resumo dos limites constitucionais

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  • 7/30/2019 Resumo dos limites Constitucionais

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    Resumo Reviso constitucional

    Limites formais: impem certas regras ao processo de reviso constitucional, como as

    de saber quem o titular do poder de reviso, o nmero de votos necessrio para

    assumir poderes de reviso e para aprovar o texto de reviso, o perodo de tempo que

    dever decorrer entre cada reviso, os limites circunstanciais, ou seja os indicados nos

    artigos 284, 285, 286, 287 e 289 da CRP.

    Limites materiais: contedo da constituio e seus princpios (artigo 288 da CRP).

    Limites absolutos: destinam-se a proteger os princpios essenciais que inspiram o texto

    constitucional de modo a evitar que as alteraes Constituio operem uma verdadeira

    mudana da identidade constitucional.

    Posies da doutrina quanto aos limites materiais: sero os limites materiais absolutos

    para o poder de reviso? O contedo da reviso constitucional poder incidir sobre as

    matrias do artigo 288? :

    a) Relevncia absoluta dos limites materiais, contra qualquer alterao a esteslimites (limites materiais so absolutos).

    b) Irrelevncia dos limites materiais: tanto o artigo 288 como os limites que esteimpe podem ser retirados da lei fundamental (os limites materiais no so

    limites absolutos).

    c) Os limites materiais devem ser entendidos como protectores de princpiosessenciais que informam a constituio independentemente da sua expresso

    concreta na Constituio. No entanto, nem todos os limites materiais expressos

    no artigo 288 da CRP so princpios identificadores da Constituio, os quais

    por este facto podero vir a ser revistos. Por exemplo, alguns limites so

    absolutos: 288 b), eliminar os direitos, liberdades e garantias dos cidados (288

    d)) ou o artigo 288 a). Outros limites no so absolutos: o artigo 288 j) no

    impede alteraes ao actual esquema de separao e interdependncia dosrgos de soberania, apenas se exige que persista um mnimo razovel de

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    separao e interdependncia entre eles. No que diz respeito, por exemplo,

    autonomia poltico - legislativa dos arquiplagos dos Aores e da Madeira, o que

    resulta intangvel a existncia dessa mesma autonomia enquanto poder poltico

    e centro de deciso. Por isso as reformas de contedo relativas s competncias

    das regies autnomas podem ser levadas a cabo desde que no esvaziem o

    contedo essencial do conjunto de competncias e atribuies que a

    caracterizam. Transferncias de competncia em favor do governo central

    resultam inadmissveis nos termos e por fora do disposto no artigo 288, alnea

    o) da CRP. Por detrs desta proibio encontra-se a ideia de uma separao

    vertical de poderes, que se apresenta como limite simultaneamente organizativo

    e material. Tambm podem ser revistos os direitos, liberdades e garantias dos

    cidados, mas nunca eliminados.

    d) Teoria da dupla reviso (Prof. Jorge Miranda): prev que numa primeira revisose remova o limite da lista do artigo 288 e que numa segunda reviso,

    respeitados os cinco anos de intervalo desde a ltima reviso impostos pela

    Constituio, se proceda s alteraes constitucionais propostas, devido

    inexistncia, no texto constitucional escrito, da imposio do limite material,

    afastado num primeiro processo de reviso formal do texto constitucional

    escrito. Para este autor os limites s so absolutos enquanto permanecerem no

    artigo 288. Jorge Miranda as normas que prevem os limites materiais, como

    normas de direito positivo que so, podem ser modificadas ou revogadas pelo

    legislador de reviso constitucional, ficando, assim, aberto, o caminho para num

    momento ulterior, serem removidos, os prprios princpios correspondentes aos

    limites. Nisto consiste a tese da dupla reviso e do duplo processo de reviso. As

    clusulas de limites materiais so possveis, legtimo ao poder constituinte

    decert-las e foroso que sejam cumpridas enquanto estiverem em vigor.

    Todavia so normas constitucionais como quaisquer outras e podem elas

    prprias ser objecto de reviso. (Manual de Direito Constitucional, volume II, p.

    218).

    Limites Relativos: requisitos a observar pelo legislador de reviso sob pena de asalteraes por ele introduzidas no texto constitucional serem consideradas

    inconstitucionais. Eles no impedem as modificaes do contedo da Constituio,

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    apenas as condicionam, sendo que elas sero perfeitamente vlidas se os referidos

    limites tiverem sido respeitados. Os limites formais so limites relativos, salvo o

    constante do artigo 285 n 1. O legislador de reviso deve sempre respeitar estes limites

    aquando de uma reviso constitucional, mas o contedo da reviso constitucional pode

    incidir sobre alteraes a estes limites.