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Rua Boa Vista, 76 - 11° andar | CEP: 01014-000 | Centro - São Paulo/SP | Tel.: (11) 3107-7984 Informativo da Secretaria Executiva Nacional Número 1 De 6 a 20 de setembro de 2012 www.cspconlutas.org.br Secretaria Executiva ampliada discute campanhas salariais do segundo semestre Essas mobilizações vêm em seguida a greve geral dos servidores públicos federais que desafiou o governo Dilma. Apesar de afirmar que não ne- gociaria em greve e que não daria aumento salarial, devido à crise econômica mundial que se aproxima, foi obrigado a re- cuar. Recuou devido à força da greve unificada, que abarcou cerca de 400 mil servidores. A CSP-Conlutas defende que as campanhas salariais do segundo semestre atuem de maneira unificada nas datas de CSP-Conlutas defende a unificação das lutas lutas, de indicativo de greves e ou- tros protestos. É possível apresen- tar propostas que concentrem as ações das categorias em torno dos dias 18 e 19 de setembro. Por isso, as entidades liga- das a nossa Central levarão essa proposta para as outras centrais e sindicatos vinculados a essas campanhas, assim como os tra- balhadores deverão defender a unificação nas assembleias e nos locais de trabalho. Bandeiras políticas - É preci- so unificar também algumas ban- deiras das campanhas salariais, como a denuncia do governo Dil- ma e dos governos estaduais, que dão dinheiro para as empresas por meio de isenções de impos- tos (IPI), desoneração da folha de pagamento, etc. Denunciar a nova reforma da previdência que quer acabar com a aposentadoria por contribuição e instituir a idade mí- nima de 65 anos para os homens e 60 para as mulheres, para a apo- sentadoria, assim como o fator 85/95 e defender o fim do fator previdenciário. Denunciar a ten- tativa de flexibilização das leis tra- balhistas através do projeto de lei A Secretaria Executiva Nacional ampliada da CSP-Conlutas se reuniu na última quarta-feira para debater fundamentalmente as campanhas salariais do segundo semestre. Para tal debate, convidou um especialista do Ilaese (Instituto Latino Americano de Estudos Sócio Econômicos), Nazareno Godeiro, que abordou a situação econômica no mundo e no Brasil. Godeiro alertou para uma de- saceleração na economia mundial: “Todas as projeções econômicas re- alizadas por entidades burguesas in- ternacionais até início de setembro de 2012 apontam para desacelera- ção da economia mundial”, disse. Contudo, apresentou dados da lucratividade dos diversos seg- mentos da indústria, mostrando o quanto foi alta nos últimos anos e que, por isso, as empresas podem conceder reajustes. O fato é que a perspectiva da de- saceleração faz com que as grandes empresas busquem se adequar a esse momento sem perder seus lucros. “Por isso devem demitir para contratar com salários mais baixos”. Godeiro orien- tou que a campanhas reivindiquem estabilidade no emprego. Também chamou a atenção de que diante dessa situação, as greves das próximas campanhas devem ser duras e longas. “Mas as campanhas têm con- dições de sair vitoriosas”, finalizou. Além dessa apresentação, o membro da Executiva Nacional, Luiz Carlos Prates, o Mancha, apre- sentou o balanço das campanhas salariais do primeiro semestre, di- vulgado pelo Dieese (Departamen- to Intersindical de Estatística e Estu- dos Socioeconômicos). Conforme o Dieese, 97% das 370 unidades de negociação pesquisadas pelo instituto conquistaram aumentou real. Uma média de em torno de 2,5%. Preparar campanhas salariais para conquistar aumentos Metalúrgicos, bancários, petro- leiros, químicos, trabalhadores dos do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT) que estabelece o ACE (Acordo Coletivo Especial) e exigir regulamentação do di- reito de greve e contra a crimi- nalização dos movimentos. Além disso, é necessário fortalecer as campanhas sa- lariais com reivindicações referentes às demandas espe- cíficas dos setores mais opri- midos de nossa classe, como as mulheres, negro/as e LGBT. Materializar a campanha “Salá- rio Igual, para Trabalho Igual” nessas reivindicações. INFORMES correios e gráficos. As categorias já começam a marcar datas de assem- bleias que podem deflagrar greves. Em SJCampos, Campinas, Limeira e Baixada Santista os metalúrgicos já estão em estado de greve e querem 12,86% de aumento. Os bancários já têm um indicativo de greve para o dia 18 de agosto. A Fenaban (Fede- ração Nacional dos Bancos) tem até o dia 17 para apresentar uma pro- posta que atenda às reivindicações da categoria. Na quarta-feira (12), os bancários realizam assembléias. Metalúrgicos do Interior de SP já começaram campanha unificada SindMetalSJC Os trabalhadores dos Correios tem assembleia em todos os estados nesta terça-feira (11) para marcar indicativo de greve. Choradeira do governo e dos patrões - Disposição e firmeza na luta serão necessárias nessas cam- panhas salariais. Isto porque não serão mobilizações fáceis. O gover- no e os empresários vão chorar mi- galhas. A crise econômica mundial que já está respingando no Brasil será um dos argumentos para não atender às reivindicações.

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Page 1: INfORMES Secretaria Executiva ampliada ... - sindsef-sp.org.br€¦ · A CSP-Conlutas defende que as campanhas salariais do segundo semestre atuem de maneira unificada nas datas de

Rua Boa Vista, 76 - 11° andar | CEP: 01014-000 | Centro - São Paulo/SP | Tel.: (11) 3107-7984

Informativo da Secretaria Executiva Nacional Número 1De 6 a 20 de setembro de 2012 www.cspconlutas.org.br

Secretaria Executiva ampliada discute campanhas salariais do segundo semestre

Essas mobilizações vêm em seguida a greve geral dos servidores públicos federais que desafiou o governo Dilma. Apesar de afirmar que não ne-gociaria em greve e que não daria aumento salarial, devido à crise econômica mundial que se aproxima, foi obrigado a re-cuar. Recuou devido à força da greve unificada, que abarcou cerca de 400 mil servidores.

A CSP-Conlutas defende que as campanhas salariais do segundo semestre atuem de maneira unificada nas datas de

CSP-Conlutas defende a unificação das lutaslutas, de indicativo de greves e ou-tros protestos. É possível apresen-tar propostas que concentrem as ações das categorias em torno dos dias 18 e 19 de setembro.

Por isso, as entidades liga-das a nossa Central levarão essa proposta para as outras centrais e sindicatos vinculados a essas campanhas, assim como os tra-balhadores deverão defender a unificação nas assembleias e nos locais de trabalho.

Bandeiras políticas - É preci-so unificar também algumas ban-deiras das campanhas salariais,

como a denuncia do governo Dil-ma e dos governos estaduais, que dão dinheiro para as empresas por meio de isenções de impos-tos (IPI), desoneração da folha de pagamento, etc. Denunciar a nova reforma da previdência que quer acabar com a aposentadoria por contribuição e instituir a idade mí-nima de 65 anos para os homens e 60 para as mulheres, para a apo-sentadoria, assim como o fator 85/95 e defender o fim do fator previdenciário. Denunciar a ten-tativa de flexibilização das leis tra-balhistas através do projeto de lei

A Secretaria Executiva Nacional ampliada da CSP-Conlutas se reuniu na última quarta-feira

para debater fundamentalmente as campanhas salariais do segundo semestre. Para tal debate, convidou um especialista do Ilaese (Instituto Latino Americano de Estudos Sócio Econômicos), Nazareno Godeiro, que abordou a situação econômica no mundo e no Brasil.

Godeiro alertou para uma de-saceleração na economia mundial: “Todas as projeções econômicas re-alizadas por entidades burguesas in-ternacionais até início de setembro de 2012 apontam para desacelera-ção da economia mundial”, disse.

Contudo, apresentou dados da lucratividade dos diversos seg-mentos da indústria, mostrando o quanto foi alta nos últimos anos e que, por isso, as empresas podem conceder reajustes.

O fato é que a perspectiva da de-saceleração faz com que as grandes empresas busquem se adequar a esse

momento sem perder seus lucros. “Por isso devem demitir para contratar com salários mais baixos”. Godeiro orien-tou que a campanhas reivindiquem estabilidade no emprego.

Também chamou a atenção de que diante dessa situação, as greves das próximas campanhas devem ser duras e longas. “Mas as campanhas têm con-dições de sair vitoriosas”, finalizou.

Além dessa apresentação, o membro da Executiva Nacional, Luiz Carlos Prates, o Mancha, apre-sentou o balanço das campanhas salariais do primeiro semestre, di-vulgado pelo Dieese (Departamen-to Intersindical de Estatística e Estu-dos Socioeconômicos).

Conforme o Dieese, 97% das 370 unidades de negociação pesquisadas pelo instituto conquistaram aumentou real. Uma média de em torno de 2,5%.

Preparar campanhas salariais para conquistar aumentosMetalúrgicos, bancários, petro-

leiros, químicos, trabalhadores dos

do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (CUT) que estabelece o ACE (Acordo Coletivo Especial) e exigir regulamentação do di-reito de greve e contra a crimi-nalização dos movimentos.

Além disso, é necessário fortalecer as campanhas sa-lariais com reivindicações referentes às demandas espe-cíficas dos setores mais opri-midos de nossa classe, como as mulheres, negro/as e LGBT. Materializar a campanha “Salá-rio Igual, para Trabalho Igual” nessas reivindicações.

INfORMES

correios e gráficos. As categorias já começam a marcar datas de assem-bleias que podem deflagrar greves. Em SJCampos, Campinas, Limeira e Baixada Santista os metalúrgicos já estão em estado de greve e querem 12,86% de aumento. Os bancários já têm um indicativo de greve para o dia 18 de agosto. A fenaban (fede-ração Nacional dos Bancos) tem até o dia 17 para apresentar uma pro-posta que atenda às reivindicações da categoria. Na quarta-feira (12), os bancários realizam assembléias.

Metalúrgicos do Interior de SP já começaram campanha unificada

SindMetalSJC

Os trabalhadores dos Correios tem assembleia em todos os estados nesta terça-feira (11) para marcar indicativo de greve.

Choradeira do governo e dos patrões - Disposição e firmeza na luta serão necessárias nessas cam-panhas salariais. Isto porque não serão mobilizações fáceis. O gover-no e os empresários vão chorar mi-galhas. A crise econômica mundial que já está respingando no Brasil será um dos argumentos para não atender às reivindicações.

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O membro da Secretaria Exe-cutiva Nacional, Paulo Barela, também da Oposição Nacional da ASSIBGE, defendeu que a greve dos servidores públicos federais foi vitoriosa e conseguiu trazer a público a política do governo voltada para garantir

Uma avaliação da greve dos servidores públicos federaisinteresses da burguesia e setores fi-nanceiros. “Uma greve que entre ou-tras complicações contribuiu para a queda dos índices de aprovação do governo Dilma”, disse Barela.

O dirigente disse também que o funcionalismo conseguiu quebrar 10 anos de congelamento salarial,

apesar de não ter obtido o resulta-do que estava buscando. “foi uma vitória política importante, a força da greve obrigou o governo a abrir negociação”, disse Barela, que re-forçou a necessidade de unificação das campanhas salariais do segun-do semestre, assim como fizeram

os servidores nesta greve.O dirigente informou tam-

bém que o fórum Nacional das Entidades vai buscar a continuidade das negociações para atendimento da pauta social, que envolve a questão da saúde e do auxílio escolar.

CSP-Conlutas encabeça campanha contra a Acordo Coletivo Especial

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Antonio ferreira, o Macapá, informou sobre a situa-ção da GM aos participantes da reunião ampliada.

Ele disse que novamente teve início o processo de ne-gociação com a empresa, que insiste em demitir 1840 traba-

Sindicatos dos Metalúrgicos de SJC retoma campanha contra demissões na GMlhadores e transferir produção de SJC. “A empresa apresentou um pacote de maldades, com 17 pon-tos de flexibilização. Quer demitir os trabalhadores antigos, e admitir com salários mais baixos e implan-tar banco de horas”, denunciou Macapá.

A segunda parte da campanha na GM começou. Já ocorreram duas as-

sembleias dos trabalhadores que es-tão layoff e haverá nova reunião com a empresa no próximo dia 13.

A empresa quer transferir sua produção para a Argentina porque lá a mão de obra é mais barata. Além disso, quer ampliar a política de importações de suas unidades da Coréia e do México, porque as-sim diminui os postos de trabalho

e aumenta lucros.Além de cobrar a interven-

ção do governo contra as de-missões, o Sindicato solicitará que sejam tomadas medidas que proíbam empresas para aprofundar a flexibilização. Também levará a política de nacionalização da GM e produ-ção de veiculo nacional.

ACE

A campanha contra o ACE (Acordo Coletivo Especial), anteprojeto

de lei proposto ao Congresso pelo SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), ligado à CUT, finalizou a primeira par-te da reunião. O membro da Secretaria Executiva Nacional, Zé Maria de Almeida, reforçou a importância de todas as en-tidades ligadas à CSP-Conlu-tas tomarem essa campanha como prioridade.

Essa proposta de ACE de-fende a flexibilização dos di-reitos na Convenção Coletiva de Trabalho ao sugerir que o negociado possa se sobrepor ao legislado. Sendo assim, se

aprovada, legaliza acordos que, por exemplo, permitam a divisão das férias em mais de dois perío-dos; o pagamento parcelado do 13º salário, até mesmo em parce-las mensais; a ampliação do banco de horas sem limites; a contrata-ção temporária e a terceirização dentro das empresas sem nenhum limite; além de outras manobras.

Iniciativas - Diversas iniciativas já foram tomadas. Dentre as mais importantes, tem a realização de seminários nos estados sobre o tema, que já aconteceram em São Paulo e no Rio Grande do Sul e vêm acontecendo em outros estados.

Do primeiro seminário, que aconteceu no Rio Grande do Sul, foi aprovado um manifesto contra

o ACE, que está sendo assinado por diversas entidades. É urgente a assinatura desse manifesto pelas entidades e personalidades.

Além disso, é necessário que seja realizado o debate nos locais de trabalho sobre o acordo que pode flexibilizar direitos dos traba-lhadores. É preciso conversar esse tema nas categorias em que estão acontecendo as campanhas sala-riais também.

No dia 7 de novembro haverá um seminário nacional em Brasí-lia sobre o tema. Ao final do dia o manifesto com todas as assina-turas recolhidas será entregue ao governo. Essa iniciativa pretende expressar que o movimento sin-dical não referenda essa proposta

apresentada pelo ABC. A CSP-Conlutas está empenhada na organização dessa iniciativa, que pretende levar cerca de 500 pessoas a Brasília no dia.

A CSP-Conlutas e outras en-tidades estão envolvidas nessa campanha e uma grande uni-dade de ação está sendo cons-truída contra a implementação do Acordo Coletivo Especial.

Já estão disponíveis no site da Central (www.cspconlutas.org.br) diversos textos para subsidiar o tema com os arti-gos do projeto, suas consequ-ências, exemplos etc. os inte-ressados também podem pedir diretamente para a Central os materiais disponíveis.

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