resumo biossegurança

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RESUMO: Pretende-se, com esta abordagem: infecção hospitalar, despertar nos trabalhadores da área da saúde, a necessidade premente de que as ações de prevenção e controle das infecções hospitalares instituídas sejam incorporadas ao seu fazer cotidiano, para que seja possível uma redução das taxas de infecção hospitalar no Brasil, as quais se encontram acima da média mundial. Para que a adesão dos trabalhadores às ações de prevenção e controle das infecções aconteça, o processo de formação/educação do trabalhador deve fazer parte da organização do trabalho em saúde. REFLEXÃO INICIAL As infecções hospitalares, enquanto ocorrência vinculada tanto às condições essenciais do paciente/ cliente quanto às ações/procedimentos realizados pela equipe multiprofissional atuante nas instituições hospitalares, têm sido tema de discussões e reflexões por parte dos trabalhadores da área da saúde, bem como da comunidade em geral. Apesar de a história nos mostrar que a infecção hospitalar é tão antiga quanto a existência dos hospitais, como tema que merece espaço de discussão tanto nas instituições de assistência à saúde quanto nas instituições acadêmicas de formação profissional, emerge de pouco tempo se comparado com a institucionalização da assistência. REFLEXÕES SOBRE A TEMÁTICA: INFECÇÃO HOSPITALAR Segundo Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998, do Ministério da Saúde (MS) 2, Infecção Hospitalar (IH) é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. Tal Portaria apresenta, também, os critérios gerais que auxiliam na definição das infecções hospitalares. Os critérios, elencados pelo Ministério da Saúde são: quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária (infecção comunitária é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital), foi isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente; quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão; são também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da internação,

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Page 1: Resumo Biossegurança

RESUMO: Pretende-se, com esta abordagem: infecção hospitalar, despertar nos trabalhadores da área da saúde, a necessidade premente de que as ações de prevenção e controle das infecções hospitalares instituídas sejam incorporadas ao seu fazer cotidiano, para que seja possível uma redução das taxas de infecção hospitalar no Brasil, as quais se encontram acima da média mundial. Para que a adesão dos trabalhadores às ações de prevenção e controle das infecções aconteça, o processo de formação/educação do trabalhador deve fazer parte da organização do trabalho em saúde.

REFLEXÃO INICIALAs infecções hospitalares, enquanto ocorrência vinculada tanto às condições essenciais do paciente/ cliente quanto às ações/procedimentos realizados pela equipe multiprofissional atuante nas instituições hospitalares, têm sido tema de discussões e reflexões por parte dos trabalhadores da área da saúde, bem como da comunidade em geral.Apesar de a história nos mostrar que a infecção hospitalar é tão antiga quanto a existência dos hospitais, como tema que merece espaço de discussão tanto nas instituições de assistência à saúde quanto nas instituições acadêmicas de formação profissional, emerge de pouco tempo se comparado com a institucionalização da assistência. REFLEXÕES SOBRE A TEMÁTICA: INFECÇÃO HOSPITALARSegundo Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998, do Ministério da Saúde (MS) 2, Infecção Hospitalar (IH) é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.Tal Portaria apresenta, também, os critérios gerais que auxiliam na definição das infecções hospitalares. Os critérios, elencados pelo Ministério da Saúde são:• quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária (infecção comunitária é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital), foi isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente;• quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão;• são também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 (setenta e duas) horas da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados durante este período;• as infecções nos recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas;• os pacientes provenientes de outro hospital que internam com infecção, são considerados portadores de infecção hospitalar do hospital de origem. Para o hospital onde interna, é considerada como infecção comunitária.As infecções hospitalares advêm, em parte, de situações especiais do corpo humano, as quais causam alterações na condição orgânica e imunológica do paciente/ cliente, deixando-os mais suscetíveis, na relação com o ambiente hospitalar, à adquirir infecções (extremos de idade, doenças imunossupressoras, entre outros). Por outro lado, advém desta mesma relação, com a organização do trabalho que se mostra diretamente na ação do trabalhador, que justifica, através da necessidade apresentada pelos

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indivíduos, a utilização de procedimentos invasivos, no processo de cuidados diretos.

Quanto a isto, salienta-se que cerca de 1/3 ou 1/2 de todas as infecções hospitalares são preveníveis 3. Este dado serve de alerta para as equipes atuantes em toda a comunidade hospitalar. Se muito da ocorrência destas infecções está na dependênciada organização do trabalho, na referência da assistência prestada pelas equipes aos pacientes/clientes e se, no mínimo um terço pode ser evitada, está posto na ação do trabalho desenvolvida pelo trabalhador que, por meio de sua mente e mãos, imprime movimento organizativo ao trabalho, a responsabilidade por esta redução.Esta responsabilidade, no entanto, exige instrumentos de saber que se expressam por fundamentação teórica e experiência prática. Exige, também, reflexão sobre as ações realizadas no cotidiano de trabalho e sua necessidade real. Requer, ainda, a compreensão de que a prevenção e o controle das infecções hospitalares (no sentido da vigilância à saúde no ambiente hospitalar) não está posta apenas na existência de um órgão prescritivo e normativo, como a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), mas sim, na construção conjunta de um trabalho, no qual cada trabalhador da área da saúde apreenda de que este problema é coletivo, mesmo aparecendo, de imediato, no corpo de um individuo sozinho. Desta forma, a vigilância da infecção hospitalar (controle e prevenção) será entendida e orientará a organização do trabalho de forma que, a corresponsabilidade permeie o conjunto dos trabalhadores em suas diferentes posições e categorias na instituição. De nada adianta a CCIH normalizar e instituir medidas de prevenção das infecções se a comunidade hospitalar como um todo, não participar destas normatizações, pois conhecedora da realidade de trabalho, e se não houver adesão individual e coletiva, o que pressupõe participação corresponsável.