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PROVA OBJETIVA 1 MATEMÁTICA / LITERATURA / GEOGRAFIA / REDAÇÃO 2017 2ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO Dia: 05/08 - sábado Nome completo: Turma: Unidade: 2º Trimestre

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PROVA OBJETIVA 1

MATEMÁTICA / LITERATURA / GEOGRAFIA / REDAÇÃO

2017

2ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO

Dia: 05/08 - sábado

Nome completo:

Turma: Unidade:

2º Trimestre

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FORMA

ERRADA DEPREENCHIMENTO

FORMA

CORRETA DEPREENCHIMENTO

É PROIBIDO COLOCAR QUALQUER TIPO DE INFORMAÇÃO NESTE LOCAL

PREENCHIMENTO DO CARTÃO RESPOSTA

SOMENTE COM CANETA AZUL

ORIENTAÇÕES PARA APLICAÇÃO DA PROVA OBJETIVA - 2º TRI

1. A prova terá duração de 2h30min.

2. O aluno não poderá sair para beber água ou ir ao banheiro.

3. O aluno não poderá levar a prova para casa.

4. O preenchimento do gabarito deve ser feito com caneta AZUL. NÃO É PERMITIDO O USO DE

CANETAS COM PONTAS POROSAS.

5. O preenchimento incorreto do gabarito implicará na anulação da questão ou de todo o gabarito.

6. Durante a prova, o aluno não poderá manter nada em cima da carteira ou no colo, a não ser lápis,

caneta e borracha. Bolsas, mochilas e outros pertences deverão ficar no tablado, junto ao quadro.

Não será permitido empréstimo de material entre alunos.

7. O aluno que portar celular deverá mantê-lo na bolsa e desligado, sob pena de ter a prova recolhida,

caso o mesmo venha a ser usado ou tocar. Caso não tenha bolsa, colocá-lo na base do quadro

durante a prova.

8. O fiscal deve conferir o preenchimento do gabarito antes de liberar a saída dos alunos.

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2017 – PROVA OBJETIVA – 2ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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MATEMÁTICA 1. O sistema abaixo, de incógnitas x e y, é

a) impossível, para todo k real diferente de -21 b) possível e indeterminado, para todo k real diferente de -63 c) possível e determinado, para todo k real diferente de -21 d) possível e indeterminado, para todo k real diferente de -3 e) possível e determinado, para todo k real diferente de -1 e -63 GABARITO: C 2. O valor de m para que o sistema abaixo tenha apenas a solução trivial é

a) 4m

b) 2m

c) 4m

d) 4m

e) 0m

GABARITO: C 3. Agildo é um homem de negócios e possui 10 ternos, 20 camisas, 30 gravatas e 5 pares de sapatos. De

quantas maneiras ele poderá se arrumar para uma reunião importante, sendo que vai usar um terno, uma camisa, uma gravata e um par de sapatos?

a) 100 b) 65 c) 30000

d) 1050 e) 25000

GABARITO: C 4. Para mostrar aos seus clientes alguns dos produtos que vende, um comerciante reservou um espaço em uma

vitrine, para colocar exatamente 4 latas de refrigerante, lado a lado. Se ele vende 7 tipos diferentes de refrigerante, de quantas maneiras distintas pode expô-los na vitrine?

a) 144 b) 132 c) 120

d) 72 e) 840

GABARITO: E 5. Um restaurante oferece no cardápio 2 saladas distintas, 4 tipos de pratos de carne, 5 variedades de bebidas

e 3 sobremesas diferentes. Uma pessoa deseja uma salada, um prato de carne, uma bebida e uma sobremesa. De quantas maneiras a pessoa poderá fazer seu pedido?

a) 90 b) 100 c) 110

d) 130 e) 120

GABARITO: E

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2017 – PROVA OBJETIVA – 2ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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6. A figura mostrada representa uma estante cujas prateleiras, que se encaixam nas cinco guias laterais, foram retiradas para limpeza. Sabendo-se que serão recolocadas somente três prateleiras, de cores diferentes, o total de maneiras distintas pelas quais isso pode ser feito é

a) 180 b) 120 c) 60

d) 10 e) 6

GABARITO: C

7. Se 33tg x y e 3tg x , então tg y é igual a

a) 0,2 b) 0,3 c) 0,4

d) 0,5 e) 0,6

GABARITO: B

8. Sendo 2

5cos asena , o valor de asen2 é

a) 1

2

b) 1

3

c) 1

4

d) 1

5

e) 1

6

GABARITO: C

9. Se 3

1tg , então o valor de 2tg será

a) 3

8

b) 1

8

c) 1

6

d) 3

4

e) 2

5

GABARITO: D

10. Simplificando a expressão

21

cot .

sen x

gx senx, obtemos

a) senx

b) xcos

c) tgx

d) xseccos

e) gxcot

GABARITO: B

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11. O valor do cosseno 1380º é

a) 1

2

b) 3

2

c) 2

2

d) 1

2

e) 3

2

GABARITO: A

12. O valor do seno 390º é

a) 1

2

b) 2

2

c) 3

2

d) 3

3

e) 1

2

GABARITO: E

LITERATURA

13. Assinale a alternativa que contém a afirmação correta sobre o Naturalismo no Brasil. a) O Naturalismo, por seus princípios científicos, considerava as narrativas literárias exemplos de demonstração

de teses e ideias sobre a sociedade e o homem. b) O Naturalismo usou elementos da natureza selvagem do Brasil do século XIX para defender teses sobre os

defeitos da cultura primitiva. c) A valorização da natureza rude verificada nos poetas árcades se prolonga na visão naturalista do século XIX,

que toma a natureza decadente dos cortiços para provar os malefícios da mestiçagem. d) O Naturalismo no Brasil esteve sempre ligado à beleza das paisagens das cidades e do interior do Brasil. e) O Naturalismo do século XIX no Brasil difundiu na literatura uma linguagem científica e hermética, fazendo

com que os textos literários fossem lidos apenas por intelectuais. GABARITO: A Os escritores naturalistas, identificados com o espírito científico orientado pela concepção de que o mundo pode ser estudado em partes e explicado a partir de leis objetivas, assumiram uma nova postura diante do trabalho artístico, levando para a literatura os ideais do espírito racionalista.

14. A questão a seguir baseia-se no seguinte fragmento do romance O cortiço (1890), de Aluísio Azevedo (1857-1913):

O cortiço

Fechou-se um entra-e-sai de marimbondos defronte daquelas cem casinhas ameaçadas pelo fogo. Homens e mulheres corriam de cá para lá com os tarecos ao ombro, numa balbúrdia de doidos. O pátio e a rua enchiam-se agora de camas velhas e colchões espocados. Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. Da casa do Barão saíam clamores apopléticos; ouviam-se os guinchos de Zulmira que se espolinhava com um ataque. E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.

Os sinos da vizinhança começaram a badalar. E tudo era um clamor. A Bruxa surgiu à janela da sua casa, como à boca de uma fornalha acesa. Estava horrível; nunca fora tão

bruxa. O seu moreno trigueiro, de cabocla velha, reluzia que nem metal em brasa; a sua crina preta, desgrenhada, escorrida e abundante como as das éguas selvagens, dava-lhe um caráter fantástico de fúria saída do inferno. E ela ria-se, ébria de satisfação, sem sentir as queimaduras e as feridas, vitoriosa no meio daquela orgia de fogo, com que ultimamente vivia a sonhar em segredo a sua alma extravagante de maluca. Ia atirar-se cá para fora, quando se ouviu estalar o madeiramento da casa incendiada, que abateu rapidamente, sepultando a louca num montão de brasas.

(Aluísio Azevedo. O cortiço)

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O caráter naturalista nessa obra de Aluísio Azevedo oferece, de maneira figurada, um retrato de nosso país, no final do século XIX. Põe em evidência a competição dos mais fortes, entre si, e estes, esmagando as camadas de baixo, compostas de brancos pobres, mestiços e escravos africanos. No ambiente de degradação de um cortiço, o autor expõe um quadro tenso de misérias materiais e humanas. No fragmento, há várias outras características do Naturalismo. Aponte a alternativa em que as duas características apresentadas são corretas. a) Exploração do comportamento anormal e dos instintos baixos; enfoque da vida e dos fatos sociais

contemporâneos ao escritor. b) Visão subjetivista dada pelo foco narrativo; tensão conflitiva entre o ser humano e o meio ambiente. c) Preferência pelos temas do passado, propiciando uma visão objetiva dos fatos; crítica aos valores burgueses

e predileção pelos mais pobres. d) A onisciência do narrador imprime-lhe o papel de criador, e se confunde com a ideia de Deus; utilização de

preciosismos vocabulares, para enfatizar o distanciamento entre a enunciação e os fatos enunciados. e) Exploração de um tema em que o ser humano é aviltado pelo mais forte; predominância de elementos

anticientíficos, para ajustar a narração ao ambiente degradante dos personagens. GABARITO: A O naturalismo descreve o comportamento humano de acordo com o ambiente em que esses se situam. Com o incêndio no cortiço, o narrador descreve as ações envolvidas de desespero e clamor. Os trechos “entra-e-sai de marimbondos defronte”, “numa balbúrdia de doidos” e “pragas arrancadas pela dor e pelo desespero” demonstram a exploração dos instintos baixos e o determinismo social. 15. Releia o fragmento de O cortiço, com especial atenção aos dois trechos a seguir.

“Ninguém se conhecia naquela zumba de gritos sem nexo, e choro de crianças esmagadas, e pragas arrancadas pela dor e pelo desespero. (…) E começou a aparecer água. Quem a trouxe? Ninguém sabia dizê-lo; mas viam-se baldes e baldes que se despejavam sobre as chamas.”

No fragmento, rico em efeitos descritivos e soluções literárias que configuram imagens plásticas no espírito do leitor, Aluísio Azevedo apresenta características psicológicas de comportamento comunitário. Aponte a alternativa que explicita o que os dois trechos têm em comum. a) Preocupação de um em relação à tragédia do outro, no primeiro trecho, e preocupação de poucos em relação

à tragédia comum, no segundo trecho. b) Desprezo de uns pelos outros, no primeiro trecho, e desprezo de todos por si próprios, no segundo trecho. c) Angústia de um não poder ajudar o outro, no primeiro trecho, e angústia de não se conhecer o outro, por

quem se é ajudado, no segundo trecho. d) Desespero que se expressa por murmúrios, no primeiro trecho, e desespero que se expressa por apatia, no

segundo trecho. e) Anonimato da confusão e do “salve-se quem puder”, no primeiro trecho, e anonimato da cooperação e do

“todos por todos”, no segundo trecho. GABARITO: E No primeiro trecho, com a confusão do incêndio no cortiço e o desespero dos moradores em salvar suas vidas e seus pertences, o que prevalece é a questão da sobrevivência, propiciada pelo individualismo. Já no segundo trecho analisado, percebe-se um anonimato entre os indivíduos por parte da cooperação em ajudar ao próximo. 16. Relacione os trechos da obra O Cortiço, de Aluísio de Azevedo, às características realistas/naturalistas

seguintes que predominam nesses trechos e, a seguir, marque a alternativa correta:

1. Detalhismo. 2. Crítica ao capitalismo selvagem. 3. Força do sexo.

( ) “(…) possuindo-se de tal delírio de enriquecer, que afrontava resignado as mais duras privações. Dormia sobre o balcão da própria venda, em cima de uma esteira, fazendo travesseiro de um saco de estepe cheio de palha.”

( ) “(…) era a luz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho das sestas de fazenda; era o aroma quente dos trevos e das baunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras.”

( ) “E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer (…) Era um pobre diabo caminhando para os setenta anos, antipático, muito macilento.”

a) 2, 1, 3 b) 1, 3, 2 c) 3, 2, 1

d) 2, 3, 1 e) 1, 2, 3

GABARITO: D A ordem entre as características do Naturalismo e os trechos são: 2, 3 e 1.

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17. Analise o seguinte fragmento e responda: “A primeira que se pôs a lavar foi a Leandra, por alcunha a Machona, portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos…”

(Aluísio Azevedo)

Descrição de personagens pela acentuação de caracteres biológicos e raciais é característica do a) Romantismo. b) Realismo. c) Modernismo. d) Impressionismo. e) Naturalismo. GABARITO: E Comentário: O trecho faz referência ao movimento naturalista, perceptível pelas características descritivas e a zoomorfização da personagem. 18. No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de época:

o romantismo. “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa. Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação.”

ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Jackson, 1957.

A frase do texto em que se percebe a crítica do narrador ao romantismo está transcrita na alternativa: a) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas... b) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raça... c) Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, ... d) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos... e) ... o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. GABARITO: A Machado faz uma sutil crítica aos românticos, que idealizavam a mulher, tornando-a uma espécie de musa inatingível. Capitu era real e, assim como as mocinhas de sua idade, possuía sardas e espinhas, mas nem por isso deixava de ser bela. 19. (...) Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria. (...)”. De acordo com a leitura da célebre frase que integra o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, podemos afirmar que Machado de Assis filiou-se à tendência a) Modernista. b) Naturalista. c) Árcade.

d) Positivista. e) Realista.

GABARITO: E Machado de Assis foi o maior expoente da Literatura realista produzida no Brasil, inaugurando o estilo com o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”. 20. A escola realista, que contou com nomes como Machado de Assis, Raul Pompéia e Aluísio Azevedo, teve

como principais características a) retorno aos ideais românticos defendidos pela literatura indianista de José de Alencar b) preocupação com a métrica e com a metalinguagem na arte literária c) retratar a sociedade e suas mazelas, em uma linguagem irônica e impiedosa sobre o homem e suas

máscaras sociais d) confronto direto com o ideário religioso, estabelecendo um paradoxo com a literatura barroca e) defesa da cultura popular brasileira, resgatando símbolos e arquétipos do folclore nacional GABARITO: C Contrariando a linguagem literária vigente, que até então estava ancorada nos ideais românticos e na metalinguagem da literatura parnasiana, o Realismo rompeu com a subjetividade e com os eufemismos na linguagem que minimizavam a fealdade do caráter humano, representando o mundo exterior tal qual ele é, assim como o homem e suas relações sociais.

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21. Leia os versos: Esta, de áureos relevos, trabalhada

De divas mãos, brilhantes copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendia. Então e, ora repleta ora esvaziada, A taça amiga aos dedos seus tinia Todas de roxas pétalas colmada.

(Alberto de Oliveira)

São características parnasianas presentes no poema: a) busca de inspiração na Grécia Clássica, com nostalgia e subjetivismo; b) versos impecáveis, misturando mitologia clássica com sentimentalismo amoroso; c) revalorização das ideias iluministas e descrição do passado. d) descrição minuciosa de um objeto e busca de um tema ligado à Grécia antiga. e) vocabulário preciosista, de forte ardor sensual. GABARITO: D A estética parnasiana apresentava grande preocupação com a técnica no momento de composição do poema, além disso, considerava todo tema ligado à Grécia antiga como fonte valiosa de inspiração. 22.

Não quero o Zeus Capitolino Hercúleo e belo,

Talhar no mármore divino Com o camartelo.

Que outro – não eu! – a pedra corte Para, brutal,

Erguer de Atene o altivo porte Descomunal.

Mais que esse vulto extraordinário, Que assombra a vista,

Seduz-me um leve relicário De fino artista.

Invejo o ourives quando escrevo: Imito o amor

Com que ele, em ouro, o alto relevo Faz de uma flor. (...)”

(Fragmento do poema Profissão de fé, de Olavo Bilac)

O fragmento do poema Profissão de fé, de Olavo Bilac, apresenta características que são facilmente associadas ao a) Romantismo. b) Arcadismo. c) Realismo. d) Concretismo. e) Parnasianismo. GABARITO: E O poema Profissão de fé exemplifica bem a crença do fazer poético dentro da estética da escola parnasiana, pois nele forma e conteúdo expressam bem o conceito de poesia defendido pelos poetas que se dedicaram ao culto à forma e à tradição.

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GEOGRAFIA 23. A Agência Nacional das Águas (ANA) afirma que “as causas da crise hídrica não podem ser reduzidas

apenas às menores taxas pluviométricas verificadas nos últimos anos, pois outros fatores relacionados à gestão da demanda e à garantia da oferta são importantes para agravar ou atenuar sua ocorrência.”

(ANA – Encarte especial sobre a crise hídrica, 2014).

Uma reflexão sobre o uso da água nas principais bacias hidrográficas e a crise hídrica que afeta algumas regiões brasileiras alerta que o uso racional da água exige a) métodos mais eficientes para a utilização da água no cultivo agrícola e criação de animais, atividades que,

segundo a ANA, mais consomem água em todas as regiões hidrográficas. b) reeducação no consumo urbano da água, afinal, o desperdício das grandes cidades é o principal responsável

pela falta desse importante recurso natural. c) uma valorização do recurso hídrico como bem público inesgotável e a conscientização de que a diminuição

do consumo de carne fará reduzir mais de 7%. d) redução no desperdício de alimentos e técnicas de irrigação mais eficientes, pois, no Brasil, o setor

agropecuário utiliza mais de 60% da água disponível para consumo. e) políticas públicas que pressionem as propriedades agropecuárias familiares para uma redução no consumo

de água, setor que não atingiu o equilíbrio entre oferta e demanda de água. GABARITO: D 24. O dia mundial da água, data criada pela ONU em 22 de março em 1993, tem por objetivo chamar a atenção

para a escassez desse recurso, bem como para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de preservação e reaproveitamento da água de que dispomos.

É correto afirmar que a) embora, na área intertropical do planeta, haja uma dominância de climas chuvosos, os estoques de água

doce não são expressivos nessa área, pois essa também é uma área de grande evaporação. b) o Brasil tem grande disponibilidade de água doce e, por essa razão, não enfrenta problemas de

abastecimento em nenhuma de suas metrópoles nacionais. c) o maior estoque de água doce é subterrâneo, superando o volume de águas em estado sólido (calotas

polares, geleiras e neves permanentes), em razão do derretimento provocado pelo efeito estufa. d) a impossibilidade da dessalinização de águas salgadas do planeta dificulta a solução de um problema que,

com custos pouco elevados, atenderia a toda a demanda mundial. e) uma das consequências relacionadas à falta de água potável é o aumento da incidência de doenças, como a

diarreia e outros males provocados pela água contaminada, os quais causam a morte de milhões de crianças em todo o mundo.

GABARITO: E 25. O sertão vai virar mar?

Carinhosamente chamado de Velho Chico, o rio São Francisco, considerado o rio da unidade nacional por ligar a região Sudeste à Zona da Mata nordestina, tem sido ponto de discórdia nos últimos tempos porque o governo ressuscitou um antigo projeto dos tempos imperiais: o de aproveitar suas águas para minorar os efeitos da seca no semiárido nordestino. A providência terá repercussão positiva na vida de 12 milhões de brasileiros, que passarão a ter condições, ao menos, de manter a higiene pessoal e de desenvolver a agricultura de subsistência - fatores essenciais para que ultrapassem a linha da pobreza absoluta.

Fonte: Revista Desenvolvimento Regional, 2005. Adaptado.

Do ponto de vista socioeconômico, as ações necessárias à implantação do Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias do Nordeste Setentrional poderão ter resultados negativos. Sobre esses resultados, não deverá ocorrer a) perda de áreas produtivas e deslocamento de populações para a implantação dos canais e dos reservatórios. b) ampliação de riscos socioculturais, tais como os de comprometimento do Patrimônio Arqueológico e de

interferência em comunidades indígenas. c) risco de redução da biodiversidade das comunidades biológicas aquáticas nativas nas bacias receptoras. d) risco de introdução de espécies de peixes potencialmente daninhas às pessoas nas bacias receptoras. e) modificação do regime fluvial das drenagens receptoras, tornando bem maior o número de rios temporários. GABARITO: E

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2017 – PROVA OBJETIVA – 2ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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26. Sobre as bacias hidrográficas brasileiras, podemos afirmar que a) a Bacia Amazônica, de regime exclusivamente pluvial, é a maior do Brasil. b) a característica climática semiárida inviabiliza a geração hidrelétrica na Bacia do São Francisco. c) a maior produção hidroelétrica brasileira é verificada na Bacia do Paraná. d) a recente expansão da soja tem impactado intensamente os rios da Bacia do Parnaíba. e) a exclusiva drenagem exorreica explica o predomínio dos rios com foz em delta. GABARITO: C 27. Observe o texto e os mapas que seguem:

Responsável por 12% das reservas de água doce disponíveis no mundo, o Brasil possui oito principais bacias hidrográficas, distribuídas desigualmente em seu território. Enquanto 70% do volume da água brasileira se concentra na ______________, um volume inferior a 5% das reservas estão na região Nordeste do País. Tal divisão dificulta o acesso nacional à água tratada e exige ainda mais de cada estado nos cuidados com o recurso natural.

Fonte: Governo Federal, 2009

A bacia hidrográfica que preenche o espaço no texto está representada pela letra a) A b) B c) C

d) D e) E

GABARITO: A 28. Observe a imagem e leia o texto.

Por muitos anos, as várzeas paulistanas foram uma espécie de quintal geral dos bairros encarapitados nas colinas. Serviram de pastos para os animais das antigas carroças que povoaram as ruas da cidade. Serviram de terreno baldio para o esporte dos humildes, tendo assistido a uma proliferação incrível de campos de futebol. Durante as cheias, tais campos improvisados ficam com o nível das águas até o meio das traves de gol.

Aziz Ab’Saber, 1956.

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Considere a imagem e a citação do geógrafo Aziz Ab’Saber e, a seguir, assinale a afirmação correta: a) O processo de verticalização e a impermeabilização dos solos nas proximidades das vias marginais ao rio

Tietê é fruto de uma demanda inevitável em grandes metrópoles. b) A retificação de um trecho urbano do rio Tietê e a construção de marginais sobre a várzea do rio minimizaram

o problema das enchentes na região. c) A extinção da Mata Atlântica na região da nascente do rio Tietê, no passado, contribui, até hoje, para agravar

o problema com enchentes nas vias marginais. d) A várzea do rio Tietê é um ambiente suscetível à inundação, pois constitui espaço de ocupação natural do rio

durante períodos de cheias. e) A solução definitiva para as enchentes passa por uma mudança climática que venha reduzir o nível de

pluviosidade na região. GABARITO: D 29. Observe o mapa.

Sobre o Sistema Aquífero Guarani, a) trata-se de um corpo hídrico subterrâneo e transfronteiriço que abrange parte do Brasil, da Argentina e

do Paraguai. b) representa o mais importante aquífero da porção meridional do continente sul-americano e está associado às

rochas cristalinas do Pré-Cambriano. c) a grande incidência de poços que se observa na região A é explicada por sua menor profundidade e intensa

atividade econômica nessa região. d) a baixa incidência de poços na região indicada pela letra B deve-se à existência, aí, de uma área de floresta

amazônica e predomínio de planaltos. e) trata-se do maior aquífero em volume de água conhecido atualmente e, por isso, protegido por leis

internacionais e controlado pela ONU. GABARITO: C 30. A demanda crescente por água para os mais variados usos tem aumentado a pressão sobre os recursos

hídricos. A ampliação da utilização de água, em conjunto com as condições físico-naturais, tem favorecido a escassez desse recurso em várias regiões do planeta.

A respeito do assunto, assinale a alternativa que indica em que tipo de uso há maior consumo de água, considerando sua disponibilidade total, e que medidas poderiam ser tomadas para reduzir o consumo atual. a) Abastecimento de água potável para as áreas urbanas; conscientização da população para redução do uso

da água e melhorias na infraestrutura de abastecimento. b) Utilização de água para a irrigação na agricultura; eliminação dos desperdícios e introdução de reuso e

reciclagem da água. c) Uso de água nas atividades de mineração; introdução de novas tecnologias de exploração mineral,

reutilização e reciclagem da água. d) Utilização de água nos processos industriais e no tratamento de efluentes; inserção de novas tecnologias,

reuso e reciclagem da água. e) Produção de energia, a partir do uso de usinas hidrelétricas; opção por outros modos de produção de energia

e redução no consumo de energia elétrica. GABARITO: B

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2017 – PROVA OBJETIVA – 2ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

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31. O desmatamento é a atividade humana, que afeta diretamente as maiores áreas na parte florestada da Amazônia brasileira. A área desmatada é maior que a França.

Philipe Fearnside

Diversas mudanças ambientais, decorrentes do desmatamento referido pelo pesquisador, afetam negativamente os seres humanos na Amazônia, exceto a) redução do ciclo hidrológico. b) perda da capacidade produtiva dos ecossistemas. c) decréscimo no armazenamento do carbono. d) redução das disputas socioambientais na região. e) aumento do assoreamento de cursos fluviais. GABARITO: D 32. Sobre problemas ambientais no Brasil e assuntos correlatos, a) a criação de camarões em viveiros, desenvolvida nos estuários, vem colaborando para a preservação e

conservação dos manguezais. b) a abertura de estradas contribui para o desmatamento, facilitando o acesso à madeira e tornando possível a

exploração agropecuária das áreas atingidas pelas estradas. c) as grandes áreas de monocultura estimulam o desenvolvimento econômico, pois encontram condições de

desenvolvimento com baixos impactos no ambiente. d) a legislação nacional de destinação dos resíduos sólidos urbanos em parceria com a profissionalização dos

catadores de sucatas faz do Brasil uma referência no setor. e) a poluição atmosférica urbana está relacionada com a inversão térmica, um problema de origem

exclusivamente antrópica frequente no inverno. GABARITO: B 33.

(www.sosterraplaneta.blogspot.com.br.)

A questão colocada em debate pela charge é a) o desenvolvimento que não pode ser alcançado com a presença de áreas verdes. b) a falta de materiais de proteção individual para as pessoas próximas às caçambas. c) o caráter efêmero das construções civis que um dia serão destruídas. d) a situação precária dos trabalhadores ligados ao transporte de carga no Brasil. e) o descarte irregular de lixo e os impactos ambientais e sociais implicados. GABARITO: E

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34. Na Sub-bacia hidrográfica do Rio Maracanã, na Ilha do Maranhão, existem duas Unidades de Conservação (UCs). São elas, o Parque Estadual do Bacanga e a Área de Proteção Ambiental (APA) do Maracanã que sofrem impactos ambientais, apesar dos objetivos de proteção que as norteiam.

Fonte: SÂO LUÍS (Prefeitura). Projeto Recuperação das águas degradadas de recarga e descarga do Aquífero Barreiras da Sub-bacia do Rio Maracanã – Nº 574484/2008. São Luís, 2011.

As Unidades de Conservação (UCs) foram criadas para a) conservar o estado de equilíbrio do ambiente e dos recursos naturais. b) expressar esforços do homem para alterar as condições do ambiente. c) diminuir a degradação ambiental, explorando os recursos da natureza. d) utilizar os seus recursos sob quaisquer formas e processos. e) racionalizar as intervenções em determinado lugar com foco na satisfação do homem. GABARITO: A

REDAÇÃO

Sua fala era uma vibração de amor, que alvoroçava os corações, o olhar como luz de lâmpada encantada, que fascina e desvaira; o sorriso era um lampejo de volúpia, que fazia sonhar com as delícias do Éden.

Era enfim o tipo o mais esmerado da beleza sensual, mas habitado por uma alma virgem, cândida e sensível. Era uma estátua de Vênus animada por um espírito angélico.

Ainda que Eugênio não conhecesse e amasse Margarida desde a infância, ainda que a visse então pela primeira vez, era impossível que toda a virtude e austeridade daquele cenobita em botão não se prostrasse vencido diante daquela deslumbrante visão.

Margarida estava vestida de cor-de-rosa com muita graça e simplicidade; tinha por único enfeite na cabeça um simples botão de rosa. Eugênio esteve por muito tempo mudo e entregue a um indizível acanhamento diante da companheira de sua infância, como se se achasse em presença de uma alta e poderosa princesa.

(GUIMARÃES, Bernardo. O seminarista. São Paulo: FTD, 1994.)

35. Considerando-se a organização do texto, é correto afirmar que ele é fundamentalmente a) narrativo, pois relata o relacionamento amoroso entre os personagens Margarida e Eugênio. b) dissertativo, pois apresenta a defesa do ponto de vista de Eugênio sobre a personagem Margarida. c) injuntivo, pois tem a intenção de instruir o leitor acerca das características da personagem. d) informativo, pois fornece dados sobre a personagem Margarida de forma clara e objetiva. e) descritivo, pois produz um retrato verbal subjetivo ao enumerar as características de Margarida. GABARITO: E [A] Não é um relato narrativo, mas sim uma descrição de Margarida e do impacto do jovem e puro monge diante da beleza de uma mulher que fora sua amiga de infância. [B] Não é um texto dissertativo por não trazer características de uma argumentação. [C] O texto é uma ficção, um romance e não tem caráter instrutivo. [D] Não se trata de um texto informativo, o trecho pertence a um romance. [E] Correta. No excerto descreve-se a beleza de Margarida e o impacto que sua sensual beleza causou no jovem seminarista, seu amigo de infância. 36. A família do morto – sua respeitável filha e seu formalizado genro, funcionário público de promissora carreira;

tia Marocas e seu irmão mais moço, comerciante com modesto crédito num banco – afirma não passar toda a história de grossa intrujice de bêbedos inveterados, patifes à margem da lei e da sociedade, velhacos cuja paisagem devera ser as grades da cadeia e não a liberdade das ruas, o porto da Bahia, as praias de areia branca, a noite imensa.

AMADO, Jorge. A morte e a morte de Quincas Berro D’água. 44. ed. Rio de Janeiro: Record, 1979. p. 16.

Inserindo-se o fragmento no todo da obra, sobre o relacionamento de Vanda e Leonardo, é correto afirmar que a) os dois vivenciam uma relação amorosa fundamentada no diálogo constante. b) Leonardo, por ter se frustrado na relação matrimonial, vê Quincas como um herói. c) Vanda, aprisionada pelas convenções sociais, submete-se às vontades do marido. d) a união dos dois constitui uma repetição do modelo de casamento dos pais de Vanda. e) Vanda sente vergonha da origem social do marido, daí a humilhação cotidiana sofrida por Leonardo. GABARITO: D É correta a alternativa [D], pois o relacionamento de Vanda e Leonardo seguia o mesmo padrão do casamento de Quincas e Otacília: casamentos convencionais que se encaixam no universo da ordem estabelecida, com o devido enquadramento dos indivíduos em instituições sociais considerados respeitáveis.

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37. A História, mais ou menos

Negócio seguinte. Três reis magrinhos ouviram um plá de que tinha nascido um Guri. Viram o cometa no Oriente e tal e se flagraram que o Guri tinha pintado por lá. Os profetas, que não eram de dar cascata, já tinham dicado o troço: em Belém, da Judeia, vai nascer o Salvador, e tá falado. Os três magrinhos se mandaram. Mas deram o maior fora. Em vez de irem direto para Belém, como mandava o catálogo, resolveram dar uma incerta no velho Herodes, em Jerusalém. Pra quê! Chegaram lá de boca aberta e entregaram toda a trama. Perguntaram: Onde está o rei que acaba de nascer? Vimos sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo. Quer dizer, pegou mal. Muito mal. O velho Herodes, que era um oligão, ficou grilado. Que rei era aquele? Ele é que era o dono da praça. Mas comeu em boca e disse: Joia. Onde é que esse guri vai se apresentar? Em que canal? Quem é o empresário? Tem baixo elétrico? Quero saber tudo. Os magrinhos disseram que iam flagrar o Guri e na volta dicavam tudo para o coroa.

VERISSIMO, L. F. O nariz e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1994.

Na crônica de Veríssimo, a estratégia para gerar o efeito de humor decorre do(a) a) linguagem rebuscada utilizada pelo narrador no tratamento do assunto. b) inserção de perguntas diretas acerca do acontecimento narrado. c) caracterização dos lugares onde se passa a história. d) emprego de termos bíblicos de forma descontextualizada. e) contraste entre o tema abordado e a linguagem utilizada. GABARITO: E É um tema religioso, dos mais caros para o catolicismo, por isso mesmo que soa bastante contrastante, um tema sagrado tratado com linguagem informal, das ruas, da bandidagem. 38. De acordo com Ítalo Moriconi, diante do consumismo e da internacionalização em que mergulha a classe

média, a arte do conto busca trazer o outro lado [...]. O contista brasileiro dos anos 70 quer desafinar o coro dos contentes. A partir de tais informações, considere o fragmento a seguir, retirado do conto “A estrutura da bolha de sabão” (1978), de Lygia Fagundes Telles, narrativa cujo ponto de partida é um triângulo amoroso:

Convidaram-me e sentei, os joelhos de ambos encostados nos meus, a mesa pequena enfeixando copos e hálitos. Me refugiei nos cubos de gelo amontoados no fundo do copo, ele podia estudar a estrutura do gelo, não era mais fácil? Mas ela queria fazer perguntas. Uma antiga amizade? Uma antiga amizade. Ah. Fomos colegas? Não, nos conhecemos numa praia, onde? Por aí, numa praia. Ah. Aos poucos o ciúme foi tomando forma e transbordando espesso como um licor azul-verde, do tom da pintura dos seus olhos. Escorreu pelas nossas roupas, empapou a toalha de mesa, pingou gota a gota.

A partir do fragmento, pode-se dizer que, no conto, a estratégia utilizada para desafinar o coro dos contentes é a) a exposição crítica do abismo entre as classes sociais, já que a narradora questiona como o amigo, um físico

que estudava a estrutura das bolhas, podia amar uma mulher como a rival. b) o destaque dado à rivalidade entre as mulheres já que, de acordo com o pensamento da época, elas

deveriam se unir para combater os abusos de uma sociedade machista e excludente. c) a ênfase dada à irrelevância da pesquisa científica no âmbito social, já que o personagem masculino estuda a

estrutura da bolha de sabão. d) o destaque dado no conto à emergência de uma nova masculinidade, já que o personagem masculino

mostra-se dócil e despreocupado. e) a exploração dos conflitos e das fragilidades dos personagens, abordagem que, ao dar relevo à

vulnerabilidade dos sujeitos, contraria o comodismo característico de parte da sociedade da época. GABARITO: E A expressão “coro dos contentes” designa o setor de classe-média, beneficiado pela política desenvolvimentista dos anos 70, mas que não consegue esconder os seus conflitos e contradições. O encontro dos três personagens que, a princípio não deveria afetar o relacionamento do casal com a narradora, acaba por desencadear uma onda de ciúmes que incomoda a todos. Assim, é correta a alternativa [E].

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39. A Carta de Pero Vaz de Caminha é o primeiro relato sobre a terra que viria a ser chamada de Brasil. Ali, percebe-se não apenas a curiosidade do europeu pelo nativo, mas também seu pasmo diante da exuberância da natureza da nova terra, que, hoje em dia, já se encontra degradada em muitos dos locais avistados por Caminha. Tendo isso em vista, leia o fragmento a seguir. Esta terra, Senhor, parece-me que, da ponta que mais contra o sul vimos, até outra ponta que contra o norte vem, de que nós deste ponto temos vista, será tamanha que haverá nela bem vinte ou vinte e cinco léguas por costa. Tem, ao longo do mar, em algumas partes, grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. De ponta a ponta é tudo praia redonda, muito chã e muito formosa.

Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque a estender d’olhos não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa.

Nela até agora não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem o vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre-Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá.

As águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo aproveitá-la, tudo dará nela, por causa das águas que tem.

CASTRO, Sílvio (org.). A Carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 2003, p. 115-6.

Esse fragmento apresenta-se como um texto a) descritivo, uma vez que Caminha ocupa-se em dar um retrato objetivo da terra descoberta, abordando suas

características físicas e potencialidades de exploração. b) narrativo, pois a “Carta” é, basicamente, uma narração da viagem de Pedro Álvares Cabral e sua frota até o

Brasil, relatando, numa sucessão de eventos, tudo o que ocorreu desde a chegada dos portugueses até sua partida.

c) argumentativo, pois Caminha está preocupado em apresentar elementos que justifiquem a exploração da terra descoberta, os quais se pautam pela confiabilidade e abrangência de suas observações.

d) lírico, uma vez que a apresentação hiperbólica da terra por Caminha mostra a subjetividade de seu relato, carregado de emotividade, o que confere à “Carta” seu caráter especificamente literário.

e) narrativo-argumentativo, pois a apresentação sequencial dos elementos físicos da terra descoberta serve para dar suporte à ideia defendida por Caminha de exploração do novo território.

GABARITO: A Trata-se de um texto descritivo, pois sua intenção é transmitir ao interlocutor as impressões e as qualidades da terra a que os portugueses haviam chegado: “grandes barreiras, algumas vermelhas, outras brancas; e a terra por cima é toda chã e muito cheia de grandes arvoredos”, “praia redonda, muito chã e muito formosa”, “águas são muitas e infindas”. É correta a alternativa [A]. 40. TEXTO l

João Guedes, um dos assíduos frequentadores do boliche do capitão, mudara-se da campanha havia três anos. Três anos de pobreza na cidade bastaram para o degradar. Ao morrer, não tinha um vintém nos bolsos e fazia dois meses que saíra da cadeia, onde estivera preso por roubo de ovelha.

A história de sua desgraça se confunde com a da maioria dos que povoam a aldeia de Boa Ventura, uma cidadezinha distante, triste e precocemente envelhecida, situada nos confins da fronteira do Brasil com o Uruguai.

MARTINS, C. Porteira fechada. Porto Alegre: Movimento, 2001 (fragmento).

TEXTO II

Comecei a procurar emprego, já topando o que desse e viesse, menos complicação com os homens, mas não tava fácil. Fui na feira, fui nos bancos de sangue, fui nesses lugares que sempre dão para descolar algum, fui de porta em porta me oferecendo de faxineiro, mas tava todo mundo escabreado pedindo referências, e referências eu só tinha do diretor do presídio.

FONSECA, R. Feliz Ano Novo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989 (fragmento).

A oposição entre campo e cidade esteve entre as temáticas tradicionais da literatura brasileira. Nos fragmentos dos dois autores contemporâneos, esse embate incorpora um elemento novo: a questão da violência e do desemprego. As narrativas apresentam confluência, pois nelas o(a) a) criminalidade é algo inerente ao ser humano, que sucumbe a suas manifestações. b) meio urbano, especialmente o das grandes cidades, estimula uma vida mais violenta. c) falta de oportunidades na cidade dialoga com a pobreza do campo rumo à criminalidade. d) êxodo rural e a falta de escolaridade são causas da violência nas grandes cidades. e) complacência das leis e a inércia das personagens são estímulos à prática criminosa.

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GABARITO: C No texto I, percebe-se que João Guedes tinha sido uma pessoa conhecida no boliche de sua cidadezinha. Ao tentar a vida fora dela, morreu em completa mendicância, miserável, recém-saído de uma cadeia por roubo de ovelha. Pelo trecho, percebe-se que a vida longe dos conhecidos e em uma cidade maior levou-o ao fim. Já no texto II, percebesse a aflição de um homem que tem de sobreviver, para isso pede emprego de ajudante de qualquer negócio, ainda assim não arranja, todos querem referências, mas ele havia acabado de sair da cadeia. É onde está a contradição: sem emprego o que fazer senão roubar? Em ambos os textos fica claro que a falta de saída para a sobrevivência digna pode levar uma pessoa para a criminalidade. 41. Observe as seguintes estrofes do poema “Coração numeroso”, de Carlos Drummond de Andrade:

Mas tremia na cidade uma fascinação casas compridas autos abertos correndo caminho do mar voluptuosidade errante do calor mil presentes da vida aos homens indiferentes, que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis choraram.

O mar batia em meu peito, já não batia no cais. A rua acabou, quede as árvores? a cidade sou eu a cidade sou eu sou eu a cidade meu amor.

Nos versos citados, a relação entre o eu lírico e o seu entorno é estreita – o que é confirmado pelas expressões sublinhadas. A partir de tais observações, pode-se afirmar que a aproximação estabelecida entre o sujeito e a cidade conota a) a comoção do sujeito poético, cuja sensibilidade é despertada pela vitalidade que movimenta a urbe. b) a desumanização do sujeito poético, cujo cotidiano frenético repete o ritmo do espaço urbano. c) a soberba do eu lírico, que se supõe tão grandioso e fascinante quanto a cidade. d) a degradação do sujeito lírico que, assim como a cidade, está “doente” por não receber a atenção

das pessoas. e) a apatia do eu lírico que, assim como a cidade, segue o seu rumo, imune ao caos urbano. GABARITO: A O poema “Coração numeroso” coloca em relevo o lado positivo da cidade, que influencia o eu lírico e o faz despertar da apatia em que se encontrava, a ponto de se mimetizar com ela: “a cidade sou eu/a cidade sou eu/sou eu a cidade/meu amor”.

Tarefa

Morder o fruto amargo e não cuspir Mas avisar aos outros quanto é amargo Cumprir o trato injusto e não falhar Mas avisar aos outros quanto é injusto Sofrer o esquema falso e não ceder Mas avisar aos outros quanto é falso Dizer também que são coisas mutáveis... E quando em muitos a não pulsar – do amargo e injusto e falso por mudar – então confiar à gente exausta o plano de um mundo novo e muito mais humano.

CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.

42. Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas” articulam, para além de sua função sintática, a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes. b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis. c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência. d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório. e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo. GABARITO: C [A] A conjunção mas não tem essa função sintática de ligar verbos, mas orações ou ideias contrárias. [B] A conjunção vai ligar ideias opostas, mas em nenhum momento, neste caso, inconciliáveis, pelo contrário. [C] Correta. A conjunção mas liga um

verso que expressa uma fatalidade, algo que pode acontecer na história de vida de qualquer pessoa, com outro verso que vai expressar o que deve ser feito o que pode ser feito, qual a tarefa que deve ser realizada a fim de melhorar o mundo em que se

vive. [D] Não há enunciado introdutório no poema. [E] A conjunção não liga a intensidade dos problemas do mundo, nem seria esta sua função sintática.

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43. Considere o cartum do artista argentino Joaquín Salvador Lavado, mais conhecido como Quino.

Observando-se a cena, pode-se afirmar corretamente que a comunicação entre as personagens ocorre pelo a) discurso indireto, e que o policial comporta-se de maneira autoritária e truculenta ao abordar o motociclista. b) discurso indireto, e que o motociclista sente-se constrangido, pois sabe que dirigir um automóvel é mais

prudente que dirigir uma moto. c) discurso indireto livre, e que o motociclista refuta a advertência do policial, pois dirige cuidadosamente apesar

da deficiência visual. d) discurso direto, e que o policial parece perplexo diante da solução incomum encontrada pelo motociclista para

conduzir a moto. e) discurso direto, e que o motociclista reconhece sua situação irregular, pois não possui documentos que lhe

permitem dirigir veículos. GABARITO: D [A] Não pode ser discurso indireto, uma vez que a tirinha mostra um diálogo. [B] Não pode ser discurso indireto, uma vez que a tirinha mostra um diálogo. [C] O discurso indireto livre dá uma liberdade ao personagem que não cabe em um veículo em que predomina mais a imagem do que as palavras. [D] Correta. O guarda se mostra espantado pelo fato de usar óculos, o motorista optou por para-brisa com lente. [E] O motorista tem a carta que prescreve o uso dos óculos, mas que foi trocado por um vidro com lente corretiva. Texto para a próxima questão: Utilize o texto abaixo para responder à próxima questão:

Sempre desconfiei

Sempre desconfiei de narrativas de sonhos. Se já nos é difícil recordar o que vimos despertos e de olhos bem abertos, imagine-se o que não será das coisas que vimos dormindo e de olhos fechados... Com esse pouco que nos resta, fazemos reconstituições suspeitamente lógicas e pomos enredo, sem querer, nas ocasionais variações de um calidoscópio. Me lembro de que, quando menino, minha gente acusava-me de inventar os sonhos. O que me deixava indignado.

Hoje creio que ambas as partes tínhamos razão. Por outro lado, o que mais espantoso há nos sonhos é que não nos espantamos de nada. Sonhas, por

exemplo, que estás a conversar com o tio Juca. De repente, te lembras de que ele já morreu. E daí? A conversa continua. Com toda a naturalidade.

Já imaginaste que bom se pudesses manter essa imperturbável serenidade na vida propriamente dita? (Mario Quintana, A vaca e o hipogrifo. São Paulo: Globo,1995)

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44. Infere-se que a principal justificativa para a expressão contida no título e no primeiro período do texto é: a) Na reconstituição dos sonhos, a mente reorganiza de maneira coerente o que se consegue lembrar. b) Habitualmente, os sonhos apenas refletem a incoerência dos fatos naturais da vida. c) Tal como na montagem de um quadro com peças soltas e sem sentido, os sonhos são ilógicos. d) Os adultos não encaram com seriedade os sonhos das crianças, mesmo quando esses são coerentes. e) Sendo incapaz de recordar os sonhos, a mente humana inventa histórias fantasiosas. GABARITO: A A desconfiança do autor é relacionada à reconstrução lógica dos sonhos, pois ele não confia na lembrança – conforme indica em “Se já nos é difícil recordar o que vimos despertos e de olhos bem abertos, imagine-se o que não será das coisas que vimos dormindo e de olhos fechados”.

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w w pvix.co .bw .u m r

JARDIM DA PENHA

(27) 3025 9150

JARDIM CAMBURI

(27) 3317 4832

PRAIA DO CANTO

(27) 3062 4967

VILA VELHA

(27) 3325 1001

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JARDIM DA PENHA

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JARDIM CAMBURI

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PRAIA DO CANTO

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