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Faculdade de Exatas e Tecnologia COTAUTO: Especificação de um software para gerenciamento de Corretoras que atuem no ramo de Seguros Automotivos Elsino A. A. Silva 1 , Everton J. Oliveira 1 , Silas C. Silva 1 , William Monteiro 1 1 Engenharia da Computação com ênfase em Engenharia de Software [email protected], [email protected] [email protected], [email protected] Resumo. Dentre os ramos de seguros massificados, o de automóveis é o mais avançado quanto aos métodos estatístico, ao processo de subscrição e às bases de dados. No entanto, muitos gargalos tornam morosos os processos das corretoras que comercializam esses seguros. O objetivo deste trabalho é identificar os gargalos nos processos de Cotação, Contratação e Finalização da Indenização dos sinistros. Para tanto, foi elaborado um estudo comparativo entre ferramentas existentes e efetuadas pesquisas de campo em corretoras e seguradoras a fim de especificar uma ferramenta que, se implementada, atenderá a demanda existente nas corretoras, automatizando as atividades realizadas e possibilitando gerenciar de forma mais efetiva o relacionamento com seus clientes. Palavras-chave: Tecnologia da Informação; CRM; Gestão de Corretoras; Seguro Automotivo. Abstract. Among the branches of mass insurance, the car insurance is the most advanced regarding statistical methods, the application process and databases system. However, there are many barriers that make slow the processes of insurance brokers who sell these insurances. The purpose of this paper is identify these limitations and barriers in processes of Quote Insurance, Insurance Contracts and Termination of Compensation claims. Therefore, we designed a comparative study between existing tools and performed field research on brokers and insurers to specify a tool which, if implemented, will meet the existing demand in brokerages, automating activities and enabling more effectively manage the relationship with their customers. Keywords: Information Technology, CRM, Management Brokerages, Car Insurance. 1 Introdução Atualmente, no processo de gerenciamento de seguros automotivos, os corretores digitam a mesma informação inúmera vezes, tornando o processo moroso e sujeito a erros, poucas ferramentas oferecem suporte em conjunto das funcionalidades de cotação, contratação e manutenção de seguro automotivo, além de não oferecer um CRM que, principalmente, foque no pós-venda. Outro ponto a se destacar, é a falta de comodidade do cliente para usufruir dos

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Resumo: Dentre os ramos de seguros massificados, o de automóveis é o mais avançado quanto aos métodos estatístico, ao processo de subscrição e às bases de dados. No entanto, muitos gargalos tornam morosos os processos das corretoras que comercializam esses seguros. O objetivo deste trabalho é identificar os gargalos nos processos de Cotação, Contratação e Finalização da Indenização dos sinistros. Para tanto, foi elaborado um estudo comparativo entre ferramentas existentes e efetuadas pesquisas de campo em corretoras e seguradoras a fim de especificar uma ferramenta que, se implementada, atenderá a demanda existente nas corretoras, automatizando as atividades realizadas e possibilitando gerenciar de forma mais efetiva o relacionamento com seus clientes. Abstract: Among the branches of mass insurance, the car insurance is the most advanced regarding statistical methods, the application process and databases system. However, there are many barriers that make slow the processes of insurance brokers who sell these insurances. The purpose of this paper is identify these limitations and barriers in processes of Quote Insurance, Insurance Contracts and Termination of Compensation claims. Therefore, we designed a comparative study between existing tools and performed field research on brokers and insurers to specify a tool which, if implemented, will meet the existing demand in brokerages, automating activities and enabling more effectively manage the relationship with their customers.

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Page 1: COTAUTO: Especificação de um software para gerenciamento de Corretoras que atuem no ramo de Seguros Automotivos

Faculdade de Exatas e Tecnologia

COTAUTO: Especificação de um software para gerenciamento de

Corretoras que atuem no ramo de Seguros Automotivos

Elsino A. A. Silva1, Everton J. Oliveira

1, Silas C. Silva

1, William Monteiro

1

1 Engenharia da Computação com ênfase em Engenharia de Software

[email protected], [email protected]

[email protected], [email protected]

Resumo. Dentre os ramos de seguros massificados, o de automóveis é o mais

avançado quanto aos métodos estatístico, ao processo de subscrição e às bases de

dados. No entanto, muitos gargalos tornam morosos os processos das corretoras

que comercializam esses seguros. O objetivo deste trabalho é identificar os gargalos

nos processos de Cotação, Contratação e Finalização da Indenização dos sinistros.

Para tanto, foi elaborado um estudo comparativo entre ferramentas existentes e

efetuadas pesquisas de campo em corretoras e seguradoras a fim de especificar uma

ferramenta que, se implementada, atenderá a demanda existente nas corretoras,

automatizando as atividades realizadas e possibilitando gerenciar de forma mais

efetiva o relacionamento com seus clientes.

Palavras-chave: Tecnologia da Informação; CRM; Gestão de Corretoras; Seguro

Automotivo.

Abstract. Among the branches of mass insurance, the car insurance is the most

advanced regarding statistical methods, the application process and databases

system. However, there are many barriers that make slow the processes of insurance

brokers who sell these insurances. The purpose of this paper is identify these

limitations and barriers in processes of Quote Insurance, Insurance Contracts and

Termination of Compensation claims. Therefore, we designed a comparative study

between existing tools and performed field research on brokers and insurers to

specify a tool which, if implemented, will meet the existing demand in brokerages,

automating activities and enabling more effectively manage the relationship with

their customers.

Keywords: Information Technology, CRM, Management Brokerages, Car

Insurance.

1 Introdução

Atualmente, no processo de gerenciamento de seguros automotivos, os corretores digitam a

mesma informação inúmera vezes, tornando o processo moroso e sujeito a erros, poucas

ferramentas oferecem suporte em conjunto das funcionalidades de cotação, contratação e

manutenção de seguro automotivo, além de não oferecer um CRM que, principalmente, foque

no pós-venda. Outro ponto a se destacar, é a falta de comodidade do cliente para usufruir dos

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serviços de uma corretora, tendo que realizar contato telefônico e quando este não é o

suficiente, tem que deslocar-se fisicamente até a corretora.

O problema abrangido pelo trabalho visou responder a seguinte questão: “Que aspectos

devem ser contemplados em uma especificação de software completa para um software de

gerenciamento de Corretoras que atuem no ramo de Seguro Automotivo?”.

Como motivação, o desenvolvimento deste projeto, bem como a sua especificação, a

utilização de novas tecnologias, o gerenciamento do projeto, a organização do grupo para

trabalhar em equipe motivaram os autores e ofereceram experiência para que eles estejam

mais preparados para o mercado de trabalho.

O objetivo deste trabalho foi especificar um software que propicie o gerenciamento de uma

corretora de seguros automotivos, abrangendo as funcionalidades de cotação, contratação e

manutenção de seguros automotivos através da internet.

Para a estruturação deste artigo foram definidos:

Fundamentação Teórica: responsável por aprofundar o leitor sobre o tema específico

do trabalho;

Metodologia: Apresentação das etapas e ferramentas utilizadas para o

desenvolvimento do trabalho;

Desenvolvimento do Trabalho: Descrição e análise detalhada das etapas do

desenvolvimento do trabalho;

Conclusão: Resultado ou análise final comparando os resultados obtidos no

desenvolvimento com o objetivo inicial do trabalho.

2 Fundamentação Teórica

Segundo Fenaseg (2009), entende-se por seguro o contrato no qual uma das partes envolvidas,

denominado segurador, compromete-se a indenizar a outra parte, o segurado, mediante a

ocorrência de sinistros (qualquer evento em que o bem segurado sofre um acidente ou

prejuízo material) previstos durante a vigência do contrato.

Em contrapartida, o segurado paga ao segurador certa importância que representa o prêmio de

seguro ao segurador.

2.1 História do Seguro no Mundo

Na antiga China, entre 5.000 a 2.300 A. C, os comerciantes compartilhavam diversas barcas e

distribuíam pequenas partes de suas mercadorias em cada uma delas.

Por serem muito frágeis, os riscos de acidentes com as barcas eram grandes, mas devido a esta

prática previdente, os prejuízos econômicos individuais dos comerciantes eram minimizados.

(NASCIMENTO, 2011).

Até então, não havia parâmetros técnicos para as operações de seguro, apenas transferência de

riscos ou repartição prejuízos. Na “Idade Média Tardia”foi promulgada a primeira legislação

que se assemelha as legislações atuais sobre seguros: a Ordenança de Pisa, de 1.318.

(BELLUCI, 2010).

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De acordo com Loureiro (2002), foi também na Itália que se celebrou o primeiro contrato de

seguro em 1.347. Este tinha o objetivo de proteger o proprietário contra possíveis perdas de

mercadoria nos transportes efetuados entre a cidade de Gênova e a ilha de Maiorca. Com este

evento possibilitou-se em 1.385, em Pisa, a emissão da primeira apólice de seguro. (BAS

CORRETORA DE SEGUROS, 2012)

Devido ao status de potência marítima, Portugal foi o país que mais impulsionou a evolução

dos seguros, publicando a primeira lei nacional sobre seguros, em 1.383. Este ano também foi

marcado pela tomada do trono português por D. João, durante a Revolução de Avis. Somente

em 1.488, em Florença, é que foi assinada a primeira apólice de seguro terrestre, garantindo o

transporte da coroa do rei Fernando I para Nápoles. (BELLUCI, 2010)

Segundo Belluci (2010), em 1583, foi criada a primeira apólice de seguro de VIDA, emitida

pela Real Bolsa de Londres ao segurado londrino William Gybbons.

A corporação de tomadores de risco Lloyd’s Underwriters criada em 1678, foi pioneira em

negociar seguros contra incêndios. Ela surgiu a partir da criação de um comércio aberto em

1660, mais especificamente um café, na Inglaterra por Edward Lloyd, onde navegadores e

atuadores do ramo de seguros se encontravam para negociarem.

2.2 História do Seguro no Brasil

Os responsáveis pela previdência e Seguros no Brasil foram os padres e jesuítas, destacando-

se o Sr. Padre José de Anchieta. A regulamentação mais antiga encontrada referente ao seguro

diz respeito à “Regulação da Casa de Seguros de Lisboa”, em vigor no período de 11 de

agosto de 1791 até a proclamação da independência em 1822.

Em 1808, a Companhia de Seguros Boa Fé iniciou a tomada de risco em seguros marítimos.

Ela foi a primeira sociedade seguradora no país, localizada na Bahia. Já em meados do século

XIX, foram criadas diversas Sociedades Seguradoras no país oferecendo diversos tipos de

seguro, como por exemplo, seguro de vida.

Em 1860, iniciou-se a obrigatoriedade, por parte das seguradoras, da apresentação de

documentos específicos, balanço e autorização de funcionamento. Em 1895, empresas

estrangeiras passaram a ser fiscalizadas com base na legislação nacional. Em 1901, é editado

o Regulamento Murtinho (Decreto 4.270), criador da Superintendência Geral de Seguros,

submetida ao Ministério da Fazenda, cuja missão é a de estender a fiscalização para todas as

seguradoras que operavam no País.

Continuando com Fenaseg (2009), em 1940, como resposta do Estado, efetivou-se

completamente o IRB (Instituto de Resseguros do Brasil), destinado a ser instrumento do

Estado para regulamentação econômica, visando à proteção do mercado brasileiro perante as

estrangeiras, regulação do resseguro e o crescimento do ramo de seguros. Infelizmente com o

passar do tempo, o IRB tornou-se centralizador demais, preocupado mais em fiscalizar do que

a fomentar e não estava atendendo às novas necessidades do mercado, indo na direção

contrária dos seus objetivos originais. Em 1966, o criou o Sistema Nacional de Seguros

Privados, criando a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), órgão responsável por

controlar e fiscalizar a constituição e o funcionamento das sociedades seguradoras e entidades

abertas de previdência privada. E, pela primeira vez no Brasil, os interesses dos consumidores

de seguros eram assegurados e fiscalizados.

Prosseguindo com Fenaseg (2009), em 1985, a SUSEP passa por uma reformulação e

reorganização interna, culminando em seu reconhecimento como reguladora do mercado

segurador. Na Constituição de 1988, as empresas seguradoras conseguiram alguns avanços. O

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seguro, a capitalização e a previdência não estavam limitados somente à seguridade,

passavam ao status de investidores institucionais, iniciando sua participação no sistema

financeiro nacional.

Em 1992, a Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de

Capitalização) tornou pública uma declaração conhecida como a Carta de Brasília. Uma

manifestação conjunta das empresas de seguro contendo demandas e propostas ao governo.

Seu conteúdo baseava-se em três princípios: compromisso com a economia de mercado e a

livre competição, responsabilidade econômica e social do setor de seguros diante dos agentes

produtivos e da população brasileira e, por último, opção pela modernidade que se baseia na

experiência do próprio mercado, cuja voz deve se mais ouvida. Em resposta a Carta de

Brasília, IRB, SUSEP e a Secretaria de Política Econômica lançam um plano diretor do

sistema de seguros. Este documento, dentre outras mudanças, aferia a importância da

desregulamentação do setor, reestruturação do IRB (visando à extinção do monopólio do

resseguro), redefinição do papel do corretor, retorno do acidente de trabalho ao setor privado,

regulamentação de novas modalidades de seguros e etc. (FENASEG, 2009).

Em 1996, baseando-se nas propostas da Carta de Brasília e do Plano Diretor, houve duas

importantes medidas: a liberação da entrada de empresas estrangeiras no mercado e a quebra

do monopólio ressegurador do IRB. Os efeitos da abertura apareceram rapidamente no Brasil,

devido em parte pelo porte de sua economia, foi detectado um grande aumento na

movimentação institucional e grande número de processos de fusões de seguradoras nacionais

e estrangeiras. A abertura às empresas estrangeiras acompanha a tendência atual de

globalização de mercados internacionais, superando barreiras geográficas e políticas,

culminando num capital cada vez mais financeiro. (FENASEG, 2009).

3 Metodologia

Primeiramente, pesquisou-se diversas ferramentas sobre seguros automotivos, resultando na

escolha de três ferramentas: Cotak, Multicálculo e Sossego. Após esta etapa, realizou-se uma

análise comparativa obtendo uma avaliação de pontos fortes e fracos de cada ferramenta.

Tudo isto, com o intuito de especificar-se um novo software que englobe todos os pontos

fortes das ferramentas analisadas. Em complementação, realizaram-se entrevistas com

corretores e seguradoras objetivando coletar informações e o entendimento sobre o

funcionamento do negócio de seguro automotivo, além de coletar sugestões dos entrevistados.

As ferramentas utilizadas para o desenvolvimento do trabalho foram: OpenUP, metodologia

de desenvolvimento de software; UML, linguagem visual para demonstrar funcionalidades de

um software; BPMN, para a representação do fluxo do processo de negócio; e Volere, para a

especificação de requisitos.

4 Desenvolvimento

Foram selecionadas três ferramentas relacionadas a seguro automotivo, em seguida, a fim de

realizar-se uma análise comparativa entre elas – Multicálculo, Cotak e Sossego – visando-se a

utilização dos pontos fortes analisados para a especificação do Cotauto.

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4.1 Multicálculo

O Multicálculo assemelha-se em parte à proposta inicial, pois o público alvo deste software

são corretoras de seguros. No Multicálculo, que é uma aplicação desktop, os corretores

efetuam a inserção dos dados do cliente na ferramenta, que se encarrega de preencher

automaticamente os simuladores das seguradoras, já na proposta inicial, os próprios clientes

da corretora efetuariam a inserção de seus dados em uma aplicação Web, que utilizaria não os

simuladores das seguradoras, mas sim um “canal” específico oferecido pelas seguradoras para

acesso aos seus respectivos sistemas.

Outra diferença é que o Multicálculo gerencia os dados do cliente, veículo e os resultados das

cotações, mas não gerencia a contratação do seguro e a vistoria de forma ampla, o mais

próximo do que se aproxima destas funções é o cadastro de eventos futuros no sistema, que se

encarrega de alertar o usuário ao alcançar à data determinada.

Dentre as funcionalidades do Multicálculo, destaca-se a possibilidade de escolha das

seguradoras a ser alvo das cotações, ou seja, dentre as seguradoras conveniadas, o usuário

define quais participarão da cotação. Isto é uma customização que pode ser considerada um

diferencial, pois o usuário pode escolher as seguradoras com as quais possui mais afinidade e

excluir as seguradoras com as quais possa ter algum tipo de divergência ou desinteresse.

Outra funcionalidade, muito importante, é a utilização de um CRM. Este gerenciador de

relacionamento com o cliente possibilita um registro e um acompanhamento de todas as

necessidades de um cliente, bem como todos os contatos realizados com o mesmo. Estas

informações formam uma base de dados consistente que fornece a possibilidade de mapear

individualmente as preferências e necessidades de cada cliente, resultando em um

atendimento personalizado e capaz de gerar uma fidelização do cliente.

Vinculada ao CRM existe uma opção muito interessante, esta opção possibilita a adição de

dependentes no cadastro do cliente. Suponha-se que o cliente tenha uma esposa que possua

um veículo, mesmo que este esteja atualmente segurado, os dados da esposa, seu veículo e

respectivo seguro, fornecem informações úteis para a corretora que pode acompanhar e entrar

em contato com esta esposa, justamente no período em que o seguro de seu veículo esteja a

expirar. Desta mesma forma, os filhos deste cliente podem ser cadastrados para a oferta de

seguro automotivo, mesmo aqueles que são menores de idade, pois num futuro próximo serão

potenciais proprietários de veículos. Todas estas informações aumentam as chances e

oportunidades de novos negócios.

4.2 Cotak

O Cotak, de modo geral, é uma solução um tanto quanto interessante e eficiente, dentro do

que esta disposta a oferecer.

O Cotak é destinado exclusivamente a corretores a fim de aperfeiçoar as cotações, também se

limita nesta funcionalidade e consequentemente acaba não atendendo algumas necessidades

que as demais soluções analisadas contemplam (a função de CRM é um exemplo).

Lembrando que não é demérito, mas apenas como foi citada anteriormente, uma proposta

diferente das outras estudadas nesse trabalho.

Portanto não conseguiremos aproveitar nenhuma característica observada durante os estudos

realizados desta ferramenta (com exceção da ideia de aperfeiçoar o processo de cotação em

diversas seguradoras), pois no decorrer das atividades identificamos que os autores possuem

ambições distintas.

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4.3 Sossego

Esta é a única das três ferramentas aqui apresentadas que tem a funcionalidade de contratação,

além da cotação. As outras ferramentas apenas efetuam a cotação de seguros automotivos.

O Sossego é uma ferramenta B2C – Business to Customer – que segundo Wikipedia (2012) é

o comércio efetuado diretamente entre o consumidor com a produtora, sem intermédio de,

neste caso, corretor de seguros. O site foi desenvolvido de forma clara, porém com alguns

erros que serão aqui apresentados como pontos de melhoria, para uma implantação de sistema

de forma mais completa, objetiva e clara.

A ideia de utilizar este modelo de tecnologia foi aderida para a especificação de requisitos

para a cotação e a contratação de seguros automotivos aqui apresentados.

O cliente consegue realizar a sua própria cotação em diversas seguradoras onde, preenchendo

um formulário padrão estabelecido na aplicação, é gerado um arquivo de formato XML

específico para cada seguradora. A troca de arquivos é via WebService e as seguradoras

processam esses arquivos e a partir do QAR definem o valor do seguro. Ao final desta cotação

é enviado um email para a pessoa que fez a cotação, informando os valores e as respectivas

seguradoras. A aplicação Sossego, infelizmente peca, no sentido do cliente não poder realizar

consultas em apenas uma determinada seguradora. Imaginemos o seguinte cenário: O

consumidor quer fazer a cotação do seguro, porém somente quer realizar cotação em apenas

duas seguradoras: Zurich e HDI, infelizmente quando é preenchido o formulário,

automaticamente o sistema cota em todas as seguradoras disponíveis.

Outro ponto a se destacar é a dificuldade de cadastrar-se no site, além de que não foi

detectada, a possibilidade de cadastrar mais de um veículo para um único proprietário ou se é

possível gerenciar as cotações realizadas.

Há também dentro dessa aplicação uma funcionalidade bem útil ao consumidor, que é o

sistema de chat, utilizado para sanar qualquer dúvida do cliente sobre a utilização da

ferramenta. Este chat em nossa especificação se estenderia para realização de abertura de

sinistros e dúvidas quanto à apólice.

4.4 Análise Comparativa

A proposta dos autores, Cotauto, tem o intuito de possibilitar aos consumidores a comodidade

de contratação de seguros de forma rápida, clara, objetiva e que faz com que o consumidor

esteja livre de preocupações ou problemas.

A seguir é apresentado na Tabela 1 o cruzamento das funcionalidades das ferramentas

analisadas e do software especificado neste trabalho – Cotauto.

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Tabela 1: Tabela de Cruzamento das Funcionalidades

4.5 Mapeamento do Processo de Cotação

Através de informações coletadas durante as reuniões com corretores e seguradoras, foi

mapeado o processo de cotação, demonstrado na Figura1, utilizado pela maioria das

corretoras. Para o mapeamento do processo, foi utilizado o Bizagi, ferramenta baseada no

BPMN – Notação de Modelagem de Processo de Negócio.

4.6 Proposta para o Processo de Cotação

Com as informações obtidas com a análise comparativa, além das sugestões coletadas com os

entrevistados, foi elaborada uma proposta para o processo de cotação para ser utilizada no

Cotauto. Esta proposta subdivide-se em duas etapas: Precificação e Cotação

Na primeira etapa, as bases de precificação das seguradoras – que são atualizadas

periodicamente através de métodos estatísticos – são importadas para o Cotauto, conforme

demonstra a Figura 2. Esta proposta visa eliminar as falhas de comunicação entre as

ferramentas proprietários e as bases de precificação das seguradoras.

Na segunda etapa, o a ficha de cotação manuscrita é substituída por uma ficha eletrônica, o

que elimina a necessidade da transcrição desta por parte do corretor. Esta ficha será

interpretada pelo Cotauto a fim de gerar formulários com domínio de negócio específico de

cada uma das seguradoras selecionadas para cotação. Em seguida os formulários são

submetidos às bases de precificação importadas e a partir destas são gerados os relatórios de

cotação, que serão armazenados por sete dias e podem ser consultados pelo cliente a qualquer

momento dentro deste prazo. Esta proposta é pode ser visualizada na Figura 3.

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Figura 1: Processo de Cotação Atual.

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Figura 2: Proposta para Precificação do Cotauto

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Figura 3: Proposta para Cotação no Cotauto

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5 Conclusão

A ideia deste trabalho era especificar uma ferramenta que faria cotações simultâneas em

diversas seguradoras, tendo como foco aperfeiçoar apenas o processo de cotação que em geral

é moroso, por ser manual, e possibilita erros. No entanto, com a identificação de ferramentas

já existentes no mercado que possuem esta finalidade, o grupo modificou o escopo do

trabalho e passou a ter como objetivo a especificação de um software para gerenciamento de

corretora de seguros.

Como nenhum membro do grupo possuía experiência no ramo de seguros automotivos, fez-se

necessário a coleta de informações sobre corretagem de seguros que auxiliassem o

entendimento deste mercado. E as principais fontes foram os órgãos responsáveis por reger

essa prática no Brasil, Funenseg, Fenaseg e SUSEP.

Este estudo inicial do mercado de seguros foi de grande valia para a pesquisa de campo junto

à seguradora e à corretora, que possibilitou a coleta de informações a cerca das ferramentas

atuais do mercado. Também possibilitou mapear de forma efetiva os processos de cotação,

contratação e seguros existentes na corretora Ded’s. Infelizmente devido a alguns

contratempos, não foi possível mapear o processo de manutenção junto à corretora.

O amadurecimento do grupo acerca do ramo de seguros de automóveis propiciou a definição

de regras para a análise comparativa de três softwares que atuam no ramo (Cotak,

Multicálculo e Sossego), elencando os pontos positivos e negativos de cada um. E assim

elaborar a especificação do software Cotauto.

Depois de finalizada a análise comparativa, em Agosto de 2012, foram implementadas novas

funcionalidades na ferramenta Sossego, que já haviam sido elencadas para o Cotauto, como

por exemplo: incremento no número de seguradoras disponíveis para cotação e maior

disponibilidade a cerca de seus produtos; cadastro do cliente mais intuitivo; e maior

frequência no envio de emails informativos. Também foram identificadas outras ferramentas

existentes no mercado de seguros, tais como WebMotors (http://www.webmotors.com.br/) –

grupo Santander – e Bidu (https://www.bidu.com.br/).

O conhecimento adquirido no decorrer da graduação foi essencial para a aplicação da

metodologia OpenUp e para a utilização da UML e do Volere neste trabalho. Também foram

aplicadas técnicas assimiladas no curso para a realização da pesquisa de campo, entrevista

com usuários e mapeamento de processos.

Um ponto importante desse trabalho, e que cada membro do grupo levará consigo, é a arte de

superar as dificuldades encontradas e a importância do trabalho em equipe.

Acredita-se que este trabalho é de grande valia para estudantes que desejem implementar o

software especificado e para profissionais do ramo de seguros que tenham visão abrangente

nos processos entre corretoras e seguradoras, vislumbrando-se assim a criação de um

consórcio de seguradoras em um mesmo sistema.

Portanto conclui-se com esse Artigo que os sistemas analisados no trabalho atendem

parcialmente as necessidades dos clientes e deixam a desejar em alguns pontos:

indisponibilidade das cotações devido a atualizações realizadas por parte das seguradoras; a

necessidade da intermediação do corretor no processo de cotação, por não haver uma interface

direcionada ao cliente final; e a inexistência de uma gestão integrada entre a cotação,

contratação e manutenção dos seguros.

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Conforme mostrado neste documento, apesar de restringir sua utilização a usuários que

possuem acesso à internet, a especificação do software Cotauto apresenta uma solução mais

abrangente que qualquer um dos demais sistemas analisados.

Sendo assim, é recomendável sua utilização para embasamento de trabalhos futuros, pois

além de preencher as lacunas identificadas nas ferramentas estudadas, o estudo de campo

permitiu a identificação de melhorias para todos os envolvidos no cenário abordado no

trabalho. Conforme listagem abaixo.

Cliente: obtenção imediata do resultado das cotações de seguros; informações sobre os status

dos sinistros mais acessíveis; e mobilidade no acesso ao software.

Corretora: importação da base de precificação das seguradoras, minimizando os riscos nos

processos de cotação; foco no Core Business possibilitado pelo SLA (Service Level

Agreement); possibilidade de expandir a carteira de clientes além dos limites físicos da

corretora; fidelização dos clientes através de ações de marketing específicas.

Seguradora: Relatórios periódicos sobre cotações; possibilidade de estabelecer um diálogo

mais incisivo junto aos clientes no momento da cotação; maior visibilidade da marca da

seguradora.

6 Referências

BAS CORRETORA DE SEGUROS. Breve Histórico do Seguro. BAS Coretora, 2012.

Disponivel em: <http://www.bascorretora.com.br/index_arquivos/Page2507.htm>. Acesso

em: 15 Abril 2012.

BELLUCI, M. D. O. Da aplicação do código de defesa do consumidor aos contratos de

seguro e a quebra do equilíbrio econômico-financeiro. 1ª Edição. ed. São Paulo:

Universidade de São Paulo, 2010.

FENASEG. História do Seguro - No Brasil. Viver Seguro, 2009. Disponivel em:

<http://www.fenaseg.org.br/main.asp?View=

LOUREIRO, C. A. G. Contrato de seguro. Revista Jus Navigandi, 2002. Disponivel em:

<http://jus.com.br/revista/texto/3777/contrato-de-seguro>. Acesso em: 17 Abril 2012.

MARQUES, L. A. A Fraúde do Seguro: Alvos e Formas de Combate. Estudos FUNENSEG,

Rio de Janeiro, v. III, n. 10, p. 24, Maio 2006. ISSN 368147141.

NASCIMENTO, L. C. D. História Universal do Seguro. História do Seguro, 2011.

Disponivel em: <http://historiadoseguro.com/sobre/>. Acesso em: 15 Abril 2012.

SUSEP. SUSEP, 2008. Disponivel em:

<http://www.susep.gov.br/download/normasaudpub/AP022009.pdf>. Acesso em: 15 Outubro

2012.