resumo de antivirais

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Resumo de antivirais. Existe basicamente dois caminhos a ser tomado para que se tenha sucesso contra os vírus, o primeiro é através da prevenção (ter uma nutrição adequada, boa higiene pessoal, ter um sistema de saúde publica efetivo e por fim a vacinação) e temos também o tratamento que pode ser feito por 3 caminhos, curar os sintomas e deixar o sistema imune do individuo resolver o problema, potencializar o sistema imune ou entrar com administração de fármacos antivirais. Nesse ultimo caminho nos deparamos com alguns problemas, como por exemplo, existem poucos antivirais no mercado disponível e os que tem são com uma seletividade não muito boa, e vale ressaltar que os vírus utilizam o metabolismo do hospedeiro e consequentemente o tratamento vai interferir no metabolismo celular alterando de certa forma o equilíbrio fisiológico do hospedeiro. Fármaco ideal; tem que ter amplo espectro, tem que provocar uma inibição completa da replicação, ter uma baixa toxicidade, deve atingir o alvo sem interferir com sistema imune do hospedeiro, ter uma boa estabilidade química e claro ter facilidade de absorção. Importante, SELETIVIDADE. Não deve ser: toxico, carcinogênico, alergênico, mutagênico, teratogênico. (por não se encaixar minimamente nos pré- requisito de cada 100.000 drogas possíveis de tratamento antiviral num período de 5 a 10 anos de teste, apenas uma parcela mínima tem sucesso terapêutico). Busca-se um fármaco com alta especificidade pela célula infectada e com o mínimo de toxicidade. Alvos para a terapia antiviral; 1 atuar na adsorção do vírus a célula do hospedeiro, 2 atuar na penetração do vírus e no desnudamento, 3 atuar na replicação dos componentes virais, 4 atuar na maturação e liberação do vírus, atuar nas proteínas virais. A terapia antiviral pode ser feita de duas maneiras, por ação direta (virucidas ou com ação em etapas da replicação viral) ou por ação indireta (estimulam o mecanismo de defesa do hospedeiro {imunomoduladores}, imiquimod anti- hpv é um indutor tópico de citocinas e potencializa a produção de interferon alfa).

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Page 1: Resumo de antivirais

Resumo de antivirais.

Existe basicamente dois caminhos a ser tomado para que se tenha sucesso contra os vírus, o primeiro é através da prevenção (ter uma nutrição adequada, boa higiene pessoal, ter um sistema de saúde publica efetivo e por fim a vacinação) e temos também o tratamento que pode ser feito por 3 caminhos, curar os sintomas e deixar o sistema imune do individuo resolver o problema, potencializar o sistema imune ou entrar com administração de fármacos antivirais. Nesse ultimo caminho nos deparamos com alguns problemas, como por exemplo, existem poucos antivirais no mercado disponível e os que tem são com uma seletividade não muito boa, e vale ressaltar que os vírus utilizam o metabolismo do hospedeiro e consequentemente o tratamento vai interferir no metabolismo celular alterando de certa forma o equilíbrio fisiológico do hospedeiro.

Fármaco ideal; tem que ter amplo espectro, tem que provocar uma inibição completa da replicação, ter uma baixa toxicidade, deve atingir o alvo sem interferir com sistema imune do hospedeiro, ter uma boa estabilidade química e claro ter facilidade de absorção. Importante, SELETIVIDADE.

Não deve ser: toxico, carcinogênico, alergênico, mutagênico, teratogênico. (por não se encaixar minimamente nos pré-requisito de cada 100.000 drogas possíveis de tratamento antiviral num período de 5 a 10 anos de teste, apenas uma parcela mínima tem sucesso terapêutico). Busca-se um fármaco com alta especificidade pela célula infectada e com o mínimo de toxicidade.

Alvos para a terapia antiviral; 1 atuar na adsorção do vírus a célula do hospedeiro, 2 atuar na penetração do vírus e no desnudamento, 3 atuar na replicação dos componentes virais, 4 atuar na maturação e liberação do vírus, atuar nas proteínas virais.

A terapia antiviral pode ser feita de duas maneiras, por ação direta (virucidas ou com ação em etapas da replicação viral) ou por ação indireta (estimulam o mecanismo de defesa do hospedeiro {imunomoduladores}, imiquimod anti- hpv é um indutor tópico de citocinas e potencializa a produção de interferon alfa). Basicamente temos 4 grandes grupos de fármacos que são efetivos contra os vírus, são eles: antirretrovirais, anti-herpéticos, anti-influenza e anti-hepatite.

Dentro dos antirretrovirais existe 3 subgrupos de fármacos que vão atuar com mecanismo diferentes, existem os que vão inibir as proteases, temos o que vai inibir a fusão e por fim, temos os inibidores da transcriptase reversa. Esse ultimo subgrupo vai ser composto pelos análogos de nucleosideo, análogos de nucleotídeos e os não análogos de nucleosideo.

Fármacos Anti-influenza: Amantadine, rimantadine, zanamivir, oseltamivir (macete= amanta influencia negativamente rima zana e o sel tamivir)

Modo de ação da amantadina e rimantadina: essas drogas bloqueia o desnudamento dependente de ph, pois eles bloqueiam o canal iônico (formado pela proteína M2) dentro do fagossomo, dessa forma, o capsídeo não se desfragmentará e não ocorrerá assim a liberação do material genético viral.

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Modo de ação do zanamivir (droga efetiva, via de inalação) e oseltamivir (pró-droga, via oral, nome comercial Tamiflu): ambos são inibidores da neuroaminidase, e vão atuar no vírus influenza A e B.

Anti-herpéticos vão atuar contra o vírus herpes simples 1 e 2, varicela-zoster, citomegalovírus, Epstein-barrr .

Uridinas= análogos da timidina (são ativos contra DNA-vírus). Exemplo Idoxiuridina ela fosfatada pela timidina quinase viral, vai ocorrer uma inibição competitiva pelo nucleotídeos normais pela DNA polimerase.

Aciclovir= é um derivado da guanosina, sendo a monofosforilação pela timidina quinase viral e di e tri fosforilado pelas enzimas celulares. Vai inibir a síntese do DNA viral, mais especificamente no elongamento da cadeia de DNA, pois trifosfato de aciclovir não possui o grupo 5 hidroxila, impedindo assim a incorporação de novos nucleotídeos. É pouco toxico pois o aciclovir tem 100x mais afinidade pela DNA pol viral que pela DNA pol celular, administração via oral, iv e tópica. Valaciclovir é uma pró-droga do aciclovir. O Ganciclovir mesmo mecanismo do aciclovir, porem é mais especifico e seletivo (valganciclovir é uma pró-droga do ganciclovir). Penciclovir e fanciclovir são análogos de guanina, cidofovir análogo de citosina e vidarabina análogo de adenosina.

Droga não nucleosideo: Foscarnet, modo de ação, liga-se (complexa a DNA polimerase) impedindo atuação DNA pol. Venda restrita a hospitais.

Fármacos Anti-hepatite: Lamivudine, adefovir, interferon alfa, interferon alfa peguilado e ribavirina.

Interferons: fator antiviral natural, é uma glicoproteína produzida por técnica de recombinação genética, sendo o tipo alfa mais utilizado. Modo de ação: liga em receptores de superfície em células infectadas, e inibe com essa ligação transcrição e tradução de RNAm viral. Principal enzimas é oligoadenilato sintetase, essa por sua vez vai ativar uma endonuclease que vai degradar o RNA viral (mensageiro e o transportador). Interferon peguilhado, ele diminui a imunogenicidade , aumenta o tempo de meia vida, e requer menos doses .

Lamivudina: atua na terminação da cadeia pela fosforilação.

Ribavirina: atua inibindo a RNA pol e causa mutação em vírus, fazendo com que perca capacidade infeciosa.

Fármacos antirretrovirais: Resumo de HIV. Mais de 30 milhões no mundo de pessoas infectadas, o vírus em si tem alta capacidade de mutar (devido alta replicação e a baixa fidelidade corretiva da polimerase viral), o que lhe confere facilidade de resistência às drogas (por isso, o tratamento é feito sempre em combinação, para prevenir resistência à droga e melhor efetividade), existe dois tipos de HIV, tipo 1 e tipo2, sendo o tipo 1 mais comum e o 2 menos virulento, o vírus tem alta capacidade mutagênica e alto tropismo por células com receptor CD4+, o vírus tem a capacidade de promover alterações quantitativas e funcionais em diversas células do sistema imune. O tratamento para o HIV e feito por duas vertentes principalmente, através de inibidores de transcriptase reversa (seja por ação de nucleosídicos

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ou por não nucleosídicos {liga a transcriptase reversa por inibição não competitiva}) ou inibidores de proteases de HIV (impede atuação das proteases no sentido de promover modificações pós traducionais gerando assim proteínas estruturais viral, de modo mais especifico a droga liga-se ao sitio de clivagem da protease). As drogas inibidoras de fusão são mais novas, como por enfurvitide, geralmente é usada como preventiva ou em associações. Mecanismo de ação: rompe o maquinário molecular do HIV-1 no estágio final de fusão com a célula alvo, prevenindo a infecção de novas células, de modo mais especifico o enfurvitide liga-se a gp41 uma glicoproteína do envelope viral, essa proteína é a responsável por promover mudanças conformacionais necessária para a fusão entre a membrana celular e viral.

Característica do tratamento: como foi dito anteriormente, faz-se a combinação de drogas com efeito sinérgico, sem resistência cruzada, ou toxicidade. Apresenta vantagens como retarda a resistência e reduz toxicidade. O tratamento é iniciado quando a infecção por HIV passa para o estagio de síndrome e isto é caracterizado pela redução da contagem de CD4++, aumento da carga viral, comprometimento do estado de saúde do HIV+.