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DOSSIÊ TÉCNICO – Aproveitamento da fibra de coco Lisiane Fernanda Fabro de Castilhos Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR Agosto/2011

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Utilização da fibra de coco

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Page 1: Resposta Tecnica Fibra de Coco

DOSSIÊ TÉCNICO –

Aproveitamento da fibra de coco

Lisiane Fernanda Fabro de Castilhos

Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR

Agosto/2011

Page 2: Resposta Tecnica Fibra de Coco
Page 3: Resposta Tecnica Fibra de Coco

O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT fornece soluções de informação tecnológica sob medida, relacionadas aos

processos produtivos das Micro e Pequenas Empresas. Ele é estruturado em rede, sendo operacionalizado por centros de pesquisa, universidades, centros de educação profissional e tecnologias industriais, bem como associações que promovam a interface entre a oferta e a demanda tecnológica. O SBRT é apoiado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE e pelo Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação – MCTI e de seus institutos: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT.

Aproveitamento da fibra de coco

Page 4: Resposta Tecnica Fibra de Coco

Dossiê Técnico CASTILHOS, Lisiane Fernanda Fabro de Aproveitamento da fibra de coco Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR

8/8/2011

Resumo Informações sobre o processo de obtenção da fibra de coco, suas propriedades e aplicações. Descrição da composição do fruto, método e equipamentos para obtenção da fibra, sua utilização como substrato agrícola, como matéria-prima para fabricação de objetos de jardinagem, na construção de placas acústicas e de isolamento térmico, no revestimento para bancos de automóveis, na adição como reforço em compósitos poliméricos, fibrocimento, concreto e mistura asfáltica, fabricação de mantas para proteção de encostas, recuperação de áreas desmatadas e biofilme em tratamentos de efluentes.

Assunto RECUPERAÇÃO DE MATERIAIS NÃO ESPECIFICADOS

ANTERIORMENTE

Palavras-chave Acondicionamento; acústica; biomanta; capacho; casca de coco; coco; compósito; concreto; corda; embalagem; extração de fibra; fibra de coco; fibra natural; fibra vegetal; fruto; isolamento acústico; isolamento térmico; jardinagem; nutrição animal; ração; som; substrato; tapete; tratamento de efluente; vassoura

Salvo indicação contrária, este conteúdo está licenciado sob a proteção da Licença de Atribuição 3.0 da Creative Commons. É permitida a cópia, distribuição e execução desta obra - bem como as obras derivadas criadas a partir dela - desde que dado os créditos ao autor, com menção ao: Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - http://www.respostatecnica.org.br

Para os termos desta licença, visite: http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/

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DOSSIÊ TÉCNICO

2 2012 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT

Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3 2 COMPOSIÇÃO DO FRUTO ............................................................................................. 3 3 CONSTITUIÇÃO DAS FIBRAS VEGETAIS ..................................................................... 4 4 PROCESSO DE EXTRAÇÃO DAS FIBRAS .................................................................... 5 5 APLICAÇÃO DAS FIBRAS .............................................................................................. 7

5.1 Fibra da casca do coco verde como substrato agr ícola ........................................... 7

5.2 Embalagem de fibra de coco ....................................................................................... 8

5.3 Adição de fibra de coco em concreto não estrutu ral ................................................ 9

5.4 Uso de fibras de coco em compósitos ....................................................................... 9

5.5 Adição de fibras de coco em misturas asfálticas ...................................................... 11

5.6 Mantas de fibra de coco .............................................................................................. 12

5.7 Objetos para jardinagem ............................................................................................. 13

5.8 Chapas de fibra de coco .............................................................................................. 14

5.9 Produção de gabinetes ecológicos de computadore s .............................................. 15

5.10 Banco de automóveis ................................................................................................ 16

5.11 Obtenção de papel ..................................................................................................... 18

5.12 Produção de enzimas ................................................................................................ 18

5.13 Complementação alimentar animal .......................................................................... 18

5.14 Fabricação de cordas, vassouras e capachos ......................................................... 19

5.15 Suporte para biofilme em sistema de tratamento de efluente ................................ 20

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .............................................................................. 20 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 21

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DOSSIÊ TÉCNICO

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Conteúdo 1 INTRODUÇÃO

O coqueiro (Cocos nucifera L.) é uma planta comum da região litorânea do Nordeste, entretanto, pode ser cultivado em outras regiões de clima tropical caracterizado por uma temperatura acima de 220C, com elevada umidade e chuvas sazonais. Para que haja um bom desenvolvimento da planta, além do clima, o solo deve ser leve, profundo, permeável e arejado (PORTAL SÃO FRANCISCO, [200-?]).

As cascas do coco verde correspondem a 80% do peso bruto do fruto. O Brasil produz cerca de 8,1 bilhões de unidades de coco e este material vem sendo disposto em aterros e lixões, provocando um enorme problema aos serviços municipais de coleta de lixo devido ao seu grande volume. O meio ambiente leva de 8 a 12 anos para decompor o coco. O desenvolvimento de alternativas de aproveitamento da casca de coco verde possibilita reduzir a quantidade de resíduos sólidos nos aterros sanitários, além de proporcionar uma nova opção de rendimento (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007; CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

Com a grande expansão da produção de coco, a garantia da disponibilidade de matéria-prima aumentou, possibilitando a fabricação dos mais variados produtos. Segundo informações do Grupo de Coco do Vale, a área plantada no país, somente com o coco anão, destinado à produção de água-de-coco, aumentou cerca de 57 mil hectares, dos quais cerca de 33 mil encontram-se no Nordeste do Brasil (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007; CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

Analisando o comportamento histórico do coco verde no mercado observa-se um expressivo crescimento dos plantios nos últimos cinco anos, contudo, ao contrário das cascas de coco seco, grande parte do coco verde ainda é descartado como resíduo, cerca de sete mil toneladas de fibra são beneficiadas, enquanto dois milhões de toneladas de coco são produzidas anualmente. O processo de coleta da casca ocorre nos próprios locais de venda de água de coco, descartando-se aquelas de coloração marrom, por apresentarem dificuldade no processamento (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007; CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

As fibras de coco se destacam por apresentarem alta disponibilidade no país, baixo custo e propriedades físico-químicas adequadas à confecção de diversos produtos como cordas, escovas, tapetes, estofamentos automotivos, reforço em compósitos, entre outros (DUARTE; IMAI; NII, 2009).

Um coco fornece cerca de 70 gramas de fibra, sendo que, do processo de desfibramento, somente 25% da casca é revertida em fibras multidimensionais aproveitáveis, o restante é formado principalmente por fibras de comprimento reduzido e pó de coco que têm sido utilizados experimentalmente como adubo (DUARTE; IMAI; NII, 2009).

2 COMPOSIÇÃO DO FRUTO

O coco, fruto formado a partir de uma semente chamada drupa, é constituído basicamente por um epicarpo, que consiste em uma camada externa fina e lisa que forma a sua casca; mesocarpo, camada intermediária fibrosa de onde obtém-se a fibra; endocarpo, uma camada lenhosa e dura e a castanha chamada de albúmem sólido, que é a parte do fruto de maior valor comercial, além da água de coco. O fruto chega a alcançar o peso médio de 3 a 4 Kg e a quantidade de água diminui à medida que o coco amadurece (PORTAL SÃO FRANCISCO [200-?]; FAGURY, 2005).

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Figura 1 – Partes do coco Fonte: (PASSOS, 2005)

3 CONSTITUIÇÃO DAS FIBRAS VEGETAIS

A fibra de coco extraída do mesocarpo, parte espessa fibrosa do fruto (FIG. 2) apresenta uma elasticidade superior a outras fibras vegetais, além de uma elevada capacidade de resistir à umidade e a altas variações nas condições climáticas. É constituída de materiais lignocelulósicos, sendo suas principais características a baixa densidade, a boa flexibilidade no processamento e a facilidade de modificação perante agentes químicos, além de fonte de recursos renováveis, biodegradáveis e não abrasivos (PANNIRSELVAM et al., 2005; VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

Figura 2 – Mesocarpo fibroso

Fonte: (DUARTE; IMAI; NII, 2009)

Quanto à sua composição, as fibras são formadas basicamente de celulose, hemicelulose, lignina, pectina e minerais. A celulose é o principal constituinte estruturante, sendo um polissacarídeo linear de alto peso molecular formado principalmente de glicose, responsável pela estabilidade e resistência das fibras. A hemicelulose é um polissacarídeo formado pela

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polimerização de vários açúcares (glicose, xilose, galactose, arabinose e manose), atua como ligante entre a celulose e a lignina (PASSOS, 2005).

A lignina é um polímero complexo responsável pela formação da parede celular. Sua concentração nas fibras influencia na estrutura, na morfologia, na flexibilidade e taxa de hidrólise. Fibras com alto teor de lignina são de excelente qualidade e alta flexibilidade (PASSOS, 2005).

A pectina, um polissacarídeo com função aglutinante, é um dos constituintes da parede celular. Já os componentes minerais são os responsáveis pela formação das cinzas após a incineração das fibras (PASSOS, 2005).

As fibras das cascas de coco possuem uma quantidade menor de celulose, contudo, o percentual de lignina é grande, cerca de duas a quatro vezes maiores que os valores existentes nas fibras de juta e sisal, tornando-a extremamente vantajosas frente às outras fibras. O teor de lignina nas fibras varia em função da idade do fruto, girando entre 20% nas fibras de coco jovem e de aproximadamente 35% no fruto maduro (PASSOS, 2005).

As principais características a serem avaliadas nas fibras são: qual tipo de celulose está presente (cada tipo de celulose tem a sua geometria e a geometria das células influencia nas propriedades físicas); qual é a idade da fibra; qual é a relação entre as quantidades de celulose, hemicelulose e lignina e, finalmente, qual é o nível de cristalização das fibrilas que formam as fibras. As propriedades mecânicas das fibras de coco estão descritas no Quadro 1.

Comprimento da fibra 15 a 33 cm Diâmetro da fibra 0,05 a 0,4 mm Cor Marrom claro a escuro Toque Áspero, duro Alongamento Muito alto Densidade Muito baixa Higroscopicidade Tolerância de 13% Lignificação Forte Tingibilidade Boa

Quadro 1 – Características mecânicas da fibra de coco Fonte: Adaptado de (CLAUS, [200-?])

4 PROCESSO DE EXTRAÇÃO DAS FIBRAS

O processo convencional de extração das fibras ocorre de duas formas: por maceração ou desfibramento mecânico. A maceração é realizada nas fibras de coco verde, enquanto o desfibramento mecânico ocorre nas fibras de coco seco.

A maceração é um processo de origem biológica, no qual as cascas de coco são imersas em água por um período de 4 a 12 semanas para que ocorra uma fermentação anaeróbia espontânea da matéria vegetal, auxiliando a liberação dos feixes fibrosos. Esta variação de tempo depende de fatores químicos e físicos como pH e temperatura da água (DUARTE; IMAI; NII, 2009; PANNIRSELVAM et al., 2005).

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Figura 3 – Tanque de maceração

Fonte: (CALDSTEEL EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS, [200-?])

Depois de maceradas, as cascas seguem para o desfibramento, onde ocorre a separação da parte celulósica (fibra) da semicelulósica (pó). Este processo resulta em cerca de 25% de fibras aproveitáveis e 75% de pó (CLAUS, [200-?]; DUARTE; IMAI; NII, 2009).

Após o desfibramento, as fibras devem ser lavadas em água corrente para a remoção parcial da lignina. Então, seguem para a secagem que pode ser feita ao sol ou em estufas, são separadas através de peneiramento (longas ou curtas) (CLAUS, [200-?]).

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), unidade Agroindústria Tropical, juntamente com a metalúrgica Fortalmag desenvolveram um equipamento conjunto para a obtenção do pó e fibra da casca de coco verde. A produção é realizada basicamente em três etapas (ROSA, [200-?]):

• A trituração onde a casca de coco é cortada e triturada por um rolo de facas fixas;

• A prensagem é realizada para eliminar a alta concentração de sais tóxicos para o cultivo das diversas espécies vegetais. A eficiência desta etapa é de importância fundamental para a seleção do material na etapa seguinte e também para a adequação do nível de salinidade do pó obtido no processamento;

• Na seleção, as fibras são separadas do pó na máquina selecionadora que é equipada com um rolo de facas fixas e uma chapa perfurada. O material é turbilhonado ao longo do eixo da máquina, o que faz com que o pó caia pela chapa perfurada e a fibra saia no fim do percurso (FIG. 4).

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Figura 4 – Desfibrador de fibra de coco produzido pela Embrapa

Fonte: (ROSA, [200-?])

5 APLICAÇÃO DAS FIBRAS

As fibras de coco são utilizadas na fabricação de tapetes e capachos, pois têm alta durabilidade, maior retenção da sujeira, além de fungicida natural; em cordame especial para navios, devido a sua resistência à água do mar; em escovas e vassouras; como enchimento de almofadas; na fabricação de madeira prensada; mantas para reflorestamento; suporte para biofilme, entre outras (CLAUS, [200-?])

5.1 Fibra da casca do coco verde como substrato agr ícola

A fibra da casca de coco verde tem sido utilizada na preparação de substratos para cultivo de mudas de hortaliças. Para isto, as fibras devem passar por um processo de compostagem (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

Após o desfibramento, já descrito anteriormente, as fibras são separadas e lavadas em água corrente de boa qualidade, para diminuir o teor de substâncias tóxicas como o tanino, cloreto de potássio e sódio. Em seguida, passam por uma secagem ao sol, onde sua umidade é reduzida para uma faixa de 15 a 20%, pois o teor de umidade influencia no tamanho das partículas finais de substrato (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

Para obter-se um bom substrato é necessário que o cumprimento das fibras seja pequeno, portanto, deve-se diminuir o tamanho das fibras, o que consequentemente aumenta a capacidade de retenção de umidade e nutrientes. A unidade da Embrapa Hortaliças tem obtido bons resultados utilizando trituradoras e peneiras com furos de 3 mm ou 4 mm de diâmetro para o cultivo sem solo, entretanto, para a produção de mudas é recomendável substrato com granulometria ainda menor (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

Para produção de um substrato a base de fibra de coco de qualidade, com o intuito de produzir mudas, é necessário adicionar adubos de acordo com as necessidades da espécie a ser cultivada, pois a fibra não possui os nutrientes suficientes (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

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As principais características para um bom substrato são, entre outras, uma porosidade acima de 85%, a capacidade de aeração entre 10 e 30% e facilidade na assimilação de água de 20 a 30%. Já as propriedades físico-químicas da fibra de coco dependem do processamento e da casca, entretanto, estima-se que a porosidade média é cerca de 95% a capacidade média de aeração 45,5% e a facilidade na assimilação de água 19,8%. Conferindo ao substrato com fibra de coco uma boa qualidade (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

Segundo Carrijo, Liz e Makishima (2002), o cultivo de hortaliças sem o uso do solo com substrato de fibra de coco apresentou excelente resultado devido a sua baixa degradação mediante a intensa aplicação de água e fertilizantes. Quando comparado a outros sete tipos de substratos, este apresentou uma pequena superioridade.

Para que a utilização do substrato de fibra de coco seja eficiente no plantio de mudas é necessário um processo de compostagem. A maneira de preparar o substrato é descrita a seguir.

Para 3 partes de fibra de coco deve-se adicionar uma parte de cama de aviário e mais 2 kg/m3 de fosfato, deixando em compostagem por 60 dias e revirando o conteúdo a cada 15 dias. O armazenamento deve ser em local limpo, seco e coberto (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, [200-?]).

Figura 5 – Substrato de fibra de coco

Fonte: (PROJETO COCO VIVO, 2011)

5.2 Embalagem de fibra de coco

Chamados de “coco bag” são sacos feitos com fibra de coco para armazenamento de substrato e germinação de mudas, substituindo os tradicionais sacos de plástico (FIG. 6). Suas principais características são (ENGEPLAS, [200-?]):

• eliminação do lixo residual, devido a degradação do saco após um tempo;

• produto reciclável e biodegradável;

• expansão do saco quando adicionado água.

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Figura 6 – Sacos de fibra de coco

Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

5.3 Adição de fibra de coco em concreto não estrutu ral

Diversos estudos sobre adição de fibras em concreto com intuito de melhoramento das propriedades do concreto convencional foram realizados entre eles a adição da fibra de coco (BENTO et al., 2008).

Ensaios laboratoriais foram realizados para avaliar as vantagens e desvantagens para a utilização do concreto acrescido de fibras de coco. Para a analise utilizou-se duas composições de concreto. A primeira havia brita, areia, cimento, água e fibra de coco. A segunda não possuía a fibra. Foram feitos corpos de provas das duas amostras de concreto submetendo-as a testes de tração e compressão para então compara-los (BENTO et al., 2008).

O concreto composto com a fibra de coco apresentou resultado satisfatório apenas para a aplicação não estrutural onde não sofre grandes solicitações, pois a degradação da fibra em relação ao tempo não permite que ele suporte grandes esforços tanto de compressão como tração. Entretanto ele apresentou boa propriedade de vedação devido ao baixo módulo de elasticidade, além de isolamento acústico e térmico (BENTO et al., 2008).

5.4 Uso de fibras de coco em compósitos

O desenvolvimento de novos materiais com adição de fibras vegetais tem sido pesquisado e utilizado para substituição da fibra de vidro em compósitos poliméricos, com intuito de reduzir a quantidade destas fontes não renováveis. Com o advento desta tecnologia, os compósitos reforçados com fibra de coco, sisal e juta estão competindo com os plásticos reforçados com fibra de vidro (PASSOS, 2005).

As vantagens apresentadas pelos compósitos a base de fibras quando comparadas a outros materiais sintéticos são (PANNIRSELVAM et al., 2005):

• Altas propriedades mecânicas específicas;

• Biodegradabilidade e reciclabilidade;

• Baixa densidade e não-abrasividade;

• Baixo consumo de energia e custo de produção;

• Oferta de empregos rurais;

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• Resistência a temperaturas (até 2000C) altas sem perda significativa das suas propriedades.

As propriedades das fibras podem ser alteradas pela modificação química, o que permite um crescimento do seu potencial em aplicação tecnológica. A modificação química convencional consiste na reação de esterificação, copolimerização superficial, onde a superfície da fibra lignocelulósica pode ser alterada pelas ligações de ramificação com monômeros vinílicos e a ativação por plasma, onde um gás ionizado modifica as propriedades da fibra de acordo com sua natureza (PANNIRSELVAM et al., 2005).

A utilização de fibras vegetais em compósitos de fibrocimento também tem sido estudada para substituição do asbesto, um mineral com propriedade carcinogênicas, proibido em diversos países, que provoca asbestose, uma doença respiratória que ocorre devido ao acúmulo de fragmentos deste material nos pulmões (PASSOS, 2005; TELHA..., [200-?]).

O novo produto foi desenvolvido a partir de uma mistura de cimento, resíduos siderúrgicos, fibras vegetais (de bananeira, sisal, coco, eucalipto ou outras plantas) e sintéticas. Seu nome técnico é fibrocimento vegetal (TELHA..., [200-?]).

Ensaios mecânicos de tração, testes físicos de permeabilidade, densidade e absorção de água comprovaram a eficiência do produto em substituição ao fibrocimento tradicional, além de apresentar algumas vantagens, entre elas, a maior capacidade de isolamento térmico, leveza e durabilidade equivalente ao fibrocimento com asbesto. Entretanto, sua maior vantagem é que não oferece riscos à saúde (TELHA..., [200-?]).

Outra possibilidade é a produção de compósitos com celulose de papel usado e fibras de coco para a utilização em coberturas de edificações, substituindo os compósitos tradicionais (PASSOS, 2005).

O processo desenvolvido consistiu na mistura de água, papel e fibra de coco em um refinador sob agitação, transformando estes componentes em uma massa que foi transferida para um equipamento chamado desaguadouro, para formação de placas e eliminação do excesso de água. Seguindo para secagem em estufa a uma temperatura de 70°C, então foram prensadas a frio e aparadas para o processo de impermeabilização com cimento asfáltico (CAP 20) a 180ºC por 2 horas. O resultado pode ser observado na Figura 7 (PASSOS, 2005).

Figura 7 – (a) placa de compósito com papel e fibra de coco (b) telha do compósito impermeabilizada

Fonte: (PASSOS, 2005)

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5.5 Adição de fibras de coco em misturas asfálticas

Com o aumento do volume de tráfego e da carga dos veículos nas rodovias, a preocupação em desenvolver pavimentos de alta durabilidade e segurança que atendam os requisitos de custo e beneficio é cada vez mais importante, pois este é um fator que exerce forte influência na escolha do revestimento (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

A utilização de uma camada de rolamento com misturas asfálticas mais resistentes e duráveis tem sido uma alternativa para a redução de custos de manutenção e operação das vias. Como resposta das pesquisas, obteve-se uma mistura de graduação descontínua chamada SMA. Esse tipo de mistura asfáltica tem sido muito utilizado na Alemanha, Bélgica, nos Estados Unidos e no Canadá. Sua aplicação tem sido realizada principalmente em vias de tráfego intenso, pesado e aeroportos (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

A mistura SMA é um concreto asfáltico usinado a quente de alto desempenho estrutural e funcional, é utilizado como camada de aderência em pista molhada, na diminuição efetiva do borrifo de água pelos pneus, na redução da reflexão das luzes de faróis em noites chuvosas, e na redução de ruídos nas áreas lindeiras à via. A espessura de aplicação varia entre 1,5 a 7,0 cm, dependendo da faixa granulométrica. A formação de pequenos canais devido a sua macrotextura promove uma drenagem superficial bastante eficiente (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

A composição da mistura SMA consiste basicamente em uma elevada quantidade de agregados graúdos (entre 70 a 80%) preenchidos por um ligante asfáltico (6 a 7%) e fibras, que penetram nos espaços vazios formando o revestimento (FIG. 8). Este ligante aumenta o contato entre os grãos, formando um revestimento asfáltico resistente e impermeável com um volume de espaços vazios menor que 4% (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

Figura 8 – Mistura asfáltica SMA

Fonte: (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007)

As principais fibras utilizadas na Europa e na América do Norte são as de celulose e minerais. As fibras de celulose apresentam vantagens em relação às minerais, devido ao fato de serem produzidas a partir de fontes renováveis (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

No Brasil, devido a grande quantidade de coco produzida, a pesquisa utilizou a fibra deste fruto para avaliar sua aplicabilidade quando incorporada ao revestimento em substituição a celulose. A percentagem de fibra adicionada ao revestimento asfáltico varia entre 0,3 a 0,4%, apesar das fibras não exercerem influencia no desempenho da mistura após a compactação. Quando adicionada ela forma uma película ao redor do granulado retardando a oxidação, a penetração de umidade e a sua separação e, consequentemente,

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aumentando a resistência ao desgaste do concreto asfáltico produzido (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

Foram realizados ensaios de resistência à tração, a fadiga, de escorrimento e resistência à tração retida por umidade induzida. Os valores encontrados foram comparados ao revestimento com a fibra de celulose. A fibra de coco apresentou boa eficiência com relação ao escorrimento, contudo apresentou dificuldade de trabalhabilidade devido ao seu comprimento, o que levou a concluir que ela não pode ultrapassar 20 mm de comprimento. Quanto à resistência a tração, o revestimento apresentou resultados satisfatórios, entretanto, nas análises de fadiga, os resultados foram equivalentes tanto com as fibras de celulose e coco como sem a presença delas (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

5.6 Mantas de fibra de coco

A utilização de fibra de coco para fabricação de mantas para proteção de encostas, recuperação de áreas desmatadas ou devastadas pela mineração, contra erosão do solo, sementeira, filtros industriais, porta-copos, jogo americano, entre outros, tem se desenvolvido cada vez mais (POEMATEC, [200-?]).

O processo de obtenção das fibras e o mesmo descrito anteriormente, a tecelagem da manta é à base de fibra, látex e tanino, um fungicida natural. As mantas de fibra de coco podem ser fofas ou prensadas, possuem várias gramaturas, sendo utilizadas em uma série de finalidades (POEMATEC, [200-?]).

Figura 9 – Equipamento para fabricação de manta

Fonte: (POEMATEC, [200-?])

As mantas de fibra de coco são ideais para o controle de erosão, formação de taludes para contenção de encostas e assoreamento na beira de rios, canais e córregos, revegetação em estradas, paisagismo de parques urbanos e urbanização de jardins (ENGEPLAS, [200-?]).

Também podem ser incorporadas a sementeiras para germinação e para enraizamento de várias espécies, evita o crescimento de mato e ervas daninhas, auxilia na retenção de adubos, água e nutrientes no solo (ENGEPLAS, [200-?]).

Suas características diferenciadas atendem a processos erosivos específicos, sendo adaptáveis a diferentes locais e finalidades. Algumas vantagens da sua utilização são degradação programável e adição de matérias orgânicas e nutrientes ao solo (ENGEPLAS, [200-?]).

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Figura 10 – Manta para contenção de encostas

Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

Outra variedade de manta de fibra são as semiprensadas, chamadas de mantas fofas, utilizadas como antirruído para aplicação em veículos ou máquinas, filtros de contenção de material particulado (poeira, tintas, etc.), decorações, tapetes, cortinas e palmilhas (ENGEPLAS, [200-?]).

Figura 11 – Manta semi-prensada

Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

5.7 Objetos para jardinagem

O uso da fibra de coco na confecção de produtos para jardinagem tem se difundido devido ao fato da fibra ser antifungo e possuir propriedades semelhantes às do xaxim, que em razão de sua quase extinção tem extração controlada. Sua homogeneidade e capacidade de absorção faz dos vasos de fibra um excelente retentor de água, auxiliando na hidratação e aeração das plantas (VASOS..., 2009; POEMATEC, [200-?]).

Para o processo de fabricação de vasos e peças de jardinagem são utilizadas as fibras curtas, geralmente desprezadas na fabricação de pinceis, o que faz a atividade muito lucrativa, desde que fornecedores garantam a produção (VASOS..., 2009).

As principais características dos vasos de fibra de coco são (SILVA et al., 2003):

• Contribuir para o enraizamento e crescimento das plantas;

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• Absorver umidade;

• Perspirante;

• Alta durabilidade;

• Fungicida natural;

• Maleável;

• Leve.

Para a fabricação de vasos de coco deve-se seguir as etapas de moagem, onde a casca do coco é moída formando um granulado bem próximo ao pó; aglutinação onde um látex é misturado a fibra (relação em peso é de 30% de látex para 70% de coco), para então ser prensado e moldado; em seguida, vulcanizado em estufas durante 1 hora e meia a uma temperatura de 70ºC (VASOS..., 2009).

Figura 12 – Produtos para jardinagem

Fonte: (CLAUS, [200-?])

5.8 Chapas de fibra de coco

A confecção de chapas usando fibras de coco e resinas como aglutinante, com a finalidade de isolamento acústico e térmico, tem ganho mercado devido ao custo e a sustentabilidade do produto. O isolamento acústico é uma das utilidades mais nobres da fibra de coco. A elevada quantidade de lignina produz placas rígidas que absorvem as baixas frequências, reduzindo substancialmente os níveis sonoros, quer seja por impacto ou aéreos, tornando o material um excelente isolante. Sua utilização em conjunto com a cortiça apresenta um dos melhores índices de isolamento acústico (SILVA et al., 2003).

A confecção de painéis acústicos a partir da fibra de coco atende às exigências técnicas quanto ao controle da qualidade, equiparando-se com os materiais disponíveis no mercado, inclusive com baixo custo para sua aquisição (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

Estas placas de fibra possuem resistência inferior à madeira, entretanto, sua capacidade de isolamento térmico representa um alto ganho energético com refrigeração, principalmente em países de clima tropical. Sua aplicação em paredes e tetos é recomendada nestas regiões (PASSOS, 2005).

Dentro desta concepção, diversos produtos foram introduzidos no mercado com as mais variadas finalidades.

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A utilização de fibras de coco aglomeradas com látex natural e acoplada com plástico e tecido não tecido (TNT) como revestimento para piso possui grandes vantagens, além da sustentabilidade (FIG. 13). A utilização deste piso reduz em torno de 20% os ruídos quando comparados aos demais e isola o frio e umidade devido a sua camada de plástico (ENGEPLAS, [200-?]).

Figura 13 – Piso de fibra de coco

Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

Utilizadas na construção civil como pisos, forros e paredes, as placas são aglomeradas com látex natural e resina acrílica (FIG. 14). Funcionam como antirruído, junta de dilatação e isolante térmico. Suas principais características são redução de ruído e isolamento térmico de 20%, fácil aplicação, possuem várias densidades e espessuras (ENGEPLAS, [200-?]).

Figura 14 – Placa de fibra de coco

Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

5.9 Produção de gabinetes ecológicos de computadore s

A substituição de placas convencionais dos gabinetes de computadores por placas de compósitos a base de fibra de coco foi avaliada para possível produção de gabinetes ecológicos. O projeto visou substituir as duas placas laterais e a placa superior, mantendo os demais componentes originais (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

Inicialmente, a casca do coco foi fatiada uniformemente com espessuras de 2 a 3 mm, seguindo para um tratamento químico onde as fatia foram expostas à uma substância oxidante para então serem prensadas. A prensa foi idealizada de forma a possibilitar uma redução da espessura da lâmina processada através de dois rolos em inox (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

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A seguir, as fibras foram levadas à estufa a temperatura em torno de 120ºC para ser desidratadas por um período de duas horas. Este valor de temperatura foi determinado de modo experimental para que a taxa de evaporação não modifique as suas propriedades mecânicas (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

A remoção total da umidade foi feita em micro-ondas com potência de 40 Watts em intervalos de 2,5 minutos, onde a fibra foi pesada e aquecida até que não houvesse mais alteração na sua massa. Então, iniciou-se a moagem em moinho de bolas pelo período de uma hora e meia para redução do tamanho da fibra de coco, propiciando uma mistura mais homogênea para produzir um compósito com maiores propriedades mecânicas (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

As fibras moídas foram separadas em peneiras vibratórias e então coloridas com anilina diluída em álcool, ou por fervura em corantes diluídos em agua. A granulometria das fibras escolhidas para o compósito era de 40 mesh, para esta escolha foram realizados testes experimentais com pequenos corpos de prova com vários comprimentos de fibras (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

Para confecção das placas foram construídas molduras nos tamanhos correspondentes às placas originais do computador. As placas fabricadas foram compostas de resina, fibra de coco e iniciador, responsável pelo endurecimento da resina. Durante os ensaios, algumas placas apresentaram defeitos como empeno, trincas e bolhas devido a quantidade de iniciador. Após vários testes, definiu-se que o valor ideal de iniciador para composição das placas é de 0,8% mássico (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

O processo de fabricação das placas consistiu em cinco etapas (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009):

• Aplicação de desmoldante nas matrizes para auxiliar na retirada do compósito;

• Adição do iniciador na resina e despejo sobre a matriz;

• Distribuição das fibras uniformemente sobre a lâmina de resina;

• Recobrimento da camada de fibra com a resina já preparada;

• Desinformação das placas após a cura do compósito.

Finalizado o processo, o gabinete apresentou design agradável e satisfatório, pois o projeto focou apenas o aspecto visual do compósito. O objetivo do trabalho que era o reaproveitamento de um produto abundante e pouco utilizado foi alcançado, de forma sustentável e ecologicamente correta (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009) .

5.10 Banco de automóveis

A utilização de fibra de coco na composição de assentos para automóveis teve inicio com a Mercedes-Benz em 1994, com a fabricação de encostos de cabeça para os caminhões. A partir de 1999 a fibra passou a ser utilizada na composição dos assentos dianteiros do modelo Classe A. Hoje, diversas fábricas europeias utilizam o estofamento de fibra de coco (FIG. 15) (CLAUS, [200-?]).

Comparando os assentos fabricados com fibra de coco e os de espuma derivada de petróleo, considera-se a fibra superior à espuma devido a condensação do vapor do corpo que a espuma provoca, enquanto que a fibra permite a aeração, evitando assim o incômodo do suor (ENGEPLAS, [200-?]).

Algumas vantagens da fibra de coco em relação às espumas de poliuretano, que geralmente são usadas nos estofamentos, estão descritas a seguir (ENGEPLAS, [200-?]):

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• Permite troca de calor com o ambiente;

• Fabricado com produtos naturais de fontes renováveis;

• Contém tanino, um fungicida natural;

• Resistente a impactos;

• Maior conforto devido a possibilidade de ter várias densidades em uma mesma peça;

• Biodegradável e reciclável;

• Alta resistência;

• São retardantes de chama;

• Não tem odor;

• Mais durável que os materiais similares.

Figura 15 – Bancos de automóveis com fibra de coco

Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

Salazar e Leão ([200-?]) pesquisaram a qualidade dos assentos de fibra de coco utilizados em automóveis, comparando-os aos de poliuretano. Para as análises de teste de qualidade e vida útil desenvolveu-se um equipamento que realiza simultaneamente a compressão e torção do material com o objetivo de simular as condições de uso.

A simulação do envelhecimento foi feita por aquecimento em estufa com circulação de ar por um período de 7, 30 e 45 dias, com temperatura entre 70 e 750C. Os testes foram realizados tomando por base que o usuário utilize o assento pelo menos 10 vezes ao dia. Estabelecendo-se assim 4000 ciclos no ano, como fator de segurança, foram realizados 5000 ciclos no teste. Cada ciclo corresponde a uma torção e uma compressão. Após os ciclos fez-se a medida para avaliar a deformação (SALAZAR; LEÃO, 2000).

Com base nos testes de comparação concluiu-se que todas as amostras com fibra de coco apresentaram deformação superior a da espuma, independente das condições de envelhecimento e umidade (SALAZAR; LEÃO, 2000).

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5.11 Obtenção de papel

A preocupação em encontrar alternativas sustentáveis para a fabricação de papel e evitar o desflorestamento tem incentivado o resgate dos processos de fabricação a partir de resíduos agrícolas (SENHORAS, [2004]).

Diante dessa preocupação, a utilização da casca do coco verde para substituição da madeira é uma possibilidade visto que, dentro dos padrões industriais, a casca de coco é considerada um material vegetal apto para a produção de papel, pois possui 33% de celulose em sua composição (SENHORAS, [2004]).

O engenheiro Fred Albán desenvolveu uma pesquisa para a produção de papel com fibras de coco mescladas à de pinheiros e eucaliptos comumente utilizadas na produção de papel. Segundo ele, esta mescla é necessária, pois as fibras de coco não são suficientemente compridas para obter um papel flexível e resistente (SENHORAS, [2004]).

A utilização da fibra de coco reduz a quantidade dos outros materiais, diminuindo tempo de corte das árvores e área de plantio. Entretanto, existem limitações quanto ao planejamento e a gestão logística, é necessária uma integração entre a indústria de papel e celulose e a cadeia agroindustrial do coco verde (SENHORAS, [2004]).

O projeto programa Pobreza e Meio Ambiente da Amazônia (POEMA) desenvolveu diversos processos para o auxilio da população pobre da Amazônia, entre ele a fabricação do Amazon Paper, um papel produzido a partir de técnicas orientais e conhecimentos dos ancestrais amazônicos, 100% natural (CLAUS, [200-?]).

A produção do papel consiste na seleção das fibras para eliminar os possíveis nós formados durante a sua extração, seguindo para o corte e fervura. Durante este período, as fibras podem ou não receber corantes. Após a fervura, as fibras seguem para a bateção onde são agitadas até se transformarem em uma pasta. Finalizada esta etapa, a pasta é colocada em placas teladas e seguem para tanques com água onde, por movimentos alternados, se transformam no papel que é prensado para a remoção do excesso de água (CLAUS, [200-?]).

5.12 Produção de enzimas

Uma boa alternativa para a casca de coco verde é a utilização em processos fermentativos, com a produção de enzimas. Assim como os demais rejeitos agroindustriais, a fibra de coco verde contém grande quantidade de compostos como celulose, hemicelulose e pectina que funcionam como indutores na produção de enzimas extracelulares, como as celulases, xilanases, pectinases e outras, sendo adequada para o desenvolvimento microbiano sem que haja necessidade de grandes complementações nutricionais (SENHORAS, [2004]).

A inserção deste processo na fabricação de enzimas no Brasil é muito importante, sendo que o desenvolvimento da indústria de enzimas nacional é muito pequeno. A maioria das enzimas utilizadas é importada. É grande o interesse gerado por processos que envolvem tecnologia de baixo custo energético, com menor impacto ambiental e que utiliza matérias-primas renováveis, adequando-se ao reaproveitamento de subprodutos da agroindústria (SENHORAS, [2004]).

5.13 Complementação alimentar animal

A complentação alimentar para animais ruminantes durante os períodos de secas nas regiões áridas e semiáridas é uma difícil tarefa para os produtores rurais, sendo a utilização de subprodutos agropecuários, como as palhas, o bagaço de cana-de-açúcar e a fibra do coco verde uma alternativa satisfatória nesta época (SENHORAS, [2004]).

A alimentação animal não deve ser feita exclusivamente com a fibra de coco como ração, pois a baixa digestibilidade e pouca palatabilidade dificultam a ingestão voluntária, além de

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possuir quantidades insuficientes de minerais, energia e proteínas. Por isso, é necessário o acréscimo de outros complementos. Para melhorar o aproveitamento da fibra do coco verde é necessário um tratamento químico relativamente fácil barato e bastante acessível aos produtores (SENHORAS, [2004]).

5.14 Fabricação de vassouras, cordas e capachos

As fibras de coco podem ser usadas para a fabricação de cordas, capachos e vassouras. Para fabricação de cordas e vassouras são utilizadas as fibras curtas, o processo é simples e não exige pessoal especializado (SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE SANTA CATARINA, [200-?]).

A fabricação de vassouras segue as seguintes etapas:

• As fibras são amolecidas com água para evitar desfiamento durante o corte;

• É feito o corte das fibras em comprimentos próximos a 36 cm;

• Desembaraçamento das fibras com pente de ferro, para remoção de pedaços soltos;

• Separação e fixação dos molhos de fibra com arame;

• Fixação do suporte;

• Amarração dos molhos de fibras no suporte;

• Colocação de suporte para fixar a fibra ao fundo da peça;

• Apara da fibra para uniformizar o tamanho;

• Preparada a peça, ela é novamente desembaraçada e fixada ao cabo.

Até a Segunda Guerra Mundial, as cordas eram feitas de fibras naturais como cânhamo, linho, coco, sisal, com o surgimento das fibras sintéticas hoje existem diversos tipos de cordas para diferentes funções (NÓS..., 1999).

As cordas tradicionais são formadas de fibras torcidas, a grande maioria das cordas de fibras naturais possuem 3 cordões que são enrolados para a direita, geralmente as cordas enroladas para a esquerda possuem 4 cordões e são em média 10% mais fracas que as cordas com 3 cordões (NÓS..., 1999).

As fibras são enroladas para a direita, cada uma na direção oposta à anterior para formar o fio; os fios são reunidos e torcidos para formar os cordões; estes por sua vez são torcidos para formar a corda (FIG. 16) (NÓS..., 1999).

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Figura 16 – Processo de encordamento

Fonte: (NÓS..., 1999)

Algumas desvantagens das cordas naturais são facilidade de desgaste quando exposta ao sol e a produtos químicos, o inchamento quando em contato com água e a menor resistência devido ao fato das fibras naturais não serem contínuas como as sintéticas (NÓS..., 1999).

Os capachos de fibra de coco são resistentes ao tráfego podendo ser usados em encaixe de entradas, elevadores e escadas. Suas fibras funcionam como escovas que limpam e retêm a sujeira em até 70% deixando o ambiente mais limpo e um piso protegido. Geralmente, sua base é emborrachada e antiderrapante, tornando-o mais seguro, além de proteger as fibras, aumentando sua vida útil e mantendo-o livre da umidade (REAL TAPETES, [200-?]).

Algumas desvantagens do capacho de fibra natural em relação a fibra sintética é que ele não permite a pintura de boa qualidade e não pode ser lavado, devido ao elevado tempo de secagem (REAL TAPETES, [200-?]).

5.15 Suporte para biofilme em sistema de tratamento de efluente

Em busca de um método sustentável para minimizar os impactos causados pelos efluentes industriais realizou-se um estudo de sistema de tratamento biológico utilizando fibra de coco como suporte para a formação do biofilme. Estes tratamentos geram um menor custo e alta eficiência na redução da matéria orgânica.

Foram realizados testes em colunas de acrílico utilizando a fibra de coco como suporte. Estas colunas foram alimentadas com um efluente de esgoto contaminado artificialmente com cádmio. Análises de demanda química de oxigênio (DQO), demanda biológica de oxigênio (DBO) e microscopia eletrônica de varredura (MEV) demonstraram que a utilização da fibra apresentou desempenho satisfatório em relação a redução de DQO, DBO e cádmio (BEZERRA; RIZZO; AZEVEDO, 2008).

Conclusões e recomendações O aproveitamento da fibra de coco além de reduzir a quantidade de resíduos sólidos proporciona uma nova opção de rendimento. A alta disponibilidade, baixo custo e propriedades físico-químicas adequadas proporcionam a fabricação de diversos produtos como cordas, escovas, tapetes, estofamentos automotivos, reforço em compósitos, substratos, entre outros.

Na produção de substrato, sua longa durabilidade, inércia, abundância e baixo custo, as fibras de coco se tornaram ideal para cultivo de mudas de hortaliças e flores.

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A substituição de fibras sintéticas e minerais por fibras vegetais em compósitos poliméricos e de fibrocimento tornou-se bastante vantajosa, devido a sua biodegradabilidade e reciclabilidade, além de baixo consumo de energia e custo de produção.

A utilização de fibra de coco para fabricação de manta para proteção de encostas, recuperação de áreas desmatadas ou devastadas pela mineração, contra erosão do solo, sementeira, filtros industriais, porta-copos, jogo americano, entre outros, tem se desenvolvido cada vez mais.

O uso da fibra de coco na confecção de produtos de jardinagem tem se difundido devido ao fato da fibra ser antifungo e possuir propriedades semelhantes às do xaxim que, em razão de sua quase extinção, tem extração controlada. Além disso, os produtos de fibra de coco são absorvente, fungicida, leve, maleável e de alta durabilidade.

A confecção de chapas usando fibras de coco com a finalidade de isolamento acústico e térmico possui propriedades equivalentes aos materiais disponíveis no mercado.

A utilização de fibra de coco na composição de assentos para automóveis, além da sustentabilidade, possui vantagens como troca térmica com o ambiente, fungicida, não tem odor, entre outros.

A preocupação em diminuir o desmatamento tem desenvolvido novas alternativas para a fabricação de papel. A utilização de fibra de coco na fabricação de papel associada às fibras convencionais mostrou-se eficiente, produzindo um papel de qualidade e boa flexibilidade. A grande parte dos projetos e pesquisas desenvolvidos para a criação de novos produtos de custos mais baixos e de boa qualidade obtiveram bons resultados com uso dos princípios da conservação ambiental e do desenvolvimento para a sustentabilidade.

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