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Tempo do crime – art. 4º do CP: considera-se praticado o crime, o momento da ação ou omissão mesmo que outro seja o momento do resultado. (utilizado como critério para inimputabilidade do menor de 18 anos). Teoria adotada: teoria da ação ou da atividade. Lugar do crime – art. 6º do CP: considera-se lugar do crime o local onde ocorreu a ação ou omissão, bem como onde se produziu ou deveria se produzir o resultado. (utilizado para determinar a competência de países). Teoria adotada: teoria da ubiquidade ou mista. Crime permanente: É aquele em que sua consumação se prolonga no tempo, neste caso, se no momento da ação o agente for menor e completar a sua maioridade durante o crime, ele responderá. Ex. art. 159 do CP (extorsão mediante seqüestro).

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•  Tempo do crime – art. 4º do CP: considera-se praticado o crime, o momento da ação ou omissão mesmo que outro seja o momento do resultado. (utilizado como critério para inimputabilidade do menor de 18 anos).

•  Teoria adotada: teoria da ação ou da atividade. •  Lugar do crime – art. 6º do CP: considera-se lugar do crime o local onde

ocorreu a ação ou omissão, bem como onde se produziu ou deveria se produzir o resultado. (utilizado para determinar a competência de países).

•  Teoria adotada: teoria da ubiquidade ou mista. •  Crime permanente: •  É aquele em que sua consumação se prolonga no tempo, neste caso,

se no momento da ação o agente for menor e completar a sua maioridade durante o crime, ele responderá. Ex. art. 159 do CP (extorsão mediante seqüestro).

•  “Iter criminis” – caminho do crime ou fases do crime. •  I – Cogitação. •  II – Preparação. •  III – Execução. •  IV – Resultado. •  Obs.: Prova: de regra a cogitação e a preparação não constituem crime,

salvo a preparação quando por si só constituir crime autônomo. •  Ex. - formação de quadrilha art. 288 do CP. •  - porte ilegal de arma de fogo etc. •  Crime tentado: •  Conceito: ocorrerá à tentativa quando iniciada a execução, o resultado não

se produzir por circunstâncias alheias a vontade do agente. •  •  Modalidades de tentativa

•  ESPÉCIES DE TENTATIVA

•  Crimes que não admitem a tentativa. •  Crimes culposos, salvo a culpa imprópria (dolo tratado como culpa). •  Crimes preterdolosos: dolo na conduta antecedente + culpa no resultado

consequente. (dolo + culpa). •  Crimes unissubsistentes: aquele realizado por apenas um só ato. •  Crimes omissivos próprios ou puros (omissão de socorro). •  Crimes de perigo abstrato •  Contravenções penais •  Os crimes que a sua tentativa é punida como crime autônomo, ex. art. 353

do CP (evasão mediante violência contra a pessoa). •  Crime impossível. •  Não é permitida a tentativa dos crimes do art. 3º da lei de abuso de

autoridade lei 4898/65. •  Crimes habituais (há divergência doutrinária).

•  Desistência voluntaria e arrependimento eficaz. (Art. 15) •  Desistência voluntaria: ocorre quando o agente dá início aos atos de

execução, porém desiste voluntariamente de dá prosseguimento. •  Arrependimento eficaz: é aquele em que o agente dá início aos atos de

execução e dá prosseguimento, porém impede a consumação do resultado.

•  Desistência posterior. (Art. 16) •  Somente será permitido nos crimes cometidos sem violência ou grave

ameaça, desde que reparado o dano ou restituída a coisa antes do recebimento da denuncia, a pena será reduzida de 1/3 a 2/3.

•  CONSIDERAÇÕES QUANTO AO ARREPENDIMENTO E A DESISTÊNCIA

•  Crime impossível. (Art. 17) •  Não há crime cuja preparação do flagrante pela autoridade policial

(flagrante preparado), torna impossível a sua consumação na formula da sumula 145 do STF.

•  Conceito: não se pune a tentativa quando pela ineficácia absoluta do meio, ou pela impropriedade absoluta do objeto torna impossível a sua consumação.

•  Obs.: o CP adotou a teoria objetiva temperada, que estabelece que a ineficácia ou a impropriedade tanto do meio quanto do objeto devem ser absolutas, caso sejam relativas estaremos diante da tentativa.

•  Crime doloso. (Art. 18, I) •  Diz ser doloso quando o agente quis ou assumiu o risco pela

produção do resultado. •  Teorias do dolo: •  Teoria da vontade: ocorre quando o agente quer praticar o crime de forma

direta. •  Teoria do assentimento: ocorre quando o agente prevê a ocorrência do

resultado, porém continua praticando a conduta assumindo o risco pela produção do resultado.

•  Modalidade de dolo: •  Dolo direto: ocorre quando o agente quer praticar o resultado de forma

direta. Pode ser: •  Dolo direto em 1º grau: é aquele que ocorre em relação aos meios

escolhidos e ao fim proposto. •  Dolo direto em 2º grau: é aquele que ocorre com relação aos efeitos

obtidos como necessários. •  Dolo geral: ocorre quando o agente acredita ter consumado o resultado

em uma primeira conduta, contudo o resultado somente vem a ocorrer em razão de uma segunda conduta praticada pelo agente para garantir a sua impunidade.

•  Dolo indireto ou eventual: ocorre quando o agente prevê a ocorrência do resultado, contudo continua praticando a conduta sendo para ele o resultado indiferente, por isso assume o risco pela produção do resultado.

•  Crime culposo. (Art. 18, II) •  É aquele em que o agente dá causa ao resultado por imperícia,

imprudência ou negligência. •  Negligência: é a falta de cuidado necessário. Ex. dirigir com pneu

careca ou sem os equipamentos de segurança exigidos. •  Imprudência: ocorre quando o agente atua acima dos limites

permitidos pela lei. Ex. excesso de velocidade. •  Imperícia: falta de habilitação técnica. Que é diferente de erro

profissional, pois este decorre da falibilidade das regras cientificas. (Imperícia = Erro Profissional)

•  Espécies de culpa: •  Culpa consciente, (com previsão): é aquela em que o agente prevê a

ocorrência do resultado, mas continua praticando a conduta, pois acredita sinceramente que o resultado não irá ocorrer, em razão de suas habilidades especiais.

•  Culpa inconsciente, (sem previsão): é aquela em que o resultado é previsível, mas não foi previsto pelo agente.

•  Culpa própria: É a que se verifica quando o agente não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo. É, pó assim dizer, a culpa propriamente dita.

•  Culpa imprópria: É aquela em que o sujeito, após prever o resultado, realiza a conduta por erro inescusável (indesculpável) quanto à ilicitude do fato. Cuida-se, em verdade, de dolo, eis que o agente quer a produção do resultado. Por motivos de política criminal, no entanto, o Código Penal aplica a um crime doloso a punição correspondente a um crime culposo. O erro quanto à ilicitude do fato, embora inescusável, proporciona esse tratamento diferenciado.

•  Obs.: diante do caráter híbrido da culpa imprópria (dolo tratado como culpa), revela-se como única modalidade de crime culposo que comporta a tentativa.

•  CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES:

•  Obs.¹: Entende o STF que o crime de “racha” ou “pega” é dolo eventual.

•  Obs.²: O direito penal não admite a compensação de culpa.

•  Obs.³: O direito penal permite a concorrência de culpa. • 

•  Crimes omissivos. •  Omissivos próprios ou puros •  Não será permitida nestes crimes a modalidade culposa nem a tentativa. •  Terá como consequência o crime de omissão de socorro, art. 135 do CP. •  Omissivos impróprios ou impuros. •  São também denominados pela doutrina como crimes comissivos por

omissão. •  Estes crimes admitem a modalidade culposa, bem como a tentativa. •  Obs.: Esses crimes dizem respeito ao agente garantidor previsto no art. 13

§ 2º do CP.

•  O dever de agir se aplica a quem: •  Tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. •  Ex. Salva-vidas, bombeiro, pai, mãe, policial etc. •  Quem assumiu a responsabilidade. •  Ex. Babá que descuida dos cuidados da criança, para ficar ao

telefone com seu namorado. •  Quem com seu comportamento anterior criou o risco do resultado. •  Ex. Nadador exímio que convida outro, não tão experiente, para

atravessar um rio de larga extensão, e não presta socorro quando este não mais consegue prosseguir, vindo a afogar-se.

•  Excludente de ilicitude: •  Estado de necessidade – Considera-se em estado de necessidade

aquele que atua para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia por outro meio evitar, a direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se

•  Obs.¹: Entende a doutrina majoritária que o estado de necessidade será aplicado tanto no perigo atual quanto no iminente.

•  Obs.²: Entende a doutrina majoritária que poderá ser alegado o estado de necessidade mesmo que o agente tenha dado causa ao resultado a titulo de culpa.

•  Obs.³: Teoria unitária: o estado de necessidade é causa de exclusão de ilicitude, desde que o bem jurídico sacrificado seja de igual valor ou de valor inferior ao bem jurídico preservado. Exige, assim, somente a razoabilidade na conduta do agente. Foi à teoria adotada pelo Código Penal.

•  Teoria diferenciadora: Para essa teoria, há estado de necessidade justificante (excludente da ilicitude) somente se o bem jurídico agredido for de valor menor ao bem protegido. Ex. destruição do patrimônio alheio para salvar a vida humana.

•  Por sua vez, configura-se o estado de necessidade exculpante (excludente da culpabilidade) nas hipóteses em que o bem jurídico sacrificado for de valor igual ou superior ao do bem jurídico agredido. Constitui-se em causa supralegal de exclusão da culpabilidade, em face da inexigibilidade de conduta diversa. Está teoria não é adotada pelo CP nem pela doutrina majoritária.

•  Não poderá alegar o estado de necessidade quem tem o dever legal de enfrentar o perigo, na forma do art. 24 § 2º do CP. Contudo, poderá ser alegado se o agente garantidor estiver pondo em risco de forma concreta a sua vida.

•  Legítima defesa. (art. 25) – Atua em legítima defesa aquele que repele agressão injusta atual ou iminente a direito próprio ou de terceiro usando moderadamente dos meios necessários.

•  Agressão injusta é aquela proveniente do homem.

•  Se o animal feroz voluntariamente atacar alguém estará presente o estado de necessidade.

•  Se terceira pessoa utiliza o animal como meio de ataque estaremos diante da legitima defesa

•  Meios necessários e moderados: entende a doutrina que meio necessário é aquele pertinente para fazer cessar a agressão, contudo deve ser usado de forma moderada sobre pena de excesso.

•  Obs.¹: Será permitida a legítima defesa contra a agressão de inimputáveis, desde que o bem utilizado seja aquele que cause a menor lesão possível ao inimputável.

•  Obs.²: Será admitida a legitima defesa sucessiva quando: •  A vítima se excede nos meios de legítima defesa, passando a se tornar o

agressor. Exemplo: “A” profere palavras de baixo calão contra “B”, o qual. Para calá-lo, desfere-lhe um soco. Em seguida, com “A” já em silêncio, “B” continua a agredi-lo fisicamente, autorizando o emprego de força física pelo primeiro para defender-se.

•  É possível essa legítima defesa, pois o excesso sempre representa uma agressão injusta.

•  •  Obs.³: Será admitida a legítima defesa de terceiro quando: •  O bem jurídico protegido for indisponível, não haverá necessidade do

consentimento do ofendido. Exemplo: um homem agride cruelmente sua esposa, com o propósito de matá-la. Aquele que presenciar poderá, sem a anuência da mulher, protegê-la, ainda que para isso tenha que lesionar ou mesmo eliminar a vida do covarde marido.

•  Diversa será a conclusão quando tratar-se de bem jurídico disponível. Nessa hipótese, impõe-se o consentimento do ofendido, se for possível a sua obtenção. Exemplo: um homem ofende com impropérios a honra de sua mulher. Por mais inconformado que um terceiro possa ficar com a situação, não poderá protegê-la sem o seu assentimento.

•  A legítima defesa é compatível com a vingança?

•  Sim. Não exclui a legítima defesa a circunstância de o agente unir ao fim de defender-se uma finalidade diversa, tal como a vingança, desde que objetivamente não exceda os requisitos da necessidade (uso dos meios necessários) e da moderação (emprego moderado de tais meios). Exemplo: “A”, com o desejo de matar “B”, em razão de brigas pretéritas, aproveita-se do ataque injustificado de seu desafeto para eliminar a sua vida.

•  Estrito cumprimento do dever legal. – É aquele em que o agente atua amparado pela lei.

•  Ex. Prisão em flagrante feita pelo policial. •  Obs.: Se o policial matar o criminoso não responderá

pelo crime em razão da legítima defasa própria ou de terceiro.

•  Caso lesione o criminoso para prender estará amparado pelo estrito cumprimento do dever legal.

•  Exercício regular de direito. – Ocorre quando o agente atua através de uma conduta permitida pelos costumes ou aceita pela sociedade.

•  Ex. Particular que prende em flagrante, médico que realiza cirurgias, correições moderadas dos pais, lesões esportivas etc.

•  Causa supralegal de excludente da ilicitude: •  Consentimento do ofendido. •  Requisitos: •  O consentimento deve ser anterior ao fato. •  O bem jurídico deve ser disponível. •  O agente deve ser capaz

•  Obs.¹: Se o bem agredido for insignificante poderá ocorrer à atipicidade do crime para quem adota o conceito da tipicidade conglobante.

•  Obs.²: Ofendículos:

•  Constituem todo e qualquer meio de defesa do patrimônio. •  Deve ser visível ou avisado, não podendo constituir armadilha. •  Obs.: Caso o agente esteja violando o domicilio e neste momento

se lesione no ofendículo, estaremos diante da legitima defesa preordenada. Caso não ocorra lesão ao patrimônio estaremos diante do exercício regular de direito.

•  Ex. Cerca elétrica, arame farpado, cão etc.

•  Culpabilidade. •  Elementos:

–  Imputabilidade: •  Considera-se isento de pena quem, por doença mental ou

desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

•  Na forma do art. 26 do CP § único: caso o agente seja doente, como na hipótese acima, porém relativamente capaz responderá pelo crime com a pena reduzida de 1/3 a 2/3.

•  Obs.: O Código Penal adotou o critério biopsicológico para a determinação da imputabilidade.

•  Para o menor de idade bastará à prova documental, contudo quanto ou doente mental ou desenvolvimento mental retardado será necessário o laudo pericial.

•  Doente mental: a expressão doença mental deve ser interpretada em sentido amplo, englobando os problemas patológicos e também os de origem toxicológica. São pessoas que sofrem tratamento pela psiquiatria. Ex.: Esquizofrênicos, maníacos depressivos, transtorno bipolar, psicopata, etc.

•  Desenvolvimento mental incompleto: o desenvolvimento mental incompleto abrange os menores de 18 anos e os silvícolas (aquele que nasce ou vive nas selvas), assim como os surdos mudo, desde que não integrados a sociedade

•  Atenção!!!: Os silvícolas nem sempre serão inimputáveis. Depende do grau de assimilação dos valores sociais, a ser revelado pelo exame pericial. Deste modo, dependendo da conclusão da pericia, o silvícola pode ser:

•  b.1) imputável: se integrado à vida em sociedade;

•  b.2) semi-imputável: no caso de estar dividido entre o convívio na tribo e na sociedade;

•  b.3) inimputável: quando completamente incapaz de viver em sociedade, desconhecendo as regaras que lhes são inerentes

•  Desenvolvimento mental retardado: desenvolvimento mental retardado é o que não se compatibiliza com a fase da vida em que se encontra determinado indivíduo, resultando de alguma condição que lhe seja peculiar. A pessoa não se mostra em sintonia com os demais indivíduos que possuem sua idade cronológica (idiotice, imbecilidade e debilidade mental propriamente dita). Ex.: pessoas portadoras de necessidade especiais.

•  Obs.¹: caso as pessoas acima mencionadas, excluindo o menor de idade, sejam absolutamente incapaz o juiz deverá absolver o acusado (sentença absolutória imprópria), sendo-lhe decretada medida de segurança, que consiste em: tratamento ambulatorial ou em hospital psiquiátrico. Caso seja relativamente capaz responderá pelo crime com a pena reduzida de 1/3 a 2/3, ou seja, poderá ocorrer a condenação.

•  Salvo em algumas hipóteses poderá o juiz, na forma do art. 98 do CP, substituir a pena privativa de liberdade pelo tratamento ambulatorial.

•  Obs.²: Caso seja doente e capaz responderá pelo crime podendo ser condenado sem redução de pena.

•  Art. 28 do CP – Não excluem a culpabilidade: •  I - A emoção ou a paixão. •  Emoção: Se o agente praticar o crime logo após injusta provocação

da vitima sob o domínio de violenta emoção terá a sua pena reduzida. Ex.: Art. 121 § 1º do CP (homicídio privilegiado).

•  Se o agente praticar o fato em razão de influência da violenta emoção terá a pena atenuada mediante art. 65, III letra C do CP.

•  Paixão: Não existe causa no CP expressa para redução de pena, contudo pode ser atenuada de forma genérica a pena do acusado na forma do art. 66 do CP.

•  Obs.: Alguns autores entendem que a paixão doentia é equiparada a uma espécie de doença mental, sendo assim será tratada mediante o art. 26 do CP.

•  II - A embriaguez voluntaria ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.

•  Modalidades: •  Embriaguez dolosa – É aquela em que o agente ingere bebida

alcoólica com a finalidade de se embriagar. •  Embriaguez culposa – É aquela em que o agente ingere a bebida

alcoólica, porém em razão de fraqueza do organismo acaba se embriagando.

•  Consequência: Nas duas hipóteses acima o agente responderá pelo crime sem nenhuma redução de pena.

•  Embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior. •  Caso fortuito: É o efeito inesperado (sem a vontade do agente). •  Força maior: É oriundo da ação do homem, também sem a vontade

do agente que ingere a substância.

•  Obs.: Estão previstos no art. 28, II, §§ 1º e 2º do CP. Se o agente estiver no momento da ação em razão destas modalidades de embriaguez absolutamente incapaz será isento de pena. Caso seja relativamente incapaz será reduzida a pena de 1 a 2/3.

•  Embriaguez pré-ordenada – É aquela em que o agente ingere a substância entorpecente com a intenção de praticar crime. Esta, além do agente responder pelo crime terá a sua pena agravada na forma do art. 61, II letra L do CP.

•  Embriaguez patológica – Trata-se do dependente químico. •  Alcoólatra: Será tratado na forma do art. 26 do CP. •  Vicio em drogas: Será tratado pela lei de drogas. 11343/06 art. 45 e

46.

•  Obs.: Estão previstos no art. 28, II, §§ 1º e 2º do CP. Se o agente estiver no momento da ação em razão destas modalidades de embriaguez absolutamente incapaz será isento de pena. Caso seja relativamente incapaz será reduzida a pena de 1 a 2/3.

•  Embriaguez pré-ordenada – É aquela em que o agente ingere a substância entorpecente com a intenção de praticar crime. Esta, além do agente responder pelo crime terá a sua pena agravada na forma do art. 61, II letra L do CP.

•  Embriaguez patológica – Trata-se do dependente químico. •  Alcoólatra: Será tratado na forma do art. 26 do CP. •  Vicio em drogas: Será tratado pela lei de drogas. 11343/06 art. 45 e

46.

•  Absolutamente incapaz será isento de pena, já o relativamente incapaz terá sua pena reduzida.

•  Potencial conhecimento da ilicitude:

•  Obs.: São todos os exemplos de erro de proibição. •  Exigibilidade de conduta diversa: •  Coação física irresistível: Nesta, o agente emprega a força física na

vítima excluindo a conduta da vítima. •  Tendo em vista a exclusão da conduta será excluído o fato típico.

•  Coação moral irresistível: Nesta hipótese quem pratica a conduta é a vítima, dessa forma houve o fato típico, ilícito, porém será excluída a culpabilidade pela inexigibilidade de conduta diversa.

•  Tanto a coação moral física como a coação moral resistíveis haverá o crime, porém será atenuada a pena na forma do art. 65, III, letra C do CP.

•  Obediência a ordem hierárquica não manifestadamente ilegal •  Obs¹.: O conceito de hierarquia somente existe no direito público e

não em direito privado. •  Obs².: Quando ocorrer coação irresistível, bem como obediência a

ordem hierárquica não manifestadamente ilegal somente responderá o autor da ordem ou o autor da coação, na forma do art. 22 do CP.

•  PECULATO •  •  ESPÉCIES: •  PECULATO-APROPRIAÇÃO. CP: 312, caput, primeira parte. •  PECULATO-DESVIO. CP: 312, caput, segunda parte. •  PECULATO-FURTO. CP: 312, par. 1º. •  PECULATO-CULPOSO. CP: 312, par. 2º. •  PECULATO-ESTELIONATO. CP: 313. •  PECULATO ELETRÔNICO. CP: 313-A e 313-B.

•  PECULATO-APROPRIAÇÃO: •  “Funcionário público”. •  “Apropriar-se”: inverter a posse, agindo como se dono fosse. •  “De dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel”: bem móvel é todo

aquele que pode ser transportado de um local a outro, não necessariamente coincidente com direito civil.

•  “Público ou particular”: particular como vítima mediata.

•  PECULATO DE USO: existe o crime?

•  MOMENTO DE CONSUMAÇÃO. Consuma-se no momento em que o funcionário se apropria do objeto de que tem a posse em razão do cargo, agindo como se dono fosse (vendendo, retendo, destruindo etc.). Admite-se tentativa (plurissubsistente).

•  •  PECULATO-DESVIO: segue a análise do peculato-apropriação,

com exceção do segundo elemento, sendo substituído “apropriar-se” por DESVIAR.

•  •  PECULATO-FURTO (ou IMPRÓPRIO). •  BEM JURÍDICO: moralidade administrativa. •  Sujeitos:

•  PECULATO CULPOSO (CP: 312, par. 2º, “Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano”).

•  BEM JURÍDICO: moralidade administrativa

•  BENEFÍCIO LEGAL CABÍVEL AO PECULATO CULPOSO, exclusivamente. CP: 312, par. 3º, “No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta”. Assim, reparação do dano até trânsito em julgado leva à extinção da punibilidade; após, o juiz da execução pode diminuir a pena.

•  .

•  Lembre-se que a reparação do dano em peculato doloso pode

•  STJ: se oferecido até o recebimento da inicial, aplica-se o CP: 16; se entre o recebimento da inicial.

•  PECULATO ESTELIONATO •  •  CP: 313, “Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no

exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa”.

•  Tipo objetivo: apropriar-se, agindo como se dono fosse. O erro do ofendido deve ser espontâneo, pois, se provocado pelo funcionário, poderá configurar estelionato

•  PECULATO ELETRÔNICO •  •  CP: 313-A, “Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção

de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa”. Exemplo: pedir para funcionário retirar pontos de carteira.

•  O crime é formal, pois se consuma com a inserção, facilitação, exclusão ou alteração dos dados, independentemente de o sujeito ter conseguido ou não obter a vantagem ilícita, ou causar o dano que pretendia.

•  : 313-B, “Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado”.

•  OBS: PENA. Em regra, o CP: 313-B é mais grave, mas o CP: 313-A pode ser mais grave. No entanto, há clara desproporção entre as penas dos dois tipos: CP: 313-A sancionado com 2 a 12 anos; CP: 313-B, punido com 3 meses a dois anos. Essa diferença não se justifica.

• 

•  “PECULATO ELETRÔNICO” POR OUTROS AGENTES. Se o agente for funcionário não autorizado, qual o crime? Equipara-se a particular; os dados constituem documento público, configurando sua alteração FALSIDADE IDEOLÓGICA.

•  O crime é MATERIAL, apesar de se consumar com a modificação ou alteração dos DADOS. O resultado causação de dano somente serve para o aumento de pena. O único resultado previsto no artigo 313B é a modificação ou alteração, não havendo qualquer outro resultado naturalístico previsto no tipo penal, por isso é considerado CRIME MATERIAL.

•  ART. 314 – EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO

•  •  “Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em

razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente: •  Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, se o fato não constitui crime

mais grave” •  •  Essa conduta encontra tipicidade, em conflito aparente entre normas

penais, em outros artigos. Ex. quando o documento consistir em autos de processo judicial, a hipótese poderá ser típica do crime contra a administração da justiça, dependendo da natureza do sujeito ativo (art. 356 do CP). Já quando o documento for relativo à cobrança de tributo, o crime será específico, especial, do art. 3, I, da lei 8137/90 – crime funcional contra a ordem tributária.

•  O extravio (que é perder) poderia conduzir falsamente à idéia de que a conduta culposa seria punível. A excepcionalidade do crime culposo (art. 18) exige que seja expressamente prevista no tipo penal a modalidade culposa. Assim, o extravio previsto no artigo 314 é a perda querendo perder, ou seja, querendo extraviar o documento ou livro.

•  As modalidades ativas extraviar, inutilizar configuram hipóteses de crime MATERIAL, portanto, admitem tentativa, o que não ocorre na sonegação que, por ser crime omissivo próprio, o crime é de MERA CONDUTA, não admitindo tentativa. Ou se sonega ou se devolve, não havendo meio termo.

•  ART. 315 – EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS

•  •  “Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da

estabelecida em lei: •  Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa” • 

•  Se o funcionário público desviar o dinheiro em proveito próprio, estará cometendo o crime de peculato desvio.

•  O crime é doloso, e o dolo é simples, abrangendo o conhecimento claro da destinação específica da verba. Trata-se de norma penal em branco homogênea, porque a lei referida no tipo é a lei no sentido formal. O dolo nas normas penais em branco abrange o conhecimento do complemento da norma referida na norma penal em branco.

•  O crime é formal, pois se consuma com o ato de o sujeito dar a destinação, independentemente de ele conseguir que a verba seja desviada. O crime se consuma com a ordem que o sujeito dá para que a verba seja aplicada de forma diversa da prevista em lei.

•  ART. 316 – CONCUSSÃO •  •  “Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da

função ou antes de assumí-la, mas em razão dela, vantagem indevida: •  Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa. •  Excesso de Exação •  §1o Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou

deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:

•  Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. •  §2o Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que

recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos: •  Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa”

•  O crime de concussão é crime FORMAL, que se consuma com a conduta de EXIGIR, independentemente de o sujeito obter ou não a vantagem exigida. Se o sujeito obtiver a vantagem indevida, haverá um exaurimento da conduta.

•  É admitida a TENTATIVA, desde que o ato de exigir possa ser fracionado, ou seja, só haverá tentativa se a exigência for feita por escrito, porque o crime somente vai se consumar quando o sujeito passivo vier a tomar conhecimento da exigência. Se a exigência for verbal, não há a possibilidade de fracionamento da conduta.

•  OBS: As prisões em flagrante, noticiadas pelas TV, ocorridas nas hipóteses de combinação de pagamento de exigência a funcionário público representam, na realidade, prisões preventivas, pois o crime consumou-se bem antes, ou seja, quando houve a exigência. Não há flagrante portanto.

• 

•  §1o – EXCESSO DE EXAÇÃO •  No parágrafo primeiro, o legislador estabeleceu a previsão de

punição de uma conduta que não guarda qualquer relação como o “caput” que trata do crime de concussão.

•  Enquanto a concussão é a exigência para que o funcionário que a exigiu obtenha uma vantagem indevida, ou seja, a vantagem na concussão reverte em benefício do próprio funcionário, no crime de excesso de exação, previsto no parágrafo primeiro do art. 316, há uma situação completamente diferente.

•  CORRUPÇÃO PASSIVA •  •  CP: 317, “Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou

indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa”.

•  Note-se que todos os núcleos focam a mercancia da função pública, a comercialização de um ato de ofício, sendo imprescindível, portanto, que esse ato esteja entre as atribuições do agente.

•  “Vantagem”: pode ser em favor próprio ou alheio, inclusive familiares. Pode ser de qualquer natureza, desde que indevida.

•  CLASSIFICAÇÃO: •  Corrupção passiva PRÓPRIA: o ato de ofício comercializado é ILEGÍTIMO.

Exemplos: solicitar vantagem para liberar objeto apreendido; solicitar vantagem para facilitar fuga de preso.

•  Corrupção passiva IMPRÓPRIA: o ato de ofício comercializado é legítimo. Exemplo: solicitar vantagem para permitir entrega de alimentos para preso.

•  Corrupção passiva ANTECEDENTE: o agente solicita/ recebe/ aceita promessa para depois realizar ato de ofício. É a CORRUPÇÃO ATIVA (CP: 333).

•  Corrupção passiva SUBSEQÜENTE: o agente primeiro realiza o ato de ofício e depois solicita/ recebe/ aceita promessa. Esta conduta é ATÍPICA.

•  Corrupção passiva MILITAR: CPM: 308. Inclui “receber” e “aceitar”. Militar não solicita apenas o funcionário público comum.

–  CONSUMAÇÃO: em regra, o crime é formal. “Solicitar”: crime formal; “aceitar”: crime material (só se consuma com vantagem indevida); “aceitar promessa”: formal.

•  TENTATIVA: perfeitamente possível a tentativa. Exemplo: a carta que solicita vantagem interceptada.

•  OBS: CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA.

•  ART. 318 – FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO •  •  “Facilitar, com infração do dever funcional, a prática de contrabando ou

descaminho (art. 334): •  Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.” •  •  A facilitação mencionada no tipo penal deve implicar em infração de dever

funcional. Dessa necessidade de o agente, ao facilitar, infringir o dever funcional extrai-se a conclusão lógica de que somente pode ser sujeito ativo do crime aquele funcionário público responsável pela repreensão da prática de contrabando ou descaminho, ou seja, os funcionários da polícia federal ou da receita federal. Só essas pessoas que estarão infringindo o dever funcional ao facilitar a prática do contrabando ou descaminho.

•  O crime é FORMAL, porque se consuma com a conduta de facilitação dolosa, em que se adere subjetivamente ao contrabando ou descaminho, independentemente de o contrabando ou descaminho se consumarem. Logo, o ato de facilitar já consuma o crime, sem que haja necessidade de consumação do crime de contrabando.

•  A facilitação do contrabando ou descaminho implicará na necessidade de se comprovar o injusto nesses crimes e, se o contrabando consiste na exportação e importação de mercadoria proibida, é possível vislumbrar a hipótese de uma mercadoria proibida cuja importação ou exportação facilitada não enseja a tipificação pelo art. 318, qual seja, SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE, o que, se ocorrer, a conduta do funcionário pública consubstanciará crime de tráfico, na modalidade de participação

•  PREVARICAÇÃO •  •  PREVISÃO LEGAL: CP: 319, “Retardar ou deixar de praticar,

indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa”.

•  •  CONCEITO: trata-se de uma espécie de AUTOCORRUPÇÃO, daí a

natureza de norma penal em branco, devendo-se, na denúncia, constar expressamente a parte infringida da norma., daí “ato de ofício”. Havendo certa discrição quanto à conveniência ou oportunidade, inexiste prevaricação

•  PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA •  •  PREVISÃO LEGAL: CP: 319-A, “Deixar o Diretor de Penitenciária e/

ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo: Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano”.

•  •  DENOMINAÇÃO “prevaricação imprópria” foi dado pela doutrina,

em virtude de ter o legislador

•  Lembrar que o preso que recebe o aparelho NÃO é co-autor ou partícipe do crime de prevaricação imprópria, mas autor de falta gra

•  ve, LEP: 50, VII

•  Art. 349-A. Ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).

•  Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. (Incluído pela Lei nº 12.012, de 2009).

•  ART. 320 – CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA •  •  “Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar

subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:

•  Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês, ou multa.” •  •  O crime do art. 320 tipifica duas condutas omissivas próprias,

por isso se trata de CRIME OMISSIVO PRÓPRIO.

•  O que interessa para a caracterização do tipo é a omissão do superior hierárquico de não punir ou deixar de responsabilizar o subordinado, com o especial fim de agir, ou seja, por indulgência.

•  Se o superior deixou de punir seu subordinado porque este é parente de um outro funcionário mais graduado que pediu para que não houvesse a punição, não haverá condescendência criminosa, mas sim corrupção passiva prevista no §2º do art. 317, porque não estará caracterizada uma mera indulgência.

•  ART. 321 – ADVOCACIA ADMINISTRATIVA •  •  “Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a

administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: •  Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. •  Parágrafo único. Se o interesse é ilegítimo: •  Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da multa” •  O patrocínio de interesse por parte do sujeito ativo, que é

funcionário público, perante a Administração Pública não é por si só proibido, porque se fosse, o funcionário público seria inferior ao cidadão, pois o cidadão comum poderia pleitear interesses próprios, privados perante a Administração, enquanto o funcionário público não.

•  O interesse privado pode ser do próprio funcionário ou de terceiros, não fazendo diferença se o interesse é legítimo ou ilegítimo.

•  •  O patrocínio, perante a Administração Pública, de interesse

legítimo, mas mediante utilização da qualidade de funcionário público será punido na forma do “caput”, ou seja, de maneira mais branda, enquanto o patrocínio de interesse ilegítimo será punido conforme o parágrafo único, de forma mais severa.

•  O crime é FORMAL, pois se consuma com a ação, que é PATROCINAR, independente de o interesse ser satisfeito ou não pela Administração.

•  É especial também a advocacia administrativa vinculada a licitações e contratos públicos, que é punida de acordo com o art. 91 da Lei 8666/93 (pena – detenção de 6 meses a 2 anos, e multa).

•  Quando o interesse patrocinado for ilegítimo, mas mesmo assim for acolhido pela Administração Pública, com a obtenção de vantagem patrimonial, a hipótese será a de concurso entre o estelionato e a advocacia administrativa. Esta não é absorvida pelo estelionato.

•  ART. 322 – VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA •  •  “Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-

la: •  Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da pena

correspondente à violência” •  •  A violência arbitrária é tipo que foi revogado pela Lei 4898/65.

O crime de abuso de autoridade é considerado revogador do tipo do Código Penal do art. 322 – violência arbitrária.

•  Abandono de função •  Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em

lei: •  Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. •  § 1º - Se do fato resulta prejuízo público: •  Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. •  § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira: •  Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

•  Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado •  Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de satisfeitas

as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substituído ou suspenso:

•  Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.

•  Violação de sigilo funcional •  Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que

deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: •  Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato

não constitui crime mais grave. •  § 1o Nas mesmas penas deste art igo incorre quem:

(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) •  I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e

empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de d a d o s d a A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a ; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  I I - se u t i l i za , i ndev idamen te , do acesso res t r i t o . (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  § 1o Nas mesmas penas deste art igo incorre quem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de d a d o s d a A d m i n i s t r a ç ã o P ú b l i c a ; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  I I - se u t i l i za , i ndev idamen te , do acesso res t r i t o . (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  Violação do sigilo de proposta de concorrência •  Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pública, ou

proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo: •  Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.

•  Funcionário público •  Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,

quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

•  § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)

•  § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

•  § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa púb l i ca ou fundação ins t i tu ída pe lo poder púb l i co . (Incluído pela Lei nº 6.799, de 1980)