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Resoluções 1 CONJUNTURA INTERNACIONAL Desde 2008 não se pode fazer uma análise consistente da conjuntura internacional sem discutir os efeitos da crise econômica desencadeada pela quebra do banco Lehman Brothers. Para muitos analistas, tratase da pior crise do capitalismo desde a de 1929, que inaugurou um período de recessão superado apenas após o final da II Guerra Mundial (19391945). A receita para sair da crise foi dada, mais uma vez, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI): mais desregulamentações financeiras, cortes de gastos estatais, redução de salários e supressão de direitos sociais. Além disso, está em negociação um acordo de livre comércio entre Estados Unidos e União Europeia que poderá ser o golpe de misericórdia no já moribundo “Estado de bemestar social”. Por esse acordo, empresas terão o direito de recorrer à Justiça contra leis trabalhistas e políticas sociais que possam ser consideradas prejudiciais aos seus negócios. Por exemplo: um direito como férias remuneradas pode ser considerado um custo excessivo e um entrave à competitividade internacional de determinada empresa. Bastará uma decisão judicial para anular esse direito, mesmo que ele esteja previsto em lei ou na própria Constituição. O interesse do capitalista em ampliar seus lucros será colocado, assim, acima da soberania nacional de cada país e acima do interesse público. Uma vez que esse princípio estiver vigorando nas relações entre EUA e União Europeia, haverá forte pressão política e econômica para que seja adotado por outros países. Enquanto os países desenvolvidos atacam os direitos dos trabalhadores para preservar os lucros de banqueiros e especuladores, os efeitos da crise começam a se fazer sentir naquele grupo de países que parecia não ter sido afetado significativamente pela recessão. É o caso dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). O crescimento da China – que tem sido um dos principais motores da economia mundial – também está desacelerando. Não por acaso, é neste momento que os BRICS se reúnem para criar seu próprio banco. Nada indica, porém, que o modelo adotado seja alternativo às organizações propagadoras das contrarreformas neoliberais (FMI, Banco Mundial e OMC). Também estamos chegando, ao que parece, ao fim de um ciclo de governos pretensamente de esquerda na América Latina. Fica evidente que os governos de frente popular foram incapazes de desencadear

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Resoluções

1-­‐ CONJUNTURA  INTERNACIONAL    

Desde  2008  não  se  pode  fazer  uma  análise  consistente  da  conjuntura  internacional  sem  discutir  os  efeitos  

da  crise  econômica  desencadeada  pela  quebra  do  banco  Lehman  Brothers.  Para  muitos  analistas,  trata-­‐se  

da  pior  crise  do  capitalismo  desde  a  de  1929,  que  inaugurou  um  período  de  recessão  superado  apenas  após  

o  final  da  II  Guerra  Mundial  (1939-­‐1945).    

A   receita   para   sair   da   crise   foi   dada,   mais   uma   vez,   pelo   Fundo   Monetário   Internacional   (FMI):   mais  

desregulamentações   financeiras,   cortes   de   gastos   estatais,   redução   de   salários   e   supressão   de   direitos  

sociais.   Além   disso,   está   em   negociação   um   acordo   de   livre   comércio   entre   Estados   Unidos   e   União  

Europeia  que  poderá  ser  o  golpe  de  misericórdia  no  já  moribundo  “Estado  de  bem-­‐estar  social”.  Por  esse  

acordo,  empresas  terão  o  direito  de  recorrer  à  Justiça  contra  leis  trabalhistas  e  políticas  sociais  que  possam  

ser   consideradas  prejudiciais  aos   seus  negócios.  Por  exemplo:  um  direito   como   férias   remuneradas  pode  

ser   considerado   um   custo   excessivo   e   um   entrave   à   competitividade   internacional   de   determinada  

empresa.  Bastará  uma  decisão  judicial  para  anular  esse  direito,  mesmo  que  ele  esteja  previsto  em  lei  ou  na  

própria  Constituição.    

O  interesse  do  capitalista  em  ampliar  seus  lucros  será  colocado,  assim,  acima  da  soberania  nacional  de  cada  

país  e  acima  do  interesse  público.  Uma  vez  que  esse  princípio  estiver  vigorando  nas  relações  entre  EUA  e  

União  Europeia,  haverá  forte  pressão  política  e  econômica  para  que  seja  adotado  por  outros  países.  

Enquanto   os   países   desenvolvidos   atacam   os   direitos   dos   trabalhadores   para   preservar   os   lucros   de  

banqueiros   e   especuladores,   os   efeitos   da   crise   começam  a   se   fazer   sentir   naquele   grupo  de   países   que  

parecia   não   ter   sido   afetado   significativamente   pela   recessão.   É   o   caso   dos   BRICS   (Brasil,   Rússia,   Índia,  

China  e  África  do  Sul).    O   crescimento  da  China  –  que   tem  sido  um  dos  principais  motores  da  economia  

mundial   –   também  está   desacelerando.  Não  por   acaso,   é   neste  momento  que  os   BRICS   se   reúnem  para  

criar   seu   próprio   banco.   Nada   indica,   porém,   que   o   modelo   adotado   seja   alternativo   às   organizações  

propagadoras  das  contrarreformas  neoliberais  (FMI,  Banco  Mundial  e  OMC).    

Também  estamos  chegando,  ao  que  parece,  ao  fim  de  um  ciclo  de  governos  pretensamente  de  esquerda  na  

América   Latina.   Fica   evidente   que   os   governos   de   frente   popular   foram   incapazes   de   desencadear  

 

 

processos   de   transformação   profunda   da   sociedade   envolvendo   o   conjunto   da   classe   trabalhadora.   Ao  

contrário,  muitas  vezes  reprimiram  os  sindicatos  e  movimentos  sociais  que  não  se  submeteram  ao  papel  de  

correia  de  transmissão  do  governo.  

Por  toda  parte,  o  ascenso  das  lutas  dos  trabalhadores  vem  sofrendo  forte  repressão.  Às  lutas  da  Primavera  

Árabe  seguiram-­‐se  contraofensivas  no  Egito,  na  Líbia,  na  Síria  e  na  Palestina,  com  verdadeiros  massacres.  

Em  julho  deste  ano,  o  Estado  de  Israel  desencadeou  uma  verdadeira  campanha  de  limpeza  étnica  contra  o  

povo   palestino   na   Faixa   de   Gaza.   A   existência   do   Estado   sionista   de   Israel   é   um   erro   histórico   que  

continuará  gerando  morte  e  destruição  enquanto  não  for  reparado.  Isso  nada  tem  a  ver  com  o  povo  judeu,  

que  viveu  uma   longa  história  de  opressão  e  massacres.  Em  vários  países,   setores  da  própria  comunidade  

judaica  vêm  se  manifestando  contra  o  genocídio  na  Faixa  de  Gaza.  

Israel   é   uma  máquina   de   opressão   e   violência   instalada   como   ponta   de   lança   do   imperialismo   em   uma  

região  que  concentra  dois  terços  das  reservas  mundiais  de  petróleo.  A  paz  virá  apenas  com  o  fim  do  Estado  

sionista.   É   preciso   repudiar   a   manutenção   de   relações   comerciais   e   diplomáticas   com   esse   país,  

especialmente   na   compra   de   armamentos,   o   que   só   fortalece   a   indústria   de   destruição   em   massa  

israelense.  

 

Defendemos:  

! Não   ao   acordo   de   livre   comércio   entre   Estados   Unidos   e   Europa,   que   coloca   em   risco   direitos  

sociais;  

! Não  aos  planos  de  ajuste  do  FMI.  Os  trabalhadores  não  pagarão  pela  crise!  

! Pela  anulação  da  dívida  externa  como  mecanismo  de  espoliação  da  classe  trabalhadora;  

! Solidariedade  aos  rebeldes  sírios,  vítimas  da  ditadura  de  Al  Assad;  

! Solidariedade  aos  palestinos,  vítimas  do  genocídio  praticado  pelo  Estado  sionista  de  Israel;  

! Pelo  fim  do  Estado  sionista  de  Israel.  Por  uma  Palestina  única,  laica,  democrática  e  não  racista;  

! Todo  apoio  à  Campanha  Boicote,  Desinvestimento  e  Sanções  (BDS)  e  pelo  rompimento  das  relações  

comerciais  com  o  Estado  sionista  de  Israel.  

2-­‐ CONJUNTURA  NACIONAL    

Seja  quem  for  o  próximo  presidente,  que  sairá  de  uma  eleição  totalmente  anti-­‐democrática,  definida  por  

gastos   que   passam   de   bilhões   (“doação”   de   grandes   empresas),   Dilma,   Marina   ou   Aécio   tentarão  

transferir  a  crise  que  já  está  presente  para  as  costas  dos  trabalhadores,  protegendo  o  lucro  dos  patrões!  E  

como  sempre,  o  funcionalismo  federal  será  o  primeiro  a  ser  atacado.  Disso  não  temos  dúvidas!  

O  governo  gasta  anualmente  entre  43  a  45%  do  orçamento  para  pagar  somente  juros  da  dívida,  deixando  

de  investir  em  áreas  fundamentais,  que  poderiam  melhorar  bastante  a  vida  da  população.  Não  há  fórmula  

mágica:  se  continuar  dando  bilhões  e  bilhões  aos  banqueiros  e  especuladores,  isentando  de  impostos  os  

 

 

grandes   empresários,   não   sobrará   para   a   saúde,   educação,   saneamento,   moradia,   segurança...   Não  

haverá   futuro   para   este   país   enquanto   o   patrimônio   do   povo   for   entregue   a   preço   de   banana   para   as  

empresas   do   setor   privado   através   das   privatizações.   Não   haverá   recursos   para   valorizar   o   servidor   e  

melhorar  a  qualidade  do  serviço  público  enquanto  a  prioridade  dos  governos  for  repassar  recursos  públicos  

para  as  grandes  empresas,  através  de  incentivos  e  isenções  fiscais.  

Exigimos  o  não  pagamento  da  dívida  pública  e  sua  auditoria,  porque  apesar  da  quantidade  gigantesca  de  

recursos  que  o  governo  tem  pago  aos  credores,  o  valor  nunca  para  de  crescer.    

As   grandes  manifestações   de   junho   de   2013   foram   o   grito   contra   tudo   de   errado   que   está   aí:   contra   o  

desmonte   do   Estado   que   começou   com   FHC   e   teve   continuidade   com   o   PT,   contra   as   privatizações,   a  

precarização  do  trabalho,  a  vergonhosa  situação  da  saúde  e  da  educação  pública,  a  insegurança,  com  uma  

polícia  que  defende  os   ricos  e  mata  os  pobres;   contra  os  corruptos  e  os  corruptores  que  sugam  o  país  e  

comprometem  o  futuro  das  novas  gerações.  Contra  o  modelo  que  acha  que  a  distribuição  do  Bolsa-­‐família  

é  o  suficiente.  Contra  os  gastos  com  a  COPA,  o  “circo”  oferecido  ao  povo.  Os  salários  estão  cada  vez  

mais   defasados,   é   inegável   o   aumento   da   inflação,   e   a   população  mais   carente,   a   despeito   da  

propaganda  oficial,  sente  aumentarem  as  suas  dificuldades.    

A   resposta   dos   governos   às   reivindicações,   às   manifestações   e   às   lutas   da   população   e   dos  

trabalhadores  foi,  por  um  lado  tentar  enrolar,  fingindo  com  o  apoio  total  da  grande  mídia,  que  as  

coisas   estavam   mudando,   iriam   melhorar;   por   outro   lado,   a   verdadeira   política   dos   governos  

federal   e   estaduais   foi   a   criminalização   dos   movimentos,   com   prisões,   espancamentos,  

intimidações,  falsificações,  infiltração  de  provocadores  em  manifestações.  

Diante   do   quadro   que   se   avizinha,   dos   ataques   que   nos   preparam  pós-­‐eleições,   nossa   principal  

tarefa   neste   congresso   é   aprovar   propostas   que   fortaleçam   nossa   organização,   que   forjem   a  

unidade  de  todos  os  setores  atacados,  que  sensibilizem  os  servidores  que  é  possível  e  necessário  

lutar  em  defesa  de  nossos  direitos  e  de  nossas  condições  de  vida.  E  isso  só  conseguiremos  com  a  

unidade  dos  que  lutam,  a  mais  ampla  democracia,  e  a  organização  pela  base.  

 

Defendemos  como  bandeiras  gerais,  mas  que  estão  intimamente  ligadas  às  nossas  lutas,  pois  vão  contra  o  

modelo  econômico  que  nos  penaliza:  

! Não  pagamento  da  dívida  externa  e  interna  aos  banqueiros  e  grandes  especuladores!  

! Congelamento  do  preço  dos  alimentos  e  tarifas  públicas  e  aumento  geral  dos  salários!  

! Redução  do  preço  e  melhoria  da  qualidade  dos  transportes  coletivos!  

! Mais  investimentos  na  saúde  e  educação  pública!  

! 10%  do  PIB  para  a  universalização  da  educação  pública!  

! Fim  do  fator  previdenciário  e  aumento  do  valor  das  aposentadorias!  

! Redução  da  jornada  de  trabalho  para  todos,  sem  redução  de  salários!  

 

 

! Fim  dos  leilões  das  reservas  de  petróleo!  

! Reforma  Agrária  sob  controle  dos  trabalhadores  Já!  

! Contra  a  precarização  do  trabalho!  

! Fim  das  privatizações  das  empresas  estatais  e  do  serviço  público!  Reestatização  sem  pagamento  de  

indenização  do  que  já  foi  entregue  ao  setor  privado!  

! Fim   das   isenções   para   as   empresas,   queremos   mais   recursos   para   as   aposentadorias,   o   serviço  

público  e  para  a  valorização  do  servidor  público!  

! Pelo   fim   das   terceirizações;   por   concursos   públicos   que   recompanham   os   cargos   em   todos   os  

níveis.  

3-­‐ BALANÇO  E  PLANOS  DE  LUTAS  DO  MOVIMENTO  DOS  SERVIDORES  PÚBLICOS  FEDERAIS  

 

Apesar   de   todos   os   esforços   realizados   pelos   setores   combativos   do   funcionalismo,   as   iniciativas   de  

unidade  tratadas  no  Fórum  das  Entidades  Nacionais,  não  foram  suficientes  para  o  desenvolvimento  de  uma  

campanha   salarial   que   arrancasse   o   necessário   reajuste   salarial.   Apesar   de   terem   ocorrido   importantes  

mobilizações  com  a  deflagração  de  greves  nas  bases  de  FASUBRA,  SINASEFE,  FENAJUFE,  CONDSEF  (setor  da  

Cultura)  e  trabalhadores  do  IBGE,  não  conseguimos  a  tão  necessária  unificação  das  lutas.  

O  governo  buscou  derrotar  estas   lutas   fragmentadas  com  a   judicialização  e  criminalização  do  movimento  

grevista,   numa   clara   tentativa   de   intimidar   os   servidores.   Ao   mesmo   tempo,   diversos   setores   do  

movimento   sindical,   ligados   aos   partidos   da   base   governista   e   ao   PT,   preferiram   se   omitir   da   luta   e  

desconstruir  o  movimento  unificado,  tentando  evitar  desgastes  para  o  governo  e  sua  candidata.    

Isso  só  nos  mostra  que  temos  que  redobrar  nossas  esforços,  apostar  na  unidade  para  construirmos,  desde  

já,  uma  grande  campanha  salarial  que  consiga   impor  uma  derrota  ao  modelo  econômico  do  governo.  Só  

com  muita  luta  e  perseverança  conseguiremos  defender  nossos  direitos,  barrar  os  ataques  e  conquistar  a  

reposição  de  nossas  perdas  salariais.  Além  da   luta  salarial,  temos  que  lutar  em  defesa  dos  aposentados  e  

pensionistas,   pelo   reajuste  dos   valores   dos  benefícios   sociais,   hoje   extremamente  defasados,   combinada  

com  mobilização   e   luta   contra   a   criminalização   dos  movimentos   sociais,   e   a   organização   e   unidade   dos  

servidores  públicos  federais.    

 

Devemos  preparar  a  Campanha  Unificada  dos  SPFs  2015  com  os  seguintes  eixos:  

! Reposição  das  perdas  salariais  e  incorporação  das  gratificações  ao  salário  base!  

! Imediata  realização  de  concursos  públicos!  Pelo  fim  das  terceirizações!  

! Pelo  preenchimento  automático  dos  cargos  vagos  pelos  servidores  concursados!  

! Defesa  de  um  plano  de  cargos,  salários  e  carreira  no  Serviço  Público!  

! Reajuste  do  auxílio-­‐alimentação  e  auxílio-­‐creche!  

 

 

! Redução  da  jornada  de  trabalho  para  30  horas,  sem  redução  de  salário!  

! Paridade  entre  ativos,  aposentados  e  pensionistas!  

! Direito  à  negociação  coletiva,  conforme  Convenção  151  da  OIT  e  data-­‐base  do  funcionalismo  em  1o  

de  maio!  

! Pelo  direito  de  greve  dos  servidores!    

! Fim  do  assédio  moral,  da  perseguição  aos  ativistas  e  contra  a  implantação  de  metas  exaustivas!  

! Anulação   da   reforma   da   Previdência   do   governo   Lula   e   revogação   da   lei   do   FUNPRESP.   Não   à  

privatização  dos  Hospitais  Universitários  e  contra  a  EBSERH  

4-­‐ BALANÇO  DA  RELAÇÃO  COM  A  CONDSEF    

O   X   Congresso   da   CONDSEF,   a   nossa   confederação,   ocorreu   em   dezembro   de   2013.   Neste   Congresso   a  

maioria  da  Delegação  do  SINDSEF-­‐SP  teve  uma  participação  de  destaque,  defendendo  com  qualidade  todas  

as  propostas  que  fizeram  parte  da  Tese  que  apresentamos  às  assembleias  que  elegeram  os  delegados  de  

São  Paulo.  De  um  modo  geral  o  Congresso  foi  vitorioso,  pois  refletiu  o  grande  descontentamento  da  imensa  

maioria   dos   delegados   de   todo   o   país,   que   se   mostraram   radicalmente   contra   o   governo.   Além   das  

questões  que  nos  afetam  diretamente,  como  os  salários  e  a  retirada  de  vários  de  nossos  direitos,  o  ataque  

à   aposentadoria,   os   delegados   se   posicionaram   em   oposição   frontal   ao   governo,   contra   a   corrupção,   o  

desmonte   dos   serviços   públicos,   a   parasitagem   dos   parlamentares,   o   privilégio   aos   banqueiros,   ao  

agronegócio  e   aos   grandes  empresários,   em  detrimento  de  melhorar   as   condições  de   vida  da  população  

mais  carente.  De  fato  o  congresso  refletiu  o  sentimento  dos  milhares  e  milhares  que  tomaram  as  ruas  do  

país  em  junho  de  2013.  Em  todos  estes  pontos  os  delegados  que  defenderam  as  teses  aprovadas  em  São  

Paulo   cumpriram   um   papel   fundamental,   polarizando   e   enriquecendo   os   debates.   Um   debate   que   teve  

destaque  neste  congresso  foi  a  luta  contra  as  opressões.  Foi  aprovado  que  a  CONDSEF  deve  estar  à  frente  

de   todas   as   lutas   contra   a   opressão,   exigindo   a   punição   de   todos   os   atos   de   machismo,   racismo   e  

homofobia.  Este  é  outro  ponto  que   temos   todos  de  nos  orgulhar,  pois   foi  a  delegação  de  São  Paulo  que  

levantou   esse   debate   e   a   que   se   mostrou   mais   preparada   e   consequente   na   defesa   das   resoluções,  

refletindo  o  acúmulo  de  debates  e  a  luta  que  o  SINDSEF-­‐SP  já  desenvolve  há  anos  sobre  o  tema.  

No  entanto  não  podemos  afirmar  que  o  Congresso  foi  totalmente  vitorioso:  alguns  pontos  que  entendemos  

ser   de   fundamental   importância   não   foram   contemplados.   Nossa   tese   defendia,   por   exemplo,   que   a  

CONDSEF   deveria   se   desfiliar   da   CUT,   que   se   tornou   uma   Central   chapa   branca,   governista,   e   que   atua  

como  um  freio  à  luta  dos  trabalhadores  quando  estes  se  enfrentam  com  a  política  econômica  do  governo.  

Não  é  a   toa  que  a  CONDSEF  é  a  única  das  entidades  gerais  do   funcionalismo  que  continua   filiada  à  CUT;  

ANDES,  FENASPS,  FENAJUF,  FASUBRA  e  SINASEFE,  que  são  as  principais  entidades  gerais  do  funcionalismo  

federal   já   se  desfiliaram  há   tempos  da  CUT.  Defendemos   também  diversos  outros  pontos   relacionados  à  

democratização  da  nossa  confederação,  à  transparência  da  gestão.  E  defendemos  isso  porque  entendemos  

 

 

que  esta  é  a  única  forma  de  a  CONDSEF  unificar  os  trabalhadores  e  enfrentar  o  governo.  Não  é  possível  que  

após   todos  estes  anos,   e   todos  os  ataques  que   sofremos,  nossa  Confederação  ainda  esteja   ligada  a  uma  

Central  governista.  Este  debate  foi  barrado  no  Congresso  sob  a  alegação  de  ser  uma  questão  estatutária,  

que  não  poderia  ser  contemplada  por  aquele  congresso,  mas  na  verdade  foi  uma  fuga  a  este  debate.    

Há   que   se   citar   que,   infelizmente,   uma   pequena   parcela   dos   nosso   delegados,   que   foram   eleitos   nas  

assembleias  de  seus  órgãos  defendendo  a  tese  do  SINDSEF-­‐SP,  muitos  inclusive  assinando-­‐a,  ao  chegarem  

no  congresso  defenderam  outras  posições.  Isso  é  lamentável  e  não  pode  se  repetir,  pois  é  um  desrespeito  

aos   que   votaram   nestas   pessoas,   delegaram   a   elas   a   representação   baseados   no   que   foi   discutido   na  

assembleia.  Todos  têm  o  direito  e  a  liberdade  de  defenderem  o  que  quiserem,  mas  isso  deve  ser  feito  nas  

assembleias  de  base,  para  que  os  servidores  saibam  o  que  os  delegados  defenderão  no  congresso.   Isso  é  

parte  de  um  aprendizado,  de  um  amadurecimento,  e  esperamos  que  não  se  repita.  

Ao   final  do  congresso  a  delegação  de  São  Paulo  apoiou  e   fez  parte  de  uma  das  chapas  que  se   formaram  

para  disputar  a  direção  da  Confederação  nos  próximos  3  anos.  E  participamos  desta  chapa  com  a  coerência  

de  que  vínhamos  desenvolvendo  diversas  atividades  e  lutas  em  conjunto,  por  meio  do  Espaço  Unidade  de  

Ação,  como  a  greve  de  2012,  a  marcha  do  dia  24  de  abril  e  as  paralisações  de  11  de  julho  e  30  de  agosto.  A  

votação   que   tivemos,   refletindo   o   papel   importante   que   desempenhamos   no   congresso   possibilitou   que  

atingíssemos   a   votação   para   termos   um   representante   de   São   Paulo   na   Executiva   da   CONDSEF.  

Infelizmente,  num  gesto  burocrático  e  inaceitável,  o  setor  que  era  maioria  na  chapa  manobrou  e  impediu  

que  compuséssemos  a  Executiva,  oferecendo  um  cargo  de  menor  importância.  Não  aceitamos  e  preferimos  

estar  fora  da  Direção  da  Confederação  pois  não  poderíamos  atuar  com  quem  dá  golpes  burocráticos  dessa  

forma.  Isso  só  reforçou  a  nossa  posição  de  que  é  preciso  democratizar  a  Confederação,  pois  da  forma  como  

está  ela  não  consegue  representar  de  verdade  os  anseios  e  necessidades  dos  servidores  de  sua  base.    

Diante   disso   a   atual   diretoria   do   SINDSEF-­‐SP   vem   insistindo   na   defesa   de  medidas   que   democratizem   a  

CONDSEF,   que   a   confederação   seja   de   fato   controlada   pelas   entidades   que   a   compõem;   e   como   ponto  

inicial  e   fundamental  desta  democratização  é  preciso  exigir   transparência   total  nas   finanças  da  entidade;  

que   os   sindicatos   que   a   sustentam   tenham   acesso   à   sua   situação   financeira   da   entidade,   ao   menos  

semestralmente,  para  que  não  se  chegue  a  uma  situação  como  a  atual,  quando  as   contas   foram  abertas  

apenas  por  se  ter  chegado  a  uma  situação  de  crise  financeira.  

Diante  dos  ataques  que  se  avizinham,  só  uma  entidade  democrática  e  de  oposição  aos  interesses  do  nosso  

patrão  (o  governo  federal)  terá  a  legitimidade  e  a  força  para  dirigir  as  nossas  lutas.  

5-­‐ BALANÇO  E  PLANOS  DA  DIRETORIA  DO  SINDSEF-­‐SP    

Avançar  na  organização  de  base  nos  locais  de  trabalho  é  fundamental  para  o  fortalecimento  da  luta  dos  

servidores   e   para   a   democratização   do   nosso   sindicato.   Este   é   um   conceito   que   sempre   vem   sendo  

colocado  em  nossos  congressos,  pois  de  verdade  é  a  chave  para  avançarmos  na  nossa  organização  e  para  

 

 

lutarmos   por   nossos   direitos   e   conquistas.   Por   isso   é   preciso   reafirmar   que   o   trabalho   de   base,   a  

organização   por   local   de   trabalho   é   a   prioridade   do   nosso   sindicato,   e   da   próxima   gestão.   E   é   muito  

importante   fazermos   um   balanço   claro   sobre   essa   questão.   Como   saiu   a   atual   gestão   nesse   quesito?  

Avançamos,  retrocedemos,  demos  prioridade?  Há  alguns  indicadores  que  podem  nos  ajudar  a  responder  a  

isso:   realizamos   muitas   ou   poucas   assembleias   nos   locais   de   trabalho?   Desenvolvemos   atividades   nos  

órgãos?  Organizamos  as   lutas  por   local  de  trabalho?  Demos  respostas  às  necessidades  dos  servidores  em  

seus   locais?   E   o   nosso   Conselho   de   Representantes?   Funcionou   a   contento?   Conseguimos   aumentar   o  

número   de   filiados   ao   sindicato?   Trouxemos   novos   servidores   para   a   vivência   cotidiana   do   sindicato?  

Evidente  que  há  outros  pontos  que  podem  e  devem  ser  levantados;  contribuem  pra  enriquecer  o  debate  e  

fazer  avançar  nossa  organização.    

São  questões  difíceis  de  serem  respondidas  de  forma  direta,  mas  vamos  tentar  expressar  a  nossa  opinião,  

mesclada  e  enriquecida  com  as  opiniões  e  a  percepção  que  tivemos  durante  a  rodada  de  assembleias.    

Houve   um   grande   esforço   para   que   realizássemos   as   assembleias   nos   locais   de   trabalho.  Mas   é   preciso  

considerar   que   nossa   campanha   salarial,   em  nível   nacional,   não   conseguiu   atingir   o   grau   de  mobilização  

que   necessitávamos   para   impor   uma   derrota   ao   governo.   Talvez   por   isso   possamos   ter   tido   menos  

assembleias  que  em  outros  anos,  com  campanhas  salariais  mais  agitadas.  Apesar  disso  essa  gestão  investiu  

em   todas   as   tentativas   que   pudessem   fortalecer   a   luta   do   funcionalismo,   fossem   as   caravanas,   as  

manifestações  e  atos  no  estado;  e  tudo  buscando  construir  a  unidade  com  outras  categorias  para  melhor  

enfrentarmos   o   governo.   Investimos   também,   como   outros   sindicatos   de   luta,   na   construção   de  

manifestações  que  questionaram  os   gastos   com  a  Copa,  denunciando   que  o   governo   investiu  bilhões  do  

dinheiro  público  na  construção  de  estádios  e  se  manteve  irredutível  para  atender  as   justas  reivindicações  

dos  trabalhadores.    

Durante  o  congresso  do  sindicato  os  delegados  apontaram  a  necessidade  de  ampliar  a  atuação  da  diretoria  

e  fortalecer  o  trabalho  de  base.  Conscientizar  os  delegados  de  base  sobre  o  papel  que  devem  desempenhar  

no   sentido   de   fortalecer   a   atuação   do   sindicato.   Realizar  mais   panfletagens   e   assembleias   nos   locais   de  

trabalho.  Organizar  seminários  de  formação  periódicos.  Fortalecer  a  atuação  do  Conselho  de  Base  e  realizar  

assembleias  estaduais.  Manter  a  assembleia  de  aposentados  a  cada  dois  meses.    Retomar  a  campanha  de  

filiação.   Conscientizar   os   servidores   novos   sobre   a   importância   do   sindicato.   Realizar   seminário   estadual  

com  servidores  da  Funasa/Sesai.  Realizar  um  seminário  financeiro  para  discutir  o  planejamento  estratégico  

da   próxima   gestão.   Sobre   o   jornal   do   sindicato,   o   balanço   é   positivo,   e   foi   sugerido   que   o  mesmo   deve  

sempre   buscar   pautar   temas   jurídicos   e   continuar   apresentando   a   prestação   de   contas   da   entidade.  

Quando   o   servidor   tiver   dificuldades   para   pagar   custas   processuais   de   ações   individuais,   verificar   a  

possibilidade  de  parcelamento  com  cheques  pré-­‐datados.  

Se  avaliarmos  as  lutas  específicas  por  setor  ou  órgão,  podemos  citar  alguns  exemplos:    

MTE  -­‐  cabe  um  papel  de  destaque  à   luta  dos  trabalhadores  do  MTE,  certamente  o  órgão  que  vem  sendo  

mais  atacado  e  sucateado  pelo  governo  federal.  E  não  é  por  acaso,  já  que  é  o  órgão  cuja  função  prioritária  é  

 

 

defender  os  direitos  dos  trabalhadores  e  fiscalizar  para  que  os  patrões  cumpram  a  lei.  O  desmonte  do  MTE  

é,   portanto,   uma   medida   consciente   do   governo   para   favorecer   os   patrões   e   precarizar   ainda   mais   as  

relações   trabalhistas.   Em   um   trabalho   conjunto   com   os   delegados   sindicais   desenvolvemos   diversas  

atividades  em  defesa  do  MTE  e  de  seus  servidores,  como  muitas  assembleias,  atos,  distribuição  de  cartas  à  

população,   manifestações,   comunicados   em   nossos   órgãos   de   comunicação,   releases   para   a   grande  

imprensa.  E  sempre  colocamos  nosso  departamento  jurídico  a  serviço  da  defesa  os  direitos  dos  servidores,  

seja  por  ajuizamento  de  ações  ou  por  meio  de  diversos  requerimentos  administrativos,  na  busca  de  uma  

efetiva   negociação   que   atenda   minimamente   as   reivindicações   dos   servidores.   Tamanho   é   o   grau   de  

desmonte   do   órgão   que   este   exemplo   é   simbólico:   o   SINDSEF   precisou   pedir   a   interdição   do   prédio   da  

superintendência  por  falta  de  condições  de  segurança  e  por  expor  trabalhadores  e  usuários  a  risco  de  uma  

tragédia  de  grandes  proporções.  Após  duas  audiências  na   justiça   federal,  o  órgão   finalmente  apresentou  

um  cronograma  de  obras  mais  urgentes  para  que  o  edifício  atenda  as  normas  de  segurança.  Avaliamos,  em  

conjunto  com  os  trabalhadores,  que  a  proposta  de  implementação  do  Sistema  Único  do  Trabalho  (SUT)  é  

parte  importante  do  processo  de  desmonte  do  órgão,  e  esta  vem  sendo  nossa  luta  mais  recente.  

IPEN   –   tivemos   uma   rica   experiência   ao   promover   oficinas   de   debates   no   órgão   com   o   objetivo   de  

proporcionar   formação  política   e   sindical   aos   servidores.   Também  estamos   denunciando   a   proposta   que  

tramita   na   Câmara   dos   Deputados   que   propõe   a   quebra   do   monopólio   estatal   para   a   produção   de  

radiofármacos,   importantes   e   estratégicos   medicamentos   utilizados   no   diagnóstico   e   tratamento   de  

doenças   relacionadas   à   cardiologia,   à   neurologia   e   à   oncologia.   Estes   radiofármacos   são   produzidos   no  

IPEN,  sendo  que  há  um  lobby  de  empresas  multinacionais  que  querem  entrar  no  mercado  e  lucrar,  também  

neste  segmento,  às  custas  da  saúde  da  população.  Estamos  também  acompanhando,  com  o  apoio  do  nosso  

departamento   jurídico,   importantes   lutas   dos   servidores,   como   a   relacionada   à   GEPR,   o   recebimento  

cumulativo  de  adicional  ionizante  e  a  gratificação  de  raios-­‐X,  etc.    

Aposentados  e  Pensionistas  –  O  Sindsef-­‐SP  organizou,  em  conjunto  com  Sintrajud  e  Sinsprev,  um  ato  pela  

paridade  entre  ativos,  aposentados  e  pensionistas,  em  frente  ao  gabinete  da  Presidência  da  República  em  

São  Paulo.  O  objetivo  foi  reiterar  as  reivindicações  do  segmento.  Em  abril  ocorreu  o  VII  Encontro  do  setor.  

Foram  dois  dias  de  atividades,  com  direito  a  debate  político,  questões  especificas  e  momentos  de  lazer.  O  

Sindsef-­‐SP   tem   realizado  assembleias   estaduais   com  os   aposentados  e  pensionistas   regularmente   a   cada  

dois  meses.  

Órgão  ligados  à  Cultura  –  Em  maio  de  2014  foi  deflagrada  uma  greve  nacional  do  setor.  O  eixo  principal  da  

pauta   de   reivindicações   foi   o   cumprimento   do   acordo   assinado   em   2007   pelo   governo   federal   e   a  

equiparação  salarial  com  a  ANCINE.  A  greve  durou  cerca  de  30  dias,  com  o  apoio  do  SINDSEF,  e  foi  muito  

importante  para  estreitar  a  relação  do  sindicato  e  os  servidores.  

DNIT  –  os  trabalhadores  do  DNIT  também  vêm  recebendo  atenção  especial  da  atual  diretoria,  seja  no  apoio  

aos  servidores  novos,  como  esclarecimentos  sobre  seus  direitos,  a  denúncia  do  Funpresp,  a   luta  contra  o  

ponto  eletrônico,  etc.  

 

 

IBAMA/ICMBio  –  Em  2013,  o  Sindsef-­‐SP  entrou  com  uma  ação  de  interdição  do  prédio  da  superintendência  

por  falta  de  condições  de  segurança.  A  ação  trouxe  resultados  concretos  e  a  reforma  no  prédio  foi  iniciada.  

Estamos   também   encaminhando   a   luta   pela   regularização   da   progressão/promoção   dos   servidores  

especialistas   em   meio   ambiente.   Também   promovemos   debate   sobre   a   violência   contra   a   mulher,   em  

continuidade   á   nossa   luta   contra   as   opressões.   Os   trabalhadores   do   ICMBio,   por   sua   vez,   denunciam   e  

lutam  contra  com  a  falta  de  recursos  que,  somado  à  falta  de  pessoal,  vem  comprometendo  o  desempenho  

das  atividades  do  órgão.    

Fundacentro  –  diversas  questões  são  encaminhadas  em  pauta  específica  dos  servidores,  sendo  que  um  dos  

principais  problemas  que  enfrentam  atualmente  está  relacionado  à  qualidade  e  custo  do  plano  de  saúde.    

Ministério   da   Saúde/Funasa   –   os   servidores   lotados   no   Ministério   da   Saúde   (ex-­‐Funasa)   cedidos   para  

trabalhar  nos  municípios  vêm  sendo  submetidos,  cada  vez  mais,  a  processos  de  assédio  moral  por  parte  de  

chefias,  em  muitas  das  vezes,  colocados  por  conta  de  loteamento  político  das  prefeituras.  Segundo  relatos,  

várias  dessas   chefias   tentam  obrigar  o  manuseio  de   inseticidas   sem  o  uso  de  Equipamentos  de  Proteção  

Individual  (EPIs).  Outro  problema  que  vêm  enfrentando  e  que  o  SINDSEF  busca  apoiá-­‐los,  tem  a  ver  com  o  

aumento  abusivo  praticado  pelo  Capesaúde,  plano  de  autogestão  dos   servidores  do  Ministério  da  Saúde  

(MS)  e  Funasa.  

INCRA  –  os   servidores  do  órgão,   com  o  apoio  do   SINDSEF,   realizaram  duas  paralisações  de  24  horas   em  

protesto  contra  o  veto  da  Presidente  Dilma  Rousseff  ao  projeto  de  reestruturação  das  carreiras  do  órgão.  A  

reestruturação   equiparava   as   remunerações   do   INCRA   às   do   IBAMA,   corrigindo,   em   parte,   a   defasagem  

salarial  acumulada  nos  últimos  10  anos,  já  que  em  2004,  os  dois  órgãos  possuíam  salários  equivalentes.  As  

paralisações  aconteceram  nos  dias  30  de   junho  e  03  de   julho  e  contaram  com  adesão  de  quase  100%  do  

quadro  de  funcionários.        

FUNAI  –  Os  servidores  enfrentam  problemas  com  o  sucateamento  do  órgão,  expresso  na  falta  de  condições  

de   trabalho   e   agravado   pela   prática   do   assédio   moral.   Além   disso,   a   perda   de   atribuições   ajuda   a  

enfraquecer   a   instituição  e   compromete  o   atendimento  das  necessidades  das   comunidades   indígenas.  O  

Sindsef-­‐SP   está   acompanhando   e   apoiando   os   trabalhadores   na   busca   de   uma   articulação   nacional   para  

unificar  a  luta  e  as  demandas  do  setor.    

SESAI  –  Os  servidores  vêm  resistindo  contra  o  desmonte  do  órgão  e  lutando,  com  o  apoio  do  sindicato,  pela    

Gratificações  de  Atividade  de  Saúde  Indígena  (GASI)  e  da  Gratificação  de  Incentivo  à  Atenção  à  Saúde  dos  

Povos  Indígenas  em  Terras  Indígenas  (GIASPI)  para  que  possam  desempenhar  a  contento  e  com  qualidade  

suas  atribuições  atendendo  às  populações  indígenas.    

6 –  DENUNCIA  E  COMBATE  ÀS  OPRESSÕES    

Este  é  um  tema  que  merece  destaque,  já  que  infelizmente  se  multiplicam  os  casos  de  machismo,  o  racismo,  

a  homofobia,  a  xenofobia  e  outras  formas  de  opressão.  O  Sindsef-­‐SP  tem  sido  vanguarda  na  luta  contra  as  

 

 

opressões.  Não  é  possível   lutar   contra  a  exploração  dos   trabalhadores   sem  que  haja  o   combate  direto  e  

cotidiano   a   todas   as   formas   de   opressão.   A   violência   contra   a   mulher,   a   agressão   e   assassinato   de  

homossexuais,  o  assassinato  da  juventude  negra  estão  cotidianamente  no  noticiário...  e  só  há  uma  forma  

de  eliminar  a  opressão:  a  denúncia  e  a  punição  exemplar  aos  opressores.  No  serviço  público  as  opressões,  

traduzidas  muitas  vezes  em  brincadeiras  e  piadas,  são  portas  de  entrada  para  o  assédio  moral.    

É  necessário  que   redobremos  esta   luta,  que   consigamos  que   cada   servidor   seja  um  agente  multiplicador  

desta   campanha  nos   locais  de   trabalho,  mas   também  com  os  amigos,   familiares,   vizinhos.  Não  podemos  

naturalizar   a   opressão,   pois   é   um   mecanismo   utilizado   para   dividir   os   trabalhadores,   facilitando   nossa  

exploração.  É  preciso  denunciar,  é  preciso  exigir  punição.   Infelizmente  falta  coragem  e  disposição  política  

para  que  os  governos  e  o  Judiciário  enfrentem  à  altura  esta  chaga;  só  a  mobilização  popular  pode  conseguir  

isso.    

Este  congresso  deve  reafirmar,  expandir  e   fortalecer  nossas  atividades  na   luta  contra   todas  as   formas  de  

opressão.