responsabilidade civil nas relaÇÕes de consumo

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FACULDADE DE DIREITO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO NAS RELAÇÕES DE CONSUMO Direito Civil V – Prof. Gago Renata Valera, Nayara Nancy, Camila Muniz, Fernanda Lemos, Vinicius Sala, Marília Melo e Bruno Amoroso

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RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

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Page 1: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

FACULDADE DE DIREITO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

RESPONSABILIDADE CIVIL RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMONAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Direito Civil V – Prof. Gago

Renata Valera, Nayara Nancy, Camila Muniz, Fernanda Lemos, Vinicius Sala, Marília Melo e Bruno Amoroso

Page 2: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

O QUE SERÁ ABORDADO

1. ASPECTOS GERAIS

2. RESPONSABILIDADE OBJETIVA

2.1. Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço2.2. Responsabilidade pelo vício do produto e do serviço

3. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA

4. EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE

Page 3: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

1

ASPECTOS GERAIS

Page 4: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

É o CDC que regula responsabilidade civil nas relações de consumo (e não o CC).

Page 5: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

O CDC protege o consumidor, parte vulnerável na relação de consumo, numa sociedade de produção e

de consumo em massa.

Page 6: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

sociedade massificada

Page 7: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

RELAÇÃO DE CONSUMO

Fornecedor Consumidor

Produtosou

Serviços

Page 8: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

ÂMBITO DE APLICAÇÃO DO CDC

Apenas relações de consumo!

Atividade do fornecedor

Relações de compra e venda entre particulares não

Page 9: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

REGRAS GERAIS

1. Responsabilidade objetiva

Não precisa

demonstrar culpa

Page 10: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Regras gerais

2. Solidariedade passiva dos fornecedores

Page 11: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Regras gerais

3. Inexistência de limite para indenização

Page 12: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Regras gerais4. Impossibilidade de excluir ou atenuar contratualmente

a indenização (cláusula abusiva – nula)

Page 13: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Regras gerais

5. Aplicação da desconsideração da personalidade jurídica

Page 14: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Regras gerais

6. Limitadas possibilidades de exclusão da responsabilidade

Art. 12, § 3º, CDC

Art. 14, § 3º, CDC

Page 15: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Regras gerais

7. Equiparação de todas as vítimas aos consumidores

Page 16: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Regras gerais

8. Indenização de danos morais + materiais

Page 17: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Regras gerais

9. Não pode denunciação da lide, pode chamamento ao processo

Titular do direito fica olhando os réus brigarem entre si

Réus brigam entre si para ver quem é que vai pagar o

consumidor

Denunciação da lide:

Page 18: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

2

RESPONSABILIDADEOBJETIVA

Page 19: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Pressupostos da Responsabilidade Objetiva

1. Dano

2. Conduta

3. Nexo de causalidade

Não precisa provar culpa!

Page 20: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

DANOCONDUTA

NEXO CAUSAL

Page 21: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Espécies de responsabilidade civil

objetiva no CDC

1. Responsabilidade pelo

FATO

do produto ou do serviço

2. Responsabilidade por

VÍCIOS

do produto ou do serviço

Page 22: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Fato e Vício

Formas distintas de problemas que podem atingir o consumidor, apresentados pelos

produtos ou serviços no mercado de consumo.

Page 23: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Page 24: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

RESPONSABILIDADE PELO FATO

DO PRODUTO E DO SERVIÇO

Page 25: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

FATODeriva de DANOS causados pelo produto ou serviço

Um acidente de consumo ocorre

quando um produto e/ou serviço

provoca dano físico/psíquico ao

usuário ou a terceiros mesmo

quando utilizado ou manuseado

corretamente, de acordo com as

instruções de uso.

Se a pessoa chegou a comer

causou dano (é fato do produto)

Page 26: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Modalidades de responsabilidade pelo fato

1

Fato do

PRODUTO

2

Fato do

SERVIÇO

Page 27: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

FATO DO PRODUTO

Art. 12 CDC

Conceito:

Defeitos de concepção (ou criação) Defeitos de produção (ou fabricação,

construção, montagem) Defeitos de informação (ou de

comercialização) - informações insuficientes ou inadequadas sobre a utilização e riscos

O defeito não é o defeito estético, mas o DEFEITO SUBSTANCIAL relacionado com a SEGURANÇA que dele legitimamente se espera

Page 28: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Fato do produtoDefeito relacionado com a segurança que dele legitimamente se espera

Destacou!!!

Page 29: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Page 30: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Page 31: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Responsabilidade dos fornecedores: Solidária, exceto:

Comerciante: Responsabilidade subsidiária

Art. 13 CDC - O comerciante só é responsabilizado quando:

O fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;

O produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; ou

Ele não conservar adequadamente os produtos perecíveis

Direito de regresso

Page 32: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

FATO DO SERVIÇO

Previsão legal: Art. 14 CDC

Conceito: Defeitos ...

relativos à prestação dos serviços relativos a informações insuficientes ou

inadequadas sobre sua fruição e riscos em razão de insegurança que não era

legitimamente esperada

Page 33: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
Page 34: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO

DO PRODUTO E DO SERVIÇO

Page 35: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

VÍCIONÃO CAUSA dano

Vícios são defeitos que não causam

dano

Se a pessoa NÃO chegou a comer

não causou dano (é vício do produto)

Page 36: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Modalidades de responsabilidade pelo vício

1

Vício do

PRODUTO

- Vícios de qualidade

- Vícios de quantidade

2

Vício do

SERVIÇO

- Vícios de qualidade

- Vícios de quantidade

Page 37: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

1. Vício do PRODUTO

Vícios de QUALIDADE

Art. 18 CDC

Vícios de QUANTIDADE

Art. 19 CDC

Page 38: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

1. Vício do PRODUTO

Vícios de QUALIDADE

- Produtos impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam (prazo de validade vencido; deteriorados, falsificados, nocivos à vida/saúde, perigosos...)

- Diminuam o valor do produto

- Disparidade entre o produto e a informação dada

Vícios de QUANTIDADE

Conteúdo líquido inferior às indicações (do recipiente, da

embalagem, da rotulagem ou de mensagem publicitária)

Page 39: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Não funcionou!Vício (de qualidade) do produto

Page 40: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Vício de quantidade do produto

Page 41: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

1. Vício do PRODUTO

Vícios de QUALIDADE

Prazo de 30 dias para fornecedor regularizar o vício (partes podem reduzir/ampliar, desde que não seja inferior a 7 nem superior a 180 dias).Esgotado o prazo de 30 dias sem que seja sanado o vício o consumidor pode exigir, alternativamente: - Substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso- Restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada + perdas e danos-Abatimento proporcional do preço

Vícios de QUANTIDADE

São alternativas à disposição do consumidor:- Abatimento proporcional do preço- Complementação do peso ou medida- Substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo- Restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada + perdas e danos

Page 42: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

2. Vício do SERVIÇO

Vícios de QUALIDADE

Art. 20 CDC

Vícios de QUANTIDADE

Page 43: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

2. Vício do SERVIÇO

Vícios de QUALIDADE

(I) Acarretam a inadequação ou impropriedade do serviço ao consumo a que se destinam

(II) Diminuam o valor do serviço

Vícios de QUANTIDADE

Disparidade com a oferta ou mensagem publicitária

Page 44: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Serviço mal feito

Page 45: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Serviço mal feito

Page 46: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Serviço mal feito

Page 47: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

2. Vício do SERVIÇOVícios de QUALIDADE

(I) - Reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível (pode ser por outro profissional, por conta e risco do fornecedor)(II) - Restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada + perdas e danos(III) - Abatimento proporcional do preço

Vícios de QUANTIDADE

As mesmas que se impõem aos vícios da qualidade

+ Possibilidade de

complementação do serviço

São alternativas à disposição do consumidor:

Page 48: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

3

RESPONSABILIDADESUBJETIVA

Page 49: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

Art. 14, § 4º, CDC

Profissionais liberais são responsabilizados mediante verificação de culpa

Somente ao fato do produto ou serviço (acidente de consumo)

Page 50: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

4

EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE

Page 51: RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO

TAXATIVIDADE (art. 12, § 3º e art. 14, § 3º)

INCIDÊNCIA:

Só fato: do produto (art. 12, § 3º) ou do serviço (art. 14, § 3º)

Vícios não (art. 23) – recaem as disposições do art. 18, § 1º; art. 19 e art. 20 do CDC

HIPÓTESES:

Defeito inexiste (sem nexo causal)

Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (não admite culpa concorrente)

Não prestou ou serviço ou não colocou o produto no mercado (sem nexo causal)

CASO FORTUITO / FORÇA MAIOR: Não está no rol do CDC mas a jurisprudência admite (pois rompe o nexo causal)