resumo elementos de direito constitucional - michel temer

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  • 8/7/2019 Resumo Elementos de Direito Constitucional - MIchel Temer

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    Observao: o presente resumo foi baseado no livro,Elementos de Direito Constitucional,editora Malheiros cujo autor MICHEL TEMER. Nele, est contido o contedo da

    primeira prova de Constitucional.

    O ESTADO FEDERAL

    Conceito de federao

    Forma de Estado cujo objetivo manter reunidas autonomias regionais. da unio entre Estados que ela nasce.

    A descentralizao poltica fixada na Constituio fator indicativo da

    existncia de Estado federal onde as capacidades polticas so distribudas entre diferentespessoas jurdicas. comum, nas Federaes, a existncia de duas Cmaras: a dos representantes

    do povo art. 45 da CF (Cmara do Deputados) e a dos representantes das unidadesfederadas art. 46 (Senado).

    A federao brasileira

    Caractersticas:

    1. Descentralizao poltica ou repartio constitucional de competncia (arts. 21 e

    25, 1 da CF).

    Competncias: da Unio: expressas (arts. 21,22 e 153 da CF) e enumeradaspor est expressamente descritas, vm enumeradas no Texto, residual (art. 154, I e II) e,dos Estados residuais ou remanescentes constituem o resduo daqueles negcios queno foram conferidos expressamente Unio ou ao Municpio (art. 30, I a IX).

    Obs.: 1. Os Estados no possuem apenas competncias residuais, e nem a Unioapenas as expressas. 2. Em matria tributria as competncias estaduais so expressas (art.155 da CF).

    competncia autorizada (art. 22 pargrafo nico). O Estado, nesse caso,depende de autorizao a ser veiculada por lei complementar.

    Competncia comum - Unio, Estados, DF e Municpios podero dispor sobre as matriasart. 23, dependentes de lei complementar nacional. Competncia concorrente Unio, Estados e DF podero legislar sobre as matrias do art.

    24 da CF. basicamente a distino entre normas gerais e normas especiais. Na falta denormas gerais, a competncia dos Estados ser plena, podendo legislar, assim, sobre o gerale o especial.

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    Competncia suplementardestina-se a conferir aos Estados a possibilidade de, ao lado daUnio, legislar tambm sobre normas gerais atinentes s questes arroladas no art. 24 daCF.

    2. Participao da vontade dos Estados(parciais) na vontade nacional (geral).

    A vontade nacional expressa por meio de lei atravs do Congresso Nacionalque integrado por duas Casas: a dos deputados e a dos senadores.Cada Estado e o DF elegem trs senadores, no importando a dimenso

    territorial ou populacional. no Senado que se move o equilbrio dos interessesfederativos.

    3. Possibilidade de autoconstituio (art. 25 da CF)

    So os REQUISITOS PARA MANTER A FEDERAO: Rigidez constitucional(art. 60, 2, 4; 59, I; e 61) Existncia de um rgo constitucional incumbido do controle da

    constitucionalidade das leis (art. 102, III, a, b e c ou 2).

    A UNIO

    Pessoa jurdica de capacidade poltica. Fruto da unio dos Estados.

    Competncias da Unio

    Arts. 21, 22, 23 e 153 da CF competncias enumeradas; Arts. 21 e 22 da CF competncias expressas e enumeradas; Art. 23 da CF competncias comuns com o Estado, DF e Municpios; Art. 24 da CF competncias concorrentes com os Estados e o DF Art. 153, I a VII da CF competncias expressas em matria tributaria;

    A Unio age em nome prprio como em nome da Federao.Isto ocorre em dois planos. No plano interno, revela a vontade da Federao

    quando edita leis nacionais e demonstra a sua vontade quando edita leis federais.

    Leis nacionais: so as que alcanam todos os habitantes do territrio nacional.Leis federais: so aquelas que incidem apenas sobre os jurisdicionados da Unio(diz respeito aos servidores da Unio e ao seu aparelho administrativo).

    No plano internacional, representa a Federao quando mantm relaes comEstados estrangeiros, participa de convenes internacionais, declara guerra e faz a paz.Revela dessa forma, a soberania nacional.

    Interveno Federal Nos Estados (art. 34 da CF)

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    Visa manter a integridade dos princpios basilares da Constituio e objetiva aproteo do territrio e da diviso territorial, a integridade nacional (art. 34, I) e repelirinvaso estrangeira ou a de um Estado em outro (art. 34, II). De outro lado, pretende a pazsocial e moralidade administrativa bem como o adequado cuidado com as finanas do

    Estado. A interveno federal afasta, temporariamente, a autonomia estadual ou parceladesta. Sua previso constitucional revela a autonomia dos Estados. que a regra a nointerveno. S possvel a interveno em negcios peculiares do Estado em face daautorizao constitucional.

    Processo de interveno federal

    O presidente da Republica decreta a interveno. o deflagrador do processointerventivo. No em todos os casos.

    Quando se trate de prover execuo de lei federal, o processo interventivo temseu inicio mediante representao do Procurador-Geral da Repblica ao STF.

    A interveno ato de que participam todos os Estados federados por meio daUnio. Pro isso, o decreto de interveno submetido apreciao do Congresso Nacional,em prazo mximo de 24 horas (art. 36, 1, da CF).

    H uma nica hiptese de dispensa dessa apreciao, quando o decretosuspensivo da execuo de um ato estadual impugnado vier a produzir todos os seus efeitos(art. 36, 3 da CF).

    Compete ao Congresso Nacional examinar os aspectos formal e material dodecreto interventivo alm de determinar a fixao de sua amplitude, prazo e condies deexecuo.

    Bens da Unio (art. 20)

    So pblicos os bens da Unio, dos Estados, dos Municpios e do DF.Categorias:

    Os de uso comum do povo (mares, estradas, ruas e praas). Os de uso especial (edifcios ou terrenos aplicados a servio ou

    estabelecimento federal, estadual ou municipal). Os dominicais (constituem o patrimnio da Unio, dos Estados, dos

    Municpios CC, art. 99).

    OS ESTADOS FEDERADOS

    O Brasil Federao desde 15 de novembro de 1889.

    Autonomia estadual

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    O governador e o vice-governador do Estado so eleitos por meio de sufrgiouniversal e voto direto e secreto (art. 28, conjugado com o art. 77, da CF). Ser eleito quemobtiver o maior nmero dos votos validos.

    Os deputados estaduais tambm so eleitos por sufrgio universal e voto direto esecreto (art. 27). O mandato de 4 anos (art. 27, 1).

    A escolha dos magistrados

    No Poder Judicirio se ingressa por duas vias: mediante concurso pblico deprovas e ttulos (art. 93, I) ou mediante indicao (art. 94). Nesta ultima hiptese, umquinto dos lugares dos Tribunais ser preenchido por advogados e integrantes do MinistrioPblico, no havendo manifestao popular direta.

    O Poder Constituinte dos Estados

    Competncia outorgada pela CF para que os Estados se auto-organizem.A atividade do constituinte estadual subordinada e condicionada s limitaes

    impostas pelo constituinte nacional.

    Interveno dos Estados nos Municpios

    O fenmeno intervencionista reala a autonomia dos Municpios prevista no art.35 da CF. destina-se a manter intatos os princpios indicados na Constituio Estadual,bem como garantir o respeito tripartio do Poder; preservar a moralidade e a lisura naaplicao do dinheiro pblico e na conduo dos negcios pblicos e, prestigiar o ensinoprimrio.

    O processo interventivo previsto na Constituio de cada Estado, contudo, nopoder deixar de submeter o ato veiculador da interveno Assemblia Legislativa.

    TERRITORIOS FEDERAIS

    No se pode admitir que o Territrio seja parte integrante da Federao. Serparte componente compor a sua substancia, o que quer significar que desaparecidas suaspartes componentes desaparece o todo, o que no ocorre com os Territrios, pois s a

    extino dos Estados enquanto centro de capacidade poltica pode importar odesaparecimento da Federao.No o territrio, contudo, mero rgo da Unio. ser personalizado que

    integra a administrao descentralizada. centro para onde convergem direitos eobrigaes. Ver os artigos constitucionais: 128, I, d e o 3; 102, I, e; 211, 1.

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    DISTRITO FEDERAL

    a sede das decises da unio de Estados onde so formuladas as diretrizesgovernamentais pertinentes Federao. L se localizam os rgos do Poder Federal: oExecutivo, o Legislativo e o Judicirio.

    Braslia, que integra o DF, a Capital Federal (art. 18, 1).O DF pessoa jurdica de direito pblico, com capacidade legislativa,

    administrativa e judiciria. autnomo politicamente. Titulariza competncias prprias,legisla sobre elas e as administra por meio de autoridades prprias.

    Ver arts. 145 e 155 da CF.

    O MUNICPIO

    Autonomia municipal

    Autonomia poltica a capacidade conferida a certos entes para: legislaremsobre negcios seu por meio de autoridades prprias.

    O art. 29 da CF por si, j menciona a autonomia dos Municpios, e aindaacrescenta a previso de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores (autoridades prprias);

    eleies diretas (art. 29, I e II) e legislar sobre negcios seus (art. 30 e incisos).

    Competncia dos Municpios

    Os Municpios titularizam competncias prprias (art. 30). Tudo o que disserrespeito com a administrao prpria e ao interesse local.

    As matrias de interesse local municipal dizem respeito decretao earrecadao dos tributos de sua competncia e aplicao de suas rendas, bem como organizao dos servios pblicos locais (art. 30, III a IX).

    Obs.: Organizao poltica a que diz respeito constituio dos poderesmunicipais, s funes do prefeito e vice-prefeito e vereadores, bem como organizao da

    Cmara dos Vereadores, ao nmero de suas sesses, ao desenvolvimento delas etc. Aorganizao administrativa toca aos servios pblicos locais, organizao estrutural daadministrao municipal, aos servidores do Municpio, aos servios, sua organizaointerna. O art. 29 refere-se organizao poltica.

    Interveno estadual nos Municpios

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    A interveno de uma pessoa poltica em outra , sempre, excepcional. A regra a no interveno como alude o art. 35, I a IV.

    Diferentemente dos demais casos em que o Governador pode decretar ainterveno de oficio, ou mediante representao de interessado, no Municpio s poderfaz-lo aps a manifestao do Ministrio Pblico, que representa, e do Tribunal de Justia,

    que d provimento representao.O chefe do Executivo estadual decreta a interveno mas obrigado a submetero seu ato, com a respectiva justificao, em 24 hora, apreciao da AssembliaLegislativa. Com a interveno fica paralisada, momentaneamente, a autonomia municipal.

    Fiscalizao financeira e oramentria

    Controle interno - tem o sentido de auxiliar o governante executivo a fim deque possa pautar sua conduta administrativa segundo a lei.

    Controle externo exercido pela Cmara Municipal, onde esto osrepresentantes do povo, diretamente interessados na boa gesto dos negcios pblicos,podendo receber auxilio do Tribunal de Contas do Estado, ou do Municpio.

    TRIPARTIO DO PODER

    No h Estado sem poder. Este emana da soberania. No h sociedade semorganizao.

    Significado constitucional da palavra PODER:

    Poder enquanto revelao da soberania art. 1, pargrafo nico, daCF;

    Poder enquanto rgo do Estado art. 2 da CF; Poder enquanto funo art. 44, 76 e 92 da CF.9.

    PODER LEGISLATIVO

    O Legislativo bicameral. So duas as Casas legislativas componentes doCongresso Nacional, rgo que desempenha a funo legislativa: a Cmara dos Deputados(art. 45) e o Senado Federal (art. 45).

    Para o desempenho da funo legislativa, as Casas se renem separada ouconjuntamente.

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    Sesso legislativa corresponde s reunies semestrais do Congresso Nacional,que se verificam de 15 de fevereiro a 30 de junho e de 1 de agosto a 15 de novembro (art.57).

    Sesses ordinrias so aquelas ocorrentes nos perodos do art. 57.Sesses extraordinrias so as que se realizam fora daquele perodo feita pelo

    Presidente do Senado Federal em caso de decretao de estado de sitio, de estado de defesaou interveno federal e para o compromisso e a posse do Presidente e do VicePresidenteda Repblica. Pode ser, tambm, pela convocao extraordinria do Presidente ou medianterequerimento da maioria dos membros de ambas as Casas.

    A Cmara do Deputados

    Para candidatar-se deve ser brasileiro nato ou naturalizado, ser maior de 21 anosde idade art. 14. 3, I; VI, c e II.

    A lei complementar que estabelece, para cada legislatura, o nmero dedeputados que representaro o povo de cada Estado.

    O Senado Federal

    Encontram-se os representantes dos Estados e do DF.Candidatura ao Senado: ter nacionalidade brasileira, ser maior de 35 anos e estar

    no exerccio dos direito polticos art. 14, 3, I, II, VI, a.Mandato de 8 anos, havendo renovao de 4 em 4 anos, alternadamente, por um

    e por dois teros (art. 46, 1 e 2, da CF).Cada senador ser eleito com dois suplentes, que o substituiro segundo a ordem

    em que foram eleitos.

    As Mesas Diretoras e as Comisses

    Cada uma das Cmaras p dirigida pelo Presidente e demais membros da MesaDiretora. As reunies das duas Cmaras so dirigidas pela Mesa.

    Tem-se: Mesas dirigentes da Cmara dos Deputados, do Senado Federal e doCongresso Nacional.

    Ora,m a funo de membro da Mesa das Casas Legislativas funo de naturezaexecutiva. No funo legislativa funo atpica.

    Garantia dos parlamentares

    Confere-se a deputados e senadores prerrogativas com o objeto de lhes permitirdesempenho livre, de modo a assegurar a independncia do Poder que integram. Da asgarantias constitucionais de inviolabilidade no exerccio do mandato e imunidadeprocessual.

    Inviolabilidade diz respeito emisso de opinies, palavras e votos. Estligada idia de exerccio de mandato.

    Funes tpicas e atpicas

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    Cada rgo do Poder exerce, preponderantemente, uma funo, e,secundariamente, as duas outras. Da preponderncia advm a tipicidade da funo; dasecundariedade, a atipicidade.

    Funo tpica legislar, produzir normas infraconstitucionais geradoras dedireito e obrigaes. Tambm compete ao Legislativo fiscalizao contbil, financeira e

    oramentria (art. 70), neste caso, auxiliado pelo Tribunal de Contas da Unio.Funo atpica administrar e julgar. Legislativo administrar quando dispesobre sua organizao, policia e provimento de cargos de seus servios. Nos art. 51, IV, e52, XIII, da CF estabelecem a competncia das Cmaras. Julga quando decide a respeitodos crimes de responsabilidade do Presidente da Repblica, dos Ministros do SupremoTribunal Federal e do Procurador-Geral da Republica, bem como dos Ministros de Estadonos crimes de responsabilidade conexos com aqueles praticados pelo chefe do Executivo. art. 52, I e II.

    Obs.: o Tribunal de Contas parte componente do Poder Legislativo, naqualidade de rgo auxiliar, e os atos que pratica so de natureza administrativa.

    PROCESSO DE CRIAO DA LEI

    Lei ato normativo produzido pelo Poder Legislativo segundo forma prescritana Constituio, gerando direitos e deveres em nvel imediatamente infraconstitucional.

    Leis de efeitos concretos so as que produzem efeito, concretamente. Seconsumam no ato instantneo da promulgao.

    Lei auto-executvel a que atinge o resultado desejado pelo legislador

    mediante dois procedimentos que se sucedem no tempo a promulgaoe o ato de execuo.

    Lei no auto-executvelexige, para exaurir-se, trs etapas sucessivas apromulgao, a regulamentao e o ato de execuo.

    As outras leis estatuem um comando impessoal e abstrato, que s mediante o atode execuo, em fase subseqente promulgao, pode incidir sobre o direito individual.

    Fases do processo de criao da lei

    Iniciativa o ato que deflagra o processo de criao da lei. Podem iniciar esseprocesso o Presidente da Repblica (iniciativa reservada no art. 61, 1), Deputado,

    Senador (iniciativa reservada no art. 52, VIII), Comisso da Cmara dos Deputados(iniciativa reservada no art 51, IV), Comisso do Senado Federal, Comisso doCongresso Nacional, o STF, os Tribunais Superiores (iniciativa reservada no art. 96,II, B) e o Procurador-Geral da Repblica e os cidados (iniciativa popular) art.61 da CF.Se o projeto de iniciativa do Presidente e dos Tribunais Federais ou de Deputado,

    ser apresentado Cmara dos Deputados; se oferecido p Senador, a discusso seinicia no Senado Federal.

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    Discusso apresentado o projeto Casa legislativa competente, passa-se suadiscusso. Esta se opera tanto nas comisses permanentes (art. 58, 2) como,posteriormente, em plenrio.As comisses permanentes examinaro a constitucionalidade (aspecto formai) e o

    contedo (aspecto material). Discutido o projeto nas comisses, remetido ao plenriopara final discusso e votao. Essa tramitao se opera tanto na Casa dos Deputadosquanto no Senado Federal. Se a segunda Cmara, incumbida de apreciar o projeto(revisora), aprov-lo, ser enviado para sano ou promulgao; se o emendar; deverdevolv-lo Casa iniciadora para que aprecie a emenda; se o rejeitar, ser arquivado(art. 65 e pargrafo nico). O projeto de lei arquivado ou no sancionado somentepoder constituir objeto de novo projeto na mesma sesso legislativa mediante propostada maioria absoluta dos membros da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal.

    Votao discutido o projeto passa-se votao. Tratando-se de lei ordinria, aaprovao se verifica p maioria simples (art. 47 da CF), ou seja, s se instala a

    sesso deliberativa com a presena da maioria dos integrantes da Casa Legislativa,esta a maioria absoluta. Presente essa maioria, delibera-se. Aprova-se mediantevoto favorvel da maioria dos presentes sesso. Trata-se da maioria simples.Os projetos de lei podem tramitar sem fixao de prazo ou com fixao em regime

    de urgncia, ver art. 64 e pargrafos.

    Sano ou veto o chefe do Poder Executivo participa do processo de elaboraoda lei, seja pela iniciativa, momento em que se inicia aquele procedimentoelaborativo, seja pela sano, quando a ordem normativa efetivamente inovada.Ou, ainda, pelo veto, quando se tenta impedir a modificao do sistema normativo.

    Sano a aquiescncia do Presidente aos termos de um projeto de lei. Pode ser

    expressa (quando manifestar-se, concordando, no prazo de 15 dias) ou tcita(quando silencia naquele prazo). Pode sertotal(quando concorde totalmente com oprojeto) ouparcial(no concorda integralmente).

    Vetar discordar dos termos de um projeto de lei. Para tanto, o Presidenteexamina dois aspectos: constitucionalidade (forma) e interesse pblico (mrito) art. 66, 1 da CF.

    Em sntese: o Presidente pode iniciar o procedimento de elaborao da lei mas,quem d corpo ao projeto o Legislativo. Afinal, como diz o principio haurido da teoria doBaro de Montesquieu, e adotado pelo Constituinte, o da harmonia da atividade dosvrios Poderes, havendo muitos mecanismos de conteno de um pelo outro para evitar oindesejvel desequilbrio entre eles.

    Promulgao atestar que a ordem jurdica foi inovada. o ato pelo qual oExecutivo autentica a lei, isto , atesta a sua existncia, ordenando-lhe a aplicao econseqente cumprimento, por parte de terceiro, depois dessa providencia. Ver art.66, 7.

    Publicao a publicao visa a dar conhecimento a todos de que a ordem jurdicarecebeu normao nova. Visa a impedir que se alegue ignorncia da lei. Busca,

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    tambm, marcar o momento em que o cumprimento da lei passa a ser exigido. Hde ser publicada em rgo oficial. Se o texto da lei for parcialmente publicado, far-se- nova publicao do texto integral.

    AS ESPCIES NORMATIVAS

    Emendas Constituio, enquanto projeto, um ato infraconstitucional: s ingressando no sistema

    normativo que passa a ser preceito constitucional. O art. 60, 1 e 4, fixa vedaes denatureza circunstanciale material.

    A emenda s pode ingressar no sistema se obedecer a processo determinado, oqual vem arrolado no at. 60, I a III, e 2 e .

    PROCESSO DE CRIAO:Iniciativa art. 60, I, II e III, 2. Inexistesanono caso de Emendas Constitucionais. Votado e aprovado o projeto, passa-se promulgao, efetivada pelas Mesas da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, com onmero de ordem seqente a anteriores emendas. Sobre a publicao o TextoConstitucional silencia. H de entender-se que essa competncia do Congresso Nacional.

    Lei complementar e lei ordinria

    A leitura do art. 59, III, indica que as leis ordinrias encontram seu fundamentode validade no prprio Texto Constitucional, tal qual as leis complementares. Hierarquia, para o Direito, a circunstncia de uma norma encontrar sua nascente numa norma

    superior. Portanto, no h hierarquia entre lei complementar e lei ordinria.Diferenas entre elas o mbito material de sua abrangncia e o quorum

    especial para aprovao art. 69 da CF em confronto com o art. 47.O campo material da lei ordinria o que no foi entregue expressamente ao

    legislador complementar, nem ao editor do decreto legislativo e das resolues.PROCESSO DE CRIAO: Iniciativa para a criao da lei complementar e lei

    ordinria no art. 61 da CF, discusso, art. 64 e 64. A votao se d por maioria simples paralei ordinria (art. 47) e por maioria absoluta para lei complementar (art. 69). A sano (art.66) e apromulgao (art. 66, 7) competncia do Presidente para as duas. A publicaocaber a quem a tenha promulgado.

    Leis delegadas

    PROCESSO DE CRIAO: Somente mediante a iniciativa solicitadora doPresidente da Repblica que se pode deflagrar o processo de criao da lei delegadamediante a expedio de resoluo autorizadora por parte do Congresso Nacional (art. 68, 3). No se veta, pois seria ilgico pensar que o Presidente vetaria aquilo que ele prprioelaborou.

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    Medidas provisrias (art. 62 da CF)

    No so leis (por no nascem no Legislativo), ato que tem a fora de lei.A edio da medida provisria paralisa temporariamente a eficcia da lei que

    versava a mesma matria. Se a medida provisria for aprovada, se opera a revogao. Se,

    entretanto, ela for rejeitada, restaura-se a eficcia da norma anterior, isto porque, com arejeio, o Legislativo expediu ato volitivo consistente em repudiar o contedo daquelamedida provisria, tornando subsistente anterior vontade manifestada de que resultou a leiantes editada.

    PROCESSO DE CRIAO: Tem iniciativa do Presidente. A discusso posterior, j em vigor, produzindo efeitos, submetida ao congresso Nacional, que deverapreci-la para aprov-la ou rejeit-la no prazo de 30 dias a contar de sua publicao. Aaprovao h de ser expressa onde ir convert-la em lei. No h sano, visto que no hprojeto. De igual maneira, no se cogita da promulgao, cuida-se apenas, de publicao,ato que d nascimento medida provisria, porque veicula a vontade do Presidente daRepblica;

    Decreto legislativo

    Tem como contedo, basicamente, as matrias de competncia exclusiva doCongresso Nacional (art. 49).

    PROCESSO DE CRIAO: H hipteses em que a iniciativa depende doPresidente, em outras depende de membro ou comisso do Congresso Nacional. Adiscusso se passa no Congresso Nacional. A aprovao de d por maioria simples (art.47). No h sano j que competncia exclusiva do Congresso Nacional. Apromulgao feita pelo Presidente do Senado Federal, que o mandapublicar.

    ResoluesSo definidos pelos regimentos das Casas Legislativas e pelo Regimento do

    Congresso Nacional.PROCESSO DE CRIAO: A iniciativa cabe aos membros do Congresso

    Nacional. A discusso se d no interior da Casa Legislativa. A votao se dar por maioriasimples. No h sano. A promulgao efetivada pela Mesa da Casa Legislativa que aexpedir ou, quando se tratar de resoluo do Congresso Nacional, pela Mesa do SenadoFederal.Publica-a a Casa Legislativa de onde emanou.