deve buscar descobrir a vontade da lei.

    Quanto ao Resultado1. Interpretao Extensiva: Quando se aumenta o campo de incidncia da norma, em

    relao ao seus termos.

    2. Interpretao Restritiva: Quando o intrprete elimina a amplitude das palavras do

    legislador, que disse mais do que deveria dizer.

    3. Interpretao Declarativa: Quando as palavras expressam, com medida exata, o

    esprito da lei.

    Elementos de interpretao do Direito Os elementos ajudam-se, uns aos outros, combinam-se e controlam-se reciprocamente, e

    assim, todos contribuem para a averiguao do sentido legislativo.

    1. Elemento gramatical: o mais pobre dos elementos. Compe-se da anlise do valor

    semntico das palavras empregadas no texto, da sintaxe, da pontuao, etc...

    2. Elemento Lgico:

    a) Lgica Interna: Explora os elementos fornecidos pela lgica formal e se limita ao

    estudo do texto da lei.

    b) Lgica Externa: Investiga as razes sociais que ditaram a formao dos comandos

    jurdicos.

    c) Lgica do Razovel: Visa combater o apego s frmulas frias e matemticas da

    lgica formal, em favor de critrios flexveis, mais favorveis a justia. A

    interpretao do Direito deve levar em considerao as finalidades das normas

    jurdicas.

  • 3. Elemento Sistemtico: Consiste na pesquisa do sentido e alcance das expresses

    normativas, considerando-as em relao a outras expresses contidas na ordem

    jurdica, mediante comparaes.

    4. Elemento Histrico: Leva em considerao as legislaes antigas e os estudos da

    origem da lei.

    5. Elemento Teleolgico: O estudo dos fins colimados pela lei. Investiga os fins que a lei

    visa atingir.

    Mtodos de Interpretao do Direito Os mtodos se diversificam em funo da prioridade que se atribui aos elementos da

    interpretao e grau de liberdade conferido aos juzes.

    Mtodo Tradicional da Escola da Exegese O mtodo tradicional ou clssico se valeu do meio gramatical e da lgica interna.

    Supervaloriza o cdigo, supondo que o cdigo contem todo o Direito. A funo do intrprete se

    limitava ao estudo das disposies legais. Para a escola da exegese o cdigo no apresenta

    lacunas.

    Se uma teoria no tem suas razes nos textos , nem no esprito da lei, deve ser rejeitada; ao

    contrrio, ser jurdica se expressa na letra da lei e nos trabalhos preparatrios. Nesse caso,

    deve ser aceita.

    Objetivo: Era revelar a vontade do legislador, para a escola a nica interpretao correta seria a

    que traduzisse o pensamento do autor.

    Os postulados bsicos da Escola da Exegese foram:

    1. Dogmatismo Legal: Constitui na tese da autossuficincia dos cdigos.

    2. Subordinao a vontade do Legislador:

    3. O estado como o nico autor do Direito

    Mtodo Histrico-Cientfico O intrprete no deve ficar restrito a vontade do legislador, mas sim fazer uma interpretao

    atualizadora. Este mtodo no apresenta solues para as lacunas da lei.

  • A livre investigao Cientfica. Admite que o intrprete deva pesquisar a vontade do legislador, mas no v a lei como a

    nica fonte formal do Direito, nem admite a infalibilidade do cdigo. O mtodo se denomina

    livre porque, porque o intrprete no fica condicionado s fontes formais do Direito e,

    cientfico, porque a soluo se funda em critrios objetivos, baseados na organizao social.

    A Corrente do Direito Livre totalmente oposta Escola da Exegese. Concebe ampla liberdade ao intrprete na

    aplicao do Direito. Diante do caso concreto o juiz deve dar a melhor soluo, de acordo com

    seu sentimento de justia e, posteriormente, abriria o cdigo para localizar o embasamento

    jurdico para a setena. Justia pelo cdigo ou apesar do cdigo.

    Tcnica JurdicaEspcies de tcnica jurdicaContedo da tcnica jurdicaQuesto: Diferencie o conceito de presuno absoluta e presuno relativa.

    Procedimentos de integraoLacunas da lei.AnalogiaPrincpios Gerais do Direito

    Codificao do DireitoOs cdigos antigosOs Cdigos Modernos

    Tcnica LegislativaApresentao Formal

    Eficcia da lei no Tempo e no EspaoPrincpio da Irretroatividade:

    Hermenutica e interpretao do DireitoO princpio In Claris Cessat InterpretatioA Vontade do LegisladorQuanto ao Resultado

    Elementos de interpretao do DireitoMtodos de Interpretao do DireitoMtodo Tradicional da Escola da ExegeseMtodo Histrico-CientficoA livre investigao Cientfica.A Corrente do Direito Livre