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Ano III - Julho de 2016 - Nº 2 Temer diz que inovação deve ser políca de Estado A inovação deve ser alçada a políca de Es- tado, como estabelece a Constuição Federal. Convidado de honra à reunião do Comitê de Lí- deres da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), em 8 de julho, o presidente em exercício Michel Temer falou aos mais de 90 empresários presentes no encontro sobre o papel estratégi- co da cultura perene de inovação para o desen- volvimento do Brasil. “A palavra inovar tem um sendo de movimento e tem especialíssimo sig- nificado nesse momento que passamos no Bra- sil “, disse. Temer ouviu diagnósco da MEI sobre o bai- xo número de patentes registradas no Brasil e se comprometeu a mapear setores do governo que poderiam auxiliar o Instuto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no exame dos pe- didos para reduzir o prazo para análise. O pre- sidente em exercício também afirmou que o governo analisará as propostas da MEI para o aperfeiçoamento do Código Nacional de Ciên- cia, Tecnologia e Inovação. Na abertura do encontro, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rob- son Braga de Andrade, disse que a inovação é condição inequívoca para as empresas compe- rem nos mercados globais e reconheceu que a agenda da inovação é complexa, especialmente no Brasil, um país diversificado e com grandes diferenças regionais. Mas destacou que é preci- so tratar o tema com urgência. “A MEI considera imprescindível o apoio do governo para a formulação de polícas de ino- vação de longo prazo capazes de responder aos enormes desafios que temos à frente. Essas me- didas devem contribuir para a evolução de um ambiente nacional conectado aos principais mercados mundiais”, destacou. Também parciparam da reunião, na sede da CNI, em Brasília, os ministros Gilberto Kassab, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunica- ções, e José Mendonça Filho, da Educação, além da presidente do Banco Nacional de Desenvolvi- mento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques. Informavo da Mobilização Empresarial pela Inovação “As prioridades do BNDES são a inovação, o comércio exterior, a infraestrutura e as privazações. A inovação está ligada à produvidade e ao crescimento econômico” Maria Silvia Bastos Marques, presidente do BNDES “A inovação precisa do capital público, da iniciava privada e da academia para gerar resultados e melhorar a situação do país.” Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações “A disposição do governo é de termos cooperação permanente com o setor privado” Mendonça Filho, ministro da Educação Presidente em exercício afirma que o governo analisará sugestões da MEI para o aperfeiçoamento do Código de Ciência e Tecnologia “A MEI considera imprescindível o apoio do governo para a formulação de polícas de inovação de longo prazo capazes de responder aos enormes desafios que temos à frente” Robson Braga de Andrade, Presidente da CNI Foto: Sérgio Lima

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Page 1: Informativo da Mobilização Empresarial pela Inovação Temer ...arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_18/... · Michel Temer falou aos mais de 90 empresários ... o apoio

Ano III - Julho de 2016 - Nº 2

Temer diz que inovação deve ser política de Estado

A inovação deve ser alçada a política de Es-tado, como estabelece a Constituição Federal. Convidado de honra à reunião do Comitê de Lí-deres da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), em 8 de julho, o presidente em exercício Michel Temer falou aos mais de 90 empresários presentes no encontro sobre o papel estratégi-co da cultura perene de inovação para o desen-volvimento do Brasil. “A palavra inovar tem um sentido de movimento e tem especialíssimo sig-nificado nesse momento que passamos no Bra-sil “, disse.

Temer ouviu diagnóstico da MEI sobre o bai-xo número de patentes registradas no Brasil e se comprometeu a mapear setores do governo que poderiam auxiliar o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) no exame dos pe-didos para reduzir o prazo para análise. O pre-sidente em exercício também afirmou que o governo analisará as propostas da MEI para o aperfeiçoamento do Código Nacional de Ciên-cia, Tecnologia e Inovação.

Na abertura do encontro, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rob-son Braga de Andrade, disse que a inovação é condição inequívoca para as empresas compe-tirem nos mercados globais e reconheceu que a agenda da inovação é complexa, especialmente

no Brasil, um país diversificado e com grandes diferenças regionais. Mas destacou que é preci-so tratar o tema com urgência.

“A MEI considera imprescindível o apoio do governo para a formulação de políticas de ino-vação de longo prazo capazes de responder aos enormes desafios que temos à frente. Essas me-didas devem contribuir para a evolução de um ambiente nacional conectado aos principais mercados mundiais”, destacou.

Também participaram da reunião, na sede da CNI, em Brasília, os ministros Gilberto Kassab, da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunica-ções, e José Mendonça Filho, da Educação, além da presidente do Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques.

Informativo da Mobilização Empresarial pela Inovação

“As prioridades do BNDES são a inovação, o comércio

exterior, a infraestrutura e as privatizações. A inovação está

ligada à produtividade e ao crescimento econômico”

Maria Silvia Bastos Marques,presidente do BNDES

“A inovação precisa do capital público, da

iniciativa privada e da academia para gerar

resultados e melhorar a situação do país.”

Gilberto Kassab, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

“A disposição do governo é de termos cooperação permanente

com o setor privado”

Mendonça Filho, ministro da Educação

Presidente em exercício afirma que o governo analisará sugestões da MEI para o aperfeiçoamento do Código de Ciência e Tecnologia

“A MEI considera imprescindível o apoio do governo para a formulação de políticas de

inovação de longo prazo capazes de responder aos enormes

desafios que temos à frente”

Robson Braga de Andrade,Presidente da CNI

Foto:

Sér

gio Li

ma

Page 2: Informativo da Mobilização Empresarial pela Inovação Temer ...arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_18/... · Michel Temer falou aos mais de 90 empresários ... o apoio

Ano

III -

Jul/

2016

- N

º 2

Lei do Bem; destinação de recursos pa-ra inovação às empresas (uma vez que os gastos públicos são predominantemen-te direcionados à academia); adoção de nova política de PI e melhoria operacio-nal do INPI; modernização das engenha-rias e maior interação entre centros de conhecimento e empresas.

Inovação requer linhas de crédito abundantes e permanentes

O presidente da GranBio, Bernardo Gradin, analisou os desafios e oportunidades de finan-ciamento à inovação no Brasil durante encon-tro entre empresários, o presidente da Repúbli-ca em exercício, ministros de Estado e a presi-dente do BNDES. Além da necessidade de apri-morar o ambiente jurídico e assegurar financia-mento abundante, ele afirmou que é preciso adotar uma visão de longo prazo com um novo papel do Estado nas linhas de crédito. “A inova-ção exige financiamento abundante, dedicado e permanente. Inovar é a mola propulsora do desenvolvimento do país”, disse.

Em análise sobre a aplicação dos recursos des-tinados à pesquisa e desenvolvimento no Brasil, Gradin apontou a forte redução dos recursos dis-poníveis para inovação expressa, por exemplo, em contingenciamentos do orçamento do MCTI, no esgotamento do FNDCT e na suspensão do PSI-I-novação. “Produzimos muitos artigos e registra-mos poucas patentes, o que significa que lançamos poucos produtos e novas tecnologias”, avaliou.

O empresário destacou alguns avanços em re-lação ao tema, tais como a criação da Embrapii e a execução de programas como o PAISS e PADIQ, mas indicou a emergência de revisão do sistema de financiamento de modo que o ônus tributário das empresas seja reduzido e lacunas de investi-mento em etapas intermediárias e finais do pro-cesso de inovação sejam preenchidas.

O Brasil precisa ter como premissa a integração internacional. O alerta foi fei-to pelo empresário Pedro Passos, da Na-tura, durante a última reunião do Comi-tê de Líderes da MEI. “As empresas mais inovadoras são as que mais se expuse-ram ao mercado global”, completou. Durante a reunião, Pedro Passos desta-cou a necessidade de o país aperfeiçoar o marco regulatório da inovação e apre-sentou os avanços e desafios em pro-priedade industrial no Brasil.

O empresário lembrou que o proces-so de registro de patentes no Brasil de-mora, em média, 11 anos, enquanto em países como Estados Unidos e Japão, a espera é de 2,2 anos. Isso ocorre por-

que, entre outros en-traves, o Instituto Na-cional de Propriedade Intelectual (INPI) tem poucos examinadores, recursos financeiros li-mitados e pouca auto-nomia administrativa. Além disso, o instituto convive com baixo grau de cooperação técnica nacional e internacio-

nal e uma legislação que comprometem os avanços do Brasil nesta área.

Com essas limitações, o número de patentes concedidas no Brasil vem cain-do ano a ano. Recuou de 3.251 em 2010 para 2.749 em 2014. Nos Estados Uni-dos, em 2014, foram concedidas 300 mil patentes. “É preciso agir na micro-economia, desburocratizar e acelerar os processos no INPI”, sugeriu Passos. Na avaliação da MEI, entre outras medidas, o INPI precisa ser fortalecido e equipa-do, com autonomia financeira e descen-tralização da análise de patentes. Além disso, são necessárias a reformulação e a melhoria da gestão do Instituto.

Limitações do INPI impedem avanços na propriedade industrial

Programe-se

5 de setembro

Diálogos da MEISão Paulo (SP)

30 de setembro

Comitê de LíderesSão Paulo (SP)

7 de novembro

Diálogos da MEISão Paulo (SP)

2 de dezembro

Comitê de LíderesSão Paulo (SP)

Agenda da inovação exige maior agilidade

Membro do conselho de administra-ção da Klabin, Horácio Lafer Piva dis-se que o Brasil está perdendo a guer-ra da inovação para o restante do mun-do. “Não estamos aproveitando a escala brasileira disponível para alavancarmos o crescimento do país. Inovação deve ser política nacional, é tarefa de estadistas. O salto qualitativo e quantitativo do pa-ís está na agenda da inovação”, afirmou.

Ao apresentar a MEI para o presi-dente em exercício Michel Temer, Piva destacou alguns obstáculos para a con-solidação da agenda de inovação no país. Mesmo com os avanços no ecos-sistema de inovação, há a necessidade de ampliar a integração academia-em-presa. “Essa agenda exige do Brasil agi-lidade muito maior”, alertou Piva.

Considerados os seis eixos de atu-ação da MEI, o empresário apresentou um conjunto de medidas consideradas prioritárias pela Mobilização, quais se-jam: regulamentação no novo Mar-co Legal de CT&I; aprimoramento da

É preciso ampliar a integração entre empresas e academia