resolução comentada - unesp/2004 - curso objetivo · (j. j. da cunha azeredo coutinho. discurso...

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O O B B J J E E T T I I V V O O U U N N E E S S P P - - ( ( P P r r o o v v a a d d e e H H m m a a n n i i d d a a d d e e s s ) ) D D e e z z e e m m b b r r o o / / 2 2 0 0 0 0 3 3 A oposição entre gregos e bárbaros motivou explica- ções e reflexões de diversos autores no período clás- sico da Grécia antiga. Esta visão dualista do mundo influenciou os romanos, herdeiros culturais dos gre- gos. A partir destas informações, responda. a) Que povo “bárbaro” invadiu, em duas oportu- nidades, a península grega, sendo derrotado? b) Que relação é possível estabelecer entre a ocupa- ção da Europa pelos “bárbaros” germânicos e a for- mação do feudalismo? Resolução a) Os persas. b) A ocupação da Europa Ocidental pelos “bárbaros” germânicos acentuou o processo de ruralização que levaria ao feudalismo. Além disso, as instituições feudais da concessão do feudo e dos laços de suse- rania e vassalagem são de origem germânica. Um peso colossal de estupidez esmagou o espírito humano. A pavorosa aventura da Idade Média, essa interrupção de mil anos na História da civilização. (Ernest Renan. Reminiscências da infância e da mocidade, 1883.) a) Explique a origem, no Renascimento, do termo Idade Média. b) Forneça dois exemplos de natureza cultural que con- tradizem o juízo do autor sobre o período medieval. Resolução a) Para os humanistas da Renascença, a “Idade Média” corresponderia ao período de obscuran- tismo (ou “Idade das Trevas”) que se interpôs entre a Idade Antiga (ou Clássica) e a Idade Moderna (a época do Renascimento). b) A criação das universidades medievais e o pensa- mento pré-renascentista nas obras de Dante Alighieri, Giovanni Bocaccio e Francesco Petrarca. Podemos ainda acrescentar a arquitetura gótica e as chamadas “grandes invenções”. Compare os dois textos seguintes e responda. Em todos os lugares havia calma. Nenhum movimen- to, nem temor ou aparência de movimento no Reino havia que pudessem interromper ou se opor aos meus projetos. (Memórias de Luís XIV para o ano de 1661.) Para nos mantermos livres, cumpre-nos ficar incessan- 3 2 1 H H I I S S T T Ó Ó R R I I A A

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Page 1: Resolução Comentada - UNESP/2004 - Curso Objetivo · (J. J. da Cunha Azeredo Coutinho. Discurso sobre o estado atual das minas do Brasil, 1804.) a) Aponte uma das causas do declínio

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A oposição entre gregos e bárbaros motivou explica-ções e reflexões de diversos autores no período clás-sico da Grécia antiga. Esta visão dualista do mundoinfluenciou os romanos, herdeiros culturais dos gre-gos. A partir destas informações, responda.a) Que povo “bárbaro” invadiu, em duas oportu-

nidades, a península grega, sendo derrotado?b) Que relação é possível estabelecer entre a ocupa-

ção da Europa pelos “bárbaros” germânicos e a for-mação do feudalismo?

Resolução

a) Os persas.b) A ocupação da Europa Ocidental pelos “bárbaros”

germânicos acentuou o processo de ruralização quelevaria ao feudalismo. Além disso, as instituiçõesfeudais da concessão do feudo e dos laços de suse-rania e vassalagem são de origem germânica.

Um peso colossal de estupidez esmagou o espíritohumano. A pavorosa aventura da Idade Média, essainterrupção de mil anos na História da civilização.

(Ernest Renan. Reminiscências da infânciae da mocidade, 1883.)

a) Explique a origem, no Renascimento, do termoIdade Média.

b) Forneça dois exemplos de natureza cultural que con-tradizem o juízo do autor sobre o período medieval.

Resolução

a) Para os humanistas da Renascença, a “IdadeMédia” corresponderia ao período de obscuran-tismo (ou “Idade das Trevas”) que se interpôs entrea Idade Antiga (ou Clássica) e a Idade Moderna (aépoca do Renascimento).

b) A criação das universidades medievais e o pensa-mento pré-renascentista nas obras de DanteAlighieri, Giovanni Bocaccio e Francesco Petrarca.Podemos ainda acrescentar a arquitetura gótica e aschamadas “grandes invenções”.

Compare os dois textos seguintes e responda.Em todos os lugares havia calma. Nenhum movimen-to, nem temor ou aparência de movimento no Reinohavia que pudessem interromper ou se opor aos meusprojetos.

(Memórias de Luís XIV para o ano de 1661.)

Para nos mantermos livres, cumpre-nos ficar incessan-

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temente em guarda contra os que governam: a exces-siva tranqüilidade dos povos é sempre o pregoeiro desua servidão.

(J. P. Marat. As cadeias da escravidão, 1774.)

a) A que regime político predominante na IdadeModerna européia os dois textos, de formas dife-rentes, se referem?

b) O texto de Marat apresenta uma noção de cidadaniaelaborada pela reflexão política do Século das Luzes.De que forma a Revolução Francesa do século XVIIIfoi a expressão desta nova concepção política?

Resolução

a) Absolutismo monárquico (ou Antigo Regime).b) Através da participação efetiva da sociedade na polí-

tica e de sua resistência à opressão exercida peloEstado absolutista.

Os historiadores costumam distinguir a primeiraRevolução Industrial, ocorrida na Inglaterra no séculoXVIII, de uma segunda Revolução, datada do últimoquartel do século XIX.a) Estabeleça duas distinções entre a 1ª e a 2ª

Revolução Industrial.b) Aponte uma conseqüência política da 2ª Revolução

Industrial.Resolução

a) Utilização do ferro e carvão (e também do vapor) na1ª Revolução Industrial e do aço e petróleo (e tam-bém da eletricidade) na 2ª Revolução Industrial.

b) Consolidação dos Estados burgueses capitalistas ecriação de novos impérios coloniais (neocolonialis-mo).

Encontrando-se o Estado em situação de poder calcu-lar a eficiência (...) dos bens de capital a longo prazo ecom base nos interesses gerais da comunidade, espe-ro vê-lo assumir uma responsabilidade cada vez maiorna organização direta dos investimentos.

(J. M. Keynes. A Teoria Geral do Emprego,do Juro e da Moeda. 1936.)

O ponto de vista de Keynes opõe-se a uma teoria eco-nômica que predominou na política governamental dosEstados Unidos da América nos anos imediatamenteanteriores à crise de 1929. Baseando-se nestas infor-mações, responda.a) A que teoria econômica Keynes se opunha?b) Exemplifique, com duas medidas implementadas

pelo New Deal, o esforço do governo Rooseveltpara superar os efeitos sociais da crise econômicade 1929.

Resolução

a) Ao liberalismo.b) Investimentos estatais na construção civil para a

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geração de empregos e o Ato de Ajuste Agrícola(AAA). Outras medidas: abandono temporário dopadrão-ouro; leis trabalhistas, instituição do saláriomínimo, protecionismo alfandegário e repatriaçãodos capitais norte-americanos.

Parece-me cousa mui conveniente mandar Sua Altezaalgumas mulheres que lá têm pouco remédio de casa-mento a estas partes, ainda que fossem erradas, por-que casarão todas mui bem, com tanto que não sejamtais que de todo tenham perdido a vergonha a Deus eao mundo. E digo que todas casarão mui bem, porqueé terra muito grossa e larga (...) De maneira que logoas mulheres terão remédio de vida, e os homens[daqui] remediariam suas almas, e facilmente sepovoaria a terra.

(Manuel da Nóbrega. Carta do Brasil, 1549.)

Tendo como base a carta do padre Manuel da Nóbrega:a) dê uma característica da colonização portuguesa nos

seus primeiros tempos.b) por que o jesuíta considera que as mulheres que

viessem de Portugal teriam “remédio de vida” e oshomens residentes na colônia “remediariam suasalmas”?

Resolução

a) Necessidade de ocupar o litoral da Colônia, tantopara fins de exploração econômica como de defesa.Para tanto, seria preciso intensificar o povoamentoda terra pelos portugueses – até então reduzidos auma escassa população predominantemente mas-culina.

b) Para as mulheres de vida “errada” (prostitutas), ocasamento na Colônia “remediaria suas vidas”, ouseja, dar-lhes-ia respeitabilidade. Quanto aoshomens, o casamento com mulheres portuguesas,ratificado pela Igreja, “remediaria suas almas”, jáque deixariam de viver promiscuamente ou em con-cubinato com as mulheres indígenas.

As minas do Brasil se vão de dia em dia acabando,como mostra a experiência; muitas delas já não dãonem para as despesas; antigamente (...) tirava-se tantoque só a capitania das Minas Gerais pagava dos direi-tos dos quintos cem arroubas de ouro todos os anos.

(J. J. da Cunha Azeredo Coutinho. Discurso sobre oestado atual das minas do Brasil, 1804.)

a) Aponte uma das causas do declínio da produçãoaurífera na região das Minas Gerais na época emque o texto foi escrito.

b) Indique duas conseqüências econômicas da ativida-de mineradora para a Colônia.

Resolução

a) Esgotamento do ouro de aluvião, aliado ao baixo

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nível técnico da mineração praticada no Brasil.b) Deslocamento do eixo econômico, do Nordeste

para o Centro-Sul, e dinamização do mercado inter-no brasileiro.

O texto seguinte se refere a um esforço de implanta-ção de fábricas no Brasil em meados do século XIX.Não se pode dizer (...) que tenha havido falta de prote-ção depois de 1844. Nem é lícito considerar reduzidoseu nível (...) Não se está autorizado, portanto, a atri-buir o bloqueio da industrialização à carência de prote-ção. O verdadeiro problema começa aí: há que explicarpor que o nível de proteção, que jamais foi baixo, reve-lou-se insuficiente.

(J. M. Cardoso de Mello. O Capitalismo tardio, 1982.)

a) Qual foi a novidade da Tarifa Alves Branco (1844),comparando-a com os tratados assinados com aInglaterra em 1810?

b) Indique duas razões do “bloqueio da industriali-zação” ao qual se refere o autor.

Resolução

a) Elevou as tarifas alfandegárias ao mínimo de 30% eao máximo de 60% para todos os produtos importa-dos; o Tratado de Comércio e Navegação de 1810estabelecera uma tarifa de 15% para os produtosbritânicos, 16% para os lusitanos e 24% para os deoutros países.

b) Insuficiência de capitais nacionais e limitações domercado interno. Poder-se-íam também consideraro predomínio do trabalho escravo na época e a cren-ça da maioria dos governantes de então na “voca-ção agrária do Brasil”.

A renúncia de Jânio Quadros, em 1961, abriu um perío-do de grande instabilidade política: havia aqueles quese opunham à posse do vice-presidente, João Goulart,e os que defendiam o cumprimento estrito daConstituição, que estipulava posse do vice em caso derenúncia ou morte do presidente.a) Qual a saída política encontrada pelo Congresso

Nacional para resolver o impasse?b) Caracterize o governo Goulart, do ponto de vista

político.Resolução

a) A solução política foi a adoção do parlamentarismo.b) O governo Goulart foi caracterizado por uma política

de aproximação com os setores de esquerda, tendocomo ponto máximo a proposta das “Reformas deBase”. Vale destacar ainda a resistência dos gruposconservadores, inclusive com financiamento exter-no, às ações populistas de Jango. Esses antagonis-mos geraram um clima de grande instabilidade polí-tica, que desembocaria no Golpe de 64.

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Observe a charge e leia o texto.

(Angeli. Folha de S.Paulo, 11.06.2003.)

... enquanto o Estado pretende acabar com o “analfa-betismo digital” (...) muitos brasileiros ainda permane-cem à parte da produção e da compreensão da palavraescrita, a qual soa mais como um privilégio de poucos,do que como um direito de todo o cidadão. Portanto, oanalfabetismo é o maior desafio a ser enfrentado peloEstado para a consolidação de uma sociedade da infor-mação no Brasil, uma vez que os estoques de infor-mação na internet encontram-se, em sua maioria, soba forma de texto escrito, inacessíveis para cerca de 20milhões de brasileiros que não sabem ler e escrever.(Rubens da Silva Ferreira. A sociedade da informação no Brasil: um

ensaio sobre os desafios do estado. Ciência da Informação,vol. 32, n.o 1, 2003.)

A partir da charge e do texto:a) aponte dois entraves à eliminação da exclusão digi-

tal e implantação de uma sociedade da informaçãono Brasil.

b) há diferença entre informação e conhecimento?Justifique sua resposta.

Resolução

a) O analfabetismo (real e funcional) e a pobreza.Podem-se acrescentar a exclusão social (conside-rada como um todo), a concentração de renda e ainsuficiência de investimentos governamentais nocampo da inclusão digital.

b) Sim, pois o conhecimento constitui a base indispen-sável para que a informação possa ser entendida edecodificada. Ou seja: o conhecimento é o elemen-to subjetivo necessário à interpretação da informa-ção recebida, de forma a integrá-la em um conjuntoabrangente.

Comentário

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Na prova de conhecimentos específicos deHistória do vestibular UNESP-2004, predominaramquestões de História do Brasil (5 questões); a HistóriaGeral recebeu 4 questões, cabendo 1 questão àHistória da América.

A prova apresentou um bom nível, com questõescriativas e textos que serviram de apoio para a reso-lução das questões, exigindo dos alunos capacidadede raciocínio e de associar idéias e conceitos.

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O mapa e os blocos-diagramas ilustram um dos gran-des problemas do mundo moderno.

a) Identifique o problema representado. Observe omapa e indique as áreas do globo mais afetadas, emordem decrescente.

b) Por que há diferenças nas quantidades de kg/hecta-re/ano nos blocos-diagramas? Que recurso técnicopoderia ser utilizado para minimizar o problema dasáreas íngremes onde a mata foi substituída?

Resolução

a) Perda dos solos, recurso natural insubstituível. Asáreas mais afetadas no mapa são, em ordemdecrescente, a Ásia, a África, a América do Norte ea América do Sul.

b) A seqüência de blocos-diagramas mostra que, quan-to maior for o grau de desproteção e uso econômi-co do solo, maior é o seu grau de desgaste. No pri-meiro bloco, o desgaste é mínimo por causa da pro-teção fornecida pela cobertura florestal. Atividadescomo a pastagem, os cultivos permanentes e os cul-tivos anuais aumentam a manipulação e o grau dedesgaste do solo. A erosão provoca a perda irreversí-vel do solo. Para evitar que isso ocorra, os solos nãodevem ficar expostos às intempéries e devem-seadotar medidas que diminuam a velocidade deescoamento superficial da água. Em áreas íngre-mes, onde houver desmatamento, a técnica maisusada é o cultivo em terraços, seguindo as curvasde nível.

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Observe o gráfico, que contém a distribuição das car-gas entre diversas modalidades de transporte em trêspaíses com grande extensão territorial.

a) Identifique a principal modalidade de transporte utili-zada em cada um dos países, analisando-as em ter-mos de custos.

b) Como cada país complementa sua principal opçãode transporte? Considerando os custos de cada umdos meios de transporte, em qual dos três países aopção é mais adequada?

Resolução

a) Brasil – rodoviário: desvantajoso por ser poluente ecustoso.EUA – ferroviário: vantajoso para o grande volumede carga do país.China – aquaviário: vantajoso, pois é bastante eco-nômico.As hidrovias e as ferrovias apresentam baixo custounitário, e as rodovias têm custos com manutençãoe maiores gastos com energia, principalmente paragrandes volumes de carga a grandes distâncias.Entretanto, apresenta-se mais flexível em relação amaiores declividades e para cargas de maneor volu-me a menores distâncias. As vantagens de custos dasferrovias em relação às rodovias aparecem nos traje-tos de extensão superiores a 500 km. Nesse caso,os altos custos de implantação da rede férrea e otempo consumido com cargas e descargas sãocompensados pela economia geral do meio detransporte.Em pequenas distâncias, as vantagens são do trans-porte rodoviário, que desloca mercadorias dos pon-tos de distribuição até os pontos de consumo.A implantação de redes intermodais tende a reduziros custos de transporte.

b) O segundo meio de transporte do Brasil é o ferro-viário, os EUA usam o rodoviário, e a China, o ferro-viário. A opção mais adequada está na China, pelaelevada porcentagem do transporte ferroviário e dohidroviário, modalidades menos dispendiosas, con-siderando-se inclusive que os custos do transporteaquaviário são mais baixos que o ferroviário, o querevela seu planejamento no setor.

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Observe a posição geográfica da China com relação àscoordenadas geográficas e a três representações cli-matobotânicas, a, b e c.

a) Considerando os extremos do país, qual é a ampli-tude latitudinal? Qual a conseqüência dessa amplitu-de sobre as características do clima, do solo e davegetação do país?

b) Faça a correspondência correta entre as característi-cas climatobotânicas, representadas nas figuras a, be c, e as regiões 1, 2 e 3 assinaladas no mapa, indi-cando as diferenças sazonais em cada uma delas.

Resolução

a) A China apresenta aproximadamente 30° de ampli-tude latitudinal (50°N a 20°N), o que justifica a pre-sença de diferentes climas e formações vegetais,desde o tropical (20°N) ao temperado frio (50°N),com floresta de coníferas. Nas porções sul do terri-tório e de menor latitude, os climas são mais quen-tes e úmidos, o que torna os solos mais hidromórfi-cos, bons para a cultura do arroz. Nas porções maissetentrionais, os climas temperados, associados aventos, deram origem a solos eólicos, como o löess,comum às margens do rio Hoang-ho (Amarelo). Aoeste, nos domínios de clima árido, os solos tornam-se arenosos.

b) Região 1 – China do Norte (b) Inverno frio e seco everão quente e chuvoso, clima temperado frio comfloresta de coníferas, com quatro estações bemdefinidas.Região 2 – China do Oeste (c) Inverno rigoroso,verão quente e seco, clima árido frio, com vegeta-ção xerófita, com duas estações secas.Região 3 – China do Sul (a) Inverno suave, verão quen-te e chuvoso (tipo Monções), com clima subtropical etropical típico de monções, com florestas e com verãochuvoso e inverno seco (típico clima de Monções).

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Analise o gráfico, que representa o saldo do agronegó-cio e o saldo da balança comercial brasileira no período1998-2002.

a) Com base nas informações sobre o saldo da balan-ça comercial, separe os dados relativos ao períodoem dois conjuntos, justificando. Compare a situaçãodas exportações e importações nos anos de 1998 e2002.

b) Descreva o saldo do agronegócio no período, desta-cando sua importância no desempenho da econo-mia brasileira.

Resolução

a) Até 2000, o saldo da balança comercial era deficitá-rio, devido à sobrevalorização cambial que prejudica-va o desempenho das exportações brasileiras,demasiadamente dependentes de matérias-primase semi-industrializados (commodities); as impor-tações, por sua vez, eram oneradas pela incorporaçãode equipamentos e insumos de produção.Após 2000, o saldo da balança comercial passou aser superavitário. A desvalorização do real, em 1999,começou a influenciar no melhor desempenho dasexportações. As vendas externas passaram a agre-gar, em maior volume, bens de produção, elaboradosde maior valor agregado, ainda favorecidos pela valo-rização das commodities.

b) O saldo do agronegócio manteve-se, no período,superavitário, embora o saldo tenha se mantidoacima do patamar de 1998, US$ 13,3 bilhões. Houveuma queda entre 1999, US$ 15,7 bilhões, e 2000,US$ 13,6 bilhões, devida à desvalorização das com-modities, sobretudo de origem agrícola; ao agrava-mento da crise internacional, decorrente da eleva-ção dos preço do petróleo e à retração do mercadointerno, que restringiu o poder de trocas da econo-mia nacional.A partir de 2000, o saldo dos agronegócios seexpandiu mais intensamente, reflexo da reduçãodos preços, devida à desvalorização da moeda e deuma estratégia de diversificação de mercados.

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Em vários países do mundo ainda existe grande núme-ro de habitantes que não têm acesso à energia elétri-ca, principalmente nas zonas rurais. No Brasil, esti-mam-se entre 20 e 25 milhões as pessoas que nãousufruem das comodidades proporcionadas pelo for-necimento regular dessa forma de energia, por váriosmotivos; em geral, isso decorre da combinação entrebaixo nível de renda da população e existência devazios de geração ou distribuição de energia.Analise o quadro.AVALIAÇÃO COMPARATIVA DAS FONTES GERADO-

RAS DE ENERGIA ELÉTRICA.

(Rosa, F. Instituto para o desenvolvimento de energias alternativas e da auto-susten-tabilidade, 2002.)

Considerando os indicadores apresentados:a) agrupe as fontes de energia renováveis e não-reno-

váveis. Dentre as fontes renováveis geradoras deenergia elétrica, justifique quais são as mais adequa-das, considerando impacto ambiental e contribuiçãopara o efeito estufa.

b) qual é a importância das fontes renováveis de gera-ção de energia para o desenvolvimento e implanta-ção de políticas energéticas em um país?

Resolução

a) As fontes de energia renováveis são hidrelétrica,solar, vento e biomassa. Não-renováveis: carvão,petróleo, nuclear e gás natural.Dentre as fontes renováveis, as mais indicadas, porcausarem menor impacto ambiental, são a solar e ovento (eólica), pois têm produção elétrica de formalimpa e sem poluição.

b) As fontes energéticas renováveis constituem ele-mentos fundamentais para o processo de desem-penho econômico e evolução técnico-científica deum país. Além disso, essas fontes têm a capacida-de de se auto-reciclarem das mais diversas formas,permitindo o uso permanente em benefício da eco-nomia. O país que as utiliza pode implementar umapolítica energética e de desenvolvimento econômi-co com a certeza de que o seu suprimento serágarantido.O desempenho de uma política energética ade-quada que racionalize a potencialidade e o uso é defundamental importância para equilibrar o baixonível de renda da população e o acesso à energia.A atual preocupação dos órgãos governamentaisconsiste em encontrar um modelo energético que

Contribuiçãopara o Efeito

Estufa BaixaAltaAltaAltaMédia a altaNulaNulaMédia a alta

ImpactoAmbiental

Médio a altoAltoAltoAltoMédio a altoMédio baixo e nuloBaixoMédio

ANÁLISE FINANCEIRAInvestimento CustoInicial Operac.Baixo a médio AltoBaixo a médio AltoBaixo a médio AltoAlto AltoBaixo a médio AltoMédio a alto BaixoAlto BaixoMédio a alto Baixo

Fonte

HidrelétricaCarvãoPetróleoNuclearGás NaturalSolarVentoBiomassa

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atenda uma parcela maior da população e que estaseja beneficiada por um fornecimento regular, evi-tando-se grandes impactos ambientais e compro-metimento com o aquecimento global (efeito estu-fa).

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Observe a tabela.PORCENTAGEM DE ANALFABETOS E ALFABETIZADOS COMENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E SUPERIOR EM ALGUNS

PAÍSES, NOS ANOS DE 1980 E 2000.Brasil Guatemala China Coréia do Sul1980 2000 1980 2000 1980 2000 1980 2000

Analfabetos 32,8 21,3 54,7 47,1 45,0 20,9 19,7 8,0EnsinoFundamental 55,3 56,8 35,7 37,6 32,3 40,7 34,5 16,7EnsinoMédio 6,9 13,5 7,4 9,5 21,7 35,7 36,9 49,5EnsinoSuperior 5,0 8,4 2,2 5,8 1,0 2,7 8,9 25,8

(Banco Mundial, 2001.)a) Em que nível de ensino está a grande diferença

entre os países latino-americanos e os asiáticos? Oque isso significa?

b) Brasil e China são semelhantes na extensão territo-rial, nas disparidades regionais e no recebimento deinvestimentos estrangeiros. Compare os resultadosapresentados por estes países, nos três níveis deensino, indicando dois aspectos que favorecem omaior desenvolvimento econômico chinês, na atua-lidade.

Resolução

a) A análise comparativa entre a porcentagem de anal-fabetos e alfabetizados com ensino fundamental,médio e superior em países latino-americanos(Brasil e Guatemala) e asiáticos (China e Coréia doSul) permite estabelecer as seguintes diferenças:

– a quantidade de analfabetos é maior nos países lati-no-americanos;

– a porcentagem de pessoas no ensino fundamentalé maior no Brasil;

– na China, a participação no ensino médio é maior,bem como na Coréia do Sul, relativamente ao Brasile Guatemala;

– quanto ao ensino superior, é mais reduzido na maio-ria dos países apresentados, em relação aos níveisanteriores, o que demonstra um acesso restrito,mais elitizante, com destaque para a Coréia do Sule o Brasil, pelas maiores porcentagens.Com referência ao item educação, nota-se umagrande diferenciação entre os países apresentados,o que evidencia seus níveis de emergência ousubdesenvolvimento.Os asiáticos apresentaram sensível (grande) redu-ção da taxa de analfabetos, o que indica grandeinvestimento governamental no setor educacional.Nota-se, também, o elevado crescimento do ensinosuperior, tanto na Coréia do Sul quanto na China.

b) O Brasil tem alta porcentagem (56,8%) de alfabeti-zados apenas com ensino fundamental, enquanto aChina apresenta grande crescimento de alfabetiza-dos com ensino médio. Observa-se que o Brasil(8,4%) tem maior porcentagem no ensino superiordo que a China (2,7%), mas o crescimento chinêsfoi muito maior: 170% contra 68% do Brasil.Um dos fatores mais atrativos da China em seu

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crescimento econômico nas ZEEs, que chama aatenção de multinacionais, tem sido a mão-de-obrabarata mais qualificada, com elevado nível educa-cional. Outro aspecto refere-se ao desenvolvimentodo mercado interno. Mesmo levando em conside-ração o baixo poder de compra do consumidor chi-nês, decorrente de anos do sistema socialista, aabertura econômica, aliada ao maior acesso dapopulação ao ensino, permite um aumento do poderde consumo e conseqüente crescimento econô-mico.

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Observe o mapa.

Utilizando seus conhecimentos geográficos:a) identifique o país indicado com o número 1 e expli-

que a distribuição espacial de sua população.b) do ponto de vista do povoamento e da lingüística,

quais as principais diferenças apresentadas pelaprovíncia destacada no mapa?

Resolução

a) O país é o Canadá. Sua população está concentradaao longo de sua fronteira meridional, principalmenteno Sudeste, em torno dos Grandes Lagos e ao longodo Vale do Rio São Lourenço. A distribuição irregularda rarefeita população canadense deve-se aos rigo-res dos climas: polar e temperado frio predomi-nantes, respectivamente, ao norte e no centro dopaís.

b) No mapa está destacada a província de Quebec,onde predomina a população canadense de ascen-dência francesa. A população de língua francesa doQuebec concentra-se, como acontece no restantedo país, ao sul, com destaque para o Vale do Rio SãoLourenço, onde se localiza a cidade de Montreal.

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A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico no Brasil,realizada em 2000 pelo IBGE, revelou a persistência degraves problemas. Observe a tabela.

BRASIL – ABASTECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTAMENTOSANITÁRIO EM 2000, EM PORCENTAGEM.

ÁGUA REDE DE ESGOTOSdomicílios atendidos distribuição nos domicílios

Região Norte 44,3 2,4Região Nordeste 52,9 14,7Região Sudeste 70,5 53,0Região Sul 69,1 22,5Região Centro-Oeste 66,3 28,1BRASIL 63,9 33,5

(IBGE, 2001.)Utilizando seus conhecimentos geográficos, responda.a) Qual é a situação brasileira em termos de abasteci-

mento de água e esgotamento sanitário por domicí-lio? Como a população não atendida enfrenta a faltadestes serviços?

b) Quais são as regiões brasileiras que revelaram aspiores condições nos dois indicadores? Qual é aconseqüência mais importante dessa situação emtermos de qualidade ambiental?

Resolução

a) O abastecimento de água não atinge 80% dos domi-cílios em nenhuma das regiões brasileiras, commaiores percentuais na Região Sudeste e menorespercentuais na Região Norte. A média nacional, com63,9% dos domicílios com abastecimento de água,por si só demonstra abrangência deficiente desseserviço.O esgotamento sanitário apresenta-se de modomais precário, considerando-se a média nacionalinferior a 50%. Mesmo no Sudeste, a proporção de53% pode ser considerada baixa, dados os índicesde urbanização que apresenta.

A falta do serviço de abastecimento de água geral-mente é suprida pela busca de fontes disponíveis,como nascentes, rios, poços e minas, caracterizadaspelo baixo padrão sanitário, sendo comuns contami-nações químicas ou biológicas.A precariedade no esgotamento sanitário leva àemissão do esgoto in natura a cursos d’água ondenão raro também atendem ao abastecimento de usodiário. Também se utiliza o sistema de fossas que,embora não seja ideal, apresenta-se menos impac-tante do que a emissão do esgoto a céu aberto.

b) As regiões Norte e Nordeste apresentam os pioresdesempenhos nos dois serviços. A conseqüênciamais importante é o risco de contaminação e propa-gação de doenças, visto que pode haver condiçõespara um processo contínuo de aquisição e dissemi-nação, tanto na aquisição da água quanto na emis-são de esgotos num mesmo rio. A epidemia decólera que atingiu nos últimos anos várias áreas dopaís, sobretudo a Região Norte, é um exemplomuito ilustrativo dessa realidade.

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Observe o gráfico, que representa a participação dossetores industriais no PIB brasileiro nos anos de 1991e 2001, segundo o IBGE.

a) Agrupe os setores industriais que mais cresceram eaqueles que menos cresceram, destacando amudança ocorrida nos dois anos considerados.

b) Utilizando seus conhecimentos geográficos, justifi-que a participação de cada um dos grupos identifica-dos no PIB brasileiro.

Resolução

a) Os setores que mais cresceram foram aqueles rela-cionados à extração de petróleo e gás natural, refinode petróleo e petroquímica. E os setores que menoscresceram foram os relacionados à indústria têxtil,fabricação de aparelhos de material elétrico e fabri-cação de equipamentos de material eletrônico.Os setores relacionados com extração de petróleo egás natural, refino e petroquímica tiveram cresci-mento devido às novas descobertas de jazidas naBacia de Campos, a quebra de monopólio daPetrobras e a criação da ANP (Agência Nacional dePetróleo), que permitiu a realização de leilões entreempresas interessadas e, conseqüentemente, ummaior volume de investimentos no setor. Devemoslembrar também a inauguração da primeira fase dogasoduto Brasil-Bolívia e dos investimentos que aPetrobras vem realizando na melhoria da produtivi-dade através de desenvolvimento de tecnologianacional.Os setores que menos cresceram foram a fabricaçãode aparelhos de material elétricoeletrônico e indús-tria têxtil. Este resultado negativo deve-se, em gran-de parte, à abertura econômica promovida no inícioda década de 1990, ainda no governo Collor, quereduziu alíquotas de importação, fazendo com que aindústria têxtil nacional enfrentasse dificuldades paracompetir com os tecidos, principalmente chineses.Este setor esboçou uma reação junto ao governobrasileiro, exigindo tarifas mais altas para os produ-tos chineses e ameaçando com demissões.Já a fabricação de material eletroeletrônico sentiuduramente a abertura das importações, pois grande

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parte do setor não estava preparada para a competi-ção internacional, apresentando defasagem tecnoló-gica.

b) Observamos que o setor petrolífero, através de con-quistas tecnológicas de prospecção em águas pro-fundas realizadas pela Petrobras, obteve um grandeaumento na produção nacional, levando o país aaproximar-se da auto-suficiência.Podemos exemplificar o sucesso desses investi-mentos na prospecção do talude na Bacia deCampos e a contribuição para o aumento da produ-ção do gás natural com a exploração na Bacia deUrucu na Amazônia.O aumento da participação do refino do petróleo epetroquímica no PIB brasileiro tem base no aumentoda produção, por causa da expansão no consumo enas exportações de derivados.

Os setores de fabricação de equipamentos eletroele-trônicos e a indústria têxtil apresentaram uma redu-ção na participação no PIB, devida à abertura comer-cial, estabilização monetária entre 1994 e 1998 eincapacidade de competir com países mais adianta-dos em termos tecnológicos.

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INSTRUÇÃO: As questões de números 20 a 25 tomampor base uma passagem de uma carta do poeta parna-siano Raimundo Correia (1859-1911) e fragmentos deum ensaio do poeta modernista Jorge de Lima (1893-1953).

A Rodolfo Leite Ribeiro

(...) Noto nas poesias tuas, que o Vassourense tempublicado, muita naturalidade e cor local, além da niti-dez do estilo e correção da forma. Sentes e conheceso que cantas, são aprazivelmente brasileiros os assun-tos, que escolhes. Um pedaço de nossa bela naturezaesplêndida palpita sempre em cada estrofe tua, comtodo o vigor das tintas que aproveitas. No “Samba”que me dedicas, por exemplo, nenhuma particularida-de falta dessa nossa dança macabra, movimento,graça e verdade ressaltam de cada um dos quatorzeversos, que constituem o soneto. / Como eu invejoisso, eu devastado completamente pelos prejuízosdessa escola a que chamam parnasiana, cujos produ-tos aleijados e raquíticos apresentam todos os sinto-mas da decadência e parecem condenados, de nas-cença, à morte e ao olvido! Dessa literatura que impor-tamos de Paris, diretamente, ou com escala porLisboa, literatura tão falsa, postiça e alheia da nossaíndole, o que breve resultará, pressinto-o, é uma tristee lamentável esterilidade. Eu sou talvez uma das víti-mas desse mal, que vai grassando entre nós. Não meatrevo, pois, a censurar ninguém; lastimo profunda-mente a todos! / É preciso erguer-se mais o sentimen-to de nacionalidade artística e literária, desdenhando-se menos o que é pátrio, nativo e nosso; e os poetase escritores devem cooperar nessa grande obra de res-tauração. Não achas? Canta um poeta, entre nós, umPartenon de Atenas, que nunca viu; outro os costumesde um Japão a que nunca foi... Nenhum, porém, selembrara de cantar a Praia do Flamengo, como o fizes-te, e qualquer julgaria indigno de um soneto o Samba,que ecoa melancolicamente na solidão das nossasfazendas, à noite. / Entretanto, este e outros assuntosvivem na tradição de nossos costumes, e é por des-prezá-los assim que não temos um poeta verdadeira-mente nacional. / Qualquer assunto, por mais chilro ecorriqueiro que pareça ser, pode deixar de sê-lo, quan-do um raio do gênio o doure e inflame. / Tu me sou-beste dar uma prova desse asserto. Teus formososversos é que hão de ficar, porque eles estão alumiadospela imensa luz da verdade. Essa rota que me apontasé que eu deveria ter seguido, e que, infelizmente, dei-xei de seguir. O sol do futuro vai romper justamente dabanda para onde caminhas, e não da banda por ondenós outros temos errado até hoje. / Continua, meuRodolfo. Mais alguns sonetos no mesmo gênero; eterás um livro que, por si só, valerá mais que toda a

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biblioteca de parnasianos. Onde, nestes, a pitorescasimplicidade, a saudável frescura, a verdadeira poesiade teus versos?!

(Raimundo Correia. Correspondência. In: Poesia completa e prosa.Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961.)

Todos Cantam sua Terra...(1929)

[...] Acha Tristão de Ataíde que a literatura brasileiramoderna, apesar de tudo, enxergou qualquer cousa àsclaras. Pois que deu fé que estava em erro. Que seesquecera do Brasil, que se expressava numa línguaque não era a fala do povo, que enveredara por terrasde Europa e lá se perdera, com o mundo do VelhoMundo. Trabalho deu a esse movimento literário atual,a que chamam de moderno, trazer a literatura brasilei-ra ao ritmo da nacionalidade, isto é, integrá-la com asnossas realidades reais. Mais ou menos isso falou ogrande crítico. Assim como falou do novo erro em quecaiu esta literatura atual criando um convencionalismomodernista, uma brasilidade forçada, quase tão errada,quanto a sua imbrasilidade. Em tudo isso está certoTristão.Houve de fato ausência de Brasil nos antigos, hojeparece que há Brasil de propósito nos modernos.Porque nós não poderíamos com sinceridade acharBrasil no índio que Alencar isolou do negro, cedendo-lhe as qualidades lusas, batalhando por um abolicionis-mo literário do índio que nos dá a impressão de que oescravo daqueles tempos não era o preto, era o autóc-tone. O mesmo se deu com Gonçalves Dias em que oíndio entrou com o vestuário de penas pequeno eescasso demais para disfarçar o que havia deHerculano no escritor.[...]Da mesma forma que os nossos primeiros literatoscantaram a terra, os nossos poetas e escritores dehoje querem expressar o Brasil numa campanha literá-ria de “custe o que custar”. Surgiram no começo ver-dadeiros manifestos, verdadeiras paródias ao Casimiroe ao Gonçalves Dias: “Todos dizem a sua terra, tam-bém vou dizer a minha”. E do Norte, do Sul, do sertão,do brejo, de todo o país brotaram grupos, programas,proclamações modernistas brasileiras, umas ridículas àbeça. Ninguém melhor compreendeu, adivinhoumesmo, previu o que se ia dar, botando o preto nobranco, num estudo apenso ao meu primeiro livro depoesia em 1927, do que o meu amigo José Lins doRego. (...)Dois anos depois é o mesmo protesto de Tristão deAtaíde: “esse modernismo intencional não vale nada!”Entretanto nós precisamos achar a nossa expressãoque é o mesmo que nos acharmos.E parece que o primeiro passo para o achamento éprocurar trazer o homem brasileiro à sua realidade étni-ca, política e religiosa.[...] No seio deste Modernismo já se opera uma reação

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anti-ANTISINTAXE, anti-ANTIGRAMATICAL em oposi-ção ao desleixo que surgiu em alguns escritos, nocomeço. Nós não temos um passado literário compri-do (como têm os italianos, para citar só um povo), quenos endosse qualquer mudança no presente, pelavolta a ele, renascimento dele, pela volta de suaexpressão estilística ou substancial. A nossa tradiçãoestilística, de galho deu, na terra boa em que se plan-tando dá tudo, apenas garranchos.

(Jorge de Lima. Ensaios. In: Poesias completas – v. 4.Rio de Janeiro: José Aguilar/MEC, 1974.)

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Embora de épocas diferentes, Raimundo Correia eJorge de Lima revelam estar imbuídos do mesmo pro-pósito com relação aos problemas da LiteraturaBrasileira. A partir deste comentário, releia os dois tre-chos e, a seguir,a) identifique o sentimento em relação ao Brasil que

aproxima os dois escritores e serve de base parasuas observações críticas sobre a LiteraturaBrasileira.

b) demonstre o caráter pessimista da conclusão a quechega Raimundo Correia sobre o Parnasianismo noBrasil.

Resolução

a) Tanto Raimundo Correia quanto Jorge de Lima aspi-ravam por uma literatura que exprimisse o Brasil,mas a literatura que se fazia no país, na época decada um deles, carecia, segundo eles, de genuínabrasilidade. Em outras palavras: faltava verdadeirosentido nacional à poesia parnasiana, que ignorava oBrasil, como lamentava Raimundo Correia, e faltavatambém autêntico e espontâneo sentido nacional àliteratura modernista, apesar do deliberado e força-do brasileirismo desta, como observava Jorge deLima, na linha de Tristão de Ataíde.

b) Para Raimundo Correia, a falta de brasilidade dapoesia parnasiana ("literatura que importamos deParis, diretamente, ou com escala por Lisboa") tor-nava seus produtos "aleijados e raquíticos". O poetaconsiderava que tais produtos "apresentam todos ossintomas da decadência e parecem condenados, denascença, à morte e ao olvido". Portanto, RaimundoCorreia fazia, a respeito do Parnasianismo, um juízoainda mais negativo do que aquele autorizado pelaperspectiva histórica de hoje, mais de um séculodepois.

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O movimento romântico brasileiro, ao imitar ospadrões do Romantismo europeu, viu-se diante do pro-blema de não encontrar, em nosso passado, heróisequiparáveis aos cavaleiros medievais. Nossos escrito-res, por isso, movidos pelo sentimento nativista, servi-ram-se em suas ficções da figura do índio como heróicavaleiresco. Releia o texto de Jorge de Lima e, aseguir,a) aponte as razões que levam o escritor a afirmar que

não podemos achar Brasil no índio de Alencar e deGonçalves Dias.

b) considerando que o Abolicionismo foi um evento daHistória do Brasil que levou à lei da libertação dosescravos negros, explique como se pode entender,nas palavras de Jorge de Lima, o abolicionismo “lite-rário” do índio, buscado por Alencar.

Resolução

a) A observação de Jorge de Lima de que o indianismode Alencar e Gonçalves Dias corresponde a umafalsa caracterização do índio, elaborada segundopadrões europeus (de fonte sobretudo lusa), é hojeconsensual entre os críticos e historiadores da lite-ratura brasileira – e isso a despeito do valor literárioque cada um possa conceder a essa fantasia nati-vista. Para Jorge de Lima, há ainda a agravante de osdois escritores românticos terem isolado o índio donegro, dando "a impressão de que o escravo daque-les tempos não era o preto, era o autóctone".

b) Jorge de Lima considera que o indianismo corres-pondia a uma campanha em prol do "abolicionismoliterário" do índio, como se este, e não o negro,fosse a vítima da escravidão. Ou seja: assim comoignoraram a realidade do índio, representando-osegundo as convenções com que o romance histó-rico europeu (com Herculano, em Portugal) idealiza-va o cavaleiro medieval, assim também os indianis-tas ignoraram a verdadeira situação da sociedadebrasileira, onde o elemento oprimido a ser liberadoera antes o negro, massacrado social e culturalmen-te no centro daquela sociedade, que o índio, deixa-do à margem dela.

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O Modernismo buscou, em sua fase inicial, um novodiscurso pela quebra de padrões sintáticos e o empre-go de características da linguagem coloquial. Combase nestas informações, responda.a) O que significam os neologismos anti-ANTISINTAXE

e anti-ANTIGRAMATICAL, no texto de Jorge deLima?

b) O texto de Jorge de Lima foi escrito em 1929. Nocaso de esses dois neologismos não estarem grafa-dos de acordo com o que dispõe o nosso SistemaOrtográfico, que é de 1943, indique as grafias obe-dientes à regra ortográfica atual, segundo a qual oprefixo anti- só deve ser acompanhado de hífendiante de h, r e s.

Resolução

a) Um dos aspectos mais polêmicos da "revolta"modernista característica dos anos heróicos domovimento (1922-1930) consistiu nas inovações lin-güísticas, pelas quais os modernistas brasileirosvisavam a abandonar os ditames da linguagem lite-rária tradicional naquilo em que ela se chocava como uso brasileiro. Daí o desrespeito, sistemático emcertos autores (sendo Mário de Andrade o mais emi-nente deles), das normas sintáticas ou, em geral, dospreceitos gramaticais da norma culta de extraçãoportuguesa. Na altura em que escreve, Jorge deLima já pode constatar uma reação em sentidoinverso, contrária ao desrespeito indiscriminado dasnormas tradicionais da sintaxe (a "reação anti-ANTI-SINTAXE") ou da gramática em geral (a tendência"anti-ANTIGRAMATICAL"). Tal reação, no sentido demaior disciplina lingüística, de fato ocorreu nasdécadas de 30 e 40.

b) O primeiro neologismo, "anti-ANTISINTAXE",hoje seria grafado com hífen em outra posi-ção: "antianti-sintaxe"; o segundo,"anti-ANTIGRAMATICAL", hoje dispensaria ohífen: "antiantigramatical".

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Os escritores, em busca de maior expressividade paradeterminadas passagens de seus textos, apresentamseqüências de períodos que, noutras passagens, pode-riam estar configuradas como um único período. A par-tir desta observação:a) reescreva os três primeiros períodos do primeiro

parágrafo do texto de Jorge de Lima como um únicoperíodo.

b) considere que “enxergou”, “deu fé”, “se esquece-ra”, “se expressava”, “enveredara” e “se perdera”implicam como sujeito pessoas – o que não é o casode “literatura”– e substitua o sintagma “a literaturabrasileira moderna” por outro cujo núcleo atenda aessa implicação do significado de tais verbos.

Resolução

a) Acha Tristão de Ataíde que a literatura brasileiramoderna, apesar de tudo, enxergou qualquercousa às claras, pois [que] deu fé que estava emerro: esquecera-se do Brasil, expressava-se numalíngua que não era a fala do povo, enveredara porTerras de Europa e lá se perdera, com o mundo doVelho Mundo.

b) A expressão "o escritor modernista brasileiro" pode-ria substituir o sujeito "a literatura brasileira moder-na". Assim, o agente inanimado "literatura" seriasubstituído por um agente animado, tal como pos-tulam os verbos que o predicam. Acrescente-se queesse sujeito poderia manter-se no singular, para nãoalterar a flexão dos verbos, valendo tal singular,metonimicamente, por plural.

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Freqüentemente, quer na fala, quer na escrita, em vezde nos referirmos diretamente a um fato, fazemo-lopor meio de comparações, metáforas e alegorias. Combase neste comentário,a) estabeleça o significado efetivo da seguinte frase

alegórica no texto de Raimundo Correia: “O sol dofuturo vai romper justamente da banda para ondecaminhas, e não da banda por onde nós outrostemos errado até hoje.”

b) ciente de que a palavra “garrancho” apresenta,entre outras acepções, “letra mal traçada, quase ile-gível”, identifique o aspecto desta acepção queJorge de Lima mobiliza figuradamente no últimoperíodo de seu texto, para definir a produção literá-ria brasileira anterior ao Modernismo.

Resolução

a) Na frase de Raimundo Correia, a alegoria (enca-deamento de metáforas) tem como figura central"sol do futuro", significando algo como "a consagra-ção da história". Segundo essa frase, a história denossa literatura não consagraria os produtos artifi-ciais do Parnasianismo, mas a poesia mais natural enacional que seu interlocutor estaria então pratican-do.

b) Para Jorge de Lima, a tradição literária brasileira atéentão era constituída por obras de precário valor,"garranchos", resultantes de tentativas equivocadasde adaptação de modelos europeus à situaçãonacional. Tal tradição literária – cuja insuficiência eleaponta, ironicamente, referindo-se a uma frase céle-bre da carta de Caminha – não ofereceria sustenta-ção a qualquer tentativa de renovação do presenteatravés de uma volta ao passado.

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Page 27: Resolução Comentada - UNESP/2004 - Curso Objetivo · (J. J. da Cunha Azeredo Coutinho. Discurso sobre o estado atual das minas do Brasil, 1804.) a) Aponte uma das causas do declínio

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As orações subordinadas adjetivas se identificam porse referirem, como os adjetivos, a um substantivoantecedente, integrando-se, deste modo, ao sintagmanominal de que tal substantivo constitui o núcleo. Deposse desta informação,a) indique as duas orações adjetivas que aparecem no

período seguinte do texto de Raimundo Correia eidentifique o sintagma nominal a que se integram:“Canta um poeta, entre nós, um Partenon deAtenas, que nunca viu; outro os costumes de umJapão a que nunca foi.”

b) aponte dois termos de orações desse período queestejam ocultos, isto é, não expressos na superfícieda oração, embora implícitos em sua estrutura.

Resolução

a) As duas orações adjetivas que aparecem no perío-do são “que nunca viu” e “a que nunca foi”. Naprimeira, o sintagma nominal que antecede o pro-nome relativo é “Partenon de Atenas”, sendo“Partenon” o núcleo substantivo do sintagma; nasegunda, é “Japão” que constitui o próprio núcleodo sintagma.

b) Tem-se zeugma na omissão dos termos “canta” e“poeta” presentes no texto. Os trechos em queaparecem implícitos são “que o poeta nunca viu”,“outro poeta canta os costumes de um Japão...”

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