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Resumo: Dentre os ramos de seguros massificados, o de automóveis é o mais avançado quanto aos métodos estatístico, ao processo de subscrição e às bases de dados. No entanto, muitos gargalos tornam morosos os processos das corretoras que comercializam esses seguros. O objetivo deste trabalho é identificar os gargalos nos processos de Cotação, Contratação e Finalização da Indenização dos sinistros. Para tanto, foi elaborado um estudo comparativo entre ferramentas existentes e efetuadas pesquisas de campo em corretoras e seguradoras a fim de especificar uma ferramenta que, se implementada, atenderá a demanda existente nas corretoras, automatizando as atividades realizadas e possibilitando gerenciar de forma mais efetiva o relacionamento com seus clientes. Abstract: Among the branches of mass insurance, the car insurance is the most advanced regarding statistical methods, the application process and databases system. However, there are many barriers that make slow the processes of insurance brokers who sell these insurances. The purpose of this paper is identify these limitations and barriers in processes of Quote Insurance, Insurance Contracts and Termination of Compensation claims. Therefore, we designed a comparative study between existing tools and performed field research on brokers and insurers to specify a tool which, if implemented, will meet the existing demand in brokerages, automating activities and enabling more effectively manage the relationship with their customers.TRANSCRIPT
Faculdade de Exatas e Tecnologia
COTAUTO: Especificação de um software para gerenciamento de
Corretoras que atuem no ramo de Seguros Automotivos
Elsino A. A. Silva1, Everton J. Oliveira
1, Silas C. Silva
1, William Monteiro
1
1 Engenharia da Computação com ênfase em Engenharia de Software
[email protected], [email protected]
[email protected], [email protected]
Resumo. Dentre os ramos de seguros massificados, o de automóveis é o mais
avançado quanto aos métodos estatístico, ao processo de subscrição e às bases de
dados. No entanto, muitos gargalos tornam morosos os processos das corretoras
que comercializam esses seguros. O objetivo deste trabalho é identificar os gargalos
nos processos de Cotação, Contratação e Finalização da Indenização dos sinistros.
Para tanto, foi elaborado um estudo comparativo entre ferramentas existentes e
efetuadas pesquisas de campo em corretoras e seguradoras a fim de especificar uma
ferramenta que, se implementada, atenderá a demanda existente nas corretoras,
automatizando as atividades realizadas e possibilitando gerenciar de forma mais
efetiva o relacionamento com seus clientes.
Palavras-chave: Tecnologia da Informação; CRM; Gestão de Corretoras; Seguro
Automotivo.
Abstract. Among the branches of mass insurance, the car insurance is the most
advanced regarding statistical methods, the application process and databases
system. However, there are many barriers that make slow the processes of insurance
brokers who sell these insurances. The purpose of this paper is identify these
limitations and barriers in processes of Quote Insurance, Insurance Contracts and
Termination of Compensation claims. Therefore, we designed a comparative study
between existing tools and performed field research on brokers and insurers to
specify a tool which, if implemented, will meet the existing demand in brokerages,
automating activities and enabling more effectively manage the relationship with
their customers.
Keywords: Information Technology, CRM, Management Brokerages, Car
Insurance.
1 Introdução
Atualmente, no processo de gerenciamento de seguros automotivos, os corretores digitam a
mesma informação inúmera vezes, tornando o processo moroso e sujeito a erros, poucas
ferramentas oferecem suporte em conjunto das funcionalidades de cotação, contratação e
manutenção de seguro automotivo, além de não oferecer um CRM que, principalmente, foque
no pós-venda. Outro ponto a se destacar, é a falta de comodidade do cliente para usufruir dos
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serviços de uma corretora, tendo que realizar contato telefônico e quando este não é o
suficiente, tem que deslocar-se fisicamente até a corretora.
O problema abrangido pelo trabalho visou responder a seguinte questão: “Que aspectos
devem ser contemplados em uma especificação de software completa para um software de
gerenciamento de Corretoras que atuem no ramo de Seguro Automotivo?”.
Como motivação, o desenvolvimento deste projeto, bem como a sua especificação, a
utilização de novas tecnologias, o gerenciamento do projeto, a organização do grupo para
trabalhar em equipe motivaram os autores e ofereceram experiência para que eles estejam
mais preparados para o mercado de trabalho.
O objetivo deste trabalho foi especificar um software que propicie o gerenciamento de uma
corretora de seguros automotivos, abrangendo as funcionalidades de cotação, contratação e
manutenção de seguros automotivos através da internet.
Para a estruturação deste artigo foram definidos:
Fundamentação Teórica: responsável por aprofundar o leitor sobre o tema específico
do trabalho;
Metodologia: Apresentação das etapas e ferramentas utilizadas para o
desenvolvimento do trabalho;
Desenvolvimento do Trabalho: Descrição e análise detalhada das etapas do
desenvolvimento do trabalho;
Conclusão: Resultado ou análise final comparando os resultados obtidos no
desenvolvimento com o objetivo inicial do trabalho.
2 Fundamentação Teórica
Segundo Fenaseg (2009), entende-se por seguro o contrato no qual uma das partes envolvidas,
denominado segurador, compromete-se a indenizar a outra parte, o segurado, mediante a
ocorrência de sinistros (qualquer evento em que o bem segurado sofre um acidente ou
prejuízo material) previstos durante a vigência do contrato.
Em contrapartida, o segurado paga ao segurador certa importância que representa o prêmio de
seguro ao segurador.
2.1 História do Seguro no Mundo
Na antiga China, entre 5.000 a 2.300 A. C, os comerciantes compartilhavam diversas barcas e
distribuíam pequenas partes de suas mercadorias em cada uma delas.
Por serem muito frágeis, os riscos de acidentes com as barcas eram grandes, mas devido a esta
prática previdente, os prejuízos econômicos individuais dos comerciantes eram minimizados.
(NASCIMENTO, 2011).
Até então, não havia parâmetros técnicos para as operações de seguro, apenas transferência de
riscos ou repartição prejuízos. Na “Idade Média Tardia”foi promulgada a primeira legislação
que se assemelha as legislações atuais sobre seguros: a Ordenança de Pisa, de 1.318.
(BELLUCI, 2010).
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De acordo com Loureiro (2002), foi também na Itália que se celebrou o primeiro contrato de
seguro em 1.347. Este tinha o objetivo de proteger o proprietário contra possíveis perdas de
mercadoria nos transportes efetuados entre a cidade de Gênova e a ilha de Maiorca. Com este
evento possibilitou-se em 1.385, em Pisa, a emissão da primeira apólice de seguro. (BAS
CORRETORA DE SEGUROS, 2012)
Devido ao status de potência marítima, Portugal foi o país que mais impulsionou a evolução
dos seguros, publicando a primeira lei nacional sobre seguros, em 1.383. Este ano também foi
marcado pela tomada do trono português por D. João, durante a Revolução de Avis. Somente
em 1.488, em Florença, é que foi assinada a primeira apólice de seguro terrestre, garantindo o
transporte da coroa do rei Fernando I para Nápoles. (BELLUCI, 2010)
Segundo Belluci (2010), em 1583, foi criada a primeira apólice de seguro de VIDA, emitida
pela Real Bolsa de Londres ao segurado londrino William Gybbons.
A corporação de tomadores de risco Lloyd’s Underwriters criada em 1678, foi pioneira em
negociar seguros contra incêndios. Ela surgiu a partir da criação de um comércio aberto em
1660, mais especificamente um café, na Inglaterra por Edward Lloyd, onde navegadores e
atuadores do ramo de seguros se encontravam para negociarem.
2.2 História do Seguro no Brasil
Os responsáveis pela previdência e Seguros no Brasil foram os padres e jesuítas, destacando-
se o Sr. Padre José de Anchieta. A regulamentação mais antiga encontrada referente ao seguro
diz respeito à “Regulação da Casa de Seguros de Lisboa”, em vigor no período de 11 de
agosto de 1791 até a proclamação da independência em 1822.
Em 1808, a Companhia de Seguros Boa Fé iniciou a tomada de risco em seguros marítimos.
Ela foi a primeira sociedade seguradora no país, localizada na Bahia. Já em meados do século
XIX, foram criadas diversas Sociedades Seguradoras no país oferecendo diversos tipos de
seguro, como por exemplo, seguro de vida.
Em 1860, iniciou-se a obrigatoriedade, por parte das seguradoras, da apresentação de
documentos específicos, balanço e autorização de funcionamento. Em 1895, empresas
estrangeiras passaram a ser fiscalizadas com base na legislação nacional. Em 1901, é editado
o Regulamento Murtinho (Decreto 4.270), criador da Superintendência Geral de Seguros,
submetida ao Ministério da Fazenda, cuja missão é a de estender a fiscalização para todas as
seguradoras que operavam no País.
Continuando com Fenaseg (2009), em 1940, como resposta do Estado, efetivou-se
completamente o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), destinado a ser instrumento do
Estado para regulamentação econômica, visando à proteção do mercado brasileiro perante as
estrangeiras, regulação do resseguro e o crescimento do ramo de seguros. Infelizmente com o
passar do tempo, o IRB tornou-se centralizador demais, preocupado mais em fiscalizar do que
a fomentar e não estava atendendo às novas necessidades do mercado, indo na direção
contrária dos seus objetivos originais. Em 1966, o criou o Sistema Nacional de Seguros
Privados, criando a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), órgão responsável por
controlar e fiscalizar a constituição e o funcionamento das sociedades seguradoras e entidades
abertas de previdência privada. E, pela primeira vez no Brasil, os interesses dos consumidores
de seguros eram assegurados e fiscalizados.
Prosseguindo com Fenaseg (2009), em 1985, a SUSEP passa por uma reformulação e
reorganização interna, culminando em seu reconhecimento como reguladora do mercado
segurador. Na Constituição de 1988, as empresas seguradoras conseguiram alguns avanços. O
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seguro, a capitalização e a previdência não estavam limitados somente à seguridade,
passavam ao status de investidores institucionais, iniciando sua participação no sistema
financeiro nacional.
Em 1992, a Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de
Capitalização) tornou pública uma declaração conhecida como a Carta de Brasília. Uma
manifestação conjunta das empresas de seguro contendo demandas e propostas ao governo.
Seu conteúdo baseava-se em três princípios: compromisso com a economia de mercado e a
livre competição, responsabilidade econômica e social do setor de seguros diante dos agentes
produtivos e da população brasileira e, por último, opção pela modernidade que se baseia na
experiência do próprio mercado, cuja voz deve se mais ouvida. Em resposta a Carta de
Brasília, IRB, SUSEP e a Secretaria de Política Econômica lançam um plano diretor do
sistema de seguros. Este documento, dentre outras mudanças, aferia a importância da
desregulamentação do setor, reestruturação do IRB (visando à extinção do monopólio do
resseguro), redefinição do papel do corretor, retorno do acidente de trabalho ao setor privado,
regulamentação de novas modalidades de seguros e etc. (FENASEG, 2009).
Em 1996, baseando-se nas propostas da Carta de Brasília e do Plano Diretor, houve duas
importantes medidas: a liberação da entrada de empresas estrangeiras no mercado e a quebra
do monopólio ressegurador do IRB. Os efeitos da abertura apareceram rapidamente no Brasil,
devido em parte pelo porte de sua economia, foi detectado um grande aumento na
movimentação institucional e grande número de processos de fusões de seguradoras nacionais
e estrangeiras. A abertura às empresas estrangeiras acompanha a tendência atual de
globalização de mercados internacionais, superando barreiras geográficas e políticas,
culminando num capital cada vez mais financeiro. (FENASEG, 2009).
3 Metodologia
Primeiramente, pesquisou-se diversas ferramentas sobre seguros automotivos, resultando na
escolha de três ferramentas: Cotak, Multicálculo e Sossego. Após esta etapa, realizou-se uma
análise comparativa obtendo uma avaliação de pontos fortes e fracos de cada ferramenta.
Tudo isto, com o intuito de especificar-se um novo software que englobe todos os pontos
fortes das ferramentas analisadas. Em complementação, realizaram-se entrevistas com
corretores e seguradoras objetivando coletar informações e o entendimento sobre o
funcionamento do negócio de seguro automotivo, além de coletar sugestões dos entrevistados.
As ferramentas utilizadas para o desenvolvimento do trabalho foram: OpenUP, metodologia
de desenvolvimento de software; UML, linguagem visual para demonstrar funcionalidades de
um software; BPMN, para a representação do fluxo do processo de negócio; e Volere, para a
especificação de requisitos.
4 Desenvolvimento
Foram selecionadas três ferramentas relacionadas a seguro automotivo, em seguida, a fim de
realizar-se uma análise comparativa entre elas – Multicálculo, Cotak e Sossego – visando-se a
utilização dos pontos fortes analisados para a especificação do Cotauto.
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4.1 Multicálculo
O Multicálculo assemelha-se em parte à proposta inicial, pois o público alvo deste software
são corretoras de seguros. No Multicálculo, que é uma aplicação desktop, os corretores
efetuam a inserção dos dados do cliente na ferramenta, que se encarrega de preencher
automaticamente os simuladores das seguradoras, já na proposta inicial, os próprios clientes
da corretora efetuariam a inserção de seus dados em uma aplicação Web, que utilizaria não os
simuladores das seguradoras, mas sim um “canal” específico oferecido pelas seguradoras para
acesso aos seus respectivos sistemas.
Outra diferença é que o Multicálculo gerencia os dados do cliente, veículo e os resultados das
cotações, mas não gerencia a contratação do seguro e a vistoria de forma ampla, o mais
próximo do que se aproxima destas funções é o cadastro de eventos futuros no sistema, que se
encarrega de alertar o usuário ao alcançar à data determinada.
Dentre as funcionalidades do Multicálculo, destaca-se a possibilidade de escolha das
seguradoras a ser alvo das cotações, ou seja, dentre as seguradoras conveniadas, o usuário
define quais participarão da cotação. Isto é uma customização que pode ser considerada um
diferencial, pois o usuário pode escolher as seguradoras com as quais possui mais afinidade e
excluir as seguradoras com as quais possa ter algum tipo de divergência ou desinteresse.
Outra funcionalidade, muito importante, é a utilização de um CRM. Este gerenciador de
relacionamento com o cliente possibilita um registro e um acompanhamento de todas as
necessidades de um cliente, bem como todos os contatos realizados com o mesmo. Estas
informações formam uma base de dados consistente que fornece a possibilidade de mapear
individualmente as preferências e necessidades de cada cliente, resultando em um
atendimento personalizado e capaz de gerar uma fidelização do cliente.
Vinculada ao CRM existe uma opção muito interessante, esta opção possibilita a adição de
dependentes no cadastro do cliente. Suponha-se que o cliente tenha uma esposa que possua
um veículo, mesmo que este esteja atualmente segurado, os dados da esposa, seu veículo e
respectivo seguro, fornecem informações úteis para a corretora que pode acompanhar e entrar
em contato com esta esposa, justamente no período em que o seguro de seu veículo esteja a
expirar. Desta mesma forma, os filhos deste cliente podem ser cadastrados para a oferta de
seguro automotivo, mesmo aqueles que são menores de idade, pois num futuro próximo serão
potenciais proprietários de veículos. Todas estas informações aumentam as chances e
oportunidades de novos negócios.
4.2 Cotak
O Cotak, de modo geral, é uma solução um tanto quanto interessante e eficiente, dentro do
que esta disposta a oferecer.
O Cotak é destinado exclusivamente a corretores a fim de aperfeiçoar as cotações, também se
limita nesta funcionalidade e consequentemente acaba não atendendo algumas necessidades
que as demais soluções analisadas contemplam (a função de CRM é um exemplo).
Lembrando que não é demérito, mas apenas como foi citada anteriormente, uma proposta
diferente das outras estudadas nesse trabalho.
Portanto não conseguiremos aproveitar nenhuma característica observada durante os estudos
realizados desta ferramenta (com exceção da ideia de aperfeiçoar o processo de cotação em
diversas seguradoras), pois no decorrer das atividades identificamos que os autores possuem
ambições distintas.
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4.3 Sossego
Esta é a única das três ferramentas aqui apresentadas que tem a funcionalidade de contratação,
além da cotação. As outras ferramentas apenas efetuam a cotação de seguros automotivos.
O Sossego é uma ferramenta B2C – Business to Customer – que segundo Wikipedia (2012) é
o comércio efetuado diretamente entre o consumidor com a produtora, sem intermédio de,
neste caso, corretor de seguros. O site foi desenvolvido de forma clara, porém com alguns
erros que serão aqui apresentados como pontos de melhoria, para uma implantação de sistema
de forma mais completa, objetiva e clara.
A ideia de utilizar este modelo de tecnologia foi aderida para a especificação de requisitos
para a cotação e a contratação de seguros automotivos aqui apresentados.
O cliente consegue realizar a sua própria cotação em diversas seguradoras onde, preenchendo
um formulário padrão estabelecido na aplicação, é gerado um arquivo de formato XML
específico para cada seguradora. A troca de arquivos é via WebService e as seguradoras
processam esses arquivos e a partir do QAR definem o valor do seguro. Ao final desta cotação
é enviado um email para a pessoa que fez a cotação, informando os valores e as respectivas
seguradoras. A aplicação Sossego, infelizmente peca, no sentido do cliente não poder realizar
consultas em apenas uma determinada seguradora. Imaginemos o seguinte cenário: O
consumidor quer fazer a cotação do seguro, porém somente quer realizar cotação em apenas
duas seguradoras: Zurich e HDI, infelizmente quando é preenchido o formulário,
automaticamente o sistema cota em todas as seguradoras disponíveis.
Outro ponto a se destacar é a dificuldade de cadastrar-se no site, além de que não foi
detectada, a possibilidade de cadastrar mais de um veículo para um único proprietário ou se é
possível gerenciar as cotações realizadas.
Há também dentro dessa aplicação uma funcionalidade bem útil ao consumidor, que é o
sistema de chat, utilizado para sanar qualquer dúvida do cliente sobre a utilização da
ferramenta. Este chat em nossa especificação se estenderia para realização de abertura de
sinistros e dúvidas quanto à apólice.
4.4 Análise Comparativa
A proposta dos autores, Cotauto, tem o intuito de possibilitar aos consumidores a comodidade
de contratação de seguros de forma rápida, clara, objetiva e que faz com que o consumidor
esteja livre de preocupações ou problemas.
A seguir é apresentado na Tabela 1 o cruzamento das funcionalidades das ferramentas
analisadas e do software especificado neste trabalho – Cotauto.
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Tabela 1: Tabela de Cruzamento das Funcionalidades
4.5 Mapeamento do Processo de Cotação
Através de informações coletadas durante as reuniões com corretores e seguradoras, foi
mapeado o processo de cotação, demonstrado na Figura1, utilizado pela maioria das
corretoras. Para o mapeamento do processo, foi utilizado o Bizagi, ferramenta baseada no
BPMN – Notação de Modelagem de Processo de Negócio.
4.6 Proposta para o Processo de Cotação
Com as informações obtidas com a análise comparativa, além das sugestões coletadas com os
entrevistados, foi elaborada uma proposta para o processo de cotação para ser utilizada no
Cotauto. Esta proposta subdivide-se em duas etapas: Precificação e Cotação
Na primeira etapa, as bases de precificação das seguradoras – que são atualizadas
periodicamente através de métodos estatísticos – são importadas para o Cotauto, conforme
demonstra a Figura 2. Esta proposta visa eliminar as falhas de comunicação entre as
ferramentas proprietários e as bases de precificação das seguradoras.
Na segunda etapa, o a ficha de cotação manuscrita é substituída por uma ficha eletrônica, o
que elimina a necessidade da transcrição desta por parte do corretor. Esta ficha será
interpretada pelo Cotauto a fim de gerar formulários com domínio de negócio específico de
cada uma das seguradoras selecionadas para cotação. Em seguida os formulários são
submetidos às bases de precificação importadas e a partir destas são gerados os relatórios de
cotação, que serão armazenados por sete dias e podem ser consultados pelo cliente a qualquer
momento dentro deste prazo. Esta proposta é pode ser visualizada na Figura 3.
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Figura 1: Processo de Cotação Atual.
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Figura 2: Proposta para Precificação do Cotauto
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Figura 3: Proposta para Cotação no Cotauto
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5 Conclusão
A ideia deste trabalho era especificar uma ferramenta que faria cotações simultâneas em
diversas seguradoras, tendo como foco aperfeiçoar apenas o processo de cotação que em geral
é moroso, por ser manual, e possibilita erros. No entanto, com a identificação de ferramentas
já existentes no mercado que possuem esta finalidade, o grupo modificou o escopo do
trabalho e passou a ter como objetivo a especificação de um software para gerenciamento de
corretora de seguros.
Como nenhum membro do grupo possuía experiência no ramo de seguros automotivos, fez-se
necessário a coleta de informações sobre corretagem de seguros que auxiliassem o
entendimento deste mercado. E as principais fontes foram os órgãos responsáveis por reger
essa prática no Brasil, Funenseg, Fenaseg e SUSEP.
Este estudo inicial do mercado de seguros foi de grande valia para a pesquisa de campo junto
à seguradora e à corretora, que possibilitou a coleta de informações a cerca das ferramentas
atuais do mercado. Também possibilitou mapear de forma efetiva os processos de cotação,
contratação e seguros existentes na corretora Ded’s. Infelizmente devido a alguns
contratempos, não foi possível mapear o processo de manutenção junto à corretora.
O amadurecimento do grupo acerca do ramo de seguros de automóveis propiciou a definição
de regras para a análise comparativa de três softwares que atuam no ramo (Cotak,
Multicálculo e Sossego), elencando os pontos positivos e negativos de cada um. E assim
elaborar a especificação do software Cotauto.
Depois de finalizada a análise comparativa, em Agosto de 2012, foram implementadas novas
funcionalidades na ferramenta Sossego, que já haviam sido elencadas para o Cotauto, como
por exemplo: incremento no número de seguradoras disponíveis para cotação e maior
disponibilidade a cerca de seus produtos; cadastro do cliente mais intuitivo; e maior
frequência no envio de emails informativos. Também foram identificadas outras ferramentas
existentes no mercado de seguros, tais como WebMotors (http://www.webmotors.com.br/) –
grupo Santander – e Bidu (https://www.bidu.com.br/).
O conhecimento adquirido no decorrer da graduação foi essencial para a aplicação da
metodologia OpenUp e para a utilização da UML e do Volere neste trabalho. Também foram
aplicadas técnicas assimiladas no curso para a realização da pesquisa de campo, entrevista
com usuários e mapeamento de processos.
Um ponto importante desse trabalho, e que cada membro do grupo levará consigo, é a arte de
superar as dificuldades encontradas e a importância do trabalho em equipe.
Acredita-se que este trabalho é de grande valia para estudantes que desejem implementar o
software especificado e para profissionais do ramo de seguros que tenham visão abrangente
nos processos entre corretoras e seguradoras, vislumbrando-se assim a criação de um
consórcio de seguradoras em um mesmo sistema.
Portanto conclui-se com esse Artigo que os sistemas analisados no trabalho atendem
parcialmente as necessidades dos clientes e deixam a desejar em alguns pontos:
indisponibilidade das cotações devido a atualizações realizadas por parte das seguradoras; a
necessidade da intermediação do corretor no processo de cotação, por não haver uma interface
direcionada ao cliente final; e a inexistência de uma gestão integrada entre a cotação,
contratação e manutenção dos seguros.
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Conforme mostrado neste documento, apesar de restringir sua utilização a usuários que
possuem acesso à internet, a especificação do software Cotauto apresenta uma solução mais
abrangente que qualquer um dos demais sistemas analisados.
Sendo assim, é recomendável sua utilização para embasamento de trabalhos futuros, pois
além de preencher as lacunas identificadas nas ferramentas estudadas, o estudo de campo
permitiu a identificação de melhorias para todos os envolvidos no cenário abordado no
trabalho. Conforme listagem abaixo.
Cliente: obtenção imediata do resultado das cotações de seguros; informações sobre os status
dos sinistros mais acessíveis; e mobilidade no acesso ao software.
Corretora: importação da base de precificação das seguradoras, minimizando os riscos nos
processos de cotação; foco no Core Business possibilitado pelo SLA (Service Level
Agreement); possibilidade de expandir a carteira de clientes além dos limites físicos da
corretora; fidelização dos clientes através de ações de marketing específicas.
Seguradora: Relatórios periódicos sobre cotações; possibilidade de estabelecer um diálogo
mais incisivo junto aos clientes no momento da cotação; maior visibilidade da marca da
seguradora.
6 Referências
BAS CORRETORA DE SEGUROS. Breve Histórico do Seguro. BAS Coretora, 2012.
Disponivel em: <http://www.bascorretora.com.br/index_arquivos/Page2507.htm>. Acesso
em: 15 Abril 2012.
BELLUCI, M. D. O. Da aplicação do código de defesa do consumidor aos contratos de
seguro e a quebra do equilíbrio econômico-financeiro. 1ª Edição. ed. São Paulo:
Universidade de São Paulo, 2010.
FENASEG. História do Seguro - No Brasil. Viver Seguro, 2009. Disponivel em:
<http://www.fenaseg.org.br/main.asp?View=
LOUREIRO, C. A. G. Contrato de seguro. Revista Jus Navigandi, 2002. Disponivel em:
<http://jus.com.br/revista/texto/3777/contrato-de-seguro>. Acesso em: 17 Abril 2012.
MARQUES, L. A. A Fraúde do Seguro: Alvos e Formas de Combate. Estudos FUNENSEG,
Rio de Janeiro, v. III, n. 10, p. 24, Maio 2006. ISSN 368147141.
NASCIMENTO, L. C. D. História Universal do Seguro. História do Seguro, 2011.
Disponivel em: <http://historiadoseguro.com/sobre/>. Acesso em: 15 Abril 2012.
SUSEP. SUSEP, 2008. Disponivel em:
<http://www.susep.gov.br/download/normasaudpub/AP022009.pdf>. Acesso em: 15 Outubro
2012.