resultados escolares 2017-2018 2.º período · planos de intervenção prioritária da...

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Análise dos resultados da aprendizagem dos alunos (Número 1 do Artigo 15.º do Despacho Normativo n.º 4-A/2016 de 16 de junho) Resultados Escolares 2017-2018 2.º Período

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Análise dos resultados da aprendizagem dos alunos

(Número 1 do Artigo 15.º do Despacho Normativo n.º 4-A/2016 de 16 de junho)

Resultados Escolares 2017-2018 2.º Período

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ÍNDICE

Introdução ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3

1 - Medidas de promoção do sucesso das aprendizagens--------------------------------------------- 4

2 - Resultados globais ------------------------------------------------------------------------------------------ 6

2.1 Resultados escolares – Departamento Curricular/Disciplina - % de Sucesso -------- 6

2.2 Quadro síntese – Resultados Escolares Globais do Sucesso (%) – 1.º, 2.º e 3.º ciclos -------------------------------------------------------------------------------------------------------- 8

2.3 Sucesso Pleno --------------------------------------------------------------------------------------- 8

3 - Impacto das medidas de promoção do sucesso educativo ---------------------------------------- 9

4 - Estratégias conducentes ao sucesso/ estratégias de melhoria --------------------------------- 16

5 - Conclusões finais ------------------------------------------------------------------------------------------ 18

3

A utopia está no horizonte.

Avanço dois passos e ela afasta-se dois passos.

Avanço dez passos e o horizonte distancia‐se de mim dez passos;

Posso ir tão longe quanto quiser:

Nunca lá chegarei.

Para que serve então a utopia?

Para isso mesmo:

Para que eu não deixe de caminhar.1

Eduardo Hughes Galeano

INTRODUÇÃO

O Conselho Pedagógico, cumprindo a sua função de órgão de coordenação e supervisão

pedagógica e de orientação educativa e observando o disposto no número 1 do Artigo 15º do

Despacho Normativo n.º 4-A/2016 de 16 de junho, elaborou o presente relatório, o qual se

baseia nas reflexões e análises relativas aos resultados escolares, efetuadas nos vários

Departamentos Curriculares e apresentadas em Conselho Pedagógico pelos respetivos

Coordenadores de Departamento.

Nota explicativa:

No 1.º ciclo do ensino básico, o sucesso numa área disciplinar significa que os alunos

obtiveram classificação igual ou superior a suficiente a essa disciplina. O sucesso pleno indica

que os alunos obtiveram classificação igual ou superior a suficiente em todas as áreas

curriculares.

Nos 2.º e 3.º ciclos o sucesso numa disciplina traduz que os alunos obtiveram classificação

igual ou superior a três a essa disciplina. O sucesso pleno significa que os alunos obtiveram

classificação igual ou superior a três a todas as disciplinas do currículo.

1Machado, Joaquim e Alves, José Matias - Orgs. (2013). Melhorar a Escola – Sucesso Escolar, Disciplina, Motivação, Direção de Escolas e

Politicas Educativas. Porto: Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa.

4

1 - MEDIDAS DE PROMOÇÃO DO SUCESSO DAS APRENDIZAGENS

Neste segundo período foi dada continuidade aos projetos já em desenvolvimento e feita a

respetiva monitorização, dos projetos, planos e medidas de promoção do sucesso educativo,

nomeadamente:

Planos de Intervenção Prioritária da Matemática, Plano da Indisciplina e monitorizados os

seus progressos;

Plano de Ação Estratégica - Para a Melhoria das Aprendizagens - 2016/2018, no âmbito do

Projeto “Portugal 2020” (aprovado pela Direção Geral da Educação), que se consubstancia em

diversas e diferenciadas medidas de promoção do sucesso educativo;

Plano Nacional de Promoção do Sucesso Educativo (PNPSE) que visa a melhoria/promoção

dos resultados escolares a nível nacional;

Trabalho em coadjuvação com o professor titular de turma, nas turmas de 1º ano do no 1.º

ciclo;

Trabalho colaborativo, pelos docentes do 1.º ciclo e com periodicidade quinzenal;

Programas de Mentorias e Programa de Desenvolvimento Psicossocial pelos Diretores de

Turma, dos 5.º e 7.º anos;

Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE), que se consubstancia

em medidas de redução do insucesso e do abandono escolares, em parceria com a Câmara

Municipal de Mafra;

Relatório dos Resultados das Aprendizagens, elaborado pelo Conselho Pedagógico no final

do ano letivo transato;

Realizaram-se pontualmente ações de articulação interciclos, designadamente na análise

comum de resultados e das metas de aprendizagem dos anos finais de ciclo, na elaboração

dos testes de avaliação diagnóstica dos anos iniciais de ciclo, nas equipas dos PIP da

Matemática e da Indisciplina, na planificação das AEC e da disciplina de Inglês para o 1.º ciclo;

Testes de Aferição (internos), à exceção das disciplinas em que está prevista a aplicação de

Provas de Aferição Nacionais, e ainda os testes previstos no PIP da Matemática;

Foi dada continuidade à implementação dos mecanismos de aferição de critérios e de

instrumentos de avaliação, assegurando-se a uniformização dos instrumentos de avaliação

respeitante às tabelas de registo com a aplicação das ponderações dos critérios de avaliação,

aprovados em Conselho Pedagógico;

A coadjuvação (Contrato de Autonomia) incrementou as práticas de trabalho colaborativo, e

permitiu um apoio mais individualizado aos discentes;

Apoio Tutorial Específico;

Apoio Educativo, para os alunos abrangidos por estes foi elaborado um Plano de Promoção

do Sucesso Educativo (PPSE);

5

O número de Planos de Promoção do Sucesso Educativo elaborados até ao final do segundo

período, apresenta a seguinte distribuição:

Apoio ao Estudo foi operacionalizado no 1.º e 2.º ciclo com o objetivo de consolidar e

aprofundar as aprendizagens e conhecimentos adquiridos nas aulas, principalmente nas Área

disciplinar/disciplinas de Português e Matemática;

O departamento da Educação Especial manteve a determinação de procurar as respostas

educativas adequadas aos alunos com Necessidades Educativas Especiais e implementando

as medidas previstas nos PEIs;

Estruturas de apoio aos alunos:

O Serviço de Psicologia e Orientação do Agrupamento procura dar resposta à solicitação de

avaliações e acompanhamentos psicológicos solicitados para as crianças e jovens, sendo

também responsável pelo Programa de Orientação Escolar e Vocacional;

O SEI+ manteve-se como uma estrutura de apoio às aprendizagens, permitindo a ocupação

plena dos tempos escolares, possibilitando a todos os alunos trabalhar no sentido de

superarem dificuldades de aprendizagem. A sua frequência é também um recurso para retificar

situações de comportamento desajustados dos alunos;

A Biblioteca Escolar continuou a desenvolver atividades de apoio às aprendizagens, tendo

desenvolvido, em articulação com as atividades letivas, projetos de promoção da leitura e de

diferentes literacias (de informação, tecnológica e dos media). Contribui também para a

ocupação plena dos tempos escolares, através da dinamização de atividades livres de caráter

lúdico e cultural e do apoio às iniciativas autónomas dos alunos;

A Equipa Multidisciplinar prosseguiu com a realização do previsto no Plano de Intervenção

Prioritária no Combate à Indisciplina, em observância ao definido no seu Plano de Ação e no

Plano de Ação Estratégico do Agrupamento, na medida 2 - “Prevenção de comportamentos

disruptivos por forma a intervir celeremente nos casos de indisciplina”.

1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo

Nº de alunos % Nº de alunos % Nº de alunos %

160 13 203 46 538 65

6

2 - RESULTADOS GLOBAIS

2.1 Resultados escolares – Departamento Curricular/Disciplina - % de Sucesso

Educação Pré-Escolar

Não foi atribuída qualquer classificação na avaliação das crianças que frequentam a

Educação Pré-Escolar porque, de acordo com o documento Orientações Curriculares

para a Educação Pré-Escolar-2016, a avaliação na educação pré-escolar é uma

avaliação para a aprendizagem e não da aprendizagem.

1.º Ciclo

1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO MÉDIA

PORT 92,00 90,00 95,00 98,00 93,75

MAT 97,00 89,00 93,00 96,00 93,75

EST MEIO 99,00 98,00 97,00 99,00 98,25

ING 99,00 98,00 98,50

EXP A FM 97,00 99,00 98,00 99,00 98,25

AP EST 97,00 92,00 95,00 99,00 95,75

CID COM 99,00 96,00 96,00 99,00 97,50

Línguas

5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA

PORT 87,04 85,59 73,63 74,39 68,44 77,82

ING 88,89 88,74 90,03 86,59 85,25 87,90

FR 70,17 70,95 76,15 72,42

ESP 98,46 96,94 100,00 98,47

7

Ciências Sociais e Humanas

5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA

HGP 82,41 80,63 81,52

HIST 69,45 84,15 74,18 75,93

GEO 82,32 91,46 86,89 86,89

EMRE 100,00 80,00 100,00 100,00 100,00 96,00

EMRC 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Expressões

5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA

ET 96,33 93,69 95,01

EV 97,22 95,50 89,07 93,50 94,26 93,91

MUS 94,52 87,39 90,96

EF 100,00 92,83 91,05 92,40 81,76 91,61

Matemática e Ciências Experimentais

5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA

CN 89,81 87,84 86,62 91,06 81,56 87,38

FQ 66,56 81,30 73,77 73,88

MAT 77,78 59,91 62,38 63,82 63,93 65,56

Ética e Cidadania

5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA

ETC 98,19 96,41 99,04 98,40 99,60 98,33

Legenda:

Disciplinas com sucesso inferior a 80%

8

2.2 Quadro síntese – Resultados Escolares Globais do Sucesso (%) – 1.º, 2.º e 3.º

ciclos

1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO MÉDIA

MÉDIA 96,83 94,00 96,14 98,29 96,54

5º ANO 6º ANO 7º ANO 8º ANO 9º ANO MÉDIA

MÉDIA 92,68 87,38 84,20 87,50 84,70 86,68

2.3 Sucesso Pleno

Departamento Total de alunos

Sucesso Pleno

Nº alunos %

Educação

Pré-Escolar A avaliação é descritiva, sem níveis de classificação.

1º ciclo 1190 1084 91,09

2º ciclo 444 257 57,88

3º ciclo 831 361 43,44

9

3 – ANÁLISE E IMPACTO DAS MEDIDAS DE PROMOÇÃO DO SUCESSO EDUCATIVO

Os resultados escolares do final do segundo período letivo foram analisados, constituindo esta

análise uma das formas de monitorização do impacto das medidas de promoção do sucesso

educativo. Um dos objetivos desta análise realizada pelos docentes constitui uma

monitorização do impacto que as medidas de promoção do sucesso educativo, definidas e

postas em prática, tiveram nos resultados escolares dos alunos.

Regista-se uma síntese da análise apresentada pelos Departamentos Curriculares em

Conselho Pedagógico.

Departamento Pré-escolar

A análise dos resultados das aprendizagens observadas nas 21 salas de Jardim de Infância do

Agrupamento, referentes ao 2.º período, tendo-se concluído que se registaram evoluções

significativas na área de Formação Pessoal e Social, com maior impacto na componente da

convivência democrática. Pontualmente, algumas docentes referiram que as aprendizagens

demonstradas na componente mencionada, ainda estão longe de serem satisfatórias, mantêm

dificuldades no cumprimento de regras de vida em grupo e em escutar o outro.

Na área da Expressão e Comunicação, foram também observados progressos importantes,

verificam-se ainda algumas dificuldades, em evolução positiva, nas aprendizagens

relacionadas com a articulação e fonologia. No que se refere ao domínio da matemática, as

crianças demonstram um conjunto de aprendizagens significativas, necessitando de evoluírem

na componente de organização e tratamento de dados. Nas restantes componentes que

integram este domínio, as evoluções têm sido positivas.

Na área do Conhecimento do Mundo, enraizada na curiosidade natural das crianças, e no seu

desejo de saber, compreender o “porquê” e partilha de saberes, as aprendizagens

demonstradas são de grande importância, destacando-se aquelas que se relacionam com a

consciência ambiental e sustentabilidade, práticas de vida saudável e tecnologias e meios de

comunicação e informação.

Departamento 1.º ciclo

O apuramento de resultados neste 2.º período não deixa muitas dúvidas quanto ao sucesso

atingido. A homogeneidade dos números, que diferem pouco de escola para escola e de ano

para ano, aliados à constância de alguns comportamentos em anos ou disciplinas específicas,

ajudam claramente a identificar eventuais prioridades de intervenção embora estas não se

revelem, de todo, preocupantes.

Dos vários apontamentos referidos pelos docentes, destacam-se, de uma forma geral e quase

unânime, a preocupação com atitudes inadequadas por parte dos alunos como a imaturidade,

a falta de concentração e a dificuldade no cumprimento de regras.

10

Foram, mais uma vez, referenciadas as disciplinas curriculares de Português e de Matemática

como aquelas em que os alunos sentem maiores dificuldades em apreender conteúdos,

adquirir competências e consolidar as suas aprendizagens.

Foi também referenciado de uma forma quase unânime que os alunos revelam muita falta de

autonomia.

Observados e apreciados os resultados obtidos neste 2.º período escolar, e tendo em conta

que existe um comportamento absolutamente tipificado em relação a alguns dos números

apresentados, estamos, ao que tudo indica, perante muito boas taxas de sucesso nos

resultados obtidos, voltando a verificar-se, à semelhança do período passado, uma muito ligeira

quebra ao padrão no 2.º ano de escolaridade.

Podemos, igualmente, concluir que as disciplinas do Português e da Matemática são, dentro

do mesmo 2.º ano, aquelas que trazem aos alunos maiores dificuldades.

Importa referir que, analisando a totalidade dos resultados obtidos, os números que indicam

alguma quebra no 2.º ano de escolaridade são uma pequena exceção aos resultados globais

obtidos no agrupamento e pouco significativos quando comparados, com as boas taxas de

sucesso global.

Um especial relevo ao facto de o 4.º ano ser aquele em que o sucesso é mais evidente, por

sabermos da importância que este ano de escolaridade assume. Não só por ser o culminar de

todo um ciclo de aprendizagem mas também pela abordagem dos alunos à etapa de ensino

seguinte.

Por último, é fundamental perceber que os resultados muito positivos que já tinham sido obtidos

no final do 1.º período, não só se mantêm, como, inclusive, melhoram em algumas disciplinas,

contribuindo assim para um trajeto muito coerente e com elevadas taxas de sucesso no

trabalho efetuado.

Departamento de Línguas

Os resultados das disciplinas de Português e Inglês, no 5.º ano, são positivos e os docentes

consideram razoáveis os resultados obtidos. Os alunos, em geral, estão a obter resultados

positivos às disciplinas. Deste modo, os docentes continuarão a implementar as estratégias

definidas no Plano de Ação.

No que respeita ao 6.º ano, a generalidade dos discentes continua a apresentar resultados

positivos às disciplinas de Português e Inglês. De novo se verifica que os resultados vão ao

encontro das expetativas dos docentes que continuarão a implementar estratégias e atividades

facilitadoras do sucesso.

Quanto às disciplinas do 7.º ano, verifica-se que é na disciplina de Português que os alunos

apresentam maiores dificuldades, embora as taxas de sucesso se situem num nível positivo.

Os docentes consideram que o facto de a maioria dos alunos não ter hábitos de leitura, de

trabalho e de apresentar atitudes inadequadas ao contexto de sala de aula e aprendizagem,

11

propicia os seus fracos resultados. Além disso, considera-se que o grau de maturidade exigido

pelos conteúdos programáticos está desfasado do real crescimento cognitivo dos alunos que,

cada vez se revelam mais imaturos, manifestando bastantes dificuldades em apropriar-se de

mensagens de conteúdo mais complexo. Esse constrangimento também condiciona o seu

envolvimento nas dinâmicas da aula. Os docentes têm posto em ação estratégias e atividades

no sentido de ultrapassar estas dificuldades, embora nem sempre estas sejam bem recebidas

e implementadas por parte dos alunos e até por alguns encarregados de educação.

Nas línguas estrangeiras, os alunos apresentam melhores resultados, sendo a disciplina de

Francês aquela que apresenta taxas de sucesso inferiores à média. Por se tratar de uma

disciplina de iniciação, os alunos ainda manifestam alguns constrangimentos na apropriação

da mesma, revelando sobretudo dificuldades ao nível da compreensão e expressão escrita e

oral. Os docentes continuarão a dinamizar estratégias e atividades no sentido de ir ao encontro

das lacunas apresentadas a fim de que sejam ultrapassadas.

No 8.º ano, é também a Português que os resultados apresentam taxas de sucesso inferiores,

embora estejam dentro da média positiva. Depois de realizada uma apurada reflexão acerca

do assunto, os docentes afirmam que os motivos se prendem com o fraco empenhamento dos

alunos em grande parte das tarefas da aula, uma vez que, na maioria das vezes eles não se

envolvem nas dinâmicas de aprendizagem, optando por realizar outras atividades que nada

têm a ver com o objetivo do ensino aprendizagem. O facto de os conteúdos a lecionar

apresentarem um grau de dificuldade desfasado do seu crescimento cognitivo agrava-se neste

nível de ensino, verificando-se que há um grande número de alunos que não consegue

apropriar-se de determinados saberes/competências que lhe são solicitados. A nível da

gramática, os alunos também apresentam lacunas mais sérias, uma vez que os conteúdos

relacionados com o domínio das estruturas linguísticas também se complexificam.

Nas línguas estrangeiras, os discentes apresentam resultados semelhantes, situação que vai

ao encontro do expectável. Os professores continuarão a desenvolver metodologias de

trabalho que propiciem os resultados positivos dos alunos. Consideram que os resultados

poderiam melhorar consideravelmente, caso os alunos se envolvessem com maior

sistematicidade nas tarefas letivas e não letivas que lhe são propostas.

No 9.º ano a disciplina de Português continua a apresentar resultados positivos embora seja

aquela a que, a nível das línguas, os alunos continuem a apresentar taxas de sucesso

inferiores. Os docentes acreditam que isto se deve ao facto de os alunos deste nível de ensino

ainda continuarem a apresentar atitudes e comportamentos infantis e inadequados à sua faixa

etária e nível de ensino. Os conteúdos programáticos são complexos e exigem deles um grau

de maturidade nitidamente superior àquele que conseguem desenvolver. A falta de leituras ao

longo da vida é, neste momento, um fator que condiciona profundamente os seus

desempenhos.

12

Departamento de Ciências Sociais e Humanas

Após análise dos resultados escolares do segundo período podemos concluir que, na disciplina

de História e Geografia de Portugal, no 5.º ano a percentagem de sucesso foi de 82,41%. No

6.º ano a percentagem de sucesso foi de 80,63%.

Comparando os resultados do 2.º período com os resultados do 1.º período, a taxa de sucesso

aumentou ligeiramente, quer no 5.º ano quer no 6.º ano. Este aumento da taxa de sucesso

deverá ser justificada pela aplicação de diferentes estratégias pelos professores

nomeadamente a solicitação da participação oral com maior frequência, a valorização dos

esforços dos alunos na superação das suas dificuldades e o incentivo à organização do

trabalho e do material e a realização de fichas de trabalho existentes na sala designada por

SEI+.

As razões para a diminuição da taxa de sucesso continuam a ser a pouca capacidade de

concentração dos alunos, a falta de cumprimento das regras de comportamento da sala de

aula, a falta de empenho na realização das tarefas propostas quer em aula, quer para casa. É

ainda necessário referir que se nota uma crescente imaturidade e falta de espírito de sacrifício

por parte dos alunos. As turmas integram demasiados alunos, sendo que dos trinta que as

integram existe sempre um número elevado de alunos com necessidades educativas especiais.

Finalmente é necessário referir ainda que a taxa de sucesso é prejudicada pela extensão e

complexidade do programa a lecionar e nas horas disponíveis para o fazer. Sendo necessário

cumprir o programa não há margem de manobra para implementar mais estratégias que, de

uma forma eficiente, possam levar os alunos a obter melhores resultados.

Na disciplina de História o sucesso nas turmas do 7.º ano situa-se nos 69,45%, tendo diminuído

a taxa de sucesso, comparando com os resultados do primeiro período, em 7,5%. Verificamos

ainda que, se compararmos os resultados da disciplina com a média de sucesso de todas as

disciplinas do sétimo ano, História apresentava um desfasamento de -5% no primeiro período,

que se agravou agora para -10%.

Não se verificaram as expetativas enunciadas aquando da análise dos resultados do primeiro

período, antes se verifica um agravamento do insucesso.

Os alunos são desatentos, conversadores, não cumprem grande parte das tarefas solicitadas

pelos professores. Revelam falta de estudo, de hábitos e métodos de trabalho.

Os professores necessitam de interromper sistematicamente a aula, para moderar

comportamentos e conflitos entre os alunos.

Aos alunos são fornecidos guiões de estudo, como forma de orientarem o seu trabalho e o seu

estudo. Grande parte dos alunos ignora os mesmos e não se prepara minimamente para os

momentos de avaliação formal, nem tão pouco participa nas atividades quotidianas das aulas.

Muitos alunos não estudam e recusam-se a alterar a sua postura face à escola. Mesmo nos

momentos formais de avaliação, não demonstram qualquer interesse e empenho para melhorar

os seus resultados.

13

Os professores continuarão a reforçar estratégias de motivação e consolidação de conteúdos,

alertando os alunos para a necessidade de alterarem a sua postura em sala de aula e em

relação à escola.

Os docentes tentarão implementar estratégias mais personalizadas e instrumentos de

avaliação mais diversificados, que se adaptem melhor ao perfil dos alunos.

O sucesso no 8.º ano situa-se nos 84%, e em linha com a média das outras disciplinas que

integram o currículo.

Verificamos ainda uma melhoria do sucesso em 4%, como prevíamos na análise anterior.

Também aqui se verifica um alinhamento com a evolução das outras disciplinas.

Embora as turmas tenham perfis diversos, de forma simplificada podemos dizer que estamos

a conseguir os objetivos a que nos propusemos. Os casos de insucesso resultam, sobretudo,

da falta de empenho de alguns alunos e da postura da generalidade dos alunos em sala de

aula, onde a conversa é uma constante.

Atendendo aos resultados, os docentes continuarão a aplicar as estratégias enunciadas na

análise de resultados do primeiro período.

O sucesso do 9.º ano é de 74,1%, tendo diminuído face aos resultados do primeiro período,

em 7,87 pontos percentuais. Também se verifica um afastamento em relação à evolução da

média das outras disciplinas: no final do primeiro período esse desfasamento era de -2% e

agora é de -8%.

As turmas de 9.º ano têm perfis muito diversos, havendo turmas com alunos que se empenham,

adotam uma postura em sala de aula adequada e conseguem bons resultados, enquanto

noutras turmas os alunos são quase o oposto disto.

Os professores continuarão a apostar em estratégias diversificadas, quer na forma de

transmissão/aquisição de conhecimentos, quer nos instrumentos de avaliação a usar.

Os docentes continuam a acreditar que a maturidade dos alunos aliada a um maior interesse

pelos temas tratados, mais próximos da realidade atual, contribuirão para uma melhoria dos

resultados futuros.

Na disciplina de Geografia a taxa de sucesso foi elevada nos três anos de escolaridade. Em

comparação com o primeiro período, os resultados escolares melhoraram nos 8º e 9º anos e

mantiveram-se nos 7º e 9º (PCA) anos. Os anos de escolaridade com maior percentagem de

níveis iguais ou superiores a 3 (taxa de sucesso) são o 9ºano (PCA) com 100% de sucesso e

o 8ºano com 91,46% de sucesso, seguidos do 9ºano com 86,89% e do 7ºano com 82,32%.

Mais uma vez se verifica que as maiores dificuldades diagnosticadas aos alunos foram:

interpretação e análise de mapas, tabelas e gráficos; dificuldades em estar atentos e

concentrados; falta de hábitos de trabalho e de estudo; nem sempre a participação é oportuna

e adequada; falta de autonomia na realização das tarefas propostas; dificuldades na aplicação

dos conhecimentos; pouco solidários e pouco respeitadores dos direitos do outro e muitas

dificuldades em desenvolver um sentido crítico e criativo positivo.

14

Como consequência das estratégias / atividades implementadas nas aulas, alguns alunos já

conseguiram superar muitas das suas dificuldades havendo, no entanto, ainda outros que não

o conseguiram. Importa ainda salientar e lembrar, mais uma vez que, se alguns alunos não

alterarem a sua postura perante a aprendizagem dos conteúdos, dificilmente se verificarão

progressos na sua aprendizagem.

Departamento de Expressões

Os resultados escolares na disciplina de Educação Física são positivos e encontram-se dentro

dos parâmetros requeridos e esperados, entre o 5.º e 8.º anos de escolaridade. Apenas no 9.º

ano de escolaridade, o grau de sucesso apresenta-se com um percentual menos dilatado,

tendo sido identificados alguns dos fatores que contribuíram para tal: número substancial de

alunos que reúnem menor disponibilidade motora, inércia e/ou falta de empenhamento perante

os desafios impostos no decorrer das tarefas propostas, absentismo e/ou faltas de material

reiteradas, exigência própria da disciplina relativa às competências de final de ciclo e tendência

para resguardar a linguagem corporal, devido ao estádio de desenvolvimento/crescimento, são

alguns dos fatores que constituem as evidências que corroboram os dados alcançados.

As estratégias definidas foram consideradas adequadas e vão continuar a ser aplicadas e

desenvolvidas.

Na disciplina de Educação Musical/Música, no que respeita ao 2.º ciclo, este apresenta uma

diferença negativa relativamente ao primeiro período devido à falta de assiduidade de alguns

alunos, à recusa em realizar testes práticos de avaliação, recusa em realizar as atividades

propostas, falta de material e ainda devido ao comportamento agitado de algumas turmas.

Os resultados escolares na disciplina de Educação Tecnológica apesar de piorarem

ligeiramente, continuaram no segundo período a apresentar uma percentagem de sucesso

muito boa. Perante estes resultados os docentes irão continuar a implementar as mesmas

medidas.

Os resultados escolares na disciplina de Educação Visual continuaram no segundo período a

apresentar uma percentagem de sucesso muito boa. A turma de PCA apesar de ter uma taxa

de sucesso inferior à do ensino regular, demonstrou no segundo período uma evolução

significativa. O 7.º ano baixou ligeiramente a percentagem de sucesso. Perante estes

resultados os docentes irão continuar a implementar as mesmas medidas.

Departamento de Matemática e Ciências Experimentais

No 2.º ciclo a disciplina de Matemática registou uma percentagem média de sucesso de

68,72%. O sucesso médio no 5.º ano foi de 77,78% e no 6.º ano de 59,91%.

A disciplina de Ciências Naturais registou uma percentagem média global de sucesso de

88,81%. O sucesso médio no 5.º ano foi de 89,81% e no 6.º ano de 87,84%.

15

No 3º ciclo a disciplina de Matemática registou uma percentagem média de sucesso de 63,30%.

O sucesso médio no 7.º ano foi de 62,38%, no 8.º ano de 63,82% e no 9.º ano de 63,93%.

A disciplina de Ciências Naturais registou no 3.º ciclo uma percentagem média de sucesso de

86,52%. O sucesso médio no 7.º ano foi de 86,82%, no 8.º ano de 91,06% e no 9.º ano de

81,56%.

A disciplina de Físico-Química registou uma percentagem média de sucesso de 73,28%. O

sucesso médio no 7.º ano foi de 66,56%, no 8.º ano de 81,30% e no 9.º ano de 73,77%.

A turma de PCA do 9.º ano registou na disciplina de Matemática um sucesso de 44,44%, em

Ciências Naturais de 83,33%, em Físico Química 100% e em TIC 88,89%.

A disciplina de TIC é de avaliação semestral, pelo que no final do 2.º período apenas se

registam avaliações qualitativas para metade do número de turmas, não sendo possível fazer

uma análise dos resultados quantitativa a não ser na turma de PCA de 9º ano.

Os docentes continuam a considerar que as razões do insucesso e as estratégias para a

promoção do sucesso são as que foram apresentadas e referidas no período anterior ou seja:

o número elevado de alunos por turma, a indisciplina, o incumprimento com o material

necessário à aula, o insuficiente acompanhamento dos educandos por parte das suas famílias

e o fraco empenho no estudo e no cumprimento com as tarefas propostas continuam a ser os

principais constrangimentos ao sucesso educativo.

Ainda se acresce o facto de ser notória a dificuldade que grande parte dos alunos demonstra

no trabalho da competência matemática, uma vez que, perante uma nova situação

problemática, a tendência revelada é a procura mecanicista da resposta recorrendo à

memorização da técnica para a resolução do problema, em detrimento do raciocínio científico,

da formulação de conjeturas e conexões lógico dedutivas.

Ética e Cidadania - disciplina do 2.º e 3.º ciclo

Os resultados escolares obtidos no segundo período em Ética e Cidadania são muito bons, no

2.º e 3.º ciclo, pois a percentagem global de sucesso é superior a 98%.

Os poucos níveis inferiores a três justificam-se com a elevada falta de assiduidade e o

incumprimento na realização de atividades propostas pelos docentes.

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4 - ESTRATÉGIAS CONDUCENTES AO SUCESSO/ ESTRATÉGIAS DE MELHORIA

Concentrando-nos nas análises dos resultados escolares apresentadas, verifica-se que se

mantêm os fatores identificados como conducentes ao sucesso no final do primeiro período e

registada no documento Relatório dos Resultados Escolares – 1.º Período. Assim sendo, o

Conselho Pedagógico, reforça e mantém que as estratégias conducentes ao sucesso e

estratégias de melhoria transversais a todos os Departamentos, não só a desenvolver na sala

de aula, mas também, algumas outras que são da responsabilidade do aluno e da família.

Relembramos:

Estratégias a desenvolver na sala de aula

- Incentivar e valorizar a participação oral;

- Reforçar e valorizar as atividades de consolidação de conhecimentos;

- Apoiar na aplicação de métodos de estudo;

- Incentivar para a importância de ser organizado;

- Elaborar materiais específicos;

- Promover uma maior responsabilização do aluno;

- Fomentar o trabalho a pares e em pequeno grupo para favorecer a prevenção de

comportamentos desadequados e incutir espírito de partilha, cooperação e respeito;

- Desenvolver competências sociais com a envolvência dos Encarregados de Educação,

promovendo um comportamento exemplar por parte dos alunos na sala de aula;

Da responsabilidade dos Encarregados de Educação

- Fixar um horário de estudo e vigiar o seu cumprimento;

- Controlar a assiduidade do aluno;

- Verificar a realização das atividades de consolidação;

- Verificar o transporte de material escolar;

- Estimular a pontualidade e a assiduidade;

- Verificar datas e resultados de avaliações escritas;

- Verificar regularmente a caderneta do aluno;

- Cumprir prazos estipulados para a entrega de documentos (justificação de faltas, …);

- Dialogar com o aluno sobre progressos obtidos;

- Estabelecer contactos regulares com o Diretor de Turma;

- Incentivar o trabalho autónomo dos seus educandos;

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Da responsabilidade do aluno

- Participar nas aulas;

- Ter e manter uma postura correta, com o professor e colegas, não só na sala de aula mas

em todo o espaço escolar;

- Empenhar-se nas atividades desenvolvidas;

- Pedir ajuda ao professor perante alguma dificuldade;

- Ter o caderno diário organizado, atualizado e cuidado;

- Trazer sempre o material necessário para as aulas;

- Resolver sempre as atividades de consolidação;

- Cumprir, em casa, um horário de estudo;

- Realizar nos prazos estipulados as tarefas propostas;

- Estudar diariamente as matérias lecionadas.

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5 – CONCLUSÕES FINAIS

Ao redigirmos as considerações finais do presente relatório reiteramos o expresso na reflexão

feita, neste mesmo capítulo, no Relatório dos Resultados Escolares do 1.º período, tendo em

conta que as análises, reflexões e preocupações expressas no final desse período se mantêm.

No entanto foi unanime, nas reflexões apresentadas dos Departamentos Curriculares do 1.º,

2.º e 3.º ciclo, a preocupação dos docentes sobre o facto de, apesar de todas as medidas

implementadas, o aumento das taxas de sucesso dos resultados escolares ser pouco

significativa e inconsistente, o que poderá indiciar que este conjunto de estratégias de melhoria,

por si só, não estará a ser tão eficaz quanto o objetivado na melhoria do sucesso.

Considera-se que as intervenções educativas concretizadas junto dos alunos, nomeadamente

o reforço dos Apoios Educativos a alunos que demonstraram maiores dificuldades,

individualmente ou em grupos de homogeneidade; a aplicação de estratégias pedagógicas e

materiais de apoio diversificados, diferenciados e individualizados, em sala de aula; o reforço

de estratégias de estudo e das aprendizagens na área de Apoio ao Estudo; a diversificação e

valorização da participação oral dos alunos e a coadjuvação na área de Matemática, permitiram

a superação de algumas dificuldades e devem continuar a ser implementadas, uma vez que os

resultados obtidos apontam para uma avaliação geral muito positiva. Contudo, entende-se que

também se devem comprometer quer alunos, quer encarregados de educação na promoção

deste sucesso escolar. Pretende-se um maior envolvimento por parte dos encarregados de

educação no percurso escolar dos seus educandos, através da responsabilização pelo

acompanhamento do percurso escolar dos seus educandos e colaboração com o docente

titular de turma ou diretor de turma, comparecendo sempre que seja solicitado. Aos alunos

pede-se respeito pela autoridade dos docentes e de todos os elementos envolvidos no

processo de ensino-aprendizagem; responsabilização pelas suas aprendizagens, adotando

atitudes de empenho e de estudo pelas atividades escolares.

A este propósito relembramos as palavras de David Justino:

“De quem são os resultados escolares?

O discurso da culpa ou da glória nunca é bom conselheiro. Por isso proponho ao leitor

uma tentativa de análise desapaixonada.

Em primeiro lugar, os resultados escolares são dos alunos. Da sua maior ou menor

preparação dependem os resultados. E quem os prepara? A família e a escola,

privilegiadamente, não sendo de menosprezar o papel dos próximos, da comunidade onde

se integra, mas também da organização do sistema de ensino e das políticas educativas.

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Em segundo lugar, os resultados são das escolas e dos professores desses alunos. Bons

ambientes escolares e bons professores proporcionam boas aprendizagens e bons

resultados.”2

Após a análise e reflexão crítica, considera-se que as estratégias utilizadas para melhorar o

sucesso escolar se revelaram adequadas havendo, contudo, a necessidade de continuar a

empenhar esforços no sentido de melhorar continuamente as práticas educativas e os

resultados escolares, tendo como preocupação a consolidação de uma cultura de sucesso

educativo e de formação integral das crianças/jovens que seja assumida por todos os

intervenientes no processo de ensino-aprendizagem (docentes, alunos e encarregados de

educação).

Aprovado em Conselho Pedagógico

16/05/2018

2 https://www.publico.pt/2013/01/04/sociedade/opiniao/de-quem-sao-os-resultados-escolares-1579508 , consultado a 16 de maio de 2018.